V S A P A T R IM Ô N IO D A · 2020-02-05 · C O M ISSÃ O O R G A N IZA D O R A D O EV E N TO...
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CCOOMMIISSSSÃÃOO OORRGGAANNIIZZAADDOORRAA DDOO EEVVEENNTTOO
Andressa de Lima Anelise Vaz Kaminski
Angela Sabrine Salvador Bianca Francini Andrade
Fernanda Codevilla Soares Gabriela Oppitz
Isabela da Silva Müller Jeanne Silveira
Lucas Bond Reis Lucas de Melo Reis Bueno
PPAATTRROOCCÍÍNNIIOO
Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) - UFSC
Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) - UFSC
Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas (FEPESE)
RREEAALLIIZZAAÇÇÃÃOO
Núcleo de Arqueologia da UFSC
AAPPOOIIOO
Programa de Ensino Tutorial – História
CCOOMMIITTÊÊ EEXXEECCUUTTIIVVOO DDOOSS AANNAAIISS
Angela Sabrine Salvador Fernanda Codevilla Soares
Gabriela Oppitz Lucas Bond Reis
CCAAPPAA EE CCOONNTTRRAACCAAPPAA
Bianca Francini Andrade
IIMMAAGGEENNSS DDAA CCAAPPAA EE DDAA CCOONNTTRRAACCAAPPAA
Cerâmica. Fonte: SCHMITZ, Pedro Ignácio. Uma pré-história do Rio Grande do Sul. In: Arqueologia do Rio Grande do Sul, Brasil. Documentos 05. 2ª edição. São Leopoldo: IAP/UNISINOS, 2006.
Louça. Fonte: LIMA, Tânia Andrade. Pratos e mais pratos: louças domésticas, divisões culturais e limites sociais no Rio de Janeiro, século XIX. In: Anais do Museu Paulista. N. 3. São Paulo: MAE/USP, 1995.
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FFIICCHHAA CCAATTAALLOOGGRRÁÁFFIICCAA
Catalogação na fonte pela Biblioteca Universitária
da Universidade Federal de Santa Catarina
S471a Semana de Arqueologia e Patrimônio da UFSC. (5.:
2011 : Florianópolis – SC).
Anais / V Semana de Arqueologia e Patrimônio da
UFSC. – Florianópolis : [s.n.], 2011.
294 p. : il., grafs., tabs., mapas
Inclui bibliografia
1. Arqueologia. 2.Patrimônio cultural. 3.Santa
Catarina. 4. Universidade Federal de Santa
Catarina I. Título.
CDU: 902
CCOONNTTAANNDDOO AA HHIISSTTÓÓRRIIAA AATTRRAAVVÉÉSS DDAA
AANNÁÁLLIISSEE DDOO MMAATTEERRIIAALL HHIISSTTÓÓRRIICCOO DDOO SSÍÍTTIIOO
RROOCCIIOO GGRRAANNDDEE IIII,, SSÃÃOO FFRRAANNCCIISSCCOO DDOO SSUULL,,
SSAANNTTAA CCAATTAARRIINNAA
Edmara Schuch
Scientia Consultoria Científica
Ana Lucia Herberts
Scientia Consultoria Científica
6688
Resumo
O trabalho de análise do material histórico do sítio Rocio Grande II nos permitiu um breve
panorama de como era o cotidiano das famílias de baixa renda, do bairro Rocio Grande no
município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Trata-se de sítio do tipo lixeira,
apresentando uma ocupação entre meados do século XIX e inicio do século XX.
Palavras-chave: arqueologia, São Francisco do Sul, material histórico.
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Introdução
O trabalho de resgate arqueológico do sítio Rocio Grande II teve caráter de
salvamento e foi realizada na área que seria impactada devido às obras de instalação da
empresa Estocagem e Transporte de Frios Extrafrio Ltda., no bairro Rocio Grande, no
município de São Francisco do Sul (SC).
Este sítio arqueológico é caracterizado por três concentrações de carapaças de
moluscos, dentre as quais dominam as de Anomalocardia brasiliana (berbigão) e Crassostrea
sp. (ostra), ocorrendo em menor número Tivela sp. (Amêijoa) associadas a fragmentos de
cerâmica, louça e vidro em superfície e em profundidade (30-40 cm).
Para o resgate do sítio arqueológico foi realizada escavação amostral da totalidade
deste, com área de 2.500 m². Como complementações foram realizadas sondagens a cada 5 m
nos sentidos norte-sul e leste-oeste, tendo como ponto central as concentrações identificadas,
para procurar identificar tanto as dimensões destas estruturas como também a existência de
outras estruturas associadas e não percebidas durante o levantamento arqueológico.
O sítio arqueológico Rocio Grande II no contexto histórico de São Francisco do Sul
A ilha de São Francisco do Sul foi descoberta aos olhos europeus em 1504 pelo
francês Binot Paulmier de Goneville. Seis meses após sua partida da França, a expedição
descobriu uma grande terra, que devido a vento terral contrário, só puderam aportar na tarde
do dia seguinte. Segundo o pesquisador Oswaldo Rodrigues Cabral, a terra era descrita como
fertilíssima, abundante em animais, aves, peixes e árvores, e povoada por índios carijós que
"procuravam apenas passar vida alegre, sem grande trabalho, vivendo da caça e da pesca, e do
produto espontâneo da terra, e de alguns legumes e raízes que plantavam” (CABRAL, 1970,
p.50).
CONTANDO A HISTÓRIA ATRAVÉS DA ANÁLISE DO MATERIAL HISTÓRICO DO SÍTIO ROCIO GRANDE II, SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA EDMARA SCHUCH, ANA LÚCIA HERBERTS
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Figura 1: A Chegada dos franceses, quadro de Kurt G. Hermann, 1920. Fonte: Acervo do Museu Histórico
Municipal de São Francisco do Sul.
As primeiras tentativas de povoamento do litoral de Santa Catarina aconteceram em
meados do século XVI, em meio à disputa entre portugueses e espanhóis pelo território sul
americano. Em 1553 chegaram os espanhóis que construíram a capela de Nossa Senhora das
Graças, mas o povoamento efetivo do local só aconteceu a partir da década de 1640, quando
portugueses e vicentistas procedentes de Paranaguá fundaram em 1641 a vila de Nossa
Senhora da Graça do Rio São Francisco. Anos depois, em 1658, Manoel Lourenço de
Andrade, acompanhado por casais portugueses e paulista, chegou a São Francisco, com
plenos poderes para povoar a terra, repartindo-a entre a sua comitiva e os que fossem
chegando. Já em 1660 a localidade obteve autonomia municipal, quando foi elevada a
categoria de vila.
O crescimento de São Francisco do Sul foi lento, pois a região Sul tinha um papel
subsidiário de apoio às investidas portuguesas na região platina, muitas vezes drenando os já
escassos recursos alimentares (farinha de mandioca) e de homens para suas tropas,
frequentemente em guerras no Sul.
Efetivamente, a preocupação com a ocupação do território dar-se-á em meados do
século XVIII, com a política de imigração, trazendo inicialmente açorianos e madeirenses. A
introdução de levas de imigrantes incrementou o crescimento demográfico e refletiu no litoral
norte catarinense. Se em 1750 a vila de São Francisco, já então considerada próspera, era
composta por uma população de 1.000 habitantes, em 1796 contava com 4.155 habitantes,
sendo 767 escravos.
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Em São Francisco do Sul, a produção econômica estava direcionada ao plantio de
mandioca, arroz, feijão, cana-de-açúcar e gravatá, havendo 19 engenhos de aguardente e 14 de
farinha de mandioca no final do século XVIII. Além da economia de subsistência, registra-se
a importância da extração de madeira, da construção de embarcações e da instalação de uma
armação para pesca de baleia na Ilha da Graça (1808). Segundo relato de Saint-Hilaire datado
de 1820 descreve a vila como um lugar pobre, cuja maioria dos habitantes se dedicava a
lavoura e à pesca de subsistência. Quanto às arquiteturas e estruturas urbanas existentes,
Saint-Hilaire descreve que a maioria das casas era coberta de telhas, quase todas de alvenaria
em pedra e bem conservadas. Isso referente à área urbana, mas na parte rural da vila a maioria
das casas era humildes feitas de pau-a-pique, geralmente pessoas de baixa renda, escravos e
ex-escravos que moravam nestas residências.
Figura 2: Moradia de família afro-brasileira no interior da Ilha de Francisco do Sul no início do século XX. Acervo: IHGSC. Fonte: SANTOS et al. (2004, p.80).
Em meados do século XIX, houve nova ênfase na política de imigração, com as
colônias alemãs deslocando-se para si o caráter de núcleos irradiadores de ocupação, em
Santa Catarina. A partir de então, o território de São Francisco foi desmembrando-se em
novos municípios, resultando na atual configuração geopolítica do litoral norte do Estado.
A instalação da Colônia Dona Francisca, em 1851, composta por imigrantes, em sua
maioria, de origem alemã, resultou na introdução de tecnologias (como a energia à vapor) já
amplamente utilizadas na Europa (ALVES, 2003, p.12). A necessidade de escoar a produção
das novas colônias ― Jaraguá do Sul, Corupá, São Bento do Sul, Guaramirim ― exigiu a
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abertura de estradas e a instalação de ferrovia e, ainda, a economia portuária, uma das
principais bases econômicas de São Francisco do Sul.
A construção da rede ferroviária também contribuiu para um forte impulso de
desenvolvimento na cidade. A linha do São Francisco teve o primeiro trecho entregue pela E.
F. São Paulo-Rio Grande em 1906, ligando o porto de São Francisco à Joinville. Em 1910, a
linha foi prolongada até Hansa (Corupá); em 1913 até Três Barras; e, finalmente, em 1917,
atinge Porto União da Vitória, de onde deveria continuar até atingir Foz do Iguaçu, trecho que
jamais foi construído. A linha se entronca com o Tronco Sul em Mafra e com a antiga estrada
Itararé-Uruguai em Porto União da Vitória.
Figura 3: A Estação Férrea de São Francisco do Sul por volta de 1910. Fonte: Estações Ferroviárias1.
O surgimento dos portos em Santa Catarina tem a ver com a demarcação, a ocupação e
o povoamento do território catarinense. A instalação dos trapiches para ancorar as
embarcações era condição necessária para a manutenção dos principais núcleos populacionais
que foram surgindo ao longo do litoral de Santa Catarina.
Durante quase todo o século XIX, os portos de Laguna, Desterro, Itajaí e São
Francisco do Sul não tinham grande expressão econômica nacional, isto é, sua importância
era apenas local. Somente no final do século XIX é que os portos catarinenses passaram a ter
mais destaque na economia brasileira. Durante a Primeira República, a divisão econômica dos
1 Disponível em: <www.estacoesferroviarias.com.br>. Acesso em 20 de maio de 2010.
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portos catarinenses era a seguinte: Laguna e Imbituba exportavam carvão; Florianópolis,
farinha; Itajaí, alimentos e madeira; e São Francisco do Sul, erva-mate e madeira.
Em meados do século XX, a expressão econômica de São Francisco do Sul passa a ser
irrelevante, obrigando este município a buscar novas alternativas econômicas, como aquelas
relacionadas às atividades portuárias. Essas transformações ocorridas na ocupação e
desenvolvimento do litoral norte estão relacionadas às políticas econômico-administrativas do
país, exigidas pela conjuntura internacional, ao longo destes séculos. Assim, áreas que outrora
apresentavam considerável importância, como Bupeva, Porto do Rei, Gamboa, Figueira e
Praia Grande em São Francisco do Sul, hoje, apresentam baixa (ou inexistente) densidade
demográfica com o deslocamento de populações, alterando costumes, relações sociais e
paisagem (ALVES, 2003, p.12).
Análise do material arqueológico
Os materiais arqueológicos coletados formam em sua maioria itens de uso doméstico
ou cotidiano: louças de mesa e de chá, recipientes cerâmicos para preparar, armazenar ou
servir alimentos, garrafas de vidro para vinho, genebra (aguardente), frascos de remédio,
panelas de ferro, facas, ossos e botões.
Dentre as categorias de material arqueológico coletado durante a escavação, a
cerâmica encontra-se em primeiro lugar representando 90,78% da amostra, seguida pelo vidro
com 8,20%, metais 0,61% e botões 0,41%.
Devido à quantidade de peças, as maiores informações sobre o sítio foram obtidas do
material cerâmico, pois os demais, tais como vidro, metal, ossos e botões não forneceram
grandes informações. Apesar de o material vítreo possuir uma quantidade pequena de
materiais, foi possível identificar uma base de garrafa de vinho produzida pela técnica de
sopro e um frasco de remédio fragmentado, que provavelmente seria de óleo de rícino ou leite
de magnésia. Os demais fragmentos eram partes de corpo de garrafas que não contribuíram
muito para a pesquisa.
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Figura 4: Bases de garrafas de vinho na cor verde oliva. Fonte: Acervo Scientia Consultoria Científica,
2010.
Figura 5: Fragmentos de vidro azul cobalto. Fonte: Acervo Scientia Consultoria Científica, 2010.
O material cerâmico compreende diferentes categorias que “abrange todos os produtos
derivados de uma composição de argila e outras substâncias minerais, postos ao cozimento
para obter solidez e inalterabilidade” (TOCCHETTO et al., 2001, p.21). Na análise, a
cerâmica foi dividida em categorias: faiança (portuguesa e fina), cerâmica simples e com
decoração e cachimbos.
Dentre as louças estão incluídas a faiança e a faiança fina, sendo a maior quantidade
das peças faiança fina e apenas uma peça de faiança (portuguesa).
A faiança portuguesa é um tipo de faiança menos elaborada e de qualidade inferior que
perde sua importância no final do século XVIII, com o surgimento da faiança fina. Porém no
Brasil ela é consumida até o início do século XIX. De acordo com ALBUQUERQUE (2001),
a periodização deste tipo de material, seria determinada pela decoração aplicada na peça. No
sítio foi coletado apenas um fragmento de faiança portuguesa. Trata-se de uma base com pasta
branca e esmalte branco, com decoração pintada à mão na parte interna. A decoração é
composta de linhas concêntricas na cor azul e parte de um desenho no centro, o qual não foi
possível identificar. Portanto, não foi possível determinar a data deste fragmento.
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Figura 6: Fragmento de base em faiança portuguesa. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
Já a faiança fina é uma categoria intermediaria entre a faiança e a porcelana, sua pasta
é porosa, com coloração mais clara que a faiança, sendo uniforme e também mais resistente.
Dentre as louças, a maior quantidade de peças é a faiança fina do tipo louça branca, e o que
apresentou a maior variedade de formas, este tipo de louça também se caracteriza por ser mais
barata e de uso cotidiano no século XIX. Porém, havia algumas peças com decoração que
inclui as tipologias, tais como; pintado à mão/carimbado e faixa e/ou frisos, transfer printing,
pintado à mão/borrão e superfície modificada, padrão Royal Rim.
As louças decoradas também possuíam alguns padrões com baixo valor e por isso, são
muito comuns nas amostras arqueológicas. Por exemplo, o padrão Willow das louças que
receberam decoração pela técnica do transfer printing, era a de preço mais acessível.
Figura 7: Fragmentos de faiança fina, com
decoração transfer printing padrão Willow e floral borrão azul. Fonte: Acervo Scientia Consultoria,
2010.
Figura 8: Prato fundo fragmentado, louça não decorada padrão Royal Rim. Fonte: Acervo Scientia Consultoria,
2010.
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Figura 9: Fragmentos de canecas em faiança fina, com decoração bandado policrômico e carimbado.
Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
Figura 10: Duas canecas fragmentadas de faiança fina, sem decoração. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
Figura 11: Malga pequena fragmentada em faiança fina, sem decoração. Fonte: Acervo Scientia Consultoria,
2010.
A cerâmica histórica ou “neo-brasileira”, foi a maior quantidade de peças no total de
materiais coletados no sítio. Estes recipientes em sua maioria eram utilizados para preparar e
armazenar alimentos e água.
Este tipo de cerâmica pode ser encontrado em vários municípios do litoral catarinense
como São José, Porto Belo, Joinville e Florianópolis, inclusive com técnicas decorativas
parecidas. Além de Santa Catarina, materiais semelhantes também foram encontrados em
outros Estados do país como, por exemplo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
outros.
O tipo de cerâmica encontrada na escavação de alguns sítios em Santa Catarina (Forte
São José da Ponta Grossa em Governador Celso Ramos, o Sítio Histórico Foz do Cubatão em
Joinville, no centro de Florianópolis em uma escavação realizada no Museu Palácio Cruz e
Sousa) é atribuído aos caboclos e escravos. Mas pode-se pensar que os açorianos ao chegarem
ao litoral, trouxeram consigo a técnica de produção da cerâmica, de torno e modelada e o
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contato com os indígenas da região fez com que eles incorporassem algumas técnicas de
produção dos grupos indígenas, assim como os africanos também incorporaram suas técnicas
na produção desta cerâmica.
Por isso, que nos anos de 1960 e 1970, a partir do PRONAPA, esta categoria de
cerâmica foi classificada como “Neo-Brasileira”. A utilização deste termo vem sendo
discutida, pois segundo sua definição seria uma cerâmica produzida por grupos familiares,
neobrasileiros ou caboclos, para uso doméstico.
Na análise dos fragmentos de cerâmica percebeu-se que a técnicas de confecção mais
empregada foi a modelada, sendo apenas alguns fragmentos acordelados ou produzidos por
torno. O tempero presente nos fragmentos é caracterizado principalmente por mica dourada e
fragmentos de quartzo. Porém, ressalta-se que a presença de mica pode não ser intencional,
mas estar naturalmente na fonte de argila ou de areia da região.
O material apresenta uma variedade com relação aos tipos de decorações, como
escovado, inciso, carimbado, além da presença de diversos tipos decorativos em uma mesma
peça, como escovado juntamente com inciso de arcos secantes paralelos e também apliques
nas bordas. Apesar desta grande variedade de decorações, o tipo que predomina é a cerâmica
alisada, sem decoração. Além da grande variedade de padrões decorativos plásticos as formas
também apresentaram variações. Diante disso, foram utilizados apenas os fragmentos de
borda para a reconstituição das formas, com um mínimo de segurança, para o perfil do
vasilhame.
As formas das vasilhas (figuras 12 a 19) indicam provavelmente panelas usadas para
cozer alimentos no fogo, devido as marcas de uso (presença de fuligem); além da presença de
asas (apliques em forma semi circular na superfície externa da vasilha).
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0 1 2 3cm0 1 2 3cm
Figura 12: Fragmento de vasilha cerâmica, com decoração escovada e aplique na borda próximo ao
lábio, além de alça. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
Figura 13: Representação da forma da vasilha cerâmica, com decoração escovada e aplique; borda direta; lábio arredondado; diâmetro 24 cm. Fonte:
Acervo Scientia Consultoria, 2010.
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7788
113/120/296
0 1 2 3cm0 1 2 3cm
Figura 14: Fragmentos da borda com decoração de arcos secantes paralelos. Fonte: Acervo Scientia
Consultoria, 2010.
Figura 15: Representação da vasilha cerâmica com decoração de arcos secantes paralelos; borda direta; lábio arredondado; diâmetro 16 cm. Fonte: Acervo
Scientia Consultoria, 2010.
29/35/149/151
0 1 2 3cm
Figura 16: Fragmentos da borda com decoração de arcos paralelos a borda. Fonte: Acervo Scientia
Consultoria, 2010.
Figura 17: Representação da vasilha cerâmica com decoração de arcos paralelos; presença de asas na
lateral; borda direta; lábio arredondado; diâmetro 22 cm. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
111/119/286
0 1 2 3cm0 1 2 3cm0 1 2 3cm
Figura 18: Fragmentos da borda e parte do bojo; decoração de arcos paralelos a borda. Fonte: Acervo
Scientia Consultoria, 2010.
Figura 19: Representação da vasilha cerâmica com decoração de arcos paralelos; borda direta; lábio arredondado; base arredondada; diâmetro 18 cm.
Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
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27/126/1530 1 2 3cm
Figura 20: Vasilha fragmentada com acabamento alisado. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
Figura 21: Representação da vasilha cerâmica; base plana; diâmetro 4 cm. Fonte: Acervo Scientia
Consultoria, 2010.
As cerâmicas vitrificadas apresentam esmalte na face interna de coloração esverdeada,
com exceção de uma borda, na qual o esmalte do vidrado é da cor laranja, na face interna.
Todas as peças possuíam marca de fuligem na face externa, com exceção das bordas.
E algumas possuem marcas escuras na face interna, provavelmente devido ao uso. A pasta da
cerâmica é branca e apresenta grande quantidade de fragmentos de quartzo misturados. Esse
tipo de cerâmica teve pouca representatividade no sítio.
Figura 22: Fragmentos de cerâmica vitrificada, com esmalte na cor verde na fase interna. Fonte: Acervo
Scientia Consultoria, 2010.
Outros artefatos coletados foram os fragmentos de cachimbos, estes geralmente
associados à cultura africana. Através da presença de cachimbos nos sítios históricos, pode-se
pensar que o consumo de fumo era um hábito comum, e geralmente está associado aos
escravos ou seus descendentes. As práticas sociais de muitos escravos estavam intimamente
CONTANDO A HISTÓRIA ATRAVÉS DA ANÁLISE DO MATERIAL HISTÓRICO DO SÍTIO ROCIO GRANDE II, SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA EDMARA SCHUCH, ANA LÚCIA HERBERTS
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ligadas às práticas culturais. A presença destes artefatos não quer dizer que os mesmos foram
utilizados apenas por africanos, sua utilização também era realizada por outras pessoas.
Figura 23: Fragmentos de porta boquilha e de cachimbos. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
Com relação às praticas alimentares, foram coletados restos de ossos, bovinos, aves e
peixes, além da grande quantidade de restos de conchas presentes no sítio. Todos estes
vestígios eram comuns na alimentação litorânea de Santa Catarina, principalmente o consumo
de peixes e moluscos. Nenhum dos fragmentos apresentou sinal de reuso ou confecção de
instrumento em osso.
Figura 24: Material ósseo. Fonte: Acervo Scientia Consultoria, 2010.
Também foram coletados outros artefatos tais como metais e botões, porém destes não
se obteve muitas informações. Os metais estavam em avançado processo de corrosão: uma
d rt bo ilha d chimbo F te Ac Sci
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lâmina com medidas (21,0cm x 3,6cm x 0,6cm), provavelmente possuía o cabo de outro
material; um fragmento de base, que poderia ser de uma panela ou outro utensílio doméstico e
um fragmento não identificado.
Figura 25: Materiais metálicos. Fonte: Acervo Scientia Consultoria Científica, 2010.
Já os botões que foram coletados no sítio são duas peças e ambas aparentam ser mais
contemporâneos. O material utilizado na matéria prima de um é plástico de coloração marrom
e no outro não foi possível identificar a matéria prima, mas apresenta coloração bege.
Figura 26: Botões coletados no sítio Rocio Grande II. Fonte: Acervo Scientia Consultoria Científica, 2010.
Considerações finais
Através da análise dos restos materiais, foi identificado que o sítio provavelmente era
uma lixeira de meados do século XIX até inicio do século XX. Os vestígios materiais
coletados nos remetem a um grupo sem muitas posses já que a quantidade de louça ordinária
utilizada na mesa era relativamente barata. Tratando-se de uma utilização mais funcional do
que para ostentação de algum status socioeconômico. Isso foi constatado no material
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arqueológico coletado no sítio, devido a pouca quantidade de peças e por não possuir nenhum
conjunto completo de louça. Esta lixeira provavelmente seria de uma residência familiar ou
um local utilizado por algumas habitações para descarte.
A ausência de material construtivo, como fragmentos de tijolos e telhas vêm reforçar a
hipótese de não se tratar de unidades de moradia. Estas, possivelmente, estariam situadas a
certa distância das lixeiras; porém não puderam ser encontradas, apesar dos transects de
sondagem efetuados a partir de seu centro, até 100 m do entorno. Possivelmente, estas
unidades seriam formadas por casas de pau-a-pique (conforme figura 3) que teriam
desaparecido posteriormente, devido às atividades agrícolas que foram realizadas na área
durante dezenas de anos, desde o início do século XX até a década de 1970 do século
passado.
Também a aparente mistura de material característico de famílias de baixa renda
(cerâmica neobrasileira, cachimbos, coleta/consumo intensivo de moluscos) com material
associado à elite (faiança fina) em um mesmo contexto deposicional pode permitir
interessantes considerações sobre o modo de vida das populações pescadoras e agricultoras
que viveram no interior do município de São Francisco do Sul, populações estas praticamente
ausentes na documentação histórica disponível para o período.
Esses materiais também foram encontrados em outras áreas de Santa Catarina como,
Porto Belo, Florianópolis e outros além da região próxima a São Francisco do Sul. Todos os
materiais cerâmicos coletados possuem as mesmas características, formas e até as decorações
são iguais ou parecidas. Além disso, através dos restos de alimentos foi possível perceber que
se tratava de uma área de descarte.
Com isso podemos considerar que um estudo aprofundado sobre as lixeiras domésticas
se faz tão necessário, para a compreensão do modo de vida e do cotidiano da população nas
cidades. Essa idéia já é discutida e outros lugares como no Rio Grande do Sul, aonde as
pesquisas com lixeiras coletivas acontecem frequentemente.
Referências bibliográficas
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de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro, 1997. Monografia apresentada à Faculdade de
Arqueologia da Universidade Estácio de Sá.
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ALBUQUERQUE, M.; LIMA, A. Preservação de objetos metálicos resgatados em sítios
arqueológicos históricos. Revista de Arqueologia, São Paulo, v. 2, n.8, p. 287-301, 1994/95.
ALBUQUERQUE, P. T. de S. A Faiança portuguesa – demarcador cronológico na
arqueologia brasileira. Recife, 1991-2001.
ALEXANDRE, A. São Francisco do Sul. Ex-Ilha. Terra de sonhos e tradição. Curitiba:
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