Vida, um glossário poético 15

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Glossário é aquela parte de um livro que deixa o leitor mais à vontade para entrar na casa intelectual do autor sem ter a sensação incômoda de que é um estranho em seu ninho. Palavras e expressões linguísticas empregadas no texto podem não ser familiares a quem lê, pois toda linguagem oral, escrita ou imagética é polissêmica e enseja diferentes compreensões.

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Vida, um glossário poético

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São Paulo – 2015

Renato Massar i

Vida, um glossário poético

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Copyright © 2015 by Editora Baraúna SE Ltda.

Capa Jacilene Moraes

Diagramação Camila C. Morais

Revisão Alexandra Resende

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________M369p

Massari, Renato Vida, um glossário poético/Renato Massari. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2015.

ISBN 978-85-437-0380-0

1. Poesia brasileira. I. Título.

15-20888 CDD: 869.91 CDU: 821.134.3(81)-1________________________________________________________________12/03/2015 16/03/2015

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

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Para Ariana Cardoso,Que a mim ensina e comigo aprende

Coisas na escola poética chamada vida

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Apresentação

Glossário é aquela parte de um livro que, quando bem preparada, deixa o leitor mais à vontade para entrar na casa intelectual do autor sem sentir a sensação incômoda de que é um estranho em seu ninho. Palavras e expressões linguísticas empregadas no texto podem não ser familia-res a quem lê, pois toda linguagem oral, escrita ou ima-gética é polissêmica e enseja diferentes compreensões. A vida, que não deixa de ser o conjunto dessas linguagens, não é diferente: as experiências existenciais de uma pessoa dificilmente são compreendidas em suas riquezas e com-plexidades por aqueles a quem elas são contadas. Cada um compreende a vida do outro a seu modo, segundo seus próprios valores e crenças, ou seja, seu próprio chão. Por isso, considero a vida de cada ser humano um glossá-rio poético que surpreende, desafia e fascina.

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Esse foi o espírito que norteou a preparação do livro que agora chega às suas mãos. Minha poesia fala do amor, da solidão, do desejo, da desilusão, do protesto, do olhar fi-losófico acerca do mundo. São diferentes vieses que me caracterizam como ser inacabado, inconcluso, que quanto mais observa, mais vê motivos ou pretextos para colocar seus sentimentos em forma de versos. Sem dúvida, mais de meio século de existência me permitiria fazer não apenas um glossário, mas um dicionário poético... Optei, então, por restringir o tempo da memória emotiva aos seis últi-mos anos, tendo a certeza de que é apenas um fragmento. Vida: um glossário poético é exatamente isso. Fragmento, mas como toda parte reproduz no todo ou em parte o uni-verso do qual é componente, ofereço a você, leitor, essas poesias. Ao lê-las, é possível que se identifique com o que é focalizado por alguns títulos, assim como se afaste em relação ao que outros retratam. É possível que você tenha vontade de conferir diferentes significados às expressões e palavras por mim trabalhadas, por que não? Elas podem lhe sugerir experiências completamente diferentes! Não há problema. A vida é esse jogo entre a identidade e a diferen-ça, entre o dito e o não dito, entre o familiar e o estranho.Meu livro saúda as diferenças. Gosta mesmo de mexer com elas, de convidar você a sentir, nesse passeio pela maioria das letras do nosso alfabeto, que algo em sua vida está aconte-cendo. Por isso, cada seção do glossário é aberta por um ver-bo no gerúndio. Creio que essa é a função da poesia: criar, despertar, fazer acontecer. Então... Que sua leitura seja esse acontecimento! Caso aprecie, convide outros a ler! Que cada um construa seu próprio glossário poético! O intercâmbio será, sem sombra de dúvida, muito interessante...

Renato Massari

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Amando

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Acalanto pequeno

Dorme,a noite é singela,

dorme assim bela,que sonhos e cantos

não vão te faltar.

Dorme,a noite é sincera,dorme à espera

dos amores tantosque vão despertar.

(Abril/2011)

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Água viva

Quero que sejasfluida como água,fervente feito magma,amálgama vivo do verbo amar.

Sou sincero. Não temo a queimada razão ou do mito,por isso grito: teimaem me conquistar!

Espero que possuaso frescor das fontese que sobre o teu leito

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haja pontesonde eu possa passar.

Desejo que vejastudo com olhos

bem leves, sem planos breves

e com muito empenho.

Apelo que venhassempre para mim

como chuva,lavando a blusa

do mundo que tenho.

(Maio/2010)

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Amor desejado

Amar-te inteira, intensa, um dia,madrugada mansa, alma quente,

meu ser soltando a dor que sente,partindo as trancas da agonia.

Ter teu corpo à luz da aurora,deixar para trás o tempo perdido,

viver o que não vivo agora:delícias de amor incontido.

Estrelas brilham longe, dispersas.Vão-se a lua e a noite passageiraem meio a esperanças diversas.

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No quarto minguante, olhos quebrados,vejo teu rosto desenhar-se na poeiradesses móveis, desse chão e desses quadros.

(Março/2009)