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Ministro Luís Filipe Tavares esteve em Paris Cabo Verde quer captar mais investimento francês Grande Prémio do Institut de France para o arquiteto Álvaro Siza 05 Euro2020: Portugal no grupo da França e da Alemanha. Reações. 14 Damien da Silva: Capitão do Rennes quer lugares cimeiros da Ligue 1 13 Associações de Toulouse querem aulas de português no Colégio Edition nº 394 | Série II, du 04 décembre 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE Novo disco de Mísia lançado em França Vinhos, gastronomia e fado no ‘Les Jardins de Montesson’ LJ / António Borga 06 10 06 03 PUB PUB

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Ministro Luís Filipe Tavares esteve em Paris

Cabo Verde quer captar mais investimento francês

Grande Prémio do Institutde France para o arquitetoÁlvaro Siza

05

Euro2020: Portugal nogrupo da França e daAlemanha. Reações.

14

Damien da Silva: Capitãodo Rennes quer lugarescimeiros da Ligue 1

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Associações de Toulousequerem aulas de português no Colégio

Edition nº 394 | Série II, du 04 décembre 2019 Hebdomadaire Franco-Portugais

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Novo disco de Mísialançado em França

Vinhos, gastronomia e fado no‘Les Jardins de Montesson’

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LUSOJORNAL02 OPINIÃO 04 décembre 2019

LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité par CCIFP Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, AntónioMarrucho, Carla Lobão, Céline Pires, Clara Teixeira, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Gracianne Bancon, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), José Paiva(Mónaco), Lia Gomes, Manuel André (Albi), Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Mário Cantarinha, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patrícia Guerreiro(Lyon), Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Vítor Santos | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga,Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: décembre 2019 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

O filósofo e sociólogo francês EdgarMorin disse que Portugal é um “paísextraordinário” e reforçou a riquezada multiculturalidade, incluindo deuma lusofonia variada e extensa.Edgar Morin, de 98 anos, falava naapresentação do livro “O Devir daLusofonia”, de Isabelle de Oliveira, naAssociação de Futebol do Porto, cujopreâmbulo assinou.Segundo o pensador francês, “a lu-sofonia tem um papel importante adesempenhar”, realçando o “contri-buto importante” do trabalho de Isa-belle de Oliveira, professora naparisiense Universidade Sorbonne-Nouvelle (III), “para a cultura lusó-fona” e para a Humanidade.A sessão contou ainda com interven-ções de várias personalidades, comoa antiga candidata presidencialMaria de Belém, o Secretário de Es-

tado da Juventude e do Desporto,João Paulo Rebelo, ou o Presidenteda Associação de Futebol do Porto,Lourenço Pinto, autor do posfácio.Classificando a literatura portuguesacomo “admirável”, Edgar Morin as-sentou a intervenção na riqueza damulticulturalidade, criticando aindao papel do inglês como uma “línguauniversal que perde o sabor” emtroca do valor para o mercado.No início da “conclusão”, como ape-lidou a palestra que deu, o filósofocomeçou por explicar, em português,que “a francofonia pode ajudar a lu-sofonia”, lembrando depois Bento deEspinosa, um descendente de portu-gueses que, em Amesterdão, “aca-bou por influenciar o pensamentoeuropeu moderno”.Portugal é “um país extraordinário,que é atlântico e mediterrâneo ao

mesmo tempo, ibérico e com ligaçãoao resto do planeta, com uma vitali-dade e convivialidade e cordialidadeextraordinária”, afirmou.À Lusa, Isabelle de Oliveira destacouesta obra como abrindo “portassobre a memória da diáspora portu-guesa”, particularmente em França,para poder denunciar “o ‘clichê’ dotrolha, da porteira, e olhar para adiáspora com outro olhar, mais po-sitivo”.Outra ideia importante é a de “cha-mar a atenção aos governantes” por-tugueses. “A diáspora não é só asremessas, temos hoje altos quadrosem todas as áreas, e dizer que jáchega, basta, de olhar para esse con-ceito, para mim uma aberração, delusodescendentes, somos todosportugueses”, atirou.Sobre a ligação ao campo despor-

tivo, Isabelle de Oliveira destaca Cris-tiano Ronaldo ou José Mourinhocomo “embaixadores” do mundo lu-sófono, da mesma forma que a diás-pora é “embaixadora da línguaportuguesa”, ligados ao país “porafetos”.Lourenço Pinto destacou aos jorna-listas a importância desta “manifes-tação cultural” para o esforço deformação de jovens enquanto des-portistas e pessoas, um crescimentopessoal de que a cultura é “parte in-tegrante”.“Já dizia Coubertin que não há des-porto sem valores e os valores nodesporto são importantíssimos”,acrescentou.Isabelle de Oliveira tem escrito váriosensaios e textos sobre a elaboraçãoe execução de políticas de promoçãointernacional da língua portuguesa.

Nascido em 08 de julho de 1921, emParis, Edgar Morin tem assinado, aolongo das décadas, múltiplos traba-lhos nas áreas da sociologia, políticae filosofia, entre muitas outras.De acordo com a biografia existentena página do centro a que deu nome,foi investigador do Centro Nacionalde Investigação Científica, em França,entre 1950 e 1989, tendo sido diretorde investigação em 1970.Em 2017, Edgar Morin já tinha apre-sentado outro livro da mesma au-tora, a obra “Lusofonia e Francofonia:A aliança da latinoesfera”, na Funda-ção Gulbenkian, em Lisboa.Edgar Morin recebeu na semana pas-sada um doutoramento ‘honoriscausa’ pela Universidade Lusófonado Porto, e deu uma palestra em Gui-marães, no Centro Internacional dasArtes José de Guimarães.

A agitação das festas natalícias, o en-cadeamento das pequenas férias eferiados, propiciando deslocações eviagens familiares e turísticas, con-duzem sempre as agendas de de-zembro a uma diminuição deeventos. Ainda assim a vida culturalcontinua…Dia 2 e 3, sempre às 15h00, no CentreNational de la Danse, en Pantin, SofiaFitas, com a sua companhia dedança, apresentou duas peças doseu repertório, Experimento 4 e Dis-paritions (Experimento 5), esta aindaem desenvolvimento, e inspirando-se no Livre de l’Intranquilité de Fer-nando Pessoa. A bailarina ecoreógrafa Sofia Fitas tem vindo adesenvolver um intenso trabalho de

articulação e desarticulação, trans-formação e multiplicação (de quasemetamorfoseamento) do seu própriocorpo a que junta a intensa experi-mentação vocal de Sébastien Jacobs.Dia 4, no quadro da exposição Sculp-tures Infinies, Francisco Tropa, artistaperfeitamente enraizado no pano-rama artístico francês, é, entre exem-plos e nomes históricos e nomes daatualidade internacional, um dos se-lecionados. A exposição é uma cole-tiva de escultura que parte da ideiade molde e cópia ao longo da históriada escultura e estabelece um per-curso que nos traz do período dascópias em gesso até à era digital. Agénese desta exposição correspondea uma colaboração portuguesa e

francesa, juntando obras do Louvre,da Réunion des musées nationaux,da Faculdade de Belas-Artes de Lis-boa, do MuseuCalouste Gulbenkian,em Lisboa, e da École des Beaux-Artsde Paris, em cujas salas de exposi-ções pode ser vista até 16 de feve-reiro.Aproveitando a certeza de que mui-tos de vós visitarão Portugal, sobre-tudo o Norte do país, nos dias defestas que se aproximam, aqui ficauma recomendação, portuguesa,mas que explora, ainda assim, umarelação direta com a França. Uma se-mana depois da intensa segunda-feira de homenagem a Cargaleiro,que vos anunciámos (A propósito?! Jápassaram nos novos corredores da

estação Champs-Elysée Clémanceauonde vos receberão as floridas pare-des azulejares de Cargaleiro?!), fare-mos pois justiça a alguém que, comoele, habita Paris desde os anos de1960 e que, como ele, já bem entradana nonagésima década de vida é,também, decana dos artistas portu-gueses/das artistas portuguesas.Trata-se de Isabel Meyrelles de quemvenho recomendar a vasta retrospe-tiva exposta em Vila Nova de Famali-cão, nas salas do importante Museuda Fundação Cupertino de Miranda,cuja coleção é dedicada fundamen-talmente ao Surrealismo português.E, Meyrelles, sendo surrealista, vi-vendo em Paris há mais de meio sé-culo, é também a única mulher

artista do surrealismo histórico por-tuguês onde surge ligada ao grupodissidente de Cesariny ou CruzeiroSeixas (outro decano felizmenteainda vivo).Para além da poesia, os trabalhosdesta percursora feminista, são fun-damentalmente escultóricos, tra-zendo para a terceira dimensão ossonhos e pesadelos, as associaçõesinesperadas de formas, trucagens ejogos de sentido que alimentam avertigem do universo surrealista.Boas escolhas culturais e até para asemana.Esta crónica é difundida todas as se-manas, à segunda-feira, na rádio Alfa,com difusão antes das 7h00, 9h00,11h00, 15h00, 17h00 e 19h00.

Sofia Fitas, Francisco Tropa e Isabel MeyrellesOpinião de João Pinharanda, Conselheiro cultural da Embaixada de Portugal

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Edgar Morin: Portugal “país extraordinário”Na apresentação do livro de Isabelle de Oliveira

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LUSOJORNAL DESTAQUE 03

A Embaixada de Cabo Verde emFrança acolheu, na semana passada,uma reunião com potenciais investi-dores no país, numa iniciativa naqual participou o Ministro dos Negó-cios Estrangeiros e Comunidades,que também é Ministro da Defesa,Luís Filipe Tavares.O lusodescendente Bruno António, aquem o Embaixador Hércules Cruzmandatou para a organização doevento, explicou que a sua missãoconsiste “no reforço dos laços entrea França e Cabo Verde. Foi uma mis-são que me foi conferida pelo Em-baixador Hércules Cruz, no sentidode criar estes momentos de encon-tro com o mundo empresarial, comFranceses, Portugueses, Africanos,da diáspora caboverdiana, mas tam-bém criar pontes com as autorida-des francesas e cabo-verdianas”.“As relações entre a França e CaboVerde estão hoje melhores do queontem e seguramente estarão aindamelhores amanhã” resume o Embai-xador de Cabo Verde questionadopelo LusoJornal. Na sala estavamempresários franceses, portugueses,mas também caboverdianos, assimcomo o Deputado português Paulo

Pisco, a Deputada francesa daMayenne, membro do Grupo Parla-mentar de Amizade França-CaboVerde Géraldine Bannier, e várias ou-tras personalidades.Num francês perfeito - até porqueestudou em França - o Ministro LuísFilipe Tavares disse que estava alisobretudo para ouvir. Afirmou quetem trabalhado com o Ministro fran-cês Jean-Yves Le Drian e lembrou arecente visita do Secretário de Es-tado Jean-Baptiste Lemoyne.Apesar de Cabo Verde ter apenas 500mil habitantes e pouco mais de4.000 km2, o Ministro dos NegóciosEstrangeiros recordou que o paístem mais de 700.000 quilómetrosquadrados de mar. “Temos o tama-nho da França” disse. Depois recor-dou que o país é independentedesde 1975, que tem “uma democra-cia estável e totalmente previsível,com instituições fortes” e uma taxade crescimento de 5,5%.“Temos de melhorar ainda o climade negócios” diz o Ministro. “O im-posto sobre as empresas já desceude 30% para os atuais 25%, mas que-remos passar para 20% e no fim daLegislatura, em 2021, esperamosestar em 15%”. Outro dos objetivosdo Ministro é o recurso a energias

renováveis. “Estamos atualmente em22% e queremos chegar a 50% bre-vemente”.Hércules Cruz fala em “nova dinâ-mica” nesta relação com a Françapara aumentar os investimentos es-trangeiros em Cabo Verde. “Acho quetodos os Governos procuram amesma coisa. É importante para dara conhecer esta nova ambição, de-pois, é uma questão de sorte. As cir-cunstâncias devem-nos ajudar eparece que estão a ajudar” diz aoLusoJornal. “Há uma série de refor-mas que estão a ser levadas a cabo

em Cabo Verde. Estamos no bommomento. Desde o início do ano, epara estimular mais este intercâm-bio, nós suprimimos os vistos paraos cidadãos da União Europeia, queeu pessoalmente sempre defendi.Mais do que o valor, a limitação ad-ministrativa parecia-me ser umacerta barreira psicológica, então de-saparecendo isso, pode parecerpouco, mas é um passo importante”.Thierry Carrière, Presidente da Lea-der Production foi um dos interve-nientes da sala. O empresário visitouCabo Verde pela primeira vez em

2014 e entretanto investiu no país,criando uma empresa de fabricaçãode brindes turísticos. “É simples in-vestir em Cabo Verde, as infraestru-turas existem e funcionam bem,atualmente temos 3 assalariadosque alimentam cerca de 20 lojas emtodo o país” e o empresário francêsacrescentou que “temos novos pro-jetos, sobretudo para a ilha do Sal”.Diretamente de Cabo Verde houve aintervenção da Advogada fiscalistaLydia Picoteiro Bettencourt. A advo-gada tem escritórios em Paris 17 eem Cabo Verde, e trabalha entre osdois países há cerca de 15 anos.Falou da fiscalidade em Cabo Verdee dos setores prioritários.Finalmente Delphine de Castro, daDireção comercial da Cabo Verde Air-lines apresentou as recentes trans-formações da empresa, com aprivatização de 51%. “Sinto-me oti-mista com o futuro da empresa”,disse, e lembrou as ligações aéreasdo país.Bruno António prometeu mais mo-mentos como este. “Com empresá-rios que estão interessados emconhecer Cabo Verde como terra deoportunidades, como um país ondese pode encontrar oportunidades denegócios”.

Por Carlos Pereira

Evento na Embaixada promove a relação entre os dois países

04 décembre 2019

Ministro considera que turismo é setor fundamentalDe passagem por Paris, o Ministrodos Negócios Estrangeiros e Comu-nidades, que também é Ministro daDefesa, Luís Filipe Tavares, falou dasrelações bilaterais entre Cabo Verdee a França, mas também das rela-ções que o país tem com a UniãoEuropeia.Desenvolveu os setores importan-tes para a captação de investimen-tos para Cabo Verde e abordouainda a rede consular.

E como se portam os investimentosfranceses em Cabo Verde?Nós temos alguns investimentosfranceses importantes em CaboVerde, mas gostaríamos de levarmais investidores franceses a inves-tir no nosso país. Há cerca de umano fizemos aqui um Fórum impor-tante e conseguimos desbloquearcerca de 800 milhões de euros pro-metidos para serem investidos emCabo Verde. Agora é o momento decomeçar a concretizar, a discutircom os empresários, ver as dificul-

dades que temos no funciona-mento da nossa administração, asfacilidades que temos de ter paraque os negócios possam ser reali-zados o mais rapidamente possível.

E quais são setores estratégicos?O turismo, sobretudo nas ilhas doSal e da Boavista, mas também nasoutras ilhas, como na ilha de SantoAntão e na ilha de São Vicente. O tu-rismo francês concentra-se sobre-tudo nestas duas últimas ilhas.Temos cerca de 10% dos turistasfranceses a visitar Cabo Verde. O tu-

rismo em Cabo Verde representahoje cerca de 800 mil turistas - é umpouco mais do que a população re-sidente no país, já que nós temos500 mil habitantes - 25% são doReino Unido, 10% de França, 10% dePortugal e o resto reparte-se pelaAlemanha e demais países. O tu-rismo é uma área importante, mastambém as energias renováveis e omercado financeiro. Nós queremostransformar o nosso país numagrande plataforma de prestação deserviços no Atlântico. As questõesfinanceiras são fundamentais, as

questões logísticas, marítima eaeroportuária, são aspetos funda-mentais da nossa estratégia de de-senvolvimento. Nós queremos fazerna ilha do Sal um ‘hub aéreo’ fun-damental para distribuição de trá-fego para os vários continentes.Estamos na encruzilhada dos prin-cipais continentes e vamos traba-lhar para poder aproveitar essaposição geoestratégica. Sempre dis-semos que é muito importante, masagora queremos concretizar comações muito concretas, razão daminha estadia aqui em Paris.

Por Carlos Pereira

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Cabo Verde quer captar mais investimento francês

LJ / António Borga

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LUSOJORNAL04 COMUNIDADE

A 40ª Conferência Geral da Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, aCiência e a Cultura (UNESCO) decorreuem Paris e contou com a participação,entre outros países lusófonos, de CaboVerde e de Angola na sessão plenária,num evento que encerrou a 27 de no-vembro.

Ana Paula Elias: «Fundamentalestarmos presentes em Paris»A Ministra da Educação angolana, AnaPaula Elias, destacou a importância daeducação e desvendou as linhas do Go-verno nessa área quanto à formação dosjovens do país.

O que representou estar aqui em Paris?Estivemos aqui porque Angola faz partedos membros desta Conferência. Sabe-mos que é uma Conferência onde estão193 membros, onde Angola também es-tava representada. Como Ministra daEducação e como Presidente da Comis-são Nacional da Unesco em Angola,houve esta pertinência de cá vir e apre-sentarmos a nossa comunicação, nasquais constam várias políticas relaciona-das, não só com o Ministério da Educa-ção, mas também com a cultura, a parteda comunicação, do desporto e outrasáreas nas quais constam estas obriga-ções e atividades que têm sido levadas acabo, a nível da cooperação com aUnesco.

A educação é a base fundamental paraqualquer povo?A educação é a base do desenvolvi-mento. Sem a educação, não temos de-senvolvimento, não temos um país noalto nível de desenvolvimento. Por issotemos de começar com a base e é ao Mi-nistério da Educação que cabe estaárdua tarefa de velar pela parte da edu-cação do nosso povo, porque é isso quereflete o nível de desenvolvimento que opaís tem. Isto através das políticas que

são adotadas, e das políticas que são im-plementadas. Temos uma forte apostana formação e capacitação dos profes-sores que vai refletir na qualidade de en-sino no nosso país. A educação éfundamental. Temos o apoio do Chefe doExecutivo angolano - João Lourenço - nosentido de implementar políticas quenos ajudam a sair de uma situação nãomuito boa, complicada, e que possamelevar o nível da qualidade do nosso en-sino.

Qual é o ponto da situação do Ensino emAngola?Atualmente Angola está num processo jáavançado em termos de aposta na polí-tica da qualidade. Este é o foco principal.Esta política rege a qualidade do ensino,onde envolve a formação dos docentes,mas também a formação da área téc-nico-profissional, que é uma outraaposta. Temos de formar, mas temos dever a parte da empregabilidade. Entãotemos de apostar muito seriamente noprocesso da formação técnico-profissio-nal porque ali teremos os nossos alunosa terminar o ensino secundário geral outécnico-profissional, e a não terem difi-culdades em termos de empregabili-dade. É uma aposta do Governo. A nossasociedade é muito jovem, e há este fluxode jovens que quando terminam a for-mação, estão em situações complicadaspara o primeiro emprego. A formaçãotécnico-profissional permite-nos ouajuda-nos a articular diretamente com omundo do trabalho.

Abraão Vicente: «Defendemos a Morna em Paris»O Ministro caboverdiano da Cultura edas Indústrias Criativas, Abraão Vicente,realçou que a educação é a base para odesenvolvimento, afirmou que o arqui-pélago é rico a nível da cultura, e defen-deu que a Morna vai ser ‘oficialmente’Património Imaterial da Unesco a 12 dedezembro, em Bogotá, na Colômbia.

Porque esteve presente nesta Confe-rência o Ministério da Cultura?Normalmente a Comissão Nacional daUnesco está no Ministério da Educaçãoou no Ministério das Ciências e do En-sino Superior. Em Cabo Verde nós deci-dimos estrategicamente ter a Comissãoanexada ao Ministério da Cultura e In-dústrias Criativas, na perspetiva de fu-turas classificações a Património daHumanidade, mas também na perspe-tiva de termos um plano de trabalhoaprofundado sobre as várias conven-ções. No entanto estive aqui em Paris arepresentar todos os setores que a Co-missão Nacional da Unesco cobre, no-meadamente a Cultura, as IndústriasCriativas, Comunicação Social, Educa-ção, Ensino Superior e Ambiente. Qui-semos estar aqui presentes, não só paraa Conferência Geral, mas também parao encontro de Ministros, que acontece

20 anos depois (!) É praticamente reto-mar uma agenda da Unesco que visatornar a cultura quase como um setorcentral.

A Educação e a Cultura são bases im-portantes da Unesco…Os sucessivos Governos de Cabo Verdeapostaram na educação como a baseprincipal para o desenvolvimento dopaís, partindo do princípio que, quemeduca cria melhores condições deacesso à saúde, melhores condiçõesde acesso a mais rendimentos entre agerações, criação de acessos a outrosescalões profissionais, portanto a edu-cação é a principal estratégia para umpaís que não tem outros recursos.Quanto à cultura, Cabo Verde é umpaís rico, mas para mim temos aindade organizar o setor, criar as condiçõesde formalização das profissões ligadasàs artes. É anormal que grandes artistascaboverdianos, famosos internacional-mente, cheguem à idade da reformanuma situação de absoluta precarie-dade. Mas é estranho que o Estado nãoconsiga aproveitar a criatividade paracapitalizar mais em impostos, mastambém retribuir à sociedade criandoas condições para que os artistas e oscriativos exerçam o seu trabalho. Esta-mos aqui a fazer um trabalho de base,reorganizar tudo aquilo que é a funçãoe a missão do Ministério da Cultura,mas ainda temos muito que aprender.Nós temos a vantagem de ser um paísestável.

A Morna vai mesmo ser PatrimónioImaterial da Unesco?Cabo Verde é o país onde se criou opovo crioulo. O primeiro povo que sefundou a partir desse encontro de cul-turas é Cabo Verde, e é por isso que aMorna tem uma força extraordinária nomundo, tem eco porque nós represen-tamos vários cantos sagrados de váriasnações que se encontraram em CaboVerde. Temos um enorme potencial. AMorna está quase. Os encontros quetive aqui em Paris com os países quetêm assento e que votam, foram encon-tros simbólicos de pura diplomacia. NaColômbia vamos ter cerca de 100 ‘dos-siers’ a analisar em três dias, portantomuito dificilmente qualquer outro ‘dos-sier’ será reaberto para reapreciaçãopor um conjunto de países. Os ‘experts’já deram o seu veredito, e nós acredita-mos que esse ‘quase’ está mesmo a teruma conclusão muito feliz para o povocaboverdiano. A minha convicção é totale plena: Morna vai ser Património Ima-terial da Humanidade na Colômbia. Denotar que nunca houve um ‘dossier’ daMorna antes da nossa subida ao poder,este é um facto. Vou continuar a defen-der o nosso ‘dossier’ até Bogotá.

E sobre as Ilhas do Fogo e do Maio, oque podemos dizer?Fogo e Maio são candidatas a ReservaNatural, e já foi entregue o ‘dossier’. Es-peremos que no próximo ano teremoso resultado na Unesco.

Por Marco Martins

Morna pode ser Património Imaterial da Humanidade já este mês

04 décembre 2019

Business Development Group France Portugal naabertura de três restaurantes do grupo Auchan No dia 27 de novembro e a convite dacadeia de restaurantes “Il Risto-rante”, o Business DevelopmentGroup France Portugal (BDGFRPT),teve oportunidade de participar nainauguração oficial dos três restau-rantes do grupo Auchan, localizadosem Blagnac, próximo do clusteraeronáutico de Toulouse.Nesta noite de convívio e de troca deideias, foi possível encontrar DavidAraújo, Diretor de Compras do grupoe Tiago Cerqueira, Diretor Técnico,também para o território francês.

Estes dois portugueses de sucessono seio do grupo Auchan, possuemorigens no Alto Minho.Neste evento do grupo francês, queinaugurou oficialmente três restau-rantes, foi possível degustar especia-lidade específicas de cada cadeia,mas sobretudo trocar contactos eideias com as dezenas de pessoasdo movimento empresarial de Tou-louse.Esteve presente (na foto), o DiretorGeral da cadeia de restaurantes dogrupo, Marc Bonduelle, tendo as

boas vindas sido dadas por Lucas Ar-naud, Gerente em Toulouse.O grupo Auchan que se encontrapresente em Portugal, possui assimdois portugueses em cargos de des-taque, na área de restauração geridaem França.Tratou-se de uma noite bastanteprodutiva para o BDGFRPT, na me-dida em que muitos dos clientes dastrês cadeias de restaurantes, têmgrande incidência no setor aeronáu-tico e empresarial de Blagnac e deToulouse.

Angola e Cabo Verde na 40ª Conferência Geral da Unesco em Paris

LJ / Marco Martins LJ / Marco Martins

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 05

A Academia de Belas Artes, integrantedo Institut de France, atribuiu na se-mana passada o Grande Prémio deArquitetura a Álvaro Siza, numa ceri-mónia em que o arquiteto portuguêsesteve ausente, mas a sua obra e o seu“humanismo” foram celebrados.Debaixo da cúpula onde há cerca deum mês Álvaro Siza falou aos mem-bros da Academia de Belas Artes doInstitut de France, foi-lhe oficialmenteatribuído no dia 27 de novembro oGrande Prémio de Arquitetura CharlesAbella, no valor de 35 mil euros. Apesarde não ter marcado presença, o arqui-teto português foi relembrado atravésdas imagens dos seus edifícios, entreos quais o do Pavilhão de Portugal.“Mudámos a organização e agora oprémio de arquitetura é dado em al-ternância, um ano é dirigido a jovensarquitetos e, no outro, é um grandeprémio de consagração, com conse-quência. E quisemos começar este sis-tema com um grande mestre, alguémincontestável. Álvaro Siza é incrível etinha de ser ele. E, em comparaçãocom outros, há uma dimensão huma-nista que nos fez querer premiá-lo”,explicou Laurent Petitgirard, composi-tor e Secretário perpétuo da Acade-

mia, em declarações à Lusa.Este novo formato que premeia as fi-guras que se distinguem no âmbito daarquitetura inclui também uma pales-tra em Paris, razão pela qual ÁlvaroSiza esteve na capital francesa no iní-cio de outubro. “Ele foi formidável.Tem uma visão muito lúcida do queé a arquitetura e muito vincada noque diz respeito ao que a arquiteturaconseguiu, mas ainda pode vir afazer. Ele não tem qualquer fantasiaem relação à sua glória e, pelo con-

trário, tem ainda muito por fazer”, re-latou Laurent Petitgirard.Além do prémio de arquitetura, atri-buído a Álvaro Siza, foram ainda en-tregues, nesta cerimónia anual, entreoutros, o Grande Prémio Artístico deComposição Musical a Steve Reich, oPrémio de Fotografia da Academia -William Klein a Raghu Rai e ainda oPrémio Liliane Bettencourt paracanto coral à Ópera de Lyon.Reunindo as principais formas deBelas Artes, quer seja música, pintura

ou escultura, Laurent Petitgirard -que fechou a cerimónia prestandohomenagem a Paul Andreu e ao seuprojeto da Ópera de Pequim - consi-dera que a arquitetura tem um lugarimportante na instituição.“A arquitetura tem um lugar muitoimportante no seio da Academia,temos como membros arquitetos dealto nível. Mas uma coisa é a teoria li-gada à arquitetura, outra coisa sãoalgumas práticas que nos inquietam,com a mercantilização dos espaços

públicos, algo que nos assusta e quetemos vindo a alertar”, afirmou.E, por isso, a atribuição deste prémioa Álvaro Siza. “Foi muito importantedar o prémio a alguém que na suavida não fez concessões”, concluiu.Álvaro Siza Vieira nasceu em Matosi-nhos, em 1933, e estudou Arquiteturana Escola Superior de Belas Artes doPorto, entre 1949 e 1955.É autor de centenas projetos, entreos quais se destacam em Portugalas vivendas no Bairro da Malagueira,em Évora, a Faculdade de Arquite-tura do Porto, o Centro Paroquial deMarco de Canavezes, o Pavilhão dePortugal da Expo’98 em Lisboa, o Pa-vilhão de Portugal da Expo’2000 emHannover (com Souto de Moura) e oMuseu de Arte Contemporânea deNápoles.Da sua lista de distinções destaca-seo Prémio de Arquitetura da Associa-ção Internacional de Críticos de Arte(1982), o Prémio de Arquitetura daAssociação dos Arquitetos Portugue-ses (1987), a Medalha de Ouro de Ar-quitetura do Conselho Superior dosColégios de Arquitetos de Espanha(1988), o Prémio Mies van der Rohe(1988) e o Prémio Pritzker, da Funda-ção Hyatt, pelo projeto de renovaçãona zona do Chiado, em Lisboa (1992).

Por Catarina Falcão, Lusa

Um Prémio atribuído em Paris pelo Institut de France

04 décembre 2019

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Lusa / Estela Silva

Grande Prémio de arquitetura atribuído a Álvaro Siza pela obra e "humanismo"

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LUSOJORNAL06 COMUNIDADE 04 décembre 2019

Gala des Trophées de laChambre decommerce avecPaulo Gonzo et GNR

La Chambre de commerce et d’in-dustrie franco-portugaise (CCIFP)organise son Gala annuel ven-dredi prochain, le 13 décembre, àla Maison de la Mutualité, dans le5ème arrondissement de Paris.«C’est toujours une excellenteopportunité de nous retrouverentre nous, avec nos conjoints etamis, pour une soirée de convi-vialité, de musique et de récom-penses» explique le PrésidentCarlos Vinhas Pereira dans l’invi-tation qu’il a envoyé aux entrepri-ses membres de la Chambre decommerce.Le Gala a lieu tous les ans, defaçon alternée, au Portugal et enFrance. Cette année il aura lieu àParis avec un dîner de prestige, latraditionnelle remise des trop-hées et cette année les organisa-teurs ont invité Paulo Gonzo et legroupe GNR pour un concertprivé.Seront remis, comme d’habitude,le Trophée CCIFP Banque BCP /Millennium bcp Produit de l’an-née, le Trophée CCIFP Caixa Geralde Depósitos Jeune entreprise, leTrophée CCIFP Innovation, leTrophée CCIFP Membre de l’an-née,…«Lors de cet évènement vouspourrez ainsi plus facilement ren-contrer nos membres et nonmembres qui se joindront à nousainsi que les nombreux Mairesdes différentes villes signatairesdes Protocoles d’accord écono-miques avec la CCIFP qui serontau rendez-vous pour une chaleu-reuse soirée pleine d’émotions etde surprises» explique Carlos Vi-nhas Pereira.Le concert privé de Paulo Gonzo(photo) et de GNR, à partir de22h00, est «un plus» et la CCIFP amis en vente 500 places. «Nousaurons la chance d’avoir la pré-sence de deux grands noms quinous feront l’honneur d’interpré-ter quelques-uns de leurs plusgrands titres. Des grandes figuresde la scène portugaise, qui par-courent les salles de concerts etfestivals du monde entier, et quinous accordent le privilège d’unconcert privé».Ce concert privé a été organiséavec le soutien de la Banque BCP,Millennium bcp, Caixa Geral deDepósitos, Fidelidade assuran-ces, Grupo Visabeira, AR FranceInvest, Lusoconseil, SFR et Nexity.

La trilogie gagnante des Jardins deMontessonVoilà seize ans que les gourmets savent,ou devraient savoir, que la cuisine duChef Raúl da Nora fait des Jardins deMontesson l’une des toutes premièrestables de cuisine portugaise en France,sans oublier son aisance dans la partie«française» de sa carte.Voilà autant d’années ou presque quela belle et confortable salle de ce res-taurant accueille des soirées et parfoisdes après-midi de fado. Et parfois desdégustations de vins portugais y sontorganisées. Ce premier dimanche dedécembre, ce fut l’occasion pour un pu-blic venu nombreux, accueilli avec gen-tillesse par Noémia Morais, la gérante dulieu, et sa brigade, de goûter ces troiséléments réunis.C’est à l’initiative de Vítor António, quiœuvre depuis huit ans dans la distribu-tion de vins et vient de créer la sociétéVIMA, que l’on doit cette belle rencontre,où l’on a pu apprécier, entre autres vinsde la coopérative Adega de Azueiro, unenouvelle cuvée, au nom correspondantbien à l’esprit de cet après-midi, Pátiodas Cantigas, ainsi que les champagnesde la maison Douard, tous deux distri-bués par VIMA.Vítor António vise une clientèle de par-ticuliers amateurs de vins ainsi que les

restaurants et associations portugais.Ses critères pour sélectionner ses four-nisseurs? C’est simple, nous dit-il: unbon rapport qualité/prix et les relationsde sympathie avec les producteurs. Avisaux amateurs.Gastronomie: le menu concocté parRaúl da Nora pour l’événement a heu-reusement marié simplicité, authenti-cité, et savoir faire: son Caldo verde futun «vrai» Caldo verde, mais un peu plusqu’un Caldo verde, son Pé de porco comgrão de bico a rappelé à plusieursconvives la saveur des plats degrand’mère de leurs enfances. Et le «Ba-calhau do Jardin» est une exquise créa-

tion à partir du Bacalhau à Braz.Les Jardins de Montesson ont beau êtreéloignés des grands centres urbainsfranciliens, il demeure que la cuisineproposée vaut largement le détour.Et le fado dans tout ça? Les vins et lesplats incitent vivement à la convivialité,tout comme les déjeuners du di-manche, souvent familiaux. On se re-trouve entre parents et amis, loin de la(relative) solennité d’un concert ou decertaines soirées centrées principale-ment sur la musique. Ce qu’attend lepublic se rapporte davantage aux sou-venirs communs, aux airs que tout lemonde ou presque connaît, et que l’on

aime entendre à nouveau. A ce jeu là, lestrois fadistes invitées à se produire aucours de l’après-midi sont imbattables.Nina Tavares (avec entre autres Car-mencita en duo avec Noémia Morais,Tudo isto é fado ou Cavalo Russo),Conceição Guadalupe (avec entre autresune chanson d’Edith Piaf, très appréciée,ou Xaile de Minha Mãe ou encore le sen-sible Meu irmão fora da lei) et JenyferRainho (avec entre autres A Tendinha, lebienvenu Senhor Vinho ou l’émouvantDuas Lágrimas de Orvalho d’Amália) ontparfaitement réussi à conquérir le pu-blic. Tout comme le fit un grand Mon-sieur de la chanson portugaise, TonyGama, venu là en ami, unanimementrespecté pour son talent et son aménité,qui voulut bien nous offrir Samaritana,célèbre ballade de Coimbra et un Fadodas Horas tout en élégante retenue. Letout accompagné par deux musiciensalliant talent et expérience, Manuel Mi-randa à la guitare portugaise et PompeuGomes Coelho à la viola.Un après-midi chaleureux, amical, varié,roboratif, joyeux: que demander deplus? Que cela se reproduise le plussouvent possible. C’est d’ailleurs le pro-jet de Raúl da Nora d’organiser ou d’ac-cueillir davantage de ce genre demanifestations.Alors, allez-y ou retournez-y.

Par Jean-Luc Gonneau

Vinhos, gastronomia, fado

Associações de Toulouse querem aulasde português no CollègeA Federação das Associações de Haute-Garonne reuniu recentemente a propó-sito do aumento da oferta do ensino dalíngua portuguesa para as crianças e jo-vens da região de Toulouse.Foi por esta decidido intentar esforçospara conseguir ter uma maior oferta deaulas de português, nomeadamente aosábado, altura mais conveniente paragrande parte dos pais e em que todasas crianças e jovens que não têm aulasde português nas suas escolas e comu-nas se podem reunir.Este foi um processo iniciado em se-tembro, através da manifestação de di-versos pais da falta de oferta de ensinodo português no Collège. Esta manifes-tação foi passada junto de alguns mem-bros de associações que compõem aFederação das Associações de HauteGaronne, e também ao Conselheiro dasComunidades.Depois desta primeira etapa, em quesobretudo se procurou uma organiza-ção da problemática citada e dos pas-sos a tomar para a sua realizaçãoimediata, foram informadas as autori-dades e redes competentes nesta ma-téria, para que também elas própriaspudessem começar a desenvolver es-forços no sentido de apurar os detalhesdo problema e ajudar no encontro desoluções.Da Federação das Associações deHaute-Garonne foi indagado um grupo,composto por José Rodrigues, Presi-dente da Mesa da Assembleia Geral, Mi-guel Novo Costa, Presidente da DireçãoGeral, Vítor Oliveira, Presidente do Bus-siness Development Group France Por-tugal, Celina da Mota, mãe de alunos, e

António Capela, Conselheiro das Comu-nidades Portuguesas das regiões con-sulares de Bordeaux e Toulouse.Depois de conhecidos os prazos e tra-mites a realizar para que seja possívelter um professor de português do Insti-tuto Camões disponível para setembrode 2020, a Comissão resolver intentaresforços para que no primeiro semestrede 2020 possa, junto da Comunidadeportuguesa, realizar ações de visibili-dade com vista à obtenção de pré-ins-crições.Em simultâneo, e dado não ser possívelem janeiro de 2020 a abertura de aulasde língua portuguesa através do Insti-tuto Camões, a Federação das Associa-ções Portuguesas de Haute-Garonneestá a intentar esforços para que pos-sam existir aulas privadas entre janeiroe junho, para os alunos interessados.Segundo a Federação, este é um pro-cesso que se encontra a decorrer, e para

o qual já foram encontradas instalaçõese professora responsável, sendo a pro-fessora Susana Costa, com diploma pelaUniversidade de Trás-os-Montes e AltoDouro (UTAD), a parceira neste projeto.Esta é uma etapa de envolvimento domovimento associativo, que em com-plementaridade com as autoridadescompetentes visa dar atenção ao en-sino da língua portuguesa, nas Comu-nidades Portuguesas. Neste sentido, oPresidente da Mesa da AssembleiaGeral, José Rodrigues, esteve no pas-sado dia 24 de novembro na rádio CanalSud, solicitando a todos os pais quepreenchessem os formulários dadospor esta altura nas escolas públicasfrancesas, demonstrando assim inte-resse na língua portuguesa.As escolas públicas dão respostas aosalunos ali inscritos, sendo necessárioum número mínimo de alunos paraabertura de turmas. É por isso hoje, o

movimento associativo uma respostaeficaz, real e sobretudo complementar,ao pedido dos pais que se encontramem comunas e escolas dispersas. Esta éa solução para aproximar as crianças ejovens da língua portuguesa e de Por-tugal.A Federação das Associações esperaque a partir de setembro de 2020 sejapossível reunir todas as condições paraque um professor do Instituto Camõespossa lecionar em cooperação com omovimento associativo.Este movimento associativo aproxima eune a Comunidade portuguesa emtorno de um assunto extremamenteimportante para a mesma, e que ape-nas com todos os elementos quepodem ajudar neste processo pode sermelhorado a longo prazo.A Federação das Associações de Haute-Garonne agradeceu a colaboração ins-titucional das diversas entidades oficiaisenvolvidas, Vice-Consulado de Portugalem Toulouse, Instituto Camões (Coorde-nação do Ensino em Paris), Conselheirodas Comunidades Portuguesas (AntónioCapela), nomeadamente no empenhode todos na resolução do assunto, amais breve trecho. “Só trabalhando emconjunto, e sendo o trabalho de cadaum insubstituível, é possível melhoraruma problemática com esta dimensão”.A recente aprovação por parte daUnesco do Dia Mundial da Língua Por-tuguesa, a 5 de maio, demonstra bem aimportância de Portugal e da línguaportuguesa num contexto mundial, mastambém a responsabilidade de levar alíngua de Camões a cada vez mais crian-ças e jovens.

LJ / Mário Cantarinha

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LUSOJORNAL ENSINO 07

Le Cimetière Militaire Portugais de Ri-chebourg a accueilli, le lundi 25 no-vembre, 28 collégiens du CollègeSainte Ide de Lens, qui faisaient unevisite au Cimetière.Au programme d’histoire-géographiede 3ème, le thème de la passation etdu devoir de mémoire est l’un dessujets traités. Peut-être que la régions’y prête, toutefois signalons le rôledes enseignants et l’effort du collège.Dans ce collège de 1.183 élèves, 10classes sont de 3ème. Toutes les 10classes ont passé ou vont passer parle Cimetière Militaire Portugais de Ri-chebourg d’ici la fin 2019. Tous les anscette visite est au programme. No-tons qu’au niveau financier, ce n’estpas anodin, le déplacement se fai-sant par des autocars.Sébastien Crédoux, un des ensei-gnants, a fait un petit résumé de laparticipation des soldats portugais àla 1re Guerre, a demandé le silenceen entrant dans le cimetière et a no-tamment montré la sépulture deJoão Augusto Ferreira de Almeida,l’unique soldat portugais fusillé (le 16septembre 1917) pendant la 1èreGuerre mondiale, dernier condamnéportugais de l’histoire.Le voyage des élèves du collège SaintIde de Lens se poursuivait par le Mé-morial Indien, juste à côté et par le

Musée de la Bataille de Fromelle, Ba-taille où plusieurs milliers d’Austra-liens ont perdu la vie.Trois lieux visités, trois pays. Unemanière de démontrer, de confir-mer, auprès des jeunes collégiensdu caractère mondial du conflit.Sur les réseaux sociaux du collège, endate du 19 novembre, preuve de l’in-térêt porté au sujet de la 1ère Guerre,nous pouvons lire:«Samedi 16 novembre, 82 élèves de3ème sont venus accomplir leur de-voir de mémoire en effectuant la4ème édition de la marche commé-

morative en l’honneur des soldatsdisparus lors de la Première GuerreMondiale.Ils ont effectué 9,25 km entre le mo-nument canadien de Vimy et le sitede Lorette, avec quelques arrêts àdes points stratégiques où M. Budyck,professeur d’histoire et Mme Passel,professeure de français et porteur del’EPI Passeurs de mémoire, leur ontdonné diverses explications afin deremplir le carnet d’orientation réalisépar les professeurs d’EPS, Mme Ci-chosz et M. Riez.L’arrivée en haut de la colline de Lo-

rette s’est effectuée après une mon-tée silencieuse de la Blanche voie,rendant ainsi hommage aux Poilus.Tony, le sonneur de cornemuse at-tendaient nos élèves ainsi que M. Ga-randel, professeur d’histoire et garded’honneur à Lorette, qui leur a trans-mis ses connaissances sur le lieu.Des élèves de 3ème, passeurs de mé-moire, une attitude qui les honore...Un grand bravo à tous ces volontairesvenus un samedi matin».Il y a de cela trois ans, nous avionsdéjà fait reportage pour LusoJornalsur trois classes du lycée français de

Porto qui visitaient le Cimetière Mili-taire Portugais. Une visite qui a eulieu pendant plusieurs années desuite.Rappelons ici, que le Cimetière Mili-taire Portugais de Richebourg, àl’image d’autres lieux du Nord, du Pasde Calais et de Belgique, sont candi-dats au Patrimoine Mondial del’Unesco.Nous sommes sortis du Cimetièreconvaincus que des petits aménage-ments vont se faire très rapidementpour améliorer la présentation dulieu: en coupant les deux arbres, par-tie de celles-ci ou en déplaçant lestombes des soldats Joaquim JoséBaptista e Alfredo Brigas, tombes quisont complètement de côté, pous-sées par les dites arbres. Quant à l’ar-buste, planté par Afonso Maia devantla tombe du seul fusillé portugais, ila besoin d’être taillé.Ces aménagements sont, évidem-ment, loin d’être suffisants, si l’onveut avoir un cimetière digne de fairepartie du Patrimoine Mondial del’Unesco.Il y a un tourisme qui se développeautours des lieux de mémoire, le Ci-metière portugais, par son caractèreunique, le type de tombes qu’il pré-sente, les seules tombes en granite,sera amené à être de plus en plus vi-sité.Le nerf de la guerre, reste… l’argent.

Por António Marrucho

Tous les ans, 10 classes de ce collège visitent le Cimetière

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LJ / António Marrucho

Le Collège Sainte Ide de Lens a visité le CimetièreMilitaire Portugais de Richebourg

04 décembre 2019

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O autor belga Daniel Ribant, ban-queiro de formação, e a editoraL’Harmattan, depois de publicarem,no final de 2018, o livro “Força An-gola: Témoignages pour l’Histoire”,acabam de lançar uma edição re-vista e aumentada de “L’Angola de Aà Z”. Acrescida de cinco novas temá-ticas - Argélia, BESA (Banco EspiritoSanto Angola), França, Lourenço e 27de Maio - “esta edição”, explica Da-niel Ribant, “leva naturalmente emconsideração as mudanças ocorri-das no país desde a eleição de JoãoLourenço como Presidente da Repú-blica em agosto de 2017”. Esta novaedição conta com o prefácio do es-critor Pepetela, “um dos autoresmaiores da Literatura angola”, acres-centa Ribant, “e está neste momentoa ser traduzido para português”.Daniel Ribant relembra com emoçãoo momento em que chegou a Angolapela primeira vez. “Eu descobri An-gola em 1996, devido a um compro-misso profissional, e desde aí nuncanos abandonámos”. Um momentodifícil para o país que não facilitou odealbar de uma relação que se tor-naria forte com o passar dos anos.“Não posso dizer que tenha sidoamor à primeira vista, em 1996 exis-tia a guerra, mesmo que ela não es-tivesse visível em Luanda, era maisdo que percetível. Uma espécie dechapa de chumbo que impedia a po-

pulação de sorrir, de se exprimir”.Foi a nova Angola liderada por JoãoLourenço - já quase esquecidos omeio milénio de opressão e explora-ção colonial portuguesa e os 27 anosde guerra civil mortífera que se se-guiu aos 14 anos de guerra de inde-pendência e liberta, desde 2018, deum Presidente, José Eduardo dosSantos, que se deixou apodrecer nopoder, quase conduzindo o país a

uma espécie de “primavera árabe”,fenómeno que trouxe consigo as ne-fastas consequências que se conhe-cem em países como a Líbia e a Síria- que obrigou Daniel Ribant a atuali-zar este seu livro saído inicialmenteem 2015.Um dos novos capítulos desta edi-ção de 2019 é então dedicada a JoãoLourenço, personagem que para oautor belga é, graças às reformas en-

cetadas, o responsável pelo novo arque se respira em Angola, podendoaté, segundo Ribant, influenciar po-sitivamente os países limítrofes. Po-derá Angola - um país de 30 milhõesde habitantes, maior do que aFrança, Espanha e Portugal reunidos,senhora de um subsolo riquíssimo ecom um enorme potencial demográ-fico - tornar-se num farol de espe-rança para a África Subsaariana?No novo capítulo dedicado às rela-ções entre a França e Angola, DanielRibant salienta a nova Era diplomá-tica entre os dois países, aprovei-tando-se assim a eleição de doisnovos Presidentes à frente dos doispaíses para ultrapassar as incom-preensões do passado. Ribant chegaa apelidar João Lourenço de “Júpiter

angolano”, utilizando assim a mesmareferência mitológica usada por Em-manuel Macron num momento dedelírio megalómano, um mal quepelos vistos é recorrente na famíliajá que a sua esposa, Brigitte Macron,já o comparou a Atlas, a figura mito-lógica que carrega o mundo aos om-bros.Um livro importante que analisa umpaís lusófono pouco tratado emFrança, naturalmente mais interes-sada pela África francófona. Mas nãoé apenas um livro para ser lido porfranceses. A sua leitura permitirá aum português uma análise “limpa”,livre do filtro anti MPLA que, tal qualuma doença, afeta os articulistasque analisam o mundo angolanopara os média portugueses.

LUSOJORNAL10 CULTURA 04 décembre 2019

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Mísia lançou “Pura Vida - Banda Sonora” em FrançaA cantora portuguesa Mísia lançouna sexta-feira da semana passada,dia 29 de novembro, o seu trabalho“Pura Vida - Banda Sonora” emFrança, considerando que os arran-jos musicais “vão surpreender” opúblico deste país e ao qual re-gressa já no dia 20 de janeiro.“Acho que os arranjos vão surpreen-der porque é um álbum com músi-cas de fado, mas não está tocadonos cânones do fado. Os fados estãotocados de uma maneira que mos-tra como precisei de reforçar o sen-timento trágico daquilo que tinhavivido, mas incómodo e fiz apelo àguitarra elétrica”, disse Mísia em de-clarações à Lusa.Esta é aliás uma proposta nuncaantes utilizada no Fado: voz, piano,clarinete, violino, guitarra de fado eguitarra elétrica.Após alguns anos afastada deFrança por razões de doença e tam-bém por ter chegado a novas re-giões como a América Latina, Mísialançou agora o seu novo álbum emterras gaulesas.Para Mísia, este é um trabalho quepela sua sonoridade e pelas suas vi-vências pessoais se situa entre o céue a terra. “Há o céu que a guitarraportuguesa e o inferno da guitarraelétrica”, explicou a fadista, no-meando o facto de o seu disco con-tar também com um tango.Dos 14 temas do álbum fazem partealguns convidados incontornáveiscomo o artista argentino Melingo nacanção «Corazón y Hueso», o fadistaRicardo Ribeiro em «Pasión» de Ro-

drigo Leão, o jovem guitarrista Gas-par Varela em «Fado dos 2 Pardais»e a colaboração especial do músicocatalão Raül Refree, produtor dacantora Rosália, em «Lágrima».Aos escritores e poetas Miguel Torga,Vasco Graça Moura e Tiago Torres daSilva, entre outros autores, junta-seum tango e duas canções castelha-nas que fazem parte da vida deMísia, do seu ADN.Lançar este novo álbum em Françaé reforçar “uma enorme ligação”.“Artisticamente tenho uma enormeligação com a França. Tive durante

anos numa editora francesa e foi aíque lancei discos muito importantesno meu trabalho como ‘Garras dosSentidos’. Em França, especialmenteem Paris, já fiz quase todas as salas”,indicou a fadista.Esta ligação a França levou durantemuitos anos a um mal-entendido deque Mísia vivia em Paris, o que, se-gundo a própria, a levou mesmo amudar-se para a capital francesadurante quatro anos, vivendo atual-mente em Lisboa. “Depois volteipara Portugal, mas continuam adizer-me que vivo em Paris e já não

luto contra isso”, gracejou a fadista.O regresso aos palcos franceses estámarcado para dia 20 de janeiro comum concerto na La Cigale, uma dassalas mais emblemáticas da capitalfrancesa. “Espero que os meus por-tugueses e os franceses venham emgrande quantidade. Quando vejo asala cheia é sempre um milagre,nunca estou à espera”, confessou aartista.“Este não é um álbum de Fado” pre-vine Mísia. Aliás o trabalho foi co-produzido com músico napolitanoFabrizio Romano, que é também o

responsável de todas as composi-ções (exceto “Rosa Negra no MeuPeito II” de Paulo Gaspar, “Lágrima”de Raül Refree et “Ouso dizer” deLuís Guerrero e Fabrizio Romano).O seu regresso acontece numa al-tura em que o fado e Portugal estãona moda em França, mas Mísia con-sidera que é preciso ter cuidadopara não banalizar a canção nacio-nal. “Acho que o Paulo Bragança eeu já demos outras leituras ao fadoem França, num nível muito pro-fundo. Não foi só aligeirar com orisco de banalizar. Não estou a dizeristo em relação a ninguém em espe-cial, mas é sabido que quando umtipo de música está na moda e háuma grande inflação de vozes [...],aparecem projetos muito bons, apa-recem outros mais banais”, referiu afadista.O novo álbum de Mísia foi na se-mana premiado com o Phonograp-hic Critics Award, prémio da críticadiscográfica alemã, um “reconheci-mento a mais” que a cantora acolhepositivamente. “Os prémios, consi-dero-os um reconhecimento a maisao trabalho que uma pessoa faz,mas também gosto de ir na rua eque alguém me diga que o meudisco o ajudou num certo momento.Os prémios não definem um artista”,afirmou.Mísia já recebeu algumas das prin-cipais distinções francesas ligadas àcultura como a Medalha de Vermeil(2004), a mais alta condecoração dacidade de Paris, e é Officier de l'Or-dre des Arts et des Lettres (2011).

Na sexta-feira passada

Nova Edição de “L’Angola de A à Z” Por Nuno Gomes Garcia

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LUSOJORNAL CULTURA 11

Maria da Luz nasceu no Bombarral,passou por Rio Maior, Alcoentre eacabou por residir e estudar os pri-meiros anos em Benfica. Aos 13 anosviajou para França com a irmã, noano de 1976, quando Portugal atra-vessava uma crise político-econó-mica.Instalou se em Cluny, próximo deMâcon, na região de Saône et Loire,onde já existia uma grande Comuni-dade portuguesa do norte de Portu-gal. Os pais ficaram em Portugal, emBenfica, com os outros sete filhos,mas sempre ambicionavam umavida melhor para todos.Ainda estudou para ser cabeleireira,o que em nada tem a ver com a pro-fissão que hoje exerce: auxiliar deenfermagem. Conta-nos que nãotem vergonha do seu passado, aliásé graças a ele que se tornou na pes-soa que é hoje, e tem muito orgulhonisso. Aos 19 anos veio viver paraLyon, construiu uma grande família,onde permanece até hoje. O Luso-Jornal foi ao encontro de Maria daLuz, para saber um pouco mais

sobre esta “fadista a meio tempo”.

Como surgiu o fado na sua vida?

Foi com o meu pai. Eu vivi poucocom ele, mas ele tinha esta paixãopelo fado e também cantava. Como

eu era criança, não dava a devidaimportância a isso. Na altura eu sógostava de música para dançar, dainão me interessar muito por esteestilo de música. Mas um dia - e foina última vez que eu o vi, tinha eu19 anos e ele estava aleijado de umpé - cantou numa taberna em Por-tugal um excelente fado, que aindahoje não encontro este fado queele cantou, por mais que o tenhaprocurado. E foi depois deste acon-tecimento que comecei a apreciarmais o fado. Eu sempre adorei can-tar, mas nunca ousava fazê-lo.Tinha vergonha, era muito tímida,cantava em casa em francês, aliásfoi por cantar as músicas francesasque aprendi melhor o francês, de-pois o meu irmão deu-me uma cas-sete com músicas portuguesas ecomecei a cantar em português.Mas foi em 2009, quando fui jantara um restaurante em Alfama, ondeouvi um belo fado, foi aí que tive otal ‘declique’. Nasceu em mim agrande paixão pelo fado e comeceia amá-lo de forma incondicional. Ehoje, com os meus 50 anos, come-cei a vencer a timidez e a cantá-lo.

Também escreve as suas própriasletras?Sim, já escrevi algumas letras, nãoconsigo é encontrar os músicosapropriados para elas. Mas tam-bém não sou de ir bater às portas.Tenho um membro da minha famí-lia que toca guitarra, pode ser queum dia tenhamos essa possibili-dade de nos reunir e fazemos algocriativo.

E das suas memórias, já pensou es-crever um livro?Sim, estou neste momento a escre-ver um livro sobre a minha vida,uma autobiografia, vai ainda ameio, mas tenho muito por contar.

Quando foi a primeira vez que can-tou fado em público?Foi em Ars, na região de Ain, naFesta da música, com um públicomaioritariamente francês. Elesaplaudiram, penso que devem tergostado.

O que acha deste fado novo, destasnovas melodias da nova geração defadistas?Sinceramente, não gosto. Para mimo fado são as raízes de Portugal,nem sempre é nostalgia ou tristeza,para mim quando estou em baixocanto e isso faz-me bem, recon-forta-me. Não gosto das novas me-lodias que dizem ser fado.

Então não gosta de ouvir Carminho,Raquel Tavares, Cuca Roseta entreoutras?Já ouvi a Carminho ao vivo em VilaFranca de Xira, mas não me identi-fico.

Quem é a sua maior inspiração?É sem dúvida a grande Amália Ro-drigues. De seguida vem a Marisa.

Também canta com os olhos fecha-dos?Gosto de me entregar ao fado.

Existem alguns nomes do fado comquem gostaria de subir ao palco?Se ela é uma das minhas inspira-ções, gostaria de partilhar o palcocom a Marisa.

O que ouve neste momento?Gosto de músicas com movimento,não conheço músicas portuguesas,a não ser Tony Carreira e Linda deSuza. Gostava de um dia poder co-nhecê-los pessoalmente. Tenho nomeu carro o CD de Marisa e tenhoouvido diariamente.

Já fez um dueto com algum artista?Com a fadista Eufrásia. Ela veio cáuma vez atuar num restaurante emSaint Genis Laval, e partilhei o es-paço com ela. Também com a Cris-tina Neiva, na Associação deMeyzieu. Neste caso era eu a cabeçacartaz.

Já pensou em tornar-se fadista atempo inteiro?E porque não? Quando estiver na re-forma (risos). Penso que daqui a 5anos serei fadista a tempo inteiro.

Existe algum local em Portugal queé obrigatória a sua passagem,quando vai de férias?Não posso deixar de passar por Lis-boa, mais propriamente por Alfama.Este ano passei pela rua do Capelão,lá onde nasceu o fado, onde viveuMaria Severa, passei pela taberna dasua mãe. Fui também visitar a rua daMadragoa onde a Amália tambémviveu. Foi uma viagem de desco-berta, gostei imenso.

Como entrar em contacto consigo?Através das minhas paginas nasredes sociais, em “Maria da Luz” ou“Luz inha”. Sou eu sempre que res-pondo.

Já tem espetáculos agendados?Tive agora um espetáculo na CasaMig em Craponne, dia 29 de novem-bro, e tenho outros agendados para2020, um deles a 24 janeiro no es-pace Mosaique, em St. Priest, orga-nizado pela Associação Raízes,tendo como objetivo uma Homena-gem a Amália Rodrigues, 20 anosdepois da sua morte.

Por Patrícia Guerreiro

Na região de Lyon

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Maria da Luz, uma fadista a “meio tempo”

04 décembre 2019

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LUSOJORNAL12 ASSOCIAÇÕES

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Raízes de Portugal deAblon-sur-Seineorganizou Festadas Castanhas com sala cheia

A Associação portuguesa deAblon-sur-Seine, no departa-mento Val-de-Marne, organizouuma tarde de festa, tendo comotema as castanhas.Apesar de ser uma festa organi-zada por várias associações, o Pre-sidente da Raízes de Portugal,Christophe Silva, ficou “satisfeito”com o facto da sala estar repleta.“Apesar de haver outras festas, anossa sala estava cheia, isso émuito bom. Tivemos pessoas apassarem pela sala durante todoo dia para a Festa das Castanhas.Isto tudo com a presença da Mai-rie, que nos apoia durante todo oano no que diz respeito porexemplo às salas. É incrível», ad-mitiu.As festividades começaram comum almoço composto com aperi-tivo, entrada, sobremesa, café ebebidas, tendo como prato forteuma Feijoada à portuguesa.Depois de comer e de partilharum bom momento entre amigos,era tempo das castanhas. “Ofere-cemos obviamente as castanhas”,assegurou Christophe Silva quetambém aproveitou para nosconfirmar que a organizaçãodeste evento é algo habitual paraa associação: “Todos os anos fa-zemos esta festa. É sempre no se-gundo ou no terceiro fim desemana de novembro. Já faz dezanos que é assim”.Para aqueles que não estiverampresentes, o Presidente divulgou“o segredo” desta sala Sully emAblon-sur-Seine: “Estivemosnuma sala que permite ter vistapara o rio Seine, é fantástico».A associação Raízes de Portugal,para além das saídas folclóricas,já tem a cabeça no próximoevento que vai decorrer no mêsde fevereiro. “A próxima festa vaiser em fevereiro, apenas falta aconfirmação do artista. Vai seruma ‘Noite Choucroute’, será aprimeira vez. Durante este mêsde dezembro ou no início de ja-neiro, vamos abrir as inscriçõespara este evento”, concluiu Chris-tophe Silva, acrescentando que“estaremos presentes para rece-ber qualquer pessoa de qualquercomunidade”.

Noite de Rusgas na associação de Brignais

A Associação cultural e desportivade Brignais Províncias de Portugal,nos arredores de Lyon, organizouuma Noite de Rusgas à moda dePonte da Barca, no sábado pas-sado, dia 23 de novembro. Foi noGymnase Pierre Minissieux em Brig-nais, que a Comunidade portu-guesa foi acolhida, sendo na suamaioria originária da região denorte de Portugal.Esta associação foi criada em 1988e o atual Presidente é Lima Ferreira,que tomou posse a 9 setembro2018. O Grupo folclórico Provínciasde Portugal também faz parte da

associação e conta com 30 elemen-tos neste momento e tem todo oapoio da atual Direção. Esta coleti-vidade possui 87 sócios ativos.A associação convidou vários gru-pos e associações para este evento:Estrelas do Minho de Vaulx-en-Velin, Corações do Minho de Jons,Juventude do Alto Minho de StPriest, Alegria do Minho de Tullins-Fure, Flores de Portugal de Bron, aRusga da Amizade da Casa de Ponteda Barca em Lyon, e, claro, o grupoda casa, Províncias de Portugal deBrignais.No decorrer do serão, também foiservida uma feijoada e frango gre-lhado, confecionados pelas cozi-

nheiras da associação. No bar nãofaltaram as respetivas bebidas por-tuguesas.“Estamos a reerguer esta associa-ção. Muitos pensavam que ela játinha desaparecido, mas não é ver-dade, para o provar estamos cá e acasa está cheia com esta nossaquarta edição das Rusgas” disseLima Ferreira. “A primeira ediçãodas Rusgas foi organizada por VítorTinoco, e queremos continuar estatradição. Todos os anos iremos rea-lizar este evento”.O Presidente da associação acres-centa que “neste momento a asso-ciação tem as portas abertas todosos dias a partir das 10h00, até às

18h00. Em dias de futebol ficamosaté à meia-noite”.O próximo evento desta associaçãoé a festa de Fim de Ano, que será li-mitada a 50 pessoas, uma vez queserá realizado na sede da associa-ção. Os dirigentes estão já a aceitarreservas.Em maio de 2020, será realizadamais uma Festa em honra da NossaSenhora de Fátima.A equipa do programa de rádio Raí-zes, também esteve presente parafazer o registo e cobertura fotográ-fica do evento. Este é um programade rádio dirigido à Comunidadeportuguesa, vai para o ar todos osdomingos, às 12h00, em 91.5 FM.

Por Patrícia Guerreiro

Nos arredores de Lyon

Por Mário Cantarinha

Raízes

LJ / Mário Cantarinha

04 décembre 2019

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LUSOJORNAL DESPORTO 13

O Rennes venceu por 2-1 o SaintÉtienne num jogo a contar para a 15ªjornada do Campeonato francês daprimeira divisão de futebol, a Ligue1.O segundo golo foi apontado pelodefesa luso-francês e Capitão doRennes, Damien da Silva, aos 90+4minutos de jogo.Com este triunfo, o Stade Rennaisocupa o 11° lugar com 21 pontos, en-quanto o Saint Étienne está na 9ªposição com 22 pontos. O líder daprova continua a ser o Paris SaintGermain com 33 pontos.O LusoJornal falou com o lusodes-cendente de 31 anos, Damien daSilva, abordando este início de tem-porada, bem como as exibições domédio franco-angolano Eduardo Ca-mavinga e do avançado brasileiroRaphinha.

A temporada do Rennes tem sidofeita de altos e baixos?Não temos sido regulares. Consegui-mos grandes exibições, durante asquais mostramos ser uma boa, uma

grande equipa da Ligue 1, e há ou-tros momentos em que esquecemosalguns dos nossos valores e acaba-mos por perder como na prece-dente jornada na deslocação aoterreno do Dijon por 2-1.

Qual é o objetivo do clube?Queremos estar nos lugares cimei-ros da Ligue 1 como é obvio. Nestemomento o Campeonato ainda temuma certa homogeneidade, mastemos de fazer tudo para estarmosonde queremos estar. Acho que nofim do mês de dezembro vamos verequipas que vão ficar para trás. Nósestamos numa situação razoável natabela classificativa, mas não pode-mos ter mais percalços.

O percurso na Liga Europa é maiscomplicado…Na Liga Europa queríamo-nos apu-rar, mas não conseguimos e é umadeceção. No entanto queremos aca-bar bem na Liga Europa apesar daeliminação. Queremos mostrar umaboa imagem do Rennes na Europa,como fizemos na época passada.

O médio franco-angolano EduardoCamavinga tem impressionado…Camavinga é muito jovem, uma fu-tura esperança. Se ele continuarassim, pode ser interessante. O queeu noto mais neste jogador é a men-talidade que ele tem. Espero paraele que continue a subir até atingirvoos mais altos. É um jovem jogador,mas não precisa de muitos conse-lhos, ele tem os pés bem assentesno chão.

O que podemos dizer de Raphinha,jogador brasileiro que chegou doSporting CP?Raphinha tem um potencial enorme.Ele lesionou-se no início, mas agoraregressou e tem feito excelentesjogos. Acho que pode ser ainda maisdecisivo para a nossa equipa comoconseguiu ser nestes dois últimosjogos. Vai subir ainda mais de rendi-mento.

Por Marco Martins

Lusodescendente é Capitão do Rennes

04 décembre 2019

Les Lusitanos défaits à Bobigny

Les Lusitanos de Saint Maur se sontinclinés à Bobigny (2-0), lors de la13ème journée du Groupe A de Na-tional 2.Pour ce nouveau déplacement dela saison, les Lusitanos affron-taient Bobigny dans un nouveauderby passionnant. Face à l’unedes équipes surprises du GroupeA de National 2, les Saint-mau-riens n’arrivaient pas en terrainconquis. Bien au contraire. Avec 5victoires sur les 10 dernières ren-contres au Stade Auguste De-laune, la formation du 93 voulaitde nouveau renouer avec le suc-cès après avoir connu des dé-faites face à Sedan (1-0) et Bastia(2-1).

L’an passé, quasiment à la mêmeépoque, Saint Maur avait arrachéle nul (1-1) sous la pluie, cetteannée, c’était le froid qui s’étaitinvité dans le 93. Pour y arriver,Bernard Bouger pouvait comptersur le retour d’Autret, Beziouen etSert.Dès les premières minutes, pas deround d’observation, les deuxéquipes se livrent et démontrentleur volonté de s’offrir les troispoints. Dans les buts, Aly Yirangoest le premier à se mettre en évi-dence sur des frappes de Kaddouriet de Mogni.Mais en face, c’est Farid Beziouenqui trouve les meilleures positionsde frappe. Notamment sur un jeu àtrois avec Philipo Kleisch et Thomasda Costa. Ce dernier réussissant un

bon centre sur le numéro 7 saint-maurien qui frappe sous la barre,obligeant Jessy Rodrigues, à uneclaquette miraculeuse.A la pause, le score nul et vierge (0-0) augurait d’une deuxième périodeprometteuse.Mais comme souvent sur desmatchs accrochés, c’est une déci-sion qui viendra faire pencher la ba-lance. Une intervention appuyée deGuillaume Sert sur un joueur balby-nien verra l’arbitre sortir la sanctionultime, le Carton rouge. Un choixlourd de conséquence pour des Lu-sitanos à 10 contre 11.Et c’est encore un ancien du club quiviendra se rappeler aux souvenirsdes supporters lusitaniens. Bienservi dans la surface, Kevin Faradeplacera une tête imparable pour ou-

vrir le score à l’heure de jeu (1-0, 62min). Un coup dur pour les Lusitanosqui tenteront de revenir rapidementsans succès. Bobigny opérant parcontre jusqu’au deuxième but dePythoclès Bazolo à la 81ème minute.La défaite 2-0 étant bien lourde auregard des promesses de la pre-mière période. Ce 6ème revers de lasaison vient aujourd’hui engluer lesLusitanos au milieu de tableau avec

15 points et un 8ème rang plus quefrustrant.Privés de rencontre le week-endprochain, les Lusitanos aurontmaintenant deux semaines pourpréparer la réception de Schilti-gheim (13ème avec 11 points) où lavictoire sera une obligation pourterminer sur une bonne note l’an-née à Chéron, devant leurs sup-porters.

Par Eric Mendes

National 2

AF Bobigny 2–0 US Lusitanos

Mi-temps : 0-1Public : 300 spectateursArbitre : M. GazagnesButs : Farade (62 min) et Bazolo (81min) pour BobignyAvertissements: Doremus (37 min),Kaddouri (47 min) et Bazolo (55 min)pour Bobigny; Viegas (30 min), Yi-rango (37 min) et Temanfo (67 min)pour les LusitanosExpulsion : Sert (50 min) pour lesLusitanosBobigny : Rodrigues; Doremus, Ba-simba Mutienga, Matondo, M’madi;Soumaré (Belhadi, 80 min), Mendes(Cap.), Kaddouri (Costa Santos, 65min), Mogni; Farade (Diakhité, 90min), Bazolo. Entraîneur: Ousfane etHammaUS Lusitanos : Yirango; Temanfo,Sert, Sacko, Da Costa; Autret (Boud-jemaa, 86 min), Viegas (Cap.), Niakité(Vétier, 86 min); Sylva, Beziouen,Kleisch (Gnahoré, 54 min). Entraî-neur: Bernard Bouger

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Damien da Silva: «Queremos estar nos lugarescimeiros da Ligue 1»

DR

Lusitanos / EM

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LUSOJORNAL14 DESPORTO

Carlos Secretáriodiz que “vão-sedefrontar duas grandes Seleções”

Para o LusoJornal, Carlos Secretário,antigo internacional português, quejogou no FC Porto e no Real Madride que é atualmente o Treinador doCréteil/Lusitanos, analisou o sor-teio: “Eu acho que Portugal temtodas as condições para ganhar.Mesmo sabendo que a França temexcelente equipa e jogadores. Sãoos atuais Campeões do mundo. MasPortugal tem vindo a demonstrarser uma grande equipa e atualCampeã da Europa. Vão-se defron-tar duas grandes Seleções”.

Rui Pataca garante que “épossível vencernovamente oEuro”

O Diretor Geral do Créteil/Lusitanos,Rui Pataca, falou com o LusoJornalsobre o sorteio do Euro-2020.

Que opinião tem do grupo de Por-tugal com a Alemanha e novamentea França?É certo que a Alemanha e a França -atualmente Campeões do mundo -são sérias candidatas neste grupoque chamaram de «Grupo daMorte», mas a nossa Seleção tam-bém é forte e já se mostrou à alturanos jogos de maior responsabili-dade, pois os níveis de concentra-ção e eficácia aumentam. Por outrolado, os adversários tambémsabem e têm consciência de que anossa Seleção, bem orientada porFernando Santos, é de certeza umadversário com enormes recursos ecomo tal também é uma Seleçãorespeitada.

É possível vencer novamente oEuro?Uma vez que obtenham a qualifica-ção com Seleções deste calibre, te-remos que manter os níveis dequalidade e garantir uma regulari-dade ao nosso nível. E com certeza épossível vencer, respeitando todos enão menosprezando ninguém.

A Seleção Portuguesa de futebol, de-tentora do título, ficou inserida nogrupo F do Campeonato Europeu de2020, juntamente com França, Cam-peã mundial, Alemanha, e uma Sele-ção vinda do ‘play-off’, ditou osorteio realizado em Bucareste naRoménia.Fernando Santos, Selecionador por-tuguês, analisou o sorteio. “Ninguémdesejava estas equipas. Portugal nãodesejava, mas também Alemanha eFrança não desejavam Portugal. Doterceiro pote, ninguém queria Portu-gal. Foi o sorteio. Juntou dois favori-tos e um candidato. Vamos prepararbem o torneio, vamos ver o que vaidar e lembrar que ainda há umaquarta equipa, que não sabemosquem será. Tinha um ‘feeling’ de queeste podia ser o nosso grupo. Penseique podia acontecer e aconteceu.Não é por apanhar Alemanha eFrança que deixamos de ser candi-datos. Estas equipas conhecem-se

bem. Vai ser um confronto entre trêsgrandes equipas. Portugal tem aconvicção que pode jogar contraqualquer adversário. Não é fácil ga-nhar a Portugal e eles sabem disso”.A última seleção a integrar o gruposerá conhecida no dia 31 de marçode 2020, a sair do lote entre Islândia,Roménia, Bulgária e Hungria, sendo

que, caso seja a Roménia a vence-dora, esta será integrada no grupo C.Os jogos da fase final do Grupo F vãoser disputados em Munique (Alema-nha) e Budapeste (Hungria). A Sele-ção inicia a campanha a 16 de junho,contra o vencedor do playoff, em Bu-dapeste, seguindo-se Alemanha (dia20), em Munique, e depois França (24

de junho) em Budapeste.Ressalve-se, no entanto, que se aRoménia vencer o playoff da Liga Aterá de ser deslocada para o grupoC, por ser anfitriã. Assim, Portugaldefrontaria o vencedor do playoff daLiga D (Geórgia, Macedónia do Norte,Kosovo, Bielorrússia).Sorteio completoGrupo A: Turquia, Suíça, Itália e Paísde GalesGrupo B: Rússia, Bélgica, Dinamarcae FinlândiaGrupo C: Ucrânia, Holanda, Áustria eo vencedor do playoff D (Geórgia,Macedónia do Norte, Kosovo ou Bie-lorrússia)Grupo D: Croácia, Inglaterra, Repú-blica Checa e o vencedor do playoffC (Escócia, Noruega, Sérvia ou Israel)Grupo E: Espanha, Polónia, Suécia eo vencedor do playoff B (Bósnia eHerzegovina, Eslováquia, Repúblicada Irlanda ou Irlanda do Norte)Grupo F: França, Alemanha, Portugale o vencedor do playoff A (Islândia,Bulgária, Hungria ou Roménia)

Por Marco Martins

Seleção Portuguesa vai novamente medir forças com a França

Mapril Baptista dit que «c’est super derevoir des matchs Portugal-France»Le Président des Lusitanos de SaintMaur, Mapril Baptista, s’est confié auLusoJornal sur le tirage au sort del’Euro2020 qui a placé le Portugal etla France dans le même groupe.

Que pensez-vous de ce tirage?Je pense que pour nos compatriotesPortugais en France, c’est super derevoir des matchs Portugal-France.De voir nos deux pays jouer. Après,je reconnais que pour notre Portu-gal, tomber sur deux pointures pa-reilles, la France et l’Allemagne, celane va pas être facile du tout, mais lePortugal a une très grande équipe,ils ont une chance de passer, j’es-père que l’entraîneur portugaischangera un peu sa façon de faire,nous jouons beaucoup en défense,j’aimerais que le Portugal soit un

peu plus agressif, être beaucoupplus en attaque, mais ce n’est quemon avis. Ce n’est que du bonheur

de voir ces trois grands pays du foot-ball se battre.

Cela ne sera pas facile de se quali-fier?Ce groupe de la mort me fait penserau tirage de l’Euro 2000, appelé déjàgroupe de la mort où nous étionsdéjà avec les Allemands puis les An-glais et le petit poucet du groupeétait les Roumains. C’est certaine-ment à cet Euro où nous avions pra-tiqué notre meilleur football avecune génération fantastique - Figo,Rui Costa, Nuno Gomes, João Pinto,Pauleta, etc... - donc ce groupe peutêtre une bonne chose pour nosjoueurs qui ne sont jamais aussibons que face à de grandes nations.Ils seront galvanisés par ces beauxmatchs. Donc 20 ans après, j’espèrevivre le même Euro que celui del’Euro 2000 peut-être avec une meil-leure fin… Comme en 2016!

Toulouse: ASFP Lusitanos derrotou US CAFO ASFP Lusitanos jogou no passadodia 25 de novembro em Castelginest,local dos seus jogos em casa, contraa equipa da US CAF.Numa noite fria, e num dia de se-mana, o jogo em casa teve algunsadeptos portugueses nas bancadas,o que começa a ser um fator de mo-tivação para todos os jogadores eequipa técnica.Neste jogo a contar para a Liga FSGTde Colomiers, a equipa que contacom jogadores portugueses, na suagrande maioria, mas também fran-ceses e brasileiros, bateu a equipada US CAF por 2-1.O ASFP Lusitanos entrou a ganharno encontro, tendo levado o resul-tado de 1-0 até ao intervalo. Já na

segunda parte e com um terrenomuito difícil, pelas semanas conse-

cutivas de chuva que se tem abatidosobre a região, a equipa dos Lusita-

nos, depois de se deixar empatar,voltou a passar para a frente do re-sultado no minuto seguinte.A capacidade física e disponibili-dade mental dos Lusitanos fizeramo resto até ao fim, num jogo bas-tante sofrido.Os golos foram apontados por JúniorCascão e Diogo Matos, sendo aequipa capitaneada por MiguelCosta.Convocados: Nuno Carvalho, Joca daSilva, Miguel Costa, José Moreira,José Cruz, Miguel Rodrigues, Patrickde Sousa, Joaquim Pinto, DiogoMatos, Duarte Guimarães, JúniorCascão, André Pinto, Pedro Mota,Manuel Brito, Bruno Santos e Marti-nho Carneiro. Equipa Técnica: JoséMatos, Bruno Oliveira e Jorge Car-neiro.

Por Vítor Oliveira

USCL

António Borga

Euro2020: Portugal integrado no grupoF juntamente com França

Lusa / Tiago Petinga

Lusitanos St Maur / EM

04 décembre 2019

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LUSOJORNAL DESPORTO 15

BOA NOTÍCIA

«Tem a pá nasua mão»Continuamos o caminho de pre-paração para o Natal e no Evange-lho do próximo domingo, JoãoBaptista descreve o Messias queirá chegar com estas palavras:«[Ele] tem a pá na sua mão: há-delimpar a eira e recolher o trigo noceleiro. Mas a palha, queimá-la-ánum fogo que não se apaga».Para quem não cresceu num am-biente agrícola, esta última refe-rência à «pá na mão» podeparecer estranha... Uma forma efi-caz de separar o trigo da palha éjogando tudo no ar, com a ajudade uma grande pá especial. Apalha aos poucos vai sendo levadapelo vento e os grãos de trigo(mais pesados) voltam a cair nochão da eira.O Messias anunciado por JoãoBaptista é portanto Aquele quepurificará o mundo, que distin-guirá o Bem do Mal. E esta distin-ção é hoje mais necessária quenunca. Cada vez mais tentam “ven-der-nos” pecados bem antigos,como se fossem novos valores.Trair, roubar, mentir… coisas queantigamente ninguém duvidavaque fossem erradas, agora (aosolhos de alguns) parecem quasetrunfos, sinais de esperteza, virtu-des das quais podem gabar-secom vaidade!Precisamos de limpar a nossa eira,de purificar a nossa consciência.Se uma coisa é moralmente er-rada, não percamos tempo a pro-curar absurdas justificações. Sealgo na minha vida não me está aajudar a ser uma pessoa melhor,então chegou o momento de eli-minar esse comportamento, dequeimá-lo no forno como palha.Se um vício nos impede de abraçarplenamente os valores do Evange-lho, sejamos corajosos: chegou omomento de encarar com cora-gem a verdade e de renunciar aosmaus hábitos.Façamos verdade nas nossasvidas: deixemos que o Senhor se-pare o trigo da palha!

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:

Paroisse Saint Jean Baptiste de Neuilly158 avenue Charles de Gaulle92200 Neuilly-sur-Seine

Domingo às 9h30

11 Semaines que les Béliers atten-daient ce moment-là! Après une sériede 7 matchs de National sans succès,les Cristoliens ont enfin renoué avecla victoire en Championnat en s’im-posant à domicile face à Ajaccio (2-0).En plein doute, les Corses n’avaientguère fait mieux. 17ème de National,eux non plus ne se sont pas imposésen Championnat depuis le 13 sep-tembre dernier… Au coup d’envoi, ons’attend donc à un match fermé,même si les Cristoliens affichent unedynamique plus favorable et ont ledevoir de faire le jeu à domicile. Defait, pas grand-chose à signaler enpremière période.Dans une rencontre équilibrée, lesdeux équipes ont du mal à se mon-trer dangereuses. Spectateurs dumatch, les deux portiers passent unesoirée tranquille. Et alors que la mi-temps se profile sur un score nul etvierge, l’inévitable Mokdad va, unefois de plus, faire basculer la partie.D’abord en obtenant un penaltyaprès avoir été ceinturé dans la sur-

face. Ensuite en se faisant justice surune frappe parfaitement placée. Partidu bon côté, le portier Corse ne peutque constater les dégâts. C’est le6ème but du vétéran cristolien cettesaison (1-0, 37 min).1-0 à la pause, les affaires se profilentbien pour les Béliers. Mais le plus durreste à faire en seconde période.Tenir, pour décrocher enfin cette vic-toire qui les fuit en Championnat de-puis 78 jours.Dès l’entame, les Béliers affichentclairement leurs intentions. Bel-kouche montre la voie en trompantBalijon de la tête. Trop beau, trop seulpour être vrai! M. Benchabane refusele but pour une faute dans la surface.Ce n’est que partie remise. Quinzeminutes, c’est le temps qu’il faudraaux Franciliens pour faire sauter unedeuxième fois le verrou corse. Auterme d’un beau mouvement collec-tif, Baal profite d’une belle remise dePereira pour crucifier Balijon et offrir

deux buts d’avance à l’US Créteil/Lu-sitanos (2-0, 61 min).C’est suffisant pour aborder la fin dematch sereinement? Pas vraiment,car les Corses auraient pu faire dou-ter les Val-de-marnais. Déséquilibrédans la surface, Anziani obtient unpenalty qu’il tente de transformer lui-même. Mais Véron, qui n’avait pas eugrand-chose à faire ce soir, montrequ’il ne s’est pas endormi. Parti dubon côté, le gardien de l’USCréteil/Lusitanos réalise le geste par-fait et étouffe les derniers espoirsajacciens en détournant la frapped’Anziani (80 min). Avec huit petitsbuts inscrits cette saison, les Corsesconfirment leur manque de réussitedevant les buts adverses…Une aubaine pour les Cristoliens quiempochent logiquement les troispoints de la victoire et transformentune série de 7 matchs sans victoire enune série de 4 matchs sans défaite. 6toutes compétitions confondues.

Et si Carlos Secretário n’était pas to-talement satisfait par la manière ausoir de cette 15ème journée de Na-tional, ce qu’il retiendra avant tout,c’est la victoire des siens. Une victoireindispensable au vu des autres résul-tats.«Nous avons fait de très bons résul-tats à l’extérieur, mais à domicile,c’est plus compliqué cette saison. Au-jourd’hui, nous n’avons pas fait unbon match» explique Carlos Secretá-rio. «J’ai senti une équipe anxieusecar préoccupée par l’obligation degagner. Nous avons eu la chanced’ouvrir la marque et nous avons trèsbien débuté la seconde période. En-suite, Ajaccio a joué avec deux atta-quants et un losange au milieu, avecun jeu plus direct, ce qui nous a poséquelques difficultés. Nous avons par-fois joué trop individuellement. Maisle résultat est logique. Nous avonsmieux joué, même si notre adversairea raté un penalty. En revenant à 2-1,nous aurions sans doute joué plusbas et douté. Heureusement, Véronsort ce penalty, ce qui nous a permisde garder notre confiance. L’essen-tiel, ce sont les trois points. Nousavions déjà fait de très bons matchssans l’emporter, aujourd’hui, c’estl’inverse. Ces trois points sont trèsimportants».Malgré les trois points, les Béliers res-tent accrochés à leur dixième placede National. A cinq points seulementdu podium dans un Championnattoujours très serré.Place désormais à la Coupe deFrance, avec un nouveau déplace-ment, cette fois à Gonfreville, dans lecadre du 8ème tour.

Par Daniel Gonçalves

Football / National

O Natal está a poucas semanas dechegar e esta é a terceira receitaadaptada à época festiva que seaproxima.Pois é! Esta receita faz mesmo ma-ravilhas. Se gosta de bacalhau,então tem mesmo de preparar estareceita de bacalhau espiritual. Osfãs de bacalhau com natas não re-sistem a esta receita, se já está fartodo Bacalhau tradicional, esta podeser uma boa alternativa para a ceiade Natal, mas cuidado se a sua fa-mília está mesmo habituada às tra-dições, é melhor fazer esta receitapara o Ano Novo.Nunca se esqueça que alimentar-sede forma equilibrada tem muitosbenefícios.

Ingredientes(para 4 pessoas)2 postas de bacalhau500 g miolo de pão100 g de queijo ralado2 cenouras2 cebolas3 dentes de alho

5 dl de molho bechamel0,5 dl de azeiteNoz-moscada q.b.Sal e pimenta q.b.

PreparaçãoPara preparar esta receita de baca-lhau espiritual, coza as postas debacalhau em água com sal, pi-menta e noz-moscada. Depois re-tire, rejeite peles e espinhas, desfiee reserve. Corte o pão em pedaçose demolhe-os na água de cozer obacalhau. Escorra e reserve.Descasque as cebolas, as cenourase os dentes de alho, corte as cebo-las em meias-luas, rale as cenourase pique os dentes de alho. Reserve.Num tacho aqueça o azeite, junteas cebolas, os dentes de alho e ascenouras e deixe refogar muitobem. Junte o pão bem escorrido, obacalhau e o molho bechamel, re-tifique os temperos e envolva.Verta para um tabuleiro, polvilhecom o queijo ralado e leve ao fornopré-aquecido a 200ºC até ficardouradinho. Retire e sirva deco-rado a gosto.

Sugestão: Acompanhe com uma sa-lada de Alface e algumas folhas derúcula e umas rodelas de tomate,temperando apenas com uns cris-tais de flor de sal e umas gotas devinagre, não se esqueça de um fiode azeite… com umas rodelas finasde cebola.

Atenção: Se sobrar algum bacalhauno final da refeição algo de erradoaconteceu…Hipótese 1: Os seus convidados nãogostaram. Tem a certeza que leu

bem a receita?Hipótese 2: Fez muito e os seus con-vidados ficaram com a barrigacheia. É o mais provável.Hipótese 3: O seu aperitivo e as en-tradas estragaram o prato principal,para a próxima reduza para metadeessas etapas da refeição.

Vinho: Para acompanhar este Baca-lhau, eu sinceramente acho que umVinho Verde bem fresquinho cai quenem uma uva,… perdão como umaluva.

Na cozinha do VitorBacalhau EspiritualPor Vítor Santos

US Creteil/Lusitanos 2-0 GFC AjaccioSpectateurs : 670Arbitre : 662 spectateursArbitre : M. BenchabaneButs : Mokdad (37min, s.p.) et Baal(61 min)Avertissements: Créteil/Lusitanos:Fofana (42 min), Buaillon (84 min) etHabbas (90+1 min); GFC Ajaccio: Ca-mara (40 min) et J.-F. Finidori (84min).

Créteil/Lusitanos renoue avec la victoire face au Gazelec

USCL

04 décembre 2019

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