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  • AULA

    14Transformaes ConformesMETA:

    Introduzir o conceito de transformaes conforme.

    OBJETIVOS:

    Ao fim da aula os alunos devero ser capazes de:

    Definir transformaes conformes e exemplificar transformaes

    conformes.

    PR-REQUISITOS

    Aula03 de Variveis Complexas.

  • Transformaes Conformes

    14.1 Introduo

    Caros alunos estamos quase no final de nosso curso de Va-

    riveis Complexas. Nosso assunto de agora Transformaes

    Conformes. Aqui estabeleceremos os aspectos bsicos de trans-

    formaes conformes como ponto de partida para a prxima aula

    onde faremos algumas aplicaes das transformaes conformes.

    14.2 Transformaes Conformes

    Vamos iniciar com a definio do conceito de transformaes con-

    formes:

    x

    y plano xy

    (x0, y0)

    C2

    C1

    u

    v plano w(u0, v0)

    C1

    C2

    Figura 14.1: Transformaes Conformes

    Definio 14.1. Seja : D R2 7 R2 uma transformao deum aberto D de R2 em R2 tal que leva o ponto (x0, y0) do plano

    xy no ponto (u0, v0) do plano uv. Se dada duas curvas C1 e C2

    do plano xy que se interceptam em z0 so levadas na curvas C 1 e

    C 2 que se interceptam em (u0, v0) (ver figura 14.1) ento se

    tal que o ngulo entre as curvas C1 e C2 em (x0, y0) igual ao

    ngulo entre C 1 e C 2 em mdulo e sentido, dizemos que uma

    transformao conforme em (x0, y0).

    194

  • Variveis Complexas AULA

    14Vamos examinar a mudana de direo de curvas no plano com-plexo z, passando pelo ponto z0 sob a transformao w = f(z)

    quando a funo em questo holomorfa em z0 e alm disso f (z0) 6=0. Para isso enunciamos e provamos o seguinte teorema:

    x

    y plano z

    z0

    z0 + z

    C

    0

    u

    v plano w

    w0

    w0 + w

    C

    0 + a

    Figura 14.2: Transformaes Conformes

    Teorema 14.1. Sejam D C um aberto, f : D C 7 C, w =f(z) uma transformao holomorfa em z0 D tal que f (z0) 6= 0ento a tangente a qualquer curva C passando por z0 girada de

    um ngulo igual a arg(f (z0)).

    PROVA: Quando um ponto se move de z0 a z0 + z ao longo

    da curva C no plano z (ver figura 14.2) sua imagem atravs de

    f(z) move-se ao longo de C , no plano w, de w0 at w0 + w. Se

    parametrizarmos a curva C usando o parmetro t ento o caminho

    z(t) (x = x(t) e y = y(t)) em C corresponde ao caminho w(t) (u =

    u(t) e v = v(t)) em C tal que: z0 = z(t0) e w0 = w(t0) = f(z(t0)).

    As derivadasdz

    dtedw

    dtrepresentam os vetores tangente nos pontos

    correspondentes de C e C . Da, ento, da regra da cadeia, temos:

    dw

    dt=dw

    dz.dz

    dt

    = f (z).dz

    dt

    (14.201)

    195

  • Transformaes Conformes

    Em particular fazendo t = t0 em eqn 14.201 temos:

    dw

    dt

    t=t0

    = f (z(t0)).dz

    dt

    t=t0

    Que equivalente a:

    dw

    dt

    w=w0

    = f (z0).dz

    dt

    z=z0

    (14.202)

    Levando em conta que f(z) holomorfa em z0. Escrevendodw

    dt

    w

    =

    w0 = f0e0 , f (z0) = R0e e

    dz

    dt

    z=z0

    = r0e0 e substituindo em

    eqn 14.202 temos:

    f0e0 = R0e

    .r0e0

    = R0.r0e(+0)

    (14.203)

    Finalmente, de eqn 14.203 temos:

    0 = 0 + = 0 + arg(f(z0)).

    OBS 14.1. Notem que nos pontos crticos (pontos para os quais

    f (z0) = 0) indeterminado.

    Teorema 14.2. Sejam D C um aberto, f : D C 7 C, w =f(z) uma transformao holomorfa em z0 D tal que f (z0) 6=0 ento, o ngulo entre duas curvas C1 e C2 passando por z0

    preservado pela transformao w = f(z) em mdulo e direo.

    PROVA: Pelo teorema 14.2 cada curva gira do ngulo arg(f (z0))

    assim, o ngulo entre as curvas no se altera pela transformao

    w = f(z) tanto em mdulo quanto em sentido.

    OBS 14.2. Em outras palavras o teorema acima diz que uma

    aplicao holomorfa uma transformao conforme.

    Para concluir, vamos enunciar, sem demonstrar um importante

    teorema sobre transformaes conformes. A saber:

    196

  • Variveis Complexas AULA

    14Teorema 14.3. Seja C uma curva simples fechada, contorno deuma regio simplesmente conexa ento existe uma transformao

    biunvoca w = f(z) holomorfa em C e seu interior, que mapeia C

    na borda do disco unitrio no plano w e o interior de C no interior

    do disco unitrio.

    OBS 14.3. A demonstrao deste teorema de enunciado simples

    bastante tcnica e foge ao escopo deste texto. Porm, se os caros

    alunos quiserem aprofundar o assunto tem uma demonstrao em

    TIMONEY na leitura complementar.

    14.3 Exemplos de Algumas Transformaes Con-

    formes

    Veremos nesta seo alguns exemplos de algumas transformaes

    conformes.

    x

    y plano z

    z0

    u

    v plano w

    f(z0)

    1

    Figura 14.3: Transformaes Conformes

    Exemplo 14.1. Como primeiro exemplo, vamos mostrar que a

    transformao w = f(z) onde f(z) = e0z z0z z0 , z0 um ponto do

    semiplano superior e 0 R transforma o semiplano superior noplano z no disco unitrio no plano w (ver figura 14.3).

    197

  • Transformaes Conformes

    x

    y

    |z z 0|

    |zz 0|

    plano xy

    z0

    z0

    z

    Figura 14.4: Transformaes Conformes

    SOLUO: Da figura 14.4 se z pertence ao semiplano superior

    temos |z z0| |z z0| ocorrendo a igualdade se z pertence aoeixo real. Da, temos:

    |w| =e0 z z0

    z z0

    = |e0|. |z z0||z z0| 1

    pois, |e0| = 1 e |z z0| |z z0|.

    OBS 14.4. Observamos tambm que f(z0) = 0 e que o eixo real

    mapeado na borda do disco unitrio.

    14.3.1 Transformaes de Mbius

    Veremos agora um tipo especial de transformao conforme de-

    nominada de transformao de Mbius.

    Definio 14.2. Uma transformao fracionria

    w = f(z) =az + b

    cz + d(14.204)

    tal que ad bc 6= 0 dita uma transformao de Mbius.

    198

  • Variveis Complexas AULA

    14Uma das propriedades das transformaes fracionrias, em par-ticular as transformaes de Mbius, que a composio de duas

    transformaes fracionria uma transformao fracionria. sejam

    f(z) =az + b

    cz + de g(z) =

    z +

    z + . Da, temos:

    (f g)(z) = f(g(z)) =az +

    z + + b

    cz +

    z + + d

    =

    az + a + bz + b

    z + cz + c + dz + d

    c + d

    =(a+ b)z + (a + b)

    (c+ d)z + (c + d)

    Tirando eqn 14.204 da forma de frao temos:

    Azw +Bz + Cw +D = 0 (14.205)

    que linear em z linear em w e bilinear em z e w.

    Por outro lado podemos inverter eqn 14.204 e temos:

    z = f1(w) =dw + bcw a

    Se c = 0 deixa de ser uma transformao fracionria e passa a ser

    uma transformao linear.

    Caso c 6= 0 podemos reescrever eqn 14.204 na forma:

    w = f(z) =a

    c+bc ad

    c

    1

    cz + d

    e portanto a condio ad bc 6= 0 garante que eqn 14.204 no a transformao constante.

    14.3.2 Pontos fixos de uma Aplicao

    Imaginemos sobrepor o plano w no plano z de modo que os eixos

    coordenados coincidam. Desta forma teremos essencialmente um

    199

  • Transformaes Conformes

    nico plano. E, podemos encarar uma transformao w = f(z)

    como uma aplicao que leva pontos do plano em outros pontos

    do plano. Assim faz sentido a seguinte definio:

    Definio 14.3. Seja f : C 7 C uma transformao. Dizemosque z C um ponto fixo de f() se, somente se z = f(z).

    Vejamos um exemplo:

    Exemplo 14.2. Determine os pontos fixos da seguinte transfor-

    mao fracionria: f(z) =2z 5z + 4

    .

    SOLUO: Da definio de ponto fixo temos:

    z = f(z) =2z 5z + 4

    Da, desfazendo a frao temos:

    z2 + 2z + 5 = 0

    Resolvendo a equao do segundo grau temos:

    z1 =2 +22 4.1.5

    2

    =2 +16

    2

    = 1 + 2

    z2 =222 4.1.5

    2

    =216

    2

    = 1 2.

    Ficaremos por aqui.

    200

  • Variveis Complexas AULA

    1414.4 ConclusoNa aula de hoje, vimos que funes holomorfas so transfor-

    maes conformes i.e. transformaes que preservam o ngulo en-

    tre vetores.

    RESUMO

    No nosso resumo da Aula 14 constam os seguintes tpicos:

    Transformaes Conformes

    Definio:

    Seja : D R2 7 R2 uma transformao de um aberto D deR2 em R2 tal que leva o ponto (x0, y0) do plano xy no ponto

    (u0, v0) do plano uv. Se dada duas curvas C1 e C2 do plano xy

    que se interceptam em z0 so levadas na curvas C 1 e C 2 que se

    interceptam em (u0, v0) (ver figura 14.1) ento se tal que o

    ngulo entre as curvas C1 e C2 em (x0, y0) igual ao ngulo entre

    C 1 e C 2 em mdulo e sentido, dizemos que uma transformao

    conforme em (x0, y0).

    Teorema 1:

    Sejam D C um aberto, f : D C 7 C, w = f(z) uma transfor-mao holomorfa em z0 D tal que f (z0) 6= 0 ento a tangente aqualquer curva C passando por z0 girada de um ngulo igual a

    arg(f (z0)).

    Teorema 2:

    Sejam D C um aberto, f : D C 7 C, w = f(z) uma trans-formao holomorfa em z0 D tal que f (z0) 6= 0 ento, o ngulo

    201

  • Transformaes Conformes

    entre duas curvas C1 e C2 passando por z0 preservado pela trans-

    formao w = f(z) em mdulo e direo.

    Definio:

    Uma transformao fracionria

    w = f(z) =az + b

    cz + d

    tal que ad bc 6= 0 dita uma transformao de Mbius.Definio:

    Seja f : C 7 C uma transformao. Dizemos que z C umponto fixo de f() se, somente se z = f(z).

    PRXIMA AULA

    Em nossa prxima aula veremos algumas aplicaes das trans-

    formaes conformes. Em particular veremos aplicaes ao escoa-

    mento potencial de fluidos.

    ATIVIDADES

    Deixamos como atividades as seguintes questes:

    ATIV. 14.1. que a transformao w = f(z) onde f(z) = e0z z0z z0 ,

    z0 um ponto do semiplano superior e 0 R transforma o semi-plano superior no plano z no exterior do disco unitrio no plano w .

    Comentrio: Volte ao texto e reveja com calma e ateno os

    exemplos acima, eles lhes serviro de guia.

    202

  • Variveis Complexas AULA

    14ATIV. 14.2. Seja f(z) = z + az + b

    uma transformao fracionria.

    Qual a relao entre a e b garante que a transformao tem apenas

    um ponto fixo?

    Comentrio: Volte ao texto e reveja com calma e ateno o

    exemplo de ponto fixo, ele lhe servir de guia.

    LEITURA COMPLEMENTAR

    SPIEGEL, Murray R., Variveis Complexas, Coleo Schaum, Ed-

    itora McGraw-Hill do Brasil, 1973.

    SOARES, Mrcio G., Clculo em uma Varivel Complexa, Coleo

    Matemtica Universitria, Editora SBM, 2009.

    BROWN, James W. and CHURCHILL, Ruel R., Complex Vari-

    ables and Applications Editora McGraw Hill, 2008

    FERNANDEZ, Ceclia S. e BERNARDES Jr, Nilson C. Introduo

    s Funes de uma Varivel Complexa. Editora SBM, 2006.

    TIMONEY, Richard M. Riemann Mapping Theorem. http://www.

    maths.tcd.ie/ richardt/414/414-ch7.pdf. Acessado em 01/06/2011.

    203