Utilização das Metodologias da Educação Cristã dentro do Ensino Superior

31
CENTRO DE FORMAÇÃO TEOLOGICA - CEFORTE Bruno Depieri Balmant UTILIZAÇÃO DAS METODOLOGIAS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ PARA O ENSINO SUPERIOR PORTO VELHO 2014

description

Este artigo trata-se da relação da metodologia da educação cristã, com a metodologia utilizada no ensino superior, correlacionando ambos para verificarmos se existe a possibilidade da inclusão da metodologia da educação cristã dentro do contexto universitário, ao mesmo tempo em que questionamos a verdadeira veracidade do aprendizado entre ambas as metodologias, para que desta forma possamos nos avaliar de forma a nos colocarmos no lugar do aluno e trazermos para nós uma reflexão sobre como tem sido o aprendizado das aulas lecionadas. Está tem por sua vez auxiliar a melhora da forma como o professor encara suas aulas, para que o aluno passe a ter um melhor discernimento do que está sendo proposto pelo professor. Não que devemos deixar de lado a metodologia do ensino superior, mas devemos anexar junto a utilizada na educação cristã, o contexto nos relaciona a trazer uma reflexão sobre a importante de determinado estudo, essa é a ideia proposta pela metodologia da educação cristã, fazer essa reflexão, e que possamos fazer isso também no ensino superior.

Transcript of Utilização das Metodologias da Educação Cristã dentro do Ensino Superior

  • CENTRO DE FORMAO TEOLOGICA - CEFORTE

    Bruno Depieri Balmant

    UTILIZAO DAS METODOLOGIAS DA EDUCAO CRIST PARA O

    ENSINO SUPERIOR

    PORTO VELHO

    2014

  • CENTRO DE FORMAO TEOLOGICA - CEFORTE

    Bruno Depieri Balmant

    UTILIZAO DAS METODOLOGIAS DA EDUCAO CRIST PARA O

    ENSINO SUPERIOR

    Trabalho de concluso de curso apresentado banca examinadora do

    Centro de Formao Teolgica, como requisito parcial obteno do

    grau de Livre em Teologia sob orientao do Prof Pr. Wanderlei Baptista

    de Mello.

    Aprovada em 31 de outubro de 2014

    BANCA EXAMINADORA

    __________________________________________________________

    Professor

    Centro de Formao Teolgica CEFORTE

    __________________________________________________________

    Professor

    Centro de Formao Teolgica CEFORTE

    __________________________________________________________

    Professor

    Centro de Formao Teolgica CEFORTE

    PORTO VELHO

    2014

  • Dedico este trabalho a minha esposa, que tem

    me apoiado desde o incio.

    E a minha famlia eu mesmo estando longe

    sempre estiveram comigo

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo este trabalho primeiramente a Deus,

    por ter me dado condies para realiza-lo

    A minha esposa que desde o incio tem me

    acompanhado nesta empreitada da vida, que tem me

    auxiliado em tudo, tem sido uma mulher grandiosa ao

    meu lado, forte.

    Aos meus pais que mesmo estando to

    distantes estiveram sempre me aconselhando e me

    ajudando em tudo.

    A meu sogro e minha sogra que sempre

    estiveram ao meu lado, auxiliando em algumas

    decises.

  • Portanto, quem ouve estas minhas palavras e

    as pratica como um homem prudente que construiu

    a sua casa sobre a rocha. (Mateus 7:24)

  • RESUMO

    Este artigo trata-se da relao da metodologia da educao crist, com a

    metodologia utilizada no ensino superior, correlacionando ambos para verificarmos se

    existe a possibilidade da incluso da metodologia da educao crist dentro do

    contexto universitrio, ao mesmo tempo em que questionamos a verdadeira

    veracidade do aprendizado entre ambas as metodologias, para que desta forma

    possamos nos avaliar de forma a nos colocarmos no lugar do aluno e trazermos para

    ns uma reflexo sobre como tem sido o aprendizado das aulas lecionadas. Est tem

    por sua vez auxiliar a melhora da forma como o professor encara suas aulas, para que

    o aluno passe a ter um melhor discernimento do que est sendo proposto pelo

    professor. No que devemos deixar de lado a metodologia do ensino superior, mas

    devemos anexar junto a utilizada na educao crist, o contexto nos relaciona a trazer

    uma reflexo sobre a importante de determinado estudo, essa a ideia proposta pela

    metodologia da educao crist, fazer essa reflexo, e que possamos fazer isso

    tambm no ensino superior.

    PALAVRA-CHAVE: Metodologia, Educao Crist, Ensino Superior.

  • TERMO DE ISENO DE RESPONSABILIDADE

    Declaro, para todos os fins de direito e que se fizerem necessrios, que isento

    completamente o Centro de Formao Teolgica, e os professores indicados para

    compor o ato de defesa presencial de toda e qualquer responsabilidade pelo contedo

    e ideias expressas na presente monografia.

    Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em

    caso de plgio comprovado.

    Porto Velho, 31 de outubro de 2014

  • SUMRIO

    1. INTRODUO ........................................................................................ 9

    2. METODOLOGIA DA EDUCAO CRIST ........................................... 10

    2.1 Mtodo Dedutivo ..................................................................... 11

    2.2 Mtodo Indutivo (dialtico) ...................................................... 11

    2.3 Mtodo Interativo ..................................................................... 11

    2.4 Mtodo Divergente .................................................................. 12

    2.5 Abordagem por Princpios ....................................................... 12

    3. METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR ........................................... 12

    3.1 Estudo Dirigido ........................................................................ 14

    3.2 Seminrio ................................................................................ 15

    3.3 Aprendizagem baseada em problemas ................................... 15

    3.4 Aula Expositiva Dialogada ....................................................... 17

    3.5 Aprendizagem baseada na utilizao de mapas conceituais .. 18

    3.6 Mtodo dos Projetos ............................................................... 19

    3.7 Mtodo Baseada em Artigos Cientficos.................................. 20

    3.8 Modelo Ecltico ....................................................................... 21

    4. CONCLUSO ........................................................................................ 23

    5. REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................... 26

  • 9

    1 INTRODUO

    Desde o incio da humanidade cada gerao sentiu a necessidade de transmitir

    prxima suas experincias, histrias e tradies, com o objetivo de preservar a

    identidade do grupo e o conhecimento acumulado. Tal situao de ensino podia se

    dar atravs de recursos formais ou informais, mas sempre esteve presente. Em

    algumas esferas especialmente importantes, como a religio, esse processo se tornou

    particularmente imperativo. Ao surgir o cristianismo, essa se tornou uma das

    caractersticas mais salientes do novo movimento. Seu fundador era conhecido como

    um mestre e ordenou explicitamente aos seus seguidores que utilizassem o mtodo

    educativo para comunicar a outras pessoas seus novos valores e convices.

    Um fato que desde o incio representou um grande desafio para os cristos foi

    a conscincia de pertencerem a dois reinos o reino de Deus (espiritual) e o reino

    deste mundo, a igreja e a sociedade. Por um lado, os seguidores de Cristo deviam

    viver suas vidas na coletividade, influenci-la e testemunhar as pessoas deste mundo.

    Por outro lado, deviam tomar cuidado para no serem moldados pela cultura do reino

    deste mundo que os rodeava, naqueles aspectos em que ele entrava em conflito com

    a f crist. Isso levantava a questo de at que ponto os cristos deviam se servir dos

    recursos e oportunidades educacionais oferecidos pelo mundo no-cristo.

    Com isso surgiram duas perspectivas referente a educao crist que precisa

    ser claramente distinguida: em primeiro lugar, a educao crist diz respeito

    formao espiritual, transmisso da f crist propriamente dita, nos aspectos bblico,

    doutrinrio e tico. Em outro sentido, ela se refere educao geral, que aborda temas

    no necessariamente religiosos (como lngua, literatura, histria, cincia e arte),

    porm informados por pressupostos e valores cristos.

    Todos esses fatores tm estado presentes na histria da educao crist desde

    o seu nascedouro, neste ponto em que iremos identificar os mtodos de ensino da

    educao crist hoje e a metodologia usada no ensino superior, e coloca-los em

    conflito para observarmos se possvel a utilizao das metodologias da educao

    crist para o ensino superior hoje em toda a sua dimenso.

  • 10

    2 METODOLOGIA DA EDUCAO CRIST

    Para entendermos melhor, primeiramente temos que nos fazer uma pergunta

    bem simples que o que educao crist?, se paramos para refletir h diferentes

    respostas a esta pergunta. Eu gostaria de sugerir que, como j indica o nome,

    educao crist, aquela educao feita do ponto de vista do cristianismo. Com isso,

    no quero me referir simples incluso no currculo escolar de disciplinas que tratem

    da Bblia ou de temas do Cristianismo. Nem ainda contratar professores evanglicos

    para dar disciplinas regulares de um currculo, nem providenciar para os discentes

    servio de atendimento pastoral, devocionais e cultos durante a semana. Assim,

    universidades crists no so simplesmente aquelas ligadas a uma igreja ou

    denominao, aplicando regras evanglicas de conduta. Todas essas coisas so boas

    e importantes, mas penso que a educao crist vai mais alm. (LOPES;

    FERNANDES, 2010)

    A educao crist um processo de treinamento e desenvolvimento da pessoa

    e de seus dons naturais luz da perspectiva crist da vida, da realidade, do mundo e

    do homem. Isso significa desenvolver um currculo e um programa educacional cujas

    disciplinas e atividades reflitam explicitamente a mentalidade crist. Em outras

    palavras, ensinar biologia, histria, psicologia, sociologia, administrao, etc. a partir

    dos pressupostos cristos (crenas, premissas e pr-convices que criam avenidas

    pelas quais o entendimento, o conhecimento e o aprendizado se processam) (Lopes,

    2010). adotar teorias e filosofias do desenvolvimento humano e da educao que

    reflitam o ensino bblico sobre o homem como imagem de Deus, porm moral e

    espiritualmente decado. desenvolver a educao num ambiente distintamente

    cristo, onde se espera que haja mais disciplina, eficcia e bom relacionamento entre

    professores e alunos do que no ensino pblico ou particular secularizados. promover

    o desenvolvimento do carter, disciplina, conduta e um relacionamento profundo com

    Deus.

    Conceituando a educao crist de forma literria e especifica a tentativa de

    organizar sistematicamente o pensamento quanto educao conforme os

    ensinamentos bblicos que constituem a f crist ortodoxa.

    Os mtodos e as metodologias ento um padro pelo qual devemos nos

    orientar todo o nosso trabalho educacional. Podemos considerar o mtodo, por

  • 11

    exemplo, a partir das atividades que o discente realiza para o aprendizado. Nesse

    sentido, podemos citar cinco tipos diferentes e complementares de mtodo que podem

    ser usados nas aulas e demais encontros educacionais cristos:

    2.1 MTODO DEDUTIVO

    Parte de uma lei ou de um conjunto de conhecimentos estabelecidos pela

    cultura ou pela cincia e os aplica a casos determinados. Comea com o geral ou

    universal e chega ao particular (ZABATIERO, 2009). Talvez esse seja o mtodo mais

    comum usado nas escolas dominicais. O ponto de partida a compreenso de um

    princpio bblico, um conceito teolgico ou uma doutrina. Depois de apreender o

    contedo, passa-se a discutir sua aplicao.

    2.2 MTODO INDUTIVO

    Procede exatamente ao contrrio: parte de casos e situaes particulares;

    compara-os, tenta orden-los e trata de encontrar uma lei que permita relacion-los.

    Vai do particular para o geral (ZABATIERO, 2009). Esse mtodo pouco usado em

    classes de escola dominical. Em parte porque o uso de materiais curriculares

    previamente preparados dificulta a sua utilizao. Contudo, a razo principal para seu

    pouco uso, est no fato de que em nossa tradio protestante temos dificuldade em

    construir o saber teolgico a partir das experincias cotidianas. Quase sempre ficamos

    na troca de experincias com reflexo crtica.

    2.3 MTODO INTERATIVO (DIALTICO)

    Aproveita os conhecimentos j adquiridos e os reinterpreta a partir de situaes

    novas que se apresentam. Confronta constantemente o particular com o geral

    (ZABATIERO, 2009). Esse mtodo aproveita os aspectos positivos dos dois

    anteriores. Seria interessante us-lo com alguma frequncia em nossas aulas. Afinal

    de contas, a maior parte de nossos alunos j conhece parcialmente os temas que

    estudamos. Assim, importante que os temas a serem estudados sejam analisados

    a partir de novas perspectivas e situaes.

  • 12

    2.4 MTODO DIVERGENTE

    Inventa e cria novos conhecimentos, colocando em relao elementos que

    pertencem a diferentes campos do saber e cujo encontro pode provocar uma novidade

    (ZABATIERO, 2009). Esse , talvez, o mais rico e mais difcil mtodo a ser usado. Ele

    se utiliza de conceitos, saberes, experincias e situaes a partir de diferentes

    campos do saber sociologia, psicologia, teologia etc. a fim de construir novos

    conceitos e possibilidades de compreender e transformar a realidade. Pode ser usado

    na escola dominical, sobretudo, porque nossos alunos tm formao escolar e

    experincias de vida diferentes e podem contribuir para a produo de novos

    conhecimentos bblico-teolgicos.

    2.5 ABORDAGEM POR PRINCPIOS

    Esta abordagem diz respeito ao mtodo bblico de raciocnio cristo que faz

    das verdades da Palavra de Deus a base de cada disciplina no currculo escolar,

    sendo assim definida como um mtodo de estudo e investigao que desenvolve o

    raciocnio por princpios a partir dos fundamentos bblicos identificados em qualquer

    disciplina e ensina o aluno como pensar e aprender (LYONS, 2002).

    Desta forma devemos compreender que no existe nenhum destes mtodos e

    de qualquer outro sem a leitura, pois a mesma transcende a simples identificao de

    palavras e frases, incluindo a compreenso do texto escrito em sua totalidade: ideias,

    pressupostos, implicaes prticas, defeitos etc. A leitura crtica nos ajuda a superar

    os limites intelectuais, a falta de conscincia poltico-social e a ingenuidade teolgica.

    Crescer na arte de ler importante para o desenvolvimento espiritual e tcnico. O

    apstolo Paulo jamais deixou o estudo e a leitura, mesmo na priso (2Tm 4.13), pois

    sabia da necessidade de continuar crescendo na f e no conhecimento.

    3 METODOLOGIAS DO ENSINO SUPERIOR

    Para entendermos melhor as metodologias do ensino superior partimos de trs

    situaes que aparentemente so simples, mas so a base de praticamente 100%

    das universidades hoje em dia.

  • 13

    A primeira situao diz respeito estreita relao entre a qualidade de ensino

    na universidade e o trabalho docente realizado em sala de aula. uma ideia muito

    simples: a essncia do que acontece na universidade a qualidade e eficcia do

    ensino por parte dos professores; e a qualidade e eficcia da aprendizagem por parte

    dos alunos. Ou seja, a universidade existe para que os alunos aprendam conceitos e

    teorias; desenvolvam capacidades e habilidades de pensar e aprender; formem

    atitudes e valores e se realizem como profissionais e cidados. (VEIGA, 1996)

    A segunda situao importante que o foco, o ideal da prtica docente a

    aprendizagem do aluno, resultante da sua prpria atividade intelectual e prtica,

    realizada em parceria com os professores e colegas. Portanto, a referncia para as

    atividades do ensino a aprendizagem, ou seja, ensina bem o professor que

    consegue com que o aluno aprenda bem com base numa relao pessoal com o saber

    e aprenda a pensar metodicamente. Nesse sentido, a caracterstica bsica das

    disciplinas escolares que elas devem ser organizadas e trabalhadas para serem

    aprendidas pelos alunos. Ou seja, o como se ensina depende de se saber como os

    indivduos aprendem, ou melhor, como adultos aprendem.

    A terceira situao que a aprendizagem universitria est associada ao

    aprender a pensar e ao aprender a aprender. O ensino universitrio precisa hoje

    ajudar o aluno a desenvolver habilidades de pensamento e identificar procedimentos

    necessrios para apreender. A metodologia de ensino, na verdade, no diz respeito

    unicamente s tcnicas de ensino, o uso do vdeo, do trabalho em grupo, da aula

    expositiva. Metodologia como voc ajuda seu aluno a pensar com os instrumentos

    conceituais e os processos de investigao da cincia que voc ensina. Por exemplo,

    a boa pedagogia do professor de Direito aquela que consegue traduzir

    didaticamente o modo prprio de pensar jurdico.

    O processo de ensino, do qual o professor o sujeito; e o processo de

    aprendizagem, do qual o sujeito o aluno, so processos que se comunicam entre si,

    sendo, portanto, interdependentes. Tanto no processo de ensino como no de

    aprendizagem, os sujeitos envolvidos desempenham aes que visam contribuir para

    a aprendizagem. Os professores planejam atividades com a inteno de favorecer a

    ao do aprendiz sobre um determinado objeto de conhecimento e essa ao est na

    origem de toda e qualquer aprendizagem. Os alunos, por sua vez, se organizam para

  • 14

    estudar, resolvendo as atividades propostas pelos professores tambm visando

    aprendizagem.

    As metodologias so elementos que compem o processo pedaggico,

    estabelecendo relao com o social, dispondo de uma autonomia relativa e

    subordinada a outros aspectos componentes do processo ensino-aprendizagem

    (ARAJO, 1991).

    De todo modo, devemos partir do pressuposto de que quando se faz

    indagaes a respeito do emprego ou no de uma determinada metodologia, preciso

    considerar a situao dos alunos, de onde so provenientes e das condies da

    faculdade em que se trabalha, mesmo em se tratando do ensino superior.

    preciso ficar claro que as metodologias devem ser utilizadas pelo professor

    de forma consciente e permeadas pela intencionalidade, assim, quando so

    direcionadas para a busca da intencionalidade deixam de dar nfase exclusiva ao

    docente para propiciar a participao do aluno.

    Devemos entender que quando usamos algum tipo de metodologia para nos

    auxiliar no ensino, no devemos ter em mente que aquilo ira nos facilitar (mesmo que

    realmente o faa), mas que estaremos utilizando para que o aluno tenha a

    oportunidade de adquirir um melhor aprendizado com aquele determinado mtodo.

    3.1 ESTUDO DIRIGIDO

    De modo geral, o Estudo Dirigido, pode ser visto como uma tcnica de ensino

    individualizada ou como forma scioindividualizado. uma atividade executada em

    sala de aula pelos alunos, a partir de um roteiro prvio elaborado pelo professor, ou

    pode ser realizada fora de sala de aula, mas sempre com a orientao do professor.

    O que marca o Estudo Dirigido o roteiro elaborado pelo professor ou em outras

    palavras a substituio da apresentao pelo professor pela pesquisa do prprio

    aluno (PS-GRADUAO, 2008).

    O Estudo Dirigido pressupe a diretividade por parte do professor, se

    fundamenta na atividade do aluno e se efetiva na situao socioindividualizada em

    sala de aula ou fora dela, mas, sempre sob a direo do professor, que exerce um

    papel insubstituvel na conduo do processo de ensino do qual os estudantes

    participam.

  • 15

    O Estudo Dirigido, portanto, procura o desenvolvimento do pensamento

    reflexivo, da anlise crtica, em vez da memorizao de uma quantidade de

    informaes.

    possvel afirmar que o Estudo Dirigido apresenta os seguintes objetivos:

    a) provocar os alunos criticamente a respeito do que a realidade indica,

    buscando na leitura os fundamentos necessrios explicao e compreenso das

    questes levantadas;

    b) aprofundar o contedo do texto didtico para alm das informaes

    superficiais e da mera opinio;

    c) buscar a conexo entre o texto didtico e seu contexto, vinculando tambm

    ao contexto do autor e do leitor, ou seja, propiciar a leitura polissmica (processo de

    significao, lugar de sentidos).

    d) desenvolver no aluno a reflexo, a criticidade e a criatividade;

    e) capacitar os alunos leitura de textos ou livros didticos necessrios sua

    instrumentalizao, ou seja, apropriao das ferramentas de carter histrico,

    matemtico, cientfico, literrio, artstico, tecnolgico, etc.

    3.2 SEMINRIO

    Seminrio significa um congresso cientfico, cultural ou tecnolgico, isto , um

    grupo relativamente numeroso de pessoas (educadores, especialistas, tcnicos e

    alunos) com o propsito de estudar um tema ou questes de uma determinada rea

    sob a coordenao de uma comisso de educadores, especialistas ou autoridades no

    assunto.

    Uma das orientaes prioritrias na caracterizao do seminrio relativa ao

    "como se organiza", que vai desde o preparo do tema, arranjo fsico da sala de aula,

    nmero de participantes e durao, at a realizao e avaliao do mesmo.

    3.3 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS

    Analisando o processo educacional no mundo contemporneo, resgata-se a

    necessidade de romper com a postura de transmisso de informaes, na qual os

  • 16

    estudantes assumem o papel de indivduos passivos, preocupados apenas em

    recuperar tais informaes quando solicitados.

    Ao propor a educao de adultos como prtica de liberdade, Paulo Freire

    (1987) defende que a educao no pode ser uma prtica de depsito de contedos

    apoiada numa concepo de homens como seres vazios, mas de problematizao

    dos homens em suas relaes com o mundo. Desta forma, a educao

    problematizada a fundamenta-se na relao dialgica entre educador e educando,

    que possibilita a ambos aprenderem juntos, por meio de um processo emancipatrio.

    A educao problematizada trabalha a construo de conhecimentos a partir

    da vivncia de experincias significativas. Apoiada nos processos de aprendizagem

    por descoberta, em oposio aos de recepo (em que os contedos so oferecidos

    aos estudantes em sua forma final), os contedos de ensino no so oferecidos aos

    estudantes em sua forma acabada, mas na forma de problemas, cujas relaes

    devem ser descobertas e construdas pelo estudante, que precisa reorganizar o

    material, adaptando-o sua estrutura cognitiva prvia, para descobrir relaes, leis

    ou conceitos que precisar assimilar (Madruga, 1996).

    Penaforte citado por Cyrino e Toralles-Pereira (2004, p. 782) afirma que as

    razes da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) esto fundamentadas na

    teoria do conhecimento do filsofo americano John Dewey, cuja proposta educativa

    defende que a aprendizagem parte de problemas ou situaes que intencionam gerar

    dvidas, desequilbrios ou perturbaes intelectuais. O mtodo dos problemas

    valoriza experincias concretas e problematizadoras, com forte motivao prtica e

    estmulo cognitivo para solicitar escolhas e solues criativas.

    O mtodo de ABP uma estratgia pedaggico-didtica centrada no estudante

    e usado hoje de forma globalizada, em uma instruo mais elevada, em reas tais

    como cincias da sade, odontologia, farmcia, medicina, veterinria, sade pblica,

    arquitetura, computao, administrao, direito, engenharias, cincias polticas,

    trabalho social e em muitos outros campos profissionais.

    A ABP implica propor uma situao-problema, e Meirieu citado por Martins

    (2002) define situao-problema como sendo a situao didtica na qual se prope

    ao sujeito uma tarefa que ele no pode realizar sem efetuar uma aprendizagem

    precisa. Esta aprendizagem, que constitui o verdadeiro objetivo da situao-problema,

  • 17

    se d ao vencer o obstculo na realizao da tarefa. Assim, a produo impe a

    aquisio, uma e outra devendo ser o objeto de avaliaes distintas.

    Consequentemente, como toda situao didtica, a situao-problema deve

    ser constituda apoiando-se em uma tripla avaliao diagnstica (motivaes,

    competncias e capacidades). A ABP, a aprendizagem atravs de projeto, a

    aprendizagem baseada em casos e o aprendizado cognitivo do suporte de

    sustentao construo do conhecimento, em vez de transferncia do

    conhecimento.

    Essa estratgia de aprendizagem ajuda os estudantes a resolverem problemas

    atravs de um processo em que lidam continuamente com o mesmo tipo de problema

    de forma pouco estruturada, com os quais se confrontam adultos ou profissionais.

    Assim, a aprendizagem baseada em problemas forma estudantes que so capazes

    de:

    Definir um problema com clareza;

    Desenvolver hipteses alternativas;

    Ceder, avaliar e utilizar informao de fontes diversas;

    Alterar hipteses com base em nova informao;

    Encontrar solues que correspondam ao problema e suas respectivas

    condies, com base na informao obtida e num raciocnio claramente expresso.

    3.4 AULA EXPOSITIVA DIALOGADA

    A aula expositiva consiste em uma dinmica de sala de aula na qual o professor

    expe os objetivos, contedos e metodologia e desenvolve os respectivos contedos

    mediante exposio oral dos mesmos.

    A aula expositiva pressupe que, naquele momento, o estudante precisa

    acrescentar novas informaes para seu repertrio sobre o tema, ou que ele

    desconhece, ou conhece muito pouco, sobre o assunto.

    Neste modelo pedaggico um determinado tema transmitido via de discurso

    oral ou escrito, deste modo a linguagem verbal merece ateno especial e o contedo

    especfico deve ser apresentado de forma logicamente estruturada (NRICI, 1989).

    A aula expositiva, no sentido clssico, baseia-se na ideia de que possvel

    aglutinar o conhecimento e verbaliz-lo seja oralmente ou por meio de escrita. A

  • 18

    nfase dada aos propsitos da aula expositiva pode variar, entretanto, dependendo

    do estilo de ensino do professor e dos assuntos a serem trabalhados (Nrici, 1989)

    alerta a importncia de se distinguir a exposio em duas posies didticas:

    a) Exposio dogmtica, em que a mensagem transmitida no pode ser

    contestada, devendo ser aceita sem discusses e com a obrigao de repeti-la por

    ocasio das provas de avaliao;

    b) Exposio aberta, em que a mensagem apresentada pelo professor

    simples pretexto para desencadear a participao da classe podendo haver, assim,

    contestao, debate e discusso sempre que oportuno e necessrio. neste sentido

    que hoje se entende o mtodo expositivo nos domnios da educao.

    Portanto, sob o rtulo aula expositiva so esperados comportamentos

    extremos por parte dos docentes, permanecer sentado lendo anotaes sobre um

    determinado assunto; entremear a exposio, com perguntas dirigidas classe;

    terminar exposio com um debate sobre o contedo abordado (GODOY, 2000, p.76).

    3.5 APRENDIZAGEM BASEADA NA UTILIZAO DE MAPAS CONCEITUAIS

    Os mapas conceituais so diagramas de significados utilizados para

    representar conceitos, organizar e representar conhecimentos. Fundamentam-se na

    teoria de David Ausubel sobre a aprendizagem significativa e podem ser utilizados

    como mtodo facilitador deste processo (NOVAK; CAAS, 2008).

    Segundo Moreira e Buchweitz (1993) o mapeamento conceitual uma tcnica

    muito flexvel e em razo disso pode ser usado em diversas situaes, para diferentes

    finalidades: instrumento de anlise do currculo, tcnica didtica, recurso de

    aprendizagem, meio de avaliao.

    Assim, a construo do mapa conceitual pode ser uma boa ferramenta para

    auxiliar na aprendizagem dos alunos universitrios, como um mtodo instigante e

    motivador (MAFFRA, 2010), j que at os dias atuais o que se percebe ainda um

    ensino superior muito voltado para a prtica pedaggica universal, reforada por anos

    de tradicionalismo.

    Neste sentido, os mapas conceituais so um recurso de aprendizagem que

    pode ser aplicado em diferentes momentos e situaes estudadas, como por exemplo,

    na anlise de artigos, fichamento de textos, resenhas, na organizao de uma aula,

  • 19

    dentre outros, pois se trata de um meio didtico de avaliao autoexplicativa e d

    liberdade para que os alunos elaborem seu prprio entendimento sobre determinando

    assunto.

    Porm, Moreira (2010) enfatiza que os mapas conceituais devem ser utilizados

    quando os alunos j se sentirem familiarizados com o contedo estudado, pois

    preciso integrar todo o assunto de forma organizada nos diagramas. Outrossim, os

    mapas conceituais foram desenvolvidos para promover a aprendizagem significativa,

    que se efetiva quando o educando atribui significados pessoais aos novos

    conhecimentos apreendidos. um mtodo pedaggico eficaz e dinmico para a

    promoo da aprendizagem dos alunos, quebrando um pouco a tendncia tradicional

    to presente at hoje nas salas de aula do ensino superior.

    Portanto, conforme referem Torres, Forte e Bertolozzi (2009), o mapa

    conceitual serve como instrumento ou recurso para facilitar o aprendizado dos

    contedos e amplia a sua significao para a pessoa que o utiliza.

    3.6 METODO DOS PROJETOS

    A tarefa de ensinar envolve o contato constante com o automatismo. Neste

    universo, o professor, em sua prtica pedaggica, passa a conviver com uma

    diversidade de individualidades e culturas, de modo que necessrio buscar, para o

    desenvolvimento de uma boa atuao em sala de aula, um ensino renovado,

    baseado em uma proposta educacional integradora e dinmica.

    Neste contexto, o trabalho baseado na tcnica dos projetos, nas instituies de

    ensino superior, torna-se uma ferramenta que pode ser utilizada pelos professores

    como estratgia didtica de ensino.

    Assim, Vieira assinala:

    Aprendizagem por projetos uma estratgia de ensino-aprendizagem que tem por finalidade, por meio da investigao de um tema ou problema, vincular teoria e prtica. Na educao superior, pode proporcionar aprendizagem diversificada e em tempo real, inserida em novo contexto pedaggico no qual o aluno sujeito ativo no processo de produo do conhecimento. (p.10)

    Desta forma, voltando-se para uma perspectiva de educao atual,

    importante que os professores da educao superior busquem trabalhar uma

    pedagogia universitria dinmica e criativa, envolvendo mais os alunos na produo

    do seu prprio conhecimento.

  • 20

    A proposta metodolgica baseada nos projetos configura-se como um trabalho

    coletivo, no qual necessrio que tanto o professor quanto os alunos sejam

    pesquisadores e sujeitos ativos deste processo.

    Como ressalta Hernndez e Ventura apud Vieira:

    As dvidas e o interesse em buscar as respostas, princpios geradores do projeto de aprendizagem, deve ser tarefa do aluno, enquanto est em atividade num determinado contexto, em seu ambiente de vida, ou numa situao enriquecida por desafios. (p.9)

    Neste sentido, ofertar, no ensino superior, uma proposta metodolgica atravs

    da efetivao de projetos, alm de transformar o conhecimento em sabedoria, oferece

    uma maior abertura para a pesquisa, e assim, o conhecimento adquirido pode ser

    socializado, favorecendo, nos alunos, a motivao e o desenvolvimento da autonomia.

    Assim, Fagundes, Maada e Sato (1997) reforam que a atividade de fazer

    projetos simblica, intencional e natural do ser humano. Por meio dela, o homem

    busca a soluo de problemas e desenvolve um processo de construo de

    conhecimento.

    Portanto, a prtica pedaggica, baseada no uso de projetos no ensino superior,

    abre novos caminhos para desenvolver a aprendizagem, modificando uma prtica

    centrada no mtodo onde o professor s ensina e o aluno s aprende.

    Diante disto, trabalhar a partir dessa metodologia, compartilha uma viso de

    educao e de aprendizagem que considera o aluno como protagonista do seu prprio

    conhecimento, gerando o aprendizado de conceitos e de valores e favorecendo a

    construo de sujeitos crticos e autnomos.

    A efetividade desta estratgia depende de se romper paradigmas, definir bem

    as diferenas entre projeto, relatrio e revises; transpor aluno da condio passiva a

    ativa no processo de busca do conhecimento (VILLA; CADETE, 2001).

    3.7 MTODO BASEADO EM ARTIGOS CIENTFICOS

    A utilizao de artigos cientficos em sala de aula tem sido adotada em uma

    variedade de formatos. Os principais objetivos apetecidos com a realizao de

    atividades pautadas no emprego dos artigos cientficos so: ensino e aprendizagem

    de contedos especficos de disciplinas dos cursos de graduao; aprimoramento de

    habilidades de comunicao oral e escrita em linguagem cientfica; familiarizao com

    a literatura primria (localizao, reconhecimento de caractersticas, leitura crtica e

  • 21

    compreenso); compreenso sobre o processo de construo do conhecimento

    cientfico e familiarizao com as atividades de pesquisa cientfica.

    J a variedade de formatos depende de caractersticas prprias de cada

    disciplina e dos objetivos distintos pretendidos com a utilizao de artigos. Fatores

    como o tempo, que pode ser restrito, como o necessrio realizao um exame, at

    um perodo letivo inteiro (BURNESS, 1996; SCHILDCROUT, 2002); o nvel dos alunos

    inseridos s atividades, (SHERMAN, 1988; ROSENSTEIN, 2005; WHELAN, 2003) e

    o nmero de alunos matriculados na disciplina (FIKES, 1989; COIL, 2010) so

    decisivos na concepo deste formato.

    De modo geral, as propostas abrangem um ou mais dos seguintes aspectos:

    a) o cumprimento das atividades de pesquisa ou busca bibliogrfica;

    b) a leitura crtica e compreenso do contedo;

    c) a discusso de seu contedo;

    d) a produo de mapa conceitual;

    e) a preparao de textos;

    f) a investigao orientada seguida pela exposio oral ou em painel do

    contedo do artigo(s).

    O desenvolvimento sobre o entendimento do processo de construo do

    conhecimento cientfico, imbuem questionamentos que fomentam discusses a

    respeito da temtica pretendida.

    A anlise de artigos cientficos relacionados a um assunto trabalhado em sala

    de aula ou laboratrios pode trazer elementos capazes de fomentar o

    desenvolvimento de habilidades pouco privilegiadas na formao de graduandos, por

    vezes destacadas como de fundamental importncia nas Diretrizes Curriculares

    Nacionais.

    3.8 MODELO ECLTICO

    Historicamente, existem dois modelos pedaggicos bastante distintos entre si

    por suas caractersticas e eficcia no processo ensino-aprendizagem.

    O Modelo Pedaggico-Burocrtico, ultrapassado e ineficaz se caracteriza por

    pregar a ao de vigiar, premiar ou punir, bem como na expropriao do saber,

    resultante de um bloqueio pretenso de superao ou questionamento.

  • 22

    Este modelo foi praticamente substitudo de forma quase que integral pela

    Pedagogia Libertria, modelo este caracterizado por reproduzir relaes sociais

    predominantes na sociedade e baseado no exerccio da autogesto e de interaes

    coletivas. A Pedagogia Libertria , portanto, fundada nos princpios da solidariedade,

    autonomia e liberdade, sendo facilmente detectvel como modelo ideal para

    abordagens pedaggicas, sejam estas construtivistas ou sociais.

    Por sua vez, as estratgias motivacionais e didticas aplicveis a este modelo

    no so facilmente determinadas, de forma que aulas expositivas poderiam ser em

    determinadas situaes tidas como as mais adequadas, no existindo uma frmula

    mgica para o ensino.

    Uma das razes est no prprio sentido da palavra Educar, que se relaciona

    a palavra Eduzir, que por sua vez, significa tirar de dentro. Ou seja, como afirma

    Freire (1987) Ningum educa ningum, como tampouco ningum se educa a si

    mesmo: os homens se educam em comunho, mediatizados pelo mundo".

    Assim, a misso das instituies de ensino deve ser focada, no numa massa

    amorfa e despersonalizada, mas sim no indivduo, dotado de inteligncias mltiplas,

    podendo, assim, prepar-lo para ser um sujeito coletivo. Porm, ao mesmo tempo

    preparando-o para ser um sujeito coletivo.

    Neste sentido, a escolha da melhor estratgia depender, entre vrios fatores:

    A. Do contedo:

    Grau de dificuldade

    Grau de interesse

    B. Perfil dos estudantes:

    Nvel individual e coletivo

    Interesse individual e coletivo pelo contedo

    C. Tempo disponvel para ministrar o contedo

    D. Nvel de conhecimento do prprio professor

    Logo, cabe ao professor, alm do papel de facilitador do processo ensino-

    aprendizagem, convencer o estudante de que uma postura positiva proativa para a

    construo do conhecimento.

    Para tanto, imperativo que o professor seja igualmente proativo e aberto as

    novas estratgias de ensino, sendo devidamente crtico para utiliza-las de forma

    positiva neste modelo ecltico em prol da motivao do corpo discente.

  • 23

    4 CONCLUSO

    Desta forma observa-se que a aprendizagem o processo integrado que

    promove a transformao qualitativa na estrutura mental do indivduo que aprende,

    adquirindo novos conhecimentos, desenvolvendo competncias e mudando os

    comportamentos. Estudos e pesquisas mostram que, desde a antiguidade, h uma

    grande preocupao com a qualidade do aprendizado, pois ele provoca transformao

    e condiciona novas experincias, hbitos e cultura.

    O ser humano nasce com certas predisposies para o aprendizado e com

    grandes potencialidades para a inovao. Com isso as metodologias aparecem para

    que o aluno tenha uma maior porcentagem de aprendizado, no somente dentro da

    sala de aula, mas tambm fora dela.

    As pesquisas na rea da psicologia tm contribudo para o avano na

    compreenso do ensino-aprendizagem. Anlises sobre o desenvolvimento evolutivo

    da criana at a adolescncia foram realizadas a fim de entender a interao entre o

    material a ser aprendido e os processos psicolgicos necessrios para o aprendizado;

    propondo alternativas pedaggicas para os profissionais que atuam nesta rea e

    contribuindo para a compreenso dos processos cognitivos nas distintas fases.

    Apesar dos vrios estudos direcionados a estas faixas etrias, percebe-se

    lacuna sobre a aprendizagem de adultos, ou seja, pouco se tem discutido na literatura

    como estes aprendem. As poucas pesquisas que foram realizadas sobre este assunto

    (LINDERMAN, 1926 citado em TEIXEIRA, sd.) trouxeram tona ideias que revelaram

    algumas impropriedades nos mtodos utilizados para ensinar adulto. Diante disso,

    percebemos que prevalece o pensamento tradicional no tratamento da aprendizagem

    dos sujeitos, dando-se pouca nfase s experincias do aluno, sendo o professor a

    figura principal no processo de ensino-aprendizagem, o que se repete com alunos

    adultos.

    Desta forma colocamos em entendimento uma questo um tanto questionada

    hoje em dia que a educao de adultos, possvel trazermos as metodologias da

    educao crist para dentro de uma sala de aula, onde os alunos no so crianas,

    sem conhecimento, sem perspectiva do mundo, mas sim adultos que em sua maioria

    j viveram uma vida, que trabalham diariamente, que passaram por dificuldades, e

    que cada um possui uma viso diferente do mundo.

  • 24

    Quando trazemos a educao crist para a sala de aula de uma universidade,

    no preciso ensina a bblia dentro dela, mas preciso ensinar da forma como a bblia

    nos ensina.

    A bblia por si s no ensina ningum a estud-la, mas as pessoas que a leem,

    tem sede por aprende-la, por interpret-la, isso nos leva a entender que a bblia por si

    s reflexiva, nos leva a pensar de que formar posso mudar minhas atitudes para que

    aquilo que est escrito possa fazer parte diariamente da minha vida, do meu carter,

    do meu dia-a-dia.

    Talvez o entendimento seja como colocar a educao cristo dentro da sala de

    aula hoje com pessoas que possuem uma reflexo sobre tudo no mundo? Simples,

    passamos a dar as aulas de forma a levar os alunos a reflexo do porqu estudar a

    tal disciplina, faze-lo entender a importncia daquilo, no o professor dizer a

    importncia e forar o aluno a entender isso, mas fazer com que o prprio aluno

    chegue concluso disso.

    A carreira docente hoje no se aplica em apenas o professor ser o detentor de

    todo o contedo, mas o mediador do conhecimento de forma que o aluno estabelea

    a construo de seu conhecimento de forma indutiva, buscando cada vez mais o

    conhecimento para seu prprio benefcio, quando fazemos isso automaticamente

    estamos praticando a educao crist dentro das salas de aula, pois Jesus ensinou

    desta forma, ele no obrigava ningum a aceitar o caminho e a verdade, mas ele trazia

    as reflexes levando as pessoas ao questionamento de como seria a aceitar o

    caminho e a verdade.

    Desta forma observamos que possvel qualquer universidade anexar junto as

    metodologias utilizadas no dia-a-dia a metodologia da educao crist, podemos dizer

    at que no depende tanto da universidade mas sim dos docentes.

    Podemos sim ensinar com uma qualidade talvez at superior a j ensinada,

    para que os docentes ensinem aos discentes a serem melhores do que eles mesmo,

    pois saber que o conhecimento que foi passado foi absorvido pelo aluno, um prazer

    inigualvel quando o aluno aps se formar chega at seu professor e diz esses dias

    lembrei daquela determinada aula, so nestas atitudes que saberemos realmente se

    os mtodos utilizados para que houvesse aprendizagem por partes dos alunos foram

    benficos ou no.

  • 25

    Quando pensamos as vezes, ser que possvel isso, digo que sim, e de

    forma simples, o problema que as vezes estamos to acomodados que no

    queremos mudar nossas atitudes para melhorar o aprendizado do discente, devemos

    trazer para dentro de sala problemas que levem o aluno ao pensamento e a

    construo do assunto proposto, desta forma o mesmo ter um grande

    aproveitamento. Quando induzimos o aluno a este tipo de situao, ele tem por si s

    a obrigao de se auto motivar e dizer que capaz de possuir aquele conhecimento.

    Temos que fazer que os discentes passem a entender que a sala de aula uma

    extenso do conhecimento que adquirido no cotidiano, temos que fazer com que o

    discente viva (mesmo de forma fictcia dentro de sala) todas as possibilidades de

    resoluo dos problemas propostos, para que quando for questionado, ele j tenha

    em sua mente a forma de proceder para resolve-lo.

  • 26

    5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ALTHAUS, Maiza M., Tcnicas de Ensino Superior, Ps-graduao do curso de

    gesto da aula universitria, UEPG, 2009

    ARAJO, Jos Carlos Souza. Para uma anlise das representaes sobre as

    tcnicas de ensino. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.) Tcnicas de ensino:

    por que no? Campinas (SP): Papirus, 1991. Coleo magistrio: formao e

    trabalho pedaggico.

    CLAM, Claudionor Corra, Instruo e Treinamento religioso Andrade, Manual do

    Superintendente da Escola Dominical, I a ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora

    das Assembleias de Deus, 2000, ISBN 85-263-0291-4.

    DEJONG, Norman. Education in the truth. Nutley, NJ: Presbyterian and Reformed,

    1974, p. 16.

    GIL, Eric de Souza; GARDA, Eva Yanni de Araujo; LINO, Fernando Miguel de

    Amorim; VICENTE, Joyce Lindinalva, Estratgias de Ensino e motivao de

    estudantes no ensino superior, Vita et Sanitas, Trindade-GO, n06, jan-dez/2012.

    GOUVEIA, C.; BAPTISTA, M. Teorias sobre a motivao. Instituto Politcnico de

    Coimbra, 2007. Disponvel em: Acesso em: 20 agosto 2014.

    GUIMARES, S. E. R. A organizao da escola e da sala de aula como

    determinante da motivao intrnseca e da meta de aprender. In:

    BORUCHOVITCH, E.; BUNECK, J.A. (orgs.) A motivao do aluno: contribuies da

    psicologia contempornea. Rio de Janeiro: Vozes, 2001, p.78-95.

  • 27

    HERNNDEZ, F.; VENTURA, M. A organizao do currculo por projetos de

    trabalho. Traduo de Jussara Haubert Rodrigues. 5. ed. Porto Alegre: Artes

    Mdicas, 1998.

    JUMPER, Andrew, Fides reformata v.13, n 2, (2008) So Paulo: Editora

    Mackenzie, Semestral, ISSN:1517-5863.

    LIBNEO, Jose Carlos, Questes de Metodologia do Ensino Superior A teoria

    histrico-cultural da atividade de aprendizagem. Disponvel em

    http://www.ucg.br/site_docente/edu/libaneo/pdf/questoes.pdf , acessado dia 29 de

    Julho de 2014.

    LIBNEO, Jos Carlos. O Ensino de graduao na universidade - A aula

    universitria. Disponvel em:. Acesso em 20 agosto 2014.

    LOPES, Augustus Nicodemus. Definindo e defendendo a Educao Crist,

    Associao Internacional de Escolas Crists, 2010 - http://www.acsi.com.br/material-

    para-download.html.

    LOPES, Jamiel de Oliveira, FERNANDES, Rubeneide O. Lima, Educao Crist

    ed.1, Centro Educacional teolgico das Assembleias de Deus do Brasil, Editora

    Grfica Lex Ltda, 2010.

    LOPES, R. C. S. A relao professor aluno e o processo ensino aprendizagem.

    Disponvel em:. Acesso em: 20 agosto 2014.

    LYONS, Max. A Abordagem por Princpios: O mtodo educacional para

    desenvolver uma Cosmoviso Bblica. Traduo de Fernando Guarany Jr. 1. ed.

    Belo Horizonte: Copyright, 2002.

  • 28

    MADRUGA, A. Aprendizagem pela descoberta frente aprendizagem pela

    recepo: a teoria da aprendizagem verbal significativa. In: Coll C, Palcios J,

    Marchesi A. (org.). Desenvolvimento psicolgico e educao. Porto Alegre: Artes

    Mdicas; p.68-78, 1996.

    MAFFRA, S. M. O uso dos mapas conceituais como recurso didtico

    pedaggico facilitador do processo de ensino aprendizagem. Trabalho de

    Concluso de Ps-Graduao Lato Sensu. Centro Federal de Educao Tecnolgica

    Celso Suckow da Fonseca, 2010.

    MARTINS, Janae G. Aprendizagem baseada em problemas aplicada a ambiente

    virtual de aprendizagem. Tese de doutorado. Engenharia de Produo, UFSC,

    Florianpolis, 2002.

    MASETTO, M. T. Competncia pedaggica do professor universitrio. So

    Paulo: Summus, 2003.

    MOREIRA, M. A. e BUCHWEITZ, B. Novas estratgias de ensino e

    aprendizagem: os mapas conceituais e o V epistemolgico. Lisboa: Pltano

    Edies Tcnicas, 1993.

    MOREIRA, M. A. Mapas conceituais e aprendizagem significativa. So Paulo:

    Centauro Editora, 2010.

    MORIN, Edgar. Os sete saberes necessrios educao do futuro. 12 ed. So

    Paulo: Cortez, 2007.

    NASCIMENTO, Eide, NASCIMENTO, Solange, FERREIRA, Sandra Patricia Atade,

    Ensino universitrio: Estratgias e metodologias para a aprendizagem.

    Disponvel em http://www.ufpe.br/ce/images/Graduacao_pedagogia/pdf/2007.2/

  • 29

    ensino%20universitrio%20estratgias%20e%20metodologias%20para%20a%20apren

    dizagem.pdf , acessado em 29 de julho de 2014.

    NRICI, I. G. Metodologia do Ensino, uma Introduo. So Paulo. Atlas, 1981.

    PERRENOUD, P. Dez novas competncias para ensinar. Traduo de Patrcia

    Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artmed, 2000.

    PILETTI, N. Psicologia educacional. So Paulo: Editora tica, 1997.

    POS-GRADUAO LATO SENSO. Metodologia do Ensino Superior, modulo 01,

    escrito para Coordenao Pedaggica do Instituto Prominas.

    POZO, J. I. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto

    Alegre: Artmed, 2002.

    RUIZ, V. M. Estratgias Motivacionais: Estudo exploratrio com universitrios

    de um curso noturno de administrao. v. 08, 2004. Disponvel

    em:. Acesso em 23 agosto 2014.

    SANTOS, Akiko, Didtica sob a tica do pensamento complexo. Porto Alegre:

    editora Sulina, 2003.

    SANTOS, S. C. O processo de ensino-aprendizagem e a relao professor-

    aluno: aplicao dos sete princpios para boa prtica na educao de ensino

    superior. Caderno de pesquisas em Administrao. So Paulo, v.08, n 1,

    janeiro/maro 2001. Disponvel em:. Acesso em 22 agosto 2014.

  • 30

    TODOROV, J. C.; MOREIRA, M. B. O Conceito de Motivao na Psicologia.

    Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, v. VII, n. 1, p. 119-132,

    2005. Disponvel em:. Acesso em 25 agosto 2014.

    VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Na sala de aula: o estudo dirigido. In: VEIGA,

    Ilma Passos Alencastro (org.) Tcnicas de ensino: por que no? Campinas (SP):

    Papirus, 1991. Coleo magistrio: formao e trabalho pedaggico.

    VEIGA, Ilma Passos Alecastro (org.). Lies de didtica. Campinas: Papirus ed. 3,

    1996. Disponvel em:

    , acessado em 24

    de outubro de 2014, s 22:00

    VIEIRA, Josimar de Aparecido. Aprendizagem por projetos na educao

    superior: posies, tendncia e possibilidades. So Paulo: Travessias ed. 4,

    2010. Disponvel em:

    , acessado em 24 de

    outubro de 2014 s 21:56.

    VILLA, E. A.; CADETE, M. M. M. Capacitao pedaggica: uma construo

    significativa para o aluno de graduao. Rev. latino-am.enfermagem, Ribeiro

    Preto, v. 9, n. 1, p. 53-58, janeiro 2001. Disponvel em:. Acesso em: 25 agosto 2014.

    ZABATIERO, Jlio. Novos caminhos para a educao crist. So Paulo: Hagnos,

    2009).

  • 31

    ZAMBERLAN, C. O. Orientao para aprendizagem, gesto por competncia e

    comprometimento organizacional nas Instituies de Ensino Superior. Santa

    Maria, 2006. Disponvel em:. Acesso em: 25 agosto 2014.

    ZANON, D. P., ALTHAUS, M. T. M. Possibilidades didticas do trabalho com o

    seminrio na aula universitria. In: VIII Encontro de Pesquisa em Educao da

    Regio Sul ANPEDSUL, 2010, Londrina. Disponvel em: .

    Acessado em: 25 de agosto de 2013.