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Valoração Econômica do Meio Ambiente
Este texto tem como objetivo difundir o conhecimento da valoração econômica ambiental para
contribuir com sua melhor compreensão para que seja adequadamente utilizada na tomada de decisão, napesquisa e na gestão ambiental.
O que é a Valoração Econômica dos Recursos Ambientais (VERA)?
É determinar o valor monetário dos recursos ambientais em relação aos outros bens e serviços
disponíveis na economia. Governos, organizações não governamentais, empresas e famílias sempre têm
que equacionar o problema de alocar um orçamento limitado frente a inúmeras opções de gastos e de
investimentos ou de consumo.
Embora o uso de muitos recursos ambientais não tenha seu preço reconhecido no mercado, seu
valor econômico existe na medida em que seu uso altera o nível de produção e consumo (bem-estar) da
sociedade.
Não havendo mercados e com isso a inexistência de preços, as técnicas de valoração ambiental
podem ser aplicadas para conferir valores monetários aos benefícios decorrentes dos recursos
ambientais, de forma a impedir a supressão desses bens e serviços quando os mesmos são tratados
como sem preço e por isso sem custo, contribuindo para uma ação mais eficiente dos gestores. Ao
estimar o preço destes recursos, devemos verificar que o valor econômico destes recursos deriva de seus
atributos que podem estar associados ao uso presente ou futuro, direto ou indireto e ao não uso através
do estabelecimento de valores de existência. A determinação do preço desses bens e serviços ambientais
auxilia na determinação de seu custo de oportunidade.
Externalidade:
As externalidades são definidas como efeitos colaterais não intencionais de produção e consumo
que afetam positivamente ou negativamente terceiros. A externalidade surge a partir das falhas demercado ou como resultado da falta de um mercado para alocar estes efeitos colaterais. Ela ocorre pela
definição indevida ou indefinição de direitos de propriedade e responsabilidade, custos de transação ou
característica de uso comum dos recursos (i.e. o ar), entre outras razões.
Diante da presença destas externalidades ambientais, nós temos uma situação oportuna para a
intervenção governamental, que pode incluir diversos instrumentos, tais como: a determinação dos direitos
de propriedade, o uso de normas ou padrões (i.e. leis e regulamentações), os instrumentos de mercado
(i.e. Bolsa Verde), as compensações monetárias por danos, entre outros.
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Ativos Ambientais
Recursos naturais como florestas e peixes comercialmente exploráveis, e atributos ambientais
como qualidade do ar, são ativos valoráveis na medida em que “prestam serviços” para as pessoas.
Bens Ambientais: água, madeira, solo, peixes, minério, etc
Serviços Ambientais: regulação hídrica, formação de solo, ciclagem de nutrientes, polinização,
especiação, regulação climática, decomposição, limpeza do ar, seqüestro de carbono, etc.
Passivos Ambientais: Solo degradado, poluição hídrica, contaminação do solo, etc.
Motivação para adoção de práticas de valoração de recursos ambientais.
Tanto os investidores quanto as empresas estão cada vez mais conscientes de que é necessário
acessar todas as implicações do nosso capital natural - clima, água, floresta, solo, biodiversidade - porque
suas cadeias de valor são influenciadas pelas limitações de recursos naturais.
A opção de uma análise de custo-benefício pode ser o caminho mais fácil em situações como
esta. Nesta análise, o gestor fará a comparação entre o custo e o benefício oriundo de cada opção e
assim decidir qual a melhor opção. Porém a identificação de todos os custos e benefícios e a definição dos
critérios para que as alternativas sejam comparáveis nem sempre é simples, principalmente quando a
análise não é subsidiada por preços identificáveis em algum mercado.
Conforme tem sido amplamente debatido, a proteção do meio ambiente é basicamente umaquestão de equidade inter e intra-temporal. Quando os custos da degradação ecológica não são pagos por
aqueles que a geram, estes custos são externalidades para o sistema econômico, ou seja, custos que
afetam terceiros sem a devida compensação. Atividades econômicas são desse modo planejadas sem
levar em conta essas externalidades ambientais e, conseqüentemente, os padrões de consumo das
pessoas são forjados sem nenhuma internalização dos custos ambientais.
O resultado é um padrão de apropriação do capital natural onde os benefícios são providos para
alguns usuários dos recursos ambientais sem que estes compensem os custos incorridos por usuáriosexcluídos. Além disso, as gerações futuras serão deixadas com um estoque de capital natural resultante
das decisões das gerações atuais, arcando os custos que estas decisões podem implicar.
A novidade e a complexidade do tema, entretanto, induz os gestores a duas situações distintas aonde (i) o
ceticismo rejeita qualquer abordagem econômica devido a uma percepção quase sempre insuficiente da
teoria econômica que fundamenta estas abordagens, (ii) e a outra na qual se adotam inadequadamente
técnicas de valoração com base em procedimentos estimativos intuitivos que, quando não apropriados,
aumentam ainda mais o ceticismo e a rejeição aos métodos adotados.
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A adoção de um método é específica a cada caso em estudo. Entretanto, conhecendo alguns
princípios econômicos e a fundamentação teórica dos métodos, o analista estará em melhor posição para
selecionar procedimentos estimativos
Assim, é comum na literatura desagregar o valor econômico do recurso ambiental (VERA) em valor de uso
(VU) e valor de não-uso (VNU).
VERA = (VUD + VUI + VO) + VE
Valores de uso podem ser desagregados em:
Valor de Uso Direto (VUD) - quando o indivíduo se utiliza atualmente de um recurso, por exemplo, na
forma de extração, visitação ou outra atividade de produção ou consumo direto.
Valor de Uso Indireto (VUI) - quando o benefício atual do recurso deriva-se das funções ecossistêmicas,
como, por exemplo, a proteção do solo e a estabilidade climática decorrente da preservação das florestas.
Valor de Opção (VO) - quando o indivíduo atribui valor em usos direto e indireto que poderão ser optados
em futuro próximo e cuja preservação pode ser ameaçada. Por exemplo, o benefício advindo de fármacos
desenvolvidos com base em propriedades medicinais ainda não descobertas de plantas em florestas
tropicais.
Valor de Existência (VE) - que está dissociado do uso (embora represente consumo ambiental) e deriva-
se de uma posição moral, cultural, ética ou altruística em relação aos direitos de existência de espécies
não-humanas ou preservação de outras riquezas naturais, mesmo que estas não representem uso atual
ou futuro para o indivíduo. Uma expressão simples deste valor é a grande atração da opinião pública para
salvamento de baleias ou sua preservação em regiões remotas do planeta, onde a maioria das pessoas
nunca visitarão ou terão qualquer benefício de uso.
MÉTODOS DE VALORAÇÂO ECONOMICADOS RECURSOS AMBIENTAIS
1) Métodos da Função de Produção
Esta metodologia atribui valor ao recurso ambiental por sua contribuição como insumo ou fator de
produção na produção de determinado produto negociável no mercado.
Assim, a empresa sabendo a margem de contribuição do recurso ambiental em seu produto ou serviço
pode estabelecer um valor de referência para melhor gerenciar sua utilização.
1.1 - Método da Produtividade Marginal
O método de produtividade é usado para estimar o valor econômico dos produtos ou serviços
ambientais que contribuem para a produção de produtos e serviços comercializados no mercado. É
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aplicado nos casos em que são usados os produtos ou serviços de um ecossistema, junto com outros
insumos para produzir um bem comercializado.
Por exemplo, a qualidade da água afeta a produtividade das culturas agrícolas irrigadas, ou os custos
de purificação da água potável. Assim, os benefícios econômicos da melhoria da qualidade da água
podem ser medidos pelo aumento das receitas através de uma maior produtividade agrícola, ou a redução
dos custos do fornecimento de água potável.
Situação hipotética
Um reservatório que fornece água para o sistema de água potável da cidade está sendo poluído
pelo escoamento agrícola. O órgão ambiental quer determinar os benefícios econômicos das medidas
para eliminar o dano do escoamento.
Por que usar o método de produtividade?
O método de produtividade foi escolhido porque este é um caso simples, onde a qualidade
ambiental afeta diretamente o custo de produção e comercialização da água potável. Este exemplo é um
dos casos mais simples, onde a água limpa é um substituto direto para outros insumos de produção, tais
como produtos químicos para purificação da água, filtração e outras formas de tratamento.
Assim, os benefícios da melhoria da qualidade da água podem ser facilmente relacionados com a redução
de custos de purificação de água.
Aplicação do método de produtividade
Etapa 1:
A primeira etapa é especificar a função de produção de água potável purificada. Esta é a relação
funcional entre a entrada de uma quantidade de água numa certa qualidade a partir do reservatório, os
produtos químicos e equipamentos de tratamento, e a saída de água potável.
Etapa 2:
A próxima etapa é calcular como o custo da purificação da água muda de acordo com a mudança
na qualidade da água do reservatório, através da função de produção estimada na etapa anterior. O
pesquisador vai calcular a variação dos níveis de tratamento necessário para os diversos níveis de
qualidade da água do reservatório, ligando diferentes níveis de qualidade da água na sua função de
produção. Identificando da variação unitária no custo da qualidade, dado cada nível de qualidade
identificado, para a quantidade de água a ser tratada.
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Etapa 3:
O último passo é estimar os benefícios econômicos da proteção do reservatório do escoamento,
em termos de redução dos custos de purificação. Por exemplo, se todo escoamento é eliminado, a água
do reservatório necessitará de pouco tratamento e os custos de purificação de água potável serão
mínimos. Isto pode ser comparado com o custo de purificação da água, onde o escoamento não é
controlado. A diferença nos custos de purificação é uma estimativa dos benefícios da eliminação de
escoamento. Da mesma forma, podemos estimar os benefícios para os diferentes níveis de redução do
escoamento. Esta etapa requer informações sobre o sucesso previsto de ações para reduzir o
escoamento, em termos de diminuição do escoamento superficial e as mudanças decorrentes da
qualidade da água do reservatório.
Como os resultados podem ser usados?
Os resultados da análise podem ser usados para comparar os benefícios de atingir diferentes
níveis de qualidade da água no reservatório, com o custo de programas para reduzir ou eliminar o
escoamento de poluentes, e assim melhorar a qualidade da água.
Aplicando o método de Produtividade
Para aplicar o método de produtividade, os dados devem ser coletados a respeito de como as
mudanças na quantidade e qualidade dos recursos naturais afetam:
custos de produção para o bem final
oferta e demanda para o bem final
oferta e demanda de outros fatores de produção
Estas informações são usadas para ligar os efeitos das mudanças na quantidade ou qualidade do
recurso às mudanças no excedente do consumidor e / ou excedente do produtor e, assim, estimar os
benefícios econômicos.
O método é mais facilmente aplicado em dois casos específicos:
Casos em que o recurso em questão é um substituto perfeito para as outras entradas. Por
exemplo, o aumento da qualidade da água num reservatório significa que é necessário menos de cloro
para o tratamento da água. Neste caso, um aumento na quantidade ou qualidade do recurso resultará na
diminuição dos custos para as outras entradas. Assim, neste exemplo, os benefícios de aumento de
qualidade da água podem ser medidos diretamente pela diminuição dos custos de cloração.
Casos em que apenas os produtores se beneficiam das alterações na quantidade ou qualidade do
recurso. Os consumidores não são afetados. Por exemplo, a melhoria da qualidade da água de irrigação
pode levar a uma maior produtividade das culturas agrícolas, mais produtos são produzidos na mesma
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quantidade de terra. Se o preço das colheitas para os consumidores do mercado não muda, os benefícios
podem ser estimados a partir de mudanças no excedente do produtor resultantes do aumento da renda
das outras entradas. Assim, neste exemplo, os lucros por área irá aumentar e este aumento pode ser
utilizado para estimar as vantagens de uma melhor qualidade da água de irrigação.
1.2 - Métodos de Mercado de Bens Substitutos
a) Métodos de Custos Defensivos ou Evitados, Custos de Reposição e Custo de Substituição
Os Métodos de Custos Evitados, Custos de Reposição e Custo de Substituição são métodos
relacionados que ajudam a estimar os valores dos serviços dos ecossistemas com base, respectivamente,
na identificação dos custos para evitar danos ambientais devido aos serviços perdidos, os custos de
substituição dos serviços ambientais ou os custos da prestação de serviços substitutos.
Estes métodos assumem que os custos para evitar danos ou substituir ou repor os serviçosambientais fornecem estimativas úteis do valor desses ecossistemas ou serviços. Esta abordagem está
baseada no pressuposto de que, se as pessoas incorrem em custos para evitar os danos causados pela
perda de serviços ambientais, ou para substituir estes serviços, esses serviços devem valer pelo menos o
que as pessoas pagam para substituí-los. Assim, estes métodos são mais apropriadamente aplicados em
casos em que os danos ou os gastos de substituição ocorreram ou acontecerão.
Alguns exemplos de casos em que estes métodos podem ser aplicados incluem:
Valorar a melhoria na qualidade da água através da medição do custo de controle de emissões de
efluentes.
Valorar os serviços de uma floresta para proteção contra erosão, medindo o custo de remoção de
sedimentos erodidos de áreas a jusante.
Valorar os serviços de floresta tropical para purificação de água, medindo o custo de filtragem e
tratamento químico da água.
Valorar serviços do mangues para proteção de tempestade medindo o custo de construção dos
muros de arrimo.
Valorar os habitats dos peixes e dos serviços de berçário, medindo o custo de criação de peixes.
Situação hipotética
O órgão ambiental está planejando restaurar algumas áreas de mangue degradadas, a fim de
melhorar a sua capacidade de proteger a área do entorno de inundações. A agência quer valorizar os
benefícios de uma melhor proteção contra inundações.
Por que usar este método?
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A escolha deste método teve influência nos objetivos pretendidos que era de proteger a área do
entorno de inundações e na limitação do orçamento disponível que não permite um estudo amplo de
avaliação, sendo assim, este método baseado nos custos pode ser o método mais fácil e menos
dispendioso de aplicar neste caso.
Aplicação dos métodos baseados nos custos.
Etapa 1:
Primeiramente devemos realizar uma avaliação ecológica dos serviços de proteção contra
inundações prestadas pelas áreas de mangue. Essa avaliação vai determinar o nível atual de proteção
contra enchentes e o nível esperado de proteção, no caso das áreas de mangue serem totalmente
restauradas.
Etapa 2:
Esta etapa depende do método específico escolhido. O método de custo evitado danos pode ser
aplicado usando duas abordagens diferentes.
Uma abordagem é usar a informação sobre a proteção contra cheias obtido na primeira etapa para estimar
os danos ao patrimônio se ocorressem inundações. Neste caso, o pesquisador deve estimar, através de
valores monetários, os danos prováveis de propriedade, caso a área de mangue não esteja restaurada.
A segunda abordagem seria determinar se os proprietários da área do entorno do mangue
gastaram dinheiro para proteger suas propriedades da possibilidade de danos causados pelas
inundações, por exemplo, a compra de seguro adicional ou reforçando a estrutura dos imóveis. Estes
gastos de proteção seriam somados ao longo de todas as propriedades afetadas para fornecer uma
estimativa dos benefícios do aumento da proteção contra inundações. No entanto, não é de se esperar
que as duas estimativas produzam o mesmo resultado. Seria de esperar que, se os custos de prevenção
fossem menores que os possíveis danos, as pessoas iriam pagar para evitar esses danos.
O método do custo de reposição é aplicado para estimar os custos de substituição dos serviços
ambientais afetados. Neste caso, os serviços de proteção contra as enchentes podem não serem
totalmente substituídos, sendo assim este método não seria útil nesse caso. O método do custo de
substituição é aplicado para estimar os custos da prestação de um substituto para os serviços afetados.
Por exemplo, neste caso, um dique de contenção pode ser construído para proteger as propriedades
próximas das áreas de inundações. O pesquisador poderia assim estimar o custo de construção e
manutenção do dique. O pesquisador deveria também identificar se as pessoas estariam dispostas a
aceitar o dique no lugar de um mangue restaurado.
Como os resultados podem ser usados?
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Os valores dos danos materiais evitados, ou da substituição da prestação de serviços de proteção
contra inundações fornecem estimativas dos benefícios da restauração das áreas de mangues para
proteção contra inundações, e podem ser comparados com os custos de restauração para determinar se
vale a pena restaurar os serviços de proteção contra as cheias.
b) Método de Custos de Controle
c) Método do Custo de Oportunidade
2) Métodos da Função da Demanda
Os métodos de função de demanda admitem que a variação da disponibilidade do recurso
ambiental altera o nível de bem-estar das pessoas e, portanto, é possível identificar as medidas de
disposição a pagar (ou aceitar) das pessoas em relação a estas variações. Identificada a função de
demanda para o recurso ambiental, o valor econômico de uma variação de recurso ambiental é dado pelavariação do excedente do consumidor.
2.1 - Métodos de Bens Complementares
a) Método dos Preços Hedônicos (Preço Implícito)
O Método de Precificação Hedônica é usada para estimar valores econômicos por serviços
ecossistêmicos ou ambientais que afetam diretamente os preços de mercado. É mais comumente aplicado
a variação dos preços de habitação que refletem o valor dos atributos ambientais locais.
Ele pode ser usado para estimar os benefícios económicos ou os custos associados com:
qualidade ambiental, incluindo a poluição do ar, da água, ou sonora
amenidades ambientais, como visões estéticas ou proximidade a locais de lazer
A premissa básica do método de preços hedônicos é que o preço de um bem comercializado está
relacionado com as suas características, ou os serviços que presta. Por exemplo, o preço de um carro
reflete suas características: quantos passageiros transporta, conforto, estilo, luxo, economia de
combustível, etc Portanto, podemos valorizar determinadas características de um carro ou outro bem,
verificando a disposição das pessoas a pagar pelo carro quando determinada característica em análise
muda.
Situação hipotética:
O interesse de verificar os benefícios da preservação de determinada área em uma região aonde
o desenvolvimento econômico vem ocupando cada vez mais o solo.
Por que usar o método de preços hedônicos?
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Os preços das habitações na área indicam uma correlação entre a proximidade com a área
preservada e a valorização dos imóveis. Existem dados sobre as transações imobiliárias da região,
tornando essa abordagem menos dispendiosa.
Abordagens alternativas:
Se a área aberta em questão é utilizada principalmente para o lazer, o método do custo de viagem
pode ser usado. Alternativamente, os métodos baseados em pesquisas, como a valoração contingente,
pode ser usado. No entanto, estes métodos geralmente seriam mais difíceis e despendiosos de aplicar.
Aplicação do Método de preços hedônicos:
Etapa 1:
A primeira etapa é coletar dados sobre as vendas dos imóveis residenciais na região por um
período de tempo específico (geralmente um ano). Os dados necessários são:
Preços e locais de venda dos imóveis residenciais;
Características da propriedade que afetam os preços de venda, tais como tamanho do lote,
número e tamanho dos quartos, e número de banheiros;
Características da vizinhança que afetam os preços de venda, tais como impostos sobre a
propriedade, taxas de criminalidade e disponibilidade e qualidade dos equipamentos públicos;
Características de acessibilidade, tais como distâncias para trabalhar e centros comerciais, e
disponibilidade de transporte público;
aracterísticas ambientais que afetam os preços.
Neste caso, a característica de preocupação ambiental é a proximidade para a área aberta. O
pesquisador pode coletar dados sobre a quantidade e o tipo de área aberta dentro de um determinado raio
de cada propriedade, e também pode observar se uma propriedade é diretamente adjacente a área
aberta. Muitas vezes, estes tipos de dados podem ser obtidos a partir de GIS baseado em computador
(sistemas de informação geográfica) mapas. Os dados sobre os preços das habitações e ascaracterísticas estão disponíveis em órgãos públicos locais entre outras fontes.
Etapa 2:
Uma vez que os dados são recolhidos e compilados, o próximo passo é avaliar estatisticamente
uma função que relaciona os valores das propriedades com as características de cada propriedades,
incluindo a distância da área de interesse. A função resultante mede a parcela do preço da propriedade
que é atribuída a cada característica. Assim, o pesquisador pode estimar o valor de preservar a referida
área, olhando para a forma como varia o valor médio das propriedades de acordo com a mudança nas
características da área de interesse.
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Como é que podemos usar os resultados?
Os resultados podem ser usados para avaliar os investimentos para preservação de determinada
amenidade ambiental. Por exemplo, as parcelas específicas podem estar sob consideração para a
proteção. A função de valor hedônica pode ser usada para determinar os benefícios de preservar cada
parcela, a qual pode então ser comparado com o custo.
b) Método do Custo de Viagem
O método do custo de viagem é usado para estimar valores de uso econômicos associados a
ecossistemas ou localidades que são utilizados para recreação.
O método pode ser usado para estimar os benefícios ou custos econômicos resultantes de:
mudanças nos custos de acesso em um local de lazer
eliminação de um local de lazer existente
criação de um novo local de lazer
alterações na qualidade ambiental de um local de lazer
A premissa básica do método do custo de viagem é que o tempo e as despesas do custo de viagem
que as pessoas incorrem para visitar um local representa o "preço" de acesso ao local. Assim, a
disposição das pessoas em pagar para visitar o local pode ser estimado com base no número de viagens
que eles fazem em relação a variação dos custos de viagem. Isso é análogo a estimar a disposição das
pessoas para pagar por um bem comercializado com base na quantidade demandada a preços diferentes.
Situação hipotética:
Uma área usada principalmente para a pesca recreativa está ameaçada pelo desenvolvimento na
área circundante. Poluição e outros impactos desse desenvolvimento podem destruir o habitat dos peixes
no local, resultando em um sério declínio, ou perda total, da capacidade da área para fornecer serviços de
pesca recreativa. Os órgãos ambientais desejam estimar o valor dos programas ou ações para proteger o
habitat dos peixes.Por que usar o método do custo de viagem?
O método do custo de viagem foi selecionado neste caso por duas razões principais:
1. A área é importante para as pessoas como um local de lazer. Não existem espécies ameaçadas de
extinção ou endêmicas que afetariam os valores de não-uso para o local de maneira significativa.
2. Os gastos com projetos para proteger o local são relativamente baixos. Assim, usando um método
relativamente barato por sua fácil aplicação, como custo de viagem faz mais sentido.Abordagens alternativas:
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O Método da Valoração Contingente (MVC) poderia também ser utilizado neste caso. Embora
possam produzir estimativas mais precisas de valores para as características específicas do local e
também capturar os valores de não-uso, seria consideravelmente mais complicado e caro sua aplicação.
Opções de aplicação do Método do Custo de Viagem:
Existem várias maneiras de abordar o problema, usando variações do Método do Custo de Viagem.
Estes incluem:
Uma abordagem simpes dos custos das viagens, usando principalmente dados secundários, com
alguns dados coletados dos visitantes.
Uma abordagem dos custos das viagens individuais, usando um levantamento mais detalhado dos
visitantes.
Uma abordagem de utilidade aleatória usando pesquisa e outros dados, além de técnicasestatísticas.
Aplicação da abordagem do Custo de Viagem:
O Método do Custo de Viagem é a abordagem mais simples e por isso mais barata de ser
aplicada. Através dele podemos estimar um valor para os serviços de lazer da área como um todo. Este
método não traduz facilmente o valor da área para uma mudança na qualidade do lazer no local, e pode
não considerar alguns dos fatores que podem ser importantes determinantes de valor.
O Método do Custo de Viagem é aplicado através da obenção de informações sobre o número de
visitas ao local oriundas de diferentes localidades e com isso provenientes de diferentes distâncias. O
custo de viagem e o tempo aumentam com a distância, esta informação permite ao pesquisador calcular o
número de visitas "comprados" em diferentes "preços." Esta informação é usada para construir a função
de demanda para o local, e estimar o excedente do consumidor, ou benefícios econômicos, para os
serviços de lazer do local.
Etapa 1: A primeira etapa é o de definir um conjunto de zonas circundantes ao local. Estes podem ser
definidos por círculos concêntricos em torno do local, ou por divisões geográficas com algum critério como,
por exemplo, as áreas metropolitanas ou municípios que cercam o local em diferentes distâncias.
Etapa 2:
A segunda etapa é coletar informações sobre o número de visitantes de cada local, bem como o
número de visitas feitas no período passado. Para este exemplo, suponha que o pessoal no local mantém
registros do número de visitantes e seu código postal, que pode ser usado para calcular o total de visitas
por local ao longo do último ano.
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Etapa 3:
A terceira etapa é calcular as taxas de visitação por 1000 habitantes em cada local. Isto é
simplesmente o total de visitas por ano a partir do local, dividido pela população do local em milhares. Um
exemplo é mostrado na tabela:
Etapa 4:
A quarta etapa é calcular a distância média de viagem de ida e volta e o tempo de viagem entre o
local estudado e o local de origem do visitante de acordo com os círculos concêntricos previamente
definidos. Assuma que as pessoas do local 0 não tem distância e o tempo de viagem é nulo. Cada outro
local terá um aumento do tempo de viagem e de distância. Em seguida, utilizando o custo médio de
hora/km e tempo de viagem, o pesquisador pode calcular o custo de viagem de cada localidade. Um custo
padrão por quilômetro para conduzir um automóvel está prontamente disponível a partir de fontes.
Suponha que este custo por quilômetro é R$ 0,30. O custo do tempo é mais complicado, a abordagem
mais simples é usar o salário médio por hora. Suponha que ele é de R$ 9/hora, ou R$ 0,15/minuto, para
todas as localidades, embora, na prática, é provável que estes custos sejam diferentes por localidade. Os
cálculos são mostrados na tabela:
Etapa 5:
A quinta etapa é calcular, utilizando análise de regressão, a equação que relaciona visitas per
capita a custos de viagem e outras variáveis importantes. A partir disso, o pesquisador pode estimar a
função de demanda para o visitante. Neste modelo simples, a análise pode incluir variáveis demográficas,
tais como idade, renda, sexo e níveis de ensino, utilizando-se os valores médios para cada localidade.
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Para manter o modelo mais simples possível, o cálculo da equação com apenas o custo de viagem e
visitas/1000 habitantes.
Visitas/1000hab. = 330-7,755 * C.
C = Custo de viagem
Etapa 6:
A sexta etapa é a elaboração da função demanda por visitas ao local, utilizando os resultados da
análise de regressão. O primeiro ponto da curva de demanda é o total de visitantes do local de acordo
com os custos atuais de acesso (assumindo que não há taxa de ingresso para a localidade), que neste
exemplo é de 1600 visitas por ano. Os outros pontos são encontrados estimando o número de visitantes,
com diferentes taxas de entrada hipotéticas (assumindo que uma taxa de entrada é visto da mesma forma
como os custos de viagem).
Para efeitos do nosso exemplo, começamos assumindo uma taxa de entrada R$ 10 em nossa curva de
demanda, sendo assim o custo de viagem fica acrescido em R$10.
O número de visitantes 954 dado uma taxa de ingresso de R$10 nos dá um segundo ponto na curva de
demanda. Os demais pontos são dados a seguir:
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Passo 7:
O passo final estimar o benefício económico total do local para os visitantes, calculando o
excedente do consumidor, ou seja, a área sob a curva de demanda. Isso resulta em uma estimativa total
de benefícios econômicos a partir de usos recreativos do local de cerca de R$ 23.000 por ano, ou cerca de
R$14,38 por visita (R$ 23 mil / 1600).
Como podemos usar os resultados?
Lembre-se que o objetivo do órgão ambiental foi para decidir se vale a pena gastar dinheiro em
programas e ações para proteger o local de pesca recreativa. Se as ações custarem menos de R$ 23.000por ano, o custo será menor do que os benefícios oferecidos pelo local. Se os custos forem maiores, o
órgão ambiental terá que decidir se existem outros fatores que podem valer a pena manter o local para
pesca recrativa ou se outra atividade no local trará maior benefício social.
Aplicação da abordagem de custo de viagem individual:
A abordagem do custo de viagem individual é semelhante à abordagem por localidade, mas usa
dados de pesquisa de visitantes individuais na análise estatística, ao invés de dados de cada local de
origem dos visitantes. Este método requer, portanto, mais a coleta de dados e uma análise um pouco mais
complicado, entretanto os resultados serão mais precisos.
Para o exemplo hipotético do local pesca recreativa, ao invés de simplesmente coletar informações
sobre o número de visitantes e seus códigos postais, o pesquisador realiza um levantamento dos
visitantes. A pesquisa pode pedir as seguintes informações:
localização da casa do visitante - o quão longe eles viajaram para o local
quantas vezes eles visitaram o local durante o ano a distância da viagem
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a quantidade de tempo gasto no local
despesas de viagem
renda da pessoa ou outras informações sobre o valor do seu tempo
outras características socioeconômicas do visitante
outros locais visitados durante a mesma viagem, e o tempo gasto em cada visita outras razões para a viagem (é a viagem apenas para visitar o local, ou para diversas finalidades)
sucesso de pesca no local (quantos peixes capturados em cada viagem)
percepções da qualidade do meio ambiente ou a qualidade da pesca no local
Utilizando os dados da pesquisa, o pesquisador pode prosseguir de forma semelhante ao modelo de
localidade, por cálculo, utilizando a análise de regressão, a relação entre o número de deslocamentos e as
despesas de viagem e outras variáveis relevantes. Desta vez, o pesquisador usaria dados individuais, ao
invés de dados de cada local de origem. A equação de regressão nos dá a função de demanda para o
visitante "médio" para o local, e a área abaixo dessa curva de demanda dá o excedente do consumidor
médio. Este é multiplicado pelo total de população relevante (a população da região de origem dos
visitantes) para estimar o excedente do consumo total para o local.
Porque foram coletados dados adicionais sobre os visitantes, locais alternativos, e qualidade do local,
as estimativas de valor pode ser melhor ajustadas, adicionando esses outros fatores para o modelo
estatístico. Incluindo informações sobre a qualidade do local permite ao pesquisador estimar a mudança
no valor do local, no caso de mudanças na qualidade. Para fazer isso, duas curvas de demanda diferentes
seriam estimadas, uma para cada nível de qualidade. A área entre as duas curvas é a estimativa da
mudança no excedente do consumidor quando dado as mudanças na qualidade.
Aplicação da abordagem de utilidade aleatória:
A abordagem de utilidade aleatória é a mais complicada e cara das abordagens de custos de
viagens. É também o "estado da arte" das abordagem, pois permite muito mais flexibilidade no cálculo dos
benefícios. É a melhor abordagem a ser usada para estimar os benefícios para características específicas,ao invés de adotar a localidade recreacional como um todo. Também é a abordagem mais apropriada
quando existem muitas áreas recreacionais substitutas.
No exemplo, a agência pode querer valorizar as perdas econômicas da diminuição das
populações de peixes, em vez da perda de todo o estoque de peixes. A abordagem de utilidade aleatória
seria a melhor maneira de fazer isso, porque se concentra em escolhas entre os locais alternativos, que
têm características diferentes de qualidade.
A abordagem de utilidade aleatória assume que as pessoas vão escolher o local que eles
preferem, de todos os locais de pesca possíveis. Indivíduos fazem compensações entre a qualidade do
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local e o preço das viagens para cada local. Assim, este modelo requer informações sobre todos os
possíveis locais que o visitante pode selecionar, as suas características de qualidade e os custos de
viagens para cada um.
Para o exemplo, o pesquisador pode realizar uma pesquisa por telefone com moradores
selecionados aleatoriamente do estado. A pesquisa seria perguntar-lhes se eles vão pescar ou não. Se
eles fizerem isso, seria então fazer uma série de perguntas sobre quantas viagens de pesca que fez no
ano passado (ou época), para onde eles foram, a distância para cada local, e outras informações
semelhantes às informações coletadas em nossa pesquisa com a abordagem do custo de viagem
individual. A pesquisa também pode fazer perguntas sobre as espécies de peixes de interesse em cada
viagem, e quantos peixes foram capturados.
Usando essas informações, o pesquisador pode estimar um modelo estatístico que pode prever
tanto a escolha de ir pescar ou não, e os fatores que determinam qual o local está selecionado. Se as
características do local referentes a qualidade estão incluídos, o modelo pode facilmente estimar valores
para alterações na qualidade do local, por exemplo, as perdas econômicas causadas por uma diminuição
nas taxas de captura no local.
2.2 - Método da Valoração Contingente
Método de valoração contingente ( MVC ) é usado para estimar valores econômicos para todos os
tipos de recursos ambientais. Ele pode ser utilizado para estimar os valores tanto para uso e não uso, e é
o método mais utilizado para estimar os valores de não uso.
O MVC envolve perguntar diretamente as pessoas, em uma pesquisa, o quanto eles estariam
dispostos a pagar ou receber por serviços ambientais específicos. Ele é chamado de valoração
contingente, porque as pessoas são convidadas a indicar a sua disponibilidade para pagar ou receber,
dependendo de um cenário hipotético específico com descrição do serviço ambiental.
O MVC é um método de preferência declarada, porque ele pede às pessoas para indicar
diretamente seus valores, ao invés de inferir valores de opções reais, como os métodos de preferênciarevelada fazem. O fato de o MVC ser baseado no que as pessoas dizem que fazem, ao contrário do que
as pessoas são observadas fazendo é a principal característica a favor e contra.
A valoração contingente é uma das únicas maneiras de atribuir valores para valores de não- uso
dos recursos ambientais. Os valores de não-uso não envolvem compras no mercado ou participação
direta. Estes valores são por vezes referido como valor de uso passivo. Eles incluem tudo, desde as
funções de suporte básico da vida associados com a saúde do ecossistema e da biodiversidade, até a
amênidade de uma vista panorâmica ou uma experiência de deserto, para apreciar a observação de
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pássaros no futuro, ou o direito de herança as opções para as futuras gerações. Ele também inclui o valor
que as pessoas atribuem em simplesmente saber que determinadas espécies existem.
É claro que as pessoas estão dispostas a pagar pelo o não-uso dos benefícios ambientais. No
entanto, esses benefícios são susceptíveis de ser implicitamente tratado como custo (preço) zero a menos
que seu valor seja de alguma forma estimado. Então, quanto será que eles valem? Como as pessoas não
revelam a sua vontade de pagar por eles através das suas compras ou pelo seu comportamento, a única
opção para estimar um valor é perguntando.
No entanto, o fato de que o MVC é baseado em perguntar às pessoas, ao invés de observar seu
comportamento real, é fonte de grande controvérsia. Os problemas conceituais, empíricas e práticas
associadas ao desenvolvimento de estimativas de valor econômico, com base em como as pessoas
respondem a perguntas hipotéticas sobre situações hipotéticas de mercado são debatidos constantemente
na literatura econômica.
Cenário hipotético:
Uma área em terras públicas fornece um ecossistema importante para várias espécies da fauna e
da flora. Um agente econômico deve decidir sobre a emissão de um contrato de arrendamento para a
mineração no local . Assim, deve pesar o valor do arrendamento de mineração em relação aos benefícios
habitat da fauna e flora nativa que podem ser perdidos se o a área sofrer os impactos da mineração.
Como a área é remota, poucas pessoas visitam, ou conhecem os seres vivos que dependem deste
habitat. Portanto, os valores de não-uso são o maior componente do valor para a preservação do local.
Por que usar o Método de Valoração Contingente?
O método de valoração contingente foi selecionado neste caso por causa da importância dos
valores de não-uso, e os seus níveis potencialmente significativos.
Aplicação do Método de Valoração Contingente:
Etapa 1:
A primeira etapa consiste em definir o problema de avaliação. Isso inclui determinar exatamente
quais os serviços que estão sendo avaliados, e quem é a população relevante. Neste caso, o recurso a ser
valorizado é uma área específica e os serviços que presta - principalmente habitat da fauna e flora nativa.
Sendo esta área propriedade do Estado, a população relevante seria todos os cidadãos do país.
Etapa 2:
O segunda etapa é tomar decisões preliminares sobre a própria pesquisa, inclusive como ela será
conduzida por e-mail, telefone ou pessoalmente, o tamanho da amostra necessária, perfil do público alvo e
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outras questões relacionadas a pesquisa. As respostas dependerão, entre outras coisas, da importância
da questão de avaliação, a complexidade das pergunta, e o tamanho do orçamento de pesquisa.
Entrevistas pessoais são geralmente os meios mais eficazes para questões complexas, porque
muitas vezes é mais fácil explicar as informações básicas necessárias para os entrevistados
pessoalmente, e as pessoas estão mais propensas a completar uma pesquisa extensa quando são
entrevistados pessoalmente. Em alguns casos, podem ser apresentados recursos visuais, como vídeos ou
fotografias para ajudar os participantes entender as condições do cenário que estão valorando.
Neste caso hipotético, os pesquisadores decidiram realizar um levantamento de correio, porque
querem examinar uma grande amostra, dispersa ao longo do país, e estão fazendo perguntas sobre uma
área específica e os seus benefícios, que devem ser relativamente fáceis de descrever em um pequeno
texto.
Etapa 3:
A próxima etapa é o projeto de pesquisa. Esta é a parte mais importante e difícil do processo.O
processo de design de pesquisa geralmente começa com entrevistas iniciais para poder calibrar a
pesquisa de acordo com as especificidades locais. No início da pesquisa, os pesquisadores fazem
perguntas gerais para um pequeno grupo, incluindo questões sobre a compreensão das questões
relacionadas com a área, procurando saber se a população local está familiarizada com sua área e sua
biodiversidade e como eles valorizam estas características e os serviços que o ecossistema proporciona.
Com a calibragem os pesquisadores chegaram a um ponto onde eles têm uma idéia de como
fornecer informações básicas, descrever o cenário hipotético, e fazer a pergunta sobre a valoração. Assim,
os pesquisadores continuam este processo até que eles desenvolvam uma pesquisa na qual as pessoas
parecem compreender e responder de uma maneira que faz sentido e revela seus valores para os
serviços da localidade.
Etapa 4:
A etapa seguinte é a aplicação da pesquisa completa. A primeira tarefa é selecionar a amostra da
pesquisa, esta deve ser uma amostra aleatória da população relevante, usando métodos de amostragem
estatística.
Etapa 5:
Finalmente, a última etapa é compilar , analisar e relatar os resultados. Os dados devem ser
digitados e analisados utilizando técnicas estatísticas adequadas para cada tipo de questão. Na análise
dos dados , os pesquisadores também tentam identificar quaisquer respostas que não expressem o valordo entrevistado para os serviços do ecossistema.
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Como é que podemos usar os resultados?
A partir da análise, os pesquisadores podem estimar o valor médio para um indivíduo ou para uso
doméstico na amostra, e assim extrapolar para população relevante, a fim de calcular os benefícios totais
a partir do local. Por exemplo, se eles acham que a disposição média a pagar é R$ 0,10 per capita, os
benefícios totais para todos os cidadãos, seria de R$ 20 milhões.
REFERÊNCIA
Valoração Econômica do Meio Ambiente. Disponível em:http://www.economiadomeioambiente.com.br/servi%C3%A7os/valora%C3%A7%C3%A3o-economica-do-meio-ambiente. Acesso: 24.09.2015