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Versiane Albis Leão Laboratório de Bio&Hidrometalurgia Dep. de Eng. Metalúrgica e de Materiais, UFOP. Universidade Federal de Ouro Preto Campus Morro do Cruzeiro, s.n. Ouro Preto, MG, Brasil. [email protected] Processos Biotecnológicos aplicados à indústria mineral Biotecnologia: Biometalurgia e Biorremediação. CETEM, Rio de Janeiro, 21 de março de 2014

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Versiane Albis Leão

Laboratório de Bio&HidrometalurgiaDep. de Eng. Metalúrgica e de Materiais, UFOP.

Universidade Federal de Ouro PretoCampus Morro do Cruzeiro, s.n.

Ouro Preto, MG, Brasil. [email protected]

Processos Biotecnológicos aplicados à indústria mineral

Biotecnologia: Biometalurgia e Biorremediação. CETEM, Rio de Janeiro, 21 de março de 2014

ASPECTOS AMBIENTAIS

Sulfato como agente corrosivo – Ataque ao material metálico.

Nas zonas anaeróbias, dos corpos receptores, o íon sulfato é reduzido a sulfeto

de hidrogênio, aumentando a demanda química de oxigênio.

Em concentrações altas o sulfato pode trazer um efeito inibidor à biomassa

responsável pela degradação da matéria orgânica.

Ocorrência de acidez do solo e da água.

Efeitos ao homem: doses de sulfato acima de 600mg/L podem causar diarréia

(WHO,2004).

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LEGISLAÇÃO

WHO – Word Heath Organization (2006): estabelece um limite de

sulfato de 500mg/L para águas de abastecimento.

USEPA: adota um padrão de 250mg/L do íon sulfato em água para

abastecimento.

Resolução 357/05 CONAMA: estabelece um padrão para o sulfato

de 250 mg/L no corpo receptor classes 1 e 2.

Legislação de SÃO PAULO: estabelece uma concentração de

1,0g/L no efluente a ser lançado no corpo recptor.

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MINERAÇÃO - DRENAGEM ÁCIDA DE MINA (DAM)

Propriedades Espécies Químicas Típicas Associadas

Faixa de concentração

IMPACTO

Acidez Ácido Sulfúrico 2,0 – 4,0 (pH) Mobilização de íons metálicos

Ferro Íons Ferroso e férrico,Óxido férrico, Hidróxidos

100 – 3000 (mg/L)

Descoloração e turbideznas águas, incremento do pH, precipitação do Fe III

Metais Pesados Cu, Mg, Zn, Cd, Hg, Pb, As

1 – 200 (mg/L) Redução da flora e fauna aquática, bio-acumulação e redução da qualidade de abastecimento da água potável

Sólidos Totais Ca, Mn, Al, SO42- 100 – 30000

(mg/L)Redução da qualidade daágua no abastecimento

Parâmetro Rio sem influência da mineração de carvão

Rio com influência da mineração de carvão

Padrão Resolução 357/05do CONAMA

pH 6,5 a 7,4 2,0 a 4,0 6,0 a 9,0

Ferro Total Menor 4,0 (mg/L) 10 – 100 (mg/L)190 (mg/L)

0,3 (mg/L)1

5,0 (mg/L)2

Sulfatos 8 a 25 (mg/L) 100 - 10000(mg/L)2000 (mg/L)

250 (mg/L) 1

250 (mg/L) 2

Alumínio 0,2 a 0,5 (mg/L) 10 – 100 (mg/L)1000 (mg/L)

0,1 (mg/L) 1

0,1 (mg/L) 2

Metais Pesados Chumbo

Nd 0,02 0,2 (mg/L)2 (mg/L)

0,03 (mg/L) 1

0,05 (mg/L) 2

Zinco Nd 1 – 5 (mg/L)10 (mg/L)

0,18 (mg/L) 1

0,5 (mg/L) 2

Manganês Nd 0,5 – 10 (mg/L)15 (mg/L)

0,1 (mg/L) 1

0,5 (mg/L) 2

Fonte: Cetem; Resolução CONAMA – Brasil. 1: Padrões para águas de classe 1 e 2. 2 : Padrões para águas de classe 3.

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AMD impact in northern WV

Rio SangãoSanta

Catarina

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TRATAMENTO BIOLÓGICO

PRINCÍPIO DO TRATAMENTO: DIGESTÃO ANAERÓBIA

Myres e Stans (2008) adaptado por Barbosa , 2009.

• Ausência de sulfato • Presença de sulfato

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BACTÉRIAS REDUTORAS DE SULFATO

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Estritamente anaeróbios.

Mesofílicos, com uma temperatura ótima decrescimento entre 28 e 35ºC.

Faixa de pH para crescimento entre 7,0 e 7,8.

O metabolismo é conduzido em ambientescujo valor de Eh se encontra entre ‐150 a ‐200mV.

Redução de Sulfato

Principais reações

2Lactato     +     SO42‐ ⇆ H+ + 2CH3COO‐ + HS‐ + 2HCO3

‐ (oxidação incompleta)

2Lactato     +   3SO42‐ ⇆ H+ +   3HS‐ + 6HCO3

‐ (oxidação completa)

Cu2+     +    HS‐ ⇆ CuS +    H+

Mn2+ +    HCO3‐ ⇆ MnCO3 +    H+

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REATOR UASB e de Leito Fluidizado

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# Microorganism Start‐up inoculum

Phase I and IV

Substrate Oxidation

1 Desulfomonas pigra (SF192152) + + incomplete2 Desulfovibrio desulfuricans subsp. Desulfuricans str. ATCC 

27774  + + incomplete

3 Desulfolobus sp. + + Incomplete4 Desulfovibrio vulgaris + + incomplete5 Uncultured Desulfovibrio sp. Clone A37bac 16S ribosomal + + incomplete6 Desulfobulbus sp. (EF442937) (PO) + + propionate oxidizer7 Desulfobacter halotolerans DSM 11383 (NR026439) (AO) + + Acetate oxidizer8 Uncultured Desulfotomaculum sp. Clone BNB‐488 (FJ898345) + + incomplete9 Methanogens ‐ + Methane producer10 Clostridium sp. n. d. + Fermentation

Diversidade microbiana 

Fermentação  3Lactato ⇆ acetato + 2 propionato + H+ + HCO3‐

Methanogenisis Acetato + H2O ⇆ CH4 + HCO3‐

4H2 + HCO3‐ + H+⇆ CH4 + 3H2O

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I II III IV V VI0

25

50

75

100

Sulfate reductionPhases

Sulfa

te re

duct

ion

effic

ieny

(%)

0

250

500

750

1000

1250

1500

1750

Residual sulfate target

A

Sulfate concentration (m

g/L)

I II III IV V VI VII0

25

50

75

100

Sulfate reduction

B

Phases

Sul

fate

redu

ctio

n ef

ficie

ncy

(%)

0

250

500

750

1000

1250

1500

1750

Residual sulfate target

Sulfate concentration (m

g/L)

Redução de sulfato e concentrações residuais

LEITO FLUIDIZADO UASB

Relação DQO/sulfato

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LEITO FLUIDIZADO UASB

População de BRS e oxidação de lactato

L. Fluidizado 2Lactato     +     SO42‐ ⇆ H+ + 2CH3COO‐ + HS‐ + 2HCO3

UASB 3Lactato ⇆ acetato + 2 propionato + H+ + HCO3‐

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0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

Phases

AVIVIVIIIIII

Ace

tate

/but

yrat

e co

nc. (

mg/

L)

Acetate Butyrate

0

1000

2000

3000

4000

Phases

BVIIVIVIVIIIIII

Acetate Propionate

Ace

tate

/pro

pion

ate

conc

. (m

g/L)

LEITO FLUIDIZADO UASB

Ácidos Graxos voláteis

METABOLIC PATHWAYS

SRB

CO2 + H2O LACTATE ACETATE

ACETATE PROPIONATE

SO42- H2S

SO42- H2S

FB

SRB

SRB

CO2

SO42‐

H2S Desulfobacter sp

Desulfovibrio desulfuricansDesulfomona pigra

Desulfotomaculum sp.

Desulfobulbus sp

ACETATE

H2S SO42-

SRB

MPM

CH4 + CO2

Clostridium sp.

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III VII0

2

4

6

8

10

12

V

SS

mas

s (g

)

Phases Port A Port B Port C

I II III IV V VI VII0.055

0.060

0.065

0.070

0.075

0.080

0.085

Phases

Spe

cific

sul

fate

redu

ctio

n ra

te(g

SO

42-/g

VS

S.d

)

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

Specific sulfate reduction rate

Propionate productionrate

107 - 108 cell.SRB/gVSS105 - 106 cell.SRB/gVSS

Specific propionate production rate (gC

3 H5 O

3 -/gVSS.d)

Recirculação no UASB e consumos específicos

Concentração de SSV

Consumo de sulfato e produção de propionato

fase VII

Precipitação de sulfetos metálicos  MeS

Solução de 

sulfeto

Solução do  

metal

Dreno

Agitador magnético

Reator

Bomba peristáltica

[Cu2+] = 50 ‐500mg.L‐1[Ni2+] = 50 ‐ 500mg.L‐1

A cada tempo de Residência:[Me2+], [S2‐]

Após entrar em regime:DRX e PSD

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Precipitação de cobre em sistema contínuo com sulfeto biogênico

0 7 14 21 28 35 42 49 56 63 700

4

8

12

350

400

450

96.5

97.0

97.5

98.0

99.6

99.8

100.0Co

ncen

traç

ão d

e Cu

2+ (m

g.L-1

)

Tempo (min)

[Cu2+] (mg.L-1)

Rem

oção

(%) Remoção (%)

T. de residência: 7min

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Operação Tamanho da operação (m3/h)

Água tratada(106L/ano)

Metal recuperado (t/ano)

Bisbee, USA 500 2,8 635,03 (Cu)Lluvia de Oro, 

Mexico n.d. n.d. 40,23 (Cu)Caribou Mine, 

Canadá n.d. n.d. 35,00 (Zn)

Wellington oro, USA 34069 n.d. 21,77 (Zn, Cd)

Operações de tratamento de efluentes com sulfeto implementados pela Bioteq.

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Processos industriais - Bioteq.

Alimentação:  0.5 to 2 g/L Fe, 340 mg/L Cu e pH 2.2. Efluente final: <1 mg/L Cu 2 t/dia de sulfeto de cobre

Produção de metais – DAMCobre, Zinco, Níquel

Fonte: Bioteq

4 S + Ac‐ + 2 H2O → 4 H2S + 2CO2

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Tratamento de minérios Au‐Cu.Cobre é grande consumidor de cianeto  Cu(CN)32‐

Sulfeto pode ser usado para precipitar o Cu

2Cu(CN)32‐ + S2‐ + 6H+→ Cu2S + 6HCN

Zn(CN)42‐ + S2‐ + 4H+→ ZnS + 4HCN   

O HCN e volatilizado e absorvido em Ca(OH)2

2HCN + Ca(OH)2 → Ca(CN)2 + 2H2O

Processo SART (Sulphidization, Acidification, Recycling, Thickening)

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Considerações finais

Interface biotecnologia – indústria mineral Biolixiviação Bioflotação Remediação ambiental (biossorção, “wetlands”, redução de

sulfato Produção de sulfeto e precipitação

O Brasil pode se tornar um país líder em biotecnologia voltadas para a indústria mineral 

Agradecimentos

FINEP, FAPEMIG, CNPq, CAPESVale, Votorantim, AngloGold, outros

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Obrigado

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