WAM HANNOH THOMAS PAUL SOARES ANTUNES ......A norma que detalha a preparação das amostras de solo...
Transcript of WAM HANNOH THOMAS PAUL SOARES ANTUNES ......A norma que detalha a preparação das amostras de solo...
WAM HANNOH THOMAS PAUL SOARES ANTUNES
MOURA DE FARIAS
AJUSTE MATEMÁTICO PARA CURVAS
GRANULOMÉTRICAS DE AREIAS DA CIDADE DE
NATAL/RN
NATAL-RN
2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
2
WAM HANNOH THOMAS PAUL SOARES ANTUNES MOURA DE FARIAS
Ajuste matemático para curvas granulométricas de areias da cidade de Natal/RN
Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade
Artigo Científico, submetido ao Departamento
de Engenharia Civil da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte como parte dos
requisitos necessários para obtenção do Título
de Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Fagner Alexandre Nunes
de França
Natal-RN
2020
3
Seção de Informação e Referência Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Wam Hannoh Thomas Paul Soares Antunes Moura de Farias
Elaborado por Raimundo Muniz de Oliveira - CRB-15/429
Farias, Wan Hannoh Thomas Paul Soares Antunes Moura de.
Ajuste matemático para curvas granulométricas de areias da cidade de Natal/RN / Wan Hannoh Thomas Paul Soares Antunes Moura
de Farias. - 2020.
18f.: il.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Centro de Tecnologia, Programa de Graduação em Engenharia Civil, Natal, 2020.
Orientador: Dr. Fagner Alexandre Nunes de França.
1. Análise Granulométrica - Dissertação. 2. Solos Eólicos -
Dissertação. 3. Areias - Dissertação. 4. Solos - Dissertação. 5.
Geotécnia - Dissertação. I. França, Fagner Alexandre Nunes de.
II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 624
4
Ajuste matemático para curvas granulométricas de areias da cidade de Natal/RN
Trabalho de conclusão de curso na modalidade
Artigo Científico, submetido ao Departamento
de Engenharia Civil da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte como parte dos
requisitos necessários para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.
Aprovado em 08 de dezembro de ano 2020
___________________________________________________
Prof. Dr. Fagner Alexandre Nunes de França – Orientador
___________________________________________________
Prof. Dr. Osvaldo de Freitas Neto – Examinador interno
___________________________________________________
Me. Ítalo Andrade Vasconcelos – Examinador externo
Natal-RN
2020
5
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho a minha avó
Maria Soares Antunes (in memoria),
minha eterna “Maria Pretinha” que nos
deixou nesse ano adverso, e também
dedico a minha querida mãe Marcia
Soares Antunes. Duas mulheres saudosas,
que sempre amarei.
6
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer muito a Deus por me direcionar no melhor caminho e por toda
proteção despejada em mim. Agradeço a senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora por sempre
iluminar meus passos e atender meus pedidos.
Aos meus pais, Marcia Soares Antunes e Sebastião Moura de Farias, por me
proporcionarem que eu tenha conseguido terminar esse curso sem maiores preocupações me
dando toda as condições possíveis.
Ao meu professor orientador Fagner Alexandre Nunes de França, por tanta oportunidade
de crescimento acadêmico, além de muita compreensão, ajuda e atenção dada a minha pessoa.
Professor que quero levar para a vida como amigo.
A minha namorada Ingrid Vasconcelos Farias, por todo amor, força, proteção e
dedicação a minha pessoa. Como também a toda sua família por me receber tão bem todos esses
anos, em especial ao seus pais, Gisella Vasconcelos e Francisco Marcelo Farias.
A todos meus irmãos, que compartilham comigo sentimentos, alegrias, dores e etc.
Estão ao meu lado. Em especial a Romenhigue Guilherme Antunes da Silva e Vam Lucas
Farias.
A minhas tias e tio maternos, que sempre me encheram de amor, carinho e conselhos, a
quais eu tenho um amor incondicional.
As amigas de minha mãe, na qual as considero como tias, Rita de Cassia da Silva Lira
e Francisca Eliene Bezerra, pessoas que tenho um enorme amor e carinho e que tiveram um
papel de extrema importância nessa minha formação acadêmica, como também na minha
formação como pessoa.
A minhas tias e tios paternos que estiveram presentes em minha vida e que torcem pelo
meu crescimento.
Aos meus primos e amigos, que sempre estiveram ao meu lado e torceram pelo meu
melhor.
7
RESUMO
AJUSTE MATEMÁTICO PARA CURVAS GRANULOMÉTRICAS DE AREIAS DA
CIDADE DE NATAL/RN
O mundo de hoje está bastante acelerado e dinâmico, estamos tendo acesso a muito mais
informações e cada vez mais rápido, então a busca por tecnologia e meios de simplificar as
obrigações do dia-a-dia, é o papel fundamental da engenharia. Quanto mais rápido obtivermos
conhecimento sobre algo, mais rápido poderemos achar a melhor solução para alguma situação
emergencial. Na Engenharia civil um dos primeiros fatores para serem analisados é o solo e
subsolo de onde será executado determinada construção. O presente trabalho tem o intuito de
fazer um ajuste das curvas granulométricas das areias do município de Natal e região, afim de
agilizar os trabalhos em campo do engenheiro, auxiliando a identificação dos solos de formar
mais simplificada. Foi buscado um conjunto de 23 curvas granulométricas da região em
diferentes trabalhos e teses, retirado os pontos dessas curvas, feito o ajuste matemático para
encontrar uma equação genérica e com base nela foi proposto dois modelos de equações que
tinha o intuído de identificar de forma aproximada a curva granulométrica do solo analisado.
Bastaria para o profissional da área efetuar o peneiramento do solo com a peneira #200 e
determinar a porcentagem passante e substituir nas equações proposta. As duas equações
propostas mostraram os resultados com uma boa aproximação das curvas granulométricas
originais. Mas é preciso salientar que esses métodos não substituem a análise granulométrica,
são apenas medidas para uma maior agilidade em circunstâncias de altas demandas de
informações.
Palavras-chave: Análise Granulométrica; Solos Eólicos; Areia; Solos; Geotécnia;
ABSTRACT
MATHEMATICAL ADJUSTMENT FOR SIEVE CURVES OF THE CITY OF
NATAL/RN
Today's world is very fast and dynamic, we are having access to much more information
and faster, so the search for technology and ways to simplify day-to-day obligations, is the
fundamental role of engineering. The faster we get knowledge about something, the faster we
can find the best solution for some emergency situation. In civil engineering one of the first
factors to be analyzed is the soil and subsoil from where a certain construction will be executed.
The present work has the intention of making an adjustment of the granulometric curves of the
sands of the city of Natal and region, in order to speed up the engineer's field work, helping the
identification of the soils to form more simplified. A set of 23 granulometric curves of the
region was searched in different works and thesis, the points of these curves were removed, the
mathematical adjustment was made to find a generic equation and based on it was proposed
two models of equations that had the intuition of identifying approximately the granulometric
curve of the soil analyzed. It would be enough for the professional of the area to perform the
sifting of the soil with the sieve #200 and determine the percentage passing and replace in the
proposed equations. The two proposed equations showed the results with a good approximation
of the original granulometric curves. But it is necessary to emphasize that these methods do not
replace the granulometric analysis, they are only measured for greater agility in circumstances
of high information demands.
Keywords: Particle size analysis; Wind Soils; Sand; Soils; Geotechnics;
8
1. INTRODUÇÃO1
O solo é o estado avançado do intemperismo das rochas, que por vários tipos, processos
de formação, componentes mineralógicos e grau de intemperismos dessas rochas, fazem que
exista uma grande heterogeneidade dos solos, além disso outros fatores que contribuem para
essa heterogeneidade são a misturas de solos provocadas pela movimentação das águas e dos
ventos, e pela gravidade. Então essa diversidade de solos é um fator esse que dificulta muito o
entendimento do seu comportamento. Com isso, após vários reveses em obras civis, ficou claro
que não se poderia utilizar para os solos os mesmos métodos de cálculos utilizados em materiais
mais homogêneos, como aço e concreto. Isso ficou bastante claro após os estudos feitos por
Karl Terzaghi, que é considerado o fundador da Mecânica dos solos (Pinto, 2006).
Um dos primeiros passos a serem dados para a elaboração de uma obra de construção
civil é o reconhecimento do terreno onde irá ser implantado. Nesse reconhecimento será
observado vários fatores, por exemplo, se observa a necessidade de movimentação de terra
identificando áreas de corte e aterro. Outro fator importantíssimo é o reconhecimento do
subsolo e identificação do solo predominante do local. Para tal reconhecimento há a necessidade
de vários ensaios e testes, que vão da identificação tátil-visual a ensaios de prospecção do
subsolo. Uma análise que é primordial para o reconhecimento do solo é a análise
granulométrica, indispensável para a avaliação comportamental dos solos. O que vai definir a
quantidade e os tipos de ensaios será a finalidade do empreendimento e sua área de abrangência.
Com a grande gama de complexidade que os solos e a mecânica dos solos podem trazer
para a Engenharia Civil, um dos papeis fundamentais para o engenheiro civil é a buscar meios
que visam descomplicar e agilizar as escolhas dos procedimentos a serem executados em
determinada situação e o acesso a informação. Para dificultar ainda mais a situação dos
engenheiros o mundo hoje vive um dinamismo bastante acelerado, na qual as decisões tem que
serem tomadas com bastante rapidez.
Na perspectiva de contribuir e facilitar as decisões iniciais que serão tomadas por
engenheiros civis na cidade de Natal/RN em obras de construção civil a serem executadas,
sejam de urgência ou não. Neste trabalho foi feito um ajuste matemático para as curvas
granulométricas das areias do município de Nata/RN e a partir daí foi proposto duas equações
genéricas que ao se inserir um simples dado, de fácil obtenção em campo, retornasse uma prévia
da composição granulométrica do solo em estudo. A partir daí o engenheiro civil poderá
identificar mais facilmente o tipo de solo e ter um entendimento inicial de seu comportamento.
Assim, tomar decisões mais assertivas nas primeiras ações a serem executadas em obra. Vale
lembrar que esse conhecimento prévio não exclui a necessidade de um reconhecimento mais
aprofundado sobre os solos em questão.
2. REVISÃO DA LITERATURA
• Análise Granulométrica
Como o próprio nome já sugere, a análise granulométrica é uma análise da distribuição
dos grãos de um determinado solo. Em que esse solo é dividido em frações de diâmetros
equivalentes, em que, a partir daí se monta a curva granulométrica do solo analisado. A
execução do ensaio, que estabelece a análise granulométrica, é normatizada pela ANBT na
NBR 7181/2016. Nela é estipulado que a granulometria é feita tanto por peneiramento quanto
sedimentação, ou ambas opções. A NBR 7181/2016 conduz todos os passos a serem executados
Wam Hannoh Thomas Paul Soares Antunes Moura de Farias, graduando em Engenharia Civil, UFRN
Fagner Alexandre Nunes de França, Prof(o). Dr(o)., Departamento de Engenharia Civil da UFRN
9
e descreve todos equipamentos e procedimentos. Segundo a norma, antes de passar para as fases
de peneiramento e sedimentação, as amostras de solos precisam passarem por uma preparação.
A norma que detalha a preparação das amostras de solo é a NBR 6457/2016.
Estando a amostra já preparada o primeiro passo a ser dado é passá-la na peneira de 2,0
mm tomando cuidado para desmanchar os torrões existentes, assegurando que somente os grãos
maiores fiquem retidos na peneira. O material retido é lavado e posto para secar em estufa e em
seguida usado na fase de peneiramento grosso, que consiste em passar a amostra de solo por
uma sequência de peneiras com aberturas diferentes, que vão de 50mm até 4,8mm. Já do
material passante na peneira 2,0 mm, utiliza-se cerca de 120 g para solos arenosos e 70 g para
solos siltosos e argilosos para a sedimentação e peneiramento fino. A amostra fica imersa em
uma solução de água mais defloculante por 12 horas, e em seguida é posta em um dispersor e
agitado por 15 minutos, na sequência é transferido para uma proveta onde é feito a leitura de
sua densidade e temperatura em alguns intervalos de tempo. Feito a última leitura a solução é
despejada na peneira 0,075 mm, o material retido é posto para secar. Após secagem é efetuado
o peneiramento fino, com as peneiras de 1,2 mm até a de 0,075 mm.
A técnica de sedimentação adotada na norma é baseada na Lei de Stokes, que diz que a
velocidade de queda partícula esférica num fluido atinge um valor limite que depende do peso
específico do material da esfera (𝛾𝑠), do peso específico do fluido (𝛾𝑤), da viscosidade do fluido
(μ), e do diâmetro da esfera (D), (Pinto, 2006). Calculado pela seguinte expressão:
𝑣 =𝛾𝑠 − 𝛾𝑤
18 ∗ 𝜇∗ 𝐷2
Eq. 01
Com todos os dados reunidos, a NBR 7181/2016 diz como os resultados devem ser
expressos:
“O resultado final deve ser apresentado
graficamente, dispondo-se na abscissa os diâmetros
das partículas, em escala logarítmica, e na ordenada,
as porcentagens das partículas passantes ou retidas
referentes aos diâmetros considerados, em escala
aritmética”.
A análise granulométrica é de extrema importância para a identificação dos solos. É a
partir dela que os sistemas de classificação de solo podem identifica qual solo está sendo
analisado. Os sistemas mais utilizados é o Sistema de Classificação Unificado e o Sistema
Rodoviário de Classificação.
• Solos Eólicos
Os solos podem ser classificados em três tipos os solos residuais, que são os que
permanecem em seu local de origem; os solos transportados, que são os que são formados em
outras localidades e transportados seja por ventos, pela água ou pela gravidade; e os solos
orgânicos, que são os que apresenta matéria orgânica em sua composição. Os solos eólicos é o
tipo de solo transportado em que a movimentação das partículas se dá pela ação das forças do
vento.
As movimentações eólicas que existem sobre nosso planeta decorem, principalmente,
da existência de ar frio nas regiões polares e o ar quente nas regiões equatoriais, além de também
sofrerem influencia do movimento de rotação da Terra. O vento é considerado um eficiente
meio de transporte e deposição de partículas. Dependendo da intensidade e do tamanho das
10
partículas transportadas, o vento também pode atuar como um selecionador de grãos. Partículas
de argila podem se manter suspensas mais tempo e serem transportadas para regiões mais
distantes, já areias são transportadas por saltação e rolamento, ou por araste, atingindo regiões
mais próximas (Silva, 2002). O Processo de transporte por saltação e rolamento engloba as
partículas com diâmetro de 0,125 mm a 2 mm e o processo de transporte por rastejamento
(arraste) englobas as partículas maiores que 2 mm (Araújo, 2006).
Ainda segundo Araújo (2006), a forma dos leitos eólicos possui três hierarquia distintas,
as marcas onduladas, as dunas e as draas. As marcas onduladas são formadas em eventos de
curtas duração pelo o processo de saltação e rolamento; já as dunas são controladas por
mudanças sazonais na direção e intensidade dos ventos; enquanto os draas sofrem modificação
quando há alteração geomorfológica.
Ao longo de praticamente todo litoral do Rio Grande do Norte pode-se observar a
presença de dunas. Essas dunas possuem quatro domínios de caracterização: a) dunas ativas,
com formas barcadas isoladas e com a presença de pouca ou nenhuma vegetação; b) dunas
inativas com formas nítidas com presença de vegetação; c) dunas inativa com formas tênues;
d) dunas inativas denominadas de lençóis de areia. Em relação ao relevo, o litoral leste do Rio
Grande do Norte, possuem formas caracterizadas em diferentes compartimentos: as superfícies
de deflação formadas pela ação dos ventos sobre as dunas, com relevo plano ou suavemente
ondulado e com uma presença parcial de vegetação; os campos de dunas, compostos de areias
eólicas que sofreram processos de deflação e deposição; e os campos paleodunas, que são dunas
fixadas pela vegetação. Para o município de Natal/RN, as dunas foram classificadas em relação
a morfologia e a geração, em Dunas Antigas, primordialmente fixas pela vegetação, com
coloração amarelada a avermelhada composta de areia fina, e em Dunas Recentes Móveis, de
coloração esbranquiçada localizada em paralelo com a linha da costa (Fracasso, 2005).
3. METODOLOGIA
Para a elaboração do presente trabalho foram utilizadas 23 curvas granulométricas de
solos diferentes de várias regiões de Natal/RN encontradas em várias teses para obtenção de
títulos de mestre e trabalhos de conclusão de graduação, conforme listados na tabela 01.
Cada curva encontrada foi dividida em vários pontos contendo os valores percentuais
da quantidade passante de material e com o diâmetro das partículas, seguindo sempre a escala
logarítmica. A quantidade de pontos de cada curva variou de 9 pontos até 38 pontos,
dependendo da quantidade de informações contidas em cada uma das curvas.
Após a identificação de todos os pontos das curvas, era necessário a identificação das
funções referentes a cada curva granulométrica. Para isso foi utilizado o programa Mycurvefit
(2020), especializado em ajuste matemático de conjunto de pontos, contendo uma variedade de
ajustes que resultam em vários tipos de funções. Então, para fazer o ajuste dos pontos e
encontrar uma função que se adequasse a cada curva granulométrica. Este programa tem a
limitação de só receber 20 pontos por cada interação, isso para a versão gratuita. Como algumas
curvas tinham mais de 20 pontos, os excedentes foram removidos com o critério de serem
pontos repetidos ou com pouca variação em relação aos seus subsequentes, não afetando na
estrutura da curva (figura 01).
11
Figura 01 – Exemplo de adequação de curva
Com todos os pontos já definidos para cada curva, foi feito a inserção dos dados no
programa, que executou o ajuste da curva, retornando um gráfico e a equação equivalente
(Figura 02).
O método de ajuste da curva foi escolhido automaticamente pelo próprio programa,
sendo esse a regressão não linear que reportava uma função sigmoidal simétrica, com a seguinte
estrutura:
𝑦 = 𝑎 + 𝑏 − 𝑎
1 + ( 𝑥𝑐 )𝑑
Eq. 02
(a) (b)
Figura 02 – (a) Exemplo de gráfico da curva fornecida após interação; (b) Gráfico da curva com todos os
pontos e curva reduzida.
Feito isso com todas as curvas analisadas foram encontradas as constantes, “a”, “b”, “c”,
“d” que compõem a equação de cada uma. Com todos esses dados em mãos foi possível realizar
uma média de cada constante e obter uma equação genérica para todos os solos da cidade de
Natal-RN.
Após encontrar a equação genérica foi observado pouca variação em algumas constantes
e a partir disso foi dada duas propostas de equações para obtenção de uma curva granulométrica
aproximada da real, com uma fácil e rápida obtenção.
12
Tabela 01 – Relação das teses e trabalhos utilizados com características do solo de cada curva
Título Autor Local de
estudo Curvas Dados do solo
AVALIAÇÃO DO USO DO DCP EM AREIAS
PARA CONTROLE DA
CAPACIDADE DE CARGA EM FUNDAÇÕES
DIRETAS E CONTROLE
DE COMPACTAÇÃO DE ATERROS
Larissa
Dantas
Benevides
Capim
Macio
1
Areia mal graduada com 70% de areia média,
coeficiente de não conformidade igual a 2, massa
específica igual a 2,67 g/cm³ e índices de vazios
mínimos e máximo, 0,61 e 0,89.
2
Areia mal graduada com 70% de areia média,
coeficiente de não conformidade igual a 2, massa
específica igual a 2,62 g/cm³ e índices de vazios
mínimos e máximo, 0,62 e 0,85.
COMPORTAMENTO DRENADO E NÃO
DRENADO DE UMA AREIA EÓLICA DE
NATAL/RN.
Paulo Leite
de Souza
Júnior
Campus da
UFRN 3
Areia mal graduada com 70% de areia média, menos
de 5% de finos e índices de vazios mínimos e máximo,
0,59 e 0,80.
COMPORTAMENTO MECÂNICO DE
MISTURAS DE AREIA E FINOS DE UM
SEDIMENTO PÓS-BARREIRAS DA CIDADE
DE NATAL – RN
Lisyanne de
Vasconcelos
Freire
Margens do
Rio Potengi 4
Areia argilosa com massa específica de 2,64 g/cm³,
LL 24%, LP 15% e IP 8%.
COMPORTAMENTO TENSÃO -
DEFORMAÇÃO E RESISTÊNCIA AO
CISALHAMENTO DE UMA AREIA DE DUNA
CIMENTADA ARTIFICIALMENTE
Tahyara
Barbalho
Fontoura
Campus da
UFRN 5
Areia mal graduada com 72% de areia média, menos
de 4,21% de finos e índices de vazios mínimos e
máximo, 0,59 e 0,80.
DESENVOLVIMENTO DE MODELOS
FÍSICOS REDUZIDOS PARA AVALIAÇÃO
DE FUNDAÇÕES POR ESTACAS
HELICOIDAIS EM SOLOS REFORÇADOS
COM GEOSSINTÉTICOS
Charles
Pereira
Chaves
Campus da
UFRN 6
Areia mal graduada com massa específica igual a 2,62
g/cm³ e índices de vazios mínimos e máximo, 0,63 e
0,84.
ESTUDO DO COMPORTAMENTO
MECÂNICO DE AREIAS ARTIFICIALMENTE
CIMENTADAS
Francisco
Mateus
Gomes
Lopes
Campus da
UFRN 7 Areia uniforme com massa específica de 2,65g/cm³
PROVAS DE CARGA ESTÁTICA COM
CARREGAMENTO LATERAL EM ESTACAS
ESCAVADAS HÉLICE CONTÍNUA E
CRAVADAS METÁLICAS EM AREIA
Arthur
Gomes
Dantas de
Araújo
Lagoa
Nova 8
Areia mal graduada com coeficiente de não
conformidade igual a 2,2, massa específica igual a
2,59 g/cm³
RESISTÊNCIA E COMPRESSIBILIDADE
DOS SOLOS DA FORMAÇÃO BARREIRAS
DA REGIÃO DE NATAL/RN
Ray de
Araújo Sousa
Zona Norte
- Rio
Potengi
9 Areia Siltosa - Areia Argilosa com LL 19%, LP 13%
e IP 6%
10 Areia Argilosa com LL 23%, LP 14% e IP 9%
11 Areia Siltosa - Areia Argilosa com LL 19%, LP 15%
e IP 5%
12 Areia Siltosa Bem Graduada não plástico
13 Areia Argilosa Mal Graduada não plástico
Zona Oeste
- Rio
Potengi
14 Areia Argilosa com LL 37%, LP 17% e IP 20%
15 Areia Argilosa com LL 27%, LP 19% e IP 8%
16 Areia Argilosa com LL 32%, LP 16% e IP 17%
17 Areia Argilosa com LL 24%, LP 16% e IP 7%
18 Areia Argilosa com LL 27%, LP 18% e IP 8%
ESTUDO DE CORRELAÇÃO ENTRE OS
ÍNDICES DE DCP E CBR DE SOLOS TÍPICOS
DA CIDADE DE NATAL/RN
Bruma
Morgana
Mendonça de
Souza
Zona Norte
- Rio
Potengi
19 Areia Siltosa
Zona Oeste 20 Areia Siltosa Bem Graduada não plástico
PERMEABILIDADE E ADENSAMENTO DE
SOLOS TÍPICOS DA FORMAÇÃO
BARREIRAS EM PIRANGI-RN
Paulo de
Tarso Lopes
e Silva
Barreira do
Inferno
21 Areia Argilosa
22 Areia Siltosa
23 Areia Mal Graduada
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O programa Mycurvefit (2020), após alimentado com as informações das curvas, fez
um ajuste automático das curvas, nomeado de regressão não linear 4PL sigmoidal simétrica,
onde reportava uma equação equivalente que continha 4 constantes (a, b, c e d) e uma variável
13
“x” que seria representada pelo diâmetro das partículas e “y” pela porcentagem passante. É
possível observar que a constante “a” tem a tendência de se aproximar com o limite superior da
função, que seria o valor de 100% da porcentagem passante da curva. Já a constante “b” tem
um valor próximo a porcentagem passante da peneira de abertura de 0,074 mm. As constantes
“c” e “d” estão relacionadas a estrutura curva, sendo a “d” diretamente relacionada ao ponto de
inflexão da curva.
Ao final de todos os ajustes, e com todas funções característica das curvas, foram
calculados as médias de cada parâmetro, os respectivos desvios padrões e os coeficientes de
variação. Todos as constantes e todas as informações de todas as curvas, foram organizados na
Tabela 02.
Tabela 02 – Valores das constantes de cada equação das curvas
Curvas Constantes
Curvas Constantes
R² a b c d R² a b c d
01 0,999 101,122 3,492 0,318 3,429 14 0,998 100,778 32,760 0,349 2,328
02 0,999 99,969 2,895 0,290 4,202 15 0,999 103,798 32,270 0,302 1,936
03 0,999 105,037 2,994 0,262 3,994 16 0,999 99,260 31,432 0,310 2,439
04 0,989 107,436 21,823 0,243 1,484 17 0,999 102,014 25,319 0,308 2,385
05 1,000 102,177 3,323 0,262 4,147 18 0,999 103,894 32,082 0,301 1,920
06 0,999 102,532 1,717 0,291 3,536 19 0,999 99,982 19,150 0,226 3,126
07 1,000 99,567 3,848 0,244 3,930 20 0,998 97,930 7,800 0,267 3,134
08 0,998 97,858 -0,735 0,334 3,069 21 0,996 101,280 30,359 0,661 2,239
09 0,987 103,519 16,800 0,280 2,381 22 0,995 100,495 15,274 0,229 1,668
10 0,996 97,338 13,019 0,286 1,334 23 0,998 101,806 6,972 0,248 2,754
11 0,998 101,499 24,648 0,220 2,931 Valores Médios 101,230 15,535 0,288 2,789
12 1,000 99,855 9,493 0,225 3,541 Desvio Padrão 2,42821 11,6009 0,09159 0,86042
13 0,996 99,151 20,564 0,169 2,241 Coef. De Variação 2% 75% 32% 31%
Com os valores médios de cada constante foi elaborado uma equação genérica para
todos os solos da região e Natal-RN:
𝑦 = 101,23 + 15,535 − 101,23
1 + ( 𝑥
0,288 )2,789
Eq. 03 Ao analisar os coeficientes de variação observa-se que a constantes “b” tem uma
variação alta, chegando a 75%. E como já mencionado, em alguns casos o valor de “b” se
aproxima muito do valor da porcentagem passante da peneira 200. Peneira essa utilizada na
NBR 7181/2016 para separar as etapas de peneiramento e sedimentação. A tabela 03 mostra
esses valores: Tabela 03 – Valores da constante b e da % passante na # 200
Curvas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
b 3,49 2,89 2,99 21,82 3,32 1,72 3,85 -0,73 16,80 13,02 24,65 9,49
% da #200 4,00 3,00 3,50 35,00 4,00 2,50 4,00 0,00 25,00 23,50 29,00 11,00
Curvas 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
b 20,56 32,76 32,27 31,43 25,32 32,08 19,15 7,80 30,36 15,27 6,97
% da #200 32,00 35,00 38,00 33,00 26,00 38,00 21,50 11,00 32,30 27,50 12,00
14
Com base nessa aproximação foi elaborado duas propostas de equações para serem
utilizadas em campo para uma fácil e rápida obtenção aproximada da curva granulométrica do
solo a ser analisado. As duas propostas têm como base o valor da porcentagem de solo passante
na peneira 200. Ficando para o analisador em questão só fazer o peneiramento de toda amostra
nessa peneira e calcular a porcentagem passante. Tornando-se uma tarefa fácil de ser executada
em campo. As propostas são:
• Proposta 01: Fazer a simples substituição do valor de “b” pelo valor da % passante da
peneira 200.
𝑦 = 101,23 + 𝑏 − 101,23
1 + ( 𝑥
0,288 )2,789
Eq. 04
• Proposta 02: Já a proposta 2, além de fazer substituição do valor de “b” pelo valor da
% passante da peneira 200, faz também a subtração do resultado final por uma constante
igual a 1,922, esse valor seria o resultado aproximado do cálculo para da equação da
proposta 1 com os valores de “b” igual a 0 e de “x” igual ao diâmetro da peneira 200 (≈
0,07).
𝑦 = ((101,23 + 𝑏 − 101,23
1 + ( 𝑥
0,288 )2,789) − 1,922)
Eq. 05
A Figura 04 mostra algumas curvas granulométricas estudadas nesse presente trabalho,
fazendo o comparativo das curvas originais com as curvas analisadas conforme o que foi
proposto acima:
(a)
0
20
40
60
80
100
120
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Curva 03
Curva Real Curva Reduzida
Curva da Eq Genérica Prosposta 01
Proposta 02
15
(b)
(c)
(d)
0
20
40
60
80
100
120
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Curva 05
Curva Real Curva Reduzida
Curva da Eq Genérica Prosposta 01
Proposta 02
0
20
40
60
80
100
120
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Curva 10
Curva Real Curva Reduzida
Curva da Eq Genérica Prosposta 01
Proposta 02
0
20
40
60
80
100
120
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Curva 16
Curva Real Curva Reduzida
Curva da Eq Genérica Prosposta 01
Proposta 02
16
(e)
(f)
Figura 04 – Gráfico com as curvas analisadas com base o referente trabalho: (a) curva 03; (b) curva 05; (c) curva
10; (d) curva 16; (e) curva 20; (f) curva 23
CONCLUSÕES
Conforme exposto, pode-se concluir que as propostas relatadas podem servir como um
meio de tentar agilizar a identificação de um determinado solo na região da cidade de Natal-
RN, pelo fato de que a variação é pequena, e aceitável na geotecnia, com as curvas
granulométricas originais. Isso faz com que o Engenheiro possa agir com mais rapidez em
tomar decisões de caráter emergencial.
Vale salientar que essas propostas não devem nunca substituir a execução do ensaio de
análise granulométrica feita em laboratório. O que as torna uma forma paliativa de identificação
do solo em questão.
0
20
40
60
80
100
120
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Curva 20
Curva Real Curva Reduzida
Curva da Eq Genérica Prosposta 01
Proposta 02
0
20
40
60
80
100
120
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Curva 23
Curva Real Curva Reduzida
Curva da Eq Genérica Prosposta 01
Proposta 02
17
REFERÊNCIAS
Carvalho, Ricardo Carlos. Avaliação da suscetibilidade à erosão no centro de lançamento da.
Barreira do Inferno / Ricardo Carlos Carvalho. - 2017. 115 f.: il.
Moreira, M. M.; Souza, N. M. Mapeamento Geotécnico do Município de Natal-RN e Áreas
Adjacentes, GEOTECNIA - Revista da Sociedade Portuguesa de Geotecnia, Nº 83, p 63-74;
julho – 1998.
Sousa, Ray de Araújo. Resistência e compressibilidade de solos da Formação barreiras da
região de Natal/RN / Ray de Araújo Sousa. – 2018. 102f.: il.
Silva, Paulo de Tarso Lopes e. Permeabilidade e adensamento de solos típicos da Formação
Barreiras em Pirangi-RN / Paulo de Tarso Lopes e Silva. – 2016. 14 f.: il.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2016) ABNT NBR 7181:
SOLO – Análise granulométrica. Rio de Janeiro/RJ.
Souza Junior, Paulo Leite. Comportamento drenado e não drenado de uma areia eólica de
Natal/RN / Paulo Leite Souza Junior. - 2019. 77f.: il.
Benevides, Larissa Dantas. Avaliação do uso do DCP em areias para controle da capacidade de
carga em fundações diretas e controle de compactação de aterros – 2012.
Freire, Lisyanne de Vasconcelos. Comportamento mecânico de misturas de areia e finos de um
sedimento pós-barreiras da cidade de Natal/RN / Lisyanne de Vasconcelos Freire. - 2019. 113
f.: il.
Fontoura, Tahyara Barbalho. Comportamento tensão – deformação e resistência ao
cisalhamento de uma areia de duna cimentada artificialmente. / Tahyara Barbalho Fontoura. –
Natal, RN, 2015.
Chaves, Charles Pereira. Desenvolvimento de modelos físicos reduzidos para avaliação de
fundações por estacas helicoidais em solos reforçados com geossintéticos/ Charles Pereira
Chaves. – Natal, RN, 2016. 119 f.: il.
Araújo, Arthur Gomes Dantas de. Provas de carga estática com carregamento lateral em estacas
escavadas hélice contínua e cravadas metálicas em areia. / Arthur Gomes Dantas de Araújo. –
Natal, RN, 2013. 221 f.: il.
Souza, Bruma Morganna Mendonça de. Estudo de correlação entre os índices de DCP e CBR
de solos típicos da cidade de Natal/RN / Bruma Morganna Mendonca de Souza. - 2019. 88f.:
il.
Lopes, Francisco Mateus Gomes. Estudo do comportamento mecânico de areias artificialmente
cimentadas/ Francisco Mateus Gomes Lopes. – Natal, RN, 2012. 109.: il.
Silva, Elisangela Alves de Jesus. As dunas eólicas de Natal/RN: Datação e evolução/ Elisangela
Alves de Jesus Silva. – Natal, RN, 2002.
18
De Araújo, Verônica Dantas. Caracterização geológica tridimensional e monitoramento de
dunas no litoral oriental do Rio Grande do Norte/ Verônica Dantas de Araújo. – Natal, RN,
2006.
Fracasso, Paola. Sistemas de dunas do Parque das Dunas e Barreira do Inferno/ Natal (RN):
Levantamento geológico/geofísico, elaboração do modelo determinístico e avaliação da
vulnerabilidade/suscetibilidade frente às pressões antrópicas/ Paola Fracasso. – Natal, RN,
2005.