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  • 8/2/2019 Visualizao de dados como arte

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    Matias Peruyera

    Visualizaes realizadas comdados disponveis na internet e novas

    possibilidades na comunicao.

    Curitiba2009

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    Trabalho apresentado s

    disciplina de Jornalismo

    Impresso e Histria da Arte, no

    Curso de Jornalismo (manh),

    2 semestre, da Faculdade

    Internacional de Curitiba

    FACINTER. Professores Adriana

    Amaral e Mnica de Freitas.

    Matias Peruyera

    Visualizaes realizadas comdados disponveis na internet e novas

    possibilidades na comunicao.

    Curitiba2009

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    IntroduoA chamada Web 2.0 se caracteriza por ser um espao onde o usurio quem cria e

    alimenta os sites com seu contedo. Essa interao gera bancos de dados gigantescos

    com as informaes vindas do contedo do usurio, seja no contedo em si ou em meta-

    dados1 embutidos nos arquivos enviados.

    Muitos desses sites abrem seu contedo para que programadores possam desenvol-

    ver aplicativos que usem os bancos de dados. Geralmente so aplicativos que acrescen-

    tam novas funcionalidades aos sites, mas alguns programadores tem aproveitado a quan-

    tidade de dados como ponto de partida para transform-los em visualizaes2 atravs

    das quais possvel ver novas informaes.

    Este trabalho trata brevemente da representao grica, ou visualizao, de dados

    disponveis atravs dos sites, e sua inluncia sobre a infograia jornalstica e a arte. Para

    isto, ser analisado as visualizaes produzidas pelo programador e artista Jim Bum-

    gardner.

    Aprendendo a linguagemComo airmam Unwin, Theus e Hofmann, Visualizao de dados boa para limpeza

    dos dados, para explor-los, para identiicar tendncias e agrupamentos, para encontrar

    padres locais, para avaliar modelos de representao de gricos e para apresentarresultados.3

    Essas qualidades esto presentes at em gricos mais simples, como os usados em

    infograia jornalstica, que seguem cdigos j conhecidos. Por exemplo, a densidade

    demogrica de um pas costuma ser representada com mapas coloridos que seguem

    uma escala de cores associada a valores; alguns dados econmicos, como pontuao de

    bolsas, so representados por gricos de linhas que mostram sua evoluo ao longo do

    tempo; pesquisas de opinio usam gricos de pizza. A linguagem dos gricos se tornou

    comum a ponto de poder ser parodiada (Fig. 1)Dados mais incomuns exigem novas formas de visualizao, possivelmente combi-

    nando duas ou mais formas j conhecidas. Por exemplo, grandes volumes de informao,

    como as informaes vindas de institutos de estatstica de governos. Gricos onde cada

    elemento tem mais de um atributo que representa uma informao: por exemplo, seu

    tamanho representa uma varivel, sua posio outra varivel e sua cor uma terceira.

    1 Dados embutidos em arquivos digitais, referentes ao prprio arquivo, como informaes sobre a exposio de uma

    fotograia ou o artista de um arquivo de msica.

    2 O termo visualizao usado neste artigo como sinnimo de grico, j que o termo geralmente usado para se

    referir a gricos de alta densidade de dados.

    3 UNWIN, THEUS E HOFMANN, Graphics of Large Datasets, pg. 2.

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    Um exemplo antigo de grico complexo o que narra o caminho e as baixas sofridas

    pelas tropas de Napoleo durante a tentativa de invadir a Rssia, feito por Minard em

    1869 (Fig. 2). Ele mostra vrias informaes ao mesmo tempo. A ida representada em

    bege, a volta em preto. A largura da linha representa o nmero de homens do contingen-

    te. O caminho deles representado de maneira esquemtica, assim como as bifurcaes

    no caminho. A temperatura enfrentada pelas tropas no caminho de volta mostrada em

    um grco separado, mas relacionado com o caminho das tropas. Este grico apontadopor Edward Tufte como o melhor grico estatstico da histria: Minards graphic tells

    a rich, coherent story with its multivariate data, far more enlightening than just a single

    number bouncing along over time.4

    4 TUFTE, The Visual Display of Quantitative Information, pg. 40

    Fig. 1: Gricos do site GraphJam.com, que permite aos usu-

    rios criar gricos, geralmente com sentido humorstico.

    Fig. 2: Grico sobre as tropas de Napoleo durante a invaso da Rssia, feito por Minard em 1869.

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    Enquanto o mapa de Minard guarda certa relao com a realidade, outro tipo de

    dados exige uma abstrao maior. Exemplo disso so os Butterly Graphs (Fig. 3), feitos

    pela primeira vez pelo astrnomo ingls Edward W. Maudner em 1904, nos quais ele or-

    ganizou informao sobre ciclos de manchas solares observadas em diferentes latitudes.Esse tipo de grico foi aperfeioada com o uso de cores e associando o grico a outro

    grico que mostra a porcentagem do sol coberta por manchas solares, resultando em

    um grico de densidade alta que, apesar de precisar de um conhecimento prvio para

    ser lido, permite vrias leituras que no seriam possveis se a informao no estivesse

    registrada graicamente.

    Abundncia de dados na web 2.0A abertura para a participao do pblico a principal inovao da chamada Web 2.0,

    como airma Henrique Antoun (2008). Alguns sites, alm de permitir upload de arquivos,

    permitem que programadores tenham acesso a suas bases de dados atravs da abertura

    das APIs,5 o que permite que programadores criem suas prprias formas de visualizar

    o contedo do site. Exemplos disso so o BigHugeLabs6, que uma interface alternativa

    que tambm oferece algumas ferramentas para o contedo do Flickr, usando os metada-

    dos das fotograias, que tem informaes de abertura e exposio da foto, geolocalizao,nome do dono da cmera; e informaes acrescentadas posteriormente, como tags e

    comentrios sobre as fotos; alm das informaes da prpria fotograia, como cores e

    sua distribuio. Ou os vrios sites que analisam peris de usurios do Twitter acessando

    diretamente a base de dados dos tweets7 dos usurios.

    Considerando o nmero gigantesco de usurios que alimentam as bases de dados

    de sites como Twitter8 e Flickr9, temos um universo de informaes que ainda no fo-

    5 Interface de Programao de Aplicativos, na sigla em ingls

    6 www.bighugelabs.com7 Termo que se refere a cada um dos textos postados no Twitter

    8 www.twitter.com

    9 www.lickr.com

    Fig. 3: Butterly Graphs modernos, em uma releitura dos criados por Maudner.

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    ram devidamente exploradas. Por outra parte, o volume de informao gigantesco, e a

    forma mais adequada de gerar novas informaes a partir desses dados a visualizao

    atravs de gricos.

    Talvez por no encontrar utilidade nesses dados, a maioria dos projetos de visua-lizao caminha entre a pardia e a anlise do site, como o trabalho de Jer Thorp, que

    mapeou os twits dizendo bom dia (Fig. 4)10. Esse trabalho parodia o uso dado ao Twit-

    ter, e tambm questiona a qualidade do contedo gerado e classiicado pelos usurios.

    Por exemplo, as limitaes no uso de tags ou etiquetas11 apontadas por Begelman, Kel-

    ler e Smadja (2008): As pessoas pensam e etiquetam de maneiras diferentes. Isto cria

    um tagspace com rudos, fazendo mais dicil encontrar material etiquetado por outras

    pessoas. Apesar dessa limitao, a informao presente nas tags pode gerar informao

    interessante quando visualizada de maneira adequada, como no trabalho de Jim Bum-

    gardner.

    Jim Bumgardner e sua srie Time GraphsJim Bumgardner teve contato com programao enquanto estudava vdeo e msica

    no California Institute of the Arts, entre 1980 e 1984. Atualmente, ele continua desen-

    volvendo aplicativos para a web, trabalhando em sites (atualmente trabalha no site de

    msica Topspin12 e escrevendo, ocasionalmente, msica.

    10 Disponvel em . Acesso:10/12/2009.

    11 Palavras-chave associadas a contedos digitais.

    12 www.topspin.com

    Fig. 4: visualizao realizada por Jer Thorp, mapeando os tweets dizendo Good Morning

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    Sua relao com arte se manifesta mesmo em

    seus projetos mais ligados programao. Tenho

    tendncia a associar arte com falta de utilidade,

    e a maioria dos meus projetos pessoais so glo-

    riosamente sem utilidade, diz, aproximando seu

    trabalho do campo artstico.

    Entre seu trabalho, a srie Time Graphs13

    a que mais transmite informao. Eles es aproxi-

    mam da estrutura de um grico estatstico con-

    vencional, com um grid14 onde o eixo horizontal

    representa os meses do ano, e o vertical represen-

    ta as horas do dia. Nesse grid so organizadas mi-niaturas de fotos disponveis no Flickr, segundo as

    informaes presentes nos metadados do arquivo.

    As fotograias so iltradas segundo suas tags. Em

    alguns casos, ele iltra tambm dados de diferen-

    tes regies do mundo. Cada grico rene apro-

    ximadamente 30 mil fotograias. Cada uma delas

    transparente, o que permite que pontos de alta

    concentrao de imagens iquem mais brilhantes.Para realizar estes gricos, Bumgardner

    escreveu um script em Perl e Imagemagick15, que

    se conecta base de dados do Flickr atravs de

    sua API para baixar as fotos e gerar os gricos. O

    design dos gricos tambm impecvel: as linhas

    que separam os meses e as horas so da cor e

    espessura certa para no atrapalhar a visualiza-

    o das fotos, assim como seus rtulos16 e o preto

    o fundo ideal para contrastar com a cor clara

    das imagens. H uma tcnica para fazer gricos

    que tambm uma forma de arte. Mas neste caso,

    eu tambm os iz de uma maneira brincalhona, que eu identiicaria claramente como um

    processo artstico, similar maneira que eu fao algumas msicas diz. Podemos airmar

    que o conhecimento em programao de Bumgardner o meio atravs do qual ele faz

    arte; isso mais evidente em outros projetos, como em seus caleidoscpios17.

    13 Disponvel em . Acesso em 10/12/2009.

    14 Srie de eixos horizontais e verticais para organizar informao

    15 Perl uma linguagem de programao. ImageMagick um software de manipulao de imagens

    16 TUFTE, Envisioning Information, pg. 59

    17 Disponveis em . Acesso: 10/12/2009.

    Fig. 5: Visualizao das fotograias com os tags bre-

    akfast, lunch e dinner do Flickr (caf da manh,

    almoo e janta, respectivamente), organizadas pelo

    horrio do dia em que foram tiradas (6 da manh,

    meio-dia e 6 da tarde, de cima para baixo).

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    O resultado um grico intrigante, de alta densidade de dados18, que permite leitu-

    ras micro e macro19. Uma leitura macro a leitura do grico como um todo. No caso do

    grico feito a partir da tag sunset (Fig. 6), uma das concluses que podemos tirar

    que no vero o sol se pe mais tarde, como indica a curva que desce na parte do grico

    referente aos meses de junho e julho, vero no hemisfrio norte. Como essa curva releteas estaes do hemisfrio norte, o grico tambm pode indicar que no Flickr h uma

    predominncia de fotos dessa regio. Em uma leitura micro, o que se v so os detalhes;

    em agosto a curva ica mais densa, coincidindo com o perodo que o Flickr deu maior

    suporte a geolocalizao; o usurio do site GustavoG observou um ritmo mensal, que

    poderia coincidir com o momento que o Flickr zera seu limite de upload para usurios

    gratuitos20, que seria quando os usurios podem postar novamente.

    Essa leitura micro evidencia algumas inconsistncias. Por exemplo, a presena de

    fotos com a tag pr-do-sol feitas s nove da manh pode ser explicada pelo horrio

    incorreto da cmera ou pelo fotgrafo ter etiquetado a foto com essa palavra por outros

    motivos (problemas tpicos da folksonomia, apontados por Begelman, Keller e Smadja).

    Sobre a informao revelada nos gricos, Bumgardner diz: Os fenmenos que os

    gricos mostram no so necessariamente de interesse cientico (por exemplo, o fato

    que fotos de caf da manh serem tiradas mais cedo que as de almoo (Fig. 5) no

    grande novidade), ento sua falta de utilidade tambm evidncia de suas propriedades

    artsticas. Apesar da preciso cientfca do mtodo, ele no v os gricos como algo til,

    e sim como algo brincalho. Eu iz estes gricos para minha diverso no necessa-

    18 TUFTE, Envisioning Information, pg 4951.

    19 Idem, captulo 3.

    20 Comentrio visvel em

    Fig.6: Visualizao construda com o tag sunset (pr do sol).

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    riamente para sua elucidao disse Jim, no frum do site de Edward Tufte, onde estavasendo discutido seu trabalho.21

    Essa aparente contradio entre a concepo divertida dos projetos e a exatido cien-

    tica do processo e da tcnica artstica o que faz o trabalho de Bumgardner ser dicil

    de encaixar nos modelos de gricos mais conhecidos. Estamos acostumados a gricos

    estatsticos de assuntos mais relevantes e de fontes mais coniveis. A srie Time

    Graphs rompe com vrios parmetros atuais e abre novos caminhos para o design de

    informao, a arte, e visualizao de dados cienticos.

    ConclusoA disponibilidade de informao estatstica revoluciona a maneira de procurar infor-

    mao. Com toda essa informao disponvel, necessrio mostr-la de maneira adequada

    para serem comprendidos pelas pessoas a quem a informao destinada. E essa lingua-

    gem, que apesar de no ser to nova, est cada vez mais popular no repertrio de artis-

    tas; e no s a linguagem visual, mas os recursos, que podem ser usados para criar arte.

    A srie Time Graphs, de Jim Bumgardner rene todas essas caractersticas. Usa

    informao de uma maneira nova, com um mtodo exato. O resultado rico em informa-

    o, e permite, a quem estiver disposto a fazer novas leituras, criar novas informaes.

    Mostra as possibilidades artsticas da programao e uso de computadores, que ainda

    so vistos pelos artistas como uma tcnica nova, que no ensinada no contexto da arte.

    E, como bnus, feita com humor.

    Trabalhos como este inluenciam vrias reas, e aos poucos abrem caminho para

    novas experincias na arte, no design, no jornalismo e em outras reas da comunicao,

    fazendo com que o pblico se habitue a novas linguagens e maneiras de ler e entender

    informao.

    21 Disponvel em . Acesso em 10/12/2009.

    Fig.7: Visualizao

    construda com o

    tag full moon (lua

    cheia), onde vis-

    vel o ciclo da lua aolongo dos meses.

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    Bibliografia

    ANTOUN, Henrique (org.). Web 2.0: participao e vigilncia na era da comunicao dis-

    tribuda. Rio de Janeiro: Mauad X, 2008.

    BEGELMAN, Grigory; KELLER, Philipp; SMADJA, Frank. Automated Tag Clustering: Im-

    proving search and exploration in the tag space. Esccia, 2006. Disponvel em: . Acesso: 10/12/2009.

    TUFTE, Edward. The Visual Display of Quantitative Information. Connecticut: Graphic

    Press, 2001.

    ______, ______. Envisioning Information. Connecticut: Graphic Press, 1990.

    UNWIN, Antony THEUS, Martin, HOFMANN, Heike. Graphics of Large Datasets. Nova

    Iorque: Springer, 2006.

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    Anexo: entrevista com Jim Bumgardner, via email.

    Id like to know about your relationship with art. You have worked with music and

    poetry. Do you consider that your Time graphs series are art too?

    There isnt a clear boundary between art and not art. There is a craft to making

    graphs which is a form of art. But in this case, I also made them in a playful way that I

    would clearly identify as an artistic process, simliar to the way I make some music. Also,

    the phenomena that the graphs illustrate are not necessarily of scientiic interest (e.g.

    the fact that photos taken during breakfast occur earlier than lunch isnt groundbreaking

    news), so their uselessness is also evidence of their artistic properties. I tend to associate

    art with lack of utility, and most of my personal projects are gloriously useless.

    Did you intend making an exhibition with them, other than showing on Internet? (I

    personally would like to see them printed big)

    I have indeed displayed some of them (at the Data+Art show at the Pasadena Museum of

    California Art, last year). See this link. Incidentally, the pieces in that art show explored

    the boundary between data and art, in a manner which you would ind interesting.

    Having said that, I didnt originally create these with the intention of showing them in an

    art show. They were just personal experiments that I shared on Flickr. I was invited to

    the show.

    The Time graphs have more design elements than other of your works. For exam-

    ple, you chose a logical way to arrange the photos, and didnt change them after

    it was done; I see it as a design decision, rather than an artistically one. What can

    you say about that?

    I dont think design decisions are different than artistic decisions. Design is a sub-

    set of art, and all design decisions are artistic decisions. Some artistic decisions involve

    form and layout, and some involve semantics, messaging and other things.

    How did you choose the tags to get the photos? It was like I want to see what

    happens if I choose this tag or more like I bet this tag would make an interesting

    graph?

    Its usually a bit of both. In some cases, I speciically chose tags that I knew were time

    correlated and might be interesting (such as sunset, breakfast lunch dinner, full

    moon), in other cases, (such as accidents) I was intentionally looking for things that

    werent highly time correlated, because I was interested to ind out what I would get.

    What happens if I choose this was the question I asked when I built my color of gra-

    ph. ()

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    What kind of tags worked better?

    Well, better is subjective. The time-correlated tags tend to be more interesting to me,

    but they can also be kind of boring, because of the predictability of them. I think sun-

    sets and breakfast lunch dinner are the strongest pieces, personally, because the sub-

    ject matter pertains to matters which are core to human experience.

    Do somebody discovered something that you hadnt realized, other than GustavoG

    in the Sunsets in different parts of the world graph?

    I think there was another photographer who recognized a strip of his photos in one gra-

    ph. When Edward Tufte irst saw them, he liked their use of images as data points, and

    commented that they were a counter example to Priit Ps assertion that montage proba-

    bly cannot be used as evidence in the strict sense

    Can you name your inluences in this style of work?

    Edward Tufte, Eadward Muybridge, Harold Edgerton, John Whitney Sr., John Cage