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VI ENDITEC Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Campus Medianeira
OTIMIZAÇÃO DE ROTAS DE UMA
EMPRESA DO SETOR ATACADISTA
UTILIZANDO HEURÍSTICAS DE
SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO
CAIXEIRO VIAJANTE
Matheus Fernando Moro (UFSM)
Renan Alex Correa Kanezawa (UTFPR)
O presente trabalho adapta o Problema do Caixeiro Viajante para o interior do
estado do Paraná, aplicando-o na otimização de rota para a distribuição de produtos
de uma empresa atacadista de plástico. Primeiramente, através da revisão
bibliográfica são apresentadas algumas definições do Problema do Caixeiro Viajante
e métodos para sua resolução através das heurísticas do Vizinho mais Próximo e
Subcircuito Inverso, que são programadas no software SCILAB® 5.2.2. O trabalho
compara os resultados obtidos através desta metodologia com o da rota que
atualmente é empregada, concluindo que as vantagens são significativas já que o
ganho aproximado é de 9,4% e 10,5% para as heurísticas do Vizinho mais Próximo e
Subcircuito Inverso, respectivamente. Por fim é feito um levantamento e comparação
entre o custo de pedágio entre as duas rotas encontradas, para auxilio na tomada de
decisão sobre a melhor rota encontrada
Palavras-chave: Problema do Caixeiro Viajante, Rota Ótima, Heurísticas
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.
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1. Introdução
As transformações ocorridas nos últimos anos no ambiente dos negócios, tais como a abertura
dos mercados e o aumento das exigências dos clientes, trouxeram às empresas dos mais
diversos setores o aumento da concorrência, forçando-as a buscarem a otimização dos
processos dentro de suas cadeias produtivas (RODRIGUES et al., 2014).
Com vistas à busca pelo aumento de sua competitividade frente a este novo mercado muitas
empresas passaram a reavaliar suas funções organizacionais, destacando-se os investimentos
realizados na função logística como um dos principais auxílios na busca desta
competitividade. Nesse cenário, a logística adquire uma dimensão estratégica no
gerenciamento de uma empresa, pois os serviços logísticos, quando bem estruturados,
permitem a entrega de valores ao mercado (VASCONCELLOS et al., 2008).
Dentre as atividades logísticas destaque é dado às atividades de distribuição que, de acordo
com Ballou (2008), representam cerca de 45% das despesas logísticas das empresas.
Certamente, a sua otimização leva uma economia significativa dos recursos da empresa.
Pureza e Lazarin (2010) afirmam que a busca pela eficiência na distribuição de bens ou
serviços é um nicho a ser constantemente explorado. Tal eficiência pode ser obtida, dentre
outros fatores, por meio de um adequado dimensionamento e planejamento de rotas para as
frotas de veículos. Esta motivação levou ao surgimento e consolidação da classe de problemas
de roteamento.
Os problemas de otimização de rotas surgem em diversos contextos práticos onde há a
necessidade de minimizar rotas, como no presente trabalho, que trata da distribuição de uma
empresa de atacado plástico. Grandes quantias em dinheiro podem ser economizadas a cada
ano por governos e empresas privadas se houver o planejamento e execução destas operações
de minimização das rotas ainda mais se tratando da coleta de resíduos no interior dos
municípios essa economia pode ser ainda maior já que as distâncias entre as chamadas
comunidades são bem maiores do que dentro da área urbana. (KONOWALENKO, 2012)
O objetivo deste trabalho é minimizar a rota de distribuição de uma empresa do setor
atacadista de plástico, aplicando heurísticas de resolução do Problema do Caixeiro Viajante:
Heurística do Subcircuito Inverso e Heurística do Vizinho mais Próximo para assim,
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contribuir como uma alternativa na diminuição dos custos que a empresa tem com esse
processo.
2. Materiais e métodos
O primeiro problema de roteirização a ser estudado foi o do tradicional caixeiro viajante (no
inglês “traveling salesman problem” ou TSP), que consiste em encontrar o roteiro ou
sequência de cidades a serem visitadas por um caixeiro viajante que minimize a distância total
percorrida e assegure que cada cidade seja visitada exatamente uma vez (CUNHA, 1997).
O Problema do Caixeiro Viajante (PCV) tem sido muito utilizado no experimento de diversos
métodos de otimização por ser, principalmente, um problema de fácil descrição e
compreensão, porém com grande dificuldade de solução, uma vez que é NP-Árduo com larga
aplicabilidade (PRESTES, 2013).
Sendo um grafo G = (N,E) onde N = {1,...,n} e o conjunto de nos e E = {1,...,m} e o conjunto
de arestas de G, e custos, cij, associados com cada aresta ligando os vértices i e j, o problema
consiste em localizar o menor ciclo Hamiltoniano do grafo G. O tamanho do ciclo e calculado
pelo somatório dos custos das arestas que formam o ciclo. Os nos do grafo são,
frequentemente, referenciados como “cidades” e, em outras palavras, o objetivo e visitar todas
as cidades passando apenas uma vez por cada cidade, retornando ao ponto de origem. Este
percurso deve ser feito de forma a minimizar a distancia total percorrida.
2.1 Formulação do PCV
Dado um conjunto C = {c1, ...,cn} de n cidades ci e uma matriz de distâncias (pij), onde pij =
p(ci, cj) (i , j Є {1, ..., n} pij = pij , pij = 0), a tarefa passa por encontrar a permutação π Є Sn =
{s : {1,..., n} → {1,..., n}} que faça com que a função objetivo (distância do circuito) f : Sn →
|R, onde
atinja o seu mínimo.
O tamanho do espaço de procura aumenta exponencialmente dependendo de n, o número de
cidades, uma vez que existem
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circuitos possíveis (a posição inicial é arbitrária, e a ordem do circuito pode ser invertida).
Dependendo da importância que poderá ter o sentido das setas (arestas), entre nós, o PCV
pode-se distinguir em simétrico ou assimétrico (GUEDES, 2013).
O PCV é chamado simétrico quando a distância entre dois nós (ou cidades) quaisquer i e j
independe do sentido, isto é, quando dij = dji; caso contrário o problema é denominado
assimétrico. Segundo Helsgaun (2000), problemas simétricos são, em geral, mais difíceis de
serem resolvidos que problemas assimétricos. Esse estudo é classificado como PCV simétrico,
pois as distâncias entre as cidades independe do sentido da rodovia.
2.2 Métodos para solução do PCV
A solução do PCV pode ser determinada por diferentes métodos. Estes, podem ser agrupados
em métodos exatos e heurísticos. Os primeiros têm por base procedimentos branch-and-
bound, isto é, de enumeração implícita em árvore onde é necessário inserir um limite inferior,
no leque de soluções do problema. Existem limites inferiores triviais, como por exemplo, o
elemento mínimo das soluções encontradas. Contudo, estes tipos de métodos demonstram
muita dificuldade quando aplicados a problemas muito complexos, isto é, um PCV com
muitas cidades, uma vez que a árvore de enumeração é muito extensa (CONWAY, 2003).
Os métodos heurísticos são procedimentos bastante particulares, o que os torna inflexíveis
para a determinação de boas soluções para outro problema ligeiramente diferente
(APLEGLATE, 2006). Os métodos heurísticos são procedimentos que tem como objetivo
encontrar soluções não necessariamente ótimas, mas que se aproximam do ponto ótimo do
problema (BÄCK, 1996).
Neste trabalho, iremos utilizar dois métodos heurísticos que serão programados no software
SCILAB® 5.3, as heurísticas são apresentadas a seguir. As cidades que o atacado possui
clientes, ou seja, cidades que o caminhão faz a distribuição foram disponibilizadas pela
empresa. Os dados das distâncias entre as cidades foram retirados do Google maps.
2.2.1 Heurística do Subcircuito Inverso
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Começa com um circuito viável e tenta melhorá-lo invertendo subcircuitos de duas cidades, 3
cidades, até subcircuitos com n-1 cidades (TEIXEIRA, 2012).
2.2.2 Heurística do Vizinho Mais Próximo
É caracterizado pela escolha da cidade mais próxima, sempre que o caixeiro se desloque, até
que todas as cidades sejam visitadas. Comece o algoritmo pela cidade i (i=1,2,...,n), em
seguida ligue a cidade i com a cidade j (j=1,2,...,n), sendo j a cidade mais próxima de i. Repita
o procedimento até que seja concluído o circuito com as n cidades (TEIXEIRA, 2012).
3. Descrição do problema
Empresas atacadistas são organizações intermediárias que se situam entre a indústria e o
varejo. Têm como principal função ajustar as discrepâncias entre produção e consumo
permitindo o aumento das economias nos custos de transação entre os elos produtor e
consumidor (SILVA, 2010).
Enomoto (1997) afirma que a principal preocupação da empresa atacadista é a entrega no
tempo correto em detrimento de custos e racionalizações. Enomoto (1997), ainda observa que
as rotas de entrega são muitas vezes calculadas manualmente, o que pode levar a soluções
muito distantes das soluções ótimas.
A empresa em estudo é do setor atacadista de plástico, faz a distribuição de plástico bolha
para grande parte do estado do Paraná. Criada em 2001 em Guarapuava-PR, a empresa vem
crescendo anualmente. O empresário, proprietário do estabelecimento afirmou que a empresa
desde sua criação calcula sua rota manualmente e de acordo com o conhecimento do
motorista.
A empresa considerada de pequeno porte, possui apenas um caminhão, de 5 eixos, para fazer a
distribuição no estado. A distribuição é feita uma vez por semana, sempre para as mesmas 19
cidades. As cidades com clientes podem ser observadas do Quadro 1, ressalta-se que o ponto
A, é a cidade sede da empresa, Guarapuava, onde o caminhão parte, percorrendo as outras 19
cidades e volta para seu destino inicial.
Quadro 1 - Pontos de distribuição
Ponto Cidades Ponto Cidades
A Guarapuava K Toledo
B Maringá L Cascavel
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C Londrina M Foz do Iguaçu
D Cornélio Procopio N Medianeira
E Umuarama O Dois Vizinhos
F Cianorte P Francisco Beltrão
G Guaíra Q Pato Branco
H Marechal C. Rondon R Prudentopolis
I Campo Mourão S Irati
J Santa Helena T Ponta Grossa
A Figura 1 representa a localização no mapa das 20 cidades percorridas no Paraná. No
indicador em verde, está representada a cidade que possui a sede da empresa, Guarapuava, já
os outros indicadores em vermelho são representados as cidades clientes do atacado.
Figura 1 - Localização das cidades clientes do atacado em estudo
As distâncias entre os pontos de entrega (cidades de distribuição do atacado) são apresentadas
no Quadro 2.
Quadro 2 – Matriz distância em km entre os pontos de entrega
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T
A 0 287 316 0 0 0 0 0 206 0 0 248 0 0 217 218 189 69 107 0
B 287 0 100 0 0 81 0 0 92 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 311
C 316 100 0 62 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 273
D 0 0 62 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 284
E 0 0 0 0 0 85 116 0 133 0 131 0 0 0 0 0 0 0 0 0
F 0 81 0 0 85 0 0 0 67 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
G 0 0 0 0 116 0 0 67 0 0 106 0 0 0 0 0 0 0 0 0
H 0 0 0 0 0 0 67 0 0 58 41 0 0 0 0 0 0 0 0 0
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I 206 92 0 0 133 67 0 0 0 0 0 178 0 0 0 0 0 0 0 0
J 0 0 0 0 0 0 0 58 0 0 85 114 106 63 0 0 0 0 0 0
K 0 0 0 0 131 0 106 41 0 85 0 47 0 101 0 0 0 0 0 0
L 248 0 0 0 0 0 0 0 178 114 47 0 0 87 160 181 0 0 0 0
M 0 0 0 0 0 0 0 0 0 106 0 0 0 58 0 0 0 0 0 0
N 0 0 0 0 0 0 0 0 0 63 101 87 58 0 0 0 0 0 0 0
O 217 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 160 0 0 0 50 81 0 0 0
P 218 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 181 0 0 50 0 59 0 0 0
Q 189 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 81 59 0 0 0 0
R 69 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 52 98
S 107 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 52 0 84
T 0 311 273 284 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 98 84 0
Essas distâncias compõe a matriz distância, usada na resolução do problema. As células com
0 (zero) significa que não existe um grafo direto entre os pontos de coleta, portanto essas
distâncias são consideradas infinitas para resolução deste problema.
A empresa juntamente com seu motorista estabeleceu uma rota a qual é empregada pelo
caminhão que faz a distribuição de plástico bolha, a rota é definida nessa sequencia: A – Q –
O – P – N – M – J – L – K – H – G – E – I – F – B – C – D – T – R – S – A, o percurso pode
ser observado na Figura 3, totalizando um distância percorrida de 2103 km, o caminhão faz
esse trajeto uma vez por semana.
Figura 1 - Rota atual empregada pelo caminhão
4. Resultados e discussões
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Optou-se pelo programa computacional SCILAB®
5.2.2 para encontrar o melhor roteiro para o
problema. Elaborou-se um algoritmo para a resolução com os métodos heurísticos: vizinho
mais próximo e subcircuito inverso. Através da programação das heurísticas os resultados
encontrados são apresentados na Figura 3 e 4, para as heurísticas do Vizinho mais próximo e
Subcircuito inverso, consequentemente.
Figura 2 - Rota encontrada pela heurística do Vizinho mais próximo
Figura 3 - Rota encontrada pela heurística do Subcircuito inverso
Os resultados obtidos pelas duas heurísticas podem ser comparados no Quadro 3 com a rota
inicial.
Quadro 3 - Comparação entre as rotas obtidas e a atual
Rotas Distância (km)
Rota Atual A – Q – O – P – N – M – J – L – K – H – G –
E – I – F – B – C – D – T – R – S – A 2103
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Vizinho mais Próximo A – R – S – T – D – C – B – I – F – E – G –
H – J – M –N – K – L – O – P – Q - A 1905
Subcircuito Inverso A - R - S - T - D - C - B - I - F – E – G -
H - J - M - N - K - L – O – P – Q - A 1882
Pode-se perceber que para ambas as heurísticas o resultado obtido se mostrou melhor que a
rota atualmente empregada pelo caminhão. Na heurística do Vizinho mais próximo, obteve-se
uma melhora de 9,4 %, já o resultado encontrado pelo Subcircuito Inverso, diminui a rota em
10,5%.
Levando em conta que em muitas das rodovias percorridas pelo caminhão, há cobrança de
pedágio, resolveu-se fazer um levantamento do preço do pedágio para cada uma dessas rotas,
para contribuir na ajuda na tomada de decisão de qual seria a melhor rota, já que a diferença
entre as duas rotas encontradas é de apenas 23 km. No Quadro 4, pode-se visualizar a
comparação entre a rota, distância e preço total de pedágio.
Quadro 4 - Levantamento do preço do pedágio em cada rota
Distância (km) Pedágio (R$)
Rota Atual 2103 488,5
Vizinho mais Próximo 1905 377,5
Subcircuito Inverso 1882 457,5
A heurística do Subcircuito Inverso encontrou uma rota menor que a da heurística do Vizinho
mais Próximo, porém a diferença entre o preço pago de pedágio entre as duas é de R$ 80,00 a
mais para a rota do Subcircuito Inverso e distância de 23 km a mais para a rota do Vizinho
mais Próximo.
Levando em consideração que o caminhão faz em média 4,5 quilômetros por litro de óleo
diesel e que o preço do litro do óleo diesel está em aproximadamente R$ 2,48, o custo para o
caminhão percorrer 23 km é de aproximadamente R$ 12,70, descontando da diferença do
preço de pedágio, a rota encontrada pelo Vizinho mais Próximo ainda se sobressai em relação
à rota do Subcircuito Inverso em R$ 67,30.
No Quadro 5, é apresentado a economia das duas rotas encontradas pelas heurísticas em
relação a rota atualmente empregada.
Quadro 5 - Comparativa da economia das rotas em até um ano
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SEMANA MÊS ANO
Diferença Distância
(Km)
Pedágio
(R$)
Distância
(Km)
Pedágio
(R$)
Distância
(Km)
Pedágio
(R$)
Vizinho mais
Próximo 198 111 792 444 9504 5328
Subcircuito Inverso 221 31 884 124 10608 1488
Através do Quadro 5, percebemos que a economia em pedágio em um ano da rota do Vizinho
mais Próximo é de R$ 5328,00, muito mais expressiva que a do Subcircuito Inverso, R$
1488,00. Enquanto a diferença de distância entre as duas rotas depois de um ano é de 1104 km
a menos para a rota da heurística do Subcircuito Inverso.
5. Considerações finais
Com o objetivo de minimizar a rota de distribuição de uma empresa do setor atacadista de
plástico os métodos empregados se mostraram eficientes, já que se obteve um ganho
aproximado de 9,4% para a heurística do Vizinho mais próximo e de 10,5% para a do
Subcircuito Inverso, em relação à rota atual.
Acrescentado ao objetivo foi proposto uma comparação dos preços do pedágio em cada uma
das rotas e verificou-se uma disparidade grande entre as duas rotas encontradas. A heurística
do Subcircuito Inverso que obteve uma rota melhor que a outra heurística, apresentou um
preço de pedágio muito mais elevado que a rota do Vizinho mais próximo, R$ 80,00 de
diferença por viagem. Por fim, foi realizado um cálculo para verificar qual o custo da
quilometragem de diferença das rotas encontradas (23km), e encontrou-se aproximadamente
R$ 12,70, um valor menor que a diferença de pedágio.
Conclui-se então que a empresa do setor atacadista de plásticos, situada na cidade de
Guarapuava-PR, deve mudar a rota de distribuição de seus produtos, escolhendo a rota do
Vizinho mais Próximo (A – R – S – T – D – C – B – I – F – E – G – H – J – M –N – K – L –
O – P – Q – A), pois mesmo sendo encontrada uma distância maior que a da outra rota,
compensa pela diferença do preço do pedágio a ser pago. No fim de um ano a empresa além
de economizar em combustível por 9504 km a menos, economizará também R$ 5328,00 em
pedágios.
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Este estudo apresentou um exemplo de como a utilização de ferramentas e tecnologias pode
levar as organizações a elevados patamares de competitividade. A preocupação que algum
tempo atrás era por estímulo de demanda, tem foco hoje na melhor gestão dos suprimentos, e
a otimização de roteirização é um claro exemplo de redução de custos logísticos
aperfeiçoando assim a cadeia de suprimentos.
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