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Utility Computing 1 - Conceito Pagamento na medida exata Pagar apenas pelo o que é utilizado ou consumido em Tecnologia da Informação (TI). É o que promete o modelo de Utility Computing, que pode ser entendido como serviços utilitários ou computação de vantagens. O termo vem das chamadas utilities, que em inglês são as empresas públicas que têm como modelo de negócios a cobrança pelo que é consumido. Para exemplificar o conceito, nada melhor do que comparar o mecanismo de uso e pagamento do Utility Computing com o modelo de negócios e cobrança das contas de água, luz e telefone. Ao permitir a aquisição de capacidade temporária de processamento e armazenamento de dados, essa tecnologia potencializa a otimização da infra-estrutura de hardware, software e serviços com redução dos custos fixos por capacidade não utilizada. Trocando em miúdos, Utility Computing é um modelo de negócios onde se paga ao fornecedor do produto ou ao prestador de serviços, somente o que for utilizado. Para os clientes, a indústria aponta como vantagem a aquisição de uma arquitetura flexível e uma redução de custos em torno dos 20%. Diante disso, Utility Computing se apresenta como excelente alternativa às companhias que têm como meta a economia e o controle na utilização de ativos de informática e telecomunicações. Para reforçar, um exemplo bastante simples do funcionamento desse modelo que vem tomando corpo com o passar do tempo, é a comparação com a forma de cobrança do telefone celular, de gás e da energia elétrica que, normalmente, são pagos conforme o consumo. Já é coisa do passado adquirir um equipamento ou um software para que seja utilizado somente em determinados períodos do ano e deixá-lo ocioso o restante do tempo. Ninguém ou empresa alguma pode se dar esse luxo. O modelo tende a tornar-se muito mais que uma ferramenta de controle de gastos e ser a estratégia de negócio da empresa. Servidores, por exemplo, ficam por muito tempo em desuso dentro da empresa por cumprirem a função de garantir o pleno funcionamento dos sistemas e cumprir a demanda em períodos de pico. A média de utilização de servidores sobressalentes é de 15% do uso de sua capacidade, fator que contribui com o aumento dos custos de uma corporação. Ao optar pelo uso sob demanda, um comércio varejista, por exemplo, que tem em dezembro um pico gigantesco de uso com as vendas do Natal e em janeiro o uso quase que vai a zero, pagará de forma diferenciada e proporcional pelos recursos de TI. O modelo Utility Computing já é uma realidade no universo de TI em função de uma combinação de fatores associados, focalizados no outsourcing e no hosting, em tecnologias emergentes, como por exemplo, o Grid Computing. E ainda em potencialidades mais robustas de segurança e na experiência dos modelos de comercialização conhecidos como ASP (Application Service Provider), ou provedores de aplicações. Porém, o conceito não é novidade para os profissionais de tecnologia, tendo em vista que seu surgimento já conta com cerca de vinte anos mas, diante da falta de maiores recursos tecnológicos e de cultura de mercado, não conquistou muitos adeptos à época. Impulso com novas tecnologias

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Utility Computing

1 - Conceito

Pagamento na medida exata Pagar apenas pelo o que é utilizado ou consumido em Tecnologia da Informação (TI). É o quepromete o modelo de Utility Computing, que pode ser entendido como serviços utilitários oucomputação de vantagens. O termo vem das chamadas utilities, que em inglês são as empresaspúblicas que têm como modelo de negócios a cobrança pelo que é consumido. Para exemplificaro conceito, nada melhor do que comparar o mecanismo de uso e pagamento do Utility Computingcom o modelo de negócios e cobrança das contas de água, luz e telefone. Ao permitir a aquisição de capacidade temporária de processamento e armazenamento dedados, essa tecnologia potencializa a otimização da infra-estrutura de hardware, software eserviços com redução dos custos fixos por capacidade não utilizada. Trocando em miúdos, UtilityComputing é um modelo de negócios onde se paga ao fornecedor do produto ou ao prestador deserviços, somente o que for utilizado. Para os clientes, a indústria aponta como vantagem aaquisição de uma arquitetura flexível e uma redução de custos em torno dos 20%. Diante disso, Utility Computing se apresenta como excelente alternativa às companhias que têmcomo meta a economia e o controle na utilização de ativos de informática e telecomunicações.Para reforçar, um exemplo bastante simples do funcionamento desse modelo que vem tomandocorpo com o passar do tempo, é a comparação com a forma de cobrança do telefone celular, degás e da energia elétrica que, normalmente, são pagos conforme o consumo. Já é coisa do passado adquirir um equipamento ou um software para que seja utilizado somenteem determinados períodos do ano e deixá-lo ocioso o restante do tempo. Ninguém ou empresaalguma pode se dar esse luxo. O modelo tende a tornar-se muito mais que uma ferramenta decontrole de gastos e ser a estratégia de negócio da empresa. Servidores, por exemplo, ficam por muito tempo em desuso dentro da empresa por cumprirem afunção de garantir o pleno funcionamento dos sistemas e cumprir a demanda em períodos depico. A média de utilização de servidores sobressalentes é de 15% do uso de sua capacidade,fator que contribui com o aumento dos custos de uma corporação. Ao optar pelo uso sobdemanda, um comércio varejista, por exemplo, que tem em dezembro um pico gigantesco de usocom as vendas do Natal e em janeiro o uso quase que vai a zero, pagará de forma diferenciada eproporcional pelos recursos de TI. O modelo Utility Computing já é uma realidade no universo de TI em função de uma combinaçãode fatores associados, focalizados no outsourcing e no hosting, em tecnologias emergentes, comopor exemplo, o Grid Computing. E ainda em potencialidades mais robustas de segurança e naexperiência dos modelos de comercialização conhecidos como ASP (Application ServiceProvider), ou provedores de aplicações. Porém, o conceito não é novidade para os profissionaisde tecnologia, tendo em vista que seu surgimento já conta com cerca de vinte anos mas, dianteda falta de maiores recursos tecnológicos e de cultura de mercado, não conquistou muitosadeptos à época. Impulso com novas tecnologias

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Esse modelo de negócio no qual se paga apenas o que se utiliza retomou suas forças com amassificação da banda larga e com as novas tecnologias de Grid Computing, nomenclatura quedefine a divisão do trabalho a ser realizado entre os recursos computacionais disponíveis. Com ocorrer do tempo, Grid Computing será acrescentada a muitas infra-estruturas corporativas e traráum grande crescimento da potência de CPU para tarefas que exigem computação intensiva. Na verdade, o conceito de virtualização torna disponível sob demanda a capacidade de rede,permitindo que aplicações corporativas como automação da força-de-vendas e gerenciamento derecursos corporativos sejam adquiridos no modelo ASP. A tendência para esse segmentocaracteriza-se ainda pela oferta e definição de serviços que irão permitir ao mercado optar entrevários modelos de negócio, como a terceirização total, ASP ou gerenciamento de serviços. Para abordar o assunto e passar a idéia da venda conforme o uso para o mercado comprador, aindústria adota nomenclaturas diferentes para essa infra-estrutura de TI. Talvez o termo maisconhecido seja on demand (sob demanda), adotado pela IBM. A Oracle optou por utilizar o termoGrid e a HP, por sua vez, usa a terminologia empresa adaptativa. Existem, obviamente, variaçõesna abordagem, no formato e na venda da tecnologia de empresa para empresa, porém, a base éa mesma em todas elas, ou seja, todas mantêm a premissa de oferecer e cobrar pelos produtos eserviços conforme o uso. Esses players enxergam a infra-estrutura a ser ofertada como componentes automatizados,módulos que o cliente compra de acordo com sua necessidade momentânea. Esses módulos sãocomplementares e seguem as orientações da governança corporativa e suas melhores práticas. Outras gigantes do segmento de TI aderiram ao modelo. A EDS investiu US$ 2 bilhões no quechamou de estratégia Agile Enterprise, que visa a oferecer o formato de Utility Computing para asáreas de infra-estrutura, aplicações e BPO (Business Process Outsourcing). A empresa encabeçaum grupo de empresas como a Cisco, Dell, EMC, Microsoft, Oracle, SAP, Siebel, SunMicrosystems, Towers Perrin e Xerox. Todas elas estão também empenhadas na divulgação e na adesão à oferta de Utility Computingno Brasil e envolvidas nas pesquisas, no desenvolvimento e na gestão do portfólio de ofertas aomercado. Cada uma dessas empresas entra com suas particularidades e potencialidades e a EDSalinha os serviços a serem prestados. Estratégia de negócios Há um bom tempo, o segmento de Tecnologia da Informação está em busca de fórmulas parareduzir custos fixos e gastos com sistemas legados e novas aquisições, sejam elas em hardware,software ou serviços. Tecnologias emergentes, novos sistemas, hardware de última geração,necessidade de aumentar a segurança dos dados e planos de contingência demandam altosinvestimentos. E não é fácil justificar todo esse gasto à alta administração da companhia. Crises econômicas, regulamentações como a Sarbane Oxley (SOx) e Basiléia II, para citar unsexemplos, têm obrigado o mercado a cortar todo o tipo de despesas e a enxugar o orçamentopara conquistar metas e acertar o compasso da corporação com a nova ordem mundial. Com tudoisso acontecendo, executivos buscam novas fórmulas e caminhos alternativos. Na mira dos executivos está uma série de medidas que visa a economia e o ajuste do orçamentodas corporações, como a redução do TCO, ou total coast operation, que é a diminuição do custototal de propriedade, assim como a busca pelo retorno dos investimentos (ROI) e tantas outrasiniciativas que têm agora como aliado o pagamento conforme o uso de recursos de TI. Os profissionais de informática são constantemente cobrados pela alta administração dasempresas a ajustarem os orçamentos, de tal forma que o departamento de tecnologia apresente

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um resultado financeiro satisfatório e não seja a área que só consome recursos, pelo contráriocolabore para as metas financeiras da empresa. Essa premissa tem recebido maior destaque comas questões de governança corporativa e de TI (Tecnologia da Informação), tema que se encontraentre os primeiros colocados na lista da ordem do dia. Diante do fato de que as corporações e os responsáveis pela área de tecnologia procuram amaximização dos seus investimentos e a obtenção rápida dos retornos, nota-se, ainda incipiente,mas de maneira gradual, um aumento da oferta e na procura de serviços utilitários (UtilityComputing) como uma forma de redução de custos. De acordo com analistas de mercado, hágrande preocupação de usuários na procura por prestadores de serviços que ofereçam soluçõesno âmbito das infra-estruturas de TI – redes de comunicação, desktops e gerenciamento. A tendência para a aquisição de serviços de TI como um conjunto de Utility Computing teve maiordesenvolvimento durante os últimos cinco anos. De acordo com dados da International DataCorporation (IDC), a computação como utilidade tem como potencial alterar radicalmente a formaque a tecnologia da informação servirá os negócios. Porém, essa jornada está ainda no começo ehá passos gradativos e importantes que devem ser tomados antes de uma migração para umainfra-estrutura on demand, ou sob demanda. Evolução constante Utility Computing está entre as tecnologias e soluções que irão apresentar os maiores índices dedesenvolvimento até 2006, conforme estudo realizado pela IDC. Os três fatores que surgem emboa posição para contribuir com o crescimento do segmento de TI são, além de Utility Computing,Web services, mobilidade e home computing. Para o instituto, o conceito de Utility Computing é uma das soluções mais promissoras domercado e descreve esta tecnologia como o modelo de computação em que os recursoscomputacionais e de gestão estão adaptados às necessidades das empresas, permitindo que oscolaboradores acessem os sistemas em qualquer local. Após ter sustentado contínuo crescimento por quatro anos consecutivos, o mercado detecnologia chegou ao seu ápice em 2000, incluindo-se nesse contexto o impulso conseguido emfunção do Bug do Milênio. Depois disso, as dificuldades se vêm acentuando, com demonstrativosfinanceiros nem tanto satisfatórios por parte da maioria das empresas. Esse fato tem provocado na indústria e nos gestores iniciativas para tirar TI (e, claro, asempresas) da curva descendente que se apresenta. E é frente à necessidade que o ser humanose torna mais criativo. Daí surgem soluções como Utility Computing que tem como propósito ocontrole de custos diante do pagamento do que se usa. Na sua análise, a IDC chega à conclusão de que Utility Computing ainda está em um estágioinicial, tendo um longo caminho a percorrer até estar apto a corresponder à grande proposta denão apenas reduzir custos, mas acima de tudo ser uma excelente estratégia de negócios. Noentanto, já avançou no sentido de conquistar o topo da lista de tecnologias mais necessárias ecobiçadas. Em processo de consolidação, o conceito terá de passar ainda para as fases de automatização ede virtualização, passos já iniciados, porém ainda não concluídos. Ao longo de todo o processo(passando pelas fases de automatização e de virtualização), até 2006 inúmeras e vantajosasoportunidades de negócio surgirão para os envolvidos nesse segmento. A fase de partilha, quepermite que todos os recursos de TI de uma companhia sejam divididos (ou partilhados) eautomaticamente locados a tarefas específicas, deverá ser o mais rentável da área de Utility

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Computing depois do processo amadurecido, ou seja, após 2006. Os cuidados ao fazer a opção Com a utilização de Utility Computing, ou o pagamento conforme o uso, é possível que odepartamento de tecnologia consiga redirecionar e promover a expansão de toda ou de parte dainfra-estrutura. Estando alinhada à filosofia da corporação, irá atuar conforme as necessidades donegócio cresçam e se modifiquem, permitindo o compartilhamento de energia, armazenamento dedados, base de dados e outros serviços em tempo real pelos usuários. A proposta é que, com essa maneira de fornecimento e de pagamento, a área de Tecnologia daInformação esteja melhor alinhada com as metas da empresa, assim como com as demaisunidades, controlando custos e ativos ao alocá-los para projetos ou departamentos específicos daorganização. Utility Computing é uma ferramenta imprescindível para atender as exigências deTCO (custo total de propriedade), com tempo e despesas reduzidos. O conceito poderá se tornarmuito mais que uma ferramenta de redução de custos e passar a fazer parte da estratégia denegócios da empresa. Pelo lado da indústria fornecedora, a maneira de vender conforme o uso pode ser aplicada namais variada gama de software, assim como em sistemas de bancos de dados e servidores deaplicações, por exemplo. A oferta de produtos como utility beneficia também as pequenas emédias empresas, por não precisarem arcar com a manutenção de uma equipe interna paracuidar da tecnologia. Há diversas formas de contratar o conceito de Utility Computing. O cliente escolhe se quer deixara solução armazenada na empresa fornecedora ou dentro de ‘casa’ mesmo. Normalmente, emambos os casos, a administração total é da fornecedora. O usuário poderá optar entre váriosmodelos de negócio, como a terceirização total, ASP ou gerenciamento de serviços. Adaptação dos Data Centers Uma das formas de fornecer produtos e serviços sob demanda é por meio de data centers –centros de altíssima tecnologia, totalmente equipados e preparados para aplicações pesadas eonde são compartilhados os sistemas, com segurança e confiabilidade. Ainda há desconfiançanesse modelo e o fato do gerente de informática não ter uma máquina perto de si paragerenciá-la, ainda causa desconforto em alguns profissionais. Na outra modalidade, o cliente optapor deixar o servidor na própria empresa e fazer tudo, desde o gerenciamento, até as atualizaçõescom a equipe interna. Algumas mudanças podem ser observadas nos data centers, que passam a exercer um novomodelo de negócios, atendendo de forma satisfatória o modelo de pagamento sob demanda.Esses mecanismos de oferta de produtos e serviços centralizados evoluem e deixam de sermeros fornecedores de TI e passam a abranger toda uma infra-estrutura de produção. Ainda recente, essa evolução se caracteriza pelo conceito de empresa estendida, modelo quegarante a adoção de um outro conceito: o ecossistema global. A base para a infra-estrutura de TIda empresa estendida será a gestão de mudança. Com o modelo de negócio de empresa estendida é viável a criação de um ambiente comsistemas seguros, porém, o profissional de TI tem como desafio, oferecer um nível de serviçoadaptável. Com isso, a infra-estrutura deixa de ser vista como um emaranhado de fios, máquinase software.

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Para os analistas, é importante abordar a arquitetura de empresa adaptativa holisticamente, nãocomo uma preocupação tecnológica. A empresa se tornará adaptativa após um tempo, diante detodas as decisões tomadas em relação à arquitetura tecnológica. O departamento de tecnologia de uma corporação deve ser o maior facilitador de mudanças,tendo em vista que o fator flexibilidade é a mola propulsora desse mercado. Para tanto, é precisotrabalhar em conjunto com as outras unidades da empresa, como marketing e recursos humanos,além de estar sempre muito perto dos tomadores de decisão da companhia. Integradores de tecnologia responderam em massa a algumas das novas alternativas existentesno mercado, abraçando-as como soluções inteiramente emergentes ou migrando das exaustivasimplementações de gerenciamento de rede de anos atrás. Uma pesquisa da Thinkstrategies e daMSP Alliance indicou que a receita da imensa maioria dos parceiros do canal de distribuiçãocresceu nos últimos doze meses. Além disso, o estudo previu que essa tendência aumentará namedida em que Utility Computing se tornar predominante. Quando os clientes precisam de serviços gerenciados, querem saber com absoluta certeza deque são capazes de resolver seus problemas em questão de horas ou dias, não de semanas oumeses. No ambiente de TI atual, os serviços gerenciados que possam ser adquiridos sobdemanda fazem mais sentido. Em busca do sucesso O segredo do sucesso de empresas de tecnologia está na oferta às diferentes necessidades dosclientes, mais alinhada com as suas motivações e estratégias. É importante ter em mente que,apesar do entusiasmo que novas tecnologias podem provocar, as organizações não se devemdesviar das necessidades dos seus clientes, que não são motivados pela tecnologia. Se, para o mercado consumidor, a conveniência, a simplicidade, o serviço e o entretenimento sãofatores que motivam a aquisição, para as empresas é determinante o valor que a adoção denovas tecnologias pode agregar ao negócio. É papel do profissional à frente de um departamento de TI, ao propor a adoção de UtilityComputing estar atento aos ganhos e riscos que a empresa assumirá, fato que irá criar impactosdiretos no valor criado para o cliente e para o acionista.

2 - Cenário

O conceito volta ao cenário de TI Apesar de recente, o conceito de Utility Computing não é novo. Pode-se dizer que é umaevolução do modelo de comercialização denominado ASP – Application Service Provider, ouprovedores de solução. A forma de comercialização em TI que prevê o pagamento somente doque se utiliza de um hardware ou de aplicativos é uma alternativa para empresas que buscameconomia e controle na utilização dos seus recursos de TI. Por meio da automatizaçãotecnológica, as empresas simplificam a prestação de serviços, ativando ou desativando recursosde acordo com o nível de demanda. O que faz do Utility Computing uma tecnologia tão interessante é o fato de permitir ao empresárioplanejar sua estrutura de maneira mais flexível e, simplesmente utilizar os serviços queinteressam e quando for conveniente. Como já acontece com as contas de telefone celular, quepagamos somente pela quantidade de minutos utilizados e pré-acordados, assim também

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funciona o Utility Computing. Em resumo, esse conceito reduz as despesas com hardware e oscustos operacionais, alinha a área de TI às iniciativas do negócio e diminui o tempo paradisponibilizar recursos novos ou adicionais aos usuários. A base para a forma atual de uso do Utility Computing vem dos ASPs (que teve os primeirosadeptos no Brasil no final do ano 2000) e é definido como o mecanismo pelo qual as empresasalugam sistemas e pagam pelo uso, em vez de comprá-los. Ou seja, ASP é um sistema comestrutura computacional centralizada, capaz de atender a diversas empresas em um únicosoftware ou hardware. Sendo assim, as empresas não precisariam obter um parque tecnológico(servidores, software, sistemas completos e backbone) necessário para montar sua própriainfra-estrutura. Um comparativo com o modelo ASP, que é a base do conceito de Utility Computing, são asoperadoras de telefonia que têm de se preocupar em oferecer a melhor tecnologia e o usuário, porsua vez, somente em usar o aparelho telefônico. Um dos grandes benefícios desse sistema élevar aos usuários a tranqüilidade de utilizar um aplicativo que estará sempre no estado-da-arteem tecnologia sem ter de pagar por isso. Um dos fundamentos do ASP é livrar os clientes dapreocupação com o desenvolvimento da tecnologia e da perda de tempo com assuntos que nãosão foco do seu próprio negócio, tendo em vista que oferece a possibilidade de utilizar tecnologiasem forma de serviço sem riscos do desenvolvimento. ASP rumo ao Utility Computing Em 2001, a Vale.com, que é o braço digital da companhia Vale do Rio Doce, efetivou a primeiraexperiência de uso de um ASP em sua totalidade. Esse projeto pioneiro foi implementado pelaAspix, empresa de ASP da Xerox, que se comprometeu a seguir à risca os mandamentos básicosdo ASP. Até então, nenhuma empresa havia utilizado o conceito ASP de forma integral. Naquelaépoca, os fornecedores do serviço no Brasil, em geral, cobravam o licenciamento do software, fatoque acarretava em um alto custo para utilizar programas que ajudavam no gerenciamento (ERP),por exemplo. O custo de implementação de um software ERP em uma empresa de pequeno portegirava em torno de R$ 10 mil. Ao longo do tempo, os fornecedores de soluções observaram que a necessidade do mercadocoorporativo era projetar suas vendas no mundo e-business e, com base na demanda crescente ena tendência tecnológica do e-commerce, foram alterando a visão no que se referia a modelos denegócios e pendendo para o ASP. Uma das vantagens das aplicações utilizadas no modelo ASPestá na sua estrutura tecnológica, que é compartilhada por todos os clientes que as alugam portaxas mensais. Essas taxas estão longe dos altos valores despendidos na aquisição emanutenção de hardwares e softwares. No ano de 2003, a maioria das companhias ainda sofria com os investimentos exigidos pelo bugdo milênio e não se registrava interesse por novos equipamentos de TI. Ocorreu, então, umatentativa de ressuscitar o mercado, que tinha um novo comportamento em resposta às mudançasna tecnologia, assim como alterações no modo como as empresas passaram a enxergar TI. Alguns fatores levaram à reavaliação e à mudança no modelo de negócios por parte dasempresas usuárias e, conseqüente adaptação das fabricantes e fornecedoras de soluções detecnologia da informação, que buscavam uma forma de oferecer performance com redução decusto. A mudança tecnológica mais perceptível se deu no tocante ao aumento da potência e naqueda do custo do hardware. De 1993 até o ano de 2003, o preço da capacidade deprocessamento e de armazenamento caiu de maneira considerável. Por outro lado, o gastos comsoftware e mão-de-obra qualificada aumentaram de forma drástica. Dez anos antes, o hardwarerespondia pela maior parte do orçamento do setor de tecnologia da informação. Em 2003, já

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equivalia a menos de 10%. Outro fator pode ser notado: os ciclos tecnológicos encurtaram, e isso pressionou as empresas arenovarem o hardware com maior regularidade, além de inibir o mercado de equipamentos desegunda mão. O valor do hardware como ativo é altamente depreciável. Como conseqüência,nessa época, os recursos de leasing passaram, cada vez mais a ser empregados na aquisição deprojetos completos, incluindo licenças de software, elaboração e implementação de sistemas.Antes, frente à escassez financeira, o financiamento de tecnologia se restringia ao hardware degrande porte (mainframe) e midrange. Nesse momento, tecnologia da informação passa a seroferecida como serviço, tendência que se originou dos desdobramentos ocorridos no sentido daterceirização. A retomada do uso Quando se trata de terceirização de processos de negócios, um único sistema central prestaatendimento a diversos clientes em local fora da empresa do cliente. No modelo, as empresasfornecedoras prestam serviços de instalação e oferecem novos sistemas, mediante o pagamentode uma taxa mensal pelas empresas usuárias. É fato que o conceito de fornecimento de software como serviço (ASP) não obteve, naquelaépoca, a repercussão e o uso esperados pelo mercado por diversos motivos. Entre eles, o fatorcultural pesou bastante, tendo em vista que até hoje os executivos de TI e mesmo os presidentesdas empresas não se sentem confortáveis com os dados confidenciais de suas companhiasrodando fora da empresa. O fator segurança foi fundamental para o modelo ASP não ter vingado.Por outro lado, as facilidades do “pay-per-user” ou pague pelo que utilizar, se mantêm. Na Europa, desenvolvedores de software de pequeno porte adotaram esse modelo em suasApplication Delivery Options. Há cobrança de uma taxa mensal, onde os custos comequipamento, implementação e treinamento são embutidos e diluídos ao longo de umdeterminado período. Houve muita dificuldade para as empresas que se dispuseram a oferecerserviços no modelo ASP, tendo em vista que colocar esse sistema em operação acarreta na faltade receita antecipada. Aperfeiçoando o conceito Sem esse tipo de problema a enfrentar, gigantes como IBM e HP, partem também para a ofertado conceito pague somente pelo que utiliza. Sempre atentas às tendências que o mercadoapresenta e em busca de uma solução para as questões advindas das mudanças e necessidadesdo mercado comprador, as grandes empresas aperfeiçoam o modelo, indo além do objetivo definanciar projetos no setor da tecnologia da informação. Já há algum tempo, as organizações não estão mais dispostas a adquirir tecnologias nãosolidificadas. Não investem a longo prazo e, portanto, inexistem projetos com duração de dezanos. Diante da necessidade de comprovar o retorno de investimento (ROI) e de reduzir o custototal de propriedade (TCO -Total Cost of Ownership) fica complicado para os CIOs (ChiefInformation Office) traçarem um planejamento, mesmo para um período de dois ou três anos. Omercado e as tecnologias se renovam com tal velocidade, que ninguém se arrisca a identificar oque a empresa precisa, nem mesmo nos próximos doze meses. Para resolver situações como essas, as gigantes do segmento de tecnologia da informação,partem para o desenvolvimento e o aprimoramento de alternativas e funcionalidades como acomputação em grade (Grid Computing), virtualização, tecnologias ASP e redes de banda larga.Todas elas contribuem para a viabilidade do conceito de Utility Computing.

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A grande questão de fornecedoras interessadas em operar nesse modelo de comercialização,mas que não possuem base financeira sólida, é como bancar os custos iniciais e assumir osriscos financeiros, já que têm investimentos pesados nos sistemas a serem oferecidos para,somente depois, ter a entrada de dinheiro com a cobrança da taxa mensal do que foi utilizado. Existem empresas que pretendem passar a fornecer soluções no conceito de Utility Computing,porém, são barradas diante da impossibilidade de iniciar o processo. Tudo isso pela questãofinanceira, tendo em vista que a mudança do processo comercial de receber uma taxa mensalpelos serviços utilizados e não mais simplesmente a venda de equipamento é uma transição queexige cuidados especiais. Grid Computing para a consolidação Grid Computing é uma das principais bases para a evolução e a consolidação do modelo decomercialização onde se paga pelo que se utiliza. É uma tecnologia que possibilitou a retomadado Utility Computing. Grid Computing já tem 36 anos desde que surgiu pela primeira vez e agoravolta à tona não apenas no mercado de TI, mas nas corporações de modo geral. Esse conceito, que teve sua idealização nos sistemas em que a energia elétrica é produzida edistribuída conforme o uso, foi se adequando ao segmento de tecnologia da informação ao longodesses anos. Grid, que se traduz como grade, é definido por Ian Foster, pesquisador e professorde ciências da Computação da Universidade de Chicago e um dos maiores divulgadores dessatecnologia, como uma infra-estrutura de hardware e software que provê capacidadescomputacionais consistentes, variáveis e baratas. Um sistema de computação em grades inter-relaciona e gerencia funcionalidades e usuários dediferentes domínios, fato que possibilita que o usuário trabalhe com recursos de diversosservidores, soluções e bancos de dados. Além disso, tem como destaque o uso de protocolos einterfaces padrão, abertos e de uso geral, ou seja, um sistema de aplicação específica. Grid Computing tem base em protocolos multiproposta e interfaces que cuidam de tarefasprioritárias como autenticação, autorização, pesquisa de recursos e acesso a dados. É muitoimportante que esses protocolos e interfaces tenham o código-fonte aberto. Uma outra definição éque a arquitetura de Grid Computing é uma virtualização dos recursos computacionais, incluindoservidores, redes e storage (armazenamento) e, por colaborar com a redução do custo total depropriedade (TCO), computação em grade se apresenta como uma tendência natural paraprojetos futuros nas empresas. Como exemplo, é possível comparar uma estação de trabalho com um computador central eendereçar questões de segurança, privacidade, pagamento etc. A tecnologia de grid tambémpode ser entendida como um sistema local de gerenciamento. Os recursos de Grid Computing permitem que as funcionalidades sejam usadas de formacoordenada para entregar os vários serviços, de acordo com o tempo de resposta, rendimento deprocessamento, disponibilidade e segurança, e coalocar múltiplos recursos para atender ademandas complexas dos usuários, então a utilidade de um sistema combinado ésignificativamente maior do que cada uma de suas partes. As faces do Utility Computing Todos esses benefícios e evoluções, que convergem para o conceito de Utility Computing, fazemcom que a grande maioria dos fabricantes de tecnologia se volte para o modelo de pagamentopelo que se utiliza. Pode ser via novos produtos, como é o caso da IBM e da Oracle, ou como a

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HP que estabeleceu parceria com universidades para o desenvolvimento de grid. Notadamente,Utility Computing se mostra como um modelo de negócios que tem futuro, após décadas dediscussão e aprimoramento. Em novembro de 2003, a Oracle lançou no Brasil o banco de dados Oracle Application Server10g, adaptado ao conceito. A companhia aponta como vantagens do uso de um sistema grid, aredução de custos e a otimização da capacidade de processamento, além da perda da ociosidadede processamento, utilizando o equipamento para reduzir os gargalos. Também nessa época, um dos destaques estratégicos da IBM já era o Business on Demand(negócios sob demanda). O conceito é um sistema que vai dentro da atividade-fim do cliente deponta-a-ponta, proporcionando ao negócio flexibilidade, agilidade e estrutura de acordo com anecessidade de quem o contrata. O conceito on demand está apoiado em quatro pilares. O primeiro é operar em sistema aberto epadrão. Em seguida, um sistema sob demanda precisaria desenvolver um método de computaçãoautonômica, ou seja, que tivesse a capacidade de corrigir seus próprios erros. Então, a IBMorganizou uma rede mundial de pesquisa, que reuniu clientes, parceiros, universidades e atéconcorrentes. A complexidade desse sistema de correção de erros está tomando proporções significativas. Oterceiro pilar do modelo da IBM está ligado às redes, onde o desafio foi identificar uma rede maisinteligente que os modelos existentes e que pudesse se beneficiar dos recursos ociosos. Surgiuentão, a recuperação do grid. O quarto pilar do on demand foi conhecer o negócio de cada cliente para fornecer soluções deacordo com as demandas e da forma mais adequada possível. Houve grandes investimentos dacompanhia para a conclusão dessa etapa, que culminou com a aquisição da empresa de pesquisaPriceWaterHouse Consulting, por US$ 3,5 bilhões. A HP tem ações efetivas em direção ao utitlity computing e estratégias regionais nodesenvolvimento do grid. Ao identificar entre a comunidade acadêmica da Universidade Federalde Campina Grande (PB) um interesse significativo em Grid Computing nos trabalhos dafaculdade de Ciências da Computação, a empresa associou-se à instituição e criou o ourgrid. Trata-se de um centro de pesquisa que iniciou suas atividades em janeiro de 2003 e trabalhaligado aos projetos desenvolvidos pelos demais centros da HP em todo o mundo. O primeiro frutodo trabalho do centro é o MyGrid, que é uma solução completa para desenvolvimento e execuçãode aplicações Bag-of-Tasks (as aplicações paralelas cujas tarefas são independentes) em grids. Adaptive Enterprise ou empresa adaptável foi o nome escolhido pela HP para competir com omodelo de negócios on demand, da IBM, e que impulsionou e norteou a mudança no rumo de seumodelo de atuação. Adaptive Enterprise trouxe em seu planejamento, o lançamento de produtos,serviços, software, soluções e uma arquitetura de referência empresarial. O pacote de novidadesteve como objetivo auxiliar os usuários da fabricante HP a medir, projetar e gerenciar mudançasna estrutura de TI, sempre tendo como meta atender a demanda de negócios. O conceito da HP tem apoio na velocidade das atualizações tecnológicas, superando acapacidade de adaptação das empresas usuárias. Todos os produtos e serviços da fabricanteserão trocados pelo conceito de empresa adaptável, que tende à virtualização gradativa doprocessamento de aplicativos, começando dentro das próprias empresas, porém a meta é atingirterceirização total, conforme o caso. O que vem por aí

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Terceirização ou outsourcing fazem parte das tecnologias e conceitos que envolvem o utitlitycomputing, sistema em que se paga somente pelo que foi consumido e que pode serimplementado na própria empresa usuária ou fora dela. Assim como as demais tecnologias, ooutsourcing tem passado por um processo evolutivo, que atualmente é definido pela aInternational Data Corporation – IDC por três tipos. O primeiro consiste no modelo tradicional, que delega a empresas prestadoras de serviço ainfra-estrutura, as aplicações e a rede de voz utilizada pela empresa, por exemplo. A segunda éconhecida como adapting computing, e ajusta o pagamento dos serviços de TI de acordo com ouso por parte do contratante. Já o Utility Computing é a terceira fase desse processo evolutivo erefere-se à utilização dos serviços de TI em função das necessidades das empresas, como éprocedido nos casos do consumo de água e de eletricidade, como exemplo. Para o instituto de pesquisa, o estágio atual vivenciado pelo mercado é o da primeira fase e oinício da segunda e é possível que demore cerca de dez anos até que o adapting computingtorne-se totalmente aceito pelas corporações. Já a terceira fase é ainda visionária e pode demorarmuito para tornar-se realidade. Todavia, do ponto de vista conceitual, Utility Computing fazbastante sentido. Utility Computing e todas as tecnologias que o estão impulsionando como banda larga, melhoriasem segurança, ASP e Grid Computing permite a transformação de custos fixos em custosvariáveis. Com isso, o mercado está de olho nessa tendência, por proporcionar ganhos deprodutividade. Utility Computing, ao que tudo indica, é inevitável nas empresas que precisamreduzir custos e justificar investimentos.

3 - Prós e Contras

Um paradigma no modelo de negócios Como já abordado nos módulos anteriores, o mercado também entende Utility Computing comosinônimo on demand computing, ou negócios sob demanda. Existem pontos positivos e negativostambém nesse modelo. Nele, os recursos tecnológicos e computacionais são alocados para umaorganização que em determinado período tem necessidade de obter os recursos computacionaispara processar grandes quantidades de dados, ou ainda, que necessite de recursos adequadospara analisar todos os dados coletados. Nesse caso, por exemplo, é possível utilizar servidoresexternos que forneçam a capacidade extra dos recursos somente nos períodos críticosespecificados. É preciso esclarecer e reforçar que em um outro cenário dentro da própria organização, oconceito de Utility Computing engloba o Grid Computing. Isso acontece quando uma empresadireciona recursos de TI para os usuários internos de forma individual, na medida de suanecessidade. Por exemplo, recursos computacionais como ciclos do processador central,disponibilidade da largura de banda, aplicações e armazenamento podem ser canalizados aosusuários baseados nas tarefas que estão executando em horários determinados. Se um grupo deusuários estiver trabalhando com aplicações que demandam uma grande largura de banda, amesma poderá ser alocada de forma específica, sendo desviada de outros usuários que nãonecessitam da largura de banda naquele mesmo momento. Os recursos sob demanda podem ser internos da empresa, que é o modelo de Grid Computingou a companhia pode terceirizar suas necessidades adicionais momentâneas, com um fornecedorde serviços externos. ASP rumo ao Utility Computing

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Em 2001, a Vale.com, que é o braço digital da companhia Vale do Rio Doce, efetivou a primeiraexperiência de uso de um ASP em sua totalidade. Esse projeto pioneiro foi implementado pelaAspix, empresa de ASP da Xerox, que se comprometeu a seguir à risca os mandamentos básicosdo ASP. Até então, nenhuma empresa havia utilizado o conceito ASP de forma integral. Naquelaépoca, os fornecedores do serviço no Brasil, em geral, cobravam o licenciamento do software, fatoque acarretava em um alto custo para utilizar programas que ajudavam no gerenciamento (ERP),por exemplo. O custo de implementação de um software ERP em uma empresa de pequeno portegirava em torno de R$ 10 mil. Ao longo do tempo, os fornecedores de soluções observaram que a necessidade do mercadocoorporativo era projetar suas vendas no mundo e-business e, com base na demanda crescente ena tendência tecnológica do e-commerce, foram alterando a visão no que se referia a modelos denegócios e pendendo para o ASP. Uma das vantagens das aplicações utilizadas no modelo ASPestá na sua estrutura tecnológica, que é compartilhada por todos os clientes que as alugam portaxas mensais. Essas taxas estão longe dos altos valores despendidos na aquisição emanutenção de hardwares e softwares. No ano de 2003, a maioria das companhias ainda sofria com os investimentos exigidos pelo bugdo milênio e não se registrava interesse por novos equipamentos de TI. Ocorreu, então, umatentativa de ressuscitar o mercado, que tinha um novo comportamento em resposta às mudançasna tecnologia, assim como alterações no modo como as empresas passaram a enxergar TI. Alguns fatores levaram à reavaliação e à mudança no modelo de negócios por parte dasempresas usuárias e, conseqüente adaptação das fabricantes e fornecedoras de soluções detecnologia da informação, que buscavam uma forma de oferecer performance com redução decusto. A mudança tecnológica mais perceptível se deu no tocante ao aumento da potência e naqueda do custo do hardware. De 1993 até o ano de 2003, o preço da capacidade deprocessamento e de armazenamento caiu de maneira considerável. Por outro lado, o gastos comsoftware e mão-de-obra qualificada aumentaram de forma drástica. Dez anos antes, o hardwarerespondia pela maior parte do orçamento do setor de tecnologia da informação. Em 2003, jáequivalia a menos de 10%. Outro fator pode ser notado: os ciclos tecnológicos encurtaram, e isso pressionou as empresas arenovarem o hardware com maior regularidade, além de inibir o mercado de equipamentos desegunda mão. O valor do hardware como ativo é altamente depreciável. Como conseqüência,nessa época, os recursos de leasing passaram, cada vez mais a ser empregados na aquisição deprojetos completos, incluindo licenças de software, elaboração e implementação de sistemas.Antes, frente à escassez financeira, o financiamento de tecnologia se restringia ao hardware degrande porte (mainframe) e midrange. Nesse momento, tecnologia da informação passa a seroferecida como serviço, tendência que se originou dos desdobramentos ocorridos no sentido daterceirização. Avaliando o conceito Utility Computing – assim como outros conceitos – oferece vantagens e desvantagens àsempresas usuárias. O benefício de Utility Computing é que a corporação usa seus recursos deforma mais eficiente, disponibilizando somente a capacidade e as facilidades necessárias paraaquele determinado momento ou tarefa. Nesse modelo, a empresa paga somente pelos recursosadicionais realmente utilizados, como a conta de energia elétrica, por exemplo. Outro ponto forte é a questão do custo, que pode ser melhor gerenciado e sofre umaconsiderável redução, já que se paga somente pelo o que é utilizado, conforme a necessidade da

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companhia, sem o custo de capacidade ociosa por longos períodos. Quem pensa em adotar o modelo Utility Computing deve saber exatamente e claramente o quequer, o que necessita. Ao contrário, os modelos ASP e outsourcing iniciaram-se com base nainfra-estrutura de TI e a pergunta era como é possível fazer melhor. Utility Computing éfuncionalidade de TI com base na demanda, enquanto que os outros dois modelos são recursostecnológicos, infra-estrutura, e/ou aplicações para alugar. Utility Computing é um serviço quedemonstra benefícios mais palpáveis e os outros dois são as opções que apresentam aspectosambivalentes para os usuários em relação ao comércio tradicional. Os gerentes ou CIOs demonstram que gostariam de começar o modelo de Utility Computing comconfiança e de forma rentável, com custo efetivo sobre o que utiliza. A analogia estabelecida coma forma de cobrança das empresas públicas de eletricidade, de água, e de telefonia (utilities) éapropriada, porque os serviços realizados hoje por essas empresas têm custo acessível pelamaioria da população e recebem total confiança dos usuários. Um verdadeiro provedor defuncionalidades sob demanda constrói uma arquitetura de TI fundamental, de tal maneira, queexamina as vantagens, seja da Internet ou recursos compartilhados da aplicação, por exemplo,uma base de dados. Os modelos ASP e outsourcing supõem a execução de um contrato tradicional de software, delicença e de manutenção, que incentiva preços excessivamente altos da funcionalidade. A receitade um fornecedor Utility Computing, em que se paga o quanto se utiliza, depende da entrega dafuncionalidade necessária e somente quando o usuário a solicita. Então, nesse modelo, asbarreiras entre os provedores de serviços caem consideravelmente. Como resultado, osprovedores de serviço terão significativamente maior capacidade de resposta do que osdepartamentos internos de TI de uma empresa, assim como as terceirizações e os ASPs. As diferenças entre Utility Computing e os modelos do ASP e do outsourcing estão enumeradasna tabela abaixo. Utility Computing é um modelo novo, mesmo que alguns de seus adeptos nãoconcordem inteiramente. Mas uma coisa é certa, há abundância dos interessados que vãoanalisar as vantagens do crescimento da demanda de Utility Computing. Isso porque esseconceito terá sucesso onde outros falharam, defendem alguns analistas de mercado. Não se tem a data exata de quando surgiu o primeiro provedor de serviços de aplicações – ASP,mas já no início do ano 2000, nos Estados Unidos, esse conceito transformava-se na melhornotícia que o mercado recebeu desde o surgimento das próprias aplicações. De certa perspectiva,o sincronismo entre a oferta e o mercado comprador era bom. Os idealizadores do ASP podiamatender às grandes expectativas advindas com a explosão das empresas dot.com. Na ocasião,boa parte das companhias, inclusive as grandes empresas de telecomunicações como a AT&T ea Sprint entraram na onda dos ASPs. Parecia que o conceito tinha tudo para dar certo. Umterceiro provedor que vai operar e manter as aplicações do usuário, oferecendo como resultadoeconomias de custo e melhor desempenho. O único problema que não contavam é que osusuários não foram convencidos. As empresas que ofereciam a comercialização de soluções via modelo ASP tinham poucosargumentos e se apoiaram em uma proposta fraca do valor: as economias de custo disponíveispara hospedar outras aplicações. Os usuários fizeram um comparativo e não ficaramimpressionados com o que viram. É compreensível a falta de entusiasmo desse usuário devido afatores como a economia mínima, os modelos de negócio questionáveis de muitos dos ASPs e asconseqüências da falha desse modelo. Para muitos, hoje o termo ASP chega a ter conotação negativa e está de certa forma, prestes atransformar-se em uma nota de rodapé como referência histórica. A maioria de fornecedores

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retirou-se desse mercado. Entretanto, alguns ASPs perduram por esperança de melhorias nacarteira comercial, ou simplesmente cumprem as obrigações contratuais. Em busca da simplicidade tecnológica Uma empresa de médio porte se vê de mãos amarradas diante do desafio de encontrarfornecedores de serviços sob demanda. Os centros de dados ficam separados do recurso. Aspotencialidades do armazenamento e da comunicação apresentam uma área quase incontrolávelde crescimento e os usuários estão exigindo constantemente funcionalidades adicionais. Grandes mudanças vêm ocorrendo no segmento de terceirização de TI por conta das exigênciasdo mercado que está cada vez mais competitivo. Os modelos tradicionais estão sendosubstituídos por serviços cobrados conforme o uso, amplamente adotados por empresas demédio porte, que visam atender a demanda de seus recursos de TI sem ter de desembolsargrandes quantias em dinheiro. Para a maioria das empresas do SMB (samll and médium business) ou as de pequeno e médioportes, o gerenciamento das funcionalidades tecnológicas é uma tarefa que demanda altos custose não dispõem de verba suficiente. Porém, é preciso implementar e operar as tecnologias e osaplicativos como gerenciamento de e-mail, segurança dos dados e proteção contra vírus;gerenciamento de rede, CRM e ERP, entre outros. Outro problema deve ser considerado, que são as tentativas de invasão das redes, queinterrompem o funcionamento de muitas empresas. Números do mercado dão conta de que 54%das grandes empresas contam com um plano estratégico, ao passo que somente 28% daspequenas e médias concretizaram esse plano. O conceito de Utility Computing proporciona o acesso desse porte de empresa a um melhorgerenciamento dos seus custos e de recursos tecnológicos. Até pouco tempo atrás, oucontratavam mão-de-obra ou terceirizavam as tarefas, ambas ações incorriam em custos que nãopodia arcar. Com o conceito de pagar somente pelo o que é usado, os riscos são transferidospara o provedor de soluções e, com isso, ganha flexibilidade e competitividade. Com esse modelo, empresas do SMB têm a oportunidade de utilizar novas tecnologias, antesprivilégio das grandes, além de terem acesso à infra-estrutura em tempo real e aocompartilhamento de recursos de TI. De acordo com o Gartner, até 2007 30% de todas as empresas irão adotar o modelo UtilityComputing, sendo que atualmente 15% das empresas já utilizam esse modelo, principalmente nospaíses desenvolvidos. Ainda conforme o instituto de pesquisa, entre 10% a 20% dos custos totaisda operação são destinados à área de tecnologia de forma direta ou indireta. Na forma decobrança do Utlity Computing, é possível que o cliente determine o dia do pagamento. É possívelatingir uma redução de até 50% no custo total de operações de TI por parte das pequenas emédias empresas, sem contar que o custo com a atualização de softwares via modelo UtilityComputing pode chegar a uma redução de até 30% ao ano. Tempo também é dinheiro, por isso deve-se considerar a redução de custos no que se refere aotempo gasto para pesquisar e manter os inúmeros fornecedores de TI. Para as empresas doSMB, o custo para detectar um fornecedor é duas vezes maior do que das corporações. No SMB,são 29% dos custos totais de contratação e nas empresas de grande porte esses custos são de14%, de acordo com o Gartner. Para os defensores do Utility Computing, as empresas podem ter um planejamento adequado,

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ser mais competitiva, e investir no negócio o que gastaria com infra-estrutura tecnológica e seusup grades. Utility Computing, descrito como uma ferramenta poderosa capaz de reduzir custos e acomplexidade, tem uma vasta lista de tecnologias que promovem uma reestruturação naestratégia, tornando uma empresa adaptável, ágil e operando conforme a demanda. O fator mais forte associado ao conceito é a simplicidade. Em um contexto específico de umcentro de dados, de um sistema de CRM, de otimização da corrente de fonte, do armazenamentoou do modelo do pagamento por serviços de manutenção conforme são entregues, a facilidade ea simplicidade são colunas-chaves do modelo Utility Computing. Transformando o modelo do outsourcing Segundo dados do instituto de pesquisas Gartner, hoje Utility Computing caminha para ser aforça que mais vai influenciar o outsourcing com implicações a longo prazo, além da tendênciaoff-shore. Uma das falhas do modelo tradicional do outsourcing foi a necessidade de adiantardemandas do negócio em até 10 anos. Isto resulta freqüentemente no preço e no ressentimentodo mercado. Agora algumas companhias, incluindo o segmento de bancos nos Estados Unidos, abriram novoscaminhos no outsourcing utilizando esse conceito sob demanda. Os resultados são algo quenenhum executivo deve ignorar. Aspectos jurídicos Nesse modelo, no que se refere a negócios, as questões a serem consideradas envolvemconfidencialidade, segurança da Informação (observando a norma BS7799), privacidade,responsabilidade perante terceiros, exclusividade, proteção de equipes e principalmente dedomínio de conhecimento, que não necessariamente está sendo transferido no contrato e podeser cedido apenas em uso. Com isso, ganha relevância a carteira de contratos, que devem ser geridos pelo executivo detecnologia, tais como os de prestação de serviços, conhecidos como Service Level Agreements(SLA) e contratos de terceirização de processos, conhecidos como Business Process Outsourcing(BPO). Em 2004, um estudo do instituto de pesquisas Gartner dava conta de que o mercado de BPOsseria de US$ 240 bilhões. Em muitas empresas, a boa efetivação desses contratos pode significara continuidade ou a quebra de toda a cadeia de entrega de um serviço. As tarefas do CIO também se alteram. A função de gerenciar uma equipe de técnicos passa a sera administração de contratos. Transformar custos fixos em custos variáveis, riscos emoportunidades são as vantagens que podem ser apontadas. Ainda há questionamentos sobreterceirizar serviços não essenciais e deixar na empresa aqueles que requerem confidencialidade emaiores cuidados. No Brasil, existem estudos e acompanhamentos jurídicos no tocante ao outsourcing, sendo quesão previstos os modelos de terceirização de mão-de-obra e de serviços e aplicações. Quando otema são pessoas, deve-se considerar os riscos com a questão fraude trabalhista, de direitosautorais, de privacidade e de responsabilidade frente a terceiros. Se a maior parte das empresas de serviço é remunerada por processos de conhecimento, entãoé muito importante ter esses riscos medidos e gerenciados de modo a não se ter um custo maior

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com a terceirização do que com a própria execução da atividade pela empresa. Um formatointeressante é o uso do modelo de franchising, substituindo o de cooperativas que já não resolveda melhor forma a situação do ponto de vista trabalhista. A terceirização, ao contrário dos ASPs, tem um histórico longo no mundo do provisionamento deserviços e mão-de-obra em TI e continua a exercer uma atração sobre determinado segmento domercado comprador. Ainda, apesar de sua longevidade, há poucos clientes descontentes com ooutsourcing, mas muitos usuários têm uma questão a ser respondida: se estão começando umnegócio bom ou não, quando optam pela terceirização dos seus serviços. A queixa mais comum sobre o outsourcing pode ser parafraseada como "a produtividade não émelhor com a terceirização do que seria com recursos internos, mas há menor controle e altospagamentos". Não é possível afirmar se esta frase é verdadeira ou não, ao menos o comentáriotraz à tona um problema com o formato de terceirização: não há maneira eficaz para medir odesempenho e se estabelecer um comparativo. A única linha de base que a maioria das companhias tem para traçar um parâmetro é aprodutividade medida em seus próprios departamentos de TI antes de adotarem o outsourcing. Apergunta que o CIO deve fazer para obter essa medição é: de quanto era a produtividade internaantes da terceirização? A satisfação do cliente transforma-se na única forma de medir seu desempenho, sendo que nooutsourcing e nos contratos do ASP existe a necessidade de desenvolver uma lista de aquisiçõesem TI e auferir métricas de desempenho. Arestas a serem aparadas Por mais vital que sejam o controle e a eficiência de custo, na realidade Utility Computing nãoproporciona em suas oportunidades, a criação e o crescimento de conhecimento e capacitação deprofissionais. O mercado se ressente muito da falta de esclarecimento em torno das funcionalidades de UtilityComputing. Por não deixar claro a própria definição desse modelo de negócios e também por teruma atuação tímida, alguns dos fabricantes que esperam se beneficiar da tendência, contribuírampara confusão e dúvidas deixadas sobre o conceito. Como conseqüência, os usuários se estão esforçando para perceber a diferença entre UtilityComputing, ASP e terceirização. Assim como agiram os provedores de serviço da aplicação(ASPs) e o outsourcing (terceirização) que se precipitaram com argumentos de redução de custose redução da complexidade de TI, fabricantes envolvidos no Utility Computing também iniciaram adivulgação do conceito com esses argumentos. A tarefa agora é explicar porque Utility Computingterá sucesso onde falharam os dois outros modelos de comercialização. Para alguns especialistas, um exemplo está na nova safra de fornecedores de CRM on demand.Em um nível, oferecem um exemplo simplificado de como Utility Computing traz oportunidadesnovas do crescimento. Em um outro nível, o mercado está sendo jogado em uma situação queainda não está totalmente clara, com o modelo de software que licencia cada vez mais sob aameaça. Seus fornecedores de software favoritos sobreviverão ao turbilhão? Como aspotencialidades específicas e aplicações customizadas são imputadas cada vez mais ao modeloUtility Computing, o relacionamento com o fornecedor será cada vez mais profundo. Os early adopters (ou loucos por novidades e que saem na frente) dessas aplicações poderãoperceber que Utility Computing não terá as mesmas falhas que o modelo ASP. O custo por tempodo serviço, do tempo de implementação e as vendas estão sendo impulsionados por uma maior

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colaboração do cliente e por novas parcerias. Não se engane sobre o fornecedor: apesar do confiável marketing da maioria deles, alguns têmmelhor preparo na oferta do conceito do que outros. A chave para você e sua companhia édeterminar quais deles representam a melhor escolha. As exigências do mercado provocam alterações no relacionamento entre TI e a estratégia denegócios; esta situação é hoje avaliada e torna-se tão necessária como nunca para asobrevivência da corporação, haja visto as movimentações no conceito de Governança em TI. Não obstante, Utility Computing representa um deslocamento enorme na condução daatividade-fim e remove muitas barreiras entre a área de tecnologia e a estratégia de negócio deuma corporação. Para inúmeras companhias, o contrapeso de poder estar-se deslocando eajustando-se ao sucesso trazido no passado. !img/cursos/utility_modulo-3_img-1.gif!

4 - Modelos de oferta e Precificação

Novos modelos de negócio disponíveis no mercado Ao que tudo indica – e se depender do empenho de algumas empresas fornecedoras – o modelode comercialização que segue a filosofia do pagar pelo que se utiliza veio para ficar. Ainda emestágio inicial, porém, sem volta, na opinião de analistas do mercado de TI, Utility Computing aospoucos vai deixando para trás o modelo tradicional de compra de tecnologia e suasfuncionalidades. Essa visão, porém, ainda é discutível, porque é preciso dar um tempo para que oconceito amadureça, torne-se uma prática usual e se consolide, assim como acontece com ofornecimento de energia elétrica. O novo modelo, com base em antigos conceitos como os ASPs (Application Service Providers)ou provedores de aplicações que cobram um aluguel mensal pelo fornecimento de software, trazinúmeras alterações na forma de comercialização e nas funções dos CIOs (Chief InformationOfficer). Tudo isto requer mudanças culturais e leva algum tempo, como mostra a história. Alguns cuidados e opiniões de terceiros sobre o provedor dos produtos e serviços de UtilityComputing podem ajudar na escolha do parceiro certo. Dentro do novo modelo de negócios, ousuário precisa estar atento quanto à escolha do fornecedor. Alguns pontos são fundamentais edevem ser analisados nesse momento. O comprador deve se certificar de que o prestador deserviços não esteja passando por dificuldades financeiras, que seja uma empresa sólida. Não é uma regra, mas normalmente as empresas competentes são renomadas, portanto, procureaquelas com tradição no mercado. Flexibilidade no contrato é fator primordial, então, o usuáriodeve buscar um parceiro que ofereça um SLAs - Service Level Agreements, que tratam dasobrigações dos prestadores de serviço para com os clientes, compatível com as necessidades daempresa. Certifique-se de que a linha de trabalho e a forma de atuação do fornecedor são as mesmas queas suas; que existe sintonia. E, por último, vá até um outro cliente do potencial parceiro, onde jáexista um projeto implementado, e converse com ele. Se não for possível, pelo menos colhainformações sobre o fornecedor por telefone ou e-mail. Adequação do profissional

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Com a adoção do modelo, os profissionais responsáveis por administrar departamentos detecnologia nas empresas passam a exercer funções distintas das inerentes ao modo tradicional,quando se discutia as especificações técnicas e comerciais para a aquisição de equipamentos oude soluções. Com Utility Computing, os CIOs passam a gerenciar e a responder pelos contratosde nível de serviço oferecidos pelos fornecedores contratados, também conhecidos como SLA. Diante do novo modelo, outras áreas da companhia como marketing e finanças, além da altaadministração também se envolvem na tomada de decisão quanto ao rumo tecnológico daempresa. Esta função antes era exercida somente pelos profissionais de TI. Portanto, mudatambém o perfil do CIO que tem de adquirir um perfil mais comercial e de marketing. Éfundamental a existência do poder de convencimento, já que será necessário, muitas vezes,defender a implementação de projetos ou a adoção de uma nova tecnologia. Tudo isso envolvetambém a demonstração do ROI (retorno do investimento) junto aos donos ou presidentes dascompanhias. Formas de pagamentos variáveis Reduzir os custos e a complexidade dos ambientes de TI é a premissa básica, de onde partem osfabricantes para oferecer aos seus clientes produtos e serviços em Utility Computing, em que ocliente paga somente pelo uso e em determinado período. Em uma era em que a computação emrede tem na infra-estrutura seu alicerce, surgem inúmeras oportunidades de negócios para umagama de prestadores de serviços, além, é claro, dos fabricantes. Um dos grandes problemasenfrentados por fornecedores e consumidores é a questão de como cobrar pelos serviços sobdemanda. Existem diversas formas sendo praticadas, porém, não há ainda um padrão definido. Há planosde pagamentos que prevêem a utilização efetiva ou apenas projetada do consumo. São aluguéisfixos, ou o custo pelo uso de Megabytes, por exemplo. Existem mecanismos e softwares paraessa contagem. Já a performance pode ser medida por métricas a serem definidas pelo usuário. Para a integração de produtos, serviços e financiamentos que irão suprir as necessidadestecnológicas do cliente, fornecedores oferecem várias opções de baixo custo. A proposta étransferir de forma gradual os recursos de TI, de acordo com a demanda, com flexibilidade paraadaptar a infra-estrutura, conforme as variações de pico de processamento. A HP, por exemplo, oferece as soluções Utility Pricing, que prometem maior controle sobre autilização e sobre os custos, sem sacrifício do desempenho. A fabricante oferece um plano depagamento com base na utilização real ou planejada. Fornecedores se adaptam ao conceito Apesar da falta de uma padronização, até por ter ainda baixo índice de implementação,fornecedores de Utility Computing tentam se adequar à nova maneira de vender TI. Existemformas diferentes no mercado de se oferecer as soluções, de cobrar por elas e, até mesmo,diferentes modelos do próprio conceito. E, por enquanto, nenhuma delas tornou-se referênciapara que se estabeleça um padrão. Uma das formas adotadas por fabricantes até o momento para cobrar pelo uso é estabelecer umvalor para cada Megabyte utilizado em uma infra-estrutura que, acumulados, formarão o valor aser pago pelo cliente no mês. Assim, se uma companhia cobrar US$ 0,02 por Megabyte e ocliente utilizar – apenas a título de exemplo – 1 mil Megabytes, decorridos os trinta dias, o clienteterá de desembolsar US$ 20.

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A principal vantagem do modelo de negócio ASP (Application Service Provider) para a oferta desoftware, que é exatamente a fórmula do pague conforme o uso, atrai hoje os fornecedores,apesar de o ASP não ter feito sucesso entre os usuários, conforme já foi abordado em capítulosanteriores. Alguns fabricantes de pequeno porte, principalmente dos Estados Unidos, têm adotado essemodelo na entrega de seus sistemas de TI. Ou seja, não cobra antecipadamente peloequipamento, implementação e treinamento, pelo contrário, os custos são incluídos na taxamensal e os distribuídos ao longo da duração do contrato, sendo que é cobrado uma quantia fixapor usuário. Para esses pequenos fornecedores, é difícil passar a operar nesse formato de comercialização,porque não podem contar com receitas antecipadas. Em função disso, muitos vão em busca definanciamento, tendo em vista que a maioria dos fabricantes não tem condições de assumir o riscopara conquistar o mercado de Utility Computing. O maior desafio de fabricantes de pequeno porte, que não apresentam capacidade financeirapara sustentar o início de operações de Utility Computing, é desenvolver os sistemas para,somente depois, cobrar taxa mensal pelo que o cliente utilizou. É um investimento inicial pesado ea passagem da simples venda de hardware para a comercialização de serviços, em que recebeuma taxa mensal, constitui-se em uma transição complexa. Por outro lado, players como a IBM, Sun Microsystems, Oracle, Cisco, EDS, Intel e HP, entreoutros, têm enorme fôlego financeiro para manter os benefícios do modelo ASP e aproveitá-los noUtility Computing. Com a adesão dessas grandes empresas, o modelo recebe melhorias eaperfeiçoamentos, além de obter maior divulgação. Não é por acso que esses fabricantes sevoltaram para a venda de tecnologia sob demanda. Há iniciativas significativas para o desenvolvimento de formas inéditas de financiar recursos aousuário final. Até porque há várias indicações, tanto na área de negócios como em tecnologia, deque ocorre uma mudança no modo como as pessoas enxergam a tecnologia da informação. Ecomo não poderia deixar de ser, as gigantes estão de olho mercado e se antecipando às suastendências, as quais muitas vezes são impostas por essas mesmas empresas. As companhiaslíderes da indústria de processadores, sistemas operacionais e de rede, entre elas, a Intel,Microsoft e Cisco, estão guiando os padrões por meio de iniciativas conjuntas de mercado edesenvolvimento tecnológico. Em tempos de crise e escassez financeira, todos têm de economizar, apresentar retorno dosinvestimentos e orçamentos enxutos. Frente ao fator econômico, não mais existem aquelesgrandes e longos projetos de tecnologia que se arrastavam por anos nas empresas. Hoje, ocliente quer agilidade, economia e flexibilidade, porque o CIO precisa de resultados concretos ecom retorno rápido ao se reportar aos acionistas das corporações ou a seus superiores. Para chegar a uma equação para resolver o problema, a indústria de TI se fez valer detecnologias, conceitos e funcionalidades mais antigas que, por alguma razão, não deram certo, eextraíram o lado positivo. Somaram com tecnologias atuais e o resultado é Utility Computing,viabilizado pelo advento das conexões em banda larga, das tecnologias de virtualização(capacidade virtual de proteção e recuperação em caso no de falha física) e de Grid Computing(grade de processamento), além de aspectos positivos do ASP. A movimentação da indústria

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A proposta aqui não é listar tudo o que existe no mercado em produtos e serviços voltados paraUtility Computing, mas mostrar como e o quanto alguns fabricantes estão empenhados em fazerpara que o conceito de pagar pelo uso, ou o per-pay-use, seja solidificado. Dessa forma, evitandoo que ocorreu com o modelo ASP. A IBM deu a largada para toda essa movimentação e estábasicamente toda voltada para o conceito on demand, com a quase totalidade de seu portfólioadaptado ao conceito. Sun Microsystems A Sun Microsystems, por exemplo, aderiu definitivamente ao conceito de Utility Computing, Pelomenos, é o que indica o fato de a companhia ter lançado mais de 30 inovações tecnológicas,produtos, soluções e serviços e modelos de negócios baseados no conceito. Para oferecer aosclientes uma alternativa aos padrões de custo fixo, praticado atualmente pela indústria de TI, ouseja, o modo tradicional de comercialização, a Sun propõe novos modelos de assinatura, depreços e de serviços. Entre eles estão o Sun Preventive Services, que foi desenvolvido para reduzir custos e aumentaros níveis de eficiência dos data centers e conta com mais de 100 diferentes serviços, integradosem um único portfólio. O Sun Utility Computing foi formatado para sistemas e o seu custo tembase no Sun StorEdge Power Units, com preço inicial de US$ 0,02 por Megabyte, sendo que ovalor cobrado sobre o que foi utilizado será mensal. O que difere o modelo da Sun de outras formas de se apresentar Utility Computing, é que oPower Unit oferece uma combinação de hardware e software associada a serviços, incluindoinstalação, suporte SunSpectrum Platinum, gerenciamento pelo portal Sun StorEdge e asprincipais licenças de software. Os desenvolvedores de software, também conhecidos como Independent Software Vendors(ISVs) podem trabalhar no sistema sob demanda. Para isso, a empresa oferece tecnologias paradesenvolvimento de serviços de rede, que é uma versão do sistema operacional Solaris –plataforma em ambiente UNIX, a segunda edição do Java Enterprise System e do Java DesktopSystem e o novo portfólio de produtos de gerenciamento de identificação. Entre outros produtos que estão sob o conceito de Utility Computing estão o servidor Netra 440,equipamento robusto, com quatro processadores UltraSPARC, rodando Solaris 64-bit ecomplementado pelos novos NEBS- storage arrays; o Sun Java System RFID Software e o SunJava Desktop System 2, com ferramentas de gerenciamento integrado, proporcionam ao usuáriocontrole total sobre o ambiente desktop, as aplicações, licenças de uso e políticas de interface. Atuação da Intel Também atenta à movimentação do mercado, a Intel prepara seus chips com a tecnologia devirtualização, tecnologia facilitadora para a consolidação do Utility Computing. Essa tecnologia vaisimplificar o processo de um software rodar em diferentes sistemas operacionais em uma únicaplataforma. Para que fique mais claro, a virtualização permite o acesso, o gerenciamento e autilização dos recursos existentes por vários meios. No caso de storage, por exemplo, uma vezque os dados não estão associados a dispositivos específicos de hardware, a virtualizaçãopossibilita um nível sem precedentes de flexibilidade na utilização de recursos. O provisionamentoconsiste em fornecer aos usuários ou aplicações, a quantidade e o melhor tipo dearmazenamento, no momento certo. A virtualização torna muito mais fácil esse processo. A companhia tem planos de inserir a tecnologia de virtualização, chamada de VT, para a linha deprocessadores Pentium para PCs no terceiro trimestre de 2005 e, em breve, para o Itanium e

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Xeon nos servidores. O Centrino, processador destinado a equipamentos móveis, deve agregarvirtualização no primeiro semestre de 2006. Atuação da HP Na onda da virtualização e padronização, a HP oferece um ambiente onde os recursostecnológicos são reunidos e compartilhados e disponibilizados conforme a demanda do cliente,que não terá mais uma infra-estrutura superdimensionada e dispendiosa. Padronização é a chavemestra da estratégia Adaptive Enterprise, adotada pela fabricante. As soluções enfocam trêsáreas principais que representam aumento do valor para os negócios e importância estratégicapara as empresas: virtualização de elementos, virtualização integrada e soluções completas deutility. Entre os exemplos de soluções estão o HP-UX Workload Manager, o mecanismo inteligente depolíticas do HP Virtual Server Environment, que permite movimentar recursos automaticamentepara atender a SLAs (Service-Level Agreements), que agora oferece mudanças automáticas edinâmicas de licenças Instant Capacity on Demand entre nPars ou partições. O software tambémtem uma interface aprimorada e está mais integrado ao HP Serviceguard; o Instant Capacity onDemand para HP ProLiant BL oferece servidores blade que seguem padrões da indústria, prontospara funcionar e que podem ser ativados conforme a necessidade. Ao usar um blade, o cliente écobrado automaticamente pelo uso do servidor e percentual da infra-estrutura e o HP Utility DataCenter Automated Service Usage, que possibilita fazer cobranças com base no consumo,automatizar as funções de coleta e cobrar pelo uso de serviços de TI. Os processos de negóciopodem se apoiar na infra-estrutura de TI, por meio do fornecimento de serviços baseados emportais e da alocação dinâmica de recursos, ajudando as empresas a concretizar infra-estruturasauto-gerenciadas e auto-recuperáveis. Para a área de telecomunicações, portifólio da empresa contém o OpenCall de software parasoluções interativas de voz (baseadas no VoiceXML), sinalização de redes (baseadas no SS7) eLBS (Location Bbased Services). A HP também oferece tecnologia e processos como parte deseu cardápio de serviços gerenciados on demand, aumentando a flexibilidade financeira epermitindo a terceirização estratégica para clientes que procuram soluções de virtualização. Atuação da Microsoft A Microsoft atua no mercado on demand com o pacote de soluções para CRM 3.0. Essa novaversão do produto está prevista para chegar ao mercado no final de 2005 e as novas aplicaçõesserão oferecidas pelo modelo de cobrança que o usuário paga pelo que usa. Atuação da Veritas Software / Symantec A Veritas criou as soluções SRM, que auxiliam a migração para o Utility Computing, na área dearmazenamento. Os profissionais de TI, com as as ferramentas SEM, tratar o gerenciamento destorage de todos os ângulos. A solução é composta por SANPoint Control, que cobre ogerenciamento físico do storage; pelo Veritas Storage Repórter, que cuida do gerenciamentológico e pelo Service Manager for Storage, que realiza as funções de gerenciamento do negócio.Ou seja, essas três ferramentas trabalham juntas para alcançar uma melhor eficiência eotimização do uso do hardware. Além disso, elas oferecem um único e consistente ponto degerenciamento para SAN, NAS e DAS, o que ajuda a reduzir o erro do operador, que é a maiorcausa de downtime não planejado. Atuação da EDS

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Agility Alliance é uma iniciativa da EDS que conta com a participação de empresas como Cisco,Dell, EMC, Microsoft, Oracle, SAP, Siebel, Sun, Towers Perrin e Xerox. Com investimentos deUS$ 16 bilhões, a aliança global tem como objetivo prover o conceito de Utility Computing para asáreas de infra-estrutura, aplicações e BPO (Business Process Outsourcing). O investimento daEDS na plataforma foi de US$ 2 bilhões. As parceiras participam da iniciativa desde a pesquisa e desenvolvimento até a gestão da gamade produtos. Uma equipe trabalha, por exemplo, no desenvolvimento do novo sistema operacionalda Microsoft, dessa forma, quando o sistema for lançado já estará com a arquitetura flexível eadaptada ao conceito. O sistema operacional Linux não está de fora dos planos. Em breve, chegará ao mercado uma nova geração de serviços com base em uma arquiteturaflexível, que visa a melhor adequação das empresas nas mudanças que se vem operando. Atuação da Cisco Systems Como mais um exemplo de ações de grandes companhias rumo ao Utility Computing, a CiscoSystems adquiriu a Topspin, empresa que fabrica switches para conectar servidores em grid efornece conectividade em rede e armazenamento para processamento em grade. Os produtossão voltados a empresas, provedoras de serviços, institutos de pesquisa e universidades queestejam implementando Grid e Utility Computing, aplicações corporativas em cluster ouvirtualização de servidores. Pelo investimento dessas e outras gigantes de TI, é possível arriscar o palpite de que UtilityComputing veio para ficar e revolucionar a forma de adquirir e vender recursos tecnológicos.

5 - Retorno do Investimento

Mutações do conceito É uma realidade que o mercado têm hoje à disposição novas formas de operar e contratarrecursos tecnológicos, como o conceito Utility Computing. Porém, a sua adoção ainda está em umestágio bem inicial. O polêmico artigo "IT Doesn't Matter" (TI não importa), publicado pela HarvardBusiness Review, foi escrito por Nicholas G. Carr e tornou-se conhecido no segmento. O autorescreve que na medida em que a tecnologia amadurece, tende a tornar-se commodity (como aenergia elétrica) e, quando a tecnologia torna-se mais padronizada, seu valor estratégico diminui.Para o autor, do ponto de vista estratégico, a eletricidade e todos os serviços públicostornaram-se invisíveis ao consumidor, tendo em vista que não há uma preocupação corriqueiracom essas facilidades. É exatamente isso que acontece atualmente com a tecnologia da informação. A afirmação de queTI é estratégica é o outro ponto polemizado no ensaio: a tecnologia da informação só éfundamental para a estratégia corporativa devido à sua capacidade de cortar gastos, aumentar aprodutividade e a competitividade. Pode-se concluir do artigo de Carr que o futuro da tecnologia nas corporações e sua forma decomercialização está em xeque. Todavia, ninguém pode afirmar que Utility Computing é o melhormodelo ou até mesmo predizer se vai decolar e passar a ser padrão de mercado. Porém, é certoque o modelo atual ainda não é o definitivo. Ainda há muitos desafios pela frente e o setor aindavai passar por inúmeras transformações. Mesmo assim, o crescimento do uso de soluções conforme a demanda ganha adeptos diante da

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necessidade de redução de investimentos, otimização da administração do parque tecnológico emelhoria na gestão da infra-estrutura, assim como agilidade no retorno do investimento, fatoresque configuram como algumas das vantagens da adoção do Utility Computing, que torna-se umatendência mundial. Para dar um exemplo, um fornecedor nacional de sistemas de CRM e ERPsob demanda cobra US$ 100 ao mês por usuário. Em caso de aumento de largura de banda, essecusto sobe conforme o uso. Ao se comparar com o valor de aquisição, manutenção e atualizaçãode versões, fica claro porque redução de custo é um dos maiores atrativos do conceito. A flexibilidade proporcionada pelo modelo, que permite expandir ou retrair o consumo,dependendo do volume de dados e da necessidade de processamento, provoca investimentos degrandes empresas no sentido de consolidar esse tipo de comercialização. No Brasil e em paísesem desenvolvimento de maneira geral, há enormes chances de que o conceito se consolide,tendo em vista a escassez de recursos financeiros para investimentos em TI. Claro que vai depender do avanço em melhorias e padronização da oferta. Mas isso não éprivilégio de países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos e na Europa, a tendência de que oconceito será amplamente adotado é forte. O Meta Group (instituto de pesquisas) afirma que hámaiores possibilidades de adesão em clientes que precisem gerenciar a demanda e os ativos doambiente e controlar gastos e mudanças internas. Uma das grandes vantagens pregadas pelo conceito é que o usuário não tem de fazer altosinvestimentos iniciais. Há, porém, alguns problemas a serem superados pelos fornecedores doconceito, como o alto custo de comunicação e as dificuldades técnicas de soluções que envolvemdiversas filiais. Nesse caso, o fabricante tem de investir altas somas no gerenciamento dainfra-estrutura. Para o conceito sob demanda avançar, é fundamental que os custos decomunicação sejam reduzidos. Quando analisamos o aspecto cultural, é detectado o receio do CIO ou do proprietário em manteras informações da empresa fora do centro de negócios. Para solucionar essa dificuldade, osfornecedores do conceito passam a mensagem de que há alto grau de segurança nos seushostings. Um dos argumentos de convencimento vem com números do instituto de pesquisaGartner: 80% dos roubos de dados são praticados pelos próprios funcionários. Nas empresasmultinacionais, há maior credibilidade no modelo de entrega de recursos de TI. Segurança levada a sério A segurança é tudo em uma infra-estrutura baseada em computação sob demanda. Para sanaresse problema, os fabricantes investem alto para conseguir os melhores índices de proteção aosdados. Muitas empresas usuárias se deparam com o desafio de proteger a infra-estrutura paraevitar ataques internos, o que é extremamente complexo de implementar. Alguns produtos queestão disponíveis no mercado fornecem modelos de criptografia em cada camada e camufla omáximo de dados possível para garantir que as identidades dos executores fiquem ocultas. Na maioria dos modelos de oferta, os próprios clientes controlam cada informação de seunegócio. Quem decide o que o fornecedor pode ou não acessar é o cliente. Determinadosacessos são exclusivos dos usuários, sendo que só eles terão permissão para tais ações; ofornecedor só tem essa permissão, caso o cliente autorize. Os dados do cliente que sãoarmazenados na infra-estrutura do fornecedor podem ser buscados na hora em que a empresadesejar, por meio de uma rede criptografada e são armazenados temporária ou permanentementeem sistemas de arquivos também criptografados. Para oferecer alta disponibilidade ao mercado,alguns fabricantes, como a Sun, replicam os dados na malha do Sun Grid. A maioria das empresas obterá benefícios imediatos com a migração para um modelo pague pelo

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uso, porque ele fornece capacidade de computação em qualquer quantidade, sem envolverenormes despesas de capital. Como definir pela adesão? Para identificar as áreas onde o grid computing oferecerá mais valor, responda as seguintesperguntas: sua empresa precisa aumentar o poder de processamento? Há algum projeto especialque requeira recursos computacionais adicionais por um período de tempo limitado? Há demandacíclica diária, semanal, mensal ou periódica para tarefas com uso intenso de cálculos? Existemtarefas de cálculo que podem ser executadas em lote? Qual é a capacidade do seu data center?Com as respostas, você terá um entendimento perfeito de como Utility Computing poderá ajudá-loa administrar melhor os recursos. O modelo revoluciona a maneira tradicional da construção de sistemas. Em geral, um sistema éconstruído para um aplicativo da seguinte forma: primeiro, é elaborado um estudo de requisitos;depois, a divisão de TI trabalha no que precisa ser desenvolvido e, por fim, monta o sistema paraatender os requisitos do aplicativo. Utility Computing requer uma abordagem completa. A divisãode TI analisará quais recursos e componentes de serviços estão disponíveis por meio do grid.Depois, analisará os requisitos dos aplicativos e avaliará como o grid pode cumpri-los. Pode serque o grid não atenda a todos os requisitos dos aplicativos, mas são tão grandes os benefícios decusto, que o CIO realmente precisará ponderar seu grau de necessidade em assumir a despesaadicional de personalizar o aplicativo e construir um sistema que o execute. É preciso conhecer a arquitetura do usuário A estratégia on demand também ajuda os fabricantes a solucionarem o problema de oferecersolução fixa para um ambiente variável. A maioria dos fabricantes de hardware tem seus produtosadaptados ao conceito e o cliente pode adquirir essas máquinas ou utilizá-las como um serviço. O cliente compra equipamentos com determinados recursos, que podem ser ativados edesativados quando solicitar. Como exemplo: é possível adquirir uma máquina com cincoprocessadores, porém somente dois serão ativados. Isso, com a possibilidade de aumentar acapacidade em períodos específicos, por meio da aquisição de um código, ou ativar os recursospara uso contínuo, pagando o valor integral. Então, a mensalidade é pelo o que é utilizado.Dependendo da solução, há o compartilhamento de fonte de energia, placas de rede e apossibilidade de integrar no mesmo ambiente servidores Intel ou UNIX, sistemas operacionaisLinux e Windows. Para a venda de um projeto de Utility Computing, é preciso que os fornecedores, os ISVs, VARse empresas de hosting conheçam a evolução da arquitetura do usuário em detalhes. Entre osargumentos que podem facilitar o fechamento do acordo está a possibilidade de redução de até50% nos investimentos com a infra-estrutura de TI. Os vendedores têm oportunidades comerciais com o modelo Utility Computing na utilização deferramentas para monitorar a rede do cliente, vendendo a solução como um serviço. Dados doGartner projetam que até 2007 a receita proveniente de serviços de gerenciamento de TI naAmérica Latina será 9% acima dos atuais US$ 20 milhões. Para uma empresa adotar o conceito de Utility Computing é preciso observar alguns pontos: # Antes de qualquer ação é necessário realizar uma radiografia interna, conhecer profundamenteas necessidades internas antes de procurar um fornecedor para adotar o sistema de pagar peloque se utiliza. # Trace os objetivos de forma clara, definida e que sejam possíveis de realizar.

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# É bom lembrar de que riscos existem também com esse conceito, porém, com a probabilidadeé menor. # Se optar pela adoção, faça-o por ser estratégico e não somente pela redução dos custos # Busque um fornecedor que seja efetivamente parceiro. # Estabeleça SLAs flexíveis e que sigam o objetivo e a filosofia da empresa # Trace objetivos reais para evitar frustrações # Meça as necessidades para poder negociar bem os SLAs e manter a qualidade # Meça o retorno do investimento ROI Como medir o retorno do investimento Hoje, as empresas vivem um dilema: enquanto o volume de dados cresce, o orçamento diminuide forma inversamente proporcional ao aumento da competitividade comercial entre as empresas.Outro comparativo é que, enquanto há aumento dos dados, a complexidade da infra-estrutura deIT também aumenta. Por isso, as soluções (hardware e software) devem apresentarinteroperabilidade e escalabilidade, ao mesmo tempo em que o acesso aos dados deve sersimples e contínuo, sem comprometer a segurança. A informação é a espinha dorsal das empresas modernas. Conduzidas pelos avanços na área dearmazenamento e transmissão de informação, as empresas podem tomar decisões com base nosnegócios de forma consciente. No lado oposto das necessidades tecnológicas, há contenção de gastos, baixo índice decontratação e foco no serviço ao cliente e na gestão dos dados, que são um dos elementos vitaisdo sucesso das empresas. Na medida em que os dados se tornam cada vez mais importantespara as empresas, na mesma proporção, é mais crítica a escolha de uma solução. Com isso,surgem necessidades de novos processos, tecnologias avançadas, e formação de pessoal. Diante das exigências do mercado em reduzir custos, se faz necessário demonstrar e claramentefundamentar os benefícios de adquirir uma solução tecnológica ou renovar a atual infra-estruturade IT. É sobre ROI que discorremos abaixo, como forma de auxiliá-lo a ultrapassar algumas dasbarreiras que são sentidas na área dos investimentos. Com a escassez financeira, os CIOs estão sendo cada vez mais cobrados a apresentar o retornode investimentos, a reduzir o custo total de propriedade e a apresentar resultados concretos dodepartamento de TI, junto aos donos das empresas. Foi exigido um perfil mais administrativo, degestor e de marketing, além do conhecimento técnico. Essa é a lei da sobrevivência das empresas, que se adaptam à nova ordem mundial. Já vai longeo tempo em que as organizações compravam tecnologia com o argumento de se manterematualizadas. Hoje, é preciso justificar cada gasto. Todos os gestores têm por obrigação saber qualserá o retorno do investimento, antes de assinar qualquer tipo de contrato de compra. As siglas ROI e TCO são corriqueiras entre quaisquer transações comerciais no segmento detecnologia da informação. Existem no mercado ferramentas (softwares) prontas e que podem sercustomizadas, para efetivar esse cálculo, porque, a bem da verdade, não é simples de se chegara esses resultados sem o apoio de um programa, que tem métricas e metodologias listadas. Muitas consultorias e empresas fornecedoras têm suas próprias metodologias e que podemajudar o cliente a estabelecer um parâmetro entre a situação atual e a futura, com a aquisição, nocaso, do Utility Computing. As empresas querem destinar recursos financeiros em equipamentos, software e serviços que

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tragam retorno imediato sobre o que foi investido. Isso já acontecia desde 2003 nos EstadosUnidos e não poderia ser diferente no Brasil. Uma pesquisa realizada no país, no mesmo ano,apontou que cerca dos 59% dos executivos de empresas brasileiras pretendiam aumentar seusinvestimentos em tecnologia, porém, ressaltaram que 46% do total seriam aplicados aquisições,que trouxessem retorno em curto prazo. Antes de mais nada é primordial saber o real valor daquilo que se pretende adquirir e, inclusive,dos custos de não se realizar a implementação da solução proposta. Benefícios tangíveis e intangíveis A justificativa da aquisição é realizada com base em benefícios tangíveis e intangíveis. Osbenefícios tangíveis podem ser quantificados e são inquestionáveis na sua natureza,demonstrando reduções de custos ou aumento de benefícios. Esses benefícios são facilmentequantificáveis, por meio da diminuição de TB (Terabyte) de armazenamento ou de um menornúmero de servidores, por exemplo. Os benefícios intangíveis, por outro lado, estão presentes na solução, mas são difíceis dequantificar: aumento na satisfação e crescimento de produtividade dos usuários. Alguns dosbenefícios intangíveis podem ser estratégicos, como maior credibilidade da empresa, melhoria naqualidade da oferta ao cliente por meio de pró-atividade e do aumento de informaçãodisponibilizada. Fica a ressalva de que essa forma pode ajudar a decisão no processo de adoção de UtilityComputing, porém, é a tradicional aplicada na aquisição de soluções tradicionais.As justificativasfinanceiras são utilizadas para controlar as aquisições tecnológicas e para tomar decisões maisacertadas. As justificativas permitem ter uma medida do risco e do custo do investimento,permitindo ter uma perspectiva do Valor do Negócio. Uma das formas de simplificar o processo de análise e melhorar a justificativa das aquisições dainfra-estrutura é utilizando cálculos de ROI em termos de valores da moeda corrente.Outra daforma é utilizar a medida do custo total de propriedade (TCO), que ajuda a compreender comocontrolar os custos da infra-estrutura de IT.A primeira ação é a criação de modelos com cenáriosoperacionais que endereçam vários tipos de análises. Alguns exemplos em armazenamento: 1. Aumentar a utilização de disco 2. Deixar de comprar disco 3. Aumentar os TB geridos por administrador 4. Reduzir o espaço físico do Data Center 5. Deixar de comprar de bibliotecas de cartuchos 6. Novas capacidades de Disaster Recovery 7. Opções de recuperação online 8. Aumentar a disponibilidade dos dados 9. Reduzir o número de servidores 10. Aumentar a performance da LAN/WAN, diminuindo a necessidade de upgrade 11. Reduzir/eliminar os servidores de backup 12. Reduzir/eliminar o batch e as janelas de backup 13. Storage on demand 14. Aumentar a proteção dos dados

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15. Gestão dos custos, como uma percentagem dos custos de storage 16. Reduzir os custos de manutenção de storage 17. Staff utilization for server management 18. Aumentar o tempo de vida do Storage 19. Escalabilidade 20. Evitar o crescimento dos dados de rede 21. Impacto em novas aplicações a migrar 22. Impacto nas aplicações de desenvolvimento e testes 23. Estender o tempo de vida dos servidores 24. Reduzir a carga de CPU nos servidores 25. Suportar servidores em cluster 26. Serviços secundários de segurança 27. Consolidação Na maioria dos casos, para uma nova infra-estrutura ou para a reestruturação da atualinfra-estrutura, várias análises das que foram apresentadas podem ser consideradas. Cálculo do ROI O ROI é usualmente calculado num período de 3 a 5 anos, por meio de ações como: 1. Definir os custos da base da análise 2. Definir a topologia que se pretende, e determinar os seus custos 3. Selecionar as análises que podem ser consideradas para a topologia pretendida, e calcular o ROI para cada uma delas. 4. Calcular os diferentes ROI e realizar gráficos e conclusões 5. Rever as conclusões e fazer ajustes à topologia e ao cálculo do ROI Diminuição dos valores de manutenção de hardware e software - Diminuição dos custos de Gestão - Diminuição de recursos de hardware não utilizados Controle total sobre o que foi contratado Uma das preocupações ao aderir ao conceito é saber exatamente o que está sendo pago eexatamente o que está sendo adquirido. Alguns fabricantes estão fazendo parcerias com osfornecedores de telecomunicações, integradores de sistemas e prestadores de serviços para quea compra de uma variedade de serviços de computação sob demanda se torne simples econveniente. A Sun Microsystems é um exemplo. Conta com programas-piloto que determinarão como usar omodelo para agilizar o desenvolvimento de software, fornecer serviços de desktop seguros eexecutar aplicações críticas como ERP e CRM sob demanda. Em resumo, as organizações necessitam de soluções que as ajudem a aumentar a eficiência, aomesmo tempo em que diminuem o seu TCO e aumentam o retorno do investimento.

6 - Previsões

Controvérsias desenham o quadro atual Como flexibilidade é uma exigência para a sobrevivência de uma empresa – além da drástica

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redução dos custos fixos – Utility Computing cai como uma luva na dinâmica atual dasorganizações. Porém, há quem diga que TI será utility em dez ou 15 anos. Toda essa mudança no modo de comercialização de TI traz conseqüências para o mercado.Segundo pesquisa do Gartner, o crescimento de serviços para infra-estrutura automatizada eprocessos de negócios onde se paga somente pelo que foi consumido, vão gerar grande reduçãonos empregos na área de TI. De acordo com o instituto, a terceirização tem sido supervalorizada eo impacto da automação é grande. Portanto, nos próximos 10 anos, a queda na taxa de empregosno setor pode ser atribuída a esse fator. Por outro lado, novos empregos serão criados para ogerenciamento de processos de negócios e relacionamento. A International Data Corporation (IDC) avalia que Utility Computing crescerá, porém ainda nãoserá adotado largamente como o conceito é vendido. O instituto prega que ele é uma boa aposta,mas a longo prazo. Utility Computing causará grandes mudanças na arquitetura e naadministração de sistemas, pacotes de serviços e produtos de TI e na forma de cobrança pelo queé fornecido, como já exemplificamos, analogicamente, com o setor de energia elétrica. Embora haja alguns esforços de marketing na divulgação do conceito, ainda será necessário umesforço maior dos fabricantes no sentido de sanar a confusão sobre o significado, suas propostase como será na prática utilizar recursos de TI sob demanda. Empresas fornecedoras direcionamesforços nesse sentido. Muitas estão promovendo seminários, palestras e road-shows pelasprincipais capitais do país para explicar Utility Computing. O atrativo é grande frente ao seu maior argumento: a redução de custos. Esses eventos servemtambém para sossegar os CIOs que temem manter as informações da companhia distante dosseus olhos e controle. Fabricantes transmitem aos profissionais dados que garantem a segurançado hosting. De novo, a questão cultural passa pela consolidação do modelo. Uma empresa nacionalconcentrava seu centro de processamento e infra-estrutura internamente até que, ao ter seucontrole acionário nas mãos de uma multinacional passou a utilizar o modelo de hospedagem. Ofato demonstra como uma decisão estratégica pode ser afetada pela cultura. De acordo com uma pesquisa da IDC, realizada em julho de 2005, 28% das 103 empresasparticipantes têm receio em compartilhar seus dados e informações com os fornecedores eprestadores de serviço. A preocupação com o retorno dos investimentos (ROI) no modelo UtilityComputing foi apontada por 19% das organizações. Para 17% das participantes, confiança nodata center do fornecedor é uma questão fundamental. Acelerar o processo A adoção se torna mais lenta na medida em que ainda existe uma percepção muito confusa porparte do usuário sobre o que é exatamente o modelo. No que se refere ao fabricante, existemconflitos internos que dificultam o esclarecimento do cliente, já que elas têm a oferecer doismodelos de comercialização: pay-per-use e também o de licenças. É necessário detalhar para ousuário as vantagens e os processos de cada um deles. O avanço do uso de soluções conforme a necessidade será mais lento, tendo em vista anecessidade de preparar a estrutura do mercado. Com esse ponto solucionado, os clientespassam a adquirir produtos desenvolvidos com virtualização, tecnologia que garante flexibilidadena expansão da infra-estrutura. Com essa tecnologia, é possível utilizar um data center virtual,gerenciado pelo fabricante.

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Antes disso, porém, é necessário que sejam implementadas políticas de melhores práticas, combase em Governança de TI e processos de consolidação no ambiente. Hoje, os usuáriosbrasileiros estão nessa etapa e, acreditam os analistas, que a adoção maciça ocorrerá dentro dealguns anos. No Brasil, a TAM e a GVT estão na fase de adoção do conceito. Já os mercadoseuropeu e norte-americano estão mais definidos. Tendências Por enquanto, as maiores oportunidades comerciais estão em segmentos como manufatura,serviços, telecomunicações e data centers. Para alguns especialistas do setor, o segmentofinanceiro, que tem um grande volume de sistemas legados, em pouco tempo também vai aderirao conceito, indo em busca de sistemas de consolidação e, posteriormente, deve ocorrer amigração para o conceito de Utility Computing. Somente o tempo dirá se eles estão certos. Outra tendência marcante é a união de forças de grandes empresas no sentido de que o modeloevolua tecnologicamente e fazer com que o mercado entenda o conceito. Nesse sentido, a buscapor aumento do valor dos negócios, incentivou o fechamento de parcerias e aquisições paraproporcionar uma oferta de tecnologia mais ágil, de acordo com o conceito de Utility Computing.(veja abaixo). Os indicadores de mercado apontam para o gradual aumento na adesão do Utility Computing. Oestudo IDC Predictions 2005 prevê um crescimento moderado do setor de TI e consolidação detendências anteriormente apontadas. A expectativa é que ocorra uma reorientação defornecedores e ofertas voltadas a processos e soluções de negócios, além do crescimento deestratégias baseadas em computação utilitária. Os analistas acreditam em um crescimento de6,1% do mercado de TI em 2005, com pequeno destaque para os negócios nos Estados Unidos eEuropa Ocidental. Para o Brasil, o estudo revela que problemas com produtividade e propriedade intelectual podematrapalhar o potencial econômico. A indústria de TI no país possui características de mercadoemergente, a exemplo do México, mas sem o ritmo de crescimento previsto para China, Índia eRússia. Terceirização é uma das fortes tendências de adoção pelo mercado local. Mais recente e dirigido, um estudo financiado pela Oracle revela que hoje o segmento decomercialização sob demanda movimenta no Brasil cerca de US$ 278,8 milhões. Realizada pelaIDC Brasil, a pesquisa que foi divulgada em 27 de julho de 2005 aponta ainda que a expectativa éque Utility Computing cresça, ao ano, em torno de 24,4% até 2009, atingindo, portanto, omontante de US$ 667 milhões. Outro item detectado é que as empresas locais estão priorizando a compra de serviços ediminuindo a destinação de verba para equipamentos, com a finalidade de reforçar a estratégia denegócios. O padrão atual de investimento em TI das organizações brasileiras é destinar cerca de47% para hardware e 17% para software. Para serviços, que englobam a terceirização deinfra-estrutura o índice é de 36%. Cinco anos atrás o investimento em hardware era de, em média,60% das verbas de TI. Com as vantagens enxergadas na terceirização de serviços e nainfra-estrutura, esse volume vem diminuindo. Hoje, o fornecedor não passa pelo processo de criar,empacotar e entregar uma solução para o cliente. Mesmo com essas alterações rumo aos serviços, o mercado local ainda não incorporoutotalmente o conceito de comprar recursos de TI pelo modelo sob demanda. Este, emcomparação com mercados internacionais ainda é muito tímido no Brasil. A porcentagem idealprojetada para o Brasil é de cerca de 30% de investimentos com hardware e mais de 40% emserviços. Comparativamente, no mercado norte-americano, onde o conceito dá mostras de estar

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mais maduro, hardware, software e serviços recebem investimentos de 32%, 25% e 44%,respectivamente. A melhor fórmula para que o modelo se desenvolvesse no país seria com osserviços recebendo a maior parte dos investimentos e não a compra de hardware. As significativas mudanças provocaram alterações na maneira de os fornecedores atuarem nomercado, inclusive no que se refere à correção de estratégias de produtos e serviços, com oobjetivo de se adequarem à realidade que se desenha. A oferta e a procura de bens de TI noformato de serviços é uma das fortes tendências. Para não perder o bonde do momento, fabricantes estão habilitando vendedores na corretavenda do modelo de pagar pelo o que se utiliza em algumas soluções como servidores,armazenamento de dados, software, aplicativos e impressão. Em busca de novas oportunidades,a indústria de TI se reinventa e acirra a disputa para atender à clientela nesse modelo. Depois dascrises econômicas, ficou claro para os fabricantes que a venda de tecnologia pura não existemais, mesmo porque, com o grau de automatização, TI se está tornando commodity, comodestacam os analistas de mercado. Talvez esse seja o período mais difícil por que passamfabricantes e CIOs, que enfrentam uma tormenta de desafios estruturais. Polêmica estabelecida Hoje, questiona-se até que ponto TI é importante na estratégia das organizações e seefetivamente é um diferencial competitivo de mercado. Com as transformações do cenário, paraalguns, o controle de custos e o gerenciamento de riscos são questões a serem consideradas emprimeiro lugar, depois vêm investimentos e inovação. Pregam alguns analistas mais polêmicosque TI deve priorizar vulnerabilidades e não em oportunidades; e ainda gastar menos e não serum early adopters, os que adotam tecnologias antes mesmo de serem lançadas. A Accenture realizou uma pesquisa, em 2003, com 580 executivos seniores de 18 países,inclusive do Brasil, com a finalidade de levantar a real influência que a tecnologia da informaçãoexerce sobre as corporações. O resultado foi que 55% das empresas entrevistadas têmcaracterísticas de inovação que as diferenciam do restante do mercado. Por esse estudo, são asmais inovadoras as que dão maior importância à renovação de produtos, serviços e processos e,por conseqüência, são elas que obtêm melhores resultados estratégicos. Ainda de acordo com a pesquisa da Accenture, 64% das empresas consideradas inovadorasatingiram as metas a que se propuseram com o investimento em sistemas, sendo que apenas28% das menos inovadoras conseguiram seus objetivos. As que priorizam a inovação destinammais de 30% do orçamento de TI em novas ações, contra menos de 20% entre as poucoinovadoras. Por outro lado, estas últimas, investem quase 40% da receita em tecnologiasoperacionais e, as mais inovadoras destinam cerca de 20%. Com base nesses índices, não sepode afirmar que TI está virando commodity. Mais uma vez, quem dirá quem está com a razão é otempo. Por outro lado, para tentar entender o cenário de TI, imagine uma pirâmide e a dividida em quatropartes. Em sua base se encontra a infra-estrutura de TI (redes, hubs, conectividade e hardware);na camada de cima situam-se os softwares básicos, que são representados por plataformas comosistemas operacionais e banco de dados, por exemplo. Com o avanço do Utility Computing, essasduas partes estruturais podem se tornar, de fato, 100% commodities. Nesse ponto, estão certosos que afirmam que TI perderá seu valor estratégico. Só que a situação se altera nos terceiro e quarto níveis da pirâmide, onde você pode imaginar ossoftware aplicativos e funções de negócios com aplicações de TI, respectivamente. No terceironível, representado por sistemas de CRM, ERP e supply chain, alguns analistas arriscam dizer

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que a commoditização chegaria, no máximo, a 70% dessas aplicações. Isso porque, as empresastêm processos distintos; metas e objetivos específicos. A complexidade do cenário aumenta no topo da pirâmide. Nesse nível, é preciso que haja perfeitasincronia entre as decisões estratégicas e as inovações tecnológicas disponíveis. Nas aplicações,a questão é mais profunda e a distância entre a inovação tecnológica e a empresa que a adota émuito grande. É elevado o grau de complexidade para que não haja cópias dessas aplicações.Nesse nível, a commoditização não ultrapassa a casa dos 40%. Flexibilidade é a palavra-chave A inovação dos processos pode ser considerada como o que alguns pesquisadores chamam dedomesticação da tecnologia, que significa adaptar de maneira recíproca a tecnologia ao usuário.Como exemplo, da mesma forma que o aparelho celular é adequado à agenda de telefones ecompromissos; o usuário se adapta ao seu aparelho, decidindo se atende ou não a ligação, porexemplo. O diferencial é esse. É justamente essa flexibilidade que vai determinar o melhor aproveitamentoda tecnologia e de seus recursos e, aqueles que querem adotar novos conceitos, só alcançarãosuas metas se mantiverem o poder de incorporar rapidamente as inovações aos processos daorganização. O quadro desenhado em TI prova que ainda há muito chão a se percorrer para transformar assoluções de TI aderentes aos negócios. Pode-se dizer, então, que existem dois mundos: ainfra-estrutura, com os serviços pay-per-use e terceirização. E um segundo, o das aplicações, quealguns especialistas do mercado afirmam que não é commodity e nunca será. Sem predizer o que a tecnologia da informação reserva para o setor, observa-se uma perspectivade mudança. Inúmeros indicativos ajudam a constatar que separar a inovação e a competitividadedos avanços tecnológicos, sejam eles voltados ao usuário final ou às empresas, torna-se quaseimpossível. Ações efetivas para a consolidação Seguindo as tendências, os fabricantes se posicionam como defensores do conceito, formamalianças tecnológicas e parcerias comerciais. Sem contar com anúncios de aumento ou aadaptação de seus produtos e serviços ao modelo Utility Computing. A Citrix disponibiliza o Citrix MetaFrame Access Suite solutions, que permite às empresas aconstrução de acesso à infra-estrutura para entregarem um empreendimento on demand, demodo seguro. A Computer Associates conta com a tecnologia Sonar, ferramenta paracorrelacionar processos de negócio com os ativos de TI, alinhando os investimentos eminfra-estrutura com as prioridades de negócio. A Sun Microsystems possui inovações tecnológicas e novos modelos de negócios baseados noconceito de Utility Computing. A companhia possui produtos, soluções e serviços, com o objetivode ajudar os usuários a construir a base de desenvolvimento de novas aplicações de rede,enquanto reduz os custos e a complexidade dos ambientes de TI. A Microsoft apresentoualgumas das novidades que estarão em seu pacote de soluções para CRM 3.0. O produto estáprevisto para chegar ao mercado no final de 2005 e as novas aplicações serão oferecidas pelomodelo on demand. A Cisco Systems desembolsou US$ 250 milhões para a aquisição da empresa de UtilityComputing, Topspin Communications, que produz uma família de switches para conectar

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servidores em grid e fornece conectividade em rede e armazenamento. A aquisição vai adicionarsuporte ao portfolio da Cisco. Fornecedores como Dell, HP, IBM, NEC e Sun estabeleceramparcerias com a Topspin para incluir a tecnologia de switching InfiniBand como parte de seusportfólios. Outra a entrar para o time é a EMC e oferece OpenScale, ferramenta que auxilia a cobrança dosserviços, mede o quanto do sistema de armazenamento de dados está sendo utilizado. Oprograma colhe informações dos data centers dos consumidores por meio de um softwarechamado "Collector", que emite relatórios. Já o modelo Adaptive Enterprise da HP deve ajudar os usuários a medir, projetar e gerenciarmudanças na estrutura de TI, sempre atendendo a demanda de negócios. A companhia tem umagama de produtos e serviços Utility Computing. A HP também vem trabalhando nodesenvolvimento do Linux e de sistemas de código aberto. Com isso, torna mais fácil aexperiência de implementação do código aberto, abrindo caminho para o Adaptive Enterprise. A IBM tem praticamente todo seu portfólio de produtos e serviços voltado ao conceito. Para acompanhia, as empresas e a indústria de tecnologia estão entrando na era on demand. Com isso,terão de responder rapidamente a demanda dos clientes, oportunidades de mercado e ameaçasexternas. A EDS vem trabalhando no desenvolvimento da plataforma Agile Enterprise em conjuntocom a Cisco Systems para construir uma rede global segura, e com a EMC em storage e outrassoluções de gerenciamento. A Sun Microsystems trabalha para a criação de vários componentes de hosting por virtualizaçãoe soluções de Utility Computing, enquanto Xerox e EDS desenvolvem abordagens novas parainfra-estruturas de gerenciamento de documentos. Além disso, lidera a Agility Alliance, tambémem conjunto com outros gigantes do setor. A Symantec/Veritas criou as soluções SEM para que os profissionais de TI possam migrar paraUtility computing a partir da perspectiva do storage. As soluções oferecem um único ponto degerenciamento para a SAN, NAS e DAS, o que ajuda a reduzir o erro do operador, que é a maiorcausa de downtime não planejado. Em 2004, a Veritas adquiriu a Invio Software, Inc., especializada em automatização de processosde TI e contribuiu para as funcionalidades presentes nos programas que viabilizam o UtilityComputing. A família de produtos Oracle 10g possibilita a adoção do modelo. O Oracle GridComputing atende os requisitos do conceito, permitindo que grupos independentes de usuáriospossam compartilhar recursos computacionais de acordo com a demanda. Mas o mercado de Utility Computing não é formado apenas pelas empresas de maior porte.Muitas outras também de olho nas transformações do mercado, passam a oferecer soluções sobdemanda. É o caso da NeoGrid, empresa de comércio colaborativo que substituiu a venda delicença para o seu e-Collaboration Suite por um modelo on demand. Já a CorpFlex lança omodelo ASP (Application Service Provider) sob demanda, sendo que o serviço tem a finalidade deajudar os fabricantes de sistemas de gestão a ganhar mercado. Podemos concluir que a competência que a empresa tem de incorporar a tecnologia aos seusprocessos é o verdadeiro diferencial a ser destacado. É a inovação dos processos queproporciona vantagem competitiva às empresas, reduzindo custos e aumentando a produtividade.