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1 VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO DESEMPENHO ACADÊMICO NO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS Chiara Raiol Paula Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Pará Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075-110. Belém - Pará Brasil Contato: [email protected] - (91) 980195975 Manoel Raimundo Santana Farias Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo Professor e Pesquisador da Universidade Federal do Pará Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075-110. Belém - Pará Brasil Contato: [email protected] (91) 3201-8044 RESUMO Este estudo teve como objetivo identificar variáveis associadasao desempenho acadêmico dosestudantes do curso de Ciências Contábeis.Para coleta de dados foi aplicado um questionário aos discentes da Universidade Federal do Pará que ingressaram nos anos de 2013 e 2014, por estarem com mais da metade do curso concluída. Foi realizada análise de regressão que indicou um modelo de ajuste com 7 variáveis: desempenho em fases anteriores de ensino, turno de estudo, faixa etária, estado civil, renda própria, metodologia de ensino e recursos didáticos. Os resultados indicaram queque características da instituição, do corpo docente e do discente estão associadas ao desempenho acadêmico. O presente estudo aponta para novas pesquisas, a fim de confirmar as conclusões aqui expostas e/ou acrescentar outros pontos de vista, tal como de professores e gestores, bem como inserir novas variáveis ou discorrer mais detalhadamente sobre uma especifica, com o intuito de contribuir para o conhecimento a respeito do desempenho acadêmico. Palavras-chave: Desempenho acadêmico. Ciências Contábeis. Ensino da Contabilidade. Área temática do evento: Educação e Pesquisa em Contabilidade. 1 INTRODUÇÃO O desempenho acadêmico, especialmente no ensino superior, tem sido um elemento investigado como em Santos(2012), Corbucci (2007) e Cerqueira (2000). Referidosestudos apontam para a importância de desenvolver alternativas eficazes e práticas competentes de ensino-aprendizagem em quea aprendizagem dos discentes é o propósito fundamental de uma instituição de ensino superior. (ARAUJO et al.2013). De acordo com Miranda et al.(2013), o desempenho acadêmico está relacionado com a qualificação docorpo docente; com as metodologias de ensino erecursos didáticos;com características da instituição de ensino, como: estrutura física, bibliotecas, espaço das salas de aulas, laboratórios de informática, forma de organização do ensino, tamanho da turma, carga- horária da disciplina, carga-horária do período, horário da disciplina, quantidade de professores por disciplina, monitoria; além de característicasdos estudantes, como: características sociais, econômicas e a maneira que utilizam seu tempo.Desse modo, existem três grupos principais que afetam o desempenho acadêmico: o corpo docente, a instituição e o corpo discente. (CORBUCCI, 2007).

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VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO DESEMPENHO ACADÊMICO NO CURSO DE

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Chiara Raiol Paula

Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Pará

Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075-110. Belém - Pará – Brasil

Contato: [email protected] - (91) 980195975

Manoel Raimundo Santana Farias

Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo

Professor e Pesquisador da Universidade Federal do Pará

Rua Augusto Corrêa, 01 - Guamá. CEP 66075-110. Belém - Pará – Brasil

Contato: [email protected] – (91) 3201-8044

RESUMO

Este estudo teve como objetivo identificar variáveis associadasao desempenho acadêmico

dosestudantes do curso de Ciências Contábeis.Para coleta de dados foi aplicado um

questionário aos discentes da Universidade Federal do Pará que ingressaram nos anos de 2013

e 2014, por estarem com mais da metade do curso concluída. Foi realizada análise de

regressão que indicou um modelo de ajuste com 7 variáveis: desempenho em fases anteriores

de ensino, turno de estudo, faixa etária, estado civil, renda própria, metodologia de ensino e

recursos didáticos. Os resultados indicaram queque características da instituição, do corpo

docente e do discente estão associadas ao desempenho acadêmico. O presente estudo aponta

para novas pesquisas, a fim de confirmar as conclusões aqui expostas e/ou acrescentar outros

pontos de vista, tal como de professores e gestores, bem como inserir novas variáveis ou

discorrer mais detalhadamente sobre uma especifica, com o intuito de contribuir para o

conhecimento a respeito do desempenho acadêmico.

Palavras-chave: Desempenho acadêmico. Ciências Contábeis. Ensino da Contabilidade.

Área temática do evento: Educação e Pesquisa em Contabilidade.

1 INTRODUÇÃO

O desempenho acadêmico, especialmente no ensino superior, tem sido um elemento

investigado como em Santos(2012), Corbucci (2007) e Cerqueira (2000). Referidosestudos

apontam para a importância de desenvolver alternativas eficazes e práticas competentes de

ensino-aprendizagem em quea aprendizagem dos discentes é o propósito fundamental de uma

instituição de ensino superior. (ARAUJO et al.2013).

De acordo com Miranda et al.(2013), o desempenho acadêmico está relacionado com a

qualificação docorpo docente; com as metodologias de ensino erecursos didáticos;com

características da instituição de ensino, como: estrutura física, bibliotecas, espaço das salas de

aulas, laboratórios de informática, forma de organização do ensino, tamanho da turma, carga-

horária da disciplina, carga-horária do período, horário da disciplina, quantidade de

professores por disciplina, monitoria; além de característicasdos estudantes, como:

características sociais, econômicas e a maneira que utilizam seu tempo.Desse modo, existem

três grupos principais que afetam o desempenho acadêmico: o corpo docente, a instituição e o

corpo discente. (CORBUCCI, 2007).

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Além de entender como os fatores podem ou não estar associados ao desempenho

acadêmico, é importante também observar no processo de ensino-aprendizagem a maneira

como esse desempenho é avaliado, visto que uma avaliação ineficaz não retrata a realidade

acadêmica. Araújoet al. (2013) defendem a ideia de que a avaliação do desempenho

acadêmico precisa ser vista como uma ferramenta de gestão para a quantificação dos esforços

da Instituição de Ensino Superior (IES) na procura por qualidade, excelência, utilidade e

relevância; quer seja pelos docentes ou pelos gestores e, por isso, a avaliação de desempenho

dos discentes é crucial para a reputação da instituição de ensino, influenciando diretamente na

sua imagem diante da sociedade e comunidades acadêmicas.

A pesquisa realizada por Alves, Farias e Farias(2015) foi um dos estímulos para este

estudo, no qual dados obtidos por meio de discentes, também da UFPA, foram analisados a

fim de identificar as variáveis que influenciam o desempenho dos discentes em métodos

quantitativos. Assim, o referido trabalho contribuiu potencialmente nos direcionamentos desta

pesquisa para mensurar os efeitos de diferentes características no desempenho dos discentes

de Ciências Contábeis da mesma instituição.

Conforme Corbucci (2007), pesquisar sobre o desempenho discente e explorar as

variáveis que o influenciam é de grande importância para subsidiar o estabelecimento de

políticas de ensino que resultem em melhor desempenho acadêmico e, consequentemente,

melhor qualidade do ensino. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo identificar

variáveis associadas ao desempenho acadêmico no curso de Ciências Contábeis.

A importância de se conhecer variáveis que influenciam o desempenho dos

estudantes de Contabilidade, no contexto da qualidade do ensino, é a de auxiliar a instituição e

os próprios professores no delineamento de medidas que busquem o aperfeiçoamento do

processo de ensino-aprendizagem.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. DESEMPENHO ACADÊMICO E SUAS DETERMINANTES

Para Santos (2012, p.19), entende-se por desempenho acadêmico o “resultado da

aprendizagem cognitiva produzida pelo processo de instrução ou do conhecimento cognitivo

que se pretendia ensinar no contexto escolar”.

De acordo com Mamede et al (2015, p. 59). O processo de desempenho é um tema complexo, que envolve diversas variáveis e

abre caminhos para a realização de pesquisas em diversas frentes. Como o

profissional contábil vem assumindo, neste sentido, cada vez mais, um papel

importante no desenvolvimento da economia, se faz necessário pesquisas que testem

as variáveis que influenciam a educação contábil e que consequentemente podem

trazer melhorias nesse processo de aprendizagem.

Cornacchioneet al.(2010) alertapara o fato de que a maioria dos discentes atribui o

bom desempenho ao seu esforço próprio, ou seja envolvimento com as atividades propostas

em sala de aula, estudo extraclasse e o interesse em buscar materiais que os auxiliem nesse

estudo, tal como os livros.

A prática docente, conforme Alves, Corrar e Slomski (2004),éum dos aspectos

determinantes para o desempenho acadêmico, no entanto, para que possa ser entendida como

uma das influencias do desempenho dos discentes, é importante atentar para o fato de que o

professor não é mero transmissor de conhecimentos, ele se configura como peça essencial no

processo de ensino-aprendizagem.

Tinto (1975) argumenta que o convíviodo aluno com o ambiente acadêmico e social

da instituição de ensino, resultará na sua escolha de seus objetivos acadêmicos e profissionais.

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Esseconvívio, em grande parte, é estabelecido durante as aulase, assim, de acordo com

KrugereEnsslin (2013), é o professor quem prepara o estudante na busca constante pelo

conhecimento e, por esse motivo, deve utilizar metodologias adequadas para repassar seu

conhecimento, visto que o aluno está no processo de construção do seu conhecimento.

Diante das diversas metodologias que um professor pode escolher para ajudar na

construção do conhecimento discente, as mais conhecidassão caracterizadascomo

metodologias tradicionais, em que as aulas são centradas no professor e é ele quem escolhe

como será o processo de ensino-aprendizagem.Porém, o professor pode incentivar o aluno a

verificar e/ou aplicar a teoria na prática, tornando-o peça ativa no processo construção do

conhecimento via metodologias ativas. (KRUGER; ENSSLIN, 2013).

Assim Guerra e Teixeira (2016, p.382) observam que: As metodologias ativas de ensino-aprendizado são [sic] um processo que inclui o

discente de forma ativa no ambiente relacionado à sua profissão, ainda na sua

formação, estimulando o estudante a buscar respostas de diversos problemas, e isso

possibilita que se coloque em prática, já na graduação, sua capacidade de exame,

reflexão, além de proporcionar meios que o leve à produção de novas pesquisas.

No âmbito das características institucionais, Beltrão, Leite e Ferrão (2002),

observaram que a existência de biblioteca, a avaliação geral das condições de infraestrutura da

escola, bem como a existência de laboratório de informática, são as variáveis que mais

repercutem no desempenho dos discentes. Deste modo, para que o professor consiga

desenvolver sua metodologia de forma eficaz, a instituição deve fornecer subsídios e um

ambiente adequado para que docente e aluno estabeleçam uma boa relação de ensino-

aprendizagem.

2.2. MENSURAÇÃO DO DESEMPENHO ACADÊMICO

Para Munhoz (2004, p.37) “a descrição do termo desempenho envolve a dimensão da

ação e, o rendimento é o resultado da sua avaliação, expresso na forma de notas ou conceitos

obtidos pelo sujeito em determinada atividade”.

Conforme Luckesi (2008), a principal característica que de imediato se evidencia na

prática educativa é de que a avaliação da aprendizagem ganhou um espaço tão amplo nos

processos de ensino que a prática educativa passou a ser direcionada por uma “pedagogia do

exame”, observada claramente no ensino médio, em que todos os esforços docentes e

discentes estão voltados para um treinamento em “resolver provas” visando à preparação para

o vestibular, que é a porta de entrada para uma universidade.

Os professores utilizam as avaliações como ferramentas motivadoras para os

discentes, através do medo e, os estudantes por sua vez, estão sempre na expectativa de serem

aprovados ou não. Em suma, o exercício pedagógico está mais voltado para uma pedagogia

do exame que para uma pedagogia de ensino-aprendizagem. (LUCKESI, 2008).

Segundo Luckesi (2008), o processo educacional vigente em nosso país trabalha com a

verificação da aprendizagem e não com a avaliação.

Para Luckesi, (2008, p.92): O ato de verificar consiste em observar, obter, analisar e sintetizar os dados ou

informações que delimitam o objeto ou ato com o qual se está trabalhando e encerra-

se no momento em que se chega à conclusão que tal objeto ou ato possui

determinada configuração.

Assim, a verificação permite somente que se apure determinado resultado e seja tirada

determinada conclusão, depois disso não há mais nada a fazer. De forma contrária, o ato de

avaliar é mais do que atribuir valores ou qualidades ao objeto em estudo, a avaliação exigeum

posicionamento diante do objeto avaliado, tornando o processo de ensino dinâmico.

(LUCKESI, 2008).

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De acordo com Miranda et al. (2013, p.2) “O primeiro desafio que se apresenta a quem

pretende analisar desempenho acadêmico é definir a forma de mensurá-lo.”Existem diversas

maneiras de demonstrar o desempenho acadêmico, tais como: notas atribuídas pela própria

instituição, média acumulada, por disciplina e semestral, bem como aquelas atribuídas por

órgãos externos a instituição de ensino, que apresentem interesse nesses resultados. Desse

modo, para escolher uma medida que retrate da melhor maneira o que se pretende analisar

com a investigação da performance discente, os objetivos da pesquisa e métodos utilizados

devem ser levados em consideração. (MIRANDA et al. 2013).

2.3. HIPÓTESE GERAL E HIPÓTESES DE PESQUISA

A hipótese geral do estudo é: características discentes, docentes e institucionais estão

relacionadas com o desempenho acadêmico do discente do curso de ciências contábeis.

(CORBUCCI, 2007; BELTRÃO, LEITE E FERRÃO, 2007; ALVES, CORRAR, SLOMSKI,

2007; ANDRADE; CORRAR, 2007; MIRANDA et al. 2013; ALVES, FARIAS E FARIAS,

2015).

Neste estudo as características discentes investigadas foram: desempenho anterior

médio, participação do discente nas disciplinas do curso, turno de estudo, faixa etária, gênero,

estado civil, renda própria e origem escolar (ALVES; FARIAS; FARIAS,2015);

características docentes foram: domínio atualizado do conhecimento, metodologias de ensino,

recursos didáticos e a aplicabilidade do conhecimento de docentes de outras de formação na

contabilidade (ALVES; CORRAR; SLOMSKI, 2007) e as caraterísticas institucionais: uso de

computadores na instituição e condições de infraestrutura das salas de aula. (ANDRADE;

CORRAR, 2007;BELTRÃO;LEITE; FERRÃO, 2007).

Para verificação da hipótese geral foram utilizadas hipóteses de pesquisa, conforme o

Quadro 1:

QUADRO 1 - Hipóteses de pesquisa Hipóteses Referências

– O desempenho médio anterior do discente influencia o desempenho no

curso.

Santos (2012); Alves, Farias e

Farias (2015).

– O desempenho individual do discente é predominantemente

influenciado pelo seu envolvimento com as disciplinas durante a realização

do ensino das mesmas.

Alves, Farias e Farias (2015).

– O desempenho acadêmico está associado ao turno do curso.

Cornacchione Junior et al.

(2010); Alves, Farias e Farias

(2015).

– O desempenho acadêmico está associado a idade dos discentes. Monte e Martins (2011); Alves,

Farias e Farias (2015).

– O desempenho acadêmico está associado ao gênero do aluno. Santos (2012).

– Os discentes não solteiros tem desempenhosuperior aos discentes

solteiros.

Monte e Martins (2011); Alves,

Farias e Farias (2015).

– discentes com renda própria possuem desempenho inferior aos outros

discentes. Monte e Martins (2011).

– O fato de o aluno ser oriundo de escola particular influencia

positivamente no seu desempenho acadêmico. Santos (2012).

– O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pelo domínio

atualizado das disciplinas ministradas pelos professores. Alves, Corrar e Slomski (2004).

– O desempenho acadêmico dos discentes não difere em relação à

metodologia de ensino utilizada pelos professores. Alves, Corrar e Slomski (2004).

– O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pelos recursos

didáticos utilizados pelos professores. Alves, Corrar e Slomski (2004).

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Hipóteses Referências

– O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pela

aplicabilidade na área contábil do conhecimento de professores de outras

faculdades (de dentro da UFPA).

Sugerido nesta pesquisa.

– O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pela frequência

de uso de microcomputadores. Andrade e Corrar (2007).

- O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pelas condições

da sala de aula. Andrade e Corrar (2007).

FONTE: elaboração própria

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. COLETA DE DADOS

No Brasil, algumas Instituições de Ensino Superior, utilizam o Coeficiente de

Rendimento Acadêmico (CRA), que é uma medida de desempenho calculada ao final de cada

período letivo, e cumulativamente, em relação aos períodos anteriores, considerando-se a

carga horária cursada, a carga horária em que o estudante se matriculou e a carga horária em

disciplinas em que o aluno foi reprovado por frequência. (FERREIRA; CRISÓSTOMO,

2011).

Assim, visando maior correlação com o cenário e objeto pesquisado e por ser o

principal indicador de desempenho global do discente na instituição em análise, a variável

dependente “Y” (desempenho dos discentes) foi medida pelo Coeficiente de Rendimento

Acadêmico, tal como procederam, Araújoet al.(2013), Ferreira et al. (2014), Ferreira e

Crisóstomo (2011), Cornacchione Jr. et al. (2010) e Alves, Farias e Farias (2015). Na UFPA

utiliza-se o Coeficiente de Rendimento Geral (CRG) que é equivalente ao CRA,regulado pela

Instrução Normativa da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROEG) – IN n°02/2008 da

UFPA, cujas notas são convertidas em conceitos conforme Quadro 2.

A fórmula para cálculo do CRG, conforme equação 1:

...(1)

Em que:

cCH : Carga horária cursada

mCH : Carga horária matriculada

QUADRO 2 - Variável Independente "Y" Variável independente “Y” Indicadores Mensuração Estudos Anteriores

Desempenho Discente CRG

Excelente (9,0 - 10)

Bom (7,0 – 8,9)

Regular (5,0 – 6,9)

Insuficiente (0 – 4,9)

Araújo et al. (2013);

Cornacchione Jr. et al. (2010);

Ferreira e Crisóstomo (2011);

Ferreira et al. (2014);

Alves, Farias e Farias (2015).

Fonte: UFPA (2008)

Apesar das críticas sobre a possibilidade desse indicador não refletir o desempenho de

um dado discente, na média aceita-se que o mesmo possa se aproximar do real desempenho

de um conjunto de discentes, conforme argumentam Araújoet al. (2013, p.64), conforme a

seguir:

)CH(

)CH (Nota

m

c

CRG

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Reconhece-se que esta talvez não seja a variável ideal para se tomar como proxy do

desempenho, por sinalizar somente o resultado e não o processo de aprendizagem,

isso sem mencionar as diversas situações e artifícios que um aluno pode se utilizar

para maximizar o seu valor. Isto quer dizer que a nota final muitas vezes pode não

refletir o real desempenho do aluno em determinada disciplina, mas parte-se da

premissa de que isso seja puntual [sic] e diluído quando trabalhado de maneira

agregada com uma amostra extensa.

Como instrumento de realização de coleta de dados referentes às variáveis

independentes “X”, foi aplicado um questionário objetivo com 30 itens, composto por três

blocos, perfil socioeconômico, fatores individuais e institucionais. O público alvo foram os

discentes que ingressaram nos anos de 2013 e 2014, pois já haviam percorrido mais da metade

do percurso acadêmico do curso de ciências contábeis, e assim aptos a responder questões

sobre a metodologia de ensino, o domínio das disciplinas ministradas e os recursos didáticos

utilizados.

Foram aplicados, no total, 117 formulários, dos quais 88,89% (104) foram válidos, e

os demais foram excluídos devido a falhas de preenchimento ou ausência de respostas.

3.2 TÉCNICA E ANÁLISE DE DADOS

Tal comoo estudo de Alves, Farias e Farias (2015), para a análise dos dados, a técnica

adotada foi o procedimento estatístico de análise de regressão linear múltipla, a qual nos dirá

se cada variável pode ser considerada útil e se temos ou não um modelo parcimonioso, ou

seja, um modelo que considere apenas preditores úteis. (DOANE; SEWARD, 2014).

Assume-se que a variável resposta (Y) esteja relacionada a k preditores ( , , ,...)

e Um erro aleatório representa tudo que não seja parte do modelo, representados por meio

de uma equação linear chamada de modelo de regressão populacional, conforme equação 2: Y = + + + + + ...(2)

Para determinar um modelo de regressão múltipla para o desempenho acadêmico

(variável resposta) foram investigadas 22 variáveis independentes (preditores). Das quais seis

foram variáveis binárias (dummies), com atribuição dos valores (0) e (1), conforme

mensuraçãoadotada. Que foram – Turno de estudo, – Faixa etária, – Gênero, –

Estado civil, – Renda própria e – Origem escolar. As demais variáveis foram utilizadas

na forma de índice numérico.

Conforme realizado por Alves, Farias e Farias (2015), para estimar a equação inicial

foi definida como variável dependente o desempenho discente, e listadas outras 21 variáveis

baseadas na literatura investigada e uma( – Docentes de outras áreas de formação)

sugerida por esta pesquisa, as quais estão expostas nos Quadros 3 e 4.

QUADRO 3 – Variáveis explicativas do desempenho acadêmico – características

discentes Variáveis Mensuração Referencias

– Desempenho

médio anterior

Assume valores do intervalo de [1,10], conforme

atribuição do indivíduo, a partir de seu desempenho médio

no ensino fundamental e médio.

Andrade e Corrar (2007);

Santos (2012); Alves,

Farias e Farias(2015).

– Índice de

participação médio

do discente

Assume valores do intervalo de [1,10], conforme

atribuição do indivíduo, a partir de valores atribuídos pelo

indivíduo, quando analisados a "realização das atividades

propostas pelo professor em sala" e "estudo extraclasse".

Alves, Farias e

Farias(2015).

– Turno de estudo Assume valor 0 se estudo diurno e 1 , se noturno.

Cornacchione Junior et

al.(2010); Alves, Farias e

Farias(2015).

– Faixa etária Assume valor de 0 se o indivíduo tem até 25 anos e valor

1, acima de 25 anos.

Alves, Farias e

Farias(2015); Araújo et

al.(2010).

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Variáveis Mensuração Referencias

– Gênero Assume valor 0 se o indivíduo for do sexo feminino e

valor 1, se do sexo masculino.

Alves, Farias e

Farias(2015); Araújo et

al.(2010).

– Estado civil Assume valor 0 se o indivíduo é não solteiro e 1, se

solteiro.

Alves, Farias e

Farias(2015).

– Renda própria Assume valor 0 se o indivíduo não possui renda e 1, caso

contrário.

Cornacchione Junior et al.

(2010); Alves, Farias e

Farias(2015).

– Origem escolar Assume valor 0 se estudo diurno e 1 , se noturno.

Andrade e Corrar (2007);

Alves, Farias e

Farias(2015).

FONTE: elaboração própria

QUADRO 4 – Variáveis explicativas do desempenho acadêmico – características

docentes e institucionais

Variáveis Mensuração Referencias

– Domínio atualizado

das disciplinas ministradas

Assume valor 0 se o indivíduo estudou apenas em

escola pública e 1, caso contrário.

Alves, Corrar e Slomski

(2004).

– Metodologia ativa Assume valores do intervalo de [1,10], conforme

perspectiva do aluno em relação a metodologia ativa

aplicada pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e

Corrar(2007).

– Metodologia passiva Assume valores do intervalo de [1,10], conforme

perspectiva do aluno em relação a metodologia

passiva aplicadas pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Recurso didático –

Data show

Assume valores do intervalo de [1,10] para o de

recurso utilizado pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Recurso didático –

Atividades de pesquisa

Assume valores do intervalo de [1,10] para o de

recurso utilizado pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Recurso didático –

Livro-texto e/ou manuais

Assume valores do intervalo de [1,10] para o de

recurso utilizado pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Recurso didático –

apostilas e resumos

Assume valores do intervalo de [1,10] para o de

recurso utilizado pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Recurso didático –

cópias de trechos ou

capítulos de livros

Assume valores do intervalo de [1,10] para o de

recurso utilizado pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Recurso didático –

artigos de periódicos

especializados

Assume valores do intervalo de [1,10] para o de

recurso utilizado pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Recurso didático –

Anotações manuais

Assume valores do intervalo de [1,10] para o de

recurso utilizado pelo professor.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Docentes de outras

áreas de formação

Assume valores do intervalo de [1,10] para a

familiaridade dos docentes com a área contábil.

Sugerido nesta pesquisa.

– Acesso a

computador na IES

Assume valores do intervalo de [1,10] para a

frequência no uso de microcomputadores.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

– Acesso a

computador fora da IES

Assume valores do intervalo de [1,10] para a

frequência no uso de microcomputadores.

Alves, Corrar e Slomski

(2004); Andrade e Corrar

(2007).

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Variáveis Mensuração Referencias

– Condições da sala

de aula(iluminação,

ventilação, espaço,

mobiliário, etc.).

Assume valores do intervalo de [1,10] para as

condições das salas de aula.

Beltrão, Leite e Ferrão

(2002).

FONTE: elaboração própria

A análise de regressão foi realizada com o auxílio de ferramentas de tabulação e

análise dos dados nas 104 observações (i = 1, i = 2, i = 3, ..., i = 104), com o auxílio dos

Softwares Microsoft Excell e Statistical Package for the Social Sciences SPSS , adotando o

nível de significância a 5% (α = 0,05).

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

4.1. ESTATISTICA DESCRITIVA

Dos 117 questionários respondidos, foi verificado que 76,92% dos questionados eram

do turno diurno, enquanto que 23,08% estudavam à noite. Quanto à faixa etária, 69 discentes

responderam possuir até 25 anos (66,35%) e apenas 35 questionados (33,65%) têm faixa

etária acima de 25 anos. Conforme Tabela 1.

Tabela 1 - Turno e Faixa etária Turno Questionados (%) Faixa Etária Questionados (%)

Diurno 80 76,92 Até 25 anos 69 66,35

Noturno 24 23,08 Acima de 25 anos 35 33,65

FONTE: dados da pesquisa

Quanto ao gênero, a pesquisa mostrou que a maioria dos entrevistados são do sexo

feminino 59,62% e 40,38% dos entrevistados são do sexo masculino, conforme estudos de

Alves, Farias e Farias (2015). A Tabela 2 mostra também o estado civil dos questionados no

qual a grande maioria é solteiro, correspondendo 84,62%. Já os considerados “não solteiros”

representam somente 15,38%, em outras palavras, 16 pessoas de um total de 104.

Tabela 2 - Gênero e Estado Civil Gênero Questionados (%) Estado Civil Questionados (%)

Masculino 42 40,38 Solteiro 88 84,62

Feminino 62 59,62 Não solteiro 16 15,38

FONTE: dados da pesquisa

Conforme Tabela 3, quando questionado sobre possuir renda própria e sobre a origem

escolar, a pesquisa revelou um certo equilíbrio. 55,77% dos entrevistados afirmaram possuir

renda própria, subtendendo-se que já atuam no mercado de trabalho em algum tipo de

atividade. E quanto à origem escolar 52,88% dos discentes são oriundos de ensino

integralmente público.

Tabela 3 - Renda própria e Origem escolar Renda própria Questionados (%) Origem escolar (%) Percentual (%)

Possuo 58 55,77 Apenas pública 55 52,88

Não possuo 46 44,23 Pública/particular 49 47,12

FONTE: dados da pesquisa

Os discentes, 26% deles, declararam usar computador na IES, somente 8% afirmaram

usar com frequência e 44% declararam usar computador fora da IES.

4.2. ANÁLISE DE REGRESSÃO MÚLTIPLA

Para realizar a regressão foram utilizadas as 22 variáveis já mencionadas neste estudo,

conforme Quadros 3 e 4. O procedimento inicial foi o simultâneo (Enter). As saídas (outputs)

analisadas do modelo foram: R²(coeficiente de determinação), estatística F(ANOVA – análise

de variância) e a estatística T(teste de hipóteses), como foi feito no estudo de Alves, Farias e

Farias (2015).

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9

Na Tabela 4, resumo do modelo proposto inicialmente, temos um R² de 32%, ou seja,

a capacidade preditiva do modelo 1, o qual demonstra a proporção da variação total explicada

pela relação entre X e Y. O R² ajustado do modelo é de 13,5%, que é a proporção da variação

de Y explicada por todas as variáveis tomadas em conjunto. É tentador pensar que ao incluir

muitos preditores em um modelo, ele nos forneceria um ajuste mais confiável, no entanto

corre-se o risco de cair em sobreajuste (overfitting) do modelo, e então é necessário um

ajustamento na estatística R², para que as variáveis inexpressivas não sejam levadas em

consideração. (DOANE; SEWARD, 2014).

Tabela 4: Resumo do modelo 1

Modelo R R² R² ajustado Erro padrão

1 0,565a 0,320 0,135 1,106

a. Preditores: (Constante), _desemp_medio_anterior, _indice_part_medio, _turno, _faixa_etária,

_gênero, _estado_civil, _renda_própria, _Origem_escolar, _dominio_atualizado_docente,

_metod_ativa , _metod_passiva, _RD_datashow, _RD_atividades_de_pesquisa,

_RD_Livros/manuais, X15_RD_apostilas/resumos, _RD_cópias, _RD_periódicos,

_RD_anotações, _docentes_outra_formação, _Computador_IES, _computador_fora_IES,

_Condições_sala_ de_ aula

FONTE: dados da pesquisa

Adotando um intervalo de confiança de 95%, os resultados da regressão mostraram

que dentre as 22 variáveis incluídas no modelo, somente duas ( _turno e

_metodologia_passiva) apresentaram significância. A maioria das componentes em estudo

apresentou Sig. t > 0,05, no entanto deve - se levar em consideração que estamos tratando de

comportamento humano, e estabelecer determinado grau de confiança nos dá respaldo para

discutir o assunto, porém em maior ou menor escala as variáveis influenciam positiva ou

negativamente no desempenho discente e não devem ser menosprezadas.

Para o modelo 2, foi utilizada a técnica de retroceder (Backward), resultando em um

modelo com 7 variáveis, que foram: – desempenho médio anterior, – turno de estudo,

– faixa etária, – estado civil, – renda própria, – metodologia passiva, –

Recursos Didáticos – atividades de pesquisa.

Na Tabela 5, resumo do modelo 2, temos um R² de 27,4% e um R² ajustado 22.1%.

Levando em consideração a quantidade de variáveis independentes e de observações, o

modelo 2 se mostrou mais eficiente, pois explicou a variação total de Y em 22,1% enquanto

no modelo 1 este valor foi de 13,5%. Segundo Doane e Seward (2014), apesar de não haver

nenhuma regra prática para comparar R² e R² ajustado, quanto maior for a diferença entre os

dois coeficientes, demonstra que o modelo possui variáveis que não conseguem explicar a

variável dependente Y e consequentemente enfraquecem o ajuste. No modelo 1 (Tabela 4) a

diferença entre R² e R² ajustado é de 18,5% e é maior que a do modelo 2, que é de 5,3%. Ou

seja, o modelo 2, conforme regressão realizada indicou um modelo mais parcimonioso,

conseguindo explicar o desempenho discente pois as componentes que não demonstraram

impacto significativo na variável dependente Y foram retiradas do modelo.

Tabela 5: Resumo do modelo 2

Modelo R R² R² ajustado Erro padrão

2 0,523a 0,274 0,221 1,049

a. Preditores: (Constante), _desemp_medio_anterior, _turno, _faixa_etária, _estado_civil,

_renda_própria, _metod_passiva, _RD_atividades_de_pesquisa

FONTE: dados da pesquisa

Na Tabela 6, temos a estatística F para o modelo 2, na qual verificamos significância.

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Tabela 6: Significância do modelo ANOVA - modelo 2 ANOVA

a

Modelo Soma dos quadrados

(SQ) g.l.

Quadrado médio

(QM) F Sig.

2

Regressão 39,874 7,000 5,696 5,175 0,000b

Residual 105,674 96,000 1,101

Total 145,548 103,000

a. Dependente Variável: Y_Desemp_Discente

b. Preditores: (Constante), _desemp_medio_anterior, _turno, _faixa_etária, _estado_civil,

_renda_própria, _metod_passiva, _RD_atividades_de_pesquisa

FONTE: dados da pesquisa

Ao analisar a significância dos parâmetros do modelo 2, Tabela 7, todas as variáveis

apresentaram Sig, t < 0,05, com exceção do

preditor _recursos_didáticos_atividades_de_pesquisa que apresentou-se significativo a

10%, Sig. = 0,69 < 0,1.

Tabela 7: Significância dos parâmetros da regressão - modelo 2

Coeficientes a

Modelo

Coeficientes não

padronizados

Coeficientes

padronizados T Sig.

95,0% Intervalo

de Confiança

para B

B Erro

padrão Beta

Limite

inferior

Limite

superior

2

(Constante) 7,891 1,108

7,120 0,000 5,691 10,091

_desemp_anterior 0,313 0,129 0,217 2,429 0,017 0,057 0,568

_turno -1,163 0,284 -0,414 -4,093 0,000 -1,727 -0,599

_faixa_etária -0,531 0,244 -0,212 -2,180 0,032 -1,014 -0,047

_estado_civil 0,634 0,314 0,193 2,021 0,046 0,011 1,257

_renda_própria -0,522 0,223 -0,219 -2,340 0,021 -0,965 -0,079

_metod_passiva -0,203 0,056 -0,333 -3,654 0,000 -0,313 -0,093

_RD_ativ_pesquisa -0,102 0,055 -0,165 -1,840 0,069 -0,212 0,008

a. Variável dependente: Y_Desemp_Discente

FONTE: dados da pesquisa

4.3. TESTE DAS VARIÁVEIS DE DESEMPENHO

O modelo 2 foi o mais eficiente para demonstrar o desempenho discente., eliminando

15 variáveis que não estavam fortalecendo o ajuste do modelo em questão, que foram: –

índice de participação médio discente, – gênero, – origem escolar, – domínio

atualizado do conhecimento docente, – metodologia ativa, – recursos didáticos –

Datashow, – recursos didáticos – livros/manuais, – recursos didáticos –

apostilas/resumos, – recursos didáticos – cópias, – recursos didáticos – periódicos,

– recursos didáticos – anotações , – docentes de outras áreas de formação, – uso

de computador na IES, – uso de computador fora da IES, – Condições sala de aula.

Com isso foram rejeitadas as hipóteses H , H , H , H , H , H , H , conforme Quadro 5.

QUADRO 5 - Resultado das hipóteses de pesquisa Hipóteses Variáveis

associadas Resultado

H – O desempenho médio anterior do discente, durante o ensino médio,

influencia o desempenho no curso. Não rejeitada

H – O desempenho individual do discente é predominantemente

influenciado pelo seu envolvimento com as disciplinas durante a realização

do ensino das mesmas.

Rejeitada

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Hipóteses Variáveis

associadas Resultado

H – O desempenho acadêmico está associado ao turno do curso. Não rejeitada

H – O desempenho acadêmico está associado a idade dos discentes. Não rejeitada

H – O desempenho acadêmico está associado ao gênero do aluno. Rejeitada

H – O desempenho acadêmico está associado ao estado civil dos discentes. Não rejeitada

H – O desempenho acadêmico está associado ao fato dos discentes

possuírem renda própria. Não rejeitada

H – O fato de o aluno ser oriundo de escola particular influencia

positivamente no seu desempenho acadêmico. Rejeitada

H – O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pelo domínio

atualizado das disciplinas ministradas pelos professores. Rejeitada

H – O desempenho acadêmico dos discentes está associado à metodologia

de ensino utilizada pelos professores. e Não Rejeitada

H – O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pelos recursos

didáticos utilizados pelos professores. e Não rejeitada

H – O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pela

aplicabilidade na área contábil do conhecimento de professores de outras

áreas de conhecimento.

Rejeitada

H – O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pela

frequência de uso de microcomputadores. e Rejeitada

H - O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pelas

condições da sala de aula. Rejeitada

Variáveis associadas: _desemp_medio_anterior, _ índice_part_medio , _turno, _faixa_etária,

_gênero, _estado_civil, _renda_própria, _Origem_escolar, _domínio_atualizado_docente,

_metod_ativa , _metod_passiva, _RD_datashow, _RD_atividades_de_pesquisa,

_RD_Livros/manuais, _RD_apostilas/resumos, _RD_cópias, _RD_periódicos,

_RD_anotações, _docentes_outra_formação, _Computador_IES, _computador_fora_IES,

_Condições_sala_ de_ aula

FONTE: dados da pesquisa

O preditor – desempenho médio anterior do discente e o – estado civil indicaram

relação direta, ou seja, > 0 e > 0. Logo, a hipótese 1 e a hipótese 6 não foram

rejeitadas. Conclui-se que quanto melhor o desempenho do aluno anteriormente, no ensino

médio, melhor seu desempenho no nível superior de ensino e que o fato de o aluno ser não

solteiro influi positivamente em seu desempenho.

As variáveis – turno de estudo, – faixa etária, – renda própria, -

metodologia passiva e - recursos didáticos – atividades de pesquisa apresentaram

correlação negativa, ou seja, estas variáveis caminham em direção oposta ao desempenho,

pois < 0, < 0, < 0, < 0 e < 0. Com isso as hipóteses 3, 4, 7, 10 e 11 não

foram rejeitadas e entende - se que há associação entre estas variáveis e o desempenho

acadêmico, visto que a performance dos discentes do turno diurno (manhã e tarde) é superior

aos discentes do turno noturno, discentes menores de 25 anos tendem a um desempenho

maior que discentes com mais de 25 anos, discentes com renda própria apresentaram

desempenho menor que discentes que ainda não auferem renda e o uso de atividades de

pesquisa como recurso didático e de metodologias passivas tendem a diminuir o desempenho

acadêmico.

Assim, a equação funcional da variável resposta “desempenho acadêmico” (𝑌𝑖), com

base nos valores obtidos na Tabela 9, é descrita na equação 3:

𝑌𝑖= 7,891 + 0,313.(desemp_anterior) – 1,163.(turno) – 0,531.(faixa_etária) +

0,634.(estado_civil) - 0,522.(renda_própria) – 0,233.(metod_passiva) –

0,102.(RD_ativa_pesquisa) + 1,049 ...(3)

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5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após levantamento na literatura inerente ao desempenho discente, coleta de dados e

posterior análise, formou-se um sólido conjunto de informações capazes de contribuir para

uma melhor compreensão sobre o desempenho acadêmico. Diante disso, a questão que

norteou esta pesquisa foi a seguinte: Quais variáveis estão associadas ao desempenho dos

discentes do curso de Ciências Contábeis?

Com base nos dados deste estudo, levando em consideração o campo de aplicação, é

possível verificar que desempenho em fases posteriores de ensino, turno de estudo, faixa

etária, estado civil, possuir ou não renda própria, a metodologia de ensino e recurso didático

aplicado, são variáveis associadas ao desempenho dos discentes. Em contrapartida, índice de

participação médio do discente, gênero, origem escolar, domínio atualizado do conhecimento

dos docentes, aulas ministradas por docentes de outras áreas de formação, uso de computador

dentro e fora da universidade e as condições sala de aula, não foram significativamente

associadas ao desempenho acadêmico.

O desempenho médio anterior do discente, medido neste estudo pela perspectiva do

próprio aluno em relação as disciplinas do ensino médio, identificou-se com umas das

componentes do desempenho no ensino superior. A esserespeito Santos (2012) destaca que:

deve-se considerar a natureza cumulativa da educação; os resultados alcançados em cada fase

da vida escolar são reflexos de todas as experiências acumuladas do estudante, desde seu

nascimento até o momento atual; em geral, refletem as escolhas feitas pelos pais do aluno, do

aluno e gestores das escolas;e a capacidade cognitiva pertinente a cada ser humano e

características fixas que não se alteram com o passar dos anos. De modo geral, se um aluno

possui bom desempenho no ensino fundamental e médio, consequentemente terá também um

bom desempenho no ensino superior.

Confirmando a pesquisa de Alves, Farias e farias (2015), o turno de estudo influencia

o desempenho discente, ou seja, o desempenho dos discentes dos turnos da manhã e da tarde

costuma ser maior que o daqueles que frequentam o curso de ciências contábeis à noite.

Esta pesquisa encontrou que idade e renda própria são significativamente negativas

para explicar o desempenho dos discentes, ou seja, discentes com mais de 25 anos e discentes

que possuem renda própria apresentaram desempenho inferior aos discentes mais novos e aos

discentes que não auferem renda. Resultado este, diferente do realizado por Andrade e Corrar

(2007), em que foi evidenciado que estudantes que trabalham parecem mais motivados e por

isso mais prováveis de obterem melhor desempenho.

Andrade e Corrar (2007) sugerem que os desempenhos dos solteiros e casados diferem

significativamente, sendo que solteiros têm melhor desempenho comparativamente aos

casados. Entretanto, como no estudo de Monte e Martins (2011) e Santos (2012), ser solteiro

não contribui positivamente para o desempenho discente. A maioria dos discentes analisados

se declarou solteiro (84,62%), no entanto, supostamente não possuir obrigações conjugais e

mais tempo para se dedicar as atividades acadêmicas, não contribuiu para um desempenho

mais expressivo.

Andrade e Corrar (2007) observaram que modalidades tradicionais (expositivas) têm

proporcionado desempenho mais elevados em relação à modalidades mais interativas

(trabalhos de grupos, aulas práticas e outras). Diversamente, o uso de metodologias ativas não

foi expressivamente significativo para explicar o desempenho, no entanto o uso de

metodologias passivas (tradicionais) apresentou correlação indireta com o desempenho, ou

seja, quanto mais submetidos a metodologias passivas pior o desempenho, corroborando a

pesquisa de Teixeira e Guerra (2016), em que foi verificado que o desempenho dos discentes

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submetidos a metodologias ativas de ensino, foi melhor do que daqueles submetidos a

metodologias tradicionais.

Este estudo analisou os seguintes recursos didáticos: Data show, atividades de

pesquisa, livro-texto e/ou manuais, apostilas e resumos, cópias de trechos ou capítulos de

livros, artigos de periódicos especializados e anotações manuais. Dentre estes recursos

somente atividades de pesquisa indicou associação com o desempenho discente, a relação foi

negativa, ou seja, quanto mais atividades de pesquisa pior o desempenho.

6. CONCLUSÃO

Este estudou buscou identificar as variáveis que influenciam o desempenho acadêmico

dos discentes do curso de ciências contábeis da Universidade Federal do Pará. A pesquisa foi

aplicada aos discentes que ingressaram nos anos de 2013 e 2014, pois o objetivo era obter

uma visão mais completa das características do curso e da instituição.

Para a análise dos dados foi usada a estatística descritiva e de regressão múltipla.

Assim, há evidências empíricas favoráveis à hipótese geral do estudo por meio das hipóteses

testadas, , , , , , e . Ou seja, características pessoais, socioeconômicas e

institucionais estão relacionadas com o desempenho acadêmico do discente do curso de

ciências contábeis.

– O desempenho médio anterior do discente influencia o desempenho no curso. Ou

seja, os dados indicaram que discentes que obtiveram bom desempenho no ensino médio,

mantiveram o bom desempenho do ensino superior.

– O desempenho acadêmico está associado ao turno do curso. Os resultados

indicaram que discentes que estudam de manhã e de tarde apresentaram desempenho superior

aos discentesque estudam à noite.

– O desempenho acadêmico está associado a idade dos discentes.As evidências

indicaram quediscentes com mais de 25 anos apresentaram desempenho inferior aos

discentescom menos de vinte e cinco anos.

– Os discentes não solteiros tem desempenho superior aos discentes solteiros. Ou

seja, os discentes que se declararam não solteiros apresentaram desempenho superior aos

solteiros.

– Discentes com renda própria possuem desempenho inferior aos outros discentes.

Ou seja, de acordo com os dados os discentes que auferem renda apresentaram desempenho

inferior àqueles que ainda não possuem atividade remunerada.

– O desempenho acadêmico dos discentes não difere em relação à metodologia de

ensino utilizada pelos professores. Esse resultado foi contraditório, visto que metodologias

ativas não apresentaram significância, mas a metodologia passiva sim, poisos testes indicaram

que quanto mais os discentes são submetidos a metodologias passivas, piores os seus

desempenhos.

– O desempenho acadêmico dos discentes é influenciado pelos recursos didáticos

utilizados pelos professores. Dentre os recursos didáticos analisados por este estudo, os dados

apontaram que quanto mais as atividades de pesquisa são utilizadas como recursos didáticos

pior o desempenho dos discentes.

O valor do R² ajustado, obtido por meio da regressão do modelo 2, foi de 0,221.

Como se sabe, diversas outras variáveis, não discutidas neste estudo, estão

relacionadas ao desempenho acadêmico, como aquelas relacionadas ao contexto familiar e

social, características relacionadas aos professores, além das características institucionais que

podem ser discriminadas e analisadas de maneira mais específica.

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No mais, é importante ressaltar que a pesquisa não foi direcionada para todos os

discentes do curso em questão e a perspectiva analisada foi a discente. Os resultados deste

estudo não são absolutos e podem ser discutidos por novas pesquisas afim de confirmar as

conclusões aqui expostas, levando em consideração outros pontos de vista, tal como de

professores e gestores, com o intuito de contribuir para o processo de construção do

conhecimento acadêmico e assim melhorar a performance dos discentes.

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