Vermelho Mono Lite
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7/15/2019 Vermelho Mono Lite
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UFPR – ENGENHARIA QUÍMICA
Alunos: Guilherme Vaz da SilvaJoão Augusto CruzKimberly PasqualimRaí Hideki Ribeiro HanashiroWesley Pardinho do Carmo
Turma D
OBTENÇÃO DO VERMELHO MONOLITE
29 de novembro de 2011
INTRODUÇÃO
O vermelho de monolite ou 1-(p-nitrofenilazo)-2-naftol é um corante azóico utilizado como corante de polímeros,
papéis, borracha, lápis de cor, tecidos, entre outros. Possui ponto de fusão de 257°C. É pouco solúvel em água e
clorofórmio; solúvel em ácido acético glacial e muito solúvel em benzeno e etanol. O vermelho de monolite é obtido
a partir do p-nitroanilina, a reação é mostrada na Figura 1.
Figura 1 - Reação de Síntese da Dibenzalacetona.
O composto a ser sintetizado possui coloração vermelha intensa devido à estrutura da molécula. Como pode ser
verificado na Figura 1 que há na molécula várias insaturações e pares de elétrons deslocalizados que conferem a
coloração ao composto (PERGUNTA 1).
O mecanismo de reação se inicia pelo ataque do par de elétrons deslocalizado do grupo amina da p-nitroanilina ao
ácido clorídrico. Forma-se, com isso, o cloridrato de p-nitroanilina, composto que em presença de NaNO2 sofreráuma diazotação. Nesta etapa o par de elétrons presente no grupamento amina do cloridrato interage com o íon NO +
remanescente da molécula de NaNO2 formando um intermediário que libera água protonada e sal de diazônio, uma
molécula que apresenta uma insaturação entre átomos de nitrogênio.
O vermelho de monolite pode ser então formado através do acoplamento diazóico do sal de diazônio com o β-naftol
através de um mecanismo de substituição eletrofílica aromática. A hidroxila presente no β-naftol é um ligante
fortemente ativador e orienta a substituição eletrofílica aromática nas posições orto e para. Como na posição para
existe a ligação com o segundo anel aromática, o acoplamento do sal de diazônio ocorre na posição α do β-naftol
(PERGUNTA 5). O mecanismo para obtenção do vermelho de monolite é mostrado na Figura 2 (PERGUNTA 2).
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Figura 2 - Mecanismo da reação de síntese da Dibenzalacetona.
OBJETIVO
Produzir e purificar um corante diazóico, o vermelho de monolite.
PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL E CÁLCULOS EMPREGADOS
Inicialmente foi preparada uma solução de 0,45 g de p-nitroanilina, 1 mL de HCl concentrado e 10 g de gelo. Em
paralelo, preparou-se uma segunda solução 0,226 g de nitrito de sódio e 0,45 mL de água gelada. A solução de nitrito
de sódio foi gotejada na solução de p-nitroanilina sob agitação constante e banho de gelo afim de manter a
temperatura em torno de 0°C. A solução resultante foi deixada em repouso por cerca de 10 minutos para que se
complete a diazotação.
Diluiu-se então uma quantidade de 0,45 g de β-naftol em 12,5 mL de etanol, esta solução foi resfriada a umatemperatura de aproximadamente 5°C. Utilizando uma pipeta de Pasteur esta solução foi gotejada na solução que
estava em repouso. Este procedimento foi realizado sob constante agitação e banho de gelo. Nesta etapa observou-
se a formação de vermelho de monolite.
A mistura resultante foi filtrada à vácuo com auxílio do funil de Buchner.
Uma alíquota retirada da torta contida no filtro foi submetida a um teste de caracterização utilizando hidróxido de
sódio 1 mol/L. O mesmo teste foi realizado para o β-naftol, afim de comparar as duas colorações. O NaOH reage com
o vermelho de monolite produzindo um sal de sódio de coloração púrpura. A hidroxila presente no corante está
ligada a anéis aromáticos condensados que deslocam a densidade negativa para si, de modo a deixar o hidrogênio da
hidroxila com caráter ácido. Assim, na presença da base há a formação de um sal que é mostrado na Figura 3. O
mesmo não acontece com o β-naftol, cuja possível interação com a base levaria a formação de um carbânioninstável, desta forma o β-naftol é inerte em hidróxido de sódio (PERGUNTA 6).
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Sabe-se pela análise o mecanismo de reação que a proporção molar de todos os reagentes é de 1:1. Afim de
determinar o limitante, divide-se a massa utilizada dos reagentes por suas respectivas massas molares, tem-se:
Sendo assim o β-naftol é o reagente limitante e nitrito de sódio e p-nitroanilina estão em excesso (PERGUNTA 3).
Supondo uma conversão de 100%, deve se formar 0,00313 mol de vermelho de monolite (MM=293,3 gmol -1),
resultando em 0,918 g de produto.
RESULTADOS
Os resultados experimentais obtidos são mostrados no Quadro 1.
Quadro 1 - Rendimento do procedimento experimental.
Massa Esperada (g) Massa Obtida (g) Rendimento (%)
Vermelho de monolite 0,918 0,484 52,7
O Rendimento é calculado da seguinte maneira:
()
Os resultados do teste de caracterização utilizando NaOH são dados no Quadro 2:β-naftol Vermelho de Monolite
Coloração Resultante Bege Púrpura
Para o teste do ponto de fusão do vermelho de monolite tem-se os resultados mostrados no Quadro 3.Quadro 1 – Ponto de fusão da dibenzalacetona literário e experimental.
Literatura Vermelho de Monolite Purificada
Ponto de Fusão (°C) 257,0
QUESTIONÁRIO
1- Quais as características que o vermelho de monolite possui para ser classificado como corante?2- Qual o mecanismo da reação de formação do vermelho de monolite a partir da p-nitroanilina?
3- Qual o reagente limitante e qual está em excesso?
4- Por que se usa sal com gelo quando se quer obter temperaturas abaixo de 0°C?
No procedimento em questão não foi utilizado sal, no entanto este poderia ser utilizado afim de obter uma
solução aquosa de ponto de fusão abaixo de 0°C, o que pode ser explicado pelo Princípio da Crioscopia. Isto seria
interessante pois o procedimento experimental exige um rígido controle de temperatura (que devem estar próximas
a 0°C).
5- Por que o acoplamento entre o sal de diazônio com o β-naftol acontece na posição α do β-naftol?
6-Interprete o teste de caracterização com NaOH apresentando as estruturas.
CONCLUSÕES
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Ao final da prática experimental obteve-se um rendimento de 52,7%, sendo o procedimento proposto adequado
para obtenção de um corante azóico. O teste realizado com hidróxido de sódio comprova a formação do vermelho
de monolite, ficando a solução resultante da dissolução do composto com coloração púrpura.
A coloração do sólido obtido da filtração à vácuo é outro indício da conversão dos reagentes e formação do corante.
As perdas de produto se concentraram na filtração à vácuo. Primeiramente verificou-se a incrustação de sólido nas
vidrarias, como no recipiente onde se deu a reação e no funil de Buchner. Houve perdas também no filtrado, visto
que esse permaneceu com tonalidade avermelhada. Para diminuir as perdas no filtrado, procedeu-se nova filtração,
no entanto a coloração avermelhada permaneceu, porém com menor intensidade.Recomenda-se para maior segurança na análise do teste com o hidróxido de sódio o uso de uma terceira solução,
esta de vermelho de monolite puro, para que houvesse um melhor parâmetro de comparação. Dentro das
possibilidades, também seria indicado um teste para identificação de β-naftol no produto, isso possibilitaria que
fossem feitas discussões sobre o rendimento da reação.