Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

162
7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016 http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 1/162  ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO TESTE DE SONDAGEM INICIAL FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES MILITARES ( VOLUME I ) 2015/2016

Transcript of Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

Page 1: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 1/162

 

ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DOEXÉRCITO

TESTE DE SONDAGEM INICIAL

FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕESMILITARES

( VOLUME I )

2015/2016

Page 2: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 2/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

1/25

VOLUME I - 1ª PARTE – A FORÇA TERRESTRE

ÍNDICE DOS DOCUMENTOS

Nr TÍTULO ANEXO1 FICHA DE ORIENTAÇÃO -2 OPERAÇÕES CONJUNTAS DAS FORÇAS ARMADAS -3 ORGANIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA FORÇA TERRESTRE -4 A FORÇA TERRESTRE COMPONENTE -5 PRINCÍPIOS DE GUERRA -

* * *

Page 3: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 3/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

2/25

Doc Nr 1

FICHA DE ORIENTAÇÃO

1. FINALIDADE

Orientar o estudo dos oficiais alunos.

2. OBJETIVOS

a. Entender o emprego de uma força terrestre componente no contexto das operações

conjuntas.

b. Analisar a organização, as características, as possibilidades e as limitações dos diferentesescalões da força terrestre.

c. Interpretar os princípios de guerra.

3. TEMPO ESTIMADO

Estima-se em 6 horas o tempo necessário ao estudo.

4. REFERÊNCIAS

a. EB 20-MC-10.102 DOUTRINA MILITAR TERRESTREb. EB 20-MC-10.103 OPERAÇÕESc. EB 20-MC-10.202 FORÇA TERRESTRE COMPONENTEd. MD 30-M-01 – DOUTRINA DE OPERAÇÕES CONJUNTAS – 1º Vol – MD/2011

* * *

Page 4: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 4/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

3/25

Doc Nr 2

OPERAÇÕES CONJUNTAS DAS FORÇAS ARMADAS

NÍVEIS DE PLANEJAMENTO

2-1 GENERALIDADES

 A Sistemática de Planejamento de Emprego Conjunto das Forças Armadas

(SisPECFA) apresentada na Doutrina de Operações Conjuntas, em seu ciclo completo,contempla:

a) no nível político, diretrizes, de responsabilidade do Comandante Supremo (CS);b) no nível estratégico, diretrizes e planos, de responsabilidade do Ministério da Defesa;c) no nível operacional, planos operacionais, de responsabilidade dos

Comandos Operacionais ativados; ed) no nível tático, planos táticos e ordens de operações, de responsabilidade das

Forças Componentes.

 A simultaneidade na execução dos planejamentos operacionais e táticos tem por objetivointensificar a sinergia entre os níveis (Fig 2-1), possibilitando que os mesmos estejam prontos

e em condições de serem testados na situação de normalidade.

Fig 2-1 Níveis de Planejamento 

2-2 NÍVEL POLÍTICO

Estabelece os objetivos políticos do planejamento, preparo e emprego conjunto das Forças Armadas, orienta e conduz o processo global da conquista ou da manutenção desses objetivose decide sobre o emprego das FA.

É representado pelo Presidente da República (Comandante Supremo das FA), que tem

como órgão consultivo o Conselho de Defesa Nacional (CDN). A ele cabe, dentre outrasatribuições, o estabelecimento dos objetivos políticos do conflito, a celebração de alianças, aformulação de diretrizes para as ações estratégicas de cada expressão do Poder Nacional, aobservância do direito internacional e dos acordos existentes, e a definição das limitações ao

Page 5: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 5/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

4/25

emprego dos meios militares e ao uso do espaço geográfico.

 As decisões e diretrizes emanadas desse nível conformam o poder militar em caso deemprego, dão sentido ao trabalho do planejamento estratégico, formulam o conceito político doplanejamento e explicitam orientações e condicionantes aos planejamentos decorrentes. Estesitens serão consolidados por meio de uma Diretriz Presidencial de Emprego de Defesa(DPED).

2-3 NÍVEL ESTRATÉGICO

Os fundamentos do planejamento estratégico-militar são encontrados na legislação e nosdocumentos de mais alto nível do País, como a Constituição Federal, a Política Nacional deDefesa (PND), a Estratégia Nacional de Defesa (END) e as Leis Complementares que tratamda organização, do preparo e do emprego das Forças Armadas.

Transforma as condicionantes e as diretrizes políticas em ações estratégicas, voltadaspara os ambientes externo e interno, a serem desenvolvidas, setorialmente pelos diversosministérios, de maneira coordenada com as ações da expressão militar. Este nível desdobra-seem todas as expressões do Poder Nacional.

 A “Etapa do Exame de Situação e Planejamento” abrange a produção dos PlanosEstratégicos de Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA) pelo Estado-Maior Conjuntodas Forças Armadas (EMCFA), com a participação de representantes indicados pelas Forças e

por outros órgãos governamentais, quando convidados a participar.Os Planos Estratégicos são base para os Comandos Operacionais produzirem os Planos

Operacionais, em decorrência dos quais os comandos das forças componentes desenvolvem osrespectivos Planos Táticos.

O planejamento no nível estratégico deverá identificar, entre outros aspectos:

a) os objetivos políticos e estratégicos;

b) os centros de gravidade, do ponto de vista estratégico;

c) as condicionantes políticas ao planejamento;

d) o Estado Final Desejado;

e) a Estrutura Militar a ser estabelecida;f) as áreas de responsabilidade dos Comandos Operacionais a serem ativados;

g) os meios que poderão ser adjudicados aos Comandos Operacionais; e

h) as principais ações estratégicas decorrentes, incluindo aquelas avaliadascomo necessárias por segmentos das demais expressões do Poder Nacional.

2-4 NÍVEL OPERACIONAL 

O Comandante Operacional elabora o planejamento militar da campanha, com base noPEECFA correspondente e demais diretrizes recebidas. Nesse nível, os principaisconceitos estratégicos, objetivo e Estado Final Desejado, servem de base para o

estabelecimento dos objetivos operacionais e das missões a serem atribuídas às forçascomponentes, observando a coerência com o Nível Estratégico.

Page 6: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 6/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

5/25

2-5 NÍVEL TÁTICO

É elaborado o planejamento das forças componentes, a partir do planejamento operacionaldo Comando Operacional ativado.

Empregam-se frações de forças militares, organizadas segundo características ecapacidades próprias, para conquistar objetivos ou para cumprir as tarefas que lhe foramatribuídas. Nesse nível, ocorrem enfrentamentos entre forças oponentes e são utilizadosprocedimentos padronizados e técnicas associadas à especificidade de cada Força, semprejuízo do grau de interoperabilidade necessário ao sucesso da campanha ou operação co moum todo.

Uma vez decidido o emprego da F Ter, o planejamento e a condução das operaçõesprocessam-se em 03 (três) níveis: estratégico, operacional e tático (Fig 2-2). A divisãoestratificada dos níveis de planejamento é útil e necessária à organização de ideias e dostrabalhos, contudo os níveis de planejamento não devem ser entendidos como fasesestanques. A relação de tempo e espaço no contexto vivenciado é que determinará aquilo queintegra cada nível.

NÍVEL AUTORIDADE PRINCIPAIS DOCUMENTOS

ESTRATÉGICO  - Ministério da Defesa (MD)

Diretrizes Estratégicas:- Dtz Ministeriais

- Dtz do Ch EMCFA- Planos Estratégicos

OPERACIONAL  - Comandos Operacionais (Ativados)- Dtz de Planejamento Operacional- Planos Operacionais

TÁTICO  - Forças Componentes- Dtz de Planejamentos Táticos- Ordens de Operações- Planos Táticos

Fig 2-2 Principais Documentos 

OPERAÇÕES CONJUNTAS

2-6 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 As Operações Conjuntas (Op Cj) caracterizam-se pelo emprego de meios ponderáveis demais de uma Força Singular, sob comando único. 

Para o planejamento do emprego e o controle da execução das ações planejadas, seráconstituído um Estado-Maior Conjunto (EMCj). 

Os Comandos Operacionais poderão ser conjuntos ou singulares, conforme as

necessidades de emprego. Com exceção do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), que é um

Comando Operacional Conjunto de caráter permanente, os demais Comandos Operacionais

Page 7: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 7/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

6/25

(sejam eles conjuntos ou singulares) terão caráter temporário e serão ativados em caso de:  

a) agravamento de uma crise; b) concretização de uma ou mais HE previstas na Estratégia Militar de Defesa 

(E Mi D); ou c) ameaça não prevista nas HE. 

2-7 TIPOS DE COMANDOS OPERACIONAIS 

De acordo com o planejamento estratégico de uma HE, podem ser ativados os seguintesComandos Operacionais, previstos na Estrutura Militar de Defesa (Etta Mi D):

a) Comando do Teatro de Operações (Cmdo TO);b) Comando da Área de Operações (Cmdo A Op); ec) Comando da Zona de Defesa (Cmdo ZD).

 Além dos Comandos Operacionais, podem ser estabelecidas Forças Expedicionárias ouForças de Paz com estruturas conjuntas ou singulares, destinadas a realizar ope- raçõesmilitares fora do território nacional, integrando uma estrutura político-militar aliada ou de umorganismo internacional.

2-8 ÁREAS DE RESPONSABILIDADE DOS COMANDOS OPERACIONAIS 

 A cada Comando Operacional ativado será atribuída uma área de responsabilidade,

correspondente ao espaço geográfico no qual o Comandante terá autoridade para acondução das operações militares, inerentes à missão que lhe foi atribuída. Consistem em trêstipos básicos: 

a) Teatro de Operações (TO); b) Área de Operações (A Op); e c) Zona de Defesa (ZD). 

 A delimitação das áreas de responsabilidade  –  TO, A Op e ZD  –, ocorre naelaboração do PEECFA pelo EMCFA. Sua aprovação é atribuição do ComandanteSupremo, assessorado pelo Min Def. 

2-9 TEATRO DE OPERAÇÕES (TO) 

É o espaço geográfico necessário à condução das operações militares, para ocumprimento de determinada missão, englobando o necessário apoio logístico. Seus limitesserão inicialmente estabelecidos por ocasião do planejamento estratégico para umadeterminada HE, podendo ser alterados mediante solicitação do Comandante do TO(ComTO) e autorização do Comandante Supremo, caso necessário. 

Do ponto de vista operacional, o TO poderá ser subdividido em Áreas de Responsabilidade,a serem atribuídas a cada uma das Forças Componentes diretamente subordinadas ao ComTO.

 A parcela terrestre de um TO poderá possuir, no sentido da profundidade, duas zonas: aZona de Combate (ZC) e a Zona de Administração (ZA), e estas deverão ter seus limites

fixados pelo ComTO, por proposta do seu EMCj, devendo levar em consideração o espaçosuficiente tanto para as manobras operacionais e táticas, quanto para as instalações logísticas ede Comando e Controle. 

Page 8: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 8/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

7/25

2-10 ÁREA DE OPERAÇÕES (A Op) 

É o espaço geográfico necessário à condução de operações militares, cuja magnitude dosmeios e complexidade das ações não justifiquem a criação de um TO. 

2-11 ZONA DE DEFESA (ZD) 

 As ZD são os espaços geográficos destinados à defesa territorial e constituídos peladivisão da Zona do Interior (ZI) – parcela do território nacional não incluída no TO. As ZD poderão

conter uma faixa marítima, de dimensões a serem definidas na sua criação, de acordo com asHE existentes. 

 A necessidade da criação de ZD, assim como as suas delimitações geográficas, seráavaliada por ocasião da elaboração do respectivo PEECFA, ou caso a situação assim exija, naidentificação de ameaça não visualizada nos planejamentos das HE. 

2-12 FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DE UM COMANDO OPERACIONAL CONJUNTO

Um Comando Operacional Conjunto é organizado em forças componentes, as quais, acritério do seu comandante, podem ser (Fig. 2-3):

a) Forças Singulares Força Naval Componente (FNC), Força Terrestre Componente (FTC)e Força Aérea Componente (FAC); e/ou

b) Forças Conjuntas Força Conjunta (F Cj), Força-Tarefa Conjunta (FT Cj), ForçaConjunta de Operações Especiais (F Cj Op Esp), Comando Logístico (C Log) e outrasmodalidades, tantas quanto forem necessárias. 

* * *

Page 9: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 9/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

8/25

Doc Nr 3

ORGANIZAÇÃO DOS ELEMENTOS DA FORÇA TERRESTRE 

 ARMAS QUADROS E SERVIÇOS

3-1 GENERALIDADES

 As Armas, Quadros e Serviços são conjuntos de pessoal e meios organizados em unidades

  de acordo com as suas funcionalidades, que desenvolvem atividades específicas nasoperações. Ao longo do tempo, respondem à especialização imposta pela evolução dos meios,processos e procedimentos, o que requer novas competências individuais e capacidadesoperativas para cumprir sua missão. 

Nas Armas, são reunidos os combatentes por excelência, a atividade-fim da profissão. OsQuadros contemplam militares que, de origem diversa, aglutinam-se dentro desses conjuntoscom uma finalidade geral própria. Os Serviços que, como o termo indica, exerce uma atividadede apoio bem definida, normalmente de cunho logístico ou administrativo.

No âmbito da F Ter, as Armas dividem-se em dois grupos: as armas base (Infantaria eCavalaria) e as Armas de Apoio ao Combate (Artilharia, Engenharia e Comunicações) e osQuadros e Serviços: Quadro de Material Bélico, e os Serviços de Intendência, Saúde,

Veterinária e Assistência Religiosa.

3-1 INFANTARIA

 A missão básica da Infantaria, no ataque, é cerrar sobre o inimigo a fim de destruí- lo oucapturá-lo, utilizando o fogo, o movimento e a ação de choque. Na defensiva, consiste em mantero terreno, detendo e repelindo o ataque inimigo por meio do fogo e do combate aproximado, oudestruindo-o pelo contra-ataque.

 A característica essencial da Infantaria é sua aptidão para combater desembarcado, emtodos os tipos de terreno e sob quaisquer condições meteorológicas, conjugada à capacidade dedeslocar-se e de combater utilizando quaisquer meios de transporte que lhe sejam

proporcionados. Quando dotada de meios de transporte adequados, pode realizar operaçõesribeirinhas, aeroterrestres ou aeromóveis.

3-2 CAVALARIA

 As características básicas da Cavalaria são definidas pela conjugação harmônica daspeculiaridades de seus elementos blindados e mecanizados: mobilidade tática, potência defogo, proteção blindada, ação de choque e comunicações ampla e flexível. Em decorrência dessaspeculiaridades, resultam as características de emprego da arma: flexibilidade, capacidade demanobra, capacidade de combater, de durar na ação, de informar e de cobrir-se.

 A Cavalaria mecanizada constitui elemento móvel e potente, capaz de conduzir ações de

Reconhecimento, de Vigilância e de Segurança. A Cavalaria blindada constitui importante elementode decisão, sendo particularmente apta para as ações ofensivas que exijam elevado poder dechoque e para as ações dinâmicas de defesa decisivas. Participa da Função de Combate

Page 10: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 10/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

9/25

Movimento e Manobra, por ser apta a posicionar-se em situação de vantagem em relação aooponente.

3-3 ARTILHARIA

Tem por missão apoiar as armas base pelo fogo, destruindo ou neutralizando os alvos queameacem o êxito da operação. Suas principais características são a precisão e a rapidez, paradestruir ou neutralizar as instalações, os equipamentos e as tropas inimigas localizadas emprofundidade no campo de batalha.

 A Artilharia de Campanha é o principal meio de apoio de fogo da F Ter. Suas unidades e

subunidades podem ser dotadas de morteiros, obuseiros, e lançadores de mísseis e/ou foguetes.Os Sistemas de Mísseis e Foguetes complementam o apoio de fogo prestado pela artilharia detubo, executando fogos de aprofundamento do combate, bem como realizando fogos em apoio àsoperações conjuntas. A Artilharia de Campanha participa da Função de Combate Fogos, apoiandoo Movimento e a Manobra.

 A artilharia antiaérea, componente terrestre da defesa aeroespacial ativada, realiza a defesaantiaérea de forças, instalações ou áreas. A Artilharia Antiaérea participa da Função de CombateProteção, ao preservar a F Ter, quer seja o homem, as organizações ou as estruturasestratégicas.

3-4 ENGENHARIA A Engenharia tem como missão principal apoiar, com as vertentes de combate e

construção, os elementos de emprego da F Ter nas operações desencadeadas no amploespectro dos conflitos. Participa das Funções de Combate: Movimento e Manobra,proporcionando mobilidade às armas base e contramobilidade ao inimigo; Proteção, aos órgãose estruturas de combate; Logística, em diversas atividades; dentre outras.

 A Engenharia é importante vetor na prevenção de ameaças, no gerenciamento de crisese/ou na solução dos conflitos armados. A vertente de combate, a Engenharia apoia asoperações terrestres, no lançamento e destruição de pontes, minas e obstáculos, trabalhos defortificação de campanha, apoiando a transposição de rios obstáculos e outros. Na vertentede Construção colabora com o desenvolvimento nacional, em tempo de paz, construindo e

reparando estradas, ferrovias, pontes, açudes, barragens, poços artesianos, dentre outras obras. A Engenharia é instrumento imprescindível na estabilização das condições de bem estar da

população.

3-5 COMUNICAÇÕES

 As Comunicações  –  a Arma do Comando  –  proporcionam as ligações necessáriasentre os elementos da F Ter, antes, durante e após as operações. Além disso, atua nocontrole do espectro eletromagnético, por meio das atividades de Guerra Eletrônica,para impedir ou dificultar as comunicações do inimigo, facilitar as próprias comunicaçõese obter informações.

 Atuam no espaço cibernético conduzindo ações para: proteger os próprios ativos deinformação; explorar e atacar redes do oponente, mantendo a capacidade de interferir nodesenrolar das operações militares no Espaço de Batalha; bem como afetar as condições de

Page 11: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 11/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

10/25

normalidade em uma determina da área ou região, atingindo o funcionamento de estruturasestratégicas e serviços essenciais destinados à população.

 As Comunicações constituem importante componente da Função de Combate Comandoe Controle, viabilizando o exercício da autoridade pelos comandantes de todos os elementos daF Ter. Propiciam a integração das demais Funções de Combate por meio dos seus sistemas deTecnologia da Informação e Comunicações.

3-6 QUADRO DE MATERIAL BÉLICO

O Quadro de Material Bélico executa as atividades e tarefas da Função de Combate

Logística, referentes aos Grupos Funcionais Suprimento (Classes III, V e IX), Manutenção(material bélico, principalmente, armamentos, viaturas e aeronaves), Transporte e Salvamento.

3-7 SERVIÇO DE INTENDÊNCIA

O Serviço de Intendência executa as atividades e tarefas da Função de Combate Logística,referentes aos Grupos Funcionais Suprimento (Classes I, II e X), Transporte e Recursos  Humanos. Realiza também as tarefas da atividade Gestão Orçamentária e Financeira,prestando o assessoramento contábil e financeiro aos comandantes em todos os escalões.

Em operações, além das atividades comuns ao tempo de paz, o Serviço deIntendência se incumbe também de tarefas afetas ao bem estar do pessoal, como banho,

lavanderia, suprimento reembolsável, serviço postal, dentre outros.

3-8 SERVIÇO DE SAÚDE

O Serviço de Saúde participa da Função de Combate Logística, executando as atividades etarefas relacionadas à higidez do combatente, preservando suas condições de aptidão física epsíquica, por meio de medidas sanitárias de prevenção, recuperação e evacuação. Incumbe-setambém da execução das tarefas relacionadas à preservação das condições de higidez dosanimais pertencentes à F Ter e o controle sanitário e a inspeção de alimentos.

O Serviço de Saúde é o responsável pela coordenação e execução da logística de materialde saúde em uso no Exército e pela normatização de técnicas e procedimentos relativos ao Grupo

Funcional Saúde.

Page 12: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 12/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

11/25

ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

3-9 GENERALIDADES

 As estruturas organizacionais são constituídas pelas organizações militares, de caráterpermanente, fundamentadas em um Quadro de Organização, composto de Base Doutrinária,Quadro de Cargos e Quadro de Dotação de Material, estruturadas para facilitar odesenvolvimento das capacidades para a F Ter.

Elas favorecem a coesão interna, unidade de comando/unidade de esforços; a primeira,mediante o convívio e o adestramento, e a segunda, por meio da confiança nos comandantes e

do entendimento mútuo, permitindo ação de comando eficaz no cumprimento da missão emambiente interagências.

Para garantir adequada organização das forças e facilitar a geração de capacidadesrequeridas, a F Ter classifica operativamente suas organizações militares de emprego em:Elementos de Combate, Elementos de Apoio ao Combate e Elementos de Apoio Logístico.

3-10 ELEMENTOS DE COMBATE

Um elemento de combate caracteriza-se pela sua capacidade de combinar fogo emovimento, a fim de cerrar sobre o inimigo. Pode receber as missões de: destruir ou neutralizaro inimigo; conquistar, controlar e interditar acidentes capitais do terreno; cobrir ou proteger a

força principal; ou obter informações para o escalão em proveito do qual opera. Os elementos decombate empregam os tiros diretos e indiretos e são capacitados para operar em contato diretocom o inimigo.

Os batalhões de infantaria e os regimentos de cavalaria constituem os elementos básicospara a organização das brigadas.

 A Brigada, como Grande Unidade (GU), é considerada o módulo básico de empregoda F Ter, contando no mínimo, com elementos de combate, de comando e controle e delogística. Os principais tipos de GU são: leves, médias e pesadas.

GU Leves  –  Brigada de Infantaria de Selva, Brigada de Infantaria Leve, Brigada deInfantaria Leve (Aeromóvel), Brigada de Infantaria Leve (Montanha) e Brigada de InfantariaParaquedista. As GU leves existem em função da necessidade da F Ter dispor de elementos

dotados de acentuada flexibilidade e capacidade operativa, em condições de deslocar-se e atuarcom rapidez e eficiência em qualquer parte do território nacional e operar no amplo espectrodos conflitos. São as tropas mais aptas à execução de operações de assalto aeromóvel, àrealização de ações de Defesa externa em todas as partes do território nacional e, ainda,atuar em Operações de Apoio a Órgãos Governamentais (OAOG).

GU Médias  –  Brigada de Infantaria Mecanizada e Brigada de Cavalaria Mecanizada. As GU médias são dotadas de plataformas veiculares de rodas com relativa proteção blindada,sendo vocacionadas para Operações no Amplo Espectro, particularmente na solução de conflitosarmados ou guerra. As Brigadas de Cavalaria Mecanizada são as mais aptas para as tarefas deReconhecimento, Vigilância e Segurança.

GU Pesadas  – são as Brigadas Blindadas, constituídas pelas unidades de regimentos decavalaria blindados e batalhões de infantaria blindados. Como força potente e altamentemóvel, são as GU da F Ter mais aptas ao emprego no extremo do espectro dos conflitos, como oelemento de decisão do combate terrestre. Sua missão é cerrar sobre o inimigo, a fim de destruí-

Page 13: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 13/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

12/25

lo ou neutralizá-lo, utilizando o fogo, a manobra, a ação de choque e proteção blindada. Sãoaptas para as ações ofensivas altamente móveis e com grande profundidade.

 A concepção estratégica de emprego e o ambiente operacional indicam a natureza, aorganização e o material de dotação dos elementos de combate da F Ter. Partindo dessapremissa, as brigadas são GU, dotadas de capacidades para atuar, em princípio, na áreaestratégica para a qual tem vocação prioritária.

Existem, ainda, elementos de combate reunidos em comandos de valor GU, que são deemprego específico: Comando de Aviação do Exército e Comando de Operações Especiais.

Aviação do Exército  –  o emprego de vetores da Av Ex confere efeito multiplicador ao

Poder de Combate terrestre, inserindo a F Ter na 3ª dimensão do Espaço de Batalha de formadecisiva e conferindo-lhe significativa ampliação do alcance operacional.

Como elemento de emprego da F Ter dotado de múltiplas capacidades, a Aviação doExército é fundamental para as Operações no Amplo Espectro, pela possibilidade de atuarem toda a profundidade do TO/A Op, sobretudo no Espaço de Batalha não linear. Para isso,contribuem com sua velocidade e ação de choque – no isolamento, na destruição da forçainimiga, nas manobras de flanco, no ataque de oportunidade e no combate continuado.

Operações Especiais  - operações conduzidas por forças militares especialmenteorganizadas, treinadas e equipadas, em ambientes hostis, negados ou politicamente sensíveis,visando a atingir objetivos militares, políticos, informacionais e/ou econômicos, empregandocapacitações militares específicas não encontradas nas forças convencionais. Essas

operações frequentemente requerem capacitações cobertas, sigilosas ou de baixavisibilidade.

3-11 ELEMENTOS DE APOIO AO COMBATE

Embora os elementos de combate sejam a fonte primordial do poder de combate de umaforça, os elementos de apoio ao combate participam decisivamente do sucesso das operaçõespor meio do apoio de fogo, do apoio ao movimento e da capacidade de coordenação e controleproporcionados à força.

O apoio ao combate contribui diretamente com o aumento da eficiência dos elementos demanobra, podendo constituir-se em fator decisivo na avaliação do Poder Relativo de Combate. A

composição de uma força inclui unidades de apoio ao combate, de acordo com suasnecessidades.

 A atribuição de elementos de apoio ao combate às forças em operações deve sercriteriosamente pesada, para assegurar seu emprego eficiente e na medida certa. Taiselementos podem ser orgânicos, passados em apoio ou em reforço aos elementos de manobra,na dosagem adequada, em estruturas modulares.

Em todos os níveis de comando, os planejamentos para o emprego dos elementos demanobra e de apoio ao combate devem ser integrados, a fim de assegurar a adequaçãodo apoio às necessidades operacionais.

Os principais Elementos de Apoio ao Combate da F Ter são: artilharia (de campanha eantiaérea), engenharia, comunicações, guerra eletrônica, guerra cibernética, DQBRN, inteligênciae operações de apoio à informação.

Artilharia de Campanha  - é o principal meio de apoio de fogo da F Ter, organizadabasicamente em Grupos  –  enquadrados por GU de Artilharia ou por GU das Armas-base  – 

Page 14: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 14/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

13/25

podendo ter unidades dotadas de morteiros, obuseiros e lançadores de mísseis e/ou foguetes.Sua missão é apoiar a força pelo fogo, destruindo ou neutralizando os alvos que ameacem oêxito da operação.

 A Artilharia de Campanha é tanto mais eficiente quanto mais centralizado for o controle deseus meios. Com a centralização, obtém-se o máximo de flexibilidade, o que proporciona omelhor apoio à força como um todo e a cada um de seus elementos integrantes.

Nas operações altamente móveis e em outras operações com elevado grau dedescentralização, pode ser indicada a descentralização do controle e, até mesmo, dos meios deartilharia de campanha.

 A Artilharia participa da Defesa do Litoral contra operações navais inimigas em áreasmarítimas próximas ao litoral ou em águas interiores. Para cumprir essa missão, a Artilhariaexecuta uma ou mais das ações básicas seguintes: repelir ou impedir, pelo fogo, o desembarquede forças anfíbias inimigas e destruir ou neutralizar, pelo fogo, meios navais inimigos. OsSistemas de Mísseis e Foguetes participam das Operações de Defesa do Litoral,especialmente, nas operações contra desembarque anfíbio.

Artilharia Antiaérea - organizada basicamente em Grupos, enquadrados por GU AAAe; ouBaterias, enquadradas por GU das armas base. Estruturada em sistema de controle e alarme,sistema de armas e rede de comunicações, tem por missão realizar a defesa antiaérea de forças,instalações ou áreas, desencadeada da superfície contra vetores aéreos inimigos.

Uma defesa antiaérea eficiente exige um elevado grau de coordenação e, quando for

o caso, o controle do tiro das armas antiaéreas. As características e possibilidades operativas dovetor hostil, junto com a necessidade de otimizar a defesa antiaérea, de modo a alocar o menornúmero de unidades de tiro suficientes ao seu combate, induzem a uma maior centralização docontrole. O fator espaço, as limitações dos meios de comunicações e a situação existente podemlevar a um menor grau de controle.

 A Artilharia Antiaérea pode realizar a missão de superfície, que consiste em atuar contraobjetivos terrestres ou navais, complementando a ação de outros meios de apoio de fogo. Amissão de superfície é eventual, podendo ser adotada em situações especiais, quando aspossibilidades de interferência do inimigo aéreo são mínimas e o valor da ameaça terrestreconsiderável.

Engenharia  - é organizada basicamente em Batalhões ou Companhias, enquadrados por

Grupamentos de Engenharia ou por GU das armas base.Na Função de Combate Movimento e Manobra, o apoio de engenharia executa ações para

garantir a liberdade de movimento e conduzir ações de contramobilidade como fatoresmultiplicadores do poder de combate. As principais ações nesta função são: transpor barreiras,obstáculos e áreas minadas, facilitar o movimento e a manobra (construir estradas,caminhos, aeródromos e ZPH), selecionar o posicionamento, construir, instalar ou destruirobstáculos.

Na Função de Combate Logística proporciona apoio relativo ao material de Engenharia eproporciona apoio geral de construção, tais como: prover material de construção efortificação, material de Engenharia e Cartografia e água tratada; recuperar áreas danificadaspelo combate, construir portos e instalações ferroviárias e outros.

No rol de suas missões se enquadra também, na Função de Combate Proteção executandotrabalhos de fortificação de campanha e conduzindo ações de proteção contra engenhosfalhados e dispositivos explosivos improvisados.

Page 15: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 15/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

14/25

Comunicações  - o apoio de comunicações proporciona rapidez, confiança esegurança na transmissão de informações de combate e de decisões do comando. A função decombate comunicações devem possibilitar o comando e o controle, além de proporcionarligações eficientes a todos os escalões desdobrados no Teatro de Operações/Área deOperações.

Os meios de comunicações empregados, bem como a maneira de utilizá-los, precisamadaptar-se às diversas situações de combate. Cada escalão ou nível de comando dispõede tropas e equipamentos orgânicos ou reunidos de forma modular necessários para instalar,explorar e manter as comunicações indispensáveis à execução da missão.

O Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica é uma GU que centraliza seletivamente

estruturas de Comando e Controle e de Guerra Eletrônica, contribuindo com o efeitomultiplicador do Poder de Combate terrestre, inserindo a F Ter na 4ª dimensão do espaçode batalha – a dimensão informacional.

Guerra Eletrônica  - o planejamento e a execução do combate no espectro dos conflitosdevem considerar as medidas para negar ou dificultar o emprego eficiente do espectroeletromagnético pelo inimigo, bem como aquelas que assegurem às forças amigas as melhorescondições de utilização de seus próprios equipamentos e sistemas eletrônicos.

Guerra Cibernética  - corresponde ao uso ofensivo e defensivo de informação esistemas de informação para negar, explorar, corromper, degradar ou destruir capacidadesde comando e controle do adversário, no contexto de um planejamento militar de níveloperacional ou tático ou de uma operação militar.

Compreende ações que envolvem as ferramentas de TIC para desestabilizar os Sistemas

de Tecnologia da Informação e Comunicações e Comando e Controle (STIC3

) do oponente

e defender os próprios STIC3

. Abrange, essencialmente, as ações cibernéticas. A oportunidadepara o emprego dessas ações ou a sua efetiva utilização será proporcional à dependência dooponente em relação às TIC.

Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN) - a DQBRN, como elementode apoio ao combate, é uma capacidade operativa destinada a executar as medidas preventivasde DQBRN, por meio de reconhecimentos especializados, varreduras, identificação edelimitação de áreas atingidas por agentes QBRN, bem como ações relativas para a

descontaminação/desintoxicação de material e pessoal e o gerenciamento de dano QBRN. As ações de DQBRN estão inseridas na Função de Combate Proteção, entre as quais:

dispersão tática; afastamento de áreas contaminadas; descontaminação e medidas paraevitar a contaminação.

Inteligência - Envolve o conjunto de atividades, tarefas e sistemas inter-relacionadose empregados para assegurar a compreensão sobre o ambiente operacional, as ameaças (atuaise potenciais), os oponentes, o terreno e as Considerações Civis.

Com base nas diretrizes do comandante, normalmente expressas em Necessidadesde Inteligência (NI), executa as tarefas associadas às operações de Inteligência,Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos (IRVA).

Operações de Apoio à Informação  - As Operações de Apoio à Informação sãodefinidas como procedimentos técnico especializados, aplicáveis de forma sistematizada desdeo tempo de paz, de modo a motivar público-alvo amigos, neutros ou hostis a manifestaremcomportamentos desejáveis, com o intuito final de apoiar a conquista dos objetivos

Page 16: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 16/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

15/25

estabelecidos. Em coordenação com as demais capacidades relacionadas com as Operações deInformação (Op Info), as Operações de Apoio à Informação contribuem de forma peculiar para aconformação de cenários alvos, prevenção de ameaças, prevenção ou distensão de crises ou,ainda, para a solução de conflitos armados ou guerras.

Para tanto, essas operações: buscam a redução de baixas e danos em áreas conflagradas;colaboram com a segurança e a proteção de não combatentes; promovem a economia de meiosdos elementos apoiados; multiplicam o poder de combate da F Ter; buscam o apoio/aceitação àsações amigas e; ainda, se contrapõem à desinformação e à propaganda adversa.

3-12 ELEMENTOS DE APOIO LOGÍSTICORealizam ações voltadas à geração, ao desdobramento, à sustentabilidade e à reversão de

uma força operativa, de modo a assegurar a liberdade de ação e proporcionar amplitudede alcance e de duração às operações.

Participam de todas as fases do Processo de Planejamento e Condução das OperaçõesTerrestres, havendo estreita sincronização entre o planejamento da manobra operativa e orespectivo suporte logístico, de modo a atender as demandas decorrentes e a definir os meios aserem obtidos por intermédio da mobilização.

 A estrutura da Logística existente desde o tempo de paz interage com as logísticasmilitar e civil, de maneira a adequar-se às demandas de apoio a uma força atuando -preponderantemente - em um ambiente conjunto e interagências e, por vezes, multinacional.

ORGANIZAÇÕES OPERATIVAS

3-13 GENERALIDADES

Entende-se por organizações operativas aquelas que se configuram para a execuçãodas operações militares.

 As considerações mais importantes para o estabelecimento de uma organização operativa

são a missão e a situação tática. Sua constituição deve responder aos seguintes critérios:

a) baseadas nas estruturas organizacionais preexistentes;b) composição modular segundo as capacidades operativas necessárias;c) flexibilidade, para adaptar-se com facilidade e economia de meios à variações na

missão e situação; ed) unidade de comando, de forma que a responsabilidade do cumprimento da missão

recaia sobre uma única autoridade.

Para as operações, os elementos de emprego da F Ter se articulam emorganizações operativas respondendo ao critério básico de modularidade, o queproporciona flexibilidade à estrutura, permitindo otimizar os recursos para obter deles o máximorendimento.

Page 17: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 17/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

16/25

3-14 FORÇA TERRESTRE COMPONENTE

É uma organização operativa, não permanente, desenhada para o planejamento econdução das operações terrestres no contexto de uma operação conjunta; é uma estruturacriada para garantir a conexão entre o nível operacional e o tático não estando associada anenhum escalão de comando determinado.

 A Força Terrestre Componente (FTC) possui constituição e organização variáveis,enquadrando meios da F Ter adjudicados ao Comando Operacional, bem como de outras ForçasSingulares necessários à condução das suas operações.

 A FTC integra e sincroniza as Operações Terrestres com as outras forças componentes e

agências. Ela enquadra todos os meios terrestres adjudicados, não alocados às outrasForças Componentes.

Realiza o planejamento e a condução das operações, levando em conta as peculiaridadesda F Ter, como os processos de planejamento, o trabalho de comando e a doutrina próprios.

3-15 GRANDE COMANDO OPERATIVO

É uma organização operativa da F Ter, concebida para o planejamento e conduçãodas operações terrestres. Pode ser integrada por um número variável de GU  –  nãonecessariamente idênticas  –  unidades de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico,requeridos para o cumprimento da missão. Caso seja constituída, deve combinar ecoordenar todas as capacidades operativas.

 A Divisão de Exército é um G Cmdo Op. Planeja e coordena o emprego das GU, unidades eoutras capacidades modulares que a integram e, quando necessário, as reforça com meiosou com fogos, para intervir no combate ou prolongar-lhes a ação.

3-16 GRANDE UNIDADE 

 A Grande Unidade é uma organização militar interarmas, com capacidade de atuaçãooperativa independente, constituída por unidades de combate, de apoio ao combate e deapoio logístico.

 A Brigada é uma GU, considerada como o módulo básico de emprego da F Ter. De acordocom as capacidades operativas requeridas ao cumprimento da missão atribuída, receberáem reforço, estruturas modulares de combate e apoio ao combate, que lhe proporcionarão acapacidade de atuar de forma independente e de durar na ação.

3-17 OUTRAS ESTRUTURAS

Poderão ser ativadas outras organizações operativas com estruturas de caráter temporário,táticas ou logísticas, de constituição variável, reunindo elementos de combate e de apoio aocombate, que terão suas capacidades adequadas ao cumprimento da missão, tais como: Agrupamentos, Grupamentos, Força-Tarefa, Destacamentos, dentre outras.

 ARTIGO IV

Page 18: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 18/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

17/25

CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS DA FORÇA TERRESTRE

3-18 GENERALIDADES

 A realidade, sobejamente evidenciada pelo ambiente operacional contemporâneo, indica apremente necessidade de uma F Ter constituída de capacidades operativas alinhadas com asameaças concretas e potenciais e a defesa dos interesses nacionais.

Esta Força deve ser dotada de armamentos e de equipamentos com alta tecnologiaagregada, sustentada por uma doutrina em constante evolução, integrada por recursos humanostreinados e motivados. Para isso, baseia sua organização em estruturas com as características de

Flexibilidade, Adaptabilidade, Modularidade, Elasticidade e Sustentabilidade (FAMES), quepermitem alcançar resultados decisivos nas Operações no Amplo Espectro, com prontidãooperativa, e com capacidade de emprego do poder militar de forma gradual e proporcional à ameaça.

Evitando estruturas rígidas, de dimensões exageradas, dispendiosas, incompatíveis com osrequerimentos contemporâneos, em um ambiente de incerteza, os elementos devem ser organizadosde forma a atender um número maior de alternativas de emprego e que seja possível estruturá-los por módulos, combinar armas, com possibilidade de alterar seu poder de combateconforme a situação, com logística na medida certa. Para tal, os elementos da F Ter devemevidenciar as características de flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade esustentabilidade.

3-19 FLEXIBILIDADECaracterística de uma força que dispõe de estruturas com mínima rigidez

preestabelecida, o que possibilita sua adequação às especificidades de cada situação de empregoconsiderado os fatores da decisão.

 A flexibilidade faculta ao comandante um número maior de opções para reorganizar oselementos de combate em estruturas temporárias, com o adequado suporte logístico, desde afração elementar até a GU.

3-20 ADAPTABILIDADE

Característica de uma força ou do comandante e integrantes dessa força que lhes permite

ajustarem-se à constante evolução da situação e do ambiente operacional e adotarem soluções maisadequadas aos problemas militares que se lhes apresentam.

Também, esta característica possibilita uma rápida adaptação às mudanças nas condicionantesque determinam a seleção e a forma como os meios serão empregados, em qualquer faixa doespectro do conflito, nas situações de guerra e não guerra.

3-21 MODULARIDADE

Característica de um elemento de combate que lhe confere a condição de, a partir de umaestrutura básica mínima, receber módulos que ampliem seu poder de combate ou lhe agreguemcapacidades.

Também se refere à divisão de um sistema em componentes, denominados módulos, quesão nomeados separadamente e que guardam características comuns, podendo operar de formaindependente em relação a esse sistema.

Page 19: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 19/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

18/25

 A modularidade está diretamente relacionada ao conceito de elasticidade. Ela faculta aoscomandantes adotar estruturas de combate “sob medida” para cada situação de emprego.

3-22 ELASTICIDADE

Característica de uma força que, dispondo de adequadas estruturas de Comando e Controle ede Logística, lhe permite variar o poder de combate pelo acréscimo ou supressão de estruturas,com oportunidade.

3-23 SUSTENTABILIDADE

Característica de uma força que lhe permite durar na ação, pelo prazo que se fizer necessária,mantendo suas capacidades operativas, resistindo às oscilações do combate.

O termo também é aplicado no processo de obtenção de determinada capacidade operativa,para referir-se ao estudo do impacto que a solução adotada trará para o EB ao longo dos anos(ou seja, pelo período antevisto como o ciclo de vida dessa capacidade). Está diretamenterelacionado ao conjunto de fatores DOAMEPI.

* * *

Page 20: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 20/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

19/25

Doc Nr 4

A FORÇA TERRESTRE COMPONENTE

ESTRUTURAÇÃO DA FORÇA TERRETRE COMPONENTE

4-1 GENERALIDADES

 A FTC integra e sincroniza as Operações Terrestres com as outras forças componentes eagências. Ela enquadra todos os meios terrestres adjudicados, não alocados às outras ForçasComponentes (F Cte).

 A FTC é o comando encarregado de traduzir os aspectos da manobra do nível operacionalpara o nível tático. Para isso, ela realiza o planejamento e a condução das operações, levando emconta as peculiaridades da F Ter, como os processos de planejamento, o trabalho de comando e adoutrina próprios.

4-2 DEFINIÇÃO

 A Força Terrestre Componente (FTC) é o comando singular responsável pelo planejamento e

execução das operações terrestres, no contexto de uma operação conjunta. Possui constituição eorganização variáveis, enquadrando meios da Força Terrestre adjudicados ao ComandoOperacional, bem como de outras Forças Singulares necessários à condução das suasoperações.

Em princípio, cada comando de Teatro de Operações ou Área de Operações possui apenasum comando de Força Terrestre Componente. Contudo, em casos excepcionais, com a devidaavaliação das repercussões nas diversas funções de combate, admiti-se outra FTC.

4-3 MISSÃO

 A FTC coopera com o Comando Operacional na consecução dos objetivos operacionais evence o combate terrestre. 

 A missão da FTC pode ser expressa pelas seguintes ações:a) assessorar o C Op no planejamento das operações que envolvam o emprego do

componente terrestre;b) conduzir as Operações Terrestres (Op Ter), conforme o planejamento das operações

conjuntas;c) coordenar suas operações com as outras F Cte;d) apoiar a logística conjunta quando determinado; ee) empregar meios para aprofundar o combate.

4-4 CAPACIDADES OPERATIVAS

 A FTC deve possuir as seguintes capacidades operativas:

a. Planejar e conduzir as operações táticas terrestres com os meios recebidos, tanto emambientes conjuntos e/ou interagências, como em operações singulares.

Page 21: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 21/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

20/25

b. Coordenar as ações táticas terrestres no TO/A Op, com as demais ações táticasdesencadeadas pelas outras forças componentes.

c. Adequar a sua estrutura de comando e controle aos meios de combate, de apoio aocombate e de apoio logístico, recebidos para emprego na sua área de responsabilidade.

d. Cumprir as ações no nível operacional determinadas pelo C Op.

4-5 ORGANIZAÇÃO

 A FTC não possui uma organização fixa, devendo ser estruturada para atender às demandasdo planejamento operacional. Os meios que integram a FTC são adjudicados ao C Op pelo MinDef, levadas em consideração as necessidades levantadas no planejamento operacional e as

disponibilidades do Exército. Caso, no decorrer dos planejamentos ou da operação, o Cmdo FTCidentifique a necessidade de outros meios, estes poderão ser solicitados ao C Op.

Na definição do Cmdo FTC, deve ser designado um elemento de escalão capaz de exercer ocomando e controle dos elementos operativos adjudicados ao TO/A Op que integram a FTC, comonos casos que se seguem:

1º Caso: Em operações de vulto, normalmente com a ativação de um TO, nas quais ocorremOp Ter empregando mais de um G Cmdo operativo.

2º Caso: A FTC conduz Op Ter empregando mais de uma GU operativa.

3º Caso: A FTC conduz Op Ter empregando uma ou mais unidades operativas. Esse caso émais comum em operações de menor vulto, normalmente com a ativação de uma A Op.

Nos 2º e 3º Casos – considerar a capacidade de C2 dos escalões G Cmdo Op e GU, a qualé variável em razão da situação e dos meios de C2 disponíveis. Caso o número de elementosoperativos exceda esta capacidade, considerar a possibilidade de se estruturar o comando daFTC com base em um escalão acima. 

Embora não possua organização fixa, a FTC normalmente dispõe de Comandante,Subcomandante, estado-maior (EM), oficiais ou equipes de ligação, entre outros elementos julgados necessários.

* * *

Page 22: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 22/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

21/25

Doc Nr 5

PRINCÍPIOS DE GUERRA

INTRODUÇÃO

5-1. CONSIDERAÇÃO INICIALOs princípios adotados por um país não se aplicam necessariamente a outros. Eles

variam até mesmo entre FA de um mesmo país, devido às diferentes naturezas doscenários. 

 A F Ter pode aplicar os seguintes Princípios de Guerra: Objetivo, Ofensiva,Simplicidade, Surpresa, Segurança, Economia de Forças ou de Meios, Massa, Manobra,Moral, Exploração, Prontidão, Unidade de Comando e Legitimidade. 

PRINCÍPIOS DE GUERRA

5-2. GENERALIDADESOs princípios de guerra compreendem o conjunto de preceitos considerados

essenciais ao sucesso da guerra, tanto do ponto de vista tático, quanto do estratégico.Sua aplicação adequada é essencial ao exercício do Cmdo e à execução bem sucedida

das Op Mil. Tais princípios são interrelacionados e, dependendo das circunstâncias,tendem a se reforçar ou a colidir entre si. Consequentemente, a aplicação de qualquerprincípio específico varia com a situação. 

5-3 OBJETIVO 

Diz respeito ao estabelecimento de objetivos claramente definidos e atingíveis, afim de se obterem os efeitos desejados. Uma vez fixado o objetivo, deve-senele perseverar, sem permitir que as circunstâncias da guerra façam perdê-lo de vista. 

Dirija cada operação militar para um objetivo claramente definido, decisivo e tangível.  

5-4 OFENSIVA 

Caracteriza-se por levar a ação bélica ao inimigo, de forma a se obter e manter ainiciativa das ações, estabelecer o ritmo das operações, determinar o curso do combatee, assim, impor sua vontade. A ação ofensiva é necessária para obterem-seresultados decisivos, bem como para manter a liberdade de ação. É inspiradana audácia, fortalecendo o espírito de corpo e motivando o combatente. 

Pela ofensiva conquiste, mantenha e explore a iniciativa das ações. 

5-5 SIMPLICIDADE 

Preconiza a preparação e a execução de ordens e planos com concepções claras e

Page 23: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 23/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

22/25

facilmente inteligíveis, a fim de reduzir a possibilidade eventual de equívocos na suacompreensão, sem prejuízo da precisão e da flexibilidade necessárias. Caracteriza-se,também, pelo estabelecimento de uma relação de comando clara, direta e ininterrupta. 

Prepare planos claros e descomplicados e ordens concisas para garantir seu completoentendimento.

5-6 SURPRESA 

Consiste no emprego de força onde o oponente, em um contexto de tempo e

espaço, não esteja preparado ou só perceba a situação quando já não pode apresentaruma reação eficiente. O comandante que obtém o efeito da surpresa poderá alterar aseu favor, de forma decisiva, a correlação das forças em combate. Deverá ser buscadanos níveis estratégico, operacional e tático. Manifesta-se pela originalidade, audácianas ações, sigilo, inovação tecnológica e, sobretudo, pela velocidade de execução dasações e dissimulação de intenções.

 Atinja o inimigo num tempo, local ou maneira para os quais ele esteja despreparado. 

5-7 SEGURANÇA 

Consiste nas medidas essenciais à liberdade de ação e à preservação do poder decombate necessário ao emprego eficiente da F Ter, tendo por finalidades: negar aoinimigo o uso da surpresa e do monitoramento; impedir que ele interfira de mododecisivo, em nossas operações; e restringir-lhe a liberdade de ação nos ataques a pontossensíveis de nosso território ou de nossas forças. 

Nunca permita que o inimigo obtenha uma vantagem inesperada. 

5-8 ECONOMIA DE FORÇAS OU DE MEIOS 

Caracteriza pelo uso econômico das forças e pela distribuição e emprego judiciosos dos meios disponíveis para a obtenção do esforço máximo nos locais eocasiões decisivos. Empregue todo o poder de combate disponível, de maneira maiseficaz possível, destine o mínimo indispensável de poder de combate para as açõessecundárias.

Empregue todo o poder de combate disponível, de maneira mais eficaz possível, destine omínimo indispensável de poder de combate para as ações secundárias.

5-9 MASSA 

Compreende a concentração de forças para obter a superioridade decisiva sobre oinimigo, com qualidade e eficácia, no momento e local mais favorável às ações que setêm em vista, com capacidade para sustentar esse esforço, enquanto necessário. A

Page 24: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 24/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

23/25

aplicação desse princípio permite que forças, numericamente inferiores, obtenhamsuperioridade decisiva no momento e local crítico. 

 Armas com letalidade seletiva com alta tecnologia agregada, aliadas ao crescenteemprego de vetores aéreos e Guerra Eletrônica permitem às forças que emassemexpressivo poder de combate em um só local e momento, compensando deficiênciasde efetivo. Neste caso, as forças dotadas desses meios de combate podem obter amassa de efeitos sem que tenha de empregar a massa de forças. 

Emasse um poder de combate esmagador no momento e local decisivos. 

5-10 MANOBRA 

Como um dos elementos do Poder de Combate terrestre, caracteriza-se pelacapacidade de movimentar ou dispor forças de forma a colocar o inimigo emdesvantagem relativa e, assim, atingir os resultados que, de outra forma, seriam maiscustosos em homens e material. Contribui para obter a superioridade, aproveitar o êxitoalcançado e preservar a liberdade de ação, bem como para reduzir as própriasvulnerabilidades. A manobra procura destruir a coesão inimiga, por meio de variadasações localizadas e inesperadas. 

 A rapidez de movimento de forças, com o propósito de assegurar a continuidade dapressão sobre o inimigo, influencia a manobra. A ação ininterrupta da manobra diminui acapacidade de reação do inimigo, reduz a eficácia de suas ações, podendo levá-lo aperder a iniciativa. 

Coloque o inimigo numa posição desvantajosa, pela aplicação flexível do poder de combate. 

5-11 MORAL 

Define o estado de ânimo ou atitude mental de um indivíduo, ou de um grupo deindivíduos, que se reflete na conduta da tropa. Nem sempre força numericamentesuperior, bem dotada de armamento e adequados recursos logísticos, compensam acarência de moral e a descrença nos objetivos da guerra. A estabilidade e o moralindividuais são fundamentados na qualidade da formação, na natureza do indivíduo edeterminados por suas reações à disciplina, ao risco, ao adestramento e à liderança. Emum grupo, os estados de espírito individuais são intensificados e o moral torna-se umfator cumulativo que pode variar positiva ou negativamente. A estabilidade do grupodepende da qualidade dos indivíduos que dele participam e de suas reações àação do comandante. 

O contínuo aprimoramento e a manutenção de um moral elevado são essenciais ao sucesso naguerra.

Page 25: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 25/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

24/25

5-12 EXPLORAÇÃO 

Caracterizado pela intensificação das ações ofensivas para ampliar o êxito inicial,sempre que for obtido um sucesso estratégico ou tático, ou houver evolução favorável nasituação. A aplicação desse princípio dependerá de julgamento com base eminformações confiáveis, de consistente experiência e de apreciável grau de controlesobre a situação a fim de evitar o desvio do objetivo perseguido pelo escalão mais alto.

 A exploração permite tirar vantagem de oportunidades e, consequentemente,empregar as forças em toda extensão de sua capacidade, obtendo efeitos desejadosque possam facilitar a consecução do propósito final

 A exploração permite tirar vantagem de oportunidades e, consequentemente, empregar asforças em toda extensão de sua capacidade, obtendo efeitos desejados que possam facilitar

a consecução do propósito final.

5-13 PRONTIDÃO 

É definido como a capacidade de pronto atendimento da Força para fazer face às

situações que podem ocorrer em ambiente de combate. A prontidão fundamenta-se nadoutrina, organização, adestramento, material, educação, pessoal e infraestruturas,fatores determinantes para a geração das capacidades requeridas a uma Força comprontidão operativa.

Com a prontidão, as forças estão providas dos meios essenciais e organizadas paraoperações de combate. Isso envolve o preparo antes das hostilidades e, continuamente, no

decorrer da guerra.

5-14 UNIDADE DE COMANDO 

Caracterizada, primordialmente, pela atribuição da autoridade a uma só pessoa, ouseja, à pessoa do comandante. A aplicação decisiva do poder de combate exige unidadede comando e possibilita a unidade de esforços, pela coordenação de todas as forças ecooperação das agências, de forma integrada, no amplo espectro dos conflitos sobre umobjetivo comum.

 A guerra contemporânea requer o emprego das Forças em operações conjuntas. Assim sendo, a combinação dos meios, a convergência de esforços e ainteroperabilidade são essenciais para obtenção do máximo rendimento das forçasdisponíveis. 

Para cada operação, a obtenção da unidade de comando e unidade de esforços é condiçãoessencial para o êxito.

Page 26: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 26/162

ECEMETSI – Fund Op Mil

2015/2016 A FORÇA TERRESTRE _____________________________________________________________________________

25/25

5-15 LEGITIMIDADE 

Caracterizado pela necessidade de atuar conforme diplomas legais, mandatos ecompromissos assumidos pelo Estado, e o sistema de princípios e valores que alicerçama Força. Tão importante como o aspecto formal da legitimidade do emprego doselementos da F Ter, é a percepção que as sociedades, nacional e internacional,e população local da área de operações têm sobre o emprego da Força emdeterminado conflito.

O ambiente operacional contemporâneo, como característica, salienta a busca dalegitimidade da causa da guerra, normalmente, com respaldo de OrganismosInternacionais, sem, contudo, constituir esse um motivo de impedimento de um Estado irà guerra, notadamente os principais atores globais. A opinião pública, tanto nacionalquanto internacional, está menos propensa a aceitar o emprego da força para a soluçãode antagonismos entre Estados. As soluções diplomáticas complexas e morosas têmsido a prática.

 A crescente importância dos assuntos relacionados à Dimensão Humana submeteos planejadores e decisores à questão da legitimidade. Ela envolve controlar a narrativa(percepções) e produz reflexos no nível de aceitação que as sociedades (nacional

e internacional) atribuem ao argumento de que se faz necessário agir militarmentepara a solução de conflitos. Sendo, portanto, um importante fator que pode restringir aliberdade de ação dos comandantes em todos os níveis. 

 A legitimidade para o emprego das forças deve ser constantemente buscada. 

* * *

Page 27: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 27/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

1/9

VOLUME I - 2ª PARTE – 1ª FASE DO PITCI

ÍNDICE DE DOCUMENTOS

Nr TÍTULO ANEXOS

1

1A

2

3

4

5

FICHA DE ORIENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

1ª FASE - DETERMINAÇÃO DA ÁREA DEOPERAÇÕES

2ª FASE - TERRENO E CONDIÇÕESMETEOROLÓGICAS

3ª FASE - AVALIAÇÃO DO INIMIGO

4ª FASE – INTEGRAÇÃO

* * *

Page 28: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 28/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

2/9

Doc Nr 1 

FICHA DE ORIENTAÇÃO

1. FINALIDADE

Orientar o estudo dos oficiais-alunos.

2. OBJETIVOS

- Identificar o Processo de Integração Terreno, Condições Meteorológicas e Inimigo.- Caracterizar as fases do processo.

3. ESTUDO

Estudar os documentos de Nr 1A a 5

4. TEMPO ESTIMADO

Estima-se em 6 horas o tempo necessário ao estudo.

5. REFERÊNCIA

IP 30-1 – A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA MILITAR – 2a PARTE – A INTELIGÊNCIA NASOPERAÇÕES MILITARES – EME/99. 

* * *

Page 29: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 29/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

3/9

Doc Nr 1A 

INTRODUÇÃO

1-1. GENERALIDADES

O Processo de Integração Terreno, Condições Meteorológicas e Inimigo (PITCI) é ummétodo de estudo que permite, por meio da análise integrada do terreno, das condiçõesmeteorológicas e do inimigo, a determinação das possibilidades do inimigo, favorecendo amontagem das nossas linhas de ação, decisão e conduta das operações.

No Estudo de Situação do Comandante, este processo inicia-se durante a análise damissão e absorve parte do 2º parágrafo - SITUAÇÂO E LINHAS DE AÇÃO -, analisando oterreno, as condições meteorológicas e o inimigo, além de fornecer subsídios para amontagem das nossas linhas de ação.

É um processo baseado, essencialmente, em representações gráficas de aspectos doterreno, das condições meteorológicas e do inimigo que sobrepostas permitirão uma deduçãosegura, de como condicionam ou poderiam condicionar as operações militares.

 A visualização dos efeitos desses fatores irá favorecer a análise das linhas de açãoopostas, a decisão do comandante, a orientação do esforço de busca e o estudo continuado desituação.

Este processo é realizado em todos os níveis, tanto no planejamento, quanto na conduçãodas operações. É claro, que o detalhamento, a profundidade da análise e o uso da informaçãoobtida será em função do escalão que executa o planejamento. Os escalões mais elevadosdeverão possuir uma estrutura capaz de obter os dados necessários e especialistas parainterpretar e integrar todo o conhecimento obtido.

1-2. PROCESSO DE INTEGRAÇÃO TERRENO, CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS E

INIMIGO

a. FASES DO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO

O PITCI é um processo sistemático e contínuo, que se utiliza de uma base de dados,permanentemente atualizada, desde o tempo de paz. Em operações, as informações disponíveissão processadas, complementadas e adequadas aos planejamentos.

O estudo da missão desencadeia o início do PITCI, que é um processo cíclicoconstituído de 4 etapas.

 A figura Nr 1-1 mostra esquematicamente as diferentes fases que formam o processo,que serão detalhadas com maior profundidade em cada um dos capítulos correspondentes.

Page 30: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 30/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

4/9

Fig Nr 1-1 Fases do PITCI

1) 1ªFas e - " Determ in ação, análi se e aval iação da Ár ea d e Operações"  

Esta fase é a básica para a análise dos demais fatores que constituem o processo. Nessaocasião, serão estabelecidos os limites da área de operações onde a força cumprirá a missão eirá procurar os conhecimentos de inteligência necessários.

Da análise da área de operações, o oficial de inteligência buscará identificar as ameaças,que irão interferir no cumprimento da missão. Para isso, poderá utilizar os próprios meios debusca e, se for o caso, solicitar o apoio do escalão superior e dos elementos vizinhos. Tudo isso é

desenvolvido com o objetivo de fornecer ao comandante um quadro elucidativo da área deoperações.

2) 2ªFase - " Anális e do Terreno e das Con dições Meteorológ icas "  

a) Análi se do Terr eno

O grau de detalhamento dessa análise do terreno dependerá do escalão considerado.O importante, nessa fase, é a determinação dos aspectos gerais e militares do terreno queinteressam às operações.

Nessa fase, deverão ser complementados ou atualizados os conhecimentos existentes

sobre o terreno. Portanto, durante essa etapa do planejamento, cresce de importância acoordenação com o apoio de engenharia.

 A análise do terreno será, posteriormente, integrada à análise das condições

Page 31: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 31/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

5/9

meteorológicas.

b) Anális e das Cond ições Meteo ro lóg ic as

Para a obtenção de dados relativos a esse fator, será de suma importância contar como apoio de equipes meteorológicas.

 A análise das condições meteorológicas irá permitir a determinação de seus efeitossobre o terreno e sobre o espaço aéreo, e, dessa maneira, a forma de como serão afetados osnossos próprios meios e os do inimigo.

3) 3ªFase - "Avali ação d o In im ig o " 

Durante esta fase, deve-se examinar a doutrina do inimigo, suas táticas, suaspossibilidades e limitações, seu armamento e equipamento e outros dados que possam influir nasoperações.

Da análise desse fator, busca-se determinar a forma como o inimigo combateria se nãoestivesse condicionado pelo terreno e condições meteorológicas, ou seja, de forma doutrinária(matrizes doutrinárias).

4)  4ªFase - " In teg ração"  

Nesta última fase do processo, que é a mais importante, realiza-se a integração do

conjunto das fases anteriores, reunindo, sob a forma gráfica, todas as informações analisadas eavaliadas sobre o inimigo, o terreno e as condições meteorológicas dentro da área de operações.

 Ao integrar, nesta fase, as condicionantes que o terreno e as condições meteorológicasimpõem ao movimento, o oficial de inteligência irá determinar as reais possibilidades do inimigo.

Nesta fase serão levantadas, como hipóteses, as linhas de ação do inimigo em forma deprioridades, bem como serão elaborados calcos e matrizes que permitirão ao oficial de inteligênciaconcluir parcialmente sobre a situação existente, difundir as informações e dar início a um novolevantamento e/ou atualização dos dados, realimentando o processo.

b. Responsabilidades e funções no PITCI

O responsável direto pela elaboração do PITCI é o Oficial de Inteligência e sua equipe,entretanto, todo o estado-maior, especialmente o Oficial de Operações, está envolvido de algumamaneira.

O EM necessita do apoio de todos os elementos que possam fornecer dados referentes aseu trabalho, podendo, inclusive, esse apoio ser materializado por outros organismos e unidades,tais como os engenheiros especialistas em terreno, equipes meteorológicas, escalão superior eelementos vizinhos.

O Oficial de Inteligência, além de ser o responsável direto pelo PITCI, é o seucoordenador. Ele dirige o processo e assegura que as necessidades de inteligência do

comandante sejam atendidas. O Oficial de Informações e sua equipe de trabalho obtêm os dadosnecessários do inimigo, do terreno e das condições meteorológicas, que serão transformados emgráficos e integrados entre si. O resultado será utilizado em proveito da manobra e seus apoios.

Page 32: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 32/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

6/9

Para sintetizar esses aspectos, são representadas a seguir, de forma esquemática, asresponsabilidades e funções no PITCI ( Fig 1-2) ).

CARGO OU UNIDADE RESPONSABILIDADE FASE

Oficial de Operações- Delimita, em conjunto com o E2, a área

de operações e a propõe ao comandante1ª

Comandante - Aprova a proposta da Área de Operações 1ª

Oficial de Informações- Avalia o inimigo, analisa o terreno e as

condições meteorológicas e realiza a integração2ª e 3ª

Oficial de Operações- Confecciona, em conjunto com o E2, o esquemade apoio à decisão

Comandante - Utiliza os esquemas de apoio à decisão 4ª

Oficial de Informações- Responsável por todo o processo- Coordenação geral- Participação

todastodastodas

Fig 1-2 Responsabilidades e funções no PITCI

* * *

Page 33: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 33/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

7/9

Doc Nr 2

1ª FASE – DETERMINAÇÃO, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DA ÁREA DE OPERAÇÕES

2-1. GENERALIDADES

Para melhor compreensão deste capítulo, faz-se necessário definir conceitos que permitamestabelecer, com maior precisão, alguns aspectos do ambiente operacional sob o ponto de vistada inteligência.

a. Área de influência – Zona de Ação

É a área geográfica do terreno, compreendendo a parte terrestre e o espaço aéreocorrespondente, designada pelo escalão superior, para uma força. Corresponde ao espaçonecessário para a manobra e seu respectivo apoio de fogo e onde deve se desenrolar ocumprimento da missão.

 A força que recebe uma zona de ação, não tem obrigação de atuar em toda ela, mas deveráexercer o comando e o controle e assegurar o apoio logístico. Nenhuma outra força poderápenetrar ou exercer alguma ação sobre a mesma, sem autorização e coordenação prévias.

Na sua zona de ação, o comandante deverá ser capaz de influir diretamente nodesenvolvimento das ações ou operações, mediante o emprego dos meios postos a sua

disposição.Sob o ponto de vista de inteligência, o comandante é o responsável pela produção de

conhecimento com seus próprios meios dentro desta área.

b. Área de interesse

É o espaço geográfico que se estende além da zona de ação, constituída por áreasadjacentes, tanto à frente, como nos flancos e retaguarda, onde os fatores e acontecimentos quenela se produzam possam repercutir no resultado ou afetar as ações ou operações atuaisrealizadas neste espaço territorial.

Como essa área excede a zona de ação de uma força, os dados necessários serão obtidospor solicitação ao escalão superior e aos elementos vizinhos, podendo-se coordenar com estesmesmos escalões o emprego de órgãos de busca próprios.

 A área de interesse, normalmente, é analisada com menor profundidade que a zona deação, porque os fatores ou acontecimentos nela produzidos repercutirão com menor intensidadenas nossas ações. Todavia, se esses fatores ou acontecimentos puderem afetar com maior graunossas ações, seu estudo será tão minucioso quanto ao realizado para a zona de ação.

c. Área de Operações

Para efeito do processo em estudo, esta área inclui a zona de ação e a área de interesse.Representa o ambiente operacional que o comandante deve “VER” para formar um “QUADRO”claro dos acontecimentos que afetarão as ações ou operações.

Page 34: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 34/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

8/9

Nesse contexto, o acompanhamento da situação na área de operações constitui-se em um

valor essencial, pois, não se pode entender o desenvolvimento das operações ou ações, em umdado momento, como um fato isolado em uma área isolada. Cada comandante, em seu escalão,está participando de uma batalha contínua e única que se estende além de sua zona de ação,onde podem, em um determinado tempo e espaço, influir outras forças inimigas. Portanto,nenhum comandante deve limitar-se, apenas, a sua zona de ação, mas também deve considerara área de operações como um todo.

É por isso que o esforço do oficial de inteligência deve estar orientado para a obtenção dedados em toda a área de operações, com a profundidade que cada zona de ação ou área deinteresse requeira, de acordo com a situação existente.

 ÁREA DE OPERAÇÕES

Fig 2-1 Delimitação de uma Área de Operações

2-2. DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE INTERESSE

 A área de operações abrange a zona de ação e a área de interesse. A zona de ação éimposta pelo escalão superior. A área de interesse é definida pelo comandante, com base emproposta apresentada pelo seu EM (particularmente pelo oficial de inteligência, após coordenaçãocom o oficial de operações).

Os fatores que deverão ser levados em conta pelos oficiais de inteligência e de operaçõessão: a diretriz do comandante, a missão, as características do espaço geográfico, as condiçõesmeteorológicas, as nossas forças e a mobilidade do inimigo, e a situação na área de operações.

 A definição da área de interesse não deverá exigir uma análise pormenorizada dos aspectosapresentados anteriormente, isto porque, no decorrer do processo, será feito um estudo detalhado

Page 35: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 35/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ______________________________________________________________________________________

9/9

desta área delimitada. É importante, todavia, estabelecer os fatores ou atividades do inimigo que

possam influir ou afetar a missão.

 Ainda que não se possa afirmar que certos fatores preponderam sobre os demais, pode-sedizer que a diretriz do comandante e a mobilidade do inimigo se sobressaem. O primeiro, porque ocomandante, poderá ressaltar alguns EEI fora da zona de ação, mas determinantes para osucesso da missão. O segundo, pelo caráter dinâmico dos conflitos modernos que ressaltaimportância do movimento na decisão dos combates.

 A dimensão da área de interesse está relacionada com a mobilidade do inimigo, com amissão da força com o terreno e as condições meteorológicas, pois, velocidade de deslocamentoe a distância de uma força inimiga irá definir o quando ele poderá interferir na nossa zona deação.

* * *

Page 36: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 36/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

1/29

VOLUME I - 2ª PARTE –  2ª FASE DO PITCI

Doc Nr 3

2a FASE: ANÁLISE DO TERRENO E DAS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS 

3-1. GENERALIDADES

 A análise do terreno e das condições meteorológicas tem por finalidade determinar os efeitosque produzem sobre as operações. Ela é feita com base nos aspectos gerais e militares doterreno e nas condições meteorológicas, gerando gráficos que permitem uma visualização da áreade operações. Este processo requer a integração de aspectos do terreno com dados relativos aoselementos meteorológicos. Portanto, o terreno e as condições meteorológicas devem seranalisados de forma simultânea e integrada.

Os aspectos gerais - naturais e artificiais  –  e os aspectos militares do terreno, a seremconsiderados, são selecionados de acordo com o escalão e a natureza da tropa, o tipo deoperação, as ações a realizar e a extensão da área de operações.

 A análise do terreno e condições meteorológicas inicia-se a partir de uma base de dadosexistente e desenvolve-se nas seguintes etapas:

Etapa 1: Identificação dos aspectos a conhecerLevantamento dos dados que faltam para complementar a atualizar os conhecimentos

necessários do terreno para um determinado escalão.

Etapa 2: Elaboração dos calcos dos aspectos gerais do terreno e dos elementosmeteorológicos

Lançamento em calcos dos aspectos gerais do terreno, obtidos nos diferentes estudostopográficos (relevo, vegetação, natureza do solo, hidrografia, obras de arte, localidades e vias detransporte). Simultaneamente, serão elaborados os calcos dos elementos meteorológicos

(neblina, precipitações, ventos etc).Etapa 3: Integração do terreno com as condições meteorológicas

Nesta etapa, os calcos confeccionados anteriormente serão sobrepostos e suas informaçõesintegradas, permitindo uma visão clara de todos os fatores que facilitam, dificultam ou impedem amobilidade. A finalidade do calco resultante  – calco de restrições ao movimento – é identificaras áreas e setores onde uma força terá seu movimento facilitado ou dificultado. 

Etapa 4: Identificação dos corredores de mobilidade e das vias de acesso Após a elaboração do calco de restrições ao movimento, serão levantados os corredores de

mobilidade e as vias de acesso, tanto para as nossas forças, como para as do inimigo.

Etapa 5: Análise do terreno A análise do terreno, orientada principalmente para as vias de acesso, consiste de umaavaliação dos aspectos militares do ambiente operacional para determinar seus efeitos nas

Page 37: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 37/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

2/29

Etapa 6

Efeitos do terreno

sobre as operaçõesmilitares

Etapa 3

Integração do terreno

com as condições

meteorológicas

Etapa 4

Identificação

dos Crdr Mbld

e das Via A

Etapa 2

Elaboração dos calcos

dos aspectos gerais do terreno

e dos elementos meteorológicos.

Etapa 1

Identificação dos

aspectos a conhecer

Etapa 5

Análise

do Terreno

Base de dados

operações militares. Serão considerados os seguintes fatores: observação e campo de tiro,cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes capitais e outros fatores relevantes, dentro da situaçãoespecífica. A análise do terreno não é o produto final do processo. É o meio para a determinaçãodo ‘onde’ e do ‘por onde’ podem ser exploradas melhor as oportunidades que o terreno oferece edo ‘como’ ele afeta as possíveis linhas de ação do inimigo.

Etapa 6: Efeitos do terreno sobre as operações militaresNessa etapa, deverá ser visualizado o movimento em cada Via A. A reação do movimento com

todos os aspectos militares e gerais, já estudados, permitirá a determinação dos efeitos do terrenosobre as operações de nossas forças e as do inimigo.

ESTUDO DO TERRENO E DAS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

Fig 3-1 Etapas do Estudo do Terreno e das Condições Meteorológicas

3-2. ESTUDO DO TERRENO E DAS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

a. Identificação dos aspectos a conhecer

1) Inicialmente, deve-se comparar os conhecimentos necessários com as informaçõesdisponíveis na base de dados existente nos arquivos da 2a Seção. Além das cartas topográficasnormais, que cobrem a zona de ação e a área de interesse, podem ser úteis os seguintesdocumentos e/ou atividades: 

a) estudo de situação de inteligência, anexo de inteligência e outros do escalão superior,pertinentes ao ambiente operacional;

b) estudos técnicos do terreno, cartas geodésicas;

c) fotografias aéreas recentes e interpretações de foto-informação;d) relatórios de reconhecimentos; ee) imagens de satélites.

Page 38: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 38/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

3/29

2) Dessa forma, são definidos os aspectos essenciais do terreno que devam ser objeto debusca e/ou coleta para tornarem-se conhecidos e utilizados na produção do conhecimento.

b. Elaboração dos calcos dos aspectos gerais do terreno1) Classificação do terreno quanto à possibilidade de movimento

Considera-se, para fins de confecção do calco dos aspectos gerais, três tipos de terreno:a) Terreno impeditivo 

- É aquele desfavorável ao movimento de tropa de determinada natureza; suautilização necessitará de forte apoio de engenharia para possibilitar uma mobilidade restrita;

b) Terreno restritivo - É aquele que limita o movimento de uma tropa e a velocidade de progressão será

substancialmente reduzida se não houver o apoio necessário de engenharia;

c) Terreno adequado 

- É aquele que não apresenta limitações ao movimento de uma tropa e,normalmente, não é necessário desenvolver qualquer atividade para melhorar a mobilidade.

 A classificação de um terreno não é definida em termos absolutos. Basicamente, essacondição do terreno é influenciada pelas condições meteorológicas e pela natureza da tropa a serempregada. Um terreno impeditivo ou restritivo não implica, necessariamente, que uma força nãopossa passar através dele, mas, que terá a sua velocidade do movimento substancialmente

reduzida, a não ser que se exerça um esforço considerável para melhorar a mobilidade.  

Esta classificação do terreno é em função da natureza da tropa que por ele progredirá.Por exemplo: a infantaria leve pode deslocar-se rapidamente através de um terreno que éimpeditivo para unidades blindadas, como as florestas; por sua vez, as unidades blindadas podemmover-se facilmente através do terreno que é impeditivo para unidades de infantaria leve, como oscursos de água com mais de 1,20m de profundidade.

2) Aspectos gerais do terreno. A análise desses aspectos realiza-se mediante estudos topográficos da carta e de uma

série de calcos que atualizam e complementam as informações existentes. Desta maneira,poderão ser acrescentados outros dados à carta, tais como:

- separação entre árvores e diâmetro de troncos, para determinar as condições detransitabilidade de veículos por bosques;

- largura, profundidade, altura das margens e suporte do leito de um rio, para determinaras possibilidades de vau;

- densidade da vegetação de acordo com a estação do ano;

- características do terreno que limitam a mobilidade;

- altura da vegetação e zonas edificadas para determinar seu efeito na observação,campo de tiro, cobertas e abrigos; e

- obras de arte novas e alterações do terreno (rodovias novas, desaparecimento de

Page 39: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 39/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

4/29

bosques, etc).

a) Relevo

(1) Aspectos de interesse

 A configuração da superfície do terreno - elevações e depressões - do ponto devista militar, é constituída por terrenos planos, ondulados, movimentados e montanhosos. Suarepresentação nas cartas militares se realiza mediante curvas de nível, de tal forma que a leituradestas permite obter uma ideia da forma do terreno.

Contudo, nem todas os acidentes estarão representados nas cartas, quer seja porseu tamanho (pequenas para serem representadas em uma determinada escala) ou por efeito defenômenos naturais (precipitações, inundações etc.). Por exemplo, em terrenos argilosos, aschuvas podem produzir valas de 5 metros de largura e 2 metros de profundidade, impedindo apassagem de viaturas motorizadas e de blindados. Daí a importância de complementar asinformações das cartas com fotografias aéreas, reconhecimentos e tudo que estiver ao alcance doanalista.

 A declividade do terreno, complementada pelas informações obtidas, estádiretamente relacionada com a mobilidade das tropas. A declividade deve ser verificada em

termos de direção de movimento.

(2) Roteiro para a confecção do Calco do Relevo:

1o  Passo - lançamento de acidentes de importância militar representados emoutras fontes (fotografias aéreas, informes de reconhecimento, imagens de satélite, etc) 

2o Passo - determinação das declividades; 

3o  Passo - lançamento do calco as declividades de cada área, hachurando, demaneira distinta, as áreas impeditivas e restritivas. 

Page 40: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 40/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

5/29

RELEVO SEGUNDO SUA DECLIVIDADE

INCLINAÇÃO DAS ENCOSTAS GRAU EFEITOS

0% - 10% 0º - 6º Adequado para qualquer tropa.

10% - 30% 6º - 17ºRestritivo para Vtr sobre rodas e adequado

para Vtr sobre lagartas.

30% - 45% 17º - 26ºMuito restritivo para Vtr sobre rodas e

restritivo para Vtr sobre lagartas

+ de 45% + de 26ºImpeditivo para Vtr sobre rodas e lagartas e

restritivo para tropas a pé.

Fig 3-2 Tipos de Encostas e suas Restrições

Comentários

Deve-se esclarecer que o quadro anterior é um guia, posto que sua incidência na mobilidade

dependerá além da direção do movimento, da vegetação e das características, da resistência eumidade do solo. Nesse quadro considera-se a direção do movimento no sentido da inclinação,sem vegetação e solo seco.

Page 41: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 41/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

6/29

b) Vegetação

Fig 3-3 Calco de Relevo

(1) Aspectos de interesse A vegetação pode influenciar de diversas maneiras o emprego da força, a tomada

de uma decisão ou mesmo a evolução dos acontecimentos. A influência da vegetação sobre as

operações está diretamente ligada a sua densidade: quanto mais densa, maior será a suainfluência.

 A vegetação terá influência nos aspectos militares do terreno, em particular, naobservação e campos de tiro, nas cobertas e abrigos e nos obstáculos, nesse caso, impedindo,restringindo ou canalizado o movimento de viaturas e tropas e limitando o emprego de meiosaéreos.

O estudo da vegetação poderá servir de subsídio para o Oficial de Inteligênciaanalisar o solo, a hidrografia, o clima e até mesmo a população localizada em determinada região,pois, os mesmos encontram-se, sem dúvida nenhuma, inter-relacionados com esse aspecto.

Dentre as características da vegetação, destaca-se o tipo (árvores, arbustos,pastagem ou cultivos). Com relação às árvores, é importante determinar-se a distância entre elas(em relação à transitabilidade), a altura e diâmetro (em relação a cobertas e abrigos); a resistência

Page 42: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 42/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

7/29

(se podem ou não ser derrubadas por veículos blindados).

(2) Roteiro para confecção do Calco de Vegetação

1o Passo - estudar a carta, fotografias aéreas e informes de reconhecimento paradeterminar os tipos de vegetação existentes; 

2o Passo - ressaltar cada um deles no calco com diferentes cores; e 

3o Passo - determinar as restrições que a vegetação apresenta à mobilidade dastropas a pé, motorizadas e blindadas. 

RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELA VEGETAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO TERRENO VEGETAÇÃO

ImpeditivoGrupo de árvores que impeçam o emprego de forçasblindadas ou dificultem o Mvt de tropas a pé.

Restritivo  Árvores espaçadas com reduzido diâmetro (somente paraforças blindadas).

 Adequado Árvores com diâmetros reduzidos e espaçadas, nãointerferindo no emprego de Vtr ou tropas a pé.

Fig 3-4 Restrições Impostas pela Vegetação

Page 43: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 43/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

8/29

Fig 3-5 Calco de Vegetação 

c) Natureza do Solo(1) Aspectos de interesse

Em geral, a análise deste aspecto do ponto de vista militar tem dois objetivos: oprimeiro relacionado com as construções de engenharia e outro, com a transitabilidade e aorganização do terreno.

 As fontes de informações para avaliar as condições do solo são muitas e variadas,mas, indubitavelmente, a mais importante é o reconhecimento terrestre.

 A análise da consistência e da composição do solo determinará a transitabilidade,

classificando o terreno em impeditivo, restritivo ou adequado.

 As tabelas seguintes mostram valores que podem ser utilizados como primeiraaproximação nas análises que se realizarem. Tendo em vista que são muito raras as ocasiões emque os solos se apresentam puros, em cada caso haverá que aproximá-los à realidade existente.Deve ser considerada a influência da umidade e a profundidade do solo superficial em relação aomaterial do subsolo.

Page 44: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 44/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

9/29

SOLO SEGUNDO SUA RESISTÊNCIA

CLASSIFICAÇÃO RESISTÊNCIA EM Kg/cm²

RochosoPedregoso Arenoso (grosso) Arenoso (fino) Argiloso com areia Argiloso compacto Argiloso úmidoLamacentoPantanoso

7 – 505 – 74 – 52 – 32 – 32 – 3

0,5 – 10,5 – 1

Menos de 0,5

Fig 3-6 Resistência do Solo

TIPO DE VIATURA PRESSÃO EM Kg/cm²

Viaturas levesVBTP (M 113)VBC, CC (LEOPARD 1 A1)VBC, CC (M60 A3 TTS)

0,30,5

0,6 – 0,70,7 – 0,8

Fig 3-7 Pressão das Viaturas sobre o Solo

(2) Roteiro para confecção do Calco de Solo:

1o Passo - reunir e selecionar os dados levantados pelas diferentes fontes deinformações; 

2o  Passo - analisar a informação mais relevante da área em seu conjunto,considerando o relevo e os cursos de água; 

3o  Passo - ressaltar os diferentes tipos de solo, estabelecendo um sistema decatalogação que permita identificá-los com clareza; e 

4o  Passo - estabelecer as áreas impeditivas e restritivas, de acordo com ascaracterísticas dos meios que se empregaram na área de operações (nossos e inimigos). 

Page 45: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 45/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

10/29

Fig 3-8 Calco de Solo 

d) Hidrografia 

(1) Aspectos de interesse 

 A análise deste aspecto deve abranger todos os cursos de água que, dentro daárea de operações, impeçam ou dificultem o movimento. Para isso será necessário completar osdados que figuram nas cartas topográficas. Estes dados devem ser atualizados, conforme a épocado ano, com base nos períodos de cheia ou de estiagem.

O estudo da hidrografia deverá incluir rios, lagos e lagoas, determinando-se alargura, profundidade, velocidade das correntes, características do leito e das margens, locais devau etc.

Para fins práticos será conveniente destacar todos os rios obstáculos, determinadoa velocidade da corrente sempre que possível. Em relação aos vaus, será necessário destacarlocalização e profundidade.

ELEMENTOSVAU (m)

(1)OBSERVAÇÕES

Combatentes a pé 1,00 1) Corrente moderada, fundo firme e

margens favoráveis.2) Anfíbio:- Flutua em profundidade > 1,6 m

Viaturas ¼ e ¾ t sobre rodas e Art AR 0,60

Viaturas 2 ½ t e 5 t 0,75

Page 46: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 46/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

11/29

VIATURASBLINDADAS

VBR (CASCAVEL) 1,10 - Entre 1,10 e 1,60 m, com a héliceligada, consegue transpor o curso deágua com dificuldade.

- Velocidade na água = 2,5 m/s.3) Anfíbio:

- Flutua em profundidade >2,0 m

- Entre 1,60 e 2,0 m consegue transporo curso de água com dificuldade.

- Inclinação máxima da 2a. margem: - 50 % (quando na Tva de vau).

4) Sem preparação do CC5) Com preparação do CC6) Com snorkel

VBR (URUTU) (2) 1,10

VBTP (M 113) (3) 1,60

VBC, CC (M41) 1,00

VBC, CC(LEOPARD 1 – A1)

1,20(4)2,25(5)5 00 6

VBC, CC (M 60 A3 – TTS) 1,20(4)2 40 5

VBE, L Pnt 1,05VBC, OAP 105 mm M 108 1,05

VBC, OAP 155 mm M 108 1,05

Fig 3-9 Tabela de Passagem a Vau

(2) Roteiro para a confecção de Calco de Hidrografia

1o Passo - reunir toda a informação disponível relacionada com hidrografia (cartas,fotografias aéreas, informes de reconhecimento etc); 

2o Passo - representar os cursos de água existentes na área de operações;  

3o Passo - destacar os cursos de água, a velocidade da corrente naqueles trechosque interessem e os vaus com suas profundidades;  

4o  Passo - indicar as inclinações das margens superiores a 15% e a suaconstituição (solo – vegetação); 

5o Passo - incluir na representação gráfica, com cor diferente aos já destacados, os

cursos de água normalmente secos e as áreas sujeitas a inundações (ambos de acordo com aépoca do ano). 

Este calco pode ser confeccionado em conjunto com o de obras de arte, povoadose vias de transportes.

RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELA HIDROGRAFIA

CLASSIFICAÇÃO DO TERRENO HIDROGRAFIA

Cursos de água, lagos, pântanos, zonas alagadiças, que

Page 47: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 47/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

12/29

Impeditivonão possam ser vadeados ou atravessados com apoiode pontes lançadas de viaturas blindadas (PLVB) pelaEng.Margens verticais, de superfície firme, que possam deteros CC, assim como correnteza com velocidade elevadae profundidade que influencie negativamente o empregode Vtr Bld.

Restritivo

Cursos de água, lagos, áreas alagadiças, que possamser vadeados ou atravessados com PLVB em várioslocais (mas não em toda a extensão considerada). Avelocidade da correnteza deve ser reduzida (< 1,5 m/s) e

a profundidade inferior a 1,20 m. Adequado

Cursos de água, lagos, que possam ser vadeados emqualquer lugar ou que sejam de inexpressiva largura (<1,5 m). A profundidade (< 60 cm) e a velocidade dacorrenteza não devem impedir a travessia.

Fig 3-10 Restrições Impostas pela Hidrografia

Fig 3-11 Calco da Hidrografia

e) Obras de arte

(1) Aspectos de interesse A importância militar desse aspecto está na sua relação com a transitabilidade, já

que, de acordo com as características particulares de cada um deles, facilitará ou dificultará o

Page 48: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 48/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

13/29

movimento. Assim, por exemplo, uma ponte permitirá evitar um obstáculo, dando continuidade aomovimento; em compensação, os canais, valas, etc poderão restringir o movimento.

(2) Roteiro para a confecção do Calco de Obras de Arte1o Passo - complementar os dados da carta com estudos anteriores, fotografias

aéreas, informes de reconhecimento etc ; e 

2o Passo - ressaltar ou representar graficamente as obras de arte com diferentescores de acordo com seu tipo, indicando principalmente os seguintes dados: 

- pontes - capacidade, largura, comprimento e material de construção;- túneis - largura e comprimento;

- canais - o considerado para os rios e valas;- represas - o considerado para os lagos;- Rodovias; ferrovias, aeroportos etc.

f) Localidades

(1) Aspectos de interessePara fins de transitabilidade, uma área urbanizada é, em princípio, um terreno

impeditivo. As localidades são, na maioria das vezes, obstáculos que restringem e canalizam omovimento. As operações ofensivas em áreas urbanas são difíceis de serem conduzidas, poroutro lado, as localidades, normalmente apresentam uma vantagem importante para o defensor.Se for necessário o emprego de forças nas localidades, o estudo deverá ser detalhado, a fim deservir de base para análise dos aspectos militares do terreno.

(2) Roteiro para a confecção do Calco de Localidades- No caso de emprego de forças em áreas urbanas (combate em localidade), será

conveniente utilizar mapas e plantas-baixa das localidades, destacando-se os seguintes dados:- as zonas adjacentes da área urbana;- setores de maior concentração de população;- pontos característicos e edifícios mais altos;- instalações de rádio, serviços de utilidade pública, edifícios públicos etc;- áreas abertas (praças, parques, estádios etc);- áreas industriais, comerciais, residenciais etc;

- terminais ferroviários, rodoviários, aeroportos, portos, aeródromos etc; e- outros dados julgados de interesse.

- No caso de não serem empregadas forças nas áreas urbanas, serão utilizadascartas topográficas complementadas com mapas das localidades necessários, destacando-se osseguintes dados:

- características das zonas adjacentes ao limite urbano (cultivos, obras dearte, vias de transporte, cursos de água etc);

- dimensões da área urbana; e- outros aspectos de interesse.

Page 49: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 49/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

14/29

c. Elaboração dos calcos dos efeitos das condições meteorológicas

1) Os calcos a serem confeccionados referem-se às condições meteorológicas existentesou previstas para a área de operações no período considerado.

2) Os tipos de calcos que podem ser elaborados dependerão das características dedeterminada área, das informações disponíveis e do escalão considerado. 

3) O estudo das condições meteorológicas e os calcos confeccionados serão detalhados noparágrafo 3-3.

d. Integração do terreno com as condições meteorológicas

1) Aspectos de interesse

Os calcos dos aspectos gerais do terreno e das condições meteorológicas sãoconfeccionados simultaneamente. Estes calcos serão integrados ou superpostos de modo que sechegue a um único calco que contenha os obstáculos naturais e as restrições impostas peloselementos meteorológicos.

Fig 3-12 Confecção do Calco de Restrições ao Movimento

Page 50: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 50/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

15/29

2) Roteiro para a confecção do calco de restrições ao movimento

Para a confecção deste calco, todos os obstáculos naturais serão avaliados ecodificados, e o terreno classificado em impeditivo, restritivo e adequado. Normalmente, o terrenoimpeditivo é representado em vermelho (ou hachurado cruzado), o restritivo, em amarelo oularanja (ou hachurado simples). As áreas não assinaladas por nenhuma cor ou símbolorepresentam o terreno adequado, isto é, regiões onde uma tropa de determinada natureza temliberdade de movimento.

Fig 3-13 Calco de Restrições ao Movimento

e. Identificação dos corredores de mobilidade e das vias de acesso

1) O Calco de Restrições ao Movimento permite que o oficial de inteligência verifique as

faixas do terreno onde as forças terão a mobilidade afetada e onde o o movimento facilitado

2) Corredores de mobilidade 

Page 51: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 51/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

16/29

O corredor de mobilidade é uma faixa do terreno, relativamente aberta, através da qualum elemento de manobra desdobrado poderá se deslocar. 

Os corredores de mobilidade atravessam terrenos adequados, ocasionalmente, passampor terrenos restritivos e evitam os terrenos impeditivos. Normalmente, seguem a direção deestradas e trilhas.

Os corredores de mobilidade variam com o tipo, natureza e a mobilidade de cada força. As tropas blindadas e mecanizadas, normalmente, requerem grandes áreas para se moverem,

buscam faixas para atirarem no limite de suas armas, sem que sejam engajadas pelo fogo diretodo inimigo. As tropas a pé sofrem menores restrições pela presença de obstáculos ou terrenodifícil, sendo, inclusive, favorecidas por áreas que forneçam cobertas e abrigos.

Os corredores de mobilidade podem ser representados por setas (indicadoras da direção)com a abreviatura do respectivo escalão. Os corredores podem ser favoráveis ao movimento emambas as direções. Para facilitar o entendimento, pode ser usada a cor vermelha para indicar oscorredores do inimigo e a azul ou preta para as nossas tropas.

Os corredores de mobilidade são identificados para as forças dois escalões abaixodaquele que executa o planejamento. Todavia, quando o terreno apresenta muitas restrições,permitindo apenas corredores de mobilidade mais estreitos, o planejador terá que considerar

outros escalões menores.

Page 52: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 52/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

17/29

Fig 3-14 Calco dos Corredores de Mobilidade 

3) Vias de acesso 

 As vias de acesso são determinadas com base nos corredores de mobilidade e são

identificadas tanto para as nossas forças como para as do inimigo.

Inicialmente, são identificadas as vias de acesso da força (amiga ou inimiga) que possui ainiciativa das ações. Esta medida irá, posteriormente, facilitar a elaboração das linhas de ação. Seas nossas forças atacarão antes, as nossas vias de acesso serão identificadas primeiro.

 As vias de acesso são determinadas para unidades um escalão abaixo daquele querealiza o planejamento. Assim, uma brigada considera vias de acesso valor batalhão ouregimento.

Normalmente, as vias de acesso são determinadas combinando dois ou mais corredoresde mobilidade, desde que estes estejam suficientemente próximos. A distância máxima entrecorredores de mobilidade a serem incluídos numa mesma via de acesso é aquela propiciada pelosmeios de apoio mútuo e de comando e controle disponíveis. A separação entre os corredores demobilidade está, também, condicionada pelo julgamento tático da situação existente. A tabela,

Page 53: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 53/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

18/29

apresentada a seguir, pode ser utilizada como base de raciocínio.

ESCALÃOPLANEJADOR

VIA DE ACESSOValor

CORREDOR DEMOBILIDADE

Valor

SEPARAÇÃO MÁXIMA ENTREOS CORREDORES DE

MOBILIDADE

FTC Divisão (DTA) Brigada 10 Km

DE BrigadaBatalhão /Regimento

6 Km

Bda Batalhão Companhia 2 Km

Fig 3-15 Separação Máxima entre Corredores de Mobilidade

Dois ou mais corredores de mobilidade, dentro das distâncias indicadas e no mesmosentido da direção geral de ataque ou de contra-ataque, são combinados para constituir uma Via A.

 As vias de acesso são selecionadas por meio dos atrativos operacionais, sem aconsideração inicial de limites, objetivos, linha de partida, linha de contato, etc.

 As vias de acesso são definidas em função do terreno e da direção de ataque ou contra-ataque. Não deve haver a preocupação de coincidi-las com manobras pré-concebidas.

Uma via de acesso pode conter algum terreno impeditivo ou restritivo entre os corredoresde mobilidade. Desnecessário dizer que não se deve selecionar uma via de acesso através deterreno que não disponha de corredores de mobilidade.

 As vias de acesso podem ser representadas por setas, englobando seus corredores demobilidade constituintes. Da mesma forma que os corredores de mobilidade, a cor vermelha podeser usada para indicar as vias de acesso do inimigo e as cores azul ou preta para as de nossasforças. Designa-se cada via de acesso em sequência numérica da esquerda para a direita,quando nos posicionamos “olhando” para o inimigo. 

Page 54: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 54/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

19/29

Fig 3-16 Calco das Vias de Acesso 

f. Análise do terreno

1) Generalidades

Uma vez realizado o estudo dos aspectos gerais do terreno e das condições

meteorológicas e já tendo sido identificados os corredores de mobilidade e as vias de acesso,pode-se iniciar a análise do terreno.

 A análise do terreno é executada com base nas vias de acesso.

Nesta etapa, cada via de acesso é analisada detalhadamente, tanto do ponto de vista doinimigo como das nossas forças.

Os aspectos a serem considerados na análise do terreno incluem a observação ecampos de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes capitais e outros. Deve-se focalizar osmais relevantes para a situação específica.

Page 55: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 55/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

20/29

2) Observação e campos de tiro 

Devem ser examinadas as características do terreno ao longo da via de acesso paradeterminar as condições de observação e para a realização de fogos. São analisados, também, asvárias posições onde o defensor poderá conduzir e executar seus fogos.

Os elementos do terreno que afetam diretamente esse fator são o relevo e a vegetação,como também as obras de arte, as localidades e todos os obstáculos que se interponham à visãohumana ou à linha de visada de um armamento.

Para a análise desse fator, deverá ser levado em conta a visão natural, a visão com ajuda

de dispositivos óticos, o alcance e a trajetória das armas e as características dos meios decomunicações e de detecção de alvos (rádio, radares, telêmetros laser etc).

 Áreas em que o defensor tem condições de observar podem ser definidas por desenhosque indicam os setores de observação das posições defensivas.

Fig 3-17 Setor de Observação

3) Cobertas e abrigos

Devem ser analisadas as áreas que podem proporcionar abrigo e cobertura. Tendopreviamente considerado as áreas de onde o defensor dispõe de observação e campos de tiro, ooficial de inteligência deve agora determinar as áreas através das quais as forças atacantespodem avançar, explorando a cobertura ou estando abrigadas.

 As cobertas e os abrigos devem ser considerados em conjunto com a observação e osfogos, tanto terrestres, quanto aéreos.

Os elementos do terreno que influem nesse fator são a vegetação, o relevo, a naturezado solo, as obras de arte e as localidades.

 Após ter estudado os elementos do terreno, a conjugação de todos os parâmetros darácomo resultado um calco onde estarão representadas as regiões favoráveis ou desfavoráveis comrelação às cobertas e abrigos.

Page 56: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 56/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

21/29

Fig 3-18 Calco das Cobertas e Abrigos 

4) Obstáculos

 A influência dos obstáculos sobre a mobilidade é um dos fatores de maior importância naanálise do terreno.

Deve-se considerar que os obstáculos paralelos às vias de acesso podem proteger osflancos do atacante. Em contrapartida, quando se apresentam transversalmente à uma Via Aproporcionam linhas de resistência que favorecem o defensor.

Todos os elementos do terreno devem ser analisados para determinar os obstáculos,pois, cada um deles, em maior ou menor grau, afetará o movimento de uma força.

O efeito dos obstáculos varia sobre os diferentes tipos de forças (de acordo com suasnaturezas); por exemplo, os bosques de difícil penetração por forças blindadas ou motorizadaspodem ser atravessadas por tropas a pé, e assim por diante.

O calco de restrições ao movimento determinará as áreas adequadas ao movimento, asque restringem e as que impedem o movimento. Essas áreas poderão ser indicadas comnúmeros, cores ou qualquer tipo de convenção que permita uma clara compreensão.

 Assim, pode-se responder a diversos questionamentos, tais como:- Que obstáculos naturais, ao longo da via de acesso, restringem ou impedem o

movimento ?- Que obstáculos artificiais o defensor já colocou ou irá provavelmente colocar ? E a suaprovável localização ?

- Que obstáculos existentes podem ser facilmente agravados?

Page 57: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 57/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

22/29

- Que obstáculos paralelos às vias de acesso garantem proteção de flanco ou limitam omovimento nessa região?

- Onde e como pode a proteção de flanco ser melhorada pelo planejamento e execuçãode agravamento de obstáculos?

Pela análise dos corredores de mobilidade penetrando pelos flancos nas vias deacesso, pode-se prever o local de possíveis contra-ataques conduzidos pelo defensor e planejar olançamento de outros obstáculos?

 As áreas por onde o inimigo tem que se deslocar devem ser batidas por fogos e/ousofrer o lançamento de fumígenos, de agentes químicos e de minas e/ou o emprego de forças emposições defensivas?

5) Acidentes capitais

Os acidentes capitais são determinados em função da missão, do escalão e das faixas doterreno analisadas anteriormente. Para isso, identificam-se os acidentes do terreno que, quandocontrolados, dominam as vias de acesso. Estes acidentes capitais, conforme o estudo desituação, poderão se transformar em objetivos.

O calco das vias de acesso é fundamental para o levantamento dos acidentes capitais. Pormeio deste calco, pode-se determinar os pontos chaves que, em cada uma delas, têm influênciamarcante sobre o movimento ou a manobra. Também são verificados os locais que, permitem aaplicação de nosso poder de combate ou restringem o poder de combate do inimigo, e que, são

decisivos ou fundamentais para o cumprimento da missão.

6) Adequação do Espaço de Manobra (dimensão das vias de acesso) 

 A identificação dos corredores de mobilidade e das vias de acesso permite a visualizaçãodo movimento ao longo dessas faixas e a dedução sobre o grau de liberdade de manobra possívelna via de acesso e, inversamente, as restrições, canalizações e os pontos de estrangulamento.

7) Facilidade de Movimento (trafegabilidade, comprimento e direção da via de acesso)

Este aspecto da análise é considerado em função do tempo e do espaço. Deve ser feitauma avaliação do tempo mínimo para percorrer a via de acesso, tomando como base asvelocidades que constam nos Dados Médios de Planejamento existentes. A trafegabilidade geral,a extensão e a direção da via de acesso são aspectos que, também, devem ser considerados.

8) Outros aspectos complementares

Outros aspectos poderão complementar a análise do terreno, em função dascaracterísticas da operação. Entre esses, podem ser analisados as rotas de aproximação aérea,os efeitos de fumígenos e dos agentes QBN; o emprego de dispositivos de vigilância, a guerraeletrônica, as ações irregulares, etc.

a) Rotas de aproximação aéreaUma rota de aproximação aérea é um espaço aéreo em forma de corredor que permite

o movimento adequado de certo número de aeronaves até determinado local. A identificação das

Page 58: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 58/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

23/29

rotas de aproximação aérea do inimigo é importante, pois permite a visualização das principaisdireções de uma ameaça aérea e o posicionamento da artilharia antiaérea amiga. Esta ameaçainimiga poderá se materializar por meio de aeronaves de asa fixa e/ou rotativa. A identificação dasrotas de aproximação aérea das forças amigas é importante para levantamento dos prováveissetores de aproximação de helicópteros e para a integração do movimento aéreo com as medidasde coordenação de apoio de fogo.

Os seguintes fatores podem ser considerados na seleção das rotas de aproximação:- espaço aéreo suficiente;

- ocultação da observação terrestre;- características facilmente reconhecíveis no terreno; e- extensão das rotas.

 A rota de aproximação deve ter um espaço aéreo suficiente para permitir umaevolução segura das aeronaves. Na definição deste espaço aéreo, deve-se levar emconsideração as limitações decorrentes do emprego dos meios de apoio de fogo de artilharia eaerotático e as medidas de coordenação

 A navegação aérea a baixa altura é extremamente difícil. A presença de característicasfacilmente identificáveis do terreno, como linhas de água ou estradas podem melhorarsobremaneira a orientação dos pilotos. Os vales são geralmente desejáveis, porque facilitam a

navegação e a ocultação do movimento. Os detalhes planimétricos do terreno são os mais úteisno auxílio à navegação.

 A extensão das rotas é importante, pois, as rotas de voo mais curtas que garantemespaço aéreo suficiente, ocultação da observação terrestre e características do terreno facilmenteidentificáveis são geralmente preferíveis para minimizar a exposição das aeronaves em voo até aárea do objetivo.

Na seleção das rotas de aproximação aérea de nossas forças, devem ser identificadasas possíveis localizações das armas antiaéreas.

b) Agentes químicos, biológicos e nucleares

O lançamento de armas de destruição em massa no terreno pode alterarconsideravelmente as características das vias de acesso. Os efeitos de derrubada de árvores,destruição de zonas urbanizadas e a existência de áreas restritas devido à contaminação química,radiológica ou biológica, afetam naturalmente a facilidade do movimento, espaço de manobra, usode acidentes capitais, a existência de cobertas e abrigos e a observação e campos de tiro.

c) Outros meios

Deve-se também considerar no estudo do terreno, outros fatores, incluindo avulnerabilidade das vias de acesso para a ação de guerra irregular, ações psicológicas e o grau

em que os meios de guerra eletrônica e de vigilância do campo de batalha podem ser utilizados.

Page 59: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 59/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

24/29

8) Comparação das vias de acesso 

De posse da análise realizada, o oficial de inteligência compara as vias de acessoidentificadas, assinalando as vantagens e desvantagens de cada uma, e conclui com a seleçãodaquelas que mais favoreçam a execução o cumprimento da missão.

FATORES VIAS DE ACESSO Obs

1 2 3 4 5

Observação e Campos deTiro

Cobertas e Abrigos

Obstáculos

 Acidentes Capitais

Espaço de Manobra(canalização)

Facilidade de Movimento

Rede viária (suportelogístico)

Outros

Classificação

Fig 3-19 Quadro Comparativo das Vias de Acesso

Obs: Normalmente, utiliza-se os conceitos MB, B, R e I para representar a preponderância dasvantagens e das desvantagens de cada Via A face aos fatores de comparação. Pode-se tambémutilizar valores numéricos, atribuindo-se ainda pesos maiores para os fatores julgados maispreponderantes na operação.

f. Efeitos do terreno sobre as operações militares

 Após o estudo de terreno, o processo deve concluir quanto aos efeitos do terreno sobre asoperações, tanto as de nossas forças, como para as do inimigo. Esses efeitos são obtidos pelavisualização do movimento através das vias de acesso e reação da progressão com as

Page 60: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 60/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

25/29

particularidades do terreno. Todos os aspectos levantados, como obstáculos, locais favoráveis àobservação, flanqueamentos, etc, são integrados ao movimento, permitindo-se avaliar se a tropaque progride em uma Via A será dispersada, canalizada, retardada ou sofrerá outros efeitos.

 Após a obtenção dos efeitos em cada via de acesso, o oficial de inteligência deverá deduziros efeitos dentro da área de operações como um todo. Assim, por exemplo, deverá levantar asfaixas mais favoráveis ao ataque ou defesa dos contendores, a quantidade de peças de manobraque podem ser empregadas, os efeitos das convergências de vias de acesso (se são favoráveis) eefeitos de estrangulamentos das vias de acesso na manobra como um todo, entre outros aspectos

3-3. ESTUDO DAS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

a. Generalidades

1) As condições meteorológicas exercem influência em todas as atividades executadaspelas forças empregadas em determinada operação. Seus efeitos são percebidos, com maiorevidência, sobre a visibilidade, a transitabilidade, as características dos cursos d’água, ascondições aéreas e as possibilidades que o terreno oferece para a sua utilização.

2) A mobilidade é um dos aspectos que mais interessam às operações e é, também,aquele que mais evidencia a profunda influência que as condições meteorológicas podem exercersobre o terreno e, em consequência, sobre a transitabilidade. Daí, a importância do estudo

integrado das condições meteorológicas com as condições existentes no terreno.

b. Processo de Estudo das Condições Meteorológicas

1) Inicialmente, há que dispor-se de uma completa base de dados que possibiliteconhecer as grandes características climáticas e as condições meteorológicas dominantes naárea de operações.

2) A partir do conhecimento das condições normais do clima da área de operações, énecessário atualizar as informações com base nas previsões meteorológicas a curto, médio elongo prazos, permitindo, com maior precisão, a determinação dos efeitos esperados sobre ascondições de visibilidade, temperatura, emprego de fumígenos, movimento por estrada e campo,emprego das armas e equipamentos, etc. 

3) De posse de todos os conhecimentos obtidos, confecciona-se uma série de calcos quepermitirão integrar e analisar graficamente a influência das condições meteorológicas sobre asoperações.

c. Elementos Meteorológicos

1) As propriedades e as características físicas da atmosfera que carecem ser medidas ou

observadas para a descrição do estado das condições meteorológicas são denominadaselementos meteorológicos. 

2) Os elementos meteorológicos que mais influenciam as operações militares são o

Page 61: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 61/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

26/29

crespúsculo, as fases da lua, as condições atmosféricas, o vento e outros. 

a) Crepúsculo A passagem da noite para o dia denomina-se crepúsculo matutino e a passagem do

dia para a noite, crepúsculo vespertino. Existem três tipos de crepúsculos: 

- crepúsculo astronômico  – a luminosidade oferecida é tão reduzida que, para finsmilitares, pode ser considerado como obscuridade; 

- crepúsculo náutico – proporciona luminosidade suficiente para a realização dosmovimentos terrestres, aplicando-se os dados relativos aos movimentos diurnos; a visibilidade fica

limitada a um máximo de 400 metros, permitindo o emprego do armamento até esse alcance e aprogressão com relativa coberta da observação inimiga; conforme a situação, permite aobservação dos fogos da artilharia e as operações aéreas diurnas; 

- crepúsculo civil – proporciona luminosidade suficiente para as atividades diurnasnormais, pelo que permite operações militares de qualquer tipo. 

 A duração dos crepúsculos depende da localização geográfica (latitude e longitude)e varia ao longo do tempo.

Fig 3-20 - Crepúsculos

Enquanto que na ofensiva, a baixa luminosidade favorece a concentração deforças, a manobra e a obtenção da surpresa, na defensiva, prejudica a vigilância, impede oreconhecimento, dificulta a coordenação e controle e reduz a precisão da busca de alvos. 

b) Fases da lua

 As condições de visibilidade noturna são determinadas, principalmente, pelas fasesda lua. A visibilidade é mínima na fase de lua nova, aumenta na fase de quarto-crescente, alcançao máximo na lua cheia e decresce na quarto-minguante, e assim sucessivamente. 

Page 62: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 62/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

27/29

Fase da Lua Período médio de luar Luminosidade

Cheia Das 18:00 h às 0600 h Luar na maior parte da noite

Quarto-Minguante Das 00:00 h às 12:00 h Luar na segunda parte da noite

Nova Das 06:00 h às 18:00 h Noite sem luar

Quarto-Crescente Das 12:00 h às 24:00 h Luar na primeira parte da noite

 Assim, a luminosidade deve ser analisada em função do nascer e do pôr do sol edas fases da lua, que exercerão influência nas condições de observação, de sigilo, de emprego

dos meios aéreos e de coordenação e controle das tropas. 

 A visibilidade não é somente afetada pela diminuição ou ausência de luz direta,também por outros elementos meteorológicos, tais como precipitações, nebulosidade, ventos, etc.

c) Precipitações

 As precipitações têm grande influência sobre o estado do terreno, a observação, astropas e o funcionamento de alguns armamentos, materiais e equipamentos. Conforme o tipo deterreno, a transitabilidade poderá ser afetada. A chuva pode reduzir drasticamente a persistênciados agentes químicos, a eficácia das minas, de alguns equipamentos e do armamento em geral. Aeficácia do pessoal também será reduzida pelas precipitações, ao produzir desconforto, aumentar

a fadiga e gerar outros problemas físicos e psicológicos.

Um aspecto importante a considerar é a ocorrência de descargas elétricas, quepodem incidir sobre depósitos de munições e de combustíveis, afetar as linhas de transmissãoterrestres e alterar ou impedir o uso do espectro eletromagnético, tanto para a realização detransmissões como para o emprego de radares e sensores. 

d) Ventos

 A direção e a velocidade do vento têm influência sobre o emprego de fumígenos ede agentes QBN. A direção terá influência tática, com relação à favorabilidade ou não de seulançamento. E, a velocidade terá influência técnica, definindo as possibilidades do emprego do

agente.  A velocidade dos ventos produzirão efeitos sobre o emprego de meios de combate

e de tropas especiais, como por exemplo, as aerotransportadas.

Como exemplo da influência da direção do vento sobre o emprego de meios decombate, destaca-se a detecção de sons, onde o vento poderá aumentar ou encurtar a percepçãoda distância do local de ocorrências.

Um aspecto positivo, do ponto de vista militar, é que os ventos irão acelerar asecagem dos solos, antecipando a melhoria das condições de trafegabilidade dos solos.

e) Nebulosidade

 A nebulosidade é uma situação decorrente da maior ou menor existência daformação de nuvens ou mesmo de nevoeiro, neblina, névoa, entre outros. 

Page 63: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 63/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

28/29

O tipo e densidade da camada de nuvens, assim como a altura de seus limitesinferior e superior, influi nas operações aéreas. As nuvens também podem afetar as operaçõesterrestres, porque limitam a luminosidade natural diurna e noturna, determinam as precipitações. Aneblina poderá interferir na visiblidade.

f) Temperatura e umidade

Estes dois elementos têm influência nos vetores lançados através da atmosfera,tais como, aeronaves, mísseis, foguetes e granadas de artilharia. Quando estes elementosapresentam valores extremos, afetam o rendimento do pessoal, do material e do equipamento, do

armamento, de viaturas, etc; podem causar dificuldades na construção de posições e fortificações;e irão provocar um aumento na dependência do apoio logístico.  

 A temperatura deve ser analisada sob dois aspectos distintos: - quanto ao seu valor absoluto, particularmente quando indicar situações extremas

de frio e de calor, influenciando na eficiência combativa das tropas e no funcionamento do materialempregado; 

- quanto ao seu valor relativo, ou gradiente de temperatura, que é a diferençaentre as temperaturas das camadas de ar; assim, três situações podem ocorrer: 

- inversão - a temperatura aumenta com a altitude; a velocidade dos ventos é

pequena e o ar estável, com poucas correntes; permite a utilização de agentes QBN e favorece olançamento de “cortinas” de fumaça; 

- neutralidade - a variação da temperatura com a altitude é pequena ou nula; oar é moderadamente estável, caracterizando-se como uma situação intermediária entre a inversãoe; 

- lapse - a temperatura diminui à medida que a altitude aumenta; o ar torna-seinstável, não favorecendo o lançamento de agentes QBN e o emprego de “cortinas” de fumígenos,mas a formação de “tetos” de fumaça. 

d. Calcos das Condições Meteorológicas 

a) Calco de neblina ou nevoeiro 

Normalmente, nas zonas costeiras e em vales interiores, este fenômeno é muitofrequente pela manhã, limitando a visibilidade e produzindo efeitos sobre as operações.

De acordo com os dados meteorológicos já conhecidos ou levantados, representa-se no calco a dimensão e a localização da neblina ou nevoeiro, indicando-se, dentro do possível,as horas de duração e a visibilidade em metros que permita. Assim, é possível determinar-se operíodo e o local onde haverá limitação da visibilidade para as nossas forças e para as do inimigo.

b) Calco de precipitações 

Neste calco, são representados os efeitos das chuvas sobre o terreno. Desta forma,devem ser assinaladas as áreas que dificultem o acesso e a passagem sem meios auxiliares e as

Page 64: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 64/162

 

ECEME T S I

2015/2016 Fund Op Mil – P I T C I _______________________________________________________________________

29/29

áreas inundadas, para que se possam visualizar as alterações ocorridas na área de operaçõesque afetem a transitabilidade, o movimento de tropas, o emprego de equipamentos e materiais,etc. 

O efeito das precipitações dependem da natureza do solo e de sua capacidade dedrenar água.

Fig 3-21 - Calco de Precipitações 

c) Calco de ventos 

Dependendo do tamanho da área de operações, poder-se-á representar acirculação local dos ventos predominantes, com suas velocidades e direções, o que poderádeterminar a melhor utilização de agentes fumígenos e QBN, bem como seu possível efeito sobre

o armamento em geral, equipamento especial de vigilância e busca de alvos e sobre as tropas.

4) Um calco-resumo pode ser confeccionado somando todos os calcos dos elementosmeteorológicos e posteriormente “sobrepondo-o ao terreno” para determinar seus efeitos; poroutro lado, pode-se sobrepor cada calco sobre o “terreno”, já que de ambas as formas poder -se-áobter o mesmo resultado. Isto dependerá de cada situação em particular, já que, em um períodorelativamente curto, um elemento meteorológico pode sofrer variações, o que afetará de maneiradistinta o conjunto deles ou somente o terreno. 

* * * 

Page 65: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 65/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

1/30

MONTAGEM DOBANCO DE DADOS

DO INIMIGO

CONFECÇÃODOS CALCOS DE SITUAÇÃO

DO INIMIGO

ANÁLISE DOSFATORES

DA ORDEMDE BATALHA

Doc Nr 4VOLUME I - 2ª PARTE  – 3ª FASE – AVALIAÇÃO DO INIMIGO

4-1 GENERALIDADES

 A avaliação do inimigo consiste em um estudo detalhado da sua ordem de batalha, de sua or-ganização, estrutura de comando, doutrina de emprego, métodos de combate, armamentos eequipamentos e outros fatores necessários para determinar suas peculiaridades e deficiências,possibilidades e limitações. 

 A avaliação do inimigo é um processo contínuo, lógico e dinâmico. Os avaliadores devem estaratentos à adoção de novos métodos de atuação, ao desenvolvimento científico-tecnológico e, atémesmo, às modificações doutrinárias.

Dessa avaliação, serão obtidos os calcos de situação com as informações da ordem de batalhado inimigo, representadas graficamente.

Para a confecção dos calcos de situação do inimigo é importante que se disponha de matrizesdoutrinárias, desde o tempo de paz e que sejam tantas quantas forem as atitudes, manobras, ope-rações ou ações, características e tipos de unidades que possam ser empregadas contra nossasforças. Essas matrizes fazem parte do banco de dados, e não são apenas sobre unidades de ma-nobra, mas também, sobre as unidades de apoio ao combate e apoio logístico.  

4-2 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO INIMIGO

 A avaliação do inimigo é realizada de modo sequencial, dividido em três etapas, conforme afigura abaixo (Fig 4-1).

Fig 4-1 Etapas do processo de avaliação do inimigo

4-3 MONTAGEM DO BANCO DE DADOS DO INIMIGO

Um banco de dados, contendo as informações sobre o inimigo localizado em nossa área deinteresse, deverá ser o mais completo e atualizado possível.

Para a atualização deste banco de dados, a força procura obter os dados e/ou conhecimentosque lhe são necessários por intermédio de todos os meios de busca disponíveis.

 Além disso, são aproveitados:- os manuais e regulamentos militares;- as publicações doutrinárias e de instrução; e- os artigos publicados pelos órgãos de comunicação social.

Page 66: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 66/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

2/30

O banco de dados permitirá determinar, quando identificado o inimigo, quais os aspectos es-senciais conhecidos, os parcialmente conhecidos e aqueles a conhecer, auxiliando a definição dasnecessidades de inteligência (EEI), a expedição de Pedidos de Busca (PB) e acionamento dasOrdens de Busca (OB) e, em conjunto com a 3a Seção, o desencadeamento de missões ligadas àvigilância, reconhecimento e busca de alvos. 

Esta etapa será concluída por meio de uma avaliação global dos dados obtidos. Esse conhe-cimento será, em fase seguinte, integrado com as informações sobre o terreno e condições mete-orológicas. 

4-4 ANÁLISE DOS FATORES DA ORDEM DE BATALHA

Esta etapa consiste em materializar a situação existente ou uma situação próxima da real.

Os conhecimentos e dados disponíveis permitirão confeccionar os calcos de situação do inimi-go e auxiliarão, na fase de integração, na determinação das possibilidades e das prováveis linhasde ação do inimigo. Os fatores de análise do inimigo são os seguintes: 

- Dispositivo- Composição- Valor- Atividades importantes, recentes e atuais- Peculiaridades e Deficiências

a. Dispositivo

O dispositivo significa a localização das unidades inimigas e o seu desdobramento tático. Osmovimentos recentes, em curso e previstos, dessas unidades estão intimamente relacionadoscom o seu dispositivo.

O desdobramento tático é definido pela posição relativa das unidades, entre si ou em rela-ção ao terreno. Se for conhecido, com antecedência, o desenvolvimento tático das forças inimi-gas, é possível deduzir-se, com segurança, as prováveis ações do inimigo. 

Um estudo do dispositivo, conjugado com uma análise pormenorizada do terreno, conduz aconclusões lógicas referentes às possibilidades do inimigo, suas vulnerabilidades e prováveis li-

nhas de ação. 

O movimento das unidades inimigas é outro elemento considerado no seu dispositivo. Indí-cios sobre a movimentação de uma força inimiga tem especial interesse, pois, terão influência naevolução da situação. Uma concentração importante de forças em uma certa área permite ao co-mandante inferir sobre objetivos inimigos e prováveis linhas de ação. 

O estudo do dispositivo inimigo é efetuado, normalmente, até 2 (dois) escalões abaixo doescalão que o executa.

b. Composição

 A composição abrange a identificação e a organização das tropas. A identificação é frequentemente tida como a chave do conhecimento da ordem de batalha.

Envolve, em geral, a determinação do escalão, tipo e natureza da força, sua designação numérica

Page 67: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 67/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

3/30

e o comando de que ela é subordinada. Pela identificação, o oficial de inteligência poderá estabe-lecer um quadro geral sobre o inimigo na área de operações. 

É indispensável conhecer os sistemas de designação de unidades adotados pelo inimigo, oque, além de facilitar a identificação, permitirá, ainda, deduzir elementos de importância acerca daestrutura da força inimiga, das missões de unidades especiais, planos de mobilização, etc. Nafalta do conhecimento dos números específicos e designações-tipo das forças, pode-se recorrer aoutros meios para a sua referência, tais como, nomes de código, nomes dos comandantes ou daslocalidades-sedes, etc.

Entende-se por organização, a estrutura de uma força e a relação dos vários escalões den-tro desta estrutura. O conhecimento da organização de uma força militar é indispensável para am-

pliar os aspectos conhecidos relativos ao valor, táticas, doutrina, instrução, logística e eficiência decombate. As possibilidades de um inimigo não podem ser levantadas com precisão sem o conhe-cimento da sua organização. 

Combinada com a organização do inimigo, a identificação específica de uma unidade alertada possível presença de outras unidades ainda não identificadas.

c. Valor

O valor de uma força está relacionado com o escalão, dotação de armas e equipamentos epoder de combate. O valor proporciona um forte indício sobre as possibilidades e prováveis linhas

de ação das forças inimigas.

São consideradas todas as unidades inimigas que, admissivelmente, podem ser emprega-das contra a nossa unidade de forma a afetar o cumprimento da missão. 

Na avaliação do valor do inimigo, deve-se levar em consideração as baixas e claros existen-tes. 

Para outras forças, como as irregulares, que não tenham uma organização fixa e conhecida,a avaliação é feita em termos de efetivos.

O valor do inimigo é apresentado nos seguintes elementos: tropas empenhadas; reforços;

artilharia; apoio aéreo; apoio QBN e outros, incluindo os elementos de guerra eletrônica, defesasantiaérea e anticarro, forças irregulares, vigilância do campo de batalha, etc.

1)Tropas empenhadas:

São as forças inimigas (terrestres) de manobra, em contato e outras unidades terrestresem contato iminente, assim como as suas reservas imediatas, seja qual for a linha de ação im-plementada pelas nossas forças. A consideração de uma força inimiga, como empenhada, é de-terminada em função do seu dispositivo, localização, comando superior, doutrina e escalão emque o estudo é realizado. 

 As tropas empenhadas são expressas em termos de unidades de dois escalões imedia-tamente abaixo daquele em que é feito o estudo, isto é, o oficial de inteligência da Divisão avaliaas unidades inimigas empenhadas em batalhões enquanto que o oficial de inteligência da Brigadaavalia-as em companhias, etc. 

Page 68: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 68/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

4/30

Quando há dúvida se uma força é empenhada ou de reforço, considera-se em reforço.Isto atribui ao inimigo maior flexibilidade para empregar as suas forças a fim de se opor à determi-nada linha de ação das nossas forças. 

2) Tropas em condições de reforçarSão todas as forças inimigas conhecidas que não estão empenhadas dentro ou fora da

nossa zona de ação, mas que podem ser capazes de cerrar contra nossas tropas a tempo de in-fluir no cumprimento da missão. 

Sempre que possível, as tropas consideradas como reforços devem ser identificadas pelasua designação e localização.

O oficial de inteligência deve considerar que não é previsível o contato iminente com osreforços e que a sua determinação depende do dispositivo, localização, escalão ou outros fatoresrelacionados.

Por ocasião da determinação das possibilidades inimigas, o oficial de inteligência deveráelaborar o Quadro de Reforço, conforme o modelo abaixo:

QUADRO DE REFORÇO PARA AS AÇÕES DE ATAQUE

SU/U/GU LOCALHORA

InfoPONTOLÓGICO

PRAZO Obs

RI Mtz

RegiãoSW

de PAR-DAL 

1630

LENTE

 A partir de D+2/1725 ou:- 55 minutos após o seu des-locamento diurno - 1 h 35 min após o seu des-locamento noturno 

d = 3 km

Faz CU-RUPI 

 A partir de D+2/1800 ou:- 90 minutos após o seu des-locamento diurno 

- 2 h 15 min após o seu des-locamento noturno 

d = 5 km

Esqd CC

RegiãoN

de PAR-DAL 

1630 LENTE

 A partir de D+2/1645 ou:- 15 minutos após o seu des-locamento diurno - 22 minutos após o seu des-locamento noturno 

d = 6 km

Fig 4-2 Exemplo de um Quadro de Reforço

3) ArtilhariaConsiste na listagem das unidades de artilharia, incluindo as orgânicas das unidades de

manobra, identificadas como sendo em apoio às tropas empenhadas ou em condições de reforçar.

4) Apoio aéreo A possibilidade aérea do inimigo é determinada pelos órgãos de Inteligência da Força

Page 69: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 69/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

5/30

 Aérea, com base nas aeronaves inimigas disponíveis, nos respectivos raios de ação, no nível damanutenção, no desgaste previsto, na situação tática terrestre e em outros fatores. A Força Aéreafornece informações relativas ao número de surtidas diárias, por tipos de aviões, que o inimigo écapaz de realizar. Esta estimativa é a adotada por todos os comandos localizados em uma únicaregião, pois, raramente, se poderá estimar a proporção do apoio aéreo que pode ser empregadocontra cada uma das zonas de ação.

5) Apoio Químico, Biológico, Nuclear (QBN)

O estudo das possibilidades de emprego de meios de QBN por parte do inimigo é reali-

zado pela FTC e escalões superiores. Os escalões menores utilizam os estudos daqueles esca-lões, modificando-os eventualmente, de acordo com as informações existentes. 

 A determinação das possibilidades QBN do inimigo baseia-se, normalmente, na estimati-va do número e do tipo de armas e das disponibilidades e tipo de agentes, bem como no conhe-cimento da doutrina do inimigo, na experiência adquirida e no estudo das possibilidades do inimi-go. 

De forma semelhante ao que se passa com o estudo das possibilidades de emprego dosmeios aéreos, raramente é possível avaliar que parte do apoio QBN disponível poderá vir a serempregado contra cada uma das unidades empregadas.

Também não é normal fazerem-se estimativas do número de armas QBN que o inimigopoderá empregar durante um período de tempo muito curto.

6) Outras forças inimigas

Inclui a referência a outras forças não indicadas anteriormente, que se sabe disporem depossibilidades especiais como: guerra eletrônica, defesa antiaérea, defesa anticarro, forças irregu-lares ou vigilância do campo de batalha. 

d. Atividades importantes recentes e atuais

São levantadas as atividades inimigas, recentes e atuais, que possam revelar quais as suas

ações ou atitudes futuras. Conforme a situação, a não execução de certas atividades poderá serum indício. Devem incluir-se, ainda, quaisquer suposições existentes de que o inimigo tem umconhecimento específico da nossa situação ou intenções. Essa suposição pode basear-se, porexemplo, na captura pelo inimigo de uma ordem de operações ou carta de situação das nossasforças ou no comprometimento de parte das instruções de comunicações.

Os conhecimentos e/ou dados dessa natureza devem ser sempre difundidos e estudadospelas seções de inteligência e operações.

e. Peculiaridades e deficiências

Com base no conhecimento da doutrina, de procedimentos rotineiros, dos princípios deguerra do inimigo, da área de operações e da situação inimiga, anteriormente estudada, são iden-tificados e avaliados determinados aspectos característicos e pontos fracos do inimigo. Esta iden-tificação tem por finalidade a dedução de suas deficiências específicas, suscetíveis de serem

Page 70: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 70/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

6/30

exploradas, se transformarem em vulnerabilidades e virem a influenciar a escolha das linhas deação amiga e inimiga. 

Normalmente, são levantados dados sobre pessoal; inteligência; operações e instrução;logística; comunicação social e assuntos civis; e personalidades.

 A seguir, por exemplo, serão apresentadas algumas considerações sobre cada um dessesaspectos:

1) Pessoal

  moral, se for inferior a excelente;  elevada porcentagem de combatentes excessivamente novos ou idosos;  fraco nível sanitário;  porcentagem dos efetivos orgânicos, se inferior a 80%; e  deficiências notórias do serviço de recompletamento, particularmente quanto a especi-alistas. 

2) Inteligência  capacidade de executar a desinformação;  nível operativo dos órgão de busca inimigos;  excessiva dependência de um ou mais tipos de fontes de dados;  ineficiência do serviço de inteligência inimigo; e

  eficácia das medidas de contra-inteligência.

3) Operações e Instrução  repetição sistemática de certos esquemas de manobra;  deficiente organização do terreno;  deficiente articulação e emprego das reservas;  vulnerabilidade às MEA;  deficiente grau de instrução, em especial no que se refere à proteção contra meiosQBN;  falta de mobilidade;  ineficiente apoio aéreo, de artilharia, de engenharia ou de comunicações e guerra ele-trônica; 

  nível de adestramento e instrução;  deficiente emprego da dispersão e mau aproveitamento do terreno; e  deficiências táticas no ataque a determinados objetivos.

4) Logística  falta de determinadas classes de suprimento ou material;  porcentagem estimada do equipamento orgânico, se inferior a 80%;  excessiva concentração dos órgãos de reabastecimento;  existência de pontos vulneráveis e de “engarrafamento” do sistema logístico ou da r e-de de transporte;   condição de hospitalização e evacuação;  incapacidade para proceder ao reabastecimento durante as operações;  sistema de manutenção; e  falta de meios de proteção contra os efeitos QBN.

Page 71: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 71/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

7/30

5) Comunicação Social e Assuntos Civis  atitude hostil por parte da população civil ou em relação a esta;  deficiências no controle das comunicações e dos deslocamentos de civis;  atividades de propaganda e relações públicas; e  execução deficiente de operações psicológicas.

6) Personalidades  peculiaridades dos comandantes e dos oficiais dos Estados-Maiores das principaistropas inimigas, deduzidas das suas anteriores atividades, educação, tendências políti-cas, experiências e outros fatores. 

Visto que a finalidade deste estudo é permitir a dedução das vulnerabilidades do inimigocom vista à sua exploração, deve fazer-se, em cada aspecto uma apreciação sumária das vanta-gens que se podem tirar dos aspectos característicos e pontos fracos identificados.

Por exemplo, se o inimigo tem um flanco exposto tal fato é considerado na peculiaridade“Operações”. Em seguida o oficial de inteligência analisa em que medida a exposição desse fla n-co constitui uma vulnerabilidade que possa ser explorada. Assim, se as reservas inimigas são re-duzidas e não estão motorizadas ou se encontram deficientemente localizadas para cobrirem oflanco, existe de fato uma vulnerabilidade que é de grande importância. Caso contrário, aquelasreservas possuem possibilidades de proteger o flanco ou de contra-atacar se executarmos umenvolvimento, então não existe propriamente aquilo que do ponto de vista da Inteligência se con-

sidera uma vulnerabilidade. 

Do banco de dados e da análise dos fatores da ordem de batalha serão extraídas as infor-mações que permitirão ao oficias de inteligência ter uma primeira ideia de como o inimigo, possi-velmente, estará disposto no terreno e facilitarão na determinação dos tipos de calcos de situaçãodo inimigo a serem confeccionados. 

Page 72: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 72/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

8/30

CALCOS DE SITUAÇÃODO INIMIGO

(SEM CONSIDERAR AS

CONCLUSÕESSOBRE O TERRENO)

(Etapas de confecção do calco de situação)

REPRESENTAÇÃO DA ORDEM SEQUENCIAL DA

MANOBRA DO INIMIGO

DETERMINAÇÃO DAS POSSÍVEIS ATITUDES OU TIPOS DEOPERAÇÕES E FORMAS

DE MANOBRA QUE O INIMIGOPODERÁ ADOTAR

DOUTRINA DOINIMIGO

EMATRIZESDOUTRINÁRIAS

LANÇAMENTO DASINFORMAÇÕESEM UM CALCO

BANCO DE DADOSDO INIMIGO

ANÁLISE DOS FATORESDA ORDEM DE BATALHA

INFORMAÇÕESCOLHIDAS DESDE O

TEMPO DE PAZ

INFORMAÇÕESATUALIZADASDAS FORÇAS INIMIGAS

Contç Doc Nr 4 – 3ª Fase - 8 - 

4-5 CONFECÇÃO DOS CALCOS DE SITUAÇÃO DO INIMIGO

 Após a análise dos fatores da ordem de batalha, a confecção do calco de situação poderá se-guir a sequência indicada pela figura abaixo:

Fig 4-3 Confecção dos calcos de situação do inimigo

Page 73: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 73/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

9/30

a. Utilização do banco de dados e matrizes doutrinárias

Durante o período de paz, deverão ser elaboradas matrizes doutrinárias como parte do ar-quivo de inteligência de cada unidade.

Quando necessário, estas matrizes serão registradas em material transparente, de acordocom a escala da carta que se utilize, e adequadas às possíveis variações que tenham sofrido.

 A partir deste momento, o oficial de inteligência estará em condições de gerar os calcos desituação do inimigo. Para a confecção destes calcos, deve-se considerar que as forças inimigas,

normalmente, obedecem a organizações típicas, mas não as adotarão, necessariamente, em suatotalidade, em um determinado momento. Além disso, existirão organizações variáveis que pode-rão ser modificadas de acordo com a situação. 

Os calcos de situação do inimigo deverão concentrar o esforço na representação dos esca-lões inimigos que representem maior ameaça para o escalão considerado. Por exemplo, pode-serepresentar a força oponente e um escalão abaixo. 

O quadro abaixo serve de referência para determinar as tropas inimigas que poderão serrepresentadas.

UNIDADES INIMIGAS DE INTERESSE

FORÇA OPONENTE PRIMEIRO NÍVELU Subrd

SEGUNDO NÍVELU Subrd

Exército de Campanha Divisões BrigadasDivisão Brigadas BatalhõesBrigada Batalhões CompanhiasBatalhão Companhias Pelotões

Fig 4-4 Unidades Inimigas de Interesse

Deve-se considerar que uma Divisão, terá, diretamente subordinada, unidades de nível bri-gada, mas também pode ter uma ou mais unidades independentes, que junto com as unidades deapoio ao combate e apoio logístico deverão ser representadas. 

b. Determinação das possíveis atitudes do inimigo

O passo seguinte irá determinar as possíveis atitudes e procedimentos ou tipos de manobraque o inimigo poderá adotar e que será necessário representar. Este aspecto, por ser difícil de sedefinir com exatidão, será identificado mediante uma detalhada análise da missão, da área deoperações, da capacidade das forças inimigas e do conhecimento que o analista tem da doutrinade emprego do inimigo. Se, apesar desta análise, não puder ser definida apenas uma atitude emanobra, será necessário representar cada uma das possíveis configurações do inimigo, conside-rando seu desdobramento doutrinário, distância entre seus escalões e unidades, velocidade dou-trinária de movimento, frente e profundidade, etc. 

c. Determinação da ordem sequencial da manobra do inimigo

Uma vez determinadas as atitudes e manobras, buscar-se-á representar a ordem sequencialem que elas poderão ocorrer. Por exemplo, pode-se confeccionar calcos de situação do inimigo

Page 74: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 74/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

10/30

para refletir a ordem sequencial do ataque de uma unidade desde sua zona de reunião até seuobjetivo final, sendo o ordenamento o seguinte:

 – zona de reunião; – ocupação das posições de ataque; – tomada do dispositivo; – ataque propriamente dito; – de acordo com cada situação, pode-se considerar, em qualquer das fases, outra atividade.

Por exemplo, transposição de curso de água obstáculo.

De igual forma, apresentar-se-ão os calcos de situação do inimigo referentes às unidades deapoio ao combate e apoio logístico, buscando identificar aquelas unidades que, em certos tipos de

operações ou ocasiões, proporcionarão informações a respeito da forma com que o inimigo possaatuar.

Pode ser necessário, em determinadas situações, confeccionar calcos específicos. Paraisto, caso existam os calcos sob a forma de matrizes doutrinárias, deve-se compará-los ao bancode dados da unidade para adequá-los à realidade existente. Por exemplo, uma brigada blindadapode variar tanto na quantidade de unidades quanto na quantidade e tipo de material blindado.Para esta comparação deve-se considerar todos os fatores da ordem de batalha, já que cada umdeles pode influir na forma de combater de uma unidade, onde sua tradição, adestramento, per-sonalidade do comandante e outros aspectos podem diferenciá-la do estabelecido em sua doutri-na.

Uma vez analisada toda a informação disponível, pode-se definir com certa precisão, oscalcos de situação do inimigo que serão necessários para cada situação em particular.

d. Confecção dos calcos de situação do inimigo

Para sua confecção utilizar-se-á o banco de dados da unidade, as matrizes doutrinárias e asinformações atualizadas das forças inimigas em confronto.

Deve-se determinar os elementos de manobra e unidades de apoio que interessam ser re-presentados, de acordo com o explicado anteriormente. 

Logo que possível, deve-se definir as possíveis atitudes e manobras que essas unidades

poderão adotar em seu conjunto e a ordem sequencial das ações que poderão ser executadasdentro dessas manobras.

Posteriormente, as matrizes doutrinárias serão adequadas à realidade existente, tendo porbase a análise dos fatores da ordem de batalha. Essa adequação permitirá definir as diferençasem relação ao estabelecido em sua doutrina.

Finalmente, o resultado será a representação gráfica do inimigo, modificado para cada situ-ação particular. 

* * *

Page 75: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 75/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

11/30

TERRENO +CONDIÇÕESMETEOROLÓGICASCalco de Restrições ao

MovimentoDeterminação e

avaliação daárea de operações INTEGRAÇ O

INIMIGOCalco de Situação

Linhas de ação do inimigo

Lista de prioridades contendo a linha deação mais provável do inimigo

Fase daintegração

(resultados)

Detalhamento das linhas de ação para apoiar o oficialde informações no jogo da guerra do EM

Calco e Matriz de Eventos (para acompanhar aevolução do movimento inimigo)

Planejamento do esforço de busca

Doc Nr 5 

VOLUME I - 2ª PARTE  – 4ª FASE –  INTEGRAÇÃO

5-1. PROCESSO DE INTEGRAÇÃO

a. Fases anteriores

 A fase de integração será iniciada com base nas conclusões, em forma de calcos, elabora-das nas fases do estudo do terreno (Cap 3) e do inimigo (Cap 4).  

b. Resultados da integração

 Ao final do processo de integração o oficial de informações apresentará ao Cmt a linha deação mais provável do inimigo, bem como disporá de uma metodologia que permite acompanhar aevolução da situação do inimigo para outra linha de ação e facilita o esforço de busca de informes.

 A metodologia empregada na fase da integração evitará que o comandante e o seu estado-maior sejam surpreendidos com uma ação inimiga inesperada. O EM será capaz de passar rapi-damente de uma linha de ação inimiga, escolhida como prioritária, para outra.  

Page 76: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 76/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

12/30

Calco e Matrizde Eventos

Calco de Apoioà Decisão

Levantamentodos pontos de apoio

à decisão

3º PASSOPRIORIDADES E

DETALHAMENTODAS L Aç Ini

2º PASSOMONTAGEM

E ANÁLISE DASL Aç Ini

1º PASSOATITUDE E

PROVÁVEISObj Ini

(dos Cap 3 e 4)

5º PASSOCALCO DE

APOIO À DECISÃO

4º PASSOCALCOS EMATRIZES

DE EVENTOS

Contç Doc Nr 5 – 4ª Fase - 2 - De posse do resultado da integração o oficial de operações passará a elaborar, em conjunto

com o oficial de informações, um calco para apoiar as decisões do comandante, após o início dasações. 

c. Sequência das ações

O processo de integração poderá ser realizado na seguinte sequência:

1) Identificação dos prováveis objetivos e atitudes do inimigo (com base no estudo do terre-no e do inimigo) 

2) Montagem e análise das prováveis linhas de ação do inimigo

3) Estabelecimento de uma prioridade e detalhamento das linhas de ação do inimigo

4) Montagem do Calco e da Matriz de Eventos do inimigo (que permitirá o acompanhamentoda evolução de suas ações)

5) Montagem do Calco de Apoio à Decisão (realizado pelo oficial de operações em conjuntocom o oficial de informações)

5-2. ATITUDE E PROVÁVEIS OBJETIVOS DO INIMIGO

 A possível atitude do inimigo (ataque, defesa, retardamento, retraimento, etc) foi definida noseu estudo (Cap 4). Quanto mais clara for a intenção do adversário, por meio dos informes quedevem chegar continuamente ao oficial de informações, menor será o número de linhas de açãodo inimigo, elaboradas no próximo passo da integração.

Os objetivos são suposições baseadas no estudo do inimigo (Cap 4) e nas conclusões sobre oterreno. Serão lançados em um calco, em cima das vias de acesso (levantadas no Cap 3). O ofici-al de informações deverá colocar-se no lugar do comandante e do estado-maior inimigo no levan-

Page 77: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 77/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

13/30

Comentários- Nossas forças atacam de sul para norte.- Linhas favoráveis à defesa do inimigo: - a, b, c

- d, e, f, g- h, i, j- l, m, n, o

tamento dos prováveis objetivos, que poderão ser de um escalão acima da tropa inimiga conside-rada, do mesmo escalão e de um ou de dois escalões abaixo. 

Estando o inimigo na defensiva, serão consideradas, normalmente, as regiões favoráveis àdefesa (que barram as vias de acesso levantadas), as linhas de defesa e os locais favoráveis aoscontra-ataques.

Nas operações ofensivas do inimigo poderão ser considerados os objetivos favoráveis ao lan-çamento de forças aeromóveis, os objetivos iniciais, bem como os possíveis objetivos intermediá-rios e finais e o seu relacionamento com a reserva. 

Fig 5-1 Calco dos locais favoráveis à defesa do inimigo

Page 78: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 78/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

14/30

Comentários- O inimigo ataca de W para L.- Nos corredores de mobilidade estão assinalados os locais favoráveis à nossa defesa ou os prováveisobjetivos do inimigo.

Fig 5-2 Calco dos prováveis objetivos do inimigo no ataque 

Page 79: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 79/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

15/30

5-3. LINHAS DE AÇÃO DO INIMIGO

a. Montagem e análise das linhas de ação do inimigo

1) Montagem

Nesta etapa, os calcos de situação (Cap 4), das vias de acesso (Cap 3) e dos prováveisobjetivos do inimigo serão sobrepostos e integrados com a carta. Deste modo, através de umajustamento, serão montadas as linhas de ação, tendo-se o cuidado de modificar as situaçõesque não ocorreriam, tais como: peças de manobra em áreas alagadas, unidades de artilharia emcristas topográficas etc.

Fig 5-3 Montagem das linhas de ação do inimigo 

 As diversas maneiras do inimigo se dispor no terreno são as linhas de ação, mas desdeque estejam coerentes com a sua doutrina e com os possíveis objetivos anteriormente levantados.

Page 80: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 80/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

16/30

Comentários- O inimigo não define como irá defender e adota um dispositivo de expectativa.- Nosso ataque se dará do sul para o norte.

Fig 5-4-1 O inimigo adota um dispositivo de expectativa 

Page 81: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 81/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

17/30

Comentário- A Bda (-) a NW do bosque do norte de desdobra e ocupa posições- Na linha de ação Nr 1 o inimigo defende mais ao S da zona de ação.

Fig 5-4-2 Linha de ação Nr 1 

Page 82: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 82/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

18/30

Comentário

- O BI na R de bosque central e um BI da Bda ( -) se desdobram- Na linha de ação Nr 2 o inimigo defende no centro da zona de ação.

Fig 5-4-3 Linha de ação Nr 2 

Page 83: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 83/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

19/30

Comentário- O BI, localizado no bosque central, se desdobra- Na linha de ação Nr 3 o inimigo defende mais ao N da zona de ação.

Fig 5-4-4 Linha de ação Nr 3 

Page 84: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 84/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

20/30

Comentários

- Neste exemplo, o inimigo ataca de W para L.- Várias linhas de ação do inimigo estão representadas em um único calco(poderia ser confeccionado um calco para cada linha de ação).- Os calcos das linhas de ação do inimigo podem ser apoiados por matrizes, a critério do E2.- A figura 5-5-2 representa a matriz de apoio deste exemplo

Fig 5-5-1 Linhas de ação do inimigo no ataque 

Page 85: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 85/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

21/30

Comentários

- As matrizes são confeccionadas a critério do E2.- Facilitam a compreensão das linhas de ação- As linhas de ação do inimigo podem ser representadas apenas de forma gráfica.

MATRIZ DAS LINHAS DE AÇÃO DE UMA Bda Ini EM UM ATAQUE

L ANr

 Atividades antes decruzar a LP/LC

 Atividades entre aLP/LC e

a L Ct LIMA

 Atividades entre aas L Ct LIMA e A L Ct PITÚ

 Atividades além da LCt PITÚ

1

- assalto Ae empre-gando um BI leve

para Conq CHAR-LIE ou DELTA; 

- Atq Pcp pelo EProg TAMOIO paraConq ECO;- Atq Sec pelo E

Prog TUPI paraConq FOXTROT;- uma Pç Man se-gue como Res. 

- Pç Man continuamo Atq;- BI Lv é Ultr emCHARLIE;

- a Res , Mdt O,assume o Atq Pcp- os Obj ECO eFOXTROT sãoConq.

- a aviação Ini ficaECD neutralizar o C

 Atq de nossa Resdivisionária.

2

- infiltração de umBI Lv, pela faixaSELVA, para ConqBRAVO.

- Atq Sec pelo EProg TAMOIO paraConq ECO;- Atq Pcp pelo EProg TUPI paraConq FOXTROT;- uma Pc Man se-gue como Res; - BI Lv é Ultr emBRAVO pelo AtqPcp.

- Pc Man continuamo Atq;- a Res , Mdt O,assume o Atq Pcp -os Obj ECO eFOXTROT sãoConq.

- a aviação Ini ficaECD neutralizar o C Atq de nossa Resdivisionária

3

- assalto Ae empre-gando um BI levepara Conq CHAR-LIE ou DELTA. 

- Atq Pcp desbordapelo E Prog JACApara Conq CHAR-LIE; - Atq Sec pelo EProg TUPI para

Conq FOXTROT.

- Mdt O a Res Ultrem CHARLIE paraConq ECO, pas-sando a constituir o Atq Pcp; - a Pç Man queConq CHARLIE

passa para a Res;- Atq Sec continuaatacando;

- a aviação Ini ficaECD neutralizar o C Atq de nossa Resdivisionária

Fig 5-5-2 Matriz de apoio das linhas de ação do inimigo

Page 86: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 86/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

22/30

- coerência com a doutrina inimiga- capacidade de execução- indícios atuais do inimigo- efeitos do terreno nas L A- tempo e espaço disponíveis- risco X disponibilidade de meios- busca da surpresa- conhecimento de nossa situação- outras considerações lógicas...

Linha de

Ação 3

Linha de

Ação 2

Linha de

Ação 1

Análise(para selecionar as L Aç que serão acompanhadas

ou descartadas e facilitar a elaboração da lista de prioridades)

2) Análise das linhas de ação do inimigo

 A seguir, com base no estudo do inimigo (Cap 4), será feita uma rápida análise das linhasde ação levantadas para verificar se o inimigo tem capacidade para executá-las, eliminando-seaquelas que não podem ser executadas por falta de meios ou outra deficiência qualquer. Não de-ve ser desprezada a possibilidade do inimigo executar uma linha de ação com poucos meios casopossa economizar força em algum setor para aplicá-la em outro. 

Os informes sobre as atividades recentes do inimigo, como a localização atual de suamaioria de meios, servirão para reforçar a probabilidade de determinadas linhas de ação.

Deve-se levar em conta o conhecimento do inimigo sobre nossas forças, bem como o seuesforço para apresentar uma localização ambígua de suas tropas e ocultar a sua intenção paraalcançar a surpresa.

Serão estudados os efeitos do terreno sobre as linhas de ação, de modo a verificar comoestes efeitos favorecem umas e desfavorecem outras.

 As linhas de ação que o inimigo não tenha tempo e espaço para executá-las devem serdescartadas e as que apresentam um alto grau de risco devem ser estudadas, considerando se oinimigo dispõe de recursos para perder em caso de insucesso.

Mesmo as linhas de ação que são pouco prováveis, mas que o inimigo seria capaz, fisi-

camente de desencadear, devem ser consideradas para evitar a surpresa.  

b. Lista de prioridades das linhas de ação do inimigo

Linhas de ação do inimigo são suposições que devem ser acompanhadas pelo oficial deinformações e não fatos concretos. Portanto, não há como precisar qual será a ação adotadapelo inimigo. Entretanto, haverá a necessidade de se estabelecer uma lista de prioridades a serapresentada ao comandante para que o estado-maior possa elaborar um plano. Uma vez escolhi-

da a linha de ação pelo comandante, poderá ser necessário o oficial de informações reordenar asua lista de prioridades. Este reordenamento também poderá ocorrer devido a mudanças na situ-ação atual. 

Para a elaboração da lista de prioridades, deve-se considerar a análise feita anteriormente,

Page 87: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 87/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

23/30

Lista de prioridades(considerar)

- os fatores da análise das linhas de ação(doutrina, capacidade, indícios, etc.);

- as que oferecem maiores vantagens com menos riscos;- as que melhor aproveitam o terreno; nossas deficiênciase vulnerabilidades;- as ações atuais do inimigo;- outros fatores.

1ª prioridade: L A 3

2ª prioridade: L A 1

3ª prioridade: L A 2

que contém vários parâmetros que facilitam a tarefa.

 As linhas de ação do inimigo serão comparadas e verificadas as que tiram o melhor proveitodo terreno e as que permitam as maiores vantagens com menores riscos. Não se pode esquecerque o inimigo poderá mudar de uma linha de ação para outra em caso de insucesso no curso dasoperações.

c. Detalhamento das linhas de ação do inimigo

Depois de analisadas as linhas de ação do inimigo nelas serão incluídos tantos detalhes

quanto o tempo permitir. Este trabalho será feito na ordem da lista de prioridades das linhas deação. Tem por finalidade facilitar o jogo da guerra , quando o estado-maior se reunir para estepropósito.

O detalhamento de uma linha de ação é feito imaginando-se o movimento ou a sequênciadas ações que o inimigo fará desde o início de suas operações. Poderá ser representado por umasérie de calcos, de modo a identificar entre outros:

- os locais do terreno que obrigue o inimigo a uma mudança de formação;

- a localização dos apoios, principalmente de artilharia, em cada movimento;

- o movimento da reserva para os locais de contra ataque;

- as linhas do tempo referente a avaliação da velocidade do inimigo para atingir objetivos(este tempo poderá ser recalculado no jogo da guerra em função da reação com nossas tropas).

Também, serão detalhados e incluídos na linha de ação do inimigo os possíveis alvos ouobjetivos do adversário que tenham grande valor para nós. Com estes, poderá ser feita uma rea-ção ou resposta do inimigo, em forma de matriz, caso os alvos ou objetivos inimigos de grandevalor para nós sejam destruídos pelo nosso fogo ou pela nossa manobra, num determinado mo-mento. Por exemplo: 

- instalações de comando, controle e de comunicações quando atingidas podem atrasar,

limitar ou separar a manobra, o apoio de fogo e o emprego da reserva.

- unidades da reserva são críticas para o sucesso de uma operação, seja ofensiva oudefensiva, quando atingidas no inicio de seu deslocamento ou em zona de reunião neutralizam os

Page 88: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 88/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

24/30

DETALHAMENTO DE UMA L A Ini(para ajudar no jogo da guerra)

Incluir objetivosde grande valorIncluir linhas de tempo

Pode resultar numasequência de calcos para cada L A

L A 3

contra-ataques ou as ações de reforço;

- unidades de apoio de fogo são fundamentais para apoiar o emprego da reserva, se des-truídas em momento oportuno diminui ou neutraliza a eficácia da reserva; 

- o sistema de busca de alvos em profundidade é necessário para separar um ataque,quando destruído dificulta a separação de nossas tropas.;

- linhas de comunicações permitem o rápido deslocamento de reservas e o ressuprimentocontinuado;

- depósitos de munições são necessários para o apoio de fogo continuado, seja da arti-lharia como para as armas anticarro. 

Para a montagem e seu detalhamento pode ser usada qualquer técnica gráfica, desde queilustre melhor a linha de ação do inimigo. Pode ser feita, também, uma simples descrição narrativacomeçando com a descrição das táticas preferidas do adversário. Matrizes podem ser usadaspara facilitar o entendimento.

Page 89: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 89/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

25/30

Comentários

- Detalhamento da linha de ação do exemplo de uma Bda Ini na Def (ver Fig 5-4-2).- Foram incluídos alvos de grande valor como PC, grupos de artilharia e outros.- As linhas de tempo dão uma ideia do deslocamento da reserva inimiga nas ações de contra-ataque.- Poderão ser confeccionadas matrizes de apoio para facilitar a compreensão da linha de ação e para osefeitos dos fogos nos possíveis alvos ou objetivos de grande valor para nós.

Fig 5-6 Detalhamento da linha de ação Nr 1 do inimigo (vide Fig5-4-2) 

5-4. MONTAGEM DO CALCO DE EVENTOS

O Calco de Eventos, e sua matriz de apoio, são ferramentas valiosas que o oficial de informa-ções dispõe para acompanhar o inimigo. Consiste em levantar áreas específicas e atividades do

inimigo que, quando observadas, revelarão qual a linha de ação que o inimigo adotou. As áreasespecíficas onde se espera que aconteça uma atividade inimiga denomina-se "Região de Interes-se para a Inteligência" (RIPI). Uma RIPI pode ser uma área, uma rota ou um ponto específico.  

Page 90: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 90/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

26/30

Comentários- Calcos contendo as "regiões de interesse para a inteligência" (RIPI), de cadalinha de ação, são sobrepostos para a montagem do Calco de Eventos.

Inicialmente, em cada linha de ação, já detalhada, imagina-se novamente a sequência do mo-vimento ou as ações que serão adotadas pelo inimigo para concretizar determinada linha de ação.Marca-se no calco as áreas onde se espera que aconteçam determinadas atividades do inimigo(RIPI). Por exemplo: 

- Em uma ação ofensiva do adversário (ataque coordenado), imagina-se que inicialmenteserá ocupada uma zona de reunião. A partir desta área, deslocará suas tropas para as posiçõesde ataque. A via de acesso (RIPI) em que se deslocarão os blindados, ou a sua maior parte, pode-rá indicar o esforço principal que materializa uma determinada linha de ação. 

- Na defesa de área conduzida pelo inimigo, o deslocamento da reserva a partir de determi-

nada bifurcação (RIPI), poderá indicar onde o adversário planeja contra-atacar, ação indicativa deuma linha de ação específica. 

 Após o lançamento das RIPI, em cada linha de ação, os calcos poderão ser sobrepostos oucomparados de modo que se monte um único calco com todas as RIPI, indicando a que linha deação referem-se e a que alvos ou objetivos de grande valor. O resultado será o calco de eventos,que deverá ser usado pelo oficial de informações também para definir seus EEI e orientar o esfor-ço de busca de sua equipe e de outros órgãos.  

 A Matriz de Eventos serve para apoiar o respectivo calco e poderá ser aperfeiçoada durante o jogo da guerra do estado-maior.

Fig 5-7 Montagem do Calco de Eventos

Page 91: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 91/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

27/30

Comentários

- O calco de eventos se refere a uma brigada de infantaria blindada inimiga atacando de W para L

(ver exemplo apresentado nas figuras 5-5-1 e 5-5-2).- Acontecimentos importantes que venham a ocorrer nas RIPI indicarão a linha de ação adotada peloinimigo. Por exemplo:. a passagem de grande número de blindados pela rodovia do norte na altura da RIPI 1 poderá indicarque o inimigo adotará a linha de ação 1 ou 3;. o aparecimento de infantes na orla da mata na RIPI 3, assim como o assalto na RIPI 8, indicará que oinimigo adotará a linha de ação 2;. a passagem de helicópteros pelas RIPI 9 na direção da RIPI 5 poderá indicar que o inimigo irá adotara linha de ação 1;. a concentração da maioria de meios na RIPI 4 indicará que o inimigo irá adotar a linha de ação 3;. a ultrapassagem da reserva inimiga na RIPI 7 indicará que o inimigo mudou o seu ataque principal

 para outra peça de manobra.- Esta é a ferramenta que permite ao E2 determinar qual a linha de ação que o inimigo irá adotar. O calco

de Eventos poderá ser complementado com matrizes descritivas (Fig 5-9) ou desdobrado em dois ou maiscalcos. Linhas de tempo poderão ser incluídas.

Fig 5-8 Calco de Eventos

Page 92: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 92/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

28/30

RIPI EVENTO TEMPO L A APRESENTADASMAIS CEDO MAIS TARDE

.........

............................. .............. ............ .........................

3 Infiltração na mata S H+4 H+6 L A 2

4

Concentração deblindados a NW debanhado.

H+2 H+3 L A 3

........

................................... .................. ............... ...........................

9

Passagem de heli-cópteros de transpor-te de tropas na Direda RIPI 5. 

H+6 H+8 L A 1

.........

.............................. .................. ............. ..........................

Fig 5-9 Matriz de Apoio ao Calco de Eventos

5-5 CALCO DE APOIO A DECISÃO

O Calco de Apoio à Decisão será confeccionado pelo oficial de operações com a colaboraçãodo oficial de informações. Sua finalidade é relacionar o movimento e a localização do inimigo coma adoção de alguma medida tática que tenha que ser tomada. Não dita decisões ao comandante,mas reduz as incertezas do combate.

O Calco de Apoio à Decisão pode ser confeccionado na seguinte sequência:

a. Através do Calco de Eventos (ou acontecimentos), identifica-se as áreas de nossa zonade ação onde irão provavelmente ocorrer acontecimentos significativos (RIPI) e onde os objetivosou alvos de grande valor surgirão.

b. A seguir, faz-se o lançamento no Calco de Apoio à Decisão das "Áreas com Objetivos deInteresse" (AOI), que são áreas favoráveis onde o inimigo ou os objetivos no terreno podem seratacados. Assim, seria o caso de uma reserva inimiga que se deslocasse por um eixo e sua dire-ção de emprego fosse identificada ao passar por uma bifurcação (RIPI). O oficial de operações játeria selecionado uma área favorável (AOI), mais adiante, para a sua destruição pela manobra ouinterdição pelo fogo. 

c. As AOI podem ser coincidentes com as RIPI e são regiões onde se pode retardar, desor-ganizar ou destruir a força inimiga. São também áreas adequadas para atacar alvos de grandevalor como reservas e postos de comando, entre outros. São exemplos de "Áreas com Objetivosde Interesse" (AOI): 

. Pontes

. Cruzamentos

. Desfiladeiros

Page 93: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 93/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

29/30

Comentários- Referente ao exemplo da Fig 5-5-1.- O inimigo ataca de W para L.

. Zonas de lançamento

. Passagens a vau

. Zonas de reunião

d. Após a identificação das AOI selecionam-se os "Pontos de Decisão" (PD). São determi-nados, comparando-se o tempo para pôr em execução uma decisão (destruir o inimigo na AOI-5,por exemplo) com o tempo que o inimigo leva para percorrer uma distância na sua velocidade,extraída dos dados médios de planejamento. Se forem necessárias 3 horas para adotar e execu-tar uma decisão, esta deve ser tomada enquanto o inimigo está, pelo menos, a 3 horas da AOI. OsPD, também, serão lançados no Calco de Apoio à Decisão. 

Para economizar tempo, o Calco de Apoio à Decisão poderá ser combinado com o Calcode Eventos.

Um calco de apoio salienta as oportunidades e opções do comandante para garantir de-cisões oportunas e adequadas, sendo uma forma de influenciar as ações inimigas e não apenasreagir a elas. 

Fig 5-9 Calco de Apoio à Decisão

Page 94: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 94/162

 

ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 P I T C I ________________________________________________________________________________________________

30/30

5-7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES

Deve-se considerar que os calcos do inimigo representam hipóteses. A dependência exageradaem calcos nos torna sujeitos às ações de dissimulação e fintas do inimigo. Os calcos do inimigonão materializam a zona de ação e não apresentam a localização de todas as tropas inimigas esim a melhor previsão do oficial de informações.

Se o oficial de informações dispuser de dados objetivos sobre a área de operações e compre-ender a doutrina tática do inimigo, os calcos de situação e as linhas de ação representarão apro-ximadamente o dispositivo real das forças. 

* * * 

Page 95: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 95/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

1/44 

VOLUME I - 3ª PARTE – FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO

ÍNDICE DOS DOCUMENTOS

Nr TÍTULO ANEXOS

1 FICHA DE ORIENTAÇÃO

2 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES DEFENSIVAS

3 PEDIDO ÚNICO Esboço Nr 1

4 UMA SOLUÇÃO AO PEDIDO ÚNICO5 DEFESA EM POSIÇÃO

6 GRAUS DE RESISTÊNCIA NA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA

7 ASPECTOS DOUTRINÁRIOS COMPLEMENTARES

8 MOVIMENTO RETRÓGRADO

9 NOTA SUPLEMENTAR

* * *

Page 96: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 96/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

2/44 

Doc Nr 1

FICHA DE ORIENTAÇÃO

1. FINALIDADEOrientar o estudo dos oficiais alunos nos fundamentos do combate defensivo.

2. OBJETIVOS- identificar os fundamentos da defesa;- distinguir os tipos de Op Def;- identificar as formas de Man de defesa em posição;- distinguir as formas de manobra do movimento retrógrado;- descrever as características das forças de Seg empregadas na Def;- descrever a conduta dos PAG e dos PAC;

- explicar a organização dos PAG e dos PAC;- distinguir as Mdd de Seg adotadas na Def;- identificar as Mdd de Seg adequadas a uma Sit Tat Def;- distinguir as Mdd de Coor Ct empregadas na Def;- identificar as Mdd Coor Ct adequadas a uma determinada Sit Tat Def;- distinguir as formas de intervenção do Cmt nas Op Def;- descrever os princípios que orientam o Plj do Emp da Res em uma Sit Def.

3. ESTUDO PRELIMINARRever os conhecimentos relativos ao escalão unidade, lendo o capítulo 6 do Manual de

Campanha C 7-20 "BATALHÕES DE INFANTARIA" (1ª Edição / 1974).

4. SEQÜÊNCIA DOS TRABALHOSa. Estudo do Doc Nr 2.b. Resolução do pedido Nr 1.c. Comparação com a solução ao pedido Nr 1.d. Estudo do Doc Nr 5.e. Estudo do Doc Nr 6.f. Estudo do Doc Nr 7.g. Resolução do pedido Nr 2.h. Estudo do Doc Nr 9.i. Estudo do Doc Nr 10.

5. TEMPO ESTIMADOEstima-se em 15 horas o tempo necessário ao estudo recomendado.

6. REFERÊNCIASa. C 2-1 Emprego da Cavalaria – EME/99.b. C 2-20 Regimento de Cavalaria Mecanizado – EME/2002.c. C 2-30 Brigada de Cavalaria Mecanizada - EME/2000.d. C 7-30 Brigadas de Infantaria - EME/84.e. C 7-1 Emprego da Infantaria - EME/84.f. C 100-5 Operações EME/97.

* * *

Page 97: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 97/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

3/44 

Doc Nr 2 

FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES DEFENSIVAS

1. GENERALIDADES

a. As operações defensivas podem ser impostas pelo inimigo, mas, em qualquer situação,devem ser encaradas como transitórias.

b. O espírito ofensivo constitui a base para o sucesso da defesa, por meio da previsão eexecução das ações dinâmicas.

c. A defesa é uma atitude temporária adotada por uma força, até que possa ser retomada aofensiva. Nela, a força inimiga atacante é inquietada continuamente pelos fogos e por açõesofensivas, conforme for apropriado. As operações defensivas empregam todos os meios e

processos disponíveis para impedir, resistir ou destruir um ataque inimigo.

d. O defensor esforça-se para diminuir as vantagens inerentes ao atacante, escolhendo a áreade combate, forçando o inimigo a reagir de conformidade com o plano defensivo e explorandosuas fraquezas e erros.

e. Finalidades das operações defensivas: 

1) Criar condições mais favoráveis às operações ofensivas subsequentes;

2) Impedir o acesso do inimigo a determinada área;

3) Reduzir a capacidade de Cmb Ini;

4) Destruir as forças inimigas ou canalizá-las para uma área onde possam ser destruídas;

5) Realizar economia de meios em uma área, a fim de poder aplicá-los em uma açãodecisiva em outra região;

6) Obrigar uma força inimiga a concentrar-se.

2. FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES DEFENSIVAS

a. Apropriada utilização do terreno 

O terreno é fator importante na seleção das áreas de defesa e na localização e distribuiçãodas forças. É necessário um estudo judicioso do terreno, para se organizarem forças suficientes eadequadas à sua defesa. Nas partes que favorecem a defesa são economizados meios,liberando, assim, parte significativa deles para as áreas que favorecem ao atacante. Ascaracterísticas defensivas naturais do terreno são agravadas pelo emprego de obstáculosartificiais.

b. Segurança 

O atacante pode escolher a hora, o local, a direção e o valor do ataque. Em consequência, o

defensor deve adotar todas as medidas possíveis para não ser surpreendido. Tais medidascompreendem o estabelecimento de meios para proporcionar o alerta sobre a aproximação doinimigo e o emprego de forças de segurança à frente, na direção provável de atuação do inimigo,nos flancos e na retaguarda, para manter a segurança em todas as direções.

Page 98: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 98/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

4/44 

c. Defesa em todas as direções 

No planejamento da defesa, considera-se que o inimigo pode atacar em qualquer direção.Os flancos e a retaguarda da posição podem ser atingidos por meio de desbordamento terrestre,infiltração, assalto aeromóvel ou aeroterrestre, ou ainda por meio de ações de guerrilha em largaescala. O defensor dispõe suas forças para impedir que o inimigo, utilizando a surpresa, obtenhauma vantagem decisiva ou marcante, quanto à direção ou local do ataque. Quando o terrenopermitir, é assegurada a defesa em todas as direções, utilizando-se um processo que permita aeconomia de meios pela disposição apropriada no terreno dos elementos de defesa e desegurança, e a manutenção de uma reserva, com adequada mobilidade, em condições dedeslocar-se por toda a posição defensiva. Em AOC, as frentes a defender, normalmente, sãoextensas, o que acentua a necessidade de judiciosa seleção dos acidentes capitais em que sepretende articular os meios. Os obstáculos devem ser explorados ao máximo, contribuindo para ofortalecimento da posição defensiva, para proporcionar economia de meios e maior grau de

segurança em todas as direções.

d. Defesa em profundidade 

 As forças de defesa são dispostas em profundidade, à frente da região que deve sermantida para o cumprimento da missão. É essencial uma profundidade adequada para que oinimigo seja detido, canalizado, destruído (sempre que possível) ou repelido pelas forças dedefesa, caso ele force a entrada ou penetre na região a ser defendida. A profundidade da defesa éobtida: pelo adequado desdobramento das forças; pela utilização de posições de bloqueio , defortificações de campanha e de obstáculos em profundidade; pela manobra; e pelo empregoadequado de reservas e de fogos. Em AOC, com o combate predominantemente ao longo doseixos rodoviários, avulta de importância a defesa em profundidade, sendo mais importante disporas forças em profundidade do que dispersá-las num dispositivo linear.

e. Flexibilidade 

 A disposição das forças de defesa e o planejamento de seus fogos e deslocamentos visam afazer face ao maior número possível de situações. A posição defensiva é organizada de forma apermitir a mudança de forças e fogos. A mobilidade da reserva, os fogos e os meios de guerraeletrônica fornecem ao comandante a liberdade necessária para conduzir o combate defensivo.Em AOC, a flexibilidade é obtida, também, pela adoção do dispositivo de expectativa.

f. Dispersão 

Com os meios colocados à disposição pela moderna tecnologia, a dispersão é essencial parareduzir a vulnerabilidade das forças. Em AOC, a dispersão decorre da precariedade de meios emrelação aos grandes espaços. Ao organizar-se a defesa, as forças são dispersas o quanto lhepermitam as imposições da missão, evitando que se constituam em alvos compensadores ou,pelo menos, reduzindo sua vulnerabilidade. O cumprimento da missão é primordial, ao passo queo grau de risco em aceitar-se uma menor dispersão é irrelevante. A dispersão em profundidade épreferível à dispersão em largura, pois evita que as frentes se tornem muito extensas para odefensor. Proporciona mais meios para a reserva, evita movimentos laterais em presença de umataque inimigo, facilita a descoberta e a destruição de elementos de infiltração, e proporciona ummelhor dispositivo de forças para a realização de contra-ataques. A dispersão em largura leva asforças avançadas a se arriscarem ao isolamento e, em consequência, a serem batidas por partes,

após a penetração inimiga.

Page 99: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 99/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

5/44 

g. Apoio mútuo 

 As forças de Def são localizadas no terreno de tal forma que possam se apoiar mutuamente.Esse apoio mútuo se completa pelos fogos, pela observação e por elementos de manobra, tanto àfrente como em profundidade. O sistema de núcleos é concebido de forma a garantir que a quedade um deles não provoque o rompimento da posição, ficando o inimigo submetido aos fogos dosnúcleos vizinhos e da retaguarda. O apoio mútuo dificulta a infiltração inimiga entre os núcleos,pois o espaço entre eles fica permanentemente sob observação e batido por fogos. Se háespaços vazios entre os diferentes núcleos, estes devem ser controlados. O apoio mútuo entre osnúcleos de defesa é considerado, particularmente, no escalão batalhão e inferiores.

Dentro de um Nu de Btl, procura-se manter o Ap mútuo, entretanto, a Bda, tendo em vista ascaracterísticas dos TO continentais, pode admitir intervalos entre os Nu de seus Btl, superiores àsdistâncias de Ap mútuo.

h. Máximo emprego da ação ofensiva 

 As forças defensivas mantêm-se alertas para aproveitar todas as oportunidades de retomara iniciativa e destruir o inimigo pela ação ofensiva. Patrulhamento agressivo, incursões, contra-ataques de desorganização e outros, apoiados por fogos e pela guerra eletrônica, são osmelhores meios pelos quais o espírito ofensivo é mantido.

i. Utilização do tempo disponível 

O tempo disponível para o Plj e a Org da Def influencia o emprego das forças, a Prep deObt, a Coor de fogos e a prioridade na execução dos trabalhos. A Utilização judiciosa do tempo euma cuidadosa seleção das tarefas a serem executadas são essenciais para o cumprimento deuma Mis Def. Todo o tempo disponível é utilizado na preparação da posição defensiva e, após asua ocupação, os trabalhos ou os melhoramentos da posição prosseguem, mesmo durante asações de defesa.

 j. Integração e coordenação das medidas de defesa 

O plano geral de defesa envolve a integração e a coordenação cuidadosa de todas asmedidas defensivas.

(1) Planejamento da manobra - o planejamento da manobra defensiva deve guardarflexibilidade que proporcione boas condições de evolução para fazer face à concretização dequalquer hipótese de atuação do inimigo.

(2) Planejamento de fogos - o movimento e os fogos coordenados de toda natureza sãoos principais meios empregados para repelir ou destruir um ataque inimigo; à frente ou no interiorda posição defensiva. Os fogos planejados auxiliam o controle de áreas não ocupadas, cobrembarreiras e apoiam ações ofensivas. Os fogos planejados são integrados no esquema geral dedefesa, e os fogos das demais forças são coordenados. O planejamento deve proporcionar fogoeficaz sobre as forças atacantes, tanto terrestres como aéreas, durante toda a execução dadefesa. Na elaboração do planejamento de fogos são considerados os aspectos ligados à defesaantiaérea, tais como: rotas de aproximação aérea do inimigo, cobertura ou proteção dos meios dedefesa antiaérea, difusão oportuna de alertas e identificação das aeronaves.

(3) Plano de barreiras - as características defensivas do terreno são melhoradas ousuplementadas pelo estabelecimento de um sistema de barreiras que inclua campos de minas,destruições, bloqueios de estradas, obstáculos de arame e fossos anticarro, entre outros, com a

finalidade de canalizar, restringir ou retardar o movimento das forças inimigas.

* * *

Page 100: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 100/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

6/44 

 An : Esboço Nr 1 Doc Nr 3 

PEDIDO ÚNICO

1. SITUAÇÃO

 A 54ª Brigada de Infantaria Mecanizada (54ª Bda Inf Mec) (3 B I Mec, 1 RCC e 1 Esqd C Mec)recebeu da 13ª Divisão de Exército (13ª DE) a missão de impedir o acesso do inimigo à região deROMANCE. Para cumprir a missão, organizou-se defensivamente no corte do Rio EMIR(obstáculo), conforme esboço anexo. 

O RCC da 54ª Bda Inf Mec foi retirado pelo Esc Sp para reforçar outra GU.

2. TRABALHO PEDIDO

a. Explique a maneira pela qual foram aplicados, pelo Comandante da 54ª Bda Inf Mec, osseguintes fundamentos da defesa:

- apropriada utilização do terreno;- defesa em todas as direções;- defesa em profundidade;- segurança;- flexibilidade;- apoio mútuo e dispersão.

b. Exponha as medidas a serem tomadas pelo Comandante da 54ª Bda Inf Mec, tendo emvista a aplicação dos seguintes fundamentos da defesa:

- máximo uso da ação ofensiva;- integração e coordenação das medidas de defesa.

PARA O PROSSEGUIMENTO DO SEU ESTUDO, É PRECISO QUE O Sr IMPRIMA A PRÓXIMAPÁGINA, QUE CONTÉM UM ESBOÇO NECESSÁRIO À SOLUÇÃO DESSE PEDIDO.

* * *

Page 101: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 101/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

7/44 

54 Inf Mec

54 Inf Mec 

55 Inf Mtz

55 Inf Mtz

541

Inf Mec

541

Inf Mec

542

Inf Mec

542

Inf Mec

543Mec

54

 Anexo ao Doc Nr 3

ESBOÇO Nr 1

Page 102: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 102/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

8/44 

Doc Nr 4

UMA SOLUÇÃO AO PEDIDO ÚNICO

1. SOLUÇÃO DO ITEM a.

a. Apropriada utilização do terreno 

O Cmt da 54ª Bda Inf Mec aplicou este fundamento:- procurando tirar o máximo proveito do obstáculo existente, o Rio EMIR, a fim de

fortalecer a posição;- fazendo uma judiciosa escolha dos Acdt Capt em sua Z Aç e organizando a Def dos

mesmos, ocupando aqueles núcleos julgados mais importantes (linha cheia) e ficando ECDocupar aqueles menos importantes (linha tracejada);

- levantando as prováveis VA do Ini para o interior de nossa posição e organizando a

posição de forma a barrar essas VA, seja no seu limite avançado, seja mais em profundidade.

b. Defesa em todas as direções 

O comandante da 54ª Bda Inf Mec aplicou este fundamento:- preparando e ocupando núcleos de defesa em face da mais provável direção de

atuação do inimigo (núcleos 1, 2, 3, 4, 5, e 7);- preparando Nu Def capazes de fazer face a uma atuação do Ini, partindo dos flancos ou

da retaguarda (núcleos 5, b, d, f,);- mantendo em suas mãos Elm capazes de rapidamente ocuparem esses núcleos, bem

como de se deslocarem em toda a área de defesa (reserva).

c. Defesa em profundidade 

Esse fundamento foi atendido:- pela preparação e ocupação de posições de bloqueio barrando as vias de acesso do

inimigo ao limite anterior da área de defesa avançada (LAADA) (núcleos 1, 2, 3 e 4);- pela preparação de Pos Blq no interior da posição (núcleos 5, 6, 7, a, b, c, d, e);- pela Mnt de uma reserva convenientemente localizada, de forma a poder deslocar-se,

em curto prazo, para ocupar uma ou mais posições de bloqueio, ou para contra-atacar.

d. Segurança 

 A Seg à frente da Pos foi obtida por meio do emprego de forças de Seg, tais como os PAG,de responsabilidade da DE, e os PAC, de responsabilidade das Bda. Outros Elm de Seg podemter sido empregados, embora não apareçam no esboço, tais como a F Cob, desdobrada à frentedos PAG, e as patrulhas locais, dispostas entre os PAC e o LAADA. A Seg dos flancos e daretaguarda foi obtida mediante a Org de Nu Def face a essas direções e a Mnt de uma reservacapaz de fazer face a ameaças delas originadas.

e. Flexibilidade

 A flexibilidade da defesa foi obtida:- pela Org de Nu para ocupação futura, quando o Ini já houver definido a orientação da

maioria dos meios (núcleos 6, a, b, c, d, e, f);

- pela defesa em todas as direções e em profundidade;- pela Mnt de forças de Seg capazes de alertar a unidade quanto à aproximação doinimigo (PAC na Bda), ou de obrigá-lo a desdobrar-se prematuramente (PAG na DE).

- A manutenção de uma reserva e a manobra com os fogos dão ao Cmt certa liberdadena condução do combate defensivo. 

Page 103: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 103/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

9/44 

f. Apoio mútuo e dispersão 

1) O Ap mútuo surge como uma Nec de se aumentar a solidez da Pos, impedir que odefensor seja batido por partes e evitar a infiltração de forças Ini no nosso dispositivo. Muitasvezes o Ap mútuo se vê prejudicado em benefício da dispersão, seja como um meio de se reduzira vulnerabilidade às ameaças dos fogos inimigos, seja como um artifício para, com meiosreduzidos, Def frentes e profundidades excessivas. Em qualquer caso, entretanto, o Ap mútuodeve ser preservado dentro do Esc Btl e em Esc menores; se Nec, são aumentados os intervalosentre os diversos Btl.

2) No dispositivo Def da 54ª Bda Inf Mec, todos os núcleos de companhia estão dentro dadistância de apoio mútuo (máximo de 2.000m) e além da distância mínima de dispersão (200m).

2. SOLUÇÃO DO ITEM b.

a. Máximo uso da ação ofensiva 

 A Bda deve planejar e executar Aç Ofs na concepção de sua Man Def. A Aç Ofs, na Def, érepresentada pelo C Atq; o Cmt 54ª Bda Inf Mec deve, pois, planejar o emprego de sua reserva naexecução de C Atq, realizando tantos planos quantas forem as hipóteses levantadas para oemprego dessa reserva.

b. Integração e coordenação das medidas de defesa 

 Ao fazer o seu Plj, o Cmt 54ª Bda Inf Mec deve cuidar para que haja uma perfeita integraçãoentre os diferentes planos, ou seja, que o plano tático esteja integrado com o plano de apoio defogo, com o P Bar, com os planos de C Atq, etc, e que estes estejam integrados entre si. Porexemplo:

- fogos devem ser planejados para apoiar os elementos da área de defesa avançada, paracontrolar áreas não ocupadas fisicamente, para aumentar o valor defensivo das barreiras, paraapoiar os contra-ataques etc;

- o traçado geral das barreiras deve proporcionar liberdade de Man para a força de contra-ataque, em todas as hipóteses levantadas, ou seja, para o emprego da reserva nas açõesdinâmicas da defesa.

* * *

Page 104: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 104/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

10/44 

Doc Nr 5

DEFESA EM POSIÇÃO

5-1. TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS

 As Op Def, em seu sentido mais amplo, abrangem todas as Aç que oferecem certo grau deresistência a uma força atacante. São dois os tipos de Op Def:

- a defesa em posição;- o movimento retrógrado.

5-2. FORMAS DE MANOBRA DE DEFESA EM POSIÇÃO

a. Generalidades 

1) A defesa em posição engloba duas formas de manobra: a defesa móvel e a defesa deárea. Frequentemente, a forma de Man Def mais adequada em uma dada situação é umavariante, seja da Def Mv, seja da Def de área, incorporando Elm de cada uma delas. A escolha daforma de Man que melhor se ajuste a uma determinada situação é uma decisão do Cmt, que eletoma após a análise dos fatores que afetam essa seleção.

2) Na Def Mv, um mínimo de forças é empregado na ADA e uma Res forte e móvel émantida à retaguarda. Os Elm Avçd servem para alertar sobre a iminente aproximação do Ini, paradesorganizar e Rtrd o Ini, o máximo possível, e para canalizar as forças atacantes para áreasadequadas ao emprego da força de C Atq. A potência da força é concentrada na reserva que,participando da força de C Atq, é empregada para destruir o Ini no local e momento maisfavoráveis. A Mbld, igual ou superior à do Ini, é essencial a todos os Elm da força defensiva. Odefensor deve manter suficiente liberdade de ação para permitir-se decidir quanto ao tempo e aolocal de C Atq. A Def Mv visa à destruição das forças inimigas.

3) A defesa de área pode ser empregada quando a conclusão da análise dos fatores paraa seleção contra-indicar a adoção da Def Mv. Esta forma de manobra tem por escopo a Mnt ou ocontrole de uma determinada região específica, por um determinado período de tempo. A reservaé empregada, entre outras missões, principalmente, para bloquear e eliminar as penetrações ouRef as áreas ameaçadas. Por conseguinte, em contraste com a Def Mv, à ADA, normalmente édada maior prioridade para receber forças, do que à reserva.

b. Seleção da forma de Man na Def em Pos

Os fatores que afetam a escolha da forma de Man na Def em Pos incluem: a missão, oIni, o Ter, a Mbld das nossas forças, os prazos e a situação aérea. Eles devem ser analisados coma finalidade de verificar suas implicações na condução da Def Mv, adotada sempre que possível,por levar a resultados decisivos.1) Missão - A missão atribuída à força pelo Cmdo superior pode especificar claramente a forma deMan na Def em Pos. Se a Mis permite que a Def seja Org e executada em suficiente Prof, a DefMv é apropriada. Se, ao contrário, a Mis exige que um Ter específico seja mantido, pode tornar-seNec uma defesa de área.

2) Terreno - Terreno favorável à manobra das forças defensivas favorece a defesa móvel.Entretanto, raramente o terreno configurará, de forma isolada, um fator que impeça a execuçãodessa última forma de manobra.

3) Mobilidade - A defesa móvel exige um adequado grau de mobilidade. A mobilidadeinferior em relação ao inimigo pode indicar a adoção de uma Def A. A Mbld própria das Bda Bld,quando disponíveis, favorece a adoção da Def móvel.

Page 105: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 105/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

11/44 

4) Situação aérea - A superioridade Ae amiga restringe a interferência Ini no Mvt de forçasimportantes e, por conseguinte, indica a Def Mv. Por outro lado, a Sp Ae Ini limita o Mvt das forçasdefensoras e, por conseguinte, dificulta a execução daquela forma de manobra.

5) Prazos - O tempo disponível para o Plj Def, o desdobramento das unidades e a OTpodem influenciar a forma de manobra de defesa em posição a ser empregada. Prazos muitocurtos indicam uma Def Mv, uma vez que a defesa de área exige mais tempo para a organizaçãoda posição.

6) Inimigo - O valor, a organização e o dispositivo do Ini são levados em consideração naseleção da forma de Man na Def em Pos.

5-3. ESCALONAMENTO DA DEFESA

a. A posição defensiva inclui a área de segurança, a área de defesa avançada (ADA) e aárea de reserva. Cada uma dessas áreas recebe meios apropriados, de acordo com o Plj globalda defesa. A área de defesa avançada e a área de reserva constituem a posição defensiva.

b. Área de segurança 

1) A área de segurança começa no limite anterior da área de defesa avançada (LAADA) ese estende para a frente e para os flancos em função dos elementos empregados no escalão desegurança. A profundidade dessa área pode ser limitada pela presença de forças de segurança doescalão superior. As forças que ocupam a área de segurança constituem as forças ou o escalãode segurança.

2) As forças da A Seg têm como missão fornecer informações sobre o Ini, alertar sobresua aproximação e, dentro de suas Psb, retardá-lo, iludi-lo e desorganizá-lo. Fornecem, também,uma cortina de contra-reconhecimento. As forças operando na A Seg podem incluir Elm dos Escsuperiores, tais como F Cob, de Vig Ae e de Seg dos Fl e da Rtgd.

3) As F Seg podem compreender força de cobertura (F Cob), postos avançados gerais(PAG) e postos avançados de combate (PAC).

a) Força de cobertura (F Cob) - É um Elm normalmente lançado a distânciasconsideráveis da P Def, a fim de criar as melhores condições para a manobra do Esc em proveitodo qual opera. É organizada para assinalar a aproximação do inimigo, destruí-lo, se possível,retardar e desorganizar o seu avanço e iludi-lo com relação à localização da área de defesa. Seránormal o emprego de F Cob por parte de uma FTC.

b) Postos avançados gerais (PAG) - A DE organiza e controla os PAG, para alertar sobre aaproximação do inimigo, retardar ou desorganizar seu avanço e iludi-lo quanto ao plano dedefesa. Cumprem sua missão pela observação, pela realização de fogos de longo alcance, pelopatrulhamento e reconhecimento agressivos, pela ação retardadora e pelo uso de medidas dedissimulação. O comandante da DE ou do FTC estabelecem a localização geral dos PAG.

c) Postos avançados de combate (PAC) - São os elementos de segurança dasbrigadas. Sua missão consiste em proporcionar alerta oportuno sobre a aproximação do inimigo eem impedir que o mesmo realize a observação terrestre aproximada e os fogos diretos para ointerior da área de defesa. São organizados pela brigada, que normalmente prescreve sualocalização geral, seu valor e composição. O controle dos PAC pode ser feito pela própria brigadaou pelos batalhões de primeiro escalão. Os elementos que constituem os postos avançados de

combate podem ser retirados da reserva da brigada ou das reservas dos batalhões de primeiroescalão.

Page 106: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 106/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

12/44 

c. Área de defesa avançada 

1) A ADA estende-se para a retaguarda, desde o LAADA até o limite de retaguarda das

forças empregadas em primeiro escalão. As forças que ocupam a ADA constituem as forças dedefesa avançada e sua composição depende da forma de manobra defensiva adotada.

2) As forças localizadas na área de defesa avançada, na defesa móvel, devem reunir ascondições necessárias para executar a missão de desorganizar, retardar e canalizar o inimigopara áreas adequadas ao emprego da força de contra-ataque. Tais elementos avançados devemreceber apoio de fogo de longo alcance e ter um grau de Mbld igual ou superior ao do inimigo.

3) Quando a defesa é baseada na Mnt do controle sobre Acdt Capt do terreno, como nadefesa de área, o grosso das forças de combate é normalmente utilizado para organizar a área dedefesa avançada.

d. Área da reserva 

1) A área de reserva estende-se desde o limite de retaguarda das forças de defesaavançada até o limite de retaguarda da força considerada.

2) A reserva é constituída das unidades não empregadas, mantidas sob o controle diretoda força, e é o principal meio pelo qual seu comandante influencia a batalha defensiva e retoma ainiciativa. Na defesa móvel, a reserva é o elemento decisivo. Ela é organizada tão forte quantopossível, em forças de cavalaria e ou de infantaria blindada, tendo como missão principal contra-atacar para destruir o inimigo. Na defesa de área, a reserva não é, normalmente, tão potentecomo na defesa móvel. Entretanto, ela deve receber tanta potência quanto possível, coerente comas necessidades da área de defesa avançada.

3) A partir da companhia de fuzileiros, todos os escalões, normalmente, mantêm umareserva. A missão principal é retomar a iniciativa. Só com a reserva é que o comandante poderetomá-la, pois as forças em primeiro escalão estão engajadas e submetidas à iniciativa doinimigo.

4) A localização das reservas é baseada no seu provável emprego (contra-atacar,aprofundar ou reforçar). Quando a reserva possui limitações (falta de meios com boa mobilidade,condições meteorológicas, natureza do terreno, possibilidades do inimigo interferir no movimentoetc), torna-se necessário localizá-la nas proximidades das regiões de provável emprego.

5) As missões normais da reserva são:- contra-atacar;- aprofundar a defesa;- reforçar ou substituir elementos empregados na área de defesa avançada;- assegurar a manutenção de regiões importantes do terreno;- auxiliar o desengajamento de forças;- proteger os flancos;- fornecer segurança contra assaltos aeroterrestres e aeromóveis;- realizar operações contra infiltrações e forças irregulares, sempre que o valor inimigo

ultrapasse as possibilidades da força de defesa da área de retaguarda do escalão considerado.

* * *

Page 107: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 107/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

13/44 

Doc Nr 6

GRAUS DE RESISTÊNCIA NA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA

6-1. INTRODUÇÃO

 A situação ideal é termos poder de combate suficiente para defender em todas as VA doinimigo. Normalmente, porém, haverá necessidade de economia de meios. Assim sendo,buscaremos definir o grau de resistência para cada via de acesso.

Três são os graus de resistência admissíveis, na área de defesa avançada, conforme aintensidade de engajamento com o inimigo que se deseje ou que se possa aceitar, à luz dosfatores da decisão. São, em escala de intensidade decrescente: defender , retardar  e vigiar . 

6-2. DEFENDER

a. Uma unidade que defende determinada via de acesso combate tendo em vista impedir,conter, repelir ou destruir um ataque inimigo.

b. Para conter um ataque inimigo, o defensor procura detê-lo ou bloqueá-lo através do fogoe do combate aproximado. Caso não seja possível contê-lo no limite anterior da área de defesaavançada, e caso o inimigo penetre na posição, seu avanço deve ser bloqueado em profundidademediante a utilização de posições de aprofundamento.

c. Para repelir um ataque inimigo, o meio mais adequado é o contra-ataque. Como não háideia de ceder terreno e como isto somente ocorre por imposição do Ini, a área penetrada deveser restabelecida no mais curto prazo possível.

6-3. RETARDAR

a. Uma unidade que retarda o inimigo em uma determinada via de acesso combate tendoem vista trocar o mínimo de espaço pelo máximo de tempo, sem aceitar um engajamentodecisivo.

b. A finalidade de tal missão, no âmbito de uma Def Mv, será a de atrair o Ini para regiõesfavoráveis ao emprego da força de C Atq, estando, assim, vinculada à própria intenção de quemconduz a Man Def. No quadro de uma Def A, entretanto, a adoção deste grau de resistênciavisará, normalmente, à economia de meios, em segmentos secundários da frente a ser defendida;

assim, poder-se-á atribuir à Def de determinadas VA desfavoráveis inicialmente, à progressão umvalor inferior que seria necessário para bloqueá-las no LAADA, caso o oponente as abordasse emforça.

c. Em qualquer caso, uma unidade encarregada de retardar o inimigo somente deverá fazê-lo na iminência de engajar-se decisivamente e mediante ordem do escalão superior, defendendo,até então, suas posições iniciais. Esta prescrição destina-se, basicamente, a preservar o sigilo daoperação na defesa móvel, e aproveitar ao máximo as características do obstáculo eventualmenteinterposto, na defesa de área, e a favorecer a execução do contra-ataque subsequente, emambas as formas de defesa.

d. Quando está retardando, uma unidade emprega menor poder de combate do que quando está

defendendo, e ocupa núcleos defensivos de maiores proporções. Nas Bda Inf, o Esqd C Mec é oElm mais apto para conduzir um Rtrd, em virtude de suas características de Mbld, Ptç Bld epotência de fogo.

Page 108: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 108/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

14/44 

6-4. VIGIAR

a. Uma unidade, que vigia determinada VA, cumpre sua missão estabelecendo uma série depostos de observação e de escuta, complementadas por Patr. Tem por finalidade detectar apresença do Ini. A força que vigia provê sua própria Seg e, se pressionada, baliza a progressão doatacante, mantendo permanente contato com o mesmo.

b. O defensor deve estar preparado para empregar, em tempo útil, outros Elm para evitarque o Ini obtenha uma vantagem decisiva, atacando na parte do setor defensivo que está apenasvigiada, apesar de o terreno ser desfavorável.

6-5. CONCLUSÕES

a. Normalmente, durante o planejamento de uma defesa de área, verifica-se que nem

sempre é possível defender-se eficazmente em todas as vias de acesso, seja pela deficiência demeios, seja pelas dificuldades que o terreno apresenta; nesse caso, pode-se admitir a realizaçãode um retardamento ou de uma vigilância em vias de acesso julgadas secundárias.

b. Qualquer que seja o grau de resistência desejado, em determinada via de acesso, éimportante considerar que ele diz respeito ao trecho compreendido entre o LAADA e as posiçõesque bloqueiam as penetrações visualizadas.

c. Na Def Mv, a Man Def implica que se defendam determinadas regiões junto ao LAADA,enquanto se realizam Aç de Rtrd em outras regiões.

d. De um modo geral, as unidades mais aptas aos diversos graus de resistência são:- defender: Inf (Bld/Mec/Mtz); - retardar: C Bld/Mec e Inf Bld/Mec; - vigiar: C Mec.

* * *

Page 109: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 109/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

15/44 

Doc Nr 7

ASPECTOS DOUTRINÁRIOS COMPLEMENTARES

7-1. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

a. As medidas de coordenação e controle mais usuais na defensiva são:  

- LAADA;- limites laterais;- pontos limites;- limite de retaguarda;- localização da reserva;- medidas de coordenação e controle para execução de contra-ataques;

- medidas de coordenação de fogos.

b. Limite anterior da área de defesa avançada (LAADA)  

1) O escalão superior estabelece o limite anterior da área de defesa avançada. Deve serlocalizado de modo a tirar partido do valor defensivo do terreno. É desejável que não apresentereentrâncias ou saliências pronunciadas, principalmente porque tais reentrâncias ou saliências,exigindo coordenação apurada de fogos, dificultam a plena utilização dos fogos de defesa.

2) O limite anterior da área de defesa avançada, estabelecido pelo escalão superior,representa apenas o traçado geral porque, na realidade, seu verdadeiro traçado é fruto deacurado estudo do terreno. O escalão superior pode estabelecer o limite anterior através depontos limites ou por uma linha. No último caso, a linha marcada constitui restrição a serconsiderada pelo escalão subordinado, embora ainda constitua o traçado geral.

c. Limites laterais 

1) Os limites laterais estendem-se para a frente até o alcance dos fogos de artilharia (oumorteiros) ou até o limite de observação terrestre, se este for maior do que aquele e, para aretaguarda, de forma a definir a área de responsabilidade de cada unidade ou elemento da áreade defesa avançada, provendo espaço suficiente para o desdobramento de seus meios.

2) Os limites laterais são, por excelência, os definidores da responsabilidade territorial dequalquer escalão. Normalmente são traçados em linhas nítidas do terreno. São utilizados comomedida de coordenação e controle de fogos.

d. Pontos limites 

Os pontos limites são estabelecidos sempre que um limite lateral cruze o limite anteriorda área de defesa avançada, a linha dos postos avançados de combate ou postos avançadosgerais. São pontos designativos de acidentes do terreno, facilmente identificáveis, onde deveocorrer a coordenação de fogos e de manobra entre unidades ou grandes unidades vizinhas.

e. Limite de retaguarda 

É uma linha nítida no terreno, definidora de responsabilidade territorial entre umdeterminado escalão e o escalão superior. Sua marcação deve assegurar área suficiente para a

movimentação das reservas, dos elementos de apoio ao combate e para a localização dasinstalações de apoio logístico.

Page 110: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 110/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

16/44 

f. Localização da reserva 

O Cmt controla a Loc de sua Res designando a(s) Z Reu a ocupar. A Loc da Res em umaou mais Z Reu constitui fruto do estudo de situação do Cmt na defensiva.

7-2. FRENTES E PROFUNDIDADES NA DEFESA EM POSIÇÃO

a. Defender  

1) Em terreno ideal, uma Cia Fuz pode defender uma área de 1.400m a 1800m de frentepor 1.000m de profundidade. O Btl, por sua vez, pode Def uma área de 2.800m a 3600m de frentepor até 4.000 m de Prof. Esses dados constituem dados médios de Plj para o estudo da defesanos Esc Bda e divisão de exército (DE), já que Cia (Esqd) e Btl (regimento de cavalaria) são,

respectivamente, os Elm básicos de Plj das Bda e DE.2) Na Def em larga frente, a Cia Fuz pode Def uma frente de 1.800m até 2700m(em

dispositivo linear) por 2.000m de Prof. O Btl defende de 3.600m a 5.400m de frente por 4.000m deProf ou, linearmente, até 7.000m. Para os Esc Bda e DE as Fr e Prof a defender são bastantevariáveis.

3) Os dados acima servem como base para planejamento, devendo ainda seremconsiderados os fatores da decisão.

b. Retardar  

1) Como dado de planejamento, pode-se dizer que um batalhão retarda em uma frentecorrespondente a 2 vias de acesso valor Bda. Quanto à companhia de fuzileiros, a frente deretardamento correspondente a 2 vias de acesso valor Btl. Todavia, os dados acima servem comobase para planejamento, devendo ainda serem considerados os fatores da decisão.

2) No que diz respeito à brigada, não há valores definidos a serem usados, já que osintervalos admitidos entre os batalhões podem variar consideravelmente.

c. Vigiar  

Um batalhão pode vigiar uma frente limitada somente por sua capacidade de controlar aoperação e poder assegurar-se que a atividade do inimigo possa ser detectada e o contatomantido. Não há, portanto, medidas que sirvam de guia para o limite máximo, função que é doestudo de situação. O mesmo ocorre com outros escalões.

7-3. ORGANIZAÇÃO PARA O COMBATE

a. A organização para o combate é feita tendo em vista a execução do esquema de defesa.Ela engloba elementos de combate, apoio ao combate e apoio logístico e deve atender aos trêsescalões defensivos, a área de segurança, a área de defesa avançada e a área de reserva.

b. Na defesa de área, a prioridade de forças é atribuída à área de defesa avançada, onde éutilizado o grosso do poder de combate. A reserva recebe poder de combate suficiente paraassegurar a continuidade da defesa.

c. Na defesa móvel, as forças designadas para a ADA, embora não tão fortes como aquelasda Def A, devem ser capazes de forçar o desdobramento do Ini e são normalmente dotadas demobilidade igual ou superior à do Ini. A reserva, como o elemento principal da defesa, deve serforte em carros de combate e tão potente quanto possível.

Page 111: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 111/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

17/44 

d. As forças de segurança podem ser constituídas por elementos de infantaria, carros decombate e/ou cavalaria mecanizada, reforçados por elementos de apoio ao combate e, quandonecessário, de apoio logístico.

7-4. CONTRA-ATAQUE

a. Generalidades 

1) O conceito dinâmico que se empresta, na tática moderna, às ações defensivas, encontrana realização do C Atq sua resposta plena. Em qualquer tipo de defesa e nos mais baixosescalões, o Cmt tem no desencadeamento do C Atq a arma valiosa de intervenção no combate. Aação de contra-atacar tem características nitidamente ofensivas, é temporária e local, e édesencadeada por parte ou pela totalidade de uma força defensiva, com uma das seguintesfinalidades:

- restabelecimento do LAADA;- destruição de forças inimigas;- desaferramento de tropas amigas;- desorganização de ataque inimigo.

2) Contra-ataque para restabelecimento do LAADA - Visa, primordialmente, à reconquista doterreno cedido e à ocupação dos núcleos anteriormente mobiliados por nossas tropas. Seuobjetivo, normalmente, é um acidente do terreno cuja conquista e manutenção materializem orestabelecimento daquele limite. É o contra-ataque típico da defesa de área.

3) Contra-ataque de destruição - Tem por finalidade principal a destruição das forças Inicontidas na penetração. Seu desencadeamento concretiza a intenção inicial do Cmt, ao planejar amanobra. Embora possa ocorrer em qualquer ação dinâmica, constitui-se no C Atq típico dadefesa móvel. O objetivo é representado pelo inimigo, ou por regiões do terreno cuja conquistacaracterize sua destruição.

4) Contra-ataque de desaferramento - Tem por finalidade permitir o desengajamento deforças amigas cerradamente engajadas pelo Ini. É um contra-ataque típico dos movimentosretrógrados, embora, também possa ser utilizado na defensiva, particularmente na defesa móvel.

5) Contra-ataque de desorganização - É a ação ofensiva desencadeada por uma forçadefensora contra forças inimigas que se preparam para o ataque. Sua finalidade pode ser destruiruma parte da força atacante, desarticular o inimigo, conquistar terreno do qual possa ser

desencadeado um ataque ou impedir a observação e a vigilância terrestres inimigas sobre a áreadefendida.

b. Planejamento dos contra-ataques 

1) A técnica do planejamento dos C Atq é a mesma para qualquer forma de manobra de Defem posição, embora varie a maneira de condução dos mesmos, em função de vários fatores,entre os quais se incluem o tipo de Op Def, a forma de manobra adotada e a finalidade do contra-ataque.

2) Os planejamentos são iniciados o mais cedo possível e desenvolvidos simultaneamentecom outras fases do planejamento da defesa. Tais planos são preparados, no mínimo, para conter

as penetrações importantes previstas nas principais vias de acesso. Na visualização daspenetrações os principais fatores a serem considerados são os seguintes:- as forças Ini empregadas nas VA;- a utilização do terreno na área de penetração;- a possibilidade das forças de bloqueio na contenção da penetração;

Page 112: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 112/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

18/44 

- a capacidade de resposta imediata.

3) Os planos básicos de contra-ataque são preparados pelo escalão considerado e

distribuídos para todos os escalões subordinados. Os planos detalhados, decorrentes dos planosbásicos, são feitos pela reserva, que realiza reconhecimentos detalhados, seleciona itinerários ecoordena as ações com os demais Elm interessados. Um plano básico inclui, normalmente:

- missão;- hipótese:- penetração prevista;- valor do inimigo na penetração;- localização e valor da reserva;- outras previsões julgadas necessárias;- conceito da operação;- medidas de coordenação e controle;- ordens aos elementos subordinados;

- apoio de fogo.

4) Os planos básicos devem ser altamente flexíveis para que possam adaptar-se à situaçãoreal. O contra-ataque a executar será, provavelmente, uma variação de um dos planospreparados.

c. Medidas de coordenação e controle de um C Atq  

1) ObjetivoNormalmente um único objetivo é dado à força de contra-ataque e deve possuir as

mesmas características mencionadas no combate ofensivo. Sua conquista deve permitir ocumprimento da missão conforme a finalidade do contra-ataque:

- o restabelecimento do LAADA;- a destruição do inimigo.

Normalmente não se atribuem Obj aos C Atq de desaferramento e de desorganização.

2) Direção de ataquea) É a direção sobre a qual a força de C Atq deve conduzir seu esforço. Ao contrário da

Ofs, é normalmente imposta, principalmente pela necessidade imperiosa de coordenação das Açdinâmicas da Def. Constitui característica desejável à direção do Atq, sua incidência nos flancosou retaguarda do Ini que realizou a penetração. O P Cmb emassado numa direção com essacaracterística, obtém melhores condições de destruir o Ini contido no interior da Pntr.

b) As condições do terreno, a situação do inimigo e das nossas forças podem indicar umadireção de ataque contra a testa da penetração. Tal condição exige maior poder de combate paraa ruptura inicial.

3) Linha de partidaa) A linha de partida é prescrita no plano básico para fins de planejamento e ensaio. Deve

ter as seguintes características:- facilmente identificável;- perpendicular à direção de ataque;- em terreno sob controle das forças amigas.

b) No desencadeamento de um contra-ataque, a linha de partida normalmente é balizadapela orla anterior do dispositivo das forças amigas pois, como é óbvio, dificilmente a penetração

do inimigo coincide com a prevista. A linha de partida pode ser referida, portanto, à tropa ou aacidentes do terreno.

Page 113: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 113/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

19/44 

4) Limitesa) Da mesma forma que para a ofensiva, os limites, tanto quanto possível, devem referir-

se a linhas nítidas do terreno. Demarcando zonas de responsabilidade, o traçado dos limites

obedece a considerações acerca do espaço operacional necessário à força de contra-ataque, docontrole de ultrapassagem e da coordenação dos fogos.b) As menores alterações possíveis devem ser feitas nos limites a serem impostos em

razão do contra-ataque, obedecendo, tanto quanto possível, aos limites anteriormenteestabelecidos.

c) Findo o contra-ataque, os limites tendem a voltar aos traçados no início da operação,salvo quando motivos ponderáveis aconselhem seu reajustamento.

d. Organização para o combate 

1) Com relação à organização para o Cmb, as observações abaixo são cabíveis, quando dodesencadeamento de um contra-ataque.

a) As unidades amigas porventura existentes dentro da área penetrada passam a integrara reserva, durante a execução do contra-ataque.

b) As forças de bloqueio podem estar dentro de uma das seguintes situações:

(1) Permanecer sob o controle da unidade a que estavam subordinadas anteriormente,quando possível

Tal situação proporciona vantagem de manter as unidades integradas a seuscomandos normais, sem as dificuldades inerentes à mudança de subordinação; nesse caso,aquelas unidades ou subunidades ultrapassadas prestam o apoio normal de um contra-ataque.

(2) Reforçar ou integrar a reservaTal situação só deve ocorrer quando absolutamente indispensável ao desempenho

da reserva, uma vez que esta deve ser aliviada de qualquer encargo que não vise, diretamente,ao sucesso da missão.

(3) Passar ao controle operacional da reservaNeste caso, além do apoio normal da ultrapassagem, tais unidades podem receber

missões específicas e limitadas que contribuam para o êxito do contra-ataque.

2) Valor da reservaa) Deve possuir poder de combate compatível com o Ini no interior da penetração com o

espaço penetrado. O valor atribuído deve considerar que a força de contra-ataque conta, também,com apoio das forças de bloqueio, não sendo necessária, em vista disso, em inúmeros casos,uma superioridade flagrante no poder de combate.

b) Nos C Atq para restabelecimento do LAADA, um dos fatores a serem considerados é onúmero de unidades necessárias para a reocupação dos Nu Def que houverem submergidos.

c) No poder relativo de combate, deve-se considerar também que o Ini no interior da Pntr,normalmente, se encontra desgastado, desarticulado e voltado para várias direções.

e. Oportunidade para o desencadeamento de um contra-ataque 

1) Quando o Cmt considera que um C Atq deve ser desencadeado, lança-o com a totalidadedos meios disponíveis, inclusive de fogos (evitando empregar a Res por partes), para assegurar o

sucesso. Entre outras considerações, o sucesso de um C Atq depende da surpresa, da rapidez eda audácia com que é lançado.

2) A decisão mais difícil é a de determinar quando o contra-ataque deve ser executado. Ocomandante deve considerar o prazo que deve decorrer entre uma decisão de contra-ataque e o

Page 114: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 114/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

20/44 

início efetivo dessa ação. O contra-ataque não deve ser lançado como se fosse uma reaçãoautomática a uma penetração inimiga. Em condições ideais, o contra-ataque deve serdesencadeado: 

- quando o inimigo estiver detido no interior da penetração;- quando o inimigo estiver desorganizado;- quando o inimigo tiver sua impulsão reduzida;- antes de que o inimigo consiga consolidar sua conquista e reorganizar suas forças.

3) As condições anteriores, embora desejáveis, não são essenciais. Um contra-ataque deveser desencadeado sempre que houver uma razoável probabilidade de sucesso.

* * *

Page 115: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 115/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

21/44 

Doc Nr 8

MOVIMENTO RETRÓGRADO

 ARTIGO I

INTRODUÇÃO

8-1. GENERALIDADES

a. Movimento retrógrado ( Mvt Rtg ) é qualquer movimento tático organizado de uma forçapara a retaguarda ou para longe do inimigo. Tais Op podem ser forçadas pela ação do inimigo oupodem ser executadas voluntariamente. Em qualquer caso, devem ser aprovadas pelo Cmt

superior. Um Mvt Rtg bem planejado e organizado, executado agressivamente, ofereceoportunidade para se infligir pesados danos ao inimigo.

b. O Mvt Rtg é classificado em três formas de manobra: retraimento, ação retardadora eretirada.

8-2. FINALIDADE

O movimento retrógrado visa a preservar a integridade de uma força, a fim de que, em umaocasião futura, a ofensiva seja retomada. Pode ter uma ou mais das seguintes finalidades:

- inquietar, exaurir e retardar o inimigo, infligindo o máximo de baixas;- conduzir o inimigo a uma situação desfavorável;- permitir o emprego de toda força ou de uma parte da mesma em outro local;- evitar o combate sob condições desfavoráveis;- ganhar tempo sem se engajar decisivamente em combate;- desengajar-se ou romper o contato;- adaptar-se ao movimento de outras tropas amigas;- encurtar as vias de transporte.

 ARTIGO II

RETRAIMENTO

8-3. GENERALIDADES

a. O retraimento é um movimento retrógrado, por meio do qual o grosso de uma forçaengajada rompe o contato com o inimigo, de acordo com a decisão do escalão superior. Ele podeser executado durante o dia ou sob a cobertura da escuridão e pode ser executado sob pressãodo inimigo ou sem a pressão do mesmo.

b. Independente do tipo de retraimento a ser executado (sob pressão ou sem pressão), sejadurante o dia ou à noite, o contato deve ser mantido com as forças inimigas para proporcionarsegurança, dissimulação e impedir avanço rápido do inimigo.

Page 116: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 116/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

22/44 

8-4. RETRAIMENTO SEM PRESSÃO DO INIMIGO

a. Os retraimentos sem pressão do inimigo são realizados, normalmente, durante a noite ou

procurando beneficiar-se ao máximo dos períodos de pouca visibilidade. Assim, a dissimulação éfacilitada e a eficiência dos fogos observados do inimigo é reduzida. No retraimento sem pressão,o Cmt da força que retrai mantém a iniciativa e pode escolher o momento de iniciar o movimento.

b. As unidades em contato com o inimigo designam parte de suas forças para permanecerem contato e cobrir o retraimento dos elementos principais da unidade. Esses elementos(destacamento de contato) procuram impedir que o inimigo descubra o retraimento, iludem-no eprocuram evitar sua interferência no retraimento dos principais Elm da unidade.

c. O sucesso de um retraimento sem pressão depende, particularmente, da dissimulação.

8-5. RETRAIMENTO SOB PRESSÃO DO INIMIGO

a. No retraimento sob pressão do inimigo, Elm da força retraem combatendo, utilizandotécnicas de retardamento. Esta ação é melhor executada por elementos mecanizados e blindados,em razão de sua proteção blindada e potência de fogo. Devido ao fato de que o retraimento sobpressão está sujeito à Obs inimiga, o seu sucesso depende da Mbld, dos meios de guerraeletrônica, do apoio de fogo, do controle, do emprego de F Seg e da Sp Ae local. Um alto grau decoordenação e uma inteligente utilização do terreno e dos Obt são essenciais ao sucesso daoperação.

b. O retraimento das unidades em contato não segue uma sequência particular. De ummodo geral, as unidades menos engajadas retraem em primeiro lugar. Quando uma unidade estádecisivamente engajada, o comandante atua rapidamente para evitar a sua destruição. Ele utilizaunidades não empregadas ou unidades que possam retrair facilmente e fogos para auxiliar oretraimento dos elementos engajados.

 ARTIGO III

 AÇÃO RETARDADORA

8-6. GENERALIDADES

a. A ação retardadora ( Aç Rtrd ) é uma forma de manobra na qual o máximo de

retardamento e de danos é infligido a um inimigo que avança, sem que a força de retardamento setorne decisivamente engajada no combate. Ao se executar uma Aç Rtrd, deve-se trocar ummínimo de espaço por um máximo de tempo.

b. Uma unidade está decisivamente engajada quando perde a liberdade de ação e não tempossibilidade de realizar, seja pelo fogo ou pela manobra, qualquer ação anteriormente planejada.

c. A ação retardadora é conduzida, normalmente, em mais de uma posição de retardamento.Nesse caso, pode-se empregar a técnica do retardamento em posições sucessivas ou doretardamento em posições alternadas, ou ainda, utilizar uma adequada combinação de ambas.

d. O retardamento contínuo é inerente a cada uma das técnicas acima e envolve a

manutenção do contato com o inimigo, pelo menos por uma parte da força de retardamento. Osfogos de longo alcance e a manobra obrigam o inimigo a se desdobrar, a reconhecer, a manobrare a adotar outras medidas que demandem tempo.

Page 117: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 117/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

23/44 

8-7. SELEÇÃO DAS POSIÇÕES DE RETARDAMENTO

a. Devem ser selecionadas Pos Rtrd que permitam infligir os maiores danos possíveis ao

inimigo. As Pos são selecionadas onde, com um mínimo de forças desdobradas, se possa obrigaro inimigo a concentrar-se e apresentar-se como alvo compensador. As posições de retardamentodevem estar distanciadas o bastante para obrigar o inimigo a se reorganizar antes de iniciar o Atqa uma nova posição de Rtrd.

b. Características desejáveis de uma Pos Rtrd:1) Linha de alturas transversal às prováveis vias de acesso do inimigo;2) Obt naturais, tais como cursos de água, pântanos, lagos etc, tanto à Fr quanto nos Fl;3) Terreno elevado, com boa observação e campos de tiro profundos;4) Itinerários desenfiados para os retraimentos;5) Rede de Estr e boas condições de trafegabilidade, através do campo, para os

retraimentos.

8-8. RETARDAMENTO EM POSIÇÕES SUCESSIVAS

a. O retardamento em posições sucessivas é a maneira mais comum de se conduzir umaação retardadora e, neste caso emprega-se a maioria dos meios em primeiro escalão.

b. O retardamento em posições sucessivas se processa melhorando e ocupando cadaposição de Rtrd natural existente. Entretanto, o retardamento é imposto não apenas naquelasposições sucessivas, mas, também, entre as mesmas. O terreno nunca deve ser cedidodesnecessariamente e toda oportunidade de retardar que surgir é aproveitada.

c. Cada Pos ocupada por uma unidade de primeiro escalão é defendida por esta até que oinimigo a ameace de engajamento decisivo ou de desbordamento. Quando o Rtrd máximo tiversido obtido e tornar-se aparente que continuar ocupando a Pos pode resultar no aferramento daunidade, é recomendado o retraimento. Tal retraimento deve ser iniciado de acordo com os planospreestabelecidos, mediante ordem do Cmt Esc Sp. Cada retraimento é coordenado com asunidades vizinhas.

d. Quando é recebida a ordem para o retraimento, uma parte da unidade interessadadesloca-se diretamente para a Rg e ocupa a próxima Pos Rtrd designada. O restante da unidademantém o Ctt com o inimigo e continua a infligir o Rtrd. As forças que permanecem em Ctt devemser compostas, principalmente, de CC. Tais forças, quando ameaçadas de se tornaremdecisivamente engajadas, retraem na direção da próxima Pos. Quando o inimigo tiver avançado

até o alcance da Pos Rtrd da Rg, ele é tomado sob os fogos dos Elm que ocupam essa Pos. Taisunidades desencadeiam fogos em benefício dos Elm de Rtrd que tiverem permanecido em Ctt. OCmt emprega, então, toda a potência de fogo Dspn. Quando ele não é mais capaz de manter aPos sem tornar-se decisivamente engajado, são repetidos os procedimentos para o retraimento ea ocupação da posição à retaguarda. 

8-9. RETARDAMENTO EM POSIÇÕES ALTERNADAS

a. Quando estiver atuando em uma frente relativamente estreita ou quando as posições deretardamento forem relativamente próximas umas das outras, uma força pode decidir retardar emposições alternadas. Ao empregar esta técnica, a força articula-se em dois grupamentos. O

primeiro ocupa a posição inicial de retardamento (PIR) e engaja o inimigo, enquanto o segundoocupa e organiza uma segunda posição de retardamento.

b. As unidades que ocupam a posição inicial, quando forçadas a retrair, retardam o inimigoentre a PIR e a segunda Pos Rtrd (P2). Ao atingirem a P2, estas unidades retraem através das

Page 118: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 118/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

24/44 

tropas que a ocupam ou pelos seus flancos e prosseguem para a terceira Pos Rtrd, iniciando seupreparo e ocupação. A responsabilidade pelo Rtrd do inimigo é assumida pelas unidades dasegunda Pos de Rtrd, quando o primeiro Elm tiver retraído através de sua Pos. Os procedimentos

para o Rtrd são então repetidos e cada grupamento em contato é responsável pela obtenção doretardamento necessário. Enquanto não estiver em contato, cada elemento é responsável pelomelhoramento da posição e pela cobertura do retraimento das forças em contato.

c. O Rtrd em Pos alternadas tem a vantagem de proporcionar mais tempo para omelhoramento das Pos Rtrd e para a manutenção do material. Ele também proporciona às tropasperíodos de descanso do combate. Tem, como desvantagem, a repartição dos meios.

 ARTIGO IV

RETIRADA

8-10. GENERALIDADES

a. Retirada é um movimento retrógrado realizado sem contato com o inimigo e segundo umplano bem definido, com a finalidade de evitar um combate decisivo, em face da situaçãoexistente.

b. Uma retirada pode ser executada em seguida a um retraimento ou quando não há Cttcom o inimigo. Quando a retirada se segue a um retraimento, ela começa logo que o grosso,depois de romper o Ctt com o inimigo, tenha formado as colunas de marcha.

8-11. EXECUÇÃO

 A Seg do grosso é proporcionada por vanguardas, flancoguardas e retaguardas. Quando aretirada é precedida por um retraimento, normalmente é necessária uma forte retaguarda. Aretaguarda emprega a Aç Rtrd para reduzir o ritmo do avanço do inimigo e para evitar suainterferência no Mvt do grosso. O Cmt deve manter especial atenção sobre as tentativas doinimigo para desbordar a força em retirada.

* * *

Page 119: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 119/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

25/44 

Doc Nr 9

NOTA SUPLEMENTAR

9-1. INTRODUÇÃO

O presente documento tem por finalidade sedimentar conhecimentos já explanados nos Docanteriores e acrescentar novos aspectos doutrinários, importantes para o nivelamento de seusconhecimentos e início do curso na ECEME.

9-2. GENERALIDADES

Os assuntos serão desenvolvidos segundo o seguinte sumário:a. Organização, possibilidades, limitações e emprego tático das unidades de combate da

Bda Inf Mec.b. Estudo do terreno.c. Nucleamento da defesa.d. A Bda Inf Mec na defensiva.e. A Bda Inf Mec empregada nos PAG.f. Medidas de coordenação e controle.g. Conduta do combate defensivo.h. Defesa móvel.i. Defesa contra infiltração. j. Defesa anticarro.

9-3. DESENVOLVIMENTO

a. Organização, possibilidades, limitações e emprego tático das unidades de combate daBda Inf Mec. 

Na ECEME, os senhores estudarão, durante as atividades escolares, o emprego dos EscBda, DE e FTC.

O estudo do combate defensivo terá como base estes três escalões. No escalão Bda,serão trabalhadas, basicamente, as Bda Inf Mtz (55ª e 56ª Bda Inf Mtz), Inf Mec (51ª a 54ª Bda InfMec) e Bld (41ª a 44ª Bda Bld).

 A edição do novo manual escolar, ME 30-101  –  Forças Armadas dos Países do

Continente Austral  –  1º Vol  –  ECEME/2001, apresenta na organização do exército vermelhoapenas Bda Inf Mec, ao invés das antigas Bda Inf Mtz. A fim de se contrapor ao maior poder decombate do oponente, a ECEME dotou a FTC com quatro Bda Inf Mec (51ª a 54ª Bda Inf Mec) emsubstituição às antigas Bda Inf Mtz. 

Em consequência, faremos um estudo sumário da mesma, visando conhecer aorganização, as possibilidades, as limitações e o emprego de suas unidades de combate.

O BI Mec é uma unidade de organização fixa, tendo como elemento de combate trêscompanhias de fuzileiros mecanizadas. Além de suas Cia Fuz Mec, o BI Mec possui um comandoe uma companhia de comando e apoio.

 As companhias de fuzileiros do BI Mec possuem uma seção de comando, três pelotõesde fuzileiros mecanizados e um pelotão de apoio. Cada Pel Fuz possui três grupos de combate,composto de duas esquadras.

Page 120: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 120/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

26/44 

 A Cia C Ap é constituída do pelotão de comando, de um pelotão de suprimento, de umpelotão de morteiros pesados, de um pelotão anticarro, de um pelotão de manutenção, de umpelotão de saúde e de um pelotão de comunicações.

O BI Mec, além de suas três Cia de Fuz Mec, pode enquadrar, temporariamente, atéduas subunidades de combate e elementos de apoio ao combate. Os elementos de combate (Pel/ Cia Fuz Mec e Pel / Esqd C Mec) podem ser enquadrados sob a forma de reforço ou controleoperacional, enquanto que os elementos de apoio ao combate (Eng, Com etc) serão enquadradossob a forma de reforço.

Não são mais empregadas FT nível U / SU, integradas por CC e infantaria a pé(motorizada). O emprego das VBC – CC com a infantaria motorizada só deverá ser visualizado emsituações extremas de conduta das operações.

Em ações centralizadas (ataque coordenado, defesa) não é normal o BI Mec ser

reforçado por elementos de apoio ao combate. Em ações descentralizadas (marcha para ocombate, aproveitamento do êxito, perseguição) isso poderá ocorrer.

 A frente normal de defesa de um BI Mec é de 2,8 a 3,6 Km. O BI é normalmenteempregado defendendo uma frente que corresponde à VA de uma Bda no ataque. Um BI Mecpoderá defender em frente maior quando ocorrer uma ou mais das seguintes situações: 

- o batalhão for reforçado;- a defesa for apoiada em obstáculos de vulto;- existência de regiões passivas (regiões que impedem o movimento) na área de defesa.

Para defender determinada região, um BI Mec articula-se em:- área de segurança, onde o batalhão desdobrará os postos avançados de combate

(PAC), com valor variando entre pelotão e companhia (+);- área de defesa avançada, onde o Btl desdobrará suas companhias (eventualmente

pelotões) de primeiro escalão;- área de reserva, onde o Btl desdobrará além das posições das armas de apoio (Ex: Mrt

P), a sua reserva (ocupando núcleos ou em Z Reu).

Um Pel Fuz, em situação normal, ocupa um núcleo com área aproximada de 0,4 X 0,3 km(junto ao LAADA) e defende uma frente de 700 a 900m. Uma Cia Fuz é normalmente empregadadefendendo uma frente que corresponde à VA de um RI Ini no ataque (como dado deplanejamento, 1400 a 1800m). 

É conveniente designar-se frentes mais estreitas para os elementos que defendem acavaleiro das vias de acesso mais favoráveis ao inimigo.

 A profundidade atribuída às companhias de primeiro escalão, normalmente 1.000m, deveproporcionar espaço para a companhia desdobrar seus dois pelotões de primeiro escalão, seupelotão de aprofundamento, seus morteiros, o posto de comando e os trens da Cia.

 Além dos elementos de primeiro escalão, o BI Mec mantém uma reserva, normalmente,de valor companhia.

 As missões normais do Esqd C Mec de uma Bda Inf Mec, no quadro de uma atitudedefensiva são:

- integrar a reserva;- realizar o reconhecimento e segurança em proveito da brigada;- ser empregado junto ao LAADA, seja defendendo, seja em economia de meios;- ser empregado nas ações contra forças irregulares.

Page 121: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 121/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

27/44 

O Esqd C Mec, se empregado na área de defesa avançada, irá defender uma frentecorrespondente à VA de um RI Mec Ini , à semelhança de uma companhia de fuzileiros.

O Esqd C Mec, quando receber a ordem de defender uma frente maior do que acorrespondente à uma VA de uma RI Mec Ini, receberá também a missão de, mediante ordem equando pressionado por um inimigo superior, retardar. A Z Aç que um Esqd C Mec pode receberpara “defender, Mdt O retardar” corresponde, conforme dado de planejamento, a uma frente deaté 6 Km.

Para defender uma frente maior do que a frente normal, o Esqd C Mec emprega,normalmente, os seus três pelotões em primeiro escalão e prepara-se para defender sua zona deação contra fracos elementos inimigos. Se o inimigo atacar em força (Ex: 2 RI Mec) e o esquadrãonão puder detê-lo, retardará este inimigo - mediante ordem do escalão superior - até posições emprofundidade, onde deverá ser detido pelo próprio esquadrão ou por outros elementos.

Em regiões passivas ou mais secundárias, o Esqd C Mec poderá receber a missão devigiar, recebendo neste caso frentes ainda maiores.

Vigiar é uma ação tática que proporciona segurança a determinada região ou força.Compreende todas as técnicas utilizadas para realizar uma contínua e sistemática observação docampo de batalha, em particular de áreas críticas, estradas, pontes, áreas de lançamento, deaterragem etc.

 A frente máxima que um Esqd C Mec pode vigiar é função do alcance de seus meiosrádio orgânicos e pode atingir até 64 Km (quando atuando isolado) .

Para a missão de vigiar uma extensa zona de ação em uma defesa, o Esqd C Mec instalauma série de postos de observação e lança patrulhas. Em presença de inimigo forte retrai atéposições em profundidade, onde o Ini deverá ser detido pelo próprio Esqd ou por elementos doescalão superior.

b. Estudo do terreno 

Um acidente capital, normalmente, é representado em carta ou calco, por uma linhafechada, abrangendo a parte mais significativa do acidente do terreno selecionada como tal. Osdiversos Acdt Capt do terreno devem ser diferenciados entre si por meio de letras maiúsculascolocadas no interior de sua representação. Ex:

Para fins de homogeneidade, os acidentes capitais são designados por linhas do terreno,começando da esquerda para a direita e da frente para a retaguarda, com o observador voltadopara a direção do Ini.

Uma Bda Inf Mec em missão defensiva considera vias de acesso que comportem oataque de um RI Ini, isto é, que tenha uma faixa útil de terreno entre 1.000 e 2.000m.Eventualmente poderá levantar vias de acesso que comportem o ataque de uma subunidade Ini,com uma faixa útil de cerca de 500m.

c. Nucleamento da defesa 

Nos calcos de operações, normalmente, somente são representados os núcleos dedefesa controlados diretamente pelo escalão considerado. Tais núcleos devem ser diferenciados

Page 122: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 122/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

28/44 

entre si por letras ou números colocados no seu interior. Em algumas atividades escolares daECEME, no entanto, poderá ser solicitado ao Of Al a visualização dos Nu Def dos Elm Man de 1ºEscalão. 

 A representação destes núcleos segue três regras.

PRIMEIRA REGRA: os núcleos controlados diretamente pelos Btl (ou SU) de primeiroescalão são designados por números arábicos. Ex:

SEGUNDA REGRA: os núcleos controlados diretamente pelas Bda são designados porletras minúsculas. Ex:

TERCEIRA REGRA: os núcleos controlados diretamente pelas divisões são designadospor letras maiúsculas. Ex:

Os núcleos de defesa de valor Cia que são controlados pelos Btl de primeiro escalão são

identificados por números arábicos.

Os núcleos de defesa de valor Cia que são controlados diretamente pela Bda, sãoidentificados por letras minúsculas, enquanto que os núcleos de valor Btl, a cargo da reserva daDE, são identificados por letras maiúsculas.

 A ordem alfabética ou numérica crescente indica a importância dos núcleos e a prioridadepara sua organização.

Os núcleos de Cia junto ao LAADA, normalmente, ocupam uma área de 1 Km de frentepor 0,7 Km de profundidade, quando a Cia empregar dois pelotões em primeiro escalão.

Os núcleos de Cia, desdobrados mais em profundidade, podem ocupar uma área de até1,6 Km de frente por 0,4 Km de profundidade, quando a Cia empregar seus três Pel em primeiroescalão.

Page 123: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 123/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

29/44 

Os dados citados acima são apenas para início de raciocínio, podendo variar com oterreno e os meios disponíveis. Ex: companhia desfalcada ou reforçada por um Pel Fuz.

 Atendendo ao fundamento da defesa da dispersão, os núcleos de Cia devem obedecer aum espaçamento mínimo de 200 m.

Os núcleos da área de defesa avançada junto ao LAADA são ocupados desde o início.

 A Cia reserva dos Btl de primeiro escalão ocupa, normalmente, a posição deaprofundamento de maior prioridade para a conduta da defesa. Os demais núcleos serãoocupados com o desenvolvimento da operação, seja pela Cia reserva, seja pelas Cia (ou seusremanescentes) de primeiro escalão que receberem ordem de retrair, seja por reforços recebidosda reserva da Bda.

Eventualmente a Cia reserva de um Btl de primeiro escalão pode permanecer em zona

de reunião (Z Reu).

 A reserva de uma Bda empregada na área de defesa avançada permanece em zona dereunião em condições de ocupar os núcleos de defesa que estão a seu cargo. Em alguns casosesses núcleos são ocupados desde o início do ataque Ini.

d. A Bda Inf Mec na defensiva 

Uma Bda Inf Mec empregada na ADA de uma DE desdobra suas forças em três áreas dedefesa:

- de segurança;- de defesa avançada;- da reserva.

 A Bda Inf Mec instala seus postos avançados de combate (PAC) na área de segurança auma distância aproximada de 800m a 2.000m do LAADA.

 As missões específicas das forças desdobradas em PAC são:1) Missões principais:

- proporcionar o alerta oportuno sobre a aproximação do Ini;- impedir que o Ini realize observação terrestre aproximada e fogos diretos sobre a

posição defensiva.

2) Missões secundárias ou eventuais:- retardar a progressão do Ini;- desorganizar as suas formações;- iludir o Ini quanto ao verdadeiro traçado do LAADA.

 A Bda, normalmente, prescreve a localização geral, o valor e a composição dos PAC. Ocontrole dos PAC pode ser feito pela própria Bda ou pelos Btl de primeiro escalão. Os elementosque guarnecem os PAC podem ser retirados da reserva da Bda ou das reservas dos Btl deprimeiro escalão.

Os PAC serão guarnecidos por elementos da reserva da Bda e controlados por estaquando:

- houver pouco tempo para a instalação da posição;- os PAC tiverem de ser fortes;- os PAC tiverem de ser instalados além de 2 Km do LAADA.

Page 124: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 124/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

30/44 

O valor e a composição dos PAC variam desde um Pel Ref até uma Cia Ref por Btl deprimeiro escalão.

Os seguintes fatores são considerados para a determinação do valor dos PAC:- missão atribuída aos PAC;- existência de outras forças de segurança à frente;- distância entre a linha dos PAC e o LAADA;- número de eixos disponíveis para o retraimento.

Os PAC cumprem suas missões:- pela observação;- pelos fogos de longo alcance;- pelos patrulhamentos e reconhecimentos agressivos.

O terreno onde os PAC são instalados deve proporcionar:- observação e campos de tiro profundos;- obstáculos na frente e nos flancos;- itinerários de retraimento desenfiados;- uma cortina contra a observação terrestre aproximada e os tiros diretos sobre a posição

defensiva;- apoio dos elementos da ADA ;- controle de todas vias de acesso que conduzem à posição defensiva.

Os PAC, normalmente, constituem-se numa série de postos de vigilância em dispositivolinear, ocupando posições nas principais vias de acesso para a aproximação do Ini.

É normal o lançamento, pelos PAC, de patrulhas entre os postos de vigilância e mesmopara a frente, buscando o contato com o Ini ou com forças amigas destacadas mais à frente (PAGou F Cob).

 As missões normais dos PAC podem ser resumidas em observar e informar.

Uma força instalada defensivamente não lançará PAC quando:- estiver em contato com o Ini;- estiver na linha de fronteira e não houver a autorização para adentrar ao território Ini;- não existir terreno favorável à sua instalação.

Poderá, ainda, não lançar quando:- a defesa estiver apoiada em obstáculo de vulto;- cumprindo missão de força de fixação na defesa móvel, não dispondo de meios

suficientes.

Em áreas operacionais do continente, muitas vezes, torna-se necessário economizarmeios e o Esqd C Mec é, entre os elementos de combate orgânicos de uma Bda Inf Mec, oelemento mais apto para cumprir essa missão.

Na defesa de área a missão das forças empregadas na área de defesa avançada éimpedir a entrada do Ini na referida área.

Na defesa móvel parte das forças que guarnecem a área de defesa avançada podemreceber a missão de impedir a entrada do Ini na referida área, enquanto, na outra parte da frente,as forças recebem a missão de, mediante um retardamento, canalizá-lo para uma regiãoescolhida previamente para a sua destruição.

Page 125: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 125/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

31/44 

 A Bda Inf Mec pode também, em função dos fatores da decisão (MISSÃO, INIMIGO,TERRENO, MEIOS e TEMPO), particularmente do terreno, empregar em primeiro escalão

companhias de fuzileiros como peças de manobra sob controle direto da Bda, bem como o EsqdC Mec. A Bda Inf Mec poderá dar, ainda, o Esqd C Mec, ou parte dele, em reforço a um BI Mecempregado em primeiro escalão.

Na área da reserva de uma Bda estão localizados os núcleos de aprofundamentosprevistos para serem preparados e ocupados pela reserva da Bda. Eventualmente, de acordo coma manobra concebida, algum(ns) dos núcleos controlados pela Bda poderá(ão) estar localizado(s)na ADA.

 A reserva é constituída pelos elementos não empregados e mantidos sob o controle daBda para emprego na oportunidade e local decisivos.

 A reserva de uma Bda empregada na ADA, normalmente de valor Btl (ou Rgt), organiza eprepara os núcleos de aprofundamento a seu cargo, porém, não os ocupa inicialmente,permanecendo pronta para emprego em zona de reunião (Z Reu).

 A reserva de uma Bda Inf Mec poderá ocupar:- uma Z Reu (reunida);- mais de uma Z Reu (articulada)

Em relação à situação de comando, a Res da Bda poderá estar:- sob um único comando;- fracionada (com mais de um comando).

Uma Bda na defensiva normalmente mantém sua reserva em posição central, mesmoque esta esteja fracionada, quando:

- ocupar uma Z Aç com frente normal a defender;- inexistirem obstáculos dissociadores de vulto;- a Z Aç dispuser de uma boa rede de estradas (fator preponderante).

Uma Bda na defensiva mantém normalmente sua reserva articulada, ocupando Z Reudistanciadas entre si quando:

- ocupar uma Z Aç com frente a defender maior que a normal;- existirem obstáculos dissociadores;- a rede de estradas for precária.

e. Brigada de Infantaria Mecanizada empregada nos Postos Avançados Gerais 

Os Postos Avançados Gerais (PAG) consistem em forças localizadas a certa distância deuma força principal, parada ou numa situação defensiva, de modo a protegê-la da observação eda surpresa, batendo ou retardando o inimigo.

 A composição dos PAG varia de acordo com a missão que lhes é atribuída, com ascaracterísticas da área de combate e com as possibilidades do Ini. Em qualquer caso, amobilidade das forças deve ser igual e, se possível, superior à do Ini.

 A ação de uma Bda cumprindo a missão de PAG assemelha-se a uma ação retardadora:

não deve engajar-se com o Ini e tem uma duração limitada no espaço e no tempo.

 A frente que uma Bda Inf Mec pode cobrir, estabelecendo PAG, varia de acordo com oterreno, sobretudo com o número de eixos que o Ini pode utilizar para aproximar-se da área dedefesa.

Page 126: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 126/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

32/44 

Uma Bda Inf Mec recebendo a missão de estabelecer PAG organiza-se no terreno em:- linha de vigilância, onde lança patrulhas e instala PV;

- linha de resistência, constituída de posições de bloqueio de valor companhia barrandoas principais vias de aproximação do Ini, junto à linha de resistência e em profundidade;- reserva, de pequeno valor, com a missão de reforçar os elementos da linha de

resistência, contra-atacar para desaferrá-los e proteger o seu retraimento.

 A linha de resistência dos PAG assemelha-se a uma defesa em larga frente.

f. Medidas de coordenação e controle 

Na defesa são utilizadas, normalmente, as seguintes medidas de coordenação e controle:- limite anterior da área de defesa avançada (LAADA);- limite lateral;

- limite de retaguarda;- ponto limite;- zona de reunião;- núcleos de defesa;- penetração máxima admitida;

LIMITE ANTERIOR DA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA (LAADA) - É a linha que liga aorla anterior dos núcleos de defesa de primeiro escalão. Confunde-se com o limite anterior daposição defensiva e se destina a coordenar o apoio de fogo, a ocupação das posições e amanobra de fogos.

O LAADA normalmente é indicado por pontos limites, ao lado dos quais se coloca aabreviatura LAADA. Ex:

Quando for necessário indicar o LAADA mais precisamente, isso pode ser feito por meiode uma linha unindo os pontos limites e passando por pontos intermediários e por acidentes noterreno, que definem o limite anterior escolhido.

Page 127: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 127/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

33/44 

Ex:

O traçado real do LAADA será definido pela orla anterior dos núcleos dos pelotões deprimeiro escalão, depois de instalados no terreno.

O terreno sobre o qual o traçado do LAADA é estabelecido deve atender às seguintescaracterísticas:

- ter boa observação sobre as vias de acesso do inimigo;- ter bons campos de tiro;- ser apoiado em obstáculos naturais, principalmente para carros de combate.

LIMITE LATERAL- É a linha balizada no terreno, definidora de responsabilidade territorialentre um escalão considerado e seu vizinho.

O símbolo do valor e a designação das unidades que têm limites laterais comuns devemser claramente definidos. Ex: 

Page 128: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 128/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

34/44 

PAC

PAC

O Cmt de uma Bda empregada na defesa designa limites para definir a responsabilidadeterritorial de suas unidades subordinadas. Os limites estendem-se para frente do LAADA (ou dosPAC, quando esses estiverem a cargo dos elementos da ADA) até o alcance dos fogos de apoio

direto ou até o limite da observação terrestre, se esta for maior que aquele.

Exemplo de prolongamento dos limites laterais à frente do LAADA quando os PAC sãocontrolados pela Bda:

Exemplo de prolongamento dos limites laterais à frente do LAADA quando os PAC sãocontrolados pelos elementos da área de defesa avançada:

Os limites laterais entre as forças da ADA de uma Bda estende-se para a retaguarda para definir a

 As extremidades dos limites indicam a extensão da área de responsabilidade de cadaelemento empregado na ADA, à frente ou à retaguarda do LAADA.

Os limites laterais devem ser traçados (para a retaguarda) de modo a propiciaremespaço suficiente para permitir adequada manobra e dispersão das forças da ADA.

Os limites laterais são também usados como medidas de coordenação e controle.

 Ao estabelecer limites entre os principais comandos subordinados, um Cmt procuraevitar a divisão de responsabilidade por acidentes capitais e pelas principais vias de acesso.

Page 129: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 129/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

35/44 

Cursos de água, estradas, caminhos e obstáculos longitudinais devem ser controladospor um único comando. Assim, os limites passarão por uma das margens ou orla do acidente, detal forma que a responsabilidade pelo mesmo fique claramente definida.

 A responsabilidade pela defesa de localidades ou bosques também não deve ficardividida entre dois comandos, devendo ficar claramente definido qual o comando que seráresponsável por essas áreas,

Os limites, sempre que possível devem ser referenciados por linhas nítidas do terreno,sem dividir acidentes capitais ou vias de acesso.

 À frente do LAADA, ou dos PAC, os limites devem ser traçados buscando-se as cristas eas partes mais elevadas do terreno, evitando-se a criação de ângulos mortos às vistas e aos fogosdos elementos da ADA.

LIMITE DE RETAGUARDA - É a linha, balizada no terreno, definidora deresponsabilidade territorial entre um escalão considerado e o escalão superior.

Um Cmt de Bda somente traça limites de retaguarda para seus elementos de primeiroescalão quando houver atividades de guerrilheiros, possibilidades de infiltrações ou de ataquesaeroterrestres e aeromóveis.

PONTOS LIMITES  –  São usados na defesa para fixar o local onde deve ocorrer acoordenação do dispositivo e dos fogos de apoio de duas frações vizinhas, a fim de estabelecer acontinuidade de apoio mútuo.

O Cmt de uma Bda designa pontos limites nos locais em que os limites laterais de seuselementos de primeiro escalão cortam o LAADA e a linha dos PAC, neste último caso, se os PACestiverem a cargo dos elementos de primeiro escalão. Um procedimento idêntico é tomado por umCmt de DE, pois designa pontos limites nos locais em que os limites laterais de seus elementos(Bda, Rgt, Btl) de primeiro escalão cortam o LAADA, a linha dos PAC e a linha dos PAG.

Os pontos limites devem ser locados sobre ou nas proximidades de um acidente noterreno facilmente identificável tanto no terreno, como na carta.

Nos pontos limites, os Cmt ou seus representantes, fazem a coordenação de seus fogose dos dispositivos defensivos e determinam se os intervalos entre suas unidades devem sercobertos por fogos, por barreiras, pela ocupação física ou pela combinação desses processos.

ZONA DE REUNIÃO - É a área em que uma força é reunida em condições de cumprirmissão de combate ou para preparar-se para o cumprimento da missão recebida.

 A zona de reunião de uma força é indicada por uma linha fechada circunscrevendo aregião por ela ocupada, contendo no interior o símbolo da unidade.

Quando a força considerada ainda não estiver ocupando uma zona de reunião já prevista(futura), o símbolo será tracejado e, se for o caso, deverá ser indicado, entre parênteses, embaixodo símbolo da unidade, a oportunidade da ocupação.

De maneira idêntica, se houver necessidade de se representar uma força em Z Reu, sem

entretanto podermos definir exatamente a área por ela ocupada, representar-se-á, apenas, osímbolo da unidade considerada com a indicação, entre parênteses, de que se encontra em ZReu.

Page 130: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 130/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

36/44 

Inf Mtz

NÚCLEO DE DEFESA - A área ocupada defensivamente por uma unidade de combate éindicada por uma linha circunscrevendo a região da ocupação física, intercalando-se na posiçãooposta ao Ini, o símbolo do escalão considerado.

PENETRAÇÃO MÁXIMA ADMISSÍVEL - A área que configura uma penetração máxima admissívelem um dispositivo defensivo é representada, normalmente, por uma linha dupla, definidora dolimite avançado da penetração. Ex:

Na defesa móvel é normal representar-se, no calco de operações ou no esquema demanobra, a penetração máxima admissível, prevista pelo comando na concepção de suamanobra.

 A penetração máxima admissível, prevista por um comando na concepção de umamanobra defensiva, pode ser feita, também, por meio de uma linha de controle. Ex:  

g. Conduta do combate defensivo 

Uma posição defensiva é organizada em função da capacidade das vias de acesso quepodem conduzir o Ini para o interior da posição. A força que defende, dentro de suasdisponibilidades, adota um dispositivo que lhe permite enfrentar o atacante em todas as vias deacesso e ainda manter uma parcela de seu poder de combate em reserva.

Uma vez iniciado o ataque, o atacante, que tem a iniciativa das ações, obrigará odefensor a adaptar o seu planejamento inicial para responder, adequadamente, às suas ações.

 A adaptação do planejamento inicial do defensor, todo ele baseado em hipóteses, chama-se conduta e poderá processar-se das seguintes formas:

- manobrando fogos;- empregando a reserva;

Page 131: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 131/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

37/44 

- alterando os limites entre os elementos da ADA;- alterando a missão dos elementos Subrd;- alterando a organização para o combate inicial;

- combinando dois ou mais dos itens acima.

 A realização de contra-ataques é parte básica e essencial da defesa. O planejamento doscontra-ataques é iniciado o mais cedo possível, simultaneamente com as outras fases doplanejamento da defesa.

Embora os contra-ataques, em termos de execução, sofram variações de acordo com afinalidade com que são desencadeados, as técnicas de planejamento são essencialmente iguaispara todos os tipos de contra-ataque.

O Cmt de uma Bda que conduz uma defesa de área elabora planos de contra-ataquesbaseado em hipóteses que, basicamente, visam ao restabelecimento do LAADA nos locais em

que o Ini conseguiu penetrar no interior de sua Bda.

Serão elaborados tantos planos de contra-ataque quantas forem as hipóteses formuladaspelo Cmt da Bda. Os planos serão elaborados dentro de uma prioridade (maior ou menor grau decomprometimento da posição) entre as diferentes penetrações realizadas.

Os planos de contra-ataque, chamados de planos básicos de contra-ataque, sãopreparados pela Bda e distribuídos a todos os comandos subordinados interessados, com temposuficiente para permitir o planejamento detalhado por parte destes comandos.

O planejamento detalhado de contra-ataque é da responsabilidade do Cmt da reserva,inclusive o reconhecimento, a seleção de itinerários, a determinação dos fatores de tempo eespaço e a coordenação com os elementos da área de defesa avançada.

 A reserva realiza treinamentos para obter conhecimento completo do terreno e doesquema de manobra previsto para o contra-ataque. Com base nesses treinamentos, o Cmt dareserva faz os reajustamentos necessários para o controle, a coordenação e o apoio necessário àsua manobra, aperfeiçoando os planos de contra-ataque.

Um plano básico de C Atq, preparado pela Bda, inclui todos os elementos constantes deum plano de operações e mais a(s) hipótese(s) que fundamenta(m) o planejamento.

Na HIPÓTESE são considerados os seguintes aspectos:

- o tamanho e a forma da penetração Ini;- o valor e a composição da força Ini na penetração e a sua situação;- a situação dos meios na área de defesa avançada, incluindo sua possibilidade de conter

a penetração;- o valor, a localização, a situação e a aptidão da reserva, no momento da execução do

contra-ataque.

Na missão deve constar uma breve definição da missão que será cumprida. Ex: “contra-atacar, em D/H, a fim de restabelecer o LAADA”. 

O conceito da operação prescreve como a força de contra-ataque cumprirá a sua missão. As considerações relacionadas com os fatores da decisão permitem determinar se o contra-

ataque será pelos flancos ou frontal. O conceito da operação inclui o calco de operações (quandoconfeccionado) e o apoio de fogo.

O calco de operações (ou esquema de manobra) de um plano básico de contra-ataque,normalmente, contém:

Page 132: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 132/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

38/44 

- a zona de ação da Bda e dos elementos da área de defesa avançada;- núcleos de defesa que têm ou poderão ter relação com o C Atq previsto;- localização da reserva;

- objetivo(s) de C Atq;- direção do C Atq;- linha de partida;- limites para a realização do C Atq.

 A Bda normalmente designa um único Obj para uma força de C Atq. O objetivo devecontribuir para a finalidade geral do C Atq e sua conquista ou destruição deve estar dentro daspossibilidades da força de C Atq.

Uma direção de contra-ataque, normalmente, é fixada para orientar o esforço principal daforça de C Atq. Sempre que possível, deverá incidir no flanco da penetração.

O Cmt prescreve uma linha de partida para fins de planejamento e ensaio. Ela éselecionada com base na localização dos núcleos que bloqueiam a penetração Ini e nos acidentesdo terreno facilmente identificáveis.

Uma linha de partida para a realização de um C Atq deve atender às mesmas prescriçõesdoutrinárias referentes a uma linha de partida para o ataque:

- ser facilmente identificável;- estar sob o controle de tropas amigas;- ser perpendicular à direção do C Atq;- se possível, ser atingida sem necessidade de se combater.

Muitas vezes a linha de partida escolhida para a realização de um C Atq é a orla anteriordos núcleos que bloqueiam a penetração do Ini, ou seja, a linha de contato (LC).

O Cmt utiliza limites, nos C Atq, quando necessita de controle adicional. É desejável fazero mínimo possível de mudanças nos limites existentes. Os limites são alterados, quandonecessário, para controlar a ultrapassagem e a manobra da força de C Atq. Algumas vezes, asituação exige a modificação de limites e a atribuição de responsabilidade territorial aos elementosque realizam o C Atq. O Cmt da força de C Atq assume então as responsabilidades pelas forçasda ADA dentro dos novos limites.

 Após o C Atq, é normal o restabelecimento dos limites iniciais entre os elementos da áreade defesa avançada e o retorno da reserva para a sua zona de reunião.

 As ordens aos comandos subordinados devem conter os pormenores necessários àexecução do conceito da operação do comandante da Bda. É necessária uma definição clara dasligações de comando entre as forças da área de defesa avançada e as forças de contra-ataque. Oplano deve conter, também, as ordens necessárias à manutenção e posterior constituição de umareserva, quando a reserva original ou parte dela for empregada.

Planos de apoio de fogos são preparados para cada plano de C Atq.

O sucesso de um C Atq dependerá, em muito, da habilidade do Cmt e do seu estado-maior em visualizar todas as situações que possam ocorrer, de modo que, quando se efetivar o Atq Ini, possa ser utilizado um dos planos de C Atq elaborados e ensaiados, com um mínimo de

modificações.

O valor da força que realiza as ações dinâmicas, no C Atq, deve ser, em princípio,superior ao valor do Ini no interior da penetração. Como o Ini estará desgastado e combatendo emvárias direções e a força de C Atq terá seu poder de combate acrescido pelo apoio que receberá

Page 133: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 133/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

39/44 

das forças amigas que bloqueiam a penetração inimiga, será admissível desencadear um C Atqcom uma força de valor igual ou mesmo inferior ao valor do inimigo existente no interior dapenetração, porém com um poder de combate que lhe seja superior.

Sempre que possível, a força que realiza as ações dinâmicas no C Atq deverá possuircarros de combate e, em termos de tropa de infantaria, deverá possuir, no mínimo, valor igual aodo núcleo que foi conquistado pelo Ini, para que possa reconstituí-lo após a destruição ouexpulsão do inimigo.

No escalão Bda, em princípio, as forças que bloqueiam a penetração do inimigo nãopassam ao comando da força de C Atq, pois implicaria, para esta última força, ter que, ao mesmotempo, atacar e defender. Além dessa dualidade de atitudes, quem possui todos os planejamentosdefensivos são os elementos da ADA.

Eventualmente, quando for necessária uma coordenação mais cerrada entre a força de C

 Atq e um (ou mais de um) núcleo que bloqueia a penetração do Ini, a força que ocupa este núcleo(ou núcleos) poderá passar ao controle operacional da força de C Atq. As forças que permanecemno interior da área penetrada (remanescentes, núcleos desbordados pelo Ini etc), normalmente,passam ao comando da força de C Atq.

Para decidir se contra-ataca ou bloqueia uma penetração Ini, um comandante deveacompanhar o desenrolar do combate e conhecer:

- a situação das forças da ADA;- as possibilidades que estas forças têm para conter a penetração do Ini;- qual o tempo que a reserva necessita para contra-atacar (tempo de deslocamento mais

o tempo para montar o C Atq);- o valor do Ini e o ímpeto de seu avanço;- as possibilidades que o Ini tem de reforçar as forças existentes no interior da

penetração;- a Doutrina e os procedimentos táticos do Ini.

 Após o Cmt decidir contra-atacar, a determinação do início do contra-ataque é uma dasdecisões mais difíceis a serem tomadas.

O Cmt evita lançar o C Atq como se fosse uma reação automática a uma penetraçãoinimiga, e contra-atacar simplesmente porque o Ini atingiu determinada linha do terreno. Por outrolado, se o Cmt demorar muito para contra-atacar, correrá o risco de ver o Ini carrear meios para ointerior da penetração, tornando-se demasiado forte para ser contra-atacado com os meios de que

dispõe.Uma vez que o Cmt decida pela realização do C Atq, lança-o com a totalidade dos meios

disponíveis, inclusive de fogos, para assegurar o seu sucesso, evitando empregar a reserva porpartes. Uma força de C Atq, normalmente, não possui reserva, devendo empregar todos os seusmeios no C Atq.

Em condições ideais, um contra-ataque é desencadeado numa das seguintes situações:- quando o Atq Ini tiver sido detido;- quando o Ini tiver a sua impulsão reduzida;- enquanto o Ini estiver desorganizado;- antes que o Ini possa consolidar as suas conquistas.

 As condições anteriores, embora desejáveis, não são essenciais. Um contra-ataque deveser desencadeado sempre que houver uma razoável probabilidade de sucesso.

Page 134: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 134/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

40/44 

Em algumas situações, o Cmt pode concluir que a probabilidade de sucesso, caso decidacontra-atacar, seja pequena. Nesse caso, emprega seus meios para conter ou retardar a forçainimiga, a fim de permitir a intervenção do escalão superior.

Durante um C Atq, o Cmt de uma Bda deve manter uma reserva, ainda que pequena(valor SU), para que venha atender a outros problemas que possam surgir. Esta pequena reservapoderá ser constituída por:

- elementos da reserva que não sejam empregados na força de C Atq;- elementos da ADA mantidos em reserva por seus Cmt (hipotecados).

 Após a realização de um C Atq, será normal que a força de C Atq, mesmo tendo perdidoelementos em proveito das forças da ADA, retorne à reserva, porque possui todos os planosdetalhados para a execução dos demais C Atq.

O Ini poderá penetrar na área de defesa avançada de uma força, em mais de um local,

simultaneamente. Em tais casos, o Cmt da força penetrada deverá estabelecer prioridades para oemprego da reserva, considerando o perigo que esta penetração representa para a integridade desua posição, evitando, sempre que possível, o emprego parcelado da reserva.

h. Defesa móvel 

 A defesa móvel é a defesa em uma área ou em uma série de posições dispostas emlargura e em profundidade, cujo objetivo é destruir o inimigo.

 A defesa móvel não visa à manutenção do terreno, mas é conduzida de modo a preservara integridade da força defensiva e não permitir ao Ini a conquista de seus objetivos decisivos.

 A defesa móvel faz o máximo emprego da mobilidade das forças blindadas. É umadefesa ativa onde se realizam ações defensivas, ofensivas e de retardamento.

Em geral, a DE é o menor escalão capaz de ter uma força de choque suficientementepoderosa para permitir a execução de uma defesa móvel, assim mesmo, se for integrada porbrigadas blindadas.

Numa defesa móvel conduzida por uma DE podemos ter:- forças de segurança;- forças operando como na defesa de área (mantendo o terreno);- forças de fixação;

- reserva;- força de contra-ataque;- força de choque.

 As forças empregadas na área de segurança de uma defesa móvel incluem forças decobertura (F Cob) ou postos avançados gerais (PAG) e postos avançados de combate (PAC).

 A F Cob (ou PAG) de uma defesa móvel terá a missão de colher informes, interceptar,desorganizar, engajar, iludir e canalizar o inimigo antes que ele ataque a posição defensiva.

 A força de fixação tem a missão de:- informar sobre a iminência de um ataque Ini;

- retardar, desorganizar e infligir a máxima destruição ao Ini;- forçar o Ini a emassar-se, por meio de ações ofensivas e defensivas;- canalizar o Ini para uma área apropriada ao C Atq de destruição;- defender parte da Z Aç (se necessário).

Page 135: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 135/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

41/44 

 As forças de fixação cumprem sua missão através de:- estabelecimento de postos de observação e de escuta;- ocupação de posições de bloqueio junto ao LAADA e em profundidade;

- realização de ações ofensivas limitadas;- ações de retardamento.

 As posições de bloqueio são áreas organizadas para defender em todas as direções. Sãolocalizadas ao longo do LAADA e em profundidade barrando as vias de acesso do Ini para ointerior da posição.

 A força de fixação mantém uma reserva que tem as seguintes missões:- restabelecer o LAADA em áreas não previstas para serem cedidas ao Ini;- realizar contra-ataques de desaferramento, em apoio aos elementos que devam retrair e

correm o risco de serem cerradamente engajados pelo Ini;- reforçar ou substituir tanto os elementos que devam manter suas posições junto ao

LAADA quanto os que devem retrair e que se encontram excessivamente desgastados;- ocupar posições de bloqueio em profundidade.

O bloqueio do Ini nas regiões que caracterizam a penetração máxima admitida poderáser feita:

- pelos próprios elementos de primeiro escalão da força de fixação;- pela reserva da força de fixação acolhendo os elementos de primeiro escalão;- parte pelos elementos de primeiro escalão e parte pela reserva da força de fixação.

 A reserva de uma defesa móvel será constituída pela totalidade dos meios nãoempregados inicialmente na ADA e conservados sob o controle do Cmt, para emprego em ocasiãooportuna, seja em contra-ataques, seja em outras ações.

 A força de C Atq é constituída pela totalidade dos meios empregados, dinâmica ouestaticamente, nas ações de C Atq. Isso inclui a força de fixação, os elementos da reserva queparticiparão do C Atq, os elementos de artilharia do escalão considerado e os meios aéreosdisponíveis.

 A força de C Atq de uma defesa móvel recebe um plano básico de contra-ataque doescalão superior e, com base neste plano, elabora o seu plano detalhado de C Atq.

 A finalidade do C Atq da força de C Atq de uma defesa móvel é a destruição do Ini.

 A destruição de uma força inimiga deve ser entendida como a sua redução à impotência,quebra de sua vontade de lutar e eliminação de sua liberdade de ação. Ex: destruição de órgãosde comando, destruição de equipamentos e materiais, divisão do dispositivo, corte das vias desuprimento e evacuação etc.

Em um C Atq de destruição, as medidas de coordenação e controle são basicamente asmesmas de um C Atq de restabelecimento do LAADA: hora do Atq, linha de partida, zona de ação,direção de ataque, objetivo(s) etc.

O(s) objetivo(s) de um C Atq de destruição deve(m) ser perfeitamente identificável(eis) noterreno e sua conquista deverá atender à finalidade do C Atq, que é a destruição do Ini.

O(s) objetivos de um C Atq de destruição poderá(ão) estar no interior da ADA ou à suafrente, o que é preferível. Somente por coincidência o(s) objetivo(s) de destruição poderá(ão)corresponder às regiões que caracterizam o restabelecimento do LAADA.

i. Defesa contra infiltração 

Page 136: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 136/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

42/44 

 A infiltração é uma forma de manobra tática ofensiva na qual procura-se desdobrar umaforça à retaguarda de uma posição inimiga, por meio de um deslocamento dissimulado, com a

finalidade de cumprir uma missão que contribua diretamente para o sucesso da manobra doescalão que enquadra a força que se infiltra.

O escalão mais adequado para a realização da infiltração é o Batalhão de Infantaria ouescalões menores. O efetivo infiltrar-se-á em pequenos grupos a pé, por via aérea(preferencialmente, por helicópteros) ou por embarcações.

Normalmente, o Ini procura infiltrar forças visando a apossar-se de objetivos vitais para osucesso do seu ataque. Esses objetivos podem ser:

- regiões que restrinjam o deslocamento de reservas ou isolem posições defensivas;- pontes sobre rios obstáculos que favoreçam o prosseguimento;- áreas ou instalações logísticas;

- postos de comando;- centros de comunicações;- eixos de comunicações ou de suprimento;- zonas de reunião de unidades mantidas em reserva;- entroncamentos rodoviários ou ferroviários;- posições da função de combate fogos.

O êxito de uma infiltração depende da existência de terreno adequado ou de brechas nodispositivo defensivo ou ainda de uma combinação desses fatores.

O terreno que mais favorece a infiltração é o que dificulta a observação e a vigilância porparte do defensor ou, seja:

- regiões matosas;- pântanos;- regiões com muitas dobras no terreno.

Para impedir a infiltração nas regiões favoráveis a este tipo de ação ou nos intervalosentre os núcleos mais afastados, o defensor deve estabelecer medidas de segurança nesteslocais, incluindo:

- lançamento de obstáculos antipessoal;- postos de vigilância e de escuta;- dispositivos de alarme;- vigilância eletrônica;

- bloqueio de estradas;- patrulhamento;- vigilância aérea;- fogos de inquietação.

O defensor, ao detectar a presença de forças infiltradas, deve atacá-las imediatamente,antes que possam completar a infiltração ou a reorganização.

 As forças mecanizadas ou blindadas são, por sua mobilidade, as mais adequadas aconduzir ações ofensivas contra tropas infiltradas.

 j .Defesa anticarro 

O carro de combate continua sendo a arma decisiva no campo de batalha. O empregoapropriado das armas anticarro constitui, cada vez mais, uma séria ameaça aos blindados.

Page 137: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 137/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

43/44 

 A missão principal dos meios anticarro é o engajamento das forças blindadas inimigas.Quando não há a ameaça de blindados, eles podem ser empregados em missões secundárias,proporcionando apoio de fogo contra casamatas e posições de armas coletivas.

Para o apropriado emprego das armas AC, devem ser levados em consideração osseguintes aspectos, entre outros: localização das armas, apropriadas técnicas de movimento,controle de fogo, comando e controle e apoio logístico.

COMANDO E CONTROLE DAS ARMAS AC - os meios AC podem ser empregadoscentralizados ou descentralizadamente. As formas normais de emprego são:

- ação de conjunto;- apoio direto;- reforço.

Em operações centralizadas, tais como o ataque coordenado e operações defensivas, a

forma mais normal é a ação de conjunto; entretanto as situações com características especiaispodem levar ao emprego dos meios anticarro sob a forma de reforço.

Em operações descentralizadas, tais como a marcha para o combate, aproveitamento doêxito e movimentos retrógrados, os meios anticarro, normalmente, são empregados em reforço àspeças de manobra; entretanto esses meios podem ser empregados até mesmo em ação deconjunto.

EMPREGO DOS MEIOS AC - a concepção do emprego dos meios AC contra um ataquecompreende a integração de todos os meios à disposição, incluindo mísseis, canhões AC, carrosde combate, minas, apoio de artilharia, engenharia, helicópteros anticarro e apoio aéreo.

Dentro da concepção do emprego das armas anticarro, destacam-se os seguintesprincípios:

- explorar as vantagens proporcionadas pelo terreno;- proteger as armas AC;- apoio mútuo;- canalizar os inimigos blindados.

Caso nossas forças disponham de uma grande densidade de armas AC, as seguintescontra-medidas provavelmente serão tomadas pelo Ini:

- utilização das cobertas e abrigos proporcionadas pelo terreno;- movimento durante períodos de reduzida visibilidade, tais como nevoeiros ou cortinas

de fumaça;- fogos de artilharia, inclusive fumígenos, contra posições de lançamento conhecidas ouprováveis;

- o emprego de tiros diretos de canhões ou armas automáticas.

 A região selecionada pelo defensor, onde a tropa Ini, com sua Mbld restringida peloterreno e pelo sistema de barreiras é engajada pelo fogo ajustado, simultâneo e concentrado detodas as armas da defesa, chama-se Área de Engajamento.

EMPREGO DOS MEIOS AC NAS ÁREAS DE DEFESA - os meios anticarro sãolargamente utilizados pelas forças de segurança e permitem infligir ao Ini um grande número debaixas.

Para o emprego em sua missão normal, a força que mobiliar os PAC não necessitará demais meios anticarro do que os existentes no escalão batalhão, mas poderá receber reforço dearmas anticarro em função, particularmente do Ini e do terreno.

Page 138: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 138/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DO COMBATE DEFENSIVO ______________________________________________________________________________

44/44 

Quando os PAC forem mobiliados por tropas de cavalaria, será normal reforçá-las commísseis anticarro, a fim de proporcionar-lhes um maior alcance do fogo anticarro.

Na análise do setor defensivo, devem ser consideradas as vias de acesso favoráveis ablindados, as prováveis áreas de engajamento e a localizações das armas AC.

 As armas anticarro são dispostas de forma a otimizar seus fogos sobre uma área dedestruição e sobre as vias de acesso. Podem ser localizadas dentro das posições defensivas ouocupando posições isoladas que apresentem bons campos de tiro e de observação.

Os mísseis devem ser empregados aos pares (por seção), a fim de cobrir continuamenteum determinado setor de tiro. O emprego isolado só se justifica quando absolutamente necessárioao cumprimento da missão.

* * * 

Page 139: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 139/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

1/24

VOLUME I - 4ª PARTE  – FUNDAMENTOS DO COMBATE OFENSIVO

ÍNDICE DOS DOCUMENTOS

Nr Doc TÍTULO ANEXOS

1 FICHA DE ORIENTAÇÃO2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS Op OFENSIVAS3 TIPOS DE Op OFENSIVAS4 AÇÕES TÁTICAS5 MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

* * *

Page 140: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 140/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

2/24

Doc Nr 1

FICHA DE ORIENTAÇÃO

1.1 FINALIDADE1.1.1 Orientar o estudo do oficial aluno e a sequência a ser seguida na realização do exercício.  

1.2 OBJETIVO1.2.1 Interpretar os fundamentos e os conceitos básicos das operações ofensivas.  

1.3 ESTUDO1.3.1 Rever os conhecimentos relativos ao escalão Unidade. 1.3.2 Estudar todos documentos desde compêndio. 

1.4 TEMPO ESTIMADO1.4.1 Estima-se em 16 horas o tempo necessário ao estudo recomendado. 

1.5 REFERÊNCIA1.5.1 C 2-1 - Emprego da Cavalaria - EME/99.1.5.2 C 2-30 - Brigada de Cavalaria Mecanizada - EME/2000. 1.5.3 C 7-20 – Batalhões de Infantaria – EME/03 1.5.4 C 7-30 - Brigadas de Infantaria - EME/84. 1.5.5 C 7-1 - Emprego da Infantaria – EME/84. 1.5.6 EB20-MF-10.103 - Operações. 1.5.7 EB20-MF-10.102 – Doutrina Militar Terrestre. 1.5.8 EB20-MC-10.301 – FTC nas Operações Militares. 

1.5.9 MD35-G-01 – Glossário das Forças Armadas. 

* * *

Page 141: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 141/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

3/24

Doc Nr 2

CONSIDERAÇÕES SOBRE A OFENSIVA

2.1 NOTA

2.1.1 Os assuntos serão tratados de modo teórico neste documento, pois a finalidade primeira éfamiliarizar os futuros alunos com a terminologia e os princípios aplicados às operações. 

2.2 FINALIDADE

2.2.1 A finalidade das operações ofensivas é uma ou mais das seguintes: - destruir as forças inimigas;- privar o inimigo dos recursos essenciais;- conquistar áreas ou pontos importantes do terreno;- obter informações sobre o inimigo;- desviar a atenção do inimigo de outras áreas.

2.3 TIPOS

Uma operação ofensiva pode ser classificada em um dos seguintes tipos: - marcha para o combate;- reconhecimento em força;- ataque;- aproveitamento do êxito;- perseguição.

2.4 CONSIDERAÇÕES BÁSICAS2.4.1 FATORES CONDICIONANTES 

 As considerações básicas da ofensiva ou de qualquer outra operação militar estão relacionadascom os clássicos fatores da decisão - missão, terreno e condições meteorológicas, inimigo, meios,tempo e considerações civis.

2.4.1.1 Missão 

2.4.1.1.1 A missão é prescrita pelo escalão superior, contendo os principais aspectos que nor-teiam as ações daquele escalão, no contexto do movimento e manobra por ele idealizados.

2.4.1.1.2 Logo após receber a missão e, antes mesmo de proceder a sua análise, o Coman-dante reúne as informações já disponíveis para o cumprimento da mesma. 

2.4.1.1.3 O comandante, de posse de todas as informações disponíveis, confronta-as com oplano e o conceito da operação do escalão superior, e orienta o seu Estado-Maior para a aná-lise da missão. O Estado-Maior, após análise, propõe ao comandante um novo enunciado damissão. Após a aprovação do novo enunciado pelo comandante, este baixa sua diretriz deplanejamento. 

2.4.1.1.4 A missão pode ser atribuída de forma minuciosa e rica em detalhes ou, simplesmen-

te, pela finalidade. O modelo a ser adotado entre uma e outra forma dependerá da situação,da missão e da personalidade do Comandante. 2.4.1.1.5 Para a análise da missão, o comandante deve expressar, oralmente ou por escrito, a

Page 142: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 142/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

4/24

sua intenção e assegurar-se de que o Estado-Maior tenha ciência da intenção dos comandan-tes de dois escalões acima. 

2.4.1.2 Inimigo 

2.4.1.2.1 O inimigo, em face de cada situação apresentada, deve ter o seu estudo orientadopara o dispositivo, composição, valor, peculiaridades e deficiências do oponente que poderãoinfluir, favorável ou desfavoravelmente, no seu poder de combate. Essas peculiaridades edeficiências são obtidas por meio da análise integrada da situação do inimigo na operação emestudo e do conhecimento anterior, disponível em bancos de dados, referentes à sua estrutu-ra organizacional, doutrina de emprego, modo de atuar em condições ambientais diversifica-das, personalidades de seus principais comandantes, meios disponíveis, dentre outros aspec-tos. 

2.4.2.1.2 O levantamento das peculiaridades e deficiências servirá de base para a determina-

ção das vulnerabilidades do inimigo, bem como auxiliará quando da análise das LA. As vulne-rabilidades do inimigo devem ser exploradas pelos escalões considerados, superior e subor-dinado, devendo ser alvo de estudo pormenorizado pela Inteligência. 

2.4.1.3 Terreno e Condições Meteorológicas 

2.4.1.3.1 O estudo do Terreno e das Condições Meteorológicas está condicionado à missão e aoescalão considerado. Nos mais altos escalões, é realizado por meio do Levantamento Estratégicode Área (LEA), desde o tempo de paz, e mantido constantemente atualizado. Esse levantamentoconstitui a base dos estudos dos Comandantes Operacional e da FTC e traz consigo o estudogeográfico militar do TO/A Op, que é de particular importância para os comandantes operacional e

táticos. 2.4.1.3.2 Nos escalões menores, o estudo do terreno e das condições meteorológicas é realizadopor meio da análise detalhada das condições de observação e campos de tiro, das cobertas eabrigos, dos obstáculos que restringem ou impedem o movimento, dos acidentes capitais, doscorredores de mobilidade, das vias de acesso e das condições meteorológicas locais. Como con-clusão, são levantados os efeitos de todos esses fatores sobre as nossas operações e as do 

2.4.1.4 Meios 

2.4.1.4.1 As Operações Terrestres vale-se dos meios materiais e morais, que vão desde o empre-go de tropas adequadamente adestradas, em um ambiente interarmas, e instrumentos da mais

avançada tecnologia até a atividade de informar e influenciar públicos-alvo selecionados. 2.4.1.4.2 Na análise realizada, o planejamento deve avaliar as necessidades decorrentes do estu-do dos demais fatores. Após o confronto entre as capacidades necessárias e as disponíveis, de-vem ser feitos os reajustamentos necessários no planejamento, adequando-o à realidade e levan-do-se em conta as eventuais peculiaridades, deficiências e vulnerabilidades do inimigo. É neces-sário considerar que as operações de vulto exigem as capacidades conjuntas, o que implica naintegração das forças singulares. 

2.4.1.4.3 Desde os escalões mais baixos, devem ser analisados, dentre outros, os seguintes as-pectos: a) a natureza e características da tropa a ser organizada para o combate;

b) as capacidades e as condições de mobilidade estratégica e de movimento e manobra tática; ec) as informações disponíveis sobre a logística, englobando todas as suas funções, e as possibili-dades de sustentar as operações. 

Page 143: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 143/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

5/24

2.4.1.5 Tempo 

2.4.1.5.1 Embora o fator tempo tenha estado sempre presente no Exame de Situação e nas

considerações para a tomada de decisão, o advento de meios de combate cada vez maismodernos, com melhora sensível na mobilidade, na rapidez e na aquisição de alvos, maximi-zou o conceito de agir com oportunidade. Não basta planejar bem, o desencadeamento das ações deve acontecer no tempo oportuno.

2.4.1.5.2 Nas operações defensivas, por exemplo, o tempo é fator fundamental na ocupaçãoda posição, na organização do terreno, na instalação de obstáculos, na criação de áreas deengajamento, no planejamento dos fogos, no escalonamento da defesa em profundidade enos treinamentos de contra-ataques. A fim de ganhar o tempo mínimo necessário para taisações, os escalões mais elevados valem-se de forças de segurança.  

2.4.1.5.3 Nas operações ofensivas, o fator tempo é também de importância decisiva para quea ação ocorra antes que o inimigo organize adequadamente sua defesa ou seja reforçado. Édecisivo, por exemplo, quando a missão do escalão superior impõe a abertura do prossegui-mento ou outra ação qualquer em um prazo restrito, de maneira a garantir, com o mínimo deperdas, o sucesso da operação como um todo. 

2.4.1.5.4 Em ambos os casos, deve-se levar em conta que o prazo para planejamento eemissão das ordens de cada escalão deve permitir, também, ao escalão subordinado o temponecessário para as consequentes ações, tais como: o planejamento e distribuição de ordens;a realização de reconhecimentos; o desencadeamento da ação; dentre outras. A função deComando e Controle, dotada de altas tecnologias, é essencial para acelerar o processo deci-

sório, obtendo vantagens significativas sobre o oponente. 

Page 144: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 144/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

6/24

2.4.1.5.5  Além disso, a correta administração do tempo tornou-se imprescindível para a sin-cronização das ações nos momentos e locais decisivos, de modo a obter sinergia nas ações eo máximo benefício do emprego coordenado dos meios. Por esse motivo, durante a Análisedas Linhas de Ação opostas (jogo da guerra), o Estado-Maior deve preocupar-se em sincroni-

zar as ações a partir da hora e local em que se deseja um determinado efeito, calculando osprazos e providências, retroativamente, a partir desse evento. Normalmente, o efeito de açõessimultâneas será maior do que se as mesmas ocorressem sucessivamente. 

2.4.1.5.6 Finalmente, os Comandantes em todos os escalões tirarão o máximo efeito do tem-po, acelerando seu trabalho de comando e seu ciclo de decisão, realizando ataques de opor-tunidade, aproveitando o êxito de suas próprias ações, produzindo mais ação em menos tem-po, e deixando o oponente na situação de somente poder reagir às suas decisões, em prazoscada vez mais curtos. 

2.4.1.6 Considerações Civis 

2.4.1.6.1 As Considerações Civis tornaram-se mandatórias como fator preponderante da de-cisão, juntamente com a Missão, o Terreno e Condições Meteorológicas, o Inimigo, os Meiose o Tempo. A importância que as operações no nível tático têm recebido no “Espaço de Bat a-lha”, mesmo as empreendidas por frações elementares, deve-se à imediata repercussão queessas ações podem produzir nas sociedades e, consequentemente, na Expressão Política deum país. 

2.4.1.6.2 Novas capacidades têm sido requeridas na formulação de soluções aos problemasmilitares. As operações militares realizadas no amplo espectro dos conflitos, normalmente,desencadeadas em áreas humanizadas, induzem à preponderância do terreno humano do

Espaço de Batalha que, de forma crescente, tem tido o seu protagonismo ressaltado. 2.4.1.6.3 A opinião pública, aliadas a algumas capacidades requeridas no ambiente operacio-nal contemporâneo, tais como as Operações de Informação (Op Info) e o espaço cibernético,que sempre foram consideradas, especialmente nos níveis político e estratégico, passam aser um objetivo a ser conquistado, também nos níveis operacional e tático. 

2.4.1.6.4 Acresce-se a isso a importância que as operações do nível tático ou mesmo empre-endidas por frações elementares têm recebido no Espaço de Batalha contemporâneo, consi-derando a possibilidade de atos isolados, realizados por pequenos grupos ou até mesmo poriniciativas individuais, repercutirem imediatamente nos níveis estratégico e político. 

2.4.1.6.5 Tal fato tem trazido reflexos na forma de empregar forças militares, pois há um evi-dente achatamento dos níveis decisórios. Observa-se que o nível político da guerra aproxi-mou-se do nível tático. Sem atribuir a devida relevância às Considerações Civis, corre-se orisco de o Estado Final Desejado (EFD) não ser alcançado. 

2.4.1.6.6 Outro aspecto significativo relacionado às Considerações Civis são as questões jurí-dicas, que se aplicam à considerável parcela das operações militares. A legitimidade, no am-biente operacional contemporâneo, é um dos princípios mais importantes em relação ao apoiointerno e/ou internacional. 

2.5. CONCEPÇÃO GERAL DA OFENSIVA

2.5.1  As Operações Ofensivas (Op Ofs) são operações terrestres agressivas nas quais pre-

Page 145: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 145/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

7/24

dominam o movimento, a manobra e a iniciativa, com a finalidade de cerrar sobre o inimigo,concentrar um poder de combate superior, no local e momento decisivo, e aplicá-lo para des-truir suas forças por meio do fogo, do movimento e da ação de choque e, obtido sucesso,passar ao aproveitamento do êxito ou à perseguição. 

2.5.2 Em que pese o caráter decisivo das Operações Ofensivas diante de um oponente quese concentra para engajar-se em combate, as dimensões humana e informacional do ambien-te operacional e os conflitos contemporâneos demonstram a tendência de os confrontos se-rem caracterizados prevalentemente por combates em terrenos humanizados  – ou seja, nãoapenas em cidades, mas em áreas com a ostensiva presença de civis. Admite-se, também,que, mesmo nos conflitos de alta intensidade, haja uma razoável gama de relevantes atoresatuando em um espaço que vai além do campo de batalha.  

2.6 FINALIDADES DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS

2.6.1 A ofensiva é o modo decisivo de empregar a força militar no campo de batalha para im-por a nossa vontade sobre o inimigo que se concentra para o combate de alta intensidade,representando o melhor caminho para obter-se a vitória. As operações ofensivas visam aocumprimento de uma ou mais das seguintes finalidades: a) destruir forças inimigas; b) conquistar áreas ou pontos importantes do terreno que permitam obter vantagens para fu-turas operações; c) obter informações sobre o inimigo, particularmente sobre a situação e poder de combate, eadquirir ou comprovar dados referentes ao terreno e às condições meteorológicas; d) confundir e distrair a atenção do inimigo sobre o esforço principal, desviando-o para outrasáreas; 

e) antecipar-se ao inimigo para obter a iniciativa, aproveitando qualquer oportunidade que seapresente, por fugaz que seja, negando-lhe qualquer tipo de vantagem; f) fixar o inimigo, restringindo-lhe a liberdade de movimentos e manobra mediante diferentesesforços e apoios de fogo com o objetivo de permitir concentrar o máximo poder de combatesobre ele no ponto selecionado; g) privar o inimigo de recursos essenciais com os quais sustente suas ações, realizando ativi-dades e operações em profundidade que lhe neguem a liberdade de ação e interrompam acoerência e o ritmo de suas operações; e h) desorganizar o inimigo mediante ataques sobre aqueles meios ou funções de que sejamessenciais para gerar e empregar coerentemente seu poder de combate. 

2.7 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS

2.7.1 O comandante visualiza operações ofensivas em termos de tempo e espaço. O seuExame de Situação indica a melhor combinação dos fatores que oferecem maiores possibili-dades de sucesso. Esse exame inclui, também, uma avaliação dos elementos pertinentes aopoder de combate. As principais características das Operações Ofensivas estão relacionadasaos seguintes fundamentos: a) manutenção do contato; b) esclarecimento da situação; c) exploração das vulnerabilidades do inimigo; d) controle dos acidentes capitais do terreno; 

e) iniciativa; f) neutralização da capacidade de reação do inimigo; g) fogo e movimento; 

Page 146: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 146/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

8/24

h) impulsão; i) concentração do poder de combate;  j) aproveitamento do êxito; e k) segurança. 

2.7.1.1 Manter o contato - Ação tática genérica cuja finalidade é impedir que o inimigo rompao contato. (MD 35-G-01 Glossário das Forças Armadas) 

2.7.1.2 Esclarecer a situação - Quando o contato com o inimigo é estabelecido ou um obstá-culo é encontrado, a situação deve ser esclarecida rapidamente. A localização, o valor, acomposição e o dispositivo do inimigo são determinados e um esforço especial é realizadopara determinar os flancos da posição inimiga.De acordo com a missão, o Cmt deve rapida-mente decidir se deve atacar ou desbordar a resistência inimiga. (C2-30 Brigada de CavalariaMecanizada) 

2.7.1.3 Princípio da Exploração  – Faz-se um paralelo do fundamento exploração das vulne-rabilidades do Ini como o Princípio de Guerra da Exploração que se define da seguinte forma:caracterizado pela intensificação das ações ofensivas para ampliar o êxito inicial, sempre quefor obtido um sucesso estratégico ou tático, ou houver evolução favorável na situação. A apli-cação  desse princípio dependerá de julgamento com base em informações confiáveis, deconsistente experiência e de apreciável grau de controle sobre a situação a fim de evitar odesvio do objetivo perseguido pelo escalão mais alto. A exploração permite tirar vantagem deoportunidades e, consequentemente, empregar as forças em toda extensão de sua capacida-de, obtendo efeitos desejados que poderão facilitar a consecução do propósito final. (MD 35-G-01 Glossário das Forças Armadas) 

2.7.1.4  Controle dos acidentes capitais do terreno  – É de vital importância a análise doterreno e a seleção dos objetivos decisivos, tanto que, no Exame de Situação, Anexo “A” -Memento do Exame de Situação, do EB20-MC-10.211 – Processo de Planejamento e Conduçãode Operações Militares, na montagem das L Aç é necessário a seleção do objetivo decisivo ( MD35-G-01 Glossário das Forças Armadas)  – Objetivo uja conquista facilita o cumprimento damissão, não estando, necessariamente, entre os objetivos finais recebidos por um escalãoconsiderado.

2.7.1.5 Iniciativa - A iniciativa é mantida pela contínua aplicação do poder de combate contraos pontos fracos do inimigo ou aqueles que melhor contribuírem para o cumprimento da mis-são. Estimula-se a iniciativa por meio de ações ofensivas contra frentes vulneráveis, negando

ao inimigo a oportunidade de reorganizar suas forças, e pela continuidade das operações du-rante a noite e sob condições de reduzida visibilidade.(C2-30 Brigada de Cavalaria Mecani-zada)

2.7.1.6 Neutralização da capacidade de reação do inimigo  – Pode-se tirar uma conclu-são deste conceito ao analisarmos o conceito de neutralizar  - Produzir, temporariamen-te, um certo grau de dano às forças, equipamentos, bases ou meios de apoio logístico doinimigo, de modo a tornar as suas operações ineficazes ou incapazes de interferir numadeterminada operação. (MD 35-G-01 Glossário das Forças Armadas) 

2.7.1.7 Fogo e Movimento  – Podemos entender este conceito com a análise de cada uma

das ações. Primeiramente o conceito de fogos - conjunto de atividades, tarefas e sistemasinter-relacionados que permite o emprego coletivo e coordenado de fogos cinéticos orgânicosda Força ou conjuntos, integrados pelo processo de planejamento e coordenação de fogos; e

Page 147: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 147/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

9/24

o conceito de movimento - é o deslocamento ordenado de forças visando ao cumprimento deuma missão, em condições nas quais não se prevê interferência do oponente. Logo, é a si-nergia e integração dos fogos com o movimento que o colocam com a importância de um fun-damento. 

2.7.1.8 Impulsão  – é a manutenção da iniciativa e o ritmo do ataque, tomando sempre asações antes do inimigo, de tal forma que a nossa vontade prevaleça. 

2.7.1.9 Concentração do poder de combate – mistura-se com o princípio de guerra da mas-sa que compreende a concentração de forças para obter a superioridade decisiva sobre oinimigo, com qualidade e eficácia, no momento e local mais favorável às ações que se têmem vista, com capacidade para sustentar esse esforço, enquanto necessário. A aplicaçãodesse princípio permite que forças, numericamente inferiores, obtenham superioridade decisi-va no momento e local crítico. 

2.7.1.10 Aproveitamento do Êxito - Confunde-se com a própria definição da operação ofen-siva que se segue a um ataque bem sucedido e que, normalmente, tem início quando a forçainimiga encontra-se em dificuldades para manter suas posições, visando anular sua capaci-dade de reorganizar-se ou de realizar um movimento retrógrado. 

2.7.1.11 Segurança  – Integralmente ligado ao Princípio de Guerra Segurança - Consiste nasmedidas essenciais à liberdade de ação e à preservação do poder de combate necessário aoemprego eficiente da F Ter, tendo por finalidades: negar ao inimigo o uso da surpresa e domonitoramento; impedir que ele interfira de modo decisivo, em nossas operações; e restringir-lhe a liberdade de ação nos ataques a pontos sensíveis de nosso território ou de nossas for-ças. Nunca permita que o inimigo obtenha uma vantagem inesperada. 

2.7.2 As operações ofensivas táticas, normalmente, expõem o atacante, exigindo superiorida-de de poder de combate no local selecionado para a ação. Esse fato, e a necessidade decontar com forças disponíveis para aproveitar o êxito, implicam aceitar riscos em outras par-tes não selecionadas da frente. O comandante deve obter superioridade relativa de combateesmagadora em seu ataque principal, a fim de destruir o inimigo no momento e local escolhi-do. 

2.7.3 Na frente selecionada, o comandante deve evitar a parte mais forte do dispositivo inimi-go, atraí-lo para fora de suas posições defensivas, isolá-lo de suas linhas de suprimento e

forçá-lo a lutar numa direção não planejada e em terreno não preparado para a defesa. Agin-do dessa maneira, o inimigo ficará exposto e o princípio da surpresa será favorável ao atacan-te. Sempre que for possível, deve-se procurar atuar sobre o flanco e a retaguarda do inimigo.Somente em situações excepcionais devem ser realizadas manobras frontais. 

2.7.4 O poder de combate da força que realiza uma operação ofensiva não será aplicado so-mente sobre as forças inimigas em contato, mas também em toda a profundidade de seudesdobramento, exercendo assim uma ameaça permanente e substancial diante daquela queo inimigo deva responder, forçando-o desta forma a reagir em vez de tomar a iniciativa. 

2.7.5 Em algumas situações, não será imprescindível uma superioridade total de meios, masuma concentração correta das capacidades de combate que proporcionem vantagem no localadequado e no momento oportuno para que os resultados de sua aplicação sejam decisivosem relação à finalidade a que se pretende. 

Page 148: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 148/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

10/24

2.7.6 Alcançar a Superioridade de Informações, principalmente mediante o uso de meios comalta tecnologia agregada, permitirá conhecer e dominar o que acontece no campo de batalha,condição básica para obter-se a desejada vantagem, ao mesmo tempo em que se aumenta aproteção das nossas forças. 

2.7.7 Normalmente, as partes importantes do terreno são designadas como objetivos; todavia,forças oponentes podem ser escolhidas como tal. A destruição da capacidade de combate deum adversário é custosa e pode inclusive chegar a ser contraproducente, pois o interesse éderrotá-lo, não sendo o inimigo um fim em si mesmo. O êxito será obtido no momento em quese consiga neutralizar a sua vontade de resistência com as menores perdas amigas possí-veis. 

2.7.8 O combate em áreas urbanizadas vem adquirindo cada vez maior importância nas ope-rações ofensivas, pelas condicionantes impostas pelas áreas construídas e pelas dificuldadesde emprego eficaz de meios com alta tecnologia agregada, especialmente os meios de inteli-

gência, vigilância e reconhecimento, o que faz prever uma crescente utilização dessas áreas,em especial por parte de um adversário mais fraco. 

2.7.9 Nas operações ofensivas, os resultados mais decisivos são alcançados por forças po-tentes e altamente móveis. Os confrontos tendem a ser continuados, podendo prolongar-sepor grande período de tempo, mantendo o inimigo sob pressão contínua e apresentando-lhepoucas opções. Por esse motivo, o comandante deve planejar sua operação como de longaduração, com reduzidos espaços de tempo para descanso. 

2.7.10  As ações ofensivas são parte importante das operações defensivas. Uma força queadota uma atitude defensiva pode atacar para desorganizar uma ação ofensiva iminente do

inimigo (contra-ataque de desorganização), ganhando tempo e obtendo informações; se essecontra-ataque revelar fraquezas no dispositivo inimigo, essas devem ser imediatamente ex-ploradas, dando início a uma operação ofensiva. Tais ações inspiram audácia, fortalece o es-pírito de corpo e motiva o combatente. 

* * *

Page 149: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 149/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

11/24

Doc Nr 3TIPOS DE OPERAÇÕES OFENSIVAS 

3.1 TIPOS DE OPERAÇÕES OFENSIVAS 

3.1.1 As Operações Ofensivas, em que pese o seu caráter decisivo diante de um inimigo quese concentra para o combate de alta intensidade, normalmente estarão combinadas com ou-tras atitudes e tarefas das Operações no Amplo Espectro, considerando o ambiente operacio-nal e as características dos conflitos contemporâneos, nos quais os combates são prevalen-temente em áreas humanizadas. 

3.1.2 Os tipos de operações ofensivas, caracterizados pelas finalidades específicas que bus-cam, são: a Marcha para o Combate, o Reconhecimento em Força, o Ataque, o Aproveita-mento do Êxito e a Perseguição, apresentados a seguir. 

3.1.2.1 Marcha para o Combate 

3.1.2.1.1. A Marcha para o Combate é uma marcha tática na direção do inimigo, com a finali-dade de obter ou restabelecer o contato com o mesmo e/ou assegurar vantagens que facili-tem operações futuras. O melhor aproveitamento do dispositivo no momento do contato é ob-tido pela apropriada organização da força para o combate e pela manobra dos seus compo-nentes. Esse tipo de operação ofensiva é executado agressivamente para se apossar do ob- jetivo antes que o inimigo possa reagir. 

3.1.2.2 Reconhecimento em Força 

3.1.2.2.1 O Reconhecimento em Força é uma operação de objetivo limitado, executada poruma força ponderável, com a finalidade de revelar e testar o dispositivo e o valor do inimigoou obter outras informações. 

3.1.2.3 Ataque 

3.1.2.3.1 A finalidade do ataque é derrotar, destruir ou neutralizar o inimigo. A diferença entreos tipos de ataque reside no tempo disponível ao comandante e seu estado-maior (EM), parao planejamento, a coordenação e a preparação antes da sua execução. Divide-se em Ataquede Oportunidade e Ataque Coordenado. a) O ataque de oportunidade pode ser executado na sequência de um combate de encontro

ou de uma defesa exitosa. Caracteriza-se por trocar tempo de planejamento por rapidez deação. b) O ataque coordenado caracteriza-se pelo emprego coordenado da manobra e potência defogo para cerrar sobre as forças inimigas para destruí-las ou neutralizá-las. É empregado con-tra posições defensivas inimigas, necessitando de apoio aéreo. 

3.1.2.4 Aproveitamento do Êxito 

3.1.2.4.1 O Aproveitamento do Êxito é a operação que se segue a um ataque exitoso e que,normalmente, tem início quando a força inimiga se encontra em dificuldades para manter suasposições. Caracteriza-se por um avanço contínuo e rápido das nossas forças, com a finalida-de de ampliar ao máximo as vantagens obtidas no ataque e anular a capacidade do inimigode reorganizar-se ou realizar um movimento retrógrado ordenado. Das operações ofensivas,é a que obtém os resultados mais decisivos, pois permite a destruição do inimigo e de seus

Page 150: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 150/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

12/24

recursos com o mínimo de perdas para o atacante. 

3.1.2.5 Perseguição 

3.1.2.5.1  A Perseguição é a operação destinada a cercar e destruir uma força inimiga queestá em processo de desengajamento do combate ou tenta fugir. Ocorre, normalmente, logoem seguida ao aproveitamento do êxito e difere deste pela não previsibilidade de tempo elugar e por sua finalidade principal, que é a de completar a destruição da força inimiga. Por-tanto não se planeja nem se conta previamente com forças especificamente designadas paraa sua execução. Embora um objetivo no terreno possa ser designado, a força inimiga é o ob- jetivo principal. 

3.2 FORMAS DE MANOBRA DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS 

3.2.1 Nas operações ofensivas, as forças atacantes buscam obter uma vantagem sobre o

inimigo, cerrar sobre ele e destruí-lo. Selecionar a forma de manobra mais adequada é umaarte e não isenta os comandantes terrestres de riscos, pois têm de utilizar parâmetros opos-tos, tais como: velocidade frente ao tempo; largura versus profundidade; concentração frenteà dispersão; dentre outros. Trata-se, basicamente, de iludir o inimigo quanto aos seus pontosfortes e concentrar o poder de combate sobre suas vulnerabilidades. 3.2.2 O comandante pode empregar cinco formas de manobra tática nas operações ofensi-vas, a seguir discriminadas: o desbordamento, o envolvimento, a penetração, a infiltração e oataque frontal. 

3.2.2.1 Desbordamento 

3.2.2.1.1 O Desbordamento é uma manobra ofensiva dirigida para a conquista de um objetivoà retaguarda do inimigo ou sobre seu flanco, evitando sua principal posição defensiva, cor-tando seus itinerários de fuga e sujeitando-o ao risco da destruição na própria posição. 

3.2.2.2 Envolvimento 

3.2.2.2.1 No envolvimento, a força atacante contorna, por terra e/ou pelo ar, a principal forçainimiga, para conquistar objetivos profundos em sua retaguarda, forçando-a a abandonar suaposição ou a deslocar forças ponderáveis para fazer face à ameaça envolvente. O inimigo é,então, destruído em local e em ocasião de escolha do atacante. 

3.2.2.2.2 O Envolvimento difere do desbordamento por não ser dirigido para destruir o inimigoem sua posição defensiva. A força envolvente fica normalmente fora da distância de apoio dequalquer outra força terrestre atacante, devendo ter mobilidade e poder de combate suficien-tes para executar operações independentes. 

3.2.2.3 Penetração 

3.2.2.3.1 A Penetração é a forma de manobra que busca romper a posição defensiva inimiga,atravessar e desorganizar seu sistema defensivo, para atingir objetivos em profundidade. Afinalidade é romper o dispositivo do adversário, dividindo-o e derrotando-o por partes. Umapenetração, para ser bem sucedida, exige a concentração de forças superiores no local sele-

cionado para romper a defesa do adversário. É indicada quando os flancos do inimigo sãoinacessíveis, quando ele está em larga frente, quando o terreno e a observação são favorá-veis e quando se dispõe de forte apoio de fogo. 

Page 151: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 151/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

13/24

3.2.2.4 Infiltração 

3.2.2.4.1  As operações terrestres desencadeadas nos ambientes operacionais contemporâ-neos se caracterizam por serem realizadas, normalmente, em campos de batalha não linea-res, pela ênfase na destruição da força inimiga em detrimento da conquista do terreno, porserem executadas em profundidade, com velocidade e de forma continuada, priorizando asmanobras envolventes e desbordantes contra os flancos ou retaguarda do inimigo, possibili-tando o surgimento de oportunidades para o emprego de unidades leves e versáteis. 

3.2.2.4.1 A Infiltração é uma forma de manobra ofensiva tática na qual se procura desdobraruma força à retaguarda de uma posição inimiga, por meio de um deslocamento dissimulado,com a finalidade de cumprir uma missão que contribua diretamente para o sucesso da mano-bra do escalão que enquadra a força que se infiltra. 

3.2.2.5 Ataque Frontal 

3.2.2.5.1 O Ataque Frontal é uma forma de manobra tática ofensiva que consiste em um ata-que incidindo ao longo de toda a frente, com a mesma intensidade, sem que isto implique oemprego de todos os elementos em linha. Aplica-se um poder de combate esmagador sobreum inimigo consideravelmente mais fraco ou desorganizado, para destruí-lo ou capturá-lo, oupara fixá-lo numa ação secundária. 

* * * *

Page 152: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 152/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

14/24

Doc Nr 4AÇÕES TÁTICAS

4.1 AÇÕES NO ESPAÇO/TEMPO 

4.1.1 A forma como as ações táticas se relacionam no ambiente operacional pode ser descritaem termos de espaço e tempo. Conforme a localização das forças e a condução das ativida-des, pode-se categorizar as ações realizadas como ações profundas, ações aproximadas eações de retaguarda. Esta classificação é aplicável tanto em um Espaço de Batalha linearcomo em um não linear, pois expressa um senso de alcance e proximidade abrangente àsduas situações. Por exemplo, as ações iminentes podem ser consideradas ações aproxima-das (no tempo). 

4.1.2 Embora a descrição das ações em termos de espaço e tempo sugira uma vinculaçãoexclusiva com a dimensão física do ambiente operacional terrestre, o senso de alcance e pro-

ximidade, inerente a esta descrição, tem uma aplicação psicológica, que se relaciona com asdimensões humana e informacional. Por exemplo, as ações para reduzir a vontade de lutar dooponente podem ser consideradas ações profundas. 

4.1.3 Essa categorização das ações pode ser realizada em termos de horizontes de execuçãoe de planejamento. Nesse caso, as ações aproximadas ocorrem contra um oponente que vaiser enfrentado em até 48 horas, ao passo que as realizadas contra um oponente após essareferência de 48 horas podem ser consideradas profundas. 

4.1.3.1 Ações Aproximadas 

4.1.3.1.1  As ações aproximadas são conduzidas a curto alcance, em contato direto com ooponente, e em uma escala de tempo imediata. Envolvem as forças amigas em contato ou aantecipação de que o contato direto será realizado. 

4.1.3.1.2 No contexto do Conceito Operativo, as ações aproximadas incluem identificar, iso-lar/fixar, engajar e explorar. Elas podem ser decisivas, secundárias, ou de apoio a elementosem contato. Esse tipo de ação faz pleno uso de armas combinadas. 

4.1.3.1.3  As ações aproximadas são eminentemente físicas, entretanto, podem ocorrer cir-cunstâncias em que sejam realizadas ações na dimensão informacional de forma indepen-dente ou em complementação às ações físicas. 

4.1.3.2 Ações Profundas 

4.1.3.2.1 Ações profundas são as ações conduzidas contra forças ou recursos que não estãoengajados nas ações aproximadas. Elas expandem o campo de batalha no tempo de no es-paço, auxiliando na forma como são conduzidas as ações aproximadas por limitarem a capa-cidade do oponente de concentrar poder de combate e diminuírem a coerência e o ritmo dassuas operações. São conduzidas a longo alcance ou em uma escala de tempo prolongada. 

4.1.3.2.2  Apesar de poderem ser decisivas sob determinadas circunstâncias, as ações pro-fundas normalmente são auxiliares, destinadas a reduzir a eficiência do oponente. No contex-to do Conceito Operativo, as ações profundas normalmente são executadas para identificarou isolar/fixar o oponente. Ao conduzir ações profundas, em proveito das operações dos seuselementos operativos o escalão considerado aprofundará o combate. 

Page 153: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 153/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

15/24

4.1.3.2.3 Para realizar ações profundas necessita de capacidades específicas. Tais açõesnormalmente são desencadeadas com o emprego de capacidades relacionadas à(s): Opera-ções de Informação (entre as quais a Dissimulação), IRVA e Interdição.  

4.1.3.2.4 As ações profundas podem ser conduzidas nas dimensões física e informacional. Nosegundo caso, objetivam influenciar o público alvo de forma duradoura, com a utilização deOperações de Apoio à Informação (Op Ap Info) sobre as unidades inimigas, por exemplo, ou aconstrução de infraestrutura visando à estabilização de uma região, de forma permanente. 

4.1.3.3 Ações de Retaguarda 

4.1.3.3.1 As ações de retaguarda são aquelas destinadas a estabelecer e manter o poder decombate, a fim de propiciar a sua liberdade de ação para a condução das ações aproximadase profundas. As ações de retaguarda têm características majoritariamente logísticas e nor-

malmente ocorrem sem contato com o oponente. 

4.1.3.3.2 Essas ações demandam várias atividades e tarefas da Função de Combate Prote-ção, principalmente durante operações que envolvam oponentes assimétricos e não conven-cionais. No caso da área de responsabilidade, está deverá ser dividida em zonas de ação nãocontíguas e/ou não lineares, existe uma preocupação redobrada com a segurança dos eixosde suprimento e instalações logísticas. Nesse contexto, as ações de retaguarda incluem asdestinadas a proporcionar proteção da força para os elementos encarregados das atividadeslogísticas e tropas em deslocamento. 

Page 154: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 154/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

16/24

4.2 AS AÇÕES QUANTO AO SEU PROPÓSITO 

4.2.1  As ações táticas quanto ao seu propósito podem ser divididas em ações decisivas,

ações secundárias, ações de apoio e ações de proteção. Esta classificação auxilia a determi-nar como as missões dos elementos operativos estão conectadas. 

4.2.2  A conexão das ações dos elementos operativos em termos de propósito possibilita aobtenção da sinergia e a potencialização das capacidades empregadas. O Cmt identifica aação que considera decisiva e concebe outras ações ou tarefas que se destinam a auxiliar,apoiar ou proteger a execução da ação decisiva. 

4.2.3 O EM integra as tarefas durante o planejamento e as coordena durante a execução damanobra, de forma a garantir a sincronização necessária. Esta abordagem é utilizada no Pla-no/Ordem de Operações para descrever o conceito da operação, atribuindo-se missões aos

elementos de emprego, descritas por intermédio de tarefas e propósitos. 

4.2.4 Ação Decisiva 

4.2.4.1 A ação decisiva é aquela planejada para levar ao cumprimento da missão. É aquelaque o comandante seleciona como principal para conduzir ao sucesso em sua AbordagemOperativa. Ou seja, a escolha da ação decisiva e as tarefas necessárias para apoiar a suaexecução definem o Plano de Operações. 

4.2.4.2 Em algumas situações é possível que o Cmt identifique a necessidade de mais deuma ação decisiva. Nesses casos, o Cmdo deve refinar a análise, podendo optar por agrupar

as tarefas consideradas decisivas em apenas uma ou considerar algumas delas como secun-dárias, de apoio ou de proteção. Por exemplo, em determinadas operações uma simples açãodecisiva, como a destruição do inimigo cercado, pode ser possível, ao passo em que em ou-tras situações a caracterização da ação decisiva será mais complicada, como obter o estadode segurança em uma comunidade, por exemplo. 

4.2.4.3 A execução da ação decisiva é uma das fases do Processo Operativo. Essa fase nãose resume à ação decisiva apenas, mas ao conjunto de ações secundárias, de apoio e deproteção que a viabilizam. Ela também está relacionada com o Conceito Operativo, sendoexecutada por intermédio do engajamento do oponente ou pela exploração de uma oportuni-dade. 

4.2.5 Ações Secundárias 

4.2.5.1 As ações (ou tarefas) secundárias criam ou preservam as condições necessárias parao sucesso da ação decisiva, antes, durante e depois da sua execução. Tais condições relaci-onam-se com o oponente, o ambiente operacional ou com a própria FTC (ou seus elementosoperativos). 

4.2.5.2 A economia de meios é um das razões para a execução dessas ações. Elas permitema concentração de poder de combate no tempo e no espaço, conforme as necessidades daação decisiva. 

4.2.5.3 Normalmente envolvem as seguintes atividades: emprego de fogos, ações para influ-enciar a percepção do oponente e/ou da população, alterações no ambiente físico (como a

Page 155: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 155/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

17/24

destruição de infraestrutura) e o engajamento dos meios do oponente a fim de dispersar o seupoder de combate. 

4.2.6 Ações de Apoio 

4.2.6.1 As ações de apoio não se restringem às relacionadas às tarefas de apoio logístico eapoio ao combate. Nelas são executadas todas as atividades e tarefas necessárias para con-duzir as ações decisivas, secundárias e de proteção. Entre essas ações estão, por exemplo, arecepção de tropas na área de responsabilidade da FTC; a manutenção de reservas e/ou for-ças em escalão para apoiar as ações decisivas e auxiliares, se necessário; o estabelecimentode bases de operações; entre outras. 

4.2.6.2 O que as diferencia das ações secundárias ou decisivas é o fato de terem o seu focovoltado para as forças amigas, ao passo que as últimas têm como foco as forças oponentesou condições específicas. 

4.2.7 Ações de Proteção 

 As ações de proteção são as destinadas a preservar as capacidades da FTC, possibilitando oseu emprego conforme o planejado. Consistem de medidas ativas para neutralizar uma ame-aça e medidas defensivas como guarda de instalações, dispersão e camuflagem. 

4.3 DEFINIÇÃO DE ESFORÇO 

4.3.1 Um dos elementos fundamentais para o êxito das operações da FTC é a unidade de

esforços entre os seus elementos de emprego. Para obtê-la, o Cmt FTC define a ação táticaque ele julga prioritária em cada uma das fases da operação, refletindo esta prioridade naalocação de recursos. Ou seja, o Cmt FTC elege o esforço principal, o qual tem prioridadesobre os demais, esforços ditos secundários. 

4.3.2 Esforço Principal 

4.3.2.1 O esforço principal é caracterizado pelo elemento de emprego que, em um dado mo-mento, cumpre a missão considerada crítica para o sucesso da operação como um todo.Normalmente este elemento de emprego recebe um peso maior na distribuição de capacida-des, uma vez que a designação do esforço principal prioriza temporariamente a alocação de

recursos e de apoio com vistas à obtenção do êxito. 

4.3.2.2 O esforço principal em uma operação pode ser alterado a qualquer momento, confor-me a fase ou estágio da operação planejada ou em razão da evolução da situação. Todavia,não é possível manter mais de um esforço principal por vez. 

4.3.2.3 A ação decisiva, quanto ao seu propósito e considerado o contexto das ações táticasda FTC, sempre será o esforço principal quando estiver sendo executada. Contudo, as açõessecundárias, de apoio ou de proteção também poderão ser o esforço principal em momentosque antecedem ou sucedem a execução da ação decisiva. Nessas oportunidades, tais açõesobjetivam o estabelecimento das condições necessárias à realização da ação decisiva ou

manutenção dos seus efeitos, respectivamente. 4.3.3 Esforço Secundário 

Page 156: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 156/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

18/24

4.3.3.1Todas as demais ações realizadas pela FTC em um dado momento, que não estãoenquadradas no esforço principal, constituem o esforço secundário. 

4.3.4 Reserva 

4.3.4.1  A reserva é o Elemento de Emprego mantido sob o controle direto da FTC a fim defazer face ao inesperado, proporcionando ao Cmt FTC a capacidade de influenciar no comba-te, de explorar oportunidades e responder às ações oponentes que coloquem em risco a ope-ração. Ela proporciona flexibilidade e equilíbrio ao Cmt, que deve procurar restabelecê-la oquanto antes, caso ela seja comprometida. 

4.3.4.2 O valor e a natureza da reserva variam em função da operação que está sendo execu-tada pela FTC e das informações disponíveis acerca do oponente. Em operações nas quais

preponderem ações de Apoio a Órgãos Governamentais, é possível que a FTC opere semreserva, ao passo que em operações nas quais o nível de informações acerca do oponente éinsuficiente, convém que sejam mantidas forças significantes em reserva. 

Page 157: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 157/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

19/24

Doc Nr 5 

MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

5.1 GENERALIDADES

5.1.1  Para uma efetiva aplicação do poder de combate, é essencial uma eficiente coordenaçãoatravés de todos os escalões de comando. A coordenação e o controle são facilitados pelo em-prego das medidas de coordenação e controle. A seguir são apresentadas algumas medidas decoordenação e controle que um comandante pode empregar em uma operação ofensiva:  

- objetivo;

- zonas de ação - limites;- linha de partida;- hora de ataque;- zona de reunião;- direção de ataque;- posição de ataque;- eixo de progressão;- linha de controle;- ponto de controle;- ponto de coordenação;- região de destino.

5.1 OBJETIVO

5.1.1 Elemento tangível, material (força, região, instalação, população, etc), em relação ao qual sevai operar para obter determinado efeito. 

5.1.2 Normalmente, os objetivos são acidentes capitais de terreno. Entretanto, no aproveitamentodo êxito e na perseguição, as forças inimigas podem ser designadas como objetivos.  

5.1.3 Um objetivo deve ter as seguintes características - ser facilmente identificável;- facilitar a destruição ou captura do inimigo; e- estar dentro das possibilidades da força que o receber.

5.1.4  Objetivo decisivo - É aquele cuja conquista melhor contribua para o cumprimento da mis-são, tornando insustentável a condução, pelo Ini, do combate defensivo em profundidade. Para oobjetivo decisivo, que não estará, necessariamente, entre os objetivos finais, deverá ser orientado,invariavelmente, o ataque principal do escalão considerado. 

5.1.5 Objetivo intermediário - É aquele cuja conquista auxilia concretamente o cumprimento da

missão, ajuda na conquista do objetivo final e/ ou facilita o controle das forças de manobra. Nor-malmente, os fatores que aconselham a marcação de objetivos intermediários são: 

- necessidade de coordenação (mudança de direção, mudança de dispositi-

Page 158: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 158/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

20/24

vo, ritmo da operação, reorganização do escalão do ataque, centralização ou descentralização deoperações, regulação de manobra e o faseamento da operação); 

- necessidade de segurança.

5.1.6 O objetivo final é aquele que caracteriza o cumprimento da missão. 

5.1.7 A força que conquista um objetivo deve considerar sua missão futura ao definir que disposi-tivo adotar na área do mesmo. Contudo, certas medidas que independem dessa futura missão sãoadotadas, tais como o lançamento de patrulhas à frente, para realizar reconhecimentos e manter ocontato com o inimigo, o estabelecimento de postos de observação e a instalação dos elementosde apoio de fogo para fazerem face a possíveis contra-ataques inimigos, para auxiliarem a defesaanticarro e rápida organização da unidade. Assim, se a brigada, por exemplo, tem como missãoprosseguir ou ficar em condições de prosseguir, o dispositivo deve comportar um mínimo de ele-mentos em posição. Se por outro lado, a brigada recebe a missão de manter o objetivo conquista-do ou de apoiar uma ultrapassagem, o dispositivo é eminentemente defensivo, com a maioria deseus meios à frente e em posição. 

5.2 ZONA DE AÇÃO  – LIMITES 

5.2.1 Zona de ação 

5.2.1.1 Zona de ação é uma faixa do terreno que delimita uma área e espaço aéreo correspon-dente, com a finalidade de atribuir-se responsabilidades operacionais a determinada força. A zonade ação deve prover adequado espaço para as necessidades operacionais e logísticas das unida-des ou grandes unidades e ser compatível com suas possibilidades. Quando possível, ela deveincluir os acidentes capitais do terreno e as vias de acesso aos mesmos. Deve estender-se, nomínimo, além dos objetivos finais, na profundidade necessária à coordenação do apoio de fogo.

 As unidades ou grandes unidades podem deslocar-se temporariamente dentro da zona de açãodos vizinhos, depois de coordenar com os comandantes interessados e notificar ao comandantesuperior. 

5.2.1 Limites 5.2.1.1 Linhas do terreno definidoras de responsabilidade operacionais. Sua existência pressupõea existência de vizinhos. A principal razão para o uso dos limites é assegurar cerrada coordenaçãoentre as unidades vizinhas. Os limites simplificam a coordenação de fogos entre duas unidades ougrandes unidades vizinhas e delimitam a responsabilidade das forças convergentes em uma árearestrita. 

5.2.2 Limpeza de zona de ação 

5.2.2.1 Destruição dos remanescentes de resistências inimigas numa área que tenha sido cerca-

da, isolada ou através da qual tenham passado forças amigas. Em áreas operacionais do conti-nente, a norma é a limpeza da zona de ação pelo próprio elemento que executa a ação ofensiva,face à precariedade de meios para destacar uma força de acompanhamento para executar essa

Page 159: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 159/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

21/24

missão. 

5.3 LINHA DE PARTIDA

5.3.1 Linha destinada à coordenar a partida dos elementos do escalão de ataque. 

5.3.1 Quando as unidades estão em contato, suas posições atuais podem ser designadas comoLP. Para o emprego de unidades não em contato, a linha de partida pode ser prescrita, seja base-ada em acidentes do terreno, seja em posições previstas para as tropas amigas, como é o casona ultrapassagem. 

5.3.2 Uma linha de partida deve ser, de um modo geral, perpendicular à direção do ataque, facil-

mente reconhecida no terreno e tão cerrada sobre o inimigo quanto possível. Para unidades nãoblindadas, ela deve ser protegida contra os fogos das armas de tiro tenso. Ela deve estar sob ocontrole das forças amigas. 

d. A dispersão em largura e em profundidade pode tornar desejável a designaçãode linhas de partida e horas de ataque independentes para as várias unidades atacantes.

5.4 HORA DE ATAQUE

5.4.1 Momento em que o escalão de ataque de uma determinada unidade ou grande unidade ul-trapassa a linha de partida. 

5.4.2 Ao selecionar a hora do ataque, deve ser feita consideração às necessidades impostas peloescalão superior; ao tempo necessário às unidades subordinadas para reconhecer, preparar ecoordenar planos, distribuir ordens, organizar as unidades atacantes e deslocar-se para iniciar oataque; e à possibilidade de tirar partido de uma fraqueza do inimigo, antes que ele possa suprimi-la. 

5.4.3 Horas de ataque estereotipadas devem ser evitadas, para aumentar a surpresa e para evitara contrapreparação pelo inimigo. Os ataques de unidades subordinadas podem ser escalonadosno tempo para confundir o inimigo e para permitir a mudança dos fogos de apoio para os ataquessucessivos. Os ataques simultâneos reduzem a capacidade inimiga de concentrar seus fogos. 

5.5 ZONA DE REUNIÃO

5.5.1 Zona em que uma unidade é reunida, ficando em condições de receber missão de combateou se preparando para cumprir uma missão recebida. 

5.5.2 Nas zonas de reunião, as ordens são distribuídas, são ultimados a manutenção e o supri-

mento e completada a organização para o combate. 5.5.3 A localização da zona de reunião é relacionada com a mobilidade de força. Uma unidade de

Page 160: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 160/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

22/24

carros de combate, motorizada, mecanizada ou aeromóvel pode atacar de uma zona de reuniãomais à retaguarda do que uma unidade a pé. Devem ser evitadas zonas de reunião próximas àunidade em contato ou grandes concentrações de tropa.

5.5.4 As zonas de reunião podem ser tão recuadas que exijam suprimento de combustível antesdo ataque. São designadas áreas ao longo dos itinerários, onde as unidades fazem alto para re-ceberem combustível. A coordenação final pode ser executada simultaneamente com a operaçãode suprimento de combustível. As unidades, então, prosseguem diretamente para a linha de parti-da ou para as posições de ataque. 

5.5.5 As zonas de reunião devem ser protegidas contra a observação aérea e terrestre e devemter uma dimensão tal que evite a apresentação de alvos compensadores para a artilharia ou paraos ataques aéreos. Itinerários adequados para a frente devem ser disponíveis. A observação ter-restre e a proteção natural contra os ataques blindados são desejáveis. Quando possível, as zo-nas de reunião devem estar além do alcance eficiente do grosso da artilharia inimiga. Zonas dereunião podem ser designadas para a dispersão das unidades após o ataque. 

5.6 DIREÇÃO DE ATAQUE

5.6.1 Direção em que uma unidade ou grande unidade realiza seu ataque principal. 

5.6.2 Quando imposta a um escalão subordinado, é uma medida restritiva da liberdade de mano-bra desse escalão . O comando subordinado que recebe uma direção de ataque deve desenvol-

ver seu ataque principal exatamente na direção recebida. É uma medida normal nos contra-ataques e pode ser empregada em outras ações, particularmente, nos ataques secundários. 

5.7 POSIÇÃO DE ATAQUE

5.7 1 Zona situada antes da linha de partida, ocupada temporariamente por uma força, com a fina-lidade de facilitar o seu desdobramento para o ataque. Exceto no caso de uma operação de infil-tração, não é normal que elementos de manobra, de valor superior a subunidade ocupem posi-ções de ataque, já que constituiriam, nessas regiões, alvos extremamente vulneráveis aos fogosinimigos. 

5.8 EIXO DE PROGRESSÃO

5.8.1 Direção geral de movimento, que se estende para a área do objetivo, estabelecida para finsde controle e destinada a balizar a progressão de determinada força eximindo-a da tarefa de re-duzir as resistências inimigas com que se depare, durante a execução de uma operação ofensiva.  

Page 161: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 161/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

23/24

5.8.2 Um eixo define a direção geral do movimento de elemento subordinado. Porém, dentro des-ta direção, o comando subordinado pode, livremente, operar com seu grosso de um lado e outro

do eixo de progressão recebido, desde que não interfira com as unidades vizinhas e que perma-neça orientado para o objetivo. Normalmente, o eixo de progressão é empregado em substituiçãoà zona de ação nas operações descentralizadas e altamente móveis como o aproveitamento doêxito e a perseguição.

5.9 LINHAS DE CONTROLE

5.9.1 Linha, geralmente balizada por Acdt notáveis do terreno, utilizada para coordenar ou contro-lar a progressão de uma ou mais unidades. 

5.9.2  As unidades informam quando cruzam uma linha de controle, mas não se detêm, excetoquando assim for determinado. 

5.10 PONTO DE CONTROLE

5.10.1 É um ponto nítido do terreno designado para a orientação, para pedidos de fogos de apoioe para a elaboração, em linguagem clara, de relatórios de situação.  

5.10.2 Pode suplementar ou substituir as linhas de controle. 

5.11 PONTO DE LIGAÇÃO

5.11.1 É um ponto do terreno facilmente identificável, onde duas ou mais unidades devem estabe-lecer o contato físico (elemento de ligação, patrulhas etc). 

5.12 PONTO DE COORDENAÇÃO

5.12.1 É localizado em ponto nítido do terreno, toda vez que há necessidade de coordenação defogos e/ou da manobra de duas unidades vizinhas. 

5.12.2 Na defesa, tem a denominação de ponto limite. 

Page 162: Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

7/23/2019 Volume i - Fundamentos Das OperaÇÕes Militares 2015-2016

http://slidepdf.com/reader/full/volume-i-fundamentos-das-operacoes-militares-2015-2016 162/162

 ECEME T S I – Fund Op Mil

2015/2016 FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS ______________________________________________________________________________  

5.13 REGIÃO DE DESTINO 

5.13.1 Área designada para fins de coordenação que define, para determinada força em reservaou em segundo escalão, seu destino subsequente e adequado à operação em curso, para ondedeverá orientar o seu deslocamento. 

5.14 LINHA DE CABEÇA-DE-PONTE

5.14.1 É a linha que define a área de uma cabeça-de-ponte a ser conquistada e mantida por umadeterminada força. É representada por uma linha com a indicação do significado  – L C Pnt. Não énecessariamente obrigatória a posição da abreviatura L C Pnt entre os pontos limites ou outrasmedidas de coordenação e controle.