ETICA CRISTÃ

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Sinopse do filme 10.000 A.C. : Em 10.000 A.C., o diretor Roland Emmerich nos conduz por uma odisséia arrebatadora numa era mítica de profecias e deuses, quando os espíritos governavam e poderosos mamutes faziam a terra estremecer. Em uma tribo remota, o jovem caçador de mamutes D’Leh (STEVEN STRAIT) encontrou o seu amor: a linda Evolet (CAMILLA BELLE). Mas um bando de misteriosos guerreiros seqüestra Evolet, e D’Leh então se vê forçado a liderar um pequeno grupo de caçadores, iniciando uma perseguição aos guerreiros até o fim do mundo para salvá-la. Movidos pelo destino, o improvável grupo de guerreiros irá combater predadores pré-históricos e enfrentar terríveis adversidades. Ao final de sua heróica jornada, eles acabarão por descobrir uma civilização perdida. Seu destino final estará nas mãos de um império inimaginável, onde grandes pirâmides alcançam o céu. Ali eles irão desafiar um deus tirânico que escravizou brutalmente seu povo. E será aí que D’Leh finalmente compreenderá que foi escolhido para salvar não apenas Evolet, e sim toda a civilização.

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Sinopse do filme 10.000 A.C. :

Em 10.000 A.C., o diretor Roland Emmerich nos conduz por uma odisséia arrebatadora numa era mítica de profecias e deuses, quando os espíritos governavam e poderosos mamutes faziam a terra estremecer.Em uma tribo remota, o jovem caçador de mamutes D’Leh (STEVEN STRAIT) encontrou o seu amor: a linda Evolet (CAMILLA BELLE). Mas um bando de misteriosos guerreiros seqüestra Evolet, e D’Leh então se vê forçado a liderar um pequeno grupo de caçadores, iniciando uma perseguição aos guerreiros até o fim do mundo para salvá-la.Movidos pelo destino, o improvável grupo de guerreiros irá combater predadores pré-históricos e enfrentar terríveis adversidades. Ao final de sua heróica jornada, eles acabarão por descobrir uma civilização perdida. Seu destino final estará nas mãos de um império inimaginável, onde grandes pirâmides alcançam o céu.Ali eles irão desafiar um deus tirânico que escravizou brutalmente seu povo. E será aí que D’Leh finalmente compreenderá que foi escolhido para salvar não apenas Evolet, e sim toda a civilização.

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ÉTICA E RELIGIÃO: UMA PERSPECTIVA CRISTÃ

As religiões têm servido de referencial para nós em questões éticas e tem trazido um grande avanço moral (família, estado e política), Mas nada é perfeito, vem com ela, em muita das vezes, a alienação e o fanatismo de muitos que ajudaram a obscurecer a mensagem ética profunda da liberdade, do amor e da fraternidade universal.

Infelizmente a religião em muitas vezes transformou o amor em pecado carnal, à fraternidade em poder de propriedade, amizades em relacionamentos vantajosos, o progresso econômico em sucesso pessoal, criando muralhas entre o divino e o homem, monopolizando o poder e até mesmo o Deus universal; transformando a fé divina em categoria, revelação, paternidade divina e pecado, com possibilidades do Perdão barganhado.

Sobre este “ethos” (costume social, o modo de comportamento de uma determinada sociedade) religioso que tratarei no presente artigo, tendo por base um panorama geral e uma perspectiva cristã sobre o assunto.

OS IDEAIS ÉTICOS

Para uns, o ideal ético estava na busca teórica ou na prática do bem, para outros estava no viver de acordo com a natureza, em harmonia cósmica. Já no Cristianismo, os ideais éticos se identificaram com os religiosos. Pelo Renascimento e o Iluminismo, ideal ético seria viver de acordo com a própria liberdade pessoal, no social (igualdade, fraternidade e liberdade). No séc.XX, os pensadores da existência insistiram sobre a liberdade como ideal ético.

Os ideais éticos são convenientes a cada época, de acordo com a visão da evolução social, econômica e intelectual do homem, nos tempos de hoje. Em pleno séc.XXI, fala-se de uma ética amoral, onde os valores são limitados a uma minoria burguesa, e os meios de comunicação são responsáveis por uma lavagem cerebral, incutindo ideais elaborados e sistematizados, transformando o indivíduo em massa. E na massificação atual criou-se o estereótipo de mulheres, homens e padrões. Tais comportamentos são criados em série e cidadãos são clonados. A liberdade de consciência deixa de existir, a cidadania ao ser praticada, seria um ato ético e, ao invés disso, os homens se tornaram produto do meio, deixaram de pensar, pois comprar pronto implica estar em voga.

A LIBERDADE

Falar de ética significa liberdade, mas quando falamos de ética nos lembram normas de responsabilidade. Quando agimos, estamos seguindo uma norma, uma conduta que não nos deixa sair dos trilhos, e para isso devemos obedecer, caso contrário estamos infringindo uma lei, lei essa que foi criada para que o homem tenha direitos e deveres para levar esse mesmo homem a ter liberdade, caso haja com responsabilidade. E para uma certa

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acomodação da consciência humana, foram surgindo formas que trazem aceitação e conformidade às gerações, tais como: “tudo o que acontece, tinha de acontecer”, “estava escrito”. “Deus quis que fosse assim”. Quando a lei do materialismo-capitalismo rege todas os nossos atos e decide por nós, a ética desaparece e, com isso temos uma liberdade falsificada, um falso poder sobre essa liberdade. Para os idealistas a única liberdade a ser falada é aquela em que o homem está acima e livre do aqui e agora, um espírito elevado que não se identifica com o homem real e concreto. Para o filósofo Hegel a chamada liberdade só existe para que o indivíduo se sinta livre, saiba ser realmente livre, num estado organizado que garante a liberdade de todos e de cada um . Para Marx, a natureza é “a dominação do homem pelo homem”. Para Kant, “o homem deve ser sempre tratado como um fim, e nunca como um meio”. E, para finalizar, Kiekegaard afirma que “a angústia é o reflexo psicológico da consciência da liberdade”.

COMPORTAMENTO MORAL: O BEM E O MAL

Tomás de Aquino, diz que a consciência moral é a voz interior que nos diz que devemos fazer, em todas as ocasiões, o bem e evitar o mal. Com o Renascimento e a Idade Moderna, junto com a imprensa e o re-estudo do mundo antigo, a difusão cultural, houve o enriquecimento de uma nova classe (burguesia) desenvolvendo agora uma preocupação com a autonomia moral do indivíduo. Este indivíduo que age de acordo com tal razão natural.

Kant busca descobrir em cada homem, e neste sentido é anti-aristocrata e burguês, uma Natureza livre. Para os gregos isto significava certa harmonia passiva com o cosmo. Para o Medieval, significava uma obediência, um agir de forma mais primitiva, mas no fundo Kant acreditava que a Natureza é uma Natureza racional, ou seja, a Natureza nos fez livres, mas isso não nos diz o que fazer concretamente. Mas Hegel considerou demasiado abstrata a posição Kantiana, pois seu igualitarismo postulado não levava realmente em conta as tradições, os valores, o modo de ver de cada povo, ignorava as instituições históricas concretas não chegando a uma ética de valor histórico.

Na Segunda metade do século passado, a questão do comportamento ético mudou mais uma vez, as atenções se voltaram para a questão do discurso, mas teve outras influências como a crítica ideológica e a crítica da linguagem. Por mais que variem os enfoques filosóficos, algumas noções bastante abstratas são fortes na ética. Uma delas é a questão da distinção entre o bem e o mal. Agir eticamente é agir de acordo com o bem. E quem não age dessa forma, não vive eticamente. Já no séc.XXI os homens estão mais conscientes de que eles não são meros espectadores, e sim atores, que não estão na platéia, e sim no palco, já diziam alguns pensadores. A questão atual é saber se o homem consegue agir individualmente, isto é, agir moralmente. A Natureza Humana é perfeita, mas uma vez assumindo com consciência e responsabilidade consigo e com os outros que nos rodeiam será impossível não infringir a ética e a moral. O equilíbrio interno é a mola propulsora da harmonia, por isso ao avaliarmos uma dada situação, devemos levar em conta que o direito de um termina quando a do outro começa; nossa cultura ocidental é racional e atribuímos toda essa qualidade ao cérebro, à inteligência, não importa onde reside esse atributo, o

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importante é saber que eles formam a consciência na qual reside nossa capacidade de julgar e decidir, ter consciência é saber discernir com critérios justos e bons.ALTERNATIVAS ÉTICAS

Cada um de nós tem uma ética. Cada um de nós, por mais influenciado que seja pelo relativismo e pelo pluralismo de nossos dias, tem um sistema de valores interno que consulta (nem sempre, a julgar pela incoerência de nossas decisões) no processo de fazer escolhas. Nem sempre estamos conscientes dos valores que compõem esse sistema, mas eles estão lá, influenciando decisivamente nossas opções.

Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordo com o seu princípio orientador fundamental. As principais são: humanística, naturalista e religiosa.

A ÉTICA HUMANISTICA

As chamadas éticas humanísticas são aquelas que tomam o ser humano como a medida de todas as coisas, seguindo o conhecido axioma do antigo pensador sofista Protágoras (485-410 AC). Ou seja, são aquelas éticas que favorecem escolhas e decisões voltadas para o homem como seu valor maior.

O Hedonismo

Uma forma de ética humanística é o hedonismo. Esse sistema ensina que o certo é aquilo que é agradável. A palavra "hedonismo" vem do grego hdonh, "prazer". Como movimento filosófico, teve sua origem nos ensinos de Epicuro e de seus discípulos, cuja máxima famosa era "comamos e bebamos porque amanhã morreremos". O epicurismo era um sistema de ética que ensinava, em linhas gerais, que para ter uma vida cheia de sentido e significado, cada indivíduo deveria buscar acima de tudo aquilo que lhe desse prazer ou felicidade. Os hedonistas mais radicais chegavam a ponto de dizer que era inútil tentar adivinhar o que dá prazer ao próximo.

Como conseqüência de sua ética, os hedonistas se abstinham da vida política e pública, preferiam ficar solteiros, censurando o casamento e a família como obstáculos ao bem maior, que é o prazer individual. Alguns chegavam a defender o suicídio, visto que a morte natural era dolorosa.

Como movimento filosófico, o hedonismo passou, mas certamente, a sua doutrina central permanece em nossos dias. Somos todos hedonistas por natureza. Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. A ética natural do homem é o hedonismo. Instintivamente, ele toma decisões e faz escolhas tendo como princípio controlador, buscar aquilo que lhe dará maior prazer e felicidade. O individualismo exacerbado e o materialismo moderno são formas atuais de hedonismo.

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Muito embora o cristianismo reconheça a legitimidade da busca do prazer e da felicidade individual, considera a ética hedonista essencialmente egoísta, pois coloca tais coisas como o princípio maior e fundamental da existência humana. O Utilitarismo

Outro exemplo de ética humanística é o utilitarismo, sistema ético que tem como valor máximo o que considera o bem maior para o maior número de pessoas. Em outras palavras, "o certo é o que for útil". As decisões são julgadas, não em termos das motivações ou princípios morais envolvidos, mas dos resultados que produzem. Se uma escolha produz felicidade para as pessoas, então é correta. Os principais proponentes da ética utilitarista foram os filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill.

A ética utilitarista pode parecer estar alinhada com o ensino cristão de buscarmos o bem das pessoas. Ela chega até a ensinar que cada indivíduo deve sacrificar seu prazer pelo da coletividade (ao contrário do hedonismo). Entretanto, é perigosamente relativista: quem vai determinar o que é o bem da maioria? Os nazistas dizimaram milhões de judeus em nome do bem da humanidade. Antes deles, já era popular o adágio "o fim justifica os meios" de Maquiavel. O perigo do utilitarismo é que ele transforma a ética simplesmente num pragmatismo frio e impessoal “decisões certas são aquelas que produzem soluções, resultados e números”.

Pessoas influenciadas pelo utilitarismo escolherão soluções simplesmente porque elas funcionam, sem indagar se são corretas ou não. Utilitaristas enfatizam o método em detrimento do conteúdo. Eles querem saber “como” e não “por quê?”.

Talvez um bom exemplo moderno foi o escândalo sexual do Presidente Bill Clinton e a estagiária Mônica Lewinski. Numa sociedade bastante marcada pelo utilitarismo, como é a americana, é compreensível que as pessoas tenham se dividido quanto a um impeachment do presidente Clinton na época, visto que sua administração estava produzindo excelentes resultados financeiros para o país.

O Existencialismo

Ainda podemos mencionar o existencialismo, como exemplo de ética humanística. Defendido em diferentes formas por pensadores como Kierkegaard, Jaspers, Heiddeger, Sartre e Simone de Beauvoir, o existencialismo é basicamente pessimista. Existencialistas são céticos quanto a um futuro róseo ou bom para a humanidade; são também relativistas, acreditando que o certo e o errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais absolutos. Para eles, o certo é ter uma experiência, é agir — o errado é vegetar, ficar inerte.

Sartre, um dos mais famosos existencialistas, disse: "O mundo é absurdo e ridículo. Tentamos nos autenticar por um ato da vontade em qualquer direção". Pessoas influenciadas pelo existencialismo tentarão viver a vida com toda intensidade, e tomarão decisões que levem a esse desiderato. Aldous Huxley, por exemplo, defendeu o uso de drogas, já que as mesmas produziam experiências acima da percepção normal. Da mesma forma, pode-se defender o homossexualismo e o adultério.

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O existencialismo é o sistema ético dominante em nossa sociedade moderna. Sua influencia percebe-se em todo lugar. A sociedade atual tende a validar eticamente atitudes tomadas com base na experiência individual. Por exemplo, um homem que não é feliz em seu casamento e tem um romance com outra mulher com quem se sente bem, geralmente recebe a compreensão e a tolerância da sociedade.

A ÉTICA NATURALISTA

Esse nome é geralmente dado ao sistema ético que toma como base o processo e as leis da natureza. O certo é o natural — a natureza nos dá o padrão a ser seguido. A natureza, numa primeira observação, ensina que somente os mais aptos sobrevivem e que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a cair e a desaparecer à medida que a natureza evolui. Logo, tudo que contribuir para a seleção do mais forte e a sobrevivência do mais apto, é certo e bom; e tudo o que dificultar é errado e mau.

Por incrível que possa parecer, essa ética teve defensores como Trasímaco (sofista, contemporâneo de Sócrates), Maquiavel, e o Marquês de Sade. Modernamente, Nietzsche e alguns deterministas biológicos, como Herbert Spencer e Julian Huxley.

A ética naturalista tem alguns pressupostos acerca do homem e da natureza baseados na teoria da evolução: (1) a natureza e o homem são produtos da evolução; (2) a seleção natural é boa e certa. Nietzsche considerava como virtudes reais a severidade, o egoísmo e a agressividade; vícios seriam o amor, a humildade e a piedade.

Pode-se perceber a influência da ética naturalista claramente na sociedade moderna. A tendência de legitimar a eliminação dos menos aptos se observa nas tentativas de legalizar o aborto e a eutanásia em quaisquer circunstâncias. Os nazistas eliminaram doentes mentais e esterilizaram os “inaptos” biologicamente. Sade defendia a exploração dos mais fracos (mulheres, em especial). Nazistas defenderam o conceito da raça branca germânica como uma raça dominadora, justificando assim a eliminação dos judeus e de outros grupos. Ainda hoje encontramos pichações feitas por neonazistas nos muros de São Paulo contra negros, nordestinos e pobres. Conscientemente ou não, pessoas assim seguem a ética naturalista da sobrevivência dos mais aptos e da destruição dos mais fracos, segundo eles.

Os cristãos entendem que uma ética baseada na natureza jamais poderá ser legítima, visto que a natureza e o homem se encontram hoje radicalmente desvirtuados como resultado do afastamento da humanidade do seu Criador. A natureza como a temos hoje se afasta do estado original em que foi criada. Não pode servir como um sistema de valores para a conduta dos homens.A ÉTICA RELIGIOSA

São aqueles sistemas de valores que procuram na divindade (Deus ou deuses) o motivo maior de suas ações e decisões. Nesses sistemas existe uma relação inseparável entre ética e religião. O juiz maior das questões éticas é o que a divindade diz sobre o assunto.

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Evidentemente, o conceito de Deus que cada um desses sistemas mantém, acabará por influenciar decisivamente o código ético e o comportamento a ser seguido.

Éticas Religiosas Não Cristãs

No mundo grego antigo os deuses foram concebidos (especialmente nas obras de Homero) como similares aos homens, com paixões e desejos bem humanos e sem muitos padrões morais (muito embora essa concepção tenha recebido muitas críticas de filósofos importantes da época). Além de dominarem forças da natureza, o que tornava os deuses distintos dos homens é que esses últimos eram mortais. Não é de admirar que a religião grega clássica não impunha demandas e restrições ao comportamento de seus adeptos, a não ser por grupos ascéticos que seguiam severas dietas religiosas buscando a purificação.

O conceito hindu de não matar as vacas vem de uma crença do período védico que associa as mesmas a algumas divindades do hinduísmo, especialmente Krishna. O culto a esse deus tem elementos pastoris e rurais.O que pensamos acerca de Deus irá certamente influenciar nosso sistema interno de valores bem como o processo decisório que enfrentamos todos os dias. Isso vale também para ateus e agnósticos. O seu sistema de valores já parte do pressuposto de que Deus não existe. E esse pressuposto inevitavelmente irá influenciar suas decisões e seu sistema de valores.É muito comum na sociedade moderna o conceito de que Deus (ou deuses?) seja uma espécie de divindade benevolente que contempla com paciência e tolerância os afazeres humanos sem muita interferência, a não ser para ajudar os necessitados, especialmente seus protegidos e devotos. Essa concepção de Deus não exige mais do que simplesmente um vago código de ética, geralmente baseado no que cada um acha que é certo ou errado diante desse deus.

Ética Cristã

Á ética cristã é o sistema de valores morais associado ao Cristianismo histórico e que retira dele a sustentação teológica e filosófica de seus preceitos.

Como as demais éticas já mencionadas acima, a ética cristã opera a partir de diversos pressupostos e conceitos que acredita estar revelados nas Escrituras Sagradas por um único Deus. São estes:

· A existência de um único Deus verdadeiro, criador dos céus e da terra. A ética cristã parte do conceito de que o Deus que se revela nas Escrituras Sagradas é o único Deus verdadeiro e que, sendo o criador do mundo e da humanidade, deve ser reconhecido e crido como tal e a sua vontade respeitada e obedecida.

· A humanidade está num estado decaído, diferente daquele em que foi criado. A ética cristã leva em conta, na sistematização e sintetização dos deveres morais e práticos das pessoas, que as mesmas são incapazes por si próprias de reconhecer a vontade de Deus e muito menos de obedecê-lo. Isso se deve ao fato de que a humanidade vive hoje em estado de afastamento de Deus, provocado inicialmente pela desobediência do primeiro casal. A ética cristã não tem ilusões utópicas acerca da “bondade inerente” de cada pessoa ou da

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intuição moral positiva de cada uma para decidir por si próprio o que é certo e o que é errado. Cegada pelo pecado, a humanidade caminha sem rumo moral, cada um fazendo o que bem parece aos seus olhos. As normas propostas pela ética cristã pressupõem a regeneração espiritual do homem e a assistência do Espírito Santo, para que o mesmo venha a conduzir-se eticamente diante do Criador.

· O homem não é moralmente neutro, mas inclinado a tomar decisões contrárias a Deus, ao próximo. Esse pressuposto é uma implicação inevitável do anterior. As pessoas, no estado natural em que se encontram (em contraste ao estado de regeneração) são movidas intuitivamente, acima de tudo, pela cobiça e pelo egoísmo, seguindo muito naturalmente (e inconscientemente) sistemas de valores descritos acima como humanisticos ou naturalistas. Por si sós, as pessoas são incapazes de seguir até mesmo os padrões que escolhem para si, violando diariamente os próprios princípios de conduta que consideram corretos.

· Deus revelou-se à humanidade. Essa pressuposição é fundamental para a ética cristã, pois é dessa revelação que ela tira seus conceitos acerca do mundo, da humanidade e especialmente do que é certo e do que é errado. A ética cristã reconhece que Deus se revela como Criador através da sua imagem em nós. Cada pessoa traz como criatura de Deus, resquícios dessa imagem, agora deformada pelo egoísmo e desejos de autonomia e independência de Deus. A consciência das pessoas, embora freqüentemente ignorada e suprimida, reflete por vezes lampejos dos valores divinos. Deus também se revela através das coisas criadas. O mundo que nos cerca é um testemunho vivo da divindade, poder e sabedoria de Deus, muito mais do que o resultado de milhões de anos de evolução cega. Entretanto é através de sua revelação especial nas Escrituras que Deus nos faz saber acerca de si próprio, de nós mesmos (pois é o Criador), do mundo que nos cerca, dos seus planos a nosso respeito e da maneira como deveríamos nos portar no mundo que criou.

Assim, muito embora a ética cristã se utilize do bom senso comum às pessoas, depende primariamente das Escrituras na elaboração dos padrões morais e espirituais que devem reger nossa conduta neste mundo. Ela considera que a Bíblia traz todo o conhecimento de que precisamos para servir a Deus de forma agradável e para vivermos alegres e satisfeitos no mundo presente. Mesmo não sendo uma revelação exaustiva de Deus e do reino celestial, a Escritura, entretanto, é suficiente naquilo que nos informa a esse respeito. Evidentemente não encontraremos nas Escrituras indicações diretas sobre problemas tipicamente modernos como a eutanásia, a AIDS, clonagem de seres humanos ou questões relacionadas com a bioética. Entretanto, ali encontraremos os princípios teóricos que regem diferentes áreas da vida humana. É na interação com esses princípios e com os problemas de cada geração, que a ética cristã atualiza-se e contextualiza-se, sem jamais abandonar os valores permanentes e transcendentes revelados nas Escrituras.

É precisamente por basear-se na revelação que o Criador deu que a ética cristã estende-se a todas as dimensões da realidade. Ela pronuncia-se sobre questões individuais, religiosas, sociais, políticas, ecológicas e econômicas. Desde que Deus exerça sua autoridade sobre todas as dimensões da existência humana, suas demandas nos alcançam onde nos acharmos – inclusive e principalmente no ambiente de trabalho, onde exercemos o mandato divino de explorarmos o mundo criado e ganharmos o nosso pão.

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Segundo a ética cristã, é nas Escrituras Sagradas, que encontramos o padrão moral revelado por Deus. Os Dez Mandamentos e o Sermão do Monte proferido por Jesus são os exemplos mais conhecidos. Entretanto, mais do que simplesmente um livro de regras morais, as Escrituras são para os cristãos a revelação do que Deus fez para que o homem pudesse vir a conhecê-lo, amá-lo e alegremente obedecê-lo. A mensagem das Escrituras é fundamentalmente de reconciliação com Deus mediante Jesus Cristo. A ética cristã fundamenta-se na obra realizada de Cristo e é uma expressão de gratidão, muito mais do que um esforço para merecer as benesses divinas.

A ética cristã, em resumo, é o conjunto de valores morais total e unicamente baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta neste mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo. Não é um conjunto de regras pelas quais os homens poderão chegar a Deus – mas é a norma de conduta pela qual poderá agradar a Deus que já o redimiu. Por ser baseada na revelação divina, acredita em valores morais absolutos, que são à vontade de Deus para todos os homens, de todas as culturas e em todas as épocas.

UMA ÉTICA UNIVERSAL

Em 1948 na ONU, foi institucionalizado oficialmente uma espécie de código ético-universal, conhecido como: Declaração Universal dos Direitos Humanos. Onde ficou estabelecido uma ética que respeitasse a liberdade de pensamentos, de religião, crença e etc., independente da cultura ou religião do povo ou nação. A partir deste, todos os sistemas éticos no mundo devem se pautar, pois, ficou estabelecido o respeito, a paz e a harmonia entre os povos como a principal e mais importante questão da ética.

REFERÊNCIAS

DAMIÃO, Valdemir. História das religiões. Rio de janeiro: Editora CPAD.

LEITE, Tácito da Gama. História das religiões. Rio de Janeiro: Editora Juerp, volume II.; 1965.

WILGES, Irineu. As religiões no mundo. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 4ª Edição, 1983.

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BROWKER, John. Para entender as religiões. São Paulo: Editora Ática.

CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, teologia e filosofia. São Paulo: Hagnus, 2007.

MARIANO, Leonardo. Educação Religiosa Vols: I e II. Coleção Docência Cristã (e - book): 2009.

OLIVEIRA, Lílian Blanck; JUNQUEIRA, Sérgio Azevedo; ALVES, Luiz Alberto Souza; KEIM, Ernesto Jacob. Ensino Religioso no Ensino Fundamental. Ed. Cortez.

BARROS, Sandra dos Reis. Ensino Religioso na Formação do Cidadão. Associação de Educação Católica de São Paulo.

MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Ed. JZE.

BROWN, Colin. Filosofia e fé cristã. Ed. Vida Nova. Postado por PROFESSOR LEONARDO MARIANO às 10:11

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Envelhecimento - desafios para a igreja do presente e do futuro

É visível o aumento do número de pessoas idosas na vida social. Não nos causa mais

surpresa verificarmos que os assentos reservados aos idosos nos transportes coletivos, nas

filas preferenciais dos estabelecimentos bancários ou nos supermercados são cada vez mais

ocupados pelos maiores de 60 anos. Em todos os espaços da vida pública os idosos estão

cada dia mais presentes e ativos, revelando e dando visibilidade ao envelhecimento da

população brasileira. Assim como na sociedade, nossas igrejas também refletem esse

fenômeno verificado pelo aumento do número de idosos no rol de membros. Já não nos

causa estranheza comemorarmos aniversários dos membros que celebram seus 90, 100 anos

ou mais.

Na igreja em que sou membro, Primeira Igreja Batista do Brás em São Paulo, 30% dos

membros têm idade igual ou superior a 60 anos. No ano de 1991, os idosos representavam

apenas 15% do total de membros; em 17 anos, dobrou o percentual de idosos em nossa

igreja. Talvez isso tenha acontecido na sua igreja também.

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados

da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio do ano de 2007. A pesquisa revelou a

existência de quase 20 milhões de idosos brasileiros, correspondendo a 10,5% do total da

população. As mulheres vivem mais do que os homens, por isso foi constatado na pesquisa

que havia 79 homens idosos para cada 100 mulheres.

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Esses dados são muito importantes para entendermos o que está acontecendo com a

população e também em nossas igrejas. Não podemos nos esquecer que o envelhecimento

diz respeito à sociedade, à família, ao Estado e diz respeito a nós cristãos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou, em 2002, que o envelhecimento foi a

maior conquista da humanidade no último século. Envelhecer é também uma conquista

social. Deus permitiu o desenvolvimento da ciência e da tecnologia para que as pessoas

pudessem viver mais. O que temos feito com os anos a mais que alcançamos? No começo

do século passado as pessoas não viviam mais que 45 ou 50 anos. Hoje, a vida humana

pode ultrapassar com facilidade os 100 anos. Quando Abrão foi chamado para ser o pai de

uma grande nação Deus ordenou que ele fosse uma bênção.(Gn 12.1-3). Temos a

responsabilidade de sermos bênçãos em todos os ciclos e etapas da nossa vida. Na velhice

ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes para proclamarem que o Senhor é reto. (Sl

90.14,15).

A sociedade do presente já está envelhecendo. Num futuro próximo o número de pessoas

idosas será bem maior na sociedade e também em nossas igrejas. As previsões estatísticas

dizem que no ano de 2020 o Brasil será o sexto país do mundo com maior número de

idosos. Nossas igrejas terão cada vez mais pessoas idosas e cada vez menos crianças e

adolescentes, portanto, a nossa preocupação deve ser em envolvermos as pessoas idosas nas

atividades da igreja. Sem nos esquecermos de que a Igreja deve se preparar para receber

pessoas de todas as idades, sejam elas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. O

evangelho de Jesus Cristo é para todos. O evangelho restaurador oferecido por Jesus é a

oportunidade que Deus concede ao homem de se restabelecer com o Criador.

Não podemos deixar de lembrar que o envelhecimento se manifesta de forma diferente nas

pessoas. Deus nos fez pessoas com características particulares. As pessoas idosas não são

todas iguais. A velhice é um processo que inicia-se na concepção. Não nos tornamos idosos

somente quando completamos 60 anos. Portanto, não podemos tratar a velhice como se

fosse um fenômeno homogêneo. Há várias formas de envelhecer e o respeito a esta

diversidade deve ser o ponto de partida na convivência saudável com as pessoas idosas.

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Olhar o envelhecimento sob este ângulo pode favorecer uma vivência boa e saudável. Não

somos iguais e, portanto, não devemos pensar que todos os idosos são iguais.

O envelhecimento populacional se apresenta com vários desafios para a sociedade, para a

família e para o próprio indivíduo que envelhece. As políticas públicas estão avançando na

conquista dos direitos das pessoas idosas, mas há ainda uma dívida social muito grande

para com os brasileiros que já ultrapassaram os 60 anos. As políticas públicas de saúde,

assistência social, educação, segurança precisam avançar para garantir aos idosos uma boa

velhice.

Nossas igrejas também podem colaborar para que os idosos vivam em condições melhores.

Destaco alguns dos desafios com os quais as igrejas podem contribuir.

1º desafio – Cuidar dos idosos que precisam de cuidados

Um grande desafio que a longevidade traz para nossas igrejas é o cuidado para com este

grupo etário. Cuidado significa atenção, zelo, precaução, cautela, carinho, responsabilidade,

amor. Paulo nos ensina: E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os

mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os

montes, e não tivesse amor, nada seria. (1 Co 13. 2). Nossas igrejas devem ter olhar e

atenção para ofertar cuidados às pessoas idosas que necessitam de proteção e cuidado. A

formalização desse cuidado pode se manifestar copara a Terceira Idade ou idosos. O livro

3ª idade Dinâmica de autoria de Samuel de Souza e publicação da UFMBB, oferece boas

sugestões.

As famílias brasileiras estão passando por uma importante mudança em sua composição e

constituição. Hoje já não temos tantas famílias numerosas porque houve uma importante

redução do número de filhos. No Brasil, a média de filhos por mulher está em torno de 1,8

filho. O menor número de filhos nas famílias pode representar a diminuição do número de

cuidadores no futuro. Outro aspecto a ser considerado é o fato das mulheres, tradicionais

cuidadoras, terem ido para o mercado de trabalho. As mulheres estão trabalhando fora de

casa e por isso impossibilitadas de dedicar o tempo que o cuidado de pessoas dependentes

exige. Esses dois fatores são determinantes nas alterações das famílias brasileiras. Quem

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cuida do idoso que precisa de cuidados? É importante destacar que nem todo idoso precisa

ou precisará de cuidados.

A igreja pode contribuir muito com os idosos que precisam de cuidados, oferecendo suporte

para suprir as suas necessidades. Os membros podem ajudar oferecendo companhia a

idosos que moram sozinhos, acompanhamento a consultas, internações, visitas hospitalares,

bancos, supermercados, comércio etc. Muitos idosos não possuem recursos financeiros para

pagar os cuidadores profissionais. Nossas igrejas têm um importante potencial humano e

precisamos sensibilizar todos a olhar ao redor e ajudar aos que precisam. Há idosos que

devido as suas limitações físicas não podem usar o transporte coletivo e por isso ficam

impossibilitados de comparecer aos cultos. A igreja pode promover a "carona solidária" ou

quem sabe, oferecer transporte especial para buscar os idosos para as atividades que realiza.

Há uma infinidade de maneiras de ajudar. A igreja do presente e do futuro precisa se dispor

a cuidar dos idosos que necessitam de cuidados.

2º desafio – Evangelização de pessoas idosas

Para a maioria das pessoas idosas a espiritualidade e a religião representam algo muito

importante e chegam a ser um dos determinantes para a sua qualidade de vida. Estudos

apontam que nessa etapa da vida as crenças, comportamentos religiosos, práticas

devocionais estão mais presentes do que em qualquer outro grupo etário. A espiritualidade

e a religiosidade podem melhorar o estado de bem-estar, diminuir os níveis de depressão e

angústia e também contribuir na socialização. A velhice é uma excelente oportunidade para

as pessoas procurarem o encontro com a fé e a espiritualidade. É nessa fase da vida que as

perguntas existenciais "Quem sou eu?, Por que estou no mundo?, Que sentido tem a minha

vida?, Para onde vou?" se tornam mais inquietantes. A velhice é considerada a última etapa

da vida e isso faz com que ocorra o pensamento sobre a morte e o morrer. A finitude torna-

se mais real e próxima.

A religião é apontada como um dos indicadores que podem melhorar a qualidade de vida

do idoso. Um estudo feito pela comunidade judaica em São Paulo constatou que a religião

foi um fator preventivo contra a depressão: 80% dos idosos que não eram deprimidos

possuíam compromissos com a religião que professavam. Outro fator a ser considerado, é a

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importância que a fé e a espiritualidade podem desempenhar no enfrentamento das

situações de conflito vividas na velhice.

Um importante estudo realizado em São Paulo pelo projeto Saúde, Bem-Estar e

Envelhecimento (SABE) pesquisou entre os idosos sobre espiritualidade e religião. A

análise dos dados permitiu concluir que quanto mais longevo, mais religioso o idoso se

torna. A pesquisa encontrou apenas 1,2% de idosos que se declararam sem religião.

Chamamos a atenção para o fato de que há diferença de graus de importância da religião na

vida dos idosos. Para as mulheres a religião é mais importante do que para os homens e

outra constatação é o fato de que as mulheres estão mais dispostas a mudar de religião do

que os homens. Os idosos que vivem sozinhos dão mais importância à religião do que

aqueles que vivem acompanhados.

A prática da espiritualidade pode colaborar e facilitar a aceitação das perdas, das tristezas e

das doenças. A religião pode oferecer o sentimento de pertencimento a um grupo social,

fator importante para a auto-estima e autocuidado. Ser membro de um grupo religioso é

considerado como um importante laço social e afetivo. Muitos idosos declararam que seus

amigos estão entre os membros da igreja que freqüentam e são com esses amigos que

podem contar quando estão passando por qualquer dificuldade.

Os corações dos idosos estão sedentos da mensagem salvadora de Jesus Cristo. Nós

precisamos aproveitar a fertilidade de seus corações e estabelecer um plano de evangelismo

específico para eles porque precisam do evangelho transformador, acolhedor e consolador.

Pessoas precisam ser treinadas para ganhar os idosos para Jesus e nossas igrejas precisam

ser acolhedoras para recebê-los.

3º desafio – Aproveitamento dos dons e talentos

O envelhecimento não significa necessariamente a aposentadoria dos talentos e dos dons.

Muitos idosos podem e querem continuar a servir suas igrejas nas funções que

desenvolviam em outras etapas de suas vidas. Idosos podem, se desejarem, continuar a

exercer os diversos ministérios para os quais foram chamados.

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No Brasil Batista há um número importante e significativo de pastores idosos, de

professores e professoras da EBD, de líderes denominacionais, tesoureiros, tesoureiras,

coordenadoras da MCA, líderes de cantinas e uma infinidade de funções. Nossos pastores,

nossos líderes e nossas igrejas precisam continuar a prestigiar e valorizar o serviço das

pessoas idosas em nossas igrejas.

A expectativa de vida do brasileiro já superou os 72 anos de vida. Isso faz-nos pensar que,

cada vez mais, teremos pessoas em condições de desenvolver, por um maior tempo, seus

talentos no serviço cristão. Não podemos achar que já está na hora de os mais velhos

pararem. Temos que incentivá-los a continuar prestando seus serviços. Há lugar para todos.

E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. A cada um, porém, é dada a

manifestação do Espírito para o proveito comum. Ora, vós sois corpo de Cristo, e

individualmente seus membros. (1 Co 12. 5, 7 e 27). Deus convoca e capacita com os dons

todos os cristãos para o serviço, inclusive, as pessoas idosas. No corpo de Cristo tem lugar

para todos.

Penso que nossos líderes e pastores ao fazerem apelos missionários deveriam incluir

convite e chamado específico para os idosos. As Juntas de Missões Nacionais e Mundiais

podem promover projetos específicos para os mais velhos, pois nessa fase há muito tempo

livre e desejo de servir, além de estabilidade financeira por conta da aposentadoria (pelo

menos o que se imagina!). Não podemos mais ter apelos somente para jovens. Idosos

podem e querem ser missionários também. Sabemos de idosos que tiveram um chamado

vocacional no passado e não atenderam. Talvez na velhice seja o tempo de retomar o

chamado e servir a Deus em algum campo missionário. Os Projetos Radicais e as TRANS

têm envolvido muitos idosos.

Conclusão

O salmista nos ensina a contar os nossos dias para alcançarmos um coração sábio (Sl

90.12). Só podemos contar nossos dias vivendo ano a ano, contando os ciclos da nossa

existência e também as fases que cada ciclo nos aponta, no entanto, não podemos contar

sem propósitos. Qual é o propósito que Deus nos aponta? Alcançar um coração sábio. O

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coração sábio é aquele que não perde a oportunidade que Deus concede, e transforma os

seus dias em maneiras de servir, de pregar, de testemunhar e de ser bênção.

Quanto tempo você já tem de existência? Qual tem sido o seu propósito nessa vida? Seu

coração é sábio? Você tem apenas contado os dias ou tem tido uma vida que valha a pena

aos olhos de Deus e dos seus irmãos?

Envelhecer é uma etapa normal do ciclo da vida, porém devemos viver da melhor forma

possível, buscando dar um significado que valha a pena a todos os dias da nossa existência.

O desafio, então, é sermos úteis aos nossos familiares, aos vizinhos, aos amigos, aos nossos

irmãos em Cristo. Eis que o temor do Senhor é a sabedoria. (Jó 28.28).

 

Referência bibliográfica

Revista Saúde Coletiva. Ano 5. Ed. 24. Número especial. Saúde do idoso. SABE – Saúde,

Bem-Estar e Envelhecimento. São Paulo: Editorial Bolina Brasil Ltda., 2008.

Marília Viana Berzins, SP*

*Assistente Social

Mestre em Gerontologia

Membro da Primeira Igreja Batista do Brás em São Paulo, SP