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Rev. Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras / 17Julho de 2001v.1, n.0, p.

Conhecimentos essenciais nocuidado à criança em oxigenoterapia1

ARTIGO DE REVISÃO

Resumo

Abstract

Resumen

Lúcia Martins de Magalhães Pierantoni2

Ivone Evangelista Cabral3

A oxigenoterapia é um procedimento realizado pela equipe de enfermagem que trabalha em unidades pediátricas.

Consequentemente, estes trabalhadores precisam saber sobre o dispositivo mais apropriado para fornecer a

concentração de oxigênio que a criança precisa, e então destacamos os cuidados essenciais na implementação

desta terapêutica. Concluimos que também é importante considerar o oxigênio como uma medicação, tal como

acontece com um medicamento, ele possui efeitos terapêuticos e colaterais, e sua eficácia depende da via de

administração, da dosagem e de cuidados especiais com a criança.

Palavras Chaves: Enfermagem – Enfermagem pediátrica – Sáude da criança – Oxigenoterapia

The Essential Knowledges to care children in oxygenotherapy

The oxygenotherapy is a procedure implemented by the nursing staff, which works at pediatric unit. So, The

workers must know the most proper device to provide oxygen concentration, what children need, and put

in evidence the essential care to implement that therapy. We have concluded, it is also important to consider

the oxygen as a medication; like other kind of medicine, the oxygen is a therapeutic and has side effects, and

its efficacy will depend on the way of administration, the posology and special needs care of children.

Keywords: Nursing – Pediatric nursing – Health child – Oxygenotherapy

Conocimientos esenciales en el cuidado a los niños en oxigenoteapia

La oxigenoterapia es un procedimiento realizado por el equipo de enfermería que trabaja en unidades pediátricas.

Consecuentemente, estos trabajadores precisam saber sobre el dispositivo más apropiado para facilitar la

concentración de oxígeno que el niño necesita, por lo tanto destacamos los cuidados esenciales en la

implementación de esta terapeútica. Concluimos que también es importante considerar al oxígeno como una

medicación, tal como sucede con un medicamento que posee efectos terapeúticos y colaterales y que su

eficacia depende de la vía de administración, cantidad y de los cuidados especiales en el niño.

Palabras clave: Enfermería – Enfermería pediátrica – Salud del niño – Oxigenoterapia

1 – Trabalho final da disciplina Unidade da Criança Doente do Curso de Especialização em Enfermagem Pediátrica da Escola deEnfermagem Anna Nery.2 – Enfermeira do Serviço de Enfermagem da Mulher e da Criança - Hospital Universitário Pedro Ernesto – UERJ. Especialistaem Enfermagem Pediátrica pela Escola de Enfermagem Anna Nery - UFRJ3 – Doutora em enfermagem. Profª Adjunta do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil da Escola de Enfermagem AnnaNery-UFRJ. Coordenadora do Curso de Enfermagem Pediátrica.

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INTRODUÇÃO

A enfermagem presta cuidados à criança a maior partedo tempo, e o que mais a habilita para entender os sinaisclínicos que ela apresenta é a observação e registroindicativo da necessidade de oxigenoterapia para evitar oagravamento da insuficiência respiratória.

De acordo com Bajay (1991), a oxigenoterapia é umaterapêutica racional e sistematizada com oxigênio, admi-nistrada em concentrações ou pressões maiores que a daatmosfera ambiental, ou superiores a 21%, para corrigirou atenuar deficiências de O2 ou hipóxia (oxigênio insufi-ciente no sangue). Na prática a quantidade de oxigêniooferecida deve ser mínima necessária para manter a PaO2

entre 50-80 mmHg e/ou saturação de hemoglobina entre90 e 95%.

Brunner & Suddarth (1985; 1997) destacam que em setratando de uma terapêutica medicamentosa, há necessi-dade de uma prescrição médica para que a enfermagempossa desenvolver os procedimentos de implementaçãonecessários ao uso eficiente da terapêutica. Conseqüen-temente, é nossa responsabilidade conhecer com profun-didade as vias de administração do oxigênio, as razões desua eleição, as vantagens e desvantagens de cada méto-do adotado, bem como o fluxo de O2 adequado e a FIO2

fornecidas.

Há necessidade da enfermagem instalar, controlar eacompanhar cuidadosamente a terapia, para prevenir osefeitos tóxicos e colaterais do oxigênio, o que demandado enfermeiro e da equipe sob sua supervisão conheci-mentos sobre os gases arteriais, sua interpretação e asreações da criança submetida à terapêutica..

Diante disso nos propusemos apresentar subsídiosteóricos para uma melhor utilização da oxigenoterapia edescrever alguns cuidados que devem ser observadospela equipe de enfermagem na utilização de oxigênio, de-monstrando as vantagens e desvantagens de cada méto-do, bem como, o fluxo de oxigênio adequado e a FIO2

fornecida.

Para a realização deste trabalho utilizamos como fontede consulta, dentre outros, os seguintes autores: Bajay(1991), Brunner & Suddarth (1985; 1997), Brasil (MS, 1994),Piva(1992) e Schmitz (1995).

RESPONSABILIDADES DA ENFERMAGEM FRENTEÀ OXIGENOTERAPIA

Dentre as responsabilidades da enfermagem naimplementação da terapêutica com a criança, passaremosa apresentar aquelas que demandam maior nível de aten-ção e maior corpo de conhecimento.

Estar atenta aos sinais clínicos de hipóxia, de origemrespiratória, cardíacos, neurológicos e outros.

Quanto aos sinais respiratórios, destacamos a freqüên-cia e esforço respiratório acentuado ou respiração labori-osa (retração intercostal, batimento de asa de nariz), acianose progressiva, perioral, de extremidades, generali-zada (tardia).

Quanto aos sinais cardíacos, chamamos atenção paraa taquicardia, pulso filiforme (sinais precoces); bradicardia,hipotensão e parada cardíaca (sinais posteriores).

O enfermeiro precisa estar atento aos sinais neuroló-gicos de inquietação, confusão, desorientação, prostra-ção, convulsão, coma; além de outros como palidez, si-nais decorrentes de acidose metabólica (respiração tipoKusmaull, embotamento sensorial e inconsciência etc)

Prevenir a combustão alimentada pelo oxigênio, porser um gás com riscos de explosão e incêndio, especial-mente, evitando a utilização de óleos e graxas; não permi-tindo o uso de aparelhos elétricos próximo à tenda de O2,mantendo os reservatórios portáteis e móveis de O2 navertical e longe da fonte de calor; não fumar bem comoevitar o uso de roupas de cama sintética.

Efetuar controle e acompanhamento cuidadoso da te-rapia para prevenção de efeitos tóxicos e colaterais dooxigênio, sendo os mais conhecidos aqueles que afetama retina e os pulmões. Destacamos a seguir algumas com-plicações inerentes ao uso de oxigênio que precisam serevitadas, através de uma prática consciente e bem infor-mada: a) Concentrações inspiradas maior que 50%, portempo prolongado, ocasionam alterações pulmonares(atelectasia, hemorragia , edema, fibrose) e displasiabroncopulmonar; b) Para um PAO2 (pressão parcial deoxigênio alveolar) acima de 100 mmHg (principalmente emprematuros), há ação tóxica sobre os vasos da retina, de-terminando a fibroplasia retrolenticular, apesar da evolu-ção benigna em 90% dos casos, pode causar cegueira); c)

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O enfermeiro deve acompanhar a mensuração dos gasesarteriais e supervisionar a fração inspirada de O2 (FIO2),através de analisadores de O2 ou consultar tabelas espe-cíficas, se efetuada mistura de ar comprimido e O2; d) Ou-tro efeito indesejável é o de ressecar mucosas, o que éprevenido pelo uso de umidificadores.

Manter as vias aéreas desobstruídas, o que possibili-ta um aproveitamento total do fluxo de oxigênio em uso,promovendo a extensão do pescoço, a retificação da lín-gua quando ocorre obstrução da hipolaringe (manual-mente ou utilizando cânula de Guedel) e ainda removendoas secreções. Conhecer e controlar o equipamento, a fimde detectar obstruções, dobraduras ou vazamentos oumal funcionamento dos circuitos e proceder a limpezaadequada após o seu uso.

Aplicar e controlar a terapêutica, de acordo com ométodo, duração e concentração prescritas e/ou condi-ções do paciente. Nunca se esquecer de manter o O2

umidificado e aquecido. É preciso ainda, controlar a res-posta do paciente à terapêutica durante a hipóxia de 15 em15 minutos (no mínimo) e posteriormente de hora em hora,se houver melhora do quadro. Observar o pulso, caracte-rísticas da respiração e das condições do paciente (espe-ra-se que haja redução da inquietação e do esforço respi-ratório, melhora da cianose e retorno aos parâmetros nor-mais dos sinais vitais)

Preparar, orientar e apoiar a criança e a família du-rante o procedimento, fornecendo explicações e apoio paradiminuir a ansiedade. Permitir que a criança toque o equi-pamento e verifique o funcionamento, desde que tenhacompreensão para isto, pois as crianças menores devemser contidas para evitar que interfiram no tratamento

Registrar início e término do tratamento eintercorrências. A terapêutica deve ser encerrada gra-dualmente, controlando a reação da criança e os gasesarteriais. A atenção às outras necessidades da criançacomo, mobilidade (mudança de decúbito), higiene e con-forto, manutenção da Integridade corporal, manifestaçõesde afeto por meio de procedimentos como dar colo, con-versar, brincar, dentre outros, são imprescindíveis para osucesso da terapêutica.

Quanto aos sistemas de fornecimento de O2, lembrar-

se de que os dispositivos de fluxo baixo fornecem, so-mente parte do gás inspirado. O ar ambiente é misturadoao oxigênio fornecido pelo aparelho quando o pacienteinspira. Ficar atento, pois quanto maior a hiperventilaçãoou inspiração profunda menor a concentração de O2 ins-pirado, em função da entrada de grande quantidade de arambiente. Quanto mais superficial a respiração maior aconcentração de O2 inspirado. Como exemplos, podemosdestacar o catéter, a cânula nasal e a máscara simples.Outros exemplos são os dispositivos de alto fluxo comoos recipientes cefálicos, tendas e máscaras especiais.

MONITORAÇÃO GASOMÉTRICA

Quando uma criança apresenta alguma dificuldaderespiratória, é fundamental que sejam analisadas as alte-rações dos gases sangüíneos, pois a indicação da tera-pêutica, posologia e método de administração, se por pres-são positiva constante de vias aéreas (CPAP) ou ventila-ção mecânica, dependem dos achados gasométricosLogo, vê-se a importância da monitoração da gasometriade todas as crianças em uso da oxigenoterapia, que podeser por método não-invasivo ou técnica transcutânea, ouinvasivo através da punção arterial.

Segundo Jones & Deveau (1993), quando há uma de-manda crescente (superior a 50%), de oxigênio que osmétodos tradicionais não conseguem atender, o CPAPnasal passa a ser o método mais indicado. E quando emCPAP nasal, a criança apresentar uma necessidade deoxigênio maior que 100%, com quadros de apnéia ouPaCO2 maior que 60 TORR, há indicação de ventilaçãomecânica.

Saturômetro: Procedimento não-invasivo demonitoração gasométrica

Através deste instrumento avalia-se a fração inspira-da de oxigênio (FIO2) por um monitor transcutâneo. Ooximetro possui painel digital ou manual para calibragemde oxigênio de 21% até 100%. A boa correlação desteinstrumento com a análise gasométrica, depende daperfusão periférica e da estabilidade da transmissão dosinal, ao sensor colocado na polpa digital ou no lobo daorelha.

A saturação recomendada é de 90 a 94% que equiva-

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leria a uma PaCO2 entre 50 - 70.

GASOMETRIA ARTERIAL: PROCEDIMENTO INVASIVO DE

MONITORAÇÃO GASOMÉTRICA

Procedimento técnico simples e seguro para aferiçãodo conteúdo de oxigênio e gás carbônico no sangue, pos-sibilitando avaliar o equilíbrio ácido-básico, metabólico erespiratório.

A Interpretação da gasometria é uma atividade im-portante a ser dominada pelo enfermeiro. Portanto seráacidose, qualquer condição em que ocorra aumento doácido carbônico (H2CO3) ou queda do bicarbonato básico(HCO3). PH igual ou inferior a 7.35; e alcalose, qualquercondição na qual ocorre aumento do bicarbonato básicoou queda do ácido carbônico. PH igual ou superior a 7.4.Tanto a acidose como a alcalose metabólica refletem oimpacto sistêmico das alterações dos níveis de bicarbo-nato de sódio (HCO3). Já a acidose respiratória ou a alcaloserespiratória afetam o ácido carbônico (H2CO3) e o dióxidode carbono (CO2), portanto com impacto nos pulmões.

Outros dados importantes a serem considerados: a)PaO2 - concentração de oxigênio/ pressão parcial de oxi-

acidose metabólica HCO3

afetam o bicarbonato básico (HCO3)

alcalose metabólica HCO3

acidose respiratória H2 CO3 CO2

afetam o ácido carbônico (H2CO3)

e o dióxido de carbono (CO2)

alcalose respiratória H2 CO3 CO2

gênio dissolvido no sangue; valores normais = 85 a 100mmHg.; b) PaCO2 - tensão de dióxido de carbono/umaPaO2 baixa = hiperventilação, PaO2 elevada =hipoventilação; valores normais = 35 a 45 mmHg; c) SaO2

- saturação de oxigênio/ oxigênio transportado pelahemoglobina; valor normal: 95%; d) Bicarbonato (HCO3),valores normais = 22 a 28 mmHg/litro.

MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO EMCRIANÇAS – SUBSÍDIOS PARA O CUIDAR EMENFERMAGEM

Além dos cuidados fundamentais à criança submetidaà oxigenoterapia e das informações importantes sobre amonitoração gasométrica, existem os métodos de adminis-tração do oxigênio, os quais apresentaremos no quadroque segue (página ao lado), indicando as vantagens edesvantagens de cada um deles, a FiO2 e fluxo de oxigênioadequado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Entendemos que a qualidade de um serviço não se fazapenas pela sua aparelhagem ou pelo desenvolvimentode técnicas sofisticadas, mas pelas características do seupessoal, que precisa estar em processo contínuo de edu-cação e atualização. A equipe atualizada torna-se capazde prestar uma melhor assistência a criança, pois estáfamiliarizada com as técnicas e os equipamentos, compre-endendo as bases fisiológicas subjacentes aos procedi-mentos, e os efeitos da terapêutica sobre o processo derecuperação do cliente sob seus cuidados. Desse modo,esperamos contribuir com a prática da enfermeira que cui-da da criança hospitalizada ou no domicílio, que requer aoxigenoterapia para manter sua função respiratória com-patível com a vida.

Os conhecimentos que aqui foram arrolados permiti-rão a elaboração do plano de cuidados individualizadopara a clientela da faixa etária pediátrica, com maior segu-rança; e ainda uma maior confiabilidade na implementaçãodas ações traçadas, que se traduzirão em melhora do qua-dro clínico.

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