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251 VEGETAÇÃO E QUALIDADE AMBIENTAL NA ÁREA URBANA DE SANTA MARIA (RS) Daniel Borini Alves 1 Adriano Severo Figueiró 2 INTRODUÇÃO O foco nas questões ambientais tem movimentado uma série de pesquisas no princípio desse novo milênio, visto que se observam incertezas e anseios sobre o futuro da humanidade, motivando um grande contingente de pesquisadores a lutar a favor da conscientização ambiental e de uma sociedade mais sustentável. Essa constatação parte do pressuposto que o meio ambiente em condições melhores resulta, conseqüentemente, numa melhoria da qualidade de vida para a população. A paisagem urbana, ao refletir o convívio direto e mediado do homem junto à natureza, é o espaço onde os conflitos socioambientais se demonstram mais agravados e aparentes, evidenciando a realidade acerca da deterioração das relações dos indivíduos em sociedade junto ao meio natural. Ao analisarmos a dinâmica da paisagem urbana em relação ao crescimento das cidades, a partir do processo de apropriação do espaço, observamos que a impermeabilização dos lotes e a conseqüente diminuição da cobertura vegetal em ambientes urbanos é um dos fatores mais perceptíveis nestes ambientes, e que representam a diminuição de uma série de funcionalidades ambientais das quais a vegetação urbana é, em parte significativa, responsável. Ao afirmar que a desconsideração dos processos naturais nas cidades sempre foi e será tão custosa quanto perigosa, Spirn (1995, p.26) traz alguns exemplos de conflitos socioambientais encontrados em grandes metrópoles globais. São citados pela autora, casos como o da Cidade do México (que afundou 7,5m por não reconhecer as relações entre a água e a estabilidade do solo), Hong Kong e Los Angeles (constantemente castigadas por deslizamentos de terra a partir do crescimento urbano), Houston (devastada por constantes alagamentos causados pela urbanização das nascentes). ¹ Licenciado em Geografia pela UFSM, Mestrando do Programa de PósGraduação em Geografia e Geociências da UFSM. Universidade Federal de Santa Maria CEP 97105900 Santa Maria Rio Grande do Sul Brasil [email protected] ² Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Professor Adjunto do Departamento de Geociências da UFSM. Universidade Federal de Santa Maria CEP 97105900 – Santa Maria – Rio Grande do Sul – Brasil – [email protected]

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VEGETAÇÃO E QUALIDADE AMBIENTAL NA ÁREA URBANA DE SANTAMARIA (RS)

Daniel Borini Alves1Adriano Severo Figueiró2

INTRODUÇÃO

O foco nas questões ambientais tem movimentado uma série de pesquisas noprincípio desse novo milênio, visto que se observam incertezas e anseios sobre o futuro dahumanidade, motivando um grande contingente de pesquisadores a lutar a favor daconscientização ambiental e de uma sociedade mais sustentável. Essa constatação partedo pressuposto que o meio ambiente em condições melhores resulta, conseqüentemente,numa melhoria da qualidade de vida para a população.

A paisagem urbana, ao refletir o convívio direto e mediado do homem junto à natureza,é o espaço onde os conflitos socioambientais se demonstram mais agravados e aparentes,evidenciando a realidade acerca da deterioração das relações dos indivíduos em sociedadejunto ao meio natural.

Ao analisarmos a dinâmica da paisagem urbana em relação ao crescimento dascidades, a partir do processo de apropriação do espaço, observamos que aimpermeabilização dos lotes e a conseqüente diminuição da cobertura vegetal emambientes urbanos é um dos fatores mais perceptíveis nestes ambientes, e querepresentam a diminuição de uma série de funcionalidades ambientais das quais avegetação urbana é, em parte significativa, responsável.

Ao afirmar que a desconsideração dos processos naturais nas cidades sempre foi eserá tão custosa quanto perigosa, Spirn (1995, p.26) traz alguns exemplos de conflitossocioambientais encontrados em grandes metrópoles globais. São citados pela autora,casos como o da Cidade do México (que afundou 7,5m por não reconhecer as relaçõesentre a água e a estabilidade do solo), Hong Kong e Los Angeles (constantementecastigadas por deslizamentos de terra a partir do crescimento urbano), Houston (devastadapor constantes alagamentos causados pela urbanização das nascentes).¹ Licenciado em Geografia pela UFSM, Mestrando do Programa de Pós­Graduação em Geografia e Geociências da UFSM.Universidade Federal de Santa Maria – CEP 97105­900 – Santa Maria – Rio Grande do Sul – Brasil –[email protected]² Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Professor Adjunto do Departamento deGeociências da UFSM. Universidade Federal de Santa Maria ­ CEP 97105­900 – Santa Maria – Rio Grande do Sul – Brasil –[email protected]

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Neste sentido, podemos analisar que o crescente e constante processo deurbanização dos municípios brasileiros, baseado em uma lógica de uso e ocupação doterritório predatória, é responsável por um panorama de crise socioambiental vigente, queresulta na deterioração da qualidade ambiental e de vida nas cidades.

Diante dessa realidade, revela­se a importância da gestão e reorganização doterritório, visando à melhoria da qualidade ambiental e de vida em ambientes urbanos, ondesejam valorizadas de forma mais significativa às funcionalidades ambientais promovidaspelo meio natural.

Acredita­se que quando se fala em planejar com a natureza, dentro da linhametodológica do planejamento da paisagem, está se falando principalmente da vegetação,sendo a partir dela que muitos problemas podem ser amenizados ou resolvidos. Assim, acobertura vegetal, tanto em termos qualitativo como quantitativo e, também, a suadistribuição espacial, deve ser cuidadosamente considerada na avaliação da qualidadeambiental (NUCCI, 2008, p. 24).

Urbanização e conflitos socioambientais

O ambiente urbano revela sinais claros de um “desenvolvimento” que não primou porrelações harmoniosas entre a cidade e a natureza. Onde as condições de vida humanadiminuíram significativamente, é possível observar uma negligência quanto á manutençãodos atributos naturais, os quais passaram a ser substituídos por objetivos urbanos como acirculação e a comunicação, que trouxeram as edificações, os ruídos, o concreto, o asfalto,que acabam retratando os símbolos paisagísticos urbanos da atualidade.

O contexto histórico do processo de urbanização nos municípios brasileiros mostra quea sua aceleração desenfreada acarretou em uma série de conflitos socioambientais. Nessesconflitos, destaca­se a diminuição da cobertura vegetal, que está associada a outros fatorestais como poluição do ar, a formação de ilhas de calor e a aceleração do escoamentosuperficial, que resultam numa diminuição da qualidade ambiental e de vida.

Levando em consideração que o Brasil, nas últimas décadas, tem se tornado um paíscada vez mais urbano (estima­se pelo IBGE que a população urbana do país representava81,23% em relação à população total em 2000), e que os problemas ambientais seagravam, afirma­se que há uma crescente degradação das condições de vida, refletindonuma crise ambiental, que nos remete a uma necessária reflexão sobre os desafios paramudar as formas de pensar e agir em torno das questões ambientais numa perspectivacontemporânea (JACOBI, 2003, p. 190).

Nesta mesma linha de pensamento, ao comentar sobre a ação antrópica sobre o meionas últimas décadas, afirma­se que não foram respeitados dois pressupostos básicos para

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manter a dinâmica natural: não retirar dos ecossistemas mais do que a sua capacidade deregeneração; não lançar aos ecossistemas mais do que a sua capacidade de absorção(FERNANDES; SAMPAIO. 2008 p. 89).

Santos (1997, p.42) discute o processo de urbanização relacionando­o com aapropriação do espaço pelo homem, que o torna um ambiente cada vez mais artificial,produzido sob a transformação da natureza primitiva. Reduzem­se, ou tornam­sepraticamente nulas, com a alteração desses ambientes, todas as funcionalidadesambientais que o meio natural dispõe de forma equilibrada.

A confiança na tecnologia e a falta de contato mais direto com a natureza acabamdando uma sensação de “dispensável” à natureza em ambientes urbanos. Santos (1996, p.100) afirma nesse sentido que “Se, ontem, o homem se comunicava com o seu pedaço daNatureza praticamente sem mediação, hoje, a própria definição do que é esse entorno,próximo ou distante, o local ou o mundo, é cheia de mistérios”. Raciocinando sobre estaquestão, se observa realmente que o fato de se ter em casa uma torneira que disponibilizarecurso hídrico “potável”, do qual desconhecemos seu processamento anterior e posterior,aliena os “consumidores” da contaminação dos recursos hídricos pela mistura com esgotocloacal despejado junto a um canal de água. Tal não acontecia quando as pessoas seabasteciam de água diretamente da fonte.

Esta questão também é discutida por Novo (2006, p. 23­24), que aponta para aconfiança em um progresso tecnológico linear e indefinido da humanidade, que tem senutrido em grande parte pela condição ambivalente da ciência moderna. Esta confiança pormuito tempo alimentou a constante artificialização dos espaços urbanos, colocando anatureza nas cidades como sinônimo de pouco avanço, ou sempre em segundo plano,dando origem a diversos conflitos socioambientais.

Nucci (2008, p.18) evidencia um conflito socioambiental que envolve a questãohidrológica na regulação dos tipos de uso e cobertura da terra urbana em São Paulo, aoapresentar que, ao mesmo tempo em que se tenta evitar enchentes na Avenida Pacaembu,com a construção de um reservatório em frente e sob a Praça Charles Miller, libera­seoutros terrenos, modificando o zoneamento das vertentes do vale, para aumentar aespeculação imobiliária, o que deve resultar, inevitavelmente, em aumento das enchentes.

Este conflito apontado, que se remonta à dinâmica e regulação de uso e ocupação daterra em áreas urbanas, é também explorado por Camargo & Amorim (2005, p.3) queatestam que a forma como se desenvolve o uso e cobertura da terra urbana de acordo coma disponibilidade do relevo, pode gerar significativas alterações no campo térmico urbano.Sendo assim, tal qual afirmam os autores, o descontrole processual em que se dá o usodesse solo, acaba gerando dificuldades técnicas de implantação de infra­estrutura, produzaltos custos de urbanização e gera desconforto ambiental, em nível térmico, acústico,visual ou de circulação.

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É importante focar a partir desse ponto, que a crítica que se faz não se direciona aoprocesso de urbanização em si, mas a forma como este se procedeu nas últimas décadas,desacompanhado de um cuidado com a qualidade ambiental. A lógica do processo deurbanização, que oferece desigualdades gritantes de acesso aos recursos naturais, resultade privilégios concebidos a determinadas populações em detrimento de outras. Osconjuntos residenciais de luxo, cada vez mais comuns nas cidades de médio e grande porteno Brasil, exemplificam bem esta falta de justiça ambiental. Enquanto uma parcela pequenada população dispõe de um vasto e bem estruturado acesso a “serviços ambientais” emambientes urbanos, a maior parcela da população fica restrita a usufruir os recursos que aela restam.

A partir desta lógica de urbanização é que os conflitos socioambientais se demonstramgritantes em áreas urbanas, comprometendo o bem estar das populações das cidades.Neste sentido, passamos agora a discutir os aspectos relacionados à promoção daqualidade ambiental em áreas urbanas.

Qualidade ambiental em áreas urbanas

Para o bem estar da sociedade humana, acredita­se que se deva levar emconsideração não só parâmetros étnicos e sociais, mas também fatores ambientais (físico,químicos e biológicos) que se demonstram essenciais para a manutenção de aspectosqualitativos do cotidiano do homem (NUCCI, 2008, p.1).

Loboda e De Angelis (1997, p.131) afirmam que “a qualidade de vida urbana estádiretamente atrelada a vários fatores que estão reunidos na infra­estrutura, nodesenvolvimento econômico­social e àqueles ligados a questão ambiental”.

Esta idéia de que a qualidade ambiental está totalmente relacionada com a qualidadede vida da população se exemplifica claramente no momento em que podemos afirmar queo melhor “indicador” da poluição atmosférica é o próprio ser humano, que afetado pelaconcentração de poluentes acaba apresentando problemas de saúde, principalmenterespiratórios (NUCCI, 2008, p.14).

Estas constatações nos auxiliam a interpretar que os problemas ditos ambientais nãopodem ser distinguidos totalmente dos problemas sociais, devendo ser entendidos dentrodo contexto socioambiental, que nos leva a crer que investir na qualidade ambiental nosambientes urbanos é investir na qualidade de vida da população. Exemplos derenaturalização de ambientes, como o caso bem divulgado do córrego Cheong Gye(Figuras I e II), na Coréia do Sul, são cada vez mais freqüentes, e demonstram respostasmuito positivas na promoção da qualidade ambiental em grandes centros urbanos.

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A qualidade ambiental tem, em parte, referência à percepção humana, podendo sersubjetiva, na medida em que a organização dos elementos naturais e artificiais, compostosde forma distinta de acordo com o lugar, reflete no gosto ou repúdio ao ambiente por partedos indivíduos. Porém, para além disso, a qualidade ambiental também faz referência àsfuncionalidades ambientais, na disponibilidade e manutenção da qualidade da água, do ar,das condições climáticas, entre outros, apresentadas em determinado espaço (GOMES;SOARES, 2004, p.27).

A complexidade dos processos envolvidos na conceituação da qualidade ambientaltorna difícil o desenvolvimento de metodologias únicas que visem a sua avaliação,

Figura I- Córrego Cheong Gye, a cerca de 15km de Seul, capital da Coréia do Sul, em1950.Fonte:<http://blog.eco4planet.com/2009/04/recuperacao­de­corrego­coreano­deixa­paulistanos­com­uma­ponta­de­inveja/> Acesso em 30 de agosto de 2010.

Figura II- Córrego Cheong Gye em 2005, após projeto de renaturalização.Fonte: <http://blog.hwa2u.com/tag/seoul/> Acesso em 30 de agosto de 2010.

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principalmente no que condiz a análise da paisagem urbana, que apresenta uma gamavariada de elementos a serem considerados. Nucci (2008, p. 4) discute sobre aimpossibilidade de transportar diretamente os métodos utilizados no estudo do meio natural(não urbanizado) para o entendimento do meio físico na cidade, revelando a necessidadede se desenvolver uma forma própria de coletar, organizar, analisar e sintetizar os dados domeio físico da cidade.

Neste sentido, o mesmo autor (2008, p. 114) acaba desenvolvendo uma metodologiade avaliação da qualidade ambiental, baseando­se na elaboração de uma carta dequalidade ambiental a partir de atributos ambientais urbanos como uso do solo, poluiçãoatmosférica, espaços livres, verticalidade das edificações, enchente, densidadepopulacional e cobertura vegetal, espacializados e integrados em escalas que variam de1:2.000 a 1:10.000.

Estes procedimentos realizados denotam a relevância da elaboração de indicadorespara a análise da qualidade ambiental. Ao discutir os parâmetros e variáveis quedeterminam a qualidade ambiental, Camargo & Amorim (2005, p.3) afirmam:

Muitos autores destacam que as variáveis utilizadas para se definir opadrão de qualidade ambiental de um determinado espaço geográficosão muito discutidas, pois o que é valorizado ou desvalorizado no meioambiente para determinar a sua qualidade depende da concepção decada cidadão, inclusive do pesquisador e do planejador. Dessa forma,acredita­se que não há consenso quanto à utilização de variáveis quedefinem a qualidade ambiental urbana, ficando o pesquisador apto adefinir os atributos (ou variáveis) que permitam melhor realizar a análisedo espaço geográfico em estudo.

A falta de consenso apontada pelos autores se dá muito mais em função da estética dapaisagem, atrelada muito a concepção individual. Porém, pode­se afirmar que indicadoresrelacionados a outras funcionalidades ambientais, como índices de poluição do ar, variaçãotérmica, velocidade de ventos, entre outros, são muito expressivos e aceitos nacomparação qualitativa de ambientes. Destaca­se que a definição de parâmetros relevantespara a identificação da qualidade ambiental local se demonstra um importante ponto a serdiscutido, devendo ser desenvolvido de acordo com as especificidades locais.

Acredita­se que o processo de ordenamento e regulação das atividades urbanas deveconter estratégias de manutenção ecológica, permeabilidade de solos, regulação datemperatura, abrigo e produção de alimento de determinadas espécies, com fins aultrapassar a barreira do paisagístico, estético, no qual muitas secretarias municipais demeio ambiente padronizam (BORGES et al., 2010, p. 1­2).

Desta forma, verifica­se a necessidade de se estar avaliando a qualidade ambientalurbana, para que os resultados desta avaliação possam estar disponíveis e posteriormente

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contidos dentro do processo de planejamento e regulação do uso e cobertura da terraurbana. Destaca­se no processo de avaliação, o papel exercido pela vegetação urbana, quepassamos a discutir agora.

A contribuição da vegetação urbana

O cenário de discussões ambientais brasileiro apresenta uma grande demanda denomenclaturas ao identificar “o verde” em ambientes urbanos. Zonas verdes, espaçoslivres, arborização urbana, cobertura vegetal e áreas verdes, são algumas dasdenominações associadas à vegetação em áreas urbanas.

Tentando agrupar todas as formas de vegetação presentes no perímetro urbano dascidades, utiliza­se aqui o termo vegetação urbana, que tem a sua conceituaçãoassemelhada ao que Nucci e Cavalheiro (1999, p.30) definem como cobertura vegetal:

...qualquer área provida de vegetação dentro do espaço urbano,compreendendo a vegetação herbácea, arbustiva ou arbórea. Os jardins,os quintais, as praças, os parques, os canteiros em vias de circulação,as áreas preservadas, dentre outras formas de cobertura vegetal estãocontidas dentro dessa categoria. Essas áreas podem estar situadas tantoem terrenos públicos, quanto em terrenos privados.

Opta­se aqui por utilizar o termo vegetação urbana, justamente por estar contida já nanomenclatura, a referência a ambientes urbanos. Mascaró (2005) também utiliza estaterminologia ao trabalhar com a vegetação e sua contribuição em áreas urbanas.

Situadas dentro das áreas de vegetação urbana, encontram­se as áreas verdes, quese referem aos espaços públicos com predomínio de vegetação arbórea, englobando aspraças, os jardins públicos e os parques urbanos. Os canteiros centrais de avenidas e ostrevos e rotatórias de vias públicas que exercem funções estéticas e ecológicas, devemtambém ser consideradas áreas verdes (LIMA, 1994, p.543).

Nucci (2008, p. 23) destaca o papel da cobertura vegetal na qualidade ambientalurbana, ao identificá­la como um atributo muito importante, porém negligenciado, nodesenvolvimento das cidades, visto que, diferentemente da terra, do ar e da água, não sedemonstra como uma necessidade óbvia na cena urbana. Ao contrário dos demais recursosfísicos presentes na paisagem urbana, observa­se que a vegetação urbana é maisrelacionada a partir da satisfação psicológica por ela propiciada. Porém, salienta­se sobre aimportância de sua presença física em áreas urbanas.

As funcionalidades ambientais que a vegetação representa nas áreas urbanas sãoinúmeras, podendo funcionar como obstáculo contra o vento, proteção da qualidade da

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água, purificação do ar, equilíbrio do índice de umidade, diminuição da poeira emsuspensão, redução dos ruídos, interação entre as atividades humanas e o meio ambiente,fornecimento de alimentos, proteção das nascentes e mananciais, organização ecomposição de espaços no desenvolvimento das atividades humanas, valorização visual eornamental, segurança nas calçadas, recreação, quebra de monotonia das cidades, coresrelaxantes, estabelecimento de uma escala intermediária entre a humana e construída,caracterização e sinalização de espaços (NUCCI; CAVALHEIRO, 1999, p. 30).

De acordo com a diferenciação conceitual disposta acima, se pode afirmar que apesarde a vegetação urbana englobar as áreas verdes, é possível estabelecer que asfuncionalidades ambientais da segunda se remontam muito em função da disponibilidadede espaços de lazer. Porém, a análise de áreas verdes deve conter uma série deinformações adicionais, não devendo ser encarado apenas como um índice numéricocomparado a população local, como afirma Nucci (2008, p. 35):

na análise de uma área verde deve­se considerar não só a sua área,mas também o ordenamento da vegetação, as barreiras de vegetaçãoque propiciam um isolamento da área em relação aos transtornos darua, o entorno, a acessibilidade, a porcentagem de área permeável, asespécies vegetais naturais e as exóticas, a densidade de vegetação, aaltura da vegetação, a função social, os equipamentos de recreação,telefonia, estacionamento, bancos, sombras, tráfego, manutenção, valorestético, ecológico, serviços, iluminação, calçamento, isolamento visual,sanitários, avifauna, etc.

Dentre as funcionalidades ambientais exercidas pela vegetação urbana como um todo,cabe destacar aqui o papel de duas funções indispensáveis no ambiente urbano: o controlehidrológico e a regulação do conforto térmico.

Envolvendo essas duas questões abordadas, Nucci (2008, p.12­13) considera quecom o processo de urbanização tem­se um aumento da impermeabilização ocasionada pelainescrupulosa ocupação do solo por concreto, onde os corpos d'água e os espaços livresvegetados perdem lugar na luta pelo espaço. A verticalização faz com que a superfície deconcreto aumente, levando a uma diminuição da evaporação, a um aumento da rugosidadee da capacidade térmica da área.

Estudos ambientais urbanos em Santa Maria

Considerando as diversas funcionalidades ambientais apresentadas pela presença davegetação em áreas urbanas, acredita­se imprescindível a realização de um conjunto de

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estudos que busquem compreender tais funcionalidades nos seus mais diferentes aspectos.Neste sentido, alguns estudos referentes à paisagem urbana de Santa Maria foramanalisados para a devida contribuição na avaliação da qualidade ambiental local.

Organizando pela ordem cronológica de publicação, primeiramente se aponta aqui otrabalho realizado por Taffe (1989), que buscou analisar as áreas verdes da cidade deSanta Maria, buscando identificar se a quantidade de áreas verdes era suficiente para supriras necessidades de lazer do município. A quantificação da cobertura vegetal e dos índicesde áreas verdes por habitantes foi levantada pelo autor, classificando um total de 63,93% daárea estudada como cobertura vegetal, encontrando ainda um total de 225,35m² de áreasverdes por habitante.

Porém, constata­se que este estudo foi realizado a partir de uma escala de precisãobaixa, aliado a uma aparente generalização metodológica, que certamente resultou numasobreposição de áreas de predomínio de outras classes de uso do solo na classe decobertura vegetal. Salienta­se que algumas recomendações abordadas pelo autor, taiscomo a criação de um cinturão de área verde ao redor dos espaços edificados e o incentivoà arborização de áreas não edificadas merecem boas menções.

Lana et al (1999) buscaram analisar a quantidade de vegetação urbana do bairroCentro de Santa Maria a partir de fotografias aéreas de 1992, pretendendo comparar com oíndice sugerido pela ONU (12m²/hab.). Buscou­se ainda algumas estimativas de queima decombustíveis nos fluxos dos transportes público para analisar a poluição do ar e adegradação da vegetação.

A quantificação das áreas verdes realizada pelos autores resultou em um total de 13%em relação à área total do bairro Centro (que era maior do que atualmente devido a suadesmembração em outros bairros). Quanto à queima de combustíveis, chegou­se a um totalde 1994,8 litros de óleo diesel queimados por dia. Analisa­se o indicador de queima decombustíveis já demonstra uma preocupação com a importância da vegetação em relação àpoluição do ar.

Um levantamento das espécies arbóreas imunes ao corte ao longo das principais viase nos parques e praças de Santa Maria foi realizado por Scipioni e Santos (2004),disponibilizado a partir de um cd rom. As espécies encontradas em maior quantidade foramo Ligustro (Ligustrum Japonicum) com 25% de frequência, a Extremosa (Lagerstroemia)com 16% e o Ipê­amarelo (Tabebuia Chrysotricha) com 9,5%, entre outros. A pesquisaconta ainda com uma vasta coleção de materiais fotográficos.

Saydelles e Sartori (2005) realizaram um estudo aplicado sobre o campo térmico e daformação de ilhas de calor na área urbana de Santa Maria. O autor afirma que nocomportamento a nível topoclimático, as diferenças de temperaturas na cidade se dão emfunção dos padrões de estruturas urbanas expressas através do uso e ocupação do solo,

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em virtude da densidade demográfica, da altimetria do sítio urbano e da presença devegetação, que diversificam e individualizam cada bairro ou área citadina.

Outro trabalho a ser abordado aqui, trata­se de um estudo da cobertura vegetal deSanta Maria realizado por Rocha e Werlang (2006), que traz quantificada e espacializada avegetação de porte arbóreo de três bairros da cidade, mapeando­os e comparando­os(Centro, Nossa Senhora das Dores e Urlândia). Foram obtidos pelos autores, a partir daescala de 1:10.000, os índices de cobertura vegetal de porte arbóreo de 7,20% para obairro Centro, 8,15% para o bairro de Nossa Senhora das Dores e 4,60% para o bairroUrlândia.

Neste trabalho, os autores apontam para uma quantidade insuficiente e mal distribuídade cobertura vegetal de porte arbóreo nos bairros analisados, definindo ainda a distribuiçãoconforme a configuração das manchas de vegetação.

Lucas et al (2008) elaboraram um trabalho relacionado ao mapeamento de biótoposurbanos na parte norte do bairro centro de Santa Maria. Os autores identificaram uma sériede biótopos, sendo que cerca de 65% refere­se a biótopos de alto grau deimpermeabilidade do solo. Os autores atestam ser insuficiente a presença do verde urbanono bairro Centro de Santa Maria, recomendando um local que futuramente possa serutilizado para implementação de uma área livre.

Em um material organizado por Marchiori et al (2008) observa­se uma coletânea demateriais fotográficos, que evidenciam as diferenças paisagísticas da cidade ao longo dotempo. No que condiz a cobertura vegetal do bairro Centro da cidade, nos arredores daAvenida Rio Branco, é possível observar como o adensamento urbano trouxe com ele umadiminuição da vegetação arbórea do bairro centro da cidade (Figuras III e IV).

Figura III­ Avenida Rio Branco e seus arredores em 1935.Fonte: Marchiori et al (2008)

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Por fim, outro trabalho que merece menções aqui foi o realizado por Rocha e Figueiró(2010), que buscou identificar a concentração de material particulado nas principais ruas eavenidas do bairro Centro de Santa Maria. Os autores buscaram identificar áreas deconcentração de material particulado inalável, e compará­las com a sucessão de tipos detempo, que demonstrou a existência de uma grande correlação quanto ao número de diasde concentração alta com os meses de inverno na cidade. Identificou­se também que ofluxo de veículos constitui no principal fator de contribuição da deterioração da qualidade doar.

Os estudos apontados demonstram­se como boas contribuições a serem analisadasna identificação das características da paisagem urbana do município, podendo servir comobons subsídios para o desenvolvimento de pesquisas que visem à qualidade ambiental doperímetro urbano de Santa Maria.

Considerações finais

As incertezas que rondam a situação socioambiental do planeta convivem com umacerteza: é preciso construir um caminho em que as relações sociedade e naturezaaconteçam de forma mais harmoniosa. As áreas urbanas, ao confrontarem o convívio dasestruturas construídas pelo homem e os resquícios do meio natural, tornam­se espaços

Figura IV­ Avenida Rio Branco e seus arredores em 2008.Fonte: Marchiori et al (2008)

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especiais que exigem uma reorganização territorial e política que trabalhe com as suascomplexidades.

Neste contexto, avaliar a qualidade ambiental se demonstra como um importantepasso a ser dado, para que o planejamento seja feito de acordo com as carências epotencialidades apontadas pelos diferentes espaços.

Desta forma, acredita­se que analisar a distribuição espacial, além da quantidade equalidade da vegetação urbana pode oferecer parâmetros relevantes na avaliação daqualidade ambiental em áreas urbanas. Porém, salienta­se que ao elencar a vegetaçãourbana como elemento fundamental na análise da qualidade ambiental, não se exclui aimportância se considerar os demais elementos que exercem influência na questãoapontada.

Observa­se dessa forma uma grande demanda de questões a serem analisadas einvestigadas, com a qual a contribuição da ciência geográfica se faz presente, porquantopossibilita integrar uma visão ampla e sistêmica dos diferentes processos existentes nainter­relação homem­meio, bem como produz importantes análises a serem consideradasno âmbito do planejamento, tal qual destacam Camargo & Amorim (2005, p. 4):

Cabe ao Geógrafo, realizar estudos que se referem à qualidade ambiental necessáriapara o desenvolvimento da vida humana, colaborando na solução dos problemasenfrentados no meio urbano. Neste sentido, a cidade deve ser vista não apenas como ummero “conjunto de edificações”, mas sim, como um fato geográfico que envolve relaçõesfísicas, socioeconômicas e políticas, que são estabelecidas e que se desenvolvem nestemeio predominantemente humano.

Referências

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