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  • 1Marcos Pacco

    Questes Comentadas

    Cespe

    Gramtica

  • TODOS OS DIREITOS RESERVADOS De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperao de informaes ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrnico ou mecnico sem o prvio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor.

    Editora Sintagma SIG, Quadra 01, Lote 495, Braslia-DFEd.: Baro do Rio Branco Sala 110 CEP.: 71.610.410 Tel.: 3033-8475

    EditorMarcos Pacco

    Conselho EditorialMarcos Pacco

    Renata RibeiroTiago Frana

    DiagramaoAntnio Francisco Pereira

    CapaGuilherme Alcntara

    RevisoLucas Ribeiro

    Pacco, Marcos.Questes Comentadas: Gramtica Volume 1 CESPEMarcos Pacco 1 ed.Editora Sintagma Braslia, DF: Sintagma Editora, 2011

    170 p.

    1. Brasil: Questes Comentadas: Gramtica.

    CDD 469

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    EditoraSintagma

    10/2011 Editora Sintagma

    Esta obra parte integrante da Novssima Gramtica Aplicada ao Texto, mas pode ser vendida separadamente.

  • A o meu Mestre, Jesus Cristo, minha fonte de vida.Aos meus familiares, minha fonte de apoio.

    Aos meus alunos, minha fonte de inspirao.

  • APRESENTAO

    Este livro o primeiro volume da srie QUESTES COMENTADAS DE PORTUGUS. Acreditamos que, assim como um atleta profissional precisa dedicar-se proficuamente aos treinos fsicos para obter xito nas competies, os concursandos e vestibulandos precisam dedicar-se ao treino intelectual para alcanarem a to sonhada vaga no servio pblico ou na universidade, respectivamente.

    Resolver questes de provas anteriores , comprovadamente, um dos mtodos mais eficazes de preparao para concursos e vestibulares. A Editora Sintagma tem a imensa satisfao de contribuir, por meio desta obra, para o sucesso dos candidatos que se preparam para tal finalidade.

    Esta obra rene vrias provas do Cespe/UnB e as classifica por tema, em conformidade com o contedo programtico dos editais. Alm de separadas por assunto, as questes possuem respostas comentadas pelo autor. Alguns comentrios chegam a ser verdadeiros resumos de aulas de Gramtica.

    Cremos termos feito um bom trabalho. Entretanto, quaisquer crticas e sugestes que visem ao seu aperfeioamento sero bem vindas.

    Bom treino!

    O Editor

  • Captulo 1Classes Gramaticais Variveis ............................................................... 11

    Artigos, substantivos, adjetivos e numerais .................................... 11Pronomes ........................................................................................ 13Verbos ............................................................................................. 21

    Comentrios .......................................................................................... 26

    Captulo 2Classes Gramaticais Invariveis ............................................................ 37

    Preposies ..................................................................................... 37Conjunes ..................................................................................... 40Advrbios e palavras denotativas ................................................... 42

    Comentrios .......................................................................................... 45

    Captulo 3Regncia Verbal e Nominal ................................................................... 51Comentrios .......................................................................................... 58

    Captulo 4Crase ...................................................................................................... 65Comentrios .......................................................................................... 70

    Captulo 5Sintaxe do Perodo Simples ................................................................... 75Comentrios .......................................................................................... 80

    Captulo 6Sintaxe do Perodo Composto ............................................................... 85Comentrios .......................................................................................... 92

    SUMRIO

  • Captulo 7Pontuao ............................................................................................ 101Comentrios ........................................................................................ 114

    Captulo 8Partcula Se .......................................................................................... 125Comentrios ........................................................................................ 129

    Captulo 9Concordncia Verbal e Nominal .......................................................... 133Comentrios ........................................................................................ 141

    Captulo 10Colocao Pronominal ........................................................................ 149Comentrios ........................................................................................ 152

    Captulo 11Domnio das Relaes Morfossintticas, Semnticas e Discursivas ... 155Comentrios ........................................................................................ 159

    Captulo 12Acentuao e Ortografia ...................................................................... 165Comentrios ........................................................................................ 158

  • Questes Comentadas:GramtiCa

    CESPE/UnB

  • 11

    Artigos, substantivos, adjetivos e numerais

    Machado pode ser considerado, no contexto histrico em que

    surgiu, um espanto e um milagre, mas o que me encanta de forma

    mais particular o fato de que ele estava, o tempo todo, pregando

    peas nos leitores e nele mesmo.

    1. No texto, o termo o que precede que (.2), fato (.3) e tempo (.3) classifica-se como artigo nas trs ocorrncias.

    As vivncias do tempo e do espao constituem dimenses funda-mentais de todas as experincias humanas. O ser, de modo geral, s

    possvel nas dimenses reais e objetivas do espao e do tempo.

    2. Na linha 2, o termo s possvel indica que ser est empregado como verbo, no como substantivo, sinnimo de pessoa.

    XV Trabalhar com metodologia interativa: grupos, seminrios,

    jogos, estudo do meio, experimentao, problematizao, temas

    geradores, projetos e monitoria.

    3. Em XV, as aluses a metodologias interativas esto representadas apenas pelos substantivos abstratos experimentao e problematizao.

    Classes GramaticaisVariveis

    Cap

    tulo 1

  • Marcos Pacco

    12

    1 Uma deciso singular de um juiz da Vara de Execues Criminais de Tup, pequena cidade a 534 km da cidade de So Paulo, impondo critrios bastante rgidos para que os estabelecimentos penais da regio possam receber novos presos, confirma a dramtica dimenso

    5 da crise do sistema prisional.

    4. As palavras singular (.1) e dramtica (.4) qualificam, respectiva-mente, os substantivos deciso (.1) e dimenso (.4).

    Tivera uma peleteria numa cidade onde fazia um calor dos infernos quase o ano inteiro. Claro que foi falncia, mas suas freguesas nunca foram to bonitas, embora to poucas.

    5. No trecho fazia um calor dos infernos quase o ano inteiro (.1-2), a substituio de dos infernos por infernal manteria a correo gramati-cal e o sentido do texto.

    O problema poltico essencial para o intelectual no criticar os contedos ideolgicos que estariam ligados cincia nem fazer com que sua prtica cientfica seja acompanhada por uma ideologia justa; mas saber se possvel constituir uma nova poltica da verdade.

    6. A correo gramatical e o sentido do texto seriam mantidos com a substi-tuio do termo da verdade (.4) pelo adjetivo verdadeira.

    Foi assim que o mais importante crtico literrio do mundo, o norte-americano Harold Bloom, 77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gnio Os 100 Autores Mais Criativos da Histria da Literatura (Ed.Objetiva, 2002), os melhores escritores do mundo segundo seus critrios e gosto particular.

    7. No texto, destaca-se o emprego do superlativo.

    Sendo positivo, o livro aprovado junto ao conselho, que decide por sua publicao.

    8. Em Sendo positivo, o livro aprovado junto ao conselho (.1), embora seguido de vrgula, o adjetivo positivo qualifica livro.

  • Classes Gramaticais Variveis

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    1 O ano de 1964 representou para a Universidade de Braslia o maior retrocesso que pde existir na histria do ensino superior no Brasil. No meu entender, foi um verdadeiro aborto na histria da cincia, pois aqui se perdeu o que existia de melhor em conhecimento cientfico e

    5 intelectual deste pas. Digo isso porque presenciei os fatos daquela poca. Destruram, aqui, o ninho dos homens-guias. Desapareceram os grandes personagens, que foram a verdadeira histria da UnB. Restaram apenas mgoas e ressentimentos, medo e desconfiana, um sentimento de desgosto e de tristeza no meio de toda aquela gente

    10 se evadindo ou assistindo com pavor violncia e desmoralizao de seus colegas e familiares sem que nada se pudesse fazer. Por isso afirmo e considero que aqui a histria ficou interrompida.

    Entre prises e renncias ao cargo, a Universidade perdeu os melhores professores escolhidos pelo reitor Darcy Ribeiro. At aquela data, o

    15 que existia de melhor em matria de ensino estava na Universidade de Braslia.

    9. Recurso retrico para indicar o grau mais intenso da qualidade de algo, o superlativo foi empregado para qualificar os professores que atuavam na UnB em 1964 na expresso os melhores professores (.13-14).

    Segundo o Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa, cidadania a qualidade ou estado do cidado.

    10. A palavra segundo est sendo empregada como numeral em: Segundo o Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa (.1).

    Pronomes

    1 Eu violei o segredo dos deuses, acudia Stroibus. O homem a sintaxe da natureza, eu descobri as leis da gramtica

    divina... Explica-te.5 Mais tarde; deixa-me experimentar primeiro. Quando a minha

    doutrina estiver completa, divulg-la-ei como a maior riqueza que os homens jamais podero receber de um homem. Imaginem a expec-tao pblica e a curiosidade dos outros filsofos, embora incr-dulos de que a verdade recente viesse aposentar as que eles mesmos

    10 possuam. Entretanto, esperavam todos.

  • Marcos Pacco

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    11. No trecho deixa-me experimentar primeiro (.5), o pronome exerce a funo de complemento das formas verbais deixa e experimentar.

    Imaginem a expectao pblica e a curiosidade dos outros fil-sofos, embora incrdulos de que a verdade recente viesse aposentar as que eles mesmos possuam. Entretanto, esperavam todos. Os dois hspedes eram apontados na rua at pelas crianas.

    12. No trecho que a verdade recente viesse aposentar as que eles mesmos possuam (.2-3), o termo as exerce a funo sinttica de complemen-to direto da forma verbal possuam.

    1 A poltica de comrcio exterior do Brasil envolveu historica-mente um grande debate nacional. Governo e lideranas sociais a ela vincularam as possibilidades do desenvolvimento econmico, desde as suas origens, na primeira metade do sculo XIX. Em

    5 trs perodos, ela foi atrelada a diferentes paradigmas de insero internacional:

    13. As duas ocorrncias do pronome ela (.3 e 5) se referem ao mesmo antecedente: A poltica de comrcio exterior do Brasil (.1).

    Ei-los ss e mudos, em estado de dicionrio.Convive com teus poemas, antes de escrev-los.Tem pacincia, se obscuros. Calma, se te provocam.

    14. Um pronome oblquo o(s), colocado aps uma palavra terminada em -s, no necessariamente um verbo, assume a forma -lo(s). Foi o que ocorreu em Ei-los (.1).

    Meu sonho de consumo, eu sabia agora, era a liberdade. O ser humano se caracteriza, na verdade, por uma estupidez. Ele s descobre que um bem fundamental quando deixa de possu-lo.

    15. No trecho quando deixa de possu-lo (.3), o pronome encltico refere--se ao termo um bem.

    No sendo condicionado por natureza, o homem capaz de viven-ciar novas experincias, de inventar artefatos que lhe possibilitem, por exemplo, voar ou explorar o mundo subaqutico, quando no foi dotado por natureza para voar e permanecer sob a gua.

  • Classes Gramaticais Variveis

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    16. No desenvolvimento das relaes de coeso do texto, o pronome lhe (.2) retoma homem (.1) e, por isso, sua substituio pelo pronome o preservaria a coerncia e a correo gramatical do texto.

    A idiomaticidade relativa a um sujeito emprico, um sujeito que se situa a si e ao outro em relao a um tempo e um espao.

    17. Embora a nfase criada pela redundncia no uso dos pronomes se e si, em um sujeito que se situa a si e ao outro (.1-2), reforce a argumenta-o, a opo pelo emprego de apenas um deles como, por exemplo, um sujeito que situa a si e ao outro preservaria a clareza, a coerncia e a correo gramatical do texto.

    Esse folclore em seu sentido mais amplo traz luz a compre-enso de determinados povos sobre o meio que os cerca, mas de maneira bastante particular.

    18. Preservam-se a correo gramatical do texto e a coerncia entre os argu-mentos ao se substituir o pronome os pelo correspondente lhes antes de cerca (.2), escrevendo-se o meio que lhes cerca.

    1 Achava que voc tinha de ficar isolado com um pequeno grupo de pessoas, pensando em uma soluo inovadora. Depois, percebi que a inovao est dentro de cada um de ns. De repente, me dei conta de que a forma certa de a inovao acontecer deixar a coisa fluir.

    5 Quando todo mundo est impregnado do esprito da inovao, ela vem at voc, todos os dias. Se eu abrir espao para voc dar vazo a sua paixo, a mudana acontece.

    19. O pronome de tratamento voc (.1 e 6) empregado, na fala da en-trevistada, em sentido genrico, em referncia a qualquer pessoa e, no, especificamente, ao interlocutor.

    Essas perguntas esto na raiz do que se pode chamar de pauta de vanguarda do Supremo Tribunal Federal ou seja, expressam o contedo das futuras polmicas que a Corte ter de resolver.

    20. Em na raiz do que se pode chamar (.1), a substituio de do por daquilo mantm a correo gramatical do texto.

  • Marcos Pacco

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    O alvio dos que, tendo a inteno de viver irregularmente na Espanha, conseguem passar pelo controle de imigrao do Aeroporto Internacional de Barajas no dura muito tempo.

    21. No trecho alvio dos que (.1), a substituio de dos por daqueles prejudica a correo gramatical do perodo.

    1 Para ser democrtico, deve contar, a partir das relaes de poder estendidas a todos os indivduos, com um espao poltico demar-cado por regras e procedimentos claros, que, efetivamente, asse-gurem o atendimento s demandas pblicas da maior parte da

    5 populao, elegidas pela prpria sociedade, atravs de suas formas de participao/representao.Para que isso ocorra, contudo, impe-se a existncia e a eficcia de instrumentos de reflexo e o debate pblico das questes sociais vinculadas gesto de interesses coletivos...

    22. O pronome isso (.7) exerce, na organizao dos argumentos do texto, a funo coesiva de retomar e resumir o fato de que as demandas p-blicas da maior parte da populao (.4-5) so escolhidas por meio de formas de participao/representao (.5-6).

    1 E ela veio na quarta-feira, 10, no palco do Teatro Plcido de Castro, em Rio Branco, na forma de uma portaria assinada pelo ministro da Justia, Tarso Genro. Antes, porm, realizou-se uma sesso de julga-mento da Comisso de Anistia, cujo resultado foi o reconhecimento,

    5 por unanimidade, da perseguio poltica sofrida por Chico Mendes no incio dos anos 80 do sculo passado.

    23. Na linha 4, o vocbulo cujo estabelece relao sinttico-semntica en-tre os termos resultado e Comisso de Anistia.

    Nas sociedades orais, aquelas que no dispunham de nenhum sistema de escrita, as mensagens eram recebidas no tempo e no lugar em que eram emitidas.

    24. No perodo acima, as duas ocorrncias do pronome relativo que exercem funes sintticas distintas.

  • Classes Gramaticais Variveis

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    1 Cidade e corte, que desde muito tinham notcias dos nossos dois amigos, fizeram-lhes um recebimento rgio, mostraram conhecer seus escritos, discutiram as suas ideias, mandaram-lhes muitos presentes, papiros, crocodilos, zebras, prpuras. Eles, porm, recusaram tudo,

    5 com simplicidade, dizendo que a filosofia bastava ao filsofo, e que o suprfluo era um dissolvente.

    25. Nos trechos que desde muito tinham notcias dos nossos dois amigos (.1-2) e que a filosofia bastava ao filsofo, e que o suprfluo era um dissolvente (.5-6), os elementos gramaticais grifados exercem a mesma funo sinttica.

    A possibilidade de utilizao de um ou de outro combustvel, conforme sua necessidade e seu desejo, d ao consumidor uma liber-dade de escolha com que ele no contava em experincias anteriores de uso do lcool como combustvel automotivo.

    26. A substituio de com que (.3) por com a qual prejudica a correo gramatical do perodo.

    Os ganhos de eficincia da indstria brasileira tm uma caracters-tica nova: seus benefcios esto sendo partilhados entre as empresas e os trabalhadores, cujos aumentos salariais, portanto, no pressionam os preos.

    27. A substituio do termo cujos (.3) por dos quais prejudica a correo gramatical do perodo.

    Nela, 130 pases signatrios do documento final, entre os quais o Brasil, assumem o compromisso de definir novos conceitos sobre esse tipo de crime.

    28. Mantm-se a correo gramatical do perodo com a substituio de os quais (.1) por cujos ou os que.

    Agora, ao v-lo assim, suado e nervoso, mudando de lugar o tempo todo e murmurando palavras que me escapavam, temia que me abor-dasse para conversar sobre o filho.

  • Marcos Pacco

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    29. A correo gramatical do texto seria mantida se o pronome que, em que me escapavam (.2), fosse substitudo por qu.

    gora (praa pblica onde os que eram chamados se organizavam para, de comum acordo, deliberar sobre decises).

    30. O pronome relativo onde foi empregado como uma referncia a local, como exige a norma padro, em onde os que eram chamados se organi-zavam para, de comum acordo, deliberar sobre decises (.1-2).

    1 Muitas dessas ocupaes esto ligadas rea de tecnologia, cujo avano permanente cria novas demandas por gente mais especiali-zada.

    (...) diagnosticando profissionais que faltam s empresas; e o farma-5 coeconomista, cuja funo analisar a viabilidade econmica de

    um remdio, incluindo-se a demanda existente e a relao custo--benefcio.

    31. Os segmentos cujo avano permanente (.1-2) e cuja funo (.4) equivalem, no texto, respectivamente, a o avano permanente da rea de tecnologia e a funo do farmacoeconomista.

    Em um artigo publicado em 2000, e que fez muito sucesso na Internet, Cristovam Buarque desenhava um idlico mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo seria de todos.

    32. Mantm-se a correo gramatical do texto e respeitam-se suas relaes argumentativas ao se substituir em que (.3) por onde.

    Tivera uma peleteria numa cidade onde fazia um calor dos infernos quase o ano inteiro. Claro que foi falncia, mas suas freguesas nunca foram to bonitas, embora to poucas.

    33. Na linha 1, o pronome relativo onde se refere ao adjunto adverbial numa cidade.

    Um dia ele me disse que era uma pena que os homens tivessem de ser julgados como cavalos de corrida, pelo seu retrospecto.

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    34. No trecho Um dia ele me disse que era uma pena (.1), o pronome que exerce a funo sinttica de sujeito da orao.

    Nessa concepo, surge a democracia grega, onde somente 10% da populao determinava os destinos de toda a cidade (eram excludos os escravos, as mulheres e os artesos).

    35. A orao 10% da populao determinava os destinos de toda a cidade (.1-2) teria o mesmo sentido caso o termo sublinhado o artigo a fosse eliminado.

    1 As pesquisas com clulas-tronco embrionrias, que apontam para imensos recursos teraputicos, exigem um mnimo acordo sobre o momento inicial da vida humana.(...)

    5 Mas a vida humana, como precisar o seu primeiro momento? As variadas respostas indicam suas dependncias dos pontos de vista adotados. No h consenso.

    36. O desenvolvimento das ideias do texto mostra que o pronome suas (.6) estabelece relao com o incio do texto, por associar dependncias (.6) a pesquisas (.1).

    1 A crise, que tem levado muitos negcios bancarrota, provocou efeito oposto para o McDonalds, a maior rede de fast-food do mundo.Esse ritmo de crescimento 60% mais veloz que o registrado no

    5 mesmo perodo de 2008, justamente antes da crise. (...)

    Eles dizem que os brasileiros j comearam a trocar o restaurante pelo fast-food.

    37. Os termos que (. 1), Esse (.3) e Eles (.6) so pronomes.

    38. Considerando as relaes de coeso textual, assinale a opo correta a respeito do uso de pronomes no texto.

    As sociedades humanas so complexas e os seus membros se atraem ou se repelem em funo de sua pertinncia.

  • Marcos Pacco

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    a) O desenvolvimento do texto permite que o pronome se em se repe-lem (.2) seja retirado e fique apenas subentendido.

    As sociedades humanas so complexas e os seus membros se atraem ou se repelem em funo de sua pertinncia. No existe o homem s, mesmo quando solitrio. Para se construir e entender-se, o homem precisa pertencer.

    b) O uso do pronome em se construir (.3) e entender-se (.3) mostra que deve ser usado o pronome tambm em pertencer (.4): perten-cer-se.

    1 Essa pertinncia vai desde a linguagem, passa pelos grupos e classes sociais e invade as culturas, os saberes e, at mesmo, as idiossincra-sias. As sociedades no so essencialmente harmnicas. Elas sempre se esto transformando a partir dos conflitos e das contradies que

    5 as fazem mover-se e transformar-se.

    c) Na linha 5, preservam-se a coerncia dos argumentos e a correo gra-matical do texto ao se deslocar o pronome as para depois do verbo fazem do seguinte modo: fazem as mover-se.

    No mais direitos que apenas se cristalizam em leis ou cdigos, mas que se constituem a partir de conflitos, que traduzem as transforma-es e os avanos histricos da humanidade.

    d) A forma verbal traduzem (.2) est flexionada no plural porque o sujeito da orao, o pronome que (.2) retoma a expresso no plural leis ou cdigos (.1).

    1 No mais direitos que apenas se cristalizam em leis ou cdigos, mas que se constituem a partir de conflitos, que traduzem as trans-formaes e os avanos histricos da humanidade. No se pode mais entend-los como fruto de uma sociedade abstrata, mas como

    5 a expresso coativa de tenses e contradies engendradas pelos embates de interesses e projetos de grupos sociais.

    e) Em entend-los (.4), o pronome substitui o vocbulo conflitos (.2).

  • Classes Gramaticais Variveis

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    1 Promulgada em setembro de 2008, a nova Lei do Estgio ainda provoca dvidas entre empresrios e estudantes. Fruto de um longo debate, seu maior objetivo, segundo o ministro do trabalho, Carlos Lupi, era: Proporcionar a milhes de jovens estudantes brasileiros

    5 os instrumentos que facilitem sua passagem do ambiente escolar para o mundo do trabalho.

    39. Na expresso seu maior objetivo (.3), o pronome refere-se a ministro do trabalho, Carlos Lupi (.3-4).

    Verbos

    Nos quase 500 anos que durou o processo de plena ocupao e inte-grao do espao nacional, foi apresentada sempre a construo de uma rede unificada de transportes como a nica forma de assegurar a integridade do territrio.

    40. A expresso que durou (.1) indica que o processo de ocupao e inte-grao do espao nacional est sendo considerado como completo.

    Foi por participar de um ato pblico, em 1980, que Chico Mendes passou a ser fichado e perseguido pelos militares. Em Rio Branco, o seringueiro fez um discurso exaltado contra a violncia no campo provocada pelos fazendeiros.

    41. O verbo participar (.1) est empregado, no perodo, como termo subs-tantivo.

    1 Um cenrio polmico embasado no desencadeamento de um estrondoso processo de excluso, diretamente proporcional ao avano tecnolgico, cuja projeo futura indica que a automao do trabalho exigir cada vez menos trabalhadores implicados tanto na

    5 produo propriamente dita quanto no controle da produo.

    42. Preserva-se tanto a correo gramatical quanto a coerncia textual ao se empregar o infinitivo desencadear, com funo de substantivo, em lugar do substantivo desencadeamento (.1).

  • Marcos Pacco

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    Nas interrelaes pessoais, inconteste que cada um d sua prpria verso dos fatos e da vida, segundo suas particulares experincias e com base na formao que tenha acumulado ao longo de sua exis-tncia.

    43. O emprego do modo subjuntivo em tenha (.3) sintaticamente exigido pela orao subordinada iniciada pelo pronome relativo que (.3).

    1 No que tange pesquisa, vem sendo publicamente proposto que uma poltica de cincias, tecnologia e inovao em sade deva ter como pressupostos essenciais a busca da equidade e a observncia de rigorosos princpios bioticos na pesquisa e na experimentao em

    5 geral.

    44. O uso do modo subjuntivo em deva (.2) respeita as regras gramaticais, porque esse verbo ocorre em uma orao iniciada pela conjuno que (.1)

    H a necessidade de que a pesquisa feita na universidade e nos labo-ratrios seja menos terica e mais voltada para aplicaes prticas, diz Rodrguez. E o setor privado precisa investir mais em pesquisa e desenvolvimento.

    45. As formas verbais seja (.2) e precisa (.3) esto flexionadas no modo subjuntivo, porque ambas se referem a uma situao hipottica.

    1 Penetra surdamente no reino das palavras.L esto os poemas que esperam ser escritos.Esto paralisados, mas no h desespero, h calma e frescura na superfcie intata.

    5 Ei-los ss e mudos, em estado de dicionrio.Convive com teus poemas, antes de escrev-los.Tem pacincia, se obscuros. Calma, se te provocam.Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra o seu poder de silncio.

    46. No trecho Espera que cada um se realize (.8), seguindo o padro dos verbos conviver (.6) e ter (.7), o poeta faz uma recomendao ao interlocutor, usando o modo imperativo.

  • Classes Gramaticais Variveis

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    47. As formas verbais Penetra (.1) e Convive (.6) esto no impera-tivo afirmativo, que, no texto, o modo da exortao do poeta, que se dirige ao interlocutor empregando o verbo na segunda pessoa; caso o fizesse na terceira pessoa, teria de empregar, nesses versos, as formas Penetre e Conviva, alm das alteraes que deveria fazer no restante do poema.

    1 Claro est que no nos referimos ao carrancudo portugus, que, em meio de uma chusma de folhas metodicamente dispostas, passa os dias sentado, com as pernas cruzadas no ponto de reunio da Rua do Ouvidor com o Largo de S. Francisco, na Brahma, nas portas dos

    5 cafs da Avenida, em toda parte. Queremos falar do pequenino garoto de dez anos, o brasileirito

    trfego, ativo, tagarela como uma pega, travesso como um tico-tico. Por aqui, por ali, vai, vem, corre, galopa, atravessa as ruas com uma rapidez de raio, persegue os veculos, desliza entre automveis como

    10 uma sombra. Parece invulnervel.

    48. Ao empregar formas verbais na primeira pessoa do plural, como referi-mos (.1) e Queremos (.6), o autor diminui significativamente a sub-jetividade do texto e adota posio impessoal em relao ao tema, recurso de linguagem condizente com o tipo textual desenvolvido.

    Se voc mdico, ponha de lado aquele seu livrinho com o jura-mento de Hipcrates e aprenda a traduzir hierglifos.

    49. Na linha 1, a forma verbal ponha, flexionada no modo imperativo, diri-ge-se a quem se identifica com o pronome voc, empregado na orao anterior.

    Mais uma vez, o Brasil permanece entalado no que parece ser uma incapacidade crnica de converter sua produo acadmica em invenes que gerem patentes

    50. No texto, seria incorreto substituir que gerem (.3) por que possam gerar.

  • Marcos Pacco

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    1 A Conveno de Palermo recomenda, ainda, que os pases agravem as sanes contra a corrupo e estabelece as bases para o confisco, a apreenso e a disposio de bens e ativos financeiros obtidos por meio de atividades criminosas, tambm aplicveis aos equipamentos

    5 usados nessas atividades.

    51. O emprego do modo subjuntivo em agravem (.1) justifica-se por tra-tar-se de uma afirmao categrica.

    Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha de informao. A verdade que a culpa acabar genericamente atri-buda tecnologia.

    52. O uso do futuro do presente em acabar(.3) expressa que a verdade referida ainda no foi comprovada.

    O Brasil no dispunha de uma lei que regulamentasse claramente os direitos e deveres das empresas, das escolas e dos estagirios.

    53. Em O Brasil no dispunha (.1), o verbo dispor est no presente.

    Por exemplo, se cada caador reparte sua presa apenas com a famlia imediata, mais provvel que a caa se torne fortemente competitiva.

    54. A forma verbal torne (.2) est condicionada estrutura sinttica em que ocorre; por isso, sua substituio por torna desrespeitaria as regras gramaticais.

    Nos quase 500 anos que durou o processo de plena ocupao e inte-grao do espao nacional, foi apresentada sempre a construo de uma rede unificada de transportes como a nica forma de assegurar a integridade do territrio.

    55. A substituio da locuo verbal foi apresentada (.2) por apresentou--se prejudica a correo gramatical do perodo.

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    1 Atualmente, o PEFC composto por 30 membros representantes de programas nacionais de certificao florestal, sendo que 21 deles j foram submetidos a rigoroso processo de avaliao e possuem seu reconhecimento, representando uma rea de 127.760.297

    5 hectares de florestas certificadas, que produzem milhes de tone-ladas de madeira certificadas com a marca PEFC.

    56. A substituio da expresso composto (.1) por compem-se mantm a correo gramatical do perodo.

    Em dezembro de 2004, foi editado o Decreto n. 5.296, que regu-lamenta a Lei n. 10.048/2000 que dispe sobre a prioridade de atendimento s pessoas portadoras de deficincia, idosos, gestantes, lactantes e pessoas acompanhadas por crianas de colo.

    57. A substituio de foi editado (.1) por editou-se mantm a correo gramatical do perodo.

    E, no ano passado, cresceu a um ritmo mais intenso do que nos anos anteriores, com ganhos salariais para os 13 trabalhadores. Dados recentes indicam que essa tendncia deve se manter.

    58. A substituio de deve se manter (.3) por deve ser mantida preserva a correo gramatical do perodo.

    Na lista datada do meio do sculo XIX a.C., encontram-se produtos farmacuticos como mel, resinas e alguns metais conhecidos como antibiticos para o tratamento de feridas.

    59. Preservam-se a coerncia e a correo gramatical do texto ao se substituir encontram-se (.1) por outra forma de voz passiva gramatical, tal como foi encontrado.

    Foi divulgado um novo ranque de pases segundo seu desempenho na inovao cientfica

    60. No texto, seria incorreto substituir Foi divulgado (.1) por Divulga-ram-se.

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    COMENTRIOS

    Classes Gramaticais Variveis

    1. ERRADO. O primeiro o no artigo, mas sim pronome demonstra-tivo. Observe-se que tal partcula pode ser substituda por aquilo, o que resultaria no trecho aquilo que me encanta. J em ... o fato de que ele estava, o tempo todo, temos sim dois artigos definidos masculinos que antecedem os substantivos fato e tempo.

    2. ERRADO. O artigo, alm de particularizar ou generalizar a ideia do substantivo, tem ainda a funo de substantivar palavras que original-mente pertenam a outras classes. Observe-se que no perodo O ama-nh no nos pertence, o termo destacado , originalmente, um advrbio, mas contextualmente um substantivo, uma vez que foi substantivado pelo artigo. Processo parecido ocorre com o vocbulo ser, na questo ora resolvida, uma vez que ele deixa de pertencer classe dos verbos, e con-textualmente passa a ser substantivo.

    3. ERRADO. Todos os termos destacados no trecho Trabalhar com me-todologia interativa: grupos, seminrios, jogos, estudo do meio, experi-mentao, problematizao, temas geradores, projetos e monitoria so substantivos que se referem a metodologias interativas, contextualmente.

    4. CERTO. Nas expresses Uma deciso singular e a dramtica dimen-so da crise, os termos destacados so dois adjetivos, que caracterizam contextualmente os substantivos deciso e dimenso.

    5. CERTO. Na expresso fazia um calor dos infernos, o termo destacado corresponde, semntica e gramaticalmente ao adjetivo infernal. Observe-se que dos infernos classifica-se, contextualmente, como locuo adjetiva termo preposicionado que qualifica ou caracteriza substantivos. Vejam-se outros exemplos de locuo adjetiva: crise dos rins = crise renal; amor de me = amor materno; distrbio de comportamento = distrbio com-portamental.

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    6. ERRADO. No contexto, a expresso da verdade no uma locuo adjetiva que corresponda semanticamente ao adjetivo verdadeira. Ob-serve-se que o autor no deseja qualificar o substantivo poltica e sim dizer que a verdade teria uma poltica. No trecho mas saber se pos-svel constituir uma nova poltica da verdade, nota-se que o vocbulo poltica teria como sinnimos os substantivos conceito, ideia. E em nenhum momento o autor deseja caracterizar esse conceito, essa ideia, essa poltica, e sim dizer que a verdade precisa de um novo conceito, uma nova ideia, uma nova poltica.

    7. CERTO. O superlativo, segundo alguns gramticos, uma flexo de grau que ocorre geralmente com adjetivos ou com advrbios. No caso dos adje-tivos, consiste na intensificao de uma qualidade ou de uma caracterstica geralmente por meio de advrbios e artigos. No trecho Foi assim que o mais importante crtico literrio do mundo, o norte-americano Harold Bloom, 77, classificou Machado de Assis quando elencou, em Gnio Os 100 Autores Mais Criativos da Histria da Literatura (Ed.Objetiva, 2002), os melhores escritores do mundo segundo seus critrios e gosto particu-lar, as trs expresses sublinhadas representam o superlativo relativo de superioridade. Note-se que os adjetivos importante e Criativos so intensificados pelas expresses o mais e os mais, respectivamente. E melhores que qualifica o substantivo escritores representa o super-lativo sinttico do adjetivo bons, uma vez que substitui a expresso mais bons que seria gramaticalmente incorreta.

    8. CERTO. O adjetivo positivo claramente se refere ao substantivo pos-posto livro. Est precedido por vrgula porque a orao em que se inse-re est deslocada de sua posio original. Vale ressaltar que esse adjetivo, contextualmente, exerce a funo sinttica de predicativo do sujeito.

    9. CERTO. No trecho a Universidade perdeu os melhores professores, ocorre, sim, o superlativo relativo de superioridade. Veja-se o comentrio da questo 7.

    10. ERRADO. O vocbulo Segundo est empregado, contextualmente, como preposio acidental, e pode ser substitudo por De acordo com. Observe-se que segundo introduz um adjunto adverbial de conformi-dade. Os adjuntos adverbiais, quando representados por mais de uma

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    palavra, geralmente so introduzidos por preposies. Logo, o vocbu-lo segundo, que pode ser numeral ou conjuno em outros contextos, classifica-se neste contexto como preposio.

    11. ERRADO. Tem-se, neste caso, um exemplo de verbos causativos, segui-dos de infinitivo. A gramtica diz que os verbos deixar, mandar e fazer (e sinnimos) podem apresentar um complemento que funcionar como su-jeito de outro verbo posterior. Observe-se que o pronome me comple-mento da forma verbal deixa e sujeito de experimentar. Se a orao reduzida de infinitivo fosse desenvolvida, ter-se-ia: Deixa que eu experi-mente primeiro. Observe-se que a orao em destaque seria complemen-to da anterior, porm o pronome eu (que corresponde a me na orao original) funciona como sujeito de experimente. Portanto, a afirmao de que o pronome complemento dos dois verbos est incorreta. Ele complemento de Deixa e sujeito de experimentar.

    12. ERRADO. O termo as, que equivale a aquelas, complemento da forma verbal aposentar. O complemento de possuam o pronome relativo que substituto de verdades.

    13. CERTO. As duas ocorrncias do pronome pessoal ela referem-se ana-foricamente expresso poltica de comrcio exterior do Brasil. Obser-ve-se que anfora a referncia a termos anteriormente citados.

    14. CERTO. A regra diz que os pronomes pessoais oblquos tonos o, os, a, as se transformam em lo, los, la, las, aps verbos ou outros pronomes pes-soais tonos terminados em R, S, Z. A nica ressalva que fazemos a essa questo do Cespe que o autor afirma que tal mudana ocorre, genericamente, aps palavras terminadas em s. No verdade que seja aps quaisquer palavras terminadas nessa consoante. O pronome deve es-tar ligado a uma palavra por hfen. No texto, o pronome os est ligado palavra denotativa eis, que aceita o hfen. Vejam-se outros exemplos:

    A vida, Deus no-la concedeu./ Vou deix-los em paz .

    15. CERTO. O pronome oblquo lo refere-se anaforicamente ao substanti-vo bem. Lembre-se de que anfora a referncia a um termo anterior.

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    16. ERRADO. O pronome lhe de fato se refere a homem, entretanto no pode ser substitudo por o. Este pronome exerce a funo sinttica de objeto direto; j o pronome lhe exerce contextualmente a funo de objeto indireto. No trecho inventar artefatos que lhe possibilitem, por exemplo, voar ou explorar o mundo subaqutico, a forma verbal possibilitem transitiva direta e indireta. O pronome lhe o objeto indireto; os verbos voar e explorar funcionam como o objeto direto. Portanto, se substitussemos lhe por o, incorreramos em erro gramati-cal, uma vez que um verbo VTDI teria dois objetos diretos o que seria totalmente incorreto.

    17. CERTO. Os pronomes se e si foram usados em sua funo reflexi-va, ou seja, aquela em que o sujeito da orao pratica e recebe a ao. O uso repetitivo observado no perodo serve, estilisticamente, para reforar a mensagem reflexiva, promovendo nfase. Mas a retirada de se no causaria erro gramatical, uma vez que seu valor contextual apenas esti-lstico (aumento da expressividade).

    18. ERRADO. A forma verbal cerca classifica-se, contextualmente, como transitiva direta. Exige, apenas, objeto direto. Sabe-se que lhe funciona como objeto indireto, portanto a substituio de o (objeto direto) por lhe tornaria o texto incorreto.

    19. CERTO. O pronome pessoal de tratamento voc usado geralmente em referncia ao interlocutor de uma mensagem, a pessoa com quem se fala. Modernamente, porm, esse pronome tem sido usado tambm com valor de algum, qualquer pessoa que..., ou seja, expressando uma ideia de indeterminao, indefinio. o que se observa no contexto.

    20. CERTO. A substituio de do por daquilo pode ser feita contextual-mente sem prejuzo gramatical ou semntico. Note-se que o na expres-so na raiz do que se pode chamar no artigo definido, e sim pronome demonstrativo, tanto que pode ser substitudo por aquilo (tambm prono-me demonstrativo) sem nenhuma alterao semntica ou erro gramatical.

    21. ERRADO. Nesta questo, assim como na anterior, tem-se a substituio de um pronome demonstrativo por outro. A questo est errada por dizer que haveria prejuzo gramatical caso ocorresse a substituio de dos (preposio + pronome demonstrativo) por daqueles (preposio + pro-

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    nome demonstrativo). Observe-se, mais uma vez, que os, na expresso alvio dos que, no artigo (uma vez que no se refere a um substantivo), e sim pronome.

    22. ERRADO. O pronome isso no retoma apenas parte do pargrafo, mas todo ele, a comear em para ser democrtico.

    23. ERRADO. O pronome relativo cujo estabelece relao sinttico-se-mntica entre julgamento da Comisso de Anistia e resultado. Ob-serve que o resultado do julgamento. Ressalta-se que cujo estabe-lece relao de posse entre dois termos substantivos.

    24. CERTO. No primeiro caso, o pronome relativo que exerce a funo sinttica de sujeito. No segundo, de adjunto adverbial. Para notar que so funes diferentes, basta observar que um est preposicionado e o outro no. Ressalta-se que o pronome relativo exerce a funo sinttica que o termo substitudo exerceria se estivesse na orao em que o pronome relativo est.

    25. ERRADO. No primeiro que destacado, tem-se um pronome relativo, que exerce a funo sinttica de sujeito. No segundo e terceiro casos, ocorrem duas conjunes integrantes, que no exercem funes sintticas propriamente ditas. Servem, apenas, para introduzir oraes subordina-das substantivas. Portanto, o item est incorreto.

    26. ERRADO. Na expresso com que, h um pronome relativo que subs-titui a expresso antecedente liberdade de escolha. Tal pronome pode ser substitudo contextualmente pela expresso com a qual sem que se incorra em erro gramatical, uma vez que a qual tambm um pronome relativo e faz referncia a um termo feminino. Note-se, ainda, que o uso da preposio com decorre da regncia do verbo posterior: contava.

    27. CERTO. De fato, h prejuzo gramatical. Apesar de ambas as expresses serem classificadas como pronome relativo, dos quais no pode substituir cujos, porque este pronome estabelece relao de posse entre dois termos substantivos um anterior e outro posterior, o que no ocorre com os outros pronomes relativos (que substituem apenas um termo anterior). Observe-se, tambm, que cujos no est preposicionado e dos quais sim.

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    28. ERRADO. Apesar de os quais, cujos e que serem todos prono-mes relativos, a substituio do primeiro pelos outros contextualmente no pode ocorrer sem que se incorra em erro gramatical. Observe-se, por exemplo, que o pronome cujos estabelece relao de posse entre dois substantivos um anterior e outro posterior, o que no ocorre com os outros pronomes relativos (que substituem apenas um termo anterior). Portanto, no lugar de os quais ou que no cabe cujo sem que se provoque erro gramatical ou alterao semntica.

    29. ERRADO. No texto, que um pronome relativo. J a partcula qu (acentuada) classifica-se ora como substantivo ora como pronome inter-rogativo. Veja-se: Meu bem querer tem um qu de pecado... (substantivo); Eles se foram por qu? (pronome interrogativo).

    30. CERTO. O pronome relativo onde retoma contextualmente o termo praas pblicas. Observe-se que tal pronome deve fazer referncia a lugares fsicos ou imaginrios.

    31. CERTO. O pronome relativo cujo (e suas flexes) estabelece relao de posse entre dois substantivos distintos. Na expresso rea de tecnologia, cujo avano permanente, o pronome cujo estabelece uma relao que pode ser demonstrada claramente pela expresso o avano permanente da rea de tecnologia. E a expresso o farmacoeconomista, cuja fun-o... equivale semntica e sintaticamente a funo do farmacoecono-mista. A nosso ver, porm, o Cespe no deixou claro a que equivaln-cia se referia. H uma equivalncia sinttica e semntica, mas no uma equivalncia formal, uma vez que no se podem substituir as expresses destacadas no texto pelas expresses sugeridas.

    32. CERTO. No trecho Cristovam Buarque desenhava um idlico mundo futuro, liberto das soberanias nacionais, em que tudo seria de todos..., o pronome relativo destacado exerce a funo de adjunto adverbial de lugar, retomando a expresso mundo futuro (que indica lugar). O pronome relativo onde caberia perfeitamente no lugar da expresso em que, uma vez que tambm indica lugar.

    33. CERTO. Na expresso Tivera uma peleteria numa cidade onde fazia um calor dos infernos ..., o termo sublinhado exerce a funo de adjunto adverbial de lugar. E o pronome relativo onde retoma esse antecedente.

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    34. ERRADO. A questo afirma que a partcula que contextualmente um pronome e exerce a funo de sujeito. Isso no correto. Tal partcula, no contexto, uma conjuno integrante e introduz uma orao subordinada substantiva que funciona como complemento da forma verbal disse.

    35. ERRADO. A gramtica diz que o pronome indefinido todo tem um sentido se estiver seguido de artigo e outro se no estiver. A espresso todo o indica um ser, um lugar inteiro, completo. J a expresso todo significa qualquer e d ideia de vrios seres. No trecho 10% da popula-o determinava os destinos de toda a cidade, a expresso sublinhada d ideia de a cidade inteira. Se retirssemos a partcula a, a ideia passaria a ser de qualquer cidade, de todas as cidades.

    36. ERRADO. No trecho As variadas respostas indicam suas dependn-cias dos pontos de vista adotados, o pronome possessivo suas esta-belece claramente relao de posse com o substantivo respostas. O trecho citado equivaleria sinttica e semanticamente seguinte reescri-tura: As variadas respostas dependem dos pontos de vista adotados, ou As variadas respostas so dependentes dos pontos de vista adotados

    37. CERTO. A partcula que um pronome relativo e retoma A crise; Esse um pronome demonstrativo; Eles um pronome pessoal do caso reto.

    38. ALTERNATIVA A. As sociedades humanas so complexas e os seus membros se atraem ou se repelem em funo de sua pertinncia. Obser-ve-se que a partcula se no trecho citado classifica-se como pronome re-flexivo recproco. Por j ter sido usada com a forma verbal atraem e pela coordenao que existe na expresso se atraem ou se repelem, a elipse da segunda ocorrncia de se correta; tal pronome ficar subentendido.

    39. ERRADO. O pronome seu no faz referncia, no contexto, a ministro Carlos Lupi, e sim a a nova Lei do Estgio.

    40. CERTO. Na expresso que durou, a forma verbal foi conjugada no pretrito perfeito do indicativo. Esse tempo verbal indica uma ao con-cluda. Portanto, coerente a afirmao da questo.

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    41. ERRADO. No texto, participar faz parte de uma orao subordinada adverbial causal. , portanto, um verbo. Para que a forma verbal parti-cipar fosse empregada como substantivo, seria necessrio que estivesse substantivada, ou seja, antecedida por um artigo ou por um pronome.

    42. CERTO. Observe-se que no trecho Um cenrio polmico embasado no desencadeamento de um estrondoso processo de excluso, o termo des-tacado poderia ser substitudo por no desencadear. Neste caso, o verbo desencadear estaria antecedido de artigo, o que o torna substantivado, ou seja, com o mesmo valor de um substantivo.

    43. CERTO. O modo subjuntivo expressa ideia de hiptese, dvida. A pala-vra subjuntivo vem da mesma raiz de subordinado. Pode-se constatar que verbos no subjuntivo normalmente pertencem a oraes subordinadas. No contexto, tenham est, de fato, no subjuntivo e esse modo verbal exigido pela orao subordinada adjetiva que tenha acumulado ao longo de sua existncia. Deve-se ressaltar, porm, que nem toda orao subor-dinada possui verbo no subjuntivo. No perodo Os funcionrios que no concordaram com a proposta fizeram greve, a orao introduzida pelo conectivo que subordinada adjetiva. Porm a forma verbal concor-daram est no modo indicativo. A nosso ver, a banca deveria considerar isso e, em vez de dizer que a orao subordinada que exige o subjuntivo, dizer que o contexto sinttico-semntico (principalmente o semntico) que sugere o subjuntivo uma vez que este o modo que indica hiptese.

    44. CERTO. O uso do subjuntivo respeita, contextualmente, as regras gramati-cais, uma vez que ocorre em uma orao subordinada. Veja-se o comentrio da questo anterior, pois, na nossa opinio, a Banca cometeu o mesmo erro.

    45. ERRADO. Realmente seja est no modo subjuntivo, mas precisa no. Esta forma verbal representa o presente do indicativo, ou seja, expressa um fato certo, concreto, num tempo atual. Subjuntivo expressa hiptese.

    46. CERTO. O poema foi construdo tendo por base o imperativo. O Impe-rativo o modo verbal pelo qual se d uma ordem, um conselho, uma su-gesto ou se faz um pedido a algum. incorreto se pensar que esse modo verbal expresse apenas ordem. A questo afirma que o poeta faz uma re-comendao ao interlocutor, usando o modo imperativo, o que correto.

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    47. CERTO. Quando nos dirigimos a um interlocutor no singular, podemos utilizar as formas tu e voc. O pronome voc, apesar de ser de 2 pes-soa, deve ser conjugado em terceira pessoa. Se o autor optasse por se dirigir ao interlocutor usando a forma pronominal voc, de fato as subs-tituies sugeridas teriam de ser realizadas. Para entender melhor esse assunto, leia o tpico conjugao de verbos no nosso livro Portugus Bsico Aplicado ao Texto, p. 96.

    48. ERRADO. o contrrio do que se afirma no texto. Ao usar as formas verbais em primeira pessoa, o autor confere subjetividade ao texto, o que implica um carter pessoal de comunicao. A objetividade e a impesso-alidade adviriam do uso de terceira pessoa. Note-se que impessoalidade um recurso argumentativo pelo qual o autor no identifica o agente do processo verbal.

    49. CERTO. A forma verbal ponha est no imperativo afirmativo e real-mente se refere ao pronome voc, da orao anterior.

    50. ERRADO. Tanto a forma verbal gerem quanto possam gerar esto conjugadas no tempo presente do modo subjuntivo. A substituio pela locuo no causaria prejuzo semntico nem gramatical. A simples subs-tituio, no texto, de uma pela outra mostraria a compatibilidade entre elas, no sendo necessrio saber a que tempo elas pertenceriam.

    51. ERRADO. O subjuntivo no expressa uma afirmao categrica, con-creta. Indica um fato hipottico, possvel. No trecho A Conveno de Palermo recomenda, ainda, que os pases agravem as sanes contra a corrupo..., v-se claramente que agravem uma possibilidade, alm de se notar que recomenda, apesar de estar no modo indicativo, tem uma aspecto semntico de sugesto. Logo, no h uma afirmao cate-grica no contexto.

    52. ERRADO. O uso do futuro do presente acabar tem, no contexto, um valor estilstico. Nota-se na leitura do trecho que no se refere realmente a algo que v acontecer no futuro, mas a algo que j aconteceu ou que esteja acontecendo. Observe-se que acabar pode, sem prejuzo semntico, ser substitudo por acabou ou acaba. Portanto, o erro da questo est em afirmar que acabar indica algo que ainda no foi comprovado.

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    Modernamente, e comum se usar um tempo verbal para expressar a ideia de outro, como se v em: Eu trago o livro amanh, em que trago equi-vale a trarei.

    53. ERRADO. A forma verbal dispunha est no pretrito imperfeito do indicativo. Pode-se reconhecer esse tempo verbal por suas terminaes mais comuns: estava, vendia, tinha.

    54. CERTO. Contextualmente, no possvel substituir torne (presente do subjuntivo) por torna (presente do indicativo). Observe-se que torne ocorre numa orao subordinada substantiva e num contexto semntico que expressa dvida, hiptese: mais provvel que a caa se torne fortemente competitiva. Veja-se um exemplo em que a substituio possvel: A empresa deseja contratar profissionais que morem(ou mo-ram) no prprio municpio. Por que nesse contexto a substituio coe-rente? Porque a orao anterior (a empresa deseja contratar profissionais) no expressa ideia de dvida, hiptese. Ento, a subordinada no precisa conter verbo no subjuntivo.

    55. ERRADO. No h prejuzo para a correo gramatical. Ocorre apenas a mudana de voz passiva analtica (foi apresentada) para voz passiva sinttica (apresentou-se). Reconhece-se a estrutura de voz passiva ana-ltica pela presena de verbo ser + particpio. J a voz passiva sinttica apresenta VTD ou VTDI + partcula apassivadora (se).

    56. ERRADO. A questo est errada apenas pela concordncia verbal. Sabe--se que o verbo deve concordar com o sujeito. Se o sujeito estiver, por exemplo, no singular, o verbo deve tambm ficar no singular. A substitui-o proposta para o termo destacado no trecho Atualmente, o PEFC composto por 30 membros estaria correta se fosse por compe-se (sin-gular) e no compem-se (plural), uma vez que o verbo deve concordar com o sujeito simples o PEFC.

    57. CERTO. Mantm-se a correo gramatical. Ocorre apenas a mudana de voz passiva analtica (foi editado) para voz passiva sinttica (edi-tou-se). Reconhece-se a estrutura de voz passiva analtica pela presena de verbo ser + particpio. J a voz passiva sinttica apresenta VTD ou VTDI + partcula apassivadora (se).

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    58. CERTO. A substituio de deve se manter por deve ser mantida pre-serva a correo gramatical. Ocorre, neste caso, a mudana de voz passi-va sinttica (deve se manter) para voz passiva analtica (deve ser man-tida). Reconhece-se a estrutura de voz passiva analtica pela presena de verbo ser + particpio. J a voz passiva sinttica apresenta VTD ou VTDI + partcula apassivadora (se).

    59. ERRADO. A substituio de encontram-se por foi encontrado impli-caria pelo menos dois erros: 1) a primeira forma verbal est no plural e a segunda no singular erro de concordncia; 2) a primeira forma verbal est no tempo presente e a segunda no tempo pretrito incoerncia en-tre os tempos verbais. A expresso so encontrados seria a substituio correta.

    60. CERTO. A questo afirma ser incorreta a substituio de Foi divulgado por Divulgaram-se. De fato, tal substituio incorreta. Observe-se que Foi divulgado representa a voz passiva analtica e concorda com o sujeito simples um novo ranque. Se procedssemos substituio, a forma verbal Divulgaram-se no concordaria com o sujeito. A expresso Divulgou-se seria a troca correta.

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    Preposies

    A nossa herana cultural, desenvolvida atravs de inmeras gera-es, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relao ao comportamento daqueles que agem fora dos padres aceitos pela maioria da comunidade.

    1. No desenvolvimento do texto, provoca erro gramatical ou incoern-cia textual, a omisso de em relao (.2).

    Com um alto grau de urbanizao, o Brasil j apresenta cerca de 80% da populao nas cidades, mas, como advertem estudiosos do assunto, o pas ainda tem muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

    2. A substituio de cerca de (.1) por acerca de manteria a correo gramatical do perodo.

    A polcia est pelas ruas, uniformizada ou paisana, e constante-mente faz batidas em lugares que os imigrantes frequentam ou onde trabalham. Foram expedidas cerca de 7 mil cartas de expulso de brasileiros no ano passado.

    3. A substituio de cerca de (.3) por acerca de mantm a correo gramatical do perodo.

    Classes GramaticaisInvariveis

    Cap

    tulo 2

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    Com um alto grau de urbanizao, o Brasil j apresenta cerca de 80% da populao nas cidades, mas, como advertem estudiosos do assunto, o pas ainda tem muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

    4. Em muito a aprender (.3), a preposio.

    De imediato, existe o alerta: onde morar em metrpoles? melhor optar por uma casa ou um apartamento o mais distante possvel a dois quarteires, no mnimo das ruas e avenidas mais movimen-tadas.

    5. Manteria a correo gramatical e o sentido do texto a insero de h dois quarteires no lugar de a dois quarteires (.2-3).

    Seu tcnico, Bob Bowman, previu que ele bateria recordes mundiais dali a 12 anos, nos Jogos Olmpicos de 2008.

    6. Em lugar da expresso dali a 12 anos (.2), estaria igualmente correta a grafia dali h 12 anos.

    1 Acreditavam, tambm, que a existncia de meios de comunicao viria promover mudanas estruturais na economia brasileira, ao permitir o povoamento das reas de baixa densidade demogrfica e, sobretudo, por possibilitar a descoberta e o desenvolvimento de novos

    5 recursos que jaziam ocultos no vasto e inexplorado interior da nao.

    7. Prejudicaria a correo gramatical do perodo a substituio de ao, em ao permitir (.2), pela preposio por.

    1 Seja qual for a funo ou a combinatria de funes dominantes em um determinado momento de comunicao, postula-se que preexiste a todas elas a funo pragmtica de ferramenta de atuao sobre o outro, de recurso para fazer o outro ver/conceber o mundo como o

    5 emissor/locutor o v e o concebe, ou para fazer o destinatrio tomar atitudes, assumir crenas e eventualmente desejos do locutor.

    8. No perodo sinttico postula-se que (...) desejos do locutor (.2-6), as trs ocorrncias da preposio de estabelecem a dependncia dos ter-mos que regem para com o termo funo pragmtica (.3), como mos-tra o esquema seguinte.

  • Classes Gramaticais Invariveis

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    funo pragmtica:de ferramentade atuao sobre o outrode recurso para fazer o outro conceber o mundo

    Agora que o desastre aconteceu, importante entender por que ele foi to grave afinal, h muitas regies com o mesmo tipo de risco no pas. De todas as medidas j tomadas e dos estudos em curso, algumas concluses podem ser tiradas sobre o que preciso fazer:

    1) Conter o desmatamento nas cabeceiras dos rios Em um terreno com vegetao nativa, a gua das chuvas leva mais tempo para chegar ao curso dgua. As prprias folhas das rvores absorvem parte da chuva e reduzem o impacto das gotas no solo. Alm disso, troncos e folhas no cho ajudam a reter a gua. O solo, menos compactado,absorve mais gua.

    9. Na expresso curso dgua, o apstrofo marca a eliso da vogal final da preposio.

    Assim, faz-se necessria a realizao de um estudo sobre a rede da assistncia social no Brasil, com informaes sobre os servios pres-tados, de modo a orientar investimentos estratgicos.

    10. O conectivo de modo a (.3) pode ser substitudo por a despeito de sem que haja alterao no significado original do texto.

    1 Em nosso continente, a colonizao espanhola caracterizou-se larga-mente pelo que faltou portuguesa: por uma aplicao insistente em assegurar o predomnio militar, econmico e poltico da metrpole sobre as terras conquistadas, mediante a criao de grandes ncleos

    5 de povoao estveis e bem ordenados.

    11. A respeito do uso das estruturas lingusticas no texto na linha 4, o autor evita a repetio da preposio por ao usar o termo mediante a, que estabelece relaes significativas semelhantes.

    1 At hoje respondamos questo QUANDO COMEA A VIDA? das mais diversas maneiras, com a despreocupao dos inconsequentes. Isso mudou. As pesquisas com clulas-tronco embrionrias, que apontam para imensos recursos teraputicos, exigem um mnimo

    5 acordo sobre o momento inicial da vida humana.

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    12. O perodo iniciado pela expresso As pesquisas (.3) estabelece, na argumentao do texto, uma razo, um motivo para a ideia da orao anterior; por isso admite ser assim iniciado: Por causa das pesquisas.

    No incio do sculo 19, o filsofo Hegel chegou a dizer que a leitura dos jornais era a orao matinal do homem moderno.

    13. Em chegou a dizer (.1), a preposio exigida pela regncia de chegou.

    Meu pai era um homem bonito com muitas namoradas, jogava tnis, nadava, nunca pegara uma gripe at ter um derrame cerebral. Vivia envolvido com sirigaitas, como minha me as chamava, e com fracassos comerciais crnicos.

    14. Na linha 1, com estabelece uma comparao entre as namoradas e o termo sirigaitas (.2).

    Egito, Filipinas, Indonsia e Costa do Marfim sofreram ondas de saques em busca de alimentos. Na Tailndia, tropas foram mobili-zadas para conter a invaso aos campos de arroz.

    15. No trecho Na Tailndia, tropas foram mobilizadas para conter a invaso aos campos de arroz (.2-3), o conector para estabelece uma relao de consequncia entre as aes verbais das oraes.

    Conjunes

    Por ironia, as notcias mais frequentes produzidas pelas pesquisas cientficas relatam no a descoberta de novos seres ou fronteiras marinhas, mas a alarmante escalada das agresses impingidas aos oceanos pela ao humana.

    16. O termo mas (.3) corresponde a qualquer um dos seguintes: todavia, entretanto, no entanto, conquanto.

    No ano passado, a produo industrial cresceu 6%, enquanto o emprego aumentou 2,2% e o total de horas pagas pela indstria aumentou 1,8%.

  • Classes Gramaticais Invariveis

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    17. O termo enquanto (.1) pode, sem prejuzo para a correo gramatical e para as informaes originais do perodo, ser substitudo por qualquer um dos seguintes: ao passo que, na medida que, conquanto.

    1 Sua sentena foi muito elogiada. Contudo, o governo estadual anun-ciou que ir recorrer ao Tribunal de Justia, sob a alegao de que, se os estabelecimentos penais no puderem receber mais presos, os juzes das varas de execues no podero julgar rus acusados de

    5 crimes violentos, como homicdio, latrocnio, sequestro ou estupro.

    18. Na linha 1, o emprego da conjuno Contudo estabelece uma relao de causa e efeito entre as oraes.

    Nunca se falou tanto sobre cidadania, em nossa sociedade, como nos ltimos anos. Mas, afinal, o que cidadania?

    19. Em como nos ltimos anos (.1-2), a palavra como tem valor con-formativo.

    A imagem da metrpole no sculo XX a dos arranha-cus e das oportunidades de emprego, mas Planeta Favela leva o leitor para uma viagem ao redor do mundo pela realidade dos cenrios de pobreza onde vive a maioria dos habitantes das megacidades do sculo XXI.

    20. A conjuno mas (.2) possui valor semntico aditivo no contexto em que est inserida.

    1 Este o momento adequado do resgate do professor como sujeito histrico de transformao, porque se est atravessando uma conjun-tura paradoxal: nunca se precisou e pediu tanto do professor e nunca se deu to pouco a ele, do ponto de vista tanto da formao quanto da

    5 remunerao e das condies de trabalho.

    21. Por ser empregada duas vezes no mesmo perodo, a palavra nunca (.3) pode ser substituda, nas duas ocorrncias, pela conjuno nem, sem prejuzo para o sentido do texto.

    1 Este o momento adequado do resgate do professor como sujeito histrico de transformao, porque se est atravessando uma conjun-

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    tura paradoxal: nunca se precisou e pediu tanto do professor e nunca se deu to pouco a ele, do ponto de vista tanto da formao quanto

    5 da remunerao e das condies de trabalho.

    22. A combinao tanto (...) quanto (.4) pode ser substituda pela combi-nao no s (...) mas tambm, mantendo-se a ideia de adio de infor-maes.

    Tivera uma peleteria numa cidade onde fazia um calor dos infernos quase o ano inteiro. Claro que foi falncia, mas suas freguesas nunca foram to bonitas, embora to poucas.

    23. No trecho mas suas freguesas nunca foram to bonitas, embora to poucas (.2-3), as conjunes coordenativas mas e embora expressam valores adversativos.

    Advrbios e Palavras Denotativas

    BSB, 8/3/2009.

    Excelentssima Senhorita:

    1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos preparatrios para concursos pblicos, dotado da esperana frrea de se tornar brevemente um eminente funcionrio pblico, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de vaga no cargo de Analista de Trnsito do DETRAN/DF, e, por esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o noivado que mantm com a Excelents-sima Senhorita, para se dedicar integralmente ao estudo das matrias cons-tantes do respectivo edtal.2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe tambm, outrossim, a inteno de retomar, to logo seja aprovado, minhas funes de noivo junto a Vossa Exce-lentssima, haja visto o grande amor que te devoto.3. Reitero protestos de estima e considerao.

  • Classes Gramaticais Invariveis

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    24. No segundo pargrafo, o advrbio outrossim, frequente em expedien-tes oficiais, est empregado de forma redundante por estar antecedido do advrbio tambm.

    1 No que tange pesquisa, vem sendo publicamente proposto que uma poltica de cincias, tecnologia e inovao em sade deva ter como pressupostos essenciais a busca da equidade e a observncia de rigorosos princpios bioticos na pesquisa e na experimentao

    5 em geral. Tambm que essa poltica se estruture principalmente no compromisso do ganho social em todas suas vertentes sade, inds-tria, comrcio e cultura cientfica , na extenso do conhecimento e na abrangncia de todos que se envolvem com a pesquisa em sade.

    25. O desenvolvimento da argumentao do texto permite subentender que a orao iniciada por Tambm (.5) d continuidade ideia do que vem sendo publicamente proposto (.1).

    1 A mdia confunde muito o direito do Cidado com o direito do Consumidor, por isso questiono o aspecto ideolgico dessa confuso.(...)

    Um dos grandes problemas no Brasil, alm da impunidade e da 5 corrupo endmicas, a m distribuio de renda, situao em que

    muitos tm pouco e poucos tm muito.

    26. Nas oraes A mdia confunde muito o direito do Cidado com o direito do Consumidor (.1-2) e poucos tm muito (.5), a palavra muito tem o mesmo valor adverbial.

    do direito de acesso que o povo brasileiro necessita e no de leis que garantam a uma minoria (elite brasileira) suas grandes e ricas propriedades.

    27. Na orao do direito de acesso que o povo brasileiro necessita (.1), a expresso (...) que serve para enfatizar aquilo de que o povo brasileiro necessita.

    1 Nessa acepo, razo e verdade deixam de ser valores absolutos para se transformarem em valores temporariamente vlidos, de acordo com o veredicto dos atores envolvidos na situao, os quais estabelecem consensualmente o processo pelo qual a verdade e a razo podem ser

    5 conquistadas em um contexto dado.

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    28. Mantm-se a correo gramatical e as relaes semnticas responsveis pela coerncia textual caso se desloque, na linha 4, o advrbio consensu-almente para antes de estabelecem.

    1 Em virtude disso, dessa discusso sobre a filosofia e o social surgem dois momentos importantes: o primeiro pensar uma comunidade autoreflexiva e confrontar-se, assim, com as novas formas de ideo-logia. Mas, por outro lado, a filosofia precisa da sensibilidade para

    5 o diferente, seno repetir apenas as formas do idntico e, assim, fechar as possibilidades do novo, do espontneo e do autntico na histria.

    29. A expresso por outro lado (.4) explicita a caracterizao do segundo dos dois momentos importantes (.2).

    1 Cometi apenas um erro. No soube ser feliz. Nunca: nem um s dia, nem sequer uma hora. A prpria criao, um prazer para os poetas mais sensveis, foi para mim sempre mais angustiante que redentora. A causa primeira do meu infortnio, conheo-a agora. Tive sempre

    5 medo da vida.

    30. Em Cometi apenas um erro (.1) e Tive sempre medo da vida (.4-5), a mudana na ordem dos termos adverbiais para Apenas cometi um erro e Sempre tive medo da vida mantm inalterado o sentido desses perodos no texto.

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    COMENTRIOS

    Classes Gramaticais Invariveis

    1. ERRADO. A expresso em relao a uma locuo prepositiva elemento geralmente utilizado para introduzir complementos, assim como a preposio. Porm, no trecho sempre nos condicionou a rea-gir depreciativamente em relao ao comportamento daqueles que agem fora dos padres, se fosse retirada apenas parte da locuo (elemento em negrito), no haveria prejuzo gramatical. Observe-se que a contrao ao (preposio + artigo) introduziria corretamente o complemento do verbo antecedente reagir.

    2. ERRADO. Ambas as expresses so locues prepositivas. Entretanto, expressam relaes semnticas diferentes. Cerca de d ideia de quanti-dade aproximada; acerca de equivale a a respeito de, sobre e geralmente introduz termos que do ideia de assunto. Portanto, uma no pode substi-tuir corretamente a outra.

    3. ERRADO. Veja-se o comentrio da questo anterior.

    4. CERTO. A partcula a que antecede a forma verbal aprender inva-rivel; portanto, uma preposio.

    5. ERRADO. A preposio a, na expresso a dois quarteires, introduz adjunto adverbial de lugar, expressa ideia de distncia. A substituio de a pela forma verbal h no teria a menor coerncia, uma vez que essa forma verbal indica principalmente existncia ou tempo decorrido.

    6. ERRADO. A preposio a, na expresso dali a 12 anos, faz parte de um adjunto adverbial de tempo; o uso de tal preposio nessas cir-cunstncias traduz tempo futuro. A substituio de a pela forma verbal h no teria a menor coerncia, uma vez que essa forma verbal indica principalmente existncia ou tempo decorrido.

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    7. ERRADO. No haveria prejuzo gramatical. Observe-se que a substitui-o de ao pela preposio por seria coerente, uma vez que introduziria outra causa para a orao viria promover mudanas, estruturando um paralelismo sinttico (semelhana formal entre os itens de uma enumera-o) com a expresso por possibilitar a descoberta e o desenvolvimento de novos recursos.

    8. ERRADO. O esquema de subordinao apresentado na questo est in-correto. Sabe-se que a preposio subordina um termo a outro. Porm, no trecho preexiste a todas elas a funo pragmtica (1) de ferramenta de atuao sobre o outro, (2) de recurso para fazer o outro ver/con-ceber o mundo como o emissor/locutor o v e o concebe, ou para fazer o destinatrio tomar atitudes, assumir crenas e eventualmente desejos do locutor, percebe-se que as duas expresses numeradas que esto subordinadas expresso funo pragmtica. Note-se que o termo de atuao sobre o outro no se subordina diretamente funo pragmti-ca, e sim ferramenta.

    9. CERTO. De fato, na expresso curso dgua, houve a supresso da vogal da preposio de. Essa supresso de vogais se chama eliso (mo-dificao fontica em que se elimina o final voclico de uma palavra e que resulta na fuso com uma palavra subsequente). Vejam-se exemplos: pingo dgua, Ouro Preto dOeste, SantAna.

    10. ERRADO. Tanto de modo a quanto a despeito de so locues pre-positivas. Entretanto, introduzem ideias diferentes: a primeira expressa finalidade; a segunda, oposio, concesso (equivale a embora). Uma no tem nada a ver com a outra. Portanto, a substituio seria incorreta.

    11. ERRADO. A preposio acidental mediante contextualmente indica o modo pelo qual se conseguiu assegurar o predomnio militar, econmico e poltico da metrpole sobre as terras conquistadas. A preposio por indicaria outro agente ou outra causa da forma verbal caracterizou-se, presente na expresso a colonizao espanhola caracterizou-se. Portan-to, mediante no teria relao nenhuma com por (citado no texto) e, por isso, no est evitando a repetio de tal preposio.

    12. ERRADO. Parte da afirmao da questo est correta. Efetivamente, o trecho iniciado em As pesquisas indica uma razo, um motivo para a ideia da orao anterior; entretanto, a expresso Por causa das pesquisas

  • Classes Gramaticais Invariveis

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    no poderia substituir As pesquisas, pois geraria uma incongruncia, um truncamento sinttico erro gramatical que consiste em cortar partes fundamentais de um perodo, deixando-o incompleto. Veja-se a expresso modificada: .Por causa das pesquisas com clulas-tronco embrionrias, que apontam para imensos recursos teraputicos, exigem um mnimo acordo sobre o momento inicial da vida humana. Observe-se que no ha-veria nenhum nexo entre as oraes iniciadas pelas expresses destacadas.

    13. CERTO. Observe-se que na expresso chegou a dizer, temos uma locuo verbal em que os verbos esto unidos por preposio, como ocorre em acabou de chegar, acabou de dizer, estou a pensar. Normalmente essa preposio exigida pelo verbo auxiliar.

    14. ERRADO. A preposio com (.1) no estabelece nenhuma relao de comparao, e sim de posse entre homem bonito e muitas namo-radas. A segunda ocorrncia da mesma preposio introduz um comple-mento para a forma verbal envolvido. Em nenhum momento do texto h comparao entre namoradas e sirigaitas.

    15. ERRADO. A preposio para em para conter a invaso aos campos de arroz introduz ideia de finalidade, e no consequncia.

    16. ERRADO. A conjuno mas expressa ideia de oposio e classifica-se como conjuno coordenativa adversativa, juntamente com porm, to-davia, entretanto, no obstante, contudo. J a conjuno conquanto (que equivale a embora), apesar de indicar oposio, classifica-se como conjuno subordinativa adverbial concessiva. Ou seja, uma introduz oraes coordenadas e a outra introduz oraes subordinadas. Logo, uma no pode ser substituda pela outra.

    17. ERRADO. O conectivo enquanto classifica-se como conjuno subor-dinativa temporal. Outros dois conectivos citados na questo expressam ideia diferentes: ao passo que (oposio) e conquanto (oposio, con-cesso). A expresso na medida que inexistente. Portanto, no poderia haver permuta entre elas. Existe medida que (proporo) e na medida em que (causa).

    18. ERRADO. O conectivo Contudo no estabelece relao de causa e efeito, e sim de oposio entre uma orao e outra. Equivale s conjun-es adversativas mas, todavia, no entanto, entretanto e no obstante.

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    19. ERRADO. O valor semntico da conjuno como no contexto de comparao, e no de conformidade. Uma das formas mais simples de se perceber isso se notar que o mesmo verbo da orao principal mui-tas vezes fica subentendido na orao subordinada comparativa. Veja-se: Nunca se falou tanto sobre cidadania, em nossa sociedade, como (se falou) nos ltimos anos.

    20. ERRADO. O valor da conjuno mas contextualmente o tradicio-nal: adversidade, oposio. Nota-se que h uma contraposio entre arranha-cus e oportunidades de emprego das metrpoles do sculo XX e pobreza das mega-cidades do sculo XXI. O conectivo mas no teria valor adversativo, e sim aditivo, por exemplo, nas seguintes construes:Corri bastante, mas alcancei o nibus./ Estudei muito, mas obtive bons resultados. Observe-se que nesses exemplos o co-nectivo mas poderia ser substitudo por e, sem prejuzo semntico ou sinttico.

    21. ERRADO. Pela simples leitura, pode-se perceber que a primeira ocor-rncia do advrbio nunca no pode ser substituda pela conjuno adi-tiva nem. Isso ocorre porque nunca no tem nenhum valor semntico de adio, o que o caso de nem. Simplesmente introduz uma ideia de tempo orao subsequente; j no segundo caso, primeira vista parece que a substituio pode ocorrer. Mas aqui h uma questo gramatical: no trecho e nunca se deu to pouco a ele j existe o conectivo de adio e; logo, no faz sentido o emprego de dois conectivos que indiquem adio para introduzir a mesma orao.

    22. CERTO. As expresses tanto quanto e no s mas tambm so lo-cues conjuntivas coordenativas aditivas e se equivalem semntica e sintaticamente.

    23. ERRADO. O conectivo mas, de fato, introduz ideia adversativa, ou seja, ideia de oposio. J o conectivo embora introduz ideia de conces-so permisso, exceo, admisso de algo contrrio. O erro da questo consiste em usar a palavra adversativa para as duas conjunes.

    24. CERTO. O vocbulo Outrossim um advrbio de acrscimo e signifi-ca igualmente, ademais, tambm. Logo, j que significa tambm, o uso concomitante dessas duas expresses constitui uma redundncia.

  • Classes Gramaticais Invariveis

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    25. CERTO. Observe-se que a expresso vem sendo publicamente pro-posto poderia ser inserida aps na experimentao em geral (. 4-5), fazendo-se os devidos ajustes de pontuao e de iniciais maisculas. E o advrbio tambm (que expressa ideia de acrscimo) corretamente empregado com essa finalidade.

    26. CERTO. (GABARITO OFICIAL). Discordamos do gabarito da banca. O vocbulo muito de fato tem valor adverbial em A mdia confunde muito. Entretanto em poucos tm muito, o vocbulo destacado no tem valor adverbial: um pronome indefinido substantivo, ou seja, aquele que substitui genericamente um substantivo. Observe-se que se fizsse-mos tal vocbulo ser acompanhado, por exemplo, do vocbulo recursos, ele iria para o plural: muitos recursos.

    27. CERTO. A expresso que contextualmente classifica-se como palavra expletiva, ou seja, de realce. Observe-se que tal expresso poderia ser retirada sem prejuzo gramatical. O normal que as duas palavras que formam essa expresso venham juntas, como em Eu que no vou l. Mas pode vir intercalada por outras palavras, como ocorre no texto.

    28. CERTO. O deslocamento do advrbio de modo consensualmente para antes da forma verbal estabelecem no causa prejuzo gramatical nem prejuzo para a coerncia textual. Isso pode ser percebido pela simples leitura e pelo conhecimento de que o advrbio uma das classes que mais tm mobilidade dentro de uma orao. Entretanto, mesmo com tal facili-dade de movimento, muitas vezes o contexto que vai definir se haver ou no alterao semntica.

    29. ERRADO. A expresso Por outro lado no explicita, no deixa claro o segundo momento esperado no texto. Essa expresso classifica-se como palavra denotativa de continuao e apenas introduz a citao do segundo momento. Veja-se que tal expresso, por si s, no capaz de explicitar nada.

    30. ERRADO. Em Cometi apenas um erro, a anteposio do advrbio apenas para antes da forma verbal faz com que ele modifique toda a orao e passe a no mais expressar ideia de quantidade juntamente com o numeral um. J em Tive sempre medo da vida (.3), a mudana na ordem do termo adverbial Sempre tive medo da vida mantm inalterado o sentido da orao.

  • 51

    A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em meu pai encheu--me de horror no podemos ver as pessoas que amamos como elas realmente so, impunemente.

    1. No trecho A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em meu pai en-cheu-me de horror (.1-2), o emprego da preposio com facultativo.

    Um homem do sculo XVI ou XVII ficaria espantado com as exign-cias de identidade civil a que ns nos submetemos com naturalidade

    2. O emprego da preposio antes do pronome, em a que (.2), atende regra gramatical que exige a preposio a regendo um dos complementos do verbo submeter.

    3. Ambas as construes sero tidas como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1.Esses so os recursos de que o Estado dispe. 2.O Governo insiste que a negociao importante.

    1 Por isso, temos de conscientizar-nos de que a superao de conflitos ticos dinmica e envolve uma ampla interao de necessidades, obrigaes e interesses dos vrios envolvidos: o governo, por ser o agente protetor, regulador, financiador e comprador maior; a indstria

    5 e os fornecedores, que exercem grande presso inflacionria para a incorporao de seus produtos ou bens; as instituies e os profis-sionais de sade, que pressionam pela atualizao da sua capacidade instalada, variedade de oferta de servios e atualizao tecnocient-fica.

    Regncia Verbal eNominal

    Cap

    tulo 3

  • Marcos Pacco

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    4. Na linha 1, a preposio em de que exigida pelo verbo conscientizar--nos, por isso sua retirada do texto provocaria erro gramatical.

    A cultura refinada nunca foi para muita gente. A cultura mais sofisti-cada e profunda sempre foi um fenmeno restrito em que as barreiras de acesso sempre foram enormes.

    5. A organizao dos argumentos no texto mostra que o pronome relati-vo que (.3) obrigatoriamente regido pela preposio em, pois a preposio tem a funo semntica de atribuir valor locativo ao termo, localizando as barreiras de acesso (.3) no fenmeno restrito (.2).

    Em relao etapa de verificao, constatou-se que todas as recomendaes propostas, decorrentes da anlise do relatrio que marcou o incio do processo de acompanhamento, foram incorpo-radas integralmente no relatrio final de acompanhamento.

    6. Em No relatrio (.3), o emprego da preposio em est de acordo com a prescrio gramatical, que estabelece para o uso formal da linguagem uma nica regncia para o termo incorporado.

    1 ... para clientes de planos de sade e para empregados de empresas; o gerente de diversidade, que, em um setor de recursos humanos, quem tem uma viso mais panormica do quadro de empre-gados, diagnosticando profissionais que faltam s empresas; e o

    5 farmacoeconomista, cuja funo analisar a viabilidade econ-mica de um remdio, incluindo-se a demanda existente e a relao custo-benefcio.

    7. No trecho diagnosticando profissionais que faltam s empresas (.4), o verbo sublinhado rege dois complementos: um direto, representado pelo termo profissionais, e outro indireto, representado por s empresas.

    Fazer cincia implica descobrir, inventar e produzir coisas novas. Antes de o capitalismo se estabelecer como sistema socioeconmico dominante, fazer cincia era uma atividade individual e privada.

    8. Na linha 2, segundo as regras da norma culta da lngua portuguesa, a preposio de no sofre contrao com o artigo de o capitalismo por que este termo desempenha a funo de sujeito da orao subordinada.

  • Regncia Verbal e Nominal

    53

    No entanto,observa-se que uma das dificuldades da vida social a aceitao da diferena.

    9. O respeito s regras da norma culta, requisito da redao de documentos oficiais, exigiria que a contrao em das dificuldades (.1) fosse desfei-ta, grafando-se de as dificuldades, se o perodo em que ocorre esse termo constasse de um texto oficial.

    Temos coisa melhor do que esses tratados, interrompia Stroibus. Trago uma doutrina, que, em pouco, vai dominar o universo; cuido nada menos que em reconstituir os homens e os Estados, distribuindo os talentos e as virtudes.

    10. O trecho Temos coisa melhor do que esses tratados (.1) admite, sem prejuzo para a correo gramatical e o sentido original do texto, a seguin-te reescrita: Temos coisa melhor que esses tratados.

    Agora, a onda so os produtos com novas funcionalidades para atender a novas necessidades do consumidor.

    11. A omisso da preposio a, em atender a novas necessidades do con-sumidor (.2), no prejudica a correo gramatical nem o sentido origi-nal do texto.

    O conhecimento e a aprendizagem sobre a escala local proporcio-nados pelas informaes estatsticas vm responder s exigncias imediatas de compreenso da heterogeneidade estrutural no Brasil,...

    12. Mantm a correo gramatical do texto a seguinte reescrita do trecho responder s exigncias imediatas (.2-3): responder a exigncias imediatas.

    At hoje respondamos questo QUANDO COMEA A VIDA? das mais diversas maneiras, com a despreocupao dos inconse-quentes.

    13. Na linha 1, a presena do sinal indicativo de crase em questo indica que o verbo responder, como est empregado no texto, exige o uso de ao, se, mantida a coerncia textual, o vocbulo questo for substitudo por questionamento.

  • Marcos Pacco

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    14. O verbo chamar, no sentido de convocar, mandar vir, rege complemento sem proposio. Assinale a opo que apresenta um exemplo desse senti-do e dessa regncia do verbo chamar.

    a. O telefone chamava insistentemente.b. O m chama o ferro.c. O diretor chamou para si toda a responsabilidade.d. V cham-los para o jantar. e. Chamava pelo amigo de infncia.

    15. Assinale a opo em que a regncia verbal da frase apresentada est em desacordo com os padres gramaticais.

    a. Assistiu o espetculo pelo telo, pois estava longe do palco.b. O f, extasiado, assistiu ao desfile de carnaval.c. Rpido, o corpo de bombeiros assistiu o acidentado.d. Piamente, acreditava em todos.

    Tais dinmicas no se reportam apenas ao carter negativo do poder, de opresso, punio ou represso, mas tambm ao seu carter posi-tivo, de disciplinar, controlar, adestrar, aprimorar.

    16. O uso da preposio em ao carter (.1) deve-se s exigncias sintticas do verbo reportar, na acepo usada no texto.

    Esse conceito pressupe que todos sejam forados a viver em casas idnticas, ganhar os mesmos salrios, comer as mesmas comidas e acreditar nos mesmos valores?

    17. O desenvolvimento da argumentao permite a insero da preposio a imediatamente antes de ganhar (.2), de comer (.2) e de acreditar (.3), sem se prejudicar a correo gramatical do texto.

    1 A crise, que tem levado muitos negcios bancarrota, provocou efeito oposto para o McDonalds, a maior rede de fast-food do mundo. Nmeros recentes, relativos ao primeiro trimestre deste ano, mostram que as vendas j aumentaram quase 5% nos Estados Unidos

    5 da Amrica (EUA), onde mais de um tero das 31.000 lojas da rede esto localizadas. Esse ritmo de crescimento 60% mais veloz que o registrado no mesmo perodo de 2008, justamente antes da crise.

  • Regncia Verbal e Nominal

    55

    18. As formas verbais provocou (.1) e (.6) so verbos de ligao.

    19. Acerca da sintaxe do trecho Os nmeros so semelhantes aos relaciona-dos aos furtos, roubos e ameaas, pode-se afirmar que o vocbulo so est empregado como verbo de ligao.

    A objetividade, portanto, no existe, apenas seu efeito, que criado por meio de mecanismos lingusticos que do outros ecos e valores significativos mensagem.

    20. Preservando-se a correo gramatical e a coerncia argumentativa do pargrafo, a funo que a expresso mecanismos lingusticos (.2) exerce no texto poderia ser marcada apenas pela preposio por, sem necessidade de se recorrer ao emprego de por meio de (.2).

    1 Existem dvidas se possvel, democraticamente, um controle social e tico sobre os conhecimentos cientficos e os avanos tecno-lgicos em geral. Discute-se tambm se, do ponto de vista do direito, as questes ticas devem ser objeto de leis ou de normas, ou de ambas.

    5 Assim como se indaga muito se a sociedade no estaria exercendo um controle social e tico sobre as tecnocincias mediante normas (cdigos de tica) em detrimento dos poderes legalmente constitudos nos estados democrticos, menosprezando as leis e superestimando os cdigos de tica.

    21. A insero da preposio sobre antes da orao condicional iniciada por se possvel (.1) manteria a coerncia da argumentao do texto, bem como respeitaria as regras gramaticais.

    1 Tendo como principal propsito a interligao das distantes e isoladas provncias com vistas constituio de uma nao-Estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoo dos trans-portes no pas explicitavam firmemente a sua crena de que o cresci-

    5 mento era enormemente inibido pela ausncia de um sistema nacional de comunicaes e de que o desenvolvimento dos transportes consti-tua um fator crucial para o alargamento da base econmica do pas.

    22. A preposio em de que o desenvolvimento (.6) exigida pela regn-cia da palavra crena (.4).

  • Marcos Pacco

    56

    A informao atualizada ferramenta essencial para a formulao e a implementao de polticas pblicas, especialmente em reas em que a prestao de servios descentralizada, como o caso da assis-tncia social.

    23. O trecho para a formulao e a implementao de polticas pblicas (.1-2) complementa o sentido do adjetivo essencial (.1).

    Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais, mas nada mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa qualificao, nossa energia, nossa imagi-nao.

    24. A retirada da preposio em de transformar (.2) violaria as regras de gramtica da lngua portuguesa, j que essa expresso complementa ca-pacidade (.2).

    Dada a inexistncia de encanamento para fazer a drenagem, tornava--se impossvel a distribuio de gua nas casas.

    25. O segmento Dada a inexistncia de encanamento (.1) poderia ser cor-retamente reescrito da seguinte forma: Devido inexistncia de encana-mento.

    Todo indivduo tem direito proteo de sua liberdade, de sua inte-gridade fsica e de outros bens que so necessrios para que uma pessoa no seja rebaixada de sua natureza humana.

    26. Na linhas 1 e 2, a repetio da preposio de antes de sua liberdade, sua integridade e outros bens indica que se trata de trs expresses que complementam proteo, e no direito.

    O fato que, desde os seus primrdios, as coletividades humanas no apenas pactuaram normas de convivncia social, mas tambm foram corporificando um conjunto de conceitos e princpios orienta-dores da conduta no que tange ao campo tico-moral.

    27. Na linha 4, a preposio a, que compe o termo ao campo tico-moral, exigida pelo substantivo conduta.

  • Regncia Verbal e Nominal

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    Com um visual colorido e irreverente, os vinte cartazes buscam propagar a ideia de que possvel tomar medidas que diminuam as chances de contrair cncer e de que a deteco precoce da doena amplia significativamente as chances de cura.

    28. As duas ocorrncias da preposio de em de que (.2-3) mostram o incio de oraes que complementam o termo ideia (.2).

    O mercado cria inevitavelmente a ideia de que o lucro de um pode ser o prejuzo do outro e que cada um deve defender os prprios interesses.

    29. Alteram-se as relaes semnticas entre os termos da orao e desrespei-tam-se as regras gramaticais de regncia ao se inserir a preposio de antes de que cada um (.2), escrevendo-se e de que cada um.

    Ouvinte atenta dos relatos dos trabalhadores sobre ameaas sofridas por parte de fazendeiros e sob