Villa Portela. Os Charters d’Azevedo em Leiria e as suas ... · 5.6.3 Ascendência de Maria José...

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Vi ANA MARGARIDA PORTELA FRANCISCO QUEIROZ RICARDO CHARTERS Df AZEVEDO a Porte a Os Charters d' Azevedo em Leiria e as suas ligações familiares (século XIX) gradiva

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Vi

ANA MARGARIDA PORTELAFRANCISCO QUEIROZ

RICARDO CHARTERS DfAZEVEDO

a Porte a

Os Charters d'Azevedo em Leiriae as suas ligações familiares (século XIX)

gradiva

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Título: Vi/la Portela. Os Charters d'Azevedo em Leiria e as suas ligações familiares (século XIX)

© Ana Margarida Portela. Francisco Queiroz e Ricardo Chartersd'AeeoedoFotocomposiçâo, imp ressão e acabamento: M ultitipo - Arles Grdficas, L.d4

Direitos reservados para Portugal por: Ana Margarida Portela, Francisco Queiroz e Ricardo Cbarten d'AzevedoDistribuição: Gradiva - Publicações, L.d4

L' ed ição: Novem bro de 2007

D epósito legal n ,e 266 363/2007

ISBN: 978-989-G I G-Y &Ttragem: 1000 exemplares

gradivaEditor: Guilherme Valente

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ANA MARGARIDA PORTELA

FRANCISCO QUEIROZ

RICARDO CHARTERS D'AZEVEDO

VILLA PORTELA

OS CHARTERS D'AZEVEDO EM LEIRIAE AS SUAS LIGAÇÕES FAMILIARES

(SÉCULO XIX)

gradiva

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ÍNDICE

Prefacio, por Ricardo Charters d'Azevedo 9Prefácio, por Ana Margarida Portela e Francisco Queiroz 11Introdução 13

I. AS INVASÓES FRANCESAS EM LEIRIA 151.1 Introdução 161.2 A invasão de 1808 171.3 A invasão comandada por Massena, em 18 10 231.4 A formação das rropas anglo-lusas 281.5 Efeiros demográficos das invasões 301.6 Os anos que se seguiram às Invasões Francesas 311.7 Conclusão 33ANEXO: Memória dosmaisnotáveis acontecimentos quehouve em Leiria e seus contornos,por occasião do combate dadoem 5 deJulho de 1808 pelo exercito francez commandado pelo General Margaron e das antecedencias queo occasiondrão,offerecida ao publico d esta mesma cidade, por João José do Souto Rodrigues 35

2. OS CHARTERS 412.1 A origem dos Chaners que se estabeleceram em Portugal 41

2.1.1 A origem dos Charrers de Berwick-upon-Tweed 422.2 Biografia militar de William Charrers 442.3 O casamento de William Charters com Ana Bárbara Soares Barbosa 452.4 Os filhos de William Charters e de Ana Bárbara Soares Barbosa 51

2.4.1 Dr. Roberro Charrers 512.4.2 Maria Isabel Charters 552.4.3 Joana Tomésia Charrers 552.4.4 Bárbara Rita Charrers 562.4.5 Jerónimo Charrers 56

ÁRVORE: Descendentes do Tenente-Coronel William Charrers (crês gerações) 562.5 Os negócios do Tenenre-Coronel William Charters 562.6 A descendência de Elizaberh Charters e Richard Shorrney 60

2.6.1 A família Charrers Ribeiro 64ÁRVORE: Descendentes de Elizabeth Charrers (quatro gerações) 662.7 Bárbara Chaners Crespo e sua descendência 66ÁRVORE: Ascendenres de Bárbara Rita Char ters 66ÁRVORE: Descendentes de Bárbara Rira Charrers (Bárbara Charrers Crespo) 69

2.7.1 José Charters Crespo 692.7.2 Venâncio Char ters Crespo 702.7.3 Júlia Charte rs Crespo 702.7.4 Joana Char ters Crespo 71

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3. OS H ENRI Q UES D 'AZEVED O 733. 1 Manuel Henriques 73ÁRVORE: Descendentes de Manuel He nriques (três gerações) 773.2 Luís Henriques d'Azevedo 77ÁRVORE: Descendentes de Luís Henriques d'Azevedo 793.3 O 1.0 Visconde de S. Sebastião 79

3.3.1 A aquisição de propriedades à família Castelo-Branco 833.3.2 O papel social do 1.0 Visconde de S. Sebastião em Leiria 853.3.3 O alegado irmão do 1.0 Visconde de Sebastião 883.3.4 A morre do 1.0 Visconde de S. Sebastião 89

3.3.4.1 A capela tu mular dos Viscondes de S. Sebastião 923.3 .5 A morre da 1.' Viscondessa de S. Sebastião 93

ÁRVORE: Descendentes de José Maria Henriques d 'Azevedo - 1.0 Viscon de de S. Sebastião (três gerações) 98

4. A CASA DO TERREIRO DO 1.0 VISCONDE DE S. SEBASTIÁO 994. 1 Int rodução 994.2 A aquisição da casa no Terreiro 1024.3 A capela da casa do 1.0 Visconde de S. Sebastião 1084.4 A reforma da casa empreendida pelo 1.° Visconde de S. Sebastião 1114.5 A casa do Terreiro no fim do século XIX e na primeira metade do século xx: 121

5. OS FILHOS DO S I.0 S VISCO N DES DE S. SEBASTIÁO 1255. 1 Maria Júlia Charters Henriques d'Azevedo 1265.2 Henriqueta Charters H enriques d'Azevedo 1345.3 Vitória Charrers Henriques d'Azevedo 1365.4 Luís Charrers H enriques d'Azevedo 136ÁRVORE: Descendentes do Dr. Luís Charters Henriques d'Azevedo, 2.° Visconde de S. Sebastião (três gerações) 1465.5 Amélia Benedita Charrers H enriques d'Azevedo 1465.6 Ana Bárbara Charters Henriques d'Azevedo 150

5.6 .1 Esboço biográfico do Dr. José Lopes Vieira da Fonseca 1515.6.2 Ascendência do Dr. José Lopes Vieira da Fonseca _ 1545.6.3 Ascendência de Maria José Xavier Rodrigues Cordeiro 1565.6.4 Esboço biográfico do D r. Adr iano Xavier Lopes Vieira 1595.6 .5 Os irmãos do Dr. Adriano Xavier Lopes Vieira 16 1

5.6.5 .1 Esboço biográfico do Dr. Monso Xavier Lopes Vieira 1635.6.5. 1.1 Esboço biográfico do poeta Afonso Lopes Vieira 165

5.6.6 Descendência do D r. Adriano Xavier Lopes Vieira e de Ana Bárbara C harters Henriques d'Azevedo 166ÁRVORE: Descendentes de Ana Bárbara Charrers Henriques d'Azevedo (três gerações) 169ÁRVORE: Ascendentes do poeta Afonso Lopes Vieira 1695.7 Gu ilherme Charrers Henriques d'Azevedo 1705.8 José Maria Charters Henriques d'Azevedo 176ÁRVORE: Descendentes do Eng. José Maria Charre rs H enriques d'Azevedo (duas gerações) 1835.9 Ma ria Isabel Charrers Henriques d'Azevedo 1835.10 Roberto Charrers He nriques d'Azevedo 184

5. 10. 1 Da juventude ao casamento 1845.10.2 A actividade como engenheiro 1875.10.3 O papel social 1895.10.4 A actividade como proprietário e produtor agrícola 1965.10.5 Dr. Luís Carlos da Costa Guerra Charrers d'Azevedo 1995.10.6 A descendência do Dr. Luís Carlos Charrers d'Azevedo 206

ÁRVORE: Ascendentes do Eng. Roberro Cha rrers He nriques d'Azevedo 2 10

6. A VILLA PORTELA 2 116.1 Introdução 2 116.2 A moda dos chalés em Leiria 2 11

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6.3 Os terrenos onde foi construída a vílla Portela 2 156.4 Os modelos de inspiração para a Ví/IA Portela 2206.5 Descrição da Vi/IA Portela 222

6.5.1 Os estuques 2406.6 As ameaças à Ví/IA Portela 2466.7 Antecipando o fururo 249

7. OS ASCEN DENTES DE VIRGíNIA DA COSTA GUERRA 2517.1 Introdução 25 17.2 A família Giffenig Ribeiro da Silva 2537.3 Cardeal D. Frei Patr ício da Silva 257

7.3.1 O resramento de D. Frei Parrício da Silva 262ANEXO: Testamento de D. Frei Parrício da Silva 263ÁRVORE: Descendentes de Jacinto da Fonseca Silva, pai do Cardeal D. Parrício da Silva (cinco gerações) 2647.4 A família Costa Guerra 265

7.4.1 Capitão Matias da Costa Guerra e seus filhos 2657.4 .2 A descendência de José Pereira da Costa Guerra 268

7.4.2.1 Teodósio Pereira da Costa Guerra 2697.4.2.2 Joaquim Carlos da Costa Guerra 271

7.4.3 O 1.0 Visconde da Barreira 2747.4.3.1 A morte do 1.0 Visconde da Barreira 275

7.4 .4 A Q uinta da Barreira e a casa de Leiria 2777.4 .5 Descendência dos l. os Viscondes da Barreira 28 1

7.4.5.1 Dr. João Carlos Marques da Silva e Costa Guerra 2817.4.5.1.1 A descendência do 2.° Visconde da Barreira 285

7.4.5.2 Cecilia Carolina Marques da Costa Guerra 290ÁRVORE: Descendentes do Capitão Marias da Costa Guerra (oiro gerações) 292ÁRVORE: Ascendentes de Virgínia da Costa Guerra 293

8. A ASCENDÊNCIA DE MARIA EDUARDO DA COSTA PEREIRA MONTEIRO 2958.1 Os Monteiro 296

8.1.1 Eng. Antóni o de Sousa Monteiro 3008.1.2 Os pais do Eng. António de Sousa Monteiro 304

ÁRVORE: Descendentes de Manuel Monteiro (seis gerações) 3068.2 Os Veríssimo d'Azevedo 310

8.2.1 Inácio Aires d'Azevedo 3118.2.2 Descendência de Inácio Aires d'Azevedo 3 148.2.3 A ascendência de Inácio Aires d'Azevedo , 3 18

8.2.3.1 Ascendência de Joaquim Anrónio d'Azevedo Jún ior 3208.2.3.2 Ascendência de Claudina Maria de Jesus 321

8.2.4 A ascendência de Luísa Augusta Veríssimo 3228.3 Os Costa Pereira 324

8.3 .1 Coronel Alexandre Baptisra da Cos ta Pereira 32 5ÁRVORE : Descendentes de Manuel Monteiro 328ÁRVORE: Ascendentes maternos de Maria Eduardo da Costa Pereira Monteiro 328ÁRVO RE: Ascendentes paternos de Maria Eduardo da Costa Pereira Monte iro 329

CONCLUSÃO 331

FONTES E BIBLIOGRAFIA 333

íNDICE ANTRO PO NíM ICO ,.., 347

AUTORES 357

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PREFÁCIO

por Ricardo C harters d'Azcvedo

Qualquer homem como eu tem quatro avós.

Esses quatro porforça dezasseis.Sessenta e quatro a estes contareisEm só quatro gerações que expomos nós.

Se o cálculo p recede, espcrtai vós:Quepela proa vêm cinquenta e seisSobreduzentos mais lhe dareis,Que chapéu de cardeal que espalha os nós!

Se um homem só dá tanto cabedal,

Dos ascendentesseus, que fa rão mil?Umaprovíncia? Todo o Portugal?

Por esta conta, amigo, ou nobre ou vil,

Sempre ésparentedo Marquês de TalE também do porteiroAfonso Gil.

(do Abade de jazent e' )

Eu com os meus Bisavôspaternos Roberto e Virgínia, em 1942

Este livro resultou de duas "heranças": uma recebi-a domeu Bisavô paterno Roberto Chartcrs H enriques d'Aze­vedo, o primeiro prop rietário da Villa Portela, que morreucerca de seis meses dep ois de eu ter nascido, em 1942; aoutra "herança", recebi-a do meu Avô materno, Eduardod'Azevedo Monteiro . Ambos engenheiros civis, amboscoleccionadores de selos e ambos inreressados tamb ém emsaber quem eram os seus antepassados.

Do meu Bisavô Roberto, encontrei muitos aponta ­mentos e docum entos legais, nomeadamente alguns resul­tantes de execuções testamentárias das quais foi incumbido,pois era o mais novo de dez irmãos. Vários destes docu­mentos, encont rei-os na Vi/la Portela quase inrocados.

I Paulino Antó nio Cabral (17 19- 1789) nasceu e faleceu em Amarante. Foi abade da freguesia de Jazente, advindo daí O nome por queficou con hecido. Pertenceu à Arcádia Portuense, jun tament e com Xavier de Matos, seu colega de Coimb ra, cidade onde ambos estudaram.Embora clérigo. escreveu poemas nos quais se cant a o amor epicurista e horaciana . As suas obras foram publicadas em dois volumes: Poesiasde Paulino Ca bral de Vasconcelos, Abade de j azente, \'01. I (Pano, 1786); e Poesiasde Paulino Amó nio Cabral, vol. II (Porto , 1787).

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Eu com os matsAvós maternos Eduardo ~ Afaria da Glória,,m 1942

Do meu Avô Eduardo, com o qual, felizmente, priveiaté aos meus tri nta anos, recebi dois pequ enos volumes defichas familiares. Q ualquer parente qu e o visitava na sua

Q uinta de Santo Anró nio de Alcogulhe era "obrigado" a

registar o seu nom e, datas e locais de nascimento e de casa­mento, assim como os nomes do s seus pais. Foi a exisrên­cia destas fichas, com cerca de 350 nom es, que me levou acontinuar a recolha de dados fam iliares, possuindo cu, hoje,lima base de dados com mais de 2100 indi víduos.

O trabalho iniciado pelo meu Avô Ed uardo tinha um

objectivo claro: provar que o "Azevedo" do seu nome, erao mesmo dos "He nriques d'Azevedo", concluindo qu e a sua

filha Maria Ed uardo era prima afastada do seu marido

Roberto Ma nuel. E conseguiu prová-lo.Ti ve recenremenre um a our ra ajuda. a do meu primo

Eduardo Martins Zúquere, qu e disponi bilizou simpatica ­

mente alguns dados. Eduardo Marrin s Z úque te elaborou a

árvore genealógica dos "H enr iques d 'Azevedo" de Leiria,

produzindo um conjunto de fichas correspondente ao mais

amigo familiar desse costa do - Amónio He nriqu es - e lis­

tando onze gerações dos seus descendenres "H enr iquesd 'Azevedo" . Este seu trabalho , ainda não publ icado, teve

por base "um livrinho de capll tk oleado" que foi elaborado

pelo no sso T io-Bi savô, Inácio Veríssimo de Azevedo.Pretende o Eng. Eduardo Martins Zúquere da r seguimentoao "Livro do Tio Indcio".

Quando, há doi s anos, as minhas preocupações profi s­

sionais se reduziram, comecei a ter tempo pa ra fazer

pesquisas. O Arquivo D istrital de Leiria foi o local onde

passei mais tempo. consultando jorn ais, registos paroquiaise notas de alguns dos cartórios do distrito de Leiria.

A minha tarefa foi muito facilitada pelo facto de se

terem mantido no distr ito de Leiria até meado s do séculoXX cerca de 90% dos indivíduos das famílias com ligações

aos "Charters d'Azevedo" abordadas na presente ob ra. De

facto, estes ind ivíduos viveram numa região relativamente

pequena, sensivelmente lim itada a norte por Ansião, a este

por O uré m, a sul pela Dagorda e a oeste pela Nazaré.

10

Por outro lado pude conrar com a simpat ia e o profi s­sionalismo do Director do Arqu ivo D istr ital de Leiria, D r.

Acácio de Sousa, e dos seus cola boradores , do s quais devo

destacar a O ra. Ana Bela Vinagre.

Na ruralmenre, nem tod os os dados genealógicos que

se levantaram e qu e se encontram já disponi bilizados naIn ternet (hn p://www.chartersdeazevedo.no.sapo.pt) foram

incluídos neste livro. Se ta! tivesse sido feito , o mesmo resul­

taria desequil ibrado e, em alguns aspectos, atê algo enfa­do nho, uma vez que para cenas épocas seria possível fazer

uma efect iva história da família, enquanto para outras

épocas e ramos não seria possível senão desfiar uma se­quê ncia avulsa de nomes e datas. Para além do mais, pre­

ten di centrar o livro na "história" de uma família cm Leiria

ao longo do século XIX, razão pela qu al essa "história"

foi inte rrompida em meados do século XX, dado qu e a par­tir de então a maior par te da família deslocou-se para

outras cidades.Ao D ouror Francisco Queiroz e à D ra. Ana Margarida

Portel a os principa is agradecimentos , po is sem eles o livronão teria existido. A eles se deve a elaboração dos vários capí­

tulos, algun s dos quais baseados nos dados recolhidos por

mim , mas que eles organizaram e complementaram com

mu ita informação que possuíam. O utro objectivo traçadopara esre livro - a descri ção da Villa Portela e o seu

enquadramento no contexto arquitectónico da cidade deLeiria nos finais do século XIX - , só foi possível devido

à sua competência e conhecimen tos. Para eles, a minha

gratidão.

Vilia PomÚ4 Leiria, Abril de 2007

Ricard o C barters d 'AzcvedoRicardo.Chart erséêsapo.p r

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PREFÁCIO

por Ana Margarida Portela e Francisco Queiroz

Não nos compete d issertar aqui sobre as mot ivações qu e

fizeram deste livro uma realidade , um a vez que a ide ia do

livro não é nossa e a ela apenas nos associámos com o profis­sion ais , isto é, com o investi gadores em H istória da

Arquitectura e como autores de alguns t rabalhos recentessobre a H istória de Leiria no século XIX. Contudo, pen­

samos que devem ficar aq ui registados os princip aisantecedentes que nos cond uziram à elaboração desta obra

em parceria com o Eng. Ricardo Charters d'A zevedo.

Tudo começou em 1998, qua ndo a Câma ra M unic ipal

de Leiria del iberou apo iar um estu do da nossa autoria sobre

o Cemitério de Santo António do Carrascal, no pressuposto

de qu e o mesmo viria a ser publ icado. T inha-nos desper­tado muita curiosidade o citado cemi tério, devido a um le­

vant amento fotográfico ali realizado duran te os trabalhos de

pesqui sa para a tese de mestrado de Francisco Q ueiroz. Eraum cemitério muito di ference de rodos os outros qu e já

con hecíam os e, simultaneamente, com vários dos seus mo ­

nument os mais int eressantes em risco de desagregação ou

ameaçados de demo lição.

À medida que a pesquisa sobre o Cemitério de SantoAntónio do Carrascal foi avançando, mais claro se to rnava

que havia muitos aspectos in teressantes por abordar devi­

damente na histór ia da sociedade de Leiria dessa época.Co m natu ralidade, os objectivos iniciais alargaram-se e,

entre 1998 e 2000, empreendemos a complexa e demorada

tarefa de tentar contactar os descendentes das famíli as que

mandaram edificar os pri ncipa is jazigos de família docemitério municipal de Leiria. Foram feitos cerca de oitenta

contactos, me tade do s quais frutuosos em termos de dados

históricos e de foto grafias antigas.Foi nesse conte xto qu e tivemo s a oportunidade de con­

tactar também com o Eng . Ricardo Charters d 'Azevedo,

recebendo da sua parte valiosos elementos para o estudoque estávam os a elabo rar. N a altura, a maior parte do tra­

balho de campo estava a ser carreada po r Ana Margarida

Portela, já qu e tinha mais tempo disponível e também

ma ior facilidade para se deslocar a Leiria, pois VIVIa emCo imbra e estudava Conse rvação e Restauro em Tomar.

Em 2000, o tra balho de campo foi depurado e surgiu

o estudo" O Cemitério de Santo António do Carrascal: Arte,

História e Sociedade de Leiria no Século XIX' - estudo esse

que foi pion eiro no seu género. D e facto, até então não

tinha sido ainda elaborado em Portu gal qualquer escudoalargado sobre um cem itério româ nt ico, abarcando tod as as

principais perspectivas: histórica, sociológica, artí stica, pa­

trimonial, urbanística, simbólica e biográfico-genealógica.Tendo sido apresentado nesse ano para publicação à

Câmara Mu nicipal de Leiria, foram mais tarde feitas algu­

mas versões actualizadas, já qu e a edição não se concretizo u,

como acenado inicialmente. Infelizment e, até ao mo mentoconti nua inédito este escudo sobre o Cemitério de Santo

António do Carrascal e a sociedade de Leiria do século XIX.

Entretan to, em 2002, Fran cisco Queiroz foi contem­

plado po r part e da Câmara M unicipal de Leiria com um abolsa de investigação, de modo a elaborar um estudo sob re

a evolução urbanística e arquitectó nica da cidade, estudo

esse centrado no século XIX. Foi a oportunidade ideal para

repescar vários temas que não tinham sido abordados noanterior escudo de Ana Margarida Portela e Fran cisco

Queiroz sobre o Cemitério de Sanro Antón io do Carrascal.Este segundo trabalho , intitulado "Leiria romântica ­

uma leitura histórica da arquitectura e do espaço urbano",também se encontra inédito no momento em que escreve­

mos estas linhas , o qu e faz de nós autores de certo modo

especializados na história de Leiria no século XIX, em bora

por enquanro apenas com dois art igos efect ivamenre publi­cados sobre esse tcma- .

Graças ao Eng. Ricardo Charters d 'Azevedo , podem

finalmente ver a luz do dia alguns textos adap tados dessesjá referidos escudos, os quais corriam o risco de não vir a

ser publicados. Por esse facto, expressamos aqui a nossa

gratidão, assim como por ter apostado no s nossos modestosconhecimentos para concretizar este livro.

2 Um sobre a desaparecida casa de José da Silva Santos (actual loja da marca "Zara") e outrO sobre as relações artísticas entre Leiria eVila Nova de Gaia na viragem do século XIX para o século XX.

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Perante obras elaboradas em co-auroria , por vezes é d ifí­

cil discernir o que pertence a cada autor, Porém, tal não

sucede no caso deste livro:

a) O s dados estri tamente genealógicos (nomes, datas,

locais, títulos ho no ríficos, erc.) provêm do trabalho de

pesquisa de Ricardo Charters d 'Azevedo, sendo apenas oca­

sionalmente complementados com dados nossos, sobre­

tudo para ramos colaterais.

b) Todos os dados anteriores e poste riores ao Roman­

tismo (isto é, anteriores a 1834 e pos ter iores a cerca de

190 0) são tam bém fru to do labor de Ricardo Charters

d'Azevcdo.

c) Praticamente rodas as fotos antigas foram com piladas

por Ricardo Charters d 'Azevedo e por nós somente tratadas

algumas.

d) Quanto às foros actuais, a ma io r pan e é da autoria

de Franc isco Queiroz, excepto algumas fotos de in teriores

(nomeadamente da Casa do Terre iro), que foram feitas por

Ana Margarida Panela.

e) Os textos sobre a ViLla Portela, sobre a casa do Ter­

reiro, sob re os jazigos de família e sobre outros edifícios ou

aspectos urbanísticos de Leiria são de Francisco Queiroz,

embora em grande parte baseados no trabalho de campo de

Ana Margarida Portela (sobret udo os textos que já existiam

antes de 20 02 e que aqui foram adaptados).

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j) Quanto aos restantes dado s históricos sobre a cidade

de Leiria, julgamos que o mérito pode ser repa rtido pelos

três autores, embora com uma maior responsabi lidade de

Ricardo C harte rs d'Azevedo relat ivamente à compilação dos

dados sobre as Invasões Francesas.

Em suma, trata-se de uma obra efect ivamente co lectiva,

na qual se tentou atingir um equilíbrio entre o valor em o­

cio nal das memórias fam ilia res e a verdade histórica.

Procurám os não enveredar po r um estudo elit ista, como

sucede frequentemente em outras obras que incluem uma

forre abordagem genea lógica. Mes mo assim, tal não era ­

à partida - fácil, dada a importância da família em causa

na sociedade de Leiria do Romantismo. Efectivamente, a

his tória dos Charrers d'Aze vedo em Leir ia confun de-se com

a própria história da cidade, razão pela qual estamos seguros

de que este livro virá a ser uma obra tão valiosa para os

descendentes da famíl ia em causa como para todos quan­

tos desejam saber ma is sobre a histó ria de Leiria na Época

Românri ca.

Vila Nova de Gaia, Abril de 2007Ana Margarida Portela

Francisco Queiroz

[email protected] t

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INTRODUÇÃO

Muito embora se cent re na Vi/la Portela e no Eng.Rober to Charters H enriqu es d 'Azevedo, este livro sobre os

Charrers d 'Azevedo abrange várias outras importan tesfamílias da região de Leiria.

No sent ido de servir de guia, permitindo ao leitorencontrar facilmente o que pretende, apresentamos em

seguida o esquema do livro, explicitando os critérios dearrumação dos diversos capítu los.

Assim, pr imeirame nte surge um capítulo sobre asInvasóes Francesas, no qua l demonstramos como foram

desgraçadament e marcantes na cidade de Leiria, rendo jus­

tificado o estabelecimento nesta região do oficial inglês

W illiam Charrers.Em seguida desenvolvem-se dois outros capítulo s, cada

qual convergindo para a casa dos Charrers d'Azevedo noTerreiro de Leiria.

Assim, o segundo capítulo deste livro centra-se emW illiam Charters e na fam ília da sua consorte, filha de um

médico de Ansião, sobrinha de do is ilustres sacerdotes pro­

fessores na Universidade de C oimbra e aparentada com o

Barão de Porto de Mós. Faz-se também um a alusão à irmãde Wi lliam C ha ners, Elizabeth. C onvidada a vir para

Portugal com os seus filhos, fixou-se em Regueira de Pomes,

ma s não conseg uiu que os descend entes ati ngissem amesma notoriedade dos filhos do seu irmão. De facto,

casaram mu ito bem os três filhos de Will iam Charters que

chega ram à idade adulta: Maria Isabel com José Maria

Henr iques d 'Azevedo (futuro 1.0 Visconde de S. Sebastião) ,

Bárba ra Rita com José Maria Crespo (grande proprietário)e Roberto com Maria Em ília de Faria (duas vezes viúva e

herdeira de grande fo rtuna). Este s três enlaces deram

somente origem a do is ramos, um dos quais (Cbane rsC respo) é logo de seguida descrito até ao início do séculoXX, em subcapírulo próprio. Relativamente ao ramo Char­ters d 'Azevedo, sobre o qua l incide o livro , é descrito

somente após o qua rto capítulo.

Q uanto ao terceiro capít ulo, sobre os H enr iquesd 'Azevedo, divide-se em duas panes. De início , faz-se uma

abordagem aos ascendentes do 1.0 Visconde de S. Sebastião,

originários da vetusta colina de S. Sebastião do Freixo e

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tronco de quase todos os Henriques de Leiria (levando a

que existam ligações com outras famílias desta cidade, como

os Lopes Vieira, os Zú queres, os Veríssimos, os Taib ner de

Mo rais ou os Mo nteiros). Posteriorme nte , é apresent ada

uma biografia do 1.0 Visconde de S. Sebastião, José Ma riaHenriques d 'Azevedo, pro pri etário e pessoa de grande

influência durante quase todo o século XIX em Leiria.

O quarto capítulo é uma análise à interessante casa doTerreiro que foi dos 1.0' Viscondes de S. Sebastião.

O quinto capítu lo divide-se em dez partes, corres­

po ndendo à biografia dos dez filhos dos 1.'" Viscondes

de S. Sebastião (po r ordem de nascimento ), com menções

à ascendência dos consortes daqueles que casaram e àrespectiva descen dência até meados do século XX - época

a par tir da qual se verifica o qu ase abando no de Leiria por

pane desta fam ília. Os referidos dez filhos são J úlia (que

casou com o Conselheiro Cardoso, propri etário em Gaia);Henriqueta (que casou com um Teixeira Barbosa); Vitór ia

(que mor reu à nascen ça); Luís (2.0 Visconde de S. Sebas­

tião, que se ligou por casamento à família Silveira e COUto

Leitão, de Estremoz); Amélia (que casou com um pr imoda fam ília C respo); An a Bárbara (que casou com um

primo Lopes Vieira ); Guilherm e (Ge neral e Administrador

da Casa de Bragan ça): José Maria (engenheiro e deput ado,

que casou com um a Torrei ra de Sousa); Maria Isabel (que

perm aneceu solte ira) e Roberto (engenheiro qu e casoucom Virgínia, ligando-se à família Cos ta G uerra). Porque

mandou constr uir a Vi/la Portela segundo os seus planos.

o En g. Roberto Charters Henriques d'Azevedo e suadescendência são, naturalmente, objecro de análise mais

aprofundada.

Logo de seguida surge o sexto capítulo, que é precisa­

mente uma análise à Vi/la Portela, englobando o chalé e o

parque.Posteriormente, em dois capítulos individualizados, é

abordada a ascendência das consortes do Eng. RobertoCharters Henriques d 'Azevedo (Virgínia da Costa Gue rra)

e do seu neto Eng. Roberto Manu el Coutinho de O liveiraCha rre rs d 'Azevedo (M aria Eduard o da C osta Pereira

Mo nte iro) .

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Villa Portela

Assim, o sétimo capítulo é dividido em duas partes.Primeiro, temos a ascendência materna de Virgínia daCosta Guerra, onde encontramos D. Patr ício da Silva(Cardeal-Patriarca de Lisboa), o Tenente Johann Giffenig eos Ribeiro da Silva. Depois, surge a ascendência paterna deVirgínia da Costa Guerra, isto é, a família Costa Guerra daBarreira.

Quanto ao oitavo capítulo, é dedicado à ascendência deMaria Eduardo da Costa Pereira Monteiro, com ênfase nosMonteiro de Alcogulhe (Azóia), nos Verlssimo da Nazaré ena família Costa Pereira da Dagorda (Ó bidos).

Relativamente a opções de apresentação deste livro,refira-se que os agradecimentos às várias instituições quefacilitaram a recolha de dados e às num erosas pessoas quecontribuíram com importantes achegas são mencionadosem nora nos respectivos capítulos. Em alguns excertos dedocumentos dos séculos XVIII ou XIX, manuscritos ou

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impressos, alterámos aspectos da sua grafia, de forma aserem melhor entend idos. Também as referências em norasde rodapé foram abreviadas, de modo a não engrossar estejá de si volumoso trabalho. As referências completas podemser encontradas no elenco de font es e bibliografia.

Naqueles capítulos ou subcapítulos que se centram emaspectos de história famili ar, inserimos várias árvoresgenealógicas resumidas, de modo a facilitar a compreensãodo texto. Op támos por colocar alguns anexos no fim decada capítulo (ou mesmo a meio. no caso de certas árvoresgenealógicas), podendo ser confrontado o elenco dos mes­mos no índice, que se encont ra no início deste volume. Nofinal deste livro existe ainda um índice de todas as pessoasabordadas, por ordem alfabética e com indicação dos capí­tulos onde podem ser encontradas.

Como é óbvio, antecipadamente agradecemos even­ruais correcções e aditamento s ao conteúdo desta obra.

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Muito embora se centre no chalé Villa Portela, no seu primeiro proprietário

- Eng. Roberto Charters Henriques d'Azevedo - e nos Viscondes de

S. Sebastião, esta obra abrange algumas das mais importantes famílias da

região de Leiria no século XIX, tais como os Costa Guerra, os Lopes Vieira, os

Veríssirno, os Crespo, os Monteiro, os Soares Barbosa, os Zúquete ou os

Taibner de Morais.

A história das Invasões Francesas em Leiria, a figura do Cardeal o. Patrício

da Silva, a casa dos Charters d'Azevedo no Terreiro e as biografias de alguns

dos mais abastados proprietários do Concelho de Leiria em meados do

século XIX podem ser também encontrados nas páginas deste livro.

Através de inúmeras fotografias antigas e referências documentais inéditas,

o conteúdo desta obra ultrapassa claramente o âmbito familiar, confundindo-se

com a própria história da cidade de Leiria na época no Romantismo.