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AULA 4 – PÓS-MODERNISMO II: EUROPA Representantes: Aldo Rossi, Mario Botta, Rob e Leon Krier, Ricardo Bofill Frente ao problema de comunicação entre a arquitetura e as pessoas, a forma que os europeus encontraram para resolver esta questão, foi um recurso baseado no uso da memória. Para criar essa memória, foram utilizadas formas simplificadas como o cubo, cilindro, pirâmide etc, criando composições que conseguem remeter sutilmente ao observador à um passado histórico. Tais geometrias possuem um “sentido preciso” ao longo da história da arquitetura, como a arcada , o frontão , a praça , e ao usar tais formas acabam criando atmosferas que lembram vagamente a monumentalidade clássica. Diferente do pós-modernismo nos EUA, na Europa não se utiliza sinalizações nem referências populares atuais, pois se acredita que é a geometria e não a língua que tem consistência. Constrói-se assim, ambientes que lembram a monumentalidade da arquitetura histórica. Seus princípios compositivos são: eixo de simetria; correspondência entre partes; hierarquização; estratificação vertical canônica. 1) ALDO ROSSI (Milão, Itália. 1931-1997) Aldo Rossi, um dos teóricos e representantes mais emblemáticos do Pós-Modernismo na Europa, escreve dois livros difundindo este entendimento: A) “A arquitetura da cidade” (1960) – nesse livro ele reavalia e estuda a estrutura e as configurações mais reconhecidas da arquitetura clássica e/ou histórica espacial da cidade. Ele então, consolida as pesquisas em diferentes tipologias desde uma perspectiva da “memória coletiva” ( = identificação = identidade)

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AULA 4 – PÓS-MODERNISMO II: EUROPARepresentantes: Aldo Rossi, Mario Botta, Rob e Leon Krier, Ricardo Bofill

Frente ao problema de comunicação entre a arquitetura e as pessoas, a forma que os europeus encontraram para resolver esta questão, foi um recurso baseado no uso da memória.

Para criar essa memória, foram utilizadas formas simplificadas como o cubo, cilindro, pirâmide etc, criando composições que conseguem remeter sutilmente ao observador à um passado histórico.

Tais geometrias possuem um “sentido preciso” ao longo da história da arquitetura, como a arcada, o frontão, a praça, e ao usar  tais formas acabam criando atmosferas que lembram vagamente a monumentalidade clássica. Diferente do pós-modernismo nos EUA, na Europa não se utiliza sinalizações nem referências populares atuais, pois se acredita que é a geometria e não a língua que tem consistência. Constrói-se assim, ambientes que lembram a monumentalidade da arquitetura histórica.

Seus princípios compositivos são: eixo de simetria; correspondência entre partes; hierarquização; estratificação vertical canônica.

1) ALDO ROSSI  (Milão, Itália. 1931-1997)Aldo Rossi, um dos teóricos e representantes mais emblemáticos do Pós-Modernismo na Europa, escreve dois livros difundindo este entendimento:

A)  “A arquitetura da cidade” (1960) – nesse livro ele reavalia e estuda a estrutura e as configurações mais reconhecidas da arquitetura clássica e/ou histórica espacial da cidade.

Ele então, consolida as pesquisas em diferentes tipologias desde uma perspectiva da “memória coletiva” ( = identificação = identidade)

Capa da edição em português de “A Arquitetura da Cidade” .2)

B)  “Autobiografia científica” (1981) – pesquisa sobre as obras produzidas e construídas por ele mesmo na intenção de se ter uma reflexão sobre a sua própria memória.

OBRAS:1) Cemitério de San Cataldo   (Módena, Itália. 1971-1984) Aldo Rossi utiliza prismas e formas simples, conseguindo criar espaços que lembram as atmosferas das pinturas de Giorgio de Chirico.E assim como as pinturas de Chirico, no projeto de Rossi, o visitante é levado à idéia de morte, confrontado com a verdade constante dessa idéia e processo.

O projeto foi criado junto com Gianni Braghieri, e a idéia partiu de estudos de cemitérios do século XIX.

Cemitério de São Cataldo  (1984). Eixo de simetria, base do projeto arremate numa caixa metafísica.

Cemitério de São Cataldo  (1984). Planta do cemitério.

Cemitério de São Cataldo  (1984). Vista interior das aberturas do edifício.

Cemitério de São Cataldo  (1984). Corredor. É possível perceber como a idéia de morte é transferida ao visitante.

Cemitério de São Cataldo  (1984). Corredor interno.

2) II Teatro del Mondo. (Veneza, Itália. 1979)O Teatro del Mondo (Teatro do Mundo), é uma estrutura clássica em madeira que se desloca por Veneza, feito para a Bienal de Veneza de 1980.

II Teatro do Mondo (Veneza, Itália. 1979). 

II Teatro do Mondo (Veneza, Itália. 1979). Croqui feito por Aldo Rossi.

II Teatro do Mondo (Veneza, Itália. 1979). Teatro se deslocando por Veneza.

 

II Teatro do Mondo (Veneza, Itália. 1979). Fachada frontal.

II Teatro do Mondo (Veneza, Itália. 1979). Corte transversal.

II Teatro do Mondo (Veneza, Itália. 1979). Planta primeiro pavimento.

II Teatro do Mondo (Veneza, Itália. 1979). Planta segundo pavimento.

3)  Hotel em Fukuoka (Japão. 1987)A fachada principal se trata de uma fachada simbólica, pois ela simula a existência de janelas, quando as verdadeiras estão na fachada lateral.

O hotel permite a leitura de três partes, como acontecia na arquitetura clássica: o basamento, o fuste e o capitel (memória = arquitetura comunicativa).A intenção novamente, é reinterpretar os clássicos da arquitetura passada na nova arquitetura, como por exemplo a implementação das colunas jônicas da arquitetura clássica, na nova arquitetura:

Hotel em Fukuoka (1987). Fachada frontal do hotel.

Hotel em Fukuoka (1987). Fachada lateral do hotel onde estão as janelas verdadeiras.

Hotel em Fukuoka (1987). Fachada simbólica onde o arquiteto insere as colunas da arquitetura clássica.

 

2) MARIO BOTTA (Ticino, Mendrisio, Suíça. 1943). Mario Botta é um arquiteto suíço que começou sua atividade profissional bem cedo, trabalhando inicialmente como desenhista em um escritório de arquitetura.

Botta, teve contato com os arquitetos Le Corbusier e Louis Kahn onde estudou em Veneza, sofrendo assim, grande influência desses arquitetos.

Chamou a atenção primeiramente, pelos projetos de orçamentos modestos e grande monumentalidade (forte identidade). Em suas obras, é possível perceber elementos que se destacam em meio à edificação, em alguns casos, esses elementos parecem sair para fora da construção (como noSFMOMA – San Francisco Museum of Modern Art nos E.U.A, ou no Spa Hotel Tschuggen Beroase na Suíça).OBRAS:1)  Casa Rotonda (Ticino, Suíça. 1980)A edificação é composta por um cilindro que vai sendo perfurado simetricamente, alojando assim, as fundações.

Casa Rotonda (Ticino, 1980). Na fachada é possível ver os recortes feito no cilindro (estruturação da casa).

Casa Rotonda (Ticino, 1980). Vista interior. Detalhe na clarabóia.

Casa Rotonda (Ticino, 1980). Elevação.