USO DE AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO PELOS PEQUENOS PRODUTORES EM MOÇAMBIQUE

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USO DE AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO PELOS PEQUENOS PRODUTORES EM MOÇAMBIQUE 1 B. Mouzinho, P. Grabowski, C. Donovan & B. Cunguara Seminário de Transformação de Sistemas Agro-alimentares em Moçambique 9 de Dezembro de 2013 Hotel VIP, Maputo

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"USO DE AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO PELOS PEQUENOS PRODUTORES EM MOÇAMBIQUE", B. Mouzinho, P. Grabowski, C. Donovan & B. Cunguara, Workshop on Transformation of Agri-food Systems and Commercialization of Smallholder Agriculture in Mozambique: Evidence, Challenges and Implications Maputo, Mozambique, December 9, 2013

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USO DE AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO PELOS PEQUENOS PRODUTORES EM

MOÇAMBIQUE

1

B. Mouzinho, P. Grabowski, C. Donovan & B. Cunguara

Seminário de Transformação de Sistemas Agro-alimentares em Moçambique

9 de Dezembro de 2013

Hotel VIP, Maputo

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Estrutura da Apresentação 1. Introdução a Agricultura de Conservação (AC)

2. Resultados de trabalhos feitos – 2011-2013

a. Inventário de projectos - 2012

b. Inquérito de expertos de AC – 2012

c. Lacunas na literatura científica sobre a AC - 2013

d. Análise de dados do centro e norte de Moçambique, 2010/11

3. Considerações finais

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INTRODUÇÃO A AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO

Antecedentes Uso limitado de insumos externos em Moçambique A AC afigura-se como uma resposta oportuna

Definição de AC Distúrbio mínimo do solo Cobertura permanente do solo Mistura ou consociação/rotação com leguminosas Diversidade de formas Covachos/bacias ou semeadura directa Fertilizantes ou composto/estrume Herbicidas ou não Manual ou Tracção Animal ou Tractor

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Manutenção/melhoramento da fertilidade do solo no largo prazo Conservação de humidade do solo e diminuição de erosão Pode diminuir os efeitos de secos

Possível redução de tempo e necessidade de mão-de-obra para a realização das operações agrícolas

Possível redução de infestantes no largo prazo Maiores rendimentos e renda familiar

Mas requere um certo nível de capacidade técnica

VANTAGENS DE AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO

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Diferenças no rendimento podem não aparecer o primer ano porém no longo prazo

Como controlar infestantes sem lavourar? Cultivos de cobertura ou herbicidas

Covachos/bacias - Possível aumento de mão de obra Colapso em solos arenosos

Uso múltiplo dos restolhos – também têm valor como alimentação animal

Térmites (ensaios usando a Tephrosia) Consociação de culturas com leguminosas não alimentares

DESAFIOS DE AC EM MOÇAMBIQUE

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Historial do uso de AC em Moçambique Programa Sasakawa Global 2000

promoveu a AC desde 1996 o Plantio directo/no-till com Glifosato

(Roundup) O Projecto de Promoção Económica

de Camponeses (PROMEC) implementou desde 2001 a AC em Sofala

CIMMYT, CIAT, ONG’s, organizações governamentais reassenderam desde 2007 o interesse básicamente no centro e norte do país.

Os níveis de adopção de AC são muito baixos.

Fonte: Grabowski e Mouzinho, 2013

INVENTÁRIO DE PROJECTOS

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1. Não há uma forma específica de AC - precisa de ser adaptada às condições locais

2. É necesário investir em estudos e promoção de longo prazo

3. Melhor coordenação e integração entre investigação e esforços de promoção

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INQUÉRITO DE EXPERTS DE AC

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LACUNAS NA LITERATURA CIENTÍFICA Lacunas na Area Socio-econômica

1. Analises de rentabilidade, risco, mão-de-obra e género

para cada tecnologia e zona

2. Desempenho de esforços de promoção e educação

3. Estudo do impacto de AC em quanto a redução de pobreza

Lacunas na Area Bio-física 1. Controlo de infestantes sem quimicos – culturas de

cobertura

2. AC em solos arenosos – como melhorar lavoura mínima

3. Mudanças na qualidade do solo com AC e mandioca

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Tabela 1 Uso de diferentes componentes de AC em 2010/11 (%)

Surpreendentemente, há

menor uso de AC em Manica e Sofala

Cautela na interpretação dos valores registados em Tete e Zambézia

A incorporação de restolhos ou resíduos é mais comum

USO DE COMPONENTES DE AC NO CENTRO E NORTE DE MOÇAMBIQUE, 2010/11

9

ProvínciaMistura culturas

(% )

Lavoura mínima

(% )

Incorpora restolhos

(% )

Consociacao Milho-

Leguminosa (% )

No de AF’s

Nampula 29 5 26 44 200Zambézia 43 36 18 76 252Tete 24 25 61 63 256Manica 20 4 44 34 210Sofala 33 11 29 44 268

Total 32 19 33 57 1

Fonte: Inquérito sobre Dinâmicas de Preços, 2011. MINAG, MSU e TechnoServe

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Consociação Milho*leguminosas

Os custos de preparação da terra e sacha são baixos entre aqueles que usaram consociação; Outras variáveis: acesso aos serviços de extensão e informação de preços (maior).

CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTORES QUE USARAM COMPONENTES DE AC EM 2010/11

10

2487

1541 1629

1263

0

500

1000

1500

2000

2500

Não Sim Não Sim

Preparação da terra(p-value = 0,035)

Sacha (p-value =0,031)

Cus

to (M

etic

ais)

Variáveis com diferenças significativas no uso de

consociação milho*leguminosas

Fonte: Inquérito sobre Dinâmicas de Preços, 2011. MINAG, MSU e TechnoServe

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Incorporação de restolhos ou resíduos

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Fonte: Inquérito sobre Dinâmicas de Preços, 2011. MINAG, MSU e TechnoServe

14% 17%

0%

10%

20%

Não Sim

Incorporam restolhos

Uso de sementes melhoradas de milho

(p-value = 0,047)

5%

16%

0%5%

10%15%20%

Não Sim

Incorporam restolhos

Uso de fertilizantes químicos (p-value = 0,000)

15% 22%

0%10%20%30%

Não Sim

Incorporam restolhos

Acesso aos serviços de extensão

(p-value = 0,045) 53%

65%

0%20%40%60%80%

Não Sim

Incorporam restolhos

Informação de preços (p-value = 0,000)

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Lavoura mínima

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Fonte: Inquérito sobre Dinâmicas de Preços, 2011. MINAG, MSU e TechnoServe

985 1087

0500

10001500

Não Sim

Lavoura mínima

Met

icai

s

Custo de sementeira (P-value - 0,099)

8% 11%

0%5%

10%15%

Não Sim

Lavoura mínima

Uso de fertilizantes químicos (P-value = 0,033)

5%

1% 0%2%4%6%

Não Sim

Lavoura mínima

Acesso ao crédito (p-value = 0,046)

79% 86%

0%

50%

100%

Não Sim

Lavoura mínima

Sexo do chefe do AF (1=homem) (P-value = 0,057)

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Poucos produtores combinaram todas componentes de AC;

Quase ninguém combinou todas componentes de AC em Manica e Sofala;

Alguns produtores usaram a consociação de milho e leguminosas combinada com a lavoura mínima

Tabela 2 Combinação de componentes de Agricultura de conservação em 2010/11

COMBINAÇÃO DE COMPONENTES DE AC

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Província C1 C2 C3 Todas componentes

Nampula 1 12 1 0Zambezia 28 15 10 10Tete 16 38 16 13Manica 2 15 2 1Sofala 6 8 5 1

Total 13 17 7 6

C1 - Consociação (milho*leguminosa)* lavoura mínima

C2 - Consociação (milho*leguminosa) * incorporação de restolhos ou resíduosC3- Incorporação de restolhos ou resíduos * lavoura mínima

Legenda

Fonte: Inquérito sobre Dinâmicas de Preços, 2011. MINAG, MSU e TechnoServe

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As componentes de AC actuam em sinergia e os seus benefícios levam algum tempo para tornarem-se visíveis

Ainda existem muitos desafios na adopção de todas componentes de AC e a maioria dos pequenos produtores tende a usá-las isoladamente;

Enfoque na introdução gradual das componentes de AC bem como na definição de estratégias de integração do uso dos insumos

Necessidade de avaliar as vantagens comparativas do sistema para diferentes circunstâncias de produção dos pequenos produtores;

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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A apresentação foi baseada no: flash 67 Uso de Agricultura de Conservação pelos pequenos produtores no Centro e Norte de Moçambique, 2010/11 Bordalo Mouzinho, Benedito Cunguara e Cynthia Donovan Grabowski, P., and Mouzinho, B. (2013). Mozambique conservation agriculture inventory report. IIAM working paper 6E. Grabowski, P., and Mouzinho, B. (2013). Prioritizing actions for conservation agriculture in Mozambique. IIAM working paper 5E. Grabowski, P., Walker, F., Haggblade, S., Maria, R., and Eash, N. (2013) Conservation agriculture in Mozambique: Literature review and research gaps. IIAM working paper 4E.

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MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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Visite http://fsg.afre.msu.edu/mozambique/ Visite também o site do IIAM para as actividades e pesquisas sobre Agricultura de Conservação e Grupo do Trabalho sobre AC http://www.iiam.gov.mz/index.php?option=com_content&view=category&id=59&Itemid=111 Para mais informação, contacte Bordalo Mouzinho ([email protected])