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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA INPA Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI Douglas Aviz Bastos Manaus AM 2013 VARIAÇÃO INTERANUAL DA COMPOSIÇÃO DAS ASSEMBLÉIAS DE PEIXES EM QUATRO MICRO-BACIAS DO NORDESTE PARAENSE

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA

Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI

Douglas Aviz Bastos

Manaus – AM

2013

VARIAÇÃO INTERANUAL DA COMPOSIÇÃO DAS

ASSEMBLÉIAS DE PEIXES EM QUATRO MICRO-BACIAS DO

NORDESTE PARAENSE

Figura 1: Mapa com as bacias e igarapés amostrados durante o périodo do estudo.

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA

Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior

Douglas Aviz Bastos

Orientadora: Dra. Cláudia Pereira de Deus

Co-orientadores: Dr. Jansen Alfredo Sampaio Zuanon

Dr. Tommaso Giarrizzo.

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-graduação do INPA, como parte dos

requisitos para obtenção do título de Mestre

em Ciências Biológicas, área de

concentração em Biologia de Água Doce e

Pesca Interior.

Manaus – AM

2013

VARIAÇÃO INTERANUAL DA COMPOSIÇÃO DAS

ASSEMBLÉIAS DE PEIXES EM QUATRO MICRO-BACIAS DO

NORDESTE PARAENSE

Figura 2: Mapa com as bacias e igarapés amostrados durante o périodo do estudo.

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B327 Bastos, Douglas Aviz

Variação interanual da composição das assembléias de peixes em

quatro micro-bacias do nordeste paraense / Douglas Aviz Bastos. ---

Manaus: [s.n.], 2015.

106 f. : il. color.

Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2013.

Orientador : Claudia Pereira de Deus.

Coorientador : Jansen Zuanon

Área de concentração : Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

1. Peixes - Amazonia. 2. Assembléias de peixes. I. Título.

CDD 597.0929

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Dedicatória

Aos meus pais, Raul e Diana Bastos

Aos meus irmãos, Débora e Daniel Bastos.

DEDICO

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Agradecimentos

Aos meus pais, Diana e Raul Bastos, pela educação e incentivo ao estudo, pela força e

paciência que tiveram comigo. Aos meus irmãos, Daniel e Débora Bastos, pelo apoio e

companheirismo, mesmo estando longe.

Aos meus cunhados, Ugo e Vanessa, que estiveram sempre presentes apesar da

distância.

Às minhas avós Maria e Hilda (in memorian), por serem exemplos de vida pra mim.

Ao meu avô, Sebastião, pelas conversas e conselhos. Sendo também outro exemplo de

vida pelo modo simples e alegre de viver.

Aos meus orientadores Cláudia de Deus, Jansen Zuanon e Tommaso Giarrizzo,

principalmente pela paciência e compreensão, além dos conselhos dados durante a

dissertação.

Aos amigos Marcelo Andrade e Rory Oliveira, pela amizade e companheirismo desde o

começo do curso.

Ao Edimax e Fabiola e seus familiares, Marcelo, Juliana, Silvia e Ari, que me ajudaram

muito na realização deste trabalho em campo, com um apoio lojístico digno de 5

estrelas.

À minha turma do BADPI durante a convivência do mestrado. Além da coleção de

peixes do INPA que me acolheu desde o início do mestrado.

À todos os amigos que passaram e que permanecem no Laboratório de Biologia

Pesqueira e Recursos Hídricos - UFPA. Foram companheiros e incentivadores desde

quando eu entrei neste laboratório, compartilhando muitos bons momentos.

Aos amigos aquaristas, Jaime Carvalho, Alex e Álvaro Henriques, pelas longas

conversas e troca de idéias sobre o hobby.

Ao MMA/ICMBio pela licença de coleta de material biológico (Número: 19791-1).

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Resumo

A região Amazônica apresenta a maior bacia hidrográfica do mundo. Esta é formada por

um incontável número de pequenos riachos, conhecidos regionalmente como igarapés.

São ambientes diversos, pois percorrem configurações climáticas, topográficas,

vegetacionais e biogeográficas distintas, sendo facilmente influenciados por condições

locais. Essa combinação de fatores influencia a composição da comunidade de peixes,

que varia de acordo com a complexidade de micro-habitats oriunda das características

estruturais dos igarapés. Outro fator importante para a composição da ictiofauna, nesses

ambientes, é a variação temporal. Atualmente, a maioria dos trabalhados em igarapés

que levam em consideração esses aspectos foram realizados na Amazônia Central. Os

igarapés da Amazônia Oriental ainda são pouco estudados e sofrem historicamente com

pressões antrópicas. O presente trabalho está dividido em dois capítulos. O primeiro

teve como objetivo principal avaliar a variação interanual e os fatores ambientais que

influenciam as assembleias de peixes em quatro bacias do nordeste paraense. Foi

possível observar que a abundância e a diversidade de espécies variaram

significativamente entre os igarapés de cada bacia e entre os anos. As variáveis

ambientais não tiveram uma distinção clara entre as bacias e entre os anos. No entanto,

estas tiveram uma forte relação na composição da ictiofauna. No segundo capítulo é

apresentada uma lista de espécies com a fauna de peixes de cinco bacias do nordeste

paraense. Neste trabalho foram registradas sete novas ocorrências para a área, além de

23 espécies novas. Um número surpreendente por se tratar da porção amazônica com o

mais longo histórico de colonização e com considerável acúmulo de estudos faunísticos.

Essas informações são importantes para o conhecimento ictiofaunistico da região, além

de servir de base para o gerenciamento e conservação das espécies encontradas em

pequenos igarapés, um tipo de ambiente especialmente vulnerável a alterações

antrópicas.

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Abstract

The Amazon Basin is the largest fluvial system on Earth, being formed by countless

small streams regionally known as “igarapés”. These streams can show high variability

in local conditions between each other because they occur under different climatic,

topographic, phytophysiognomic, and biogeographic configurations. This combination of

factors affects the composition of stream fish communities, since it varies with the

microhabitat complexity promoted by structural characteristics of small streams.

Another important factor affecting stream fish composition is the temporal variability of

environmental conditions. Studies taking into account all these aspects were scarcely

conducted in the Amazon Basin, being mainly restricted to fish communities of the

Central Amazon. The eastern portion of the Amazon Basin was even less investigated,

which may represent a critical research gap considering that this region has been

historically facing high levels of anthropic pressures. The present study aimed to

evaluate the effects of environmental factors and their temporal variation on stream fish

communities in four sub-basins of the northeastern Amazon, Pará state. We observed

significant differences of species diversity and abundance among sub-basins and years.

Environmental characteristics were not clearly distinct among sites or years, however,

they had strong relation with fish species composition. Another objective of this study

was to present a list of fish species from the northeastern Amazon. We registered seven

new occurrences for the region and 23 new species. This result is surprising given that

the studied region has the longest history of human colonization in the Amazon, with a

significant amount of species inventories. We believe that our study brings important

information for the faunal knowledge of the region and for the management and

conservation of fish species from small Amazonian streams, an ecosystem particularly

vulnerable to human-induced alterations.

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Sumário

INTRODUÇÃO GERAL ..................................................................................................................7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................9

CAPÍTULO 1 ...............................................................................................................................12

Resumo ......................................................................................................................................14

Introdução .................................................................................................................................15

Material e métodos ...................................................................................................................17

Resultados .................................................................................................................................20

Discussão ...................................................................................................................................24

Referências ................................................................................................................................28

Tabelas .......................................................................................................................................32

Figuras........................................................................................................................................38

CAPÍTULO 2 ...............................................................................................................................42

Resumo ......................................................................................................................................44

Introdução .................................................................................................................................45

Materiais e Métodos .................................................................................................................46

Resultados e Discussão..............................................................................................................48

CONCLUSÕES .............................................................................................................................62

Apendice ....................................................................................................................................63

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INTRODUÇÃO GERAL

A região amazônica apresenta a maior bacia hidrográfica do mundo, com cerca

de 7.000.000 km² (Goulding et al, 2003), sendo formada por um incontável número de

pequenos riachos, conhecidos regionalmente como igarapés (Lowe-McConnell, 1987).

Eles constituem uma das redes hídricas mais densas do mundo (Junk, 1983). A maioria

dos grandes rios e lagos amazônicos resultam da junção desses pequenos riachos que

drenam a floresta amazônica (Walker, 1991; 1995), sendo, portanto, um importante

componente para o sistema fluvial amazônico (Meyers et al., 2007).

Esses pequenos riachos e suas cabeceiras representam, entre os sistemas

aquáticos lóticos, um dos ambientes mais diversos quanto a biodiversidade, pois

percorrem configurações climáticas, topográficas, vegetacionais e biogeográficas

distintas, sendo facilmente influenciados por essas condições locais (Meyers et al,

2007). Além de possuírem tal diversidade, os igarapés amazônicos são sistemas

aquáticos com uma produtividade primária reduzida (Castro, 1999; Goulding et al.,

1988) e dependem da floresta ripária como principal fonte de energia para sustentação

da cadeia trófica (Walker, 1991; Lowe-McConnel, 1987).

Muitos desses trabalhos, que relacionam os fatores bióticos, abióticos e

biogeográficos, foram realizados em regiões temperadas. Trabalhos em regiões tropicais

são recentes e foram voltados para explicar a distribuição espacial, alimentação e

estrutura de comunidades de peixes (Silva, 1992; 1993; Sabino e Zuanon, 1998; Araújo-

Lima et al., 1999; Kemenes, 2000; Martins, 2000; Buhrnheim e Cox-Fernandes, 2001;

Buhrnheim, 2002; Mendonça, 2002; Buhrnheim e Cox-Fernandes, 2003).

A variação temporal é um fator importante e tem sido estudada há pouco tempo.

Ela também pode ser fundamental na estruturação de assembleias de peixes em

pequenos riachos. Em condições extremas, variações interanuais podem suplantar a

importância dos fatores abióticos locais para composição da ictiofauna (Angermeier e

Schlosser, 1989).

A maioria dos estudos publicados sobre a ictiofauna de igarapés amazônicos foi

realizada nas proximidades de Manaus, na região central da bacia amazônica (Oliveira

et al, 2005). A região do baixo Amazonas possui também uma densa rede hídrica, que

começou a ser estudada há pouco tempo. A mesorregião do nordeste paraense, por

exemplo, possui várias bacias com características geomorfológicas distintas, tendo

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também desembocaduras em diferentes ambientes (e. g. oceano, estuários e rios). Ou

seja, são corpos hídricos semelhantes (igarapés), porém com formações distintas e que

provavelmente abrigam comunidades de organismos diferentes. Pouco se sabe sobre a

estrutura de assembleias de peixes no nordeste do Pará.

Além disso, essa área tem historicamente sofrido com as ações antrópicas. As

maiores ameaças a essa área têm sido a perda de hábitats pela mineração, agricultura,

pecuária e desmatamento, por meio da degradação e a fragmentação florestal e extração

seletiva de madeira (Almeida e Vieira, 2010). Os igarapés de pequeno porte são

ambientes muito sensíveis às mudanças causadas por diferentes formas de uso da terra,

pois alterações no ambiente de entorno afetam rápida e diretamente o meio aquático.

Por outro lado, esses ambientes abrigam uma parcela considerável da diversidade de

peixes presentes nas bacias hidrográficas que os contêm, e podem apresentar elevadas

taxas de endemismo (Castro, 1999).

Neste sentido o trabalho é apresentado em dois capítulos. O primeiro tem como

objetivo avaliar se a composição de assembléias de peixes e se os fatores ambientais

variam em coletas separadas por dois anos em igarapés de água clara do nordeste

paraense pertencentes a quatro bacias hidrográficas distintas. O segundo capítulo tem

como objetivo ampliar o conhecimento da ictiofauna presente nos pequenos igarapés

desta região, a partir de uma lista de espécies com a fauna de peixes de cinco bacias do

nordeste paraense. Esse conhecimento é primordial para que se busquem formas de

conciliar um desenvolvimento regional pautado na melhoria das condições de vida das

populações humanas locais com a conservação ambiental da região.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Kemenes, A. 2000. Fatores influenciando a estrutura trófica e distribuição espacial das

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Mendonça, F.P. 2002. Ictiofauna de igarapés de terra-firme: estrutura de comunidades

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Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Amazonas / Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia, Manaus, Amazonas. 43pp.

Meyer, J.L.; Strayer, D.L.; Wallace, J. B.; Eggert, S.L.; Helfman, G.S.; Leonard, N.E.

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Oliveira, R.R.; Rocha, M.S.; Anjos, M.B.; Zuanon, J.; Py-Daniel, L.H.R. 2005. Fish

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Santos, G.M.; Ferreira, E.J.G. 1999. Peixes da Bacia Amazônica. In: Lowe-Mcconnell,

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Silva, C.P.D. 1992. Influência das modificações ambientais sobre a comunidade de

peixes de um igarapé da cidade de Manaus (Amazonas). Dissertação de Mestrado,

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Amazonas. 112pp.

Walker, I. 1991. Algumas considerações sobre um programa de zoneamento da

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Walker, I. 1995. Amazonian streams and small rivers. In:. Tundisi, J. G.; Bicudo, C. E.

M.; Matsumura-Tundisi, T. (Eds.). Limnology in Brazil. Sociedade Brasileira de

Limnologia/Academia Brasileira de Ciências, Brazil. p. 167-193.

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Campinas, São Paulo. 214pp.

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CAPÍTULO 1 ____________________________________________________________________________

Bastos, D.A.; J. Zuanon; T. Giarrizzo; C. P. Deus. Variação interanual da composição e

estrutura de assembléias de peixes em quatro bacias do nordeste paraense. Manuscrito

formatado para Acta Amazonica.

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13

1

VARIAÇÃO INTERANUAL DA COMPOSIÇÃO DAS ASSEMBLÉIAS DE PEIXES 2

EM QUATRO BACIAS DO NORDESTE PARAENSE 3

4

Douglas Bastos1,2

*, Jansen Zuanon1, Tommaso Giarrizzo

2, Cláudia P. de Deus

1 5

6

1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Biodiversidade. 7

Avenida André Araújo, 2936, Caixa Postal 2223. CEP 69080-971. Manaus, AM, Brasil. 8

9

2Universidade Federal do Pará (UFPA), Laboratório de Biologia Pesqueira e Manejo 10

dos Recursos Aquáticos, Grupo de Ecologia Aquática. Campus Universitário do 11

Guamá, Avenida Perimetral 2651. CEP 66040-830. Belém, PA, Brasil. 12

13

*Autor para correspondência. E-mail: [email protected] 14

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Resumo 15

A estrutura e composição da ictiofauna de pequenos riachos (igarapés) pode ser 16

influenciada por diversos fatores locais, que geralmente refletem as características 17

gerais de uma determinada região. No entanto, variações sazonais e interanuais nas 18

condições ambientais podem ter efeitos importantes sobre a ictiofauna de igarapés. A 19

maioria dos estudos realizados até o momento em igarapés amazônicos avaliou apenas 20

as eventuais diferenças entre dois períodos sazonais subsequentes. Este trabalho tem 21

como objetivo avaliar a variação interanual e os fatores ambientais que influenciam as 22

assembleias de peixes. Para isso foram utilizadas técnicas de mergulho (censo visual) 23

em oito igarapés de água clara do nordeste paraense. O censo visual foi realizado 24

durante o período chuvoso, entre os meses de abril e maio, nos anos de 2010 e 2012. Os 25

igarapés escolhidos tiveram características similares quanto à sua largura e grau de 26

preservação e estavam distribuídos em quatro bacias: Tracuateua, Guamá, Baiacu e 27

Marajó. Para cada igarapé foram considerados três trechos, onde foram realizados os 28

censos estacionários. Em cada censo as espécies de peixes eram identificadas e 29

quantificadas, gerando ao final um total 720 minutos de observações. Espécies cuja 30

identificação não foi possível durante os mergulhos, foram coletadas e posteriormente 31

confirmadas em laboratório. Além do censo visual da ictiofauna, o ambiente foi 32

caracterizado quanto ao tipo de substrato e parâmetros limnológicos. No total, foram 33

observados 2.629 indivíduos distribuídos em 51 espécies, 16 famílias e quatro ordens. A 34

ordem Characiformes foi a mais rica e abundante, seguida dos Siluriformes e 35

Perciformes. Por meio de análises de escalonamento multidimensional (MDS) e de 36

PERMANOVA, foi possível observar que a abundância e a diversidade de espécies 37

variaram significativamente entre os igarapés de cada bacia e entre os anos. De modo 38

diferente, não houve uma distinção clara entre as bacias em função das variáveis 39

ambientais mensuradas nos igarapés. Porém, outras análises (DistLM e RDA) 40

mostraram forte relação entre a composição da ictiofauna e as variáveis ambientais em 41

cada bacia. Assim, o estudo mostra que os igarapés possuem uma estrutura físico-42

química bem heterogênea e esses fatores locais são fundamentais para determinar a 43

estrutura e composição da ictiofauna nos igarapés estudados. 44

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Introdução 45

A composição da ictiofauna de um determinado ambiente pode estar relacionada 46

a diversos fatores, que incluem variáveis ambientais locais, características paisagísticas 47

da região onde o ambiente está inserido, variações climáticas ocorrendo em diferentes 48

escalas temporais, características do conjunto regional de espécies, e fatores históricos. 49

A fauna de peixes de pequenos riachos, por exemplo, apresenta um alto grau de 50

endemismo de espécies de pequeno porte, provavelmente, decorrente de eventos de 51

especiação alopátrica (Castro, 1999). Esta condição pode influenciar a composição da 52

assembléia de peixes, pois esta varia de acordo com a complexidade de micro-habitats 53

oriunda das características estruturais dos igarapés, sendo relacionadas principalmente 54

com o tamanho do rio (Bussing e López, 1977; Angermeier e Karr, 1984), velocidade 55

da água (Bussing e López, 1977; Harding et al., 1998; Zuanon, 1999) e profundidade 56

(Angermeier e Karr, 1984; Martin-Smith, 1998). 57

Muitos desses trabalhos, que relacionam os fatores bióticos, abióticos e 58

biogeográficos, foram realizados em regiões temperadas. Alguns trabalhos em regiões 59

tropicais foram voltados para explicar a distribuição espacial, alimentação e estrutura de 60

comunidades de peixes em igarapés amazônicos (Silva, 1992; 1993; Buhrnheim, 1998; 61

Sabino e Zuanon, 1998; Araújo-Lima et al., 1999; Kemenes, 2000; Martins, 2000; 62

Buhrnheim e Cox-Fernandes, 2001, 2003; Buhrnheim, 2002; Mendonça, 2002). No 63

entanto, poucos estudos foram feitos para tentar explicar as variações temporais em 64

pequenos igarapés. Apenas alguns trabalhos se propuseram a estudar a dinâmica anual 65

das comunidades de peixes nesses ambientes. Knöpell (1970), por exemplo, defendeu a 66

existência de pequenas variações temporais na composição, abundância e riqueza de 67

espécies de peixes. Silva (1995) identificou apenas leves mudanças no número de 68

indivíduos de certas espécies. Por sua vez, Bührnheim e Cox-Fernandes (2001) não 69

registraram diferenças na riqueza, composição ou abundância de peixes entre períodos 70

sazonais. Já Espirito-Santo et al. (2009) encontraram diferenças quantitativas 71

significativas e previsíveis na composição da ictiofauna nos igarapés entre períodos de 72

seca e chuva. 73

Além da variação sazonal, a variação interanual é outro fator importante e que 74

não tem recebido tanta atenção, mas pode ser fundamental na estruturação de 75

assembleias de peixes em pequenos riachos. Em condições extremas, variações 76

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interanuais podem suplantar a importância dos fatores abióticos locais para composição 77

da ictiofauna (Angermeier e Schlosser, 1989). 78

A maioria dos estudos publicados sobre a ictiofauna de igarapés foi realizada nas 79

proximidades de Manaus, na região central da bacia amazônica no Brasil (Oliveira et al, 80

2005). A região do baixo Amazonas também possui uma densa rede hídrica, que 81

começou a ser estudada há pouco tempo. A mesorregião do nordeste paraense, por 82

exemplo, possui várias bacias com características geomorfológicas distintas, tendo 83

também desembocaduras em diferentes ambientes. Ou seja, são corpos hídricos 84

semelhantes (igarapés), porém com formações distintas e que provavelmente abrigam 85

comunidades de organismos diferentes. Pouco se sabe sobre a estrutura de assembleias 86

de peixes no nordeste do Pará. 87

Nessa região, Brejão et al. (2013) analisaram, através de observações 88

subaquáticas, a estrutura trófica funcional das assembleias de peixes. Algumas bacias do 89

nordeste do Pará se mostram adequadas para a realização de observações subaquáticas 90

durantes sessões de mergulho, pois alguns igarapés de cabeceiras apresentam alta 91

transparência da água e uma grande diversidade de peixes, que ocupam uma grande 92

variedade de micro-habitats. 93

Nos últimos anos a maioria dos estudos realizados em igarapés tem utilizado 94

técnicas tradicionais para amostragem da ictiofauna, sendo usadas peneiras, tarrafas, 95

redes de arrasto, rotenona ou pesca elétrica (Sabino, 2000). Sabino (1999) demonstra 96

que as observações subaquáticas podem ser uma poderosa ferramenta para o estudo da 97

ictiofauna em riachos de água limpa, complementando as técnicas de amostragens 98

tradicionais, uma vez que certas características ambientais, como galhos, troncos, 99

correnteza e transparência elevadas, são fatores limitantes para o emprego de métodos 100

tradicionais de coleta. 101

Neste sentido, o presente trabalho teve por objetivo avaliar, através de 102

observações subaquáticas, se a composição de assembleias de peixes e os fatores 103

ambientais variam entre anos em igarapés de água clara do Nordeste Paraense, 104

pertencentes a quatro bacias hidrográficas distintas. Os resultados do estudo permitirão 105

avaliar mais apropriadamente a confiabilidade de resultados obtidos sobre a estrutura e 106

composição da ictiofauna de igarapés, a partir de estudos realizados durante períodos de 107

tempo curtos (um único período sazonal, ou poucos períodos subsequentes). 108

109

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Material e métodos 110

Área de estudo 111

A área de estudo corresponde à mesorregião Nordeste do estado do Pará. A 112

maior parte dessa região apresenta temperaturas relativamente elevadas, com médias 113

entre 24ºC e 27ºC. A amplitude térmica é reduzida e o clima é amenizado nas áreas 114

próximas ao oceano. O clima é equatorial, do tipo Am de acordo com o sistema de 115

Köppen, com início da estação seca em junho e fim em novembro (Viera et al., 2003). 116

A precipitação média anual varia entre 2.300 e 2.800 mm. A disponibilidade hídrica é 117

também acentuada nos primeiros seis meses do ano, e escassa nos demais (Carvalho 118

Júnior, 2008). 119

Durante o período chuvoso, entre os meses de abril e maio dos anos de 2010 e 120

2012, foram amostrados oito igarapés com características gerais similares, distribuídos 121

em quatro bacias do nordeste paraense, sendo dois igarapés por bacia (Figura 1; Tabela 122

1). O grau de preservação ambiental geral, a largura do canal (3 a 6m) e a transparência 123

horizontal da água (superior a 1,5 m) foram os principais critérios para seleção dos 124

igarapés. Quando havia algum tipo de perturbação antrópica (e.g. balneários), foram 125

escolhidas áreas de amostragem a montante do local de perturbação ambiental para 126

realização do trabalho (Figura 2). 127

128

Censo visual 129

As amostragens das assembleias de peixes foram realizadas por meio de censos 130

visuais, realizados durante o dia entre 9:00 e 15:00 h. Cada igarapé foi dividido em três 131

trechos de 50 m cada, separados entre si por uma distância mínima de 25 m. Cada 132

trecho foi representado por três pontos de observações, sendo um em cada margem do 133

igarapé e um no meio do canal (Figura 3). Em cada ponto de observação foi feito um 134

censo visual estacionário da ictiofauna (cf. Bohnsack e Bannerot, 1986), com duração 135

de 5 minutos. Com uso de uma placa de PVC e um lápis, foram anotadas as espécies 136

visualizadas e o número de indivíduos de cada uma. Para ajudar na identificação e 137

localização de algumas espécies, principalmente junto às margens e em meio a 138

estruturas complexas como raízes e troncos, foi utilizada uma lanterna subaquática. A 139

identificação preliminar da ictiofauna foi realizada durante o censo visual e 140

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posteriormente confirmada em laboratório, com base em espécimes obtidos por meio de 141

técnicas tradicionais de coleta. 142

143

Mensuração de características ambientais 144

Após o censo visual, foi anotado em uma placa de PVC, por meio de 145

observações subaquáticas, a profundidade e o tipo de substrato em cada ponto de 146

observação. O tipo de substrato foi classificado em: areia, cascalho, argila, raiz, tronco 147

(mais de 10 cm diâmetro), galhos, bancos de folhas e macrófitas. Para cada categoria de 148

substrato estimou-se a cobertura em porcentagem da área amostrada. Em cada ponto de 149

observação foi obtida a velocidade da água por meio do fluxômetro mecânico da 150

General Oceanics, modelo 2030, com uma hélice para baixas velocidades. O cálculo da 151

vazão e abertura de dossel foi baseado em Mendonça et al. (2005). 152

Em cada um dos três trechos de igarapé, foram mensurados: a transparência 153

horizontal da água, a partir da maior distância entre um objeto, completamente visível 154

debaixo d’água, e a posição do observador; o perfil batimétrico dos trechos (transecção 155

margem a margem) por meio de medidas de profundidade a cada 50 cm; e as variáveis 156

limnológicas da água (oxigênio dissolvido (mg/l), condutividade (µS/cm) e temperatura 157

(°C),com a utilização de uma sonda multiparâmetros YSI 556. Após a estabilização do 158

aparelho multiparâmetro, este permanecia imerso por 1 min registrando as variáveis a 159

cada 25 segundos, somando um total de quatro amostras por trecho. As características 160

limnológicas de cada trecho foram representadas pelas médias dessas quatro amostras 161

feitas durante 1 minuto. 162

163

Amostragem da ictiofauna 164

Após a realização do censo visual e medição das variáveis ambientais, a 165

ictiofauna foi amostrada com uso de técnicas tradicionais de coleta, para confirmação da 166

identidade taxonômica das espécies observadas durante o censo visual, e para compor 167

uma coleção de referência (exemplares-testemunho do estudo). Os mesmos trechos 168

selecionados para realização dos censos foram isolados por redes de malha de 2 mm 169

para evitar a fuga de peixes durante a coleta. Outras duas redes foram utilizadas para 170

subdividir o trecho do igarapé e facilitar as coletas. As coletas foram realizadas por duas 171

pessoas durante duas horas, onde foram feitos arrastos em cada trecho subdivido, 172

seguidos de amostragens com peneira e puçá, a fim de complementar o esforço de 173

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captura e minimizar a seletividade de um único apetrecho (Mendonça et al, 2005). 174

Ainda em campo, os peixes capturados foram sacrificados com uma dose letal de 175

anestésico Eugenol (óleo de cravo), fixados em formol 10%, armazenados em pequenos 176

baldes com etiquetas de identificação, e transportados ao Laboratório de Biologia 177

Pesqueira e Manejo dos Recursos Aquáticos da UFPA, Belém, Pará. 178

179

Laboratório 180

Os exemplares coletados, após serem lavados e conservados em álcool 70%, 181

foram identificados até o mais próximo nível taxonômico possível, com uso de chaves 182

de identificação específicas. Para a identificação dos Characiformes foram utilizadas as 183

seguintes referências: Characidae: Géry (1977), Planquete et al. (1996); Crenuchidae: 184

Buckup (1993); Curimatidae: Vari (1982); Erythrinidae: Planquete et al. (1996); 185

Lebiasinidae: Géry (1977), Planquete et al. (1996), Weitzman (1978); para 186

Siluriformes, Loricariidae: Retzer e Page (1996); Trichomycteridae: Planquete et al. 187

(1996); para Perciformes, Römer (2000), Römer (2006), Planquete et al. (1996); e para 188

Cyprinodontiformes, Rivulidae: Planquete et al. (1996). Em seguida foi escolhido pelo 189

menos um indivíduo de cada táxon para registro fotográfico. Espécimes-testemunho 190

foram depositados na Coleção de Peixes do Instituto Nacional de Pesquisas da 191

Amazônia (INPA) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Todas as informações 192

biológicas foram digitadas em planilhas de cálculo para realizar as respectivas análises, 193

utilizando procedimentos padrão de estatística descritiva e indutiva. 194

Análise dos dados 195

Incialmente foi realizada uma análise de componentes principais (PCA) para 196

diminuir a dimensionalidade dos dados e identificar os principais componentes 197

responsáveis pela diferenciação dos locais amostrados, a partir das características 198

abióticas. Em seguida foi utilizada uma análise de variância permutacional 199

(PERMANOVA) (Anderson et al, 2008) com 9999 permutações aleatórias para 200

verificar se existiam diferenças nos fatores abióticos entre os igarapés (amostras), as 201

quatro bacias, e os dois períodos de amostragem (anos de 2010 e 2012). 202

Uma análise de ordenação MDS (Multi-Dimensional Scaling, Escalonamento 203

Multidimensional) foi utilizada para visualizar a ordenação espacial das amostras a 204

partir da abundância das espécies, de acordo com os anos de amostragem e as bacias. A 205

análise PERMANOVA foi utilizada mais uma vez com o intuito de verificar se existiam 206

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diferenças significativas na composição de espécies de peixes entre os igarapés, as 207

bacias e os anos de amostragem. 208

A análise SIMPER foi utilizada para identificar quais espécies (categoria 209

tipificante) caracterizavam melhor os grupos de amostras (bacias) identificadas na 210

análise de ordenação. Os quocientes “similaridade/desvio padrão”, determinados por 211

esta análise, mostram o quão consistentemente uma espécie tipifica um grupo de 212

amostras. Assim, uma razão “similaridade/desvio padrão” superior a 2,0 indica que uma 213

categoria tipifica consistentemente um determinado grupo. 214

A riqueza total de espécies observadas durante os dois anos foi representada 215

através de uma curva média de acumulação de espécies (curva do coletor), que relaciona 216

o número de espécies obtidas com o aumento do esforço de coleta. A estimativa da 217

riqueza de espécies de peixes foi determinada com os seguintes estimadores não 218

paramétricos: Chao1, Chao2, Jackknife1, Jackknife2 eBootstrap. 219

Uma análise canônica de coordenadas principais (CAP) (Anderson e Robinson, 220

2003; Willis e Anderson, 2003) foi usada para mostrar as relações na variação nas 221

assembleias de peixes entre os anos de coleta e as bacias dos igarapés. 222

Com as matrizes geradas a partir dos dados abióticos (variáveis ambientais) e 223

bióticos (abundância das espécies de peixes) foi analisada a interação desses dados a 224

partir de uma modelagem linear com base na distância entre os pontos de amostragem 225

(DISTLM). Os modelos gerados com essa análise foram utilizados em uma análise de 226

redundância (db-RDA) que, por sua vez, ordena uma combinação linear de variáveis 227

que explicam porções significativas da variação dentro da amostragem. 228

O teste RELATE (“testing matched similarity matrices”) foi utilizado para 229

mensurar as correlações entre as matrizes de similaridade das variáveis ambientais e 230

biológicas. Desta forma, foi testada a hipótese nula de não haver relação entre os 231

padrões multivariados destas duas matrizes. 232

As análises multivariadas foram realizadas utilizando-se o pacote estatístico 233

PRIMER versão 6.0. 234

Resultados 235

Fatores Abióticos 236

Durante a coleta foram registradas sete variáveis ambientais nos oito igarapés 237

(Tabela 2). A vazão dos igarapés foi consistentemente menor no ano de 2012 do que 238

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em 2010, apesar da profundidade e largura variarem bastante entre os anos. A 239

quantidade de luz que passa pelo dossel foi maior em três igarapés no ano de 2012. Já 240

os valores de oxigênio dissolvido (OD), temperatura e condutividade se mantiveram 241

muito próximos entre os anos, com exceção da concentração de oxigênio, que foi mais 242

baixa no igarapé MR1 no ano de 2012. 243

A Análise de Componentes Principais (PCA) mostrou que os igarapés das bacias 244

de Tracuateua (BG) e do Marajó (MR) apresentaram características abióticas mais 245

homogêneas entre si, pois alguns fatores abióticos estão fortemente correlacionados 246

com essas bacias (Figura 4). Os demais igarapés mostraram-se mais distintos quanto às 247

características ambientais, mostrando que apesar de pertencerem a uma mesma bacia, 248

podem apresentar características abióticas bem diferentes. 249

Os dois componentes principais (PC1 e PC2) explicaram juntos 35,3% da 250

variabilidade dos dados (19,8% e 15,5%, respectivamente). O eixo 1 foi fortemente 251

influenciado por valores negativos da cobertura de areia e vazão. O eixo 2 foi 252

influenciado positivamente pela cobertura de troncos no substrato e pela temperatura, e 253

negativamente pela concentração de oxigênio dissolvido. (Tabela 3; Figura 4) 254

Figura 4; 255

Tabela 3: 256

As características ambientais diferiram significativamente entre os igarapés de 257

cada bacia (PERMANOVA: Pseudo-F = 4,2 e p = 0,0001) e entre anos de amostragem 258

nos igarapés de cada bacia (PERMANOVA: Pseudo-F = 2,4 e p = 0,0001). A 259

variabilidade dos fatores abióticos foi maior entre os igarapés de cada bacia (1,9 % do 260

valor total estimado), seguida pela diferença entre anos nos igarapés de cada bacia (1,8 261

% do total do valor estimado) (Tabela 4). 262

Tabela 4: 263

Composição da Ictiofauna 264

Durante o censo visual foram observados 2.629 peixes, distribuídos em 51 265

espécies, 16 famílias e quatro ordens (Tabela 5). Das espécies observadas, 33 são 266

Characiformes, 10 Siluriformes, sete Perciformes e uma Beloniformes. Entre as 267

famílias, três foram as mais diversas: Characidae (18 spp.), Cichlidae (7), e Lebiasinidae 268

(5), representando, juntas, 59 % da fauna. 269

Characiformes foi a ordem mais abundante, com 88% das espécies observadas. 270

As dez espécies mais abundantes correspondem a esta ordem, e, juntas, representaram 271

71,28% total de indivíduos observados: Bryconops melanurus (10,35%), 272

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Hyphessobrycon heterorhabdus (10,23%), Hemigrammus ocellifer (9,7%), 273

Moenkhausia collettii (9,01%), Astyanax gr. bimaculatus (8,03%), Hemigrammus levis 274

(7,34%), Copella arnoldi (4,45%), Pyrrhulina cf. brevis (4,34%), Iguanodectes rachovii 275

(3,96%) e Bryconops aff. caudomaculatus (3,88%). 276

Apenas cinco espécies foram comuns às quatro bacias: Bryconops melanurus, 277

Moenkhausia collettii, Pyrrhulina cf. brevis, Aequidens tetramerus, e Crenicichla 278

saxatilis. Por sua vez, todas as bacias tiveram espécies exclusivas. Entre elas destacam-279

se as bacias com Guamá-Capim e Marajó, com 10 espécies cada; a bacia de Tracuateua 280

(BG) teve oito e a bacia do Baiacu (MQ) apenas uma espécie exclusiva. 281

O número de indivíduos observados foi similar entre os anos de 2010 (1239) e 282

2012 (1390) (Tabela 5). Um maior número de espécies (45) foram observadas em 2010 283

do que em 2012 (37). Do total de 51 espécies observadas, 14 foram observadas apenas 284

em 2010 e seis só ocorreram em 2012. 285

Além do número de espécies exclusivas, a abundância de algumas espécies 286

variou entre os anos dentro de cada bacia. A exemplo disso, sete espécies tiveram uma 287

variação na abundância expressiva entre os anos, como Hemigrammus levis na bacia do 288

Marajó (2010 = 191; 2012 = 2 espécimes), Astyanax gr. bimaculatus (9; 197) na bacia 289

de Tracuateua, Bryconops melanurus (19; 138), e Copella arnoldi (11 - 101) na bacia 290

do Marajó. Outras espécies tiveram uma variação menor, porém expressiva 291

considerando aspectos da sua história natural. Moenkhausia collettii teve uma variação 292

similar entre as bacias do Guamá-Capim e Marajó (54 e 47, respectivamente), assim 293

como Nannostomus nitidus (37) e Pyrrhulina aff. brevis (32) na bacia do Marajó. 294

(Tabela 5). 295

Tabela 5 296

A análise de MDS evidenciou um claro agrupamento das amostras em função 297

das bacias, com exceção da bacia do Tracuateua (BG). Algumas bacias (Marajó e 298

Baiacu) se mostraram bem conservadoras quando categorizadas por ano, havendo um 299

pequeno deslocamento nas amostras. As bacias do Guamá e Tracuateua tiveram um 300

distanciamento maior entre os anos. (Figura 5). 301

Figura 6: 302

A composição das assembleias de peixes diferiu significativamente entre os anos 303

nos igarapés de cada bacia (PERMANOVA: Pseudo-F = 4,4 e p = 0,0001), e entre os 304

igarapés de cada bacia (PERMANOVA: Pseudo-F = 4,2 e p = 0,0001). A variabilidade 305

na composição da ictiofauna foi maior entre as bacias (33,8 % do valor total estimado), 306

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seguida pela diferença entre anos de amostragem nos igarapés de cada bacia (32,8 % do 307

valor total estimado) (Tabela 6). 308

Tabela 6: 309

Com a análise SIMPER foi possível identificar quais espécies tipificaram 90% 310

das amostras em cada grupo (bacias) (Tabela 7). Hyphessobrycon heterorhabdus foi a 311

principal espécie em três bacias (Tracuateua, Guamá e Baiacu), e Iguanodectes 312

rachovii foi a segunda principal espécie em duas bacias (Baiacu e Tracuateua). Na bacia 313

do Marajó a principal espécie foi Hemigrammus ocellifer, seguida por Pyrrhulina cf. 314

brevis e Bryconops melanurus. 315

Tabela 7: 316

A análise canônica de coordenadas principais (CAP), tendo relação bacia vs ano 317

como fator para o grupo, teve um alto grau de alocação (83,3%), usando m=13 eixos de 318

coordenadas principais, tendo explicado 98,7% da variação da matriz de 319

dissimilaridade original. Os dois eixos canônicos tiveram alto grau de correlação (δ21 = 320

0,9533 e δ22 = 0.8755; Figura 06). As bacias apresentaram uma clara separação, com 321

destaque para as bacias do Marajó e Tracuateua, que ficaram isoladas. Algumas 322

espécies tiveram maiores correlações (Pearson, correlação >0,4; Figura 6), mas 323

variaram entre as bacias. A bacia do Marajó teve o maior número de espécies, sendo 324

representada por Aequidens tetramerus, A. agassizii, Pyrrhulina cf. brevis, Bryconops 325

melanurus, Crenuchus spilurus, Hoplias malabaricus e H. ocellifer. A segunda bacia 326

melhor representada foi a do Guamá, onde B. aff. caudomaculatus, Apistogramma sp., 327

Iguanodectes rachovii e H. heterorhabdus foram as principais espécies. A bacia de 328

Tracuateua teve apenas dois representantes: Corydoras cf. aeneus e Farlowella 329

platorynchus (Figura 6). 330

Figura 6: 331

Os 48 eventos de amostragem (8 igarapés x 3 trechos x 2 anos) resultaram em 332

um total de 720 minutos de observação da ictiofauna. A estimativa de riqueza total para 333

as oito bacias combinadas variou entre 59,5 para o amostrador Chao de primeira ordem 334

e 64,79 para o amostrador Jacknife de primeira ordem. Isso sugere, portanto, que entre 335

78,7 e 85,7% das espécies disponíveis durante o período de amostragem, foram 336

registradas por meio do censo visual (Figura 7). 337

Figura 7: Curva Acumulativa 338

O modelo de DISTLM foi utilizado para relacionar as varáveis ambientais com a 339

composição da ictiofauna das bacias entre os anos. A análise identificou 10 variáveis 340

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ambientais que influenciaram significativamente (p = 0,005) a composição da ictiofauna 341

(Tabela 8). O conjunto total de variáveis (15) explicou 55,45% da variação da estrutura 342

da comunidade, onde cada variável acrescentou pouco (2 a 3% cada) para a variação 343

total observada (Tabela 8). 344

Tabela 8: 345

A análise DISTML e a análise de redundância (RDA) representam a composição 346

da ictiofauna nas bacias a partir dos fatores ambientais amostrados. Os eixos dbRDA1 e 347

dbRDA2explicaram, juntos, 31,9% da variação total (Figura 8). A composição das 348

assembleias de peixes dos igarapés da bacia do Marajó foi representada pela maioria das 349

variáveis ambientais (nove das 15 variáveis), enquanto que as assembleias de peixes das 350

demais bacias foram representadas pela condutividade, porcentagem de argila de folhas 351

e de areia no substrato, vazão e oxigênio dissolvido. 352

Figura 8: 353

O teste RELATE detectou diferenças significativas (correlação de Spearman, 354

Rho = 0,29; p = 0,001), rejeitando a hipótese nula de não correlação entre as matrizes de 355

similaridade de abundância da ictiofauna e das variáveis ambientais. 356

Discussão 357

A composição da ictiofauna nos igarapés amostrados respeitou o padrão 358

esperado para corpos hídricos não estuarinos da região Neotropical, pois estes são 359

caracterizados por assembleias de peixes representadas predominantemente por espécies 360

das ordens Characiformes, Siluriformes e Perciformes (Lowe-McConnell, 1987). Este 361

resultado também corrobora o obtido por Brejão et al. (2013) em relação à composição 362

geral das assembleias de peixes de igarapés do nordeste do Pará. No entanto, Côrrea et 363

al. (2012) e Raiol et al. (2012) fizeram alguns trabalhos na mesma área e encontraram 364

um padrão diferente, no qual a segunda ordem mais diversa foi Perciformes, seguida 365

pelos Siluriformes. Essa diferença na composição da ictiofauna provavelmente está 366

relacionada à metodologia de coleta, esforço de captura, ao período do dia amostrado e 367

às diferenças entre micro-habitats presentes nos igarapés. 368

A metodologia de censo visual para amostragem dos igarapés se mostrou muito 369

eficiente para as bacias amostradas, como indicado pelos resultados das estimativas de 370

riqueza de espécies com diferentes estimadores. Como não foram feitos censos 371

noturnos, as espécies de Siluriformes provavelmente não foram bem representadas, uma 372

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vez que estas possuem hábitos preferencialmente noturnos (Sabino, 2000). As poucas 373

espécies de Siluriformes que puderam ser vistas durante o censo visual, foram 374

Corydoras spp. e Pimelodella sp., que forrageavam sobre substrato arenoso, e 375

Farlowella platorynchus, que sempre foi registrada entre os galhos e troncos no leito 376

dos igarapés. As demais espécies de Siluriformes apresentam hábitos noturnos e foram 377

vistas em repouso, como é o caso da Rhamdia sp. e Acanthodoras cataphractus, que 378

estavam em tocas na margem do igarapé cobertas por raízes. Algumas espécies só 379

puderam ser vistas após perturbação não intencional do ambiente, como é o caso de 380

Mastiglanis asopos e Parachanthopoma sp., que estavam enterrados na areia e folhas 381

do leito do igarapé. O hábito de se enterrar na areia de M. asopos também foi observado 382

nos igarapés da Amazônia Central (Zuanon et al., 2006). Isso sugere, portanto, que a 383

diversidade dos igarapés amostrados é maior que as 51 espécies observadas, sendo 384

necessários mergulhos noturnos para avaliar de forma satisfatória a diversidade de um 385

igarapé a partir de censos visuais. 386

As espécies que foram observadas com maior frequência durante os censos 387

visuais foram ordenadas principalmente pelas bacias, a partir da análise de 388

escalonamento multidimensional (MDS). A diferença entre os anos foi evidente em 389

todos os igarapés em suas respectivas bacias, principalmente nas bacias do Tracuateua e 390

do Guamá. 391

A abundância e a riqueza de espécies foram determinantes para esta separação. 392

Apesar dos valores de riqueza terem sido similares nos dois anos, a composição da 393

ictiofauna foi diferente. No ano de 2010, por exemplo, foram encontradas 14 espécies 394

exclusivas. Já no ano de 2012 apenas seis espécies foram exclusivas. Além disso, a 395

abundância de algumas espécies variou em cerca de 190 indivíduos entre os anos dentro 396

de uma mesma bacia (eg. Hemigrammus levis e Astyanax gr. bimaculatus). Em 397

contrapartida, a maioria das espécies teve baixa abundância nas amostras, e sua 398

ocorrência nas bacias variou entre os anos (eg. "Hemigrammus" aff. geisleri e 399

Tyttobrycon marajoara). 400

Isso mostra que os igarapés em suas respectivas bacias têm um alto grau de 401

espécies exclusivas (restritas) e de baixa abundância (raras). A flutuação na composição 402

da ictiofauna foi observada também em igarapés da Amazônia Central, onde foram 403

evidenciados efeitos sazonais claros (períodos de seca e chuva) (Espirito-Santo et al., 404

2009). No presente estudo, as espécies mais comuns nos igarapés tiveram oscilações 405

em sua abundância aparentemente devido a migrações laterais para poças temporárias 406

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realizadas durante o período chuvoso (Espírito-Santo, 2007). A bacia do Marajó, por 407

exemplo, é a única bacia na qual os igarapés são intermitentes, e justamente nessa bacia 408

foram encontradas as maiores variações nas abundâncias das espécies em geral e na 409

ocorrência de espécies raras. Esse fator pode ser determinante na composição da 410

ictiofauna, pois a recolonização desse ambiente pode ser diferente a cada ano. 411

Apesar dessa flutuação na composição da ictiofauna, muitas espécies podem ser 412

representativas da bacia, como foi comprovado através dos resultados das análises 413

SIMPER e CAP. Hyphessobrycon heterorhabdus, por exemplo, foi a principal espécie 414

entre as três bacias (BG, GM e MQ) que pertencem ao sistema hidrográfico da costa 415

nordeste do estado do Pará, enquanto que P. cf. brevis e H. ocellifer foram as principais 416

espécie que tipificaram a bacia estudada na Ilha do Marajó (MR). Diferentemente dos 417

dados bióticos (ictiofuana), as variáveis ambientais não ordenaram as bacias de forma 418

clara pela análise PCA. Os resultados mostraram que apenas a bacia do Marajó foi 419

representada por dois riachos ambientalmente similares, principalmente pelo tipo de 420

substrato. Além disso, os eixos da PCA explicaram muito pouco a variabilidade dos 421

dados, não sendo os parâmetros abióticos os fatores determinantes para separação das 422

bacias. No entanto, com a análise PERMANOVA, foi possível determinar diferenças 423

significativas nas amostras entre os igarapés de cada bacia e entre os anos também. 424

Apesar de não poder separar fortemente as bacias, os parâmetros ambientais 425

podem estar relacionados com a composição da ictiofauna. As análises dbRDA e 426

DistLM, por exemplo, identificaram nove variáveis que estão relacionadas com a 427

composição das asssembleias de peixes dos igarapés amostrados na Ilha do Marajó. 428

Esses igarapés, por exemplo, foram aqueles com a menor vazão, e aparentemente 429

favorecendo as espécies típicas de ambientes lênticos ou de baixa correnteza, como é o 430

caso das espécies exclusivas Curimatopsis cf. crypticus, Crenuchus spilurus, 431

Nannostomus nitidus, N. eques e Hemigrammus ocellifer. Essas são espécies 432

especializadas no forrageio em lugares com muitos galhos, troncos e raízes, sendo estes 433

os principais componentes do substrato da Ilha do Marajó. De acordo com Sabino 434

(2000), Pyrrhulina cf. brevis, uma das espécies que tipificaram esta bacia, sempre foi 435

vista na superfície e próxima à margem dos igarapés, em lugares rasos e de pouca 436

circulação de água, onde procurava abrigo e pequenos insetos de origem alóctones em 437

meio a galhos, folhas e macrófitas aquáticas (Cyperaceae), sendo este último, outro 438

componente importante na composição do substrato nos igarapés amostrados na bacia 439

do Marajó. 440

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As demais bacias foram representadas por outras espécies distintas daquelas 441

típicas da bacia do Marajó, e mais similares entre si. Como exemplo, temos H. 442

heterorhabdus que foi a principal espécie típica das outras três bacias. Isso se deve, 443

principalmente, ao grande fluxo de água que estes igarapés tiveram se comparados ao 444

Marajó. Esta espécie de pequeno porte sempre foi observada ocupando o meio da 445

coluna d’água e contra um constante fluxo de água, porém reduzido por galhos, troncos 446

e raízes próximas às margens. Moenkhausia colletti e Iguanodectes rachovii são 447

espécies simpátricas com H. heterorhabdus e tipificaram bacias diferentes a partir de 448

suas abundâncias. Moenkhausia colletti foi mais comum nas bacias do Tracuateua (BG) 449

e Guamá (GM), enquanto I. rachovii foi mais representativa para as bacias do 450

Tauá/Baiacu (MQ) e Tracuateua (BG). Corydoras cf. aeneus e "Hemigrammus" aff. 451

geisleri, que ocorreram exclusivamente nas bacias do Tracuateua (BG) e Guamá (GM), 452

respectivamente, se mostraram fortemente ligadas às características do substrato. 453

Corydoras cf. aeneus, por exemplo, sempre foi vista forrageando em locais com forte 454

correnteza e sobre substrato de areia, no leito do igarapé, sendo este o substrato 455

predominante da bacia do Tracuateua (BG). "Hemigrammus" aff. geisleri foi avistado 456

somente no leito do igarapé, em lugares com correnteza forte e próximo ao substrato 457

arenoso, que também caracterizam um dos igarapés da bacia do Guamá (GM). Estes 458

resultados colaboram as conclusões de Sabino (2000), que estudou um igarapé na 459

Amazônia Central e mostrou que as variáveis ambientes são fortemente relacionados 460

com a composição da ictiofauna. 461

Assim, trabalhos como este são importantes para entender as relações entre a 462

ictiofauna e as variáveis ambientais. A partir desse entendimento, medidas podem ser 463

tomadas a fim de contribuir para um plano de manejo e conservação da biodiversidade 464

da região. Isso é especialmente importante no Nordeste do Pará, área na qual o histórico 465

de colonização e uso da terra remonta a séculos, e onde as possibilidades de 466

conservação ambiental de igarapés vêm sendo reduzidas em um ritmo alarmante. Sem 467

ações incisivas neste sentido, e considerando a absoluta carência de informações e 468

estudos sobre os igarapés na região e sua biota, corre-se o risco de perder 469

irreparavelmente informações preciosas para a interpretação de padrões ecológicos e 470

biogeográficos da Amazônia Oriental. 471

472

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32

Tabelas 594

Tabela 1: Igarapés amostrados com suas localizações geográficas e suas respectivas 595

bacias. 596

ID Cód.

Ponto Bacia Rio Município Latitude Longitude

1 MR1 Marajó Jubim Salvaterra 00º50'50,7"S 048º34'01,3"W

2 MR2 Marajó Condexa Salvaterra 00º52'45,1"S 048º35'35,9"W

3 BG1 Tauá/Baiacu Tauá Sta. Bárbara 01º09'43,7"S 048º13'49,4"W

4 BG2 Tauá/Baiacu Baiacu Sta. Bárbara 01º13'23,7"S 048º14'36,6"W

5 GM1 Guamá Água Clara Capitão Poço 01º38'57,8"S 048º06'02,9"W

6 GM2 Guamá Água Clara Capitão Poço 01º38'34,7"S 047º07'11,6"W

7 MQ1 Caeté/Tracuateua Quatipuru Tracuateua 01º02'22,1"S 046º53'17,4"W

8 MQ2 Caeté/Tracuateua Quatipuru Tracuateua 01º03'25,0"S 046º53'56,5"W

597

Tabela 3: Valores dos eixos da PCA para os dados abióticos. 598

Variabilidade PC1 PC2

Areia -0.410 -0.140

Cascalho 0.272 0.131

Argila 0.032 -0.022

Raiz 0.297 0.052

Tronco -0.052 0.430

Galhos 0.332 0.002

Folhas -0.081 -0.130

Macrófitas 0.047 -0.088

Vazão -0.503 0.105

Profundidade 0.363 -0.354

OD mg/l -0.181 -0.424

Temp. 0.168 0.545

Cond -0.212 0.183

Dossel (%) 0.107 0.165

Largura (m) 0.210 -0.278

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33

Tabela 2: Valor médio e desvio padrão das características ambientais dos igarapés amostrados no ano de 2010 e 2012. Onde BG = Bacia 599

Tracuateua; GM = Bacia do Guamá; MQ = Baiacu; MR = Bacia do Marajó 600

Igarapés/ANO BG1 BG2 GM1 GM2 MQ1 MQ2 MR1 MR2

2010 2012 2010 2012 2010 2012 2010 2012 2010 2012 2010 2012 2010 2012 2010 2012

Profundidade (cm) Média 36,4 43,5 75,4 46,2 44,8 54,4 68,5 91,0 73,7 62,9 46,9 49,8 70,5 82,1 66,2 53,9

Profundidade (cm) DesvioP ±19,2 ±6,8 ±24,1 ±12,5 ±10,7 ±14,5 ±18,1 ±21,4 ±23,2 ±22,3 ±7,3 ±8,4 ±20,8 ±16,3 ±8,7 ±16,8

Largura (m) Média 3 5,6 5,1 4 4,8 6,7 4,2 6,1 6,2 7,2 4,4 5,6 5,5 6,2 5,4 5,4

Largura (m) DesvioP ±0,6 ±0,5 ±0,1 ±1,1 ±0,7 ±0,6 ±0,5 ±0,3 ±0,5 ±0,6 ±0,3 ±0,9 ±1,2 ±0,7 ±1,1 ±0,5

Vazão Média 20,3 25,4 21,2 25,8 18,2 16,9 8,3 6 9,6 6,1 18,4 12,2 3,9 0,6 0,6 5,4

Vazão DesvioP ±8,8 ±8,2 ±9,6 ±7,7 ±7,1 ±5,7 ±6,2 ±4,8 ±5 ±2,2 ±10 ±7 ±3 ±0,4 ±0,4 ±3

Dossel (%) Média 13,2 11,6 16,6 10,3 5,9 10,1 25,4 16,6 8,9 6,4 14,2 12,9 7,3 7,7 18 21,9

Dossel (%) DesvioP ±1,5 ±4,6 ±1,9 ±2,6 ±1,4 ±4,7 ±11,6 ±9,8 ±1,4 ±1,3 ±0,9 ±4,4 ±0,6 ±3,2 ±6,1 ±15,5

OD mg/l Média 7 8 7,2 8 8,6 7,6 8,8 8,4 9,3 8,5 7,3 6,8 7,8 4,3 7,7 6,5

OD mg/l DesvioP ±0,1 ±0,1 ±0,1 ±0,2 ±0,2 ±0,6 ±0,3 ±0,3 ±0,3 ±0,2 ±0,4 ±0,1 ±0,3 ±0,1 ±0,1 ±2,3

Temperatura Média 27 25,7 26,2 26,4 25,9 26 25,8 25,2 25,5 25,3 28,5 27,9 27,3 27,9 27,7 28,6

Temperatura DesvioP ±0 ±0,1 ±0 ±0,1 ±0 ±0,1 ±0,1 ±0,1 ±0 ±0 ±0,6 ±0 ±0,1 ±0,2 ±0 ±0,4

Condutividade Média 0,018 0,03 0,01 0,03 0,009 0 0,013 0 0,01 0,033 0,016 0,03 0,01 0,02 0,01 0,018

Condutividade DesvioP ±0,001 ±0 ±0 ±0 ±0,002 ±0 ±0,003 ±0 ±0,001 ±0,001 ±0,001 ±0 ±0 ±0 ±0 ±0,001

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34

Tabela 4: Resultado da análise PERMANOVA para os dados das variáveis ambientais. 601

Ba – Bacias; An – Anos; Ig – Igarapés; df – grau de liberdade; SS – Soma dos 602

Quadrados; MS: Quadrado médio; P(perm) – Permutação do valor de p. 603

Fator df SS MS Pseudo-F P(perm) perms

Ba 3 199.87 66.622 2.2048 0.0382 105

An 1 42.822 42.822 2.5025 0.1037 9838

Ig(Ba) 4 120.87 30.217 4.2718 0.0001 9872

BaxAn 3 46.646 15.549 0.90864 0.5687 9927

AnxIg(Ba) 4 68.448 17.112 2.4192 0.0001 9889

Res 32 226.35 70.735

Total 47 705

604

Tabela 5: Lista de espécies observada e sua respectiva abundância nas diferentes bacias 605

e anos. Onde: BG – Tracuateua; GM – Guamá; MQ - Baiacu; e MR – Marajó. 606

ORDEM/Família/ Espécies BG GM MQ MR Total

2010 2012 2010 2012 2010 2012 2010 2012

Beloniformes

Belonidae

Potamorrhaphis guianensis (Jardine, 1843)

1

1

2

Characiformes

Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794)

4 4 2

10

Anostomidae

Leporinus friderici (Bloch, 1794)

2 2

4

Characidae

"Hemigrammus" aff. geisleri

27

27

Astyanax gr. bimaculatus (Linnaeus, 1758) 9 197

5 211

Bryconops aff. caudomaculatus (Günther, 1864) 33 1 62 1 5

102

Bryconops melanurus (Bloch, 1794) 18

23 8 51 15 19 138 272 Tyttobrycon marajoara Marinho, Bastos &

Menezes, 2013

3 3

Hemigrammus levis Durbin, 1908

191 2 193

Hemigrammus rodwayi Durbin, 1909

1

34 55 90

Hemigrammus guyanensis Géry, 1959

3 2

5

Hemigrammus ocellifer (Steindachner, 1882)

112 143 255

Hyphessobrycon sp.

3

3

Hyphessobrycon heterorhabdus (Ulrey, 1894) 22 12 74 58 55 48

269

Iguanodectes rachovii Regan, 1912 5 13 5 6 30 45

104

Jupiaba anteroides (Géry, 1965)

4 7

11

Moenkhausia cf. lepidura (Kner, 1858)

3

3

Moenkhausia collettii (Steindachner, 1882) 10 29 65 11 22 35 9 56 237

Moenkhausia comma Eigenmann, 1908 2 1

75 17

95

Moenkhausia oligolepis (Günther, 1864) 1 20

4

25

Pristella maxilaris (Ulrey, 1894)

23 23

Crenuchidae

Characidium cf. etheostoma Cope, 1872 1 2 3 2

8

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35

ORDEM/Família/ Espécies BG GM MQ MR Total

2010 2012 2010 2012 2010 2012 2010 2012

Crenuchus spilurus Günther, 1863

9 13 22

Curimatidae

Curimatopsis cf. crypticus Vari, 1982

27 14 41

Erythrinidae

Erythrinus erythrinus (Bloch & Schneider,

1801) 1

1

Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz, 1829)

2

6

8

Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)

3 3

Gasteropelecidae

Carnegiella strigata (Günther, 1864) 1 7

8

Lebiasinidae

Copella arnoldi (Regan, 1912)

3

2

11 101 117

Nannostomus beckfordi Günther, 1872

7

7

Nannostomus eques Steindachner, 1876

1

1

Nannostomus nitidus Weitzman, 1978

43 6 49

Pyrrhulina cf. brevis Steindachner, 1876

1 11 7 1 8 59 27 114

Serrasalmidae

Metynnis lippincotianus (Cope, 1870)

2

2

Perciformes

Cichlidae

Aequidens tetramerus (Heckel, 1840) 1 1

6 21 11 10 27 77

Apistogramma agassizii (Steindachner, 1875)

13 20 14 32 79

Apistogramma caetei Kullander, 1980 15

7 6

28

Crenicichla johanna Heckel, 1840

32

3

35

Crenicichla gr. saxatilis (Linnaeus, 1758) 1 6 7 2 3 8 12 4 43

Heros notatus (Jardine, 1843)

3 1

4

Satanoperca jurupari (Heckel, 1840)

2 1

3 2

8

Siluriformes

Callichthyidae

Corydoras cf. aeneus 10 1

11

Corydoras cf. melanistius

4

4

Corydoras sp. "C24"

1

1

Doradidae

Acanthodoras cataphractus (Linnaeus, 1758)

1

1

Heptapteridae

Mastiglanis asopos Bockmann, 1994

1

1

Pimelodella sp. 4

4

Rhamdia muelleri (Günther, 1864)

1

1

2

Loricariidae

Ancistrus sp.

1

1

Farlowella platorynchus Retzer & Page, 1997 2 2

4

Trichomycteridae

Paracanthopoma sp. 1

1

Total 2010 104 257 316 562 1239

Total 2012

332

188

218

652 1390

Total Geral 2629

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36

607 Tabela 6: Resultado da análise PERMANOVA para os dados bióticos. Ba – Bacias; An 608

– Anos; Ig – Igarapés; df – grau de liberdade; SS – Soma dos Quadrados; MS: 609

Quadrado médio; P(perm) – Permutação do valor de p 610

611

Fatores df SS MS Pseudo-F P(perm) perms

Ba 3 52764 17588 45.226 0.0104 105

An 1 5329.7 5329.7 12.835 0.3137 9826

Ig(Ba) 4 15556 3888.9 42.008 0.0001 9897

BaxAn 3 11697 3899 0.93899 0.5491 9932

AnxIg(Ba) 4 16609 4152.3 44.853 0.0001 9893

Res 32 29624 925.76

Total 47 1,32E+09

612

Tabela 7: Análise de similaridade SIMPER para as bacias estudadas. Onde BG – 613

Tracuateua; GM – Guamá; MQ - Baiacu; e MR – Marajó. 614

Espécies/Bacia BG GM MQ MR

Aequidens tetramerus

10,48 8,25

Apistogramma agassizii

15,08 10,32

Astyanax gr. bimaculatus 9,93

Bryconops aff.

caudomaculatus 2,08 9,3

Bryconops melanurus

12,8

15,43

Characidium cf. etheostoma

2,05

Copella arnoldi

8,1

Corydoras cf. aeneus 7,04

Crenicichla saxatilis 5,95 2,03 5,56 4,41

Hemigrammus aff. geisleri

3,22

Hemigrammus ocellifer

26,72

Hyphessobrycon

heterorhabdus 35,99 40,36 28,13

Iguanodectes rachovii 18,63 3,07 18,77

Moenkhausia collettii 9,36 10,26 5,1

Moenkhausia comma

7,36

Moenkhausia oligolepis 2,06

Pyrrhulina cf. brevis 8,78 16,92

TOTAL 91,04 91,87 90,48 90,15 615

616

617

618

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37

Tabela 8: Resultado da Analise distLM com base nas variáveis ambientais para 619

descrever a variação a composição das espécies nos igarapés amostrados. 620

Variabilidade R2 SS(trace)

Pseudo-

F P Prop. Cumul. res.df

Areia 0,13237 17417 7,0178 0,001 0,13237 0,13237 46

Cascalho 0,15903 3507,9 1,4266 0,151 2,67E-02 0,15903 45

Argila 0,18215 3042,3 1,2439 0,239 2,31E-02 0,18215 44

Raiz 0,2055 3073,1 1,264 0,235 2,34E-02 0,2055 43

Tronco 0,23517 3903,4 1,6291 0,081 2,97E-02 0,23517 42

Galhos 0,27775 5602,4 2,417 0,013 4,26E-02 0,27775 41

Folhas 0,29726 2567,7 1,1107 0,339 1,95E-02 0,29726 40

Macrófitas 0,29726 8,57E-11 0 1 6,51E-16 0,29726 40

Vazão 0,37024 9602,4 4,5194 0,001 7,30E-02 0,37024 39

Profundidade 0,39655 3461,8 1,6568 0,095 2,63E-02 0,39655 38

OD mg/l 0,41624 2590,9 1,2481 0,255 1,97E-02 0,41624 37

Temp. 0,44894 4303,1 2,1365 0,029 3,27E-02 0,44894 36

Cond 0,49568 6149,8 3,2437 0,003 4,67E-02 0,49568 35

Dossel (%) 0,51638 2723,1 1,455 0,165 2,07E-02 0,51638 34

Largura (m) 0,5545 5016,2 2,8239 0,005 3,81E-02 0,5545 33

621

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38

Figuras 622

623

Figura 1: Distribuição geográfica dos igarapés amostrados durante o período de estudo e suas 624

respectivas bacias. A linha branca representa o limite das bacias hidrográficas 625

626

Figura 2: Igarapés amostrados durante o período de coletas. A) Bacia da Ilha do Marajó. B) 627

Bacias do rio Guamá, C) Bacia do rio Baiacu. D) Bacia do rio Tracuateua. 628

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39

629

Figura 3: Desenho esquemático das seções (A, B e C) e pontos de observações (1, 2 e 3) 630

feitos nos igarapés estudados. 631

632

Figura 4: Análise de componente principal (PCA) das variáveis ambientais dos 633

igarapés, sendo estes classificados por bacias. 634

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40

635

Figura 5: Análise de escalonamento multidimensional (MDS) dos igarapés amostrados 636

de acordo com a abundância de peixes, sendo classificados por suas respectivas bacias. 637

Onde: Tracuateua (BG); Guamá (GM); Baiacu/Tauá (MQ); Marajó (MR).638

639

Figura 6: Analise canônica de coordenadas principais (CAP) baseada na composição de 640

espécies dos igarapés amostrados. 641

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41

642

Figura 7: Riqueza total (Sobs) e estimativa de riqueza de espécies de peixes observadas 643

pelo censo visual. 644

645

Figura 8: Análise de redundância (RDA) com a relação entre os fatores abióticos e a 646

composição da ictiofauna nos igarapés amostrados. 647

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42

CAPÍTULO 2 _____________________________________________________________________________

Bastos, D.A; R. Leitão; C. C. Leal; D. R. Carvalho; J. Zuanon; P. S. Pompeu; C. P.

Deus; T. Giarrizzo; T. Gardner.A fauna de peixes de igarapés de cinco bacias do

nordeste do Pará, Barsil. Manuscrito formatado para Checklist.

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43

Lists of Species (LS) 1

A FAUNA DE PEIXES DE IGARAPÉS DE CINCO BACIAS DO NORDESTE 2

DO PARÁ, BRASIL. 3

4

Douglas Aviz Bastos1,2*

, Rafael Leitão1, Cecilia Gontijo Leal

3, Débora Reis Carvalho

3, 5

Jansen Zuanon1, Paulo Santos Pompeu

3, Cláudia Pereira de Deus

1, Tommaso 6

Giarrizzo2, Toby Gardner

4,5. 7

8

1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Biodiversidade. 9

Avenida André Araújo, 2936, Caixa Postal 2223. CEP 69080-971. Manaus, AM, Brasil. 10

11

2Universidade Federal do Pará (UFPA), Laboratório de Biologia Pesqueira e Manejo 12

dos Recursos Aquáticos, Grupo de Ecologia Aquática. Campus Universitário do 13

Guamá, Avenida Perimetral 2651. CEP 66040-830. Belém, PA, Brasil. 14

15

3Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP 16

37200-000, Lavras, MG, Brasil 17

18

4Department of Zoology, University of Cambridge, Downing Street, Cambridge CB2 19

3EJ, UK 20

21

5Lancaster Environment Centre, Lancaster University, Lancaster LA1 4YQ, UK 22

23

*Autor para correspondência. E-mail: [email protected]

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44

Resumo 25

A bacia amazônica apresenta a maior diversidade de peixes do mundo, porém pouco se 26

sabe sobre o número real de espécies existentes e sobre a sua distribuição geográfica, 27

devido ao reduzido número de coletas realizadas em boa parte da bacia. Algumas áreas 28

da Amazônia sofrem historicamente com pressões antrópicas e possuem espécies 29

endêmicas que estão sobre crescente ameaça. Este trabalho tem como objetivo ampliar o 30

conhecimento sobre a ictiofauna de cinco bacias hidrográficas do nordeste paraense e 31

colaborar para a efetiva conservação da biodiversidade regional. Neste sentido foram 32

amostrados 66 igarapés entre os anos de 2010 e 2012. Foram capturados 22.319 33

exemplares, classificados em 141 espécies, 29 famílias e sete ordens. Apenas seis 34

espécies foram comuns às cinco bacias e sete novas ocorrências foram registradas para a 35

região, sendo seis delas para a bacia do Rio Gurupi. Um número significativo de 36

espécies novas foi registrado para a área (23 spp.), o que é surpreendente por se tratar da 37

porção amazônica com o mais longo histórico de colonização ocidental e com 38

considerável acúmulo de estudos faunísticos. Essas informações são importantes para o 39

conhecimento ictiofaunistico da região, além de servir de base para o gerenciamento e 40

conservação das espécies encontradas em pequenos igarapés, um tipo de ambiente 41

especialmente vulnerável a alterações antrópicas.42

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45

Introdução 43

A região Neotropical se destaca por apresentar a maior diversidade de peixes do 44

mundo, com cerca de 4.500 espécies descritas (Lévêque et al., 2008) e com uma 45

estimativa de ocorrência de 8.000 espécies (Vari & Malabarba, 1998; Lundberg et al., 46

2000). A bacia Amazônia apresenta, aproximadamente, 2.400 espécies válidas (Lévêque 47

et al., 2008). No entanto, essa diversidade de peixes ainda é muito pouco conhecida e 48

muitas espécies têm sido descritas nos últimos anos a partir de coletas em áreas até 49

então nunca exploradas, principalmente por dificuldade de acesso ((Reis, 2013; Barros 50

et al., 2011). 51

A região próxima a Belém, no Estado do Pará, apesar do fácil acesso devido ao 52

seu histórico de colonização, é ainda uma região muito pouco explorada e com 53

conhecimento ictiofaunístico restrito. Até o momento, apenas seis trabalhos científicos 54

foram publicados sobre a ictiofauna dessa área. Santos et al. (1984) fizeram uma lista de 55

espécies de peixes do rio Tocantins como resultado do inventário taxonômico da UHE 56

Tucuruí. Barthem et al. (1985) geraram uma lista das espécies encontradas no estuário 57

da Baia do Marajó. Montag et al. (2008; 2009) fizeram uma compilação de espécies dos 58

diversos ambientes encontrados na Ilha do Marajó (e.g. igarapés, vegetação flutuante, 59

rios, baías e savanas). Em trabalho mais recente, Raiol et al. (2012) elaboraram uma 60

lista das espécies de peixes encontrados em igarapés de duas drenagens do município de 61

Benevides, próximo a Belém. Finalmente, Côrrea et al. (2012) analisaram a diversidade 62

e abundância dos peixes de igarapés de duas bacias costeiras sob impacto de uso para 63

agricultura familiar. 64

No entanto, esta área vem sofrendo historicamente e as principais ameaças a essa 65

área têm sido a perda de habitats pela mineração, agricultura, pecuária e desmatamento, 66

por meio da degradação e a fragmentação florestal e extração seletiva de madeira 67

(Almeida & Vieira, 2010). O futuro dessa região é incerto diante das rápidas mudanças 68

sociais e ecológicas em curso. Com este cenário, alguns projetos estão sendo realizados 69

na região para avaliar os impactos causados e propor medidas para conter ou mitigar 70

essas ameaças. A Rede Amazônia Sustentável (RAS) tem por objetivo avaliar a 71

sustentabilidade dos usos da terra com um consórcio ímpar de cientistas, 72

conservacionistas e atores locais, para contribuir no enfrentamento deste desafio e 73

propor medidas adequadas à conservação desta região (Gardner et al., 2013). 74

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46

Os igarapés de pequeno porte são ambientes muito sensíveis às mudanças 75

causadas por diferentes formas de uso da terra, pois alterações no ambiente de entorno 76

afetam rápida e diretamente o meio aquático. Por outro lado, esses ambientes abrigam 77

uma parcela considerável da diversidade de peixes presentes nas bacias hidrográficas 78

que os contêm, e podem apresentar elevadas taxas de endemismo (Castro, 1999). Neste 79

sentido, o conhecimento da ictiofauna presente nos pequenos igarapés da região de 80

Belém se torna prioritário, pois é uma área com um longo histórico de perturbações 81

ambientais de origem antrópica, e onde a perda de habitats aquáticos pode ocasionar a 82

extinção de espécies antes mesmo de serem descritas formalmente. Além disso, esse 83

conhecimento é primordial para que se busquem formas de conciliar um 84

desenvolvimento regional pautado na melhoria das condições de vida das populações 85

humanas locais com a conservação ambiental da região. 86

Materiais e Métodos 87

O presente trabalho foi realizado na região nordeste do estado do Pará, que 88

abriga bacias hidrográficas bem diferentes entre si. Foram amostrados um total de 65 89

igarapés distribuídos em cinco bacias hidrográficas: do Marajó, Bacias Costeiras, e dos 90

rios Tocantins, Guamá-Capim e Gurupi (Tabela 1; Figura 2). 91

Os pontos de amostragem foram selecionados a partir de dois projetos realizados 92

na área de estudo. Um deles é o Projeto RAS (Gardner et al., 2013) cujo objetivo é o de 93

avaliar o impacto do uso do solo nos igarapés do município de Paragominas (PA). Estes 94

igarapés fazem parte das bacias dos rios Capim e Gurupi. O outro projeto teve como 95

objetivo avaliar a variação interanual em igarapés de águas claras do nordeste paraense. 96

Nesse estudo foram incluídas três bacias: do Marajó, Bacias Costeiras e do Rio Guamá. 97

Além dos locais de amostragem desses dois projetos, foram incluídos outros seis 98

igarapés amostrados de forma oportunista (sem um protocolo padronizado de 99

amostragem) na bacia dos rios Tocantins, Marajó e Capim (Tabela 1). 100

Os projetos foram realizados em períodos diferentes, e cada um utilizou um 101

protocolo de amostragem diferenciado. O projeto RAS foi realizado entre os meses de 102

junho a agosto de 2011, amostrando 51 igarapés de 1a a 3

a ordem no município de 103

Paragominas. Para esse projeto foram utilizados igarapés com diferentes graus de 104

impactos ambientais causados pelo uso da terra (Figura 2 c, d). Em cada igarapé um 105

trecho de 150 m foi isolado com redes de bloqueio. Este trecho foi subdivido em 10 106

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47

trechos menores de 15 m cada, onde três pessoas coletavam durantes 12 minutos com 107

redes de arrasto (6 x 1.5 m, 5 mm entre nós opostos) e com peneiras (0.8 m de 108

diâmetros, 2 mm entre nós opostos) com o intuito de amostrar diferentes meso- e 109

microhabitats (Gardner et al., 2013). 110

No projeto de variação interanual, as coletas foram realizadas em oito igarapés 111

entre os meses de abril a maio dos anos de 2010 e 2012. Foram escolhidos igarapés de 112

2a a 3

a ordem que apresentavam o menor nível de impacto ambiental possível (Figura 2 113

a, b). Nestes igarapés foi utilizado o protocolo de Medonça et al. (2005), que consiste 114

em amostrar um trecho de 50 m de igarapé isolado por duas redes de bloqueio, onde 115

duas ou três pessoas coletavam peixes durante 2 h, com redes de arrasto e peneiras. 116

Em ambos os projetos, os peixes capturados foram sacrificados com uma dose 117

letal de anestésico (Eugenol) ainda em campo, fixados em formol 10%, armazenados 118

em pequenos baldes com etiquetas de identificação, e transportados à Universidade 119

Federal do Pará (UFPa), em Belém, e ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 120

(INPA), em Manaus. Para identificação das espécies foram usadas chaves de 121

identificação e catálogos de peixes de rios amazônicos (e.g. Characidae: Géry (1977, 122

1993), Planquete et al. (1996); Crenuchidae: Buckup (1993); Curimatidae: Vari (1982, 123

1992); Erythrinidae: Planquete et al. (1996), Oyakawa & Mattox (2009); Lebiasinidae: 124

Géry (1977), Planquete et al. (1996), Weitzman (1978), Zarske & Géry (2006). Para 125

Siluriformes, Auchenipteridae: Sarmento-Soares & Martins-Pinheiro (2008), 126

Cetopsidae: Vari & Ortega (1986), Vari et al. (2005) Loricariidae: Retzer & Page 127

(1996), Schaefer (1997); Trichomycteridae: Planquete et al. (1996); Heptapteridae: 128

Silvergrip (1996), Rocha et al. (2008); Callichthyidae: Reis (1997), Reis et al. (2005) . 129

Para Perciformes, Römer (2001), Römer (2006), Planquete et al. (1996), Kullander 130

(1986, 1989), Ploeg (1991). Para Cyprinodontiformes, Rivulidae: Planquete et al. 131

(1996). Para Gymnotiformes, Gymnotidae: Crampton & Albert (2003), Mago-Leccia 132

(1994). Para Synbrachiformes, Favorito et al. (2005)). O processo de identificação 133

taxonômica também contou com a ajuda de taxonomistas do INPA, MZUSP, 134

UNICAMP, MPEG e NUPELIA. Exemplares testemunho foram depositados nas 135

Coleções de Peixes do INPA e do MPEG (Tabela 2). Os peixes foram coletados com a 136

autorização do ICMBio número 19791-1. 137

138

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48

Resultados e Discussão 139

Um total de 22.319 exemplares de peixes foram coletados, distribuídos em sete 140

ordens, 29 famílias e 141 espécies (Tabela 2 – Apêndice I). A ictiofauna foi composta 141

por 64 espécies de Characiformes (45,4%), 37 de Siluriformes (26,3%), 16 de 142

Perciformes (11,4%), 16 de Gymnotiformes (11,4%), 4 de Cyprinodontiformes (2,8%), 143

2 de Beloniformes (1,4%) e de 2 Synbranchiformes (1,4%). As famílias mais 144

representativas foram Characidae com 39 espécies (27,7%), Cichlidae com 15 (10,6%), 145

Loricariidae com 11 (7,8%), Hypopomidae com 8 (5,7%) e Heptapteridae, 146

Callichthyidae e Lebiasinidae com 6 espécies (4,3%) representando juntas cerca de 65% 147

da fauna da região. 148

Characiformes foi a ordem mais abundante, com 18.732 exemplares (83,9%), 149

seguida por Siluriformes com 1264 (5,6%), Perciformes com 1229 (5,5%), 150

Gymnotiformes com 933 (4,2%), Cyprinodontiformes 132 (0,6%), Synbranchiformes 151

25 (0,11%) e Beloniformes 4 (0,02%). Dez espécies representaram cerca de 60% do 152

total de espécimes capturados: Hyphessobrycon heterorhabdus (3.734 espécimes; 153

16,7%), Hemigrammus rodwayi (3.647; 16,3%), Moenkhausia collettii (1.338, 5,9%), 154

Bryconops aff. caudomaculatus (1.115; 5%), "Hemigrammus" aff. geisleri (661; 2,9%), 155

Serrapinnus sp. ( 646; 2,9%), Bryconops melanurus (627; 2,8%), Hemigrammus 156

guyanensis (554; 2,5%), Hemigrammus bellottii (551; 2,5%), e Pyrrhulina aff. brevis 157

(548; 2,5%). 158

Apenas seis espécies (4,3%) ocorreram concomitantemente nas cinco bacias 159

estudadas (B. melanurus, H. rodwayi, M. collettii, Microcharacidium weitzmani, 160

Curimatopsis cf. crypticus e Aequidens tetramerus). Outras nove espécies (6,4%) 161

foram comuns a quatro bacias: Astyanax gr. bimaculatus, B. aff. caudomaculatus, H. 162

ocellifer, H. heterorhabdus, Hoplias malabaricus, Copella arnoldi, P. aff. brevis, 163

Hypopygus lepturus e Satanoperca jurupari. Nas demais bacias ocorreram 126 164

espécies (89,3%), sendo 54 (38,3%) exclusivas de uma bacia, 52 (36,2%) comuns a 165

duas bacias e 21 (14,9%) comuns a três bacias. 166

Entre as bacias, a mais rica em espécies foi a do Capim-Guamá, com 95 167

espécies, seguida pela bacia do Gurupi (82), Costeira (52), Marajó (31) e Tocantins 168

(25). Esta diferença de riqueza entre as bacias pode estar relacionada ao esforço 169

amostral, onde as duas primeiras bacias tiveram um maior número de pontos 170

amostrados. 171

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49

Foram identificadas sete novas ocorrências para a área, sendo seis para a bacia 172

do rio Gurupi (Batrochoglanis raninus, Gymnocorymbus thayeri, Helogenes 173

marmoratus, Ituglanis sp., Microschemobrycon geisleri, Rhamphichthys marmoratus) e 174

uma nova ocorrência para as Bacias Costeiras (Paracanthopoma sp.). Além desses 175

novos registros, 23 espécies provavelmente não descritas foram capturadas (Tabela 2). 176

Até o momento, oito dessas espécies já estão em processo de descrição ou estudo 177

("Hemigrammus" aff. geisleri, Brachyhypopomus sp. "RE", Brachyhypopomus sp. 178

"RO", Brachyhypopomus sp. “EL, Eigenmannia aff. trilineata, Hypostomus cf. 179

cochliodon, Knodus sp.n. "anal longa" e Paracanthopoma sp.). 180

A composição da ictiofauna encontrada nos igarapés estudados obedeceu ao 181

padrão conhecido para a Amazônia, onde Characiformes apresenta o maior número de 182

espécies, seguida pelas ordens Siluriformes, Perciformes e Gymnotiformes (Lowe-183

McConnell, 1987;Sabino & Zuanon 1998; Araújo-Lima et al., 1999; Dias et al., 2009; 184

Mendonça et al., 2005; Oliveira et al., 2009). No entanto, Anjos et al. (2008), Barros et. 185

al. (2011) e Raiol et al. (2012) não encontraram exatamente esse padrão em alguns 186

igarapés amazônicos. Houve uma pequena variação entre as ordens Siluriformes, 187

Gymnotiformes e Perciformes, o que pode ter ocorrido devido ao habitat peculiar das 188

espécies e dos ambientes amostrados. Igarapés com grandes bancos de folhiço, por 189

exemplo, podem conter uma proporção maior de espécies de Gymnotiformes e 190

Perciformes. 191

Além de determinar o padrão da composição da ictiofuana em igarapés, a 192

presença de diferentes microhabitats pode ser um fator determinante para a riqueza de 193

espécies observada em igarapés. No presente estudo, as cinco bacias abrigaram uma 194

complexidade de microhabitats que pode ter contribuído bastante para aumentar 195

consideravelmente a riqueza total. O baixo número de espécies comuns às cinco bacias 196

(6 spp.) é um indicativo adicional da existência de uma elevada diversidade beta (entre 197

áreas de amostragem) na região. 198

Apesar da alta diversidade encontrada, pouco se conhece sobre a ictiofauna da 199

região. Das 141 espécies encontradas, 23 (16%) aparentemente ainda não foram 200

descritas formalmente. Outras espécies possuem situação taxonômica indefinida (e.g. 201

“Hemigrammus” aff. geisleri, Ituglanis sp., Crenicichla gr. saxatilis, Astyanax gr. 202

bimaculatus, Rineloricaria aff. formosa). O pouco conhecimento sobre a fauna se deve 203

também ao pouco número de coletas na região ou de registros em coleções de peixes. 204

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50

Como exemplo disso, apenas para a bacia do Gurupi, foram registradas seis novas 205

ocorrências. 206

As informações presentes neste estudo são importantes para o conhecimento 207

ictiofaunistico da região, além de servir de base para o gerenciamento e conservação das 208

espécies encontradas em pequenos igarapés. No entanto, o baixo número de espécies 209

comuns entre as bacias e de espécies não descritas, ou com a situação taxonômica 210

indefinida, faz-se necessário um estudo mais amplo sobre a região com o intuito de 211

preservar essas espécies diante da rápida perda de habitats pela agricultura, mineração, 212

pecuária e desmatamento. 213

214

Agradecimentos 215

Nós agradecemos a Lúcia Rapp Py-Daniel (INPA), Mario de Pinna (MZUSP), Flavio 216

Lima (UNICAMP), Rafaela Ota (INPA), Henrique Varella (MZUSP), Weferson Graça 217

(NUPELIA), Marcelo Rocha (INPA) e Fernando Carvalho, pela ajuda na identificação 218

do material. Aos curadores Lucia Rapp Py-Daniel (INPA) e Wolmar Wosiacki (MPEG), 219

e Priscila Ito, Renildo Oliveira, Ana Pereira e Marcelo Andrade, pela ajuda em tombar o 220

material biológico nas respectivas coleções de peixes. JZ (processo 307464/2009-1) e 221

TG (processo 308278/2012-7) recebem bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq. 222

Esta é a contribuição número XX do Projeto Igarapés. 223

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51

Tabela 1: Coordenadas geográficas dos igarapés amostrados na região nordeste do Pará 224

durante o período de estudo. Os igarapés sublinhados representam as coletas 225

oportunistas. 226

Igarapé Bacia Latitude Longitude

1 Capim 03º43'04" S 48º21'25" W

2 Tocantins 02º46'06" S 49º26'31" W

3 Guamá 01º38'59" S 47º06'04" W

4 Guamá 01º38'36" S 47º07'13" W

5 Tocantins 01º29'59" S 48º42'09" W

6 Costeira 01º13'25" S 48º14'38" W

7 Costeira 01º09'45" S 48º13'51" W

8 Costeira 01º03'26" S 46º53'58" W

9 Costeira 01º02'23" S 46º53'19" W

10 Costeira 01º01'20" S 48º02'49" W

11 Costeira 00º58'44" S 48º02'54" W

12 Marajó 00º52'56" S 48º35'37" W

13 Marajó 00º51'59" S 48º35'41" W

14 Marajó 00º50'52" S 48º34'03" W

15 Capim 02º45'44" S 47º52'15" W

16 Capim 02º44'48" S 47º51'18" W

17 Capim 02º54'05" S 47º42'05" W

18 Capim 02º54'05" S 47º41'43" W

19 Capim 02º54'44" S 47º40'44" W

20 Capim 03º12'01" S 47º37'29" W

21 Capim 03º12'35" S 47º36'09" W

22 Capim 03º21'54" S 47º50'02" W

23 Capim 03º44'13" S 48º30'39" W

24 Capim 03º46'57" S 48º30'42" W

25 Capim 03º42'59" S 48º08'02" W

26 Capim 03º45'27" S 48º06'56" W

27 Capim 03º46'29" S 48º06'14" W

28 Capim 03º23'52" S 47º46'39" W

29 Capim 03º21'57" S 47º52'12" W

30 Capim 03º11'35" S 47º32'26" W

31 Capim 03º11'32" S 47º31'44" W

32 Capim 03º15'10" S 48º03'33" W

33 Capim 03º17'24" S 48º01'44" W

34 Capim 03º16'56" S 47º35'03" W

35 Capim 02º45'25" S 47º47'25" W

36 Capim 03º17'05" S 47º30'58" W

37 Capim 03º40'10" S 48º30'51" W

38 Capim 03º44'02" S 48º25'25" W

39 Capim 03º43'54" S 48º17'03" W

40 Capim 03º32'22" S 48º49'13" W

41 Capim 03º48'08" S 48º22'12" W

42 Gurupi 02º56'25" S 46º48'01" W

43 Gurupi 03º07'44" S 46º52'21" W

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52

Igarapé Bacia Latitude Longitude

44 Gurupi 03º17'42" S 47º10'57" W

45 Gurupi 03º20'03" S 47º10'45" W

46 Gurupi 03º26'59" S 47º27'48" W

47 Gurupi 03º27'44" S 47º26'59" W

48 Gurupi 03º27'43" S 47º25'36" W

49 Gurupi 02º35'18" S 46º57'27" W

50 Gurupi 02º35'50" S 46º58'03" W

51 Gurupi 03º07'13" S 47º27'43" W

52 Gurupi 03º10'32" S 47º19'25" W

53 Gurupi 03º17'52" S 47º07'45" W

54 Gurupi 03º23'10" S 47º07'24" W

55 Gurupi 03º29'48" S 47º04'28" W

56 Gurupi 02º39'55" S 47º05'10" W

57 Gurupi 03º00'23" S 47º04'46" W

58 Gurupi 02º57'16" S 46º44'47" W

59 Gurupi 02º54'42" S 46º56'28" W

60 Gurupi 03º01'17" S 46º56'55" W

61 Gurupi 03º05'10" S 46º58'08" W

62 Gurupi 03º11'30" S 47º01'03" W

63 Gurupi 03º00'28" S 47º09'29" W

64 Gurupi 03º05'04" S 47º07'02" W

65 Gurupi 03º04'05" S 47º07'06" W

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53

Tabela 2: Lista das espécies de peixes de cinco bacias do nordeste paraense. CG: 227

Capim-Guamá; CO: Costeiras; GR: Gurupi; MR: Ilha do Marajó; TC: Tocantins. O “X” 228

em negrito e sublinhado representa a localidade do voucher. Os asteriscos (*) 229

representam as espécies não descritas. 230

ORDER/Family/Species CG CO GR MR TC Total Voucher

BELONIFORMES

Belonidae

Potamorrhaphis eigenmanni Miranda Ribeiro,1915 x X 2 INPA 38317

Potamorrhaphis guianensis (Jardine, 1843) X x 2 MPEG 25579

CHARACIFORMES

Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus falcatus (Bloch, 1794) x X x 30 MPEG 25494

Acestrorhynchus falcirostris (Cuvier, 1819) X 1 MPEG 25493

Anostomidae

Leporinus friderici (Bloch, 1794) x X 36 INPA 38310

Characidae

"Hemigrammus" aff. geisleri * X x 661 MPEG 25513

Astyanax gr. bimaculatus (Linnaeus, 1758) x x x X 61 MPEG 25496

Bario steindachneri (Eigenmann, 1893) X 8 INPA 38309

Bryconops aff. caudomaculatus (Günther, 1864) * x X x X 1115 MPEG 25501

Bryconops melanurus (Bloch, 1794) x X x X x 627 MPEG 25500

Charax leticiae Lucena, 1987 x X 47 INPA 38267

Gymnocorymbus thayeri Eigenmann, 1908 x 33 INPA 38311

Hemigrammus bellottii (Steindachner, 1882) X x 551 MPEG 25506

Hemigrammus guyanensis Géry, 1959 X x x 554 MPEG 25504

Hemigrammus levis Durbin, 1908 x X 501 MPEG 25503

Hemigrammus ocellifer (Steindachner, 1882) x x X x 385 MPEG 25505

Hemigrammus rhodostomus Ahl, 1924 x x X 103 MPEG 25507

Hemigrammus rodwayi Durbin, 1909 x X x x x 3647 INPA 38277

Hemigrammus sp. "prata" * X 58 INPA 38305

Hemigrammus unilineatus (Gill, 1858) X 3 MPEG 25508

Hyphessobrycon hasemani Fowler, 1913 X 6 INPA 38281

Hyphessobrycon heterorhabdus (Ulrey, 1894) x X x x 3734 MPEG 25511

Hyphessobrycon sp. * X 3 MPEG 25509

Hyphessobrycon sp. "Bragança" * X 1 MPEG 25510

Hyphessobrycon werneri Géry & Uj, 1987 X 5 MPEG 25512

Iguanodectes rachovii Regan, 1912 X x 529 MPEG 25514

Jupiaba anteroides (Géry, 1965) X 26 INPA 38285

Knodus sp. X 1 INPA 38336

Knodus cf. victoriae (Steindachner, 1907) x X 133 INPA 38286

Knodus sp.n. "anal longa" * X 183 INPA 38316

Microschemobrycon elongatus Géry, 1973 X 3 MPEG 25515

Microschemobrycon geisleri Géry, 1973 x X 14 INPA 38315

Moenkhausia cf. lepidura (Kner, 1858) X 223 MPEG 25519

Moenkhausia collettii (Steindachner, 1882) X x x x x 1338 MPEG 25517

Moenkhausia comma Eigenmann, 1908 x X x 62 MPEG 25516

Moenkhausia oligolepis (Günther, 1864) X x x 420 MPEG 25518

Phenacogaster cf. pectinatus (Cope, 1870) x X 51 INPA 38290

Phenacogaster cf. wayana Le Bail & Lucena, 2010 X 1 INPA 38291

Poptella brevispina Reis, 1989 x X 56 INPA 38292

Poptella compressa (Günther, 1864) X 6 INPA 38293

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54

ORDER/Family/Species CG CO GR MR TC Total Voucher

Pristella maxillaris (Ulrey, 1894) x X x 109 MPEG 25520

Serrapinnus sp. * X 646 INPA 38297

Tyttobrycon marajoara Marinho, Bastos & Menezes, 2013 X 9 MPEG 25497

Chilodontidae

Chilodus punctatus Müller & Troschel, 1844 X 1 MPEG 25575

Crenuchidae

Characidium cf. etheostoma Cope, 1872 x X x 265 MPEG 25521

Crenuchus spilurus Günther, 1863 x X 37 MPEG 25522

Melanocharacidium cf. dispilomma Buckup, 1993 X 3 INPA 38287

Microcharacidium weitzmani Buckup, 1993 x x x X x 308 MPEG 25523

Curimatidae

Curimatopsis cf. crypticus Vari, 1982 x x x X x 87 MPEG 25528

Cyphocharax gouldingi Vari, 1992 x X 85 INPA 38271

Steindachnerina aff. amazonica (Steindachner, 1911) x X 215 INPA 38298

Erythrinidae

Erythrinus erythrinus (Bloch & Schneider, 1801) x X x 36 MPEG 25525

Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz, 1829) x x X 9 MPEG 25526

Hoplias curupira Oyakawa & Mattox, 2009 X 2 INPA 38280

Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) x x x X 52 MPEG 25527

Gasteropelecidae

Carnegiella strigata (Günther, 1864) X x 15 INPA 38274

Gasteropelecus sternicla (Linnaeus, 1758) X 13 MPEG 25577

Lebiasinidae

Copella arnoldi (Regan, 1912) X x x x 218 MPEG 25533

Nannostomus beckfordi Günther, 1872 X x 482 MPEG 25530

Nannostomus eques Steindachner, 1876 X x 14 INPA 38288

Nannostomus nitidus Weitzman, 1978 x X 201 MPEG 25531

Nannostomus trifasciatus Steindachner, 1876 x X x 123 MPEG 25529

Pyrrhulina aff. brevis Steindachner, 1876 x X x x 548 MPEG 25536

Serrasalmidae

Myloplus rubripinnis (Müller & Troschel, 1844) X 13 INPA 38312

Metynnislippincottianus (Cope, 1870) x x X 22 INPA 38325

Serrasalmus rhombeus (Linnaeus, 1766) X 3 INPA 38313

CYPRINODONTIFORMES

Poeciliidae

Fluviphylax palikur Costa & Le Bail, 1999 X 13 MPEG 25581

Micropoecilia minima (Costa & Sarraf, 1997) X 10 MPEG 25578

Rivulidae

Anablepsoides urophthalmus (Günther, 1866) X x 103 INPA 38323

Laimosemion strigatus (Regan, 1912) X x 6 MPEG 25576

GYMNOTIFORMES

Gymnotidae

Electrophorus electricus (Linnaeus, 1766) X 1 INPA 37692

Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 x X 43 INPA 38276

Gymnotus cf. jonasi Albert & Crampton, 2001 X 3 MPEG 25558

Gymnotus coropinae Hoedeman, 1962 X x 75 MPEG 25559

Hypopomidae

Brachyhypopomus beebei (Schultz, 1944) X 2 INPA 38306

Brachyhypopomus brevirostris (Steindachner, 1868) X x 29 INPA 38260

Brachyhypopomus sp. "EL" * X 1 INPA 38263

Brachyhypopomus sp. "RE" * x X 39 INPA 38261

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55

ORDER/Family/Species CG CO GR MR TC Total Voucher

Brachyhypopomus sp. "RO" * X x x 9 INPA 38262

Hypopygus lepturus Hoedeman, 1962 x x X x 88 MPEG 25560

Microsternarchus bilineatus Fernández-Yépez, 1968 X x 19 MPEG 25561

Steatogenys duidae (La Monte, 1929) x X 6 MPEG 25554

Rhamphichthyidae

Gymnorhamphichthys petiti Géry & Vu, 1964 X x 117 MPEG 25555

Rhamphichthys marmoratus Castelnau, 1855 X 1 INPA 38295

Sternopygidae

Eigenmannia aff. trilineata López & Castello, 1966 * x X x 470 MPEG 25553

Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) x X 30 INPA 38299

PERCIFORMES

Cichlidae

Acaronia nassa (Heckel, 1840) X x 7 MPEG 25537

Aequidens tetramerus (Heckel, 1840) x X x x x 247 MPEG 25538

Apistogramma agassizii (Steindachner, 1875) x X x 102 MPEG 25540

Apistogramma caetei Kullander, 1980 x X x 368 MPEG 25543

Apistogramma gr. regani Kullander, 1980 * X x 152 INPA 38259

Cichla kelberi Kullander & Ferreira, 2006 X 1 INPA 38268

Crenicichla gr. saxatilis (Linnaeus, 1758) x X 207 INPA 38270

Crenicichla johanna Heckel, 1840 X 2 MPEG 25546

Crenicichla regani Ploeg, 1989 X x 59 INPA 38329

Crenicichla saxatilis (Linnaeus, 1758) X x 7 MPEG 25544

Geophagus altifrons Heckel, 1840 x X 14 INPA 38275

Heros notatus (Jardine, 1843) x X 6 MPEG 25552

Mesonauta acora (Castelnau, 1855) X 2 MPEG 25551

Nannacara taenia Regan, 1912 x X 22 MPEG 25548

Satanoperca jurupari (Heckel, 1840) X x x x 32 INPA 38296

Polycentridae

Monocirrhus polyacanthus Heckel, 1840 X 1 MPEG 25549

SILURIFORMES

Aspredinidae

Bunocephalus cf. amaurus Eigenmann, 1912 x X 3 INPA 38264

Bunocephalus coracoideus (Cope, 1874) x X 3 INPA 38266

Auchenipteridae

Tatia aff. dunni (Fowler, 1945) X x 2 INPA 38301

Tatia intermedia (Steindachner, 1877) X 4 INPA 38302

Tetranematichthys wallacei Vari & Ferraris,2006 X 2 INPA 38303

Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766) X 17 INPA 38304

Callichthyidae

Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758) X x 13 INPA 38308

Corydoras cf. aeneus (Gill, 1858) X 1 MPEG 25565

Corydoras cf. melanistius Regan, 1912 X 17 MPEG 25563

Corydoras julii Steindachner, 1906 X 26 INPA 38269

Corydoras sp. "C24" * X x 9 MPEG 25564

Megalechis picta (Müller & Troschel, 1849) X x 14 INPA 38307

Cetopsidae

Denticetopsis seducta Vari, Ferraris & de Pinna, 2005 X x 2 INPA 38272

Denticetopsis sp. X 1 INPA 39290

Helogenes marmoratus Günther, 1863 X x 130 MPEG 25574

Doradidae

Acanthodoras cataphractus (Linnaeus, 1758) x x X 10 MPEG 25566

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ORDER/Family/Species CG CO GR MR TC Total Voucher

Heptapteridae

Gladioglanis conquistador Lundberg, Bornbusch & Mago-Leccia, 1991 x X x 12 MPEG 25567

Imparfinis sp. "linha continua" * X 19 INPA 38283

Imparfinis stictonotus (Fowler, 1940) X 64 INPA 38284

Mastiglanis asopos Bockmann, 1994 X 88 MPEG 25570

Pimelodella sp. * x X x 299 MPEG 25568

Rhamdia muelleri (Günther, 1864) X x 35 INPA 38294

Loricariidae

Ancistrus sp. * X 2 MPEG 25571

Ancistrus sp. "bola" * X 36 INPA 38256

Farlowella platorhynchus Retzer & Page, 1997 x X 19 MPEG 25572

Farlowella schreitmuelleri Ahl, 1937 X 34 INPA 38273

Hemiodontichthys acipenserinus (Kner, 1853) X 1 INPA 38278

Hypostomus aff. cochliodon Kner, 1854 * X 1 INPA 38282

Loricaria sp. * X 2 INPA 38335

Otocinclus cf. hoppei Miranda Ribeiro, 1939 X 3 INPA 38289

Rineloricaria aff. formosa Isbrücker & Nijssen,1979 X 1 INPA 38333

Rineloricaria sp. 1 * X x 10 INPA 38334

Rineloricaria sp. 2 * x X 204 INPA 38279

Pseudopimelodidae

Batrochoglanis raninus (Valenciennes, 1840) x X x 11 MPEG 25569

Trichomycteridae

Ituglanis sp. x X x 152 INPA 39289

Paracanthopoma sp. * X 10 INPA 38332

Trichomycterus hasemani (Eigenmann, 1914) x x X 7 MPEG 25573

SYNBRANCHIFORMES

Synbranchidae

Synbranchus madeirae Rosen & Rumney, 1972 X x 22 INPA 38324

Synbranchus sp. "pintado" * X x 3 INPA 38300

Total Geral 8005 1352 11184 1390 388 22319

Riqueza 95 52 82 31 25

231

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57

232

Figura 1: Distribuição geográfica dos igarapés amostrados durante o período de estudo. A linha 233

branca representa o limite das bacias hidrográficas.234

235

Figura 2: Igarapés amostrados durante o período de coletas. A) Igarapé preservado da bacia do 236

Guamá. B) Igarapé preservado das Bacias Costeiras, C) Igarapé preservado da bacia do rio 237

Capim. D) Igarapé impactado da bacia do rio Capim.238

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CONCLUSÕES

O censo visual em igarapés de águas claras se mostrou uma técnica pouco

invasiva e muito eficiente para amostragem diurnas da ictiofauna. Isso foi comprovado

pela curva coletor que registrou mais de 80% das espécies disponíveis durante todo o

período de estudo.

A comparação entre os anos mostraram que há um grande número de espécies de

peixes exclusivas, com baixa abundância, evidenciando limitadas afinidades na

composição ictiofaunistica das bacias.

Os parâmetros ambientais em si e isoladamente não foram tão determinantes

para a separação das bacias. No entanto, foram essenciais para caracterizar a

composição da ictiofauna. As espécies exclusivas tiveram forte relação com as variáveis

ambientais de cada bacia. O fluxo da água e o tipo de substrato foram as principais

variáveis que interagiram com as espécies.

Apesar do longo histórico de colonização e com considerável acúmulo de

estudos ictiofaunísticos, esta região apresentou um elevado número de espécies e de

ocorrências novas. Diante desta situação, um estudo mais amplo sobre a região deve ser

realizado com o intuito de preservar essas espécies diante da rápida perda de habitats.

Estudos como este são de grande importância para a região, pois o conhecimento

da ictiofauna local, aliado ao entendimento da interação que ela tem com as

características locais de cada igarapé, se torna fundamental para que se busquem formas

de conciliar um desenvolvimento regional pautado na melhoria das condições de vida

das populações humanas locais com a conservação ambiental da região.

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Apendice

Apêndice 1: Voucher dos espécimes de igarapés das cinco bacias do Nordestes Paraense. As medidas representam o comprimento padrão. BELONIFORMES Belonidae

Potamorrhaphis eigenmanni Miranda Ribeiro, 1915 - 161,61 mm (INPA 38317).

Potamorrhaphis guianensis (Jardine, 1843) - 200 mm (MPEG 25579).

CHARACIFORMES Acetrorhynchidae

Acestrorhynchus falcatus (Cuvier, 1819) - 60,36 mm (MPEG 25494).

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64

Acestrorhynchus falcirostris (Cuvier, 1819) - 144,92 mm (MPEG 25493).

Anostomidae

Leporinus friderici (Bloch, 1794) - 51,77 mm (INPA 38310).

Characidae

"Hemigrammus” aff. geisleri - 25,08 mm (MPEG 25513).

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65

Astyanax gr. bimaculatus (Linnaeus, 1758) - 58,81 mm (MPEG 25496).

Bario steindachneri (Eigenmann, 1893) - 77,3 mm (INPA 38309).

Bryconops aff. caudomaculatus (Günther, 1864) - 65,23 mm (MPEG 25501).

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66

Bryconops melanurus (Bloch, 1794) - 81,25 mm (MPEG 25500).

Tyttobrycon marajoara Marinho, Bastos & Menezes, 2013 - 18,42 mm (MPEG 25497)

Charax leticiae Lucena, 1987 - 66,46 mm (INPA 38267).

Page 69: VARIAÇÃO INTERANUAL DA COMPOSIÇÃO DAS …§ão_ Douglas Aviz Bastos.pdfimportância dos fatores abióticos locais para composição da ictiofauna (Angermeier e Schlosser, 1989).

67

Gymnocorymbus thayeri Eigenmann, 1908 - 43,84 mm (INPA 38311).

Hemigrammus bellottii (Steindachner, 1882) - 27,75 mm (MPEG 25506).

Hemigrammus guyanensis Géry, 1959 - 24,57 mm (MPEG 25504).

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68

Hemigrammus levis Durbin, 1908 - 28,55 mm (MPEG 25503).

Hemigrammus ocellifer (Steindachner, 1882) - 35,12 mm (MPEG 25505).

Hemigrammus rhodostomus Ahl, 1924 - 30,29 mm (MPEG 25507).

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69

Hemigrammus rodwayi Durbin, 1909 - 26,04 mm (INPA 38277)

Hemigrammus sp. “prata”- 16,93 mm (INPA 38305).

Hemigrammus unilineatus (Gill, 1858) - 36,34 mm (MPEG 25508).

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70

Hyphessobrycon hasemani Fowler, 1913 - 20,16 mm (INPA 38281).

Hyphessobrycon heterorhabdus (Ulrey, 1894) - 24,03 mm (MPEG 25511).

Hyphessobrycon sp. - 23,48 mm (MPEG 25509).

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71

Hyphessobrycon sp. "Bragança" - 21,75 mm (MPEG 25510).

Hyphessobrycon werneri Géry & Uj, 1987 - 23,65 mm (MPEG 25512).

Iguanodectes rachovii Regan, 1912 - 49,38 mm (MPEG 25514).

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72

Jupiaba anteroides (Géry, 1965) - 78,43 mm (INPA 38285).

Knodus sp. – 34,44 mm (INPA 38336).

Knodus cf. victoriae (Steindachner, 1907) - 31,61 mm (INPA 38286).

Knodus sp. "anal longa" - 27,86 mm (INPA 38316).

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73

Microschemobrycon elongates Géry, 1973 - 28,18 mm (MPEG 25515).

Microschemobrycon geisleri Géry, 1973 - 23,54 mm (INPA 38315).

Moenkhausia cf. lepidura (Kner, 1858) - 46,62 mm (MPEG 25519).

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74

Moenkhausia collettii (Steindachner, 1882) - 30,58 mm (MPEG 25517).

Moenkhausia comma Eigenmann, 1908 - 81,65 mm (MPEG 25516).

Moenkhausia oligolepis (Günther, 1864) - 61,15 mm (MPEG 25518).

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75

Phenacogaster cf. pectinatus (Cope, 1870) - 24,14 mm (INPA 38290).

Phenacogaster cf. wayana Le Bail & Lucena, 2010 - 33,84 mm (INPA 38291).

Poptella brevispina Reis, 1989 - 53,48 mm (INPA 38292).

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76

Poptella compressa (Günther, 1864) - 34,01 mm (INPA 38293).

Pristella maxillaris (Ulrey, 1894) - 18,02 mm (MPEG 25520).

Serrapinnus sp. - 33,96 mm (INPA 38297).

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77

Chilodontidae

Chilodus punctatus Müller & Troschel, 1844 - 46,51 mm (MPEG 25575).

Crenuchidae

Characidium cf. etheostoma Cope, 1872 - 37,74 mm (MPEG 25521).

Crenuchus spilurus Günther, 1863 - 34,79 mm (MPEG 25522).

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78

Melanocharacidium cf. dispilomma Buckup, 1993 - 41,54 mm (INPA 38287).

Microcharacidium weitzmani Buckup, 1993 - 11,84 mm (MPEG 25523).

Curimatidae

Curimatopsis cf. crypticus Vari, 1982 - 30,44 mm (MPEG 25528).

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79

Cyphocharax gouldingi Vari, 1992 - 64,65 mm (INPA 38271).

Steindachnerina aff. amazonica (Steindachner, 1911) - 82,22 mm (INPA 38298).

Erythrinidae

Erythrinus erythrinus (Bloch & Schneider, 1801) - 110,16 mm (MPEG 25525).

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80

Hoplerythrinus unitaeniatus (Spix & Agassiz, 1829) - 84,18 mm (MPEG 25526).

Hoplias curupira Oyakawa & Mattox, 2009 - 131,07 mm (INPA 38280).

Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) - 103,22 mm (MPEG 25527).

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81

Gasteropelecidae

Gasteropelecus sternicla (Linnaeus, 1758) - 38,7 mm (INPA 38274).

Carnegiella strigata (Günther, 1864) - 28,42 mm (MPEG 25577).

Lebiasinidae

Copella arnoldi (Regan, 1912) - 30,62 mm (MPEG 25533).

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82

Nannostomus beckfordi Günther, 1872 - 22,7 mm (MPEG 25530).

Nannostomus eques Steindachner, 1876 - 31,02 mm (INPA 38288).

Nannostomus nitidus Weitzman, 1978 - 27,42 mm (MPEG 25531).

Nannostomus trifasciatus Steindachner, 1876 - 29,02 mm (MPEG 25529).

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83

Pyrrhulina aff. brevis Steindachner, 1876 - 62,39 mm (MPEG 25536).

Serrasalmidae

Myloplus rubripinnis (Müller & Troschel, 1844) - 71,19 mm (INPA 38312).

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84

Metynnis lippincottianus (Cope, 1870) - 66,3 mm (INPA 38325).

Serrasalmus rhombeus (Linnaeus, 1766) - 60,91 mm (INPA 38313).

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85

Cyprinodontiformes Poeciliidae

Fluviphylax palikur Costa & Le Bail, 1999 - 16,34 mm (MPEG 25581).

Micropoecilia mínima (Costa & Sarraf, 1997) - 16,67 mm (MPEG 25578).

Rivulidae

Anablepsoides urophthalmus Günther, 1866 - 25,61 mm (INPA 38323)

Laimosemion strigatus Regan, 1912 - 19,27 mm (MPEG 25576).

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86

GYMNOTIFORMES Gymnotidae

Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 – 168 mm (INPA 38276).

Gymnotus cf. jonasi Albert & Crampton, 2001 - 53,08 mm (MPEG 25558).

Gymnotus coropinae Hoedeman, 1962 - 93,28 mm (MPEG 25559).

Hypopomidae

Brachyhypopomus brevirostris (Steindachner, 1868) - 94,05 mm (INPA 38260).

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87

Brachyhypopomus beebei (Schultz, 1944) - 122,36 mm (INPA 38306).

Brachyhypopomus sp. "EL" - 75 mm (INPA 38263).

Brachyhypopomus sp. "RE" - 87,62 mm (INPA 38261).

Brachyhypopomus sp. "RO" - 89,88 mm (INPA 38262).

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88

Hypopygus lepturus Hoedeman, 1962 - 53, 14 mm (MPEG 25560).

Microsternarchus bilineatus Fernández-Yépez, 1968 - 78,68 mm (MPEG 25561).

Steatogenys duidae (La Monte, 1929) - 115,35 mm (MPEG 25554).

Rhamphichthyidae

Gymnorhamphichthys petiti Géry & Vu, 1964 - 126,88 mm (MPEG 25555).

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89

Rhamphichthys marmoratus Castelnau, 1855 – 262 mm (INPA 38295).

Sternopygidae

Eigenmannia aff. trilineata López & Castello, 1966 - 84,2 mm (MPEG 25553).

Sternopygus macrurus (Bloch & Schneider, 1801) - 140,41 mm (INPA 38299).

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90

PERCIFORMES Cichlidae

Acaronia nassa (Heckel, 1840) - 100,76 mm (MPEG 25537).

Aequidens tetramerus (Heckel, 1840) - 81,31 mm (MPEG 25538).

Apistogramma agassizii (Steindachner, 1875) - 36,8 mm (MPEG 25540).

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91

Apistogramma caetei Kullander, 1980 - 29,8 mm (MPEG 25543).

Apistogramma gr. regani Kullander, 1980 - 38,11 mm (INPA 38259).

Cichla kelberi Kullander & Ferreira, 2006 - 55,81 mm (INPA 38268).

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92

Crenicichla gr. saxatilis (Linnaeus, 1758) - 74,61 mm (INPA 38270).

Crenicichla johanna Heckel, 1840 - 95,31 mm (MPEG 25546).

Crenicichla regani Ploeg, 1989 - 61,82 mm (INPA 38329).

Crenicichla saxatilis (Linnaeus, 1758) - 140,92 mm (MPEG 25544).

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93

Geophagus altifrons Heckel, 1840 - 88,63 mm (INPA 38275).

Heros notatus (Jardine, 1843) - 105,27 mm (MPEG 25552).

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94

Mesonauta acora (Castelnau, 1855) - 45,72 mm (MPEG 25551).

Nannacara taenia Regan, 1912 - 25,22 mm (MPEG 25548).

Satanoperca jurupari (Heckel, 1840) - 90,62 mm (INPA 38296).

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95

Polycentridae

Monocirrhus polyacanthus Heckel, 1840 - 70,63 mm (MPEG 25549).

SILURIFORMES Aspredinidae

Bunocephalus cf. amaurus Eigenmann, 1912 - 48,21 mm (INPA 38264).

Bunocephalus coracoideus (Cope, 1874) - 50,39 mm (INPA 38266).

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96

Auchenipteridae

Tatia aff. dunni (Fowler, 1945) - 148,86 mm (INPA 38301).

Tatia intermedia (Steindachner, 1877) - 47,14 mm (INPA 38302).

Tetranematichthys wallacei Vari & Ferraris, 2006 - 68,72 mm (INPA 38303).

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97

Trachelyopterus galeatus (Linnaeus, 1766) - 99,98 mm (INPA 38304).

Callichthyidae

Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758) - 46,54 mm (INPA 38308).

Corydoras cf. aeneus (Gill, 1858) - 40,89 mm (MPEG 25565).

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98

Corydoras cf. melanistius Regan, 1912 - 39,06 mm (MPEG 25563).

Corydoras julii Steindachner, 1906 - 40,01 mm (INPA 38269).

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99

Corydoras sp. "C24" - 51,68 mm (MPEG 25564).

Megalechis picta (Müller & Troschel, 1849) - 70,41 mm (INPA 38307).

Cetopsidae

Denticetopsis seducta Vari, Ferraris & de Pinna, 2005 - 39,61 mm (INPA 38272).

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100

Denticetopsis sp. - 19,21 mm (INPA 39290)

Helogenes marmoratus Günther, 1863 - 39,31 mm (MPEG 25574).

Doradidae

Acanthodoras cataphractus (Linnaeus, 1758) - 78,95 mm (MPEG 25566).

Page 103: VARIAÇÃO INTERANUAL DA COMPOSIÇÃO DAS …§ão_ Douglas Aviz Bastos.pdfimportância dos fatores abióticos locais para composição da ictiofauna (Angermeier e Schlosser, 1989).

101

Heptapteridae

Gladioglanis conquistador Lundberg, Bornbusch & Mago-Leccia, 1991 - 26,12 mm (MPEG

25567).

Imparfinis sp. "linha continua" - 23,41 mm (INPA 38283).

Imparfinis stictonotus (Fowler, 1940) - 30,87 mm (INPA 38284).

Mastiglanis asopos Bockmann, 1994 - 43,16 mm (MPEG 25570).

Page 104: VARIAÇÃO INTERANUAL DA COMPOSIÇÃO DAS …§ão_ Douglas Aviz Bastos.pdfimportância dos fatores abióticos locais para composição da ictiofauna (Angermeier e Schlosser, 1989).

102

Pimelodella sp. - 55,5 mm (MPEG 25568).

Rhamdia muelleri (Günther, 1864) - 89,92 mm (INPA 38294).

Loricariidae

Ancistrus sp. - 63,93 mm (MPEG 25571).

Ancistrus sp. "bola" - 28,47 mm (INPA 38256).

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103

Farlowella platorynchus Retzer & Page, 1997 - 133,84 mm (MPEG 25572).

Farlowella schreitmuelleri Ahl, 1937 - 136,06 mm (INPA 38273).

Hemiodontichthys acipenserinus (Kner, 1853) - 56,34 mm (INPA 38278).

Hypostomus gr. cochliodon Kner, 1854 - 37,7 mm (INPA 38282).

Loricaria sp. - 121,54 mm (INPA 38335).

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104

Otocinclus cf. hoppei Miranda Ribeiro, 1939 - 25,52 mm (INPA 38289).

Rineloricaria gr. formosa Isbrücker & Nijssen, 1979 - 74,35 mm (INPA 38333).

Rineloricaria sp. 1 - 94,09 mm (INPA 38334).

Rineloricaria sp. 2 - 61,68 mm (INPA 38279).

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Pseudopimelodidae

Batrochoglanis raninus (Valenciennes, 1840) - 46,25 mm (MPEG 25569). Trichomycteridae

Ituglanis sp. - 36,64 mm (INPA 39289)

Paracanthopoma sp. – 15,53 mm (INPA 38332)

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106

Trichomycterus hasemani (Eigenmann, 1914) - 14,92 mm (MPEG 25573).

SYNBRANCHIFORMES Synbranchidae

Synbranchus madeirae Rosen & Rumney, 1972 – 165 mm (INPA 38324).

Synbranchus sp. "pintado" – 127 mm (INPA 38300).