Valor Local - Edição Setembro 2013

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Valor Local Jornal Valor Local • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 5 • 20 Setembro 2013 • Preço 1 cêntimo ACISMA Vindima 2013 promete bom vinho Pág. 11 Págs. 5 e 7 Págs. 8, 9 e 10 As dificuldades e os projectos do Grupo Desportivo de Azambuja Entrevistas com os candidatos do PS às câmaras de Azambuja e de Alenquer

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Jornal Valor Local

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Valor LocalJornal Valor Local • Periodicidade Mensal • Director: Miguel António Rodrigues • Edição nº 5 • 20 Setembro 2013 • Preço 1 cêntimo

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ISM

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Vindima 2013prometebomvinho

Pág. 11

Págs. 5 e 7

Págs. 8, 9 e 10

As dificuldades e os projectosdo Grupo Desportivode Azambuja

Entrevistas com os candidatosdo PS às câmaras de Azambujae de Alenquer

2 Valor Localwww.ACISMA.org

Reforma do IRCNão há reforma eficaz do IRC sem a eliminação do PEC. O Governo,

através do seu Ministro da Economia, anuncia, desde Janeiro, que irábaixar o IRC. Entretanto, já passou mais de meio ano sem que alguma ini-ciativa legislativa, consistente, sobre a matéria fosse apresentada. No dia 25 de Julho, os senhores Ministros das Finanças e da Economia,acompanhados do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e do Dr. An-tónio Lobo Xavier realizaram uma Conferência de Imprensa para apresentarum «Anteprojecto de Reforma do IRC», da autoria de uma Comissão pre-sidida pelo Dr. Lobo Xavier. Para além da complexidade das matérias constantes do Anteprojecto duasquestões se destacam, pelo carácter lesivo de que se revestem: •O brutal aumento do PEC – Pagamento Especial por Conta, elevando omínimo em mais 50%, penalizando, mais uma vez, a esmagadora maioriadas micro e pequenas empresas; •O objectivo claro de favorecimento fiscal dos grandes grupos económicose do sector financeiro. A CPPME há muito considera fundamental e urgente uma profunda Refor-ma Fiscal, que englobe, nomeadamente o IVA, o IRS, o IRC, o IMT, e o IMIe que termine de vez com a duplicação de impostos, alguns especiais e in-justos. A Reforma do IRC poderá ser, sem dúvida, valioso contributo para a reani-mação do investimento em Portugal. Porém, uma verdadeira reforma doIRC terá de passar pela extinção do PEC, tal como a CPPME, reiterada-mente, tem demonstrado nas propostas já dirigidas ao Governo. O Governo afirma a intenção de começar um novo ciclo mas o que se adi-vinha são vergonhoso bónus às grandes empresas e aos grupos económi-cos e financeiros e, em coerência governamental, penalização de milharese milhares de micro e pequenas empresas, com as inevitáveis e gravosasconsequências para o mercado interno nacional e obviamente para a eco-nomia. O Governo insiste numa proposta “requentada”, comprovadamente ineficaz.Já em 2002, com o Governo PSD/CDS, foi aprovada a redução da taxa doIRC, não conseguindo os efeitos supostamente pretendidos: recuperar o in-vestimento e a criação de emprego. A CPPME, no seguimento do que tem sido a sua linha de acção em defesadas micro, pequenas e médias empresas e dos seus empresários intervirá,nesta fase de consulta pública, dirigindo-se à Comissão de Reforma do IRCcom a sua opinião, colocando sobretudo perguntas que carecem de escla-recimento para uma melhor compreensão da proposta em discussão. Nesse sentido, a CPPME gostaria de ver esclarecidas as seguintes ques-tões: 1. Considerando a classificação empresarial estabelecida na U.E., qual é apercentagem de pagamento médio de IRC efectuada por cada extracto em-presarial, ou seja, pelas micro, pelas pequenas, pelas médias e pelas gran-des empresas respectivamente? 2. Ao nível da Europa as micro, pequenas, médias e grandes empresas pa-gam mais ou menos que em Portugal? E, as grandes empresas e os gruposeconómicos e financeiros, em termos percentuais, pagam mais ou menos? 3. Com a criação de um regime simplificado aplicável às empresas com VANinferior a 150 mil euros, tendo em atenção os requisitos necessários e exi-gidos para inclusão neste, qual a percentagem de micro empresas que seestima serem abrangidas pelo sistema? 4. Será que o regime simplificado proposto contempla a publicação dos cha-mados coeficientes técnico-científicos (rácios de rendibilidade) para cadaramo de actividade a que os governos, há mais de uma década, estão ob-rigados por lei, mas nunca cumpriram?

5. Qual o número de empresas que pagam PEC e qual a percentagem des-sas que conseguem o reembolso deste? 6. Como é apurado o valor médio de IRC de cada extracto empresarial? OPEC e as Tributações Autónomas estão incluídos no cálculo? 7. As empresas cujos resultados de apuramento de IRC são inferiores aocálculo do PEC ficam sujeitas ao pagamento deste, que é sempre superior,em percentagem ao pagamento do IRC directo. Quando dizem que existemempresas que não pagam IRC afinal a quem se referem? 8. Existe uma opinião generalizada que considera ser o PEC um instrumen-to de tributação fiscal “cego e injusto”. Porquê o seu aumento na base mí-nima em 50% e não a sua extinção? 9. Os empresários em nome individual com contabilidade organizada, emmuitos casos, com colaboradores assalariados, cuja tributação é apuradaem sede de IRS, não deveriam, por se tratar de uma actividade empresarialser considerados em IRC? 10. Como vai ficar a tributação das empresas situadas em paraísos fiscais,como seja o “offshore” da Madeira? 11. É ou não verdade que as grandes empresas e o sector financeiro pagamem média 15% de IRC, muito longe da média de 31,5% referida pela Co-missão? Por outro lado, a CPPME reafirma a sua proposta de Reforma Fiscal, ondeconstam mais de duas dezenas de medidas, sendo que algumas delas re-ferem-se à Reforma do IRC, a saber: 1. A reposição da taxa de 12,5% de IRC para os primeiros 12.500,00 eurosde matéria colectável. 2. A extinção do PEC – Pagamento Especial por Conta. 3. A criação do RST – Regime Simplificado de Tributação com taxas dife-renciadas de acordo com os coeficientes técnico-científicos a apurar e a pu-blicar para cada ramo de actividade. 4. A redução e extinção de algumas das taxas de Tributação Autónoma doIRC. 5. A criação de incentivos fiscais, incluindo o IRC, para instalação de em-presas no interior do País. Por último, a CPPME reafirma a sua convicção de que os maiores obstá-culos actuais ao investimento em Portugal prendem-se, essencialmente,com: 1. O reduzido poder de compra dos portugueses(com profundos efeitos, ne-gativos, na procura, no mercado interno nacional). 2. O funcionamento da justiça(com custos inaceitáveis e ausência de cele-ridade nos processos).3. A exagerada carga fiscal sobre as empresas (acrescida da tributaçãofiscal sobre o consumo, com reflexos nas actividades empresariais, comoseja o IVA da restauração e da energia eléctrica a 23%).4. A instabilidade fiscal e a sua complexidade (a constante publicação de al-terações legislativas e a sua sobreposição, sem a devida compilação, tornaquase impossível a identificação correcta da tributação aplicável).5. Os custos fixos (energéticos - combustíveis, electricidade e gás; água;transportes; portagens; taxas de resíduos urbanos; bem como, todo o tipode licenças obrigatórias. Como é o caso do PPC cujos pagamentos no O.E.para 2013 passaram a ser obrigatórios.).6. A burocracia(que em vez de simplificar e agilizar procedimentos asfixiaas empresas).7. O Crédito(o preço do crédito bancário e as dificuldades, concretas, aoseu acesso).(Parecer da CPPME (confederação das Micro. Pequenas e Médias Empre-sas sobre a Reforma do IRC)

Ficha técnica: Valor Local, Jornal de informação regional, sede de redac-ção e administração: Quinta da Mina 2050-273 Azambuja; telefones: 263 418 263; 263 047 625,96 197 13 23 correio electrónico: [email protected]; Site: www.valorlocal.pt.vu • Propriedadee editor:Associação Comércio e Indústria do Município de Azambuja (ACISMA); Quinta da Mina2050-273 Azambuja. NIPC 502 648 724 • correio electrónico: [email protected] • Direc-tor: Miguel António Rodrigues CP 3351 • Colaboradores: Sílvia Agostinho CO-1198, Vera Ga-lamba CP 6781, José Machado Pereira, Daniel Claro, Rui Alves Veloso, Miguel Ouro, Nuno Vicente• Paginação, Grafismo e Montagem: Milton Almeida: [email protected] • Fotografia: JoséJúlio Cachado • Serviços administrativos e publicidade: Sandra Seabra, António Pires telefone96 26 96 007, correio electrónico: [email protected] • N.º de Registo ERC: 126362,Depósito legal: 359672/13 Impressão: Gráfica do Minho, Rua Cidade do Porto –Complexo In-dustrial Grunding, bloco 5, fracção D, 4710-306 Braga • Tiragem: 4000 exemplares

Sugestões dos comerciantesde Azambuja para o próximopresidente de Câmara

Manuel Canha – Retirar os pilaretes seria fundamental para me-lhorar o comércio. Penso que em articulação com as colectividadespoder-se-ia pensar na realização de actividades e serões culturaisdinamizando-se, por consequência, também o comércio. Pensoque a junta de freguesia de Azambuja, na realização dos seus con-vívios com almoços e jantares, deveria apostar mais nos nossosrestaurantes.

Bruno Pinto – Penso que o comércio podia melhorar muito se aCâmara conseguisse dar uma volta no que toca à vertente turísticacom a revitalização do esteiro e do palácio, assim atrairia mais vi-sitantes e o comércio também lucraria com isso. Um grande inves-timento ali potenciaria em muito essa necessidade. O crescimentode Azambuja passa por isto.

Manuel Rosa – O comércio piorou bastante com a colocação dospilaretes. Notou-se uma quebra acentuada, e se isto já não estavafamoso, piorou ainda mais. As ruas comerciais da vila também de-veriam ser lavadas, porque de Verão a sujidade permanece duran-te muito mais tempo. Pelo menos, uma vez por mês esse serviçodeveria ser efectuado.Debate "Economia

e Desenvolvimento Local"

ADirecção da ACISMA, atento o interesse para o concelho deAzambuja, propôs a todas as candidaturas à Câmara Municipal

a realização de um debate com o tema em epígrafe. O Partido So-cialista declinou o convite devido a dificuldades de agenda resul-tantes de compromissos anteriormente assumidos. Assim comuni-camos a todos os associados e população que, após consulta àsoutras candidaturas, o referido debate não se realizará.

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Terra Velhinha

4 Valor LocalSociedade

Cerca de uma centena de mili-tares recolheu entre si vários

bens. Roupas, brinquedos e al-guns produtos alimentares fizeramas delícias das criançasBastou ver o sorriso das criançaspara se perceber de imediato quea manhã de 30 de Agosto ia ser deemoções fortes. Enquanto cercade uma dezena de militares daGNR oriundos dos destacamentosde Alenquer; Vila Franca de Xira edestacamento Brigada de trânsitodo Carregado descarregavam as

cinco viaturas completamentecheias, o sorriso das crianças au-mentava. Em poucos minutos, e àmedida que os bens iam sendodepositados no pátio da institui-ção, aumentavam a alegria e a ex-pectativa entre as crianças, queestão naquele espaço, obra do pa-dre António Cardoso, à ordem dostribunais, já que são oriundas daschamadas famílias disfuncionais.Descarregadas as viaturas, com aajuda das crianças, chegava omomento do agradecimento e da

retribuição. Na cara dos militares,era indisfarçável a emoção daque-le momento, já que muitas dascrianças associam de certa manei-ra a presença da polícia a situa-ções menos positivas, e para isso,esta acção foi também importante,mostrando assim que por debaixode cada farda, bate um coraçãomuitas vezes generoso, mas queem contexto profissional, tem aobrigação de ser mais frio.Depois das palavras de agradeci-mento de uma das crianças da

instituição, os meninos deram aosmilitares um pequeno coraçãocomo sinal de agradecimento.Este foi de resto o momento maisemotivo da manhã. Todos os mili-tares receberam esta oferta, etambém a reportagem do ValorLocal, que embora estivesse aliapenas para cobrir o acontecimen-to, foi também tocada pela gene-rosidade das crianças com histó-rias de vida, certamente mais mar-cantes, do que possamos imagi-nar.

Militares da GNR entregam bensà Casa Mãe de Aveiras de Cima

No centro da vila de Alenquer,funciona desde o início do

Verão uma loja de roupa e calça-do em segunda mão. Maria JoãoGraça, proprietária, teve a ideiaquando andava às compras emLisboa e se deparou com um es-tabelecimento do mesmo tipo.Já dispunha de instalações, e ra-pidamente deitou mãos à obra,ao retirar do armário roupa sua edo filho em boas condições, masque deixou de ser usada. Umgrupo de amigas fez o mesmo, ehoje a “Trend” é uma realidade edesperta a atenção de quempassa, por ser um conceito pou-co explorado no nosso país. O conceito é minimalista, pois a

loja não dispõe de uma decora-ção elaborada, mas apenas onecessário para expor o vestuá-rio. “As pessoas costumam en-trar e perguntar como funciona.Funcionamos por consignação,o cliente traz a roupa e no dia aseguir à sua venda, é pago o va-lor acordado. Possibilita que sejadado um valor mais alto pelo ar-tigo. Todos os artigos têm umvalor até 5 ou 6 euros, excepto,os casacos, normalmente, con-sigo vender abaixo dos 10 eu-ros”.Entre as peças mais vendidas,sobretudo no Verão, estão as tú-nicas e vestidos. A loja é sobre-tudo procurada por pessoas com

peso a mais, na esperança deencontrarem algo que se adaptemelhor à sua estrutura. Especial-mente, as clientes emigrantessão as que conhecem melhor oconceito de lojas em segundamão, no entanto, “ a aceitaçãotem sido melhor do que a espe-rada”. “Pensava que se tratariade uma experiência de Verão,mas já começaram a trazer rou-pa de Inverno”, dá conta MariaJoão Graça, acrescentando:“Também vendi muita roupa demarca para criança”. No que toca ao calçado, a suavenda “é mais difícil”, mas “qua-se todas as semanas consegue-se vender”. Ao todo cerca de 60

pessoas já trouxeram vestuárioe calçado. A maioria trata-se depessoas que querem “despa-char” roupa usada porque nãotêm a quem a dar, mas tambémhá quem procure o estabeleci-mento com o intuito de ganharalgo com a venda, não dando“para a troca” bens no estadodesejável.A “Trend” também facilita a trocade livros escolares. 10 por centodo valor para quem traz, e paraquem compra o desconto é de80 por cento – “Esteve aqui umasenhora que levou quatro ou cin-co livros pelo preço de um, ob-tendo, assim, um desconto fan-tástico”.

Roupa e livros em segunda mão na “Trend”

Terra Velhinha é um grupo do facebook quepretende celebrar o passado de Azambuja eda sua região, rever os seus familiares, relem-brar velhos amigos, situações ou lugares, equem sabe até proporcionar reencontros, jáque o reencontro com a memória do passado,esse está aqui assegurado.Se é de Azambuja, do Concelho, da região li-mítrofe, tem raízes cá ou é simplesmente sim-patizante da nossa terra, pode publicar: fotos,documentos diversos, ficheiros áudio ou ví-deos, textos que digam respeito a pessoas, fa-mílias, situações, lugares ou contextos queprotagonizem a história desta Vila Ribatejana.Pode aderir ao grupo solicitando a autoriza-ção ou através de um membro.Estamos também agora mensalmente a revi-ver Azambuja no jornal Valor Local.Reviver o nosso passado, realçando as nossasraízes faz parte de uma identidade inter-ge-racional, dos 8 aos 88. É a nossa história!

Miguel Ouro

(Quanto a nós Valor Local é com muito cari-nho que acolhemos esta iniciativa do grupo“Terra Velhinha” que faz jus à frase “Recordaré Viver”)

Informação e cedência de foto por João Paulo Coelho; Publica-da por Miguel Ouro. Turma da Primeira Classe do Professor Car-los Alberto Líbano no ano de 1961. Escola Primária Azambuja,actual Biblioteca Municipal. Por baixo da esquerda para a direita: José Manuel Sardo, João Paulo Coelho, João Amador,SergioWallace, Graciano Botelho, Carlos Rosa, Carlos Figueiras, Ma-nuel Mateus Dias (Manelito) Segunda fila esquerda para direita:Desconhecido, José Artur B. Simões, Vitor Pinto, Rui Martins,Luís Bacatelo, Eutiquio,Marcial Dias Caetano, Vitor Valada(To-nel),Joaquim Carvalho(Russo), António João Leal. Terceira fila:Simão, Manuel Seco, Arlindo Sardo, Borda d’ Água, FranciscoMartins (Xico Pimenta), João borda d’Água, Joaquim Manuel Ba-calhau, José Mouchão, António João Patrício (Cainora), JoséJoão Coelho (Pecharrana) Da esquerda para a direita por cima :Mário Silveira, Carlos Xisto, José luís, Eduardo Bacalhau, JoãoTavares (Matolas) ,Catrouxe, António Albino Botas, António JoséMartins(Pimenta), Manuel Paninha, Joaquim M. Opinião.

Informação e foto de Inês MagalhãesFoto tirada em 1968 no antigo café Rainha, actual restauranteRedes ao Mar. Da esquerda para a direita: António José Soares (Sacristão),Joaquim Miguel Amendoeira, Jaime Fuzeiro, Xico Pimenta, Joa-quim Zé (Neno).

Informação e foto de António Pereira Foto tirada aquando davinda Américo Tomás para inaugurar a fabrica Ford, julga-seque em 1963. Da Esquerda para a Direita: João, Norberto, Joa-quim Manuel, Manuel Zé, António Luís Seta (falecido) José An-tónio Piritas (falecido) Batalha ou Batata, Gadelhudo, AntónioPereira, Félix, Louro e Isaac.

Maria João junto de alguns artigos

5Valor Local Autárquicas 2013

Valor Local- Escolheu o CentroEscolar de Alcoentre para estaentrevista, uma obra realizadapelo presidente da Câmara ante-rior, Joaquim Ramos, mas umadas críticas que temos ouvidopor parte de outras forças políti-cas é a de que este executivo, doqual faz parte, tem descurado asobras necessárias em outras fre-guesias.Luís de Sousa – Não entendo arazão dessas críticas, porque tam-bém estamos a fazer obras destetipo em Aveiras de Cima. No anoque vem, será destinada uma ver-ba para essa obra. Temos estadoem contacto com o programa ope-racional do Alentejo. Temos outrocentro escolar em Azambuja e emManique, onde vai arrancar a obrado mercado, obra que é do conhe-cimento do presidente da junta lo-calMuito propalada tem sido a ne-cessidade de investimento eco-nómico no concelho. O anteriorpresidente Joaquim Ramos trou-xe até cá investidores, mas semconsequências práticas. Por ou-tro lado, o candidato da Coliga-ção Pelo Futuro da Nossa Terradiz ter contactos privilegiadosnesta matéria, e no seu casoqual será a sua estratégia?Joaquim Ramos fez bem em tra-zer, ao concelho, esses investido-res, se não houve resultados práti-cos a culpa não é dele nem nossa.A minha acção nesse âmbito é feitade forma discreta. Não digo, aocontrário de outros, que ando a sal-tar de um lado para o outro à pro-cura desses investidores. Vou con-versando com as pessoas. Há cer-ca de três semanas tive uma reu-nião com empresários dispostos avir para a zona industrial de Avei-ras. Trata-se de uma empresa naárea da reciclagem de óleos usa-dos de automóveis. Prometeu desde logo menos im-postos no sentido de aliciar asua instalação no concelho?Não prometo coisas que não con-siga fazer. Mostrei apenas que es-tamos interessadíssimos na suavinda para cá, porque a promessaé de criarem 60 postos de trabalhonuma primeira fase; e 120 na se-guinte. Se necessário for, pondera-remos, criar boas condições a níveldo pagamento de impostos, numaprimeira fase.Tem mais contactos para alémdesse?Sim, mas quero realçar que, ainda,há pouco tempo foi levada a ses-

são de Câmara uma proposta paraaumento de superfície de uma em-presa em Aveiras de Cima, dado ovolume de encomendas, e comisso dar emprego a cerca de mais10 pessoas, e imediatamente aoposição considerou que tal pro-posta não podia ser votada, tendoem conta o cenário de eleições. Nofundo, uma grande historieta. Naaltura, retirei as propostas e pedi adois advogados para analisarem ofundamento da posição da oposi-ção, sendo que me foi dito que talargumento seria mentiroso. La-mento bastante a atitude da oposi-ção, pois se se fala tanto que te-mos de trazer investidores para oconcelho, é natural que também te-nhamos de apoiar os que cá estão. Então, na sua opinião, a oposi-ção quis prejudicar o concelhocom essa tomada de posição?Nitidamente.No que concerne ao dossier dopreço da água. Disse-nos na edi-ção de Junho do Valor Local, noâmbito do nosso trabalho sobrea concessão, que estaria a pon-derar uma saída do município daÁguas do Oeste, que fornece oabastecimento em alta à empre-sa Águas de Azambuja. Entre-tanto, não assistimos a posterio-res repercussões dessas suasdeclarações, já desistiu?Não desisti. Foi-nos imposta, peloGoverno da altura, a nossa adesãoà empresa intermunicipal, assimcomo, aos restantes municípios. Jáfiz contactos e reuniões com a ad-ministração. Disse-lhes que sãoapenas intermediários na comprada água à EPAL, se porventura aÁguas de Azambuja pudesse com-prar directamente à EPAL seriamelhor. Por outro lado, não foramcumpridas algumas obras previstasno contrato. Mas na altura, o senhor foi umadas pessoas que apoiou a entra-da de Azambuja na Águas doOeste?Apoiei porque foi algo que nos foiimposto. O Governo avisou-nosque apenas assim continuaríamosa usufruir de fundos comunitários.Todas as câmaras foram pressio-nadas nesse sentido. No entanto, se a sua preocupa-ção apenas assenta na questãode existir um intermediário, nes-se caso também poderia optarpor eliminar a Águas de Azam-buja, mas possivelmente seriamais difícil. O executivo socialis-ta já está arrependido de ter feitoa concessão em baixa com uma

empresa privada e também coma Águas do Oeste?Sim, e pessoalmente eu também.Isto é uma aberração. Fomos obri-gados a assinar contrato com aÁguas do Oeste. Foi fartura a mais.A Câmara fez dois maus negó-cios com ambas.No caso da Águas de Azambuja,foram feitos alguns maus negócios,mas como sabe teríamos de fazerinvestimentos de muitos milhõesde euros nas redes de água e desaneamento, que foram concreti-zados pela empresa. Mas no pró-ximo mandato, queremos criar umacomissão de acompanhamentodestas questões com deputados evereadores das diferentes corespartidárias. Mas no caso da Águasdo Oeste há cronogramas de tra-balho ultrapassados há muito.Mas a Águas de Azambuja tam-bém não realizou o valor do in-vestimento previsto até 2013. É verdade, por isso temos de ar-ranjar uma solução.Até que ponto essa comissãopode ir, no que se refere ao ób-vio: baixar a conta das facturasde água?Essa comissão terá como principalobjectivo dar a esta questão umamaior transparência, e como gostode tudo claro como água, nesteâmbito algo terá de mudar.Mas consegue prometer que opreço da água vai baixar?Para já não. Apenas de salientarque conseguimos deixar de pagaros consumos mínimos à Águas doOeste, num acto de total justiça,pois não exploramos furos próprioscomo outras câmaras.No que toca à área social, e aoapoio aos mais desfavorecidosquais são as suas ideias?Queremos dar continuidade aoscheques sociais para peixe e car-ne; leite em pó, medicamentos, re-parações em habitações. Vamospensar no que ainda podemos fa-zer tendo em conta as limitaçõesorçamentais.No que se refere a projectospara candidaturas a habitaçõessociais?Estamos à espera que o ministérioda Justiça nos possa atender paralhes mostrar o dossier que prepa-rámos para a cedência de doisbairros ligados às prisões de Al-coentre, com casas que depois deefectuadas as necessárias limpe-zas e arranjos, terão capacidadepara albergar várias famílias, semque para isso a Câmara tenha degastar muito dinheiro. Há cinco

anos que andamos neste proces-so.No que toca ao apoio às colecti-vidades, como será a sua linhade actuação, dado que há críti-cas quanto ao atraso no paga-mento dos subsídios.Os apoios vão continuar mas alte-raremos o método de pagamento,mediante o plano de actividades econtas do ano anterior de cadauma das associações, e com issoatribuirmos os subsídios mês amês, e não no final do ano, comoantes. Num mês damos a um con-junto de colectividades, noutro mêsa outro.Por essa ordem de ideias, temfaltado disciplina camarária naatribuição dos subsídios, por-que há colectividades à esperada verba há mais de dois anos.Tem havido disciplina: todos osanos, as associações recebem asverbas, infelizmente com atraso.Mas com este novo método, serámelhor e mais fácil.No que se refere às piscinas mu-nicipais, o que podemos espe-rar?Esse é um assunto que tenho atra-vessado, mas falemos não apenasnas piscinas mas também no cam-po de ténis, que precisa de ser re-cuperado. Ao contrário de outroscandidatos, não pretendo retirar acobertura das piscinas, mas duran-te o Verão procederemos à retiradada parte envidraçada com acessodirecto ao relvado, como tenho vis-to noutros concelhos, usável tam-bém no Inverno.O orçamento é de quanto?Ronda os 250 a 300 mil euros, quea Câmara quer investir em colabo-ração com as associações.Chegou a estar em cima damesa a entrada de um privado.Sim, mas depois chegou-se à con-clusão de que não seria rentávelpara o mesmo.E no caso da Câmara; tendo emconta esse investimento de queestá a falar, aliado aos custos demanutenção, não poderá correro risco, tal como aconteceu comos campos sintéticos no conce-lho, de que a utilização das pis-cinas fique aquém do esperado?O único que esteve mais ou menossem utilização foi o de Aveiras deCima, devido à inactividade da di-recção do clube, mas em Azambu-ja, em Vila Nova de São Pedro, eVila Nova da Rainha os equipa-mentos estão a ser utilizados.Face ao quadro de dívidas daautarquia, aventa-se a possibili-

dade de um gestor do Estado virgerir a Câmara Municipal deAzambuja, como é que pretende,caso seja eleito, vir a lidar comesta circunstância?Não temos necessidade de gesto-res, porque também os temos en-tre os funcionários da autarquia,que fazem um belíssimo trabalho enos ajudam.O que é certo é que recentemen-te a autarquia teve de pagar 7 mileuros de juros de mora.Isso deveu-se à extinção da EMIA,mas estamos preocupadíssimoscom o que devemos e estamos afazer os possíveis para conseguir-mos ultrapassar esse quadro. Estemês se pudesse já pagava o sub-sídio de férias aos funcionários,porque já temos esse dinheiro, cer-ca de 320 mil euros. Não pagamosporque a lei não nos deixa, tendoem conta um vazio de lei.No que respeita à necessidadede cortes financeiros, quais sãoos seus planos?Teremos de cortar a nível das via-turas, na parte eléctrica. Não subs-tituí a saída de um eleito do PS naactual vereação, (no caso JoaquimRamos), por um vereador suplente,cortando dessa forma em secretá-rias, pessoal auxiliar, viatura e tele-móvel.O candidato da Coligação referiuque os vereadores utilizam asviaturas da autarquia para deslo-cações pessoais.Ele esqueceu-se de dizer na entre-vista que vos deu, quando disseque vou no automóvel da Câmaraao supermercado de Rio Maior,que também passo pelos de Azam-buja e Aveiras de Cima, porventuraseria melhor que se preocupassecom o que ganha no Estado.Despedir funcionários não estános seus horizontes?A oposição tem falado disso, mastranquilizem-se porque já ultrapas-sámos os dois por cento que noscompetiam, tendo em conta os re-formados e os trabalhadores damobilidade. Portanto, a existir des-pedimentos não serão provocadospor nós, apenas se o Governo as-sim o determinar. Como é que pensa conseguir amaioria absoluta, sem a figurade Joaquim Ramos, pois é pelaprimeira vez cabeça de lista,apesar de já estar há 16 anosnos elencos camarários?Não sou uma cara desconhecida anível do concelho. Sempre gosteimuito de estar no segundo lugarnos executivos, mas comecei a re-

ceber o apoio de muita gente dopartido, de outros partidos, da po-pulação, e mostrei a minha dispo-nibilidade.Durante este mandato, o execu-tivo socialista teve várias peripé-cias: Joaquim Ramos foi consti-tuído arguido, bem como o se-nhor, e Silvino Lúcio; não temeque isto possa causar má im-pressão no eleitorado e baralharas contas finais?Não. No meu caso, fui apanhadona teia, mas como se provou nãotive quaisquer implicações, assimcomo, os meus colegas. O Tribunaldeu-nos razão.Se não vencer com a maioria ab-soluta poderá convidar um dosvereadores de outro partido elei-to para fazer parte do executivo,nomeadamente, o da CDU, dadoo forte atrito e o maior grau deimpossibilidade à partida no quetoca ao candidato da Coligação.Tenho a certeza de que vencereias eleições com maioria, se abso-luta ou não logo veremos, mas omais importante é o bem do conce-lho, pelo que não vejo impossibili-dade em vir a convidar um elemen-to de outra força política. No caso de ser o PS a ganhar aseleições, e não a Coligação, estápreparado para enfrentar maisquatro anos o estilo de AntónioJorge Lopes, que, por vezes, odeixa um pouco perturbado?Ele será com certeza vereador daoposição. Tem umas aceleraçõesmuito grandes, mas não metemedo a ninguém, mas pode serque entretanto se torne mais pon-derado.

Luís de Sousa quer garantir funcionamento das piscinas em 2014

Conhece bem os cantos da Câmara Municipal de Azambuja pois foi vereador de váriospresidentes de Câmara. Com 63 anos, Luís de Sousa está disposto a passar, pela primeiravez, para o plano principal, com a sua candidatura à autarquia. Pela frente tem a missãode conseguir igualar a maioria absoluta alcançada por Joaquim Ramos em 2009.

6 Valor LocalAutárquicas Expresso

7Valor Local Autárquicas 2013

Valor Local - Como fará paracontornar a questão da dívidada Câmara Municipal de Alen-quer, que ronda os 25 milhõesde euros, sem comprometer oinvestimento, e quando estãoem curso as obras dos centrosescolares de Cabanas doChão, Vila Verde dos Francos eVia de Cintura Interna de Alen-quer?Pedro Folgado – A dívida tembaixado, quanto aos centros es-colares e via de cintura são finan-ciados em 85 por cento peloQREN. Essas obras não vãocondicionar a dívida. Temos dealcançar o reequilíbrio financeiro,reorganizando serviços, rentabili-zando recursos. As receitas daCâmara dão para cobrir a despe-sa corrente.Mas como as obras são de al-guma envergadura, e a verba adisponibilizar pela autarquianão será tão pequena, quantoisso, poderão esses projectosultrapassar os prazos previs-tos?Não poderão haver grandes atra-sos porque o QREN está em vi-gor até ao final do ano, caso con-trário não seremos ressarcidosdo investimento aplicado.No que se refere à necessidadede atrair investimento e novasempresas para o concelho,como será a sua política? Poderemos criar valor acrescen-tado em termos de espaço, licen-ças, taxas, de modo a que asempresas se tornem competitivase optem pelo concelho de Alen-quer.No entanto, a autarquia se fle-xibilizar a questão das taxas elicenças, terá menos receitapara fazer face aos encargos eà dívida.Nem tudo é despesa, porque seao facilitar a entrada de uma em-presa que possa vir a criar postosde trabalho, aliados à derrama,nesse caso estarei a fazer inves-timento. Posso facilitar à partida,sem comprometer o futuro. No seu manifesto eleitoral falamesmo de um projecto de co-work e start up de empresas.É algo virado para o empreende-dorismo jovem, num espaço ce-dido a cada empresa para desen-volvimento, durante um certotempo, da sua ideia e produto,com apoio jurídico e económico.Trata-se de um espaço amplo eminstalações da autarquia.Qual será a sua política no ca-pítulo do preço da água. Deu-

se um reequilíbrio financeirodo contrato mas o mal-estardos munícipes quanto a estamatéria continua.Está na altura de olharmos parao contrato e ver até que pontopodemos baixar o preço das fac-turas tendo em conta os 114 porcento do saneamento básico.O que é que vai alegar junto daadministração da Águas deAlenquer para conseguir esseobjectivo?Temos de perceber se o valor ne-gociado no início do contrato nãoterá já sido alcançado, e de for-ma é que podemos dilui-lo pormais anos para fazer baixar afactura, atendendo, obviamente,que a empresa é privada e quefaz disto um negócio, mas o mu-nícipe alenquerense não podeser prejudicado. Temos de ava-liar.Para já não consegue prometerque a factura vai baixar?É muito difícil a qualquer um queseja eleito dizer isso.No seu manifesto, apresentatambém algumas ideias pararevitalização do comércio e es-paço urbano com os nomes“Varanda do Rio”; “Varanda daHistória” e “Varanda da Serra”,dê-nos a conhecer estasideias.Passa, por exemplo, pela coloca-ção de um palco no casco antigode Alenquer para realização deactividades e que chame as pes-soas. No alto do concelho pode-mos colocar um miradouro paraapreciação da paisagem, acom-panhado de um espaço de mer-chandising. Ao desenvolvermosactividades de estratégia tambémincrementamos o comércio. Háque chamar pessoas e potenciara nossa beleza inigualável. Te-mos de aproveitar os nossos íco-nes como Damião de Góis, São-zinha, o Cantar de Reis, entre ou-tros.Alenquer faz parte de uma re-gião de turismo que soubeatrair mais turistas para algunsconcelhos, mas parece queeste concelho tem continuadoum pouco à margem.Só podemos contar connosco,porque neste momento ainda es-tamos em piores circunstâncias,dado que a sede se encontra emAveiro, e naturalmente outras vi-las e cidades conseguem maispromoção. Se potenciarmos osnossos ícones, podemos mobili-zar as pessoas e a comunicaçãosocial e com isso também gran-

jear uma outra atenção por partede quem superintende a estrutu-ra regional de turismo.Muito comentado pelas restan-tes candidaturas, nas nossasentrevistas, tem sido o facto dea Câmara Municipal de Alen-quer ter feito obras em terre-nos que não chegou a com-prar, não pagando por isso oacordado com os proprietá-rios. Alguns processos estãoem tribunal. Estamos a falar,entre outras obras, do centroescolar das Paredes, pavilhãomunicipal e parque de estacio-namento da Barrada, o que selhe oferece dizer sobre estescasos?Não participei a fundo nessasquestões. Apenas sei que foiprotocolado e que terá de ser re-solvido.No seu entender, o actual pre-sidente foi negligente quanto aesta matéria?Não sei se foi negligente. Notempo, muitas vezes dilui-se mui-ta coisa e não acredito que tenhafeito isso de propósito.Mas não estamos a falar ape-nas de um terreno, mas de vá-rios, a Câmara esqueceu-se detantos casos?Penso que as coisas foram equa-cionadas, mas o problema tam-bém assenta no PDM e na suanão conclusão, por força dasquestões legislativas, empurran-do a questão dos terrenos, por-que ninguém se apropriou de ter-renos particulares de má-fé, esem salvaguardar todas as par-tes.A Coligação refere que os pro-prietários nos seus processosestão a articular as indemniza-ções tendo em conta que ascoisas não foram resolvidas, eque a Câmara poderá ter de pa-gar cerca de 10 milhões aosmesmos, no total dos terrenosem causa. Se somarmos a isto,a dívida, muito se pode compli-car para a autarquia.Tenho de apurar se se trata des-se valor. Posteriormente terei denegociar com os proprietários,porque não podemos pagar issosó de uma vez. Diz mesmo o candidato daCDU, Carlos Areal, que é porcausa disto que o actual presi-dente não se recandidata.Ele diz que não se recandidatapor questões familiares. Maspenso que esse tipo de questõesestão a vir ao de cima porque es-tamos em eleições, porque as

mesmas já não são novas.No que toca à Chemina quaissão os seus projectos?A Câmara não tem capacidadepara fazer investimento, teremosde encontrar um parceiro.O candidato da Coligação PelaNossa Terra diz mesmo que adada altura a Câmara lançouum concurso, ganho por um

privado, mas que depois não ochamou para assinatura doprotocolo. O privado abando-nou o projecto, e no final a au-tarquia não pôde accionar ascláusulas indemnizatórias por-que nada foi assinado, resul-tando o caso em prejuízo paraa Câmara.O privado decidiu desistir do pro-jecto, é apenas o que sei. Nãosei se foi por incompetência dostécnicos mas não acredito queassim tenha sido.Quais são os seus projectospara incrementar a Feira da As-censão?Deverá ser alargada para dentroda vila, não ficar, apenas, cir-cunscrita à Romeira, mas comohá custos inerentes, terá de serfeita progressivamente, porque omodelo actual deve ser repensa-do.O surgimento da candidaturade João Hermínio, pelo Blocode Esquerda, surpreendeu ossocialistas, já que estamos afalar de alguém que pertenceuao executivo socialista e aoPS.Surpreendeu, porque dizia-se so-cialista há mais de 20 anos.Como sabemos, foi candidato acandidato em concorrência comi-go, e os seus leit motiv’s , segun-do ele, seriam a sua experiência

autárquica e os seus 20 anos desocialismo acérrimo.Está a dizer que ele, ao enca-beçar agora a candidatura deoutro partido, é o reflexo dequerer ser candidato à Câmaraà força toda?Não estou a dizer isso, até por-que até a nível nacional há quemmude de opinião e de partido.

Não o tentou puxar para a suacandidatura futura, ou a ruptu-ra foi logo evidente?Não existiram conversações nes-se sentido, mas não posso falarem ruptura. Os socialistas opta-ram pela minha candidatura, tudoaconteceu naturalmente.Pensa que João Hermínio podebaralhar as contas das elei-ções?Concerteza que há de ter votos,mas não sei até que ponto bara-lhará, porque possivelmente ha-verá quem no Bloco de Esquerdanão se reveja na sua candidatu-ra, mas nada disso me assusta. De há alguns actos eleitorais aesta parte, o PS ganhou a Câ-mara de Alenquer, mas sem amaioria absoluta, enfrenta,agora e mais uma vez, o candi-dato da Coligação, que já vaina sua terceira tentativa paravencer a autarquia, sendo porisso mais conhecido da popu-lação; por outro lado o preçodas facturas de água tem enfu-recido a população, como éque vai conseguir vencer econquistar o eleitorado?Da minha equipa fazem partepessoas novas, com ideias, quenão fizeram carreira política, quese colocam nesta posição porquequerem fazer algo de diferente.Está com isso a demarcar-se

da gestão de Jorge Riso?Não podemos falar dessa forma,mas tenho a sensação de quepodemos fazer a diferença, te-mos força de vontade e somosempreendedores. O tempo é ou-tro, não esquecendo que o que oPS fez até agora foi importante.O candidato da Coligação traz asmesmas ideias, e se não ganhou

há quatro anos…E o preço da água, com Alen-quer a figurar entre as mais ca-ras do país, segundo a DECO,não poderá isto prejudica-lo?Não me parece que as pessoasme possam penalizar porque aágua é a mais cara. Estarmos acolocar apenas o enfoque nessamatéria é redutor e minimizador.Comprometo-me a fazer os pos-síveis e a negociar essa questão,mas não podemos centralizartodo o nosso programa nesse as-sunto, pois é redutor. Alenquertem de se tornar um municípiomais dinâmico, trazer mais pes-soas, fazer sobressair os seusícones, é nesse sentido que te-mos de focar a nossa acção.Sei que tem uma estratégiapara o enoturismo em concer-tação com o candidato do PS àCâmara de Arruda dos Vinhos.Temos uma série de quintas pro-dutoras de vinho, e com isso po-demos aliar a componente do tu-rismo. Se expandirmos esta ideiacom Arruda e Sobral, criaremosaqui uma grande zona, com turis-mo, visitas, vindimas. O outroprojecto prende-se com os julga-dos de paz, para questões judi-ciais mais pequenas, em parceriacom Arruda. Penso que seriaalgo benéfico para ambos osconcelhos.

Apostar nos ícones de Alenquerpara atrair mais turistas

Presentemente chefe de gabinete do actual presidente Jorge Riso, Pedro Folgado, 51 anos, professor, en-cabeça a candidatura socialista ao município de Alenquer. Apresenta uma série de caras novas e acreditaque conseguirá implementar uma nova dinâmica para atrair mais visitantes ao concelho.

Folgado não garante que o preço da água possa baixar

8 Valor LocalDestaque

Na Quinta de Vale de Fornos,Azambuja, a produção viní-

cola deste ano, segundo os res-ponsáveis, será de boa qualida-de. A qualidade das uvas recolhi-das até ao momento faz prever

que o patamar continue elevado.No total deverão ser engarrafa-das 100 mil garrafas.No dia da nossa reportagem, avindima não se efectuava, por-que os responsáveis decidiram

efectuar uma interrupção de al-guns dias, no sentido de obteremum melhor resultado tendo emvista a qualidade final do vinho.Por isso, pudemos assistir a umafase posterior à colheita, quando

as uvas são depositadas nosenormes depósitos de 20 mil li-tros, e ficam segundo a explica-ção do engenheiro agrícola, JoãoCortes, a macerar, um processoem que o mosto e as películas

(das uvas) entram em contactopara “darem lugar a uma extrac-ção de cores, aromas, e sabo-res”. Neste estágio, o produto vaipermanecer durante três a qua-tro dias a uma temperatura entre

os 15 e os 16º. O objectivo é al-cançar-se a concentração perfei-ta do vinho. Posteriormente, passa-se à “de-sencuba”, passadas duas a trêssemanas. É altura de se separar

O Valor Local foi às vindimas. Em Aveiras de Cima, onde tomámos o pulso ao projecto da “Vila Museu do Vinho”;e na Quinta de Vale de Fornos, que se prepara para uma produção de 1000 mil garrafas. Ainda destaque para umaconversa com um dos últimos tanoeiros e com o presidente da Associação dos Escansões de Portugal. Para já, o vi-nho da região e do concelho está bom e recomenda-se.

Vindima de 2013 aponta para boa produção

Sílvia Agostinho, Miguel António Rodrigues, Vera Galamba

9Valor Local Destaqueo denominado vinho novo dasmassas, o vinho que não é pren-sado.De acordo com João Cortes, o vi-nho branco, de entrada de gama,(designação referente ao vinhomais comum ou clássico) demo-ra neste processo até ao seu en-garrafamento cerca de três aquatro meses, no entanto, o tintoprecisa de seis a oito meses. Acolheita desta vindima destina-seaos vinhos da marca – “Vinha doGeneral” (branco e tinto, entradade gama) e Vale de Fornos(gama média, branco, tinto erosé). Durante o ano que vem, aquinta prepara-se para apresen-tar algumas novidades quanto àaposta nos vinhos “Reserva”, (osque ficam a maturar um ano oumais até saírem para o merca-do).

Recentemente, a quinta recebeudois prémios internacionais noconcurso “Chinese wine and spi-rit awards”, realizado na China,com a conquista de uma meda-lha de ouro com o “Vale de For-nos” tinto, e outra de prata com o“Vinha do General” tinto, um mar-co importante que importa agoraconsolidar. “Para já está conse-guido um negócio de exportaçãode 30 a 40 por cento para aquelepaís com a produção da vindimadeste ano”, de acordo com NunoMorais, enólogo e engenheiroagrícola na propriedade em cau-sa. Em território nacional, a pro-dução será encaminhada paramercados próprios em Lisboa,Algarve e Porto. Alemanha, In-glaterra, e Holanda serão outrosdos destinos dos néctares daVale de Fornos no estrangeiro.

Aveiras de Cima no concelhode Azambuja é sinónimo de

Ávinho, a Festa do Vinho e dasAdegas. Este é um certame queassinalará em 2014 dez anos deexistência e sempre com um ba-lanço positivo, dinamizada pelaassociação “Vila Museu do Vi-nho”. Mas em Setembro é tempode vindimas, e por esta altura aassociação organiza aquilo quetem vindo a ser um sucesso: “Odia nas Vindimas”, em que atra-vés do pagamento de 10 euros,o turista acompanha o processode apanha da uva até à suapisa. José Mata, produtor e pre-sidente do conselho fiscal da as-sociação diz mesmo que têmvindo muitos grupos portugue-ses e estrangeiros, que partici-pam activamente nas activida-des.Com cerca de duas dezenas deprodutores inscritos, a associa-ção “Vila Museu do Vinho” con-

seguiu um balanço positivo des-ta sua primeira organização daÁvinho. Uma ideia partilhadacom o Valor Local, por JoséMata.Sem receitas próprias, depen-dendo apenas de uma quotiza-ção e da receita das canecasvendidas no certame anual davila, a Associação de Produtoresde Vinho de Aveiras de Cima,tenciona unir e dar formação aosassociados. Para José Mata,esta é uma matéria importantís-sima, já que as regras fiscais es-tão a apertar junto dos peque-nos produtores e isso leva a“que muitos desistam da activi-dade, e isso já se nota no nossoconcelho” lamenta o produtor.A associação que está atenta àsnovidades do mundo fiscal eprodutivo, é também uma espé-cie de montra dos vinhos destaregião. Todavia, esses vinhosnão se encontram à venda, e so-

bre isso José Mata defende-sesalientando para tal que a asso-ciação teria de crescer em tornode uma massificação de produ-ção, algo que não é possívelnesta altura.José Mata, vinca mesmo queessa questão já foi abordada,mas isso obrigaria à venda dovinho, algo que não aconteceagora, e que para tal teria de ha-ver também um investimentonessa produção. Por outro lado,José Mata descarta que a asso-ciação se torne numa cooperati-va. Para o responsável, essa éuma questão que não se coloca,primeiro porque não há produto-res suficientes e porque tambémessa seria uma solução dispen-diosa, isto tendo em conta o ní-vel etário dos produtores.Mas José Mata é também pro-dutor de vinho. Mata recebeu oValor Local na sua casa, ondefaz experiencias com várias cas-

tas. É o meu laboratório” refereo produtor. Uma laboratório queconsiste na plantação de variascastas bem à entrada de casa, eque servem igualmente de car-tão de visita aos turistas e ami-gos que o visitam.Com cerca de 3 hectares, JoséMata garante que todos eles es-tão rentabilizados. Reformado

das OGMA (Oficinas Gerais deMaterial Aeronáutico de Alverca)o produtor de 60 anos, garanteque ainda tem muito para dar àcausa, salientando que em bre-ve terá a ajuda do filho, que nãotem conseguido encontrar em-prego na área em que se for-mou. José Mata destaca que onegócio do vinho pode ser pro-

veitoso, mas aos mais novosaconselha a que encontrem pri-meiro um terreno com uma di-mensão que dê alguma rentabi-lidade e que encontrem compra-dores para a produção, algo quepode não ser muito difícil, poisem Portugal, a qualidade aindavale mais do que a quantidade.

Iniciativa da Vila Museu do Vinho:

“Dia nas Vindimas” é um sucesso

José Mata junto de uvas de Aveiras

Responsáveis dão a conhecer um dos processos de fabrico de vinho

10 Valor LocalDestaque

Em época de vindimas, apreocupação dos enólogos

com a qualidade do produto quese propõem produzir não serestringe apenas à escolha dasmelhores uvas nem ao tempode maturação ou fermentaçãodo vinho, mas também aos tú-neis, barris e pipas escolhidospara armazenar o néctar dosdeuses. Em Bucelas, terra de uva e vi-nho, existe um dos poucos ta-noeiros artesanais a trabalharna região de Lisboa. José Car-los Carvalho Quintão, mais co-nhecido como “Zé Espiga”, tem53 anos e há 30 que faz da ta-noaria a sua vida.“A oficina era do meu pai, sem-pre soube do ofício, cresci aqui,ia para as feiras vender. Come-cei a trabalhar bastante cedo,mas só aos 23 anos é que co-mecei a fazer vida disto”, contao tanoeiro, que revela que, nazona de Lisboa, existem “cercade três ou quatro tanoeiros tra-

dicionais e só duas oficinas es-tão registadas”. Esta profissão teve o seu augenos anos 40/50, mas hoje emdia é quase impossível ensiná-la “porque não temos capacida-de para ter uma pessoa na ofi-cina que consiga ser produtivanum curto espaço de tempo”.“Tive um aprendiz, aqui há unsanos, que fez um estágio detrês meses, que é o que as es-colas pedem aos alunos. Maspara se aprender a arte, para seaprender a ser tanoeiro, é pre-ciso um ano ou dois, e as ofici-nas pequenas não têm capaci-dade para ensinar alguém du-rante esse tempo”, lamenta,apesar de reconhecer que astanoarias mecanizadas fazemum trabalho muito aproximadodaquele que é feito pelos ta-noeiros tradicionais.Contudo, a arte da tanoaria nãose resume apenas à construçãodo barril, mas também à esco-lha das madeiras adequadas,

que é também muito importan-te, por que estas influenciam osabor e a cor finais do produtoque vão receber. Zé Espiga pre-fere trabalhar com madeira de“carvalho e castanho, por quesão boas tanto para fazer o bar-ril como para o vinho. É por issoque os meus barris têm dezanos de garantia e um selo per-sonalizado. Na região, toda agente sabe que se o barril tiveraquele selo, é de Bucelas e temdez anos de garantia. Normal-mente as pessoas não andamsempre a trocar de barris, sócompram novos quando au-mentam as adegas, o que fa-zem é manutenção dos barrisque já têm”, explica. O tanoeiro faz, actualmente,apenas a feira da Malveira, umavez que, hoje em dia, conside-ra, “já não se vende muito nasfeiras e não compensa ir lá.Cada vez há menos feirantesporque as pessoas vão cadavez mais aos supermercados.

Eu faço barris como modo devida, mas também faço para medivertir, temos de gostar daquiloque fazemos, não é?”, questio-na.Sobre se a profissão de tanoei-ro artesanal está condenada,Zé Espiga lembra que, “há 40anos havia mais de 50 tanoei-ros e esses velhotes diziam queisto estava a acabar, mas aindaveio mais uma geração. Achoque não vai acabar. Até porquetenho ideia que no mundo intei-ro se produzem muitos barris emuitos dos que aparecem nasadegas portuguesas vêm do es-trangeiro”.Além de barris para vinho eaguardente, Zé Espiga faz tam-bém peças decorativas, comobancos para bares, mesas, ar-mários, barris para rotundas, eaté já fez um cenário todo combarris para a Plural, a empresaresponsável pelas novelas daTVI e que está sediada nazona.

Zé Espiga é um dos poucostanoeiros tradicionaisna região de Lisboa

Azambuja precisa de darmais um passo em frentenos seus vinhosPresidente da Associação dos Escansões de Portugal, e com raízes no concelho de Azambuja, Ro-

dolfo Tristão entende que a região do Tejo, na qual se insere o concelho de Azambuja, em temposproduzia muito mas com pouca qualidade, entretanto essa realidade alterou-se. No entanto, reconheceque “há que fazer cada vez mais investimento por parte das entidades locais.” “Quanto às potencialidades dos vinhos de Azambuja e da região no que se refere à exportação entendeque o sucesso de muitos está na qualidade do produto e acima de tudo na promoção dos seus vinhos.O escansão diz que as empresas ligadas a este sector “devem garantir que têm sempre o melhor vinhopara exportar, adequar os rótulos tendo em conta o mercado e escolher os tipos de vinho tendo emconta o clima, mas acima de tudo a qualidade”. As alterações climáticas no globo estão também a introduzir mudanças mais ou menos significativasna qualidade e nas características dos vi-nhos. “Em algumas regiões, as tempera-turas médias subiram fazendo com que al-guns vinhos adquirissem outras qualida-des, estas alterações estão a decorrer emtodo o mundo, logo é algo de muito sensí-vel para a produção vinícola”. Desde há alguns anos que se tem vindo aassistir a uma espécie de explosão demarcas a preços bastante económicosnos supermercados, uma realidade quena opinião de Rodolfo Tristão se deve aum melhor marketing das empresas e aoaparecimento de uma cultura vínica maior.“Os vinhos abaixo de cinco euros come-çam a ser mais procurados e os produto-res conseguem garantir a qualidade dosmesmos”, refere. Neste âmbito, o conce-lho de Azambuja “tem que melhorar a ima-gem, tornar-se mais visível, pois a quali-dade existe. Temos que melhorar e ser-mos mais empreendedores”.

11Valor Local Desporto

Alexandre Grazina, presidentedo Grupo Desportivo de

Azambuja, está preocupado como programa dos candidatos à Câ-mara na área do associativismo. Odirigente foi o moderador de umdebate sobre o assunto, promovi-do pelo clube, e adianta em entre-vista ao Valor Local que concluidesse encontro que as propostasdos candidatos “não vão de en-contro às expectativas”.Alexandre Grazina diz-se preocu-pado até porque naquela sessãode esclarecimento público notou “que existem ideias, mas não exis-te uma estratégia bem delineada edefinida, ou seja um fio condutorque possa ajudar a percorrer o ca-minho que é bastante sinuoso ecom bastantes obstáculos, que osnossos dirigentes vão encontrarnestes próximos quatro anos”.O dirigente diz que as suas expec-tativas saíram “goradas” e quepensava “que os candidatos ti-nham mais ideias; propostas econteúdo para apresentar à popu-lação e às colectividades”, aindaassim Alexandre Grazina diz espe-

rar que “nos programas (definiti-vos) que sejam depois distribuídosà população haja um conteúdomais sólido e ideias que possa-mos reter e discutir nas colectivi-

dades”.Ainda assim e embora o presiden-te do GDA esperasse mais diálogoentre os candidatos entende que ainiciativa “não deixou ser frutuosa”,

“Houve pontos e ideias interessan-tes que foram aflorados, mas istoacabou por ser o reflexo daquiloque as autarquias e todas as can-didaturas apresentam e fazem no

que toca à cultura e desporto”, la-menta Alexandre Grazina.O presidente destaca ainda assimcomo ponto positivo a disponibili-dade de todos os candidatos parauma sessão pública sobre o asso-ciativismo. “Os sinais são positi-vos”, refere o dirigente do GDA,mas é preciso aguardar para sa-ber depois na prática o que fará ofuturo executivo do municípioazambujense; e destaca igual-mente a necessidade de os presi-dentes de junta de freguesia “as-sumirem as suas responsabilida-des enquanto autarcas”, no senti-do da promoção do associativis-mo, “principalmente numa alturadestas em que já não há dinheiropara comprar a playstation para osmiúdos”.Alexandre Grazina destaca, entre-tanto, que as colectividades estãode novo a ser procuradas pelas fa-mílias. A falta de dinheiro e a criseestão a obrigar a um regresso aopassado. Um passado em que asassociações eram ponto de en-contro, e em que não havia inter-net ou playstation em cada casa.

Todavia este é um regresso sau-dável, segundo o dirigente doGDA.Alexandre Grazina destaca quenesta altura o clube tem mais demeio milhar de crianças nas suasactividades, espalhado pelas novemodalidades que o clube oferece.Contudo e embora o clube já pos-sua um número significativo depraticantes, o dirigente destacaque poderia proporcionar maisconforto aos associados. Em cau-sa está o projecto adiado dasobras de construção da coberturados balneários que terá sido pro-metido pelo anterior presidente daCâmara, Joaquim Ramos, masque ficou pelo caminho devido àsdificuldades financeiras da autar-quia. Ainda assim, Alexandre Gra-zina vinca que não vai “parar”. “Va-mos cerrar os dentes e fazer comengenho e arte as obras, e trazero taekwondo cá para cima”, por-que esta é para o dirigente umadas formas de “aproximar toda afamília do GDA”.

Veja a entrevista completa em vídeo no site

Rescaldo do debate sobre associativismo

Grupo Desportivo de Azambujaesperava mais dos candidatos à Camara

Alexandre Grazina adianta que as colectividades estão a ser maisprocuradas pelas famílias

12 Valor LocalAutárquicas 2013

Saído do Hospital há menosde três semanas, Joaquim

Ramos, o homem que liderou osdestinos do município de Azam-buja nos últimos 12 anos, fez asua primeira reaparição públicana inauguração da sede de cam-panha do PS, para dar o seuapoio a Luís de Sousa, o seuantigo vice-presidente, que foi oescolhido como cabeça de listaàs eleições autárquicas.Joaquim Ramos aceitou conce-der uma entrevista em exclusivoao Valor Local, na qual faz umbalanço positivo dos 12 anos emque liderou o município. O anti-go autarca começa por falar darequalificação da vila de Azam-buja e do aproveitamento doPOLIS, que mudou a cara deAzambuja, ao mesmo tempoque afirma que fica incomodadocom as críticas daqueles que oacusam de ter feito mais pelasede de concelho do que pelasrestantes freguesias. A esse pro-pósito, Ramos cita as declara-ções de David Mendes ao ValorLocal, de acordo com as quais,o arquitecto e cabeça de lista daCDU às eleições, refere que “to-dos os programas europeus fo-ram desenhados para os gran-des centros urbanos”. Por isso,explica, Joaquim Ramos, essasverbas teriam de ser forçosa-mente aplicadas em Azambuja:

“Sempre que pude investi nou-tras áreas que não na sede deconcelho. Agora naquelas emque era obrigatório, tive de in-vestir aqui. Não ia esbanjar oudesprezar dinheiro”.Ainda assim destaca que comalguma engenharia conseguiufazer outras obras, como o casodos passeios, em colaboraçãocom a Estradas de Portugal, naRua Almeida Grandella em Avei-ras de Cima.Nesta entrevista que pode servista na íntegra no site do valorLocal na internet (www.valorlo-cal.pt.vu) Joaquim Ramos recor-dou obras e projectos que consi-dera importantes. Os centros es-colares espalhados pelo municí-pio são uma dessas obras. Ra-mos destaca, igualmente, a redecultural do município, vincandoque todo o património históricoda autarquia foi requalificado.Joaquim Ramos lembrou o“Convento das Virtudes”, a “Es-cola Régia de Azambuja” quehoje é uma biblioteca, e as esco-las Grandella em Aveiras deCima, e em Tagarro, esta últimarecuperada, mas que não podeser usada pela Câmara poisexiste um litígio entre a empresaque tinha o seu usufruto em tro-ca da recuperação; e a autar-quia. Aliás a empresa chegoumesmo a colocar à venda o edi-

fício, algo que não poderia fazer,e que surpreendeu o autarca,obrigando a Câmara a intervir.Ainda no âmbito do património,Ramos diz que chegou a nego-ciar com um escultor a cedênciado espaço da Casa da Câmarade Manique do Intendente parauma escola de escultura. “É umprojecto que ainda se mantémde pé e que eu espero que osmeus sucessores lhe dêem con-tinuidade”.Joaquim Ramos passou cincomeses no hospital - “Foi talvez operíodo mais difícil da minhavida”, refere emocionado o anti-go autarca ao Valor Local. Ra-mos diz ter sentido o carinho dapopulação através de váriasmensagens de força e de ânimo,que de resto “têm sido importan-tes para a sua recuperação”.Antes deste incidente cardíaco,Joaquim Ramos preparava-separa anunciar numa assembleiaMunicipal a sua renúncia demandato. Preparava-se na altu-ra para assumir a liderança dalista à Assembleia Municipal,cargo que exerceu durante doismandatos antes de ter sido elei-to presidente do município. To-davia a vida deu a volta aos pla-nos de Joaquim Ramos, que vi-ria a ser hospitalizado dias antesdesse anúncio. Para o futuro, oantigo autarca quer em primeiro

lugar recuperar, sabendo de an-temão que será difícil fazê-lo natotalidade já que o seu sistemacardio-respiratório se encontra“a 27 por cento”.Ramos pretendia entrar no mun-do da arte. Ao Valor Local confi-

denciou que um dos objectivosseria comercializar obras dearte, um projecto que fica para jáadiado.Joaquim Ramos que mora ameia dúzia de metros do edifíciodos paços do concelho, garante

que vai ter saudades dos diasagitados e do convívio com osfuncionários, assegura, no en-tanto, que vai ser apenas espec-tador, não querendo interferir nodia-a-dia do município e nas de-cisões do futuro executivo.

O Adeus aos AutarcasLideraram as respectivas câmaras municipais durante mais do que uma década, mas por imposição dalei de limitação de mandatos, alguns dos autarcas da região são obrigados a sair de cena mais cedo do quepossivelmente desejariam. Depois do dia 29 de Setembro, nada mais será igual para os autarcas. Nestareportagem, os depoimentos de António José Ganhão, há 35 anos à frente dos destinos de Benavente; Ma-ria da Luz Rosinha, há 16 como presidente da autarquia de Vila Franca de Xira, e também limitado pelanova lei – Joaquim Ramos, que abandonou, contudo, os destinos da autarquia de Azambuja mais cedodo que o previsto quando teve um problema de saúde em Abril passado. Estava na Câmara desde 2001.

Ia assumir candidatura à Assembleia Municipalmas o coração traíu-o

Ainda de ar abatido Joaquim Ramos recordou o passado

13Valor Local Autárquicas 2013

António José Ganhão foi presi-dente da Câmara Municipal

de Benavente durante 35 anos.Apesar de ser dos autarcas daregião, aquele que durante maistempo dirigiu uma autarquia, con-sidera que “pelo envolvimento” e“pelo gosto de trabalhar em proldas pessoas” todos estes anospassaram “como um instante”.“Sempre senti um conforto muitogrande por saber que estava aresolver problemas das pessoas.Aprendi muito com a nossa gen-te”, confessa.Antes de assumir a presidênciado município de Benavente, foiprofessor durante 10 anos, “umaprofissão que amava, não teriaescolhido outra, não fosse o casode ter efectuado este trabalho, eter gostado muito de gerir a au-tarquia em prol da população,embora ser autarca não seja, demodo nenhum, a minha profis-são”.A nova lei de limitação de manda-tos impede-lhe uma nova recan-

didatura, todavia não acreditaque pudesse tentar a presidênciada Câmara mais uma vez, atétendo em conta problemas desaúde que teve nos últimos anos.Conciliar a presidência da Câma-ra, (uma tarefa “quase todos osdias absorvente”), com a famílianão tem sido fácil, mas não dis-pensa almoçar com a família aosdomingos, “por vezes a descon-tento de algumas associações doconcelho”, que reclamavam asua presença nos diversos even-tos. Amante da pesca, António JoséGanhão, encontra nesta activida-de “tranquilidade e a possibilida-de de nos desligarmos da corren-te”. Um gosto que descobriu aos33 anos. A sua ligação com o te-lemóvel é a “necessária”. Tam-bém gosta de andar pelo face-book, mas confessa não ter tem-po. Considera que esta rede so-cial veio “proporcionar uma apro-ximação entre os autarcas e opovo”.

Militante do PCP não escondeque o seu partido cometeu erros,mas que o mesmo faz parte doseu coração e da sua vida. Quan-do questionado sobre o segredodo seu sucesso elege o respeitopor todos, manifestado ao longodos seus mandatos. “Nunca dis-pensei o contacto com as pes-soas, seja nas sessões de aten-dimento ao público, seja atravésde um telefonema, ou até mesmonos contactos de rua, em quecontinuam a tratar-me pelo meunome próprio”, relata. “O poderlocal não se pode esconder atra-vés de biombos ou secretárias”,ilustra.Eleito sucessivamente para novemandatos, diz que quando tomouposse, os serviços e equipamen-tos estavam concentrados nasede de concelho, mas progres-sivamente conseguiu-se canali-zar investimento para SamoraCorreia, Porto Alto ou Santo Es-tevão. “A correcção das assime-trias locais foi bem compreendida

pela população”. Por outro lado,uma das suas premissas foi sem-pre a de assegurar a boa saúdefinanceira da autarquia, “porquequando nos comprometemoscom obras faraónicas, estamos adeixar prejuízo para o futuro”, re-flecte, e acrescenta: “Quando opaís entrar de novo na retomaeconómica, este município temas condições para se posicionarna vanguarda do investimento”.Quanto ao seu futuro, está parajá a possibilidade de ser eleitopresidente da Assembleia Muni-cipal de Benavente. “Estou dispo-nível para ajudar na Câmara ouna comunidade intermunicipal, ouna Associação Portuguesa deMunicípios Portugueses, peseembora tenha saído um poucozangado desta última estrutura.Foram escolas de vida”. Quantoao futuro do concelho, “esperaque o mesmo se mantenha nasenda de um dos que oferecemelhor qualidade de vida às pes-soas que optam por residir aqui”.

35 anos que “passaram num instante”

Na mesma semana em queMaria da Luz Rosinha foi ho-

menageada em Vila Franca deXira por mais de um milhar depessoas, o Valor Local foi ao en-contro da autarca para um balan-ço dos últimos 16 anos de man-dato. O encontro decorreu no jar-dim Constantino Palha em VilaFranca de Xira, um local interven-cionado recentemente pela autar-quia e que se enquadra num con-junto de obras que visou devolvero rio à população, como o pas-seio ribeirinho entre a Póvoa deSanta Iria e Vila Franca de Xira,os bairros dos Aveiros, e a futurabiblioteca que estará concluídano próximo ano, no local ondeaté há pouco tempo estava a fá-brica de descasque de arroz.Maria da Luz Rosinha, agoracom 65 anos, diz não pensar nareforma. Das muitas obras feitas

durante estes últimos 16 anos,Maria da Luz Rosinha diz ter difi-culdades em destacar algumas.Todavia aponta para os centrosde saúde construídos nos últimosanos, assim como, o novo hospi-tal. “São daquelas que mais con-tribuíram directamente para o au-mento da qualidade de vida doscidadãos”, refere.Por outro lado, refere a autarca,a esta prioridade juntou-se tam-bém a “Educação” porque, “narealidade é também uma apostano futuro”.Mas lamenta que ainda existamsituações mal resolvidas, como ocaso da escola de Vialonga quenecessitava de umas novas ins-talações, bem como, a escolaGago Coutinho em Alverca, naqual a “Parque Escolar” começouas obras “mas não as acabou”.Maria da Luz Rosinha diz que a

“autarquia irá continuar a insistircom o Governo para que os com-promissos assumidos sejamcumpridos”.Ao todo foram 16 anos na autar-quia em que “a Câmara era a mi-nha primeira casa”, salienta a au-tarca. Maria da Luz Rosinha her-dou a autarquia das mãos de Da-niel Branco, que tinha sido eleitopela CDU e que tinha governadoa Câmara durante alguns anos.Rosinha refere que os procedi-mentos entre o PS e a CDU noque toca a obra revelaram-se di-ferentes, pois Rosinha pautou-se,no seu entendimento, por umapostura de “valorizar mais o diá-logo com o Governo e o aprovei-tamento dos Quadros Comunitá-rios”, o que ditou na sua opiniãouma gestão diferente, que culmi-nou com “um desenvolvimentosustentado do município de Vila

Franca de Xira”.Foram, segundo a autarca, 16anos proveitosos. Em jeito debrincadeira e com algum humor,Maria da Luz Rosinha diz quechegou ao fim dos mandatos“com família” – “O que já não émau”, tendo em conta as inúme-ras horas que passava nas fun-ções de autarca, acrescentandocontudo que sempre teve o apoioda família.Aliás Maria da Luz Rosinha, dizmesmo que pelo meio ganhouuma nora e um neto, com 5 anos:“Um neto com opções políticasque não me agradam”, todaviarejeita fazer qualquer tipo deabordagens “para não perdercomo aconteceu com o marido ecom o filho”, refere ironizando,mas salientando, implicitamente,as ligações políticas de ambosao PSD.

Após 16 anos não se quer reformar da vida pública

35 anos depois, Ganhão abandonará a Câmara

A despedida numa festa organizadapelas colectividades do concelho

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Obra sobre a Tauromaquia em Azambuja na Biblioteca Nacional

Engenheiro e produtor de som

Vasco Lima aponta a formaçãocomo essencial para os músicos

O«Inventário e Declaraçãoda Tauromaquia – Patrimó-

nio Cultural Imaterial do Municí-pio de Azambuja – Tomo I –2012», obra de grande fôlegoacadémico de José Machado

Pereira já se encontra paraconsulta na Biblioteca Nacional.De acordo com aquela institui-ção, a obra reúne todos os re-quisitos legais e académicosexigidos pelo Estado Portu-

guês. O historiador e investiga-dor baseou o seu estudo naquadratura Homem, Meio, Ca-valo/Touro – Cultura e Desen-volvimento. São mais de 750páginas desta investigação

científica que acabam de ficardisponíveis para leitores e in-vestigadores da Biblioteca Na-cional de Portugal. “Representamais um título inédito da histó-ria e do património cultural de

Azambuja, a acrescentar aoelenco do autor”. José Macha-do Pereira, nas palavras dopresidente Joaquim Ramos,aquando da atribuição da me-dalha de mérito municipal –

grau ouro, em Maio passado,«tem-nos habituado no seu tra-balho ao rigor e à elevação,tem como ninguém, dado umcontributo ínigualável para nosconhecermos melhor».

Veio para Azambuja há algunsanos e aqui desenvolveu o

seu gosto pela cultura e artes ri-batejanas. Vasco Lima, engenhei-ro e produtor de som, trabalhoude perto com algumas bandas ecantores portugueses mais co-nhecidos como os Santos e Peca-dores, Anjos e Mário Laginha. Li-gado à carreira da cantora azam-bujense Dâna, intérprete de fado,Vasco Lima acredita que o ensinoda música deveria ser ainda maisfomentado nas escolas, “pois oensino das artes desenvolve aCultura, o conhecimento e o pen-samento”.No Ribatejo, tem tido oportunida-de de privar de perto com algu-mas figuras de Azambuja quemarcam de forma incontornável oser azambujense como Sebastião

Mateus Arenque com quem diz ter“aprendido muito da cultura popu-lar do concelho”. “Ajudou-me aentender de um ponto de vista so-ciológico como é que a Cultura sedesenvolve nas mais diversas for-mas e costumes”, nomeadamen-te, no que toca à “música tradicio-nal e a sua evolução até hoje”. Ainda sobre Azambuja comenta:“O facto de sair à rua sem ter deutilizar o carro e cumprimentar aspessoas são factores que me fize-ram adoptar Azambuja, gosto queo meu filho cresça nesta culturafortemente marcada por usos ecostumes ribatejanos”. Habituado a um mundo em que oprofissionalismo na música se fazao mais alto nível, não rejeita con-tudo os ambientes mais amado-res, onde se “consegue, em algu-

mas ocasiões, tocar o lado maisemocional do público”. “Por vezeso que é amador chega mais de-pressa às pessoas, é mais genuí-no, e a emoção sentida é maisforte e isso vê-se no caso do fado,por isso é que está cada vez maisem voga a figura do cantautorapenas com voz e viola”. Sobre o panorama musical portu-guês, no momento actual, nãotem dúvidas em afirmar que seencontra “cada vez pior”. “Vãoaparecendo artistas novos, masalguns apenas porque têm supor-te financeiro, o que não significapropriamente que tenham quali-dade, embora tenhamos uma ge-ração muito criativa na World Mu-sic, música tradicional, Hip Hop,entre outros estilos”, relata. Nas televisões de todo o mundo,

multiplicam-se os concursos detalentos musicais. Lá fora essesprogramas funcionam como pas-saporte para uma carreira. EmPortugal, os vencedores dos con-cursos caem rapidamente no es-quecimento. Vasco Lima apontauma teoria: “A forma como essesconcursos são feitos não tem arepercussão desejada como naInglaterra, Estados Unidos oumesmo em Espanha. Servem so-bretudo para aumentar audiên-cias e o entretenimento. Ainda setrata tudo de uma forma poucoprofissional quem os ganha” paraalém de que “os participantes nosoutros países já chegam aos con-cursos com uma sólida formaçãonas suas áreas, mas a importân-cia do ensino das artes em Portu-gal é menor e isso faz com que o

índice de sucesso seja tambémmenor”.A importância da formação esco-lar no domínio das artes tem umacomponente que ultrapassa amera vertente do seu ensino, pois

“como todos sabemos o desen-volvimento cultural do indivíduotorna-o mais lúcido, crítico e par-ticipativo na sociedade” e isso “éfundamental para o desenvolvi-mento dos povos”.

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