Valores Limite de Qualidade Do Ar Interior
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SAÚDE AMBIENTAL EM AMBIENTE ESCOLAR
- QUALIDADE DO AR INTERIOR -
2004-2006
Gabriela Ventura Silva
Laboratório da Qualidade do Ar Interior
IDMEC-FEUP
Conferência Ambiente e Saúde: investigação e
desenvolvimento para o futuro ”
Fundação Calouste Gulbenkian, 7 de Abril de 2009
O Projecto
Com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian - Serviço de Saúde e Desenvolvimento
Humano, no âmbito do programa de Apoio a Projectos de Saúde Pública
Coordenação
Eduardo de Oliveira Fernandes,
Professor Catedrático, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Coordenação Científica
Henrique Barros,
Professor Catedrático, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Direcção Técnica:
Gabriela Ventura Alves da Silva (IDMEC-FEUP)
Técnicos Responsáveis:
Anabela Outeiro Martins (IDMEC-FEUP)
Joaquim Guedes (FCUP)
Maria João Samúdio (IDMEC-FEUP)
Sílvia Fraga (FMUP)
Colaboração: Edifícios Saudáveis Consultores
Índice
• Os Objectivos do Projecto
• Os Métodos, as Estratégias e os Meios
• Os Resultados
• As Conclusões
• Futuras Linhas de Investigação
Os Objectivos do Projecto
O principal objectivo do presente projecto foi caracterizar a
qualidade do ar interior de salas de aula de escolas na cidade do
Porto e procurar relacionar os resultados do estudo Epiteen com a
qualidade do ar interior, alargando este estudo a mais alunos.
Epiteen (Epidemiological Health Investigation of Teenagers in Porto)
Neste estudo uma coorte de adolescentes, alunos de escolas EB2,3 da
cidade do Porto, foi acompanhada com vista a estudar determinantes
sociais e biológicos de risco cardiovascular e, também, a avaliar os
sintomas e factores associados à doença respiratória.
Os Métodos, as Estratégias e os Meios
Estudo EPIDEMIOLÓGICO
O projecto ‘Epiteen – A COORTE DE 1990’ (FMUP) visava constituir uma
coorte de adolescentes:
- alunos nascidos num mesmo ano (1990), inscritos numa área geográfica
bem definida e durante um período de tempo específico;
- recolha de informação prospectiva e padronizada sobre o período
perinatal e múltiplas variáveis comportamentais, nomeadamente, ingestão
alimentar, prática de exercício físico, hábitos tabágicos dos adolescentes e
exposição a fumo passivo;
- avaliação das influências intergeracionais recorrendo à colheita de dados
sobre os progenitores para conhecer a história familiar de doença; e a
- realização de medições antropométricas, espirometria para avaliação de
função respiratória e colheita de uma amostra de sangue venoso.
Os Métodos, as Estratégias e os Meios
Estudo EPIDEMIOLÓGICO
Os inquéritos e avaliações referentes à primeira observação foram efectuados no
período de Outubro de 2003 a Junho de 2004.
As informações foram recolhidas através de um questionário do estudo International
Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC).
Pela diferença temporal entre a primeira avaliação da coorte Epiteen e a avaliação da
qualidade do ar interior, optou-se por reavaliar a prevalência de doença respiratória e
alérgica e os sintomas associados nos participantes da coorte Epiteen, e
adicionalmente a três turmas de cada um dos 7º, 8º e 9º ano de escolaridade das
escolas onde se procedeu à avaliação do ar interior. Em cada escola, os
questionários foram distribuídos a 9 turmas e obteve-se resposta de 1607
adolescentes.
Os exames físicos e as avaliações complementares (função respiratória, massa
óssea, etc.) foram realizados nas escolas, em dia previamente agendado.
A um número mais reduzido de adolescentes foram realizados testes cutâneos de
hipersensibilidade imediata, estes exames decorreram no Departamento de Higiene e
Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Os Métodos, as Estratégias e os Meios
Estudo da QUALIDADE DO AR INTERIOR
1ª Fase: decorreu entre Fevereiro e Junho de 2005
estudo exaustivo numa escola dos vários parâmetros que afectam a QAI:
condições térmicas (temperatura e humidade relativa)
taxa de renovação do ar interior
partículas em suspensão (PM10)
dióxido de carbono
monóxido de carbono
compostos orgânicos voláteis
formaldeído
micro-organismos no ar: fungos e bactérias
alergenos no pó
todos os parâmetros relevantes foram também medidos no exterior
foi escolhida a escola Francisco Torrinha por dois motivos:
- o elevado número de alunos que participaram no projecto Epiteen
- o facto dos alunos terem a maioria das aulas nas mesmas salas
foram estudadas três salas correspondendo às três turmas do 9º ano com mais alunos
previamente estudados
Os Métodos, as Estratégias e os Meios
Estudo da QUALIDADE DO AR INTERIOR
2ª Fase: decorreu entre Outubro de 2005 e Janeiro de 2006
o estudo foi alargado a nove escolas
em cada escola foram auditadas duas salas
foram medidos apenas os parâmetros considerados críticos na 1ª fase:
condições térmicas (temperatura e humidade relativa),
dióxido de carbono,
compostos orgânicos voláteis.
todos os parâmetros relevantes foram também medidos no exterior
Os Métodos, as Estratégias e os Meios
Valores limite de exposição
Parâmetro Valores limite de exposição Referências
Poluentes químicos
CO (monóxido de carbono) 12,5 mg/m3 RSECE, 2006
CO2 (dióxido de carbono) 1800 mg/m3 (1000 ppm) RSECE, 2006
Benzeno 0,005 mg/m3
Cinterior < Cexterior
Proposta de Directiva
Europeia, 2000
Formaldeído 0,1 mg/m3 RSECE, 2006
COVsT 0,600 mg/m3 RSECE, 2006
Alcanos 0,100 mg/m3 Seifert, 1990
Hidrocarbonetos aromáticos 0,050 mg/m3 Seifert, 1990
Terpenos 0,030 mg/m3 Seifert, 1990
Hidrocarbonetos halogenados 0,030 mg/m3 Seifert, 1990
Ésteres 0,020 mg/m3 Seifert, 1990
Aldeídos 0,020 mg/m3 Seifert, 1990
Outros 0,050 mg/m3 Seifert, 1990
Partículas em suspensão
Inaláveis (PM10) 0,150 mg/m3 RSECE, 2006
Ventilação 30 m3/h.pessoa RSECE, 2006
Conforto térmico
Temperatura Variável ASHRAE, 55-2004
Humidade Relativa 30 – 70 % CEN ISO 7730, 1995
Microbiológicos
Fungos 500 (UFC/m3) RSECE, 2006
Bactérias 500 (UFC/m3) RSECE, 2006
Alergenos Platts-Mills, 1989
Der p I 2 (μg/gpó)
Der f I 2 (μg/gpó)
Der II 2 (μg/gpó)
Feld I 2 (μg/gpó)
Os Métodos, as Estratégias e os Meios
Parâmetro Valores limite de exposição Referências
Conforto térmico
Temperatura Variável ASHRAE, 55-2004
Humidade Relativa 30 – 70 % CEN ISO 7730, 1995
Microbiológicos
Fungos 500 (UFC/m3) RSECE, 2006
Bactérias 500 (UFC/m3) RSECE, 2006
Alergenos Platts-Mills, 1989
Der p I 2 (μg/gpó)
Der f I 2 (μg/gpó)
Der II 2 (μg/gpó)
Feld I 2 (μg/gpó)
Valores limite de exposição
Relativamente ao conforto térmico seguiu-se a norma 55-2004 da ASHRAE (Thermal
Environmental Conditions for Human Occupancy) para espaços sem ar condicionado,
considerando limites de aceitabilidade de 80%.
Os Métodos, as Estratégias e os Meios
Valores limite de exposição
Esta norma relaciona directamente a resposta térmica destes espaços com a
temperatura do exterior no mês em questão e tem em conta também as mudanças
no vestuário usado, que acompanha as estações do ano (conceito de ‘conforto
adaptativo’).
Os limites de conforto são calculados para cada mês, segundo o gráfico
representado na Figura:
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
34
5 10 15 20 25 30 35
Temperatura exterior média mensal (ºC)
Tem
pera
tura
inte
rior
(ºC
)
Limites de aceitabilidade de 80%
Limites de aceitabilidade de 90%
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
34
5 10 15 20 25 30 35
Temperatura exterior média mensal (ºC)
Tem
pera
tura
inte
rior
(ºC
)
Limites de aceitabilidade de 80%
Limites de aceitabilidade de 90%
Os Resultados – Fase 1
As temperaturas médias observadas em todas as salas de aula estavam fora do
intervalo aceite como conforto para espaços sem climatização e ventilação
mecânicas (ASHRAE, 2004), tanto no Inverno (época fria) com valores mínimos
registados de 13ºC, como no Verão (época quente) com valores máximos registados
de 30ºC. Os valores médios de humidade relativa estavam dentro da escala do
conforto de 30-70%, sendo os valores mais elevados observados no Inverno.
0
5
10
15
20
25
30
35
Sala 19 Sala 21 Sala 22 Exterior
T (
ºC)
Inverno-2ªfeira Inverno-5ªfeira
Primavera-2ªfeira Primavera-5ªfeira
Verão-2ªfeira Verão-5ªfeira
Os Resultados – Fase 1
As taxas de renovação de ar observadas, com excepção da sala de aula 19, são
muito baixas (valor médio de 3 m3/(h.ocupante)), claramente abaixo do nível
recomendado de 30 m3/(h.ocupante) (RSECE, 2006).
Na sala de aula 19 a taxa de renovação de ar medida foi afectada positivamente por
um vidro quebrado na janela que enfrenta o corredor e pelo mau funcionamento do
sistema de abertura dos envidraçados (valor médio de 10 m3/(h.ocupante)).
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Sala 19 Sala 21 Sala 22
taxa
de
ven
tila
ção
(m
3/h
.pes
soa
)
Inverno-2ªfeira Inverno-5ªfeira
Primavera-2ªfeira Primavera-5ªfeira
Verão-2ªfeira Verão-5ªfeira
Os Resultados – Fase 1
Foram observadas concentrações particularmente elevadas de dióxido de carbono (CO2)
principalmente no Inverno (~2100 ppm). Os níveis médios de CO2 no interior de todas as salas de
aula no Inverno excederam o valor recomendado de 1000 ppm (RSECE, 2006). Durante a
Primavera os valores de concentração de CO2 rondaram os 1000 ppm e no Verão foram bastante
mais baixos.
A fraca ventilação associada a uma sala de aula ‘sobrelotada’ pode explicar os níveis elevados de
CO2 encontrados no Inverno. Na verdade, a ocupação máxima nas salas de aula recomendada
pela ASHRAE é de 50 pessoas/100 m2 enquanto nesta escola a ocupação média é de 66
pessoas/100 m2.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Sala 19 Sala 21 Sala 22 Exterior
C (
CO
2)
(pp
m)
Inverno-2ªfeira Inverno-5ªfeira
Primavera-2ªfeira Primavera-5ªfeira
Verão-2ªfeira Verão-5ªfeira
Os Resultados – Fase 1
As concentrações de COVs observadas estão abaixo do limite recomendado de 600
µg/m3 (RSECE, 2006) verificando-se que a sala de aula 22 apresentou valores
próximos, por ter sido pintada cinco meses antes da avaliação de Inverno.
0
100
200
300
400
500
600
Sala 19 Sala 21 Sala 22 Exterior
C (
CO
VsT
) (m
g/m
3)
Inverno-2ªfeira Inverno-5ªfeira
Primavera-2ªfeira Primavera-5ªfeira
Verão-2ªfeira Verão-5ªfeira
Os Resultados – Fase 1
Relativamente ao nível de partículas em suspensão, em todas as salas de
aula avaliadas o nível de partículas observado foi mais elevado na
Primavera (valor médio de 154 µg/m3) e no Verão (valor médio de 128
µg/m3) do que no Inverno (valor médio de 88 µg/m3).
Os níveis na Primavera foram elevados em comparação com o nível
recomendado de 150 µg/m3 (RSECE, 2006).
O ar exterior parece ser uma fonte importante das partículas, dado que a
razão entre as PM10 no interior e no exterior foi inferior à unidade em todas
as estações (valor médio de 0,73, 0,79 e 0,81 para a Primavera, Verão e
Inverno, respectivamente).
Valores dos vários parâmetros medidos na estação moderada (9 e 12 de Maio):
Parâmetro
Valores medidos
Interior
Exterior
Sala 19 Sala 21 Sala 22
Dia 9 Dia 12 Dia 9 Dia 12 Dia 9 Dia 12 Dia 9 Dia 12
Contaminação física
Partículas em suspensão (PM10) mg/m3 133 79 230 201 212 69 210 <1
Os Resultados – Fase 1
As concentrações de formaldeído observadas foram sempre inferiores ao
nível recomendado de 100 µg/m3 (RSECE, 2006). Foi observado um
aumento da concentração de formaldeído com a temperatura, sendo os
níveis medidos no Verão (valor médio 27,6 µg/m3) bastante mais elevados
do que os observados no Inverno (valor médio 13,9 µg/m3).
Não foi detectado monóxido de carbono em nenhuma das salas.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Sala 19 Sala 21 Sala 22 Exterior
C (
form
ald
eíd
o)
(mg/m
3)
Inverno-2ªfeira Inverno-5ªfeira
Primavera-2ªfeira Primavera-5ªfeira
Verão-2ªfeira Verão-5ªfeira
Os Resultados – Fase 1
A presença de alergenos foi baixa, sempre inferior ao nível recomendado de
2 µg/g pó (Platts-Mills, 1989).
Apesar disso observou-se que o alergeno Fel d1 (‘alergeno do gato’) foi
dominante.
A sua presença foi mais elevada no Verão (valor médio de 0,23 µg/g pó) do
que no Inverno (valor médio de 0,12 µg/g pó).
Os níveis de bactérias observados
foram relativamente elevados
durante o período de Inverno e de
Verão mas isto acontece
facilmente se dois ou três alunos
estiverem constipados.
Os níveis de fungos observados
foram sempre inferiores ao nível
recomendado de 500 CFU/m3.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
Sala 19 Sala 21 Sala 22 Exterior
ba
ctér
ias
(UF
C/m
3)
Inverno-2ªfeira Inverno-5ªfeira
Primavera-2ªfeira Primavera-5ªfeira
Verão-2ªfeira Verão-5ªfeira
Os Resultados – Fase 2
A temperatura média avaliada em duas das escolas estudadas (G e H) não
estava compreendida no intervalo de conforto calculado de acordo com a
norma ASHRAE 55-2004.
Os valores médios da humidade relativa estavam dentro da escala de
conforto de 30-70%, com excepção da escola B com 77% de HR.
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
22,0
24,0
26,0
A B C D E F G H I
T(º
C)
Outubro
NovembroDezembro
Janeiro
Os Resultados – Fase 2
Foram observadas elevadas concentrações de CO2 em todas as escolas com valores
médios que excedem o limite de 1000 ppm.
A fraca ventilação deve-se à baixa temperatura exterior que leva a manter as janelas
e portas fechadas. O que, associado com salas de aula ‘sobrelotadas’, justifica os
elevados níveis de CO2 registados. A ocupação máxima em salas de aula que a
ASHRAE recomenda é de 50 ocupantes/100m2. Nestas escolas foi observado um
valor médio de 59 ocupantes/100m2.
Dióxido de carbono
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
A B C D E F G H I
Escola
C (
CO
2)
(pp
m)
sala x sala y
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
A B C D E F G H I
Escola
C(C
OV
sT)
( mg
/m3)
sala x
sala y
exterior
Os Resultados – Fase 2
Compostos Orgânicos Voláteis
As concentrações de COVs no interior geralmente excederam os níveis no exterior.
O valor médio de COVsT medido no exterior (excluindo a escola C) foi de 112 µg/m3
com um mínimo de 54 µg/m3 e um máximo de 263 µg/m3.
O nível de COVsT medido no interior de 4 salas de aula excedeu o limite
recomendado de 600 µg/m3.
O interior das outras 14 salas de aula registou uma média aritmética de 226 µg/m3
com um mínimo de 66 µg/m3 e um máximo de 481 µg/m3.
Os Resultados – Fase 2
Os terpenos, glicóis e éteres foram detectados principalmente no interior, sendo
certamente as suas fontes exclusivamente do interior.
As classes químicas que contribuem mais para o total de COVs no interior variam de
escola para escola e mesmo entre salas de aula da mesma escola.
Compostos Orgânicos Voláteis
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sala
23
sala
26
ex
teri
or
sala
11
sala
17
ex
teri
or
sala
10
sala
13
ex
teri
or
sala
9
sala
11
ex
teri
or
sala
1
sala
25
ex
teri
or
sala
2
sala
3
ex
teri
or
sala
21
sala
22
ex
teri
or
sala
7
sala
8
ex
teri
or
sala
14
sala
28
ex
teri
or
Outros
Hidrocarbonetos
halogenados
Ésteres
Terpenos
Hidrocarbonetos
aromáticos
Éteres e glicóis
Aldeídos e Cetonas
Alcanos
Escola B Escola C Escola D Escola E Escola F Escola G Escola H Escola IEscola A
COVsT
294 66 96
COVsT
226 724 110
COVsT
646 224 408
COVsT
200 143 95
COVsT
86 72 62
COVsT
197 305 263
COVsT
481 1178 54
COVsT
1805 222 105
COVsT
224 197 110
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sala
23
sala
26
ex
teri
or
sala
11
sala
17
ex
teri
or
sala
10
sala
13
ex
teri
or
sala
9
sala
11
ex
teri
or
sala
1
sala
25
ex
teri
or
sala
2
sala
3
ex
teri
or
sala
21
sala
22
ex
teri
or
sala
7
sala
8
ex
teri
or
sala
14
sala
28
ex
teri
or
Outros
Hidrocarbonetos
halogenados
Ésteres
Terpenos
Hidrocarbonetos
aromáticos
Éteres e glicóis
Aldeídos e Cetonas
Alcanos
Escola B Escola C Escola D Escola E Escola F Escola G Escola H Escola IEscola A
COVsT
294 66 96
COVsT
226 724 110
COVsT
646 224 408
COVsT
200 143 95
COVsT
86 72 62
COVsT
197 305 263
COVsT
481 1178 54
COVsT
1805 222 105
COVsT
224 197 110
Os Resultados – Fase 2
Por ex., na escola G, uma sala de aula apresentou valores de COVsT na ordem de 1200
µg/m3, 49% correspondendo a hidrocarbonetos aromáticos e 26% a alcanos, enquanto que
a outra apresentou somente 500 µg/m3 de COVsT, sendo 42% de alcanos e 28% de
hidrocarbonetos aromáticos.
A fonte dessa contaminação pareceu ser uma sala anexa onde são usados muitos
solventes e cola em trabalhos manuais, e também no facto desta sala ter sido pintada
recentemente.
Compostos Orgânicos Voláteis
Conclusões do estudo QAI
duas das salas de aula avaliadas estavam fora do intervalo de conforto
térmico calculado de acordo com a norma da ASHRAE (ASHRAE, 55-2004)
para espaços sem climatização e ventilação mecânicas.
foram observadas concentrações elevadas de CO2 em todas as escolas.
Um conforto térmico deficiente favorece a falta de ventilação, pois,
principalmente, para impedir a entrada de ar frio mantêm-se janelas e
portas fechadas. O facto das salas de aula estarem normalmente
‘sobrelotadas’ vem também contribuir para os elevados níveis de CO2
registados.
as concentrações de COVs no interior normalmente excederam os níveis
no exterior. O nível de COVsT medido no interior de 4 salas de aula
excedeu o nível recomendado de 600 µg/m3 proposto na Regulamentação
Portuguesa (RSECE, 2006).
terpenos, éteres e glicóis foram detectados principalmente no interior,
sendo provavelmente emitidos por fontes internas.
Resultados do estudo EpidemiológicoNa tentativa de correlacionar as informações recolhidas associadas a sintomas e doença
respiratória e a avaliação da qualidade do ar interior, as escolas foram classificadas de acordo
com os valores de conforto térmico, CO2 e COVs.
Quanto às condições térmicas foram considerados dois
grupos, de acordo com as características que prevaleceram
durante mais tempo no período de funcionamento das salas.
Não foi possível incluir a escola G e H em nenhum destes
grupos.
Quanto ao nível de CO2 as escolas foram classificadas em Boas (correspondem às ‘menos más’),
Intermédias, e Más.
Quanto às concentrações de compostos orgânicos voláteis as escolas foram também
classificadas em Boas, Intermédias, e Más.
Classificação Escolas
Confortáveis C, D, E, F e I
Húmidas A e B
Classificação Escolas
‘Boas’ [CO2] ~1400 ppm D e E
Intermédias [CO2] ~1850 ppm A, B, C e H
Más [CO2] >2100 ppm F, G e I
Classificação Escolas
Boas [COVs] <250 μg/m3 A, D, E, F e I
Intermédias [COVs] ~450 μg/m3 B e C
Más [COVs] >800 μg/m3 G e H
Resultados do estudo Epidemiológico
A descrição dos resultados é realizada por cada escola avaliada e as proporções
foram comparadas pelo teste de qui-quadrado.
Para a comparação de médias foi utilizada a análise de variância (ANOVA) ou seu
equivalente não paramétrico teste Kruskal Wallis.
A estimativa de risco relativo foi calculada através do cálculo de odds ratio e
respectivos intervalos de confiança a 95% usando a regressão logística não
condicional.
A análise estatística realizou-se com o programa EPI6 e o programa SPSS ®
(Statistical Package for the Social Sciences).
Resultados do estudo Epidemiológico
Nos doze meses que antecederam a avaliação, referiram ter tido asma
5,8% dos adolescentes, pieira 9,2%, crises de espirros 22,0% e alterações
na pele 6,6%.
Após ajuste para a escolaridade dos pais, valores de CO2 > 2100 ppm
associaram-se a pieira durante o exercício [OR=1,86 (IC95% 1,20 -
2,89)] e tosse nocturna [OR=1,40 (0,95 - 2,06)].
Observou-se um aumento da estimativa de risco de sintomas de pieira
nos últimos 12 meses, asma alguma vez na vida e nos últimos 12 meses e
tosse nocturna nas escolas com valores mais elevados de COVs,
embora a associação não seja estatisticamente significativa.
Embora no geral sem associações estatisticamente significativas, as
escolas com piores indicadores apresentaram maior prevalência de
sintomas respiratórios.
Recomendações
um aumento da taxa de ventilação parece ser necessário.
no caso da poluição do ar exterior, a ventilação mecânica poderá sernecessária para permitir a utilização de filtros escolhidos de acordo comcada caso em particular.
as principais intervenções de manutenção como pinturas deverão terlugar após o termo das aulas, em Julho, a fim de evitar o impacto directodas altas concentrações de COVs sobre os alunos e para tirar partido dastemperaturas mais elevadas no Verão e maior ventilação para aumentar aemissão das substâncias poluentes com a consequente diminuição maisrápida das emissões de COVs.
a ventilação necessária durante e após a instalação deve ser tambémum factor de vigilância.
devem existir espaços especiais com extracção forçada para actividadespoluentes, como o uso de colas e solventes. A escolha destes produtospara as aulas de trabalhos manuais deve ser feita com cuidado, sendoescolhidos produtos de baixa emissão.
devem ser usados materiais de construção de baixa emissão.
Disseminação do Projecto
Futuras linhas de investigação
Aumentar o número de Projectos Interdisciplinares- evidências de uma má QAI na saúde
Projectos com diferentes Universidades de modo a alargar as áreas geográficas
Alargar este tipo de estudo a outras populações que não a escolar
Realização de acções de informação à comunidade em geral
Divulgar e sensibilizar para a problemática da QAI
Alertar para a necessidade de garantir uma boa QAI nos edifícios, quer aquando dasua construção, quer durante o seu tempo de utilização
Contribuir para minimizar os riscos para a saúde, minimizar o consumo de energia egarantir o conforto dos utilizadores dos espaços interiores, através da suaformação e educação cívica
Incentivar e promover a adopção de boas práticas conducentes a comportamentosactivos (individuais e colectivos) e atitudes saudáveis por parte da comunidade
Construir uma cadeia de informação online que reforce o conhecimento existentesobre as fontes/causas da poluição interior e as inter-relações daquelas com asaúde
Alertar de forma sumária e adequada para o papel da regulamentação aplicávelsempre que se constrói, reabilita ou muda para uma nova casa ou uma novaescola
SAÚDE AMBIENTAL EM AMBIENTE ESCOLAR
- QUALIDADE DO AR INTERIOR -
2004-2006
Obrigada pela atenção!
Conferência Ambiente e Saúde: investigação e
desenvolvimento para o futuro ”
Fundação Calouste Gulbenkian, 7 de Abril de 2009