VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de...

111
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E SAÚDE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do Processamento Sensorial em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) Guarulhos-SP 2011

Transcript of VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de...

Page 1: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E SAÚDE NA

INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA

VITORIA TIEMI SHIMIZU

Perfil das habilidades do Processamento Sensorial em

crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/

Hiperatividade (TDAH)

Guarulhos-SP

2011

Page 2: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E SAÚDE NA

INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA

VITORIA TIEMI SHIMIZU

Perfil das habilidades do Processamento Sensorial em

crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/

Hiperatividade (TDAH)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Educação e Saúde na Infância

e na Adolescência da Universidade Federal

de São Paulo como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em Ciências

Orientadora: Profa Dr

a Mônica Carolina

Miranda

Guarulhos-SP

2011

Page 3: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

Shimizu, Vitoria Tiemi

Perfil das Habilidades do Processamento Sensorial em crianças

com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) /

Vitoria Tiemi Shimizu. – Guarulhos: [s.n.], 2011. 95 f.

Orientadora: Mônica Carolina Miranda

Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de São Paulo, Escola

de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Guarulhos, 2011.

Título em inglês:Sensory Processing Abilities Profile in children with

Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD)

1. TDAH 2. Processamento Sensorial 3.Perfil Sensorial

Page 4: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

VITORIA TIEMI SHIMIZU

Perfil das habilidades do Processamento Sensorial em

crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/

Hiperatividade (TDAH)

Guarulhos, 12 de Agosto de 2011.

______________________________________ Prof Dr

Instituição

______________________________________ Prof Dr

Instituição

______________________________________ Prof Dr

Instituição

Page 5: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

DEDICATÓRIA

Às crianças com TDAH e suas famílias.

Ao Gilson, meu amor e alegria.

Page 6: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela sua Presença em todos os meus caminhos...

À Dra. Mônica Carolina Miranda pela confiança, investimento e cada desafio proposto. Por

sua importância em meu crescimento e por todo aprendizado deste convívio. Meu sincero

carinho e gratidão.

Ao Dr. Erasmo Barbante Casella e Dra. Carla Cilene Baptista da Silva, pelas contribuições e

sugestões durante o exame de qualificação.

Ao Gilson, por viver, dividir e significar comigo este e tantos outros momentos... Ainda, por

multiplicar seu pouco tempo para as minhas análises estatísticas.

Aos meus pais, Shigeru e Thereza, por semearem tanto em mim (nós)... inclusive o prazer

pelo aprender, não medindo esforços nesse sentido.

À Midori, irmã e companheira, por me conhecer tão bem e fazer parte do que eu sou. Aos

meus irmãos Tina e Julio, por todo apoio e serem exemplos de empenho e dedicação.

A todos os amigos e familiares, principalmente à Cris e Liriam, por serem mais do que

especiais...

À Martinha, pela amizade construída nesse mestrado. Pela profundidade e leveza das trocas e

dos encontros (alegria!)... À Zilma, Juliana e Elizane pelos momentos juntas...

À querida Milene, por ajudar em todo o meu processo de (des)construção e (re)descobertas...

A todos os pais, crianças e escolas que participaram deste trabalho, contribuindo para a

realização desta pesquisa.

Page 7: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

Ao grupo Centro Paulista de Neuropsicologia (NANI – Núcleo de Atendimento

Neuropsicológico Interdisciplinar) e profissionais, por todo aprendizado, amizade e

contribuição neste processo.

À Capes Reuni, por todo apoio financeiro nos meus estudos.

Page 8: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

EPÍGRAFE

Caminhante, são tuas pegadas

o caminho e nada mais;

caminhante, não há caminho

se faz caminho ao andar...

(Antônio Machado)

Page 9: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

RESUMO

O TDAH é um transtorno do desenvolvimento caracterizado por um quadro bastante

heterogêneo que está associado a distúrbios motores, perceptivos, cognitivos e

comportamentais, representando elevado risco de comprometimentos em diversas áreas do

funcionamento adaptativo. São poucos os estudos sobre o desenvolvimento sensório-motor no

TDAH, sendo ainda mais escassos os estudos específicos sobre a possível relação entre o

Processamento Sensorial e os sintomas comportamentais desse transtorno. O objetivo deste

estudo foi avaliar o perfil das habilidades do Processamento Sensorial em crianças com

TDAH. A amostra clínica foi composta por 37 crianças entre 6 a 11 anos de idade (30

meninos e 7 meninas) com o diagnóstico primário de TDAH, pareada a amostra controle em

relação à idade, gênero, tipo de escola/ condição sócio-econômica. O instrumento utilizado foi

uma versão traduzida e adaptada do Sensory Profile (Perfil Sensorial) que analisa o

processamento e a modulação sensorial, além das respostas comportamentais e emocionais

das crianças aos eventos sensoriais da vida diária. Ambos os grupos foram comparados

através dos escores brutos das Seções, Fatores e Padrões de Resposta da escala. Para o grupo

de TDAH foram ainda comparadas as pontuações entre os subtipos de TDAH e analisado as

correlações entre os escores do Perfil Sensorial e as escalas comportamentais. As crianças

com TDAH apresentaram prejuízos significativos em relação às crianças do grupo controle no

processamento e modulação sensorial, e nas respostas comportamentais e emocionais,

verificadas em 11 das 14 Seções, em 6 dos 9 Fatores, além de diferenças em todos os Padrões

de Respostas do Perfil Sensorial. Não houve diferença significativa entre os subtipos de

TDAH, exceto para o processamento multissensorial. Já entre alguns escores do Perfil

Sensorial e os escores das escalas CBCL e EACI-P, houve moderada correlação significativa

entre si. Estes resultados indicaram que as crianças com TDAH podem apresentar déficits no

Processamento Sensorial, possibilitando o surgimento de respostas inadequadas tanto

comportamentais como na aprendizagem, sugerindo que, além de haver correlação entre esses

aspectos, o Processamento Sensorial é também uma dimensão a ser considerada e estudada

como parte da sintomatologia do TDAH.

Palavras-chaves: TDAH; Processamento Sensorial; Perfil Sensorial; Aprendizagem;

Comportamento

Page 10: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

ABSTRACT

ADHD is a developmental disorder characterized by a very heterogeneous framework

that is associated with motor, perceptual, cognitive and behavioral disturbances representing a

high risk of impairments in several areas of development and adaptive functioning. There are

few studies about the sensorimotor development in the ADHD, and there are even fewer

specific studies about the possible relation between Sensory Processing and behavioral

symptoms of this disorder. The purpose of the present study was to assess the Sensory

Processing abilities profile in children with ADHD. The clinical sample was composed by 37

children from 6 to 11 years old (30 boys and 7 girls) with a primary diagnosis of ADHD,

matched to the control sample by age, gender, type of school/ socio-economic conditions. The

instrument used was a translated and adapted version of Sensory Profile (Perfil Sensorial)

that analyzes the children’s sensory processing and modulation, besides behavioral and

emotional responses in daily life. The sensory responses from both groups were compared by

raw scores of Sections, Factors and Patterns of Response of the scale. For the ADHD group

the scores between ADHD subtypes were compared and the correlations between the scores

of the Sensory Profile and behavioural scale scores were also analyzed. Children with ADHD

showed significant impairments compared to control group in sensory processing and

modulation, besides behavioral and emotional responses as observed in 11 out of 14 Sections

and in 6 out of 9 Factors¸ besides differences in all Patterns of Response of Sensory Profile.

There was no significant difference between ADHD subtypes, except for the multisensory

processing. But among some of Sensory Profile scores and CBCL and EACI-P scale scores

there was moderate correlation between them. These findings indicate that children with

ADHD may have deficits in Sensory Processing, enabling the appearing of inadequate

responses either behavioral or learning, suggesting that in addition to correlation between

these aspects, the Sensory Processing is also a dimension to be considered and studied as part

of the symptomatology of ADHD.

Key-words: ADHD; Sensory Processing; Sensory Profile; Learning; Behavior

Page 11: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Modelo de Desenvolvimento do Processamento Sensorial ............................ 23

Figura 2. Classificação do TPS....................................................................................... 26

Page 12: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Padrões de Resposta resultantes da relação entre Limiar Neurológico

e Respostas Comportamentais ........................................................................................ 30

Tabela 2. Protocolo de Avaliação de TDAH do NANI .................................................. 36

Tabela 3. Distribuição da amostra segundo o pareamento em relação ao

tipo de escola/condição socioeconômica (ABEP) .......................................................... 44

Tabela 4.Transtornos comórbidos de acordo com CBCL entre a amostra

de TDAH ........................................................................................................................ 45

Tabela 5. Subtipos de TDAH e Transtornos comórbidos de acordo

com CBCL ...................................................................................................................... 46

Tabela 6. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores das Seções

do Perfil Sensorial .......................................................................................................... 47

Tabela 7. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores dos Fatores

do Perfil Sensorial .......................................................................................................... 47

Tabela 8. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores dos Padrões

do Perfil Sensorial .......................................................................................................... 48

Tabela 9. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores das Seções

do Perfil Sensorial .......................................................................................................... 48

Tabela 10. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores dos Fatores

do Perfil Sensorial .......................................................................................................... 48

Tabela 11. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores dos Padrões

do Perfil Sensorial .......................................................................................................... 49

Tabela 12. Correlação entre idade e as Seções do Perfil Sensorial

para a amostra TDAH e controle .................................................................................... 49

Tabela 13. Correlação entre idade e os Fatores do Perfil Sensorial

para a amostra TDAH e controle .................................................................................... 50

Tabela 14. Correlação entre idade e os Fatores do Perfil Sensorial

para a amostra TDAH e controle .................................................................................... 50

Tabela 15. Correlação entre os Transtornos do CBCL e das Seções do

Perfil Sensorial para a amostra TDAH ........................................................................... 51

Tabela 16. Correlação entre os Transtornos do CBCL e os Fatores

do Perfil Sensorial para a amostra TDAH ...................................................................... 51

Page 13: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

Tabela 17. Correlação entre os Transtornos do CBCL e os Padrões

do Perfil Sensorial para a amostra TDAH ...................................................................... 52

Tabela 18. Correlação entre os escores do EACI-P e das Seções

do Perfil Sensorial para a amostra TDAH ...................................................................... 53

Tabela 19. Correlação entre os escores do EACI-P e dos Fatores

do Perfil Sensorial para a amostra TDAH ...................................................................... 53

Tabela 20. Correlação entre os escores do EACI-P e dos Padrões

do Perfil Sensorial para a amostra TDAH ...................................................................... 54

Page 14: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

LISTA DE ABREVIATURAS

ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas

APA – American Psychological Association

AVDs – Atividades de Vida Diária

AWMA- Automated Working Memory Assessment

BRIEF – Behavior Rating Inventory of Executive Functions

CATRS-10 – Escala Conners Abreviada – 10 itens

CBCL – Children Behavior Checklist

CID-10 – Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento

DSM-IV-TR - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders

EACI-P – Escala de Avaliação Comportamental Infantil para o Professor

NANI - Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar

PS – Processamento Sensorial

SN- Sistema Nervoso

SNC- Sistema Nervoso Central

SNP- Sistema Nervoso Periférico

SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do

Déficit de Atenção/Hiperatividade para pais e professores, IV edição

SP – Sensory Profile

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

SSP – Short Sensory Profile

TA – Transtorno de Ansiedade

TC – Transtorno de Conduta

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

Page 15: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

TDAH-C – subtipo combinado

TDAH-D – subtipo desatento

TDAH-H/I – subtipo hiperativo/impulsivo

TDC - Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação – TDC

TDE – Teste de Desempenho Escolar

TOD - Transtorno Desafiador-Opositor

TPS - Transtorno do Processamento Sensorial

TT – Transtorno de Tique

WCST – Wisconsin Carding Sorting Test

WISC-III – Weschsler Children Intelligence Scale Abbreviated

Page 16: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1

1.1 Aspectos Preliminares ........................................................................................ 1

1.2 TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade ......................... 3

1.2.1 Definições e Critérios Diagnósticos .................................................................. 3

1.2.2 Histórico ............................................................................................................. 5

1.2.3 Prevalência ......................................................................................................... 7

1.2.4 Etiologia ............................................................................................................. 8

1.2.5 Comorbidades no TDAH .................................................................................. 11

1.2.6 Diagnóstico do TDAH ...................................................................................... 13

1.3 Processamento Sensorial/Teoria de Integração Sensorial ............................. 16

1.3.1 Definição e Teoria ............................................................................................ 16

1.3.2 Bases Neurobiológicas do Processamento Sensorial e da Aprendizagem ........ 18

1.3.3 Sistemas Sensoriais e o Desenvolvimento do Processamento Sensorial .......... 20

1.4 Transtorno do Processamento Sensorial ................................................. 24

1.4.1 Definição e Nosologia ...................................................................................... 24

1.4.2 Sensory Profile (Perfil Sensorial) ..................................................................... 28

1.4.3 Transtorno do Processamento Sensorial e TDAH ............................................ 31

2. OBJETIVOS .......................................................................................... 35 2.1 Objetivos Gerais ................................................................................................. 35

2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 35

3. METODOLOGIA ................................................................................. 36

3.1 Casuística ............................................................................................................ 36

3.2 Instrumento ........................................................................................................ 39

3.3 Procedimentos .................................................................................................... 41

3.4 Análise dos Dados .............................................................................................. 42

4. RESULTADOS ...................................................................................... 44

4.1 Caracterização da Amostra .............................................................................. 44

4.2 Análise dos Dados do Sensory Profile .............................................................. 46

5. DISCUSSÃO .......................................................................................... 55

5.1 Limitações do Estudo ......................................................................................... 64

6. CONCLUSÃO ....................................................................................... 65

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 66

8. ANEXOS ................................................................................................ 78

Page 17: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Aspectos Preliminares

Com alta prevalência entre a população mundial e com um quadro clínico bastante

heterogêneo, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) representa

elevado risco de comprometimentos comportamentais em diversas áreas do funcionamento

adaptativo, como dificuldades nos relacionamentos sociais e familiares, no ajustamento

motor, psicossocial, além de prejuízos no desempenho acadêmico e na aprendizagem

(ASSEF; CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007; RIZZUTTI et al., 2008).

A aprendizagem, compreendida como um processo complexo e dinâmico, é

estruturada a partir de um ato motor e perceptivo que, elaborado corticalmente, dá origem à

cognição (GUARDIOLA; FERREIRA; ROTTA, 1998). A informação inicialmente captada

do ambiente passa por um contínuo processamento, envolvendo sucessíveis níveis de

complexidade e elaboração, desde a captação das características sensoriais, a interpretação do

significado, à emissão da resposta (CIASCA, 2006).

Nesta perspectiva, a aprendizagem depende da integridade do Processamento

Sensorial (PS), ou seja, da habilidade do indivíduo em receber as informações sensoriais do

ambiente e dos movimentos do seu corpo, de processar e integrar as diferentes modalidades

sensoriais no Sistema Nervoso Central (SNC) e utilizá-las para planejar e organizar respostas

adaptativas adequadas. Na presença de um Transtorno do Processamento Sensorial (TPS),

ocorre um déficit no planejamento e produção do comportamento ou movimento, podendo

desencadear comprometimentos no desempenho motor e nas habilidades funcionais, bem

como dificuldades da criança em se organizar, manter a atenção, além de dificuldades na

aprendizagem escolar (CEMARK, 1988; MILLER et al., 2007).

Alguns estudos internacionais evidenciam que crianças com TDAH podem apresentar

dificuldades gerais no Processamento Sensorial principalmente em relação à Modulação

Sensorial (MANGEOT et al., 2001; YOCHMAN; PARUSH; ORNOY, 2004; DUNN;

BENNETT, 2002), relacionada à capacidade de regular e organizar o grau, intensidade e a

natureza das respostas diante do estímulo sensorial (LANE; MILLER; HANFT, 2000),

apresentando comportamentos de hiperresponsividade ou hiporresponsividade.

Diante dos diversos sintomas associados ao TDAH, faz-se necessário um maior

conhecimento acerca de todas as áreas do desenvolvimento da criança, não apenas em relação

Page 18: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

2

ao desenvolvimento de habilidades como atenção e função executiva, como tem sido o foco

das pesquisas em neuropsicologia atuais, mas também uma maior consideração sobre a

importância do desenvolvimento sensório-motor sobre o desenvolvimento cognitivo e afetivo,

assim como a recíproca interação entre essas dimensões. Dessa forma, são poucos os estudos

que abordam o desenvolvimento sensório-motor e o TDAH, sendo ainda mais escassos os

estudos específicos sobre o Processamento Sensorial e sua possível relação com os sintomas

comportamentais desse transtorno.

Assim, o presente estudo tem como objetivo principal analisar o perfil das habilidades

do Processamento Sensorial em crianças com TDAH em fase escolar. O tema escolhido

justifica-se pela necessidade de mais estudos acerca da relação entre o TDAH e o

Processamento Sensorial, além da necessidade de maior conhecimento e repertório sobre o

assunto, de maneira a contribuir para melhorias na qualidade de vida e na implantação de

medidas, sejam elas de natureza preventiva, curativa ou de suporte.

Page 19: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

3

1.2 Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)

1.2.1 Definições e Critérios Diagnósticos

O TDAH é um transtorno do desenvolvimento relacionado à dificuldade de manter a

atenção, controlar os impulsos e regular o nível de atividade (BARKLEY, 2002). Tal

condição pode estar associada a distúrbios motores, perceptivos, cognitivos e

comportamentais que levam a graus variáveis de comprometimento na vida social, emocional,

escolar e familiar, expressando dificuldades globais do desenvolvimento infantil (ANTONY;

RIBEIRO, 2004; RIZZUTTI et al., 2009; POSSA; SPANEMBERG; GUARDIOLA, 2005).

Apesar dos diversos estudos não encontrarem um padrão de prejuízos, muitos apontam

que indivíduos com TDAH podem apresentar alterações nas funções executivas relacionadas

à resolução de problemas, planejamento, inibição de resposta e memória operacional (ASSEF;

CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007; CURATOLO et al., 2009). Tais alterações podem

prejudicar o desempenho nas ações cotidianas, bem como trazer impacto na qualidade de

vida, uma vez que as funções executivas estão relacionadas à capacidade em processar e

elaborar ações adaptadas às diferentes situações (SABOYA et al., 2007).

Além disso, o TDAH é também caracterizado por uma população bastante heterogênea

(ROMAN; RODHE; HUTZC, 2002; BARKLEY, 2008), com uma variação considerável no

grau de sintomas, nas dimensões situacionais de suas ocorrências, assim como no grau de

associação a outros transtornos (DIAMOND, 2005; BARKLEY, 2008).

Com início na infância, o TDAH pode persistir até a vida adulta em mais da metade dos

casos (KONESKI; CASELLA, 2010), podendo ser considerado um transtorno de caráter

crônico (KESSLER et al., 2006; SCHMITZ; POLANCZYK; ROHDE, 2007). Está associado

a prejuízos nas atividades acadêmicas, nos relacionamento com familiares e com os pares,

bem como a efeitos negativos na auto-estima das crianças e adolescentes (BARKLEY, 2002).

É fator de risco para a ansiedade, depressão, problemas de conduta e delinquência, além do

uso abusivo ou dependência de substâncias. Na vida adulta, pode ainda trazer prejuízos nos

relacionamentos sociais, conjugais e profissionais (ROTTA, 2006; THAPAR et al., 2007;

SPENCER; BIEDERMAN; MICK, 2007).

Dentre os sistemas classificatórios mais utilizados para o diagnóstico do TDAH

encontram-se o Código Internacional de Doenças em sua Classificação de Transtornos

Page 20: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

4

Mentais e de Comportamento - CID-10 (OMS, 1993) e o Diagnóstic and Statistical Manual

of Mental Disorders - DSM-IV-TR (APA, 2002).

De acordo com o DSM-IV-TR (APA, 2002), a classificação mais comumente adotada

pela comunidade cientifica, o TDAH é classificado em três subtipos para fins de diagnóstico:

o Predominantemente Desatento (TDAH-D), o Predominantemente Hiperativo-Impulsivo

(TDAH-H/I) e o subtipo Combinado ou Misto (TDAH-C), que reúne características dos dois

anteriores. Existe ainda a denominação de TDAH em Remissão Parcial, dada aos adolescentes

e adultos, que não satisfazem a todos os critérios diagnósticos, mas apresentam prejuízos

clínicos significativos (APA, 2002).

O diagnóstico de TDAH é realizado quando pelo menos seis dos sintomas de

desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade/impulsividade estão presentes na vida da

criança; ocorram com frequência; tenham surgido antes dos sete anos de idade; persistam por

no mínimo seis meses; e se manifestem em dois ou mais ambientes, comprometendo o

funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. Ainda como critério de diagnóstico de

TDAH devem ser excluídos os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, a esquizofrenia

ou outro transtorno psicótico, além de não ser melhor explicado por outro transtorno mental,

como os transtornos do humor, de ansiedade, dissociativo ou de personalidade (APA, 2002).

Um aprofundamento maior na distinção entre os subtipos de TDAH têm sido

defendido por alguns autores, visto que as diferenças de sintomatologia predominante

demonstram não somente as diferenças comportamentais, como também nos aspectos

cognitivos, etiológicos, nos aspectos relacionados ao desenvolvimento, bem como na

necessidade de condutas terapêuticas distintas (OLIVEIRA; ALBUQUERQUE, 2009).

Do ponto de vista comportamental, o TDAH combinado tem sido apontado como o

mais comprometedor do funcionamento adaptativo, com maior incidência de problemas de

relacionamento interpessoal e de comportamento exteriorizado, tais como a agressividade, a

impulsividade ou os transtornos de oposição desafiante e de conduta (MURPHY; BARKLEY;

BUSH, 2002; SHORT et al., 2007). Já em relação aos comportamentos interiorizados, como

ansiedade, problemas somáticos, entre outros, as diferenças entre os subtipos tendem a se

extinguir ao se levar em conta aspectos fundamentais, como as fontes de informação, critérios

de identificação do tamanho da amostra, bem como a presença ou ausência de comorbidades

com transtornos exteriorizados (BAYENS; ROEYERS; WALLE, 2006).

Em relação ao curso e à evolução de suas manifestações, as diferenciações entre os

subtipos de TDAH também são identificadas. Segundo Taylor et al. (2004), os sintomas da

hiperatividade e impulsividade são os primeiros a se manifestar e tendem a diminuir ao longo

Page 21: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

5

do desenvolvimento. Já os sintomas de desatenção podem iniciar também na infância, mas

permanecem no decorrer do desenvolvimento e da idade adulta, apresentando menor taxa de

remissão (SCHMITZ; POLANCZYK; ROHDE, 2007; SPENCER; BIEDERMAN; MICK,

2007).

Teorias atuais têm sugerido que o TDAH está relacionado a um comprometimento no

sistema de recompensa, no qual os indivíduos com o transtorno demonstram dificuldades em

perseverar e lidar com condições de pouca ou ausência de gratificação, apresentando menor

desempenho em tarefas tediosas e sem recompensa imediata, além de falhas na previsão das

consequências (ASSEF; CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2007; BARKLEY, 2008). Isto ocorre,

pois no TDAH existiria um déficit na inibição do comportamento que, por sua vez, poderia

trazer prejuízos à realização efetiva das funções executivas e de auto-regulação emocional e

no planejamento que elas possibilitam. Pois é por meio da auto-regulação da motivação

intrínseca que os indivíduos são capazes de lidar com a espera entre o comportamento e o

reforço existente, condição ineficiente no TDAH (BARKLEY, 2008).

1.2.2 Histórico

No decorrer da história a nomenclatura do transtorno sofreu várias modificações. A

primeira descrição surgiu em 1902 através do pediatra Still que denominou de “Defeito no

Controle Moral” uma condição comportamental infantil semelhante ao que hoje se conhece

como TDAH. A compreensão do transtorno se concentrava nas deficiências no controle moral

do comportamento e na inibição comportamental (BARKLEY, 2008).

Várias teorias surgiram defendendo as lesões cerebrais e as encefalites como fatores

etiológicos dos distúrbios comportamentais. Conforme Spencer, Bierderman e Mick (2007)

estudos realizados por Strecker e Ebaugh (1923) e por Franklin e Ebaugh (1924) verificaram

sequelas comportamentais e cognitivas nas crianças que incluíam as hipercinesias,

comportamentos explosivos e déficit de atenção, após uma encefalite epidêmica aguda e

traumas cerebrais na infância.

A partir de então surgiu o conceito da “criança com lesão cerebral”, aplicado a

crianças com essas características comportamentais, muitas das quais apresentavam pouca ou

nenhuma evidência de patologias cerebrais. O termo evoluiu para “Lesão Cerebral Mínima”,

grande parte pela ausência de evidências de lesões cerebrais, sendo modificada

Page 22: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

6

posteriormente para “Disfunção Cerebral Mínima” nas décadas de 1950 e 1960 (BARKLEY,

2008).

Por ser considerado abrangente demais, de pouco ou nenhum valor prescritivo e sem

evidências neurológicas, o termo “Disfunção Cerebral Mínima” passou a não ser mais aceito,

sendo introduzida a denominação “Síndrome da Criança Hiperativa”, expressando a mudança

de ênfase para a hiperatividade, sintoma comportamental considerado mais característico do

transtorno (BARKLEY, 2008; SPENCER; BIEDERMAN; MICK, 2007).

Em 1968, o transtorno passou a ser chamado de “Reação Hipercinética da Infância”,

conforme a segunda edição do o Diagnóstic and Statistical Manual of Mental Disorders -

DSM-II, sendo designada como “Síndrome Hipercinética” pela Classificação Internacional de

Doenças - Nona Edição - CID-9 (SPENCER; BIEDERMAN; MICK, 2007).

Com o DSM-III (APA-1980) mudanças significativas em relação ao transtorno

passaram a ser consideradas. O termo é modificado para “Transtorno de Déficit de Atenção”

com ou sem hiperatividade, expressando maior ênfase em torno da desatenção e

impulsividade como aspectos definidores do transtorno. Destacam-se ainda, a criação de listas

de sintomas muito mais específicas, pontos de corte, diretrizes para início e duração de

sintomas e a exclusão de outras condições psiquiátricas da infância como explicação para o

transtorno (BARKLEY, 2008).

Na edição do DSM-III-R de 1987, o termo foi alterado para “Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade”, no qual dentre as alterações apresentadas, o TDA sem

hiperatividade deixa de ser considerado como um subtipo, passando para uma categoria vaga,

o TDA indiferenciado (BARKLEY, 2008).

Com o DSM-IV (APA, 1994), o termo passa a ser “Transtorno do Déficit de Atenção/

Hiperatividade”, havendo a introdução dos subtipos, inclusive a forma puramente desatenta

do TDAH; critérios diagnósticos passam a exigir uma maior evidência da globalidade dos

sintomas entre os ambientes, além da presença de comprometimento em um importante

domínio do funcionamento da vida (casa, escola, trabalho). Conforme a atual edição revisada

DSM-IV-TR (APA, 2002), a denominação do transtorno se mantém em “Transtorno do

Déficit de Atenção/ Hiperatividade”

Page 23: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

7

1.2.3 Prevalência

A prevalência do TDAH na literatura internacional alcançava índices ao redor de 8% a

12% entre as crianças em idade escolar (BIEDERMAN; FARAONE, 2005). A diferença entre

as médias levantadas entre os países seria resultado da metodologia utilizada nos diferentes

estudos (SPENCER; BIEDERMAN; MICK, 2007), incluindo a natureza da amostra (clínica,

comunitária ou escolar) ou ainda o método de avaliação utilizado, que incluem as escalas

preenchidas pelos pais, professores ou o exame clínico (APA, 2002).

Uma recente revisão sistemática sobre o tema (POLANCZYK et al., 2007), reuniu 102

estudos de prevalência em todo o mundo, computando uma estimativa de prevalência de

5,29% entre indivíduos menores de 18 anos de idade. Entre crianças em idade escolar, a

estimativa de prevalência foi de 6,48% e entre adolescentes foi de 2,74%. De acordo com a

análise de meta-regressão, esses resultados demonstraram variabilidade significativa, que se

explicaria principalmente pelas diferenças metodológicas dos estudos do que pelas diferenças

geográficas.

No Brasil, a prevalência de TDAH varia entre 5 a 17% da população (ROHDE et al.,

1999; VASCONCELOS et al., 2003; POETA; NETO, 2004; PONDÉ; FREIRE, 2007,

FONTANA et al., 2007), resultados obtidos de acordo com as variações amostrais em relação

a idade e procedência, e aos diferentes métodos de avaliação adotados.

A maior prevalência de TDAH encontra-se entre o gênero masculino com proporção

variando de 2:1 a 9:1, conforme o subtipo do transtorno ou a natureza da amostra. A diferença

de gênero pode ser menor em alguns subtipos de TDAH e estudos de natureza clínica são

mais propensos a demonstrar maior prevalência em meninos (APA, 2002; ROHDE;

HALPERN, 2004).

Essa diferença entre os gêneros pode estar relacionada a uma maior probabilidade de

ocorrência do subtipo desatento no gênero feminino (SPENCER; BIEDERMAN; MICK,

2007; STERFANATO; BARON, 2007), o que do ponto de vista comportamental, torna

menor a prevalência de comportamentos exteriorizados e, em particular, de Transtorno de

Conduta comórbido entre as meninas (OLIVEIRA; ALBUQUERQUE, 2009). Isto resultaria

em menor dificuldade escolar e familiar, além de um número menor de encaminhamento para

avaliação e tratamento (BARKLEY, 2008).

Neste sentido, Staller e Faraone (2006) defendem que o gênero feminino estaria

subdiagnosticado devido à relevância atribuída aos sintomas de hiperatividade e

Page 24: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

8

impulsividade. Além disso, a predominância sintomática de desatenção resultaria em uma

detecção mais tardia do problema, frequentemente após os 7 anos de idade, o que contribuiria

ainda mais para uma representação diminuída do gênero feminino na prevalência do TDAH

(OLIVEIRA; ALBUQUERQUE, 2009).

Em contrapartida, existem estudos que não confirmam a maior incidência do subtipo

desatento no gênero feminino. Segundo Neuman et al. (2005), ao realizarem um estudo de

prevalência a partir dos critérios do DSM-IV com famílias de gêmeos, verificaram maior

prevalência do subtipo desatento nos meninos e do subtipo combinado nas meninas, embora

os meninos apresentassem maior severidade na manifestação dos sintomas. Conforme os

resultados encontrados por estes autores, o subtipo desatento poderia estar subidentificado e

pouco tratado nos dois gêneros, uma vez que a maioria das amostras é composta por meninos

do subtipo combinado.

Sabe-se que os sintomas de TDAH persistem na idade adulta em 10 a 60% dos casos

(GUARDIOLA, 2006; FARAONE, 2009), podendo a prevalência se encontrar ao redor de

4,4% entre os adultos (KESSLER et al., 2006). A partir de uma recente revisão de estudos

longitudinais com indivíduos que receberam o diagnóstico de TDAH na infância, foi

identificada a permanência desse diagnóstico em 15% dos indivíduos ao atingirem a idade de

25 anos. No entanto, em 65% dos indivíduos que não mantiveram o diagnóstico de TDAH ou

apresentavam o TDAH em remissão parcial, a persistência de alguns sintomas associados ao

transtorno esteve presente na maioria dos casos (FARAONE, 2009).

Além disso, muitos estudos também apontam para uma proporção maior de mulheres

com TDAH em relação aos homens com TDAH na vida adulta (ROTTA, 2006), condição que

poderia ser explicada pela maior busca de tratamento na fase adulta pelas mulheres em

relação aos homens (SCHMITZ; POLANCZYK; ROHDE, 2007).

1.2.4 Etiologia

A etiologia do TDAH é considerada multifatorial, implicando dizer se tratar de um

transtorno que abrange fatores genéticos e ambientais que podem se combinar num amplo

espectro de possibilidades clínicas (ROTTA, 2006; CURATOLO et al., 2009; FARAONE,

2009).

Acredita-se que vários genes de pequeno efeito sejam responsáveis por uma

suscetibilidade genética ao transtorno, à qual se somam a diferentes agentes ambientais. Desta

Page 25: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

9

forma, o surgimento e a evolução do TDAH em um indivíduo parecem depender de quais

genes de suscetibilidade estão agindo, de quanto cada um deles contribui para o transtorno e

da interação desses genes entre si e com o ambiente (THAPAR et al., 2007; RIZZUTTI et al.,

2008; STEINHAUSEN, 2009).

Vários estudos com famílias têm indicado a hereditariedade como um importante fator

etiológico para o TDAH (FARAONE, 2009; SPENCER; BIEDERMAN; MICK, 2007). Há

indícios que demonstram um risco de 10 a 35% do transtorno entre os parentes biológicos de

crianças com TDAH, sendo de até 57% o risco de transmissão dos pais com TDAH aos seus

filhos. Estudos com famílias de adoção não indicam maior risco do transtorno entre pais

adotivos de crianças com TDAH, confirmando ainda mais a contribuição hereditária para o

transtorno (BARKLEY, 2008).

Segundo Banaschewiski et al. (2010), estudos demonstram que o desenvolvimento e

curso do TDAH está relacionado à participação de vários genes envolvidos no sistema

dopaminérgico (DRD4, DRD5, DAT1/SLC6A3, DBH, DDC); genes associados ao sistema

noradrenérgico (NET1/SLC6A2, ADRA2A, ADRA2C); assim como os genes associados às

sistemas menos estudados, como o sistema serotoninérgico (5-HTT/SLC6A4, HTR1B,

HTR2A, TPH2).

O envolvimento da dopamina na fisiopatologia do transtorno poderia ser

compreendido pela associação do TDAH às alterações nas funções das vias fronto-estriatais e

funções executivas, que são dependentes de uma adequada atuação dos neurotransmissores

dopaminérgicos, condição que explicaria a eficácia do metilfenidato, ao atuar como

bloqueador do transportador de dopamina no tratamento do TDAH (DIAMOND, 2005;

SWANSON et al., 2007).

Assim como a dopamina, a noradrenalina desempenharia também um importante

papel nos processos atencionais e em alguns aspectos das funções executivas

(BANASCHEWISKI et al., 2010).

No entanto, conforme Koneski e Casella (2010), apesar do grande envolvimento das

catecolaminas dopamina e noradrenalina na fisiopatologia do TDAH, evidenciados pelos

estudos de neuroimagem e farmacológicos, os diferentes sintomas observados no transtorno

estariam também correlacionados a um provável desequilíbrio em vários outros sistemas de

neurotransmissores que interagem entre si, evidenciando o papel relevante de outros

neurotransmissores menos estudados como a serotonina, histamina e acetilcolina.

As implicações do TDAH têm sido ainda demonstradas pelos estudos de

neuroimagem, neuropsicológicos e neuroquímicos como resultado do envolvimento de várias

Page 26: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

10

regiões cerebrais como o córtex pré-frontal inferior, ventromedial e dorsolateral, giro anterior

do cíngulo, gânglios da base, córtex temporoparietal e cerebelo (BUSH et al., 2008; RUBIA,

2010). Outros autores ainda relatam associações entre o TDAH e outras regiões cerebrais

como amígdala, hipotálamo e hipocampo (KONESKI; CASELLA, 2010; RUBIA, 2010).

Nesse sentido, os estudos propõem que os distúrbios em regiões pré-frontais

expliquem as alterações nas funções executivas como planejamento, organização e memória

operacional, além dos sintomas de desatenção (DIAMOND, 2005; SPENCER;

BIEDERMAN; MICK, 2007). Já os sintomas de impulsividade e hiperatividade poderiam ser

explicados pelo comprometimento de estruturas dos circuitos subcorticais como o núcleo

estriado (núcleo caudado e putâmen) e globus palidus, responsáveis pelo controle motor,

funções executivas, comportamento inibitório e modulação do circuito das respostas que

permitem a regulação do comportamento pelo córtex (SPENCER; BIEDERMAN; MICK,

2007).

Segundo Diamond (2005) há evidências de que o TDAH do subtipo

hiperativo/impulsivo apresente um comprometimento primário no núcleo estriado, assim

como alterações no circuito fronto-estriatal, explicando a hiperatividade através do déficit do

controle inibitório, principalmente em relação à inibição motora. Por outro lado, os indivíduos

do subtipo desatento apresentariam um comprometimento primário em regiões do córtex pré-

frontal, no circuito fronto-parietal, relacionado às funções executivas e à memória

operacional.

O papel do giro anterior do cíngulo estaria relacionado fundamentalmente à cognição,

atenção, detecção de alvos, controle motor (seleção da resposta e inibição) e detecção de erros

(MAKRIS et al., 2010), além da regulação emocional e motivacional, funções também

associadas às regiões do córtex frontal, amígdala, hipocampo e ao hipotálamo (RUBIA,

2010).

Já o envolvimento do cerebelo na fisiopatologia do TDAH seria explicado pela sua

significativa contribuição nas funções cognitivas e funções afetivas, incluindo o

processamento temporal das informações, sustentação da atenção, memória operacional

verbal, aprendizagem, função executiva e regulação emocional (MACKIE et al., 2007).

Existem ainda teorias sobre o desenvolvimento cortical em crianças com TDAH que

demonstram um atraso maturacional no desenvolvimento do cérebro, verificado com mais

proeminência em região pré-frontal, áreas importantes para o controle dos processos

cognitivos que incluem a atenção e planejamento motor (MACKIE et al., 2007;

STEINHAUSEN, 2009).

Page 27: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

11

Vários fatores biológicos e ambientais têm sido propostos como fatores de risco para o

TDAH, incluindo a exposição fetal ao álcool, tabagismo materno durante a gestação, baixo

peso do recém nascido, bem como a contaminação com chumbo (CURATOLO et al., 2009).

A exposição pré-natal ao álcool além de ser fator predisponente de anormalidades

estruturais no cerebelo, atua também no desencadeamento da hiperatividade, do

comportamento disruptivo e impulsivo. Estudos recentes demonstram os efeitos dos vários

genes (DRD4 e DAT1) quando expostos às substâncias no período pré-natal nos subtipos de

TDAH, como o tabagismo durante a gestação pode estar associado ao TDAH tipo combinado

em crianças geneticamente suscetíveis (NEUMAN et al., 2009). Além disso, autores

verificaram que receptores de nicotina modulam a atividade dopaminérgica, e esta interrupção

dopaminérgica pode estar envolvida com a fisiopatologia do TDAH (CURATOLO et al.,

2009).

Pesquisas verificaram que o baixo peso foi considerado três vezes mais comuns em

crianças com TDAH do que nos grupos controle (MICK et al., 2002), e ainda, que a carga

corporal elevada de chumbo nos 2 a 3 primeiros anos de vida pode estar associada ao TDAH

(BARKLEY, 2008).

1.2.5 Comorbidades no TDAH

Além da heterogeneidade de seus sintomas, o quadro clínico do TDAH é caracterizado

também pela frequente presença de comorbidades (STEINHAUSEN, 2009), compreendidas

como os transtornos comportamentais, neuropsiquiátricos e do desenvolvimento que se

manifestam associadas ao TDAH (STERFANATOS; BARON, 2007).

A presença de tais comorbidades pode aumentar ainda mais o impacto em vários

domínios do funcionamento comportamental, psicossocial e na qualidade de vida dos

indivíduos com TDAH, destacando-se também a possibilidade desses transtornos comórbidos

se apresentarem combinados entre si (STEINHAUSEN, 2009).

De acordo com alguns autores (FISCHER et al., 2002; MCGOUGH et al., 2005)

aproximadamente 59 a 87% das crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar pelo

menos uma comorbidade, sendo que 20% dos indivíduos podem apresentar três ou mais

comorbidades associadas ao TDAH (ROWLAND et al., 2002).

As comorbidades psiquiátricas mais frequentes no TDAH são aquelas que envolvem

transtornos externalizantes com componentes de agressividades como o Transtorno Opositor-

Page 28: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

12

Desafiante (TOD) ou o Transtorno de Conduta (TC), em relação aos transtornos

internalizantes como a Transtorno de Ansiedade e Transtorno de Humor/ Depressão

(STERFANATOS; BARON, 2007).

Estima-se que entre 30 a 65% dos indivíduos com TDAH apresentem em associação o

Transtorno Opositor-Desafiante (TDO), considerando a origem populacional ou clínica da

amostra (RIESGO, 2006; BIEDERMAN; FARAONE, 2005; OLIVIERA; ALBUQUERQUE,

2010). Tal comorbidade é caracterizada pela frequente e persistente postura de desobediência

e oposição às figuras de autoridade, quer sejam os pais, os professores ou outro adulto, além

do comportamento negativo, hostil e desafiador (FARAONE, 2009; RIESGO, 2006).

Indivíduos com Transtorno de Conduta (TC) são caracterizados por um padrão

comportamental no qual são desrespeitados os direitos básicos dos outros, podendo se

manifestar através de provocações, agressões verbal ou física, destruição intencional do

patrimônio alheio, fugas de casa, roubos e faltas na escola (RIESGO, 2006; FARAONE,

2009). A prevalência do TC encontra-se entre 15 a 40 %, sendo estes comportamentos de

maior intensidade do que a observada no TOD.

A porcentagem entre TDAH e Transtorno de Ansiedade (TA) encontra-se entre 25 a

30%, quando consideradas amostras infantis clínicas e epidemiológicas (ROHDE;

HALPERN, 2004; OLIVIERA; ALBUQUERQUE, 2010). Indivíduos com esta comorbidade

apresentam maior frequência de preocupações excessivas e desproporcionais, além de medos

e ansiedades antecipatórias a eventos. Tal condição pode contribuir para os distúrbios sociais,

comportamentais e acadêmicos, além de estar associada a um intenso sofrimento psicológico

(SPENCER; BIEDERMAN; MICK, 2007).

A coexistência de depressão no TDAH gira em torno dos 15%, quadro que pode ser

caracterizado por um humor triste ou irritável, baixo limiar às frustrações, perda de interesse

por atividades que anteriormente eram prazerosas, alterações no padrão de sono e apetite,

lentificação psicomotora, retraimento social e baixa auto-estima (RIESGO, 2006; SPENCER;

BIEDERMAN; MICK, 2007). Para Spencer, Biederman e Mick (2007) os Transtornos de

Conduta e uso de substâncias podem ocorrer concomitantemente com a depressão entre

crianças e adolescentes.

A concomitância entre TDAH e Transtorno de Tiques (TT) mostra variações entre 3,5

a 17%. Os sintomas melhoram e pioram espontaneamente tendo uma relação com estresse do

indivíduo, no qual os tiques motores geralmente afetam a cabeça, os olhos ou a face

(RIESGO, 2006).

Page 29: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

13

Dentre os transtornos do desenvolvimento, estima-se que os Transtornos de

Aprendizagem encontram-se entre 20 a 30% em associação ao TDAH (RIESGO, 2006).

Segundo Sterfanatos e Baron (2007), problemas no funcionamento acadêmico podem ocorrer

precocemente na pré-escola e se estender no decorrer dos anos, devido aos déficits

atencionais, aos da memória operacional, assim como aos das funções executivas, afetando a

aquisição de habilidades escolares e representando riscos para a dificuldade de leitura (16 a

39%), para o desenvolvimento de problemas na linguagem (24 a 27%) ou ainda para

dificuldades na matemática (13 a 33%).

Em relação aos subtipos de TDAH, indivíduos com TDAH- C e TDAH-D tendem a

apresentar maior risco para os transtornos internalizantes e para os problemas de

aprendizagem, enquanto que, para o TDAH-C e TDAH-H/I, a tendência é maior para os

transtornos externalizantes como os comportamento disruptivos (STERFANATOS; BARON,

2007).

Além de trazerem impactos no decorrer da vida e em várias áreas do funcionamento

adaptativo, os transtornos comórbidos repercutem também em modificações significativas no

prognóstico, bem como em implicações para o planejamento das estratégias terapêuticas no

TDAH (SOUZA et al., 2001; STERFANATOS; BARON, 2007).

Nesta perspectiva, para a compreensão da natureza e heterogeneidade dos perfis do

TDAH, além do aperfeiçoamento do diagnóstico diferencial, deve-se levar em consideração a

grande diversidade e prevalência de transtornos comórbidos ao TDAH (OLIVEIRA;

ALBUQUERQUE, 2009).

1.2.6 Diagnóstico do TDAH

O diagnóstico do TDAH fundamenta-se basicamente no quadro clínico

comportamental baseado nos critérios definidos pelo DSM-IV-TR, uma vez que não há um

marcador biológico específico que contemple todos os casos desse transtorno (PEREIRA;

ARAÚJO; MATTOS, 2005; GUARDIOLA, 2006). Como recursos úteis de avaliação

diagnóstica diferencial, os exames de neuroimagem, eletroencefalograma e o exame

neurofisiológico de potencial evocado cognitivo (P300) estão restritos ao ambiente de

pesquisa, não sendo validados para a prática clínica (LOW, 2006; ROTTA, 2006).

Dessa forma, o diagnóstico é o resultado da análise de informações obtidas a partir de

várias fontes e em diversas situações que incluem desde a anamnese da criança, até as

Page 30: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

14

informações obtidas mediante entrevistas e escalas com os pais, responsáveis e professores

(GUARDIOLA, 2006; LOW, 2006; PEREIRA; ARAÚJO; MATTOS, 2005).

Além disso, por se tratar de um transtorno com características que se situam nos

âmbitos neurológicos, psiquiátricos, psicopedagógicos, fonoaudiológicos, psicológicos, assim

como na dimensão motora, faz-se necessário um enfoque multidisciplinar para o diagnóstico

de TDAH (KAEFER, 2006; PEREIRA; ARAÚJO; MATTOS, 2005).

A avaliação tem como objetivos: determinar a presença ou ausência do TDAH, bem

como o diagnóstico diferencial do mesmo em relação a outros transtornos psiquiátricos da

infância; determinar os domínios de comprometimento (relacionados às atividades

importantes da vida que estão afetadas); identificar as possíveis comorbidades; verificar a

integridade das informações; identificar as potencialidades e dificuldades da criança, da

família e os recursos da comunidade; bem como delinear as intervenções necessárias para o

tratamento dos comprometimentos identificados (BARKLEY, 2008).

Como parte da avaliação, o exame neurológico tem por intuito a verificação das

dificuldades na habilidade motoras e a presença de um desempenho abaixo do esperado para a

idade em relação ao desenvolvimento. Com frequência este exame indica uma imaturidade e

discrepância principalmente em relação a provas de persistência motora, equilíbrio estático,

gnosias e coordenação apendicular (ROTTA, 2006).

Além da historia clínica por meio da anamnese, escalas de comportamento também

são utilizadas na avaliação do TDAH tais como: a Escala de Avaliação do Comportamento

Infantil para o Professor - EACI-P (Brito, 1999), escala respondida pelo professor para avaliar

áreas do comportamento da criança; Child Behavior Checklist - CBCL que mensura o grau de

competência social e os problemas comportamentais de uma criança ou adolescente de acordo

com a percepção de seus pais ou cuidadores (ACHENBACH, 1991); além do questionário

Conners - CATRS (BRITO, 1987) respondido por pais ou professores; e o questionário

SNAP-IV, baseado nos critérios do DSM-IV (MATTOS et al., 2006).

Os testes neuropsicológicos têm sido um instrumento muito importante para a

detecção de disfunções cognitivas e/ou emocionais que podem acompanhar o quadro de

TDAH. Embora não apresentem valor diagnóstico em si para o transtorno, auxiliam na

elucidação do diagnóstico diferencial em relação à presença de déficit intelectual

(BARKLEY, 2008; KAEFER, 2006). Contribuem, ainda, para o estabelecimento de

prioridades no tratamento, para a indicação de terapêuticas paralelas e/ou complementares,

sendo importantes também no levantamento das potencialidades e capacidades cognitivas dos

pacientes (MIRANDA; MUSKAT, 2004; KAEFER, 2006).

Page 31: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

15

No entanto, vale ressaltar que os fatores que influenciam o estudo neuropsicológico

são múltiplos e se estendem além da dimensão neurobiológica, abrangendo os aspectos sociais

e culturais, que podem ser determinantes na modificação das respostas cerebrais nas

diferentes fases do desenvolvimento infantil (MIRANDA; MUSKAT, 2004).

Dessa maneira, a avaliação e a confirmação do diagnóstico de TDAH exigem a

integração de informações de fontes múltiplas (pais, professores, outros cuidadores e

profissionais), uso de maneiras múltiplas para a coleta de tais informações (entrevistas semi-

estruturadas, escalas padronizadas de avaliação do comportamento, exame médico e testes

neuropsicológicos), além da averiguação de domínios múltiplos de atividades importantes da

vida tais como o funcionamento com a família, amigos, escola, comunidade entre outros

(BARKLEY, 2008).

Um diagnóstico correto e precoce é de fundamental importância para um adequado

manejo e tratamento da criança, que tem por finalidade a reorganização dos seus

comportamentos, viabilizando atitudes funcionais no meio familiar, escolar e social

(BARKLEY, 2008).

Page 32: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

16

1.3 Processamento Sensorial/ Teoria de Integração Sensorial

1.3.1 Definição e Teoria

Desenvolvida pela terapeuta ocupacional e neurocientista Jean Ayres (1972), a teoria

de Integração Sensorial surgiu em resposta à busca de uma maior compreensão sobre a

relação entre as sensações corporais, os mecanismos cerebrais e a aprendizagem.

Entende-se por Integração Sensorial “ .... o processo neurológico que organiza as

sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível a geração de respostas

adaptativas adequadas, a partir do uso eficiente do corpo no ambiente...” (AYRES, 1972,

p.31).

Processamento Sensorial (PS) é outra terminologia amplamente utilizada na literatura

para designar tal processo neurológico, sendo definido como a habilidade do Sistema Nervoso

Central de absorver, processar e organizar respostas adequadas às informações trazidas pelos

sentidos (MILLER et al., 2007).

Em busca de uma padronização dos termos e com base nas pesquisas de Mulligan

(1998), DeGangi (2000) e Dunn (2001), foi proposto por Miller et al. (2007) a utilização do

termo Integração Sensorial quando relacionado à teoria e à intervenção terapêutica, sendo o

termo Processamento Sensorial voltado para o diagnóstico.

O funcionamento cerebral é necessariamente dependente dos inputs sensoriais, ou seja,

das informações sensoriais recebidas do próprio corpo ou do ambiente, no qual o indivíduo

está inserido (PARHAM; MAILLOUX, 2005). Uma vez captadas, tais informações sensoriais

devem ainda ser integradas e organizadas adequadamente pelo cérebro, para que o mesmo

possa produzir comportamentos adaptados, entendidos como competências de aprendizagem

(FONSECA, 2008a).

Para Ayres a aprendizagem pode ser compreendida de forma global, incluindo não

somente o desenvolvimento cognitivo, as aquisições de conceitos, ou as aprendizagens

escolares, como também as várias dimensões do comportamento adaptativo, todos eles

dependentes do funcionamento adequado do Processamento Sensorial (FONSECA, 2008a).

Neste sentido, a teoria de Integração Sensorial está baseada em três componentes

relacionados ao desenvolvimento normal, às disfunções do Processamento Sensorial e à

intervenção.

Page 33: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

17

O primeiro componente se refere à aprendizagem como dependente da habilidade de

absorção e do Processamento Sensorial da informação proveniente do ambiente e do

movimento do corpo, utilizadas como base para o planejamento e organização do

comportamento. O segundo componente assume que indivíduos com alterações no PS podem

apresentar dificuldades na produção de respostas adequadas, inclusive na aprendizagem e no

comportamento. O terceiro componente considera que a viabilização de experiências

sensoriais no contexto de uma atividade intencional, visando à interação adaptativa, favorece

o PS e, por sua vez, a aprendizagem e o comportamento (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002).

A partir desses componentes, a teoria de Integração Sensorial se fundamenta ainda em

cinco pressupostos relacionados às bases neurológicas e comportamentais (BUNDY; LANE;

MURRAY, 2002):

a) Neuroplasticidade, que possibilita a modificação da própria estrutura e

morfologia do SNC em função dos inputs sensoriais, conferindo-lhe um enriquecimento

neurofuncional que resulta em melhor interação entre o organismo e o ambiente;

b) Desenvolvimento sequencial do Processamento Sensorial, no qual os estágios

do desenvolvimento se sucedem, tendendo a uma maior complexidade, fornecendo base

neurofuncional para que outros processos de aprendizagem possam emergir;

c) Funcionamento integrado do cérebro, uma vez que as sensações não são

meramente adicionadas e sim, reunidas e integradas em uma totalidade através do PS;

d) Interação adaptativa com o ambiente, como facilitadora e enriquecedora do PS,

ao mesmo tempo em que as respostas adaptativas elaboradas refletem um processamento

sensorial mais complexo. Trata-se de um processo de retroalimentação nos quais ganhos e

melhorias no PS são obtidos e favorecem esses processos adaptativos;

e) Auto-realização (inner drive), sugerindo que a criança possui uma tendência,

uma motivação intrínseca ou predisposição interiorizada para desenvolver o PS a partir de

atividades sensório-motoras.

Portanto, a teoria de Integração Sensorial tem como abordagem a discussão sobre o

modo como o cérebro processa as sensações produzindo respostas motoras, comportamentais,

emocionais e atencionais (MILLER et al., 2007), tratando-se de uma teoria sobre as relações

cérebro-comportamento (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002), assim como sobre as relações

cérebro-aprendizagem (FONSECA, 2008a).

Page 34: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

18

1.3.2 Bases Neurobiológicas do Processamento Sensorial e da

Aprendizagem

Conforme Miranda e Muskat (2004), a formação e elaboração das várias funções

cognitivas são explicadas tanto por Piaget como por Luria por meio de um processo de

ontogênese que atravessa vários estágios.

No entanto, para Piaget o desenvolvimento não se refere somente à maturação do

Sistema Nervoso, mas a uma “condição de possibilidades” no qual o indivíduo é capaz de

responder ao meio, assimilar e estruturar novas informações. Tal desenvolvimento e

estruturação das atividades mentais ocorrem em um processo contínuo, onde a execução das

tarefas irá depender das conexões constantes e em evolução, bem como da atividade conjunta

das diversas unidades cerebrais (MIRANDA; MUSKAT, 2004).

Dessa forma, o Sistema Nervoso (SN) pode ser considerado como um ordenador,

responsável pelo processamento das informações que recebe do mundo exterior e do próprio

organismo, bem como pela integração e direcionamento coordenado aos órgãos efetores,

responsáveis pelas respostas adequadas e necessárias à vida do indivíduo (GUARDIOLA,

1998).

De acordo com o modelo proposto por Luria (1981), o córtex cerebral pode ser

dividido em três unidades funcionais:

a) Unidade Primária: representada pela medula, tronco cerebral, cerebelo e estruturas

talâmicas, responsável pela atenção, seleção da informação sensorial, regulação e ativação,

vigilância e tonicidade, facilitação e inibição, memória, além da modulação neuronal e

emocional;

b) Unidade Secundária: representada pelos lobos parietais (somatossensorial),

occipitais (visual) e temporais (auditivo), responsável pela recepção, análise sensorial,

simbolização, memória de armazenamento e integração sensorial e perceptiva. Participam

desta unidade as zonas corticais primárias, as zonas corticais secundárias e as zonas corticais

terciárias;

c) Unidade Terciária: localizada nas regiões anteriores ao giro pré-central dos

hemisférios cerebrais, composta pelo córtex motor, pré-motor e pré-frontal, responsável por

programar, regular, executar e verificar a atividade mental. Para Rebollo (1991) haveria ainda

uma quarta unidade funcional situada no sistema límbico, responsável pelas emoções.

Page 35: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

19

Inicialmente todas as informações do mundo exterior e das estruturas periféricas são

recebidas pelos receptores e neurônios que constituem o Sistema Nervos Periférico (SNP),

sendo então conduzidas até o SNC (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002)

Por meio da atuação dos sistemas sensoriais da audição, visão, olfato, gustação,

somestesia (tato, dor, temperatura e propriocepção) e vestibular essas informações são

enviadas ao SNC onde ocorre o Processamento Sensorial (AYRES, 2005; MOMO;

SILVESTRE; GRACIANI, 2008).

Fonseca (2008b) ao citar Piaget (1976) refere que é a partir da experiência como ação,

verificada na motricidade, que o indivíduo simultaneamente integra e incorpora o mundo

exterior e o vai modificando, construindo estruturas de conhecimento. Pois através do corpo

de onde emana a sensibilidade e a motricidade, e do cérebro, de onde emana a cognição, a

criança sente, interage e transforma o ambiente, sendo base da construção dos

comportamentos adaptativos que ilustram o desenvolvimento e a aprendizagem humana

(FONSECA, 2008a).

Neste sentido, a aprendizagem pode ser entendida como resultante da recepção e da

troca de informações entre o meio ambiente e os diferentes centros nervosos, que se inicia a

partir de um estímulo de natureza físico-química advindo do ambiente que é transformado em

impulso nervoso pelos órgãos dos sentidos (ROMANELLI, 2003).

Uma vez transformada em impulso nervoso, a informação sensorial é transportada

através da inervação sensitiva, até o hipotálamo, o tálamo e o córtex cerebral. No hipotálamo,

são ativados o Sistema Nervoso Autônomo e o motor, responsável pela forma como o

indivíduo sente e se comporta (LACY; HUGHES, 2006). As informações que chegam ao

tálamo são enviadas aos centros nervosos do córtex cerebral correspondente a natureza do

estímulo, denominadas de “áreas primárias” ou de projeção. Em sua forma elementar e

incompleta, o estímulo projetado é chamado de "sensação", não havendo conhecimento nem

elaboração de significado. Uma vez transmitida para a “área secundária” ou de associação, a

informação sofre a decodificação, surgindo a "percepção" com a formação de imagens

sensoriais correspondentes às modalidades do estímulo, que passam a receber significados.

Nas “áreas terciárias”, ou de integração, ocorre a adição e combinação de todos os aspectos do

estímulo à informação, fazendo associações entre os sentidos (ROMANELLI, 2003). Ocorre

também a integração ao conhecimento, à memória e às experiências prévias, nos quais as

representações e reações emocionais são conduzidas pelas conexões corticais e subcorticais

até as estruturas do sistema límbico (LACY; HUGHES, 2006).

Page 36: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

20

A informação prossegue das áreas terciárias para o córtex pré-frontal, sendo então

elaborado um movimento ou um comportamento. O movimento ocorre a partir de uma

intenção, um planejamento elucidado no córtex pré-frontal, passando para a área pré-motora,

responsável por organizar a sequência motora. Posteriormente é projetada até a área motora

primária, que enviará impulsos via medula até os músculos responsáveis pela execução do

movimento (ROMANELLI, 2003).

Dessa forma, a partir do Processamento Sensorial as informações recebidas dos

sistemas sensoriais são registradas, moduladas e discriminadas, produzindo comportamentos

adaptativos em resposta ao ambiente (AYRES, 1972).

Anterior à construção de conceitos, aos pensamentos e às idéias sobre o mundo, o

interesse da criança está em senti-lo, manipulá-lo e mover-se nele, indicando que ao invés de

conceituais, suas respostas são inicialmente motoras. Neste processo contínuo de

desenvolvimento as respostas adaptativas emocionais, cognitivas e sociais tendem a se

sobrepor às motoras, sendo as funções sensório-motoras denominadas como bases do

desenvolvimento cognitivo (FONSECA, 2008 a).

1.3.3 Sistemas Sensoriais e o Desenvolvimento do Processamento

Sensorial

Em seus estudos sobre o desenvolvimento infantil, Ayres (1972) deu maior ênfase aos

sistemas tátil, proprioceptivo e vestibular, por serem considerados sistemas sensoriais mais

primitivos e primários, dominantes nas interações iniciais da vida da criança, além de serem

dimensões ignoradas pelas áreas clínica e escolar interessadas pelo desenvolvimento infantil

(PARHAM; MAILLOUX, 2005).

AYRES (1972) enfatizou o papel dos estímulos vestibular, tátil e proprioceptivo,

considerando sua importância para o desenvolvimento do controle postural, esquema

corporal, relacionamento social, coordenação, estabilidade emocional, linguagem, dentre

outros. Como produtos finais desse processamento destacam-se: a atenção, o pensamento, a

memória, a especialização dos hemisférios e outros aspectos que favorecem a aprendizagem.

O sistema vestibular apresenta seus receptores localizados no labirinto, órgão da

orelha interna que são estimulados de acordo com a posição da cabeça em relação à gravidade

e ao espaço (PARHAM; MAILLOUX, 2005). Este sistema influencia: o movimento da

criança; o equilíbrio; o tônus muscular; o sistema ativador reticular, alterando os estados de

Page 37: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

21

alerta e regulação sono-vigília; a integração bilateral, relacionado à habilidade de coordenar

os dois lados do corpo, à especialização dos hemisférios cerebrais e preferência lateral; além

da percepção visual e estabilidade da cabeça, mantendo-a alinhada e facilitando a

coordenação óculomotora (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002; MOMO; SILVESTRE;

GRACIANI, 2008).

Os receptores do sistema proprioceptivo estão localizados nos músculos e nas

articulações e informam sobre a posição, além da amplitude e velocidade dos movimentos das

partes do corpo no espaço (JONES, 2001). Este sistema pode influenciar: a praxia motora; o

controle postural; o equilíbrio; a força de preensão; o controle do movimento; a coordenação

espaço-temporal; e a percepção do corpo (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002; PARHAM;

MAILLOUX, 2005).

Já o sistema tátil possui receptores localizados na pele responsáveis por fornecer

informações que permitem a discriminação e o alerta do SNC sobre os perigos e as condições

ambientais. Este sistema pode trazer influências sobre: a percepção da qualidade dos objetos

(tamanho, textura, volume e outros); a percepção do corpo; e o planejamento motor, ou seja,

sobre a habilidade de antecipar, organizar e coordenar movimentos de forma harmoniosa

(MOMO; SILVESTRE; GRACIANI, 2008).

Destaca-se também a importância do sistema visual que contribui para a percepção de:

formas, reconhecimento de tamanho e textura; posição no espaço, percepção da posição de

um objeto em relação a outro; figura-fundo, diferença entre dois planos; e sequenciamento.

Além de interagir com o sistema vestibular para a noção espaço-temporal (MOMO;

SILVESTRE; GRACIANI, 2008).

Por fim, o sistema auditivo é responsável pela: percepção da localização espacial da

origem do som; discriminação, diferenciando os sons; os sons de fundo; e pelo

sequenciamento, habilidade e repetição do que se ouve, na ordem correta (MOMO;

SILVESTRE; GRACIANI, 2008).

Sabe-se que o Processamento Sensorial ocorre em uma sequência progressiva,

desenvolvendo comportamentos complexos como resultado da presença de um aprendizado

prévio. (PARHAM; MAILLOUX, 1996).

O desenvolvimento do PS pode ser entendido como uma aprendizagem gradual, no

qual a organização das sensações não se opera por simples maturação, mas necessita de

experiências e de oportunidades que permitam a produção de respostas adaptativas

(FONSECA, 2008). Experiências e oportunidades geradas pela interação dinâmica entre o

Page 38: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

22

indivíduo e o ambiente físico e social, responsáveis pelas mudanças estruturais e funcionais

no Sistema Nervoso (PARHAM; MAILLOUX, 2005).

Para Ayres, o desenvolvimento da criança deve ser considerado como um processo

aberto de auto-atualização, baseado na retroalimentação contínua entre a captação,

Processamento Sensorial e a organização e planejamento de respostas adaptativas (BUNDY;

LANE; MURRAY, 2002). Uma interação dinâmica, na qual as sensações aplicadas e

utilizadas em ações se renovam em novas sensações e em novas ações, caracterizando o

desenvolvimento da criança. (FONSECA, 2008a).

De forma sintetizada, o desenvolvimento do Processamento Sensorial pode ser

esquematizado em:

a) Período gestacional e Primeiros meses de vida

No útero da mãe o feto já consegue processar as informações sensoriais auditivas,

vestibulares, táteis e proprioceptivas a partir da experiência de interação com o corpo materno

(SPITZER; ROLEY, 2001; PARHAM; MAILLOUX, 2005).

Após o nascimento, a captação das sensações pelo SNC ainda são reflexas e

automáticas, passando a haver, a partir do terceiro mês, um maior controle cervical que

contribui para o desenvolvimento contínuo na exploração tátil – visual e nas conexões

vestibular-proprioceptiva-visual (SPITZER; ROLEY, 2001).

Do sexto ao oitavo mês¸ há um maior controle da postura sentada, do rolar, do arrastar,

do engatinhar e do sustentar-se na postura em pé. Ao se movimentar, a criança explora o

mundo e os objetos, gerando inúmeras sensações táteis, proprioceptivas e vestibulares,

desenvolvendo o esquema corporal, a percepção espacial (PARHAM; MAILLOUX, 2005) e a

construção da noção do objeto (FONSECA, 2008a). Por meio de uma maior integração

auditiva, tátil e proprioceptiva, inicia-se a vocalização e a lalação (PARHAM; MAILLOUX,

2005).

b) Primeiro e Segundo ano de vida:

A conquista da postura bípede por volta de 1 ano gera mudanças significativas em

relação à gravidade, às novas explorações espaciais e às novas sensações corporais, sendo

também um período de maior desenvolvimento da linguagem (FONSECA, 2008a).

No segundo ano de vida, a criança aprimora seu equilíbrio, controle postural, esquema

corporal, bem como a manipulação dos objetos com uma melhor discriminação das

informações táteis. Inicia-se a ideação e a práxis, com importante papel no desenvolvimento

do auto-conceito, sendo a criança capaz de planejar e sequenciar suas ações, enxergando-se

como um agente ativo no mundo (PARHAM; MAILLOUX, 2005).

Page 39: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

23

c) Dos três aos sete anos:

A criança adquire autonomia nas atividades de higiene, de alimentação e de vestuário,

aprimora a compreensão e a fala, além de se relacionar socialmente com outras crianças da

mesma idade e com outros adultos (FONSECA, 2008a).

Aos sete anos as funções sensório-motoras estão consolidadas como fundamentos para

as habilidades intelectuais mais complexas (PARHAM; MAILLOUX, 2005). Neste período,

com um controle postural desenvolvido, a criança está apta para as aprendizagens escolares,

para se auto-organizar e para se concentrar (FONSECA, 2008a).

Assim, conforme o Modelo de Desenvolvimento do Processamento Sensorial proposto

por Ayres (1972) e esquematizado por Momo, Silvestre e Graciani (2008), as informações

sensoriais e as experiências sensório-motoras são substratos para os comportamentos

primários relacionados aos mecanismos posturais e à maturação dos reflexos (tônus muscular,

controle postural, segurança gravitacional e equilíbrio). Estes, por sua vez, favorecem os

comportamentos secundários relacionados à percepção do corpo (manutenção do nível de

atividade; do alerta e da atenção; a coordenação bilateral; o planejamento motor; e a

estabilidade emocional). Como comportamentos finais deste processo estão a cognição e a

aprendizagem acadêmica, além dos aspectos a eles relacionados (habilidade para organização

e concentração; auto-estima, autoconfiança e autocontrole; capacidade para o raciocínio; e a

especialização dos hemisférios). O Modelo de Desenvolvimento do Processamento Sensorial

foi esquematizado a seguir, conforme a Figura 1:

Figura 1. Modelo de Desenvolvimento do Processamento Sensorial (AYRES, 1972; modificado de MOMO; SILVESTRE;

GRACIANI, 2008)

Informações sensório-motoras

Mecanismos posturais

Percepção

Aprendizagem

Cognição

Page 40: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

24

1.4 Transtornos do Processamento Sensorial

1.4.1 Definição e Nosologia

Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) é a presença de uma alteração em

detectar, modular, interpretar ou responder ao estímulo sensorial (MILLER et al., 2007),

anteriormente descrita na literatura como Disfunção de Integração Sensorial.

Trata-se de um transtorno apresentado por um grupo heterogêneo de crianças

caracterizadas pelas variadas experiências de limitações na participação e realização das

atividades (POLATAJKO; CANTIN, 2010). Tal condição pode trazer prejuízos associados às

habilidades sociais, ao controle postural, à coordenação motora, ao uso e manuseio dos

objetos, assim como ao desempenho nas atividades de vida diária (AVDs) e à imaturidade no

brincar (PARHAM; MAILLOUX, 2005; WHITE et al., 2007). Pode ainda estar associada aos

prejuízos nas atividades escolares (KOENIG; RUDNEY, 2010; BUNDY; LANE; MURRAY,

2002), aos problemas de atenção (MANGEOT et al., 2001; DUNN; BENNETT, 2002;

WHITE et al., 2007; YOCHMAN; PARUSH; ORNOY, 2004), além de ser risco para

dificuldades de aprendizagem (MAY-BENSON; KOOMAR, 2010).

A prevalência do transtorno do Processamento Sensorial tem sido estimada em

aproximadamente 5% a 13% das crianças nos Estados Unidos, segundo estudo baseado em

amostra de crianças pré-escolares (AHN et al., 2004).

Vários autores têm discutido a associação do TPS a outros diagnósticos que incluem a

Síndrome de Asperger (BLAKEMORE et al., 2006; DUNN et al., 2002; PFEIFFER et al.,

2005); o Autismo (WATLING; DIETZ; WHITE, 2001; MILLER et al., 2001; LISS et al.,

2006); a Síndrome do X frágil (MILLER et al., 2001; BARANEK et al., 2002); o Transtorno

do Desenvolvimento da Coordenação - TDC (BUNDY et al., 2002; POLATAJKO; CANTIN,

2010); assim como o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH (MILLER et

al., 2001; DUNN; BENNETT, 2002; PARUSH et al., 2007).

Baseados nos estudos de Ayres, várias taxonomias e subtipos de comportamentos

relacionados ao TPS foram utilizadas no decorrer do tempo (DAVIES; TUCKER, 2010).

Reorganizadas as definições, Miller et al. (2007) propuseram uma nova nosologia para o

diagnóstico do TPS que passou a ser classificado em: Transtornos de Modulação Sensorial,

Transtornos de Discriminação Sensorial e Transtornos Motores com Base Sensorial.

Page 41: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

25

Transtornos de Modulação Sensorial são caracterizados pela dificuldade em regular

grau, intensidade e natureza das respostas aos estímulos sensoriais, podendo ser classificados

em:

a) hiporresponsividade sensorial, com pobre reação aos estímulos relevantes do

ambiente como, por exemplo, dor, movimentos ou cheiros;

b) hiperresponsividade sensorial, com maior tendência a se orientar e a responder a

determinados estímulos como toques, movimentos, luzes, sons, apresentando, por exemplo,

respostas aversivas ou intolerância ao movimento, com reação de enjôo, mal-estar e náuseas

diante de mínimos estímulos;

c) busca sensorial, com procura constante de estímulos intensos, seja vestibular,

proprioceptivo e outros (MILLER et al., 2007; MAGALHÃES, 2008).

Como uma dimensão a ser estudada neste trabalho, a discussão sobre este transtorno

será aprofundada em tópico posterior.

Transtornos de Discriminação Sensorial estão relacionados às dificuldades em

interpretar a qualidade ou a singularidade de cada estímulo, perceber suas diferenças e

semelhanças, podendo apresentar diferentes graus de dificuldades nas diversas modalidades

sensoriais como o visual, tátil, auditivo, vestibular, proprioceptivo, gustativo e olfativo

(MILLER et al., 2007).

Já os Transtornos Motores com Base Sensorial são caracterizados por dificuldades em

integrar as informações do próprio corpo e movimentar-se de maneira eficiente no ambiente.

Apresentam maior impacto motor, sendo os problemas mais comuns:

a) distúrbio postural, com dificuldade em estabilizar o corpo durante o movimento ou

retificar a postura quando solicitado pelo movimento;

b) dispraxia, com dificuldade em idealizar, criar, iniciar, planejar, sequenciar,

modificar e executar as ações (MILLER et al., 2007).

Assim, de forma esquematizada, segue a classificação do TPS na Figura 1:

Page 42: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

26

Figura 2. Classificação do TPS segundo Miller et al., (2007).

Magalhães (2007) refere que muitos dos sinais motores descritos por Ayres (1972)

apresentados em crianças com TPS, enquadram-se dentro dos critérios do Transtorno no

Desenvolvimento da Coordenação e por sua vez, crianças com TDC podem apresentar

disfunções sensoriais, como, por exemplo, o medo excessivo do movimento. Porém, embora

os transtornos motores descritos por Ayres (1972) caracterizem subtipos de TDC, não há

consenso sobre a relação entre TPS e o TDC, verificado nas publicações recentes a respeito da

teoria de Integração Sensorial, que evitam usar o termo TDC (MAGALHÃES, 2007).

Como componentes de execução do Processamento Sensorial, a Modulação é

essencial para a manutenção do nível adequado de alerta, de atenção e de atividade do

indivíduo às demandas do ambiente, evitando que o mesmo se distraia com os inputs

irrelevantes; a Discriminação é essencial para o desenvolvimento das habilidades funcionais,

incluindo os ajustes posturais e de tônus, planejamento sequencial das ações e habilidades nas

funções motoras; e a Práxis é fundamental para a interação do indivíduo com o meio e com os

pares, uma vez que está relacionada à capacidade de organizar, planejar e executar as ações

(SPITZER; ROLEY, 2001).

A avaliação do TPS pode ser realizada por meio de questionários para crianças e seus

cuidadores, através dos testes normatizados das habilidades do Processamento Sensorial,

assim como pelas observações clínicas (COSBEY; JOHNSTON; DUNN, 2010).

Dentre os testes normatizados mais utilizados para a identificação de TPS em crianças

em idade escolar encontram-se:

TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL (TPS)

Transtorno de Modulação Sensorial

- Hiperresponsiva - Hiporresponsiva - Busca Sensorial

Transtorno de Discriminação Sensorial

- Diversos sistemas sensoriais

Transtornos Motores de Base Sensorial

- Distúrbio Postural - Dispraxias

Page 43: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

27

- O DeGangi Berk Test of Sensory Integration (DEGANGI; BERK, 1983), teste

voltado à avaliação de pré-escolares em suas funções motoras e posturais com base sensoriais;

- O Sensory Integration and Praxis Tests (SIPT), bateria de testes considerada “padrão

ouro”, utilizada para mensurar o desempenho e diagnosticar o TPS, podendo ser aplicado

somente por profissionais treinados e certificados na administração e interpretação de seus

resultados (AYRES, 1989, 1998);

- O Sensory Processing Measure (SPM), escala de avaliação voltada às respostas do

Processamento Sensorial, ao planejamento e ideação, além da participação social da criança

em casa e na escola, baseada nas informações dos pais e educadores (MILLER-KUHANECK

et al., 2007);

- O Sensory Profile (DUNN, 1999) e o Infant/Toddler Sensory Profile (DUNN, 2002),

questionários respondidos por pais, cuidadores e educadores, voltados para as habilidades do

PS dentro de seus contextos e nas diferentes faixas etárias. Como objeto do presente estudo, o

Sensory Profile será discutido com maior profundidade no item posterior.

Observações clínica também são utilizadas para verificar o desempenho das crianças

nas diversas tarefas, sendo instrumentos para avaliar: as dimensões sensório-motoras e

cognitivas; as características sociais e físicas do ambiente; o desempenho nas habilidades e

nas atividades; as funções neuromotoras (BLANCHE, 2002); assim como o desempenho no

brincar (JANKOVICH et al., 2008 ; SKARD; BUNDY, 2008).

Fundamentado na teoria de Integração Sensorial, o tratamento das dificuldades de

organização e processamento das informações sensoriais tem sido realizado por meio da

Terapia de Integração Sensorial. Esta tem como princípio essencial a promoção de

experiências adequadas e ricas em inputs sensoriais, a fim de direcionar a criança à produção

de respostas adaptativas e comportamentos funcionais mais efetivas em relação àquelas

observadas inicialmente (AYRES, 1972).

Para isso, são utilizados procedimentos que buscam melhorar e adequar habilidade de

interação do indivíduo em relação ao ambiente, ao aprendizado e ao comportamento, além de

prevenir futuras dificuldades de adaptação e proporcionar melhorias em sua qualidade de vida

(ROLEY, et al., 2009).

De acordo com a revisão de literatura realizada por May - Benson e Koomar (2010)

sobre a efetividade da Terapia de Integração Sensorial foi verificado que, apesar dos estudos

apresentarem pouco poder estatístico, evidências demonstram resultados positivos da Terapia

de Integração Sensorial no tratamento do TPS. Isto é verificado nas dimensões relacionadas às

Page 44: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

28

habilidades sensório-motoras e planejamento motor; à regulação da atenção, do

comportamento e social; assim como às habilidades de leitura.

1.4.2 Sensory Profile (Perfil Sensorial)

Desenvolvida pela terapeuta ocupacional Winnie Dunn (1999), a escala Sensory

Profile foi traduzida para o português e adaptada por Magalhães (2000, dados não publicados)

como Perfil Sensorial, nomenclatura que será adotada neste estudo para se referir ao

instrumento.

Como uma escala que avalia as habilidades de Processamento Sensorial e as respostas

das crianças a eventos sensoriais do dia-a-dia, o Perfil Sensorial é um instrumento que permite

quantificar os comportamentos associados aos problemas de PS, sendo uma ferramenta

consistente de mensuração da percepção dos pais e cuidadores sobre esses comportamentos

(KIETZ; DUNN, 1997).

De acordo com o modelo proposto por DUNN (1999), base do Perfil Sensorial, o

Processamento Sensorial ocorre através da interação entre o Limiar Neurológico e as

Respostas Comportamentais.

Entende-se por Limiar Neurológico, a quantidade de estímulo necessária pelo

neurônio ou pelo SN para a produção de resposta (KANDEL, 2000). Compreendido como um

continunm, em um dos extremos existe o alto limiar, relacionado à habituação e no outro

extremo, o baixo limiar relacionado à sensibilização.

Habituação refere-se à capacidade do SN em reconhecer a experiência já ocorrida

anteriormente, familiarizar-se com a mesma, não necessitando dispensar atenção quando esta

ocorrer novamente. É necessária devido à grande quantidade de estímulos que recebemos a

cada momento do dia. Indivíduos que apresentam dificuldades com a habituação ou alto

limiar podem ser hiporresponsivos, necessitando de muito estímulo para alcançar o limiar de

resposta (DUNN, 1999).

Já a Sensibilização seria o mecanismo de potencializar a importância do estímulo.

Embora seja familiar, o organismo antecipa associações de perigo e prejuízo diante do

estímulo, recrutando maior número de neurônios que intensifica a captação do estímulo e

desencadeia uma resposta exagerada. Ela é necessária para a manutenção da atenção à

realidade ao redor, enquanto houver engajamento em alguma atividade. Indivíduos com

Page 45: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

29

dificuldades na sensibilização podem ser hiperresponsivos, ou seja, diante de muito pouco

estímulo atingem o limiar de resposta (DUNN, 1999).

Relacionados às Respostas Comportamentais existem: os que agem de acordo com o

seu limiar, no qual o seu comportamento é mais passivo e consistentemente dentro do seu

limiar; e os que agem contrários ao seu limiar, no qual se comportam mais ativamente contra

o seu limiar.

Assim, de acordo com esse modelo, ou seja, a partir da interação entre o Limiar

Neurológico e as Respostas Comportamentais, DUNN (1999, 2007) foram estabelecidos

quatro Padrões de Resposta:

a) Pobre Registro – caracterizado por um alto limiar neurológico e resposta

comportamental passiva, de acordo com o limiar. São indivíduos que apresentam um alerta

diminuído, sendo vagarosos para agir e com uma necessidade de maior estímulo para reagir.

Podem ser apáticos e pouco responsivos ao ambiente, ou ainda, necessitar de estímulos mais

intensos como o toque ou o comando verbal para aumentar o nível de atenção;

b) Procura Sensorial - caracterizado por um alto limiar neurológico e uma resposta

comportamental ativa, contrária ao limiar. Visto que não percebem facilmente os estímulos,

há um interesse em criar e buscar experiências sensoriais como uma estratégia de auto-

regulação do seu próprio limiar. São indivíduos com um alerta aumentado, que na busca por

sensação, arriscam-se muito ou ainda são desorganizados motoramente;

c) Sensibilidade ao Estímulo - caracterizado por um baixo limiar neurológico e uma

resposta comportamental passiva, de acordo com o limiar. São indivíduos com um alerta

aumentado, que captam muitos estímulos do ambiente, sendo muito reativo às situações.

Podem ser impulsivos, distraídos, desorganizados, ou ainda facilmente irritáveis ou exigentes;

d) Evita Sensação – caracterizado por um baixo limiar neurológico e uma resposta

comportamental ativa, contrária ao limiar. Visto que muitos inputs lhe são aversivos ou ainda

apresentam respostas exageradas a pequenos inputs devido ao baixo limiar, são indivíduos

que modulam o alerta, evitando a sensação como uma estratégia de auto-regulação para

controlar o estímulo. Diante desta condição, podem ser indivíduos que apresentam expressão

de medo ou ansiedade.

Esses Padrões de Resposta foram sintetizados na Tabela 1 a seguir:

Page 46: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

30

Tabela 1. Padrões de Resposta resultantes da relação entre Limiar Neurológico e Respostas Comportamentais

Segundo DUNN (2007) cada pessoa apresenta um limiar individual para perceber e

responder aos eventos sensoriais do dia-a-dia, no qual para cada tipo de modalidade sensorial

os limiares neurológicos podem ser diferentes. Da mesma forma, ao considerar as diversas

modalidades sensoriais, deve-se compreender que nenhum indivíduo apresenta apenas um

padrão de Processamento Sensorial para todos os sistemas, implicando dizer que uma pessoa

pode ser ao mesmo tempo, hiperresponsiva para uma modalidade sensorial e hiporresponsiva

para outra.

Dessa forma, o Perfil Sensorial é um questionário aplicado aos pais/cuidadores

contendo 125 itens, divididas nas seguintes categorias com as respectivas Seções: a)

Processamento Sensorial: auditivo, visual, vestibular, tátil, multissensorial, sensorial oral; b)

Modulação Sensorial: relacionado à tolerância e tônus, relacionado à posição do corpo e

movimento, modulação do movimento afetando nível de alerta, modulação sensorial afetando

respostas emocionais, modulação do estímulo visual afetando resposta emocional e nível de

atividade; c) Respostas Emocionais e Comportamentais:

respostas comportamentais e

emocionais, resultados comportamentais do processamento sensorial, itens indicando limiares

de respostas.

Pela combinação de determinados itens de diferentes Seções são estabelecidos 9

Fatores : 1) Procura Sensorial, 2) Reatividade Emocional, 3) Baixa Resistência/Tônus, 4)

Sensibilidade Sensorial Oral, 5) Inatenção/ Distrabilidade, 6) Mau Registro, 7) Sensibilidade

Sensorial, 8) Sedentário, 9) Percepção/ Motor Fino.

Além disso, outra classificação possível refere-se aos 4 Padrões de Resposta descritos

acima (Tabela1), na qual serão identificados como: Pobre Registro; Procura Sensorial;

Sensibilidade ao Estímulo; e Evita Sensação.

Estudos têm utilizado o Perfil Sensorial para verificar: as relações entre desempenho

motor e as habilidades do PS (WHITE et al., 2007); assim como os efeitos do tratamento

Alerta aumentado, arrisca-se muito, desorganização motora, busca informação

sensorial

ALTO / HABITUAÇÃO

PROCURA SENSORIAL POBRE REGISTRO

RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS

BAIXO / SENSIBILIZAÇÃO

SENSIBILIDADE AO ESTÍMULO EVITA SENSAÇÃO

Alerta aumentado, age rapidamente ao estímulo, distraído, impulsivo, desorganizado

Modula o alerta, expressão de medo e ansiedade

LIMIAR NEUROLÓGICO DE ACORDO COM LIMIAR CONTRÁRIO AO LIMIAR

Alerta diminuído, vagoroso para agir, necessita de mais estímulos para reagir

Page 47: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

31

comportamental através da Terapia de Integração Sensorial (ROBERTS; KING-THOMAS;

BOCCIA, 2007).

A sua versão reduzida, o Short Sensory Profile (SSP; MCINTOSH et al., 1999)

também tem sido utilizada para a verificação da efetividade do tratamento em crianças com

Transtorno da Modulação Sensorial (MILLER et al., 2007); para verificação sobre o impacto

dos Transtorno do Processamento Sensorial na participação social das crianças (COSBEY;

DUNN, 2010); bem como para se estabelecer a prevalência das percepções do TPS entre as

crianças pré-escolares (AHN et al., 2004).

Em relação às populações com diferentes diagnósticos, além da sua utilização em

pesquisas com crianças portadoras de distúrbios neurológicos (PRAKASH;

VAISHAMPAYAN, 2007), o Perfil Sensorial também foi utilizado em crianças com autismo

(ERMER; DUNN, 1997; LISS et al., 2006; HILTON et al., 2007); crianças com Síndrome do

X frágil (BARANEK, et al., 2002); bem como em crianças superdotadas (GERE et al., 2009).

Segundo Yochman, Parush e Ornoy (2004), o Perfil Sensorial é um instrumento que

identifica não somente o Processamento Sensorial, mas considera também os comportamentos

resultantes de alterações no PS como a atenção e o funcionamento social.

1.4.3 Transtorno do Processamento Sensorial e TDAH

Estudos e a experiência clínica têm constatado que crianças com TDAH podem ser

acometidas por alterações gerais no Processamento Sensorial, principalmente em relação ao

Transtorno de Modulação Sensorial (YOCHMAN; PARUSH; ORNOY, 2004). Segundo

Dunn e Bennett (2002), crianças com TDAH podem não receber e nem processar

adequadamente as informações sensoriais, apresentando, consequentemente, dificuldades em

gerar respostas apropriadas em casa, na escola e na comunidade.

Além dos problemas de atenção, impulsividade e hiperatividade, as crianças com

TDAH podem ainda apresentar dificuldades relacionadas aos aspectos motores como uma

pobre coordenação motora e de equilíbrio, pobre habilidade visuo-motora, dificuldades no

planejamento motor (MULLIGAN et al., 1996), assim como maior nível de atividade, menor

adaptabilidade, e menor limiar para os estímulos sensoriais na infância (CHEUNG; SIU,

2009). Tais condições, embora pouco investigadas na literatura científica, podem estar

relacionadas ao Transtorno do Processamento Sensorial, uma vez que este pode afetar o

desempenho motor, funcional, bem como comportamental da criança, incluindo sua

Page 48: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

32

capacidade de atender, aprender, organizar e manter apropriado nível de atividade

(MULLIGAN et al., 1996).

Alguns estudos, utilizando instrumentos fisiológicos e comportamentais, foram

realizados em pesquisa de Modulação Sensorial para descrever os padrões típicos da

responsividade sensorial das crianças com TDAH (YOCHMAN; PARUSH; ORNOY, 2004).

De acordo com alguns destes, uma porcentagem significante das crianças com TDAH

apresentam diferença na reatividade sensorial, quando comparadas às crianças com

desenvolvimento típico, conforme verificado nos resultados fisiológicos obtidos através do

potencial somatossensorial evocado (PARUSH et al., 1997) e reação eletrodérmica

(MANGEOT et al., 2001; MILLER et al., 2001).

Em relação ao Perfil Sensorial, há também poucos estudos realizados em crianças com

o diagnóstico de TDAH. O estudo de padronização americana de Ermer e Dunn (1997)

analisou quais os fatores do Perfil Sensorial melhor discriminariam os grupos de crianças com

TDAH, com autismo ou transtorno invasivo do desenvolvimento e com desenvolvimento

típico. Os três grupos foram compostos de crianças entre 3 a 15 anos de idade, sendo 38

crianças do grupo com autismo, 61 crianças do grupo com TDAH e 1075 crianças com

desenvolvimento típico. Os resultados obtidos indicaram que crianças com TDAH são

melhores discriminados pela alta incidência de comportamentos de Procura Sensorial (Fator

1) e Inatenção-Distração (Fator 5) e baixa incidência de comportamentos relacionado à

Sensibilidade Sensorial Oral (Fator 4) e Percepção - Motor Fino (Fator 9).

Já o estudo de Dunn e Bennett (2002) teve como objetivo comparar a responsividade

sensorial das crianças americanas com TDAH em relação às crianças com desenvolvimento

típico. Participaram da pesquisa 70 crianças entre 3 a 15 anos com o diagnóstico de TDAH,

pareadas às 70 crianças do grupo controle em relação à idade e ao gênero, selecionadas da

amostra de validação na população americana. As crianças com TDAH demonstraram

diferença significativa em relação às crianças com o desenvolvimento típico em todas as 14

seções do Perfil Sensorial, incluindo as respostas referentes à audição, tato, multissensorial,

emocional/social e os resultados comportamentais do processamento sensorial.

Dove e Dunn (2008), em outro estudo realizado na população americana, compararam

o Processamento Sensorial entre 120 crianças com Transtorno de Aprendizagem (com TDAH

e sem TDAH) em relação a 120 crianças controle na faixa etária de 5 a 11 anos. Para isso

utilizaram a escala Perfil Sensorial para analisar os Padrões de Respostas do PS, sendo

verificada pior pontuação quanto aos Padrões Procura Sensação, Baixo Registro e Evita

Sensação entre as crianças com Transtorno de Aprendizagem em relação às crianças controle.

Page 49: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

33

Compararam ainda o PS entre as crianças com e sem TDAH pertencentes ao grupo de

Transtorno de Aprendizagem, não encontrando diferença significativa entre elas.

Estudos em outras culturas, como o realizado por Yochman, Parush e Ornoy (2004)

em Israel, as crianças pré-escolares com e sem TDAH foram comparadas em relação às

respostas aos eventos sensoriais diários, verificando-se também níveis de hiperatividade e

déficits sensoriais. O Perfil Sensorial foi preenchido por mães de 48 crianças com TDAH

entre 4-6 anos de idade e mães de 46 crianças com desenvolvimento típico. Os resultados

indicaram que as crianças com TDAH demonstraram diferença significativa em respostas

sensoriais em 11 das 14 Seções, ou seja, exceto em relação ao processamento vestibular

(Seção C), à tolerância ao tônus (Seção G) e às respostas emocionais (Seção J). Diferenças

significativas também foram encontradas em 6 dos 9 Fatores: Procura Sensorial (Fator 1),

Reatividade Emocional (Fator 2), Sensibilidade Oral (Fator 4), Inatenção/Distrabilidade

(Fator 5), Sedentarismo (Fator 8) e Percepção/Motor fino (Fator 9).

No estudo de Cheung e Siu (2009) foram comparadas as respostas do Processamento

Sensorial entre crianças chinesas nas idades de 3-12 anos com desenvolvimento típico (1840

crianças), com TDAH (114 crianças) e com autismo (72 crianças). Os resultados indicaram

que crianças com TDAH exibiram problemas significantemente maiores no PS em relação às

crianças com o desenvolvimento típico, apresentando menor pontuação (maior frequência dos

comportamentos) em 118 dos 125 itens do Perfil Sensorial, semelhantemente ao resultado

encontrado por Dunn e Bennett (2002).

Por fim, um estudo recente realizado em Israel (ENGEL-YEGER; ZIV-ON, 2011),

comparou as dificuldades do Processamento Sensorial entre os subtipos de TDAH (TDAH-

H/I e TDAH- D) por meio da versão reduzida do Perfil Sensorial, o Short Sensory Profile

(SSP), analisando também a relação entre o PS e as atividades de lazer preferidas dos

indivíduos através do Preference for Activities of Children (PAC). Para isto, os instrumentos

foram aplicados em 29 crianças com TDAH (15 TDAH-H/I e 15 TDAH-D) e 29 crianças

controle entre a idade de 6-10 anos. Com um agrupamento dos itens de forma mais sintetizada

em relação ao Perfil Sensorial, os resultados agrupados em Fatores indicaram um pior PS

entre as crianças com TDAH em relação ao grupo controle quanto à: sensibilidade tátil;

sensibilidade ao movimento; hiporresponsividade/busca sensorial; e baixa energia/ fraqueza.

Já em relação aos subtipos de TDAH, não houve diferença significativa quanto ao PS.

Como apresentado, devido ao envolvimento de vários fatores no TDAH, que vão

desde os níveis neurológicos, psicológicos e comportamentais da criança, até aspectos

relacionados à dinâmica familiar, às tarefas e às demandas e organização do ambiente, Cheu e

Page 50: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

34

Reynolds (2007) discutem a importância de uma abordagem multidimensional tanto para a

avaliação como para o tratamento do TDAH.

Neste contexto, por estarem relacionados ao nível neurológico, repercutindo tanto nos

aspectos sensório-motor, como psicológico e comportamental, os comprometimentos do

Processamento Sensorial poderiam ser melhor considerados e identificados. Os autores ainda

sugerem a Terapia de Integração Sensorial como uma abordagem de tratamento dos

comprometimentos do PS nas crianças com TDAH através de técnicas e estratégias sensoriais,

estendendo-se à capacitação dos pais e professores em relação à adaptação do ambiente e da

rotina diária (CHEU; REYNOLDS, 2007).

Diante do quadro multidimensional do TDAH e seus sintomas, as pesquisas atuais

sobre o transtorno voltam-se principalmente às habilidades cognitivas e comportamentais, não

considerando, porém, o papel da dimensão sensório-motora neste quadro. Além disso,

conforme descritos anteriormente, são poucos os estudos sobre a relação do Processamento

Sensorial e o TDAH, assim como escassas as pesquisas realizadas com ao escala Perfil

Sensorial. Estas, além de não apontarem um padrão de prejuízo do Processamento Sensorial

em crianças com TDAH, não trazem ainda uma discussão mais profunda a respeito da

proporção em que esses prejuízos nas habilidades do PS poderiam estar relacionados às

dificuldades apresentadas pela criança com TDAH no dia-a-dia.

Assim, o presente estudo justifica-se pela necessidade de mais estudos acerca da

relação entre o TDAH e o PS, além da necessidade de maior compreensão e repertório sobre o

assunto, de maneira a contribuir para um maior conhecimento e uma melhor abordagem em

relação ao caráter multidimensional do TDAH e seus sintomas.

Page 51: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

35

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

Avaliar o perfil das habilidades de Processamento Sensorial em crianças com

Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) em fase escolar, por meio da

escala Perfil Sensorial.

2.2 Objetivos Específicos

Comparar o perfil das habilidades do Processamento Sensorial do grupo TDAH e do

grupo controle nas Seções, Fatores e Padrões de Resposta da escala Perfil Sensorial;

Avaliar a relação entre o perfil das habilidades do Processamento Sensorial e o quadro

de TDAH;

Verificar quais as habilidades do Processamento Sensorial com maior

comprometimento entre as crianças com diagnóstico de TDAH;

Comparar o perfil das habilidades do Processamento Sensorial entre os subtipos

TDAH desatento, TDAH combinado e TDAH hiperativo/impulsivo.

Page 52: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

36

3 METODOLOGIA

3.1 Casuística

Caracterizado como um estudo de caso-controle, a amostra clínica foi composta por 37

crianças com diagnóstico de TDAH com ou sem comorbidades, sendo 7 do gênero feminino e

30 do sexo masculino com idade entre 6 a 11 anos. A amostra com TDAH foi recrutada

através do Ambulatório do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar

(NANI), ligado ao Departamento de Psicobiologia – UNIFESP, que tem por mantenedora a

Associação de Fundo de Incentivo a Psicofarmacologia (AFIP). Como órgão de pesquisa e de

assistência a distúrbios neuropsicológicos, o NANI possui um ambulatório para diagnóstico

de TDAH, no qual as crianças são submetidas a uma avaliação interdisciplinar realizada por

neurologistas, psiquiatra, neuropsicólogos e psicopedagogos por meio de um protocolo de

avaliação demonstrado na Tabela 2.

Tabela 2. Protocolo de Avaliação de TDAH do NANI

Histórico Médico Histórico Psiquiátrico Histórico Escolar Escala de Classificação Econômica da ABEP

AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Exame físico e neurológico

AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA Questionário segundo critérios do DSM-IV-TR (APA, 2002) Child Behavior Checklist- CBCL (Achenbach, 1991)

AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA 1. Nível Intelectual Weschsler Children Intelligence Scale abreviada - WISC-III (Wechsler, 2002)

2. Comportamento Escala de Avaliação do Comportamento Infantil para o Professor -EACI-P (Brito, 1999)

3.Atenção Conner´s Continuous Performance Test - CPT (Conners, 2002) Cancelamento de Símbolos (Mesulan, 1985)

4. Funções Visuo- construtivas Cópia da Figura Complexa de Rey (Meyers & Meyers, 1995)

5. Memória Dígitos (Elwood, 1991) Blocos de Corsi (Kessels et al., 2008)

6. Funções Executivas AWMA reduzida-Digit Recall, Listening Recall, Block Recall, Spatial Recall, Couting Span (Alloway, 2007) Teste de Classificação de Cartões Wisconsin - (Heaton, 2005) BRIEF-Behavior Rating Inventory of Executive Functions (Gioia et al., 2000)

AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Teste de Desempenho Escolar - TDE (Stein, 1994) Avaliação da Linguagem Oral

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DE TDAH ANAMNESE

Page 53: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

37

A partir dos prontuários das crianças avaliadas no período de Janeiro a Novembro de

2010, realizou-se o levantamento e recrutamento das crianças que apresentavam o TDAH

como diagnóstico primário, com idade entre 6 a 11 anos, sendo ainda obtidas as informações

referentes ao tipo de escola e a classificação socioeconômica (ABEP).

Foram excluídas do estudo as crianças que apresentaram dados relativos a transtorno

invasivos do desenvolvimento, com suspeita de condições neurológicas (epilepsia, traumas

crânios-encefálicos e síndromes), prematuridade, com deficiência intelectual e aquelas que

estivessem em uso de medicação psicotrópica ou estimulantes para o tratamento do TDAH.

Para as crianças incluídas neste estudo, foram ainda levantadas e utilizadas as

informações referentes aos comportamentos, à presença de sintomas do TDAH e à presença

de transtornos comórbidos obtidas através dos instrumentos:

a) Questionário segundo os critérios do DSM-IV (APA 2002, pp.118-119):

utilizado para confirmação do diagnóstico de TDAH, verificando a presença de sintomas de

desatenção, hiperatividade e de impulsividade; a ocorrência dos mesmos em mais de dois

ambientes diferentes; a presença de prejuízos funcionais à vida da criança causados por tais

sintomas ou ainda, se estes surgiram antes dos 7 anos de idade. Além disso, foi também

utilizado para a classificação em subtipos de TDAH, no qual a presença de 6 ou mais

sintomas de desatenção foi indicativo para o subtipo Desatento (TDAH-D); 6 ou mais

sintomas de hiperatividade e impulsividade para o subtipo Hiperativo/Impulsivo (TDAH-

H/I); e 6 ou mais sintomas de desatenção somado à 6 ou mais sintomas de

hiperatividade/impulsividade para o subtipo Combinado (TDAH-C).

b) Escala de Avaliação do Comportamento Infantil para o Professor - EACI-P

(BRITO, 1999): escala respondida pelo professor que fornece uma estimativa do

funcionamento da criança na escola em relação a cinco dimensões diferentes de

comportamento: EACI-P I relacionado à hiperatividade / problema de conduta; EACI-P II ao

funcionamento independente / socialização positiva; EACI-P III à inatenção; EACI-P IV ao

neuroticismo / ansiedade e EACI-P V à socialização negativa. São consideradas clínicas as

dimensões comportamentais com escores acima do ponto de corte para gênero e idade.

c) Child Behaviour Checklist - CBCL (ACHENBACH, 1991): utilizado como

instrumento indicativo de possíveis comorbidades, através da mensuração do grau de

competência social e dos problemas comportamentais de uma criança ou adolescente de

acordo com a percepção de seus pais ou cuidadores. A classificação é feita em escalas-

síndromes, sendo agrupados em: I. Isolamento, II. Queixas Somáticas, III.

Ansiedade/Depressão, IV. Problemas Sociais, V. Problemas de Pensamento, VI. Problemas de

Page 54: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

38

Atenção, VII. Comportamento Delinquente e VIII. Comportamento Agressivo. As escalas I, II

e III referem-se aos Distúrbios Internalizantes (DI) e as escalas VII e VIII aos Distúrbios

Externalizantes (DE). Outra classificação possível é segundo os critérios do DSM-IV em

Transtornos: Afetivo, Ansiedade, Somático, Atenção, Desafiante Opositor e Conduta. Para a

soma das escalas de problemas de comportamento (DI, DE e DTotal), os escores menores do

que 65 (t-score) são classificados na categoria não clínica; os escores de 65 - 70, na categoria

limítrofe; e os escores maiores que 70, na categoria clínica.

A amostra do grupo controle foi pareada ao grupo TDAH quanto ao gênero, idade,

tipo de escola (pública ou privada) e condição socioeconômica. O recrutamento dessa amostra

foi realizado através de duas abordagens:

a) Optou-se, primeiramente, por selecionar crianças que frequentavam a mesma escola

e sala de aula dos sujeitos com TDAH encaminhadas ao NANI. Para isto foi realizado o

contato com as escolas (carta à escola – anexo I), sendo-lhes apresentada a pesquisa e

solicitado a autorização para a sua realização. Após o consentimento da direção, foi solicitada

ao respectivo professor, a indicação de crianças que correspondessem aos critérios de

pareamento, sendo selecionada e convocada uma dentre as possíveis (carta aos

pais/responsáveis – anexo II). No entanto, além do alto número de recusas de participação por

parte da direção das escolas, deparamos, ainda, com o fato das crianças com TDAH serem de

diversas regiões da cidade de São Paulo, dificultando e inviabilizando o prosseguimento desta

abordagem;

b) Adotou-se, assim, o recrutamento do grupo controle também através da amostra de

conveniência, considerando-se os critérios de pareamento já descritos. Dessa forma, foram

solicitados aos pais/responsáveis das crianças participantes, indicações de amigos, vizinhos e

conhecidos das mesmas, e ainda, indicações dos profissionais do ambulatório NANI, de

crianças pertencentes à cidade de São Paulo com as características previamente estabelecidas.

Assim, para garantir o pareamento do grupo controle em relação ao grupo com TDAH

quanto ao gênero, idade, tipo de escola (pública ou privada) e condição socioeconômica,

excluindo as crianças com indicativos de hiperatividade/desatenção ou outras condições de

problemas de desenvolvimento, foram utilizados os seguintes instrumentos:

a) Escala Conners abreviada – CATRS-10 (BRITO, 1987) respondida por pais ou

professores, a qual avalia problemas de comportamento como hiperatividade, desatenção,

entre outros, sendo composta por dez itens. Normatizada para a população brasileira, tem sido

amplamente utilizada como um instrumento de triagem e de seleção de pacientes com

Page 55: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

39

sintomas de TDAH para pesquisas experimentais (anexo III). Foram excluídas as crianças que

apresentaram escores acima do ponto de corte para gênero e idade.

b) Questionário de Saúde (anexo IV) respondido por pais, o qual investiga condições

de saúde da criança (convulsões, internações, uso de medicamento, entre outros), assim como

problemas de aprendizagem. Também foram excluídas as crianças que apresentaram possíveis

problemas de desenvolvimento e/ou doenças.

c) Escala de classificação econômica da ABEP (2009) - Associação Brasileira de

Empresas de Pesquisas (www.abep.org) utilizada para avaliar a classificação socioeconômica

dos entrevistados através da soma da pontuação referente à instrução do chefe da família e aos

bens de consumo presentes no respectivo lar. Conforme os escores são obtidos as

classificações: 0-7 (classe E); 0-13 (classe D); 14-17 (classe C2); 18/22 (classe C1); 23-28

(classe B2); 29-34 (classe B1); 35-41 (classe A2) e 42-46 (classe A1).

3.2 Instrumento

O instrumento utilizado e, objeto do presente estudo, foi a escala Perfil Sensorial

(anexo V), traduzida e adaptada conforme estudo inicial de validação do mesmo para a

população brasileira, realizado por Magalhães (2000, dados não publicados). Trata-se de um

questionário aplicado aos pais e/ou cuidadores que busca verificar as respostas

comportamentais que indiquem hiperresponsividade (baixo limiar neurológico) ou

hiporresponsividade (alto limiar neurológico) das crianças aos eventos sensoriais diários,

estabelecendo o perfil das habilidades do Processamento Sensorial. As pontuações variam de

acordo com a frequência de ocorrência dos comportamentos, com as seguintes alternativas:

Sempre (1), Frequentemente (2), Ocasionalmente (3), Raramente (4) e Nunca (5). Dessa

forma, quanto menor a pontuação obtida, maior a frequência dos comportamentos em relação

aos eventos sensoriais, indicando maior comprometimento nos mesmos. A escala contém 125

itens, divididos em três categorias com as respectivas Seções, as quais geram Fatores e

Padrões de Respostas conforme segue:

I) Seções

a) Processamento Sensorial:

- Seção A (item 1 ao item 8) correspondente ao processamento auditivo;

- Seção B (item 9 ao item 17) corresponde ao processamento visual;

- Seção C (item 18 ao item 28) correspondente ao processamento vestibular;

Page 56: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

40

-Seção D (item 29 ao item 46) correspondente ao processamento tátil;

-Seção E (item 47 ao item 53) correspondente ao processamento multissensorial;

- Seção F (item 54 ao item 65) correspondente ao processamento oral;

b) Modulação Sensorial:

-Seção G (item 66 ao item 74) relacionada à tolerância e tônus;

-Seção H (item 75 ao item 84) relacionada à posição do corpo e movimento;

-Seção I (item 85 ao item 91) relacionada à modulação do movimento afetando nível

de alerta;

-Seção J (item 92 ao item 95) relacionada à modulação sensorial afetando respostas

emocionais;

-Seção K (item 96 ao item 99) relacionada à modulação do estímulo visual afetando

resposta emocional e nível de atividade;

c) Respostas Emocionais e Comportamentais:

-Seção L (item 100 ao item 116) referente às respostas comportamentais e emocionais;

-Seção M (item 117 ao item 122) referente aos resultados comportamentais do

processamento sensorial;

-Seção N (item 123 ao item 125) referente aos itens indicando limiares de respostas.

II) Fatores

Pela combinação de determinados itens de diferentes Seções são estabelecidos 9

Fatores :

-Fator 1 (itens 8, 24, 25, 26, 44, 45, 46, 51, 80, 81, 82, 83, 84, 89, 90, 94, 123)

relacionado à Procura Sensorial;

-Fator 2 ( itens 92, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112,

121 e 122) referente à Reatividade Emocional;

-Fator 3 ( itens 66, 67, 68, 69, 70, 71,72, 73 e 74) relacionado à Baixa

Resistência/Tônus;

-Fator 4 (itens 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62 e 63) referente à Sensibilidade Sensório

Oral;

-Fator 5 ( itens 3, 4, 5, 6, 7, 48 e 49) relacionado à Inatenção/ Distrabilidade;

-Fator 6 (itens 35, 42, 43, 95, 99, 115, 116 e 125) referente ao Mau Registro;

-Fator 7 (itens 18, 19, 77 e 18) relacionado à Sensibilidade Sensorial;

-Fator 8 ( itens 85, 86, 87 e 88) referente ao Sedentário;

-Fator 9 ( itens 13, 118 e 119) relacionado à Percepção/ Motor Fino.

Page 57: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

41

Dessa forma, a soma das pontuações atribuídas para cada item que compõem cada

Seção determina os escores brutos das Seções. Já os escores dos Fatores são obtidos pela

soma das pontuações dos itens de diferentes Seções que compõe cada Fator.

III) Padrões de Respostas

Além das Seções e Fatores, outra classificação possível refere-se aos 4 Padrões de

Resposta estabelecidos pela relação entre Limiar Neurológico e Respostas Comportamentais,

classificados e identificados como:

- Pobre Registro (Fatores 3, 6 e Seção G);

- Procura Sensorial (Fatores 1 e Seção H);

- Sensibilidade ao Estímulo (Fatores 4, 5, 7 e Seções A e F);

- Evita Sensação (Fatores 2, 8 e Seção M).

3.3 Procedimentos

Todos os procedimentos do presente estudo foram avaliados e aprovados pelo Comitê

de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo/Hospital São Paulo (CEP

1555/09 de 06 de novembro de 2009 – anexo VI). As participações e a utilização das

informações obtidas nesta pesquisa foram liberadas e autorizadas pelos pais e responsáveis

por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (anexo VII).

No grupo de TDAH, após a confirmação do diagnóstico pela equipe do NANI e

seleção das crianças conforme os critérios de exclusão acima especificados, realizou-se o

contato pessoal ou via telefone com os pais/responsáveis das mesmas para convidá-los a

participarem da pesquisa, assim como agendada a entrevista. Todas as crianças com TDAH

não estavam em uso de medicação para o tratamento do quadro e para aquelas em que houve a

indicação, a aplicação do Perfil Sensorial foi realizada antes de iniciarem o tratamento

medicamentoso, evitando que este fator fosse influenciador em suas respostas

comportamentais.

No grupo controle, o contato com os pais/responsáveis foi realizado por telefone,

através do qual foram convidados a participarem da pesquisa e agendados a data e local da

entrevista.

A aplicação do questionário Perfil Sensorial com os pais e/ou cuidadores da criança

foi realizada em uma única entrevista, com duração máxima de 60 minutos. Os objetivos e a

importância da pesquisa foram explicados pela pesquisadora, assim como lido o Termo de

Page 58: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

42

Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, sendo solicitada a assinatura como

consentimento de suas participações.

No grupo de crianças com TDAH, a aplicação foi realizada no Ambulatório do NANI,

em sala de atendimento adequada quanto ao som e iluminação. No grupo controle, a aplicação

do questionário foi realizada nas residências ou locais estipulados pelos pais e/ou cuidadores,

conforme a conveniência dos mesmos, sendo assegurada que as aplicações fossem de forma

individual, não havendo pessoas ao redor que pudessem atrapalhar suas respostas.

Em ambos os grupos, a aplicação foi realizada por um único aplicador. Os pais e/ou

cuidadores foram orientados a responder conforme suas percepções sobre a frequência das

respostas comportamentais de suas crianças aos eventos sensoriais diários, sendo-lhes

apresentadas as alternativas possíveis: (1) Sempre (2) Frequentemente (3) Ocasionalmente (4)

Raramente e (5) Nunca. Após essa orientação, a entrevista foi conduzida pela pesquisadora

que realizou a leitura de todos os itens do questionário, explicando-os quando necessário,

porém com o cuidado de não induzir ou direcionar as respostas dos entrevistados.

3.4 Análise dos Dados

Inicialmente foram realizadas análises descritivas verificando a distribuição dos

participantes em relação ao gênero, idade e tipo de escola/condição socioeconômica (ABEP).

Prosseguiu-se com a análise da amostra de TDAH em relação à distribuição entre os subtipos

de TDAH, à presença ou não de indicativos de comorbidades e síndromes associadas ao

TDAH e a frequência entre os tipos de comorbidades e entre os tipos de síndromes.

Para se estabelecer o perfil das habilidades do Processamento Sensorial dos

participantes, realizou-se a análise descritiva dos escores brutos de todas as Seções, Fatores e

Padrões de Resposta da escala Perfil Sensorial por meio de médias, desvio padrão e gráficos.

A hipótese de normalidade da distribuição dos escores da amostra foi verificada por meio de

histogramas, gráfico normal de probabilidade (Normal Plot) e através do teste de Shapiro –

Wilks. Para a maioria das variáveis a distribuição normal não foi confirmada, sendo então

adotado o teste não-paramétrico Mann Whitney para a comparação dos escores do grupo

TDAH e grupo controle.

Foram ainda comparados os escores brutos de todas as Seções, Fatores e Padrões de

Resposta da escala Perfil Sensorial entre os subtipos TDAH-D, TDAH-C e TDAH-H/I por

Page 59: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

43

meio do teste não paramétrico Kruskall-Wallis, utilizado para mais de dois grupos

independentes.

Além disso, calculou-se o efeito de magnitude (Cohen d) entre os grupos clínicos e

controle, para determinar a força das diferenças observadas entre as variáveis estudadas

(Cohen 1988). A partir deste cálculo, os valores de Cohen d indicam pequeno efeito de

magnitude (d= 0,2 - 0,5), médio efeito de magnitude (d= 0,5 – 0,8) e largo efeito de

magnitude (d= 0,8 – 2,0).

Ainda para o grupo de TDAH e para o grupo controle, realizou-se a análise de

correlação de Pearson entre a idade e os escores do Perfil Sensorial, analisando as correlações

existentes e comparando-as entre as amostras. Os valores de Pearson indicam a presença de

pequena correlação (r = < 0,3 positivo ou negativo), moderada correlação (r= 0,3 – 0,7

positivo ou negativo) e grande correlação (r= > 0,7 positivo ou negativo).

Por fim, para a amostra de TDAH foram também realizadas as análises de correlação

de Pearson para verificar a correlação entre os escores do Perfil Sensorial e os escores da

escala CBCL, assim como a correlação dos escores do EACI-P e do Perfil Sensorial.

A análise dos dados foi realizada através do pacote estatístico Statistical Package for

the Social Sciences – SPSS para Windows – (Versão 17.0, SPSS Inc.©, Chicago, Illinois),

sendo adotado o índice de significância de 5% (p < 0,05).

Page 60: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

44

4. RESULTADOS

4.1. Caracterização da Amostra

A amostra total deste estudo foi composta por 74 crianças, das quais 37 tinham o

diagnóstico de TDAH pareadas a 37 crianças do grupo controle em relação ao gênero, idade e

tipo de escola/condição socioeconômica. Nesta amostra 81,1 % (n=60) dos indivíduos eram

do gênero masculino e 18,9% (n=14) dos indivíduos eram do gênero feminino. A idade variou

entre 6 a 11 anos, sendo a média de 8,9 anos (DP±1,49). Quanto ao tipo de escola, 64,8%

(n=48) das crianças frequentavam o ensino público e 35,2% (n=26) o ensino particular, sendo

a distribuição quanto à classe social de 2,7 % (n=2) para o extrato A2, de 10,8% (n=8) para o

extrato B1, de 35,1% (n=26) para o extrato B2, de 27% (n=20) para o extrato C1, de 21%

(n=16) para o extrato C2 e de 2,7% (n=2) para o extrato D, conforme Tabela 3.

Tabela 3. Distribuição da amostra segundo o pareamento em relação ao tipo de escola/condição socioeconômica

(ABEP)

Na amostra de TDAH, 21,6% (n=8) dos indivíduos preencheram critérios para o

subtipo desatento (TDAH-D); 19,9% (n=7) para o subtipo hiperativo/impulsivo (TDAH-H/I);

e 59,5% (n=22) para o subtipo combinado (TDAH-C), segundo a classificação do DSM-IV-

TR através de questionário respondido pelos pais/responsáveis.

Em relação à sintomatologia apresentada pelas crianças com TDAH identificada pelo

CBCL (Child Behavior Checklist), o presente estudo verificou que 18,9% (n=7) das crianças

não apresentaram nenhuma síndrome associada ao TDAH e 81,9% (n=30) das crianças

apresentaram ao menos uma síndrome associada. Destes últimos, 33,3% (n=10) apresentavam

a síndrome de Isolamento; 26,6% (n=8) Queixas Somáticas; 16,6% (n= 5)

Part. % Púb. % Part. % Púb. % %

A2 1 1,4 0 0,0 1 1,4 0 0,0 2 2,7

B1 4 5,4 0 0,0 4 5,4 0 0,0 8 10,8

B2 6 8,1 7 9,5 6 8,1 7 9,5 26 35,1

C1 2 2,7 8 10,8 2 2,7 8 10,8 20 27

C2 0 0,0 8 10,8 0 0,0 8 10,8 16 21

D 0 0,0 1 1,4 0 0,0 1 1,4 2 2,7

Total 13 17,6 24 32,4 13 17,6 24 32,4 74 100

ABEPControle TDAH Total

Geral

Page 61: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

45

Ansiedade/Depressão; 53,3% (n=16) Problemas Sociais; 46,6% (n=14) Problemas de

Pensamento; 60% (n= 18) Problemas de Atenção; 63,3% (n=19) Comportamento

Delinquente; e 80% (n=24) Comportamento Agressivo.

Já quanto aos indivíduos com indicativos clínicos de transtornos comórbidos, também

identificados no grupo de TDAH por meio da escala CBCL, o nosso estudo verificou que

86,4% (n=32) dos indivíduos apresentaram indicativos clínicos de algum transtorno e apenas

13,5% (n=5) dos indivíduos não apresentaram nenhum indicativo de comorbidade associada

ao TDAH. Dentre os 32 sujeitos com indicativos de comorbidades, 40,6% (n=13)

apresentavam Transtornos Afetivos; 40,6% (n=13) Transtornos de Ansiedade; 15,6% (n=5)

Transtornos Somáticos; 65,6% (n=21) Transtornos Opositor-Desafiante; e 68,7% (n=22)

Transtornos de Conduta.

No entanto, ao considerar que um individuo com TDAH pode apresentar mais de uma

comorbidade, em nossa amostra, 8 crianças apresentaram indicativos de apenas uma

comorbidade; 12 apresentaram indicativos de duas comorbidades; 6 apresentaram indicativos

de três comorbidades; 4 apresentaram indicativos de quatro comorbidades; e 2 apresentaram

indicativos de cinco comorbidades associadas ao TDAH, conforme Tabela 4 a seguir.

Tabela 4. Transtornos comórbidos de acordo com CBCL entre a amostra de TDAH

*Opositor-Desafiante

Porém, ao considerar os subtipos de TDAH, a distribuição das comorbidades ocorreu

de acordo com a descrição da Tabela 5. Verificou-se também que o subtipo TDAH-D (n=8)

apresentou 1 sujeito sem nenhuma comorbidade, 5 sujeitos com duas e 2 sujeito com mais de

Afetivo Ansiedade Somático Op. Desafiante* Conduta Qtd.

5

X 3

X 3

X X 8

X 1

X X X 1

X 1

X X 1

X X X X 1

X X X 2

X X X 2

X X 3

X X X X 3

X X X 1

X X X X X 2

37Total

Page 62: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

46

três comorbidades. Para o subtipo TDAH-C (n=22) foi observado que 2 sujeitos não

apresentaram nenhuma comorbidade, 6 sujeitos uma comorbidade, 7 sujeitos duas e 7 sujeitos

mais do que três comorbidades associadas. Já no subtipo TDAH-H/I 2 sujeitos não

apresentaram nenhuma comorbidade, 2 sujeitos apenas uma comorbidade, 2 sujeitos duas e 2

sujeitos quatro comorbidades associadas ao TDAH.

Tabela 5. Subtipos de TDAH e Transtornos comórbidos de acordo com CBCL

4.2 Análise dos dados do Perfil Sensorial

A partir da análise descritiva das médias e dos desvios padrões dos escores obtidos nas

Seções, Fatores e Padrões do Perfil Sensorial, foram observadas diferenças nas pontuações

entre o grupo de TDAH e o grupo controle (Tabela 6). No que se refere às Seções do Perfil

Sensorial, verificou-se diferenças significativas (p ≤ 0,001) e de moderado a largo efeito de

magnitude (d= 0,74 a 2,08) entre os grupos TDA/H e controle em todas as Seções, exceto

para a modulação do estímulo visual afetando o nível de atividade (Seção K), sendo que para

o processamento sensorial oral (Seção F) e para a modulação do movimento afetando o nível

de alerta (Seção I), houve tendência de significância.

Comorbidades (n=8) % (n=22) % (n=7) %

Transtornos Afetivos 4 57,1 7 33,3 2 33,3

Transtornos de Ansiedade 3 42,9 8 38,1 2 33,3

Transtornos Somáticos 0 0 5 23,8 0 0

Transtornos Opositor Desafiante 4 57,1 14 66,7 3 50,0

Transtornos de Conduta 5 71,4 14 66,7 3 50,0

TDAH-D TDAH-C TDAH-H/I

Page 63: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

47

Diferenças significativas (p ≤ 0,05) e de moderado a largo efeito de magnitude (d=

0,58 a 2,46) entre os grupos também foram observadas quanto aos Fatores, exceto em relação

à sensibilidade oral (Fator 4) e à sensibilidade sensorial (Fator 7), de acordo com a Tabela 7.

Já em relação aos tipos de Padrões de Resposta, obtidos a partir da combinação de

alguns itens das Seções e Fatores, foram verificadas diferenças significativas (p< 0,001) e

largo efeito de magnitude (d= 1,07 a 2,01) entre os grupos em todos os padrões, conforme

Tabela 8.

Tabela 6. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores das Seções do Perfil Sensorial

Tabela 7. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores dos Fatores do Perfil Sensorial

Seções M DP M DP U p-valor Cohen d

Processamento Sensorial

A. Processamento Auditivo 31,70 6,11 21,59 5,66 177,00 0,000 1,71

B. Processamento Visual 39,78 4,08 33,14 7,59 304,00 0,000 1,08

C. Processamento Vestibular 45,95 4,98 37,27 3,85 124,00 0,000 1,95

D. Processamento Tátil 78,16 7,11 67,43 11,55 302,50 0,000 1,11

E. Processamento Multisensorial 31,54 8,73 20,30 4,36 49,00 0,000 1,62

F. Processamento Sensorial Oral 47,86 7,95 43,05 10,10 511,50 0,061 0,52

Modulação Sensorial

G.Processamento Relacionado à Tolerância e Tônus 43,24 2,78 39,08 5,30 329,00 0,000 0,98

H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento 40,70 5,01 34,46 5,48 270,00 0,000 1,18

I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta 21,70 3,23 19,41 4,51 507,00 0,054 0,58

J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais 15,16 3,57 12,84 2,58 388,50 0,001 0,74

K. Mod. Est.Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 10,32 2,29 9,54 2,36 550,50 0,135 0,33

Respostas Emocionais e Comportamentais

L. Respostas Comportamentais e Emocionais 68,11 6,98 51,95 8,43 86,50 0,000 2,08

M.Resultados Comportamentais do Proc.Sensorial 24,35 3,89 17,35 4,95 197,00 0,000 1,06

N. Itens indicando Limiares de Respostas 13,57 1,61 10,84 1,80 189,00 0,000 1,59

Controle TDAH

Fatores M DP M DP U p-valor Cohen d

1. Procura Sensorial 55,24 11,82 36,92 9,78 171,00 0,000 1,68

2. Reatividade Emocional 62,24 7,63 43,11 9,61 68,50 0,000 2,2

3. Baixa Resistência/Tônus 43,24 2,78 39,08 5,30 329,00 0,000 0,98

4. Sensibilidade Sens. Oral 35,51 6,95 34,11 8,20 624,00 0,512 0,18

5. Inatenção Distrabilidade 27,24 5,61 14,68 4,52 76,00 0,000 2,46

6. Mau Registro 33,49 2,99 31,59 3,47 460,00 0,014 0,58

7. Sensibilidade Sensorial 18,16 2,70 17,49 3,00 603,00 0,355 0,23

8. Sedentário 12,30 3,46 14,14 5,60 500,00 0,045 0,38

9.Percepção/ Motor Fino 13,95 1,75 9,95 3,32 220,50 0,000 1,5

Controle TDAH

Page 64: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

48

Em relação à comparação das médias dos escores obtidos no Perfil Sensorial entre os

subtipos TDAH-D, TDAH-C e TDAH-H/I, não foram observadas diferenças significativas

entre os grupos nos escores das Seções, Fatores e Padrões, exceto em relação ao

processamento multissensorial (Seção E), verificada nas Tabelas 9, 10 e 11.

Tabela 9. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores das Seções do Perfil Sensorial

Tabela 10. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores dos Fatores do Perfil Sensorial

Padrões M DP M DP U p-valor Cohen d

Pobre Registro 119,97 6,78 109,76 11,61 294,00 0,000 1,07

Procura Sensorial 95,95 15,81 71,35 14,56 184,50 0,000 1,61

Sensibilidade ao Estímulo 160,49 19,89 130,92 21,68 213,00 0,000 1,42

Evita Sensação 98,81 9,83 74,59 13,87 98,00 0,000 2,01

Controle TDAH

Seções M DP M DP M DP Chi-Square p-valor Cohen d

Processamento Sensorial

A. Processamento Auditivo 24,38 4,53 20,64 6,03 21,43 5,22 2,16 0,339 0,666

B. Processamento Visual 34,38 5,34 32,77 8,16 32,86 8,78 0,20 0,907 0,206

C. Processamento Vestibular 38,50 4,11 36,68 3,78 37,71 3,95 0,87 0,648 0,468

D. Processamento Tátil 71,00 8,83 66,77 12,17 65,43 12,92 0,97 0,615 0,476

E. Processamento Multisensorial 22,88 2,59 18,45 4,25 23,14 3,48 9,56 0,008 1,224

F. Processamento Sensorial Oral 46,63 9,26 41,77 10,32 43,00 10,80 0,90 0,638 0,476

Modulação Sensorial

G.Processamento Relacionado à Tolerância e Tônus 37,38 6,48 38,86 5,19 41,71 3,59 2,38 0,304 0,826

H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento 36,25 5,52 34,14 5,24 33,43 6,53 1,59 0,452 0,509

I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta 19,38 4,17 19,41 4,68 19,43 5,03 0,04 0,980 0,012

J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais 12,00 2,00 12,82 2,65 13,86 2,91 2,01 0,367 0,720

K. Mod. Est. Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 9,88 2,03 9,36 2,22 9,71 3,35 0,27 0,874 0,211

Respostas Emocionais e Comportamentais

L. Respostas Comportamentais e Emocionais 53,13 4,82 51,86 10,12 50,86 6,15 0,52 0,771 0,262

M.Resultados Comportamentais do Proc. Sensorial 18,75 6,11 16,09 4,51 19,71 4,11 3,30 0,192 0,751

N. Itens indicando Limiares de Respostas 11,38 2,00 10,32 1,78 11,86 1,07 4,56 0,102 0,891

TDAH-D TDAH-C TDAH-H/I

Fatores M DP M DP M DP Chi-Square p-valor Cohen d

1. Procura Sensorial 42,00 8,59 35,27 9,35 36,29 11,71 2,76 0,251 0,696

2. Reatividade Emocional 45,50 4,87 42,32 11,03 42,86 9,55 0,27 0,875 0,325

3. Baixa Resistência/Tônus 37,38 6,48 38,86 5,19 41,71 3,59 2,38 0,304 0,826

4. Sensibilidade Sens. Oral 35,25 7,44 33,77 8,77 33,86 8,21 0,15 0,929 0,176

5. Inatenção Distrabilidade 15,25 4,23 14,32 4,70 15,14 4,78 0,50 0,780 0,201

6. Mau Registro 30,38 3,11 32,27 3,33 30,86 4,22 2,42 0,298 0,548

7. Sensibilidade Sensorial 18,00 1,41 17,14 3,20 18,00 3,83 1,19 0,552 0,283

8. Sedentário 13,25 4,86 14,68 5,83 13,43 6,27 0,61 0,737 0,250

9.Percepção/ Motor Fino 9,38 4,21 9,68 3,23 11,43 2,44 2,04 0,361 0,616

TDAH-D TDAH-C TDAH-H/I

Tabela 8. Comparação da amostra de TDAH e controle nos escores dos Padrões do Perfil Sensorial

Page 65: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

49

Tabela 11. Comparação entre os subtipos do TDAH nos escores dos Padrões do Perfil Sensorial

Segundo a análise de correlação entre os escores do Perfil Sensorial e a idade das

crianças, no grupo TDAH verificou-se que para as habilidades do Processamento Sensorial

referentes ao processamento multissensorial (Seção E), à sensibilidade oral (Seção F), aos

resultados comportamentais do processamento sensorial (Seção M) e para o padrão de

Sensibilidade ao Estímulo houve uma significativa moderada correlação positiva (r= 0,37 a

0,57), indicando uma melhora nesses aspectos com o passar dos anos. Já para o grupo

controle a correlação positiva foi moderada e significativa (r=0,35 a 0,45) para as habilidades

referentes ao processamento vestibular (Seção C), à Procura Sensorial (Fator 1) e ao padrão

de resposta Sensibilidade ao Estímulo. Esses resultados são observados nas Tabelas (12, 13 e

14) a seguir:

Seções Pearson p- valor Pearson p-valor

Processamento Sensorial

A. Processamento Auditivo 0,11 0,531 0,22 0,186

B. Processamento Visual 0,16 0,335 0,19 0,272

C. Processamento Vestibular 0,23 0,164 0,45 0,005

D. Processamento Tátil 0,29 0,082 0,20 0,231

E. Processamento Multisensorial 0,57 0,000 0,05 0,772

F. Processamento Sensorial Oral 0,37 0,026 0,31 0,058

Modulação Sensorial

G.Proc. Relacionado à Tolerância e Tônus 0,01 0,970 0,03 0,863

H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento 0,00 0,998 0,11 0,501

I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta -0,06 0,712 0,03 0,852

J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais -0,31 0,062 0,19 0,268

K. Mod. Est.Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 0,12 0,486 0,12 0,464

Respostas Emocionais e Comportamentais

L. Respostas Comportamentais e Emocionais 0,10 0,548 0,24 0,152

M.Resultados Comportamentais do Proc. Sensorial 0,39 0,018 0,01 0,938

N. Itens indicando Limiares de Respostas 0,03 0,882 0,23 0,176

Idade TDAH Idade Controle

Tabela 12. Correlação entre idade e as Seções do Perfil Sensorial para a amostra TDAH e controle

Padrões M DP M DP M DP Chi-Square p-valor Cohen d

Pobre Registro 105,13 12,71 110,00 12,00 114,29 7,95 2,12 0,347 0,793

Procura Sensorial 78,25 13,79 69,41 13,64 69,57 17,82 2,07 0,356 0,610

Sensibilidade ao Estímulo 139,50 20,99 127,64 23,82 131,43 13,50 2,96 0,227 0,545

Evita Sensação 77,50 7,09 73,09 15,14 76,00 16,47 0,31 0,855 0,312

TDAH-D TDAH-C TDAH-H/I

Page 66: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

50

No que se refere à análise de correlação entre Transtornos do CBCL e os escores das

Seções do Perfil Sensorial na amostra de TDAH, houve moderada correlação negativa

significativa (r=-0,33 a -0,49), ou seja, a presença de maiores indicativos de transtornos

(pontuação maior no CBCL) esteve relacionada a uma pior habilidade no Processamento

Sensorial (menor pontuação no Perfil Sensorial) nas seguintes associações: Transtorno

Afetivo e o processamento auditivo (Seção A), processamento visual (Seção B), respostas

comportamentais e emocionais (Seção L), itens indicando limiares de respostas (Seção N);

Transtorno de Ansiedade e processamento tátil (Seção D), respostas comportamentais e

emocionais (Seção L); Transtorno de Atenção e processamento vestibular (Seção C) e

respostas comportamentais e emocionais (Seção L); Transtorno Opositor-Desafiante e

respostas comportamentais e emocionais (Seção L); e o Transtorno de Conduta com o

processamento auditivo (Seção A), processamento multissensorial (Seção E) e respostas

comportamentais e emocionais (Seção L), conforme Tabela 15:

Tabela 13. Correlação entre idade e os Fatores do Perfil Sensorial para a amostra TDAH e controle

Tabela 14. Correlação entre idade e os Fatores do Perfil Sensorial para a amostra TDAH e controle

Fatores Pearson p- valor Pearson p-valor

1. Procura Sensorial 0,18 0,279 0,35 0,033

2. Reatividade Emocional 0,13 0,431 0,22 0,197

3. Baixa Resistência/Tônus 0,01 0,970 0,03 0,863

4. Sensibilidade Sens. Oral 0,31 0,066 0,35 0,036

5. Inatenção Distrabilidade 0,07 0,662 0,16 0,360

6. Mau Registro -0,25 0,138 0,16 0,359

7. Sensibilidade Sensorial 0,29 0,079 0,16 0,355

8. Sedentário -0,05 0,767 -0,26 0,116

9.Percepção/ Motor Fino 0,20 0,230 0,11 0,535

Idade TDAH Idade Controle

Padrões Pearson p- valor Pearson p-valor

Pobre Registro -0,07 0,687 0,09 0,586

Procura Sensorial 0,12 0,467 0,30 0,072

Sensibilidade ao Estímulo 0,37 0,024 0,38 0,020

Evita Sensação 0,21 0,213 0,07 0,671

Idade TDAH Idade Controle

Page 67: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

51

*Opositor-Desafiante

As correlações entre os Transtornos do CBCL e os Fatores estão descritas na Tabela

16, indicando a presença de moderada correlação negativa significativa (r=-0,34 a -0,41) para

o Transtorno Afetivo e a reatividade emocional (Fator 2); para o Transtorno de Ansiedade e a

sensibilidade sensorial (Fator7); para o Transtorno Opositor- Desafiante e a reatividade

emocional (Fator 2); e para o Transtorno de Conduta e a Inatenção / Distrabilidade (Fator 5).

Já para os Padrões, houve correlação negativa significante somente entre o Transtorno

Afetivo o padrão Pobre Registro (r=-0,34), havendo tendência à moderada correlação

negativa significativa entre Transtorno de Ansiedade e Sensibilidade ao Estímulo e entre

Transtorno de Conduta e o padrão Procura Sensação, verificados na Tabela 17.

*Opositor-Desafiante

Op. Desafiante*

Pearson p-valor Pearsonp-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor

Processamento Sensorial

A. Processamento Auditivo -0,35 0,031 -0,21 0,213 -0,10 0,569 -0,32 0,057 -0,29 0,084 -0,40 0,014

B. Processamento Visual -0,36 0,029 -0,32 0,051 -0,02 0,887 -0,04 0,825 -0,02 0,928 -0,04 0,803

C. Processamento Vestibular -0,24 0,159 -0,12 0,497 -0,08 0,646 -0,44 0,007 -0,31 0,066 -0,24 0,158

D. Processamento Tátil -0,32 0,051 -0,33 0,049 -0,02 0,888 -0,08 0,644 -0,20 0,247 -0,30 0,068

E. Processamento Multisensorial -0,16 0,333 -0,19 0,250 -0,17 0,308 -0,24 0,158 -0,31 0,064 -0,36 0,028

F. Processamento Sensorial Oral 0,00 0,990 -0,17 0,328 0,07 0,690 -0,13 0,444 -0,13 0,452 -0,06 0,726

Modulação Sensorial

G.Proc. Relacionado à Tolerância e Tônus -0,27 0,105 -0,10 0,565 -0,20 0,244 -0,25 0,133 -0,10 0,559 -0,17 0,319

H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento -0,31 0,060 -0,10 0,545 -0,02 0,909 -0,31 0,058 -0,07 0,668 -0,28 0,099

I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta 0,06 0,721 -0,02 0,926 -0,07 0,699 0,08 0,640 0,12 0,481 -0,07 0,699

J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais 0,03 0,861 -0,04 0,820 0,21 0,212 0,22 0,184 0,12 0,480 0,15 0,381

K. Mod. Est.Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 0,11 0,505 0,13 0,431 -0,05 0,774 0,11 0,529 0,01 0,951 -0,12 0,476

Respostas Emocionais e Comportamentais

L. Respostas Comportamentais e Emocionais -0,49 0,002 -0,38 0,019 -0,09 0,596 -0,33 0,044 -0,44 0,007 -0,36 0,029

M.Resultados Comportamentais do Proc,Sensorial -0,04 0,821 0,01 0,964 0,09 0,586 -0,13 0,433 -0,08 0,628 -0,24 0,148

N. Itens indicando Limiares de Respostas -0,33 0,046 -0,07 0,695 -0,03 0,859 -0,09 0,608 0,16 0,330 -0,14 0,394

Ansiedade Somático Atenção CondutaAfetivo

Fatores Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor

1. Procura Sensorial -0,06 0,706 0,09 0,594 -0,03 0,876 -0,15 0,389 -0,05 0,747 -0,30 0,069

2. Reatividade Emocional -0,41 0,012 -0,28 0,088 -0,14 0,399 -0,29 0,079 -0,35 0,032 -0,24 0,153

3. Baixa Resistência/Tônus -0,27 0,105 -0,10 0,565 -0,20 0,244 -0,25 0,133 -0,10 0,559 -0,17 0,319

4. Sensibilidade Sens. Oral -0,01 0,945 -0,26 0,128 0,12 0,468 -0,12 0,486 -0,12 0,483 -0,02 0,902

5. Inatenção Distrabilidade -0,29 0,083 -0,18 0,299 0,07 0,696 -0,25 0,135 -0,17 0,315 -0,34 0,042

6. Mau Registro -0,29 0,077 -0,05 0,778 -0,06 0,741 0,02 0,886 0,12 0,482 -0,05 0,781

7. Sensibilidade Sensorial -0,20 0,243 -0,37 0,026 0,07 0,702 -0,31 0,065 -0,19 0,269 0,05 0,765

8. Sedentário 0,08 0,645 -0,01 0,966 -0,14 0,425 0,10 0,545 0,21 0,212 0,05 0,753

9.Percepção/ Motor Fino -0,21 0,208 -0,04 0,812 0,11 0,529 -0,02 0,895 -0,03 0,837 -0,26 0,127

Op. Desafiante* CondutaSomático AtençãoAfetivo Ansiedade

Tabela 15. Correlação entre os Transtornos do CBCL e das Seções do Perfil Sensorial para a amostra TDAH

Tabela 16. Correlação entre os Transtornos do CBCL e os Fatores do Perfil Sensorial para a amostra TDAH

Page 68: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

52

*Opositor- Desafiante

Conforme a correlação analisada entre os escores da escala EACI-P e os escores do

Perfil Sensorial, verificou-se que houve moderada correlação negativa (r=-0,34 a -0,51) nos

fatores de hiperatividade/problema de conduta (EACI-P I) e o processamento tátil (seção D);

inatenção (EACI-P III) e processamento auditivo (Seção A), resultados comportamentais do

processamento sensorial (Seção M) e itens indicando limiares de resposta (Seção N);

neuroticismo/ansiedade (EACIP-IV) e itens indicando limiares de resposta (Seção N);

socialização negativa (EACIP-V) e modulação do movimento afetando nível de alerta (Seção

I), respostas emocionais e comportamentais (Seção L) e itens indicando limiares de resposta

(Seção N).

Houve moderada correlação positiva (r= 0,47) apenas entre o funcionamento

independente/socialização positiva (EACI-P II) e resultados comportamentais do

processamento sensorial (Seção M); e (r=0,33) entre neuroticismo/ansiedade (EACIP-IV) e o

processamento vestibular (Seção C). Toda essa descrição pode ser observada na Tabela 18 a

seguir:

Padrões Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor

Pobre Registro -0,34 0,043 -0,10 0,542 -0,20 0,245 -0,22 0,186 -0,06 0,746 -0,17 0,320

Procura Sensorial -0,16 0,336 0,02 0,909 -0,02 0,890 -0,22 0,195 -0,07 0,695 -0,31 0,064

Sensibilidade ao Estímulo -0,19 0,272 -0,32 0,057 0,08 0,656 -0,28 0,091 -0,24 0,151 -0,20 0,228

Evita Sensação -0,27 0,112 -0,20 0,241 -0,12 0,477 -0,21 0,215 -0,19 0,260 -0,23 0,168

Afetivo Ansiedade Op. Desafiante* CondutaSomático Atenção

Tabela 17. Correlação entre os Transtornos do CBCL e os Padrões do Perfil Sensorial para a amostra TDAH

Page 69: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

53

Para os Fatores (Tabela 19), a correlação foi negativa (r=-0,39 a -0,46) entre item

inatenção (EACI-P III) e Fator Inatenção/Distrabilidade (Fator 5) e Percepção/Motor Fino

(Fator 9); entre socialização negativa (EACI-P V) e Reatividade Emocional (Fator 2) e

Sedentarismo (Fator 8). Houve correlação positiva (r=0,56) para o funcionamento

independente/socialização positiva (EACI-P II) e Percepção/Motor Fino (Fator 9).

Em relação aos Padrões (Tabela 20) houve moderada correlação negativa (r=-0,34 a -

0,61) entre o Padrão de Evita Sensação e os Fatores do EACI-P: hiperatividade/problema de

conduta (EACI-P I), a inatenção (EACI-P III) e a socialização negativa (EACIP-V).

EACIP-I - hiperatividade / problema de conduta; EACIP-II - funcionamento independente / socialização positiva; EACIP- III - inatenção;

EACIP- IV - neuroticismo / ansiedade e EACIP-V - socialização negativa

Seções Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor

Processamento Sensorial

A. Processamento Auditivo -0,17 0,320 0,19 0,271 -0,38 0,023 -0,20 0,260 -0,33 0,052

B. Processamento Visual -0,17 0,330 0,25 0,150 -0,21 0,237 -0,11 0,532 -0,23 0,186

C. Processamento Vestibular 0,03 0,887 0,00 0,984 0,00 0,999 0,33 0,049 0,01 0,966

D. Processamento Tátil -0,34 0,046 0,29 0,093 -0,27 0,113 -0,07 0,691 -0,26 0,136

E. Processamento Multisensorial -0,31 0,068 0,23 0,179 -0,10 0,550 0,05 0,785 -0,13 0,445

F. Processamento Sensorial Oral 0,01 0,942 -0,05 0,788 0,19 0,269 0,08 0,649 -0,08 0,644

Modulação Sensorial

G.Proc. Relacionado à Tolerância e Tônus -0,07 0,673 0,16 0,370 -0,09 0,623 -0,19 0,275 -0,27 0,119

H.Mod. Relacionado à Posição do Corpo e Movimento -0,29 0,088 0,19 0,285 -0,30 0,078 0,04 0,828 -0,18 0,312

I. Mod. Movimento Afetando Nível de Alerta -0,22 0,204 -0,12 0,480 -0,23 0,185 -0,04 0,819 -0,46 0,006

J. Mod. Sensorial Afetando Respostas Emocionais 0,08 0,653 0,00 0,989 0,24 0,171 -0,06 0,724 0,07 0,685

K. Mod. Est. Visual/ Resp.Emocional e Nível de Atividade 0,23 0,178 -0,04 0,822 0,23 0,183 0,22 0,210 0,13 0,443

Respostas Emocionais e Comportamentais

L. Respostas Comportamentais e Emocionais -0,22 0,208 0,02 0,910 -0,23 0,183 -0,22 0,214 -0,34 0,047

M.Resultados Comportamentais do Proc. Sensorial -0,23 0,188 0,47 0,004 -0,51 0,002 -0,07 0,704 -0,26 0,137

N. Itens indicando Limiares de Respostas -0,22 0,195 0,31 0,067 -0,38 0,025 -0,40 0,017 -0,34 0,045

EACIP-VEACIP-I EACIP-II EACIPIII EACIP-IV

Tabela 18. Correlação entre os escores do EACI-P e das Seções do Perfil Sensorial para a amostra TDAH

Tabela 19. Correlação entre os escores do EACI-P e dos Fatores do Perfil Sensorial para a amostra TDAH

EACIP-I - hiperatividade / problema de conduta; EACIP-II - funcionamento independente / socialização positiva; EACIP- III - inatenção;

EACIP- IV - neuroticismo / ansiedade e EACIP-V - socialização negativa

Fatores Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor

1. Procura Sensorial -0,29 0,092 0,21 0,218 -0,27 0,115 0,11 0,543 -0,12 0,491

2. Reatividade Emocional -0,26 0,136 0,04 0,808 -0,27 0,117 -0,25 0,148 -0,46 0,006

3. Baixa Resistência/Tônus -0,07 0,673 0,16 0,370 -0,09 0,623 -0,19 0,275 -0,27 0,119

4. Sensibilidade Sens. Oral 0,04 0,831 -0,08 0,645 0,23 0,182 0,04 0,799 -0,04 0,832

5. Inatenção Distrabilidade -0,14 0,410 0,17 0,330 -0,39 0,022 -0,06 0,743 -0,23 0,189

6. Mau Registro -0,01 0,934 0,01 0,975 -0,02 0,927 -0,11 0,538 -0,11 0,545

7. Sensibilidade Sensorial 0,02 0,925 0,00 0,999 0,06 0,745 0,21 0,233 0,03 0,875

8. Sedentário -0,20 0,261 -0,16 0,369 -0,22 0,204 -0,10 0,581 -0,50 0,002

9.Percepção/ Motor Fino -0,09 0,620 0,56 0,000 -0,42 0,011 -0,14 0,422 -0,10 0,555

EACIP-I EACIP-II EACIPIII EACIP-IV EACIP-V

Page 70: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

54

EACIP-I - hiperatividade / problema de conduta; EACIP-II - funcionamento independente / socialização positiva; EACIP- III - inatenção;

EACIP- IV - neuroticismo / ansiedade e EACIP-V - socialização negativa

Tabela 20. Correlação entre os escores do EACI-P e dos Padrões do Perfil Sensorial para a amostra TDAH

Padrões Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor Pearson p-valor

Pobre Registro -0,07 0,689 0,14 0,422 -0,08 0,642 -0,20 0,244 -0,27 0,115

Procura Sensorial -0,31 0,073 0,22 0,213 -0,30 0,082 0,09 0,611 -0,15 0,401

Sensibilidade ao Estímulo -0,05 0,760 0,03 0,849 0,00 0,985 0,02 0,910 -0,18 0,290

Evita Sensação -0,34 0,047 0,12 0,484 -0,45 0,007 -0,24 0,168 -0,61 0,000

EACIP-I EACIP-II EACIPIII EACIP-IV EACIP-V

Page 71: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

55

5. DISCUSSÃO

Devido a um quadro bastante heterogêneo, crianças com TDAH apresentam elevado

risco de comprometimentos comportamentais em diversas áreas do funcionamento adaptativo.

Embora pouco estudado na literatura científica, o Processamento Sensorial pode ser uma

dimensão comprometida nas crianças com TDAH que, por não processarem e organizarem

adequadamente as informações sensoriais, podem apresentar dificuldades em gerar respostas

apropriadas, tanto motoras, comportamentais como também na aprendizagem. Dessa forma, o

presente estudo teve como objetivo principal, avaliar o perfil das habilidades do PS em

crianças com TDAH por meio do questionário Perfil Sensorial, analisando a relação entre o

PS e as dificuldades apresentadas pela criança com TDAH no dia-a-dia.

Conforme os resultados obtidos neste estudo, verificou-se que as crianças com TDAH

apresentaram maior frequência (menor pontuação) dos comportamentos e prejuízos para os

eventos sensoriais diários descritos nas Seções, Fatores e Padrões de Respostas da escala

Perfil Sensorial, sugerindo haver uma diferença de padrão do PS e da Modulação Sensorial

em relação às crianças do grupo controle.

Essa diferença no Processamento Sensorial entre as crianças com TDAH e as crianças

com desenvolvimento típico, corrobora com os resultados obtidos por outros autores que

utilizaram avaliações comportamentais e fisiológicas (MULLIGAN et al., 1996; PARUSH et

al., 1997; MANGEOT et al., 2001), ou ainda com alguns estudos que utilizaram o Perfil

Sensorial como instrumento de avaliação (DUNN; BENNETT, 2002; YOCHMAN;

PARUSH; ORNOY, 2004; DUNN; DOVE, 2008; CHEUNG; SIU, 2009).

Em nosso estudo, foram encontradas diferenças significativas em 11 Seções do Perfil

Sensorial, exceto quanto à modulação do estímulo visual afetando o nível de atividade (Seção

K), sendo que para o processamento sensorial oral (Seção F) e para a modulação do

movimento afetando o nível de alerta (Seção I), houve tendência de diferença significativa.

Assim, de acordo com o nosso estudo, as crianças com TDAH apresentaram maiores

prejuízos no Processamento Sensorial em relação ao grupo controle, com diferença

significativa e largo efeito de magnitude quanto às: respostas comportamentais emocionais -

Seção L; processamento vestibular – Seção C; processamento auditivo - Seção A;

processamento multissensorial – Seção E; itens indicando limiar de resposta- Seção N; à

modulação relacionada à posição do corpo e movimento – Seção H; processamento tátil -

Page 72: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

56

Seção D; processamento visual - Seção B; resultados comportamentais do processamento

sensorial – Seção M; e relacionado à tolerância e tônus – Seção G.

No estudo realizado entre a população americana, Dunn e Bennett (2002) encontraram

diferenças significativas em todas as 14 Seções, enquanto que, entre as crianças israelenses,

Yochman, Parush e Ornoy (2004) verificaram diferenças em 11 Seções, semelhantemente aos

nossos resultados, porém diferindo em relação às Seções que não tiveram diferenças

significativas, nesse caso o processamento vestibular (Seção C); tolerância ao tônus (Seção

G); e respostas emocionais (Seção J).

Assim como os nossos resultados indicam, alguns autores também relatam que as

crianças com TDAH podem apresentar dificuldades no Processamento Sensorial dos sistemas

auditivo, visual, tátil e oral (PARUSH et al., 1997; MANGEOT et al 2001; YOCHMAN;

PARUSH; ORNOY, 2004). Em nosso estudo, porém, houve apenas uma tendência de

diferença significativa entre os grupos quanto ao sistema auditivo.

Segundo Roberts, King-Thomas, Boccia (2007), as diferentes habilidades e expressões

dos comportamentos estão relacionadas à auto-regulação do indivíduo, que se refere à sua

capacidade de regular as respostas diante dos estímulos específicos, estando relacionada a

fatores fisiológicos, emocionais, comportamentais e suas interdependências. A pobre auto-

regulação pode se associar a comportamentos agressivos, disruptivos, além de alguns

problemas atencionais e cognitivos.

Nesse sentido, a habilidade de processar a informação sensorial é um dos fatores que

podem influenciar nas diferenças individuais de auto-regulação (ROBERTS; KING-

THOMAS; BOCCIA, 2007). Ao considerar que as respostas comportamentais ou ações são

resultados de uma organização adequada das informações sensoriais provenientes dos

sistemas sensoriais, na presença de um Processamento Sensorial deficitário, essas

informações são processadas de forma desorganizada pelo SNC, podendo dificultar a

produção de respostas adaptativas adequadas ao meio ambiente (AYRES 1972; BUNDY;

LANE; MURRAY, 2002).

Sob a perspectiva da Modulação Sensorial, existe uma interação entre a dimensão

externa correspondente à cultura, ambiente, relações e tarefas, e a dimensão interna que

incluem a sensação, emoção e a atenção. Esta interação ocorre reciprocamente entre cada

dimensão interna em relação a cada dimensão externa. Assim, o comportamento é gerado

através de uma interação adequada entre essas dimensões, implicando dizer que uma

Modulação Sensorial deficitária pode causar problemas emocionais e atencionais (MILLER et

al., 2001).

Page 73: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

57

Indivíduos com Transtorno de Modulação Sensorial demonstram hiperresponsividade,

hiporresponsividade ou labilidade na resposta ao estímulo sensorial (DUNN, 1999;

PARHAM; MAILLOUX, 1996). Esse quadro pode ser acompanhado por estados emocionais

que incluem a depressão, ansiedade, medo, hostilidade e labilidade emocional, além dos os

estados atencionais que podem incluir a distração, desorganização, impulsividade e

hiperatividade (MILLER et al., 2001).

Dessa forma, os maiores prejuízos encontrados na seção que avalia respostas

comportamentais emocionais (Seção L) com itens referentes à auto-estima, à tolerância à

frustração, irritabilidade, sensibilidade às críticas, ansiedade e outros aspectos, podem estar

relacionados aos produtos finais de uma desorganização do Processamento Sensorial

(AYRES, 1972), mas também relacionados a algumas manifestações associadas aos déficits

das funções executivas no TDAH (SABOYA et al., 2007).

Conforme Lopes, Nascimento e Bandeira (2005) o manejo deficiente da frustração e

da modulação do afeto, verificado através da baixa tolerância e limiar para frustração, da

baixa auto-estima, hipersensibilidade a críticas e da irritabilidade, fazem parte de algumas das

manifestações comportamentais associadas aos déficits das funções executivas no TDAH.

Isto porque as emoções são geradas de forma equilibrada, quando há uma Modulação

Sensorial adequada dos inputs provenientes dos sistemas sensoriais pelo sistema límbico

(AYRES, 1972), sendo também resultado da integridade das funções executivas em processar

e elaborar ações adaptadas, permitindo que a realização de tarefas diárias e o convívio social

adequado sejam possíveis (SABOYA et al., 2007).

Os maiores prejuízos apresentados pelas crianças com TDAH no processamento

vestibular (Seção C) e na modulação relacionada à posição do corpo e movimento (Seção H)

foram em itens referentes aos comportamentos de hiporresponsividade nos sistemas

vestibulares e proprioceptivos, evidenciando excesso de movimento do corpo e busca de

estimulação contínua. Esses resultados trazem à discussão se os sintomas no TDAH descritos

pelo DSM-IV-TR (APA 2002) de busca constante de movimentos do corpo e de sua

estimulação podem também ser resultado de uma busca de estímulos sensoriais vestibulares e

proprioceptivos como resposta comportamental ao alto limiar dessas crianças para tais

sistemas.

No estudo de Yochman, Parush e Ornoy (2004) essa diferença no processamento

vestibular entre as crianças com TDAH e as com desenvolvimento típico não foi observada.

Isso pode ser explicado pelo fato de que todas as crianças avaliadas eram pré-escolares, e os

itens descritos nessa Seção descrevem movimentos típicos das crianças dessa faixa etária que

Page 74: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

58

costumam apresentar maior busca pelas informações vestibulares. Nesse sentido, segundo os

nossos resultados sobre a análise de correlação das habilidades do Processamento Sensorial e

a idade, foi verificado que no grupo controle o processamento vestibular melhorou com o

passar dos anos, não sendo verificado melhora e nem piora para o grupo de TDAH.

A pior pontuação para processamento auditivo (Seção A) pode estar relacionada ao

grau de influência deste sistema sobre a atenção, dimensão comprometida entre as crianças

com TDAH. Com itens que refletem comportamentos de hiperresponsividade (ex. distrai-se

ou tem dificuldade de funcionar se há muito barulho ao redor) como também de

hiporresponsividade (ex. não responde quando é chamado pelo nome, embora a audição da

criança esteja boa), sugere que algumas crianças com TDAH podem apresentar a distração

pelo seu baixo limiar e outras crianças podem ser desatentas pelo seu alto limiar aos estímulos

sensoriais.

Em relação aos escores dos Fatores do Perfil Sensorial, nossos resultados indicaram

diferenças significativas entre os grupos em 7 dos 9 Fatores da escala, exceto em relação à

Sensibilidade Oral (Fator 4) e à Sensibilidade Sensorial (Fator 7). Os resultados encontrados

por Yochman, Parush e Ornoy (2004) demonstraram diferença significativa em 6 dos 9

Fatores da escala, exceto quanto à baixa Resistência/Tônus (Fator 3), quanto ao Pobre

Registro (Fator 6) e, semelhante ao nosso estudo, quanto a Sensibilidade Sensorial (Fator 7).

Dunn e Bennett (2002) focaram suas análises apenas em relação às Seções, não sendo

possível realizar a comparação quanto aos resultados obtidos nos Fatores.

O estudo realizado por Cheung e Siu (2009) entre as crianças chinesas, analisou

especificamente os escores de cada item do Perfil Sensorial, não se voltando para a análise

dos escores obtidos nos Setores e nos Fatores. Dessa forma, também não foi possível realizar

a comparação destes componentes em relação ao nosso estudo.

Assim, os nossos resultados indicaram que as crianças com TDAH apresentaram

maiores prejuízos no PS em relação às crianças do grupo controle nos Fatores: Inatenção-

Distração (Fator 5); Reatividade Emocional (Fator 2); Procura Sensorial (Fator 1) e

Percepção- Motor Fino (Fator 9), verificados pela diferença significativa e larga magnitude

entre os escores.

Segundo modelo de Dunn (1999) respostas comportamentais são geradas de acordo

com o limiar neurológico do indivíduo. Dessa forma, a desatenção pode ser característica de

indivíduos hiporresponsivos (alto limiar), que necessitam de oferta de estímulos mais

intensos. Já a distração poderia estar presente tanto em indivíduos hiporresponsivos, mas que

Page 75: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

59

tendem a buscar os estímulos para se organizar, como indivíduos hiperresponsivos (baixo

limiar), os quais respondem a todos os estímulos, ambos apresentando um alerta aumentado.

Porém, de acordo com as teorias neuropsicológicas, a disfunção executiva além de

interferir nas habilidades de controle do comportamento, como já discutido anteriormente,

resultaria também em problemas de impulsividade e desatenção (BROKI; BOHLIN, 2006).

Pois, conforme os autores Broki e Bohlin (2006) e Diamond (2007), as funções executivas

desempenham importante papel em habilidades cognitivas como: a) controle inibitório (auto-

regulação, inibição e controle da impulsividade); b) memória operacional (manter a

informação em mente, armazená-la e manipulá-la temporariamente, além de processá-la); c)

flexibilidade cognitiva (mudança do foco da atenção e planejamento de estratégias).

Neste sentido, a distração poderia ser compreendida pelo déficit no controle inibitório,

refletido na dificuldade do indivíduo em se auto-regular e resistir à forte inclinação de

responder aos eventos irrelevantes diante da atividade em questão. Já a desatenção estaria

relacionada a um comprometimento primário na memória operacional, ou seja, uma

dificuldade em sustentar a atenção, armazenar a informação recebida e utilizá-la para a

realização da tarefa. Além disso, para os desatentos, a perda rápida do interesse pelas

atividades seria melhor explicada pelo componente motivacional ao invés do componente

inibitório (DIAMOND, 2005).

A pior pontuação no Fator 2 (Reatividade Emocional) corrobora com os resultados

obtidos nas Seções, demonstrando que as crianças com TDAH apresentam prejuízos nas

dimensões emocionais. Segundo Benzil, Schelini e Casella (2010), o aumento da reatividade

emocional no TDAH produz uma diminuição na habilidade de adiar respostas, diminuição na

tolerância à frustração e prejuízos na habilidade de elaborar comportamentos mais adequados.

Já o baixo escore no Fator 1 (Procura Sensorial) sugere que algumas crianças com TDAH

tendem a uma procura sensorial, neste caso, verificado em itens de outros sistemas além do

vestibular e proprioceptivo.

Voltado para a Modulação Sensorial, o Perfil Sensorial não avalia profundamente

aspectos motores ou praxias. Porém, as crianças com TDAH demonstraram piores resultados

em itens de “coordenação motora fina” (ex. escrita ilegível, dificuldade de ficar entre linhas

quando escrevendo ou colorindo), verificados na Percepção- Motor fino (Fator 9).

Em relação aos Padrões de Resposta, nossa análise demonstrou que o grupo clínico e o

grupo controle apresentaram diferenças significativas e de larga magnitude em todos os

padrões: Evita Sensação, Procura Sensorial, Sensibilidade ao Estímulo e Pobre Registro. A

análise dessa dimensão foi realizada somente pelo estudo de Dove e Dunn (2008) que

Page 76: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

60

comparou os Padrões de Respostas entre crianças com desenvolvimento típico e com

Transtorno de Aprendizagem (das quais incluíam as crianças com TDAH). Os resultados

indicaram diferença significativa entre os grupos nos padrões Procura Sensorial, Evita

Sensação e Pobre Registro, porém não houve uma comparação específica entre crianças com

TDAH e crianças controle.

Segundo Dove e Dunn (2008), cada Padrão de Resposta pode trazer diferentes

repercussões na aprendizagem. Na presença de uma Procura Sensorial, o indivíduo pode

buscar movimentos e estimulação constante como estratégia para obter mais inputs sensoriais

(ex. não pára sentado, mexe-se demais na carteira), interferindo em sua habilidade para

completar as tarefas de forma eficaz. Diante do padrão Evita Sensação, o indivíduo sente-se

facilmente incomodado e com necessidade de evitar as experiências sensoriais (ex. incomoda-

se com os barulhos da classe, quando outros esbarram em sua carteira), levando-o a se excluir

do grupo e prejudicando-o durante as tarefas. Quando há um Pobre Registro, o indivíduo

tende a demorar nas respostas aos estímulos (ex. não retém as informações dadas pelos

professores, não apreende os detalhes para completar as tarefas solicitadas). Por fim, diante da

Sensibilidade ao Estímulo, o indivíduo responde facilmente a qualquer estímulo (ex. não se

concentra na tarefa proposta, não termina o que começa distraindo-se com todos os

estímulos).

Como uma dimensão do desenvolvimento infantil, procuramos também analisar e

comparar a correlação entre o PS e a idade entre as crianças com TDAH e as crianças com

desenvolvimento típico. Os nossos resultados indicaram que para o grupo com TDAH, houve

uma correlação positiva moderada, indicando uma melhora no passar dos anos quanto ao

processamento multissensorial (Seção E), à sensibilidade oral (Seção F), aos resultados

comportamentais do processamento sensorial (Seção M) e para o padrão de Sensibilidade ao

Estímulo. Já para o grupo controle, a correlação positiva foi significativa e moderada para as

habilidades referentes ao processamento vestibular (Seção C), à Procura Sensorial (Fator 1) e

ao padrão de resposta Sensibilidade ao Estímulo.

De acordo com o estudo de Cheung e Siu (2009), as crianças com TDAH

apresentaram melhora no decorrer da idade em muitos outros aspectos do Processamento

Sensorial, dentre eles o processamento auditivo. Vimos que isso pode se relacionar aos

diversos estudos que mostram uma diminuição da sintomatologia do TDAH na adolescência

ou vida adulta de alguns indivíduos com o transtorno (KESSLER et al., 2006), embora em

muitos casos, haja também, a persistência de sintomas (FARAONE, 2009).

Page 77: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

61

Em relação aos subtipos de TDAH, os nossos resultados indicaram que as pontuações

das Seções, Fatores e Padrões de Resposta do Perfil Sensorial não foram significativamente

diferentes entre os subtipos desatento (TDAH-D), combinado (TDAH-C) e

hiperativo/impulsivo (TDAH-H/I), exceto quanto ao processamento multissensorial (Seção E)

que apresentou uma tendência de significância, sendo a pior pontuação para o TDAH-C,

seguidos, respectivamente, pelo TDAH-D e pelo TDAH-H/I.

A comparação entre os subtipos de TDAH também foi realizada por Engel-Yeger e

Ziv-On (2011) que utilizaram a versão abreviada do Perfil Sensorial (Short Sensory Profile),

não sendo verificada diferença significativa entre os subtipos quanto ao PS. Em nosso estudo,

assim como observado por esses autores, essa diferença nas demais dimensões pode não ter

sido encontrada devido o pequeno número de sujeitos em cada grupo dos subtipos de TDAH,

mas também ao fato de que diferentes padrões de Processamento Sensorial podem coexistir

em um mesmo indivíduo (DUNN & DOVE, 2008), assim como a concomitância de várias

comorbidades associadas ao TDAH (BAYENS; ROEYERS; WALLE, 2006; MURPHY;

BARKLEY; BUSH, 2002; SHORT et al., 2007). Dessa forma, os indivíduos apresentam

características muito heterogêneas e as semelhanças dos comportamentos entre si podem

ocorrer, não devido ao subtipo de TDAH, mas devido aos padrões de PS e comorbidades em

comum.

Nesse sentido, buscou-se analisar a presença de correlação entre os escores do Perfil

Sensorial e os transtornos comórbidos identificados pelo CBCL. Os resultados indicaram que

todos os transtornos, exceto o Transtorno Somático, apresentaram moderada correlação

negativa significativa com as respostas comportamentais e emocionais (Seção L) do Perfil

Sensorial.

Além disso, houve moderada correlação negativa significativa também entre: a)

Transtorno Afetivo e os processamentos auditivo e visual, além do Fator Reatividade

Emocional e Padrão de resposta de Pobre Registro; b) Transtorno de Ansiedade e a Seção

processamento tátil e o Fator Sensibilidade Sensorial; c) Transtorno de Atenção e as Seções

processamentos vestibular e auditivo, além do Fator Sensibilidade Sensorial; d) Transtorno

Desafiante - Opositor e o Fator Reatividade Emocional; e) Transtorno de Conduta e as Seções

processamento auditivo e multissensorial, além do Fator Procura Sensorial.

No estudo de Mangeot et al., (2001) ao correlacionarem os dados da versão reduzida

do Perfil Sensorial (Short Sensory Profile) e as síndromes do CBCL, foi verificada larga

correlação entre Sensibilidade Tátil e os Comportamentos Agressivos e Queixas Somáticas.

Page 78: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

62

Por sua vez, o cálculo do coeficiente de Pearson entre os escores do Perfil Sensorial e

os escores do EACI-P indicaram moderada correlação negativa significativa entre as

associações: a) hiperatividade/problema de conduta (EACI-P I) e a Seção processamento tátil,

além do Padrão de resposta Evita Sensação; b) inatenção (EACI-P III) e as Seções

processamento auditivo, resultados comportamentais do processamento sensorial, itens

indicando limiares de resposta, além dos Fatores Inatenção/Distrabilidade, Percepção/Motor

fino e o Padrão de resposta Evita Sensação; c) neuroticismo/ansiedade (EACI-P IV) e a Seção

itens indicando limiares de resposta; d) socialização negativa (EACI-P V) e as Seções

modulação do movimento afetando nível de alerta, respostas comportamentais e emocionais,

itens indicando limiares de resposta, além dos Fatores Reatividade Emocional, Sedentarismo e

o Padrão de resposta Evita Sensação. Moderada correlação positiva significativa foi

encontrada entre: a) funcionamento independente/socialização positiva (EACI-P II) e a Seção

resultados comportamentais do processamento sensorial e o Fator Percepção/Motor Fino; b)

neuroticismo/ansiedade (EACI-P IV) e a Seção processamento vestibular.

Crianças com alterações na modulação das informações sensoriais podem apresentar

tanto problemas atencionais referentes à distração, impulsividade, desorganização,

hiperatividade, como também, problemas emocionais como ansiedade, estresse, agressividade

(MILLER; SUMMERS, 2001). Em relação à ansiedade, essa associação foi verificada em

crianças com TDAH que apresentavam uma hiperresponsividade sensorial, respondendo de

forma exagerada aos estímulos (REYNOLDS; LANE, 2009).

Por se tratarem de questionários comportamentais, o CBCL e o EACI-P foram

estabelecidos a partir dos relatos dos pais e professores quanto aos sintomas apresentados no

dia-a-dia pelas crianças com TDAH. Dessa forma, a moderada correlação negativa encontrada

entre os escores do Perfil Sensorial e os escores do CBCL e do EACI-P, evidenciam que

crianças com TDAH apresentam prejuízos no Processamento Sensorial e nos sintomas

comportamentais identificadas em seu dia-a-dia, sugerindo, ainda, a possibilidade destes

fazerem parte de dimensões correlacionadas.

O conhecimento e a discussão sobre o Processamento Sensorial, assim como sobre a

Modulação Sensorial têm sua importância, na medida em que possibilita reconhecer e analisar

os comportamentos apresentados pelas crianças também pela perspectiva sensório-motora. Ao

compreender essa relação, confere aos pais e profissionais a possibilidade de considerar

outros elementos e recursos para a intervenção nos sintomas das crianças com TDAH.

Nesta perspectiva, baseada na teoria de Integração Sensorial, a abordagem da Terapia

de Integração Sensorial tem como princípio fornecer à criança estratégias sensoriais de auto-

Page 79: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

63

modulação de suas próprias reações, primeiramente nas terapias, como também nas situações

diárias de vida (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002). Na intervenção terapêutica, busca-se

promover experiências sensoriais a partir de interações adaptativas, contextos significativos e

atividades auto direcionadas pelas crianças, ou seja, a criança direciona suas próprias ações

enquanto o terapeuta sutilmente conduz o ambiente, favorecendo os estímulos adequados.

Não se trata de uma estimulação sensorial (vestibular, tátil, proprioceptiva, visual, auditiva)

passiva, mas tem como proposta a participação ativa do indivíduo, a partir do princípio de que

a integração da informação no SNC ocorre quando a criança deseja a experiência sensorial e

inicia a atividade em busca da mesma. Tem como ênfase, principalmente, a integração das

sensações vestibulares, proprioceptivas e táteis, e não somente as respostas motoras,

utilizando, para isso, materiais e recursos sensoriais, além dos equipamentos suspensos

próprios da Terapia de Integração Sensorial (AYRES, 2005; BUNDY; LANE; MURRAY,

2002).

As situações diárias também são consideradas, o que inclui o ambiente em que este

indivíduo está inserido e suas demandas. Neste sentido, propõe intervenções nas rotinas do

dia-a-dia tanto domiciliares quanto escolares por meio de estratégias sensoriais e ambientais

que favoreçam uma melhor organização em suas respostas atencionais, comportamentais,

assim como na aprendizagem (AYRES, 2005; BUNDY; LANE; MURRAY, 2002; MOMO;

SILVESTRE; GRACIANI, 2008).

Para os indivíduos com o alerta aumentado e com facilidade para se dispersar (hiper

ou hiporresponsivos), um dos aspectos a ser considerado é a organização espaço-temporal das

atividades como: selecionar previamente o material a ser utilizado, eliminando os demais

estímulos desnecessários; proporcionar ambientes mais silenciosos para a realização das

atividades; ou ainda posicionar as crianças com maior dificuldade de concentração longe de

janelas, portas e locais de grande circulação durante atividades que exijam maior atenção.

Estratégias sensoriais também podem ser utilizadas como: toques com pressão para diminuir

os estados de alerta, favorecendo a manutenção da atenção da criança; e possibilitar

movimentos antes de uma atividade que exija a concentração (recursos proprioceptivos);

evitar que crianças que se desorganizam e não suportam o toque permaneçam em contato

muito próximo dos outros alunos (recursos táteis) (BUNDY; LANE; MURRAY, 2002;

MOMO; SILVESTRE; GRACIANI, 2008).

Nos casos dos indivíduos com alerta diminuído (hiporresponsividade), algumas

estratégias propostas buscam aumentar a intensidade dos estímulos como: usar o tom de voz

para aumentar a sua atenção (recursos auditivos); possibilitar que a criança manipule ou

Page 80: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

64

esfregue seus braços, pernas e objetos de diferentes texturas no decorrer das atividades

(recursos táteis); segurá-lo pelos ombros com uma leve pressão para chamar a sua atenção

para uma solicitação; ou oferecer assentos texturizados, almofadas ou bolas para que se

sentem durante atividades que exijam muita concentração (recursos proprioceptivos).

(BUNDY; LANE; MURRAY, 2002; MOMO; SILVESTRE; GRACIANI, 2008)

Segundo Dove e Dunn (2008) a pressão tátil (toque firme na superfície da pele) e a

propriocepção (estímulos referentes à posição das articulações e músculos no espaço) são

estímulos que melhoram a organização e adeéquam os inputs no SNC. Embora escassos,

alguns estudos baseados nos princípios da teoria da Integração Sensorial, verificaram que

algumas intervenções em salas de aula através de estratégias sensoriais proprioceptivas como

o uso de roupas mais pesadas (FERTEL DALY; BEDELL; HINOJOSA, 2001;

VANDENBERG, 2001) ou a utilização de bolas para as crianças se sentarem (SCHILLING et

al. 2001), demonstraram benefícios quanto às respostas atencionais e o rendimento escolar

em crianças com TDAH.

Assim, diante de toda a discussão realizada, os resultados gerais deste estudo sugerem

que o Processamento Sensorial pode ser um aspecto comprometido entre os indivíduos com

TDAH, sugerindo se tratar de uma dimensão a ser estudada e considerada como

sintomatologia presente neste transtorno, apontando, ainda, para a necessidade de estudos que

verifiquem a eficácia do tratamento das alterações do Processamento Sensorial como mais um

recurso possível a ser considerado para o tratamento dos sintomas presentes no TDAH.

5.1 Limitações do Estudo

Uma das limitações encontradas em nosso estudo foi o pequeno número de sujeitos

entre os subtipos de TDAH, não permitindo uma comparação efetiva entre os mesmos.

Além disso, a amostra clínica foi inteiramente selecionada de um único centro público

de saúde, cuja procura pelo serviço é realizada principalmente por classes socioeconômicas

baixas. Embora a nossa amostra tenha sido composta em sua maioria tanto pelas classes C2,

C1, como também pela classe B2, seria importante que futuros estudos sobre o perfil do

Processamento Sensorial em crianças com TDAH fossem realizados com uma maior

representatividade entre as classes socioeconômicas.

Page 81: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

65

6. CONCLUSÂO

1 Crianças com TDAH apresentam diferenças significativas nas habilidades do

Processamento Sensorial em relação às crianças do grupo controle, verificadas em onze das

quatorze Seções, em sete dos nove Fatores e em todos os Padrões de Respostas do Perfil

Sensorial.

2 Houve diferença estatisticamente significativa entre TDAH-D, TDAH-C e

TDAH- H/I apenas em uma das seções, não havendo para as demais Seções, Fatores e

Padrões de Resposta do Perfil Sensorial, resultado obtido provavelmente devido ao pequeno

número de sujeitos em cada subgrupo, além da possibilidade de diferentes padrões sensoriais

e comorbidades coexistirem em um mesmo sujeito.

3 Houve moderada correlação negativa significativa entre os escores do Perfil

Sensorial em relação aos escores do CBCL e do EACI-P, sugerindo que alguns prejuízos no

Processamento Sensorial podem estar correlacionados aos sintomas relatados pelos pais e

professores no dia-a-dia dos indivíduos com TDAH.

4 Crianças com TDAH podem apresentar déficits no Processamento Sensorial

contribuindo para o comprometimento de seu funcionamento adaptativo, sejam nas respostas

comportamentais e como na aprendizagem, sugerindo o Processamento Sensorial como uma

dimensão também a ser considerada e estudada como parte da sintomatologia do TDAH.

Apontam, ainda, para a necessidade de futuros estudos que verifiquem a eficácia do

tratamento dos comprometimentos do PS como mais um recurso a ser considerado no

tratamento dos sintomas presentes no TDAH.

Page 82: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

66

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACHENBACH, Thomas M. Manual for the Child Behavior Checklist/4-18 and 1991

Profile. Burlington, VT: University of Vermont, 1991.

AHN, Roianne R.; MILLER, Lucy J.; MILBERGER, Sharon; MCINTOSH, Daniel N.

Prevalence of parents’ perceptions of sensory processing disorders among kindergarten

children. American Journal of Occupational Therapy, v.58, n.3, p.287–293, may/jun.

2004.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). DSM-IV-TR - Manual diagnóstico

e estatístico de transtornos mentais (4 ed. TR). Washington, DC: Autor, 2002.

ANTONY, Sheila; RIBEIRO, Jorge Ponciano. A criança hiperativa: uma visão da abordagem

gestáltica. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 20, n. 6, p.127-134, mai./ago. 2004.

ASSEF, Ellen Carolina S.; CAPOVILLA, Alessandra Gotuzo S; CAPOVILLA, Fernanda

César. Avaliação do controle inibitório em TDAH por meio do Teste de Geração Semântica.

Psicologia: Teoria e Prática, v.9, n.1, p. 61-74, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA. Disponível

em:<http://www.abep.org>. Acesso em 18 Janeiro 2010.

AYRES, Anna J. Sensory Integration and the child. Los Angeles: Western Psychological

Services, 1972.

AYRES, Anna J. Sensory Integration and Praxis Tests Manual. Los Angeles: Western

Psychological Services, 1989.

AYRES, Anna J. Sensory Integration and Praxis Tests Manual. (rev. ed.). Los Angeles:

Western Psychological Services, 1998.

AYRES, Anna J. Sensory Integration and the Child: Understanding hidden sensory

challenges. (rev. ed.). Los Angeles: Western Psychological Services, 2005.

BAEYENS, Dieter; ROEYERS, Herbert; WALLE, Johan V. Subtypes of attention-deficit

hyperactivity disorder (ADHD): Distinct or related disorders across measurement levels?

Child Psychiatry and Human Development, v.36, n.4, p.403-417, jun. 2006.

BANASCHEWSKI, Tobias; BECKER, Katja; SCHERAG, Susann; FRANKE, Barbara;

COGHILL, David Molecular genetics of attention-deficit/hyperactivity disorder: an overview.

Europen Child & Adolesc Psychiatry, v.19, n.3, p.237-257, mar. 2010.

BARANEK, Grace T.; CHIN, Yuki H.; HESS, Laura M.; YANKEE, Jann G.; HATTON,

Debora D.; HOOPER, Stephen R..Sensory processing correlates of occupational performance

in children with fragile X syndrome: Preliminary findings. American Journal of

Occupational Therapy, v.56, n.5, p.538–546, sep/oct. 2002.

Page 83: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

67

BARKLEY, Russell A. Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade – Guia

Completo para Pais, Professores e Profissionais de Saúde. Porto Alegre: Artmed, 2002.

BARKLEY, Russell A. Uma teoria para o TDAH. In: BARKLEY, Russell A. (Org.).

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: manual para diagnóstico e

tratamento. São Paulo: Artmed, 2008. 309-346 p.

BEAR, Mark F.; CONNORS, Barry W.; PARADISO, Michael A. Neuroscience: Exploring

The Brain. 2 ed. Maryland: Lippincott Williams & Wilkins, 2001.

BENZIK, Edyleine Bellinni P.; SCHELINI, Patrícia Waltz; CASELLA, Erasmo Barbante.

Instrumento para avaliação do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em

adolescentes e adultos. Boletim de Psicologia, v.59, n.131, p.137-151, 2010.

BIEDERMAN, Joseph; FARAONE, Stephen V. Attention-deficit hyperactivity disorder.

Lancet, v.366, p.237-248, jul. 2005.

BIEDERMAN, Joseph; MICK, Eric; FARAONE, Stephen V. Age-dependent decline of

symptoms of attention deficit hyperactivity disorder: impact of remission definition and

symptom Type. American Journal of Psychiatry, v.157, n.5, p.816-818, may. 2000.

BLAKEMORE, Sarah-Jayne; TAVASSOLI, Teresa; CALÒ, Susana, THOMAS, Richard M;

CATMUR, Caroline; FRITH, Uta; HAGGARD, Patrick. Tactile sensitivity in Asperger

Syndrome. Brain and Cognition, v.61,n.1, p. 5-13, jun.2006.

BLANCHE, Erna I. Observations based on sensory integration theory. Torrance, CA:

Pediatric Therapy Network, 2002.

BRITO, Gilberto Ney O. Escala de Avaliação do Comportamento Infantil Para o

Professor. Rio de Janeiro: Entreletras, 1999.

BRITO, Gilberto Ney O. The Conners abbreviated teacher rating scale: development of norms

in Brazil. Journal of Abnormal Child Psychology, v. 15, n. 4, p. 511-518, 1987.

BROKI, Karin C.; BOHLIN, Gunilla. Developmental change in the relation between

executive functions and symptoms of ADHD and co-occurring behaviour problems. Infant

and Child, v. 15, n.1, p. 19–40, jan/febr. 2006.

BUNDY, Anita C.; LANE, Shelly J.; MURRAY, Elizabeth A. Sensory integration: theory

and practice. 2a ed. Philadelphia: F. A. Davis, 2002.141-65p.

BUSH, George; SPENCER, Thomas J.; HOLMES, Jennifer; SHIN, Lisa M.; VALERA, Eve

M.; SEIDMAN, Larry J.; MAKRIS, Nikos; SURMAN, Craig; ALEARDI, Megan; MICK,

Eric, BIERDMAN Joseph. Functional magnetic resonance imaging of methylphenidate and

placebo in attention deficit/hyperactivity disorder during the multi-source interference task.

Arch Gen Psychiatry, v.65, n.1, p.102–114, 2008.

CEMARK, Sharon A. The relation between attention deficits and sensory integration

disorders (part 2). Sensory Integration Special Interest Section Newsletter, v.11, n.2, p.3-4,

1988.

Page 84: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

68

CHEU, Sidney; REYNOLDS, Frances. Occupational Therapy for Children with Attention

Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD), Part 1: a Delineation Model of Practice. Bristish

Journal of Occupational Therapy, v. 70, n.9, set. 2007.

CHEUNG, Phoebe. P.P.; SIU, Andrew.M.H. A comparison of patterns of sensory processing

in children with and without developmental disabilities. Research in Developmental

Disabilities, v.30, n.6, p.1468-1480, 2009.

CIASCA, Sylvia M. Distúrbios de Aprendizagem: processos de avaliação e intervenção. IN:

AMBRISQUETA-GOMES, J.; SANTOS, F. H. Reabilitação Neuropsicológica - da teoria à

prática. São Paulo: Artes Médica, 2006.35-43 p.

COHEN, J. Statistical power analysis for the behavioral sciences. 2 ed. Hillsdale. NJ:

Lawrence Earlbaum Associates, 1988.

CONNERS, C.K. Conners’ Continuous Performance Test for Windows (Computer

Program). Toronto: Multi-Health; 2002.

COSBEY, Joana.; JOHNSTON, Susan S.; DUNN, M. Louise. Sensory processing disorders

and social participation. American Journal of Occupational Therapy, v.64, n.3, p.462–473,

may/jun. 2010.

CURATOLO, Paolo; PALOSCIA, Claudio; D’AGATI, Elisa; MOAVERO, Romina; PASINI,

BAugusto The neurobiology of attention deficit/hyperactivity disorder. European Jounal

Paediatric Neurology, v. 13, n.4, p.299-304, jul. 2009.

DAVIES, Patrícia. L.; TUCKER, Rebecca. Evidence review to investigate the support for

subtypes of children with difficulty processing and integrating sensory information.

American Journal of Occupational Therapy, v.64, n.3, p.391–402, may/jun. 2010.

DEGANGI, Georgia A. Pediatric disorders of regulation in affect and behavior: A

therapist’s guide to assessment and treatment.San Diego,CA: Academic Press; 2000.

DEGANGI, Georgia A.; BERK, Ronald A. DeGangi-Berk Test of Sensory Integration

(TSI). Los Angeles: Western Psychological Services, 1983.

DIAMOND, Adele. Attention-deficit disorder (attention-deficit/hyperactivity disorder without

hyperactivity): a neurobiologically and behaviorally distinct disorder from attention-

deficit/hyperactivity disorder (with hyperactivity). Development and Psychopathology,

v.17¸ p.807-825, 2005.

DIAMOND, Adele. Biological and Social Influences on Cognitive Control Processes

dependent on Prefrontal Cortex. Progress in Brain Research; v.189, p.319-39, 2011.

DOVE, Sunday; DUNN, Winnie. Sensory Processing in Students with Specific Learning

Disabilities Findings and Implications for Assessment and Intervention Planning. Journal of

Occupational Therapy, Schools, & Early Intervention, v.1, n.2, p 116-127, sep. 2008.

DUNN, Winnie. The Sensory Profile. San Antonio, TX: Psychological Corporation, 1999.

Page 85: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

69

DUNN, Winnie.; BENNETT, Donna Patterns of sensory processing in with attention deficit

hiperactivity disorder. The Occupational Therapy Journal of Research, v.22, n.1, p.4-15,

2002.

DUNN, Winnie. Infant/Toddler Sensory Profile. San Antonio, TX: Psychological

Corporation, 2002.

DUNN, Winnie. Supporting Children to Participate Successfully in Everyday Life by Using

Sensory Processing Knowledge.Infants & Young Children,v.20, n.2, p. 84–101, 2007.

ELWOOD, Richard W. The Wechsler Memory Scale-Revised: Psychometric characteristics

and clinical application. Neuropsychology Review, v. 2, p.179–201, 1991.

ENGEL-YEGER, Batya.; ZIV-ON, Daniella. The relationship between sensory processing

difficulties and leisure activity preference of children with different types of ADHD. Resear-

ch in Developmental Disabilities, v. 32, n. 3, p.1154-1162, may/june. 2011.

ERMER, Julie; DUNN, Winnie. The Sensory Profile: A discriminant analysis of children

with and without disabilities. American Journal of Occupational Therapy, v.52, n.4, p.283-

290, 1998.

FARAONE, Stephen V. Attention Deficit Hyperactivity. In: Attention Hiperactivity

Disorder. Diagnosis and manangement of ADHD in children, young people and adults.

London: The British Psychological society and the Royal College of Psychiatrists, 2009. 15-

40 p.

FERTEL DALY, Doreen; BEDELL, Gary; HINOJOSA, Jim. Effects of a weighted vest on a-

ttention to task and self stimulatory behaviors in preschoolers with pervasive developmental

disorders. American Journal of Occupational Therapy, v.55, n.6, p. 629–640, 2001.

FISCHER, Mariellen; BARKLEY, Russell A., SMALLISH, Lori; FLETCHER, Kenneth.

Young adult follow-up of hyperactive children: Self-reported psychiatric disorders,

comorbidity, and the role of childhood conduct problems and teen CD. Journal of Abnormal

Child Psychology, v.30, n.5,p.463–475.2002.

FONSECA,Victor da. Integração Sensorial e Aprendizagem: Introdução à obra de Ayres. IN:

FONSECA, Victor da. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre:

Artmed, 2008, 325-351 p.

FONSECA,Victor da. Da Embriologia Motora à Embriologia Mental: Introdução à obra de

Piaget. IN: FONSECA, Victor da. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto

Alegre: Artmed, 2008, 75-103 p.

FONTANA, Rosiane da S.; VASCONCELOS, Márcio M.; WERNER JR., Jairo; GÓES,

Fernanda V.; LIBERAL, Edson F. Prevalência de TDAH em quatro escolas públicas

brasileiras. Arquivos de Neuropsiquiatria, v.65, n.1, p.134-137, 2007.

GERE, Douglas R.; CAPPS, Steve C.; MITCHELL, D. Wayne.; GRUBBS, Erin. Sensory

sensitivities of gifted children. American Journal of Occupational Therapy, v.63, n.3, p.

288–295, may/june. 2009.

Page 86: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

70

GUARDIOLA, Ana. Transtorno de atenção: aspectos neurobiológicos. IN: ROTTA, Newra

T.; OHLWEILER, Ligia; RIESGO, Rudimar dos S. (Orgs.). Transtornos da

Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed,

2006.285-299 p.

GUARDIOLA, Ana; FERREIRA, L.T.C.; ROTTA, Newra T. Associação entre

desempenho das funções corticais e alfabetização em uma amostra de escolares de

primeira série de Porto Alegre. Arquivo de Neuropsiquiatria, v.56, n.2, p. 281-288,

1998.

HEATON, Robert K.; CHELUNE, Gordon J.; TALLEY, Jack L.; KAY, Gary G.; CURTISS,

Glenn. Manual do Teste Wisconsin de Classificação de Cartas. Adaptação e

padronização brasileira. CUNHA, J. A. et al. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

HILTON, Claudia L.; HARPER, Jacquelyn D.; KUEKER, Rachel H.; LANG, Andrea R.;

ABBACCHI, Anna M.; TODOROV, Alexandre; LA VESSER, Patricia D. Sensory

Responsiveness as a Predictor of Social Severity in Children with High Functioning Autism

Spectrum Disorders. J Autism Dev Disord, v.40, n.8, p.937-945, aug. 2010.

JANKOVICH, Milena; MULLEN, Jacqueline; RINEAR, Erin; TANTA, Kari; DEITZ, Jean.

Revised Knox Preschool Play Scale: Interrater agreement and construct validity. American

Journal of Occupational Therapy, v.62, p. 221–227, mar/april. 2008.

JONES, L. A. Sentidos Somáticos 3: Propriocepção. In: COHEN, H. Neurociência para

Fisioterapeutas. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001.

KAEFER, Heloisa. Avaliação psicológica no Transtorno da atenção. In: ROTTA, Newra

T.; OHLWEILER, Ligia; RIESGO, Rudimar dos S. (Orgs.). Transtornos da

Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed,

2006. 315-328 p.

KANDEL, Eric R.; SCHWARTZ, James H., JESSELL, Thomas M. Principles of neural

science. New York: McGraw-Hill, 2000.

KESSELS, Roy P. C.; VAN DEN BERG, E.; RUIS, Carla; BRANDS, Augustina M. The

backward span of Corsi Block-Tapping task and its association with the WAIS-III digit span.

Assessment, v.15, n.4, p.426-434, 2008.

KESSLER, Ronald C.; ADLER, Lenard.; BARKLEY, Russell.; BIEDERMAN, Joseph;

CONNERS, Keith; DEMLER, Olga, M.A.; FARAONE, Stephen V.; GREENHILL, Laurence

L. M.D.; HOWES Mary J.; SECNIK, Kristina; SPENCER, Thomas; USTUN, Bedirhan;

WALTERS, Ellen E.; ZASLAVSKY, Alan M. The Prevalence and Correlates of Adult

ADHD in the United States: Results From the National Comorbidity Survey Replication. Am

J Psychiatry, v.163, p.716-723, april. 2006.

KIENTZ, M. A.; DUNN,W. Comparison of the performance of children with and without

autism on the Sensory Profile. American Journal of Occupational Therapy, v.51, n.7,

p.530–537, jul/aug.1997.

Page 87: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

71

KOENIG, Kristie Patten; RUDNEY, Sarah G. Performance challenges for children and

adolescents with difficulty processing and integrating sensory information: A systematic

review. American Journal of Occupational Therapy, v.64, n.3, p. 430– 442, may/jun. 2010.

KONESKI, Júlio Amaro S.; CASELLA, Erasmo Barbante. Attention deficit and hyperactivity

disorder in people with epilepsy, Diagnosis and implications to the treatment. Arq

Neuropsiquiatr, v.68, n.1, p. 107-114, 2010.

LACY, Timothy J.; HUGHES, John D. A Systems approach to behavioral neurobiology: inte-

grating psychodynamics and neuroscience in a psychiatric curriculum. Journal of the Ame-

rican Academy of Psychoanalysis and Dynamic Psychiatry, v.34, n.1, p.43-74, mar. 2006.

LANE, Shelly J.; MILLER, Lucy J.; HANFT, Barbara E. Toward a consensus in terminology

in sensory integration theory and practice, part 2: Sensory integration patterns of function and

dysfunction. Sensory Integration Special Interest Section Quarterly, v.23, n.2, 2000.

LANE, Shelly J.; REYNOLDS, S.; THACKER, L. Sensory Over-Responsivity and ADHD:

Differentiating Using Electrodermal Responses, Cortisol, and Anxiety. Frontier Integrative

Neuroscience, v.4, n.8, p. 1-11, 2010.

LISS, Miriam; SAULNIER, Celine; FEIN, Deborah; KINSBOURNE, Marcel. Sensory and

attention abnormalities in autistic spectrum disorders. Autism, v.10, n.2, p.155-172,

mar.2006.

LOPES, Regina Maria F.; Nascimento, Roberta F. L.; Bandeira, Denise R. Avaliação do

transtorno de déficit de atenção/hiperatividade em adultos (TDAH): uma revisão de literatura.

Avaliação Psicológica, v.4, n.1, p.65-74, 2005.

LOW, Ana Maria S. Diagnóstico neurofisiológico no Transtorno da atenção. In: ROTTA,

Newra T.; OHLWEILER, Ligia; RIESGO, Rudimar dos S (Orgs.). Transtornos da

Aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed,

2006.329-346 p.

LURIA, Alexander R. Fundamentos de Neuropsicologia. São Paulo: EDUSP, 1981. 346 p.

MACKIE, Susan.; SHAW, Philip Shaw.; LENROOT, Rhoshel; PIERSON, Ron;

GREENSTEIN, Deanna K.; NUGENT-III, Tom F.; SHARP, Wendy S.; GIEDD, Jay N.;

RAPOPORT, Judith L. Cerebellar. Development and Clinical Outcome in Attention Deficit

Hyperactivity Disorder. American Journal of Psychiatry, v.164, n.4, p. 647-655, apr. 2007.

MAGALHÃES, Lívia C. Integração Sensorial: uma abordagem específica da Terapia Ocupa-

cional. In: DRUMMOND, Adriana de F.; REZENDE, Márcia B. Intervenções da Terapia

Ocupacional. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

MAGALHÃES, Lívia C. Transtorno da Coordenação Motora e da Aprendizagem. In:

CAVALCANTI, Alessandra; GALVÃO; Cláudia. Terapia Ocupacional: fundamentação &

prática. Rio de Janeiro: Guanabara, 2007. 314-327 p.

MAKRIS, Nikos; SEIDMAN, Larry J, VALERA, Eve M.; BIEDERMAN, Joseph;

MONUTEAUX, Michael C.; KENEDY, David N.; CAVINESS, Verne S.; JR, BUSH,

Page 88: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

72

G.;CRUM, Katherine; BROWN, Ariel B.; FARAONE, Stephen V. Anterior Cingulate

Volumetric Alterations in Treatment-Naïve Adults With ADHD : A Pilot Study. Journal

Attention Disorders , v.13, n.4, p.407-413, jan. 2010.

MANGEOT, Shaley. D.; MILLER, Lucy J.; MCINTOSH, Daniel N.; MCGRATH-CLARKE,

Jude; HAGERMAN, Randi J.; GOLDSON Edward. Sensory modulation dysfunction in

children with attention deficit hyperactivity disorder. Developmental Medicine and Child

Neurology, v.43, n.6, p.399–406, jun. 2001.

MATTOS, Paulo; SEGENREICH, Daniel; SABOYA, Eloisa; LOUZÃ, Mário; DIAS,

Gabriela; ROMANO, Marcos. Adaptação transcultural para o português da escala Adult Self-

Report Scale para a avaliação do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) em

adultos. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 33, n.4, p. 188-194, 2006.

MAY-BENSON, Teresa. A.; KOOMAR, Jane. A. Systematic review of the research evidence

examining the effectiveness of interventions using a sensory integrative approach for children.

American Journal of Occupational Therapy, v.64, n.3, p. 403– 414, may/jun. 2010.

MCGOUGH, James J.; SMALLEY, Susan L.; MCCRACKEN, James T.; YANG, May;

DEL’HOMME, Melissa; LYNN, Deborah E., et al. Psychiatric comorbidity in adult attention

deficit hyperactivity disorder: Findings from multiplex families. American Journal of

Psychiatry, v.162, n.9, p.1621–1627, 2005.

MCINTOSH, DANIEL N.; MILLER, LUCY J.; SHYU, V.; DUNN, WINNIE. Overview of

the short sensory profile (SSP). In: DUNN, W. (Ed.). The Sensory Profile. San Antonio, TX:

Psychological Corporation, 1999, 59–74 p.

MEYERS, John E.; MEYERS, Kelly R. Rey Complex Figure Test and Recognition Trial:

Professional manual. Odessa, FL: Psychological Assessment Resources, 1995.

MICK, Eric; BIEDERMAN, Joseph; FARAONE, Stephen V.; SAYER, Julie; KLEIMAN,

Seth. Case-control study of ADHD and maternal smoking, alcohol use, and drug use during

pregnancy. Journal American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, v.41, n.4, p.

378-85, apr. 2002.

MILLER, Lucy Jane M, ANZALONE, M.E.; LANE, S.J.; CERMAK, S.A.; OSTEN, E.T.

Concept Evolution in Sensory Integration: a Proposed Nosology for Diagnosis. American

Journal of Occupational Therapy, v.61, n.2, p.135-140, mar/apr. 2007.

MILLER, Lucy Jane M., REISMAN, Judith E., MCINTOSH, Daniel N., SIMON, Jodie. An

Ecological Model of Sensory Modulation: Performance of Children with Fragile X Syndrome

Autistic Disorder, Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder and Modulation Disfunction. In:

ROLEY, Susanne S.; BLANCHE, Erna I.; SCHAAF, Roseann Eds.). Understanding the

nature of sensory integration with diverse populations. St. Louis, MO: Therapy Skill

Builders, 2001. 57-82 p

MILLER, Lucy Jane M., SUMMERS, Clare. Clinical Applications in Sensory Modulation

Dysfunction: Assessment and Intervention Considerations. In: ROLEY, Susanne S.;

BLANCHE, Erna I.; SCHAAF, Roseann C.(Eds.). Understanding the nature of sensory

Page 89: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

73

integration with diverse populations. St. Louis, MO: Therapy Skill Builders, 2001. 247-66

p

MILLER-KUHANECK, Heather; HENRY, Diana A.; GLENNON, Tara J; PARHAM, Diana

A.; ECKER, Cheryl. Sensory Processing Measure: Home form, main classroom form,

and school environments form. Los Angeles: Western Psychological Services, 2007.

MIRANDA, Mônica C.; MUSZKAT, Mauro Neuropsicologia do Desenvolvimento. In:

ANDRADE, V.M.; DOS SANTOS, F.H.; BUENO, O.F.A. Neuropsicologia Hoje. São

Paulo: Editora Artes Médicas Ltda, 2004. 211-224 p.

MOMO, Aline Rodrigues B.; SILVESTRE, Claudia; GRACIANI, Zodja. O processamento

sensorial como ferramenta para educadores: facilitando o processo de aprendizagem.

São Paulo: Memnon, 2008. 1-44 p.

MULLIGAN, Shelley. An analysis of Score Patterns of Children With Attention Disorders on

the Sensory Integration and Praxis Tests. American Journal of Occupational Therapy,

v.50, n.8, p. 647-654,1996.

MULLIGAN, Shelley. Patterns of Sensory Integration Dysfunction: A confirmatory factor

analysis. American Journal of Occupational Therapy, v. 52, n.10, p. 819–828, 1998.

MURPHY, Kevin R.; BARKLEY, Russell A.; BUSH, Tracie. Young adults with attention

deficit hyperactivity disorder: Subtype differences in comorbidity educational and clinical

history. Journal of Nervous and Mental Disease, v.190, n.3, p.147-157, mar. 2002.

NAHAS, Tatiana R.; XAVIER, Gilberto F. Atenção: Mecanismos e Desenvolvimento. In:

MELLO, Cláudia B.; MIRANDA, Mônica C.; MUSZKAT, Mauro. (Eds.). Neuropsicologia

do Desenvolvimento. São Paulo: Memnon, 2005. 46-76 p.

NEUMAN, Rosalind J.; SITDHIRAKSA, Nantawat; REICH, Wendy; JI, Ted H.C.;

JOYNER, Cynthia A.; SUN, Ling-Wei.; TODD, Richard D. Estimation of prevalence of

DSM-IV and latent class-defined ADHD subtypes in a population-based sample of child and

adolescent twins. Twin Research and Human Genetics, v.8, p. 392-401, 2005.

OLIVEIRA, Célia G.; ALBUQUERQUE, Pedro B. Diversidade de Resultados no Estudo do

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.25, n.1,

p. 93-102, jan/mar.2009.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação de Transtornos Mentais e de

Comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1993.

PARHAM, L. Diane.; MAILLOUX, Zoe. Sensory Integration. In: CASE- SMITH, J.;

ALLEN, A. S.; PRATT, P.N. (Eds).Occupational therapy for children. 3 ed. Sto Louis:

Mosby; 1996. 307-355 p.

PARHAM, L. Diane.; MAILLOUX, Zoe. Sensory Integration. In: J. CASE-SMITH (Ed.)

Occupational therapy for children. 5.ed.St.Louis, MO: Elsevier Inc., 2005. 356-411 p.

Page 90: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

74

PARUSH, Shula; SOHMER, Haim; STEINBERG, Avraham. Somatosensory function in boys

with ADHD and tactile defensiveness. Physiology & Behavior, v.90, n.4, p. 553-558, mar.

2007.

PARUSH, Shula; SOHMER, Haim; STEINBERG, Avraham; KAITZ, Marsha Somatosensory

functioning in children with attention deficit hyperactivity disorder. Developmental

Medicine and Child Neurology, v.39, p.464–468, 1997.

PEREIRA, Heloisa S.; ARAÚJO, Alexandra P. Q.; MATTOS, Paulo. Transtorno do déficit de

atenção e hiperatividade: aspectos relacionados à comorbidade como distúrbios da atividade

motora. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v.5,n.4, p.391-402, 2005.

POETA, Lisiane S.; NETO, Francisco R. Estudo epidemiológico dos sintomas do transtorno

do déficit de atenção/hiperatividade e transtornos de comportamento em escolas da rede

pública de Florianópolis usando a EDAH. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.26, n.3,

p.150-155, sept. 2004.

POLANCZYK, Guilherme; LIMA, Maurício S.; HORTA, Bernardo L.; BIEDERMAN,

Joseph; ROHDE, Luis A. The worldwide prevalence of ADHD: a systematic review and

metaregression analysis. American Journal Psychiatry, v.164, n.6, p.942-948, jun.2007.

POLATAJKO, Helene J.; CANTIN, Noemi. Exploring the effectiveness of occupational

therapy interventions, other than the sensory integration approach, with children and

adolescents experiencing difficulty processing and integrating sensory information. American

Journal of Occupational Therapy, v.64, n.3, p. 415-429, may/jun. 2010.

PONDÉ, Milena P.; FREIRE, Antônio Carlos C. Prevalence of attention deficit

hyperactivity disorder in school children in the city of Salvador, Bahia, Brazil.

Arquivos de Neuropsiquiatria, v.65, n.2, p.240-244, suppl.1, 2007.

POSSA, Mariana Aguiar; SPANEMBERG, Lucas; GUARDIOLA, Ana. Comorbidades do

transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças e escolares. Arquivos de

Neuropsiquiatria, v.63, n.2-B, p. 479-483, 2005.

PRAKASH, A. Jerome A.; VAISHAMPAYAN, Ashwini. A preliminary study of the sensory

processing abilities of children with cerebral palsy and typical children on the Sensory Profile.

The Indian Journal of Occupational Therapy, v.34, n.2, p. 28-34, 2007.

REBOLLO, Maria A. Disfunciones hemisféricas. Anatomia Neuropediatrica

Latinoamericana, v.3, n.1, p.1-19, 1991.

REYNOLDS, Stacey, LANE, Shelly J. Sensory over-responsivity and anxiety in children

with ADHD. American Journal Occupational Therapy, v.63, p. 433–440, 2009.

RIESGO, Rudimar dos S. Transtornos da atenção: comorbidades. In: ROTTA, Newra T.;

OHLWEILER, Ligia; RIESGO, Rudimar dos S. (Orgs.). Transtornos da Aprendizagem:

abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006. 347-363 p.

RIZZUTTI, Sueli; SINNES, Elaine Girão; SCARAMUZZA, Luzia Flávia; FREITAS, Lívia;

PINHEIRO, Denise; PALMA, Sonia M.; MELLO, Cláudia B.; MIRANDA, Mônica C.;

BUENO, Orlando Francisco A; MUSZKAT, Mauro. Clinical and neuropsychological profile

Page 91: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

75

in a sample of children with attention deficit hyperactivity disorders. Arquivos de Neuro-

Psiquiatria, v.66, n.4, p. 821–827, 2008.

ROBERTS, Jane. E. ; KING-THOMAS, Linda.; BOCCIA, Maria. L. Behavioral indexes of

the efficacy of sensory integration therapy. American Journal of Occupational Therapy,

v.61, n.5, p.555–562, sep/oct. 2007.

ROHDE, Luis A.; BIEDERMAN, Joseph; BUSNELLO, Ellis A.; ZIMMERMANN, Heloisa;

SCHMITZ, Marcelo; MARTINS, Silvia; TRAMONTINA Silza. ADHD in a school sample of

Brazilian adolescents: a study of prevalence, comorbid conditions and impairments. Journal

American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, v.38, n.6, p.716-722, jun. 1999.

ROHDE, Luis A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção /hiperatividade:

atualização. Jornal de Pediatria, v.80, n.2, p.61-70, suppl 0, 2004.

ROMAN, Tatiana.; RODHE, Luis A.; HUTZC, Maria H. Genes de suscetibilidade no

transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.24,

n.4, p. 196-201, 2002.

ROWLAND, A. S.; LESESNE, C. A.; ABRAMOWITZ, A. J. The epidemiology of attention-

deficit/hyperactivity disorder (ADHD): A public health view. Mental Retardation and

Developmental Disabilities Research Review, v. 8, n.3, p. 162–170, 2002.

ROMANELLI, E. J. Neuropsicologia Aplicada aos Distúrbios de Aprendizagem -

Prevenção e Terapia. In: MELO, M. M.; RIBEIRO, L.A.(Org.). Temas em Educação II.

Curitiba: Futuro Congressos e Eventos, 2003, 49-62 p.

ROTTA, Newra T. Transtorno da atenção: aspectos clínicos. In: ROTTA, Newra T.;

OHLWEILER, Ligia; RIESGO, Rudimar dos S (Orgs.). Transtornos da Aprendizagem:

abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006. 301-313 p.

RUBIA, Katya. “Cool” Inferior Frontostriatal Dysfunction in Attention-Deficit/Hyperactivity

Disorder Versus “Hot” Ventromedial Orbitofrontal-Limbic Dysfunction in Conduct Disorder:

A Review. Biol Psychiatry, p. 1-19, 2010.

SABOYA, Eloisa; SARAIVA, Dagoberto; PALMINI, André; LIMA, Pedro; COUTINHO,

Gabriel. Disfunção executiva como medida de funcionalidade em adultos com TDAH. Jornal

Brasileiro de Psiquiatria, v.56,supl.1, p. 30-33, 2007.

SCHILLING, Denise L.; WASHINGTON, Kathleen; BILLINGSLEY, Felix F.; DEITZ, Jean.

Classroom seating for children with attention deficit hyperactivity disorder: Therapy balls

versus chairs. American Journal of Occupational Therapy, v.57, n.5, p.534–541, 2003.

SCHMITZ, Marcelo; POLANCZYK, Guilherme; ROHDE, Luis Augusto P. TDAH: remissão

na adolescência e preditores de persistência em adultos. Jornal Brasileiro de Psiquiatria,

v.56, suppl.1, p.25-29, 2007.

SHORT, Elizabeth. J.; FAIRCHILD, Lynn; FINDLING, Robert L.; MANOS, Michael J.

Developmental and subtype differences in behavioral assets and problems in children

diagnosed with ADHD. Journal of Attention Disorders, v.11, n.1, p.28-36, jul.2007.

Page 92: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

76

SKARD, G.; BUNDY, A.The test of playfulness. In PARHAM, L. Diane; FAZIO Linda S.

Fazio (Eds.), Play in occupational therapy for children. St. Louis, MO: Mosby, 2008.71-94

p.

SOUZA, Isabella; SERRA, Maria A.; MATTOS, Paulo; FRANCO, Vanessa A.

Comorbidades em crianças e adolescentes com Transtorno do Déficit de Atenção Resultados

Preliminares. Arq Neuropsiquiatr, v.59, n.2-B, p.401-406, 2001.

SPENCER, Thomas J.; BIEDERMAN, Joseph; MICK, Eric Attention-Deficit/Hyperactivity

Disorder: Diagnosis, Lifespan, Comorbidities, and Neurobiology. Journal of Pediatric

Psychology, v.32, n.6, p. 631-642, 2007.

SPITZER, Susan; ROLEY, Susanne S. Sensory Integration Revisited: A Philosophy of

Practice. In: ROLEY, Susanne S.; BLANCHE, Erna I.; SCHAAF, Roseann (Eds.).

Understanding the nature of sensory integration with diverse populations. St. Louis, MO:

Therapy Skill Builders, 2001. 89–108 p.

STALLER, Jud; FARAONE, Stephen V. Attention-de hyperactivity disorder in girls

epidemiology and management. CNS Drugs, v.20, n.2, p.107-123, 2006.

STEIN, Lilian M. TDE: teste de desempenho escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1994.

STEINHAUSEN, Hans-Christoph. The heterogeneity of causes and courses of attention-

deficit/hyperactivity disorder. Acta Psychiatr Scand, v.120, n.5, p.392-399, nov. 2009.

STERFANATOS, Gerry A.; BARON, Ida S. Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder: A

Neuropsychological Perspective Towards DSM-V. Neuropsychol Rev, v.17, p.5–38, 2007.

SWANSON, James M.; KINSBOURNE, Marcel; NIGG, Joel; LANPHEAR, Bruce;

STEFANATOS Gerry A.; VOLKOW, N.; TAYLOR, Eric; CASEY, B.J.; CASTELLANOS,

Francisco X.; WADHWA, Pathik D. Etiologic subtypes of attention-deficit/hyperactivity

disorder: brain imaging, molecular genetic and environmental factors and the dopamine

hypothesis. Neuropsychol Rev, v.17, p.39–59, 2007.

TAYLOR, Eric; DOPFNER, Manfred; SERGEANT, Joseph; ASHERSON, Philip;

BANASCHEWSKI, Tobias; BUITELAAR, Jan; COGHILL, David; DANCKAERTS,

Marina; ROTHENBERGER, Aribert; SONUGA-BARKE, Edmund; STEINHAUSEN, Hans-

Chistoph.; ZUDDAS, Alessandro. European clinical guidelines for hyperkinetic disorder -

first upgrade. European Child & Adolescent Psychiatry, v.13, suppl.1, p.7-30, 2004.

THAPAR, Anita; LANGLEY, Kate; ASHERSON, Philip; GILL, Michael. Gene-environment

interplay in attention-deficit hyperactivity disorder and the importance of a developmental

perspective Britsh Journal of Psychiatry, v. 190, p.1-3, 2007.

VANDENBERG, Nancy L. The use of a weighted vest to increase on-task behavior in

children with attention difficulties. American Journal of Occupational Therapy, v.55, n.6,

p. 621–628, 2001.

VASCONCELOS Marcio M.; WERNER, Jairo Jr.; MALHEIROS Ana Flavia de A.; LIMA,

Daniel F. N.; SANTOS, Ítalo S.O.S.; BARBOSA, Jane Bardawil. Prevalência do transtorno

Page 93: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

77

de déficit de atenção/ hiperatividade numa escola pública primária. Arquivos de

Neuropsiquiatria, v.61, n.1, p.67-73, 2003.

WATLING, Renee L.; DIETZ, Jean; White, Owen. Comparison of sensory profile scores of

young children with and without autism spectrum disorders. American Journal of

Occupational Therapy, v.55, n.4, p. 416–423, jul/aug. 2001.

WECHSLER, David. Escala de Inteligência Wechsler para Crianças. 3 ed. São Paulo:

Casa do Psicólogo, 2002. 322 p.

WHITE, Barbara Prudhomme.; MULLIGAN, Shelley. ; MERRILL, Kristen; WRIGHT, Jane.

An examination of the relationships between motor and process skills and scores on the

Sensory Profile. American Journal of Occupational Therapy, v.61, n.2, p.154-160.

YOCHMAN, Aviva; PARUSH, Shula; ORNOY, Asher. Response of preschool children with

and without ADHD to sensory events in daily life. American Journal of Occupational

Therapy, v.58, n.3, p.294-302, may/jun. 2004.

Page 94: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

78

ANEXO I - Carta à Escola

PERFIL DAS HABILIDADES DO PROCESSAMENTO SENSORIAL EM CRIANÇAS COM

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

Prezado(a) Diretor(a),

Meu nome é Vitoria Tiemi Shimizu, fisioterapeuta e pesquisadora. Venho por meio desta,

solicitar sua colaboração com o meu trabalho de mestrado, cujo objetivo é avaliar o perfil das

habilidades do processamento sensorial em crianças com Transtorno de Déficit de

Atenção/Hiperatividade (TDA/H), através do questionário Perfil Sensorial aplicado aos pais ou

cuidadores. Trata-se de um estudo que poderá beneficiar crianças com TDA/H, visando auxiliar no

processo de identificação e intervenção precoce dos distúrbios relacionados à dificuldade do sistema

nervoso em receber e filtrar as informações sensoriais (visuais, olfatórios, táteis, auditivos, de posição

e movimento do corpo), e dar respostas motoras e comportamentais adequadas.

Como citado anteriormente, o objetivo do nosso estudo é avaliar crianças que tiveram

diagnóstico de TDA/H através do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil (NANI); e

compará-las com crianças que não tem distúrbio e estudam na mesma escola. Dessa forma, o motivo

de meu contato ocorre pelo fato da criança que foi diagnosticada com TDA/H, participante do estudo,

ser aluno de sua escola. Para compararmos seu perfil ao do grupo sem distúrbio, será necessário

selecionar aleatoriamente 1 criança, com a mesma idade, mesmo sexo e pertencente à mesma classe

escolar, que não tenha problemas de aprendizado e/ou problemas de desenvolvimento. Esta criança

levará carta aos pais convidando um deles a comparecer à escola para ser entrevistado e dar o

consentimento para a participação da criança neste estudo. Necessitamos, na medida do possível, de

sala silenciosa para a entrevista. Serão realizada 1 sessão por criança. Cada sessão terá a duração de

cerca de 60 minutos.

Esta avaliação não utilizará nenhum tipo de medicação ou quaisquer outros procedimentos que

impliquem algum risco à saúde ou bem-estar da criança. Este estudo foi aprovado pelo Conselho de

Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

Antecipadamente agradecemos,

Vitoria Tiemi Shimizu Mônica Carolina Miranda

Pesquisadora Orientadora

Departamento de Psicobiologia – UNIFESP

Page 95: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

79

ANEXO II - Carta aos Pais/Responsáveis

PERFIL DAS HABILIDADES DO PROCESSAMENTO SENSORIAL EM CRIANÇAS COM

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

Prezados pais,

Meu nome é Vitoria Tiemi Shimizu, fisioterapeuta e pesquisadora. Venho por meio desta,

solicitar gentilmente sua colaboração com o meu trabalho de mestrado, cujo objetivo é avaliar o perfil

das habilidades do processamento sensorial em crianças com Transtorno de Déficit de

Atenção/Hiperatividade (TDA/H), através do questionário Perfil Sensorial aplicado aos pais ou

cuidadores. Trata-se de um estudo que poderá beneficiar crianças com TDA/H, visando auxiliar no

processo de identificação e intervenção precoce dos distúrbios relacionados à dificuldade do sistema

nervoso em receber e filtrar as informações sensoriais (visuais, olfatórios, táteis, auditivos, de posição

e movimento do corpo), e dar respostas motoras e comportamentais adequadas.

Como citado anteriormente o objetivo do nosso estudo é avaliar crianças que tiveram

diagnóstico de TDA/H através do Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil (NANI),

comparar com crianças que não tem distúrbio e que estudam na mesma escola. Dessa forma o motivo

de meu contato ocorre pelo fato da criança que foi diagnosticada com TDA/H, participante do estudo,

ser aluno da mesma escola e classe de seu(ua) filho(a).

Assim, seu(sua) filho(a) foi selecionado(a) para participar do grupo de crianças sem distúrbio

para que possa ser aplicado este instrumento. A entrevista com os pais ou cuidadores será realizada na

própria escola, em horário que não atrapalhe as atividades acadêmicas, previamente acordadas com a

diretoria da escola, em 1 sessão de 60 minutos.

Convidamos, dessa forma, o(a) senhor(a) a acompanhar seu filho na escola amanhã, para que

eu possa entrevistá-lo(a) e esclarecer dúvidas e benefícios da participação no estudo. Todas as

informações fornecidas ficarão em sigilo, inclusive o nome ou qualquer outra identificação da criança

ou da família.

Estou à disposição para esclarecer qualquer dúvida no endereço: Rua Embaú, 54 – V.

Clementino – São Paulo – ou pelo telefone (11) 5549-6899 ou celular: 8184-8815.

Antecipadamente agradecemos,

Vitoria Tiemi Shimizu Mônica Carolina Miranda

Pesquisadora Orientadora

Departamento de Psicobiologia - UNIFESP

Page 96: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

80

ANEXO III- Questionário Abreviado de Conners

CONSULTORIA EM NEUROPSICOLOGIA Ltda - Prof. Dr. Gilberto Ottoni de Brito

Nome da criança:.............................................................................................

Sexo:............................................................................................................

Data de nascimento: ................................................................................. I.C.: ...........................

Data de preenchimento:....................................................................................

Preenchido por: ..............................................................................................

Outras observações:

(use o verso se necessário)

CONSULTORIA EM NEUROPSICOLOGIA Ltda - Prof. Dr. Gilberto Ottoni de Brito

Observação Grau de atividade

Nenhum Pouco Razoável Muito

1. Irrequieto, superativo

2. Excitado, impulsivo

3. Perturba outras crianças

4. Não termina o que começa

5. Constantemente se mexendo (mesmo quando

sentado)

6. Desatento, facilmente distraído

7. Pedidos têm que ser imediatamente

atendidos – facilmente frustado

8. Chora com freqüência e facilidade

9. Humor muda drasticamente com rapidez

10. Explosões de raiva, comportamento

imprevisível, explosivo

Page 97: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

81

Questionário Abreviado de Conners

DESEMPENHO ACADÊMICO

Comparada com as turmas da mesma série, esta turma (a turma da criança) é:

Muito rápida Média Mais lenta

Em comparação com outras crianças da turma, o desempnho escolar da criança é:

Bem acima da média Acima da média Na média

Abaixo da média Bem abaixo da média

Qual o nível da criança para:

Leitura Ditado Aritmética

Bem acima da média Bem acima da média Bem acima da média

Acima da média Acima da média Acima da média

Na média Na média Na média

Abaixo da média Abaixo da média Abaixo da média

Bem abaixo da média Bem abaixo da média Bem abaixo da média

Há algum outro aspecto relevante no comportamento desta criança que você gostaria de acrescentar?

A criança está com algum tipo de atendimento terapêutico? (exemplos: neurológico; psicológico;

fonoaudiológico etc). Caso afirmativo, assinale:

Caso esta criança não esteja com algum tipo de atendimento terapêutico, em sua opinião, há necessidade de

encaminhamento ou mesmo de um atendimento especializado? Caso afirmativo, especifique:

A criança demonstra interesse por atividades de “estudo” ou livres? Voltado para que disciplina? Em sua

opinião, qual o por quê deste interesse?

DADOS FAMILIARES

Existem outras crianças da mesma família, freqüentando esta escola, que apresentem algum tipo de problemas?

Caso afirmativo, esclareça:

Page 98: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

82

ANEXO IV - QUESTIONÁRIO DE SAÚDE

Nome de quem preencheu esse questionário : ________________________________________________

Grau de parentesco com a criança: _________________

Fone residencial: ______________ Fone Celular: _______________ Fone do Trabalho: _____________

Endereço completo: ____________________________________________________________________

1. Nome completo da criança:

2. Nome do pai:

3. Nome da mãe:

4. Data de nascimento da criança:

5. A criança fala outra língua? ( ) não ( ) sim qual? _________________________________

6. Já apresentou: dores de ouvido freqüentes (otites)

7. Já apresentou ou ainda apresenta: Dificuldades para escutar ( ) não ( ) sim Usa aparelho para ouvir?

( ) não ( ) sim

8. Dificuldades para enxergar ( ) não ( ) sim Usa óculos? ( ) não ( ) sim lente ( ) cirurgia para

correção visão ( )

9. Já apresentou ou apresenta alguma dificuldade para produzir ou para compreender a fala?

10. A criança já teve algum acidente grave? ( ) não ( ) sim Descreva

11. Teve ou tem convulsão? ( ) não ( ) sim. Desde que idade? ________

12. A criança apresenta ou apresentou alguma doença grave (por ex. epilepsia, tumor, meningite, pneumonia)

ou psiquiátricas (depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade)

( ) não ( ) sim, qual / quais?

13. Já ficou hospitalizado? Quanto tempo?

14. A criança já tomou algum tipo de medicação por um longo período de tempo? ( ) não ( ) sim

Qual? ___________________________Por que? __________________________________

Por quanto tempo? _______________________ Se já parou há quanto

tempo?________________________

15. Com que idade a criança entrou na escola? _______________________ Fez pré-escola? ( ) sim ( ) não

16. A criança tem ou teve problemas para aprender a ler e escrever? ( ) não ( ) sim ________________

17. A criança repetiu alguma série? ( ) não ( ) sim quais?___________

18. Como você classifica o rendimento (ou desempenho) escolar de seu filho?

Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Muito bom ( ) Ótimo

Qual a maior dificuldade dele? Leitura ( ) Escrita ( ) Matemática ( ) Outros

_________________________

19. Tem problemas de sono ou para dormir? Que tipo?

20. Freqüenta algum tipo de tratamento (médico, psicológico, fonoaudiológico)? ( ) não ( ) sim. Qual?

_______________________________ Motivo?_____________

21. Outras Informações que achar importante USE O VERSO

Page 99: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

83

1. Quem é o chefe da família em sua casa?

( ) Pai ( ) Mãe ( ) outros _________________________

2. Qual a escolaridade da mãe (ou a responsável)

( ) Analfabeto/1ª a 4ª séries incompletas – última série que freqüentou:

( ) 1ª a 4ª séries completas (primário ou ensino fundamental I)

( ) 5ª a 8ª séries incompletas – última série que freqüentou:

( ) 5ª a 8ª séries completas (ginasial ou ensino fundamental II)

( ) 1º ao 3º anos incompletos – último ano que freqüentou:

( ) 1º ao 3º anos completos (colegial, científico ou ensino médio)/curso técnico, qual?

( ) Ensino superior incompleto – quantos anos freqüentou:

( ) Ensino superior completo

Qual a escolaridade do pai (ou responsável)

( ) Analfabeto/1ª a 4ª séries incompletas – última série que freqüentou:

( ) 1ª a 4ª séries completas (primário ou ensino fundamental I)

( ) 5ª a 8ª séries incompletas – última série que freqüentou:

( ) 5ª a 8ª séries completas (ginasial ou ensino fundamental II)

( ) 1º ao 3º anos incompletos – último ano que freqüentou:

( ) 1º ao 3º anos completos (colegial, científico ou ensino médio)/curso técnico, qual?

( ) Ensino superior incompleto – quantos anos freqüentou:

( ) Ensino superior completo

3.

Qual a Profissão do chefe da família ?: ________________________ Ocupação?: _______________

4.

Quais e quantos desses itens sua família possui?

TV em cores________ Vídeos-cassetes/DVD________

Rádios________ Banheiros_______ Carros_______ Empregados mensalistas________ Máquina de

lavar _______Geladeira _______

Freezer (separado ou 2ª porta da geladeira)_________

Page 100: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

84

ANEXO V – Escala Perfil Sensorial

Nome: Data de Avaliação:

Idade:

Série:

Parentesco:

A. Processamento Auditivo

B 1Responde com irritação ou fica incomodado com sons inesperados ou altos (ex: enceradeira,

latido de cachorro, secador de cabelo)1 2 3 4 5

B 2 Cobre os ouvidos com as mãos para se proteger dos sons 1 2 3 4 5

B 3 Tem dificuldade em completar tarefas quando o rádio está ligado 1 2 3 4 5

B 4 Distrai-se ou tem dificuldade em funcionar se há muito barulho ao redor 1 2 3 4 5

B 5 Não consegue trabalhar com barulho de fundo (ex: ventilador, geladeira) 1 2 3 4 5

A 6 Parece não ouvir o que você diz (ex. não liga para o que você diz, parece ignorar você) 1 2 3 4 5

A 7Não responde quando é chamado pelo nome, embora você saiba que a audição da criança

está boa1 2 3 4 5

A 8 Gosta de barulhos estranhos; procura fazer sons por prazer 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

B. Processamento Visual

B 9 Prefere ficar no escuro 1 2 3 4 5

B 10Demonstra desconforto ou evita luzes brilhantes (ex. esconde-se do sol através da janela do

carro)1 2 3 4 5

B 11 Feliz por estar no escuro 1 2 3 4 5

B 12 Frustra-se ao tentar encontrar objetos em fundos confusos (ex. uma gaveta desorganizada) 1 2 3 4 5

B 13 Tem dificuldade em montar quebra-cabeças (em comparação à crianças da mesma idade 1 2 3 4 5

B 14 Incomoda-se com luzes brilhantes, depois que outras crianças já se adaptaram 1 2 3 4 5

B 15 Cobre ou franze os olhos para se proteger da luz 1 2 3 4 5

A 16 Olha cuidadosa e intensamente para objetos/pessoas (ex: encara) 1 2 3 4 5

A 17Tem dificuldade em encontrar objetos em fundos confusos (ex: sapatos em um quarto

bagunçado, brinquedo preferido em uma "gaveta de bagunça")1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

Diagnóstico:

Respondido por:

Data de Nascimento:

Nome da Escola:

Nome do Professor:

PERFIL SENSORIAL - QUESTIONÁRIO PARA OS PAIS

PROCESSAMENTO SENSORIAL

Dunn, Winnie- Sensory Profile- The Psychological Corporation -1999

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Sem

pre

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Marque as respostas da seguinte forma:

SEMPRE a criança sempre responde dessa maneira, quando tem a oportunidade - 100%

FREQUENTEMENTE a criança responde dessa maneira, quando tem a oportunidade - 75%

OCASIONALMENTE a criança responde dessa maneira em mais ou menos 50% do tempo

RARAMENTE a criança responde dessa maneira em mais ou menos 25% do tempo

NUNCA a criança nunca responde dessa maneira - 0% do tempo

Favor marcar o que descreve a frequência com que a criança apresenta os comportamentos que se seguem. Caso não se

observe o comportamento ou acredite que não se aplique à sua criança, favor marcar um "X" na linha toda.

PROCESSAMENTO SENSORIAL

Sem

pre

Item

Item

Page 101: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

85

C. Processamento Vestibular

B 18 Fica ansioso ou nervoso quando os pés deixam o chão 1 2 3 4 5

B 19 Não gosta de atividades que fique de cabeça para baixo (ex:cambalhotas, lutas) 1 2 3 4 5

B 20 Evita brinquedos de parquinho ou brinquedos que se movem (ex: balanço, carrossel) 1 2 3 4 5

B 21 Não gosta de andar de carro 1 2 3 4 5

B 22Mantém cabeça ereta, mesmo quando se curva ou se apóia (ex: mantém uma posição rígida

durante uma atividade)1 2 3 4 5

B 23 Desorienta-se ao debruçar-se sobre a pia ou mesa (ex: cai ou sente-se tonto) 1 2 3 4 5

A 24Procura todos os tipos de movimento e isto interfere nas rotinas diárias (ex:não pára sentado,

movimenta-se demais)1 2 3 4 5

A 25Procura todos os tipos de atividades com movimento (ex:ser rodopiado por um adulto,

carrossel, brinquedos de parque, brinquedos que se movem)1 2 3 4 5

A 26 Rodopia/gira frequentemente durante o dia (ex: gosta de ficar tonto) 1 2 3 4 5

A 27 Balanceia inconsistentemente (ex:enquanto assiste televisão) 1 2 3 4 5

A 28 Balanceia na cadeira/ carteira/ chão 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

D. Processamento Tátil

B 29 Evita sujar-se (ex:cola, areia, pintura a dedo, durex) 1 2 3 4 5

B 30Irrita-se durante tarefas de higiene (ex:luta ou chora para cortar o cabelo, lavar o rosto, cortar

as unhas)01 2 3 4 5

B 31 Prefere roupas de manga comprida quando está calor ou de manga curta quando está frio 1 2 3 4 5

B 32 Irrita-se no dentista ou escovação dos dentes (luta ou chora) 1 2 3 4 5

B 33 É sensível a certos tecidos (enjoado para roupas ou roupas de cama) 1 2 3 4 5

B 34 Irrita-se com meias ou sapatos 1 2 3 4 5

B 35 Evita andar descalço, especialmente em areia ou grama 1 2 3 4 5

B 36 Reage emocional ou agressivamente ao toque 1 2 3 4 5

B 37 Evita respingo de água 1 2 3 4 5

B 38 Tem dificuldade em ficar em fila ou próximo de pessoas 1 2 3 4 5

B 39 Esfrega ou coça o local em que foi tocado 1 2 3 4 5

A 40 Toca as pessoas ao ponto de irritar 1 2 3 4 5

A 41 Mostra necessidade pouco comum de tocar certos objetos, superfícies ou texturas 1 2 3 4 5

A 42 Consciência de dor e temperatura diminuída 1 2 3 4 5

A 43 Não parece notar quando alguém toca seu braço ou costas (ex: não reage) 1 2 3 4 5

A 44 Evita sapato, adora andar descalço 1 2 3 4 5

A 45 Toca pessoas e objetos 1 2 3 4 5

A 46 Parece não notar quando o rosto ou mão estão sujos 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Sem

pre

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Fre

quente

mente

Item

Item

Sem

pre

Page 102: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

86

E. Processamento Multisensorial

47 Perde-se facilmente (mesmo em ambientes familiares) 1 2 3 4 5

48 Tem dificuldade de prestar atenção 1 2 3 4 5

B 49 Desvia atenção das tarefas para prestar atenção a tudo o que ocorre na sala 1 2 3 4 5

A 50 Parece desligado à atividade do ambiente (ex: não nota a atividade) 1 2 3 4 5

A 51 Pendura-se nas pessoas, mobília e objetos, mesmo em situações familiares 1 2 3 4 5

A 52 Anda nas pontas dos pés 1 2 3 4 5

A 53 Deixa roupas torcidas no corpo 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

F. Processamento Sensorial Oral

B 54 Tem ânsia de vômito com comida ou utensílios na boca 1 2 3 4 5

B 55 Evita certos sabores ou cheiros de comida que são típicos da dieta infantil 1 2 3 4 5

B 56 Come apenas certos sabores. Enumere: 1 2 3 4 5

B 57 Limita-se a certas texturas/temperaturas de comida. Enumere: 1 2 3 4 5

B 58 Enjoado para comer, especialmente em relação à texturas da comida 1 2 3 4 5

A 59 Cheira objetos não comestíveis 1 2 3 4 5

A 60 Mostra preferência acentuada por certos cheiros. Enumere: 1 2 3 4 5

A 61 Mostra preferência acentuada por certos sabores. Enumere: 1 2 3 4 5

A 62 Deseja certas comidas.Enumere: 1 2 3 4 5

A 63 Procura certos sabores ou cheiros. Enumere: 1 2 3 4 5

A 64 Mastiga ou lambe objetos não comestíveis 1 2 3 4 5

A 65 Coloca objetos na boca (ex:lápis, mão) 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

G. Processamento Relacionado à Tolerância e Tônus

66 Rígido ao mover-se 1 2 3 4 5

A 67 Cansa-se facilmente quando em pé ou mantendo uma posição em particular 1 2 3 4 5

A 68 Trava as articulações (ex:joelhos, cotovelos) para estabilidade 1 2 3 4 5

A 69 Parece ter músculos fracos 1 2 3 4 5

A 70 Tem preensão fraca 1 2 3 4 5

A 71Não consegue levantar objetos pesados (ex: fraco em comparação aos colegas da mesma

idade)1 2 3 4 5

A 72 Apóia-se para se manter (mesmo durante a atividade) 1 2 3 4 5

A 73 Baixa resistência. Cansa-se facilmente 1 2 3 4 5

A 74 Parece letárgico (ex:não tem muita energia) 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Item Sem

pre

Sem

pre

Item

Item

MODULAÇÃO

Sem

pre

Page 103: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

87

H. Modulação Relacionada á Posição do Corpo e Movimento

75 Tem tendência a acidentes 1 2 3 4 5

76 Hesita subir ou descer da calçada ou degrau (ex: é cuidadoso, pára antes de se mover) 1 2 3 4 5

B 77 Tem medo de cair ou de altura 1 2 3 4 5

B 78 Evita subir/pular ou evita terreno não plano 1 2 3 4 5

B 79 Apóia-se na parede ou corrimão (ex:gruda) 1 2 3 4 5

A 80 Arrisca-se muito durante as brincadeiras (ex: sobe no alto da árvore) 1 2 3 4 5

A 81Arrisca-se subindo ou em movimentos durante a brincadeira de modo que comprometa sua

segurança pessoal1 2 3 4 5

A 82 Vira o corpo todo para olhar você 1 2 3 4 5

A 83 Procura oportunidades para cair sem se preocupar com sua segurança pessoal 1 2 3 4 5

A 84 Parece gostar de cair 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

I. Modulação do Movimento Afetando o Nível de Atividade

B 85 Passa a maior parte do tempo em brincadeiras sedentárias 1 2 3 4 5

B 86 Prefere brincadeira quieta, sedentária (ex: livros, TV, computador) 1 2 3 4 5

B 87 Procura opções de brincadeiras sedentárias 1 2 3 4 5

B 88 Prefere atividades sedentárias 1 2 3 4 5

A 89 Torna-se muito agitado durante brincadeiras de movimento 1 2 3 4 5

A 90 Sempre em movimento 1 2 3 4 5

A 91 Evita brincadeiras quietas 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

J. Modulação Sensorial Afetando Respostas Emocionais

92Precisa de mais proteção na vida do que outras crianças (ex: indefeso física ou

emocionalmente) 1 2 3 4 5

B 93 Rituais rígidos em higiene pessoal 1 2 3 4 5

A 94 Excessivamente afetivo com outros 1 2 3 4 5

A 95 Não percebe linguagem corporal ou expressão facial (ex:incapaz de interpretar) 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Item

Sem

pre

Sem

pre

Item Sem

pre

Item

Page 104: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

88

K. Modulação do Estímulo Visual Afetando Resposta Emocional e Nível de Atividade

B 96 Evita contato olho a olho 1 2 3 4 5

A 97 Olha intensamente para objetos e pessoas 1 2 3 4 5

A 98 Observa todos, quando se movem pela sala 1 2 3 4 5

A 99 Nota quando as pessoas entram na sala 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

L. Respostas Comportamentais e Emocionais

100 Parece ter dificuldade em gostar de si mesmo (ex: baixa auto-estima) 1 2 3 4 5

101 Tem dificuldade em "crescer"(ex:reage de forma imatura às situações) 1 2 3 4 5

102 Sensível a críticas 1 2 3 4 5

103 Tem medos definidos (ex:medos são previsíveis) 1 2 3 4 5

104 Parece ansioso 1 2 3 4 5

105 Exibe repentes emotivos quando não é bem sucedido em tarefa 1 2 3 4 5

106 Expressa sentir-se fracassado 1 2 3 4 5

107 É teimoso e não coopera 1 2 3 4 5

108 Tem ataques de birra 1 2 3 4 5

109 Baixa tolerância à frustração 1 2 3 4 5

110 Chora facilmente 1 2 3 4 5

111 Sério demais 1 2 3 4 5

112 Tem dificuldade em fazer amizades (ex:não interage ou participa de brincadeiras em grupo) 1 2 3 4 5

113 Tem pesadelos 1 2 3 4 5

114 Tem medos que interferem em suas rotina diária 1 2 3 4 5

115 Não tem senso de humor 1 2 3 4 5

116 Não expressa emoções 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

M. Resultados Comportamentais do Processamento Sensorial

117 Fala consigo mesmo durante as tarefas 1 2 3 4 5

118 Escrita ilegível 1 2 3 4 5

119 Tem dificuldade em ficar entre linhas quando escrevendo ou colorindo 1 2 3 4 5

120Usa métodos ineficientes para fazer as coisas (ex: desperdiça tempo, move-se

vagarosamente, faz coisas do modo mais difícil)1 2 3 4 5

B 121 Tem dificuldade em tolerar mudanças de planos e expectativas 1 2 3 4 5

B 122 Tem dificuldade em tolerar mudanças de rotinas 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Item Sem

pre

COMPORTAMENTO E RESPOSTAS EMOCIONAIS

Item Sem

pre

Sem

pre

Item

Page 105: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

89

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

N. Itens Indicando Limiares de Respostas

123 Pula de uma atividade para outra de modo que interfere no brincar 1 2 3 4 5

A 124 Deliberadamente cheira objetos 1 2 3 4 5

A 125 Não parece sentir cheiros fortes 1 2 3 4 5

Escore Bruto Total da Seção

Comentários:

Fre

quente

mente

Ocasio

nalm

ente

Rara

mente

Nunca

Sem

pre

Item

Escore

Bruto

Escore

Bruto

Escore

Bruto

Escore

Bruto

Escore

Bruto

Escore

Bruto

Escore

Bruto

Escore

Bruto

Escore

Bruto

8 92 66 55 3 35 18 85 13

24 100 67 56 4 42 19 86 118

25 101 68 57 5 43 77 87 119

26 102 69 58 6 95 78 88

44 103 70 59 7 99

45 104 71 60 48 115

46 105 72 61 49 116

51 106 73 62 125

80 107 74 63

81 108

82 109

83 110

84 111

89 112

90 121

94 122

123

Escore

Total

A- Alto Limiar

B- Baixo Limiar

LEGENDA

Auditivo

Nível de Atividade

Posição do Corpo

Visual

Gosto/Olfato

ItemItem

Inatenção

Distrabilidade

Emocional

Movimento

Toque

Escore

Total

Fator 2 Fator 3 Fator 4

Escore

Total

ItemItem Item ItemItem

Escore

Total

Fator 5 Fator 6 Fator 7 Fator 8 Fator 9

Escore

Bruto Total

Reatividade

Emocional

Item

Escore

Total

Escore

Total

Escore

Total

Sensibilidade Sens.

Oral

Item

Escore

Total

Grade de Fator

Procura SensorialBaixa

Resistência/Tônus

Sensibilidade

Sensorial

Instruções: Transfira do questionário o escore do item que corresponde a cada item listado.

Some a coluna dos escores para identificar a o escore total de cada fator

Mau Registro SedentárioPercepção/ Motor

Fino

Fator 1

Page 106: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

90

RE

SU

MO

DA

S S

ÕE

S

Instr

uções:

Tra

nsfir

a o

escore

de c

ada fato

r para

a c

olu

na d

o E

score

Bru

to T

ota

l/ S

eção

Pro

ce

ssa

me

nto

Se

nso

ria

l

Esc

ore

Bru

to T

ota

l

/ S

eçã

o

Pe

rfo

rma

nce

Típ

ica

Pro

ve

l

Dif

ere

nça

De

fin

itiv

a

Dif

ere

nça

A.

Pro

cessam

ento

Auditiv

o/4

040

---

30

29

---

26

25

---

8

B.

Pro

cessam

ento

Vis

ual

/45

45

---

32

31

---

27

26

---

9

C.

Pro

cessam

ento

Vestibula

r/5

555

---

48

47

---

45

44

---

11

D.

Pro

cessam

ento

Tátil

/90

90

---

73

72

---

65

64

---

18

E.

Pro

cessam

ento

Multis

ensorial

/35

35

---

27

26

---

24

23

---

7

F.

Pro

cessam

ento

Sensorial O

ral

/60

60

---

46

45

---

40

39

---

12

Mo

du

laçã

o S

en

sori

al

G.P

rocessam

ento

Rela

cio

nado à

Tole

rância

e T

ônus

/45

45

---

39

38

---

36

35

---

9

H.M

odula

ção R

ela

cio

nado à

Posiç

ão d

o C

orp

o e

Movi

mento

/50

50

---

41

40

---

36

35

---

10

I. M

odula

ção d

o M

ovi

mento

Afe

tando N

ível de A

lert

a/3

535

---

23

22

---

19

18

---

7

J. M

odula

ção S

ensorial A

feta

ndo R

esposta

s E

mocio

nais

/20

20

---

16

15

---

14

13

---

4

K.

Modula

ção d

o E

stím

ulo

Vis

ual A

feta

ndo R

esposta

Em

ocio

nal e N

ível de A

tivi

dade.

/20

20

---

15

14

---

12

11

---

4

Re

spo

sta

s E

mo

cio

na

is e

Co

mp

ort

am

en

tais

L.

Resposta

s C

om

port

am

enta

is e

Em

ocio

nais

/8

585

---

63

62

---

55

54

---

17

M.R

esultados C

om

port

am

enta

is d

o P

rocessam

ento

Sensorial

/30

30

---

22

21

---

19

18

---

6

N.

Itens indic

ando L

imia

res d

e R

esposta

s/1

515

---

12

11

---

10

9

---

3

RE

SU

MO

DO

S F

AT

OR

ES

Instr

uções:

Tra

nsfir

a o

escore

de c

ada fato

r para

a c

olu

na d

o E

score

Bru

to T

ota

l/ F

ato

r

A p

art

ir d

o e

score

obtido,

marq

ue u

m X

na c

olu

na d

a c

lassifi

cação a

pro

priada

Fa

tore

s

Esc

ore

Bru

to

To

tal/

Fa

tor

Pe

rfo

rma

nce

Típ

ica

Pro

ve

l

Dif

ere

nça

De

fin

itiv

a

Dif

ere

nça

1.

Pro

cura

Sensorial

/85

85

---

63

62

---

55

54

---

17

2.

Reativi

dade E

mocio

nal

/80

80

---

57

56

---

48

47

---

16

3.

Baix

a R

esis

tência

/Tônus

/45

45

---

39

38

---

36

35

---

9

4.

Sensib

ilidade S

ens.

Ora

l/4

545

---

33

32

---

27

26

---

9

5.

Inate

nção D

istr

abili

dade

/35

35

---

25

24

---

22

21

---

7

6.

Mau R

egis

tro

/40

40

---

33

32

---

30

29

---

8

7.

Sensib

ilidade S

ensorial

/20

20

---

16

15

---

14

13

---

4

8.

Sedentá

rio

/20

20

---

12

11

---

10

9

---

4

9.P

erc

epção/

Moto

r F

ino

/15

15

---

10

9

---

87

---

3

Page 107: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

91

ANEXO VI - Carta de Aprovação do Comitê de Ética Institucional

Page 108: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

92

Page 109: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

93

Page 110: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

94

ANEXO VII - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

A aluna de mestrado Vitoria Tiemi Shimizu da Universidade Federal de São Paulo - Escola

Paulista de Medicina, está realizando uma pesquisa cujo título é "Perfil das habilidades do

processamento sensorial em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDA/H)

”.

O objetivo do estudo é avaliar o perfil das habilidades de Processamento Sensorial em crianças

com Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH), através do questionário , aplicado aos

pais ou cuidadores. Trata-se de um estudo que poderá beneficiar crianças com TDA/H, visando

auxiliar no processo de identificação de distúrbios e intervenção precoce. A intervenção tem caráter

indolor e não invasivo, além de não causar nenhum desconforto ou dano físico e psicológico.

Participarão deste estudo, crianças que passaram pela avaliação no Núcleo de Atendimento

Neuropsicológico Infantil (NANI) e receberam o diagnóstico de TDA/H. Entraremos em contato com

suas respectivas escolas e selecionaremos aleatoriamente 1 criança, com a mesma idade, mesmo sexo

e pertencente à mesma classe escolar, que não tenha problemas de aprendizado e/ou problemas de

desenvolvimento, que, após o consentimento dos pais, participará do estudo. Será realizada 1 sessão de

entrevista com os pais ou cuidadores da criança. Cada sessão terá a duração de 60 minutos.

A aplicação do questionário aos pais ou cuidadores consiste em perguntas referentes às

habilidades de processamento sensorial e as respostas das crianças a eventos sensoriais do dia-a-dia,

não tendo caráter de prejuízo físico ou emocional. Não será retirado sangue ou realizado qualquer

outro procedimento médico além da entrevista. A aplicação do questionário não causa nenhum tipo de

desconforto à criança. Não há benefício direto para o participante, pois se trata de estudo que irá

verificar habilidades de processamento sensorial de crianças com TDA/H comparados a crianças do

grupo controle, grupo no qual sua criança de insere. Em qualquer etapa do estudo, os pais terão acesso

à profissional responsável pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas no endereço:

Universidade Federal de São Paulo, na rua: Embaú, 54 – V. Clementino – SP – fone 5549-6899 ou

55498476. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato

com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Botucatu, 572 – 1º andar – cj 14, 5571-1062, FAX:

5539-7162 – E-mail: [email protected].

É garantida a liberdade da retirada de consentimento, a qualquer momento, e deixar de

participar do estudo, sem qualquer prejuízo para os pais ou para a criança. As informações obtidas

serão analisadas em conjunto com outras crianças, não sendo divulgada a identificação de nenhum

colaborador. Os pais têm o direito de se manterem atualizados sobre os resultados parciais da

pesquisa. Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Também não há

compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será

Page 111: VITORIA TIEMI SHIMIZU Perfil das habilidades do ...SNAP-IV – Swanson, Nolan and Pelham escala de avaliação de sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade para

95

absorvida pelo orçamento da pesquisa. A pesquisadora se compromete a utilizar os dados e o material

coletado somente para esta pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que

foram lidas para mim, descrevendo o estudo PERFIL DAS HABILIDADES DO

PROCESSAMENTO SENSORIAL EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE

ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE

Foi discutido com a pesquisadora Vitoria Tiemi Shimizu, sobre a minha decisão de

permitir que meu(minha) filho(a) participe desse estudo. Ficaram claros para mim quais são os

propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as

garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a

participação do meu(minha) filho(a) é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em

participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou

durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter

adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

Data___/____/_____ Data____/_____/_____

__________________________________ ___________________________________

Assinatura do colaborador/representante legal Assinatura da Testemunha

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido do

representante legal para a participação neste estudo.

Data_____/______/______

Vitoria Tiemi Shimizu

Pesquisadora – Departamento de Psicobiologia – UNIFESP