[VC - Sala 3] Filosofia - I Simulado

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I SIMULADO DE FILOSOFIA – Princípios de filosofia; origens da filosofia; filosofia pré- socrática; filosofia socrática; antropologia filosófica; ética, moral e liberdade; indústria cultural. Disciplina: Filosofia – Sala 3 Prof. Saulo Brasileiro ORIENTAÇÕES 1) Este simulado tem como objetivo promover a auto-avaliação de seus conhecimentos e capacidade de reflexão filosófica a partir de questões similares a do ENEM. As questões retiradas de outros vestibulares estarão indicadas. Todas as outras são próprias. A consulta é, portanto, proibida. 2) Todas as questões são objetivas, assim ou será necessário analisar proposições como V ou F, ou marcar uma alternativa como correta ou incorreta, dependendo do que a questão solicitar. 3) Não se esquecer de colocar seu NOME. 4) Em caso de rasura, indicar de maneira legível qual a resposta que está sendo marcada. ESTUDANTE: __________________________________________________________________ BOM SIMULADO A TOD@S! 1. Leia o fragmento abaixo e assinale a afirmativa correta sobre a ética em questão. “Analogamente, no que tange às ações também existe excesso, carência e um meio-termo. Ora, a virtude diz respeito às paixões e ações em que o excesso é uma forma de erro, assim como a carência, ao passo que o meio-termo é uma forma de acerto digna de louvor; e acertar e ser louvada são características da virtude. Em conclusão, a virtude é uma espécie de mediania, já que, como vimos, ela põe a sua mira no meio- termo.” a) A ética acima foi desenvolvida pelo filósofo alemão Immanuel Kant, sendo um trecho de sua Crítica da Razão Prática, onde a mediania é o ponto-chave do imperativo categórico. b) A ética acima foi desenvolvida pelo filósofo holandês Baruch Espinoza, sendo um trecho de sua obra intitulada Ética. c) A ética acima foi desenvolvida pelo filósofo grego Aristóteles, sendo um trecho de sua obra intitulada Ética a Nicômaco. d) A ética acima foi desenvolvida pelo filósofo italiano Nicolau Maquiavel, sendo parte de sua ética pragmatista.

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I SIMULADO DE FILOSOFIA – Princípios de filosofia; origens da filosofia; filosofia pré-socrática; filosofia socrática; antropologia filosófica; ética, moral e liberdade; indústria cultural.

Disciplina: Filosofia – Sala 3Prof. Saulo Brasileiro

ORIENTAÇÕES

1) Este simulado tem como objetivo promover a auto-avaliação de seus conhecimentos e capacidade de reflexão filosófica a partir de questões similares a do ENEM. As questões retiradas de outros vestibulares estarão indicadas. Todas as outras são próprias. A consulta é, portanto, proibida.2) Todas as questões são objetivas, assim ou será necessário analisar proposições como V ou F, ou marcar uma alternativa como correta ou incorreta, dependendo do que a questão solicitar.3) Não se esquecer de colocar seu NOME.4) Em caso de rasura, indicar de maneira legível qual a resposta que está sendo marcada.

ESTUDANTE: __________________________________________________________________

BOM SIMULADO A TOD@S!

1. Leia o fragmento abaixo e assinale a afirmativa correta sobre a ética em questão.“Analogamente, no que tange às ações também existe excesso, carência e um meio-termo. Ora, a virtude diz respeito às paixões e ações em que o excesso é uma forma de erro, assim como a carência, ao passo que o meio-termo é uma forma de acerto digna de louvor; e acertar e ser louvada são características da virtude. Em conclusão, a virtude é uma espécie de mediania, já que, como vimos, ela põe a sua mira no meio-termo.”

a) A ética acima foi desenvolvida pelo filósofo alemão Immanuel Kant, sendo um trecho de sua Crítica da Razão Prática, onde a mediania é o ponto-chave do imperativo categórico.b) A ética acima foi desenvolvida pelo filósofo holandês Baruch Espinoza, sendo um trecho de sua obra intitulada Ética.c) A ética acima foi desenvolvida pelo filósofo grego Aristóteles, sendo um trecho de sua obra intitulada Ética a Nicômaco.d) A ética acima foi desenvolvida pelo filósofo italiano Nicolau Maquiavel, sendo parte de sua ética pragmatista.e) A ética acima foi desenvolvida pelos filósofos ingleses John Stuart Mill e Jeremy Bentham, constituindo a ética utilitarista.

2. Leia o fragmento abaixo e assinale a afirmativa correta sobre o tipo de pensamento trazido pelo texto.

“Tales, iniciador deste tipo de filosofia, diz que o princípio é a água (por isso afirma também que a terra flutua sobre a água), certamente tirando esta convicção da constatação de que o alimento de todas as coisas é úmido, e da constatação de que até o calor se gera do úmido e vive no úmido. Ora, aquilo de que todas as coisas se geram é o princípio de tudo. Ele tirou, pois, esta convicção desse fato e também do fato de que todas as sementes de todas as coisas têm uma natureza úmida, sendo a água o princípio da natureza das coisas úmidas.” (ARISTÓTELES. Metafísica. A3, 983 b 20-27.)

a) O princípio de tudo (grifado) a que o texto de Aristóteles se refere é chamado, em grego, de physis, constituindo uma parte fundamental do pensamento pré-socrático.b) Embora Tales seja o iniciador deste tipo de filosofia, Aristóteles reconhece que outros pensadores já começaram a ter, antes de Tales, um pensamento mais afastado do mythos e mais próximo do lógos.c) Os pensadores pré-socráticos estão inseridos no período antropológico, já que seus pensamentos são voltados para o homem, enquanto os pensadores socráticos estão inseridos no período

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cosmológico, uma vez que seus pensamentos são voltados para o cosmos – o universo.d) Apesar de Tales ser considerado o primeiro filósofo, esta afirmação é controversa, pois a Teogonia e Cosmogonia de Hesíodo já podem ser consideradas filosóficas e não mitológicas.e) Dentre os pensadores pré-socráticos de destaque estão Tales, Parmênides, Heráclito e Platão.

3. Leia o diálogo abaixo e assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as assertivas a seguir.

“Sócrates – Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoços acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.

Glauco – Estou vendo.

Sócrates – Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda espécie, que os transpõem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.

Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.

Sócrates — Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e de seus companheiros, mais do que as sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica defronte?

Glauco — Como, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida?

Sócrates — E com as coisas que desfilam? Não se passa o mesmo?

Glauco — Sem dúvida.

Sócrates — Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, não achas que tomariam por objetos reais as sombras que veriam?

Glauco — É bem possível.

Sócrates — E se a parede do fundo da prisão provocasse eco sempre que um dos transportadores falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?

Glauco — Sim, por Zeus!”

V / F – A forma de diálogo é típica da escrita de Aristóteles, a qual normalmente se utilizava de seu mestre Sócrates como protagonista e grande argumentador. Neste fragmento, ele começa a elaborar o seu mito da caverna.V / F – No fragmento acima, é visível a distinção feita por Platão – por intermédio de Sócrates como personagem – entre Mundo Sensível, dos sentidos, e Mundo Inteligível, das ideias.V / F – Neste diálogo, os prisioneiros representam os não-filósofos que não tentam sair do mundo de sombras, que é enganador, segundo Platão.V / F – No texto supracitado, é visível o pensamento ético de Platão.

4. (Unicentro – Inverno 2011) A função fundamental da ética consiste em capacitar o ser humano a:a) desconsiderar a opinião alheia e seguir só os seus instintos. a) vigiar e punir a conduta humana, respeitando certos limites. c) escolher a opinião alheia que deve pautar o comportamento de todos.d) investigar a conduta moral do homem na sociedade e refletir sobre ela.e) agir em função dos interesses próprios, na busca da realização dos seus desejos.

5) (Unicentro – Inverno 2011) Segundo Immanuel Kant (1724-1804), a moral “não é propriamente dita a doutrina que nos ensina como devemos nos tornar felizes, mas como devemos nos tornar

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dignos da felicidade” (KANT, Crítica da Razão Prática. Apud CHAUÍ (org.), Primeira Filosofia. São Paulo: Editora Brasilienses, 1987 – p. 261).

De acordo com a teoria moral kantiana, em que sentido devemos entender a noção de dever? a) A razão prática, para Kant, tem o poder para criar normas e fins morais e, por isso, tem também o poder para impô-los a si mesma. Essa imposição que a razão prática faz a si mesma daquilo que ela própria criou é o dever. Por dever, damos a nós mesmos os valores, os fins e as leis de nossa ação moral e por isso somos autônomos. b) O dever, afirma Kant, se apresenta através de um conjunto de conteúdos fixos, que define a essência de cada virtude e diz que atos devem ser praticados e evitados em cada circunstância específica de nossas vidas. Por isso, o dever é um imperativo categórico: ordena incondicionalmente embora não seja uma lei moral interior. c) O dever é uma imposição externa feita a nossa vontade. Não precisamos dele para nos tornar seres morais, precisamos isto sim, da dignidade, livre-arbítrio e liberdade para agirmos de acordo com nossa consciência, que é a manifestação mais alta da humanidade em nós.d) Kant procura conciliar o dever e a idéia de uma natureza humana que não precisa ser obrigada à moral. Por natureza, diz Kant, somos seres morais, ou seja, a razão prática e a verdadeira liberdade não precisam nos impor nosso ser moral.e) Para Kant, a ética exige seres autônomos e a idéia de dever introduz a heteronomia, isto é, o domínio de nossa vontade e de nossa consciência por um poder estranho a nós.

6) (ENEM-2013) “Nasce aqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.”

MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991

A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um sera) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.

7) (ENEM-2013) “O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá- lo, se quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não contado, mas desfeito – tudo por uma simples ideia de arquitetura!”

BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2006

Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos a) religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê. b) ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da dominação sofrida. c) repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por meio da tortura física. d) sutis, que adestram os corpos no espaçotempo por meio do olhar como instrumento de controle.e) consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas.

8) (UEM-2008) A expressão indústria cultural foi empregada pela primeira vez no livro Dialética do Esclarecimento, escrito por Horkheimer e Adorno, filósofos de tendência marxista pertencentes à

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Escola de Frankfurt. Designa-se com essa expressão uma cultura produzida em série, para o mercado de consumo em massa, na qual a realização cultural deixa de ser um instrumento de crítica do conhecimento para transformar-se em uma mercadoria qualquer cujo valor é, antes de tudo, monetário. Assinale o que for correto.01) A origem da indústria cultural pode ser encontrada na prática dos mecenas, particularmente italianos, que financiavam, durante o Renascimento, a produção das grandes obras de arte.02) Na indústria cultural, o consumidor não é rei, como ela gostaria de o fazer crer, o consumidor não é o sujeito da produção cultural, mas seu objeto.04) A indústria cultural eleva o nível cultural da maioria da população e aprimora a apreciação da qualidade estética do universo das artes.08) A indústria cultural é expressão da ideologia capitalista; sob seu poderio, as obras de arte foram esvaziadas de seu caráter criador e crítico, alienaram-se para tornarem-se puro entretenimento, isto é, objetos de consumo para um espectador cuja ausência de reflexão o torna passivo.16) A partir da segunda revolução industrial no século XIX, as artes usufruem uma fase de produção autônoma; com o advento da indústria cultural, tornam-se dependentes das necessidades mercadológicas do capital.

9) (UEL – 2003) “Tudo indica que o termo ‘indústria cultural’ foi empregado pela primeira vez no livro Dialética do esclarecimento, que Horkheimer [1895-1973] e eu [Adorno, 1903-1969] publicamos em 1947, em Amsterdã. (...) Em todos os seus ramos fazem se, mais ou menos segundo um plano, produtos adaptados ao consumo das massas e que em grande medida determinam esse consumo”. (ADORNO, Theodor W. A indústria cultural. In: COHN, Gabriel (Org.). Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática, 1986. p. 92.)Com base no texto acima e na concepção de indústria cultural expressa por Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:a) Os produtos da indústria cultural caracterizam-se por ser a expressão espontânea das massas.b) Os produtos da indústria cultural afastam o indivíduo da rotina do trabalho alienante realizado em seu cotidiano.c) A quantidade, a diversidade e a facilidade de acesso aos produtos da indústria cultural contribuem para a formação de indivíduos críticos, capazes de julgar com autonomia.d) A indústria cultural visa à promoção das mais diferentes manifestações culturais, preservando as características originais de cada uma delas.e) A indústria cultural banaliza a arte ao transformar as obras artísticas em produtos voltados para o consumo das massas.

10) (UFPE) “Através da filosofia, os gregos instituíram para o Ocidente europeu as bases e os princípios fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica, arte.” (Marilena Chauí. Convite à Filosofia.)Com base nessa afirmação, assinale a(s) alternativa(s) correta(s):a) através dos mitos, os gregos antigos procuravam explicar a origem do mundo e dos fenômenos naturais. Aos poucos, estas explicações foram sendo substituídas por categorias lógicas e racionais;b) filósofos gregos procuravam respostas para as questões sobre a origem do mundo. Estes fazem parte da primeira fase da filosofia grega, conhecida como pré-socrática ou cosmológica;c) no final do século V a.C., teve início a segunda fase da filosofia grega, conhecida como socrática ou antropológica. Neste período, os filósofos passaram a se preocupar também com os problemas relacionados ao indivíduo e à organização da humanidade;d) Sócrates foi um dos filósofos mais procurados na Grécia Antiga, por ajudar as pessoas a resolverem seus problemas, levando-as a encontrarem suas próprias respostas. Por incentivar o raciocínio, foi perseguido pelas autoridades atenienses, julgado e condenado à morte;e) a filosofia na Grécia teve ainda no século IV a.C. a sua terceira fase: a sistemática. Aristóteles, discípulo de Platão, é o principal representante desse período.