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Dental Press International ISSN 2176-9451 Volume 16, Number 4, July / August 2011 Versão em português

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Revista Dental Press Journal Of Ortodontics - PT

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Dental Press Journal of O

rthodonticsVolum

e 16, Num

ber 4, July / August 2011

Versão em

português Dental Press International

ISSN 2176-9451

Volume 16, Number 4, July / August 2011

Versão em português

O lançamento mais esperado do mercado

Considerando as preferências e sugestões dos clientes em relação ao que seria mais importante em um aparelho de baixo atrito, a 3M desenvolveu um novo produto, fácil de utilizar, acessível a todos os ortodontistas e que oferece todos os benefícios de um bracket autoligado passivo.

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ISSN 2176-9451Dental Press J Orthod. 2011 July-August;16(4):1-160

v. 16, no. 4 July/August 2011

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EDITOR CHEFE

Jorge Faber UnB - DF - Brasil

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EDITOR ADJUNTO

(Odontologia baseada em evidências)

David Normando UFPA - PA - Brasil

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Ana Maria Bolognese UFRJ - RJ - Brasil

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Armando Yukio Saga ABO - PR - Brasil

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Ary dos Santos-Pinto FOAR/UNESP - SP - Brasil

Björn U. Zachrisson Univ. de Oslo - Noruega

Bruno D'Aurea Furquim Clín. Partic. - PR - Brasil

Camila Alessandra Pazzini UFMG - MG - Brasil

Camilo Aquino Melgaço UFMG - MG - Brasil

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Carla Karina S. Carvalho ABO - DF - Brasil

Carlos A. Estevanel Tavares ABO - RS - Brasil

Carlos Martins Coelho UFMA - MA - Brasil

Cauby Maia Chaves Junior UFC - CE - Brasil

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Christian Viezzer UFRGS - RS - Brasil

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Eduardo C. Almada Santos FOA/UNESP - SP - Brasil

Eduardo Franzotti Sant'Anna UFRJ - RJ - Brasil

Eduardo Lenza Clín. Partic. - GO - Brasil

Eduardo Silveira Ferreira UFRGS - RS - Brasil

Enio Tonani Mazzieiro PUC-MG - MG - Brasil

Eustáquio Araújo Univ. de Saint Louis - EUA

Fabrício Pinelli Valarelli UNINGÁ - PR - Brasil

Fernando César Torres UMESP - SP - Brasil

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Gisele Moraes Abrahão UERJ - RJ - Brasil

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Guilherme Janson FOB-USP - SP - Brasil

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Gustavo Hauber Gameiro UFRGS - RS - Brasil

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Hiroshi Maruo PUC-PR - PR - Brasil

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José Fernando Castanha Henriques FOB-USP - SP - Brasil

José Nelson Mucha UFF - RJ - Brasil

José Renato Prietsch UFRGS - RS - Brasil

José Vinicius B. Maciel PUC-PR - PR - Brasil

Julia Cristina de Andrade Vitral Clín. Partic. - SP - Brasil

Júlia Harfin Univ. de Maimonides - Buenos Aires - Argentina

Júlio de Araújo Gurgel FOB-USP - SP - Brasil

Julio Pedra e Cal Neto UFF - RJ - Brasil

Jüri Kurol Universidade de Gotemburgo - Suécia

Karina Maria S. de Freitas UNINGÁ - PR - Brasil

Larry White AAO - Dallas - EUA

Leandro Silva Marques UNINCOR - MG - Brasil

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Liliana Ávila Maltagliati USC - SP - Brasil

Lívia Barbosa Loriato PUC-MG - MG - Brasil

Luciana Abrão Malta Clín. Partic. - SP - Brasil

Luciana Baptista Pereira Abi-Ramia UERJ - RJ - Brasil

Luciana Rougemont Squeff UFRJ - RJ - Brasil

Luciane M. de Menezes PUC-RS - RS - Brasil

Luís Antônio de Arruda Aidar UNISANTA - SP - Brasil

Luiz Filiphe Canuto FOB-USP - SP - Brasil

Luiz G. Gandini Jr. FOAR-UNESP - SP - Brasil

Luiz Sérgio Carreiro UEL - PR - Brasil

Marcelo Bichat P. de Arruda UFMS - MS - Brasil

Marcelo Reis Fraga UFJF - MG - Brasil

Márcio Rodrigues de Almeida UNIMEP - SP - Brasil

Marco Antônio de O. Almeida UERJ - RJ - Brasil

Marcos Alan V. Bittencourt UFBA - BA - Brasil

Marcos Augusto Lenza UFG-GO - Brasil

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Maria Perpétua Mota Freitas ULBRA - RS - Brasil

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Maristela S. Inoue Arai Univ. Médica e Odontológica de Tokyo - Japão

Mônica T. de Souza Araújo UFRJ - RJ - Brasil

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Oswaldo V. Vilella UFF - RJ - Brasil

Patrícia Medeiros Berto Clín. Partic. - DF - Brasil

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O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é uma publicação bimestral da Dental Press International. Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / PR - Fone/Fax: (0xx44) 3031-9818 - www.dentalpress.com.br - [email protected].

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419).

DIRETORA: Teresa R. D'Aurea Furquim - DIRETOR EDITORIAL: Bruno D’Aurea Furquim - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - ANALISTA DA INFORMAÇÃO: Carlos Alexandre Venancio - PRODU-TOR EDITORIAL: Júnior Bianco - DIAGRAMAÇÃO: Fernando Truculo Evangelista - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tatiane Comochena - REVISÃO/COPYDESK: Ronis Furquim Siqueira - TRATAMENTO DE IMAGENS: Andrés Sebastián - BIBLIOTECA/NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - BANCO DE DADOS: Adria-na Azevedo Vasconcelos - SUBMISSÃO DE ARTIGOS: Roberta Baltazar de Oliveira - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - FINANCEI-RO: Roseli Martins - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - EXPEDIÇÃO: Diego Moraes - SECRETARIA: Rosane Aparecida Albino. JORNALISMO: Beatriz Lemes.

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Bioquímica e Cariologia

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Cirurgia Ortognática

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Laudimar Alves de Oliveira UNIP - DF - Brasil

Liogi Iwaki Filho UEM - PR - Brasil

Rogério Zambonato Clín. Partic. - DF - Brasil

Waldemar Daudt Polido Clín. Partic. - RS - Brasil

Dentística

Maria Fidela L. Navarro FOB-USP - SP - Brasil

Disfunção da ATM

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Paulo César Conti FOB-USP - SP - Brasil

Fonoaudiologia

Esther M. G. Bianchini CEFAC-FCMSC - SP - Brasil

Implantologia

Carlos E. Francischone FOB-USP - SP - Brasil

Ortopedia Dentofacial

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Kurt Faltin Jr. UNIP - SP - Brasil

Periodontia

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Prótese

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Radiologia

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COLABORADORES CIENTÍFICOS

Adriana C. P. Sant’Ana FOB-USP - SP - Brasil

Ana Carla J. Pereira UNICOR - MG - Brasil

Luiz Roberto Capella CRO - SP - Brasil

Mário Taba Jr. FORP - USP - Brasil

Dental Press Journal of Orthodontics v. 1, n. 1 (set./out. 1996) - . -- Maringá : Dental Press International, 1996 - Bimestral ISSN 2176-9451

1. Ortodontia - Periódico. I. Dental Press International. CDD 617.643005

Indexação:

desde 1998 desde 2005

BBOdesde 1998

desde 2002 desde 2008 desde 2009

desde 1999

desde 2008

desde 1998

desde 2008

desde 2011

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7 Editorial

15 O que há de novo na Odontologia / What’s new in Dentistry

19 Insight Ortodôntico / Orthodontic Insight

25 Entrevista com Tiziano Baccetti / Interview

S u m á r i o

Artigos Online / Online Articles

32 Sistema Decodify®: cefalometria como mensuração de risco e ferramenta administrativa para clínica ortodôntica

Decodify® System: Cephalometrics as risk manager applicative and administrative tool for the orthodontic clinic

Marinho Del Santo Jr, Luciano Del Santo

35 Influência da secção transversa de fios ortodônticos na fricção superficial de braquetes autoligados

Influence of the cross-section of orthodontic wires on the surface friction of self-ligating brackets

Roberta Buzzoni, Carlos N. Elias, Daniel J. Fernandes, José Augusto M. Miguel

38 Habilidade de ortodontistas e leigos na percepção de assimetrias da mandíbula

Orthodontists’ and laypersons’ perception of mandibular asymmetries

Narjara Condurú Fernandes da Silva, Éllida Renata Barroso de Aquino, Karina Corrêa Flexa Ribeiro Mello, José Nazareno Rufino Mattos, David Normando

41 Fricção em braquetes gerada por fios de aço inoxidável, superelásticos com IonGuard e sem IonGuard

Friction force on brackets generated by stainless steel wire and superelastic wires with and without Ionguard

Luiz Carlos Campos Braga, Mario Vedovello Filho, Mayury Kuramae, Heloísa Cristina Valdrighi, Sílvia Amélia Scudeler Vedovello, Américo Bortolazzo Correr

44 Comparação de parâmetros periodontais após utilização de contenção ortodôntica com fio trançado e contenção modificada

Comparison of periodontal parameters after the use of orthodontic multi-stranded wire retainers and modified retainers

Marlice Azoia Lukiantchuki, Roberto Massayuki Hayacibara, Adilson Luiz Ramos

Artigos Inéditos / Original Articles

47 Avaliação histológica da influência do fenobarbital (Gardenal®) na movimentação ortodôntica: estudo em coelhos

Histological evaluation of the phenobarbital (Gardenal™) influence on orthodontic movement: a study in rabbits

Matheus Melo Pithon, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas

55 Um novo fio de aço inoxidável para aplicações ortodônticas

A new stainless steel wire for orthodontic purposes

André Itman Filho, Rosana Vilarim da Silva, Roney Valdo Bertolo

60 Concordância dos ortodontistas no diagnóstico do Padrão Facial

Agreement among orthodontists regarding facial pattern diagnosis

Sílvia Augusta Braga Reis, Jorge Abrão, Cristiane Aparecida Assis Claro, Renata Ferraz Fornazari, Leopoldino Capelozza Filho

73 Resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos utilizando sistema adesivo autocondicionante

Shear bond strength evaluation of metallic brackets using self-etching system

Camilo Aquino Melgaço, Graciele Guerra de Andrade, Mônica Tirre de Souza Araújo, Lincoln Issamu Nojima

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79 Aparelho expansor GCS: aparelho expansor fixo removível

GCS expansion appliance: Fixed-removable expander

Carlos Sechi Goulart, Guilherme Thiesen, Nivaldo José Nicodemos Nuernberg

87 Relação entre dentes mal posicionados e a condição dos tecidos periodontais

Association between malpositioned teeth and periodontal disease

Estela Santos Gusmão, Roberlene Deschamps Coutinho de Queiroz, Renata de Souza Coelho, Renata Cimões, Rosenês Lima dos Santos

95 Efeitos do laser de baixa intensidade na sensibilidade dolorosa durante a movimentação ortodôntica

Effects of low intensity laser on pain sensitivity during orthodontic movement

Fernanda Angelieri, Marinês Vieira da Silva Sousa, Lylian Kazumi Kanashiro, Danilo Furquim Siqueira, Liliana Ávila Maltagliati

103 Estudo do impacto da enxaqueca na severidade da dor miofascial da musculatura mastigatória

Muscle pain intensity of patients with myofascial pain with different additional diagnoses

Rafael dos Santos Silva, Paulo Cesar Rodrigues Conti, Somsak Mitrirattanakul, Robert Merrill

111 Estudo biométrico em dentes de humanos

Biometric study of human teeth

Carlos Alberto Gregório Cabrera, Arnaldo Pinzan, Marise de Castro Cabrera, José Fernando Castanha Henriques, Guilherme Janson, Marcos Roberto de Freitas

123 Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade

Prevalence of malocclusion in children aged 7 to 12 years

Marcio Rodrigues de Almeida, Alex Luiz Pozzobon Pereira, Renato Rodrigues de Almeida, Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin, Omar Gabriel da Silva Filho

132 Distalização de segundo molar inferior impactado através da utilização de ancoragem esquelética com miniplaca: relato de caso

Distalization of impacted mandibular second molar using miniplates for skeletal anchorage: Case report

Belini Freire-Maia, Tarcísio Junqueira Pereira, Marina Parreira Ribeiro

137 Caso Clínico BBO / BBO Case Report

Má oclusão Classe I de Angle com agenesia de incisivos laterais

Angle Class I malocclusion and agenesis of lateral incisors

Fernanda Catharino Menezes Franco

148 Tópico Especial / Special Article

Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial: certificando excelência

Brazilian Board of Orthodontics and Facial Orthopedics: Certifying excellence

Roberto M. A. Lima Filho, Carlos Jorge Vogel, Estélio Zen, Ana Maria Bolognese, José Nelson Mucha, Telma Martins de Araújo

158 Normas para publicação / Information for authors

Sumário

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© 2011 Patterson Dental Supply, Inc. All rights reserved.

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Case presentation software

© 2011 Patterson Dental Supply, Inc. All rights reserved.

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através dos diversos monitores e resoluções, com alta definição e estética.

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Dental Press J Orthod 7 2011 July-Aug;16(4):7

A Geração Z e a evolução das revistas científicas

E d i t o r i a l

Durante sua vida, Charles Darwin enviou pelo menos 7 591 cartas e recebeu 6 530. Albert Einstein, por sua vez, enviou mais de 14 500 e recebeu mais de 16 2001. Isso significa que escreveram, respectivamente, 0,59 e 1,02 cartas por dia durante os últimos 30 anos de vida. Essa impressionante disciplina nos faz imaginar que o número de mensagens trocadas por eles teria sido especialmente astronômico se tivessem vivido na era dos emails e redes sociais. Pois, em 2010, estima-se que, incluindo somente emails — e excluindo os spams —, foram aproximadamente 4,5 mensagens ao dia por habitante do planeta2.

O aumento na interação entre nós tem forçado uma redução no tamanho das mensagens enviadas. Tanto é assim que a regra número 1 de etiqueta em emails é escrever pouco, ser conciso3. O crescente encolhimento das mensagens foi um dos fatores que preparou o ambiente para o sucesso das redes sociais: elas não existiriam na prolixidade. Nesses ambientes virtuais, as informa-ções são transferidas de forma rápida e, muitas vezes, utilizando recursos além da palavra escrita. Ideias — tanto boas quanto ruins — são propagadas em palavras, imagens, vídeos e sons, que são utilizados de forma isolada ou não.

A internet e as redes sociais criaram vários fenômenos si-multâneos. Entre eles está a existência de uma geração, chamada Geração Z, que consome informação de forma compartimentada, como se cada compartimento fosse uma peça de quebra-cabeça. Ninguém mais quer montar todo o quebra-cabeça. As pessoas querem separar apenas as peças que as interessam para lhes dar o conhecimento desejado. Assim, a coesão entre as peças não é dada por elementos textuais, mas pela curiosidade individual, pelo interesse específico de cada pessoa.

É por isso que longos textos informativos têm se tornado desinteressantes. Eles simplesmente requerem tempo demais para se extrair o conteúdo importante. É uma questão de rela-ção custo/benefício: por que gastar muito tempo para aprender aquilo que poderia ser aprendido em minutos?

Essas pressões de seleção levaram à evolução de várias tecnolo-gias, tanto de hardware quanto de software. Apenas para citar um exemplo, os celulares mais atuais — que foram expandidos nos tablets — foram desenvolvidos para atender à necessidade desse fluxo de informações. Eles não são meros telefones, permitem acesso às redes sociais, guias de restaurantes, GPS, emails, jogos, etc. São mini-centrais de entretenimento e comunicação.

A Geração Z nunca concebeu o planeta sem computadores, chats, telefones celulares. Sua maneira de pensar foi influenciada, desde o berço, pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia criou, e seu conceito de mundo é desapegado das fronteiras geo-gráficas. Eles já atingiram a idade de tomar decisões de consumo.

Consomem videogames, mas, também, carros, imóveis, eBooks e, naturalmente, literatura científica.

Todas essas pressões estão agindo para a seleção das revistas científicas, e pressionarão muito mais ainda. Aquelas que não abrirem os olhos para essa obviedade serão extintas.

Nós, do Dental Press Journal of Orthodontics, estamos na vanguarda do processo ensino-aprendizado. Tornamos-nos a primeira revista científica da Ortodontia mundial disponível para iPad. Temos um dos melhores projetos gráficos da atualidade e grande versatilidade no formato dos artigos publicados. Entretanto, avançaremos muito mais.

Os trabalhos passarão a ser aceitos apenas com um limite de 3 500 palavras, incluindo título, abstract e referências. Os autores serão estimulados a lançar mão de mais recursos multimídia e utilizaremos a propulsão do Portal Dental Press para disponibilizar esses recursos. Informações não essenciais para a compreensão do artigo serão apendiculadas na web, tornando o conteúdo dos artigos mais direto e fácil de ser compreendido. Fortaleceremos o valor clínico da informação incluindo nos artigos um quadro intitulado Relevância Clínica. Nele, os autores salientarão o ponto mais importante de seu trabalho e que pode se reverter em uma prática clínica ainda melhor, como se fosse uma “dica clínica baseada em evidências”. Por fim, os autores serão estimulados a formular questões para serem incluídas na versão online dos trabalhos. Os objetivos são dar a chance para os leitores testarem seu conhecimento, e estimular professores de graduação e pós--graduação a incluírem essas questões para seus alunos.

Einstein uma vez disse que “é importante nunca parar de se questionar”. Somente assim podemos realmente evoluir e con-cretizar algo que faça a diferença.

Boa leitura.

Jorge [email protected]

1. Oliveira JG, Barabási A. Human dynamics: Darwin and Einstein correspondence patterns. Nature. 2005;437(7063):1251.

2. Sverdlik Y. How many emails were sent in 2010? 2011. [Cited 2011 July 14]. Available From: http://www.datacenterdynamics.com/focus/archive/2011/02/how-many-emails-were-sent-in-2010

3. Email etiquette. [Cited 2011 July 14]. Available from: http://www.emailreplies.com/

RefeRências

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10 | 11 | 12 | NOV | 2011 | CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA | PORTUGAL

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Dental Press J Orthod 15 2011 July-Aug;16(4):15-8

Documentação ortodôntica: novos aspectos de uma antiga preocupação

Nos últimos anos, tem aumentado a preo-cupação com a quantidade de raios X à qual os pacientes são expostos durante os exames ra-diográficos solicitados pelos dentistas respon-sáveis por seus tratamentos. Essa preocupação tem sido observada nas entidades de referência em Ortodontia em todo o mundo. Prova disso é o editorial, publicado em 20081, no qual o então editor do American Journal of Ortho-dontics and Dentofacial Orthopedics (AJO--DO), David Turpin, analisou as orientações da British Orthodontic Society2 (BOS) para a realização de radiografias em Ortodontia. Em suas considerações gerais, a BOS basicamente lembra que não é conhecido nenhum nível se-guro de exposição à radiação e recomenda uma análise criteriosa, para cada exame radiográfi-co, da relação risco/benefício para a saúde do paciente, devendo tais exames ser indicados quando houver uma justificativa clínica apro-priada. Desse modo, segundo a BOS, não ha-veria indicação e/ou necessidade de realização de radiografias em Ortodontia nos seguintes casos: radiografias feitas rotineiramente antes dos exames clínicos; conjunto de radiografias de rotina para todos os pacientes ortodônticos; exame periapical completo pré-tratamento;

radiografia cefalométrica de perfil para predi-ção do crescimento facial; radiografia de mão e punho para previsão do surto de crescimento; radiografias de rotina das articulações tempo-romandibulares para avaliação de disfunções; radiografias com finalidade médico-legal; ra-diografias finais com único objetivo de avalia-ção profissional ou para apresentação clínica; e tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) como exame de rotina.

A atenção dispensada à exposição à radia-ção foi intensificada com a popularização dos exames de TCFC na Odontologia, tornando esse exame o novo foco de atenção. Em novo editorial de 20103, Turpin descreveu um proje-to da European Atomic Energy Community, o SEDENTEXCT, que estabeleceu normas provi-sórias para a indicação desses exames em Odon-tologia — enquanto obtém informações chave para a elaboração científica de orientações do uso clínico da TCFC. Já nos Estados Unidos, a American Association of Orthodontists e a American Association of Maxillofacial Radiol-ogy uniram-se com o objetivo de elaborar um documento de referência4 que orientará sobre qual técnica de diagnóstico por imagem é mais útil em condições ortodônticas específicas, uma

o q u E h á d E n o v o n a o d o n t o l o g i a

Robert Willer Farinazzo Vitral*, Marcio José da Silva Campos**, Cleverson Raymundo Sbarzi Guedes***

* Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Associado da Universidade Federal de Juiz de Fora. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Saúde da UFJF. Coordenador do curso de especialização em Ortodontia da UFJF.

** Especialista em Saúde Coletiva e em Ortodontia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Mestre e Doutorando em Saúde na Universidade Federal de Juiz de Fora. Professor Convidado do curso de especialização em Ortodontia da UFJF.

*** Mestre em Direito, Estado e Cidadania pela Universidade Gama Filho/Rio de Janeiro. Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino, Buenos Aires/Argentina. Professor Adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Como citar este artigo: Vitral RWF, Campos MJS, Guedes CRS. O que há de novo na Odontologia — Documentação ortodôntica: novos aspectos de uma antiga preocupação. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):15-8.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 18 2011 July-Aug;16(4):15-8

O que há de novo na Odontologia

1. Turpin DL. British Orthodontic Society revises guidelines for clinical radiography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008 Nov:134(5):597-8.

2. Provisional guidelines on CBCT for dental and maxillofacial radiology. [Cited 2011 Apr 1st]. Available from: http://www.sedentexct.eu/system/files/sedentexct_project_provisional_guidelines.pdf.

3. Turpin DL. Clinical guidelines and the use of cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 July;138(1):1-2.

4. AAO and AAOMR to produce joint position paper on imaging. [Cited 2011 Abr 1]. Available from: http://www.aaomembers.org/MyPractice/Technology/AAO-Imaging-Initiative.cfm.

5. Barroso MG, Vedovello Filho M, Vedovello SAS, Valdrihi HC, Kuramae M, Vaz V. Responsabilidade civil do ortodontista após a terapia ortodôntica. RGO: Rev Gaúcha Odontol. 2008;56(1):67-73.

6. Oliveira MLL. Responsabilidade civil odontológica. Belo Horizonte: Del Rey; 2000.

7. Souza NTC. Odontologia e responsabilidade civil. Bol Jurid [Internet]. 2006. [Acesso 2011 Mar 29];4(181). Disponível em: http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1334.

8. Brasil. Lei nº. 8078, de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. Diário Oficial da União. 1990 set 12. [Acesso 2011 Mar 31]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm.

9. Uso indiscriminado dos Raios-X pode levar à instauração de processos éticos. Jornal do CROMG. 2011 fev-mar:XXVIII(201):3-4.

RefeRências

endereço para correspondênciaRobert Willer Farinazzo VitralAv. Rio Branco 2595/1604 CEP: 36.010-907 – Juiz de Fora / MGE-mail: [email protected]

10. Mazzilli HN. A defesa dos interesses difusos e coletivos em Juízo. 22ª ed. São Paulo: Saraiva; 2009.

11. Conselho Federal de Odontologia (Brasil). Resolução nº. 102, de 12 de maio de 2010. Proíbe o uso indiscriminado de Raio X. Diário Oficial da União. 2010 jun 2.

12. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Portaria no. 453, de 01 de junho de 1998. Diário Oficial da União. 1998 jun 2.

13. Brasil. Inquérito Civil nº. 0024.06.000816-6 – SRU/MPMG. Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de Belo Horizonte/MG. Recomendação nº. 05, de 17 de novembro de 2010.

14. Plano Nacional de Atuação Ministerial em Saúde Pública (Manual de Atuação). [Acesso 2011 Mar 31]. Disponível em: http://www.mp.mg.gov.br/portal/public/interno/repositorio/id/23377.

15. Oliveira E. Deontologia, erro médico e direito penal. Rio de Janeiro: Forense; 1998.

16. Minas Gerais. Lei Orgânica do Ministério Público de Minas Gerais. (Lei Complementar 34/94). Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do Ministério Público de Minas Gerais. Organizador: Clóvis Tatagiba. Belo Horizonte; 2008.

17. Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília (DF): Senado Federal; 1988. [Acesso 2011 Mar 31]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm.

Enviado em: 18/04/2011Revisado e aceito: 07/06/2011

Page 18: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 19 2011 July-Aug;16(4):19-24

i n S i g h t o r t o d ô n t i c o

O conceito de Reabsorções Dentáriasou

As Reabsorções Dentárias não são multifatoriais, nem complexas, controvertidas ou polêmicas!

Alberto Consolaro*

Um conceito significa a representação mental de um objeto ou fenômeno descrito pelo pensa-mento, utilizando-se de suas características gerais. Um conceito também pode representar a formu-lação de uma ideia por meio de palavras. Conceito pode ser, ainda, sinônimo de concepção, definição e caracterização. Enfim: conceituar significa iden-tificar, descrever e classificar os diferentes elemen-tos e aspectos da realidade.

Em trabalhos sobre reabsorções dentárias, qua-se sempre o primeiro parágrafo ou frase é reserva-do para conceituá-las. Em muitos casos, o conceito limita-se a um determinado tipo de reabsorção ou restringe-se ao contexto de um caso clínico, não le-vando em consideração todos os aspectos envolvidos

nas reabsorções dentárias. Os conceitos devem ser gerais, pois, quando restritivos, limitam a compreen-são do fenômeno como um todo. Em função disso, propusemo-nos a discorrer sobre o conceito das re-absorções dentárias, para colaborar singelamente na elaboração de futuros trabalhos sobre o tema.

ReabsoRção dentáRia não é comPle-xa, nem Polêmica ou contRoveRtida

As reabsorções radiculares têm dois mecanis-mos básicos de ocorrência, muito bem compreen-didos: inflamatório ou por substituição.

Mecanismo da Reabsorção Inflamatória: os cementoblastos “revestem” ou “escondem” a su-perfície radicular, e entre eles se inserem as fibras

* Professor Titular da Faculdade de Odontologia de Bauru e da Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.

Os mecanismos das reabsorções dentárias são conhecidos e suas causas bem definidas. Cli-nicamente são assintomáticas e não induzem alterações pulpares, periapicais e periodontais, sendo geralmente consequências delas. As reabsorções dentárias são alterações locais e ad-quiridas e não representam manifestações dentárias de doenças sistêmicas. As reabsorções dentárias ocorrem quando as estruturas de proteção dos dentes em relação à remodelação óssea são eliminados, especialmente os cementoblastos e restos epiteliais de Malassez.

Resumo

Palavras-chave: Reabsorção radicular. Reabsorção dentária. Reabsorções. Ortodontia.

Como citar este artigo: Consolaro A. O conceito de Reabsorções Dentárias ou As Reabsorções Dentárias não são multifatoriais, nem complexas, contro-vertidas ou polêmicas! Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):19-24.

» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e compa-nhias descritos nesse artigo.

Page 19: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 24 2011 July-Aug;16(4):19-24

O conceito de Reabsorções Dentárias / Reabsorções Dentárias não são multifatoriais, nem complexas, controvertidas ou polêmicas!

1. Consolaro A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 2ª ed. Maringá: Dental Press; 2005.

2. Dental Press International. Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial. Coletânea eletrônica: 1996-2010. Maringá: Dental Press; 2010.

3. Dental Press International. Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. Coletânea eletrônica: 2002-2010. Maringá: Dental Press; 2010.

RefeRências

endereço para correspondênciaAlberto ConsolaroE-mail: [email protected]

dos dentes em relação à remodelação óssea são eli-minadas, especialmente os cementoblastos e res-tos epiteliais de Malassez. As reabsorções repre-sentam manifestação patológica nos dentes per-manentes; e fisiológica, em dentes decíduos. Em algumas situações clínicas, como no tratamento ortodôntico, as reabsorções dentárias são frequen-tes e aceitáveis, desde que previstas e atenuadas, como parte do custo biológico para se ter dentes

estética e funcionalmente adequados. Os mecanismos das reabsorções dentárias são

conhecidos e suas causas bem definidas. Clinica-mente, são assintomáticas e, por si sós, não indu-zem alterações pulpares, periapicais e periodon-tais, sendo geralmente consequências dessas. As reabsorções dentárias são alterações locais e ad-quiridas, e não representam manifestações dentá-rias de doenças sistêmicas.

The concept of root resorptions. Root resorptions are not multifactorial, complex, controversial or polemical!

abstract

The mechanisms of root resorptions are known, and their causes are well defined. They are clinically asymptom-atic and do not induce pulp, periapical or periodontal changes; rather, they are usually consequences of these phenomena. Root resorptions are local and acquired defects, and not dental signs of systemic diseases. Root resorptions occur when structures that protect teeth from bone remodeling, particularly cementoblasts and epi-thelial rests of Malassez, are eliminated.

Keywords: Root resorption. Tooth resorption. Resorption. Orthodontics.

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Dental Press J Orthod 25 2011 July-Aug;16(4):25-31

E n t r E v i S t a

uma entrevista com tiziano baccetti

Filho único de uma pequena família de Florença, Tiziano Baccetti cresceu cercado pelas obras de arte mais importan-tes do Renascimento italiano. Sempre gostou de escrever e, na juventude, atuava como repórter de um jornal acadêmico. No entanto, acabou ingressando na Universidade de Florença para cursar Odontologia. Nada lhe causava muito interesse, até começar a estudar o crescimento facial. Naquele momento, decidiu ir a fundo nesse assunto, partindo então para cursar seu PhD na mesma universidade. A paixão do Prof. Baccetti pela Ortopedia Dentofacial pode ser sentida até hoje por quem assiste a um de seus cursos, em dezenas de países ao redor do mundo. Em 1995, iniciou uma parceria com a Universidade de Michigan (EUA), onde tem a posição de professor visitante, sem abandonar, contudo, o cargo de professor da Universidade de Florença. O talento desse que é reconhecido como um dos melhores palestrantes do momento, aliado ao dom da escrita, fizeram com que, em uma curta carreira, já tenha produzido mais de 200 artigos em periódicos de impacto, 20 capítulos de livro, além de pôsteres e abstracts em anais de congressos. Nesse ano recebeu mais um prêmio, durante o congresso da Associação Americana de Ortodontia. Foi o apresentador da “Salzmann Lecture”, espaço reservado aos maiores expoentes da especialidade. Não só é o mais jovem a receber essa homenagem como, também, o primeiro italiano. Apaixonado pelo Brasil, já esteve aqui por quatro vezes e, nem bem regressou de sua última vinda, já planeja seu retorno ao Rio de Janeiro, em 2012. Seus assuntos favoritos — além de seu filho Vittorio, de 6 anos — são as anomalias dentárias e o tratamento ortopédico das Classes II e III, com especial interesse pelo momento ideal de tratamento, o que levou a desenvolver o método CVM (Cervical Vertebral Maturation), para determinação precisa do desenvolvimento es-quelético. Com a ajuda de quatro renomados professores, que contribuíram com suas perguntas, teremos a oportunidade de conhecer um pouco mais desse grande professor, que possui carisma e simpatia poucas vezes vistos na Ortodontia.

José Augusto M. Miguel

• Professor Assistente e Pesquisador do Departamento de Ortodontia da Univer-sidade de Florença, Itália.

• Titular–OrtopediaDentofacial–FaculdadedeOdontologia/UniversidadedeFlorença, Itália.

• “ProfessorVisitanteT.M.Graber”,DepartamentodeOrtodontiaeOdontopedia-tria, Universidade de Michigan, Ann Arbor, MI, EUA.

• Revisorad hoc dos periódicos: The Angle Orthodontist, The American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics, European Journal of Orthodontics, Journal of Clinical Periodontology, Journal of Biomechanics, European Journal of Oral Sciences, Orthodontics and Dentofacial Research. Editor assistente do periódico Progress in Orthodontics.

Como citar esta seção: Baccetti T. Entrevista. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):25-31.

Page 21: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 31 2011 July-Aug;16(4):25-31

Baccetti T

1. Baccetti T, Franchi L, McNamara JA Jr. The Cervical Vertebral Maturation (CVM) method for the assessment of optimal treatment timing in dentofacial orthopedics. Semin Orthod. 2005;11(3):119-29.

2. Baccetti T, Franchi L, McNamara JA Jr. Cephalometric variables predicting the longterm success of failure of combined rapid maxillary expansion and facial mask therapy. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;126(1):16-22.

3. Wilmes B, Nienkemper M, Ludwig B, Kau CH, Drescher D. Early Class III treatment with a hybrid hyrax-mentoplate combination. J Clin Orthod. 2011;45(1):15-21.

4. Kircelli BH, Pektas ZO. Midfacial protraction with skeletally anchored face mask therapy: a novel approach and preliminary results. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;133(3):440-9.

5. De Clerck HJ, Cornelis MA, Cevidanes LH, Heymann GC, Tulloch CJ. Orthopedic traction of the maxilla with miniplates: a new perspective for treatment of midface deficiency. J Oral Maxillofac Surg. 2009 Oct;67(10):2123-9.

6. Liou EJ. Effective maxillary orthopedic protraction for growing Class III patients: a clinical application simulates distraction osteogenesis. Prog Orthod. 2005;6(2):154-71.

RefeRências

gerson luiz ulema Ribeiro- Doutor e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. - Professor dos Cursos de Graduação e Pós-graduação

da UFSC. - Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e

Ortopedia Facial.

José augusto m. miguel - Especialista em Ortodontia pela UERJ.- Doutor e Mestre em Odontologia pela UERJ.- Professor Adjunto de Ortodontia pela UERJ.- Coordenador do Curso de Mestrado em Ortodontia

da UERJ.

david normando

- Doutor em Odontologia pela UERJ.- Mestre em Clínica Integrada pela FOUSP. - Especialista em Ortodontia pela PROFIS-USP/Bauru. - Professor da disciplina de Ortodontia da UFPA. - Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia

da EAP/ABO-PA.

Weber ursi

- Doutor e Mestre em Ortodontia pela USP/Bauru. - Livre-Docente na UNESP – São José dos Campos.- Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia

da APCD São José dos Campos/SP.

marcos alan vieira bittencourt

- Doutor e Mestre em Ortodontia pela UFRJ.- Professor Adjunto de Ortodontia da UFBA.- Coordenador do Curso de Especialização em

Ortodontia da UFBA.- Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e

Ortopedia Facial.

7. Sigler LM, Baccetti T, McNamara JA Jr. Effect of rapid maxillary expansion and transpalatal arch treatment associated with deciduous canine extraction on the eruption of palatally displaced canines: a 2-center prospective study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2011 Mar;139(3):e235-44.

8. Crescini A, Baccetti T, Rotundo R, Mancini EA, Prato GP. Tunnel technique for the treatment of impacted mandibular canines. Int J Periodontics Restorative Dent. 2009 Apr;29(2):213-8.

9. Cozza P, Baccetti T, Franchi L, De Toffol L, McNamara JA Jr. Mandibular changes produced by functional appliances in Class II malocclusion: a systematic review. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 May;129(5):599.e1-12; discussion e1-6.

10. Paquette DE, Beattie JR, Johnston LE Jr. A long-term comparison of nonextraction and premolar extraction edgewise therapy in “borderline” Class II patients. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1992 Jul;102(1):1-14.

endereço para correspondênciaTiziano BaccettiE-mail: [email protected]

Enviado em: 24/05/2011Revisado e aceito: 29/06/2011

Page 22: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 32 2011 July-Aug;16(4):32-4

Marinho Del Santo Jr**, Luciano Del Santo***

a r t i g o o n l i n E *

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Sistema Decodify®: cefalometria como mensuração de risco e ferramenta administrativa para clínica ortodôntica

introdução: a cefalometria pode ter uso clínico limitado em Ortodontia por demandar interpre-tação subjetiva. Um sistema de Inteligência Artificial (IA), o sistema Decodify®, foi desenvolvido para prover uma avaliação quantitativa individualizada de dados cefalométricos contextualiza-dos. Objetivo: nesse artigo, o sistema será testado como ferramenta administrativa em consultó-rios de Ortodontia. métodos: o desenvolvimento de algoritmos incluiu a modelagem de normas e desvios-padrões de dados cefalométricos de brasileiros, medidos em radiografias laterais. Para testar o sistema, cefalogramas iniciais de 60 pacientes ortodônticos de dois consultórios dife-rentes (30 casos cada) foram processados e reprocessados por três técnicos diferentes. A repro-dutibilidade e a confidencialidade intraobservador e interobservadores foram testadas de modo pareado. O risco em cada caso ortodôntico, produto da análise eletrônica, foi comparado por matrizes de covariância e coeficientes de confiança. Resultados: níveis de correlação pareada interexaminadores (contra padrão-ouro) para 23 pares de variáveis variaram de 0,68 (distância S-Go) a 0,98 (distância Na-Me) em uma clínica ortodôntica (JU); e de 0,66 (ângulo L1.APg) a 0,98 (distância S-Go) em outra clínica ortodôntica (SP). Níveis de correlação pareada intra-examinadores para 23 pares de variáveis variaram de 0,52 (ângulo L1.APg) a 0,98 (distâncias S-Go e Na-Me) em uma clínica (JU); e de 0,55 (ângulo U1.Na) a 0,92 (distância Wits) em outra (SP). Todas as correlações foram significativas em nível de p<0,001. A média dos coeficientes de confiança dos riscos mensurados foi 0,78 para uma clínica (JU) e 0,75 para outra (SP). Os coeficientes de confiança foram significativos em nível de p<0,0001. conclusões: os resultados dessa pesquisa suportam que as análises providas pelo sistema Decodify® são reprodutíveis e confiáveis. Assim, o sistema pode ser aplicado para contextualizar medidas cefalométricas con-vencionais e gerar índices de risco individualizados. O sistema pode ser usado pelo ortodontista como uma ferramenta administrativa em suas avaliações profissionais diárias.

Resumo

Palavras-chave: Ortodontia. Diagnóstico. Inteligência Artificial.

** Mestre em Ortodontia pela Baylor College of Dentistry, Dallas, Texas. *** Mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial pelo Hospital Heliópolis, São Paulo/SP.

Como citar este artigo: Del Santo Jr M, Del Santo L. Sistema Decodify®: ce-falometria como mensuração de risco e ferramenta administrativa para clínica ortodôntica. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):32-4.

» Ambos os autores declaram ser Desenvolvedores do Sistema Decodify®.

Page 23: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 34 2011 July-Aug;16(4):32-4

Sistema Decodify®: cefalometria como mensuração de risco e ferramenta administrativa para clínica ortodôntica

Questões aos autores

1) Quais as principais vantagens do siste-ma Decodify® para a prática ortodôntica clínica?

A maior contribuição do Decodify para a clínica ortodôntica é a identificação dos casos severos e, consequentemente, a demanda opera-cional para se alcançar um bom resultado nesses casos (conhecimento e experiência do profissio-nal, material ortodôntico necessário e extensão do tratamento a que o paciente será submetido).

2) O sistema Decodify® poderia ser empre-gado na análise das tomografias de feixe cônico?

Ainda não. Algoritmos de IA dependem de nor-mas homogêneas e que carreguem pequena variân-cia. Para tomografias ou outros exames dessa nature-za, ainda não temos tais normas. O gargalo para essa deficiência de dados é econômico e operacional.

Quando a Academia publicar um atlas com normas populacionais baseadas nesse tipo de

exame, a modelagem matemática será possível, da mesma forma que modelamos as normas ce-falométricas convencionais.

3) Diante desses “softwares inteligentes”, como os autores vislumbram o diagnóstico ortodôntico no futuro?

A contribuição do diagnóstico eletrôni-co virá na seara administrativa. Por exemplo, operadoras odontológicas usam essa tecnologia para quantificar o risco envolvido em cada caso. Risco, para uma operadora de seguros, significa controle do grau de utilização e sinistralidade. E aumento de sinistralidade implica em aumento dos custos da apólice.

Por isso as operadoras odontológicas se in-teressam pelo controle quantitativo que o De-codify® oferece, e já o aplicam. Para o ortodon-tista, é uma importante ferramenta de TI, que diferencia e agrega valor à sua clínica. Muitos colegas de todo o Brasil têm me procurado, in-teressados em usar essa tecnologia em suas clí-nicas ortodônticas.

endereço para correspondênciaMarinho Del Santo Jr.Rua Mal. Hastimphilo de Moura 277, Casa 1CEP: 05.641-000 – Morumbi – São Paulo / SPE-mail: [email protected]

Enviado em: 19/3/2009Revisado e aceito: 6/8/2009

1. Martins DR, Janson G, Almeida RR, Pinzan A, Henriques JFC, Freitas MR. Atlas de Crescimento Craniofacial. São Paulo: Ed. Santos; 1998.

RefeRências

Page 24: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 35 2011 July-Aug;16(4):35-7

Roberta Buzzoni**, Carlos N. Elias***, Daniel J. Fernandes****, José Augusto M. Miguel*****

a r t i g o o n l i n E *

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Influência da secção transversa de fios ortodônticos na fricção superficial de braquetes autoligados

Objetivo: o objetivo do presente trabalho foi determinar a força de atrito estático entre bra-quetes de aço inoxidável autoligados com sistema de fechamento resiliente e fios ortodônticos redondos e retangulares do mesmo material. métodos: empregaram-se 30 braquetes referentes aos caninos superiores divididos em 6 grupos formados por braquetes autoligáveis Smartclip, In-Ovation R e convencionais Gemini amarrados com ligaduras elásticas. A hipótese testada neste trabalho foi quanto à possibilidade dos braquetes autoligáveis ativos serem suscetíveis à elevação da força de atrito com o aumento e alteração da secção transversal dos fios orto-dônticos. Os ensaios foram realizados com tração de 30s em fios de aço inoxidável 0,020” e 0,019”X0,025” na máquina de ensaios Emic DL 10000, com uma célula de carga de 20 newtons. Cada conjunto braquete/fio foi responsável pela geração de quatro corpos de prova, totalizando 120 leituras. As comparações entre as médias foram realizadas através da Análise de Variância (one way ANOVA) com correções pelo coeficiente de Bonferroni. Resultados e conclusão: os braquetes autoligáveis apresentaram maior força de atrito do que os braquetes convencionais amarrados com ligaduras elásticas. O grupo Smartclip foi o mais efetivo no con-trole do atrito (p<0,01). A hipótese em teste, influência da forma da seção transversal do fio na força de atrito, foi confirmada, uma vez que os fios de secção retangular 0,019”X0,025” apre-sentaram maior força de atrito ao serem tracionados do que os fios redondos 0,020” (p<0,01). O sistema Smartclip foi mais efetivo mesmo quando o tracionamento de fios retangulares foi comparado com o ensaio de braquetes In-Ovation R conjugados a fios redondos (p<0,01).

Resumo

Palavras-chave: Braquetes. Fios ortodônticos. Aço inoxidável. Fricção.

** Especialista em Ortodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). *** Professor Associado do Instituto Militar de Engenharia (IME). **** Doutorando em Ortodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutorando em Ciência dos Materiais pelo Instituto Militar

de Engenharia (IME). ***** Professor Adjunto da Disciplina de Ortodontia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Como citar este artigo: Buzzoni R, Elias CN, Fernandes DJ, Miguel JAM. Influência da secção transversa de fios ortodônticos na fricção superficial de braquetes autoligados. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):35-7.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Page 25: v16n4-pt

Buzzoni R, Elias CN, Fernandes DJ, Miguel JAM

Dental Press J Orthod 37 2011 July-Aug;16(4):35-7

observado nos fios retangulares pode ser expli-cado pelo maior contato, ou maior possibilidade de contato, com a ranhura dos dispositivos, o que afeta o componente de superfície que compõe a força de atrito. Dificilmente observaremos valo-res de fricção referentes a fios retangulares infe-riores aos de seus análogos redondos. Quanto às alterações na mecânica de deslize, os resultados demonstram, laboratorialmente, que o sistema autoligável foi superior ao modelo de amarração tradicional em todos os casos analisados. Em am-biente clínico, talvez a aplicação de forças cada vez mais próximas ao centro de resistência dos elementos a serem movimentados possa oferecer

benefícios interessantes, por reduzir a importân-cia do contato crítico entre os fios e as ranhuras do braquetes ortodônticos.

3) Quais foram as razões que impulsionaram os autores a realizar esse estudo?

A necessidade de analisar a influência de vá-rios fatores na força de atrito entre fios e bra-quetes e determinar o comportamento dos bra-quetes autoligáveis em relação aos componentes multifatoriais da força de atrito. Trata-se de uma abordagem primária, já conjugada a diversos ou-tros fatores que influenciam na otimização do sistema autoligável.

endereço para correspondênciaDaniel J. FernandesFaculdade de Odontologia – UERJBlvd 28 de Setembro 157, sala 230. Vila Isabel CEP: 20.551-030 – Rio de Janeiro / RJE-mail: [email protected]

Enviado em: 23/04/2009Revisado e aceito: 14/04/2010

Page 26: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 38 2011 July-Aug;16(4):38-40

Narjara Condurú Fernandes da Silva**, Éllida Renata Barroso de Aquino***, Karina Corrêa Flexa Ribeiro Mello****, José Nazareno Rufino Mattos*****, David Normando******

a r t i g o o n l i n E *

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Habilidade de ortodontistas e leigos na percepção de assimetrias da mandíbula

Objetivo: analisar a habilidade de ortodontistas e leigos para perceber as assimetrias faciais causadas por desvios mandibulares. métodos: foram obtidas fotografias frontais da face de dois indivíduos, sendo um do sexo masculino e outro do sexo feminino. As fotografias foram tiradas em Posição Na-tural de Cabeça (PNC) com desvios mandibulares progressivos — em 2, 4 e 6mm —, partindo-se da posição de Máxima Intercuspidação Habitual (MIH). Para testar a reprodutibilidade do método, utilizaram-se os Coeficientes de Correlação Intraclasse (ICC) e o teste de Kappa ponderado. As diferenças entre os examinadores leigos e ortodontistas foram investigadas através do teste de Mann--Whitney, enquanto a análise de Friedman foi utilizada para investigar as diferenças nos escores para os progressivos avanços mandibulares. Todas as estatísticas foram executadas com nível de confiabi-lidade de 95%. Resultados: os ortodontistas foram hábeis em perceber os desvios somente a partir de 4mm, quando comparados à posição de MIH (p≤0,05), enquanto os leigos tiveram o mesmo padrão para o indivíduo do sexo feminino. Porém, ao examinar o sujeito do sexo masculino, os leigos não observaram nenhuma alteração executada a partir de MIH (p>0,05). De modo geral, apesar de as medianas atribuídas pelos ortodontistas terem sido menores que as dos leigos, essa diferença foi significativa apenas para o desvio de 6mm, em ambos os pacientes. conclusões: ortodontistas e lei-gos avaliaram a assimetria mandibular de modo diferente, visto que ortodontistas tendem a ser mais críticos quando as assimetrias são mais severas. Conclui-se, ainda, que existe variação na avaliação das assimetrias faciais dependendo do paciente examinado, principalmente entre os examinadores leigos.

Resumo

Palavras-chave: Assimetria facial. Mandíbula. Percepção. Ortodontia.

** Especialista em Ortodontia pela Associação Brasileira de Odontologia - Seção Pará. Mestranda em Odontologia pela Universidade Federal do Pará. *** Especialista em Ortodontia pela Associação Brasileira de Odontologia - Seção Pará. **** Professora do Curso de Ortodontia da ABO-PA. Mestranda em Radiologia e Diagnóstico pela Universidade de São Leopoldo - Campinas/SP. ***** Professor do Curso de Ortodontia da ABO-PA. Mestre em Odontologia pela Universidade Federal do Pará. ****** Professor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da UFPA. Doutor em Ortodontia pela UERJ. Mestre em Clínica Integrada pela

FOUSP. Especialista em Ortodontia pela PROFIS-USP.

Resumo do editor Uma das principais motivações do indivíduo que

busca o tratamento ortodôntico nos dias atuais é a melhora da estética facial. Pelo caráter subjetivo dos

parâmetros estéticos da face, é necessário que haja um consenso entre o ortodontista e o paciente, a fim de que possam ser alcançados objetivos comuns du-rante a realização do tratamento ortodôntico.

Como citar este artigo: Silva NCF, Aquino ERB, Mello KCFR, Mattos JNR, Normando D. Habilidade de ortodontistas e leigos na percepção de assime-trias da mandíbula. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):38-40.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Page 27: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 40 2011 July-Aug;16(4):38-40

Habilidade de ortodontistas e leigos na percepção de assimetrias da mandíbula

Questões aos autores

1) Qual a justificativa que vocês poderiam dar ao fato de ocorrer maior habilidade em se perceber alterações faciais em indivíduos do sexo feminino?

Essa percepção pode não estar ligada ao sexo do avaliado, mas, provavelmente, pode ter ocorrido devido às outras características morfológicas indivi-duais da paciente utilizada no presente estudo, tais como a espessura dos lábios, por exemplo. Esse fator pode ter contribuído para que a assimetria “provo-cada” tenha se tornado mais evidente. Além disso, aproximadamente 60% dos avaliadores (ortodon-tistas e leigos) eram do sexo feminino, o que pode tê-los influenciado a ser mais críticos ao avaliar um indivíduo do mesmo sexo. Essas inferências, entre-tanto, necessitam de comprovação científica.

2) Tendo em vista a afirmativa na seção de resultados (“com relação aos leigos, esses não foram capazes de notar diferenças em ne-nhum dos desvios realizados para o paciente do sexo masculino...”), pergunto: em pacien-te do sexo masculino deve-se ou não corrigir assimetrias de até 6mm?

Acreditamos que cada paciente deva ser avalia-do de forma individualizada, levando em conside-ração não apenas a estética, mas, também, a função e devendo considerar, principalmente, a percepção ou queixa do próprio paciente. Nesse estudo, os lei-gos foram incapazes de notar diferenças no paciente do sexo masculino, entretanto, o que pode ser per-cebido em um paciente com determinadas caracte-rísticas pode não ser aplicado em outro. O que se pode afirmar é que, em alguns casos, essa assimetria é percebida apenas por profissionais especializados na área, passando despercebida para a maioria da sociedade. Os estudos de percepção estética têm a grande virtude de mostrar que nem sempre o que nós, ortodontistas, enxergamos é o que o paciente percebe. No passado, tratávamos nossos pacientes como se o tratamento tivesse que satisfazer apenas a

nós mesmos. Na questão “estética”, a opinião do pa-ciente parece ser a mais importante, pois é ele quem terá que conviver com aquela estética facial. Como profissionais da saúde, deveríamos focar a nossa atenção ao aspecto funcional, buscando conciliá-lo à expectativa estética do nosso paciente. Entretanto, sabemos que isso nem sempre é possível.

3) Vocês colocaram como fator limitante do estudo o fato de ter avaliado a assimetria isolada, uma vez que, em casos de assimetria verdadeira, geralmente ocorre comprome-timento de tecido muscular. a manipulação com programa de computador específico se-ria capaz de eliminar esse fator limitante?

Acrescentaríamos o envolvimento da maxila, co-mum nos casos de assimetria mandibular. Examinar a face de forma que possamos avaliar concomitan-temente o envolvimento muscular e da maxila seria o ideal, no entanto, o que se observa na literatura é que, em alguns casos, os programas de manipulação de imagem falham em prever resultados cirúrgicos. Assim, não se pode afirmar que a tentativa de ma-nipulação da musculatura por imagens seria fide-digna em relação ao que ocorre em pacientes com crescimento facial assimétrico. No futuro, com o desenvolvimento dos programas utilizando imagens tridimensionais, acreditamos que será possível redu-zir os erros inerentes a esse tipo de avaliação, porém, eliminá-los parece ser uma utopia. Logicamente, aceitar essa limitação do método não inviabiliza o seu uso, pois muitas informações clínicas importan-tes puderam ser obtidas através dele.

endereço para correspondênciaDavid NormandoRua Boaventura da Silva, 567-1201CEP: 66.055-090 – Belém / PAE-mail: [email protected]

Enviado em: 21/07/2010Revisado e aceito: 21/02/2011

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Dental Press J Orthod 41 2011 July-Aug;16(4):41-3

Luiz Carlos Campos Braga**, Mario Vedovello Filho***, Mayury Kuramae****, Heloísa Cristina Valdrighi****, Sílvia Amélia Scudeler Vedovello****, Américo Bortolazzo Correr*****

a r t i g o o n l i n E *

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Resumo do editor O atrito pode ser definido como a resistência

ao movimento quando um objeto move-se tan-genciando outro objeto. O atrito existente na me-cânica ortodôntica de deslizamento consiste em uma dificuldade clínica para o ortodontista, uma

vez que altos níveis de atrito diminuem a efetivi-dade da mecânica, reduzindo a velocidade de mo-vimentação dentária e dificultando o controle da ancoragem. Dessa forma, é desejável que os fios ortodônticos e braquetes apresentem o menor co-eficiente de atrito possível.

Fricção em braquetes gerada por fios de aço inoxi-dável, superelásticos com IonGuard e sem IonGuard

Objetivo: o objetivo deste estudo foi verificar a fricção no braquete (Roth, Composite, 10.17.005, 3,2mm, largura 0,022”X0,030”,Torque –2° e angulação +13°, Morelli®, Brasil), utilizando fios ortodônticos retangulares de 0,019”X0,025” de aço inoxidável (Morelli®, Brasil) e de níquel-titânio superelásticos Bioforce com Ionguard e sem IonGuard (Bioforce, GAC®, EUA). métodos: foram utilizados 24 conjuntos braquetes/segmento de fio, divididos em 3 gru-pos de acordo com o fio. Cada conjunto braquete/segmento de fio foi testado 3 vezes e obtida uma média. Os ensaios foram realizados em máquina universal de ensaios EMIC DL2000®. Os dados foram submetidos à Análise de Variância com significância de 95%. Resultados: o fio retangular Bioforce com IonGuard apresentou fricção significativamente menor que o Bio-force sem IonGuard, porém sem diferença do fio de aço inoxidável. Entretanto, o coeficiente de variação dos fios Bioforce com e sem IonGuard foi menor que o do fio de aço inoxidável. conclusão: os fios retangulares de 0,019”X0,025” Bioforce com IonGuard apresentam menor fricção que o fio Bioforce sem IonGuard, sem diferença para o fio de aço inoxidável.

Resumo

Palavras-chave: Aparelhos ortodônticos. Fricção. Fios ortodônticos.

** Mestre em Ortodontia pelo Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SP. Mestre em Ortodontia pelo Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SP.

*** Professor Doutor e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, do Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SP.

**** Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, do Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SP.

***** Pós-doutorando em Materiais Dentários e mestrando em Ortodontia pelo Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SP.

Como citar este artigo: Braga LCC, Vedovello Filho M, Kuramae M, Valdri-ghi HC, Vedovello SAS, Correr AB. Fricção em braquetes gerada por fios de aço inoxidável, superelásticos com IonGuard e sem IonGuard. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):41-3.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Braga LCC, Vedovello Filho M, Kuramae M, Valdrighi HC, Vedovello SAS, Correr AB

Dental Press J Orthod 43 2011 July-Aug;16(4):41-3

Questões aos autores

1) Os resultados que encontraram foram avaliando fios novos com tratamento de superfície. Vocês acreditam que esses mes-mos resultados seriam obtidos se tivesse sido realizado envelhecimento da amostra?

O processo de implantação de íons forma uma camada fina sobre a superfície dos fios. En-tretanto, acreditamos que o processo de enve-lhecimento térmico (termociclagem) não pode modificar a superfície dos fios e, portanto, não modificaria os resultados obtidos no estudo. Mas qualquer outra forma de envelhecimento que remova a camada superficial do fio poderia aumentar a fricção com os braquetes.

2) De acordo com a afirmativa de Wichelhaus et al.1 de que “após 4 semanas de utilização clínica, ocorre aumento significativo da fric-ção dos fios com implantação de íons, con-cluindo-se que as vantagens desses materiais ocorrem nos períodos iniciais de sua utiliza-ção”, questiona-se: a utilização do fio com liga de níquel titânio com ionGuard em con-sultas espaçadas aumentaria ou diminuiria o tempo total do tratamento ortodôntico?

Os resultados encontrados por Wichelhaus et al.1 mostraram que, após 4 semanas, houve au-mento significativo da fricção nos fios. Para os

endereço para correspondênciaMayury Kuramae Centro Universitário Hermínio Ometto - UNIARARAS / SPAv. Maximiliano Baruto, 500 CEP: 13.607-339 - Araras / SPE-mail: [email protected]

Enviado em: 15/05/2009Revisado e aceito: 12/04/2010

fios com tratamento superficial, esse aumento foi maior se comparado ao dos fios sem tratamento. Entretanto, após 4 semanas não houve diferença significativa entre os fios. Baseado nesses resul-tados, pode-se supor que o uso prolongado dos fios com tratamento superficial pode aumentar ainda mais o coeficiente de atrito, se comparado ao dos fios sem tratamento, podendo aumentar o tempo total de tratamento, contraindicando o es-paçamento das consultas. Vale ressaltar que não se sabe a partir de qual período nesse intervalo de tempo (inicial e 4 semanas) ocorreu essa al-teração significativa no atrito. Ainda, não foi ve-rificado se após essas 4 semanas o coeficiente de fricção seria significativamente menor, similar ou maior que nos fios sem tratamento superficial.

3) Os autores acham que, no caso da utiliza-ção de braquetes autoligáveis em vez dos convencionais, os resultados encontrados seriam os mesmos?

Os resultados de atrito encontrados na lite-ratura mostram que o maior coeficiente de atri-to apresentado pelos braquetes convencionais ocorre devido a amarrilhos elásticos, e não ao braquete. Portanto, embora os valores do coe-ficiente de atrito para os braquetes autoligáveis pudessem ser inferiores aos encontrados nesse estudo, as diferenças entre os fios provavelmen-te seriam as mesmas.

RefeRências

1. Wichelhaus A, Geserick M, Hibst R, Sander FG. The effect of surface treatment and clinical use on friction in NiTi orthodontic wires. Dent Mater. 2005 Oct;21(10):938-45.

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Dental Press J Orthod 44 2011 July-Aug;16(4):44-6

a r t i g o o n l i n E *

* acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Comparação de parâmetros periodontais após utilização de contenção ortodôntica com fio trançado e contenção modificada

Marlice Azoia Lukiantchuki**, Roberto Massayuki Hayacibara***, Adilson Luiz Ramos****

Objetivo: o presente estudo teve como objetivo comparar dois tipos de contenções orto-dônticas fixas, em relação a parâmetros periodontais estabelecidos. A contenção com fio trançado é a mais comumente utilizada e a contenção modificada apresenta dobras que têm a finalidade de permitir o livre acesso do fio dental às áreas interproximais. métodos: para esse estudo cruzado, foram selecionados 12 voluntários, que utilizaram, por 6 meses, A) Contenção com fio trançado e B) Contenção modificada — sendo essas fixadas em todos os dentes do segmento anterior. Após esse período experimental, foram feitas as se-guintes avaliações: Índice de Placa Dentária, Índice Gengival, Índice de Cálculo Dentário e Índice de Cálculo ao longo do fio de contenção. Os voluntários também responderam a um questionário com relação à utilização, conforto e higienização das contenções. Re-sultados: foi observado que o índice de placa e o índice gengival foram maiores nas faces linguais (p<0,05) para a contenção modificada. Além disso, o índice de cálculo foi esta-tisticamente maior (p<0,05) considerando-se as faces linguais e proximais na utilização da contenção modificada. O índice de cálculo ao longo do fio também apresentou valores significativamente maiores (p<0,05) na contenção modificada. Em relação ao questioná-rio, 58% dos voluntários consideraram que a contenção modificada é mais desconfortável; e 54% deles preferiram a contenção com fio trançado. conclusão: a partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que a contenção com fio trançado apresentou melhores resulta-dos do que a contenção modificada, de acordo com os parâmetros periodontais avaliados, além de apresentar maior conforto e preferência na sua utilização.

Resumo

Palavras-chave: Placa dentária. Inflamação. Cálculos dentários. Contenções ortodônticas.

** Especialista em Periodontia pela Associação Odontológica de Ribeirão Preto. Mestre em Clínica Integrada pela Universidade Estadual de Maringá. *** Mestre em Clínica Odontológica pela UNICAMP. Doutorando em Implantodontia pela UNESP. **** Mestre em Ortodontia pela USP/Bauru. Doutor em Ortodontia pela UNESP.

Como citar este artigo: Lukiantchuki MA, Hayacibara RM, Ramos AL. Com-paração de parâmetros periodontais após utilização de contenção ortodôntica com fio trançado e contenção modificada. Dental Press J Orthod. 2011 July--Aug;16(4):44-6.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Comparação de parâmetros periodontais após utilização de contenção ortodôntica com fio trançado e contenção modificada

endereço para correspondênciaMarlice Azoia LukiantchukiAv. São Paulo, 172, sala 1122 – 11º andarCEP: 87.013-040 – Maringá / PRE-mail: [email protected]

Enviado em: 27/11/2008Revisado e aceito: 06/08/2009

Questões aos autores

1) Baseado nos resultados encontrados, vocês contraindicam a utilização da contenção modi-ficada? caso não, qual seria sua indicação?

Do ponto de vista periodontal, contraindica-mos, porque ela acumula mais placa e cálculo e não permite que seja feita uma higienização adequada mais próximo à gengiva. Vale lembrar que, a prin-cípio, essa contenção surgiu com a proposta de ser mais fácil de higienizar, mas não cumpre esse requi-sito. Do ponto de vista ortodôntico, por ser colada em todos os dentes, pode oferecer um bom método de contenção 3x3. Entretanto, também deve rece-ber atenção rotineira, haja vista que, em caso de quebra de uma das resinas, pode ocorrer movimen-tação do dente envolvido. Nesse caso, tanto a modi-ficada quanto a trançada, que são coladas em todos os dentes, precisam dessa atenção do ortodontista (controles periódicos). Embora o apinhamento em longo prazo possa acontecer em todos os pacien-tes (devido às alterações da arcada com a idade), as contenções coladas em todos os dentes anteroinfe-riores deveriam ser reservadas aos casos de apinha-mento que foram tratados ortodonticamente.

2) Quais recomendações fariam ao profissional que deseje utilizar a contenção modificada?

Orientação cuidadosa ao paciente quanto à necessidade de controles periódicos ortodônti-cos e periodontais, bem como atenção redobrada quanto à higienização não somente dos dentes, mas também da própria contenção. Seria razoá-vel indicar essa contenção somente para pacientes que realmente higienizam muito bem, com baixa tendência ao acúmulo de cálculo.

3) como mencionado na Discussão, “os volun-tários possuíam refinamento manual e bom padrão de higiene bucal, por serem acadêmi-cos de Odontologia”. caso a amostra fosse diferente, com indivíduos não instruídos, os resultados poderiam ser outros?

Os resultados poderiam ser mais evidentes, au-mentando a diferença entre os tipos de contenção e agravando os índices, de um modo geral, para ambos os grupos.

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a r t i g o i n é d i t o

Avaliação histológica da influência do fenobarbital (Gardenal®) na movimentação ortodôntica: estudo em coelhos

Matheus Melo Pithon*, Antônio Carlos de Oliveira Ruellas**

Objetivo: o objetivo deste estudo foi avaliar histologicamente a influência do fenobar-bital na movimentação ortodôntica. métodos: foram utilizados 22 coelhos da raça Nova Zelândia (Oryctolagus cuniculus), distribuídos em três grupos — Normal (N), Controle (C) e Experimental (E). No grupo N (n=2) não foi realizado nenhum procedimento, apenas a verificação da condição de normalidade pré-tratamento. Nos grupos C (n=10) e E (n=10) foi montado aparelho ortodôntico entre os primeiros molares e incisivos inferiores, para promover movimentação dos molares para mesial. O que diferenciou os grupos C e E foi que no grupo E foi administrado fenobarbital durante o período da pesquisa. Após os períodos de 7 e 14 dias, os animais foram sacrificados, sendo as peças anatômicas preparadas para confecção das lâminas para posterior análise histológica. Resultados: os resultados demonstraram não haver diferença entre os grupos Normal e Experimental, quando analisados histologicamente. conclusões: o fenobarbital não interferiu na movimentação ortodôntica.

Resumo

Palavras-chave: Movimentação dentária. Fármacos. Ortodontia.

* Professor de Ortodontia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

** Professor Associado de Ortodontia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

intRoduçãoO movimento ortodôntico ocorre quando

forças são aplicadas nos dentes e transmitidas ao periodonto de suporte, fazendo com que mo-difiquem sua posição, em relação às estruturas que os rodeiam, pelo mecanismo de remodela-ção do osso alveolar19. Ou seja, aposição dentá-ria na área tracionada e a reabsorção óssea na área pressionada17,19.

Embora os mecanismos farmacológicos desse processo tenham sido estudados durante anos, os mediadores que o iniciam, ou facilitam, ainda não foram totalmente compreendidos. Em decorrên-cia disso, surgiu a necessidade, por parte de vários autores1,5,19, de avaliar a interação de medicamen-tos que, agindo em nível celular, poderiam interfe-rir nesses mediadores e, por conseguinte, afetar o processo de movimentação.

Como citar este artigo: Pithon MM, Ruellas ACO. Avaliação histológica da influência do fenobarbital (Gardenal®) na movimentação ortodôntica: estudo em coelhos. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):47-54.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Avaliação histológica da influência do fenobarbital (Gardenal®) na movimentação ortodôntica: estudo em coelhos

Histological evaluation of the phenobarbital (Gardenal™) influence on orthodontic movement: a study in rabbits

abstract

Objective: The purpose of this study was to histologically evaluate the influence of phenobarbital on orthodon-tic tooth movement. Methods: Twenty-two New Zealand rabbits (Oryctolagus cuniculus) were divided into three groups: normal or non-tested (N), control (C), and experimental (E). In Group N (n = 2) no procedure was carried out, except to verify the condition of normality before treatment. In Groups C (n = 10) and E (n = 10) an orthodontic appliance was inserted between the first molars and lower incisors in order to promote a mesial molar movement. In Group E phenobarbital was administered during the course of the experiment, which differentiates it from the group C. The animals were sacrificed on days 7 and 14 so that anatomical sections could be prepared for further histological analysis. Results: Histologically no difference was observed between normal and experimental groups. Conclusions: Phenobarbital does not interfere with the orthodontic tooth movement.

Keywords: Tooth movement. Pharmaceuticals. Orthodontics.

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endereço para correspondênciaMatheus Melo PithonAv. Otávio Santos, 395, sala 705 Centro Odontomédico CEP: 45.020-750 – Vitória da Conquista / BAE-mail: [email protected]

Enviado em: 22/01/2007 Revisado e aceito: 29/09/2009

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Dental Press J Orthod 55 2011 July-Aug;16(4):55-9

a r t i g o i n é d i t o

Um novo fio de aço inoxidável para aplicações ortodônticas

André Itman Filho*, Rosana Vilarim da Silva**, Roney Valdo Bertolo***

Objetivo: desenvolver uma metodologia para fabricação de fios ortodônticos de aço inoxi-dável austeno-ferrítico SEW 410 Nr. 14517 por meio dos processos convencionais de lami-nação e trefilação. métodos: o aço austeno-ferrítico foi elaborado em um forno elétrico de indução. A qualidade dos fios foi avaliada por ensaios de tração e medidas de microdureza. A ductilidade e a manuseabilidade foram analisadas por meio da confecção de componentes ortodônticos. Resultados e conclusões: os valores encontrados mostraram que os fios de aço inoxidável austeno-ferrítico atenderam às normas BS 3507:1976 e ISO 5832-1, e apresenta-ram ótima ductilidade para confecção de componentes ortodônticos com dobras complexas.

Resumo

Palavras-chave: Aços inoxidáveis duplex. Fios ortodônticos. Propriedades de fios ortodônticos.

* Doutor em Ciência e Engenharia dos Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). ** Doutora em Ciência e Engenharia dos Materiais pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP). *** Cirurgião-dentista pela Faculdade de Odontologia de Lins - SP.

intRoduçãoA prática de implantes cirúrgicos já era co-

nhecida no início da era cristã, embora o primei-ro caso documentado, em 1565, tenha sido o da restauração do palato de um paciente com uma placa de ouro13. Apesar de praticados desde o sé-culo XVI, esses procedimentos são pouco conhe-cidos no que diz respeito à fabricação e qualida-de dos componentes utilizados. Somente a partir de 1895, com a observação da fixação metálica e cicatrização óssea das fraturas através do raio X, a aplicação dos biomateriais metálicos em im-plantes humanos foi estimulada. Inicialmente, as

ligas de ouro, prata e platina foram utilizadas por apresentarem um alto grau de biocompatibilida-de associado à facilidade de conformação12,15. A partir de 1930, ligas de metais com níquel, co-balto, cromo e molibdênio começaram a ser em-pregadas na confecção de próteses parciais, pois a combinação de baixo custo e boas proprieda-des mecânicas fez com que substituíssem as ligas mais nobres10,11. Essas ligas, chamadas de básicas, requeriam altas temperaturas de fusão e equipa-mentos especiais para o acabamento superficial dos componentes fabricados. A metalurgia das ligas era extremamente complexa e as chances

Como citar este artigo: Itman Filho A, Silva RV, Bertolo RV. Um novo fio de aço inoxidável para aplicações ortodônticas. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):55-9.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 59 2011 July-Aug;16(4):55-9

Itman Filho A, Silva RV, Bertolo RV

No teste comparativo com fios de aço inoxidá-vel austenítico comercial utilizado nos procedi-mentos de rotina, não foi constatada diferença ao manusear os dois tipos.

conclusãoOs resultados dessa pesquisa mostraram

que o aço inoxidável austeno-ferrítico supor-

tou uma grande redução de área nas etapas de fabricação dos fios. Assim, o valor da resistência mecânica à tração superior a 2 000MPa, asso-ciado à ductilidade, à biocompatibilidade e às características de processamento, indica que os aços inoxidáveis austeno-ferríticos apresentam grande potencial para substituir os austeníticos nas aplicações ortodônticas.

A new stainless steel wire for orthodontic purposes

abstract

Objective: To develop a method to manufacture austenitic-ferritic stainless steel orthodontic wires (SEW 410 Nr. 14517) using conventional rolling and wiredrawing processes. Methods: Austenitic-ferritic steel was produced in an induction furnace. Traction trials and microhardness measurements were used to evaluate wire quality. Orthodontic parts were fabricated to assess ductility and malleability. Results and Conclusions: Austenitic-ferritic stainless steel wires meet the BS 3507:1976 and ISO 5832-1 norms and have excellent ductility for the fabrication of orthodontic parts with complex folds.

Keywords: Duplex stainless steel. Orthodontic wires. Orthodontic wires properties.

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endereço para correspondênciaAndré Itman FilhoRua José Teixeira, 228, apto. 1102 – Praia do Canto CEP: 29055-310 - Vitória / ESE-mail: [email protected]

Enviado em: 23/03/2006 Revisado e aceito: 02/12/2009

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Dental Press J Orthod 60 2011 July-Aug;16(4):60-72

a r t i g o i n é d i t o

Concordância dos ortodontistas no diagnóstico do Padrão Facial

Sílvia Augusta Braga Reis*, Jorge Abrão**, Cristiane Aparecida Assis Claro***, Renata Ferraz Fornazari****, Leopoldino Capelozza Filho*****

Objetivo: avaliar a concordância de ortodontistas treinados no diagnóstico do Padrão Facial, por meio da avaliação morfológica da face. métodos: foram utilizadas fotografias faciais de frente, perfil e sorriso de 105 indivíduos selecionados aleatoriamente entre pacientes que procuraram tratamento ortodôntico, as quais foram enviadas a ortodontistas treinados na classificação do Padrão Facial. A concordância intraexaminador, dos examinadores com o Padrão-Ouro e interexaminadores foi avaliada por meio do Índice Kappa. Resultados: a concordância na avaliação intraexaminador foi quase perfeita, com Índice Kappa 0,85. A concordância entre os examinadores e o Padrão-Ouro foi moderada (Kappa 0,48), sendo mais alta no Padrão I (Kappa 0,62) e mais baixa no Padrão Face Curta (Kappa 0,33). A con-cordância entre os examinadores foi substancial (Kappa 0,61), mais alta que a concordância com o Padrão-Ouro em todos os Padrões. conclusão: os critérios utilizados pelos examina-dores para determinação do Padrão Facial foram os mesmos na primeira e na segunda avalia-ção. A concordância entre os examinadores e o Padrão-Ouro é moderada, e eles apresentam maior concordância entre si que com o Padrão-Ouro.

Resumo

Palavras-chave: Diagnóstico ortodôntico. Análise Facial. Padrão Facial.

intRoduçãoA divergência no diagnóstico dos problemas or-

todônticos é, ainda, muito frequente na nossa es-pecialidade10, apesar dos vários esforços realizados para padronizar a classificação das más oclusões.

Inicialmente, Angle3 classificou as más oclu-sões segundo a relação mesiodistal dos primeiros molares. Ao estudar a qualidade da finalização dos tratamentos feitos por ortodontistas norte--americanos, Andrews2 observou uma falta de

padronização entre os diferentes profissionais e idealizou as seis chaves para uma oclusão perfeita, as quais serviriam como guia para diagnóstico e avaliação da qualidade de conclusão dos casos.

Essas classificações baseavam-se, entretanto, apenas nas relações dentárias e seriam insuficien-tes para a definição do diagnóstico de discrepân-cias faciais sagitais e verticais.

Na tentativa de estabelecer uma organização do diagnóstico que remetesse a planos de tratamentos

* Doutora em Ortodontia pela USP–São Paulo. Mestre em Ortodontia pela Universidade Metodista de São Paulo. Especialista em Ortodon-tia pela Profis / USP–Bauru.

** Professor Livre Docente da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. *** Doutora em Ortodontia pela USP–São Paulo. Mestre em Odontologia pela Universidade de Taubaté. **** Especialista em Ortodontia pela Profis / USP–Bauru. ***** Professor Doutor da Universidade de São Paulo / Bauru. Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia da Profis / USP–Bauru.

Como citar este artigo: Reis SAB, Abrão J, Claro CAA, Fornazari RF, Capelo-zza Filho L. Concordância dos ortodontistas no diagnóstico do Padrão Facial. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):60-72.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 72 2011 July-Aug;16(4):60-72

Concordância dos ortodontistas no diagnóstico do Padrão Facial

endereço para correspondênciaSílvia Augusta Braga ReisRua Timbiras, 1560, conj. 308CEP: 30.140061 – Belo Horizonte / MGE-mail: [email protected]

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Enviado em: 06/03/2008Revisado e aceito: 25/02/2009

Agreement among orthodontists regarding facial pattern diagnosis

abstract

Objective: To assess agreement among orthodontists trained in facial pattern diagnosis through the morphologi-cal evaluation of the face. Methods: Facial photographs were taken in front and side view, as well as photos of the smiles of 105 individuals randomly selected among patients seeking orthodontic treatment. The photos were sent to orthodontists trained in facial pattern classification. Intra-rater agreement, agreement between raters and the Gold Standard, as well as inter-rater agreement were assessed using the Kappa index. Results: Intra-rater agree-ment was almost perfect, with Kappa index reaching 0.85. Agreement between raters and the Gold Standard was moderate (Kappa = 0.48), higher for Pattern I (Kappa = 0.62) and lower for the short face pattern (Kappa = 0.33). Agreement between raters was significant (Kappa = 0.61) and even higher than agreement with the Gold Standard for all patterns. Conclusions: The criteria used by raters to determine the facial pattern were the same in the first and second evaluation. Agreement between raters and the Gold Standard was moderate, with raters exhibiting greater agreement between them than with the Gold Standard.

Keywords: Orthodontic diagnosis. Facial analysis. Facial pattern.

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Dental Press J Orthod 73 2011 July-Aug;16(4):73-8

a r t i g o i n é d i t o

Resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos utilizando sistema adesivo autocondicionanteCamilo Aquino Melgaço*, Graciele Guerra de Andrade**, Mônica Tirre de Souza Araújo***, Lincoln Issamu Nojima****

Objetivo: avaliar a resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos colados com sistema au-tocondicionante utilizado imediatamente e após 2, 5 e 9 dias depois da ativação e armazenagem. métodos: utilizaram-se 64 dentes bovinos divididos igualmente em quatro grupos e devidamente preparados para receber a colagem dos braquetes. Em T1, realizou-se a ativação de 7 blisters de ade-sivos autocondicionantes (de acordo com as normas do fabricante) e procedeu-se à colagem ime-diata apenas dos braquetes do grupo I. Os adesivos ativados foram, então, armazenados à tempera-tura de 4ºC e reutilizados em períodos de 2 dias (T2), 5 dias (T3) e 9 dias (T4) para a colagem dos braquetes dos grupos II, III e IV, respectivamente. Resultados: não se observou diferença estatística quando comparados os valores médios de tensão para resistência ao cisalhamento entre os grupos I, II e III. Entretanto, diferença estatística foi encontrada quando esses valores foram comparados aos do grupo IV. conclusão: o armazenamento do adesivo autocondicionante depois de ativado, à temperatura média de 4ºC, por até 5 dias, parece não afetar os resultados quanto às tensões de resistência ao cisalhamento; novos estudos são necessários para avaliação das demais características do material quando de sua utilização por período de tempo prolongado após sua ativação.

Resumo

Palavras-chave: Cisalhamento. Adesivo autocondicionante. Esmalte bovino. Colagem.

* Doutorando em Ortodontia pela FO-UFRJ. Professor do curso de Especialização em Ortodontia da FO-UFMG. ** Cirurgiã-dentista graduada pela FO-UFRJ. Especialista em Odontopediatria. *** Mestre e Doutora em Ortodontia pela FO-UFRJ. Professora Adjunta da FO-UFRJ. **** Mestre e Doutor em Ortodontia pela FO-UFRJ. Professor Adjunto da FO-UFRJ.

intRoduçãoDesde que Buonocore3 propôs, em 1995, a técni-

ca de condicionamento ácido, o conceito de colagem ao esmalte dentário permitiu o desenvolvimento e aplicação de diversas técnicas e materiais em todos os campos da Odontologia19. O uso de ácido fosfó-rico para o condicionamento permite o escoamento da resina entre as porosidades criadas na estrutura do esmalte, gerando forças adesivas que melhoram a retenção mecânica do adesivo à superfície dentária.

Como consequência, diversos materiais adesivos para colagem direta em Ortodontia têm sido desen-volvidos, fazendo-se necessário o desenvolvimento de estudos que possam comprovar a eficácia pro-posta pelos fabricantes12,17,18.

A utilização das técnicas de colagem direta trou-xe grandes benefícios aos ortodontistas. A melhora estética, o menor risco de descalcificação do esmalte, o fácil controle da placa bacteriana pelo paciente, os menores índices de irritação gengival, além da

Como citar este artigo: Melgaço CA, Andrade GG, Araújo MTS, Nojima LI. Resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos utilizando sistema adesivo autocondicionante. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):73-8.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 78 2011 July-Aug;16(4):73-8

Resistência ao cisalhamento de braquetes metálicos utilizando sistema adesivo autocondicionante

Shear bond strength evaluation of metallic brackets using self-etching system

abstract

Objective: To evaluate the shear bond strength of metallic brackets using the self-etching system after its activation and storage for 2, 5 and 9 day periods. Methods: A total of 64 bovine teeth were divided in four groups and prepared to receive the brackets. Initially, seven self-etching primer blisters were activated and used to bond the brackets of group I. The blisters were store at a constant temperature of 4ºC for 2, 5 and 9 days and used to bond the brackets of groups II, III and IV, respectively. Results: No statistic difference was found in shear bond strength comparing groups I, II and III. However, a significant difference was found in group IV. Conclusion: The shear bond strength seems not to be affected by activation and storage of the self-etching primer for a 5 day period. More studies are necessary to evaluate other characteristics of the material after its activation and storage for long periods of time.

Keywords: Shear bond strength. Self-etching system. Bovine enamel. Bond.

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endereço para correspondênciaCamilo Aquino MelgaþoRua Espírito Santo, n. 1111/1401 - CentroCEP: 30.160-031 - Belo Horizonte / MGE-mail: [email protected]

Enviado em: 07/08/2008 Revisado e aceito: 08/08/2008

uso preconizadas pelo fabricante para ob-ter as melhores propriedades do material.

» São necessários novos estudos para avalia-

ção das demais características do material quando de sua utilização por período pro-longado após a ativação.

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Dental Press J Orthod 79 2011 July-Aug;16(4):79-86

Carlos Sechi Goulart*, Guilherme Thiesen**, Nivaldo José Nicodemos Nuernberg***

a r t i g o i n é d i t o

Aparelho expansor GCS: aparelho expansor fixo removível

Este artigo apresenta um novo sistema de fixação para aparelhos removíveis que dispensa a confecção de grampos, sendo especialmente indicado para pacientes que apresentem dentes com pouca ou nenhuma retenção. Esse sistema de fixação, chamado GCS, utiliza attach-ments, fabricados a partir de botões ortodônticos, que são colados aos dentes, proporcio-nando excelente retenção mecânica e permitindo que os aparelhos removíveis, nesse caso um expansor, possam ser ativados como se fossem aparelhos fixos cimentados ou colados aos dentes, com a vantagem adicional de poderem ser removidos para higienização e para eventuais consertos. Também é apresentado um aparelho de contenção GCS que se encaixa aos attachments, trava o aparelho em posição e dispensa o uso de grampos, e que pode ser utilizado em praticamente todos os dispositivos ortodônticos ativos ou de contenção, alian-do alta eficiência retentiva com simplicidade de construção.

Resumo

Palavras-chave: Expansão palatina. Expansão rápida da maxila. Expansor removível. Aparelhos orto-dônticos removíveis. Attachments.

* Mestre em Ortodontia pela SLMandic. Professor da disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da UNISUL. ** Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial pela PUCRS. Professor da disciplina de Ortodontia do Curso de Odontologia da UNISUL. *** Especialista em Ortodontia pela UFRJ. Ex-Professor de Ortodontia da UFSC e UNISUL.

intRoduçãoA mordida cruzada posterior tem sido relata-

da na literatura ortodôntica como uma das mais prevalentes más oclusões nas dentaduras decídua e mista. Sua prevalência varia de 8 a 16% nessa faixa etária, com predominância da mordida cru-zada posterior unilateral com desvio funcional da mandíbula. Essa desarmonia oclusal em geral não apresenta autocorreção e, quando não corrigida precocemente, pode afetar o desenvolvimento da oclusão permanente, além de causar possíveis as-simetrias e deslocamentos condilares16,17,18,22,23. A mordida cruzada posterior pode ser classificada

como: unilateral ou bilateral; dentária (causada pela má inclinação axial dos dentes) ou esqueléti-ca (causada pela atresia basal da maxila no sentido transverso). Sendo assim, os aparelhos removíveis para expansão maxilar geralmente são empre-gados para a correção de mordidas cruzadas de origem dentária, ou, ainda, quando a discrepância esquelética é reduzida6,16,21. Já os aparelhos fixos para expansão da maxila são utilizados quando se deseja uma ruptura da sutura intermaxilar e um alargamento da base óssea maxilar no sentido transverso, corrigindo, assim, a mordida cruzada de origem esquelética7,8,11.

Como citar este artigo: Goulart CS, Thiesen G, Nuernberg NJN. Aparelho expansor GCS: aparelho expansor fixo removível. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):79-86.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Page 41: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 86 2011 July-Aug;16(4):79-86

Aparelho expansor GCS: aparelho expansor fixo removível

endereço para correspondênciaCarlos Sechi Goulart Rua Teodoto Tonon 107 CentroCEP: 88.705 010 - Tubarão / SCE-mail: [email protected]

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Enviado em: 07/08/2007 Revisado e aceito: 05/12/2009

GCS expansion appliance: Fixed-removable expander

abstract

This study describes a new fixation system for removable appliances that does not require the fabrication of clasps and is specially recommended for patients whose teeth provide little or no retention. This fixation system, called GCS, uses attachments fabricated with orthodontic buttons bonded to the teeth. It provides excellent mechanical retention, and the removable appliances, in this case an expander, can be activated as if they were fixed appliances cemented or bonded to teeth. An additional advantage is that they may be removed for cleaning and repairs, if necessary. This study also describes a GCS retention appliance that fits into the attachments and fixes the appliance in a certain position, which precludes the use of clasps and may be adapted for practically all active or retentive orth-odontic devices as it combines high retentive efficiency and fabrication simplicity.

Keywords: Palatal expansion. Rapid maxillary expansion. Removable expander. Removable orthodontic appliances. Attachments.

Page 42: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 87 2011 July-Aug;16(4):87-94

Estela Santos Gusmão*, Roberlene Deschamps Coutinho de Queiroz**, Renata de Souza Coelho***, Renata Cimões****, Rosenês Lima dos Santos*****

a r t i g o i n é d i t o

Relação entre dentes mal posicionados e a condição dos tecidos periodontais

Objetivo: avaliar pacientes encaminhados à Associação Brasileira de Odontologia, Seção Pernambu-co, para tratamento periodontal, a fim de identificar as anomalias de posição dentária presentes na amostra, bem como verificar se há relação entre essas anomalias e a condição dos tecidos periodon-tais. métodos: a amostra foi constituída por 90 indivíduos, com idades de 15 a 69 anos. Inicialmente, cada participante foi submetido à identificação dos tipos de anomalias de posição dentária através de exame de inspeção visual e, posteriormente, à avaliação da condição periodontal, registrada pelos se-guintes parâmetros clínicos: sangramento gengival na sondagem, perda de inserção periodontal e pro-fundidade de sondagem. Na análise bivariada utilizou-se o teste Qui-quadrado para calcular o nível de significância das associações testadas. Resultados: foram identificados vários tipos de alterações na posição dentária dos pacientes examinados, sendo os mais significativos: giroversão (86,7%), apinha-mento (52,2%) e molar inclinado mesialmente (48,9%). Em todos os participantes foram registradas alterações periodontais relacionadas a essas anomalias: 100% apresentaram sangramento gengival; 67,8%, recessão gengival; 54,4%, hiperplasia gengival e 28,9%, periodontite crônica. Verificou-se as-sociação significativa entre a recessão gengival e as variáveis dente vestibularizado e proclinação ex-cessiva dos incisivos superiores; e entre a periodontite crônica e molar inclinado mesialmente, dentes apinhados, proclinação excessiva dos incisivos superiores e inferiores, e diastema (p<0,05). A neces-sidade de tratamento interdisciplinar foi evidente em todas as situações encontradas. conclusões: os dentes mal posicionados contribuíram negativamente para a saúde dos tecidos periodontais, o que evidencia a importância de um tratamento multidisciplinar envolvendo, em especial, Periodontia e Ortodontia, levando à melhoria das condições de saúde bucal dos pacientes.

Resumo

Palavras-chave: Dentes mal posicionados. Condição periodontal. Tratamento ortodôntico.

* Professora Adjunta de Periodontia na Universidade de Pernambuco. Doutora em Periodontia pela USP-SP. ** Especialista em Periodontia pela EAP-ABO/PE. *** Doutoranda em Odontologia (Saúde Coletiva) na Universidade de Pernambuco. **** Professora Adjunta da Clínica Integrada na Universidade Federal de Pernambuco. Doutora em Odontologia (Saúde Coletiva) pela FOP/UPE. ***** Professora Adjunta de Dentística da Universidade Federal da Paraíba. Doutora em Dentística e Endodontia pela FOP/UPE.

intRoduçãoA inter-relação diagnóstica entre Periodontia e

Ortodontia deve ser conduta constante na clínica odontológica, principalmente para os especialistas.

O diagnóstico precoce de qualquer tipo de anomalia na posição dentária viabiliza o direcionamento tera-pêutico e, assim, impede que elas acometam os teci-dos periodontais. A terapia ortodôntica como parte

Como citar este artigo: Gusmão ES, Queiroz RDC, Coelho RS, Cimões R, Santos RL. Relação entre dentes mal posicionados e a condição dos tecidos periodontais. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):87-94.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 94 2011 July-Aug;16(4):87-94

Relação entre dentes mal posicionados e a condição dos tecidos periodontais

endereço para correspondênciaEstela Santos Gusmão Rua Olavo Bilac, 50 , apt. 902 – Ed. Barão de GrajaúCEP: 51.021-480 – Recife/PEE-mail: [email protected]

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Enviado em: 23/10/2007 Revisado e aceito: 13/03/2009

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Dental Press J Orthod 95 2011 July-Aug;16(4):95-102

Fernanda Angelieri*, Marinês Vieira da Silva Sousa**, Lylian Kazumi Kanashiro*, Danilo Furquim Siqueira*, Liliana Ávila Maltagliati*

a r t i g o i n é d i t o

Efeitos do laser de baixa intensidade na sensibilidade dolorosa durante a movimentação ortodôntica

Objetivo: avaliar a eficiência do laser diodo, infravermelho, na redução da dor no período pós--ativação da retração de caninos com molas fechadas de NiTi. métodos: doze pacientes que necessitavam de retração de caninos foram selecionados. Os caninos foram retraídos por meio de molas fechadas de NiTi, com força de 150g/lado. Um canino de cada paciente foi seleciona-do aleatoriamente para ser irradiado com laser, imediatamente após as ativações e depois de 3 e 7 dias. Os caninos homólogos foram utilizados como grupo controle e foi realizada somente a simulação de aplicação do laser. O laser irradiado foi o de diodo (ArGaAl), a um compri-mento de onda de 780nm e uma potência de 20mW, densidade de energia na superfície do tecido alvo de 5J/cm2, durante 10s por ponto, resultando numa energia de 0,2J por ponto e energia total (Et) de 2J. Para avaliação do efeito analgésico, foi utilizada a escala visual análoga (VAS), na qual os pacientes marcavam de 0 a 10, em consonância com a dor experimentada nos tempos de 12, 24, 48 e 72 horas pós ativação das molas e aplicação do laser. Todo o proce-dimento foi novamente realizado um mês depois, no momento da reativação da retração dos caninos. Resultados e conclusões: não houve diferença estatisticamente significativa entre os lados irradiado (GL) e controle (GC). Portanto, o laser de diodo infravermelho (780nm), no protocolo de aplicação utilizado, não foi eficiente em termos estatísticos para a diminuição da sensibilidade dolorosa provocada pela movimentação ortodôntica.

Resumo

Palavras-chave: Laser de diodo. Laser de baixa intensidade. Movimentação ortodôntica. Dor.

* Doutores em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo. Professores do Programa de Pós-graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, da Universidade Metodista de São Paulo.

** Mestranda do Programa de Pós-graduação em Odontologia, área de concentração Ortodontia, da Universidade Metodista de São Paulo.

intRodução e Revisão da liteRatuRaNa prática clínica, há quase um consenso de que

a terapia com laser de baixa intensidade causa um efeito analgésico3,10,13,15,19,23. Dessa forma, o laser

poderia se tornar um grande auxiliar no tratamento ortodôntico6,9,13,14,20, já que o medo da dor é um dos principais fatores que desencorajam muitos pacien-tes a se submeterem a esse tipo de tratamento1,4,24.

Como citar este artigo: Angelieri F, Sousa MVS, Kanashiro LK, Siqueira DF, Maltagliati LA. Efeitos do laser de baixa intensidade na sensibilidade doloro-sa durante a movimentação ortodôntica. Dental Press J Orthod. 2011 July--Aug;16(4):95-102.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 102 2011 July-Aug;16(4):95-102

Efeitos do laser de baixa intensidade na sensibilidade dolorosa durante a movimentação ortodôntica

endereço para correspondênciaMarinês Vieira da Silva SousaAv. Portugal, 237 Jd. PilarCEP: 09.370-000 - Mauá / SPE-mail: [email protected]

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Enviado em: 12/11/2007Revisado e aceito: 30/04/2009

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Dental Press J Orthod 103 2011 July-Aug;16(4):103-10

a r t i g o i n é d i t o

Estudo do impacto da enxaqueca na severidade da dor miofascial da musculatura mastigatória

Rafael dos Santos Silva*, Paulo Cesar Rodrigues Conti**, Somsak Mitrirattanakul***, Robert Merrill****

Objetivo: comparar a severidade da dor subjetiva e objetiva, além de outras características asso-ciadas entre pacientes com dor miofascial com e sem o diagnóstico adicional de enxaqueca. méto-dos: foram selecionados 203 pacientes, com idade média de 40,3 anos (89,2% do sexo feminino), que se apresentaram à Clínica de Dor Orofacial da Universidade da Califórnia, Los Angeles, EUA — todos com diagnóstico primário de dor miofascial. Pacientes com diagnóstico secundário de enxaqueca foram incluídos (n=83) e formaram o grupo 2. O teste de Mann-Whitney foi utilizado paracompararogrupo1(dormiofascial)como2(dormiofascial+enxaqueca)quantoàintensi-dade de dor à palpação e subjetiva, através de Escalas Analógicas Visuais (EAV). Também com o auxílio de EAV, foram comparados estado de humor, problemas com a função, qualidade do sono e incapacidade. Em todos os testes foi adotado um nível de significância de 5%. Resultados: o grupo 2 apresentou níveis de dor à palpação muscular estatisticamente maiores que o grupo 1 (p<0,05). Ao se analisar a intensidade de dor subjetiva obtida através da EAV, o grupo 2 apresentou níveis maiores de dor subjetiva (EAV) em todas as medições, com significância estatística para “dor no momento” e “dor máxima” (p<0,05). Da mesma maneira, o grupo 2 mostrou níveis maiores, obti-dos através da EAV, de problemas com humor, incapacidade, problemas com a função mandibular e problemas com sono/descanso, sendo que apenas o último apresentou significância estatística (p<0,05). conclusões: a comorbidade enxaqueca exerce forte impacto na severidade da dor e na qualidade de vida de pacientes que apresentam diagnóstico primário de dor miofascial.

Resumo

Palavras-chave: Disfunção temporomandibular. Dor orofacial. Enxaqueca.

* Professor Adjunto do Departamento de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá. ** Professor Associado do Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. *** Professor Associado do Departamento de Oclusão da Faculdade de Odontologia da Universidade de Mahidol, Bangkok, Tailândia. **** Professor Adjunto do Departamento de Dor Orofacial da Faculdade de Odontologia da Universidade da Califórnia – Los Angeles (UCLA).

intRoduçãoAs cefaleias, as dores faciais e as disfunções

temporomandibulares (DTM) representam um sério problema contemporâneo, especialmente quando presentes concomitantemente. Queixa

comum em pacientes com DTM, as cefaleias, incluindo as enxaquecas, apresentam prevalên-cia de 48 a 77%7,9,13,15,19.

No entanto, o real impacto dos diversos ti-pos de cefaleia nos pacientes com DTM ainda

Como citar este artigo: Silva RS, Conti PCR, Mitrirattanakul S, Merrill R. Estu-do do impacto da enxaqueca na severidade da dor miofascial da musculatura mastigatória. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):103-10.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Page 47: v16n4-pt

Dental Press J Orthod 110 2011 July-Aug;16(4):103-10

Estudo do impacto da enxaqueca na severidade da dor miofascial da musculatura mastigatória

endereço para correspondênciaRafael dos Santos SilvaAv. Mandacaru 1550, Zona 2CEP: 87.080-000 – Maringá / PRE-mail: [email protected]

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Enviado em: 12/11/2007Revisado e aceito: 17/08/2009

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Dental Press J Orthod 111 2011 July-Aug;16(4):111-22

a r t i g o i n é d i t o

Estudo biométrico em dentes de humanos*

Carlos Alberto Gregório Cabrera**, Arnaldo Pinzan***, Marise de Castro Cabrera****, José Fernando Castanha Henriques*****, Guilherme Janson******, Marcos Roberto de Freitas*******

Objetivo: determinar as dimensões biométricas de dentes humanos, nos sentidos mesiodistal, vesti-bulolingual e ocluso/inciso-cervical. métodos: utilizou-se uma amostra de modelos em gesso de 57 pacientes — 31 do sexo feminino (média de idade de 15 anos e 5 meses) e 26 do masculino (média de idade de 16 anos e 6 meses). A amostra foi previamente qualificada, adotando-se o critério das “seis chaves para a oclusão perfeita” de Andrews, e teve seus valores compatibilizados com as varia-ções obtidas por Bolton. Dois examinadores usaram um paquímetro digital com as pontas originais (curtas) e outras modificadas (pontas longas). Resultados e conclusões: após os resultados serem submetidos aos testes estatísticos, constatou-se que os elementos dentários se mostraram simétricos nas arcadas dentárias em ambos os sexos. As dimensões dentárias são menores no sexo feminino, portanto, quando estudadas, devem ser separadas. Com os valores médios gerais obtidos, foi possível elaborar tabelas separadas quanto aos sexos, valores médios das três dimensões dentárias, porcen-tagem de ocorrência entre essas dimensões e seus respectivos desvios-padrão. Com esses valores foi possível desenvolver a denominada equação “C” e tabelas de percentis “C” e, com o auxílio de ambas, tornou-se possível aferir apenas uma das dimensões de um dente e encontrar as duas outras dimensões “prováveis” dos demais dentes das arcadas dentárias.

Resumo

Palavras-chave: Dimensões dentárias. Proporções dentárias. Tamanho dentário.

** Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo - FOB/USP. *** Professor associado do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da FOB/USP. **** Doutora em Ortodontia pela FOB/USP. Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia - Cabrera/Herrero. ***** Professor Titular do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da FOB/USP. ****** Professor Titular e chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da FOB/USP. Coordenador do Curso de Pós-graduação

em nível de mestrado da FOB/USP. ******* Professor Titular do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da FOB/USP. Coordenador do Curso de Pós-graduação em

nível de doutorado da FOB/USP.

* Baseado na tese de doutorado apresentada à Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.

intRoduçãoDiante da dificuldade em acomodar, física e

harmoniosamente, o excesso de volume mesio-distal, vestibulolingual e ocluso/inciso-cervical das massas dentárias em restritos locais disponíveis nos maxilares, o ortodontista recorre a alternativas terapêuticas para alterar o perímetro das arcadas

dentárias, reduzindo-o por meio de extrações e desgastes dentários, ou expandindo-o por meio de vestibularizações dos dentes. Embora essas alterna-tivas sejam consagradas, eventualmente as decisões são difíceis de ser tomadas. Se por um lado as extra-ções, quando requeridas, podem auxiliar na com-patibilização entre as arcadas dentárias e favorecer

Como citar este artigo: Cabrera CAG, Pinzan A, Cabrera MC, Henriques JFC, Janson G, Freitas MR. Estudo biométrico em dentes de humanos. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):111-22.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 122 2011 July-Aug;16(4):111-22

Estudo biométrico em dentes de humanos

endereço para correspondênciaCarlos Alberto Gregório CabreraRua Lamenha Lins , 62, 4º AndarCEP: 80.250-020 – Curitiba / PRE-mail: [email protected]

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Enviado em: 07/08/2008 Revisado e aceito: 26/01/2009

Biometric study of human teeth

abstract

Objective: To determine the biometric dimensions of human teeth in the mesiodistal, buccolingual and occlusal/in-cisal-cervical directions. Methods: It was used a sample of dental casts from 57 patients, i.e., 31 females with a mean age of 15 years and 5 months, and 26 males with a mean age of 16 years and 6 months. The sample was previously qualified by adopting the criteria established by Andrews’ six keys to normal occlusion, whose values were matched to the variations obtained by Bolton. Two examiners used a digital caliper with original (short) and modified (long) tips. Results and Conclusions: After statistical analysis of the data it was concluded that the teeth were shown to be symmetrical in the dental arches of both genders. Tooth dimensions are smaller in females than in males and should therefore be studied separately. Overall mean values were obtained and used to build tables distinguishing such dimensions according to gender. Mean values for the three tooth dimensions, occurrence rates of these dimensions and their standard deviations were also calculated. These values allowed the development of an equation called “C” equation as well as “C” percentile tables. With the aid of both, it became possible to measure only one dimension of a given tooth to find the other two “probable” dimensions of the other teeth in the dental arches.

Keywords: Tooth dimensions. Tooth proportions. Tooth size.

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Dental Press J Orthod 123 2011 July-Aug;16(4):123-31

Marcio Rodrigues de Almeida*, Alex Luiz Pozzobon Pereira**, Renato Rodrigues de Almeida***, Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin****, Omar Gabriel da Silva Filho*****

a r t i g o i n é d i t o

Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade

Objetivo: verificar a prevalência de más oclusões em 3.466 crianças com 7 a 12 anos de idade, matriculadas em escolas públicas nas cidades de Lins/SP e Promissão/SP. métodos: considerou--se a relação sagital entre as arcadas dentárias, a relação interarcadas no sentido transversal e a relação de incisivos nos sentidos vertical e horizontal. Na relação intra-arcada avaliou-se a prevalência de diastemas, apinhamentos e perdas dentárias. Resultados: entre as más oclusões, 55,25% das crianças apresentaram uma relação molar de Classe I, seguida de 38% de Classe II e 6,75% de Classe III. Na relação de incisivos houve prevalência de mordida aberta em 17,65% dos casos, seguida de 13,28% para mordida profunda e 5,05% de mordida cruzada anterior. A mordida cruzada posterior foi encontrada em 13,3% das crianças. Na relação intra-arcada, 31,88% das crianças mostraram diastemas; 31,59%, apinhamento; e 4,65%, perdas dentárias.

Resumo

Palavras-chave: Má oclusão. Classificação de Angle. Oclusão normal. Epidemiologia.

* Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor Adjunto Doutor do Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Campus Londrina.

** Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP. Professor de Ortodontia da Faculdade de São Luís do Maranhão. *** Professor Associado da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professor Adjunto do Curso de Mestrado em Ortodontia da

Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Campus Londrina. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da UNINGÁ, Campus Bauru. **** Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Professora do Curso de

Especialização em Ortodontia da UNINGÁ, Campus Bauru. ***** Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP. Ortodontista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, da

Universidade de São Paulo, Bauru.

intRodução e Revisão de liteRatuRaO estudo de uma oclusão “normal”, assim como

as características mais frequentes que compõem esse quadro, deve ser imperioso para o ortodontis-ta1. Não é difícil identificar uma oclusão normal. Pelo menos três requisitos básicos deverão estar presentes: 1) a inclusão total da arcada dentária inferior dentro da arcada dentária superior; 2) a relação sagital correta entre os dentes do segmen-to posterior, ou seja, uma relação de Classe I; e 3) relação de incisivos com trespasses horizontal e

vertical positivos. De fato, a aspiração por definir essas características é secular. Edward Hartley An-gle6, no final do século XIX, foi o primeiro a con-siderar a relação sagital entre as arcadas dentárias, usando como referência a relação de molares, e deu o nome de “Classe” para a relação que esses den-tes poderiam apresentar. A relação sagital correta entre os molares recebeu a designação de Classe I e exigia que a cúspide mesiovestibular do primei-ro molar permanente superior repousasse no sulco vestibular do primeiro molar permanente inferior.

Como citar este artigo: Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, Almeida--Pedrin RR, Silva Filho OG. Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):123-31.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, Almeida-Pedrin RR, Silva Filho OG

Dental Press J Orthod 131 2011 July-Aug;16(4):123-31

endereço para correspondênciaMarcio Rodrigues de AlmeidaAv. José Vicente Aielo, 7-70CEP: 7053-011 – Bauru / SPE-mail: [email protected]

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Enviado em: 31/01/2008 Revisado e aceito: 30/08/2009

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Dental Press J Orthod 132 2011 July-Aug;16(4):132-6

a r t i g o i n é d i t o

Distalização de segundo molar inferior impactado através da utilização de ancoragem esquelética com miniplaca: relato de caso

Belini Freire-Maia*, Tarcísio Junqueira Pereira**, Marina Parreira Ribeiro***

O presente estudo consiste no relato de um caso onde a distalização do segundo molar inferior impactado do lado direito foi obtida através da ancoragem esquelética com o uso de mini-placa. A verticalização dos segundos molares inferiores impactados, durante muito tempo, colocou-se como um grande desafio para ortodontistas e cirurgiões bucais devido à escassez de recursos de ancoragem destinados para esse fim. A utilização da ancoragem esquelética foi iniciada na clínica ortodôntica em meados dos anos 80 e, desde então, diversas modalidades têm sido desenvolvidas para esse princípio, como a utilização de mini-implantes, implantes dentários e, finalmente, miniplacas, que foram testadas e apresentaram resultados animadores. O assunto é relevante para ortodontistas e cirurgiões bucais, uma vez que o uso das miniplacas pode influir de forma significativa no tratamento de molares inferiores impactados.

Resumo

Palavras-chave: Ancoragem esquelética. Inclusão dentária. Distalização de molares.

* Mestre em CTBMF pela UNICASTELO. Coordenador do Curso de Especialização em CTBMF da PUC-Minas. ** Mestre em Ortodontia pela PUC-Minas. Professor do Curso de Especialização e Mestrado em Ortodontia da PUC-Minas. *** Aluna do Curso de Odontologia da PUC-Minas.

intRoduçãoA impacção do segundo molar inferior não é

um problema comum, sendo uma anomalia re-lativamente rara, com incidência de 3 em 1.000, tornando-se, muitas vezes, um desafio para or-todontistas e cirurgiões bucais4,8,10. A impacção unilateral é mais comum e ocorre com mais frequência na mandíbula, do lado direito e em pacientes do sexo masculino10. As possíveis cau-sas da impacção do segundo molar incluem atra-so na erupção de segundos pré-molares, extração

prematura e anquilose de primeiros molares, cis-tos dentígeros e odontomas e, finalmente, compe-tição de espaço entre terceiros molares8. Fatores iatrogênicos também podem originar essa impac-ção, tais como bandas e alças ortodônticas fixadas no primeiro molar inferior12.

As opções de tratamento dependem do grau de inclinação do dente, da posição dos terceiros mo-lares e do tipo desejado de movimentação, que pode ser cirúrgica ou ortodôntica12. A melhor época para o tratamento é no período entre 11 e 14 anos,

Como citar este artigo: Freire-Maia B, Pereira TJ, Ribeiro MP. Distalização de segundo molar inferior impactado através da utilização de ancoragem es-quelética com miniplaca: relato de caso. Dental Press J Orthod. 2011 July--Aug;16(4):132-6.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 136 2011 July-Aug;16(4):132-6

Distalização de segundo molar inferior impactado através da utilização de ancoragem esquelética com miniplaca: relato de caso

experiência, pode-se constatar que a utilização das miniplacas é um método preciso, seguro e simples de ancoragem esquelética.

Embora o tratamento utilizando as minipla-cas seja extremamente efetivo, elas possuem al-

gumas desvantagens, como a necessidade do pro-cedimento cirúrgico, dificuldade de manutenção da higiene bucal ao redor do dispositivo, custo relativamente alto e risco de infecção e descon-forto nos primeiros dias após a fixação.

Distalization of impacted mandibular second molar using miniplates for skeletal anchorage: Case report

abstract

This study describes a case with an impacted right mandibular second molar which was distalized using miniplates for skeletal anchorage. Uprighting impacted mandibular second molars has been a great challenge for orthodon-tists and oral surgeons because of the scarcity of anchorage options. Skeletal anchorage was first used in clinical orthodontics in the middle of the 1980s. Since then, several devices have been developed for that purpose, such as mini-screws, tooth implants and, lately, miniplates, which have been tested and showed encouraging results. This topic is relevant for orthodontists and oral surgeons because the use of miniplates may significantly change the treatment of impacted mandibular molars.

Keywords: Skeletal anchorage. Tooth impaction. Molar distalization.

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endereço para correspondênciaBelini Freire-MaiaAv. Contorno, 4747 conjunto 1011 – Serra CEP: 30.113-921 – Belo Horizonte / MGE-mail: [email protected]

Enviado em: 19/09/2008 Revisado e aceito: 24/11/2008

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Dental Press J Orthod 137 2011 July-Aug;16(4):137-47

c a S o c l í n i c o B B o

Má oclusão Classe I de Angle com agenesia de incisivos laterais*

Fernanda Catharino Menezes Franco**

O planejamento ortodôntico de pacientes com agenesia de incisivos laterais envolve conside-rações estéticas e funcionais de grande relevância para um resultado clínico satisfatório. Tanto o fechamento dos espaços correspondentes aos dentes ausentes quanto sua abertura ou manu-tenção oferecem vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas de acordo com as caracte-rísticas individuais do paciente. Fatores importantes que influenciam o planejamento são o pa-drão esquelético, o tipo de má oclusão e a coloração e forma dos caninos, dentre outros. Neste artigo, teve-se como objetivo relatar o tratamento de uma paciente com má oclusão Classe I de Angle, agenesia de incisivos laterais, sobressaliência e sobremordida diminuídas, tendência à mordida aberta e mordida cruzada. A abordagem clínica foi realizada com expansão maxilar, seguida de fechamento dos espaços, com auxílio de ancoragem esquelética extrabucal. Esse caso foi apresentado à diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo BBO.

Resumo

Palavras-chave: Classe I de Angle. Agenesia dentária. Ortodontia corretiva.

** Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Professora do Curso de Especialização em Ortodontia da UFBA. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

intRoduçãoPaciente leucoderma, sexo feminino, com 10

anos e 4 meses de idade, apresentava insatisfação com sua estética dentária. A presença de diaste-mas na região de incisivos superiores era a prin-cipal queixa destacada pela paciente e seus res-ponsáveis. Relatou, na anamnese, bom estado ge-ral de saúde, exceto pela ocorrência de episódios esporádicos de rinite alérgica. A investigação do histórico familiar indicou que o pai apresentava prognatismo mandibular, o qual era uma preocu-pação da família quanto à herança das caracterís-ticas dessa displasia facial.

diagnósticoO exame facial evidenciou um padrão me-

socefálico, sem assimetrias evidentes, perfil reto, ângulo nasolabial aumentado e discreta retrusão do lábio superior. A análise do sorriso mostrou corredores bucais amplos, reflexo da deficiência transversa na maxila, além de linha do sorriso baixa e com diminuição da exposição dos dentes anteriores, aspecto de grande relevância no plane-jamento ortodôntico, considerando-se a idade da paciente. Na avaliação intrabucal, foi observado um baixo risco de cárie e boas condições de saúde dos tecidos periodontais.

* Relato de caso clínico, categoria 5, aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

Como citar este artigo: Franco FCM. Má oclusão Classe I de Angle com age-nesia de incisivos laterais. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):137-47.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental Press J Orthod 147 2011 July-Aug;16(4):137-47

Franco FCM

endereço para correspondênciaFernanda Catharino Menezes FrancoAv. ACM, 585, sl. 1307 – ItaigaraCEP: 41.825-907 – Salvador / BAE-mail: [email protected]

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12. Zachrisson B. Single implants: optimal therapy for missing lateral incisors? Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;126(6):A13-5.

Enviado em: 27/05/2011Revisado e aceito: 05/07/2011

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Roberto M. A. Lima Filho*, Carlos Jorge Vogel**, Estélio Zen***,Ana Maria Bolognese****, José Nelson Mucha*****, Telma Martins de Araújo******

t ó p i c o E S p E c i a l

Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial: certificando excelência

O Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO) é uma entidade de Certificação Na-cional de padrão de excelência clínica no exercício da especialidade. O artigo, ora apresentado, traz o histórico da criação do BBO, sua estrutura e as fases que compõem a avaliação para obtenção da Certificação. Apresenta, ainda, o relato do primeiro exame aplicado no Brasil. O objetivo é mul-tiplicar o conhecimento, entre os profissionais da área, sobre a importância da Certificação BBO como garantia do mais alto grau de qualidade no tratamento ortodôntico.

Resumo

Palavras-chave: Exame. Certificação. Ortodontia.

* Pós-graduado em Ortodontia pela University of Illinois at Chicago. Doutor e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Diplomado pelo American Board of Orthodontics. Ex-presidente do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). Presidente do Colégio de Diplomados do BBO.

** Master of Science pela University of Illinois (EUA). Doutor em Ortodontia pela USP. Membro da Angle Society of Orthodontics. Ex-Presidente do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

*** Pós-graduado em Ortodontia pela UFRJ. Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Ex-Presidente do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). **** Doutora e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Especialista em Radiologia pela UFRJ. Professora Titular de Ortodontia da UFRJ. Ex-Presidente do Board

Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). ***** Doutor e Mestre em Odontologia pela UFRJ. Especialista em Radiologia pela UFRJ. Professor Titular de Ortodontia da UFF. Ex-Presidente do Board

Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). ****** Doutora e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Professora Titular e Coordenadora do Centro de Ortodontia Prof. José Édimo Soares Martins-UFBA.

Especialista em Radiologia pela UFRJ. Ex-Presidente do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

O avanço das ciências médicas, no início do século XX, influenciou positivamente a prática das especialidades. Embora tais avanços tenham proporcionado melhora na qualidade do serviço, não existia um sistema para assegurar ao pacien-te que o profissional que se anunciava como es-pecialista era realmente qualificado. Assim, em 1908, Derrick T. Vail, presidente da American Academy of Ophthalmology and Otolaryngol-ogy, propôs o conceito de Board para essa espe-cialidade na área da saúde1. Em sua essência, o Board avalia o conhecimento e a competência clínica dos profissionais, em sua especialidade.

Em maio de 1916, foi fundado o pioneiro Ameri-can Board for Ophthalmic Examination.

A partir daí, o novo conceito se estendeu às demais especialidades. Na Odontologia, a Ortodontia foi a primeira especialidade a im-plantar o Board, em julho de 1929, durante o 28º Congresso da American Society of Orth-odontia, nos EUA, tendo sido fundado o Amer-ican Board of Orthodontics (ABO)2. Em 1950, o Conselho de Educação em Odontologia da American Dental Association (ADA) reconhe-ceu o ABO como o órgão oficial de Certifica-ção de Excelência em Ortodontia3.

Como citar este artigo: Lima Filho RMA, Vogel CJ, Zen E, Bolognese AM, Mucha JN, Araújo TM. Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial: certificando excelência. Dental Press J Orthod. 2011 July-Aug;16(4):148-57.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de proprie-dade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Lima Filho RMA, Vogel CJ, Zen E, Bolognese AM, Mucha JN, Araújo TM

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em Ortodontia e Ortopedia Facial.Como foi dito por Jack Dale, o lema da ban-

deira brasileira foi posto em prática pelo BBO. Segundo o eminente profissional, atingiu-se o nível de excelência na organização da estrutu-ra do exame, ressaltando o Brasil como modelo dentre os principiantes que se propõem a par-ticipar do World Board of Orthodontics (14 países possuem Board em Ortodontia). Resta aos profissionais brasileiros acreditarem nesse

trabalho, para que a semente, lançada nas pala-vras do professor canadense, germine e dê bons frutos, com mais especialistas buscando o cer-tificado de excelência pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. É importante ressaltar que constantes atualizações são reali-zadas no sistema de Certificação do BBO. Por-tanto, os ortodontistas interessados em prestar o Exame de Certificação devem consultar regu-larmente o site do BBO (www.bbo.org.br).

Brazilian Board of Orthodontics and Facial Orthopedics: Certifying excellence

abstract

The Brazilian Board of Orthodontics and Facial Orthopedics (BBO) is the institution that certifies the standards of clini-cal excellence in the practice of this specialty. This article describes the history of BBO’s creation and the examination structure and phases to obtain the BBO Certification. It also presents a detailed report of the first exam applied in Brazil. Its purpose is to expand the knowledge, among professionals in the area, about the importance of BBO Certi-fication as assurance of the highest level of quality in orthodontic treatments.

Keywords: Examination. Certification. Orthodontics.

1. Little DM. The founding of the specialty boards. Anesthesiology. 1981;55:317-21.

2. Cangialosi TJ, Riolo ML, Owens S Jr, Dykhouse VJ, Moffitt AH, Grubb JE, et al. The American Board of Orthodontics and specialty certification: the first 50 years. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;126(1):3-6.

3. The American Board of Orthodontics. [Cited 2010 Jan 11]. Available from: www.americanboardortho.com.

4. Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. [Acesso 2010 Jan 11]. Available from: www.bbo.org.br.

5. Habib F, Fleischmann LA, Gama SLC, Araújo TM. Obtenção de modelos ortodônticos. Rev Dental Press Ortod Orthop Facial. 2007;12(3):146-56.

6. Dale J. Brazilian Board of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics holds first examination. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;126:134.

RefeRências

endereço para correspondênciaRoberto M. A. Lima FilhoAvenida Alberto Andaló 4.025CEP: 15.015-000 - São José do Rio Preto/SPE-mail: [email protected]

Enviado em: 13/06/2011Revisado e aceito: 03/07/2011

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normaS dE aprESEntação dE originaiS

— O Dental Press Journal of Orthodontics publica arti-gos de investigação científica, revisões significativas, relatos de casos clínicos e de técnicas, comunicações breves e outros materiais relacionados à Ortodontia e Ortopedia Facial.

— O Dental Press Journal of Orthodontics utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on--line de submissão e avaliação de trabalhos. Para sub-meter novos trabalhos visite o site:

www.dentalpressjournals.com

— Outros tipos de correspondência poderão ser envia-dos para:

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— As declarações e opiniões expressas pelo(s) autor(es) não necessariamente correspondem às do(s) editor(es) ou publisher, os quais não assumirão qualquer respon-sabilidade pelas mesmas. Nem o(s) editor(es) nem o publisher garantem ou endossam qualquer produto ou serviço anunciado nesta publicação ou alegação feita por seus respectivos fabricantes. Cada leitor deve de-terminar se deve agir conforme as informações con-tidas nesta publicação. A Revista ou as empresas pa-trocinadoras não serão responsáveis por qualquer dano advindo da publicação de informações errôneas.

— Os trabalhos apresentados devem ser inéditos e não publicados ou submetidos para publicação em outra revista. Os manuscritos serão analisados pelo editor e consultores, e estão sujeitos a revisão editorial. Os autores devem seguir as orientações descritas adiante.

ORIENTAÇÕES PARA SUBMISSÃO DOS MANUSCRITOS

— Os trabalhos devem, preferencialmente, ser escritos em língua inglesa.

— Apesar de ser oficialmente publicado em inglês, o Dental Press Journal of Orthodontics conta ainda com sua versão em língua portuguesa. Por isso serão aceitas, também, submissões de artigos em português.

— Nesse caso, após terem sido avaliados e aprovados, os autores deverão enviar a versão em inglês de seus trabalhos.

— Essa versão será submetida à aprovação do Conselho Editorial e deverá apresentar adequada qualidade vernacular.

FORMATAÇÃO DOS MANUSCRITOS

— Submeta os artigos através do site: www.dentalpressjournals.com — Organize sua apresentação como descrito a seguir:

1. Página de título— deve conter título em português e inglês, resumo e

abstract, palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por

exemplo: nomes completos dos autores, títulos aca-dêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos admi-nistrativos. Elas deverão ser incluídas apenas nos campos específicos no site de submissão de artigos. Assim, essas informações não estarão disponíveis para os revisores.

2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de

250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções:

INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉ-TODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores con-cluíram dos resultados, além das implicações clínicas.

— os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 pala-vras-chave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS.

3. Texto— o texto deve ser organizado nas seguintes seções:

Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discus-são, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras.

— os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abs-tract e referências.

— envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo).

— também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo.

4. Figuras— as imagens digitais devem ser no formato JPG ou

TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução.

— as imagens devem ser enviadas em arquivos inde-pendentes.

— se uma figura já foi publicada anteriormente, sua le-genda deve dar todo o crédito à fonte original.

— todas as figuras devem ser citadas no texto.

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normaS dE aprESEntação dE originaiS

5. Gráficos e traçados cefalométricos— devem ser enviados os arquivos contendo as versões

originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção.

— não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável).

— os desenhos enviados podem ser melhorados ou re-desenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.

6. Tabelas— as tabelas devem ser autoexplicativas e devem com-

plementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na

ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua

uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word

ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfi-co (imagem não editável).

7. Comitês de Ética— Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pa-

receres de Comitês de Ética.

8. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados

das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo:

— Cessão de Direitos Autorais Transferindo todos os direitos autorais do manus-

crito para a Dental Press International, caso o tra-balho seja publicado.

— Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores

para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado.

— Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das re-

comendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experi-mentação humana/animal.

— Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não

deve ser violada sem um consentimento informado.

9. Referências— todos os artigos citados no texto devem constar na

lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no

texto.— com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as refe-

rências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração.

— as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na or-dem em que são citadas no texto.

— as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”.

— a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados ne-cessários à sua identificação.

— as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html).

— utilize os exemplos a seguir:

Artigos com até seis autoresSterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.

Artigos com mais de seis autoresDe Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32.

Capítulo de livroKina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.

Capítulo de livro com editorBreedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001.

Dissertação, tese e trabalho de conclusão de cursoBeltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.

Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Fa-ciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com

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Dental Press J Orthod 160 2011 July-Aug;16(4):158-60

1. O registro de ensaios clínicos

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências

para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo pro-

jeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista

intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de

causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter

interferência sobre a saúde dos envolvidos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clí-

nicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados

e registrados antes de serem iniciados.

O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de

identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos

resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas cien-

tíficas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como

pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de

instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com

interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite

reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas,

observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas

nos assuntos.

Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revis-

tas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões inter-

nacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas

científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic

Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Ca-

ribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas

exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram in-

cluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de

registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área

da saúde.

Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Jour-

nal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que

exijam dos autores o número de registro no momento da submissão

de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos

Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos en-

dereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados,

os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios

estabelecidos pela OMS.

2. Portal para divulgação e registro dos ensaios

A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros

de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Se-

arch Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index.html), com

interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa,

nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clí-

nicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os

ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para

a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos corres-

pondente.

A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pe-

los produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede

recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical

Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores

dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e

controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros

primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical

Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (Internatio-

nal Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRC-

TN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possí-

vel, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para

os recomendados pela OMS.

A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem

ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação,

data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financia-

mento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinado-

res, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas,

título público do estudo, título científico, países de recrutamento, pro-

blemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e ex-

clusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário,

tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de

resultados primárias e secundárias.

Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três

categorias:

- Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e

contribuem para o Portal;

- Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas

enviam os dados para o Portal somente através de parceria com

um dos Registros Primários;

- Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria

do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics

O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia

as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial

da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International

CommitteeofMedicalJournalEditors–ICMJE(http://www.wame.

org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm),

reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divul-

gação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso

aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS

para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão

aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham

recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios

Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE,

cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.

org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final

do resumo.

Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o

registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

Atenciosamente,

Jorge Faber, CD, MS, Dr

Editor do Dental Press Journal of Orthodontics

ISSN 2176-9451

E-mail: [email protected]

comunicado aoS autorES E conSultorES - rEgiStro dE EnSaioS clínicoS