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- ValuePAM - Valorização das Plantas Aromáticas e Medicinais Silvestres: Gestão Sustentável da Biodiversidade Vegetal e Desenvolvimento Socioeconómico das zonas rurais do espaço SUDOE María Bastidas - Resultados no PNVG -

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- ValuePAM - Valorização das Plantas Aromáticas e Medicinais Silvestres: Gestão

Sustentável da Biodiversidade Vegetal e Desenvolvimento

Socioeconómico das zonas rurais do espaço SUDOE

María Bastidas

- Resultados no PNVG -

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O projeto ValuePAM

Objetivo

Promover a valorização das Plantas Aromáticas e Medicinais – PAM –

através da gestão sustentável do recurso com potencial de

comercialização, contribuindo desta forma para o desenvolvimento

socioeconómico das zonas rurais do espaço SUDOE.

Em Portugal, o projeto desenvolve-se no

Parque Natural do Vale do Guadiana

(PNVG), área protegida com evidente

interesse florístico.

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Fases do projeto ValuePAM

1. Caracterização e planificação das PAM nas regiões SUDOE sócias do

projeto:

• Estudo bibliográfico das PAM presentes na região;

• Seleção de 2 espécies de acordo com o seu interesse comercial;

• Estudo e caracterização das populações existentes e plano de gestão de

recoleção silvestre.

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Fases do projeto ValuePAM

2. Valorização socioeconómica e desenvolvimento empresarial relacionado

com as PAM através de um modelo piloto de cultivo de espécies silvestres.

3. Transferência dos resultados obtidos.

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1ª Fase

Critérios para seleção - PNVG

1. Identificação de espécies de flora presentes no PNVG: 300 espécies

(aprox.);

2. Eliminadas espécies abrangidas por legislação de conservação ou que

limite o seu uso comercial – 43 espécies de PAM;

3. Selecionadas espécies com potencial de mercado e cujo mercado se

abasteça maioritariamente na recolha silvestre e com maior potencial

de aplicações – 10 espécies de PAM.

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Espécies de PAM – PNVG

Aroeira Pistacea lentiscus L.

Esteva Cistus ladanifer L.

Zimbro-comum Juniperus communis L.

Medronheiro Arbutus unedo L.

Rosmaninhos Lavandula spp.

Calafito Hypericum tomentosum L.

Alecrim Rosmarinus

officinalis L.

Salgueirinha Lythrum salicaria L.

Salsa-de-Cavalo Smyrnium olusatrum L.

Urtiga-maior Urtica dioica L.

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2ª Fase

Critérios para seleção

1. Recoleção silvestre (abundância que permita a recolha sustentável);

2. Legislação que limite a sua comercialização;

3. Espécies semelhantes, propriedades diferentes;

4. Cultivo;

5. Espécies de mercado minoritário ou local.

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Espécies de PAM seleccionadas

Rosmaninho roxo (Lavandula stoechas L.)

Habitat: semelhante ao rosmaninho verde, mas prefere locais

expostos e secos.

Alecrim (Rosmarinus officinalis L.)

Habitat: matos e formações arbóreas abertas, por vezes sob coberto de

azinhais, em locais expostos, secos e quentes.

Rosmaninho verde/branco (Lavandula viridis L’Hér)

Habitat: matos (estevais) na orla ou sob coberto de sobreirais, azinhais,

medronhais ou pinhais, geralmente em vertentes ou barrancos sombrios.

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Metodologia

Protocolo 1 – Definição dos objetivos de gestão e zonas de amostragem

1. Revisão exaustiva dos registos botânicos documentados no PNVG de ocorrência das espécies selecionadas;

2. Visitas de prospeção.

45 lugares com presença de L. viridis 13 lugares com presença de R. officinalis 15 lugares com ocorrência de L. stoechas

Objetivos de gestão definidos:

• L. viridis: aproveitamento comercial mediante recoleção silvestre e possibilidade de cultivo;

• R. officinalis: possibilidade de cultivo;

• L. stoechas: aproveitamento comercial mediante recoleção silvestre.

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Metodologia

Foram selecionadas como áreas de amostragem de L. stoechas e L. Viridis, zonas em que as duas

espécies apresentavam um nível de abundância mínima de 3 segundo a escala de Braun-

Blanquet, ou seja, em que as espécies cobrem entre 25-50% da área.

Verde: L. viridis Amarelo: L. stoechas Vermelho: R. officinalis

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Metodologia

1. Definição e georreferenciação dos transetos aleatoriamente

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Metodologia

2. Contagem de plantas por transeto

(número total de plantas e por

estado fenológico – vegetativo,

plena floração, pós-floração ou

frutificação)

Ao longo do transeto de 60 metros, numa largura de 1 metro para cada lado do transeto, contagem do número total de plantas e o número por estado fenológico.

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Metodologia

3. Medição da cobertura

Para a medição da cobertura utiliza-se o método de interseção da linha – registo da distância ocupada pelas plantas ao longo do transeto, tomando nota dos pontos de início e fim em que a planta interseta a linha do transeto.

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4. Recolha dos dados biométricos e produtivos por planta (50 plantas/área) Metodologia

4. Recolha dos dados biométricos e produtivos por planta

Foram recolhidos os seguintes dados de 50 plantas por área de amostragem:

• altura da planta (em centímetros);

• número total de talos florais.

5. Recolha de amostras (70% por planta)

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Resultados

• Rendimento (5 amostras): 1,3 – 1,8% (p/v);

• As amostras caracterizam-se por ter altos conteúdos de monoterpenos oxigenados, sendo os principais constituintes o 1,8-cineol (9,2 a 22,6%) e a cânfora (16,4 a 20,8%). No entanto, o teor de 1,8-cineol é inferior ao habitual;

• Todas as amostras apresentam teores muito elevados de sesquiterpeno oxigenado α-cadinol (10,6 a 20,9%). Teores tão elevados deste composto não é comum no óleo de L. viridis;

• Relativamente à amostra comercial, o perfil químico está de acordo com o padrão habitual do óleo desta espécie, ou seja, apresenta maiores teores de 1,8-cineol (47,6%) e baixa concentração de α-cadinol;

• A composição química das amostras analisadas está de acordo com a bibliografia disponível, incluindo alguma variabilidade em termos quantitativos de alguns compostos dos óleos essenciais.

Caracterização química

Lavandula viridis

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Resultados

Caracterização química

Lavandula stoechas (luisieri)

• Rendimento (4 amostras): 1,2 – 1,5% (p/v);

• Elevado teor de monoterpenos irregulares muito raros no reino vegetal;

Os monoterpenos irregulares, particularmente: 3,4,5,5-tetrametil-1,3-ciclopentadieno; α-necrodol; 1,1,2,3-tetrametil-4-hidroximetil-2-ciclopentano; 2,3,4,4-tetrametil-5 metileno-ciclopent-2-enona; acetato de necrodilo. Entre outros, são únicos no reino vegetal e característicos da L. luisieri - característica diferenciadora da espécie.

• Todas as amostras apresentam uma grande variabilidade química, nomeadamente nos compostos: 1,8-cineol; fenchona; cânfora; trans-α-acetato de necrodilo e α-cadinol;

• Uma das amostras apresenta menor teor de monoterpenos irregulares. No entanto, a presença deste composto confirma que se trata de L. stoechas luisieri ou de um híbrido desta com outra espécie, em que estes compostos estão ausentes;

• A amostra comercial apresenta maiores teores de 1,8-cineol e dos monoterpenos irregulares, característicos do óleo deste táxon;

• A composição química das amostras analisadas está de acordo com a bibliografia disponível, incluindo alguma variabilidade em termos quantitativos de alguns compostos dos óleos essenciais.

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Resultados

Avaliação do potencial para recoleção silvestre

RECOLETÁVEIS

Taxa de floração 2017 2018

Lavandula viridis 98% 97%

Lavandula stoechas 97% 96%

*Valor mínimo recomendado para colheita comercial: 25%

Cobertura 2017 2018

Lavandula viridis

Lavandula stoechas

NÃO RECOLETÁVEIS

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Análise da cadeia de valor das espécies de PAM selecionadas

• L. viridis:

- Potenciais aplicações em medicina humana e veterinária considerando suas propriedades antifúngicas e antioxidantes– autorização de introdução no mercado (processos com custos avultados);

- Uso no mercado dos detergentes e produtos de limpeza;

- Utilização do óleo essencial como adjuvante, aromatizante ou excipiente de produtos já existentes.

• L. stoechas e R. officinalis:

- Complementaridade com os referidos mercados de L. viridis (constituição de uma carteira de produtos diversificada e com elevado potencial sinérgico ao nível da comercialização).

Ambas espécies apresentam um elevado potencial de valorização comercial, onde deve de adquirir destaque as características do território de origem e as forma sustentáveis de obtenção. A Referencia às certificações que comprovam a sustentabilidade, poderá assumir um papel decisivo na expressão plena deste potencial de valorização comercial.

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