VII - Câncer de Ovário // Dra. Fernanda Ásfora
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I Jornada Científica de JequiéHospital Santa Helena
Avanços no tratamento do Câncer de Ovário e Colo de Útero
Fernanda Asfora
Jequié, 13 de março 2010
Câncer de Ovário
Classificação:• Epitelial• Germinativos• Cordão Sexual• Deriva da transformação maligna do
epitélio da superfície do ovário o qual é contiguo ao mesotélio peritoneal
Câncer de Ovário
Fatores de Risco:• História familiar de Ca de mama ou ovário
é o principal fator de risco;• Nuliparidade• Estimulação repetida do epitélio do ovário
pode predispor a transformação maligna• Síndromes familiares : mutações de um
dos dois gens : BRCA1 e BRCA2 • Síndrome Lynch II : mutações MSH2 e
MLH1
Câncer de Ovário
• Profilaxia para mulheres com mutações BRCA1 e BRCA2
• Salpingoooforectomia bilateral profilática• Risco persistente a carcinoma seroso
peritoneal• Se não optar por cirurgia o screening pode
ser realizado: exame pélvico frequente, dosagem de CA 125 , USTV ;não mostrou redução do risco.
Câncer de Ovário
Idade média : 60 anos
Fatores que podem reduzir o risco:- Uso de contraceptivos orais- Gravidez- Lactação
Câncer de Ovário
• Apresentação Clínica• Assintomáticas no estágio inicial• Aumento ovariano• Ascite, derrame pleural, nódulos de Mary
Joseph• Achados paraneoplásicos: hipercalcemia,
dermatomiosite, poliartrite, degeneração cerebelar subaguda
• Sítio extra-abdominal mais comum: espaço pleural.
Câncer de Ovário
• USTV é mais sensível que a TC para detecção de massa pélvica / informação qualitativa
• Achado de cisto ovariano complexo (sólido /cístico) algumas vezes septado é altamente sugestivo de câncer;
• Biópsias percutâneas de cistos complexos devem ser evitadas;
• Cistos simples são frequentemente benignos
Câncer de Ovário
CA 125• Elevado em mais de 80% das pact com
câncer ovariano epitelial, mas não é específico ou suficientemente sensível
• Os níveis de CA 125 são úteis no controle da resposta pós QT , pós operatória e em detectar recidiva precoce
Câncer de Ovário
Condições que elevam o CA 125• Gravidez Ca gástrico• Endometriose Ca de mama • Adenomiose Ca pancreático• DIP• Cistos benignos• Fibrose uterina• Ca de pulmão
Câncer de Ovário
Cirurgia• A Laparotomia exploradora é mandatória
para confirmação histológica, estadiamento e debulking;
• Histerectomia total abdominal+ Sapingoooforectomia bilateral + omentectomia + biópsia de linfonodos para-aórticos , biópsia randômica de áreas clinicamente envolvidas e lavado peritoneal.
Câncer de Ovário
Ovário como sítio de metástase:• Estômago( Krukenberg)• Cólon• Apêndice• Mama ( Lobular)• Bexiga
Câncer de Ovário
• Câncer de ovário epitelial( tipos histológicos):
• Seroso papilar ( mais comum)• Endometrióide • Mucinoso ( pouco associado às mutações
BRCA1 e 2)• Células Claras ( mais quimiorresistente)SobrevidaEstadio I ou II : > 80-95%Estadio III ou IV: 10 – 35%
Câncer de Ovário
Tratamento• Quimioterapia Pós-operatória• Dç em estágio inicial • Subgrupo de baixo risco - E. IA grau 1 - E. IA grau 2 - E. IB grau 1 ou 2• Pact com Estadio IA que deseja preservar
a fertilidade pode optar por salpingoooforectomia unilateral.
Câncer de Ovário
• Citorredução ótima : quando todos os tumores residuais forem 1cm;
• Citorredução subótima : quando existe qualquer tumor residual > 1cm;
• A citorredução tem implicação direta na sobrevida global;
• É benéfica mesmo em pact estágio IV;• Linfadenectomia 10 linf. é recomendada.
Câncer de Ovário
Pact com Ca de ovário estadio precoce que possuem maior risco para recidiva incluem:
• Estadio IC • Estadio IB grau 3• Estadio II Adjuvância baseada em platina pode
reduzir o risco de recidiva em aproximadamente 80%.
Câncer de Ovário
Indicações de tratamento com quimioterapia:
- Estadio IA grau 3, IB grau 2 ou 3, IC qualquer grau;
- Estadio II- Estadio III- Estadio IV
Câncer de Ovário
Doença Avançada- Paclitaxel + Carboplatina ( padrão)-Esse esquema prolongou a sobrevida livre
de doença e global;- A inclusão do paclitaxel reduziu em 30% o
risco de morte;- Mais de 50% das pact com doença
avançada tratadas com esquema acima obtêm resposta completa.
Câncer de Ovário
Quimioterapia Intraperitoneal
- Esquemas com cisplatina vs cisplatina + paclitaxel
- Efeito negativo da toxicidade na qualidade de vida
- Complicações relacionadas com o procedimento
NEJM, 351:24, dez 2004
Câncer de Ovário
• Seguimento: exame físico e CA 125 a cada 3 meses nos 2 primeiros anos e a cada 6 meses nos 3 anos após
• O Ca 125 é mais sensível para detectar recorrência
• Se o Ca 125 for normal pré tratamento, recomenda-se acompanhamento com exames de imagem.
Câncer de colo de útero
Carcinoma da cérvice uterina é o segundo câncer mais comum em mulheres no mundo
Estimativa 500.000 casos novos e 288.000 mortes em 2006
USA : 9710 novos casos e 3700 mortes em 2006
Importância do exame preventivo ( Papanicolau)
Incidência 2x maior em países menos desenvolvidos
INCA
Câncer da cérvice uterina
• Jun/2006 – FDA aprova a vacina para o HPV• Infecção pelo HPV – doença transmitida
sexualmente mais comum com risco ao longo da vida em torno de 75%
• A infecção isoladamente pode não ser suficiente para causar o câncer, mas tem papel significativo na carcinogênese.
• Dos mais de 100 subtipos , 40 infectam a mucosa genital. Os subtipos 16 e18 causam câncer
• Há aprox um intervalo de 10 anos entre a infecção viral e a progressão da doença.
JCO, 25:20 , jul 2007
Câncer da cérvice uterina
Fatores de Risco: Infecção pelo HPVTabagismoUso de contraceptivos oraisMultiparidadeMultiplicidade de parceiros sexuaisBaixa ingestão de vitaminasIniciação sexual precoceCo- infecçãocom HIV e Chlamydia trachomatis
Câncer da cérvice uterina
• É estimada uma redução de cerca de 80% da mortalidade através do rastreamento de
mulheres na faixa etária de 25-65 anos• Vacina quadrivalente contra HPV
Câncer da cérvice uterinaTratamento• Estadio IA1 : histerectomia total para
tumores com invasão até 3mm e sem invasão linfonodal não necessita de linfadenectomia.
• Tumores com invasão acima de 3mm ou invasão linfonodal: histerectomia + linfadenectomia bilateral
• Tumores com invasão < 3mm naquelas que desejam manter a fertilidade: conização
Câncer da cérvice uterina
• Estadio IA2 e IB Histerectomia total com linfadenectomia pélvica bilateral ou tratamento definitivo
com RXT externa + braquiterapiaCurabilidade em torno de 85-90%
Câncer da cérvice uterina
Estadio IB alto risco e IIA
• Cirurgia + RXT ± QT + Braquiterapia
Câncer de colo de útero
• Estadio IIB, III e IVA• Radioterapia externa concomitante a QT e
braquiterapia• A adm de QT associada a RXT aumenta a
sobrevida para todas as pact a partir do estadio IB2
Câncer da cérvice uterina
Estadio IVB ou recidivaQt paliativa
PREVENÇÃOPREVENÇÃO