Verbetes enciclopédicos: fotografia e história em quadrinhos

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Série Verbetes Enciclopédicos Diversidade de Linguagens no Ensino Médio Volume 3: Fotografia e História em Quadrinhos Organização: Angela Paiva Dionisio Edição: Pipa Comunicação

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Série Verbetes EnciclopédicosDiversidade de Linguagens no Ensino Médio

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AngelA PAivA Dionisio (org.)

VerbetesenciclopédicosFotografia e História em Quadrinhos

Pipa ComunicaçãoRecife - 2013

Série Verbetes EnciclopédicosDiversidade de Linguagens no Ensino Médio

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IMAGEM DA CAPACarnaval Recife Antigo. 2012. Hellayne Santiago

CAPA, PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOKarla Vidal e Augusto Noronha (Pipa Comunicação - www.pipacomunicacao.net) EQUIPE PIBID LETRAS UFPE

Ágnes Christiane de SouzaAmanda Alves de OliveiraAndrea Silva MoraesAngela Paiva DionisioBibiana Terra Soares CavalcantiCássia Fernanda de Oliveira CostaDaniella Duarte Ferraz Elilson Gomes do Nascimento Getulio Ferreira dos SantosHellayne Santiago de AzevedoJoão Alberto Barbosa de Gusmão

Juliana Serafi m dos Santos Larissa Ribeiro Didier Leila Janot de VasconcelosMagda Evania Vila Nova Maria de Lourdes Cavalcante Chaves Maria Medianeira de SouzaMariana Bandeira Alves FerreiraMaura Lins Dourado RodriguesRaquel Lima Nogueira Renata Maria da Silva FernandesSaulo Batista de Souza

O trabalho Série Verbetes Enciclopédicos - Diversidade de Linguagens no Ensino Médio de Angela Paiva Dionisio, PIBID Letras UFPE e Pipa Comunicação foi licenciado com uma Licença Creative Commons -

Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.Com base no trabalho disponível em http://www.pibidletras.com.br/.

Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em http://www.pibidletras.com.br/.

Catalogação na publicação (CIP)Ficha catalográfi ca produzida pelo editor executivo

D592

Dionisio, Angela Paiva. Verbetes enciclopédicos: fotografi a e história em quadrinhos / Angela Paiva Dionisio [org.]. - Recife: Pipa Comunicação, 2013. 62p. : Il.. (Série verbetes enciclopédicos: diversidade de linguagens no ensino médio) Inclui bibliografi a. ISBN 978-85-66530-03-2

1. Língua Portuguesa. 2. Gêneros Textuais. 3. Fotografi as. 4. Histórias em Quadrinhos. I. Título. II. Série.

400 CDD811.134.3 CDU

c.pc:02/13ajns

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

REITORIAAnísio Brasileiro de Freitas Dourado

PRÓ-REITORIA PARA ASSUNTOS ACADÊMICOSAna Maria Santos Cabral

COORDENAÇÃO INSTITUCIONAL DO PIBID - UFPESérgio Ricardo Vieira Ramos

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DO PIBID - UFPEEleta Freire

CHEFIA DO DEPARTAMENTO DE LETRASJosé Alberto Miranda Poza

COORDENAÇÃO DO SUBPROJETO PIBID LETRAS - UFPEAngela Paiva Dionisio

GRADUANDOS PIBID LETRASÁgnes Christiane de Souza, Amanda Alves de Oliveira, Bibiana Terra Soares Cavalcanti, Cássia Fernanda de Oliveira Costa, Daniella Duarte Ferraz, Elilson Gomes do Nascimento, Hellayne Santiago de Azevedo, João Alberto Barbosa de Gusmão, Juliana Serafim dos Santos, Larissa Ribeiro Didier, Magda Evania Vila Nova, Maria de Lourdes Cavalcante Chaves, Mariana Bandeira Alves Ferreira, Raquel Lima Nogueira, Renata Maria da Silva Fernandes

SUPERVISORES PIBID LETRAS

Maura Lins Dourado Rodrigues (EREM Diário de Pernambuco)Saulo Batista de Souza (Escola Senador Novaes Filho)

COLABORADORES PIBID LETRASAndrea Silva Moraes (Mestrado PG Letras-UFPE); Getulio Ferreira dos Santos (Graduação de Letras – UFPE); Leila Janot de Vasconcelos (Neuropsicóloga, pesquisadora – NIG UFPE); Maria Medianeira de Souza (Professora Departamento de Letras, pesquisadora – NIG UFPE)

TRADUÇÃO INGLÊS-PORTUGUÊS:Tradução: Larissa Cavalcanti (UFPE-FAFIRE) Supervisão da Tradução: Lúcia Bodeman (Cultura Inglesa)

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Fotografia e História em QuadrinhosFoca Camera. Fotografia e ilustração de Karla Vidal

Volume 3

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Sumário

09 PREFÁCIO

VERBETES ENCICLOPÉDICOS: CAPTURAM A IMPERMANÊNCIA E ENSINAMMaria Auxiliadora Bezerra

13 APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO

VERBETAR: FAZER VERBETES E ORGANIZÁ-LOS, EIS O NOSSO DESAFIO!Angela Paiva Dionisio

21 VERBETES

FOTOGRAFIAÁgnes Christiane de SouzaHellayne Santiago de Azevedo

HISTÓRIA EM QUADRINHOSGetulio Ferreira dos SantosJuliana Serafim dos SantosSaulo Batista de SouzaMárcia Mendonça

55 O TEMA EM CENA...

TRANSCRIÇÕES

61 UMA PITADA DE HUMOR

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— PREFÁCIO —Verbetes enciclopédicos

!

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Verbetes enciclopédicos: capturam a impermanência e ensinam

A Série Verbetes Enciclopédicos apresenta, de for-ma clara, interativa e substancial, informações sobre gêneros multissemióticos, que são intrinsecamente dinâmicos, pois suas semioses estão em constante de-vir. São, por exemplo, diagramas, que se constituem de formatos variados; são mapas, que mudam de feição, segundo as representações que fazem da realidade; são linhas do tempo, que se apresentam horizontal ou ver-ticalmente, mas também em zigue-zague... Ou seja, são gêneros que se transformam, mas que se deixam capturar, sendo apresentadas, nos verbetes, suas possi-bilidades de configurações.

A leitura do verbete Desenho Anatômico nos faz lembrar o artista gráfico norte-americano Eric Drooker, que usa a técnica de raio X para representar os tipos hu-manos, como se estivessem sendo vistos por dentro. A leitura do verbete Mapa nos faz associá-lo ao livro El Hacedor, de Jorge Luis Borges, especificamente o tex-to Museo, que aborda a arte da cartografia, mostrando a impossibilidade de um mapa coincidir exatamente com o que ele representa.

Relacionando-a à educação formal, a Série Verbe-tes Enciclopédicos proporciona ao professor do Ensino Médio (mas também do segundo segmento do Ensi-no Fundamental) um trabalho de leitura, que não se

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restringe apenas ao professor de Língua Portuguesa. A seleção dos gêneros multissemióticos explorados aten-de a todas as áreas do conhecimento que constituem conteúdo curricular da Educação Básica: o desenho anatômico, o diagrama, o mapa, a linha do tempo, por exemplo, são gêneros que se materializam nos mate-riais didáticos com o intuito de mostrar conteúdos conceituais de Biologia, de Geografia, de História, de Literatura, de Química, de Artes Visuais, etc. e de con-tribuir para que os alunos desse nível de escolaridade os dominem, ampliando seu conhecimento enciclopé-dico e seu letramento multissemiótico tão necessário em nossa sociedade atual.

Mas essa Série não pode ser objeto de estudo ape-nas para o professor em serviço, ela também deve ser estudada em cursos de formação inicial ou continuada de professores. Se a habilidade de leitura dos mais va-riados tipos de textos e nas mais variadas linguagens é uma necessidade para alunos, saber como desenvolvê-la e trabalhá-la na escola também o é para os futuros professores. Assim, a série Verbetes Enciclopédicos se caracteriza como um material propício às práticas de ensino, aos estágios supervisionados, enfim, às ativida-des de ensinar como ensinar.

Vale ressaltar a interatividade dessa Série, que possibilita ao usuário o acesso a todos os exemplos re-tirados de vídeos que se encontram na web, bastando apenas estar conectado à internet e clicar no endereço eletrônico dado. Assim, a dinamicidade dos verbetes enciclopédicos favorece o acesso por parte dos alunos a textos de gêneros muito flexíveis e seu estudo.

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A imagem de verbetes construídos de forma está-tica dá lugar a uma outra que procura mostrar a vida do gênero textual nos variados domínios discursivos, dando aos alunos um conhecimento sistematizado desses gêneros e mostrando que é possível ensiná-los sem enrijecê-los.

Maria Auxiliadora BezerraUniversidade Federal de Campina Grande

Campina Grande, janeiro de 2013.

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— VAMOS —verbetar

!

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Verbetar: fazer verbetes e organizá-los,

eis o nosso desafio!

Vamos verbetar! Esta foi a decisão tomada após algumas reuniões da equipe PIBID Letras UFPE, ao estudarmos gêneros textuais, investigando questões de avaliações de programas que buscam traçar perfis dos nossos alunos de educação básica, ao analisarmos manuais didáticos do ensino médio de disciplinas diversas e ao buscarmos respaldo teórico para defi-nições de alguns gêneros multissistêmicos recorrentes em diferentes áre-as de conhecimento no ensino fundamental e médio, tais como desenho anatômico, diagrama, fotografia, infográfico, linha do tempo, tabela. To-dos nós com um letramento mais formal podemos ler cada um deles, com certa facilidade, sem que isto nos cause entrave mais sério no processo de compreensão, certo? Porém, como sujeitos responsáveis pela elaboração de atividades didáticas que orientam a formação de leitores, precisamos nos apropriar melhor dos gêneros textuais que circulam em nosso con-texto educacional, em nosso dia a dia. Conhecer apenas não é suficiente e apropriação exige domínio! A tarefa não foi tão simples, como mostrare-mos no decorrer desta apresentação.

Voltando aos aspectos motivadores da nossa decisão em verbetar esta série Verbetes Enciclopédicos, uma situação bastante significativa foi vivenciada em uma das escolas estaduais recifenses nas quais estamos atuando. Durante a realização de um teste piloto, envolvendo a compre-ensão de enunciados com gêneros multissistêmicos, uma aluna não res-pondeu a uma questão, pois, segundo ela, não sabia o que era charge, termo que iniciava o enunciado da questão, transcrita abaixo (01). Não estamos, neste momento, questionando a elaboração do enunciado em si, mas alguns fatores merecem ser pensados, tais como (i) a importância

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Introdução

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da nomeação do gênero para o aluno-leitor e sua influência no momento de avaliação (não saber o significado do termo não poderia ser atenuado com a verificação ou a leitura do gênero em si? E no enunciado em análise a nomeação está equivocada, temos uma tirinha; jamais uma charge!); (ii) a não flexibilidade cognitiva do aluno-leitor para realizar tarefa solicitada, desistindo no primeiro entrave, o que nos revela, talvez, uma orientação metodológica de que é necessário conhecer o significado de cada palavra para entendermos o texto.

(01):Na charge, a arrogância do gato com relação ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto de vista biológico:

(A) não se justifica, porque ambos, como consumidores, devem “cavar” diariamente o seu próprio alimento.(B) é justificável, visto que o felino possui função superior à da minhoca numa teia alimentar(C) não se justifica, porque ambos são consumidores primários em uma teia alimentar(D) é justificável, porque as minhocas, por se alimentarem de detritos, não participam das cadeias alimentares(E) é justificável, porque os vertebrados ocupam o topo das teias alimentares.ENEM, 2002, http://www.inep.gov.br/Acessado em 26/09/2011

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Paralelamente a observações como estas, constatamos também o uso crescente, ao longo dos anos, de gêneros multissistêmicos para o ensino de conteúdos e para situações de avaliação. Gráficos, tabelas, desenhos anatômicos, infográficos, mapas, histórias em quadrinhos, entre outros gêneros veiculados na mídia impressa e digital, simbolizam alguns dos gêneros textuais que migraram para o domínio educacional. Muitos des-tes gêneros são originalmente produzidos em outros domínios discursi-vos e estão inseridos em outros gêneros, tais como reportagens, relatórios do IBGE, da ONU, da UNESCO, do INMETRO; atlas do IBGE, do INPE.

Tomamos para nós, equipe PIBID Letras UFPE, o desafio de estu-darmos melhor alguns destes gêneros, especialmente aqueles que não são muito recorrentes para o ensino de leitura e de escrita nos materiais didáticos de língua materna. Isto se deve ao fato de um dos objetivos do projeto A Leitura de Linguagens Diversas ser compreender a natureza e as características dos textos multissistêmicos, com o objetivo principal de oferecer subsídio teórico-metodológico para o tratamento dos mesmos nas atividades de leitura em sala de aula. Decidimos, então, selecionar os gêneros. Usamos como critérios a recorrência de gêneros em áreas distintas de conteúdos curriculares, as dificuldades de leitura sinaliza-das nas situações de avaliação que realizamos com aproximadamente 200 alunos do primeiro ano do ensino médio de duas escolas recifenses, a não consciência do gênero pelos membros da equipe PIBID Letras, embora sejamos seus leitores. Chegamos, então, ao seguinte conjunto de gêne-ros: desenho anatômico, esquema, diagrama, fotografia, gráfico, infográ-fico, história em quadrinhos, linha do tempo, mapa e tabela. Os passos seguintes foram pesquisar sobre eles, pensar na organização da escrita dos verbetes, e, finalmente, verbetar! Eita, tarefa complicada!

Estes gêneros transitam por domínios discursivos e áreas de conhe-cimentos as mais diversas, ou seja, sob as mais diversas rubricas. A título de exemplificação, tomemos o termo diagrama no “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa” e no “Dicionário de Comunicação”. Ambos tra-zem acepções para cinema, televisão, artes gráficas, música, informática,

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Introdução

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editoração. Tivemos que optar por desenvolver definições mais voltadas para a divulgação de informações, uma vez que o nosso interesse está nos usos destes gêneros com propósitos informativos, científicos. Então, es-colher a acepção foi o ponto de partida, mas isto não invalida a incursão pela história do gênero e sua tipologia. Mas, se definir é um ato discursivo cotidiano nosso, não significa que seja simples, não é, Zaqueu?

(02) Narradores de Javé: [00:11:30 – 00:12:16]Para assistir: http://goo.gl/2g6DE

ZAQUEU – Só que tem uma coisa: eles falaram lá que só tem validade esse trabalho se for assim... Científico.ARISTEU – Que coisa é científico, Zaqueu?ZAQUEU – Científico é... ó, é assim, como por exemplo... é... é que não pode ser as patacoadas mentirosas que ocês inventam! As patranha duvidosa que ocês gostam de dizer e contar.

Quando pensamos em verbetes, acessamos imediatamente nossa história de leitores de dicionário de línguas e os estudos de vocabulário. Não lembramos se tivemos uma professora como aquela existente nas memórias de Lygia Bojunga Nunes que “achava impossível a gente viver sem um dicionário perto”, mas certamente achamos em algum momento

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de nossas vidas que um dicionário era “exagero de papel”, “uma monta-nha de palavras desabando em cima da gente”, “uma letrinha supermiú-da de tanto quererem espremer mais quer-dizer-isso e mais quer-dizer-aquilo!”, “então, era só tirar a dúvida se tinha dois ss mesmo, ou se era um s em vez de um z, e pronto, eu fechava ele logo” (1995, p. 39, 41).

Ao trazermos o depoimento de Lygia Bojunga Nunes, queremos também trazer os nossos...

“ler um verbete inteiro, olhar bem pra cara de uma palavra e ver se eu achava ela simpática ou não, e pensar se eu ia ficar me lembrando dela, e me perguntar se eu ia gostar de me encontrar com ela outra vez (quem sabe a gente podia ser companheira de um outro jogo, não precisava ser só programa de rádio, a gente podia até se juntar de novo pra fazer letra de samba. Já pensou?) – não. Não mesmo. Que-rer saber mais da vida daquela palavra era coisa que não me aconte-cia, ah, então tá, você tem um acento no a, e fim de papo: fechava o dicionário na cara dela” (1995, p. 41).

Lygia começou a trabalhar para o rádio e para a TV, começou a es-crever livros “e foi nesse encontro com a Literatura que (Lygia) começou a ter curiosidade de ler um verbete inteiro, e de querer experimentar os caminhos que o dicionário (lhe) mostrava, conferindo uma palavra com outra (...)” (1995, p. 41). No meu caso, pesquisei sobre definições e adi-vinhações orais em interações conversacionais (DIONISIO, 1998; 2003), orientei dissertações sobre estudo do vocabulário e uso de dicionários em língua materna (LEAL, 2003; VIANA, 2003), escrevi uns poucos capítulos de livros sobre a abordagem de vocabulário/verbete na sala de aula (DIO-NISIO, 2002 [2010]). Mas assim como Lygia disse que deu “pra ficar tão contente com as (suas) (...) descobertas” (1995, p. 41), também comecei a me encantar com as mudanças trazidas para o estudo do vocabulário com Linguística de Texto, Linguística Aplicada e Teorias de Gênero!

Assim como Lygia, eu gostava “cada vez mais de assuntar: o texto que o dicionário usava pra dar exemplo de uma palavra, ah, que graça!

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Introdução

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eles pegaram uma marchinha de carnaval do Lamartine Babo pra mostrar que palhaço também quer dizer fantasia de palhaço, olha aí, ‘rasguei a minha fantasia, o meu palhaço cheio de laço e balão ...’ (quanta coisa eu ia poder imaginar lá na tal ilha lendo os versos dessa marchinha)” (NUNES, 1995, p.41, 42).

“Olha só pra isso!” (NUNES, 1995, p. 41), a equipe PIBID Letras pegou rápido o hábito de assuntar o tema do verbete em domínios discursivos diversos! Desenho anatômico em videoclipe de Madonna? Linha do Tempo na cabeleira dos Beatles? Diagrama usado como teaser de uma mostra de vídeo-dança?

Então, “as coisas científicas” de que iremos tratar nestes cinco pri-meiros volumes da Coleção Verbetes Enciclopédicos são:

a) Desenho anatômico e Diagrama (Volume 1)b) Linha do Tempo e Mapa (Volume 2)c) Fotografia e História em Quadrinhos (Volume 3)d) Gráfico e Infográfico (Volume 4)e) Esquema e Tabela (Volume 5)

Em 2002, quando escrevi a primeira versão do capítulo Verbete: um gênero além do dicionário, (Dionisio, 2010, p. 136), achei bem interessante a metáfora criada por Hoey (2001:75), ao comparar a organização de di-cionários, glossários, enciclopédias a colmeias, cujas propriedades seriam:

a) o significado não deriva de uma sequência, b) as unidades adjacentes não formam uma prosa contínua, c) não há um frame contextual, d) não há um autor individual,e) um componente pode ser usado sem referência aos demais, f) os componentes podem ser reimpressos ou reutilizados em trabalhos subsequentes, g) os componentes podem ser acrescentados, removidos ou alterados, h) muitos componentes podem servir à mesma função e i) há uma sequência alfabética, numérica ou temporal.

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Duas palavrinhas finais. Quando chegamos à versão que conside-ramos final dos nossos verbetes, recorremos a alguns colegas profissio-nais e professores de outras áreas, a coordenadores de outros PIBID da UFPE, solicitando suas colaborações como leitores críticos. Registramos aqui os nossos agradecimentos a Aldemir Dantas Barbosa, a Judith Ho-ffnagel, a Karla Vidal, a Marina Marcuschi, a Paulo Gileno Cysneiro, a Renê Montenegro, a Simone de Campos Reis. E para os nossos leitores, três dicas: as letras dos nossos verbetes não são miúdas, o nosso verbete é multissemiótico e a nossa escrita não é muito obediente às estruturas típicas do gênero...

Acredito que você, leitor, vai gostar de assuntar nossos verbetes enciclopédicos!

Angela Paiva DionisioRecife, dezembro de 2012.

RefeRências:

ABREU, Luis e CAFFÉ, Eliane. Narradores de Javé. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Cultura – Fundação Padre Anchieta, 2004.

DIONISIO, Angela. Imagens na oralidade. Recife: UFPE (Tese), 1998.

DIONISIO, Angela. Definições na oralidade. IN: DIONISIO, A. & BESERRA, N. Tecendo textos, construindo experiências. Lucerna: Rio de Janeiro. 2003.

DIONISIO, Angela. Verbete: um gênero além do dicionário. In: DIONISIO, Angela, MACHADO, Anna Rachel, BEZERRA, Maria Auxiliadora (orgs.) Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola, 2010.

HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa, Rio de Janeiro: Agir, 2001.

LEAL, Audria. Os exercícios de vocabulário: o léxico no livro didático. Recife: UFPE (Dissertação), 2003.

NUNES, Lygia Bojunga. Livro: um encontro com Lygia Bojunga. Rio de Janeiro: Agir, 1995.

RABAÇA, Carlos e BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. Editora Campus: Rio de Janeiro, 2001.

VIANA, Karine, O dicionário: do livro didático à sala de aula. Recife: UFPE (Dissertação), 2003.

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Verbetes

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FotografiaÁgnes Christiane de Souza

Hellayne Santiago de Azevedo

Fotografando socialmente...

Fotografia 3x4Belchior

Eu me lembro muito bem do dia em que eu chegueiJovem que desce do norte pra cidade grande Os pés cansados e feridos de andar légua tirana...nana E lágrima nos olhos de ler o Pessoa e ver o verde da cana..nana iiiiiii Em cada esquina que eu passava um guarda me parava, pedia os meus documentos e depois sorria, examinando o três-por-quatro da fotografia e estranhando o nome do lugar de onde eu vinha. Pois o que pesa no norte, pela lei da gravidade, disso Newton já sabia! Cai no sul grande cidade São Paulo violento, Corre o rio que me engana..nana iiiii

(01) Fotografia 3x4Fonte: http://goo.gl/gPJfaAcessado em 12/1/2012

Na música Fotografia 3x4, Belchior descreve as dificuldades enfren-tadas pelos imigrantes do Norte/Nordeste nos grandes centros do Sudeste: ter um documento com identificação - um guarda me parava, pedia os meus

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Fotografia

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documentos e depois sorria, examinando o três-por-quatro da fotografia (01) – era a primeira condição a ser vencida para sobreviver como cidadão. Um dos documentos que o guarda pedia era provavelmente a carteira de identidade, RIC - Registro de Identidade Civil (02), ou seja, o documento nacional de identificação civil no Brasil, que contém nome, sexo, data de nascimento, data de emissão, filiação, foto, assinatura e impressão digital do polegar direito do titular. Este conjunto de informações institui, na ter-minologia de Brait (2010, p. 194), o projeto discursivo verbo-visual como prova de identidade no domínio discursivo institucional, oficial. Aqui, a foto 3x4 do então presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Iná-cio Lula da Silva, é um dos elementos constituivos do gênero Registro de Identidade Civil, ocupando critérios determinados pelo Governo Federal.

(02): Modelo do novo Registro de Identidade Civil (RIC)Fonte: http://goo.gl/yf0pN Acessado em 12/10/2012

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Se tomarmos as fotos 3x4 em outros contextos, tais como guardadas em nossas carteiras, geralmente de pessoas queridas, estão no domínio dis-cursivo das nossas relações pessoais, o arranjo discursivo poderá trazer informações como nome, idade, mensagens afetivas. Na letra da música Foto 3x4, de Rhoni e Gaúcho (03), é retratada, sem trocadilhos, a paixão não correspondida por uma jovem; a foto na carteira seria uma comprova-ção do amor e do sofrimento:

Foto 3x4Rhoni e Gaúcho

Eu vou pagar a conta,A conta da tristezaE nisso cai na mesa o seu retratoVeja amigo esse rosto,É a razão do meu desgostoÉ a moça dessa foto 3x4!

Intérpretes: Guilherme & Santiago

(03) Foto 3x4 (Rhoni e Gaúcho)Fonte: http://goo.gl/lNhEk Acessado em 12/10/2012

Atualmente, é mais frequente termos fotos de quem gostamos em nos-sos dispositivos movéis, mas se recuarmos alguns anos, vamos encontrar exemplos de fotos 3x4 que trazem o verbal (frente ou verso) como dedi-catória (04, 05 e 06). O propósito inicial da foto 3x4 pode ter sido para al-gum documento oficial, mas ao serem associadas aos textos Nininha para você minha fotografia. Diomar 19-4-45 e Para Madrinha Minha lembrança Ma. Do Carmo Em 3-7-944, dedicatórias, se definem como fotografias pes-soais entre irmãs (Nininha e Diomar) e madrinha e afilhada (Madrinha e Maria do Carmo).

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Fotografi a

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(04): Foto 3x4 - frente.Acervo Pessoal Angela Dionisio - 2010

(05): Foto 3x4 - verso (Nininha para você minha fotografi a. Diomar 19-4-45) Acervo Pessoal Angela Dionisio - 2010

(06): Foto 3x4(Para Madrinha Minha lembrança Ma. Carmo Em 3-7-944) Acervo Pessoal Angela Dionisio - 2010

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Ágnes Christiane de Souza e Hellayne Santiago de Azevedo

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E aqui, neste verbete, estas fotos 3x4 adquirem outra função social, nunca pensadas por estas duas jovens, e ajudam a ilustrar, brevemente, os usos da foto 3x4 em nossa comunidade. Parodiando Chico Buarque (07), não eram fotos para livros acadêmicos, eram poses para câmera tão dura. Elas, claramente, não miravam algum futuro na história dos estudos dos gêne-ros textuais, muito menos dos estudos de formação de professores. Agora elas se preparam para “dar a cara a tapa” através da ousadia daqueles que se apropriam , cientificamente, dos gêneros, não é, Zaqueu? E as moças das fotos 3x4, assim como Ankito (08)? São “o retrato do artista quando moço”!

A Foto da CapaChico Buarque

O retrato do artista quando moço Não é promissora, cândida pintura É a figura do larápio rastaquera Numa foto que não era para a capa Uma pose para câmera tão dura Cujo foco toda lírica solapa

(07) A Foto da Capa (Chico Buarque)Fonte: http://goo.gl/0kQcFAcessado em 04/10/2012

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Fotografia

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(08) Capa de livroFonte: Ankito: minha vida... meus amores, de Denise Casais Lima Pinto, Rio de Janeiro, FUNDARTE, 2008.

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Fotografando conceitualmente...

FOTOGRAFIA s.f. 1858 [Do grego photos e graphos, escritura com luz]. Forma reduzida Foto 1942. 1. Arte e técnica de formar e fixar imagens so-bre uma emulsão fotossensível (RABAÇA e BARBOSA, 1995, p. 283); 2.Re-presentação plástica (forma de expressão visual) indivisivelmente incor-porada ao seu suporte e resultante dos procedimentos tecnológicos que a materializam (KOSSOY, 1989, p. 26) 3. Testemunho de algo extinto, mas permanece como portadora de possibilidade de múltiplas leituras (HUM-BERTO, 2000, p. 41); 4. Matéria de conhecimento histórico (BORGES, 2003, p. 11); 5. [Documentação] em numerosos compostos introduzidos nas línguas modernas de cultura (FERREIRA, 1999, p. 935). Conhecida desde a Grécia antiga (300 a. C.), referente a Aristóteles e a descoberta da câmera escura – modelo utilizado posteriormente por Leonardo da Vinci, por via de manuscritos, juntamente com sua explicação. Aproxima-damente, no ano de 1826, o primeiro registro fotográfico (09) coube pelo inventor francês Joseph Nicéphore Niépce.

(09): Primeira Fotografia por Joseph NiepceFonte: http://goo.gl/BmZZC Acessado em 25/10/2012

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Fotografia

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Entretanto, a invenção se torna efetiva com a descoberta do filme foto-gráfico, pois é o momento em que se revela a concretude da fotografia e expande os modelos fotográficos e, assim, da câmera escura. Tendo como sinalizador histórico sua maior expansão e visibilidade no período da Re-volução Industrial (cf. KUBRUSLY, 1991), não se tem um único inventor da fotografia; as invenções e intervenções aconteciam em diversas partes do mundo. E como a comunicação entre diferentes locais do mundo, por muito tempo, foi de extrema dificuldade ou inexistente, as vertentes fo-tográficas se desenvolviam de forma plural e similar ao mesmo tempo. Classificação. Retrato caráter pessoal (10) e artístico (11), Fotografia de moda (12), Fotojornalismo social (13), desportivo (14) e cultural (15), Fo-tografia de publicidade (16), Fotografia de paisagem (17), Fotomontagem (18) e Fotografia documental (19), entre outros.

(10): Retrato – Caráter pessoalFonte: Acervo Pessoal Angela Dionisio - 2002

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(11): Retrato – Caráter artístico: Conny MéndezFonte: http://goo.gl/9kux3 Acessado em 25/10/2012

(12): Fotografia de moda: Monochrome colection. Fonte: http://goo.gl/TK1gLAcessado em 25/10/2012

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Fotografia

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(13): Fotojornalismo Social: Cabineros do ChileFonte: http://goo.gl/efNrM. Acessado em 25/10/2012

(14) Fotojornalismo Desportivo: Volleyball world cup, Brazil x Serbia. Fonte: http://goo.gl/Vb5NpAcessado em 25/10/2012

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(15): Fotojornalismo Cultural: Carnaval Recife AntigoFonte: Acervo Pessoal Hellayne Santiago - 2012

(16): Fotografia publicitária: ProdutoFonte: Acervo Pessoal Karla Vidal - 2009

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Fotografia

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(17): Fotografia de Paisagem: Sem títuloFonte: Arquivo pessoal de Rennan Peixe - 2011

(18): Fotomontagem: PhotomontageFonte: http://goo.gl/FHHgcAcessado em 25/10/2012

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(19): Fotografi a Documental: Recife 1851Fonte: http://goo.gl/xteBrAcessado em 25/10/2012

Esses exemplos se apresentam com certa similaridade entre os propósi-tos comunicativos de determinados tipos de fotografi a, estão inseridos em, como podemos chamar, “universos macros”. O caráter artístico é um exemplo de macro universo em que se pode aproximar alguns tipos fotográfi cos (de retrato, de moda, fotomontagens), que podem estar contidos num ambiente artístico.

Ambiente esse que demorou a reconhecer a fotografi a como arte. Com a confortável, tradicional e costumeira presença da pintura como forma de retratar grandes autoridades, paisagens e afi ns, a fotografi a foi, em seus primórdios, considerada uma “anomalia” nesse ambiente. Por essa razão, alguns fotógrafos se utilizaram de métodos advindos da pintura, criando um diálogo, para fi ns de inserção e aceitação da fotografi a no mundo das artes. Para Borges (2003, p.42), “dialogar com a tradição era,

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talvez, o caminho mais seguro para validar a nova forma de olhar e dar a ver o mundo.” Borges também afirmava que era de suma importância perguntar “para quem fazer arte?”, ou seja, “quem fotografar?”. Tinha-se necessidade de uma clientela renomada e de sua própria autoridade nesse ambiente. Ou seja, mesmo com esse diálogo com o tradicional - a pintura (20), a fotografia (21) continuaria situada à margem das outras artes, apesar de agregar, através do olhar de quem a faz, inúmeros sig-nificados ao objeto ou ser fotografado.

(20): Pintura: Autorretrato de Velazquéz en las Meninas Fonte: http://goo.gl/nD2uZAcessado em 25/10/2012

(21) Fotografia: Mathilde HeineFonte: http://goo.gl/GEhqcAcessado em 25/10/2012

Pode-se encontrar um exemplo dessa linguagem artística através da foto-grafia no “Olhar de João” (22), documentário em que se mostra o trabalho feito por João Caetano e sua forma de fotografar o Cerrado: “Eu peguei a

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simplicidade do cerrado com a minha “maquinazinha simplesinha” e fiz uma coisa grande”.

(22) Cena de “Olhar de João”Fonte: http://goo.gl/trgyrAcessado em 02/10/2012

Outro macro universo que pode ser enfatizado como forma de agregar os diferentes tipos fotográficos é o documental. No fotojornalismo, na foto-grafia de retrato, de lugares, entre outras, encontra-se o caráter de docu-mento, registro. Desde a sua invenção e modernizações que a fotografia é utilizada como um importante anexo aos grandes acontecimentos vivi-dos pela humanidade. Guerras, fatos sociais, comportamentos culturais; moda, registros familiares, registros afetivos. Os registros fotográficos acompanham a história, acrescentando e corroborando ao que foi dito, e, muitas vezes, persuadindo o leitor. Para Kossoy (2005, p. 40), “Fotografia é Memória e com ela se confunde.” Confunde-se, pois a fotografia pode ser um recorte, um fragmento de uma realidade e a leitura dela por si só nem sempre garante uma verdade absoluta.

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Adentrando no universo dos livros didáticos, deparamo-nos com a utiliza-ção de fotografias para finalidades similares. “Interessante observar o uso das imagens fotográficas nos livros didáticos: em sua grande maioria, no sentido de garantir a existência do fato, isto é, de aproveitar a força de rea-lidade própria da fotografia, ora para ampliar a consciência social do aluno, ora para uma aproximação mais fácil com um grupo de dados de informa-ção considerados relevantes para o projeto pedagógico do livro” (BELMI-RO, 2000, p. 23). O uso de fotografias permite demonstrar que uma expe-riência química é possível de ser realizada, que se pode conhecer a cultura de outros povos através de registros, ou ainda sugerir filmes como forma de aprendizagem, utilizando recortes fotográficos de cenas, por exemplo. Em suma, a fotografia para fins didáticos tem a função de exemplificar, de demonstrar os fatos, de provar para o leitor a existência, a concretude dos assuntos retratados, fundido o discurso verbal e não verbal (ver verbete In-fográfico). Sendo assim, independente do universo no qual é encontrada, ao que parece, a fotografia sempre retoma algo, seja essa retomada recep-tiva ou contemplativa, “com a fotografia, não nos é mais possível pensar a imagem fora do ato que a fez ser” (DUBOIS, 2006, p. 15).

Fotografando-nos...

Durante a conferência “Como a fotografia pode nos conectar” (23), David Griffin (2008) afirma que “a fotografia tem um poder que se sustenta sob o implacável turbilhão do saturado mundo da mídia de hoje, porque os fatos imita a maneira como nossa mente congela um momento significativo”.

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(23) Como a fotografia pode nos conectar

Fonte: http://goo.gl/kpcoc

RefeRências:

BELMIRO, Célia. A imagem e suas formas de visualidade nos livros didáticos de Português. Educação & Sociedade, ano XXI, Nº 72, Agosto, 2000.

BORGES, Maria Eliza Linhares. História e fotografia. Rio de Janeiro: Autêntica Editora, 2003.

BRAIT, Beth. Literatura e outras linguagens. São Paulo: Contexto, 2010.

CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.

DUBOIS, Philippe. Lácte photographique et autres essais. Paris: Papirus Editora, 1990.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Hauaiss de língua portuguesa, Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2009.

HUMBERTO, Luís. Fotografia, a poética do banal. Brasília: Editora UnB, 2000.

KOSSOY, Boris. Fotografia e história. São Paulo: Editora Ática, 1989.

KOSSOY, Boris. Realidades e ficções nas tramas fotográficas. São Paulo: Ateliê Editoria, 2005.

KUBRUSLY, Cláudio Araújo. O que é fotografia? São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

RABAÇA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo Guimarães. Dicionário de comunicação. São Paulo: Editora Ática, 1995.

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História

em quadrinhosGetulio Ferreira dos SantosJuliana Serafim dos Santos

Saulo Batista de Souza Márcia Mendonça

Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma escola onde ler Histórias em Quadrinhos era proibido, mas todos liam! Escondido, é claro! Os alunos liam, meninos e meninas liam seus gibis! E as professoras? Também liam, as diretoras e até as mães. Liam mais especificamente as “fotonovelas”, revistas destinadas ao público feminino; era um tipo de imprensa popular (01). Eram novelas em quadrinhos que contavam histórias utilizando fotografias no lu-gar dos desenhos. Se você fosse pega lendo uma fotonovela numa situação social formal certamente ia ouvir uma frase como a que Lygia Bojunga Nu-nes ouviu de sua amiga Ana Lúcia: “Sabia que você tinha que ter vergonha de ler isso?” (Acho que Lygia não estava se referindo a fotonovelas, pois como ela disse dos seus seis casos de amor, este foi o que ela acabou escondendo e, quando falou dele, contou o milagre, mas não contou o nome do santo).

- “Sabia que o romantismo dele é viscoso, é pegajoso... Se você tá tão preci-sada assim de romantismo, lê o beltrano, lê a fulana: romântico por român-tico, pelo menos eles escrevem com criatividade, com originalidade.”- Escuta, Ana...- Sabia que esse fulano escreve livro por receita? Sempre os mesmos ingre-dientes; tudo igualzinho de um livro pro outro, de um livro pro outro, de um ...- Você me dá licença de gostar de receita, Ana Lúcia?!Ela disse que estava doente.” (NUNES, 1998, p. 11-19)

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Eram milhões de leitores de Revistas como Capricho, Grande Hotel, Sétimo Céu... entre os anos de 1950 a 1970!

(01) FotonovelaFonte: http://goo.gl/1FHs4 Acessado em 21/12/2012

Fotonovelas eram consideradas “subgêneros da literatura”! Bem, mas continuando nossa historinha... Um dia, porém, as histórias em quadri-nhos mudaram de status, viraram temas de teses e dissertações nas uni-versidades, pesquisas financiadas pelos órgãos de fomento, gênero textual utilizado por órgãos governamentais para campanhas educativas etc. Até a “boa literatura” vem sendo quadrinizada! Morte e Vida Severina (02), de João Cabral de Melo Neto, por exemplo, foi adaptado para os quadrinhos pelo cartunista Miguel Falcão. É uma animação em 3D que manteve a car-ga dramática do poema.

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(02) Morte e Vida Severina, poema de João Cabral de Melo Neto, adaptado para os quadrinhos por Miguel Falcão, animação em 3D

Fonte: http://goo.gl/ABlkr

Acessado em 02/12/2012

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Aliás, falar em histórias em quadrinhos é falar em coisa séria e há mui-to a dizer! Vamos começar por defini-las. O que não é tão simples assim...

HISTÓRIA EM QUADRINHOS (HQ) s.f 1. “Narração de uma história ou de aventuras ou mesmo um romance, feita por meio de desenhos e legendas dispostos em uma série de quadros” (FERREIRA, 2009, p. 1050); 2. “Forma de narração, em sequência dinâmica, de situações representadas por meio de desenhos que constituem pequenas unidades gráficas (quadrinhos) e são geralmente integrados a textos sintéticos e diretos apresentados em balões ou legendas” (RABAÇA e BARBOSA, 2001 p. 365); 3. “A função fun-damental da arte dos quadrinhos (tira ou revista), que é comunicar ideias e/ou histórias por meio de palavras e figuras, envolve o movimento de certas imagens (tais como pessoas e coisas) no espaço. Para lidar com a captura ou encapsulamento desses eventos no fluxo da narrativa, eles de-vem ser decompostos em segmentos sequenciados. Esses segmentos são chamados quadrinhos.” (EISER, 1999, p. 38); 4. “As manifestações mais remotas dos quadrinhos, ou ‘arte sequencial’ nos termos de Eisner (1999), remonta a milênios. Alguns autores chegam mesmo a reportar o germe das HQs à arte rupestre. Várias dessas manifestações representam cenas de caça, numa sequência perceptível, assemelhando-se, em alguma medi-da, à linguagem contemporânea dos quadrinhos. McCloud ([1996]2005) afirma que certas inscrições em tumbas egípcias podem ser imagens que contam uma história. Ele também aponta a tapeçaria de Bayeux [(03) e (04)] como antepassado do que viriam a ser as HQs. A tapeçaria é uma peça única de 70 metros de linho bordado, que conta a conquista norman-da da Inglaterra, luta iniciada em 1066. (...) Outros trabalhos artísticos, especialmente arte sacra [(05)], como iluminuras em série, vitrais, díptico e tríticos com cenas da paixão de Cristo, em madeira ou marfim, também fazem uso da justaposição sequenciada de imagens com a finalidade de contar uma história, como um modo de narrar que atravessa os tempos. (...) Na verdade, há uma polêmica sobre o marco inicial das HQs na sua feição contemporânea. As opiniões se dividem entre o trabalho do suíço

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Rodolphe Töpffer, com as histórias de Mr. Jabot, desenhadas em 1827 e publicadas apenas em 1833; e o trabalho do norte-americano Ricahrd Ou-tcault, com o personagem Menino Amarelo (Yellow Kid ), publicado em 1895” (Mendonça, 2010, p. 40-42).

(03) Origens das HQs: Tabeçaria de BayeuxFonte: http://goo.gl/AUFBsAcessado em 17/12/12

(04) Tabeçaria de Bayeux (detalhe)Fonte: http://goo.gl/TLGDKAcessado em 17/12/12

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(05) Origens das HQS: iluminuras (díptico A conversão de Paulo)Fonte: http://goo.gl/8ETTyAcessado em 17/12/12

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(06) Primeira HQ de sucesso: Menino AmareloFonte: http://goo.gl/bcf1a

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PARA SABER MAIS

Para saber o que aconteceu no Brasil, melhor ler diretamente em Márcia Mendonça “Quadrinhos no Brasil”, fragmento do livro Ciência em Quadrinhos: imagem e texto em cartilhas educativas.

Download do fragmento:http://goo.gl/f7Srl

Diálogo nas HQs: Balões e Onomatopeias. Balões: recurso gráfi co que jun-tamente com o formato do apêndice e as linhas de contorno expressam sentidos específi cos, utilizados para a representação da fala e/ou pensa-mento das personagens (07).

(07) Balão-palavrão, balão-pensamentoFonte: “Ciência em Quadrinhos” (MENDONÇA, 2010, p. 223)

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(08) Balão-berro, balão-fala, balão-sonoro, balão-duploFonte: “Multimodalidade e Gênero Textual” (MOZDZENSKI, 2008, p. 92)

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(09): Balão-intercaladoFonte: “Ciência em Quadrinhos” (MENDONÇA, 2010, p. 167)

Onomatopeias: sons de objetos, animais e movimentos, potencializando a dramaticidade da narrativa, são representados dentro de balões, quadros, ou mesmo sem qualquer contorno (10). “Slam” e “Toc, toc”, bater a porta

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e bater na porta, traduzem atos distintos com expressões com regências verbais distintas, constituem falas do personagem principal de O menino Quadradinho de Ziraldo.

“Zap”“crash”“bum”“gulp”

“toeeennngg”“slam”

“toc”“wham”

“ziiip”“ zzzz”

“zás-trás”

Golpear alguém, bater em alguémSom feito por alguma coisa quebrando, ou por uma batidaExplosãoEsgasgoSom de sinoBater forte alguma coisaBater em alguma coisaImpacto repentinoMostra algo em velocidadeSom de alguém dormindoRuído de pancada rápida ou ação rápida e decidida

(10): Onomatopeias e signifi cadosFonte: Onomatopéias da obra O Menino Quadradinho,Ana Josil Montenegro e Marília Veloso.

PARA SABER MAIS

UTILIZAÇÕES PEDAGÓGICAS DE CONCEITOS GRAMATICAIS EM OBRAS DE ZIRALDOAna Josil Sá Barreto MontenegroMarília Câmara Veloso

Link para acesso:http://goo.gl/tM4dK

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Quadrinização: espaço para a voz do narrador, para área gráfica da narrati-va e para representação do tempo passado da narrativa (11).

(11): Quadrinização em Cartilhas EducativasFonte: “Ciência em Quadrinhos” (MENDONÇA, 2010, p. 134)

Bem, como estamos vendo HQs, é coisa séria! Que tal assistirmos a um videoclipe e lermos uma HQ ao mesmo tempo? It´s cool! It isn´t so cold! O videoclipe “Hurts Like Heaven” (12), da banda britânica Coldplay, nos mantém no tema do verbete... Atentem ao movimento, ao som da abertu-ra e a primeira imagem da primeira página da revista de HQs do início do videoclipe!

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(12): Vídeoclipe “Hurts Like Heaven”e a linguagem dos quadrinhosFonte: http://goo.gl/MKaicAcessado em 21/11/2012

RefeRências:

ANDRADE, Fred. et al. Humor do Fim do Século. Recife: Acape - Associação dos Cartunistas de Pernambuco, 2000.

ANSELMO, Zilda. Histórias em quadrinhos. Petrópolis: Vozes. 1975.

EISNER, Will, 1999. Quadrinhos e arte sequencial. – 3°ed.- São Paulo: Martins Fontes, 1999.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.

GOIDANICH, Hiron. Enciclopédia dos quadrinhos. Porto Alegre: L&PM, 1990.

MENDONÇA, Márcia. 2010. Ciência em quadrinhos: imagem e texto em cartilhas educativas. Recife: Bagaço, 2010.

NUNES, Lygia Bojunga. Livro: um encontro com Lygia Bojunga. Rio de Janeiro: Agir, 1995.

RABAÇA, Carlos e BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. 2 ed. Rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

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— O TEMA —em cena

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Transcrições

Fonte: Trailer: “Olhar de João” - Filme de Mariley Carneiro (2010)

TRANSCRIÇÃO DA CENA:

João Caetano: Eu tinha um sonho de mostrar a natureza do jeitinho que eu imaginava que ela era. Eu resolvi amar o cerrado e fazer dele um assunto atual que é esse tipo de foto. Eu peguei a... a... simplicidade do cerrado com a minha “maquinazinha simplesinha” e fiz uma coisa grande.

Mulher: Ele consegue ver o cerrado de outra maneira, ele tem um olhar artístico, então aí tá a diferença, é do... do... artista fotógrafo João Caetano.

João Caetano: Alguém me perguntou um dia assim na faculdade “qual é a melhor máquina que tem?”, eu fiz “é sua mente”. Se você tiver uma boa mente, um bom enquadramento, e uma perspectiva do que você quer, você vai fazer um bom trabalho.

Homem: Pensar como a natureza pensa, mas como pensas como a natureza pensa se a gente não percebe a natureza e a despreza? Nesse sentido... é... é... o... o... João Caetano tem uma mente ecológica

Mulher: Isso é João Caetano, é... é... o olhar do cerrado.

Para assistir: http://youtu.be/T0i6FTP3GW4

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— UMA PITADA DE —humor

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Fonte: Almanhaque 1955, Segundo Semestre, ou, “Almanhaque d’A Manha, Aparício Torelly, o Barão de Itararé. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado, 2005. (Coleção Almanhaques do Barão de Itararé).

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Fonte: Almanhaque 1955, Segundo Semestre, ou, “Almanhaque d’A Manha, Aparício Torelly, o Barão de Itararé. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado, 2005. (Coleção Almanhaques do Barão de Itararé).

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Fonte: Almanhaque 1955, Segundo Semestre, ou, “Almanhaque d’A Manha, Aparício Torelly, o Barão de Itararé. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado, 2005. (Coleção Almanhaques do Barão de Itararé).

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Fonte: Almanhaque 1955, Segundo Semestre, ou, “Almanhaque d’A Manha, Aparício Torelly, o Barão de Itararé. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo; Imprensa Oficial do Estado, 2005. (Coleção Almanhaques do Barão de Itararé).

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COMISSÃO EDITORIAL

Editores ExecutivosAugusto Noronha e Karla Vidal

Conselho EditorialAngela Paiva DionisioAntonio Carlos XavierCarmi Ferraz SantosCláudio Clécio Vidal EufrausinoClecio dos Santos Bunzen JúniorPedro Francisco Guedes do NascimentoRegina Lúcia Péret Dell’IsolaUbirajara de Lucena PereiraWagner Rodrigues Silva

Prefi xo Editorial: 66530

INFORMAÇÕES GRÁFICAS

FORMATO: 210 x 297 mmTIPOLOGIA: Constantia / Myriad Pro

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