Utilização e Confecção do Bite Block 131

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89 JANEIRO / FEVEREIRO - 1997 V OLUME 2, Nº 1 R EVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR tópico especial  Tema desenvolvido pelo conselho editorial abordando assuntos de interesse da classe ortodôntica Utilização e Confecção do “Bite Block” As pesquisas e a experiência clínica tem demonstrado que o controle do componente vertical da má-oclusão é uma das tarefas mais difíceis no tratamento ortodônt ico, e os resultados obtidos menos estáveis. Desde Angle, com sua tradicional classificação da má-oclusão o componente ântero-posterior tem sido amplamente analisado e discutido, enquanto o estudo da dimensão vertical e transversal receberam menor atenção. Porém, a busca pelo equilíbrio das proporções faciais, levou muitos pesquisadores a se preocuparem com a relação das proporções faciais nas três dimensões do espaço, recebendo as displasias verticais uma atenção especial, principalment e envolvendo o excesso das dimensões do terço inferior fa- cial. Na tentativa de controlar este desenvolvimento vertical exagerado, muitos estudos foram realizados utilizando-se placas de mordida, ou como mais conhecidos, os “bite blocks”. Rosely Suguino Laurindo Zanco Furquim Adilson Luiz Ramos Helio Hissashi Terada Luciane Maeda Omar Gabriel da Silva Filho Rosely Suguino Laurindo Furquim

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t ó p i c o e s p e c i a l Tema desenvolvido pelo conselho editorial abordando

assuntos de interesse da classe ortodôntica

Utilização e Confecção do“Bite Block”

As pesquisas e a experiência clínica tem demonstrado que ocomponente vertical da má-oclusão é uma das tarefas maitratamento ortodôntico, e os resultados obtidos menos estáveiDesde Angle, com sua tradicional classificação da má-oclusãoântero-posterior tem sido amplamente analisado e discutidoestudo da dimensão vertical e transversal receberam menor atea busca pelo equilíbrio das proporções faciais, levou muitos pa se preocuparem com a relação das proporções faciais nas trêdo espaço, recebendo as displasias verticais uma atençãprincipalmente envolvendo o excesso das dimensões do terçcial.Na tentativa de controlar este desenvolvimento vertical exagestudos foram realizados utilizando-se placas de mordida, ouconhecidos, os “bite blocks”.

Rosely SuguinoLaurindo Zanco FurquimAdilson Luiz RamosHelio Hissashi Terada Luciane Maeda Omar Gabriel da Silva Filho

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Gianelly e colaboradores1, em um estudohistológico em macacos rhesus,observaram os efeitos de um trauma oclusal produzido artificialmente sobreas estruturas da região da junção tempo-romandibular. O estudo se resumiu na construção de um bloco de mordida maxilar posterior, cujo contato somenteera possível na região do molar.Observaram mudanças traumáticas na junção temporomandibular, incluindoum achatamento do côndilo mandibulare reabsorção na fossa glenóide e ao longoda região posterior da eminência articu-lar.Breitner2, observou mudanças na regiãocraniofacial após a colocação de umbloco de mordida em macacos, que foiajustado de tal maneira a não produzirdesarmonia oclusal. Observou a ocorrência de adaptações na regiãodentoalveolar, incluindo a intrusão dosdentes posteriores, extrusão dos dentesanteriores e, em uma situação, alteraçãonas relações oclusais. Também foramnotadas mudanças na junção temporo-mandibular na região goníaca e ao longoda borda inferior da mandíbula.McNamara documentou as adaptaçõescraniofaciais que ocorreram na face demacacos rhesus (macaca mulata), após

provocar um aumento da dimensão verti-cal em 5 diferentes incrementos (2, 3, 5,10 e 15 mm), utilizando coroas em ourofundido, cimentado no arco superior.Foram realizadas radiografiascefalométricas antes do período experi-mental (controle), no início e no final doperíodo experimental.Os resultados deste estudo indicaram quequalquer mudança na dimensão verticalda face resulta em adaptações estruturaisespecíficas do complexo craniofacial.A adaptação mais significante ocorreu na região maxilar, onde o deslocamento nor-mal para baixo desta região foi diminuídoe o deslocamento anterior aumentado.Foram observados movimentoscompensatórios dos dentes na região an-terior, onde houve um aumento na migração vertical dos incisivos superiores,numa tentativa, talvez, de se fechar a mordida aberta criada pelo aparelho.

As adaptações apresentaram-se menosevidentes na mandíbula, exceto naquelesanimais submetidos a uma severa abertura de mordida onde notou-sereabsorção na região do ângulo goníaco.O efeito do aparelho sobre os dentesinferiores foi principalmente restrito a uma redução na quantidade de migraçãovertical dos segmentos posteriores. Alémdisso, mudanças compensatóriaslimitadas retratadas por uma levemesialização dos caninos e uma suaveextrusão dos incisivos.Carlson et al.6 observaram a diminuiçãodo crescimento para baixo da mandíbula,enquanto que o crescimento anterioraumentou ligeiramente com o uso deplacas para a abertura de mordida.Rowe e Carlson7 num estudo similar aode McNamara examinaram os efeitos doaumento da dimensão vertical e alteraçãoda postura mandibular sobre ocrescimento da mandíbula. Observaramque o ângulo goníaco abriu 6,4º comoresultado de remodelação durante operíodo experimental.Quando a postura mandibular foirestabelecida, o processo se reverteu, oângulo goníaco novamente se tornou maisagudo com o passar do tempo.Estes resultados sugerem que o

crescimento mandibular e a remodelaçãopodem ser influenciados pela postura vertical mandibular alterada.Altuna e Woddside8, realizando tambémum estudo em macacos, avaliaram osefeitos da instalação de um bloco demordida posterior de várias espessuras,que resultaram em mudanças na posiçãomaxilar e instrusão dentária. Os animaisutilizados nessa pesquisa foram divididosem 02 grupos (jovens e adolescentes),nos quais foram inseridos implantesmetálicos na maxila, mandíbula, linha média do crânio e base craniana, usando-se os métodos de Björk (1955 e 1970) eMcNamara (1972). Além disto,restaurações de amálgama foramrealizadas nos molares superior e infe-rior do lado esquerdo.Realizou-se, então, as moldagens e a obtenção dos registros em cera com2mm, 8mm e 12mm de espessura.

Após esse procedimento foconfeccionados os "bite blockscromo cobalto e fixados no arco rior de cada animal.Os aparelhos foram ajustados de que ocorresse o máximo contatodentes posteriores.Os animais foram totalmdocumentados com traçacefalométricos realizados no ínicional do período experimental, e controle, associando-se linhareferência os implantes e as restaurealizadas.As medidas foram realizadas aimediatamente após a inserção doblock" (FIG 1).Asmudanças esqueléticasobservadas, concentraram na alteração da posiçmaxila que transladou horizontalcom um mínimo de deslocamento v(FIG 2). Durante o período experima maxila foi deslocada em uma dpara cima e para frente, nos anima"bite block" com espessura de 812mm.No período pós tratamento, o crescfoi novamente em uma direção parae para baixo.Com relação às mudançasdentoalveolaremaxilares, observou-se que duran

período de controle ocorreu uma pemigração para frente e para baixprimeiros molares superiores.Durante o período experimentaprimeiros molares superiores intrem relação ao ínicio.Esta intrusão foi maior no gadolescente e menor nos grupos juassim como maior no grupo comblock” de 8 mm e 12 mm.O movimento mesial dos primmolares no grupo com “bite blockmm e 12 mm foi de 01 a 03 vezesdurante o período experimental ddurante o período de controle.No grupo de 2 mm de espessumovimento mesial do primeiro moproporcionalmente menor.Durante o período de pós-tratameprimeiros molares permanentes fmais intruídos que no período conOs resultados deste estudo mostram

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posição maxilar é altamente plástica efacilmente alterada pelas forças criadaspela inserção do “bite block” de váriasespessuras, tanto em animais adolescentescomo jovens.Os animais do grupo com “bite block” de8 mm e 12 mm apresentam uma translaçãoanterior da maxila 03 a 06 vezes maior.Além disso, o crescimento para baixo da maxila foi redirecionado para cima demaneira relativa ocorrendo umdeslocamento maior do segmento anterior

comparado ao segmento posterior.O deslocamento vertical da maxila para cima tem sido relatado em pacientesclínicos com colete de Milwalke (Thors1964, Alexander 1966) e nosexperimentos em animais com “biteblocks” (Sergi 1965, McNamara 1977,Hurme 1953).As diferentes respostas do posicionamentomaxilar a diferentes níveis de abertura vertical dos maxilares indicam que a direçãoda força oclusal transmitida pode

influenciar na posição maxilar.Com a inserção de “bite blocks”, coespessura de 8 mm a 12 mm, incose um componente anterior de foclusais.Entretanto, no animal com um “bitede 2 mm, a direção das forças oclusé alterada.Estes resultados mostram que a ddas forças oclusais é um fator impna mudança da posição maxilar.Outro resultado interessante deste

Figura 2. As mudanças esqueléticas se concentraram na translação horizontal da maxila, compouco deslocamento vertical. (tirado de ALTUNA E WOODSIDE 1985)

Figura 1. Foram realizadas medidas antes e imediatamente após a inserção do “bite block” (tiradode ALTUNA E WOODSIDE 1985)

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Outra indicação seria nos casomordida abertaonde a inibição erupção dos dentes posterioresextrusão dos incisivos superioinferiores é desejável.Altuna e Woodside8, relatam que o “bblock” é um tipo de aparelho ortodfuncional que tem sido usclinicamente na Universidade de Tdesde 1962, para reduzir a mordidaberta anterior associada com a altuântero-inferior da face excessiva.A correção ocorreria pela inibiçerupção dentária do segmento posgerando rotação para cima e para da mandíbula ou uma direçãocrescimento mandibular mais horiA espessura do “bite block” habituaexcede o espaço livre de 3 mm-4embora dimensões maiores tenhamusadas no passado.A sua aplicação clínica, nos casos dIII, mordida aberta e excesso verticmostrado resultados satisfatórios.Os casos em que foi instituído o “bite block” ainda requeremacompanhamento cefalométrico aprazo, para que se possa avaliar ma estabilidade dos resultados obtid

terapia com aparelho funcional.Mais recentemente, alguns estudos foramrealizados com o incremento de magnetosao “bite block”.Kalra et al9 examinaram os efeitos produ-zidos pelo tratamento do “bite block” commagnetos repelentes. Relataram aumen-to do comprimento mandibular, intrusãodentária e uma rotação para cima e para frente da mandíbula. Entretanto, outrosautores, Kalra e Burstone9, Kiliardis et al10

têm observado o desenvolvimento dasassimetrias maxilares, resultado do efeitode cisalhamento provocado pela aproxi-mação dos magnetos, além da tendência de se procurar conforto numa postura que cause menor força.Portanto, quando se pretende confeccio-nar o “bite block” com magnetos, torna-se importante a adição de extensões late-rais que evitam os movimentos laterais.Melsen et al11 ao comparar blocos de mor-dida com e sem magnetos não observa-ram diferenças estatísticas entre os gruposcom respeito à reabsorção radicular, en-tretanto a força liberada pelos magnetosfoi maior. A duração pequena do períodode estudo não permitiu estabelecer dife-renças significativas entre os “bite block”com e sem magnetos, exceto o desenvolvi-mento de assimetrias8,9.

As observações e os resultados obtidosdas pesquisas realizadas podem ser úteisem algumas situações clínicas, comorelacionado por McNamara, Altuna eWoodside.McNamara conclui que as modificaçõesobservadas com uso do “bite block”poderiam ser efetivas nos casos deClasseIII com deficiência no complexomaxilar, devido ao aumento dodeslocamento para frente do complexomaxilar, pelo redirecionamento das forçasdos músculos da mastigação.

é a importância da distância vertical entreos dentes maxilares e as suturas circum-maxilares que são mais próximas aosprimeiros molares em primatas do que emhumanos, portanto, as forças aplicadas aosdentes superiores são muito maisdiretamente transmitidas às suturas.Por outro lado, de acordo com Björk eSkiller (1966), os molares superiores emhumanos ao redor dos 13 anos estãoaproximadamente 12 à 14 mm maisdistantes da base craniana e das suturascircum-maxilares do que apresentavam-se aos 07 a 08 anos. Assim, pode-seespecular que as chances de afetar assuturas circum-maxilares podem sermelhores em indivíduos mais jovens.Outra diferença marcante entre osmacacos jovens e adolescentes foi comrelação à intrusão do segmento posteriorcom o uso do "bite block".Os animais jovens mostraram uma interrupção da erupção dentária e uma intrusão, enquanto os animaisadolescentes mostraram uma extensa intrusão dos dentes posteriores em am-bos os arcos.Esta diferença entre os dois grupos deidade foi provavelmente devido a doisfatores:Primeiro, a inibição da erupção em

animais onde os dentes estãoerupcionando rapidamente produz uma relativa intrusão e minimiza a necessidadede uma real intrusão.Segundo, as translações maxilares podemocorrer mais rapidamente em animaisjovens, atenuando a região dentoalveolarde grandes forças oclusais.As conclusões mostram que a manipulação de dimensão vertical podeser um fator importante na realização demudanças oclusais mesiodistais, e issodeve ser levado em consideração na

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CONFECÇÃO DO BITE BLOCK

Após a obtenção das moldagens do paciente, confecciona-se os modelos e faz-se a montagem em articulador.A confecção inicia-se procedendo-se o alívio da região do palato com uma fina camada de cera nº 07 de 1 a 2 mm e, na sequência, isolfaces oclusais dos dentes posteriores.Procede-se o preparo da resina acrílica auto-polimerizável e aplica-se sobre o palato e dentes posteriores, confeccionado-se assim o blArticula-se o modelo inferior, deixando uma espessura aproximada de 3mm para o acrílico.Em seguida acriliza-se o bite block e realiza-se os desgastes e o polimento necessários.

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INSTALAÇÃO E AJUSTE DO BITE BLOCK

Com o Bite block adequadamente confecionado, instala-se o mesmo no paciente verificando a sua adaptação e a altura do bloco de acrNa figura E observa-se um pequeno espaço entre o palato e o acrílico, o que permite uma incidência de forças somente sobre a região posteriores e não sobre a mucosa palatina.Na adaptação do aparelho os contatos oclusais deverão ser adaptados, de maneira a ocorrer o maior número de contatos dos dentes posmolares e molares) (Fig L).Para isso, utiliza-se uma fita de carbono (Fig F-K) e procede-se os desgastes do acrílico com uma fresa. A cada desgaste (de ambos se a oclusão e os contatos, até que seja obtido o maior número de contatos dos dentes.Finalizando os ajustes verifica-se a adaptação do bite block quanto à sua estabilidade.Caso não ocorra uma boa adaptação, torna-se necessário um reembasamento na superfície interna do aparelho ao nível oclusal (Fig. 0-O bite block deverá ser usado em média por 14 horas/dia.

Fig. A Fig. B Fig. C

Fig. D Fig. E

Fig. H

Fig. G

Fig. F

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Fig. I Fig. J Fig. K

Fig. L Fig. M Fig. N

Fig. QFig. P

Fig. R Fig. S Fig. T

Fig. O

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EXEMPLO 1

A paciente L. P., com 9 anos de idade, na fase da dentadura mista, apresentou-se com má oclusão Classe II, mordida aberta anterior e scruzada posterior, com sinais de respiração bucal.A terapia consistiu inicialmente de uma expansão ortopédica (rápida) da maxila e contenção por 03 meses.

Co-A= 86mmCo-Gn=107mmAFAI=63mm

SNA= 80°SNB=76°ANB=4°

SN.GoGn=33°

1.PP=115°IMPA=102°

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Após a remoção do disjuntor foi instalado um bite block para correção da mordida aberta.À medida em que foi ocorrendo a correção da mordida aberta anterior, algumas interferências surgiram, sendo eliminados através deO período de tratamento foi em torno de 20 meses, ocorrendo uma melhora considerável no perfil facial e nas relações vertical e ocl

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Co-A= 91mmCo-Gn=115mmAFAI=65mm

SNA= 80,5°SNB=78°ANB=2,5°

SN.GoGn=31°

1.PP=112°IMPA=99,5°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (intervalo de 22 msuperposições foram feitas em S-N, plano maxilar (ENA e ENP) e plano mandibular (síne base da mandíbula), onde o traçado incial apresenta-se em azul e o final em vermelho.

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EXEMPLO 2

A paciente R. B., com 9 anos de idade, apresentou-se com uma má-oclusão Classe III, com padrão de crescimento vertical.Devido ao problema ântero-posterior foi instituída uma expansão rápida da maxila, associada à máscara facial para correção da classemaxilar).

Co-A= 85mmCo-Gn=115mmAFAI=69mm

SNA= 78°SNB=75°ANB=3°

SN.GoGn=41°

1.PP=109°IMPA=83°

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Com a correção removeu-se o disjuntor e como contenção foi instalado o aparelho progênico. Esta terapia se prorrogou aproximadamenmeses.

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Co-A= 87mmCo-Gn=120mmAFAI=76mm

SNA= 77°SNB=76°ANB=1°

SN.GoGn=40°

1.PP=109°

IMPA=81°

Numa etapa subseqüente prosseguiu-se com apenas o bite block (com parafuso) por mais 12 meses, obtendo-se resultados oclusais e fasatisfatórios.

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Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (intervalo de 28 mas teles).

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EXEMPLO 3

O paciente D.F., com8 anos de idade apresenta uma suave mordida aberta anterior associada a Classe II.

Co-A= 87mmCo-Gn=117mmAFAI=60mm

SNA= 86,5°SNB=82°ANB=4,5°

SN.GoGn=27°

1.PP=120°IMPA=106°

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Procedeu-se a instalação de bite block, e após dez meses constatou-se melhora na relação vertical, oclusal e facial.

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Co-A= 90mmCo-Gn=114mmAFAI=63mm

SNA= 87°SNB=83°ANB=4°

SN.GoGn=28°

1.PP=120°IMPA=99,5°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (observamos que oentre as teles foi de 28 meses, embora os resultados clínicos tivessem se manifestando em1 ano)

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Em seguida, para controle do problema vertical e manutenção da correção da Classe III, associou-se um bite block e um parafusoexpansor ao novprogênico.

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109J ANEIRO / F EVEREIRO - 1997V OLUME 2, Nº 1R EVISTA D ENTAL P RESS DE O RTODONTIA E O RTOPEDIA M AXILAR

Co-A= 91mmCo-Gn=122mmAFAI=74mm

SNA= 86°SNB=82°ANB=4°

SN.GoGn=33°

1.PP=111°IMPA= 100°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block

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EXEMPLO 5

Co-A= 81mmCo-Gn=106mmAFAI=63mm

SNA= 77°SNB=75°ANB=2°

SN.GoGn=39°

1.PP=112°IMPA=86°

Como no caso anterior, o paciente J. E. F., com 8 anos de idade apresenta-se com Classe III esquelética e mordida aberta anterior.Porém, a displasia ântero-posterior era maisacentuada e por isso optou-se pela expansão rá-pida da maxila associada à máscara facial.Na sequência, utilizou-se o bite block para o con-trole do problema vertical. A duração do trata-mento envolvendo todas as fases foi de aproxi-madamente 28 meses. Após o uso do bite blockobserva-se uma leve abertura do segmento pos-terior, evitando extrusão dentária nesta área.

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Co-A= 91mm

Co-Gn=118mmAFAI=68mm

SNA= 78°

SNB=76°ANB=2°

SN.GoGn=39°

1.PP=115°IMPA=87°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (intervalo entre as32 meses).

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EXEMPLO 6

A paciente S. Y. T., com 9 anos de idade, apresenta uma Classe II com crescimento vertical e tendência à mordida aberta anterior.A terapia consistiu apenas no uso do bite block, e os resultados obtidos foram satisfatórios e estáveis.

Co-A= 86mmCo-Gn=111mmAFAI=60mm

SNA= 81°SNB=76°ANB=5°

SN.GoGn=41°

1.PP=102°IMPA=86°

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114J ANEIRO / F EVEREIRO - 1997V OLUME 2, Nº 1R EVISTA D ENTAL P RESS DE O RTODONTIA E O RTOPEDIA M AXILAR

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115J ANEIRO / F EVEREIRO - 1997V OLUME 2, Nº 1R EVISTA D ENTAL P RESS DE O RTODONTIA E O RTOPEDIA M AXILAR

Co-A= 92mm

Co-Gn=122mmAFAI=71mm

SNA= 82°

SNB=79°ANB=3°

SN.GoGn=38°

1.PP=110°IMPA=90°

Superposição dos traçados pré e pós-tratamento com uso do bite block (intervalo de 28 mas teles).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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