Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de...
-
Upload
truongkhanh -
Category
Documents
-
view
222 -
download
0
Transcript of Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de...
SANDRA SATIKO KITAMURA
Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por
amônia em bovinos
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Medicina Veterinária Departamento: Clínica Médica Área de concentração: Clínica Veterinária Orientador: Prof. Dr. Enrico Lippi Ortolani
São Paulo 2006
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome: KITAMURA, Sandra Satiko
Título: Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por amônia em bovinos
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Medicina Veterinária
Data da Defesa:_____/_____/_____
Banca Examinadora Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________
Julgamento:____________________ Assinatura:______________________
Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________
Julgamento:____________________ Assinatura:______________________
Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________
Julgamento:____________________ Assinatura:______________________
Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________
Julgamento:____________________ Assinatura:______________________
Prof. Dr. ______________________ Instituição: ____________________
Julgamento:____________________ Assinatura:______________________
Aos meus queridos pais, Orlando e Satiko, Orlando e Satiko, Orlando e Satiko, Orlando e Satiko, por dedicarem suas vidas na minha formação e dos meus irmãos, nos ensinando a ter respeito, dedicação, honestidade e principalmente por constituir uma verdadeira família. Aos meus irmãos, cunhados e sobrinhos, Fábio, Vanessa, Cristina, Fernando, Gabi e Yan, Fábio, Vanessa, Cristina, Fernando, Gabi e Yan, Fábio, Vanessa, Cristina, Fernando, Gabi e Yan, Fábio, Vanessa, Cristina, Fernando, Gabi e Yan, pela convivência harmoniosa, alegre e saudável.
AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr.Prof. Dr.Prof. Dr.Prof. Dr. Enrico Lippi OrtolaEnrico Lippi OrtolaEnrico Lippi OrtolaEnrico Lippi Ortolanininini, pela preocupação paternal com seus orientados. Exemplo de orientação, dedicação, apoio e estímulo. Agradeço a compreensão, paciência e o auxílio prestado neste período. Espero contar com a sua eterna amizade. Aos professores da FMVZ-USP: Alice Maria MAlice Maria MAlice Maria MAlice Maria Melville Della Libera, Archivaldo Reche elville Della Libera, Archivaldo Reche elville Della Libera, Archivaldo Reche elville Della Libera, Archivaldo Reche Junior, Carlos Eduardo Larsson,Junior, Carlos Eduardo Larsson,Junior, Carlos Eduardo Larsson,Junior, Carlos Eduardo Larsson, Cássio de Mendonça Junior, Cássio de Mendonça Junior, Cássio de Mendonça Junior, Cássio de Mendonça Junior, Eduardo Birgel, Eduardo Birgel, Eduardo Birgel, Eduardo Birgel, Eduardo Eduardo Eduardo Eduardo Birgel Júnior, Fernando Benesi, Birgel Júnior, Fernando Benesi, Birgel Júnior, Fernando Benesi, Birgel Júnior, Fernando Benesi, Lílian Gregory, Luís Cláudio Silva, Márcia Kogika, Maria Lílian Gregory, Luís Cláudio Silva, Márcia Kogika, Maria Lílian Gregory, Luís Cláudio Silva, Márcia Kogika, Maria Lílian Gregory, Luís Cláudio Silva, Márcia Kogika, Maria Claudia Araripe Sucupira Magalhães, Maria HelClaudia Araripe Sucupira Magalhães, Maria HelClaudia Araripe Sucupira Magalhães, Maria HelClaudia Araripe Sucupira Magalhães, Maria Helena Larsson, Mitika Hagiwara, ena Larsson, Mitika Hagiwara, ena Larsson, Mitika Hagiwara, ena Larsson, Mitika Hagiwara, Raquel Raquel Raquel Raquel Baccarin, Baccarin, Baccarin, Baccarin, Sílvia Sílvia Sílvia Sílvia RicciRicciRicciRicci,,,, Wanderley de Araújo e Wilson Wanderley de Araújo e Wilson Wanderley de Araújo e Wilson Wanderley de Araújo e Wilson FernandesFernandesFernandesFernandes pela convivência harmoniosa, conhecimentos transmitidos e pela amizade. A minha família de Pós-Graduação: Celso Akio Maruta, Maria Claudia Araripe Celso Akio Maruta, Maria Claudia Araripe Celso Akio Maruta, Maria Claudia Araripe Celso Akio Maruta, Maria Claudia Araripe SucupiraSucupiraSucupiraSucupira, , , , Pierre Castro Soares,Pierre Castro Soares,Pierre Castro Soares,Pierre Castro Soares, Alexandre Coutinho Antonelli Alexandre Coutinho Antonelli Alexandre Coutinho Antonelli Alexandre Coutinho Antonelli, Né, Né, Né, Néria Vânia Santos, Alessandra Lima, ria Vânia Santos, Alessandra Lima, ria Vânia Santos, Alessandra Lima, ria Vânia Santos, Alessandra Lima, Raimundo Barreto, Bruno CapuRaimundo Barreto, Bruno CapuRaimundo Barreto, Bruno CapuRaimundo Barreto, Bruno Caputtttti, Humberto Hamti, Humberto Hamti, Humberto Hamti, Humberto Hammmmmadadadad que me receberam com muito carinho e respeito, e passaram todas as suas experiências e conhecimentos que foram úteis para a execução e conclusão deste trabalho; e espero também ter sido útil para que eles executem seus experimentos. Agradeço o convívio “familiar” diário, os momentos felizes, a ajuda na realização das colheitas e tratamento dos animais, o espírito de equipe e, principalmente, pela amizade. Às amigas Clara Satsuki MoriClara Satsuki MoriClara Satsuki MoriClara Satsuki Mori, Marly Elizabeth Ferreira Marly Elizabeth Ferreira Marly Elizabeth Ferreira Marly Elizabeth Ferreira de de de de CastroCastroCastroCastro e Cláudia Regina e Cláudia Regina e Cláudia Regina e Cláudia Regina StricagnoloStricagnoloStricagnoloStricagnolo pelo convívio diário, ajuda irrestrita e resolução de vários problemas técnicos e pessoais. Agradeço sua ajuda, paciência e espero contar com sua eterna amizade. À Regina Mieko Sakata MirandolaRegina Mieko Sakata MirandolaRegina Mieko Sakata MirandolaRegina Mieko Sakata Mirandola, técnica de nível superior responsável pelo Laboratório de Pesquisa da Pós-Graduação e pela resolução dos vários problemas. Agradeço a atenção, o respeito, a ajuda nas determinações laboratoriais, paciência e amizade. À minha grande amiga, Sônia Maria CazzoliSônia Maria CazzoliSônia Maria CazzoliSônia Maria Cazzoli,,,, que mesmo distante, sempre torceu pelo meu crescimento profissional como pessoal. Agradeço a convivência, a paciência e a sincera amizade que cultivamos juntas há anos. À minha amiga Alice Maria Melville Paiva Della Libera,Alice Maria Melville Paiva Della Libera,Alice Maria Melville Paiva Della Libera,Alice Maria Melville Paiva Della Libera, companheira nos momentos mais importantes, e desde que nos conhecemos sempre foi uma referência para a minha vida profissional e pessoal, exemplo de dedicação, orientação, estímulo, consideração, sabedoria e companheirismo que deve ser seguido, espero contar com sua eterna amizade. Ao Prof. Dr. Maurício GarciaProf. Dr. Maurício GarciaProf. Dr. Maurício GarciaProf. Dr. Maurício Garcia pelo seu estímulo, apoio, dedicação, orientação e consideração, depositadas em mim, desde a minha graduação. Espero contar com sua amizade, sempre.
A PPPProfrofrofrofaaaa. Dr. Dr. Dr. Draaaa. . . . Mônica Akemi SatoMônica Akemi SatoMônica Akemi SatoMônica Akemi Sato que apesar de pouco tempo de convivência tem se mostrado uma grande amiga, companheira e colaboradora em meus trabalhos. À minha amiga Tatiana de Rezende SpinolaTatiana de Rezende SpinolaTatiana de Rezende SpinolaTatiana de Rezende Spinola pelo agradável convívio, pelas longas e proveitosas conversas e pela paciência, que nestes últimos meses foram essenciais para que eu pudesse realizar com sucesso os meus objetivos. Que nossa amizade se torne cada vez mais sincera e unida. Às amigas Patrícia Berbare, Karina Yazbek, Andreza Ávila, Maria Fernanda DefinPatrícia Berbare, Karina Yazbek, Andreza Ávila, Maria Fernanda DefinPatrícia Berbare, Karina Yazbek, Andreza Ávila, Maria Fernanda DefinPatrícia Berbare, Karina Yazbek, Andreza Ávila, Maria Fernanda Defineeee,,,, Silmara BonomSilmara BonomSilmara BonomSilmara Bonomi i i i pela amizade, agradável convívio e pelas conversas sempre proveitosas durante estes anos todos. Aos amigos de pós-graduação: Carla Belli, Clarisse Coelho, Lilian Michima, Carla Belli, Clarisse Coelho, Lilian Michima, Carla Belli, Clarisse Coelho, Lilian Michima, Carla Belli, Clarisse Coelho, Lilian Michima, EniEniEniEnio Mori, o Mori, o Mori, o Mori, Marta Leal, Marta Leal, Marta Leal, Marta Leal, João Paulo Saut, João Paulo Saut, João Paulo Saut, João Paulo Saut, Fábio Pogliani, Rogério BaFábio Pogliani, Rogério BaFábio Pogliani, Rogério BaFábio Pogliani, Rogério Batista, Daniela Becker Birgel, tista, Daniela Becker Birgel, tista, Daniela Becker Birgel, tista, Daniela Becker Birgel, Karina Madureira, Viviani Gomes, Maiara Blagitz, Milton Ricardo Azedo, Andréa Parra, Karina Madureira, Viviani Gomes, Maiara Blagitz, Milton Ricardo Azedo, Andréa Parra, Karina Madureira, Viviani Gomes, Maiara Blagitz, Milton Ricardo Azedo, Andréa Parra, Karina Madureira, Viviani Gomes, Maiara Blagitz, Milton Ricardo Azedo, Andréa Parra, Patrícia Betiol, Ana Paula Prina, Flávio BrandespimPatrícia Betiol, Ana Paula Prina, Flávio BrandespimPatrícia Betiol, Ana Paula Prina, Flávio BrandespimPatrícia Betiol, Ana Paula Prina, Flávio Brandespim pelo agradável convívio, troca de conhecimentos e amizade. Aos amigos, Angélica TrazziAngélica TrazziAngélica TrazziAngélica Trazzi B B B Bento de Moraesento de Moraesento de Moraesento de Moraes, Neimar Roncati,, Neimar Roncati,, Neimar Roncati,, Neimar Roncati, Denise Borsotti,Denise Borsotti,Denise Borsotti,Denise Borsotti, Adriana, Adriana, Adriana, Adriana, Kátia Mitsube TárragaKátia Mitsube TárragaKátia Mitsube TárragaKátia Mitsube Tárraga,,,, Carol Scarelli Carol Scarelli Carol Scarelli Carol Scarelli, Márcio, Armando, Márcio, Armando, Márcio, Armando, Márcio, Armando (Anhembi Morumbi) e Enio Enio Enio Enio Bovino, Thiago Noronha, Gabriela Marchioni, Bovino, Thiago Noronha, Gabriela Marchioni, Bovino, Thiago Noronha, Gabriela Marchioni, Bovino, Thiago Noronha, Gabriela Marchioni, Viviani, Viviani, Viviani, Viviani, Mônica,Mônica,Mônica,Mônica, Luciana, Luciana, Luciana, Luciana, Helaina Silva Helaina Silva Helaina Silva Helaina Silva, , , , Cleide e Vânia (Bida), GonçaloCleide e Vânia (Bida), GonçaloCleide e Vânia (Bida), GonçaloCleide e Vânia (Bida), Gonçalo (UNIP) e a todos os funcionários pelo agradável convívio durante todos esses anos de docência. Às amigas, Lílian MichimaLílian MichimaLílian MichimaLílian Michima,,,, Letícia YonezawaLetícia YonezawaLetícia YonezawaLetícia Yonezawa eeee Érica MinematsuÉrica MinematsuÉrica MinematsuÉrica Minematsu pela colaboração na execução deste trabalho, pelas longas conversas e descontração durante os dias de colheita. Aos amigos, Roberta Sposte, Rosely Gioia, Mario Mesquita, Talita Andreoni, Roberta Sposte, Rosely Gioia, Mario Mesquita, Talita Andreoni, Roberta Sposte, Rosely Gioia, Mario Mesquita, Talita Andreoni, Roberta Sposte, Rosely Gioia, Mario Mesquita, Talita Andreoni, Adriana Adriana Adriana Adriana Donnini, Donnini, Donnini, Donnini, Daniel Grandi, Tatiana Venturini, Juliana Buzzini, Bruna Lapenta, Fábio Daniel Grandi, Tatiana Venturini, Juliana Buzzini, Bruna Lapenta, Fábio Daniel Grandi, Tatiana Venturini, Juliana Buzzini, Bruna Lapenta, Fábio Daniel Grandi, Tatiana Venturini, Juliana Buzzini, Bruna Lapenta, Fábio BelardiBelardiBelardiBelardi, Melina Del Bonne, Paula Klein, Gabriela Kandir, Silvia Bitente , Melina Del Bonne, Paula Klein, Gabriela Kandir, Silvia Bitente , Melina Del Bonne, Paula Klein, Gabriela Kandir, Silvia Bitente , Melina Del Bonne, Paula Klein, Gabriela Kandir, Silvia Bitente entre outros, pelo apoio e incentivo durante todos esses anos. Á secretária da pós-graduação Adelaide BorgesAdelaide BorgesAdelaide BorgesAdelaide Borges, pela forma amiga, tranqüila e profissional com a qual conduz os interesses dos pós-graduandos. À ex-secretária da pós-graduação, Harumi Doi ShiraishiHarumi Doi ShiraishiHarumi Doi ShiraishiHarumi Doi Shiraishi, pela paciência, agradável convívio, ajuda, compreensão e amizade. Às secretárias Maria Aparecida de Freitas (Cida), Maria Aparecida de Freitas (Cida), Maria Aparecida de Freitas (Cida), Maria Aparecida de Freitas (Cida), Patrícia CastroPatrícia CastroPatrícia CastroPatrícia Castro, pela constante ajuda e agradável convívio. Ao funcionário do Galpão de Experimentação Clínica de Ruminantes: Agnaildo dAgnaildo dAgnaildo dAgnaildo dos Santosos Santosos Santosos Santos, pela ajuda nas colheitas, no trato dos animais e pela amizade.
Aos funcionários do Departamento de Clínica Médica: Abelardo de Souza (Dinho), Márcio Abelardo de Souza (Dinho), Márcio Abelardo de Souza (Dinho), Márcio Abelardo de Souza (Dinho), Márcio Chiacchio e equipe (Marquinhos, José Antônio, Cícero, Gervásio, Osmar, Luizinho, Elias), Chiacchio e equipe (Marquinhos, José Antônio, Cícero, Gervásio, Osmar, Luizinho, Elias), Chiacchio e equipe (Marquinhos, José Antônio, Cícero, Gervásio, Osmar, Luizinho, Elias), Chiacchio e equipe (Marquinhos, José Antônio, Cícero, Gervásio, Osmar, Luizinho, Elias), CreideCreideCreideCreide e Carmem Ribeiro e Carmem Ribeiro e Carmem Ribeiro e Carmem Ribeiro, pela importante colaboração, agradável convívio e amizade. Às famílias Hayashi (Fábio, Ione e Bia)(Fábio, Ione e Bia)(Fábio, Ione e Bia)(Fábio, Ione e Bia) e Shiramizo (Jorge, Rita, Karina e Carolina)(Jorge, Rita, Karina e Carolina)(Jorge, Rita, Karina e Carolina)(Jorge, Rita, Karina e Carolina) pelos momentos de descontração e agradável convívio e amizade nestes anos. Aos meus parentes, que mesmo distantes sempre torceram pelo meu sucesso profissional, principalmente meus primos, Renata Ohy Piva Renata Ohy Piva Renata Ohy Piva Renata Ohy Piva e Ricardo Piva. Ricardo Piva. Ricardo Piva. Ricardo Piva. À Silvia Orsini Silvia Orsini Silvia Orsini Silvia Orsini e Inês BarbasInês BarbasInês BarbasInês Barbas pela ajuda durante esses últimos anos e principalmente pela sua amizade. Ao RewrryRewrryRewrryRewrry meu fiel companheiro durante toda a minha vida, motivo o qual me levou a me dedicar à Medicina Veterinária, e mais recentemente a minha gatinha Kitty. Kitty. Kitty. Kitty. Aos funcionários da biblioteca, Elza, Zani e HelenaElza, Zani e HelenaElza, Zani e HelenaElza, Zani e Helena, pelo profissionalismo, cordial atendimento e amizade. À FaculFaculFaculFaculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USPdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USPdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USPdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP que oferece condições favoráveis para a execução de pesquisa e pela minha formação e ao CNPqCNPqCNPqCNPq pelo financiamento do projeto. A todos que de alguma maneira contribuíram para a execução deste trabalho. E principalmente a todos os bovinos, que foram fundamentais para que este trabalho fosse realizado. A DeusDeusDeusDeus que sempre esteve presente em todas as minhas conquistas.
RESUMO
KITAMURA, S. S. Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por amônia em bovinos. [Use of hypertonic and isotonic saline solution and furosemide for the treatment of the ammonia poisoning in cattle]. 2006. 83 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Para testar a eficiência de vários tratamentos foram utilizados 25 garrotes, nunca
alimentados com nitrogênio não-protéico anteriormente. Todos os animais foram
submetidos a uma única intoxicação experimental por amônia, por meio de infusão
intravenosa (iv) de cloreto de amônio, até o surgimento de quadro convulsivo,
quando era interrompida. Em seguida, os garrotes foram alocados, aleatoriamente,
para um dos cinco grupos experimentais e tratados da seguinte forma: 1) controle
(infundido com 300 mL de solução salina isotônica - SSI); 2) infusão (iv) de 30 mL/kg
PV de SSI no decorrer de quatro horas e administração de 4 L de água por meio de
sonda esofágica (ASE); 3) mesmo tratamento do grupo 2 e dose única (iv) de
furosemida (2 mg/kg PV) (F); 4) injeção (iv) de 5 mL/kg PV de solução salina
hipertônica (SSH) 7,2% nos primeiros 30 min., seguida de 20 mL/kg PV de SSI e 4 L
de ASE; 5) mesmo tratamento do grupo 4 e dose única de F. No decorrer de quatro
horas após a convulsão foram acompanhados o quadro clínico, as concentrações
plasmáticas de amônia, glicose e lactato-L e uréia, creatinina, potássio e sódio
séricos, perfil hemogasométrico, volume urinário e excreção urinária de amônio,
uréia e creatinina. O quadro clínico induzido foi característico e gerou nos animais
uma acidose metabólica sistêmica pronunciada, compensada com redução da pCO2,
hiperlactemia e hiperglicemia No momento da convulsão os teores de amônia
plasmáticos foram muito altos e idênticos em todos os tratamentos; já no 120º min
os grupos tratados com SSH tiveram significativas quedas deste metabólito. A SSH
provocou nos primeiros 30 min. de tratamento uma declarada redução no volume
globular e no número de batimentos cardíacos. O uso de furosemida promoveu um
aumento do número de batimentos cardíacos e não diminuiu o surgimento de edema
pulmonar, nem gerou um aumento na excreção global de urina. Animais tratados
com SSH se levantaram e tiveram o retorno do movimento do rúmen mais
precocemente que os demais grupos. A terapia com SSH aumentou ainda o volume
urinário e a excreção percentual urinária de uréia e amônia durante o período crítico
da 1ª hora de tratamento, o uso de SSI teve resultados intermediários. A eficiência
do tratamento com SSH ou SSI, avaliado por algumas variáveis de melhora clínica,
foi superior ao grupo controle. Constatou-se que quando maior foi a quantidade de
uréia excretada na urina maior também foi a de amônia no mesmo fluido. Embora
com efeito menor que o observado com SSH, a SSI promoveu melhora no quadro
clínico geral e ao término do experimento promoveu também uma adequada
desintoxicação da amônia.
Palavras-chave: Intoxicação por amônia (tratamento). Hipertônica. Furosemida. Bovinos.
ABSTRACT
KITAMURA, S. S. Use of hypertonic and isotonic saline solution and furosemide for the treatment of the ammonia poisoning in cattle. [Uso de solução salina hipertônica, isotônica e de furosemida no tratamento da intoxicação por amônia em bovinos]. 2006. 83 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. To test the efficiency of some treatments for ammonia poisoning in cattle 25 steers,
never fed non-protein nitrogen before, were used. Ammonium chloride solution was
infused intravenously (iv) only once in each steer until the onset of convulsive
episode, and then the infusion was immediately stopped. Thereafter, the animals
were randomly distributed in one of the five different groups, as follows: 1) control
(infusion 300 mL isotonic saline solution - ISS); 2) infusion (iv) of ISS 30 mL/kg BW
throughout the following 4 h and administration by stomach tube of 4 L water. (W); 3)
same as group 2, plus a single dose 2 mg furosemide/kg BW (iv) (F); 4) injection of 5
mL/kg BW hypertonic saline solution (HSS) (7.2 %) (iv) throughout the first 30 min,
followed by 20 mL/ kg BW of ISS and 4 L W.; 5) Same as group 4 and a single dose
of F. For the next 4 h after the convulsion several clinical variables and the blood
concentration of ammonia, glucose, lactate, urea, creatinine, sodium and potassium,
hemogasometric profile, urine global volume and urinary excretion of ammonium,
urea and creatinine were followed. The clinical picture seen just before the treatment
was classical and caused a characteristic systemic metabolic acidosis, compensated
by reduction in the pCO2, hyperlactemia and hyperglycemia. At the convulsion the
ammonia blood levels were high and similar among the groups, but at the 120th min
the animals treated with HSS had lower values than the control. The HSS infusion
caused, during the first 30 min. a marked reduction in the packet cell volume and the
heart rate. On the other hand, furosemide provoked an increase in the heart rate and
neither prevented the onset of lung edema, nor an increase in the total excretion of
urine. Cattle treated with HSS stood up and had the return of the rumen movements
earlier than other groups. The therapy with HSS still increased the urinary volume
and the total urinary excretion of urea and ammonium during the critical 1st h of
treatment, while the use of ISS had intermediate results. The efficiency of the
treatment with HSS or ISS as seen by some variables of clinical improvement was
better than the control group. The higher the urinary urea excretion was, the greater
the ammonia elimination became. Although with lower efficiency as seen in the
treatment with HSS, the ISS caused an improvement in the clinical picture and at the
end of the experiment generated an adequate ammonia detoxification.
Key words: Ammonia intoxication (treatment). Hypertonic. Furosemide. Cattle.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Concentração de amônia plasmática em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006............................ 41
Gráfico 2 - Porcentagem do volume globular em bovinos intoxicados por
amônia no decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 42
Gráfico 3 - Porcentagem de volume globular em bovinos intoxicados por
amônia no decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 43
Gráfico 4 - Freqüência cardíaca em bovinos intoxicados por amônia no
decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 44
Gráfico 5 - Valores de freqüência cardíaca em bovinos intoxicados por
amônia no decorrer do tratamento sem furosemida e com furosemida - São Paulo - 2006.................................................... 45
Gráfico 6 - Freqüência respiratória em bovinos intoxicados por amônia no
decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 46
Gráfico 7 - Movimentos ruminais (mov/3min) em bovinos intoxicados por
amônia no decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 48
Gráfico 8 - Temperatura retal em bovinos intoxicados por amônia no
decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 49
Gráfico 9 - Temperatura retal em bovinos intoxicados por amônia no
decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006.............................................. 50
Gráfico 10- Influência dos teores de uréia urinária sobre a excreção de
amônio urinário nos bovinos intoxicados por amônia - São Paulo - 2006................................................................................ 63
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Teores de amônia plasmática (uM/L) em animais submetidos à intoxicação por amônia e submetidos a diferentes protocolos de tratamento - São Paulo - 2006............................................... 40
Tabela 2 - Valores de volume globular (%) em animais submetidos à
intoxicação por amônia e submetidos a diferentes protocolos de tratamento - São Paulo - 2006............................................... 42
Tabela 3 - Valores de volume globular (%) em animais submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com soluções salinas isotônicas ou hipertônicas. - São Paulo - 2006........................... 43
Tabela 4 - Freqüência cardíaca (bpm) em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 44
Tabela 5 - Valores de freqüência cardíaca (bpm) em animais submetidos
à intoxicação por amônia e tratados sem furosemida ou com furosemida - São Paulo - 2006.................................................... 45
Tabela 6 - Freqüência respiratória (mpm) em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 46
Tabela 7 - Movimentos ruminais (mov/3 min) em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 47
Tabela 8 - Momento de retorno dos movimentos ruminais (min) em
bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006.......... 48
Tabela 9 - Influência da solução aplicada sobre o momento de retorno
dos movimentos ruminais (min) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia - São Paulo - 2006................................ 48
Tabela 10 - Temperatura retal (oC) em bovinos submetidos à intoxicação
por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006........................................................ 49
Tabela 11 - Temperatura retal (oC) em bovinos submetidos à intoxicação
por amônia e tratados com diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006......................................................................... 50
Tabela 12 - Presença ou não de edema pulmonar em bovinos submetidos
à intoxicação por amônia - São Paulo - 2006............................. 51
Tabela 13 - Distribuição dos animais com edema pulmonar em bovinos
submetidos à intoxicação por amônia que foram tratados ou não com furosemida, ou infundidos com solução isotônica ou hipertônica - São Paulo - 2006.................................................... 51
Tabela 14 - Influência dos tratamentos ou não sobre as variáveis que
estimam melhora clínica e o pH urinário - São Paulo - 2006............................................................................................. 52
Tabela 15 - Influência da solução isotônica ou hipertônica sobre o tempo
gasto para os animais retornarem à estação - São Paulo - 2006............................................................................................. 53
Tabela 16 - Volume urinário (mL/kg Peso Vivo0,75) excretado no decorrer
da 1ª h , da 1ª a 4ª h e no computo global nos animais submetidos aos diferentes tratamentos (dados expressos em mediana) - São Paulo - 2006....................................................... 54
Tabela 17 - Influência dos tratamentos com ou sem furosemida, com
solução isotônica ou hipertônica sobre o volume urinário (mL/ kg Peso Vivo0,75) (dados expressos em mediana e média) - São Paulo - 2006......................................................................... 54
Tabela 18 - Valores de gravidade específica e pH urinário de bovinos
submetidos a diferentes tratamentos - São Paulo - 2006........... 55 Tabela 19 - Valores globais da gravidade específica urinária de animais do
grupo controle dos grupos que receberam solução isotônica e hipertônica, sem e com furosemida - São Paulo - 2006............. 56
Tabela 20 - Valores de pH sangüíneo em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 57
Tabela 21 - Valores de pCO2 (mmHg) em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 57
Tabela 22 - Valores de ABE sangüíneo em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 58
Tabela 23 - Valores de bicarbonato sangüíneo (mM/L) em bovinos
submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................... 58
Tabela 24 - Valores de sódio sérico (mM/L) em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 59
Tabela 25 - Valores de potássio sérico (mM/L) em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 60
Tabela 26 - Valores de glicose plasmática (mM/L) em bovinos submetidos
à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 60
Tabela 27 - Valores de lactato-L plasmático (mM/L) em bovinos
submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................... 61
Tabela 28 - Valores de uréia sérica (mM/L) em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 61
Tabela 29 - Valores de creatinina sérica (mM/L) em bovinos submetidos à
intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006...................................... 62
Tabela 30 - Média do total de NH4
+Cl injetado para obtenção de convulsão e mediana da excreção percentual urinária de amônio ou uréia e ambos na 1ah e durante as 4h de tratamento em relação ao NH4
+Cl injetado - São Paulo - 2006............................................. 63
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS % porcentagem < menor > maior ® marca registrada µMol micromol ABE excesso ácido-base ATP adenosina-trifosfato bpm batimentos por minutos C controle Cl- íon cloreto cm centímetros EDTA ácido dietilenodiaminotetracético FMVZ Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia g grama h hora H+ íon hidrogênio HCO3 bicarbonato IEFAU índice de excreção fracional de amônio urinário IEUA índice de excreção urinária de amônio im intramuscular iv intravenosa K+ íon potássio kg quilograma L litro M mol mg miligrama min minutos mL mililitro mm milímetros mmHg milímetros de mercúrio mMol milimol mOsm miliosmol mov movimento mpm movimentos por minutos MS matéria seca Na+ íon sódio NaCl cloreto de sódio NH3 amônia NH4 amônio NH4
+Cl cloreto de amônio NNP nitrogênio não-protéico ºC grau celsius p nível de significância pCO2 pressão parcial de dióxido de carbono pH potencial hidrogeniônica PV peso vivo
PV0,75 peso metabólico r coeficiente de correlação sol. solução USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................
21
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................. 24
3 OBJETIVOS....................................................................................... 34
4 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................. 35
4.1 MATERIAIS........................................................................................ 35
4.1.1 Animais e dieta................................................................................. 35
4.1.2 Instalações........................................................................................ 35
4.2 MÉTODOS.......................................................................................... 36
4.2.1 Delineamento experimental............................................................. 36
4.2.2 Procedimentos experimentais......................................................... 37
5 ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................... 39
6 RESULTADOS................................................................................... 40
6.1 AMÔNIA PLASMÁTICA...................................................................... 40
6.2 VOLUME GLOBULAR........................................................................ 41
6.3 BATIMENTOS CARDÍACOS.............................................................. 44
6.4 FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA......................................................... 46
6.5 MOVIMENTOS RUMINAIS................................................................. 47
6.6 TEMPERATURA RETAL.................................................................... 49
6.7 EDEMA PULMONAR.......................................................................... 51
6.8 TEMPO PARA RETORNO DO APETITE........................................... 52
6.9 TEMPO PARA FICAR EM ESTAÇÃO................................................ 52
6.10 VOLUME URINÁRIO.......................................................................... 53
6.11 GRAVIDADE ESPECÍFICA E pH URINÁRIO..................................... 55
6.12 HEMOGASOMETRIA......................................................................... 56
6.13 SÓDIO E POTÁSSIO SÉRICOS........................................................ 59
6.14 GLICOSE E LACTATO-L PLASMÁTICOS......................................... 60
6.15 URÉIA E CREATININA SÉRICAS...................................................... 61
6.16 RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS.......................................................... 63
7 DISCUSSÃO....................................................................................... 64
8 CONCLUSÕES................................................................................... 76
REFERÊNCIAS.................................................................................. 77
1 INTRODUÇÃO
A proteína é o mais limitante nutriente para o crescimento de bovinos criados
em condições extensivas em países de clima tropical ou subtropical, causando na
sua carência surgimento de efeitos adversos mais imediatos, tais como redução
tanto no peso corpóreo como no apetite (BORTOLUSSI et al., 1996). A carência de
proteína nos ruminantes geralmente ocorre no período estiagem, quando os capins
diminuem marcadamente o teor de proteína bruta (MINSON, 1990).
Para prevenir tal carência tem sido recomendada à suplementação de bovinos com
farelos ricos em proteína, como o de soja e algodão. Porém, o custo desses farelos é elevado,
visto que estes alimentos além de ser exportados têm seus preços correntes cotados em dólar.
Mesmo assim, esses farelos têm sido empregados recentemente em pequenas quantidades nos
chamados “sais proteinados”, oferecidos aos bovinos especialmente no período de estiagem,
já que parte do nitrogênio requerido pelos ruminantes deve ser obrigatoriamente proveniente
de proteína verdadeira de origem vegetal (FRØSLIE, 1977; VAN HORN et al., 1967). Para
baratear e tornar mais disponível o uso dos “sais proteinados” a uréia, fonte muito rica em
nitrogênio não-protéico (NNP), tem sido amplamente empregada para substituir parte
significativa da proteína vegetal. Além dessa forma de suplementação a uréia tem sido
consorciada com certa freqüência com cana-de-açúcar, na alimentação de novilhas e vacas
leiteiras, além de ser comumente adicionada ao sal mineralizado (SILVA e OLIVEIRA,
1985).
Embora o uso de uréia proporcione várias vantagens na alimentação de
bovinos, a sua utilização inadequada pode acarretar sérios danos à saúde, podendo
levar à morte, principalmente por intoxicação aguda (MORRIS; PAYNE, 1970). A
intoxicação ocorre esporadicamente, mas quando de seu surgimento o quadro é
drástico, rápido e na maioria das vezes mortal, podendo desencadear quadros letais
em até 30 minutos após a sua ingestão (BARTLEY et al., 1976; ORTOLANI et al.,
2000; WORD et al., 1969). Embora muitos utilizem a denominação errônea de
intoxicação por uréia, o que se constata é que os animais sucumbem devido a
hidrólise ruminal da uréia gerando um acúmulo de amônia, a qual absorvida em
grande quantidade pode desencadear um grave quadro tóxico (HALIBURTON;
MORGAN, 1989).
A intoxicação pela amônia pode ocorrer quando ruminantes têm acesso a grandes
quantidades de uréia ou se ela é ingerida por animais não adaptados a este composto, ou
mesmo, quando é inadequadamente misturada aos alimentos (CALDOW; WAIN, 1991;
DAVIS; ROBERTS, 1959; ORTOLANI et al., 2000; RADOSTITS et al., 2002; REPP et al.,
1955).
Embora se conheça bastante os efeitos do excesso de amônia sobre o organismo,
pouco ainda se tem avançado em tratamentos que antagonizem com eficiência os súbitos e
letais quadros de intoxicação (ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). Até o final da década
passada o tratamento se baseava na administração oral ou intraruminal de grandes quantidades
de vinagre. Porém, na prática esta terapia tinha resultados bastante pobres, ocorrendo a morte
de 100% dos animais tratados quando esta substância era empregada em quadros avançados,
já com surgimento de episódios convulsivos.
ORTOLANI et al. (2000) foram os primeiros a obterem resultados amplamente
satisfatórios quando além do vinagre era instituído um tratamento parenteral a base de
hidratante isotônico e diurético de “alça”. Posteriormente, Kitamura (2002) e Kitamura et al.
(2003) desenvolveram um modelo experimental seguro e reflexivo da intoxicação natural para
testar mais profundamente os mecanismos de ação daqueles tratamentos supracitados tanto
em bovinos como em ratos intoxicados por amônia. Esses autores revelaram que durante a
intoxicação os animais se tornavam desidratados diminuindo a produção de urina e a excreção
de amônia por este fluido. Constataram ainda que a amônia passava a ser mais eliminado pela
urina quando no tratamento se empregava de grandes quantidades de hidratante isotônico,
infundidos rapidamente, assim como com o uso de diurético que também incrementasse esse
processo.
Embora os resultados fossem bastante promissores e favoráveis várias indagações e
hipóteses resultaram daqueles trabalhos com o objetivo de melhorar mais a eficiência do
tratamento da intoxicação por amônia. Entres as hipóteses surgidas ressaltava-se o emprego
de solução salina hipertônica, visto que este medicamente consegue reverter satisfatoriamente
quadros de choque hipovolêmico e hemorrágico, aumentando, entre outros efeitos, a produção
e excreção de urina nesses pacientes (CONSTABLE, 1999; CONSTABLE et al., 1994).
Os mecanismos da intoxicação por amônia, seu efeito deletério nos vários sistemas
orgânicos dos animais, assim como a ação dos diversos medicamentos citados anteriormente
são bastante complexos e exigem uma explanação mais detalhada, a qual será feita na revisão
de literatura, no capítulo a seguir.
2 REVISÃO DE LITERATURA
O Brasil é possuidor do maior rebanho comercial do mundo de aproximadamente de
192 milhões de cabeças, sendo grande parte criadas em regime extensivo, e em solos de
gramíneas com baixos teores de proteína bruta. Havendo a necessidade de se adequar
eficientemente às carências nutricionais do rebanho a uma relação custo/benefício compatível
com o crescimento da produção nacional de carne bovina (ANUALPEC, 2003; TILLMAN;
SIDHU, 1969).
Bovinos criados em condições extensivas de pastagens em climas tropicais podem
sofrer carência protéica, se a dieta não estiver devidamente balanceada às condições
fisiológicas. A baixa fertilidade do solo é o principal fator da sua capacidade de suporte, que
levam o criador a prejuízos contabilizados a longo prazo, que não são notados sem que haja
permanente controle da produção. Os rebanhos apresentam menor desempenho produtivo, até
menor resposta imunológica às parasitoses e infecções, diminuição da produção leiteira e
retardo no crescimento (ANUALPEC, 2003; MINSON, 1990; RADOSTITS et al., 2002).
Os produtos nitrogenados não protéicos (NNP) em especial a uréia, tem sido durante
anos, tema de centenas de pesquisas por se tratar de um substituto à proteína de baixo custo e
relativa facilidade de administração (ANTONELLI, 2003; BOIN, 1994; ORTOLANI et al.,
2000; VISEK, 1968).
Com as novas medidas de manejo de suplementação invernal, estima-se que pelo
menos 45 milhões de bovinos recebam ração contendo uréia, que pode substituir até 35% do
nitrogênio protéico da dieta (FRØSLIE, 1977; HELMER; BARTLEY, 1971; VAN HORN et
al., 1967).
A habilidade exclusiva dos ruminantes de converter NNP em proteína microbiana é
devido à simbiose existente entre os microrganismos do rúmen e o animal hospedeiro. A
quebra por hidrólise da uréia em amônio (NH4+) e amônia (NH3), é o primeiro passo no
metabolismo da uréia ruminal, principalmente devido à alta atividade da urease (HELMER;
BERTLEY, 1971).
A microbiota ruminal precisa adaptar-se à quantidade de amônia/amônio que é
liberada, para poder assimilar nas proteínas bacterianas que podem ser digeridas no abomaso
e intestinos. A amônia tem vida curta, sendo rapidamente convertida no ciclo da uréia no
fígado e excretada, a menos que sua quantidade seja excessiva no sangue. A absorção e
distribuição da amônia através das membranas são altamente influenciadas pelo gradiente de
pH, devido à dissociação para o íon amônio (FRØSLIE, 1977; HUBER, 1978).
No sistema porta a amônia é enviada aos hepatócitos para ser detoxicada no ciclo da
uréia, onde a molécula de amônia se combina com a de aspartato formando a molécula de
uréia, praticamente inócua (VISEK, 1979). O funcionamento do ciclo de uréia necessita da
atividade de cinco enzimas (carbamil fosfato sintetase, ornitina transcarbamilase,
argininosuccinato sintetase, argininosuccinase e arginase) da presença de cinco substratos
(aspartato, arginina, ornitina, citrulina e argininosuccinato). Ratos com intoxicação por
amônia tiveram uma menor mortalidade quando medicados com arginina, citrulina e ornitina
devido o aumento substancial da atividade do ciclo da uréia (GREENSTEIN et al., 1956;
MOORE; VARGA, 1996; ORTOLANI; MARCONDES, 1995; VISEK, 1979). E a eficiência
destas substâncias em bovinos foi comprovada por Kitamura (2002), onde os animais tratados
retornaram o apetite e voltaram a permanecer em estação mais rapidamente do que os animais
controle. Porém, a hiperamoniemia pode diminuir a eficiência do ciclo da uréia, por bloquear
a atividade da enzima glutamina sintetase, assim como o ciclo do ácido cítrico, diminuindo a
oferta de ATP para a transformação de amônia em uréia (FRØSLIE, 1977; VISEK, 1979).
Vários fatores podem predispor a intoxicação por amônia nos animais: o jejum
prolongado, dietas com muita fibra e baixa energia, pH ruminal elevado, que promove a
forma não ionizada de amônia, aumentando a absorção, desidratação ou baixa ingestão de
água; insuficiência hepática e excesso de ingestão de uréia (OSWEILER, 1998).
A amônia em excesso liberada no rúmen pela urease, não é utilizada pelas bactérias
ruminais, sendo absorvidas pela corrente sangüínea através da parede retículo-ruminal,
resultando em hiperamoniemia dentro de 30 minutos e 2 horas pós-ingestão Essa amônia é
incorporada ao ácido glutâmico, numa reação que envolve a redução do ácido α-
cetogulutarato, que é catalisado pelo ácido glutâmico desidrogenase, da mucosa do rúmen
(HELMER; BARTLEY, 1971). A atividade máxima da uréase ocorre no pH entre 7,0 a 8,5
(FRØSLIE, 1977; MAHEADEVAN et al., 1976).
A amônia satura a síntese da glutamina, causando uma série de desordens nos
processos celulares, resultando em baixa produção de energia e por último inibindo a
respiração celular (HALIBURTON; MORGAN, 1989). O teor de glutamato está aumentado,
e o α-cetoglutarato diminui na presença do aumento de amônia plasmática, levando há uma
redução súbita da produção de energia com a interferência no ciclo de Krebs, e causando
redução na atividade neurotransmissora. As células começam a produzir energia, por meio da
glicólise gerando grandes quantidades de ácido láctico. A amônia deprime o consumo de
oxigênio e diminui os níveis de ATP no cérebro, além de interferir na habilidade do tecido
nervoso em utilizar a glicose, resultando em tremores musculares e quadros convulsivos. Os
hepatócitos requerem uma quantidade maior de energia, acima do normal, para sintetizarem
uréia, quando há alta concentração de amônia (KANEKO et al., 1997; KOPCHA, 1987;
ORTOLANI; ANTONELLI, 2004).
O excesso de amônia ao interferir no metabolismo da glicose, leva a marcada
hiperglicemia durante a intoxicação (DAVIDOVICH et al., 1977b). Os teores de glicose
plasmática podem se elevar de três a cinco vezes (EDJTEHADI et al., 1978), podendo ser
usada como um marcador da severidade da intoxicação, devido a maior liberação de
glucagon, o qual estimula a gliconeogênese, para a glicogenólise hepática como um resultado
da liberação de adrenalina na corrente sangüínea e reduzido uso da glicose pelos tecidos
periféricos (SPIRES; CLARK, 1979; SYMONDS et al., 1981), além de uma menor ação da
insulina, hormônio mediador da passagem da glicose da corrente para as células
(FERNANDEZ et al., 1990; VISEK, 1984).
A principal conseqüência da glicólise é a alta produção de ácido láctico, que se
dissocia rapidamente no sangue em lactato-L e H+. Com o aumento do grau da acidose
metabólica que se instala, há uma progressiva troca de H+ do plasma para o K+ do meio
intracelular, resultando em hipercalemia, a qual pode resultar em parada cardíaca e
conseqüente morte do animal (BARTLEY et al., 1976; FRØSLIE, 1977; MORRIS; PAYNE,
1970; ORTOLANI; MARCONDES, 1995; VISEK, 1979).
Nos túbulos renais, a glutamina é desaminada e forma o glutamato e amônia por meio
da atividade da glutaminase. A amônia no lúmen do túbulo renal é convertida em amônio pela
captação do H+, sendo, portanto um importante mecanismo para remover o H+ e manter o
equilíbrio ácido-básico do organismo (KANEKO et al., 1997).
Quanto maiores forem o fluxo urinário, o grau de acidez tanto da urina como a do
sangue, maiores serão as excreções urinárias de amônio (GOOD et al., 1987; GRABER et al.,
1981; MALNIC; MARCONDES, 1986). Edjtehadi et al. (1978) relataram que numa
intoxicação experimental por amônia em ovinos, os que conseguiram sobreviver apresentaram
intensa diurese, o que não ocorreu com os demais. Os diuréticos poderiam também interferir
na excreção de amônio urinário, já que estes aumentam a produção urinária.
Durante a intoxicação por amônia existe o desenvolvimento de desidratação, causada
possivelmente pela passagem de fluídos para os pulmões, gerando um quadro de edema
pulmonar (KOPCHA, 1987; ORTOLANI; MARCONDES, 1995; ORTOLANI et al., 2000;
ROLLER et al., 1982). O edema pulmonar ocorre devido à conhecida ação irritante que a
amônia tem sobre os pulmões. É possível que além da hiperamoniemia a amônia tenha acesso
aos pulmões pela erutação e entrada do gás amônia (BARTLEY et al., 1976). É reconhecido
que um dos principais mecanismos compensatórios para diminuir os efeitos deletérios da
desidratação é a redução no fluxo sangüíneo para os rins, reabsorção de água pelos túbulos
renais, e conseqüente menor produção de urina (RADOSTITS et al., 2002). Assim, parece
lógico o tratamento de animais intoxicados por amônia com o uso de fluidoterapia, para
combater a desidratação, e de diurético para diminuir o edema pulmonar, restituir este fluido
“seqüestrado” para a corrente circulatória e aumentar ao mesmo tempo a produção de urina.
Ortolani et al. (2000) trataram cinco caprinos intoxicados por amônia, sendo que dois já
apresentavam quadro convulsivo, com solução salina (iv) e furosemida (im), onde todos os
animais apresentaram plena recuperação, após desenvolverem intensa diurese. As eficiências
destes tratamentos alternativos foram estudados por Kitamura (2002), mostrando que os
animais tratados com essas duas substâncias, apresentaram um melhor retorno de apetite,
diminuição do edema pulmonar em menores tempos do que os animais controle, visto que a
terapia ainda em uso é administração de ácidos fracos no rúmen, para diminuir o pH do fluído
deste órgão e aumentar a transformação de amônia em amônio. Contudo, muitas vezes quando
este tratamento é realizado os resultados não são satisfatórios, pois quantidades pronunciadas
de amônia já foram absorvidas e já estão provocando efeitos deletérios no organismo dos
animais. Bartley et al. (1976) trataram com ácido acético, 125 bovinos intoxicados por
amônia no início dos tremores musculares e mesmo assim 25 animais (20%) morreram. Word
et al. (1969) realizaram o mesmo tratamento quando do início dos episódios convulsivos
ocorrendo a morte de todos os bovinos.
Pequenas concentrações de amônia podem passar incólumes da transformação
hepática e excreção renal, sem causar danos ao organismo. Caso o ingresso de amônia
ruminal seja excessivo, ultrapassando a capacidade do ciclo da uréia, este composto alcançará
a circulação periférica penetrando nas células em especial nas do sistema nervoso central e
periférico (DAVIDOVICH et al., 1977a; LEWIS, 1960; LEWIS et al., 1957; O´CONNOR;
COSTELL, 1990). Um estudo demonstrou que durante a intoxicação por amônia em bovinos,
que o teor desta substância é 30% inferior na veia jugular que na artéria carótida, indicando
que ocorreu retenção desta no SNC (BARTLEY et al., 1976). Tanto os altos teores de amônia
como a menor atividade do ciclo de Krebs no SNC, geram a maioria dos sinais nervosos
observados, como irritabilidade, incoordenação dos movimentos, sialorréia, atonia ruminal,
meteorismo gasoso, diarréia, prostação, decúbito esternal e lateral, vocalização, midríase,
nistagmo, e quadro convulsivo (BOLING et al., 1976; DAVIS; ROBERTS, 1959;
EDJTEHADI et al., 1978; HALIBURTON; MORGAN, 1989; HELMER; BARTLEY, 1971;
KITAMURA, 2002; ORTOLANI; MARCONDES, 1995; STILES et al., 1970; WORD et al.,
1969;). A amônia promove a desestabilização na passagem do estímulo nervoso, gerando o
quadro de tetania muscular (KOPCHA, 1987; VISEK, 1984).
O modelo clássico de indução é por meio de administração de doses relativamente
altas de uréia no interior do rúmen (BARTLEY et al., 1976; WORD et al., 1969). O principal
inconveniente deste método é que a reação dos animais é imprevisível. Bartley et al. (1976)
para ter sucesso em 125 induções tiveram que repetir a intoxicação várias vezes. Outro
problema revelado é quanto a absorção da amônia ruminal, pois enquanto a concentração de
amônio ruminal foi idêntica entre os intoxicados ou não, o teor de amônia sangüínea foi cerca
de duas vezes maior nos bovinos que se intoxicaram (BARTLEY et al., 1976). O modelo
proposto por Kitamura et al. (2003) por meio de infusão de solução de cloreto de amônio a
1,5M por via intravenosa, é altamente eficiente, com reações previsíveis e controláveis,
podendo ser utilizados no ensino acadêmico.
Até o momento, o tratamento usual mais proposto, é a rápida administração de ácidos
fracos (ácido acético ou vinagre) transformando a amônia em amônio e diminuindo sua
absorção pela parede ruminal (BARTLEY et al., 1976; DAVIS; ROBERTS, 1959; WORD et
al., 1969). O ácido fraco deve ser administrado o mais rápido possível, nos primeiros sinais
clínicos. Quando utilizado como único tratamento, nova administração deve ocorrer dentro de
30 minutos após a primeira infusão do ácido (WORD et al., 1969). Bartley et al. (1976)
induziram experimentalmente a intoxicação por amônia em garrotes, e aos primeiros sinais de
tetania os animais eram medicados com quantidades suficientes de ácido acético. Apesar do
tratamento, este não foi suficiente para evitar que 20% dos garrotes sucumbissem, exibindo
quadro clássico da intoxicação. Outro detalhe importante no tratamento é a velocidade com
que os sinais ocorrem nesta intoxicação, exigindo que o veterinário atue de maneira
emergencial e que o mesmo tenha a sua pronta disposição o “antídoto”, em quantidade
suficiente, assim como a sonda esofágica, condições nem sempre encontrados na rotina. Além
deste fator, relatos de campo têm surgido informando que acidentes nesse tratamento são
freqüentes, principalmente quando o mesmo é realizado por leigos e quando da administração
de ácido fraco em bovinos apresentando quadro convulsivo, onde muitas vezes este fluido
encontra o pulmão, gerando uma pneumonia por aspiração.
Kitamura (2002) recomendou a utilização dos aminoácidos do ciclo da uréia e
diurético no tratamento dos animais intoxicados, visando à diurese em maior quantidade,
maior excreção de quantidades de amônia (35% do cloreto de amônia infundido), e por
apresentarem uma rápida queda nos teores de amônia plasmática e de lactato-L. A melhora
clínica foi evidente, com retorno mais rápido da movimentação ruminal, do tempo para se
manter em estação, do apetite, além de uma mais rápida recuperação do edema pulmonar,
quando comparados com o grupo controle que necessitaram ao término do experimento de um
tratamento intensivo para não sucumbirem.
Estes resultados supracitados significaram uma ruptura no até então conhecimento da
terapia da intoxicação, em especial a geração do conhecimento que a diurese alivia o quadro
da intoxicação por eliminação de amônio pela urina e que o uso de solução hidratante,
aminoácidos do ciclo da uréia e diurético aumenta significativamente a excreção de amônia
urinária e a eficiência de desintoxicação. Mesmo assim, pensa-se que estes protocolos de
tratamento possam ser melhores estudados com o fito de incrementar a eficiência, a
viabilidade e o custo da terapia. Embora os aminoácidos do ciclo da uréia comprovadamente
aumentem a transformação de amônia em uréia o seu altíssimo custo dificulta e quase
inviabiliza seu uso na rotina clínica. Para contrapor a não utilização destes aminoácidos num
protocolo de tratamento deve-se aumentar a eficiência da excreção de amônia pela urina.
Teoricamente, algumas são as possibilidades para atingir tal escopo. A primeira delas seria o
aumento da velocidade de fluxo de hidratante injetado pela via intravenosa. Porém, no
trabalho de Kitamura (2002) a vazão do fluxo foi ao redor de 8 min/L de solução salina
isotônica, considerada bastante alta na rotina clínica, tornando quase inviável um aumento
maior nessa vazão.
Uma outra possibilidade seria o uso intravenoso inicial de solução salina hipertônica
(2460,7 mOsm/L; na vazão de 0,6 mL/kg PV/min), a qual rapidamente aumentará a
osmolaridade intravascular fazendo com que parte dos fluidos presentes no espaço
extracelular, intraruminal e até mesmo intracelular migrem para os vasos sangüíneos,
corrigindo rapidamente a hipovolemia, o fluxo sangüíneo renal e aumentando assim a
produção urinária (CONSTABLE, 1999). Para aumentar a eficiência deste tratamento poder-
se-ia administrar alguns litros de água no rúmen para permitir que este fluido possa migrar
para o espaço intravascular por diferença de gradiente osmótico. Após a aplicação de cerca de
2 a 3 litros de solução salina hipertônica o tratamento seria complementado com infusão, pela
mesma via, de solução salina isotônica. Embora estas alternativas hipoteticamente possam ter
uma ação benéfica no tratamento da intoxicação superaguda por amônia, há necessidade de se
realizar uma avaliação experimental que testifique tal efeito.
Uma terceira possibilidade de tratamento seria aumentar a excreção renal de amônio
com o uso de diurético de ação na alça de Henle. O principal deles e mais utilizado na rotina é
a furosemida. Este diurético aumenta a excreção urinária de água, íons Na+, K+, Cl- e H+,
acidificando a urina. Normalmente, parte do amônio urinário excretado no túbulo contornado
proximal é reabsorvida na alça ascendente de Henle; porém a ação da furosemida e a
diminuição do pH urinário fazem com que partes dos íons amônio não sejam reabsorvidas
naquele segmento, sendo assim excretados na urina (BRENNER, 1996). A furosemida foi
utilizada com sucesso por Kitamura (2002) que notou que o diurético aumentava o volume
urinário e diminuía o edema pulmonar.
3 OBJETIVOS
Avaliar a eficiência de alguns tratamentos em quadro de intoxicação superaguda experimental
em bovinos por amônia, por meio de infusão de solução salina isotônica ou hipertônica,
associado à administração oral de água, e de uso ou não de furosemida, acompanhando-se
variáveis clínicas e laboratoriais que indiquem o grau de recuperação e a capacidade de
desintoxicação daquela substância.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 MATERIAIS
4.1.1 Animais e dieta
Foram utilizados vinte e cinco garrotes hígidos, mestiços, com cerca de 18 meses de
idade e 250 kg de peso vivo. Os animais foram mantidos confinados, em baias individuais,
recebendo uma dieta composta de feno de coast cross, Cynodon dactilon (L) pers oferecida
ad libitum, e 0,5% de seus pesos vivos em concentrados, afim de que a ração não contenha
mais que 12% de proteína bruta.
Deve-se frisar que tal ração não possuiu qualquer fonte de nitrogênio-não-protéico. Os
animais receberam a dieta por no mínimo 20 dias antes do início do experimento.
4.1.2 Instalações
Os animais foram mantidos em baias individuais,nas dependências do “Galpão de
Experimentação Clínica de Ruminantes” do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP). Os bovinos
foram pesados quando chegaram no galpão e no dia anterior à indução, utilizando-se uma
balança com capacidade para 1.500kg e sensibilidade de 200g, da marca Filizola®, modelo
3106100.
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Delineamento Experimental
Após a indução de intoxicação por amônia, seguindo ao bem-sucedido modelo
experimental preconizado por Kitamura et al. (2003), os animais foram distribuídos
aleatoriamente em um dos cinco tratamentos, sendo que cada um destes continha cinco
bovinos, num delineamento multifatorial, inteiramente casualizado:
Grupo 1 – controle (C), com infusão de 300 mL de solução fisiológica no decorrer de
quatro horas;
Grupo 2 – tratado com 30 mL/kg PV de solução salina isotônica no decorrer de quatro
horas, associado a administração de 4 L de água no interior do rúmen por meio de sonda
esofágica;
Grupo 3 – o mesmo tratamento do grupo 2, além de dose única de furosemida (iv)
(2mg/kg PV);
Grupo 4 – tratado inicialmente com 5 mL/kg PV de solução salina hipertônica (7,2%)
(2460,7 mOsm/L) infundida nos primeiros 30 minutos, seguida de 20 mL/kg PV de solução
salina isotônica aplicada no decorrer de 3,5 h subseqüentes, associada a administração de 4 L
de água no rúmen;
Grupo 5 – o mesmo tratamento do grupo 4, mais uma dose única de furosemida (iv)
(2mg/kg PV).
4.2.2 Procedimentos Experimentais
A intoxicação foi realizada somente uma vez em cada animal no decorrer do
experimento, seguindo o protocolo instituído por Kitamura et al. (2003). A intoxicação foi
induzida com a infusão de 1,5M de cloreto de amônio diluído em água bidestilada, livre de
outros compostos nitrogenados, estabilizada num pH 7,0. Esta solução foi infundida por um
cateter de polietileno de 30 cm x 1,4 mm (Intracath®) fixado na veia jugular externa esquerda.
Foi injetado 400mL/h utilizando um controlador automático de fluxo (Digibomb®), como
descrito por Kitamura et al. (2003). Após o surgimento do primeiro episódio convulsivo a
infusão era interrompida e de imediato era procedido o início do tratamento, de acordo com os
grupos estabelecidos.
Foram coletadas amostras de sangue no início do experimento, tremores musculares e
no surgimento do episódio convulsivo e no decorrer das quatro horas de tratamento para a
determinação de amônia, lactato-L e glicose plasmáticas, uréia, creatinina, sódio e potássio
séricos, hematócrito e determinação de pH sangüíneo, concentrações de bicarbonato e excesso
de ácido-base (ABE).
A produção total de urina foi registrada durante todo o experimento. Cerca de uma
hora antes do início do ensaio, foi aderido, por meio de fita comercial no prepúcio de cada um
dos animais, um tubo de borracha cirúrgico flexível (Latex Altamira®) que conduzia a urina
para um frasco plástico para a obtenção do volume urinário. As concentrações de amônio,
uréia e creatinina foram determinadas em alíquotas de urina e então multiplicadas ao volume
correspondente para se saber a concentração de amônio ou uréia urinária total. Foram
determinados na urina, o pH e a densidade.
Amônia plasmática e amônio urinário, uréia, glicose e lactato-L foram determinados
com kits reativos (Raichem®, Bayer®, Biotrol®, Sigma®); creatinina foi mensurada pela
técnica descrita por Lutsgarten e Wenk (1972), a uréia foi determinada pela técnica de Talke e
Schubert (1964), pH de sangue venoso, bicarbonato e ABE foram determinados num
analisador hemogasométrico (AVL®), imediatamente após a colheita do sangue. O potássio e
o sódio foram determinados por fotometria de chama.
Além dessas determinações foram avaliadas as seguintes variáveis clínicas, nos
mesmos momentos descritos para as colheitas de sangue: freqüências cardíaca e respiratória,
temperatura retal, movimentos do rúmen, volume de urina produzido durante a indução e após
o tratamento, grau de recuperação após o tratamento (tempo para o animal voltar a
permanecer em estação; auscultação pulmonar, para detecção de estertores úmidos indicativos
de edema pulmonar; tempo para retorno do apetite).
5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Dependendo da distribuição dos dados, analisados pela prova de Kolgomorov e
Smirnov, estes foram avaliados segundo métodos estatísticos paramétricos ou não-
paramétricos. Na ocorrência do primeiro caso, os dados foram inicialmente avaliados através
de teste F (análise de variância), e quando significativo, as médias foram confrontadas pelo
teste de múltipla amplitude de Tukey (SAMPAIO, 1998). No caso de testes não-paramétricos
os mesmos foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis (SIEGEL, 1975). Quando
necessário foi calculado o coeficiente de correlação de Pearson entre duas variáveis; regressão
linear entre duas variáveis foi calculada, e sua significância avaliada por meio de análise
variância (SNEDCOR; COCKRAM, 1967). Para a comparação da ocorrência de edema foi
utilizado o teste exato de Fischer (MASSAD et al., 2004).
As análises foram processadas com o auxílio do programa estatístico computadorizado
(MINITAB, 2000).
6 RESULTADOS
6.1 AMÔNIA PLASMÁTICA
A amônia plasmática no momento zero, quando todos os animais apresentaram no
mínimo um episódio convulsivo e foi iniciado o tratamento, não diferenciou entre os cinco
grupos. Contudo, a partir dos 120 min, até o final do experimento, os grupos 4 e 5, e dos 180
min os grupos 2 e 3 apresentaram menores valores de amônia plasmática que o grupo controle
(Tabela 1 e Gráfico 1).
Tabela 1 – Teores de amônia plasmática (uM/L) em animais submetidos à intoxicação por
amônia e submetidos a diferentes protocolos de tratamento. - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 1806 ± 462 Aa
1452 ± 428 Aa
1440 ± 555 Aab
1291 ± 542 Aab
1029 ± 474 Abc
747 ± 330 Acd
617 ± 343 Ad
402 ± 246 Ad
230 ± 156 Ad
p<0,0001
Grupo 2 1544 ± 233 Aa
1287 ± 470 Aa
1169 ± 440 Aa
900 ± 311 Aab
565 ± 210 Abc
358 ± 170 Acd
229 ± 97
ABcd 68 ± 21 Bd
52 ± 6 Bd
p<0,0001
Grupo 3 2216 ± 88 Aa
1555 ± 706 Aa
1266 ± 595 Aa
1038 ± 528 Aab
654 ± 420 Abc
456 ± 282 Acd
368 ± 172 ABcd
157 ± 113 ABd
89 ± 18 Abd
p<0,0001
Grupo 4 1505 ± 464 Aa
1218 ± 311 Aa
1069 ± 286 Aab
984 ± 282 Aab
714 ± 248 Abc
473 ± 181 Acd
214 ± 79
Bd 73 ± 31 Bd
71 ± 57 Bd
p<0,0001
Grupo 5 1841 ± 458 Aa
1683 ± 476 Aa
1301 ± 504 Aab
1132 ± 475 Aab
713 ± 308 Abc
453 ± 279 Acd
214 ± 48
Bcd 84 ± 30 Bd
59 ± 20 Bd
p<0,0001
Signif p>0,2 p>0,6 p>0,8 p>0,7 p>0,3 p>0,1 p<0,03 p<0,007 p<0,01
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
0
500
1000
1500
2000
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Am
ôn
ia p
las
má
tic
a (
uM
/L)
G 1
G 2
G 3
G 4
G 5
Gráfico 1 - Concentração de amônia plasmática em bovinos intoxicados por amônia no decorrer
do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006
6.2 VOLUME GLOBULAR
Maiores valores de volume globular foram detectados nos animais do grupo 3 em
relação aos grupos 4 e 5, no 10º e 20º min, sendo que no 30º e 90º min o tratamento 3 foi
superior ao 4. Dentro dos tratamentos só existiu diferença significativa no grupo 4, sendo
maior no momento zero que no 90º, 120º e 180º min (Tabela 2 e Gráfico 2).
Tabela 2 – Valores de volume globular (%) em animais submetidos à intoxicação por amônia e submetidos a diferentes protocolos de tratamento - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 37,6 ± 4,2 Aa
37,6 ± 4,2 Aa
37,2 ± 4,4 ABa
37,8 ± 4,7 ABa
37,4 ± 4,9 Aa
36,4 ± 4,4 ABa
34,4 ± 3,1 Aa
32,0 ± 2,9 Aa
32,6 ± 2,1 Aa
p>0,1
Grupo 2 33,6 ± 7,3 Aa
34,6 ± 7,4 ABa
34,2 ± 7,7 ABa
33,4 ± 7,3 ABa
31,8 ± 7,6 Aa
32,5 ± 8,0 ABa
29,8 ± 7,3 Aa
28,6 ± 6,7 Aa
28,0 ± 6,0 Aa
p>0,7
Grupo 3 39,0± 5,0 Aa
39,0 ± 4,0 Aa
39,4 ± 3,8 Aa
38,8 ± 4,6 Aa
38,6 ± 5,8 Aa
37,8 ± 7,2 Aa
35,8 ± 7,3 Aa
33,4 ± 7,4 Aa
32,6 ± 8,1 Aa
p>0,5
Grupo 4 34,0 ± 4,6 Aa
31,0 ± 4,1 Bab
29,6 ± 4,4 Babc
29,2 ± 5,1 Babc
29,5 ± 4,9 Aabc
26,4 ± 2,8 Bbc
27,5 ± 6,4 Abc
23,8 ± 2,4 Ac
25,2 ± 1,8 Abc
p<0,01
Grupo 5 34,8 ± 3,1 Aa
32,2 ± 3,1 Ba
31,6 ± 4,1 Aa
32,2 ± 3,4 ABa
32,2 ± 4,6 Aa
32,8 ± 5,4 ABa
31,8 ± 5,5 Aa
30,2 ± 4,9 Aa
27,7 ± 3,6 Aa
p>0,5
Signif p>0,4 p<0,05 p<0,04 P<0,04 p>0,09 P<0,04 p>0,2 p>0,08 p>0,1
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
20
25
30
35
40
45
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Vo
lum
e G
lob
ula
r (%
)
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Gráfico 2 – Porcentagem do volume globular em bovinos intoxicados por amônia no
decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006
Quando os resultados de volume globular foram reunidos em três grandes grupos, ou
seja, controle, salina isotônica (grupo 2 e 3) e salina hipertônica (grupo 4 e 5) constataram-se
maiores valores no 10º, 20º e 30º min nos grupos controle e isotônica do que na hipertônica.
Dentro do grupo hipertônica, maiores valores de volume globular foi constatados no tempo
basal em relação ao 180º e 240º min (Tabela 3 e Gráfico 3).
Tabela 3 – Valores de volume globular (%) em animais submetidos à intoxicação por amônia e
tratados com soluções salinas isotônicas ou hipertônicas. - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Controle 37,6 ± 4,2 Aa
37,6 ± 4,2 Aa
37,2 ± 4,4 Aa
37,8 ± 4,7 Aa
37,4 ± 4,9 Aa
36,4 ± 4,4 Aa
34,4 ± 3,1 Aa
32,0 ± 2,9 Aa
32,6 ± 2,1 Aa
p>0,1
Grupo com NaCl 0,9%
36,3 ± 6,6 Aa
36,8 ± 6,1 Aa
36,8± 6,4
Aa 36,1 ± 6,5 Aa
35,2 ± 7,3 Aa
35,4 ± 7,6 Aa
32,8 ± 7,6 Aa
31 ± 7,1 Aa
30,3 ± 7,2 Aa
p>0,2
Grupo com NaCl 7,2%
34,4 ± 3,7 Aa
31,6 ± 3,3 Bab
30,6 ± 4,1 Bab
30,7 ± 4,4 Bab
30,7 ± 4,7 Aab
29,6 ± 5,3 Aab
29,9 ± 5,9 Aab
27 ± 5,0 Ab
26,3 ± 2,9 Ab
p<0,01
Signif p>0,5 p<0,03 p<0,02 p<0,03 p>0,1 p>0,07 p>0,4 p>0,2 p>0,08
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Vo
lum
e G
lob
ula
r (%
)
Controle
Grupo com NaCl 0,9%
Grupo com NaCl 7,2%
Gráfico 3 – Porcentagem de volume globular em bovinos intoxicados por amônia no
decorrer do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006
6.3 BATIMENTOS CARDÍACOS
Todos os animais apresentavam-se taquicárdicos quando do início do experimento
reduzindo numericamente, mas não de forma significativa, em todos os grupos no decorrer do
tratamento. Nos tempos 30 min e 90 min, o grupo 5 apresentou maior freqüência cardíaca que
o grupo 4 (Tabela 4 e Gráfico 4).
Tabela 4 – Freqüência cardíaca (bpm) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 99± 21 Aa
104± 35 Aa
109± 24
Aa 104± 29
ABa 101± 30
Aa 90 ± 27
ABa 86 ± 36
Aa 98 ± 22
Aa 86 ± 14
Aa p>0,8
Grupo 2 110±12 Aa
90± 33 Aa 86 ± 24
Aa 87 ± 22
ABa 79±15,6
Aa 89 ± 19
ABa 86 ± 24
Aa 88 ± 26
Aa 77 ± 18
Aa p>0,1
Grupo 3 106±27 Aa
105± 36
Aa 110± 22
Aa 108± 18
ABa 108± 22
Aa 103 ± 8
ABa 89 ± 23
Aa 90 ± 22
Aa 86 ± 14
Aa p>0,5
Grupo 4 89 ± 33 Aa
95 ± 32
Aa 79 ± 24
Aa 73 ± 15
Ba 83 ± 14
Aa 69 ± 11
Ba 79 ± 8 Aa
88 ± 17
Aa 80 ± 11
Aa p>0,6
Grupo 5 108±36
Aa 102± 30
Aa 104± 23
Aa 111 ± 8
Aa 109± 15
Aa 109 ± 8
Aa 103± 13
Aa 80 ± 25
Aa 85 ± 17
Aa p>0,3
Signif p>0,7 p>0,9 p>0,3 P<0,02 p>0,8 p<0,01 p>0,5 p>0,8 p>0,8
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
60
70
80
90
100
110
120
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Fre
q. C
ardía
ca (bpm
)
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Gráfico 4 - Freqüência cardíaca em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do
tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006
Na tabela 5 e gráfico 5 está apresentada à comparação entre a freqüência cardíaca de
grupos que foram ou não medicados com furosemida, além do grupo controle. No 30º, 60º e 90º
min os animais tratados com furosemida manifestaram uma maior freqüência cardíaca que o
grupo medicado com outras soluções sem o uso de furosemida. No decorrer do tratamento com
furosemida existiu uma diminuição na freqüência cardíaca nos últimos dois tempos em relação
ao tempo zero.
Tabela 5 – Valores de freqüência cardíaca (bpm) em animais submetidos à intoxicação por
amônia e tratados sem furosemida ou com furosemida - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Controle 99± 21 Aa
104± 35 Aa
109± 24
Aa 104± 30
ABa 101± 30
ABa 90 ± 27
ABa 86 ± 36
Aa 98 ± 22
Aa 86 ± 14
Aa p>0,9
Grupo sem furosemida
98 ± 27 Aa
93 ± 30
Aa 83± 23 Aa
80 ± 19
Ba 81 ± 14
Ba 79 ± 18
Ba 82 ± 17
Aa 88 ± 20
Aa 79 ± 14
Aa p>0,4
Grupo com
furosemida
107±30 Aa
10 ± 31
Aa 107± 21
Aa 110± 14
Aa 109± 18
Aa 106 ± 8
Aa 94 ± 19
Aab 85 ± 23
Ab 86 ± 15
Ab p<0,04
Signif p>0,7 p>0,7 p>0,1 p<0,007 p<0,01 p<0,007 p>0,3 p>0,5 p>0,5
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
60
70
80
90
100
110
120
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Fre
qü
ênci
a C
ard
íaca
(b
pm
)
Controle
Grupo sem furosemida
Grupo com furosemida
Gráfico 5 - Valores de freqüência cardíaca em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do
tratamento sem furosemida e com furosemida - São Paulo - 2006
6.4 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
Embora tivesse ocorrido uma diminuição numérica na freqüência respiratória no
decorrer do experimento em momento nenhum foi significativa (p>0,1). Entre os tratamentos
nos diversos momentos também não foram constatadas alterações significativas (Tabela 6 e
Gráfico 6).
Tabela 6 – Freqüência respiratória (mpm) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia
e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos) 0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 33 ± 13 Aa
33 ± 14 Aa
31 ± 17
Aa 31 ± 11
Aa 25 ± 4
Aa 19 ± 4 Aa
18 ± 4 Aa
23 ± 11
Aa 20 ± 6
Aa p>0,1
Grupo 2 22 ± 5 Aa 19 ± 2
Aa 22 ± 4
Aa 22,8 ± 7
Aa 19 ± 3
Aa 18 ± 4
Aa 16 ± 4
Aa 17 ± 3
Aa 22 ± 2
Aa p>0,8
Grupo 3 23 ± 5 Aa 19 ± 3
Aa 17 ± 2 Aa
16 ± 4
Aa 16 ± 3
Aa 20,4 ± 5
Aa 19 ± 5
Aa 19 ± 4
Aa 21 ± 7
Aa p>0,3
Grupo 4 32 ± 16 Aa
26 ± 11
Aa 25 ± 12
Aa 25 ± 10
Aa 23 ± 7 Aa
29 ± 15
Aa 27 ± 14
Aa 27 ± 10
Aa 22 ± 8
Aa p>0,7
Grupo 5 28 ± 9 Aa 23 ± 10
Aa 21 ± 14
Aa 27 ± 19
Aa 24 ± 8
Aa 19 ± 4
Aa 18 ± 5
Aa 17 ± 3
Aa 19 ± 7
Aa p>0,6
Signif p>0,4 p>0,2 p>0,4 p>0,4 p>0,1 p>0,2 p>0,2 p>0,2 p>0,9
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Fre
qü
ênci
a re
spir
ató
ria
(mp
m)
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Gráfico 6 - Freqüência respiratória em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do
tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006 6.5 MOVIMENTOS RUMINAIS
Todos os bovinos apresentavam estase ruminal no momento zero, quando da
convulsão. No decorrer do experimento o retorno desses movimentos foi gradual e em
diferentes momentos. A partir dos 20 min os animais tratados começaram a manifestar
alguma movimentação, que se tornaram significativamente maiores que o grupo controle a
partir do 60º min, se repetindo também nos momentos 90, 120 e 240 min.
Maior tempo médio foi observado para que os animais do grupo controle começassem
a apresentar os movimentos ruminais em relação aos demais tratamentos (p<0,001) (Tabelas
7, 8, 9 e Gráfico 7).
Quando agrupados os resultados dos animais que receberam diferentes soluções
salinas detectou-se um mais rápido retorno dos movimentos de rúmen nos tratados com
solução hipertônica, que nos com salina isotônica, os quais foram inferiores ao grupo controle
(p<0,035).
Tabela 7 – Movimentos ruminais (mov/3 min) em bovinos submetidos à intoxicação por
amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 0 Ab 0 Ab 0 Ab 0 Ab 0 Bb 0,6 ± 0,5
Bb 0,6 ± 0,5
Bb 1,8 ± 0,5
Aa 1,8 ± 0,5
Ba p<0,0001
Grupo 2 0 Ac 0,2 ± 0,4
Ac 0,2 ± 0,4
Ac 0,2 ± 0,4
Ac 0,9 ± 0,9
ABc 1,9 ± 0,7
Ab 2,6 ± 0,9
Aab 2,4 ± 0,9
Aab 3,0 ± 1,2
ABa p<0,0001
Grupo 3 0 Ad 0 Ad 0,2 ± 0,4
Acd 0,4 ± 0,8
Acd 1,4 ± 1,1
ABbc 2,0 ± 0,7
Aab 2,0 ± 1,0
Aab 3,0 ± 1,4
Aa 2,8 ± 0,8
ABa p<0,0001
Grupo 4 0 Ac 0 Ac 0,2 ± 0,4
Ac 0,6 ± 0,5
Abc 1,6 ± 0,9
ABab 2,2 ± 1,3
Aa 2,2 ± 1,3
Aa 2,8 ± 1,5
Aa 2,2 ± 1,1
ABa p<0,0001
Grupo 5 0 Ac 0 Ac 0,2 ± 0,4
Ac 1,0 ± 0,7
Ac 2,0 ± 1,0
Ab 2,2 ± 1,1
Ab 2,2 ± 0,8
Ab 3,4 ± 0,9
Aa 3,6 ± 0,5
Aa p<0,0001
Signif p>0,9 p>0,4 p>0,9 p>0,1 p<0,01 p<0,05 p<0,03 p>0,2 p<0,03
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Mo
vim
ento
s ru
min
ais
(mo
v/3
min
)Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Gráfico 7 - Movimentos ruminais (mov/3min) em bovinos intoxicados por amônia no decorrer
do tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006
Tabela 8 – Momento de retorno dos movimentos ruminais (min) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Grupos estudados Retorno dos movimentos ruminais (min)
Grupo 1 144 ± 49 A
Grupo 2 60 ± 33 B
Grupo 3 58 ± 25 B
Grupo 4 40 ± 18 B
Grupo 5 34 ± 15 B
Significância p<0,001 Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Tabela 9 – Influência da solução aplicada sobre o momento de retorno dos movimentos ruminais (min) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia - São Paulo - 2006
Grupos Retorno dos movimentos ruminais (min)
Controle 144 ± 49 A
Sol. Isotônica 60 ± 27 B
Sol. Hipertônica 37± 16 C
Significância p<0,035
Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
6.6 TEMPERATURA RETAL
Maiores temperaturas retais foram detectadas no grupo 4 do 60º ao 240º min e no
grupo 5 do 120º ao 240º min em relação ao grupo controle (p<0,05). Dentro do grupo 2 foram
detectadas menores temperaturas retais nos momentos 60 e 90 min em relação aos primeiros
10 minutos de experimento (p<0,01) (Tabela 10 e Gráfico 8).
Tabela 10 – Temperatura retal (oC) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 37,7 ± 0,5 Aa
37,5 ± 0,6 Aa
37,2 ± 0,9 Aa
36,9 ± 0,8 Aa
36,3 ± 0,9 Ba
36,1 ± 1,1 Ba
36,2 ± 1,4 Ba
36,5 ± 1,4 Ba
37,0 ± 1,1 Ba
p>0,1
Grupo 2 38,0 ± 0,6 Aa
37,9 ± 0,7 Aa
37,5 ± 0,5 Aab
37,4 ± 0,5 Aab
36,7 ± 1,1 ABb
36,5 ± 0,8 ABb
36,7 ± 0,9 ABb
37,3 ± 0,7 ABab
37,9 ± 0,7 ABa
p<0,01
Grupo 3 38,1 ± 0,4 Aa
38,0 ± 0,5 Aa
37,8 ± 0,6 Aa
37,5 ± 0,2 Aa
36,9 ± 0,5 ABa
36,9 ± 1,2 ABa
37,0 ± 1,6 ABa
37,6 ± 1,6 ABa
37,9 ± 1,6 ABa
p>0,4
Grupo 4 38,4 ± 0,6 Aa
38,4 ± 0,5 Aa
38,3 ± 0,3 Aa
38,2 ± 0,6 Aa
38,2 ± 0,5 Aa
38,0 ± 0,5 Aa
38,2 ± 0,5 Aa
38,3 ± 0,5 Aa
38,6 ± 0,3 Aa
p>0,8
Grupo 5 38,4 ± 0,6 Aa
38,2 ± 0,9 Aa
38,0 ± 0,8 Aa
37,8 ± 1,1 Aa
37,6 ± 1,0 ABa
37,7 ± 1,0 ABa
38,1 ± 0,9 Aa
38,6 ± 0,8 Aa
38,9 ± 0,7 Aa
p>0,3
Signif p>0,2 p>0,4 p>0,1 p>0,09 p<0,01 p<0,02 p<0,04 p<0,05 p<0,05
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
35,5
36
36,5
37
37,5
38
38,5
39
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Tem
per
atu
ra R
etal
(o
C)
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 5
Gráfico 8 - Temperatura retal em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do
tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006 Quando foram agrupados os resultados dos animais medicados com solução salina
isotônica e hipertônica, constataram-se maiores temperaturas retais médias no grupo tratado
com solução do 20º min até o final do experimento em relação ao grupo controle, ocorrendo o
mesmo efeito do 60º ao 120º min em comparação com o grupo 2 (Tabela 11 e Gráfico 9).
Tabela 11 – Temperatura retal (oC) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e
tratados com diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Controle 37,7 ± 0,5 Aa
37,5 ± 0,6 Aa
37,2 ± 0,9 Ba
36,9 ± 0,8 Ba
36,3 ± 0,9 Ba
36,1 ± 1,1 Ba
36,2 ± 1,4 Ba
36,5 ± 1,4 Ba
37,0 ± 1,1 Ba
p>0,1
Grupo com NaCl 0,9%
38 ± 0,5 Aa
38 ± 0,6
Aa 37,7±
0,6 ABab 37,4 ± 0,4 ABab
36,8 ± 0,8 Bab
36,7 ± 1 Bb
36,8 ± 1,2 Bab
37,4 ± 1,1 ABab
37,9 ± 1,1 ABab
p<0,002
Grupo com NaCl 7,2%
38,4 ± 0,5 Aa
38,3 ± 0,7 Aa
38,1 ± 0,6 Aa
38 ± 0,8 Aa
37,9 ± 0,8 Aa
38,2 ± 0,7 Aa
38,2 ± 0,7 Aa
38,4 ± 0,7 Aa
38,7 ± 20,3 Aa
p>0,1
Signif p>0,06 p>0,1 p<0,05 p<0,03 p<0,003 p<0,005 p<0,006 p<0,02 p<0,02
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Gráfico 9 - Temperatura retal em bovinos intoxicados por amônia no decorrer do
tratamento com diferentes protocolos medicamentos - São Paulo - 2006
34,5 35
35,5 36
36,5 37
37,5 38
38,5 39
0 10 20 30 60 90 120 180 240
Tempo (min)
Tem
p. R
etal
(ºC
)
Controle Grupo com NaCl 0,9% Grupo com NaCl 7,2 %
6.7 EDEMA PULMONAR
Foi constatado edema pulmonar em 100% dos animais do grupo controle, seguido do
grupo 2 (60%), dos grupos 3 e 4 (40%) e do grupo 5 (20%). No computo geral, o edema foi
mais freqüente (p<0,016) nos animais do grupo controle que nos animais tratados (Tabela 12).
Não existiu diferença significativa na freqüência de edema pulmonar entre os agrupamentos
furosemida x não furosemida ou isotônica x hipertônica (p>0,36) (Tabela 13).
Os bovinos tratados tiveram a reversão do edema pulmonar mais rapidamente que os
não tratados (p<0,05) (Tabela 14).
Tabela 12 – Presença ou não de edema pulmonar em bovinos submetidos à intoxicação por amônia - São Paulo – 2006
Com Edema Sem Edema Total
Controles 5 0 5
Tratados 8 12 20
Total 13 12 25
Tabela 13 – Distribuição dos animais com edema pulmonar em bovinos submetidos à intoxicação por amônia que foram tratados ou não com furosemida, ou infundidos com solução isotônica ou hipertônica - São Paulo - 2006
Com Furosemida Sem Furosemida Total
Sol. Isotônica 2 3 5
Sol. Hipertônica 2 1 3
Total 4 4 8
Tabela 14 - Influência dos tratamentos ou não sobre as variáveis que estimam melhora clínica e o pH urinário - São Paulo - 2006
Grupos
Tempo para ficar
em estação (min)
Retorno do mov.
ruminal (min)
Recuperação do edema pulmonar
(min)
Retorno do apetite (min)
Temperatura corpórea
(ºC) no 240o min
pH urinário
Tratados 92 ± 42 b 44 ± 20 b 88 ± 53 b 101 ± 52 b 38,3 ± 0,9 a 6,64 ± 0,7 b
Controle 153 ± 43 a 126 ± 49 a 143 ± 41 a 157 ± 55 a 37,0 ± 1,1 b
7,02 ± 0,5 a
Significância p<0,008 p<0,0001 p<0,05 p<0,05 p<0,013 p<0,04
Letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos.
6.8 TEMPO PARA RETORNO DO APETITE
Um maior tempo foi gasto para o retorno do apetite em animais do grupo controle que
em todos os animais submetidos ao mais diversos tratamentos utilizados neste experimento
(p<0,05) (Tabela 14)
6.9 TEMPO PARA FICAR EM ESTAÇÃO
Semelhante o que aconteceu no item anterior maior tempo foi observado para o
retorno a estação nos animais do grupo controle que nos medicados com os vários tratamentos
(p<0,008).
Existiu nesta variável uma influência positiva dos tratamentos com solução hipertônica
que acelerou a permanência em estação dos animais, a qual foi seguida da solução isotônica
que foi superior ao grupo controle (Tabela 15).
Tabela 15 - Influência da solução isotônica ou
hipertônica sobre o tempo gasto para os animais retornarem à estação - São Paulo - 2006
Grupos Retorno à estação (min)
Controle 180 A
Isotônica 103 B
Hipertônica 60 C
Significância p < 0,05 Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
6.10 VOLUME URINÁRIO
Maior volume urinário (mL/kg PV 0,75) foi detectado dentro da 1ª h de experimento
nos animais do grupo 5 em relação aos grupos 2 e 1. Todos os tratamentos foram superiores
ao grupo controle durante a 1ª e 4ª h. No computo global o grupo 4 estimulou maior diurese
que o grupo 2; todos os tratamentos foram significativamente maiores que o grupo controle
(Tabela 16).
Dentro da 1ª hora os animais tratados com furosemida urinaram mais que os do grupo
controle (p<0,02). Nesse mesmo tempo o uso de soluções hipertônicas favoreceu
significativamente a diurese em relação ao grupo medicado com solução isotônica que foi
superior ao grupo controle (Tabela 17).
No computo global do experimento a solução hipertônica favoreceu a eliminação de
urina em relação ao grupo que recebeu solução isotônica, o qual foi superior ao grupo
controle (p<0,01). Neste mesmo contexto a furosemida não interferiu na maior eliminação de
urina em relação ao grupo não medicado com este fármaco, porém ambos foram superiores ao
grupo controle (p<0,01) (Tabela 17).
Tabela 16 - Volume Urinário (ml/kg Peso Vivo0,75) excretado no decorrer da 1ª h, da 1ª a 4ª h e no computo global nos animais submetidos aos diferentes tratamentos (dados expressos em mediana) - São Paulo - 2006
Grupos 1h 1-4h Significância Global
G1 37,6 Ba 42,8 Ba p>0,66 90,3 C
G2 44,1 Bb 92,3 Aa p<0,01 127,5 B
G3 60,7 ABb 141,9 Aa p<0,03 208,3 AB
G4 72,1 ABb 136,9 Aa p<0,05 216,8 A
G5 111,9 Aa 120,4 Aa p>0,53 231,5 A
p<0,03 p<0,05 p<0,03 Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Tabela 17 - Influência dos tratamentos com ou sem furosemida, com solução isotônica ou
hipertônica sobre o volume urinário (mL/ kg Peso Vivo 0,75) (dados expressos em mediana e média) - São Paulo – 2006
1h 1-4h Global
Controle 37,6 B 49,9 ± 29,4 B 87,45 ± 16,37 C
Sol. Isotônica 44,1 B 125,4 ± 37,4 A 175,21 ± 44,31 B
Sol. Hipertônica 111,9 A 140,2 ± 43,9 A 232,52 ± 36,03 A
Significância p<0,005 p<0,01 p<0,0001
Controle 37,5 B 49,9 ± 29,4 B 87,45 ±16,37 B
Sem Furosemida 89,1 A 128,6 ± 40,9 A 189,62 ± 57,64 A
Com Furosemida 48,05 AB 138,2 ± 42 A 222,88 ± 31,24 A
Significância p<0,02 p<0,01 p<0,0001 Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
6.11 GRAVIDADE ESPECÍFICA E pH URINÁRIO
Menores valores de gravidade específica foram detectados da 1ª a 4ª h e nos dados
globais nos grupos 2 e 3 que no controle. O pH urinário foi inferior na 1ª a 4ª h no grupo 3 em
relação ao 4 e nos dados globais nos grupos 2 e 3 em relação ao 4. Em todos os grupos existiu
uma diminuição do pH urinário da 1ª a 4ª h em relação a 1ª h (Tabela 18).
Tabela 18 – Valores de gravidade especifica e pH urinário de bovinos submetidos a
diferentes tratamentos - São Paulo – 2006
Até 1 hora 1 – 4 horas Global Significância
G1 1,006 ± 0,002 Aa 1,009 ± 0,003 Aa 1,008 ± 0,003 Aa p>0,08
G2 1,005 ± 0,001 Aa 1,006 ± 0,002 Ba 1,006 ± 0,002 Ba p>0,3
G3 1,007 ± 0,005 Aa 1,005 ± 0,002 Ba 1,006 ± 0,004 Ba p>0,2
G4 1,007 ± 0,004 Aa 1,007 ± 0,001 ABa 1,007 ± 0,003 ABa p>0,9
Gravidade Específica
G5 1,006 ± 0,001 Aa 1,007 ± 0,001 ABa 1,007 ± 0,001 ABa p>0,1
Significância p>0,2 p<0,0001 p<0,02
G1 7,36 ± 0,42 Aa 6,48 ± 0,61 Ab 6,82 ± 0,6 BCab p<0,02
G2 7,17 ± 0,19 Aa 6,19 ± 0,61 ABb 6,6 ± 0,68 Cb p<0,0001
G3 7,24 ± 0,38 Aa 6,07 ± 0,67 Bb 6,51 ± 0,81 Cb p<0,001
G4 7,44 ± 0,44 Aa 6,99 ± 0,45 Ab 7,19 ± 0,5 ABab p<0,03
pH urina
G5 7,09 ± 0,3 Aa 6,2 ± 0,7 ABb 6,6 ± 0,71 Cb p<0,0001
Significância p>0,1 p<0,0001 p<0,001
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Quando os grupos foram amalgamados segundo os tratamentos, a gravidade específica
urinária demonstrou-se maior nos grupos controle e nos medicados com solução hipertônica
que nos tratados com solução isotônica; sendo que o controle foi maior que os medicados ou
não com furosemida (Tabela 19).
Tabela 19 – Valores globais da gravidade específica urinária de
animais do grupo controle dos grupos que receberam solução isotônica e hipertônica, sem e com furosemida - São Paulo - 2006
Tratamentos Gravidade Específica
Controle 1,008 ± 0,003 A
Sol. Isotônica 1,006 ± 0,003 B
Sol. Hipertônica 1,007 ± 0,002 A
Significância p<0,001
Controle 1,008 ± 0,003 A
Sem Furosemida 1,006 ± 0,002 B
Com Furosemida 1,006 ± 0,002 B
Significância p<0,003 Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
6.12 HEMOGASOMETRIA Os valores de pH sangüíneos não apresentaram diferença estatística em dois grupos
estudados, no grupo 1 e 3. No grupo 2 e 5 apresentaram comportamento semelhante, no
tempo zero o pH obtido foram os mais baixos em relação ao término das quatro horas de
tratamento (p<0,01 e p<0,05; respectivamente), e no grupo 4 o menor pH obtido foi no tempo
60 min, sendo que o mesmo se elevou significativamente ao término do tratamento (p<0,004),
e não ocorreram diferenças estatísticas entre grupos e os tempos estudados (Tabela 20).
Tabela 20 – Valores de pH sangüíneo em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 7,23 ± 0,06 Aa
7,25 ± 0,08 Aa
7,25 ± 0,10 Aa
7,26 ± 0,12 Aa
7,23 ± 0,08 Aa
7,24 ± 0,06 Aa
7,30 ± 0,06 Aa
7,32 ± 0,05 Aa
7,36 ± 0,03 Aa
p>0,5
Grupo 2 7,22 ± 0,09 Ac
7,25 ± 0,05 Abc
7,27 ± 0,06 Abc
7,29 ± 0,09 Aabc
7,25 ± 0,04 Abc
7,26 ± 0,06 Abc
7,28 ± 0,06 Abc
7,34 ± 0,05 Aab
7,38 ± 0,02 Aa
p<0,01
Grupo 3 7,15 ± 0,11 Aa
7,21 ± 0,15 Aa
7,21 ± 0,18 Aa
7,19 ± 0,18 Aa
7,16 ± 0,18 Aa
7,18 ± 0,22 Aa
7,28 ± 0,16 Aa
7,25 ± 0,13 Aa
7,37 ± 0,11 Aa
p>0,5
Grupo 4 7,29 ± 0,07 Abcd
7,28 ± 0,08 Abcd
7,28 ± 0,05 Abcd
7,27 ± 0,07 Acd
7,20 ± 0,08 Ad
7,27 ± 0,06 Acd
7,34 ± 0,05 Aabc
7,38 ± 0,04 Aab
7,41 ± 0,04 Aa
p<0,004
Grupo 5 7,11 ± 0,11 Ac
7,23 ± 0,07 Aabc
7,18 ± 0,13 Abc
7,19 ± 0,11 Aabc
7,21 ± 0,13 Aabc
7,26 ± 0,15 Aabc
7,30 ± 0,14 Aab
7,35 ± 0,08 Aab
7,38 ± 0,05 Aa
p<0,05
Signif p>0,07 p>0,8 p>0,7 p>0,6 p>0,8 p>0,8 p>0,9 p>0,1 p>0,4
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Os valores de pCO2 estão apresentados na tabela 21. Com exceção dos valores dentro
dos grupos 2, 3 e 4, não existiram diferenças significativas nas demais comparações. Nesses
grupos os valores de pressão de CO2 foram menores nos momentos entre os 20 e 30 minutos.
Tabela 21 – Valores de pCO2 (mmHg) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e
tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 45,7 ± 20,0 Aa
28,6 ± 8,0 Aa
29,3 ± 11,2 Aa
27,9 ± 7,2 Aa
36,3 ± 6,0 Aa
40,8 ± 6,0 Aa
41,5 ± 5,9 Aa
43,3 ± 5,2 Aa
42,7 ± 3,8 Aa
p>0,2
Grupo 2 43,6 ± 11,2 Aab
37,6 ± 8,4 Aabc
32,8 ± 12,7 Abc
31,0 ± 11,0 Ac
37,6 ± 8,1 Aabc
40,9 ± 6,0 Aabc
43,7 ± 2,8 Aab
46,2 ± 2,8 Aa
47,8 ± 5,1 Aa
p<0,03
Grupo 3 57,3± 8,3 Aa
36,7 ± 7,6 Aab
37,9 ± 10,9 Ab
43,7 ± 12,6 Ab
44,0 ± 5,3 Ab
45,3 ± 4,8 Ab
45,4 ± 7,8 Ab
44,3 ± 2,8 Ab
46,1 ± 2,4 Ab
p<0,01
Grupo 4 40,4 ± 6,3 Aab
34,9 ± 6,7 Abcd
32,5 ± 7,6 Acd
29,5 ± 4,8 Ad
39,6 ± 4,0 Aabc
40,2 ± 4,5 Aab
42,1 ± 3,3 Aab
42,5 ± 4,3 Aab
45,0 ± 4,5 Aa
p<0,001
Grupo 5 57,3 ± 14,8 Aa
35,1 ± 8,0 Aa
39,4 ± 8,0 Aa
37,0 ± 9,1 Aa
40,3 ± 3,3 Aa
42,3 ± 6,9 Aa
44,0 ± 5,1 Aa
43,5 ± 4,3 Aa
43,2 ± 4,3 Aa
p>0,06
Signif p>0,1 p>0,5 p>0,7 p>0,1 p>0,3 p>0,6 p>0,8 p>0,6 p>0,3
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Dentro dos grupos 1, 2, 4 e 5 ocorreram diferenças significativas dentro dos valores de
ABE em especial entre primeiros e últimos momentos (Tabela 22).
Tabela 22 – Valores de ABE sangüíneo em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e
tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 -11,6 ± 2,1 Aa
-13,6 ± 1,5 Ab
-14,6 ± 2,2 Ab
-15,2 ± 2,4 Ab
-14,4 ± 3,9 Ab
-12,8 ± 2,8 Ab
-10,0 ± 3,2 Aab
-6,6 ± 4,7 Aa
-2,5 ± 2,0 Aa
p<0,001
Grupo 2 -6,4 ± 3,4 Ac
-10,0 ± 1,9 Ad
-10,8 ± 1,8 Ad
-10,5 ± 1,2 Ad
-9,8 ± 2,1 Ad
-8,4 ± 2,3 Ac
-5,9 ± 2,8 Ac
-1,2 ± 3,2 Ab
2,1 ± 2,1
Aa p<0,0001
Grupo 3 -9,2 ± 6,4 Aa
-11,6 ± 8,7 Aa
-11,5 ± 8,7 Aa
-10,9 ± 8,7 Aa
-11,2 ± 11,4 Aa
-9,9 ± 11,7 Aa
-4,6 ± 10,8 Aa
-7,2 ± 7,3 Aa
1,2 ± 8,3
Aa p>0,4
Grupo 4 -7,3 ± 4,3 Abc
-10,2 ± 3,5 Ac
-11,2 ± 3,4 Ac
-11,7 ± 4,1 Ac
-11,4 ± 5,3 Ac
-7,4 ± 4,3 Abc
-2,6 ± 4,4 Aab
0,5 ± 3,6
Aab 3,1 ± 5,3
Aa p<0,0001
Grupo 5 -9,8 ± 4,9 Aa
-12,0 ± 5,9 Aa
-12,9 ± 5,8 Aa
-12,5 ± 6,0 Aa
-10,5 ± 8,1 Aab
-10,5 ± 5,8 Aab
-7,9 ± 5,0 Aab
-4,1 ± 4,3 Aab
-0,5 ± 4,3 Ab
p< 0,05
Signif p>0,4 p>0,8 p>0,8 p>0,6 p>0,8 p>0,7 p>0,5 p>0,1 p>0,09
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Dentro dos grupos 1, 2, 4 e 5 ocorreram diferenças significativas dentro dos valores de
bicarbonato, em especial entre primeiros e últimos momentos (Tabela 23).
Tabela 23 – Valores de bicarbonato sangüíneo (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação
por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 15,2 ± 2,5 Aab
12,4 ± 1,8 Ab
11,2 ± 0,8 Ab
10,6 ± 1,1 Ab
11,8 ± 2,9 Ab
13,2 ± 3,1 Ab
15,6 ± 3,8 Aab
19,2 ± 3,6 Aa
21,9 ± 3,5 Aa
p<0,0001
Grupo 2 17,9 ± 3,8 Abc
16,4 ± 2,7 Ac
14,6 ± 3,4 Ac
14,4 ± 2,2 Ac
16,4 ± 2,8 Ac
18,1 ± 2,1 Abc
20,5 ± 2,0 Ab
24,8 ± 2,7 Aa
27,8 ± 2,4 Aa
p<0,0001
Grupo 3 20,2 ± 5,3 Aa
14,8 ± 5,6 Aa
15,5 ± 6,2 Aa
16,9 ± 6,6 Aa
17,3 ± 9,2 Aa
18,4 ± 8,6 Aa
22,4 ± 9,2 Aa
19,9 ± 5,6 Aa
27,1 ± 7,3 Aa
p>0,2
Grupo 4 18,5 ± 3,4 Abc
15,1 ± 2,4 Ac
13,9 ± 2,9 Ac
13,6 ± 3,4 Ac
16,1 ± 4,3 Ac
19,0 ± 3,8 Abc
23,1 ± 4,2 Aab
25,8 ± 3,6 Aa
28,5 ± 5,4 Aa
p<0,0001
Grupo 5 20,7 ± 5,6 Aab
14,5 ± 5,5 Ab
14,8 ± 5,2 Ab
12,5 ± 2,8 Ab
13,9 ± 3,7 Aab
17,2 ± 4,6 Aab
19,2 ± 4,2 Aab
22,2 ± 4,3 Aab
24,6 ± 4,1 Aa
p<0,02
Signif p>0,3 p>0,7 p>0,5 p>0,2 p>0,5 p>0,3 p>0,3 p>0,09 p>0,09
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
6.13 SÓDIO E POTÁSSIO SÉRICOS
Os grupos que receberam solução salina hipertônica tiveram maiores valores de sódio
sérico que os demias grupos a partir do 10º min até o final do experimento; dentro dos grupos
4 e 5 os primeiro tempo o sódio foi inferior aos demais (Tabela 24).
Tabela 24 – Valores de sódio sérico (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e
tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 140,8 ± 3,2 Aa
139,4 ± 3,0 Ba
139,4 ± 3,2 Ba
138,5 ± 5,4 Ba
139,5 ± 4,0 Ba
139,0 ± 3,6 Ba
139,6 ± 3,9 Ba
139,2 ± 3,2 ABa
138,7 ± 2,5 ABa
p>0,9
Grupo 2 138,7 ± 3,2 Aa
139,1 ± 3,8 Ba
138,9 ± 3,7 Ba
139,5 ± 3,6 Ba
138,8 ± 3,1 Ba
139,5 ± 3,2 Ba
139,1 ± 3,4 Ba
139,8 ± 3,5 ABa
140,2 ± 3,1 ABa
p>0,9
Grupo 3 139,5 ± 2,5 Aa
139,0 ± 2,8 Ba
139,1 ± 2,7 Ba
139,5 ± 3,1 Ba
138,5 ± 2,3 Ba
139,1 ± 2,4 Ba
137,6 ± 2,3 Ba
136,4 ± 1,8 Aa
136,9 ± 2,3 Aa
p>0,4
Grupo 4 137,8 ± 1,4 Ad
143,4 ± 1,6 Ac
148,6 ± 5,4 Aab
150,2 ± 1,2 Aa
149,0 ± 2,4 Aab
146,8 ± 2,5 Aabc
146,5 ± 2,1 Aabc
145,5 ± 1,8 Abc
145,1 ± 1,8 Abc
p<0,0001
Grupo 5 140,9 ± 3,3 Ae
145,7 ± 4,7 Acd
152,8 ± 3,9 Aa
150,2 ± 2,3 Aab
149,0 ± 2,4 Aabc
147,2 ± 1,6 Abcd
147,0 ± 1,9 Abcd
144,4 ± 1,6 Ade
143,5 ± 1,1 Ade
p<0,0001
Signif p>0,5 p<0,02 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 p<0,0001 P<0,0001
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Nos primeiros momentos os teores de potássio sérico foram maior que nos posteriores
em todos os grupos (Tabela 25).
Tabela 25 – Valores de potássio sérico (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 5,2 ± 0,2 Aa
4,8 ± 0,8 Aab
4,7 ± 1,0 Aab
4,3 ± 0,9
Aab 4,2 ± 0,7
Aab 4,2 ± 0,5
Aab 4,0 ± 0,4
Aab 3,6 ± 0,5
Ab 3,2 ± 0,5
Ab p<0,04
Grupo 2 5,1 ± 0,5 Aa
4,9 ± 0,5
Aa 4,5 ± 0,8
Aab 4,0 ± 0,7
Abc 3,7 ± 0,5
Acd 3,7 ± 0,3
Acd 3,6 ± 0,2
Acd 3,2 ± 0,2
Ad 3,0 ± 0,2
Ad p<0,0001
Grupo 3 6,0 ± 1,2 Aa
5,3 ± 1,3 Aab
4,9 ± 1,3
Aab 4,9 ± 1,1Aab
4,1 ± 0,9
Aab 4,0 ± 0,9
Aab 3,9 ± 0,8
Aab 4,0 ± 1,2
Aab 3,1 ± 0,9
Ab p<0,008
Grupo 4 4,9 ± 0,6 Aa
3,9 ± 0,3 Ab
3,9 ± 0,4
Ab 3,9 ± 0,4
Ab 3,9 ± 0,2
Ab 3,5 ± 0,1
Ab 3,5 ± 0,2
Ab 2,9 ± 0,2
Ac 2,7 ± 0,2
Ac p<0,0001
Grupo 5 5,9 ± 1,2 Aa
4,2 ± 0,3 Ab
3,9 ± 0,4
Abc 3,8 ± 0,1
Abc 3,8 ± 0,2
Aabc 3,4 ± 0,5
Abcd 3,3 ± 0,5
Ade 3,0 ± 0,6
Ade 2,6 ± 0,1
Ae p<0,0001
Signif p>0,2 p>0,1 p>0,3 p>0,2 p>0,6 p>0,1 p>0,1 p>0,1 p>0,2
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
6.14 GLICOSE E LACTATO-L PLASMÁTICOS
No momento 240 min em que os teores de glicose foram superiores no grupo A, que
nos demais; maiores valores de glicemia foram encontrados no último momento em relação
aos primeiros dentro do grupo C (Tabela 26).
Tabela 26 – Valores de glicose plasmática (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por
amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 12,0 ± 3,6 Aa
13,7 ± 3,7 Aa
14,6 ± 3,9 Aa
14,5 ± 4,3 Aa
14,4 ± 4,8 Aa
13,6 ± 4,5 Aa
12,8 ± 4,0 Aa
11,7 ± 1,8 Aa
12,3 ± 1,5 Aa
p>0,9
Grupo 2 10,2 ± 3,5 Aabc
13,3 ± 3,1 Aabc
14,6 ± 3,2 Aa
14,9 ± 3,2 Aa
13,8 ± 3,8 Aab
12,5 ± 3,8 Aabc
11,7 ± 4,6 Aabc
9,3 ± 3,7
Abc 8,2 ± 2,9
Bc p<0,04
Grupo 3 11,3 ± 3,6 Aa
13,8 ± 3,3 Aa
14,1 ± 4,0 Aa
14,1 ± 3,6 Aa
13,2 ± 3,3 Aa
12,3 ± 2,9 Aa
11,7 ± 2,8 Aa
9,9 ± 2,5
Aa 8,3 ± 2,4
Ba p>0,08
Grupo 4 10,5 ± 2,8 Aab
11,8 ± 21,9 Aa
12,2 ± 1,5 Aa
12,4 ± 2,3 Aa
12,6 ± 3,2 Aa
11,3 ± 2,1 Aa
9,9 ± 1,8
Aabc 8,3 ± 1,6
Abc 7,0 ± 1,6
Bc p<0,002
Grupo 5 9,1 ± 2,8 Aa
11,0 ± 2,1 Aa
10,6 ± 2,9 Aa
10,8 ± 3,1 Aa
11,0 ± 2,7 Aa
10,8 ± 2,2 Aa
9,5 ± 2,0
Aa 8,2 ± 2,3
Aa 7,1 ± 3,1
Ba p>0,2
Signif p>0,7 p>0,5 p>0,2 p>0,3 p>0,6 p>0,7 p>0,5 p>0,2 p<0,05
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Os grupos 2, 4 e 5 tiveram menores teores de lactato-L no 240º min que nos demais
grupos. Dentro dos grupos 1, 2 e 4 ocorreram menores valores de lactato-L em relação aos
encontrados no 20º e 30º minutos (Tabela 27).
Tabela 27 – Valores de lactato-L plasmático (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por
amônia e tratados com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 12,5 ± 1,8 Ab
15,9 ± 1,4 Aab
17,8 ± 2,3 Aa
18,2 ± 3,3 Aa
18,8 ± 4,7 Aa
18,3 ± 3,7 Aa
15,6 ± 5,0 Aab
12,0 ± 4,8 Ab
10,5 ± 2,0 Ab
p<0,03
Grupo 2 12,4 ± 5,1 Aabc
14,6 ± 4,0 Aabc
18,3 ± 4,8 Aa
16,1 ± 4,7 Aa
16,2 ± 5,8 Aab
14,8 ± 6,4 Aabc
11,3 ± 5,8 Aabc
7,7 ± 6,4
Abc 4,2 ± 3,3
Bc p<0,007
Grupo 3 10,8 ± 3,7 Aa
14,3 ± 5,0 Aa
15,4 ± 4,9 Aa
15,9 ± 4,4 Aa
14,2 ± 5,3 Aa
14,5 ± 6,1 Aa
12,5 ± 7,1 Aa
10,1 ± 7,4 Aa
7,5 ± 7,1
Aa p>0,3
Grupo 4 12,9 ± 1,8 Abcd
15,7 ± 5,1 Aabc
18,1 ± 4,4 Aab
21,5 ± 10,9 Aa
18,4 ± 6,1 Aab
13,9 ± 4,9 Aabc
9,7 ± 5,2
Acde 5,9 ± 3,5
Ade 3,3 ± 1,7
Be p<0,0001
Grupo 5 12,4 ± 8,6 Aa
15,2 ± 7,9 Aa
15,5 ± 7,6 Aa
15,3 ± 7,5 Aa
14,0 ± 8,8 Aa
11,2 ± 9,8 Aa
8,1 ± 8,1
Aa 5,9 ± 5,4
Aa 3,9 ± 3,8
Ba p>0,1
Signif p>0,9 p>0,9 p>0,8 p>0,6 p>0,6 p>0,5 p>0,4 p>0,4 p<0,05
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
6.15 URÉIA E CREATININA SÉRICAS
Não ocorreram diferenças significativas nos teores de uréia sérica, nem dentro nem
entre os tratamentos (Tabela 28).
Tabela 28 – Valores de uréia sérica (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados
com diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 5,1 ± 1,3 Aa
4,9 ± 1,1 Aa
5,0 ± 1,2 Aa
4,9 ± 1,2
Aa 5,1 ± 1,3
Aa 5,1 ± 1,3
Aa 5,2 ± 1,3
Aa 5,2 ± 1,2
Aa 5,2 ± 1,2
Aa p>0,9
Grupo 2 5,8 ± 0,8 Aa
5,6 ± 0,9
Aa 5,5 ± 0,8
Aa 5,5 ± 0,9
Aa 5,4 ± 0,9
Aa 5,2 ± 0,8
Aa 5,6 ± 0,8
Aa 5,4 ± 0,8
Aa 5,3 ± 0,7
Aa p>0,9
Grupo 3 6,4 ± 1,5 Aa
5,9 ± 1,5 Aa
5,8 ± 1,6
Aa 6,0 ± 1,5
Aa 5,7 ± 1,6
Aa 5,8 ± 1,5
Aa 5,7 ± 1,5
Aa 5,9 ± 1,6
Aa 5,9 ± 1,5
Aa p>0,9
Grupo 4 4,0 ± 1,8 Aa
3,6 ± 1,7 Aa
3,7 ± 1,6
Aa 3,7 ± 1,7
Aa 3,6 ± 1,6
Aa 3,7 ± 1,5
Aa 3,8 ± 1,5
Aa 3,9 ± 1,6
Aa 4,0 ± 1,6
Aa p>0,9
Grupo 5 5,2 ± 0,8 Aa
4,7 ± 0,8 Aa
4,7 ± 0,7
Aa 4,7 ± 0,8
Aa 4,6 ± 0,8
Aa 4,6 ± 0,8
Aa 4,6 ± 0,8
Aa 4,8 ± 0,7
Aa 4,9 ± 0,8
Aba p>0,9
Signif p>0,08 p>0,07 p>0,1 p>0,09 p>0,1 p>0,1 p>0,1 p>0,2 p>0,2
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Dentro do tratamento 4 maiores concentrações de creatinina sérica foram observados
no momento basal em relação aos demais; os valores de cretinina foram maiores no grupo 1
em vários momentos do experimento em relação aos vários grupos, em especial o 2 (Tabela
29).
Tabela 29 – Valores de creatinina sérica (mM/L) em bovinos submetidos à intoxicação por amônia e tratados
com quatro diferentes protocolos médicos - São Paulo - 2006
Tempos (minutos)
0 10 20 30 60 90 120 180 240 Signif
Grupo 1 0,156 ± 0,015Aa
0,156 ± 0,013 Aa
0,156 ± 0,013 Aa
0,155 ± 0,013 Aa
0,160 ± 0,013 Aa
0,159 ± 0,014 Aa
0,158 ± 0,012 Aa
0,153 ± 0,011 Aa
0,154 ± 0,012 Aa
p>0,9
Grupo 2 0,131 ± 0,009Ba
0,134 ± 0,009 Ba
0,134 ± 0,008 Ba
0,132 ± 0,007 Ba
0,134 ± 0,007 Ba
0,132 ± 0,011 Ba
0,129 ± 0,011 Ba
0,123 ± 0,012 Ba
0,121 ± 0,013 Ba
p>0,3
Grupo 3 0,132 ± 0,009Ba
0,137 ± 0,009 Ba
0,138 ± 0,012 Ba
0,139 ± 0,011 ABa
0,135 ± 0,013 Ba
0,136 ± 0,013 Ba
0,136 ± 0,017 Aba
0,132 ± 0,020 ABa
0,131 ± 0,021 ABa
p>0,9
Grupo 4 0,148 ± 0,005ABa
0,138 ± 0,005 Bbc
0,137 ± 0,004 Bbbc
0,139 ± 0,006 ABbc
0,142 ± 0,005 Abab
0,138 ± 0,004 ABbc
0,138 ± 0,006 Abbc
0,134 ± 0,007 ABbc
0,132 ± 0,005 ABc
p<0,005
Grupo 5 0,137 ± 0,014ABa
0,133 ± 0,012 Ba
0,129 ± 0,015 Ba
0,133 ± 0,016 Ba
0,135 ± 0,014 Ba
0,135 ± 0,014 Ba
0,135 ± 0,014 Aba
0,131 ± 0,015 ABa
0,128 ± 0,015 ABa
p>0,9
Signif p<0,006 p<0,01 p<0,01 p<0,04 p<0,008 p<0,01 p<0,02 p<0,02 p<0,02
Letras minúsculas distintas na mesma linha indicam diferença estatística entre si Letras maiúsculas distintas na mesma coluna indicam diferença estatística entre si
Na tabela 30 se encontram as porcentagens de depuração de amônio e uréia em relação
à quantidade individual de cloreto de amônio injetado. Com exceção do da quantidade total de
amônio injetado que teve uma distribuição paramétrica, todos os demais resultados foram
submetidos a teste não paramétrico e são apresentados em mediana. Não existiu diferença na
quantidade de cloreto de amônio injetado nos animais dos diversos grupos. Já na 1ª hora os
grupos 4 e 5 eliminaram mais uréia ou amônio que os demais grupos; na eliminação global no
decorrer das quatro horas tanto o amônio como a uréia foram mais excretados que o grupo
controle. Quando são somadas as quantidades de amônio e uréia constatou-se que na 1ª hora
os grupos 4 e 5 eliminaram mais que os grupos 2 e 3 e estes mais que o grupo controle, sendo
que no computo geral os animais tratados eliminaram mais que o grupo controle.
Tabela 30 – Média do total de NH4+Cl injetado para obtenção de convulsão e mediana da
excreção percentual urinária de amônio ou uréia e ambos na 1ah e durante as 4h de tratamento em relação ao NH4
+Cl injetado - São Paulo - 2006
Excreção (%) urinário de amônio e uréia em relação ao NH4Cl injetado
Grupos
Total de
amônio
injetado
(mM)
Amônio (1h)
Amônio
(Global –
4h)
Uréia (1h)
Uréia
(Global –
4h)
Total de
amônio +
uréia (1h)
Total de
amônio +
uréia (4h)
G1 208 ± 73,7 a 1,6 c 12,9 b 1,9 c 30,0 b 3,5 c 42,9 b
G2 159 ± 41,6 a 10,0 ab 28,2 a 24,4 b 68,2 a 34,4 b 96,4 a
G3 132 ± 29,0 a 7,6 b 32,3 a 18,2 b 71,5 a 25,8 b 103,8 a
G4 193 ± 66,3 a 13,9 a 20,5 a 35,7 a 76,5 a 49,6 a 97,0 a
G5 145 ± 26,9 a 14,0 a 37,9 a 32,5 a 77,4 a 46,5 a 115,3 a
Significância p>0,2 p<0,04 p<0,03 p<0,03 p<0,05 p<0,02 p<0,05
Letras distintas nas colunas indicam diferenças significativas entre os tratamentos.
6. 16 RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS
O gráfico 10, mostra a relação entre os teores de uréia urinária excretada e os teores de
amônio urinário durante o experimento. Foi observada uma alta (r = 0,58) e significativa
(p<0,0001) correlação entre as variáveis.
y = 0,0112x + 52,456r = 0,58
p<0,0001
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000
Uréia urinária (mM/L)
Am
ôn
io u
rin
ária
(u
M/L
)
Gráfico 10 – Influência dos teores de uréia urinária sobre a excreção de amônio urinário
nos bovinos intoxicados por amônia – São Paulo – 2006
7 DISCUSSÃO
O trabalho em questão atingiu seus objetivos propostos. A indução da intoxicação por
amônia seguindo o protocolo preconizado provocou o surgimento de sintomas clínicos
definitivos em todos os animais, causando um quadro convulsivo quando se iniciou o presente
experimento, identicamente ao descrito no modelo descrito por Kitamura et al. (2003).
No momento da convulsão os teores de amônia plasmáticos foram máximos e
idênticos em todos os tratamentos (Tabela 1), os quais foram diminuindo gradativamente nos
grupos experimentais medicados ou não com os vários tratamentos. Embora existisse uma
expectativa de ocorrer uma diminuição mais drástica e rápida nessas concentrações de
amônia, nos grupos tratados, esta só veio ocorrer mais tardiamente (120 min) nos grupos 4 e
5, medicados com solução hipertônica de cloreto de sódio, seguida dos demais tratamentos
que passaram a se diferenciar do grupo controle a partir do 180º min.
Mesmo considerando que os teores de amônia plasmáticos não tivessem apresentado
uma queda mais pronunciada os tratamentos de alguma forma provocaram uma melhora no
quadro geral, espelhado pelo quadro clínico e pelas variáveis laboratoriais como será
discutido a seguir.
O uso da solução hipertônica provocou nos primeiros 30 minutos de tratamento uma
declarada redução no volume globular (Tabelas 2 e 3). Este fato tem sido descrito por vários
autores que estudaram o uso dessas soluções (CONSTABLE et al., 1996; ROEDER et
al.,1997). Este fenômeno é provocado pelo súbito aumento de osmolaridade na corrente
circulatória que atraí de maneira imediata o fluxo de líquidos do espaço extracelular, não
intravascular, e intracelular, para os vasos sangüíneos (CONSTABLE et al., 1996). Parece ter
contribuiudo bastante para a correção da hidratação a absorção da água que foi administrada
pela via oral no grupo tratado com solução salina hipertônica, visto que apenas nestes grupos
ocorreu uma diminuição signficatica do volume globular (Tabela 3). Segundo Roeder et al.
(1997) a infusão de uma solução salina hipertônica, em vacas, associada a administração
concomitante de água pela via oral provocou uma grande absorção desta para o sangue,
diminuindo substancialmente o volume globular, fato que não aconteceu quando apenas a
água foi empregada no rúmen. Nesse trabalho de Roeder et al. (1997), o volume e a
osmolaridade plasmática foram maiores nos primeiros 30 minutos tratamento, sugerindo que
ocorreu uma maior absorção de água do rúmen neste período. Coincidentemente, o volume
globular foi mais baixo nos grupos tratados com hipertônica nesses primeiros 30 minutos
(Tabela 3). O número de batimentos cardíacos diminuiu apenas no grupo que recebeu solução
hipertônica sem diurético (grupo 4). Durante a convulsão os batimentos cardíacos se aceleram
tendendo a cair posteriormente na recuperação (KITAMURA et al., 2003). Essa taquicardia é
causada pela influência do excesso de amônia no sangue a qual provoca a liberação de
adrenalina pelo animal (ORTOLANI; ANTONELLI 2004). Segundo estudo feito com
bezerros, com intenso quadro de desidratação provocado por diarréia, quando a solução salina
hipertônica foi infundida sistemicamente em associação com adminstração de água por via
oral, como ocorreu no grupo 4 do presente experimento, existiu um aumento significativo no
débito cardíaco, volume sistólico e volume plasmático, levando a uma redução significativa
no batimento cardíaco (CONSTABLE et al., 1996).
A furosemida provocou uma manutenção temporária no alto número de batimentos
cardíacos, independente, da solução hidratante utilizada (Tabela 5) . Nada foi encontrado a
respeito, na literatura consultada, que explicasse tal resultado aparentemente anômalo.
A freqüência respiratória (Tabela 6) não revelou qualquer resultado que indicasse de
maneira significativa a ação benéfica dos medicamentos no decorrer dos tratamentos. Já por
outro lado, a análise dos movimentos ruminais (Tabela 7) indica que todos os tratamentos
tiveram efeito positivo tanto na precocidade de retorno destes, após uma completa atonia do
órgão, como no aumento numérico dos movimentos no decorrer da medicação. Ficou também
patente que os tratamentos contendo soluções hipertônicas promoveram uma mais rápida
recuperação da movimentação ruminal (Tabela 9). Segundo Coombe et al. (1960) e Ortolani;
Antonelli (2004), a alta concentração sangüínea de amônia per se pode interferir
negativamente no centro gástrico que controla os movimentos ruminais, provocando assim
uma atonia neste órgão. Porém, neste presente trabalho não existiu diferença significativa
evidente nos teores de amônia sangüíneos entre os grupos medicados com solução salina
isotônica ou hipertônica, mas estes tratamentos apresentaram no decorrer da medicação
menores teores de amônia que o grupo controle. Esta constatação coloca em evidência que
além da redução dos teores de amônia sangüíneos a solução hipertônica provocaria algum
outro estímulo naquele centro nervoso incitando-o a reiniciar os movimentos ruminais. Como
a solução hipertônica provoca a retirada de fluidos do espaço intracelular é possível que de
alguma forma haja a saída conjunta de fluidos e de amônia dessas células do centro gástrico,
fazendo com que o rúmen voltasse a se movimentar mais precocemente. Contudo, outros
estudos serão necessários para comprovar tal hipótese.
Normalmente, animais intoxicados por amônia e não tratados desenvolvem ao final do
período de observação um preocupante quadro de hipotermia (KITAMURA et al., 2003;
ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). Alguns animais controles e dos grupos 2 e 3 tiveram um
quadro de discreta ou mais evidente hipotermia (Tabela 10). Esse quadro poderia ser
decorrente de um choque hipovolêmico ou de uma menor atividade muscular, já em quadros
terminais os animais desenvolvem flacidez muscular e depressão nervosa (ORTOLANI;
ANTONELLI, 2004). O tratamento 4 provocou uma manutenção da normotermia, sendo
superior ao grupo controle a partir de 20 minutos de medicação e em relação aos animais
medicados com solução salina isotônica entre 60 e 120 minutos. Quando foram agrupados os
resultados dos dois grupos que receberam soluções salinas hipertônicas (Tabela 11), em
relação à isotônica e grupo controle, ficou patente que de alguma forma aquela solução
saturada manteve a temperatura retal sempre dentro dos valores de referência. No
experimento já descrito acima de Constable et al. (1996), bezerros tiveram suas temperaturas
retais normalizadas cerca de 20 minutos após serem tratados com solução saturada associada à
hidratação oral. Supõe-se que o efeito da solução salina hipertônica não esteja ligado às
modificações no centro de controle de temperatura no hipotálamo, mas sim na rápida
diminuição no quadro de hipovolêmia, aumentando a perfusão de sangue em tecidos
periféricos o que aumentaria a atividade geral do animal. Coincidentemente, após a aplicação
do fluido saturado existiu uma rápida diminuição do volume globular (Tabela 3). Constable et
al. (1996) supõem que este fenômeno deva acontecer devido à rápida mobilização de água do
espaço intracelular para o extracelular, incrementando em seguida o volume plasmático.
Outro sintoma importante acompanhado foi a presença de edema pulmonar. Este
sintoma surge geralmente alguns minutos (5 a 20 min) após o aparecimento do quadro
convulsivo e é provocado pelo intenso efeito irritativo da amônia no trato respiratório anterior
e posterior (ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). Os resultados indicaram que o edema
pulmonar (Tabela 12) foi bem mais freqüente e mais lentamente recuperado (Tabela 14) em
animais do grupo controle que os medicados com os vários tratamentos. Isso sugere de
alguma forma que o uso de hidratantes e possívelmente de furosemida tenham diminuído a
frequência e em especial a intensidade do edema. Porém, quando comparado entre sí o efeito
desses medicamentos na resolução do edema não se encontrou diferença entre eles (Tabela
13). Surpreendentemente, esperava-se que tanto a furosemida como a solução hipertônica
provocassem diminuição na ocorrência de edema pulmonar, visto que se esperaria que tanto o
primeiro fármaco, pela sua grande capacidade de remoção de fluidos sequestrados, como a
solução hipertônica, pelo seu marcante efeito osmótico, pudessem depurar os fluidos retidos
no interstício pulmonar. É possível que o edema tenha surgido nos animais medicados com
furosemida e solução salina hipertônica antes mesmos destes medicamentos iniciarem seus
efeitos reais. Segundo Kitamura; Ortolani (2007) a furosemida aplicada intravenosamente só
inicia seu efeito a partir do 7º minuto, tempo este suficiente para a instalação e detecção
clínica de edema nos animais intoxicados. .
Os animais tratados com os vários esquemas de terapia saíram da posição de decúbito
e retomaram o apetite mais rapidamente que o grupo controle (Tabela 14), destacando-se que
a solução salina hipertônica estimulou favoravelmente a permanência em estação (Tabela 15).
Como já foi frisado anteriormente, a alta concentração da amônia intracelular provoca
alterações cerebrais levando a um quadro de depressão (ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). É
possível que os tratamentos, em especial com solução salina hipertônica, promovam a
diminuição da concentração de amônia dentro dos neurônios do sistema nervoso central, mas
outros experimentos deverão ser conduzidos para provar tal hipótese.
Um dos pontos centrais deste experimento foi o acompanhamento do volume urinário
(Tabela 16). Os dados globais indicaram que o tratamento com fluidoterapia proporcionou
uma maior excreção urinária, em relação ao grupo controle, mas este fenômeno foi mais
acentuado quando a solução salina saturada foi utilizada, em especial dentro da 1ª hora
(Tabela 17). Segundo estudos anteriores a maior eliminação de urina é um ponto fundamental
para a recuperação dos bovinos intoxicados, visto que foi constatada uma correlação positiva
entre o volume urinário e a quantidade de amônio eliminado (KITAMURA, 2002; SANTOS,
2005). Esperava-se que a furosemida tivesse uma ação mais evidente na eliminação urinária
(Tabela 17), mas isto não ocorreu, por motivos completamente ignorados. Estudos anteriores
demonstraram que a solução salina saturada além de aumentar o volume plasmático, em até
20%, provocou concomitantemente um incremento na excreção urinária devido a um
acréscimo na taxa de filtração glomerular, em especial durante a primeira meia hora após ao
tratamento (CONSTABLE et al., 1994; ROEDER et al., 1997). Neste presente experimento
não foi determinada a taxa de filtração glomerular, mas é possível que isto tenha ocorrido
visto que o volume urinário eliminado (Tabela 17) foi muito maior em animais tratados com
solução hipertônica que nos demais tratamentos.
Kitamura (2002) demonstrou que quanto menor é o pH urinário maior será a excreção
de amônia pelos tubulos contornados proximais, visto que este íon é eliminado conjuntamente
em igual proporção com íons H+ para a luz tubular combinando-se e formando neste
segmento o amônio. Neste presente trabalho essa constatação não se confirmou (Tabela 18)
por motivos desconhecidos. Hipoteticamente, era de se esperar tal resultado, pois maiores
teores globais de amônio foram eliminados na urina tanto na 1ª como nas quatro horas de
experimento (Tabela 30).
A gravidade específica urinária foi maior nos animais do grupo controle que os
tratados com soluções isotônicas (grupos 2 e 3) (Tabela 18). Isto pode ser uma conseqüência
do menor volume urinário excretado no decorrer do período de tratamento no grupo controle,
tornando menos diluído os metabólitos excretados. Não existiu diferença significativa entre o
grupo controle e os medicados com soluções salinas hipertônicas, pois sabidamente a
excreção de sódio e cloro pela urina é muito maior neste último grupo (ROEDER et al.,
1997). Por outro lado, a aplicação ou não de furosemida redundou numa menor gravidade
específica que o apresentado pelo grupo controle (Tabela 19). Era de se esperar que a
furosemida provocasse uma diminuição na gravidade específica em relação ao grupo não
medicado. Vestweber et al. (1989) verificaram no decorrer da primeira hora após a aplicação
de furosemida em vacas uma diminuição significativa na gravidade específica. A possível
ação da furosemida no presente trabalho pode ter sido mascarada e diminuída pela média
numericamente maior do grupo que recebeu o diurético e também a solução salina saturada,
visto que os que receberam idêntico tratamento, mas solução isotônica, tiveram valores
aparentemente menores.
As alterações ocorridas no exame hemogasométrico ficaram dentro do esperado, ou
seja, os animais apresentaram nos primeiros momentos após a convulsão um quadro de
acidose metabólica, caracterizada por diminuição do pH sangüíneo (Tabela 20) e diminuição
dos teores de bicarbonato e dos teores de excesso de ácido-base (Tabelas 23 e 22,
respectivamente). Esta acidose sistêmica se manifestou pela ocorrência de glicólise anaeróbia,
determinada pela interferência negativa da amônia na plena atividade do ciclo de Krebs,
caracterizada pelo aumento nos teores de lactato plasmático (Tabela 27), visto que o exceso
de amônia diminui marcantemente a atividade deste fundamental ciclo metabólico
(ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). É digna de nota a compensação respiratória que ocorreu
nos animais por meio da diminuição da pCO2 (Tabela 21). Chama atenção que essa
compensação não aconteceu nos animais do grupo controle, talvez provocado pela existência
de edema pulmonar que se instalou mais severamente em todos esses animais, o que
dificultaria a excreção respiratória de CO2, acumulando-o na corrente circulatória.
É digno de nota a significativa alcalinização promovida no pH sangüíneo no decorrer
do tratamento em bovinos medicados com solução salina hipertônica (grupos 4 e 5; Tabela
20). Revisando o assunto Constable (1999), citou que embora a infusão de solução salina
hipertônica provoque uma certa acidose metabólica, na ordem de 0,08 unidades de pH, esta
diminuição é rápida e se dissipa com o tempo, sendo clinicamente inconseqüente. É
importante frisar que esse tratamento não interferiu na reação do organismo em equilibrar o
pH sangüíneo, intensamente diminuído pela intoxicação, chamando ainda a atenção que
ambos os grupos medicados com essa solução (4 e 5) foram os únicos, em conjunto com o
grupo 2, a realmente elevaram de maneira significativa o pH sangüíneo no decorrer das quatro
horas de tratamento (Tabela 20).
Sem dúvida, a infusão de solução saturada de cloreto de sódio promoveu nos grupos 4
e 5 aumento significativo das concentrações de sódio sérico (Tabela 24), como evidenciado
por Constable (1999), porém estas se mantiveram dentro dos valores de referência (132 – 152
mmol/L) para bovinos (RADOSTITS et al., 2002). Embora não se tenha mensurado os teores
globais de sódio na urina, provavelmente, essa normonatriemia foi mantida devido a grande
capacidade de excreção de sódio pela urina em animais medicados com solução salina
saturada, sobejamente descrita por Constable (1999) e Roeder et al. (1997).
Todos os animais no momento zero do trabalho apresentaram teores relativamente
altos de potássio sérico (Tabela 25), mas ainda dentro do escala do padrão de referência (3,7 a
5, 8 mM/L) (RADOSTITS et al., 2002). Essas médias iniciais em todos grupos caíram no
decorrer do experimento, sendo de maneira mais significativa nos vários grupos medicados
(Tabela 25). Esta hipercalemia reflete diretamente o grau de acidose metabólica, desde que
há uma progressiva troca de íons H+ da corrente circulatória pelo potássio do meio
intracelular, o qual em excesso pode provocar arritmia cardíaca e conseqüentemente a morte
(ORTOLANI; ANTONELLI, 2004).
Um estado de hiperglicemia se desenvolveu durante todo o experimento nos animais
dos cinco grupos (Tabela 26). Esta hiperglicemia é decorrente da interferência da
hiperamôniemia sobre os hormônios que regulam o metabolismo da glicose, ou seja, quanto
maior os teores deste composto nitrogenado maior a liberação de glucagon, que estimula a
gliconeogênese, da adrenalina, que estimula a glicogenólise, uma redução no uso periférico da
glicose por menor liberação de insulina (ORTOLANI; ANTONELLI, 2004). É interessante
frisar que no último momento (240 min) os animais dos grupos indistintamente tratados
apresentaram menores teores de glicose no plasma que o grupo controle, indicando a
influência positiva dos mesmos.
Os maiores teores de creatinina séricos no decorrer do experimento indicaram que o
grupo controle sempre esteve mais desidratado que os demais animais que foram medicados
com soluções hidratantes (Tabela 29).
Não existiu diferença nos teores de uréia sérica no decorrer do experimento entre ou
dentro dos grupos (Tabela 28). Esse resultado deve ser analisados com ressalvas.
Independente do tratamento, todos os animais apresentaram no período uma maior atividade
do ciclo da uréia, visto que foram desafiados a transformar altas quantidades de amônia em
uréia, o que elevaria os teores de uréia no sangue. Porém, devido ao baixo limiar renal de
excreção da uréia em ruminantes (ao redor de 4 a 5 mM/L), que por sinal é excretada
livremente pelos glomérulos, deve ter provocado uma grande eliminação renal deste
composto, já que os animais apresentavam a função renal normal, o que provocou uma
homogeniedade dos teores de uréia no sangue (BRENNER, 1996).
A confirmação que todos os animais eliminaram significativas quantidadades de uréia
pela urina, no decorrer das quatro horas de experimento, está apresentada na tabela 30.
Segundo Martin Jr. et al. (1981), no ciclo da uréia um mol de amônia é transformada num mol
de uréia, indicando a desintoxicação do primeiro composto. Assim sendo, mesmo no grupo
controle onde o processo foi menos pronunciado a eliminação global de uréia urinária em
quatro horas foi cerca de 62,4 mM (30% de um total de 208 mM de amônia injetada) cerca de
12 maior que o teor de uréia num litro de sangue.
Atenção especial deve ser devotada à discussão da tabela 30 que apresenta a excreção
percentual de amônia e de uréia urinária em relação ao amônio injetado. Todos os grupos
receberam semelhantes quantidades de cloreto de amônio para apresentar o primeiro episódio
de convulsão, tornando os grupos homogêneos e passíveis de serem avaliadas as influências
dos vários tratamentos na recuperação do quadro de intoxicação.
Ao término de quatro horas de tratamento os animais medicados com cada um dos
tratamentos tiveram uma maior excreção de amônio e de uréia que os do grupo controle. Este
resultado se repetiu individualmente tanto para a excreção de uréia com de amônia, na 1ª h
como na excreção global no decorrer das quatro horas de tratamento. Deve-se ressaltar o
resultado da excreção de amônio e uréia durante a 1ª h, em que se definiu claramente que os
grupos medicados com solução salina hipertônica (grupos 4 e 5) tiveram maiores
percentagens de excreção que os tratados com solução isotônica. Esta 1ª hora é fundamental
para o sucesso do tratamento proposto. Em casos graves de intoxicação natural por amônia
caso não haja uma adequada depuração deste composto nesse momento ocorre a morte do
animal cerca de 20 a 30 minutos após o ínicio do quadro convulsivo.
Esses resultados demonstraram claramente a importância que a hidratação, por meio
de solução isotônica e/ou hipertônica de cloreto de sódio associada a administração oral de
água, tem na depuração da amônia pela urina. Segundo Roeder et al. (1997), em ambas os
tratamentos supracitados existe um aumento no volume plasmático o qual por consequência
provoca, em seguida, um incremento no volume urinário. Segundo Kitamura (2002) quanto
maior o volume urinário maior a excreção de amônio pela urina, fato este observado nos
animais hidratados em relação aos do grupo controle.
Coincidentemente, no presente trabalho constatou-se também que quando maior foi a
quantidade de amônia excretada na urina maior também foi a de uréia no mesmo fluido
(Gráfico 10). Resultados semelhantes foram obtidos por Santos (2005), os quais
demonstraram que os bovinos mais resistentes à intoxicação pela amônia, eliminaram mais
uréia pela urina e que esta substância de certa forma atuava como um diurético osmótico
incrementando a excreção de amônio também pela urina. A maior excreção de uréia pela
urina é um reflexo da maior atividade do ciclo de uréia nos animais submetidos a enormes
concentrações de amônia na corrente circulatória. É notório a maior excreção percentual de
uréia na urina durante a primeira hora nos animais que foram medicados com soluções
hipertônicas de cloreto de sódio. Não se sabe corretamente quais os mecanismos que atuam
nessa maior desintoxicação da amônia em animais tratados com solução salina hipertônica.
Porém, sugere-se que esteja envolvido nesse processo uma maior perfusão sangüínea no
fígado e nos rins, visto que o funcionamento destes órgãos está condicionado a perfeita
oxigenação dos seus tecidos. O gráfico e tabela 3 demonstram que durante os primeiros 30
minutos do tratamento o volume globular foi bem menor nos grupos tratados com solução
salina hipertônica, sugerindo que tenha ocorrido paralelamente um aumento no volume
plasmático. Deve-se lembrar que no momento da convulsão instala-se um quadro
relativamente intenso de desidratação (KITAMURA, 2002; ORTOLANI; ANTONELLI,
2004).
Ao término das quatro horas de medicação ficou patente que praticamente toda a
amônia sangüínea em excesso foi desintoxicada adequadamente nos grupos 2 a 5 não
atingindo este status no grupo controle.
Contudo, os animais de todos os grupos utilizados neste experimento foram
alimentados com igual e baixa quantidade de proteína dietética antes da indução, o que de
certa forma equiparava todos os grupos, visto que quanto maior é a ingestão prévia de
proteína dietética maior será a atividade do ciclo da uréia que desintoxica amônia em uréia.
No presente trabalho a ação benéfica da solução hipertônica deve ter ocorrido pelo aumento
no volume plasmático, verificado pela rápida diminuição no volume globular, aumentando
provavelmente a taxa de filtração glomerular e a produção de urina, a eliminação de mais
uréia e por conseqüência de mais amônio.
8 CONCLUSÕES
Ao fim deste experimento as seguintes conclusões foram obtidas:
A metodologia empregada foi adequada para promover uma intoxicação definitiva por
amônia em todos os animais.
O grupo controle teve, principalmente ao término do experimento, uma queda mais
lenta dos teores de amônia sangüínea, edema pulmonar em todos os animais e um quadro
clínico mais pronunciado que os observados nos demais grupos.
A intoxicação por amônia provocou um quadro de acidose metabólica sistêmica,
compensada por menor retenção de CO2, uma marcante hiperglicemia e hiperlactemia e
discreta hipercalemia.
O uso de solução salina hipertônica promoveu uma rápida recuperação da volemia,
melhorando com presteza o grave quadro clínico instalado e aumentando rápida e
marcadamente o volume urinário global, eliminando assim com grande eficiência a amônia e
a uréia por este fluido.
O uso de furosemida não interferiu no volume excretado de urina e nem gerou
melhora no quadro de edema pulmonar, além de provocar taquicardia no decorrer do
experimento.
Embora com efeito menor que o observado com solução salina hipertônica a infusão
de fluido isotônico promoveu melhora no quadro clínico geral e ao término do experimento
conseguiu uma adequada desintoxicação da amônia.
Quanto maior a excreção urinária de uréia maior também foi a excreção de amônia
neste fluido.
REFERÊNCIAS
ANTONELLI, A. C. Administração de doses padrão e alta de uréia extrusada ou granulada em bovinos. 2003. 147 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
ANUALPEC. Anuário da pecuária brasileira. São Paulo: FNP Consultoria agroinformativos, 2003. 400 p.
BARTLEY, E. E.; DAVIDOVICH, A.; BARR, G. W.; GRIFFEL, G. W.; DAYTON, A. D.; DEYOE, C. W.; BECHTLE, R. M. Ammonia toxicity in cattle. I. Rumen and blood changes associated with toxicity and treatments methods. Journal of Animal Science, Champaign, v. 43, n. 4, p. 835-841, 1976.
BOIN, C. Efeitos desfavoráveis da utilização de uréia. In: PEIXOTO, J. M.; MOURA, J. C.; FARIA, V. P. Uréia para ruminantes. Piracicaba: FEALQ, 1994. p. 19-62.
BOLING, J. A.; KATANYUKUL, P. J.; NUZUM, C. T. Urea cycle enzyme activity in lambs fed different nitrogen levels at low dietary intakes. International Journal for Vitamin and Nutrition Research, Bern, v. 46, n. 3, p. 395-399, 1976.
BORTOLUSSI, G.; TERNOUTH, J. H.; McMENIMAN, N. P. Dietary nitrogen and phosphorus depletion in cattle and their effects on liveweight gain, blood metabolite concentrations and phosphorus kinetics. Journal of Agricultural Science, Cambridge, n. 126, p. 493-501, 1996.
BRENNER, B. M. The kidney. 5th ed. Philadelphia: W. B. Saunders, 1996. 2702 p.
CALDOW, G. L.; WAIN, E. B. Urea poisoning in suckler cows. Veterinary Record, London, v. 128, p. 489-491, 1991.
CONSTABLE, P. D. Hypertonic saline. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, Champaign, v. 15, n. 3, p. 559-585, 1999.
CONSTABLE, P. D.; GOHAR, H. M.; MORIN, D. A.; THURMON, J. C. Use of Hypertonic salin-dextran solution to resuscitate hypovolemic calves with diarrhea. American Journal of Veterinary Research, Chicago, v. 57, n. 1, p. 97-104, 1996.
CONSTABLE, P. D., MUIR, W. W., BINKLEY, P. Hypertonic saline is a negative inotropic agent in normovolumic dogs. American Journal of Phisiology, Washington, v. 267, p. 667-677, 1994.
COOMBE, J. B.; TRIBE, D. E.; MORRISON, J. W. C. Some experimental observations on the toxicity of urea to sheep. Australian Journal Agricultural Research, Colingwood, v. 11, n. 2, p. 247-256, 1960.
DAVIDOVICH, A.; BARTLEY, E. E.; BECHTLE, R. M.; DAYTON, A. D. Ammonia toxicity in cattle. III. Absorption of ammonia gas from the rumen and passage of urea and ammonia from rumen to the duodenum. Journal of Animal Science, Champaign, v. 46, n. 3, p. 551-558, 1977a.
DAVIDOVICH, A.; BARTLEY, E. E.; CHAPMAN, T. E.; BECHTLE, R. M.; DAYTON, A. D.; FREY, R. A. Ammonia toxicity in cattle. II. Change in carotid and jugular blood components associated with toxicity. Journal of Animal Science, Champaign, v. 44, n. 4, p. 702-709, 1977b.
DAVIS, G. K.; ROBERTS, H. F. Urea toxicity in cattle. Florida Agricultural Experimental State Bulletin, Florida, v. 611, p. 3-16, 1959.
EDJTEHADI, M; SZABUNIEWICZ, M.; EMMANUEL, B.. Acute urea toxicity in sheep. Canadian Journal Compendium Medicine, Ottawa, v. 42, p. 63-68, 1978.
FERNANDEZ, J. M.; CROOM, W. J.; TATE JR., L. P.; JOHNSON, A. D. Subclinical ammonia toxicity in steers: effects on hepatic and portal-drained visceral flux of metabolites and regulatory hormones. Journal of Animal Science, Champaign, v. 68, n. 6, p. 1726-1742, 1990.
FRØSLIE, A. Feed-related urea poisoning in ruminants. Folia Veterinary Latina, Milano, v. 7, n. 1, p. 17-37, 1977.
GOOD, D. W.; CAFLISCH, C. R.; DuBOSE JR., T. D. Transepithelial ammonia concentration gradients in inner medulla of the rat. American Journal Physiology, Washington, v. 252, p. 491-500, 1987.
GRABER, M. L.; BENGELE, H. H.; MROZ, E.; LECHENE, C.; ALEXANDER, E. A. Acute metabolic acidosis augments collecting duct acidification rate in the rat. American Journal Physiology, Washington, v. 241, p. 669-676, 1981.
GREENSTEIN, J. P.; GULLINO, P.; WINITZ, M. Studies on the metabolism of amino acids and related compounds in vivo III. Prevention of ammonia toxicity by arginine and related compounds. Archives Biochemistry of Biophysics, New York, v. 64, n. 1, p. 342-354, 1956.
HALIBURTON, J. C.; MORGAN, S. E. Nonprotein nitrogen-induced ammonia toxicosis and ammoniated feed toxicity syndrome. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, Philadelphia, v. 5, n. 2, p. 237-249, 1989.
HELMER, L. G.; BARTLEY, E. E. Progress in the utilization of urea as a protein replacer for ruminants. A review. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 54, n. 1, p. 25-51, 1971.
HUBER, J. T. Nonprotein nitrogen in dairy cattle rations. In: WILCOX, C. J.; VAN HORN, H. H.; HARRIS JR., B.; HEAD, H. H.; MARSHALL, S. P.; THATCHER, W. W.; WEBB, D. W.; WING, J. M. Large dairy herd management. Gainesville: University of Florida Press, 1978. cap. 11, p. 293-315.
KANEKO, J. J.; HARVEY, J. W.; BRUSS, M. L. Clinical biochemistry of domestic animals. 5th ed. San Diego: Academic Press, 1997. 932 p.
KITAMURA, S. S.; ORTOLANI, E. L. Avaliação de diferentes doses de furosemida sobre a excreção urinária de bovinos hígidos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 37, 2007, (no prelo).
KITAMURA, S. S.; ANTONELLI, A. C.; MARUTA, C. A.; SOARES, P. C.; SUCUPIRA, M. C. A.; MORI, C. S.; MIRANDOLA, R. M. S.; ORTOLANI, E. L. A model for ammonia poisoning in cattle. Veterinary and Human Toxicology, Manhattan, v. 45, n. 5, p. 274- 277, 2003.
KITAMURA, S. S. Intoxicação por amônia em bovinos e ratos: o desempenho renal na desintoxicação e o emprego de tratamentos alternativos. 2002. 92 f. Dissertação (Mestrado em Clínica Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.
KOPCHA, M. Nutritional and metabolic diseases involving the nervous system. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, Philadelphia, v. 3, n. 1, p. 119-135, 1987.
LEWIS, D. Ammonia toxicity in the ruminant. The Journal of Agricultural Science, Cambridge, v.55, n. 1, p. 111-115, 1960.
LEWIS, D.; HILLS, K. H.; ANNISON, E. F. Studies on the portal blood of sheep I. Absorption off ammonia from the rumen of sheep. The Biochemistry Journal, London, v. 66, p. 587-590, 1957.
LUTSGARTEN, J. A.; WENK, R. E. Simple, rapid, kinetic method for serum creatinine measurement. Clinical Chemistry, Washington D.C., v. 18, n. 11, p. 1419-1422, 1972.
MAHADEVAN, S.; SAUER, F.; MERFLE, J. D. Studies on bovine rumen bacterial urease. Journal of Animal Science, Champaign, v. 42, n. 3, p. 745-753, 1976.
MALNIC, G.; MARCONDES, M. Fisiologia renal. 3. ed. São Paulo: EPU, 1986, 409 p.
MARTIN Jr., D. W.; MAYES, P. A.; RODWELL, V. W. Harper’s review of biochemistry. 18th ed. Los Altos, California: Lange Medical, 1981. 614 p.
MASSAD, E.; MENEZES, R. X.; SILVEIRA, P. S. P.; ORTEGA, N. R. S. Métodos quantitativos em medicina. Barueri: Manole, 2004. 561 p.
MINITAB – The Student Edition of MINITAB Statistical software adapted for education . Versão13.0 Release. User’s Manual. New York: Addison – Wesley, 2000. 1 CD-ROM.
MINSON, D. J. Forage in ruminant nutrition. Queensland: Academic Press, 1990. 483 p.
MOORE, D. A.; VARGA, G. Bun and Mun: Urea nitrogen testing in dairy cattle. The Compendium on Continuing Education for the Practining Veterinarian, Trenton, v. 18, n. 6, p. 712 – 720, 1996.
MORRIS, J. G.; PAYNE, E. Ammonia and urea toxicoses in sheep and their relation to dietary nitrogen intake. Journal Agricultural Science, Cambridge, v. 74, n. 2, p. 259-271, 1970.
O’CONNOR, J. E.; COSTELL, M. New roles of carnitine metabolism in ammonia cytotoxicity. In: GRISOLÍA, S.; FELIPO, V.; MIÑANA, M. D. Advances in experimental medicine and biology. New York: Plenum Press, 1990. v. 272, cap. 12, p. 183-195.
ORTOLANI, E. L.; MARCONDES, M. C. M. Treatment of ammonia intoxication in rats through the use of amino acids from the urea cycle. Veterinary and Human Toxicology, Manhattan, v. 37, n. 3, p. 217-220, 1995.
ORTOLANI, E. L.; MORI, C. S.; FILHO, J. A. R. Ammonia toxicity from urea in a brazilian dairy goat flock. Veterinary and Human Toxicology, Manhattan, v. 42, n. 2, p. 87-89, 2000.
ORTOLANI, E. L.; ANTONELLI, A. C. Acute ammonia poisoning in ruminants: a review. Current Topics in Toxicology, Denver, v. 1, p. 19-32, 2004.
OSWEILER, G. D. Toxicologia veterinária. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 536 p.
RADOSTITS, O. M.; GAY C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W. Clínica veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e eqüinos. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 1737 p.
REPP, W. W.; HALE, W. H.; CHENG, E. W.; BURROUGHS, W. The influence of oral administration of non-protein nitrogen compounds upon blood ammonia and urea levels in lambs. Journal of Animal Science, Champaign, v. 14, n. 1, p. 118-131, 1955.
ROEDER, B. L.; SU, C. L.; SCHAALJE, B. Acute effects of intravenously administered hypertonic saline solution on transruminal rehydratation in dairy cows. Americam Journal Veterinary Research, Schaumburg, v. 58, n. 5, p. 549-554, 1997.
ROLLER, M. H.; RIEDEMANN, G. S.; ROMKEMA, G. E.; SWANSON, R. N. Ovine blood chemistry values measured during ammonia toxicosis. American Journal Veterinary Research, Schaumburg, v. 43, n. 6, p. 1068-1071, 1982.
SAMPAIO, I. B. M. Estatística aplicada à experimentação animal. 1. ed. Belo Horizonte: UFMG, 1998, 221 p.
SANTOS, N. V. M. Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação. 2005. 134 f. Tese (Doutorado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
SIEGEL, S. Estatística não-paramétrica. São Paulo: Mcgraw-Hill, 1975. 350 p.
SILVA e OLIVEIRA, J. Utilização de cana+uréia na recria de bovinos. Circular técnico. EMBRAPA – Centro Nacional de Pesquisa de gado de leite – CNPGL, n. 23, 1985, 20 p.
SNEDCOR, G. W.; COCHRAN, W. G. Statistical methods. 6th ed. Ames: Iowa State University Press, 1967. 593 p.
SPIRES, H. R.; CLARK, J. H. Effect of intraruminal urea administration on glucose metabolism in dairy steers. The Journal of Nutrition, Bethesda, v. 109, n. 8, p. 1438-1447, 1979.
STILES, D. A.; BARTLEY, E. E.; MEYER, R. M.; DEYOE, C. W.; PFOST, H. B. Feed processing. VII. Effect of an expansion-processed mixture of grain and urea (Starea) on rumen metabolism in cattle and on urea toxicity. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 53, n. 10, p. 1437-1447, 1970.
SYMONDS, H. W.; MATHER, D. L.; COLLIS, K. A. The maximum capacity of the liver of the adult dairy cow to metabolize ammonia. Bristish Journal Nutrition, London, v. 46, n. 3, p. 481-486, 1981.
TALKE, H.; SCHUBERT, G. E. Enzymatische harnstoffbestimmung in blut und serum in optishen test nach warburb. Klinische Wochenschrift, Berlin, v. 43, n. 174, p. 174-175, 1965.
TILLMAN, A. D.; SIDHU, K. S. Nitrogen metabolism in ruminants: rate of ruminal ammonia production and nitrogen utilization by ruminants – a review. Journal of Animal Science, Champaign, v. 28, n. 5, p. 689-697, 1969.
VAN HORN, H. H.; FOREMAN, C. F.; RODRIGUEZ, J. E. Effect of high-urea supplementation on feed intake and milk production of dairy cows. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 50, n. 5, p. 709-714, 1967.
VESTWEBER, J. G. E.; AL-ANI, F. K.; JOHNSON, D. E. Udder edema in cattle: effects of diuretics (furosemide, hydrochlorothiazine, acetazolamide, and 50 % dextrose) on serum and urine electrolytes. American Journal Veterinary Research, v. 50, n. 8, p. 1323-1328, 1989.
VISEK, W. J. Ammonia metabolism, urea cycle capacity and their biochemical assessment. Nutrition Reviews, Lawrence, v. 37, n. 9, p. 273-282, 1979.
VISEK, W. J. Ammonia: Its effects on biological systems, metabolic hormones, and reproduction. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 67, n. 3, p. 481-498, 1984.
VISEK, W. J. Some aspects of ammonia toxicity in animals cells. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 51, n. 2, p. 286-295, 1968.
WORD, J. D.; MARTIN, L. C.; WILLIAMS, D. L.; WILLIAMS, E. I.; PANCIERA, R. J.; NELSON, T. E.; TILLMAN, A. D. Urea toxicity studies in the bovine. Journal of Animal Science, Champaign, v. 29, n. 4, p. 786-791, 1969.
Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas
Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo