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ORIXÁS NA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA Diretório de 1000 letras da MPB com referências a orixás e outros elementos das religiões afro-brasileiras Músicas gravadas entre 1902 e 2015 Reginaldo Prandi Renan William dos Santos

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ORIXÁS NA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

Diretório de 1000 letras da MPB com referências a orixás e outros

elementos das religiões afro-brasileiras

Músicas gravadas entre 1902 e 2015

Reginaldo Prandi

Renan William dos Santos

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Apresentação

O presente trabalho contém o resultado de pesquisas realizadas entre 1996 e 20031, atualizadas e estendidas entre 2014 e 2015, nas quais se

analisou a produção musical brasileira do século XX e início do XXI cujas letras fazem referências aos orixás, voduns, inquices e entidades

espirituais afro-brasileiras, ou que se referem às próprias religiões ou a seus elementos, práticas rituais, sacerdotes e templos etc. Foram

consultados os acervos da Discoteca Oneyda Alvarenga do Centro Cultural São Paulo, da Rádio USP, Rádio Gazeta e Rádio Bandeirantes, do

Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, além de incontáveis coleções particulares, lojas de discos, sebos e sites da internet. A relação das

músicas está publicada na íntegra abaixo, no formato de tabela do word, com os títulos, nomes dos autores e intérpretes, gravadora, ano da

gravação e palavras-chave sobre o conteúdo das letras2. Utilizando-se do programa word, o leitor poderá, a seu critério, reorganizar a tabela

conforme seus interesses, podendo também transformá-la em uma planilha.

Ao todo, até agora, foram encontrados mil títulos. Mil vezes em que a alma brasileira foi alimentada por uma música recheada de orixás.

Mil vezes em que alguns dos segredos guardados dessas religiões foram sussurrados nos ouvidos de nossa nação.

1 Referente a este primeiro período da pesquisa, convém registrar agradecimentos a Alessandro Caldas Lins, Mércia Consolação Silva, Vinícius Lanna Dobal, Patrícia Ricardo de Souza, Helena Roque Pancetti, Arthur Rovida de Oliveira e André Ricardo de Souza pelo primoroso trabalho de pesquisa em arquivos e discotecas.2 O conteúdo da lista está sob constante renovação, e indicações dos leitores são bem-vindas!

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Introdução: Mil vezes na MPB

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Que as religiões dos mais variados tipos sempre contribuíram e usufruíram das produções musicais difundidas na sociedade é um fato

conhecido e incontroverso. Em muitas culturas as músicas têm fins práticos: como parte de um ritual para produzir chuva, como um

encantamento para ter uma boa colheita, como marcador de ritmo da marcha para a guerra, como meio de estabelecer contato com os deuses.

Essa última função, a função religiosa da música, é um dos pontos nevrálgicos dos cultos afro-brasileiros.

No Brasil, boa parte dos ritmos, personagens, vocabulário e melodias que circulavam musicalmente nos terreiros extrapolaram seus limites

originais e se difundiram na sociedade mais ampla, incrustando-se fortemente em nossa cultura, principalmente naquilo que ficou conhecido (não

à toa) como Música Popular Brasileira (Prandi, 2005).

A via era de mão dupla: ao mesmo tempo em que o referencial do candomblé, da umbanda e de outras religiões menos conhecidas servia

de inspiração às composições musicais de artistas brasileiros, dos mais desconhecidos aos mais renomados, seu sucesso e divulgação serviam à

popularização e valorização da cultura dos terreiros, historicamente reprimidos e carentes de legitimidade social num Brasil que já foi católico.

E como houve tráfego por essa via!

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Os primeiros registros de referências das religiões afro-brasileiras encontrados por meio destas pesquisas são justamente de um conjunto

criado por uma das primeiras gravadoras brasileiras, a Casa Edison, fundada no Rio de Janeiro na virada do século XIX para o XX. Foi por meio

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dela que Bahiano realizou, em 1902, nada mais nada menos do que a primeira gravação em disco já feita no Brasil, com o lundu Isto é Bom

(Napolitano, 2002: 46).

Data também do começo do século XX, no Rio de Janeiro, a formação do samba brasileiro, que tinha dentre seus pioneiros diversos

produtores e artistas simpáticos ou praticantes das religiões afro-brasileiras, como o próprio Bahiano, Donga, Pixinguinha, Sinhô, João da

Baiana, Bidê, Amor, Eduardo das Neves e muitos outros.

Depois de um período no qual os elementos das religiões dos orixás figuraram no que era chamado de “samba-exaltação”, uma apologia

nacionalista das especificidades brasileiras por meio da música, a febre do samba começou a passar para os artistas da classe média. Com isso,

aos poucos, as raízes negras, em conjunto com os temas religiosos afro-brasileiros, passaram a ser apagados dessas composições. A música

“Feitiço da Vila” (1934), de Noel Rosa e Vadico (Osvaldo Gopgliano), ilustra bem esse período:

Quem nasce lá na VilaNem sequer vacilaAo abraçar o sambaQue faz dançar os galhos,Do arvoredo e faz a lua,Nascer mais cedo.

Lá, em Vila Isabel,Quem é bacharelNão tem medo de bamba.São Paulo dá café,Minas dá leite,E a Vila Isabel dá samba.

A vila tem um feitiço sem farofaSem vela e sem vintém

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Que nos faz bemTendo nome de princesaTransformou o sambaNum feitiço decenteQue prende a gente

O sol da Vila é tristeSamba não assistePorque a gente implora:Sol, pelo amor de Deus,não vem agoraque as morenasvão logo embora

Eu sei tudo o que façosei por onde passopaixao não me aniquilaMas, tenho que dizer,modéstia à parte,meus senhores,Eu sou da Vila!

A letra diz que quem é da vila, mesmo sendo “bacharel” – um evidente marcador de distinção de classe –, também quer fazer samba. Mas

não qualquer samba: um samba sem farofa, sem vela, “decente”, um samba urbano em oposição ao samba do morro, enfim, um samba sem as

referências do universo das religiões afro-brasileiras.

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Com o movimento musical da Bossa Nova, entretanto, a busca de uma “brasilidade legítima” volta à tona. Muito disso se deve à própria

penetração do candomblé e da umbanda nas classes médias. Junte-se a isso o início de uma fase de contestação social na MPB, liderada por

artistas de esquerda engajados na crítica ao capitalismo (Prandi, 1991).

A música “Maria Moita” (1963), de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, ilustra essa fase:

Nasci lá na BahiaDe mucama com feitorMeu pai dormia em camaMinha mãe, no pisadorMeu pai só dizia assim: venha cáMinha mãe dizia sim sem falarMulher que fala muitoPerde logo seu amorDeus fez primeiro o homemA mulher nasceu depoisPor isso que a mulherTrabalha sempre pelos doisHomem acaba de chegar tá com fomeA mulher tem que olhar pelo homemMulher deitada em péMulher tem é que trabalharO rico acorda tardeJá começa rezingarO pobre acorda cedoJá começa trabalhar

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Vou pedir ao meu babalorixáPra fazer uma oração pra XangôPra pôr pra trabalharGente que nunca trabalhou

Trata-se, claramente, de uma música de protesto. Há críticas às injustiças históricas da escravidão, passando pelo machismo e pela

exploração de classes. Contra tudo isso, recorre-se a Xangô, o orixá do trovão e da justiça.

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Nos anos 1970, uma nova inflexão: o eixo do samba começa a se deslocar do Rio de Janeiro para Salvador. Mais perto dos terreiros de

candomblé, a música ganha uma aliada na sua penetração cultural pelo país: a culinária dos orixás, com seu azeite de dendê, acarajés, vatapás,

bobós de camarão, acaçá, caruru.... Acrescente-se nesse tempero o impulso da cultura baiana trazido pela a literatura de Jorge Amado para ter

uma boa ideia da difusão que o referencial das religiões afro-brasileiras vai ganhando em nosso país.

Daí em diante, grandes nomes começam a despontar no cenário musical nacional com composições “cheias de orixás”: Vinícius de Moraes,

Baden Powell, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Chico Buarque, Jorge Bem Jor, Fafá de Belém, Alcione e muitos outros. A palavra “axé”

(originariamente usada para nomear a força sagrada dos orixás) passa, mais tarde, a designar também um gênero musical, além de virar sinônimo

de boa sorte e de fortuna. Realmente, não faltou axé às religiões dos orixás nesse período.

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A última fase do período analisado marca o espraiamento das referências dos cultos afro-brasileiros pelos mais diversos gêneros musicais.

Com a exceção do pagode, os temas dos orixás aparecem desde a música sertaneja até o rap. “Majestade, o sabiá” (1985), de Roberta Miranda, e

“Lado B Lado A” (1999) do grupo “O Rappa”, são dois bons exemplos dessa diversificação.

Diz a letra de “Majestade, o sabiá”:

Meus pensamentosTomam forma, eu viajoVou para onde Deus quiserUm videoteipeQue dentro de mim retrataTodo meu inconscienteDe maneira naturalAh! Tô indo agora pra um lugar todinho meuQuero uma rede preguiçosa pra deitarEm minha volta, sinfonia de pardaisContando para a majestade, o sabiáTô indo agora Tomar banho de cascataQuero adentrar nas matas Onde Oxóssi é o Deus Aqui eu vejo plantas lindas e selvagensTodas me dando passagemPerfumando o corpo meuEsta viagem dentro de mim Foi tão lindaVou voltar à realidadePra este mundo de DeusPois o meu eu

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Este tão desconhecidoJamais serei traídoEste mundo sou eu

Já o “Lado B, Lado A” canta:

Se eles são ExuEu sou IemanjáSe eles matam o bichoEu tomo banho de marCom o corpo fechadoNinguém vai me pegarLado A lado BLado B lado A...No bê abá da chapa quenteEu sou mais Jorge BenTocando bem altoNo meu walkmanEsperando o carnavalDo ano que vemNão sei se o anoVai ser do malOu se vai ser do bemSe vai ser do bemDo bem, do bemSe vai ser do bemSe vai ser do bem, do bemDo bem!...O que te guarda a lei dos homensO que me guarda a lei de DeusNão abro mão da mitologia negraPara dizer que

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Eu não pareço com vocêHá um despachoNa esquina pro futuroCom oferendasCarimbadas todo diaE eu vou chegarPedir e agradecerPois a vitória de um homemAs vezes se escondeNum gesto forteQue só ele pode ver...Eu sou guerreiroSou trabalhadorE todo dia vou encararCom fé em DeusE na minha batalhaEspero estar bem longeQuando o rodo passar!Espero estar bem longeQuando tudo isso passar...(2x)

“Diversificação”, portanto, é a palavra-chave do sintético percurso dos orixás na MPB delineado neste texto. Diversificação não só das

referências, estilos e gêneros musicais que passaram a se abastecer no manancial de elementos míticos, rituais e de concepção de mundo das

religiões afro-brasileiras, mas diversificação também das próprias religiões dos orixás, cada vez mais para todos, independentemente de raça, de

cor e de gosto musical.

Referências

NAPOLITANO, Marcos (2002). História & Música: história cultural da música popular. Belo Horizonte, Autêntica.

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PRANDI, Reginaldo (1991). Os candomblés de São Paulo. São Paulo, Hucitec.

______ (2005). Segredos guardados: orixás na alma brasileira. São Paulo, Companhia das Letras.

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Diretório das músicas por ordem alfabética de título:

Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

A Bahia te espera 1950 Herivelto Martins e Chianca de Garcia

Trio de Ouro 78 rpm, Victor feitiço, candomblé, Iemanjá

A Bahia da magiaDos feitiços e da féBahia que tem tanta igrejaE tem tanto candomblé

Pára de buscarNossos saveiros já partiram para o marIaiá Eufrásia na beira do SobradãoEstá formando seu candombléVelha Damásia na ladeira do MamãoEstá preparando acarajé

Nossas morenasRoupas novas vão botarSe tu vieres irásProvar o meu vatapáSe tu vieresViverás nos braçosA festa de Iemanjá

Vem, vem, vemVem, vem, vemVem em busca da BahiaCidade da tentaçãoOnde o teu feitiço imperaVem e me trazes o teu coraçãoVem, a Bahia te esperaBahia, BahiaBahia, Bahia

A Bahia te espera 1962 Herivelto Martins e Chianca de Garcia

Lana Bittencourt Exaltação ao Samba, Columbia

Feitiço, candomblé, Iemanjá

A Bahia da magia, dos feitiços e da fé.Bahia que tem tanta igreja, que tem tanto candomblé.

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Pára de buscar,Nossos saveiros já partiram para o mar.Yayá Eufrásia, ladeira do SobradãoTá preparando seu candombléVelha Damásia da ladeira do mamãoTá preparando o acarajé

Pára de buscar,Nossos saveiros já partiram para o marNossas morenas roupas novas vão botarSe tu vieres, virás provar o meu vatapáSe tu vieres viverás nos meus braços a festa de Iemanjá

Vem, vem, vemVem em busca da BahiaCidade da tentaçãoOnde o meu feitiço imperaVemSe me trazes o teu coraçãoVemQue a Bahia te esperaBahia, Bahia,Bahia, Bahia!

"Exaltação ao Samba", fx. 6

A Bahia Te Espera 1963 Herivelto Martins e Chianca de Garcia

Dalva de Oliveira Compacto Dalva de Oliveira, Odeon

Feitiço, candomblé, Iemanjá

Oh bahia da magia, dos feitiços e dá féBahia que tem tanta igrejaE tem tanto candomblé

Para te buscarNossos saveiros já partiram para o marIaiá eufrásia, ladeira do sobradãoJá tá formando seu candonbléVelha damásia da ladeira do mamãoTá preparando acarajé

Para te buscar

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Nossos saveiros já partiram para o marNossas morenas roupas novas vão botarSe tu vieres irás provar o meu vatapáSe tu vieres viverás nos meus braçosA festa de iemanjá

Vem, vem, vemVem em busca da bahiaCidade da tentaçãoOnde meu feitiço imperaVem, se me trazes o teu coraçãoVem, a bahia te esperaBahia, bahia, bahia, bahia

A baiana chegou 1961 J. B. de Carvalho J. B. de Carvalho Macumba, canjerê, candomblé, Musicolor

comida de santo, canjerê, feitiço, pemba, congá

A baiana chegou da BahiaTodo mundo comeu vatapáA baiana chegou da BahiaTodo mundo comeu vatapáCom dendê e fubáE acarajéComida de santoQuem é que não quer?Prá fazer canjerêSó a baiana que sabe fazerTem, tem pembaTem, tem diaEm seu congaTem, tem, temTem também feitiço no olhar

A baiana tem 1940 Sátiro de Melo e Jararaca

Jararaca 78 rpm, Odeon macumbeiro “A baiana tem”, A baiana tem, tem, tem,O que ninguém tem, tem, tem,Ela sabe que é boa,Ela sabe o que temMas não diz a ninguém

A baiana quando samba

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Não me sai mais da idéiaRebola como jibóiaE treme como geléia.

Uma vez lá na BahiaEu passei por macumbeiro,Sambando com uma baiana,Ôi, na baixa do sapateiro

A benção, Bahia 1971 Toquinho e Vinicius de Moraes

Toquinho, Vinicius de Moraes e Marília Medalha

Como dizia o poeta, RGE

Iemanjá, Nanã, Iansã, Xangô, Oxalá Mãe Menininha do Gantois, Mãe Olga do Alaketu, Mãe Senhora do Afonjá, saravá

Olorô, BahiaNós viemos pedir sua bênção, saravá!Hepa hê, meu guiaNós viemos dormir no colinho de lemanjá!

Nanã Borokô fazer um BulandêEfó, caruru e aluáPimenta bastante pra fazer sofrerBastante mulata para amar

Fazer juntóMeu guia, hêSeu guia, hêBahia!

Saravá, senhoraNossa mãe foi-se embora pra sempre do AfojáA rainha agoraÉ Oxum, é a mãe Menininha do Gantois

Pedir à mãe Olga do Alakêto, hêChamar Iansã para dançarXangô, rei Xangô, Kabueci-elêMeu pai! Oxalá, hepa babá!

A bênção, mãeSenhora mãeMenina mãe

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Rainha!

Olorô, BahiaNós viemos pedir sua bênção, saravá!Hepa hê, meu guiaNós viemos dormir no colinho de Iemanjá!

A deusa dos orixás 1975 Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento

Clara Nunes Claridade, Odeon Iansã, Ogum, Nanã, Xangô

Iansã cadê Ogum?Foi pro marMas Iansã penteia seus cabelos maciosQuando a luz da lua cheia Clareia as águas do rioOgum sonhavaCom a filha de NanãE pensava que as estrelasEram os olhos de IansãMas Iansã, cadê Ogum?Foi pro marNa terra dos orixásO mar se dividiaEntre um Deus que era de pazE outro Deus que combatiaComo a luta só terminaQuando existe um vencedorIansã virou rainhaDa coroa de XangôMas Iansã, cadê Ogum?Foi pro mar

A encruzilhada 1973 Sônia Amaral e Bentana

Lincoln, João Roberto Kelly

Rio dá samba, Emi—Odeon

encruzilhada, feitiço, Xangô

Eu vou botar seu nome na encruzilhadaUma dúzia de vela, marafu e dendêEuvou botar seu nome na encruzilhadaE uma galinha preta eu vou dar pra vocêLêlê, lê, lê, lê, lêO feitiço que você fez pra mim

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Eu mando de volta pra vocêMeu santo é forteSou filho de Pai XangôE na minha AruandaSó tem paz e muito amor

A encruzilhada 1976 Sônia Amaral e Bentana

Lincoln A encruzilhada Encruzilhada, marafo, feitiço, Xangô, aruanda

Eu vou botar seu nomeNa encruzilhadaUma dúzia de velas , (marafo) e dendêEu vou botar seu nomeNa encruzilhadaE uma galinha preta Eu vou dar pra você

Lê lê lê lê lê lêO feitiço que você fez pra mimEu mando de volta pra vocêMeu santo é forteSou filho de pai XangôE na minha AruandaSó tem paz e muito amor

A estrela 1982 Raul Travassos e Silva Ferreira

Marisa Leopardo Oxum Vem, estrela da manhã acordando o diaVem, estrela da noite, quando principiaVem, menina princesa, lua de belezaPelo céu sem fim, pra mimIaiá Oxum, Iaiá Oxum, ora ieiê ô ora ieiê ô

Vem, senhora dos palácios, cheios de riquezaVem, senhora do dengo e da realezaVem, de pedras e ouros, donados tesouros cheiro de jasmim, pra mimIaiá Oxum, Iaiá Oxum, ora ieiê ô ora ieiê ô

Vem, carinho de riacho chorando na mataVem, vestida de renda, feita de cascataVem, abelha doçura, lira formosura tanto encanto assim

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

pra mimIaiá Oxum, Iaiá Oxum, ora ieiê ô ora ieiê ô

Vem, no espelho que reflete tua face amadaVem, rosa entreaberta, minha adoradaVem, leque do disfarce, esconder e dar-seEntre não e sim, pra mimIáiá Oxum

A fé do Pelô 1989 Paulinho Camafeu Carlinhos Axé e Banda Odara

Pra vadiar, Paralelo Oxalá, axé Do Pelô, a fé do PelôUm é meu, dois é seu, axéPaulinho do Camafeu

Descendo a ladeira do PelôEncontrei com OlodumSou filho de GandhyComponente, sou mais umTodo de branco representando Oxalá Sou cabeça feita joga pra cima do mar

Axé filho de GandhiAxé Babá, quem é cabeça feitaJoga pra cima do mar

A fonte de Paulus V 1986 Jorge Ben Jorge Ben Jorge Ben Brasil, Somlivre

Oxóssi, Iansã Aguam munificientia suaIn summim iani culumPer ductam citra tiberim totiosUrbes usui ano dominimNaquela Praça TrelussaNaquela Praça RomanaOnde a coruja dormeE a águia vigiaA Fonte de Paulus VPaulus V Pont MaxÉ lá que o arco-írisDescansa e bebe águaPor lá passa a cavalaria

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Cavalaria marinhaConduzindo o machadoO machado de Oxóssi

Eparrei, eparrei, eparrei!É lá que a lua e o solDão brilho nas estrelasÉ lá que a lua e o solTraçam a rota dos cometasÉ lá que a lua e o solFizeram a aurora boreal

Humildemente contenteComo se fosse um príncipeBebi da água da fonteQue sai da boca do leãoBebi da água da fonteQue sai da boca do dragão

A força da jurema 1973 Mateus, Dadinho e Heraldo

Os Tincoãs Os Tincoãs, Jangada caboclo, jurema, agogô, rum, saravá, candomblé

Ouvi você me chamando aquiEu vim de longe pra lhe obedecerSou um caboclo que só visto penaVim mostrar a força que tem a jurema

Meus camarada, meus camaradinho,Se quer que eu dance toque um pouquinho!Se quer que eu dance toque um pouquinho!

Eu estou aqui com toda minha gente.Saravá aos grandes! saravá também aos pequenos!Agogô e run! run pirun é!Este é o som do candomblé!

Agogô e run! run pirun é!Este é o som do candomblé!Agogô e run! run pirun é!Este é o som do candomblé!

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Agogô e run! run pirun é!Este é o som do candomblé!

A força dos deuses 1992 Elói Estrela e Mário Xember

Olodum A música do Olodum, Continental

Xangô, orixás Futuro eu não posso preverMistérios eu não vou desvendarBondades eu vou lhes prometerPassado a história vai contar(bis)

Níger Kaô KabiesilêOh meu Deus OlodumMy Je Kaô KabiesilêChama os orixásMy Je Kaô KabiesilêSaudação a XangôSalve o rastafarianismoSalve a nossa culturaSalve o mundo poéticoE o mundo da literaturaOrayê, orayê ôSalve o Olodum mero lutadorOrayê, orayê ôSalve Olodum historiador

Orayê Olodum orayê OlodumOrayê Olodum(bis)

Hoje eu só quero lutarPela vida do negro e do índio Do branco que vive a explorarA força de um peregrinoOrayê orayê ôSalve o Olodum mero lutadorOrayê, orayê ôSalve Olodum historiadorOrayê Olodum

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

A gente é sem-vergonha 1988 Genival Lacerda e Accioly Neto

Marcelo Nova Marcelo Nova e a envergadura moral, WEA,

macumbando A gente é sem-vergonhaA gente é que não prestaO mundo pegando fogoE nós aqui na festa

É bomba é bomba é bomba é fogueteÉ pau é pedra é bala é cacete

E a gente aqui encangado que nem dois "siri"E a gente aqui macumbando pro santo "subi"

É bomba é bomba é bomba é fogueteÉ pau é pedra é bala é cacete

E a gente aqui encangado que nem dois "siri"E a gente aqui macumbando pro santo "subi"

A lenda do Abaeté 1948 Dorival Caymmi Dorival Caymmi 78 rpm, Victor batucajé No Abaeté tem uma lagoa escuraNo Abaeté tem uma lagoa escuraArrodeada de areia brancaArrodeada de areia brancaÔ de areia brancaÔ de areia branca

De manhã cedo se uma lavadeiraVai lavar roupa no AbaetéVai se benzendo porque diz que ouveOuve a zuada do batucajéDo batucajéÔ do batucajé

No Abaeté tem uma lagoa escuraNo Abaeté tem uma lagoa escuraArrodeada de areia brancaArrodeada de areia brancaÔ de areia brancaÔ de areia branca

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

A noite tá que é um diaDiz alguém olhando a luaPela praia as criancinhasBrincam à luz do luarO luar prateia tudoCoqueiral, areia e marA gente imagina quantoA lagoa linda éA lua se namorandoNas águas do Abaeté

No Abaeté tem uma lagoa escuraNo Abaeté tem uma lagoa escuraArrodeada de areia brancaArrodeada de areia brancaÔ de areia brancaÔ de areia branca

De manhã cedo se uma lavadeiraVai lavar roupa no AbaetéVai se benzendo porque diz que ouveOuve a zuada do batucajéDo batucajéÔ do batucajé

O pescador deixa que seu filhinhoTome jangada, faça o que quiserMas dá pancada se o filhinho brincaPerto da lagoa do AbaetéÔ do Abaeté

A moça do mar 1975 c Raquel da Bahia Georgette A moça do mar, Tapecar,

saravá, feitiço, gira I olha quem chegou!É a Moça do Mar…Olha quem chegou!É a Moça do Mar…I olha quem chegou!

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É a Moça do Mar…Olha quem chegou…ou…ou…É a Moça do Mar.

Mas quem vem lá caminhando lento!É a Moça do Mar… (bis)

E no horizonte, a lua se deita, p’ra espreguiçar,Diz que é tempo de festa e o vento assobia p’ra enfeitiçar…É a noite envolvida com a magia do cantar,Emprestando ao povo o sorriso aberto da Moça do Mar…

Mas quem vem lá, caminhando lento!É a Moça do Mar… (bis)

No silêncio da noite, um pedaço de lua, a noite até clareou…Quando ouviu os passos da Deusa Bonita que agora chegou.É a reza do povo, o Terreiro em festa, e a multidão a louvar…E no peito a mensagem, o feitiço da gira da Moça do Mar.

I olha quem chegou!É a Moça do Mar…Olha quem chegou!É a Moça do Mar…I olha quem chegou!É a Moça do Mar…Olha quem chegou…ou…ou…É a Moça do Mar.

A verdadeira baiana 1989 Caetano Veloso Gal Costa Plural, RCA rum, rumpi, lé (atabaques), axé

A verdadeira baiana sabe ser falsaSalsa, valsa e samba quando querA verdadeira baiana é transafricanaÉ pós americana, Rum, Pi, drum machine, LéRum, Pi, drum machine, Lé

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Rum, Pi, drum machine, LéA verdadeira baiana A verdadeira baiana éA verdadeira baiana A verdadeira baiana éA verdadeira é baiana, a outra é falsaÉ a falsa falsa, falta pedigree e axéA verdadeira baiana é a matriarcaA menina-homem, o Deus-mulherRum, Pi, drum machine, LéRum, Pi, drum machine, LéA verdadeira baiana A verdadeira baiana éA verdadeira baiana A verdadeira baiana éA verdadeira baiana não marca o sambaCom a cocaína da vinheta de tevêSabe fazê-lo, mas segue atrás do mais beloO trieletrikitch som não se vêRum, Pi, drum machine, LéRum, Pi, drum machine, LéA verdadeira baianaA verdadeira baiana éA verdadeira baiana A verdadeira baiana éA verdadeira baiana transmuda o mundo Com seu gingado de ceticismo e féNeo-asiática, ela é supra lusitanaÉ verdadeira e falsa quando querRum, Pi, drum machine, LéRum, Pi, drum machine, LéA verdadeira baianaA verdadeira baiana éA verdadeira baiana A verdadeira baiana é

Abaluaiê 1950 Waldemar Henrique Jorge Fernandes com Leo Peracchi

78 rpm, Odeon Obaluaê, Orixalá Perdão Abaluaiê, perdãoPerdão a Orixalá, perdão

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Perdão a meu Deus do céu, perdãoAbaluaiê perdão

Ó rei do mundoPerdão AbaluaiêEle veio do marAbaluaiêEle é forte, ele veioAbaluaiêSalvar...(ritornelo)

A tô tô lu AbaluaiêCambone sala na muxila gôlô-êCambone sala na muxila gôlô-ê

Bença meu pai!

Abaluaiê 1973 Waldemar Henirque Clementina de Jesus Marinheiro só Abaluaiê, orixalá Perdão Abaluaiê, perdãoPerdão a orixalá, perdãoPerdão a meu Deus do céu, perdãoAbaluaiê perdão

Ó rei do mundoPerdão AbaluaiêEle veio do marAbaluaiêEle é forte, ele veio,AbaluaiêSalvar...

A tô tô lu AbaluaiêCambône sala na muxila gôlô-êCambône sala na muxila gôlô-ê

Bença meu pai!

Abaluaiê 1976 Waldemar Henirque José Tobias Música Popular do Norte 1

Orixalá Perdão, Abaluaiê, perdãoPerdão a Orixalá, perdão

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Perdão, ó meu Deus do céu, perdãoAbaluaiê, perdão

Ô, Rei do mundo, perdãoAbaluaiê, ele veio do marAbaluaiê, ele é forte, ele veioAbaluaiê, salvar

Adotolú AbaluaiêCambonissá lana muxila agolo, êCambonissá lana muxila agolo, ô

A bença, meu pai

Abebé 1996 Vevé Calazans e André Santana e Sibele

Bragadá Bragadá, Polygram abebé, ubalufon Jabacule barraqueirode lá ribeiraFoi tocar rumpiléLecu bajara iaraDe cara faceiradeu a luz a um bebê

Ubalafon fez um somPara um conto de fadasCom o ucalelêBateu no tempo do bloqueo rei de espadasMuita paz abebê

abebê abebê abebê abebê

No tique taquedo toque do batuquedo alabêsom de atbaque que batebate bate bate pra valer

Jabaculê bajara

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foi tocar rumpilêJabaculê bajaracom o ucalelê

abebê abebê abebê abebê

Abracei o mar 1986 Vevé Calazans e Gerônimo

Vevé Calazans Vevé Calazans, Nova República

Orunmilá Abracei o mar na lua cheia, abraceiAbracei o marAbracei o mar na lua cheia, abraceiAbracei o mar

Escolhi o melhor dos pensamentos, penseiAbracei o marTem festa no céu é lua cheia, sonheiAbracei o mar

E na hora marcada Dona AlvoradaChegou pra se banharMas nada pediuCantou pro marMas nada pediuConversou com o marMas nada pediuE o dia sorriu

Uma dúzia de rosasCheiro de alfazema, presentes eu fui levarMas nada pediJoguei no marMas nada pediMe molhei no marMas nada pediSó agradeci...Mamado iyê iyê ôOrumilá, orumilayó, orumilayó

Acocha Malungo 1968 Sidney Martins Noriel Vilela Eis o ôme Ororum, malungo, Ororum dá ah haha ah haha!

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baticum, gererê, terreiro, umbanda, sarava, Isquidum, borogundá

Ororum dá ah haha ah haha!Ororum dá ah haha ah haha!Ororum dá!Acocha malungo baticum gererêAcocha malungo baticum gererêAcocha malungo baticum gererêQue saudade dos terreirosOnde eu ia assistir pai Timbó trabalharTrabalhar!Era lindo ouvir negros cantandoCantigas de umbanda e ver pai Timbó, saravá!Saravá!Isquidum borogundá! saravá!Isquidum borogundá! saravá!Acocha malungo baticum gererêAcocha malungo baticum gererêAcocha malungo baticum gererêEu nasci lá em LuandaTerra de preto velho TimbóSaravá!Reinado de chefe de umbandaSou seu filho e sua proteçãoNão me deixa tão só!Tão só!Isquidum borogundá! tão só!Isquidum borogundá! tão só!Acocha malungo baticum gererêAcocha malungo baticum gererêAcocha malungo baticum gererêQue saudade dos terreirosOnde eu ia assistir pai timbó trabalharTrabalhar!Era lindo ouvir negros cantandoCantigas de umbanda e ver pai timbó, saravá!Saravá!Isquidum borogundá! saravá!Isquidum borogundá! saravá!Isquidum borogundá! saravá!

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Isquidum borogundá! saravá!Isquidum borogundá! saravá!

Acontece que eu sou baiano 1944 Dorival Caymmi Anjos do Inferno 78 rpm, Continental pai de santo Acontece que eu sou baiano,Acontece que ela não é,Mas... tem um requebrado pro lado,Minha Nossa Senhora!Meu senhor São José!Tem um requebrado pro lado,Minha Nossa Senhora!E ninguém sabe o que é!

Há tanta mulher no mundo,Só não casa quem não quer, Porque é que eu vim de longePra gostar dessa mulher?Essa que tem um requebrado pro lado,Minha Nossa Senhora!Meu senhor São José!Essa que tem um requebrado pro lado,Minha Nossa Senhora!E ninguém sabe o que é!

Já plantei na minha portaUm pezinho de guiné,Já chamei um pai-de-santoPra benzê essa mulhé,Essa que tem um requebrado pro lado,Minha Nossa Senhora!Meu senhor São José!Essa que tem um requebrado pro lado,Minha Nossa Senhora!E ninguém sabe o que é!

Acredito sim 1968 Avarése e Edenal Rodrigues

Noriel Vilela Eis o ôme Umbanda, preto velho, terreiro

Eu acredito simNão falem mal da umbanda perto de mimEu acredito simNão falem mal da umbanda perto de mim

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Estive mal de vida, um caboclo me ajudouQuando estive doente, Preto Velho me curouEu cheguei no terreiro a meia noite o galo cantouSó com três palavras todo mal que eu tinha o vento levouLevou, levou, levouAgradeço a umbandaa umbanda me salvouLevou, levou, levouAgradeço a umbandaa umbanda me salvouEu acredito simNão falem mal da umbanda perto de mimEu acredito simNão falem mal da umbanda perto de mimTava desempregado, sem dinheiro pra cômerEu não tinha saúde nem remédio pra beberHoje tenho emprego, dinheiro, saúde feliz eu estouSó com três palavras o mau que eu tinha o vento levouLevou, levou, levouAgradeço a umbandaa umbanda me salvou

Adarrum 1984 Moraes Moreira e Béu Machado

Moraes Moreira Mancha de dendê não sai, CBS

Oxalá, Obaluaê, Iansã, Xangô, Logum Edé, Nanã

Atabaque batucaSino noturnoDe uma negra catedralAlabê dá no couroReza e agouroDe um negro ritualBate rumBate léO céu agora é aquiDesce OxaláAbaloaê IansãDesce XangôLogum-Edé e NanãSom de atabaqueConvocou a legiãoSanto baixou

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O céu agora é no chão

Adelodê Yalonã 1987 Benito di Paula Benito di Paula Benito di Paula, Copacabana

Ialonã Êh, "suncê"Reflete no rio o luar, AdelodêÊh, "suncê""Suncê" fala bem de mim pra Yalonã

E me fala de um povoQue só tem amor para viverQue faz festa, faz rezaPra enfeitar meu amanhecer

"Suncê" sabe o que eu quero ser"Suncê" sempre vem me ensinarQue as águas vão sempre pro rioE o rio vai pro mar

"Suncê" sempre tem oraçãoE eu tô querendo rezar"Suncê" reza, eu faço oração pra coisa "miorar"

Êh, "suncê"Reflete no rio o luar, AdelodêÊh, "suncê""Suncê" fala bem de mim pra Yalonã

Afoxé 1986 Álvaro Peterson Bebeto Vem me amar Afoxé Afoxé é lindoAfoxé é límpido e cristalÉ um jeito de cubir um degrauNo seu ritmo espiritual

Aqui tem salPra salgar seu alimentoAqui tem luzPra iluminar o pensamento

E tem um ritmo Que bate o pé no chão

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E tem um ritmoQue bate o pé

Afoxé é 1981 Gilberto Gil Gilberto Gil Um Banda Um, WEA Pai Joaquim, Pai Tomé

Ê-ô, ê-ôÊ-ô, ê-ôÉ bom pra ioiôÉ bom pra iaiá

O afoxé é da genteFoi de quem quisÉ de quem quiserSair do Pé do CabocloAté a Praça da Sé

O afoxé é sementePlantou quem quisPlanta quem quiserTem que botar fé no blocoTem que gostar de andar a pé

Tem que agüentar sol a pinoTem que passar no terreiroE carregar o menino, oh, oh

Tem que tomar aguaceiroTem que saber cada hinoE cantar o tempo inteiro, oh

O afoxé, seu caminhoSempre se fezSempre se faráPor onde estiver o povoEsperando pra dançar

O afoxé vai seguindoSempre seguiuSempre seguiráCom a devoção do negro

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E a bênção de Oxalá

Afoxé pra Logum 1982 Nei Lopes Clara Nunes Nação, Emi—Odeon Oxóssi, Oxum, Logum Edé, axé

Menino caçadorFlecha no mato bravioMenino pescadorPedra no fundo do rio

Coroa reluzenteTodo ouro sobre azulMenino onipotenteMeio Oxóssi, meio Oxum

Menino caçadorFlecha no mato bravioMenino pescadorPedra no fundo do rio

Coroa reluzenteTodo ouro sobre azulMenino onipotenteMeio Oxóssi, meio Oxum

Eh..., quem é que ele é?Ah..., onde é que ele está?Axé, menino,axé!Fara Logun, Fara Logun, FáAxé, menino,axé!Fara Logun, Fara Logun, Fá

Menino, meu amorMinha mãe, meu pai, meu filhoToma teu axoxôTeu onjé de coco e milho

Me dá do teu axéQue eu te dou teu mulucumMenino, doce melMeio Oxóssi, meio Oxum

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Afoxés 1979 Paulinho Camafeu, Almir do Apache e Charles

Paulinho Boca Paulinho Boca de Cantor, Epic

saravá, Omulu, Xangô, Oxóssi

Afoxé lê iLei lê ôTinga malacumbêTinga malakeôÔ lalai ô lalaiÔ lailá ô lelêÔ lelaí ô lalaíÔ lailáQuem de lá vem vindoQuem de lá vem sóFoi nesse passoQue eu saí do TororóÉ de babá babá okeÉ de babá babá okáEu sou filho das águasSou neto de OmolúSarava, Xangô, OxossiMinha mãe se chama OxumÉ auê Filhos de Gandhi auêÉ auê Filhos de Gandhi obaAfoxé leiLei leô

Afoxés de Olinda 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

axé, Oxum, Odé Nas ruas de OlindaTem afoxé, tem afoxé, tem afoxéEssa luz que te ilumina é meu axéé meu axé, é meu axé

Mamãe Oxum chamou, eu vim fazerÉ minha missão é o meu prazerCantar a beleza da raça Negramostrar seu valor

Quero o fim do preconceitoÉ linda minha cor, sou negro sou

Sou Alafin, sou Ylê de EgbaSou Ara Odé

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Sou Oxum Pandá 

África 1993 Lourenço e Sant’Ana

Grupo Raça Jeito de Felicidade, BMG—Ariola

Oxalá Que força divinaQue vem do coraçãoA todos iluminaE explode de emoção

E com fé quebra quebrantosDo amor faz seu canto Pelo mundo ecoarÉ odara, é rei, é bantoÉ um mar de acalantoÉ África...

Ôôô é alegriaÔôô é magia

Mesmo sem secar o prantoFaz do mundo um encantoTem na vida OxaláE na arte um manto santoPra cobrir todos os cantosÉ África

Ôôô é alegriaÔôô é magia

África chamada Bahia 1991 Moraes Moreira, Davi Moraes e Zé Ricardo

Moraes Moreira Cidadão, Columbia terreiro, toque Oh! ÁfricaChamada Bahia

Neguinho é do sambaTá na cara carambaCoração também éÉ triste, é alegreNeguinho é do reggaeÉ de rocha, é de fé

Da Bahia ele é umDos seus filhos legítimos

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É ilê OlodumInventor desses ritmos

Já contou a históriaHoje canta vitóriaVai além do terreiroToque misteriosoJá deixou curiosoQuase o mundo inteiro

África Morena 1995 Daniel Moreno Daniel Moreno Daniel Moreno, Retoque

Mãe Menininha África, África, ÁfricaFábrica da América do SulÁfrica, África, ÁfricaFábrica da América do SulEssa pele morenaDo sol de IpanemaEsse jeito gostoso de amarVeio lá da África Esse fogo acesoDe amor e desejoQue eu não consigo apagarVeio lá da África A delícia da pingaA malícia da línguaEssa ginga sacana no olharVeio lá da África África, África, ÁfricaFábrica da América do SulÁfrica, África, ÁfricaFábrica da América do SulMinha reza, meu cantoA vela pro santoEssa fé que me faz resistirVeio lá da África Minha mãe MenininhaEstrela rainhaQue embala essa gente daquiVeio lá da África

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Tudo o que eu sei da vidaQue aqui nesse mundo eu viviVeio lá da África Pra ser mais coerenteA força da menteQue nunca me deixa cairVeio lá da África

Agiborê 1972 Tom e Dito MPB4 Cicatrizes, Philips Agiborê Agiborê moji baôIlê Odudu o-rê-rê-rêOque i elegibôUba ujuáIlá láiláIlá láilá o laiIlá lá ilá

Agô agô Yê 1959 Henrique Gonçalez Honório dos Santos 78 rpm, Todamérica Iemanjá. D78-31.532[LB] (tombo)

Agô do pé 1981 Paulinho Camafeu e Pepeu Gomes

Pepeu Gomes Pepeu Gomes, WEA Xangô Ê filho de GandhiÊ filha de GandhiÊ neto de GandhiÊ neta de Gandhi

Baba baba oniVenha me salvar que eu sou filho de Gandhi

Agô do pé meu agôAgô do pé meu pai XangôAgô do pé meu agôAgô do pé obaketôFilho de Gandhi

Agô Lonan 1968 domínio público Orquestra Afro-Brasileira

Orquestra Afro-Brasileira, CBS

Lonan Ago, ago Lonanago Lonanoni dé de ô

Agô-abô 1987. Zelitágua Banda Mel Força Interior, axé Bate o compasso com o pé

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Continental Bate o compasso com a mão (bis)

Agô-abô é energiaAgô-abô é emoção (bis)

Sustenta a raçaCabeça feita ou por fazerAgita a massa carente da força dessa união (bis)

Olha lá quem vem, Agô-abôOlha quem vem lá, Agô-abô (bis)

Axé é dança bonita, de índio, negro, mulatoEsse som pira a cabeça, de indio, negro, mulatoA força da raça na dançaO negro lá na senzala solfejava essa canção:Ê ê ê ô, êê ô ê ô…

Agolonã 1976 Ederaldo Gentil e Batatinha

Alcione Morte de um poeta, Polygram

Agolonã Ago, agolonãAgo, agolonãCaminhos não estam claros, o tempo parouMente confusa, barreiras... agoAgo, agolonãAgo, agolonãRosas do velho na estradaCruzadas na encruzilhadaForça do obi, ogoMisericórdia, agoAgo, agolonãAgo, agolonãO vento leva, o vento trazOxente, deus é maisAgo, agolonãAgo, agolonã

(Bis)

Água benta 1997 Gilberto Gil Gilberto Gil Quanta, WEA Ossaim, babalaôs A água benta que batizou

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Contaminou o bebêA medicina e o seu doutorNada puderam fazerO desespero se apoderouDo padre, do pai, da mãeFoi quando então alguém se lembrouDe um feiticeiro de Ossain Um simples banho de folhas fezO que não se esperava maisDepois, depois muitos muitos anos depoisRapaz, aquele menino já então rapazSe fez, um rei entre os grandes BabalaôsDos tais, dos tais como já não se fazem maisA água benta que ao bel prazer, se desmagnetizou Desconectada do seu poder Por um capricho do amorAmor condutor do elan vitalQue o chinês chama de chiQue Don Juan chama de nagualQue não circulava aliAli na grã pia batismalO amor deixara de fluirTalvez, por mero defeito na ligaçãoSutil, entre a essência e a representaçãoVerbal, que tem fazer todo coraçãoMortal, ao balbuciar sua oração A água benta que o bomContaminou sem quererA fonte suja que o sacristão Utilizou sem saberA força neutra que move a mãoDo assassino o punhalE o bisturi do cirurgiãoO todo total do TaoLâmina quântica do quererQue o feiticeiro sabe lerFractal, de olho na fresta da imensidãoSinal, do mistério na cauda do pavão

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Igual, ao mistério na juba do leãoIgual, ao mistério na presa do narval

Águas 1995 Dudu Tucci Dudu Tucci Native Dreamer Oxalá, Iemanjá, Nanã, Oxum

Águas de OxaláMar de IemanjáChuvas de NanãLagos de OxumÁguas do viverMovimento para o serÁguas que virão Águas do nascerLevo a vida inteiraNesta feiraMas RibeiraEu vou voltarSeja para o anoUm oceano Não me impede de voar!Águas do vivierSão águas de OxaláÁguas que virão São águas do meu serÁguas do viver...Levo a vida inteira...

Aguemarina (louvor a Ossain) 1976 Emília Biancardi Grupo Zambo Bahia, Grupo Zambo, Discos Marcus Pereira

Ossanha, feitiço, mandinga

AguemarinaParadaAguemarinaParadaô

Quando Ossanha deu seu gritoToda a mata se aquentouEra triste o seu lamentoQuando o sabiá chorou

Não faço feitiço pro fatoQue eu tô com mandinga de amorEu nunca usei nada disso

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Por isso eu sou quem eu sou

Sá orê kotu, OssanhaIrê kotu oriSá orê kotu, OssanhaIre kotu ori

Ai de mim 1937 Alcebíades Barcelos (Bides)

Alcebíades Barcelos 78 rpm feiticeiro Acordei de manhã cedoFui falar ao feiticeiroEle pra me dar um banho Me pediu muito dinheiro.

Aldeia de Okarimé 1986 Aloysio, César Veneno e Naval

Neguinho da Beija-Flor

A voz da massa, CBS Inaê, Obatalá, feitiçaria, Olorum

A Inaê, Inaê, Inaê

Canta negro da aldeiaMuita fé, amor, esperançaTem batuque a noite inteiraE todos entram na dançaOferendas e magiaRei dos reis, ObataláE também feitiçariaPara o mal se afastar

Odopiô OlorumPara conservar minha vidaQui zambi tiberoléA felicidade sentidaNa aldeia okarimbéQue é lugar pra negro viver

Alô Filhos de Gandhy 1976 Armandinho e André Macedo

Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar

Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar

axé, ora iê iê Um canto soou da massaAstral que nos elevou ôôAlô Filhos de GandhyOra iê iê ôSaudamos sua belezaPura nobreza da cor ôôAxé Filhos de Gandhy

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Ora iê iê ôAh! Estrela guiaBranca magiaPronunciouAh! Trilha brilhanteClaro semblanteMe iluminouVamos seguindo caminhoCantando do som do agogô ôôValeu pomba sagradaOra iê iê ô

Alodê 1946 Príncipe Pretinho Ataulfo Alves e suas Pastoras

78 rpm, Victor candomblé Alodê, alodêraQuem manda nas águas é Iemanjá(bis)

Eu vou levar meu presenteMeu presente eu vou levarQuando fizer meu pedidoÀ minha mãe IemanjáPra fazer o meu amor voltar.Ai ai, pra fazer o meu amor voltarAi ai, pra fazer o meu amor voltar

Meu relógio de ouro, eu vou levarMinha pulseira de ouro, eu vou levarMinha corrente de ouro, eu vou levarMinha medalha de ouro, eu vou levar

Alodê, alodêraQuem manda nas águas é Iemanjá(bis)

Alto das Pombas 1978 Edson Conceição e Aloísio

Edson Conceição Aí é que você se engana, CBS

Iansã, Omulu, Oxalá, Iemanjá, Pombagira

Pedrinha miudinhaMiudinha de aruandêLagedo tão grandeTão grande de aruandê

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Pedrinha miudinhaMiudinha de aruandêUma maior outra menorA mais pequena “é quem nos” alumeia

Vem do “Alto das Pombas”Candomblé da BahiaEste ponto pra santo “baixar” Atabaques batendoEste ponto me acalmaComo uma doce canção de ninar

Pedrinha miudinhaMiudinha de aruandêLagedo tão grandeTão grande de aruandê

Minha mãe entre os santosMe deu papa nos dedosIansã, Omulu, OxaláPomba gira vaidosaCaruru de São cosmeDia dois, fevereiro, Iemanjá

Pedrinha miudinhaMiudinha de aruandêUma maior outra menorA mais pequena “é quem nos” alumeia

Doce cheiro de incensoPerfumando as esquinasFiz de “Palha da Costa” um colarEste incenso e esta palhaVêm do “Alto das Pombas”Como uma doce canção de ninar

Pedrinha miudinha

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Miudinha de aruandêLagedo tão grandeTão grande de aruandê

Pedrinha miudinhaMiudinha de aruandêUma maior outra menorA mais pequena “é quem nos” alumeia

Aluandê 1975c Raquel da Bahia Georgette A moça do mar Orixá, Aluandê, Ogum, Obaluaê, Aruanda, patuá, encruzilhada

Mistério e lenda tão antigaTraz Iara nas águas do marAuê, auê, auê , aruá minha mãe Orixá

Aluandê

Com seu cavalo branco é Ogum O rei dos feiticeirosIansã ObaluaêPovo de Aruanda AluandêE olha o patuá que eu trouxe da BahiaFiga de guiné da tia MariaArerê e madrugadaEle vai descer na encruzilhadaAluandê

Amalá de Xangô 1955 João da Baiana João da Baiana e seu Terreiro

78 rpm, Odeon Ogum, Xangô, terreiro, amalá

Caboque loquê,Caboque lê eci.

Vamos lá na penera ver vovô.Vamos lá na penera ver vovô.Aqui fala o terreiro de Agandô, Ébomina énina ébô.

Oberi, meu obé que levou.Oberi, meu obé que levou.Fosse Ogum, fosse Ogum Que apanhôPrá matá de có, Cocorocô.

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E cadê o aquicoque Que o matô?E cadê meu garafa De ebô?Vai no mato apanhá Mais quibmbo.Vou fazê um Amalá, Botá Xangô.Você vai lá no mato Biguiru.Você vai lá no mato Biguiru. Olha o toco, nunca me levantô fé. Olha o toco, nunca me levantô fé.

Amaralina 1951 Oldemar Magalhães e Alberto Costa

Anjos do Inferno 78 rpm, Victor Mãe d'Água (Iemanjá)

Quem foi à BahiaQue não conheceu Amaralina,Não sabe que lindo sonho perdeu, menina.Se não viu os pescadores darem presente a Mãe D'água,Vai ter sua vida carregadinha de mágoa.Não viu as morenas dizerem - Como é bom sonharÀ sombra desses coqueiros vendo jangadas ao mar,E de noite a lua cheia, prateando tudo, tudo,E as morenas exibindo suas tranças de veludo.

Amor de matar 1996 Roberto Mendes e Jorge Portugal

Paulinho Boca de Cantor

Todos os sambas, RGE

Odoiá (Iemanjá) Ô do lado de láDonde sejaDê cá lá um beijoQue eu quero provarDessa coisa, (bis)ue verEu não vejoMas dá um molejoDe arrepiarÉ um frenesiSem freioÉ um amor de matarÉ um samba balanceiaSom que semeia

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Sem meio de errarÉ um a umMeio a meioÉ um, pra lá e pra cáÉ um amor sem rodeioNa roda do meioNo meio do mar

Yê, Yê Odoyá (bis)Yê, Yê Yá

Amor e festança 1999 Adalto Magalha e Toninho Geraes

Beth Carvalho Pagode de Mesa ao vivo, Universal

Nanã, Beira-Mar Pior que um facão de pontaSão as contas do teu olharQuando o amor desponta e encantaQual brilho do luarChegou feito ondas brancasTrazendo o cheiro do marMeu coração balança, meninoVocê me faz sonharMeu corpo já traçou seu destinoVem, pode navegarO navio apitouTem festa, pode aportarBatuque, samba de rodaO meu dengo vai estarJá preparei a saia rendadaPra saracotearFicar a noite inteira sambandoAté o sol raiarDodô cantou para NanãNa ribeira, ô, ôVovó foi lá perfumar A ladeira, ô, ôEu quero ver mô jogarCapoeira, ô, ôNa festa do beira-mar, êBeira-Mar

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Amor, amor 1993 Ythamar Tropicália Ara Ketu Ara Ketu de Periperi, Emi—Odeon

Oxum Ê, ê ê ê ôA lenda do amorÊ, ê ê ê ôSou Ara ketuIlexá, amor, amorIlexá, cidade lendáriaQue o mundo encantouFoi lá que nasceu o amorA rainha das águas profundasEstava a banhar-se nas margens do rioO menino cupido lançou sua flecha encantadaO homem, a criança, o ancião do amor,O sol se apaixonouPor água doce e sumiuO lago prometeu destruir esse amor envolventeMandou seu soldado atrás do casal varonilA água doce se asilou Em seu palácio e sumiuFazendo cair uma cortina de chuva ao redorDestruindo o lugar onde os dois se encontraram a amarEla abriu a flor do seu sexoConvidando a mais e maisE nasceu uma criança herdando os poderes dos pais

Andar de caboclo 1975 domínio público Os Tápes Música Popular do Sul 3, Discos Marcus Pereira

Iemanjá Como é bonito O andar do cabocloQue pisa na areiaNo rastro dos astros

Salve sereiaE salve IemanjáAjude o cabocloDa beira do mar

Como é bonitoA choupana de palhaQue abriga o cabocloCansado da praia

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Aquarela brasileira 1973 Silas de Oliveira Elza Soares Aquarela brasileira, Emi—Odeon

candomblé Vejam esta maravilha de cenárioÉ um episódio relicárioQue o artista num sonho genial Escolheu para este carnavalE o asfalto como passarelaSerá a tela do Brasil em forma de aquarelaPasseando pelas cercanias do AmazonasConheci vastos seringaisNo Pará, a ilha dos MarajósE a velha cabana TimbóCaminhando ainda um pouco maisDeparei com lindos coqueiraisEstava no Ceará, na terra do IrapuãDe Iracema e upãFiquei radiante de alegria Quando eu cheguei na BahiaBahia de Castro AlvesDo acarajé, das noites de magia do candombléDepois de atravessar as matas do IpuAssisti em Pernambuco à festaDo frevo e do maracatuBrasília tem o seu destaqueNa arte, na beleza e arquiteturaFeitiço de garoa pela serraSão Paulo engrandece a nossa terraDo leste por todo o centro-oesteTudo é belo e tem lindo matizE o Rio de sambas e batucadasDos malandros e mulatasDe requebros febrisBrasil, estas nossas verdes matasCachoeiras e cascatas de colorido sutilE este lindo céu de azul anilEmolduram aquarela o meu Brasil

Aquarela brasileira 1989 Silas de Oliveira Martinho da Vila Canta, canta minha gente

Candomblé Vejam esta maravilha de cenárioÉ um episódio relicárioQue o artista num sonho genial

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Escolheu para este carnavalE o asfalto como passarelaSerá a tela do Brasil em forma de aquarelaPasseando pelas cercanias do AmazonasConheci vastos seringaisNo Pará, a ilha dos MarajósE a velha cabana TimbóCaminhando ainda um pouco maisDeparei com lindos coqueiraisEstava no Ceará, na terra do IrapuãDe Iracema e upãFiquei radiante de alegria Quando eu cheguei na BahiaBahia de Castro AlvesDo acarajé, das noites de magia do candombléDepois de atravessar as matas do IpuAssisti em Pernambuco à festaDo frevo e do maracatuBrasília tem o seu destaqueNa arte, na beleza e arquiteturaFeitiço de garoa pela serraSão Paulo engrandece a nossa terraDo leste por todo o centro-oesteTudo é belo e tem lindo matizE o Rio de sambas e batucadasDos malandros e mulatasDe requebros febrisBrasil, estas nossas verdes matasCachoeiras e cascatas de colorido sutilE este lindo céu de azul anilEmolduram aquarela o meu Brasil

Aquarela brasileira 1990 Silas de Oliveira Neguinho da Beija-Flor

Felicidade Candomblé Vejam esta maravilha de cenárioÉ um episódio relicárioQue o artista num sonho genialEscolheu para este carnavalE o asfalto como passarelaSerá a tela do Brasil em forma de aquarela

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Passeando pelas cercanias do AmazonasConheci vastos seringaisNo Pará, a ilha de MarajóE a velha cabana do TimbóCaminhanndo ainda um pouco maisDeparei com lindos coqueiraisEstava no Ceará, terra de IrapuãDe Iracema e TupãFiquei radiante de alegriaQuando cheguei na BahiaBahia de Castro AlvesDo acarajéDas noites de magia do CandombléDepois de atravessar as matas do IpuAssisti em Pernambuco a festaDo frevo e o maracatuBrasília tem o seu destaqueNa arte, na beleza e arquiteturaFeitiço de garoa pela serraSão Paulo engrnadece a nossa terraDo leste por todo centro-oesteTudo é belo e tem lindo matizE o Rio dos sambas e batucadasDos malandros e mulatasDe requebros febrisBrasil, estas nossas verdes matasCachoeiras e cascatasDe colorido sutilEste lindo céu de azul de anilEmolduram a aquarela do meu Brasil

Ara-Keto 1985 Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro

Alcione Fogo da Vida, RCA atabaques, ijexá, orixás

Ara-Keto é meuÉ seu, é de nósÉ de DeusÉ de lá sua voz

Ara-keto vai dar pra esse povo sofredor

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O mesmo alento que dá forças aos fiéisE ele vai lembrar de Zumbi libertadorLivrando o povo dos grilhões e das falésVai retumbar todo o chão de SalvadorCom seus tambores, atabaques e afoxés

Coro

Batam palmas que o Ara-keto vai passarCom suas alas de Sinhôs e de SinhásE ele chega no balanço do IfexáTrazendo a força e a proteção dos Orixás

Arco-íris de Madagascar 1987 Tonho Matéria Olodum Egito Madagascar, Continental

Olodumare Acredito no Deus dos Deuses OlodumDe seus dialetos, reflexos e mistériosQue é uma natureza maiorQue dá lustre a vidaDe uma deusa negraE os homens que sofrem horroresNo espaço de sua grandezaCom a singeleza, ilumina OlodumComo as estrelas que brilhamEm torno do caminho da luaCom uma certeza divina Que o sol na colina renasceráNo horizonte da ilha de MadásgascarÊi êi êi á á áDe Madágascar a ê ê ê ô ô ôAbrange Olodum uma cultura miscigenadaMostrando origens, fatores e a revoluçãoFalando bem forte em Ranavalona, RadamaE o sobrepujamento de uma naçãoNatureza é OlodumPelourinho e SalvadorMistério que o negroMergulha no encanto do amorQuem baila, quem baila é OlodumOh! Divino Olodumaré

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Tornai-vos o nosso destino a pura belezaE a natureza no infinito mostrarEm cores tu és o Arco-Íris de Madágascar Êi êi êi á á áDe Madágascar

Arrastão 1965 Edu Lobo e Vinicius de Moraes

Elis Regina Dois na bossa, Polygram

Iemanjá Ê tem jangada no marÊ eiê hoje tem arrastãoÊ todo mundo pescarChega de sombra JoãoJ'ouviu Olha o arrastão entrando no mar sem fimÊ meu irmão me traz Iemanjá pra mimNha Santa Bárbara me abençoaiQuero me casar com JanaínaÊ puxa bem devagarÊ iê já vem vindo o arrastãoÊ é a Rainha do MarVem vem na rede João pra mimValha meu Nosso Senhor do BonfimNunca jamais se viu tanto peixe assimValha meu Nosso Senhor do BonfimNunca jamais se viu tanto peixe assim

Arruda 1987 Carlinhos Brown Sarajane História do Brasil, Emi—Odeon

axé Arruda pra se cheirarTem muda para se plantar Não muda a visãoDo velho Buda

Meu canto ainda tá de péMeu santo tem muito axéÉ hora de plantar pra mudar

É hora de se saberQue o dedo que aperta o botãoTambém pode apontar uma boa ação

É hora de se saber

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Que o som de uma cançãoExplode bem mais alto e um canhão

É horaDe plantar a nossa pazÉ horaDe viver um pouco mais

Aruanda 1950 Jorge Fernandes e Léo Peracchi

Jorge Fernandes com Léo Peracchi e coro

78 rpm Oxum, Mãe Joana, umbanda, terreiro

Ê...N’Aruanda ê

N’Aruanda tem OxumN’Aruanda tem ?N’Aruanda tem OxumN’Aruanda ê

(Arriou) nos seus (dias)A mamãe d’AruandaTá bulindo, tá mechendoTá bulindo no terreiro de Umbanda

Eles têm alegriaEles têm alegriaEles têm alegriaSalve Mãe JoanaSalve nossos dias

Eles têm alegriaEles têm alegriaEles têm alegriaEles têm alegria no dia de hojeEles têm alegria

Aruanda 1963 Carlos Lyra e Geraldo Vandré

Carlos Lyra Depois do carnaval: o sambalanço de Carlos Lyra, Philips

Aruanda Vai, vai, vai pra AruandaVem, vem, vem de LuandaDeixa tudo que é tristeVai, vai, vai pra AruandaLá não tem, mais tristeza

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Vai que tudo é belezaOuve essa voz que te chamaVai, vai, vai

Aruê-lá 1972 Ederaldo Gentil Eliana Pittman Eliana Pittman, Imperial,

Verequetê Perequepê, perequepê-ia??Perquepê babá(bis)Aruê-lá, Aruê-la, Aruê meu bam bam bamAruê-paLai em Laila, Lai Lai La, Lai Lai Lai OlaêLai Lai LáQuando me vem a tristeza, eu corro pro santo e começo a sambarAí eu esqueço da vida, esqueço os problemas que a vida me dáEi Lai lai alegriaÉ dona de tudo que existe por lá Lá não existe tristezaPois toda beleza mora la em lilá

As ayabás 1976 Caetano Veloso e Gilberto Gil

Maria Bethânia Pássaro proibido, Phonogram

Iansã, Obá, Euá, Oxum

Nem um outro som no ar

Pra que todo mundo ouçaEu agora vou cantar para todas as moçasEu agora vou bater Para todas as moçasEu agora vou dançar Para todas as moçasPara todas AyabásPara todas elas (bis)

Yansã comanda os ventosE a força dos elementosNa ponta do seu florimÉ uma menina bonitaQuando o céu se precipitaSempre o princípio e o fim (bis)

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ObáNão tem homem que enfrente ObáA guerreira mais valente ObáNão sei se me deixo mudo ObáNuma mão rédeas e escudo ObáA espada na outraNão sei se ...canto ou se calo ObáDe pé sobre o seu cavalo De pé sobre o seu cavalo (8x)

Ewá Ewá É uma moça cismadaQue se esconde na mata e Não tem medo de nada

Ewá EwáNão tem medo de nadaO chão, o bichos, as folhasO céuEwá EwáVirgem da mataVirgem da mata Virgem dos lábios de mel (bis)

Oxum Oxum Doce mãe dessa gente morenaOxum hum Oxum hum Água dourada, lagoa serenaOxum hum Oxum humBeleza da força da beleza da força da belezaOxum hum Oxum hum Oxum hum

As forças de Olorum 1989 Ythamar Tropicália, Valmir Brito, Gibi e Bira

Banda Reflexu's Kabiêssele, Emi—Odeon

Olorum, Afreketê, Oraniã, Xangô

Êa oké mogumê a ê alajóÊa êa êa êaEró eró eró eró eró

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Êa oké mogum êaÊa ê alajóAfreketê foi verdadeiroFundador do reino de Oyó

Senhores seriam Deus dos negrosMas havia Deus onipotenteQue lutava pelos negrosE previa o futuro da genteDesde o princípio do mundoQue os homens muitas coisas criaramE para a plantação do progressoEscravizaram esse negro nagôE o império do mundoSe excediam em todos os países

O negro é nativo é guerreiroPadecera coisas que Zambi não quisEu trago a força das negras raízesO grito do escravo acorrentadoO seu passado negro não envolveO presenteE o Afreketê é filho dos de Deus abençoado

Pom tchaPom tchaTcha PomÊ ahê ahê Afreketê

É significante ZambiAs forças de Olorum

Olowo rei de EgbáOnisavé rei de SavéOragun reinou em IláOni soberano de IféAgerô rei de AgerôAlakêto reinou em Kêto

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Xangô de Xangô de CaôôôOranian Kabiesilé

Pom tchaPom tchaTcha PomÊ ahê ahê Afreketê

As mil e uma aldeias 1997 João Bosco e Francisco Bosco

João Bosco As mil e uma aldeias, Sony Music

Oxalá, Nanã, oluô, orixá, iaô, egum

Pra MadagáscarVou rumarNo sertão do CearáVou passarEu levo um mundoSem fundo, repletoDe enredos, estradasPra gente explorarCafarnaumJericó, JequiéDiga pra NazaréQue eu não tardo em chegarLá em BagdáVou morarE se Alá me acostumarVou ficarEu ouço os ventosAlísios que sopramAs vozes dos mourosA me sussurarE trago a cobraDo cesto pra pertoPra ver se ela sabeMe ouvindo sambar, sambar...Sou navegadorSou de meu tempo capitão, eu sou...Não preciso mais do marTenho meu motorLigado aonde quer que eu váVou sem sair do meu lugar

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Estar aqui, viver aqui,Que mais isso dirá?Sou de um paísChamado qualquer lugarOfertai obiDianbauaiMe seduzirAlcárcer-quibirIfé obáSonhei assimVentres, dunas de areiaCarnaval na poeiraSob as constelaçõesSimbá vem dizerQue a terra é o marÔ, que sopre pra mimQualquer direçãoQue eu tope embarcar(fui...)Numa vida anterior fui um xeique opulentoE nobre, tinha damas e safiras a contentoLá, Sherazade me abrandava a noite escuraCom mil e uma doses de ternuraVinde a mim, oh poderoso ventoQue sopra a vida de um outro momentoJá posso ver, nessa ardente loucuraAs areias na terra, as estrelas na altura

As quatro fases do amor 1983 Mú e Bernardo Vilhena

A Cor do Som As quatro fases do amor, Elektra

Ogum Todo amor é feito a lua crescenteTodo amor é feito a lua novaTodo amor é feito a lua minguanteTodo amor é feito a lua cheiaMeu amor

Todo amor é feito a luaTodo amor é feito a féTodo amor é feito a faseTodo amor é feito a maré

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Com a bênção de São JorgeOgum, oh, ohTodo amor é feito a lua crescenteTodo amor é feito a lua novaTodo amor é feito a lua minguanteTodo amor é feito a lua cheiaMeu amor

Nosso amor é feito a lua Nosso amor é feito a féNosso amor é feito a faseNosso amor dá pé

A bênção de São Jorge OgumO nosso amor é fogo, é brasaBrasa da boca do dragão

Assim não, Zambi 1979 Martinho da Vila Clementina de Jesus Clementina, Emi Zambi Quando eu morrerVou bater lá na porta do céuE vou falar pra São PedroQue ninguém quer essa vida cruel

Eu não quero essa vida não ZambiNinguém quer essa vida assim não Zambi

Eu não quero as crianças roubandoA veinha esmolando uma xepa na feiraEu não quero esse medo estampadoNa cara duns nêgo sem eira nem beira

Asbre as cadeiasPros inocentesDá liberdade pros homens de opiniãoQuando um nêgo tá morto de fomeUm outro não tem o que comerQuando um nêgo tá num pau-de-araraTem nego penando num outro sofrer

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Eu não quero essa vida não ZambiNinguém quer essa vida assim não Zambi

Quando eu morrerVou bater lá na porta do céuE vou falar pra São PedroQue ninguém quer essa vida cruel

Eu não quero essa vida não ZambiNinguém quer essa vida assim não Zambi

Deus é pai, Deus é filho, Espírito Santo é ZambiEu não quero essa vida não ZambiClementina é filha de ZambiEu não quero essa vida não ZambiNinguém quer essa vida assim não Zambi

Atabaque chora 1977 Os Tincoãs Os Tincoãs Os Tincoãs, RCA Victor

Yemanjá Atabaque chora, chora também o amor em mimAtabaque chora, chora também o amor em mimAtabaque chora, chora também o amor em mimAtabaque chora, chora também o amor em mimSe o meu peito sangrarSofro calado sem ter jeito a darEla vai pra não voltarPara o marE sem saber se é amor ou é penarVi meus olhos marejar

Atabaque chora, chora também o amor em mimAtabaque chora, chora também o amor em mimAtabaque chora, chora também o amor em mimAtabaque chora, chora também o amor em mimVendo a canoa no marCanto e dor, o pedido a YemanjáPara um dia ela voltarLá do marMeu atabaque vendo o meu pranto rolar

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Também se pôs a chorar

Até parece que eu sou da Bahia 1942 Roberto Martins e José Batista

Déo 78 rpm, Colúmbia canjerê, feitiço, patuá Depois da briga,Ela fez um canjerê pra mim,Meu santo é forte,E o feitiço não pegou.

Até parece que eu sou da BahiaAté parece que eu sou de São Salvador.Eu trago um brevePendurado no pescoço,E uma medalha do meu santo protetor.

Tenho uma figa,Pra livrar do mau olhado,E um patuá,Que tem pra mim muito valor.

Mas o feitiço,Virou contra o feiticeiro,Tenho dinheiro,Tenho sorte,Tenho amor.

Até Shangri-la 1988 Pepeu Gomes e Gerônimo

Pepeu Gomes Pepeu Gomes, WEA Odé Andar a péAté Sangri-laE um BonfimNegralizarO culto do amorE nunca negarÔ ô ô será, será?Ô ô ô que existe o amor?RenunciarA pé ao BonfimE nunca negar

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Andar a péAté Shangri-laE viver na féÔ ô ô negralizar o amorOká Aro Ode que na voz do caçadorNa luz vai procurarCadê meu amor?O afoxéIjê ijê ijexá nagôNa luz vai procurarCadê meu amor?

Atlântida 1991 Carlos Scorpião Olodum Da Atlântida à Bahia — o Mar é o Caminho, Continental

Iemanjá, orixás, inquices

Atlântida,O elo que nos ligaSão as águas de IemanjáRainha e mãe, como as AmazonasTem o seu reino sob o marFaz emergir ideais de homens negrosNegreiros que um dia o mar tragouDe África, orixás e inquicesAportam no cais de Salvador

Odoiá, OdoiáPoesia e religiãoOlodum, OlodumMitologia e cançãoPelourinho, PelourinhoGuetos, Sweto, InsurreiçãoMandela, o negroA luta e a libertação (bis)

Atraca, atraca 1973 domínio popular Clementina Marinheiro só, Emi—Odeon

Nanã, Iemanjá Atraca atraca que vem Nanã - ê êAtraca atraca que vem Nanã - ê aAtraca atraca que vem Nanã - ê êAtraca atraca que vem Nanã - ê a

É Nanã rainha do marÉ Nanã mamãe Iemanjá

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É Nanã que eu vou saravá - ê a

Atraca atraca que vem Nanã - ê êAtraca atraca que vem Nanã - ê aAtraca atraca que vem Nanã - ê êAtraca atraca que vem Nanã - ê a

É Nanã rainha do marÉ Nanã mamãe IemanjáÉ Nanã que eu vou saravá - ê a

Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu

1998 David Corrêa, Paulinho Carvalho, Carlos Sena e Bira do Ponto

Caetano Veloso Prenda Minha (ao vivo), Polygram

orixás, Obá Me leva que eu vouSonho meuAtrás da verde-e-rosaSó não vai quem já morreuBahia é luzDe poeta ao luarSalve todos orixásQuem me mandouEstrelas de láFoi são salvadorPra noite brilharMangueira!Jogando flores pelo marSe encantou com a musaQue a Bahia dáObá, berimbau, ganzáÔ, capoeiraJoga um verso pra iáiáCaetano e Gil, ôCom a tropicália no olharDoces bárbaros ensinandoA brisa a bailarA meiguice de uma vozUma canção No teatro opiniãoBethânia explode coraçãoDomingo no parque, amor

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Alegria, alegria, eu vouA flor na festa do interiorSeu nome é GalAplausos ao cancioneiroÉ carnaval, é Rio de Janeiro

Auê 1932 Getúlio Marinho da Silva

Moreira da Silva com Gente do Amor

78 rpm, Veroton Xangô, Ogum, Oxum

Ararauê caôAuê-caô, auê-caô, auê-caôMas Xangô veio de longeSaravá meu (calcutá)Ele ficou bem satisfeitoDo seu ponto nós louvar

Vamos saravá OgumNo terreiro de XangôE tomar a vez de OxumQue há muito tempo chegou

Mas Xangô pediu licençaPara seu ponto louvarE foi a minha valezaAtrás de mais pra eu lhe dar

No terreiro de AngolaQuando eu chego a esfoliarAfricano ou mujolaPasse não pode tomar

Mas Xangô veio de longeSavará meu (calcutá)Mas ficou bem satisfeitoDo seu ponto nós louvar

Ave Maria da rua 1976 Raul Seixas e Paulo Coelho

Raul Seixas Há dez mil anos atrás, Philips/Universal

Iemanjá No lixo dos quintaisNa mesa do caféNo amor dos carnavaisNa mão, no pé, ohTu estás, tu estás

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No tapa e no perdãoNo ódio e na oração

Teu nome é Yemanjah (Yemanjah)E é Virgem MariaÉ Glória e é CecíliaNa noite friaOh, minha mãeMinha filha tu és qualquer mulherMulher em qualquer dia

Bastou o teu olhar (Teu olhar)Pra me calar a vozDe onde está vocêRogai por nósOoooh, Ooooh!Minha mãe, minha mãeMe ensina a segurarA barra de te amar

Não estou cantando sóCantamos todos nósMas cada um nasceuCom a sua voz,Ooooh, Ooooh!Pra dizer, pra falarDe forma diferenteO que todo mundo sente

Segure a minha mãoQuando ela fraquejarE não deixe a solidãoMe assustarOoooh, Ooooh!

Minha mãe, nossa mãee mata minha fomeNas letras do teu nome

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Ooooh, Ooooh!

Minha mãe, nossa mãeE mata minha fomeNas letras do teu nomeOoooh, Ooooh!minha mãe, nossa mãeE mata minha fomeNa glória do teu nome

Awô 1990 domínio público Maria Bethânia Maria Bethânia 25 anos, Polygram

awô Tawê dê í awôÊ awô dô rô jan janTawê dê í awôÊ awô do ki jan jan

Axé 1994 Bernardo Pellegrini Bernardo Pellegrini & Bando do Cão Sem Dono

Dinamite Pura, selo independente

Xangô, axé Tudo o que você achar que é axéÉ axéAxé é tudo o que você achaTudo o que você deixar serÉ axéAxé é tudo que você deixaAxé ninguém vêAxé é reflexoAxé ninguém ouveAxé é só fluxoAxé ninguém pegaAxé não se fixaAxé não tem nexoAxé é paradoxoTudo o que você achar que éÉ axéAxé é tudo o que você achaTudo o que você deixar serÉ axéAxé é tudo o que você deixaEntrar na roda virar bichoÉ axéChutar lata de lixo

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O maior axéSanto que baixaPara despacharÉ axéBeber cachaçaO maior axéFumar um cháSoltar fumaçaÉ axéCafé na xícaraO maior axéHai-kai di bashôPra fazer a cabeça Banho de bucha pra relaxarTudo o que você achar que é É axéAxé é tudo o que você deixaAxé é pó complexoAxé é pó prolixoAxé é pó puroCaprichoFoi Xangô que soprouTudo o que você achar que é É axéAxé é tudo o que você achaTudo o que você deixar serÉ axéAxé é tudo o que você deixaAxé é tudo o que você chamarPra vocêAxé é tudo o que você chama Axé

Axé Babá 1981 Gilberto Gil Gilberto Gil Luar, WEA Oxalá, axé Meu pai OxaláDá-nos a luz do teu diaDe noite e tua estrela guiaDa tua paz Dentro de nós

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Meu pai OxaláDá-nos a felicidadeO pão da vitalidadeDo teu axé, do teu amorDo teu axé, do teu amor

Ô ô ô ô ô ô ô Axé Babá

Axé em Olorum 1996 Wellington Epiderme Negra, Tuca e Nego do Barbalho

Ilê Aiyê llê Aiyê, Velas Olorum, axé Toda primazia que Deus lhe deuPara expandir pelo mundo um fruto seuQuando falar de Azânia não vai hesitarÁfrica do Sul, África AustralSomos negros de cáShaka, um lendário jovem militarDo povo nagoni da história de láShaka, fundador da nação Zulu

llê sim ilê vou axé em Olorumllê contempla o negro com muita emoçãollê paz ilê fé ilê meu coração

Khoikhois somente podiam sobreviverTrabalhando para os brancos para não morrerE desde os tempos passados que os negros sofremMas reivindicam os direitos até a morteIlê Mandela, Ilê Aiyê Mandela, Iiê MandelaA felicidade lhe espera

Axé pra você 1994 Carlinhos Axé Banda Energia Baiana Vol. 2 Baby, Espacial axé Pelourinho Pelô ô Pelourinho(3x)

Pelourinho coração da raça negraViva a liberdade que Mandela conquistouPelourinho me inspirou essa cançãoHoje canto a liberdadeSou muzenza sou negão

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Pelourinho Pelô ô Pelourinho(3x)

Coração de SalvadorEsse é o refrão que a galera cantouVou subir com fé a ladeira do PelôTocando afoxé com agogô, axé SalvadorVou subir com féA ladeira no PelôSwing suor mistura de corTocando afoxé com agogô, axéAiê axé pra você aiê axé pra vocêEu disse aiêAiê axé pra vocêOlodum Filhos de Gandhy Ilê AyêEu disse aiêAiê axé pra vocêOlodum Filhos de Gandhy Ilê AyêOlodum Badauê, Filhos de Gandhy Ilê AyêOlodum Badauê

Axé Xangô 1994 Bernardo Pellegrini Bernardo Pellegrini & Bando do Cão Sem Dono

Dinamite Pura, selo independente

axé, Xangô Xangô encheuSua caixa torácicaXangô soprou Axé na galáxia

Babá Alapalá 1977 Gilberto Gil Gilberto Gil Refavela, Philips Aganju, Xangô, Alapalá

AganjuXangôAlapalá, AlapaláAlapaláXangôAganju

O filho perguntou pro paiOnde é que tá o meu avôO meu bisavô onde é que tá

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Avô perguntou bisavôOnde é que tá meu tataravôTataravô onde é que táTataravô BisavôAvôPai Xangô, AganjuVivaEgumBabáAlapalá

AganjuXangôAlapalá, AlapaláXangôAganju

Alapalá egumEspírito elevado ao céuMachado aladoAsas de anjo AganjuAlapalá egum

Espírito elevado ao céuMachado astralAncestral do metalDo ferro naturalDo corpo embalsamadoPreservado em bálsamo sagradoCorpo eterno e nobreDe um rei nagôXangô

Babá Alapalá 1978 Gilberto Gil Zezé Motta Zezé Motta Aganju, Xangô, Alapalá, Egum

AganjuXangôAlapalá, AlapaláAlapalá

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XangôAganju

O filho perguntou pro paiOnde é que tá o meu avôO meu bisavô onde é que tá

Avô perguntou bisavôOnde é que tá meu tataravôTataravô onde é que táTataravô BisavôAvôPai Xangô, AganjuVivaEgumBabáAlapalá

AganjuXangôAlapalá, AlapaláXangôAganju

Alapalá egumEspírito elevado ao céuMachado aladoAsas de anjo AganjuAlapalá egum

Espírito elevado ao céuMachado astralAncestral do metalDo ferro naturalDo corpo embalsamadoPreservado em bálsamo sagradoCorpo eterno e nobre

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De um rei nagôXangô

Babá de Babá 1964 Almira Castilho e Waldemar Silva

Jackson do Pandeiro Tem Jabaculê, Phillps

Babalaô, Orixá, patuá, babá.

Ela é babá de babá, de Babalaô de OrixáEla é babá de babá, de Babalaô(coro repete)

Ela é quem tem direitoDe pegar meu patuáFez cadência na BahiaPra poder me segurar, ô babá

Ela é babá de babá, de Babalaô de OrixáEla é babá de babá, de Babalaô(2x)

Ela é uma belezaEla manda no que é meuTem coroa de rainhaMas não sou escravo seu, ô babá

Ela tem todo o direitoDe pegar meu patuáFez cadência na BahiaPra poder me segurar, ô babá

Ela é babá de babá, de Babalaô de OrixáEla é babá de babá, de Babalaô(2x)

Babá de orixá 1944 Roberto Roberti e Pedro Camargo

Urubu 78 rpm, Continental orixás ???

Babalaô 1931 João da Baiana Celeste Leal Borges 78 rpm, Odeon babalaô, Oxalá ???

Babalaô 1945 Constantino Silva e Gesta de Andrade

Trio de Ouro 78 rpm, Odeon babalaô O babalaô, o babalaô, o babalaôAlguem no reino (?)(?)

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Cantou e dançouO babalaô, o babalaô, o babalaôQuando escuto este canto, que vontade de chorarQue beleza, que encantoQuerendo posso cantarA melodia de umbanda(?) nagôComo fez lá na aruandaQue a tribo inteira dançoO babalaô, o babalaô, o babalaô

(bis)

Babalaô 1957 Edgar Ferreira Almira Castilho 78 rpm, Copacabana babalaô ???

Babalaô 1964 Geraldo Nunes Jackson do Pandeiro Jackson do pandeiro e Almira – ... E Vamos Nós!, Phillips

Babalaô Babalaô aiêBabalaô ê aBate no surto que eu vou cair no sambaE vou rodando até eu me tontoDepois de tono eu me deito sobre a areiaQuem me balança são as ondas do marA minha vida se resume num balançoE balançando eu vou até o fimE se ninguém quiser balançar comigoPode deixar que eu balanço sozinho

Babaloxá 1968 domínio público Orquestra Afro-Brasileira

Orquestra Afro-brasileira, CBS

Ifá, bozó, ebó, babalaô

Vou olhar, com ifáPra vê se comigo tem bozóVou olhar, com ifáQuero me livra desse ebóE me faça festa com a fruta de dende e orogo(?) e uma vela para o babalaôIfá, ifá(?)

(bis)

Babalu 1951 Margarita Lecuona Ângela Maria 78 rpm, Copacabana Babaluaê (Omulu) Ta empezando lo velorio

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Que le hacemo a BabaluDame diecisiete velasPa’ ponerla en cruzDame un cabo de tabaco mañengueY un jarrito de aguardienteDame un poco de dinero mañenguePa’ que me dé la suerteYo quiero pedirQue mi negro me quieraQue tenga dineroY que no se mueraAy yo lo quiero pedir a BabaluUn negrito muy santoAy como tuQue no tenga outra negraPa’ que no se fuera

Baduaê 1979 Moa do Catendê Caetano Veloso Cinema transcendental

Badauê MisteriosamenteO Badauê surgiuSua expressão cultural O povo aplaudiu

Bahia 1931 Ary Barroso Sílvio Caldas 78 rpm, Victor mandinga, feitiço Bahia,Terra do côco babaçú,Bahia,Que tem muqueca e umbu,Baiana tem mandinga,Baiana tem feitiço,Eu sou da Bahia,E mereço um sacrifício.

Quem da Bahia,Tiver saudade,E pegue o pandeiro,E cai no choro,Roda o samba,Bate a chinela,

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Cai no desafio,Enfezando com...

Terra de jongoE do batuque,Ao batucar nas noites de rei,Eu pra Bahia hei de voltar,Juro por Deus,E não tem talvez.

Bahia de todas as contas 1983 Gilberto Gil Gal Costa Baby Gal, Philips Olorum, guia Rompeu-se a guia de todos os santosFoi BahiaPra todos os cantosFoi Bahia

Pra cada canto uma contaPra nação de ponta a pontaO sentimento bateu(Ai, bateu)

Daquela terra provinhaTudo o que esse povo tinhaDe mais puro, de mais seu

Hoje já ninguém duvidaEstá na almaEstá na vidaEstá na boca do país

É o gosto da comidaÉ a praça coloridaÉ assim porque Deus quis

Olorum se mexeurompeu-se a guia...

Pra cada canto uma contaPra cada santo uma mata

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Uma estrela, um rio, um marE onde quer que houvesse genteBrotavam como sementesAs contas desse colarHoje a raça está formadaNossa aventura está formadaNossa aventura plantadaNossa cultura é raiz

É ternura nossa folhaÉ doçura nossa frutaÉ assim por que Deus quis

Olorum se mexeurompeu-se a guia...

Bahia do batuquegê 1971 Dominguinho e Lino Roberto

O Conjunto Nosso Samba

De onde o samba vem — vol. 3, Copacabana

candomblé, batucajé Bahia de todos os santosBahia do acarajéBahia tu és um encantoBahia do batuquege(bis)

Lá tem festa da limeiraSanto amaro e conceição (?) São JoãoSão Bartolomeu (?)Tudo isso é encontrado no deserto da colinaQuero ver baculejar(?) é uma dança, na ginga do candombléE o enredo da Bahia, batuca com a mão, batuca com o pé

Lá na festa da limeira, tem (?)Tem Bahia das feiticeira, mexendo com as cadeiraNós vamos (?), quem quiser vai ver.

Bahia minha preta 1993 Caetano Veloso Gal Costa O sorriso do gato de Alice, BMG—Ariola

Mãe Senhora do Opô Afonjá, Mãe Menininha do

Como seráSe tua seta acerta o caminho e chega lá?E a curva linha reta

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Gantois Se ultrapassarEsse negro azul que te mura,O mar, o mar?Cozinha esse cânticoComprar o equipamento E saber usarVender o talento e saber cobrar, lucrarInsiste no que é lindoE o mundo veráTu voltares rindo ao lugar que teu globo azulRainha do Atlântico sulE ô Bahia, fonte mítica encantadaE ô expande teu axé, não esconde nadaE ô teu canto de alegria ecoa longe, tempo e espaçoE ô rainha do AtlânticoTe chamo de Senhora Opô AfonjáEros, dona Lina, Agostinho e EdgardTe chamo Menininha do GantoisCandolina, Marta, Didi, Dodô e OsmarNa linha romântico Teu novo mundoO mundo conheceráE o que está escondido no fundo emergiráA voz mediterrânica e florestalLança muito além a civilização ora em tom borealRainha do Atlântico australE ô... Bahia minha preta,Como será?

Bahia morena 1986 João Nogueira e Edil Pacheco

João Nogueira João Nogueira, RCA Pai Oxalá BahiaQuando o poeta falava eu já sentiaQue haviaUm doce encanto no ar, uma magiaUm diaO senhor do Bonfim me chamou pra lhe verBahiaMeu coração não sei porque

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Anda apaixonado por você

A morena me beijou, me abraçouMe tirou pra dançarMe deu a mão e fomos passearFui pedir licença a meu pai OxaláCantei um afoxé para o meu povo dançar

Chupei siringuela, umbu, caju e cajáDei um cheiro nela, e como é bom iáiáNa sexta-feira eu fui à ConceiçãoDancei um samba de roda batido na mãoDe avião, caminhãoOu mesmo pelo marJuro, meu amor, que sempre vou voltar

Bahia queridaEu devo lhe dizerMinha querida Bahia, a morena é vocêBahiaQuando o poeta falava eu já sentiaQue haviaUm doce encanto no ar, uma magiaUm diaO senhor do Bonfim me chamou pra lhe verBahiaMeu coração não sei porqueAnda apaixonado por você

A morena me beijou, me abraçouMe tirou pra dançarMe deu a mão e fomos passearFui pedir licença a meu pai OxaláCantei um afoxé para o meu povo dançar

Chupei siringuela, umbu, caju e cajáDei um cheiro nela, e como é bom iáiáNa sexta-feira eu fui à Conceição

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Dancei um samba de roda batido na mãoDe avião, caminhãoOu mesmo pelo marJuro, meu amor, que sempre vou voltar

Bahia queridaEu devo lhe dizerMinha querida Bahia, a morena é você

Bahia, terra santa 1946 Henricão e Rubens Campos

Carmen Costa 78 rpm, Victor guia Bahia, ôi Bahia,Terra santa,Terra boa,Terra onde Cristo nasceu,Todas as baianas têm seu guia,Têm seu corpo fechado,Só quem não tem sou eu.

Lá na Bahia,Quando começa o samba,Ai, meu Deus!Quantas baianas faceiras,Com suas sandálias,Com seu casá de fita,Cada qual a mais bonita(É por isso que eu digo!)

Bahie (Nga Buila) 1990 Felipe Mukenga e Dito

Banda Mel Prefixo de Verão, Continental

axé Na vidaNão brilha, não brilha, não brilhaQuem não tem fé

Na vida só brilha Só brilha, só brilha, só brilhaSó brilha, só brilha, só brilhaQuem tem axé

Quando o sol raiouSe desencantouE brilhou

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No arDa cama da manhã? foi deitarNo divã azul do mar(bis)

Bate coração na palma da mãoNasceu o luarVamos nos abraçarE deixar rolarEsse amor que é som e marNa vida não brilha, não brilha, não brilhaNão brilha, não brilha, não brilhaQuem não tem fé na vida, só brilha, só brilha, só brilha, só brilha, só brilha, só brilhaQuem tem axé

Baiana boa 1981 Olavo Drumond e Grande Otelo

Wilson Simonal Alegria tropical, WM Oxalá Eu dei a ela um de Logum, Um de Logum de Oxalá E ela vai pra meus braços Graças somente a Iemanjá(2x)

Baiana boa ,Baiana linda, Dá praia quente de Itapuã

Mas menininha de dó da gente Resolveu hoje nosso amanhã(2x)

Baiana bonita 1943 Benedito Lacerda e Gastão Viana

Quatro Ases e um Coringa

78 rpm, Odeon mandinga Baiana bonita, me leva contigo,Pra tua terra natalBaiana bonita, tu és um perigo,Sem teu amor vivo mal.

Baiana,Ô que baiana bonita ela é,Baiana bonita do corpo delgadoQue vive zombando fazendo pecado,

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Tu tens um corpinho que samba, que ginga,Que maltrata a gente fazendo mandinga

Baiana das miçangas 1958 Aurélio Dias de Oliveira

Marita Luizi 78 rpm, Copacabana umbanda, quimbanda Bahia, terra do Salvador,Salve o povo de umbanda-a,Salve o povo de aruanda,Salve o povo de quimbanda,Salve Deus Nosso Senhor,Minha terra igrejeira,Minha santa padroeira,Ai, meu Senhor do Bonfim.

Bahia, terra do Salvador,Sou baiana das miçangas,Gosto de tecer demandaPra ioiô, pra iaiá,Gosto de requebrar.

Sou baiana justiceira,Eu não sou feiticeira,Eu não sei fazer má,Pra ioiô, pra iaiá,Gosto de requebrar.Bahia!Bahia!Bahia!Bahia!Bahia, terra de Salvador

Baiana de nagô 1932 Alcebíades Barcelos e Armando Marçal

Moreira da Silva 78 rpm, Odeon candomblé, Xangô Sonhei que estava na BahiaNum candomblé brincando noite e dia,No meio das baianas de Nagô,Isto é aviso de meu pai Xangô (sonhei meu bem!)

E acordei chorandoPra meu pai me perdoarOh, meu Deus! Juro que a promessa irei pagar,Estou sofrendo e sou culpado,

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Estou cansado meu pai,De ser castigado. (sonhei meu bem!)

Pai Xangô me ajudandoDe minha vida endireitarOh, meu Deus! peço que me livre deste azar,Serei bom filho de coração,Antes da morte para em mim a obrigação. (sonhei meu bem!)

Baiana de Nazaré 1952 Ari Moreno Belinha Silva 78 rpm, Elite Especial

feitiço, candomblé, pai-de-santo

Ioiô, você não me quer,Porque sou baiana lá de Nazaré,Ioiô, você não me quer,Vou fazer feitiço, fazer candomblé,Eu sou baianinha lá de Nazaré,Ai, ai, ai,No meu Pai de Santo tenho muita fé,Ai, ai, ai,No meu Pai de Santo tenho muita féAi, ai, ai,Juro pelo Senhor do Bonfim,Meu querido ioiô, tem que gostar de mim

Baiana dengosa 1937 Paraguassu Paraguassu e Nhá Zefa

78 rpm, Colúmbia canjerê Ele- Minha linda baianinha, serás minha só, meu bem?Ela- Ah! meu lindo cabrochinho, pois meu amor você já temEle- Minha linda baianinha, gosto muito de vancêEla- Eu também seu frajolinha, sei amar e querer bemEle- Baiana dengosa do meu bem querer Ela- Eu sou perigosa no meu canjerêEle- No tempo de frio me chamas dengoso, me abraças, me aperta, me beijas gostoso, e quando longe me vê, grita logo: ApugelêEla- Vem cá, tinhoso vem cá, dá um beijinho, apubabáEle- ApujelêEla- ApubabáÔiEle- Seus quitutes baianinha são gostosos como quê

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Ela- Pois eu fiz sob medida meu amor, só pra vancê

Baiana dengosa 1945 Elias Salomé e Lopes Rodrigues

Irmãs Medina 78 rpm, Continental Xangô, IemanjáAh! baiana dengosa, cabeça bonita,Que reza na missa, que reza Xangô,Cabocla bonita que adora Iemanjá,Que cheira luar, que cheira luar.

De pernas redondas enfeita as cadeiras,A curva das ondas do mar que se agita,Baiana dengosa de pele porosa,Que cheira resina do pau de arueira,Cabocla trigueira que é moça e menina.

Baiana de luxo que sabe pisar,Baiana de fogo que é mesmo vintém,Baiana letrada que fala tão bem,Que fala tão bem da arte de amar

Baianinha 1955 Babi Oliveira Jorge Fernandes Essa negra fulô, Sinter (RJ)

acarajé, feitiço Baianinha, baianinha, pelo senhor do BonfimBaianinha, baianinha, vira os teus olhos pra mimBaianinha, baianinha, por favor me diz que simAi Jesus, o meu senhor lá de BonfimSe ela gostasse de mim, que feliz eu ia serAi minha vida mudaria o seu roteiroEu rezava o ano inteiro para lhe agradecer

Ai Bahia, terra do meu salvadorTerra boa, gente boa, onde mora o meu amorAi Bahia, acarajé e vatapáSe eu pudesse, baianinha, não saia mais de láTenho que voltar a BahiaBaianinha para ver, você de torso e chinela,(?) e colar, saia de renda enfeitadaBaianinha de voltarSó pra rever o feitiço, que você tem nesse olhar

(bis)

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Bailarina do ar 1990 Sueli Costa e Paulo César Feital

Selma Reis Selma Reis, Philips orixá Quando ela vem e incendeiaMeu coraçãoNasceu pra bailarTeu corpo todo é candeiaFogo e paixãoNasceu pra dançarEla tem o perfume das matasE o balanço do marSapatilhas aladasQue dançam lambadasComo um orixáRodopia toda enluaradaBailarina do arFicam as garças paradasAs deusas caladasPra tê-la dançarÉ JuremaÉ alma que lançaÈ seu corpo é seu parE a vida balançaE o espírito cansaDe tanto dançarDizem mesmoQue até Deus se lançaFica a terra a bailarCom JuremaEla dançaEle vira criançaNão quer mais voltar

Balafon 1994 Gil Passos, Gil Moreira

Gilberto Gil Refavela Marim bajé, Iré, xiré, Balafonjá, Orin, Axé

Isso que tocaIsso que tocaChama-se balafonEm cada lugar tem o nomeDeve ser outro qualquer no CamerumIsso que a gente chama marimbaTem na África toda o mesmo somIsso que toca bem, bem

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Num lugar, não lembro bemChama-se balafonMarim bajéIré, xiréBalafonjáOrin Axé

Banda um 1990 Gilberto Gil Gilberto Gil Um banda Um, WEA umbanda Banda Um, banda Um, banda Um, banda ô, iéBanda Um, banda Um, banda Um, banda ô, ô Banda Um que tocaUm balanço parecendo polkaUm banda Um banda UmBanda Um que tocaUm balanço parecendo rumbaUm banda Um banda Um

Banda Um que é ÁfricaQue é Báltica, que é CélticaUmbanda América do SulBanda Um que evocaUm bailado de todo o planetaUm banda Um banda UmUm banda Um banda Um banda Um banda ô, iéUmbanda Umbanda Um banda Um banda ô ô

Banda pra tocar por aíNo ZanzibarPro negro zanzibárbaro dançarPra agitar o Baixo LeblonO CaririPra loura blumenáutica dançarUm bandaUm bandaUm banda UmBanda UmBanda ô iêBanda Um que soaUm barato pra qualquer pessoa

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Um banda pessoa afinsBanda Um que voaUma asa delta sobre o mundoUm banda sobre patinsBanda Um surfísticaNas ondas da manhã nascenteUm banda, banda felizBanda Um que ecoa Uma cachoeira desabandoUm bandaUmbandas misBanda Um, banda Um, banda Um, banda ô, iéBanda Um, banda Um, banda Um, banda ô, ô

Banho de ervas 1932 João da Baiana Almerinda Campos 78 rpm, Odeon banhos de folhas ???

Banho de manjericão 1979 João Nogueira e Paulo César Pinheiro

Clara Nunes Clara Esperança, Emi—Odeon

congá Eu vou me banhar de manjericãoVou sacudir a poeira do corpo batendo com a mãoE vou voltar lá pro meu congáPra pedir pro santopra rezar quebrantoCortar mau-olhado

E eu vou bater na madeira três vezes com o dedo cruzadoVou pendurar uma figa no aço do meu cordãoEm casa um galho de arruda é que cortaUm copo d'água no canto da portaVela acesa, e uma pimenteira no portão

É com vovó Maria que tem simpatia pra corpo fechadoÉ com pai Benedito que benze os aflitos com um toque de mãoE pai Antônio cura desenganoE tem a reza de S. CiprianoE tem as ervas que abrem os caminhos pro cristão

Banzo 1976 Hackel Tavares / Os Tincoãs Escrava Isaura Umbanda, Xangô, Nego quando cava, quando cansa

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Murillo Araújo macumba, marafo, muamba, ribamba, ganzá, mironga, munganba

Quando pula, quando tombaQuando grita, quando dançaQuando briga, quando zombaSente gana de chorar

Nego quando nasce, quando cresceQuando luta, quando correQuando sobe, quando desceQuando "veve", quando morreNego pensa em parar

Nego, ponta-ponta em UmbandaGinga tonto-tonta em UmbandaNego ponta ô

Nega, nua nua em UmbandaToma a bença nua em UmbandaSamba nua ô

Xangô meu céu escureceuExu me despachouCalunga me prendeuXangô, Xangô, XangôMeu rancho se acabouMeu reino o mar levouMeu bem morreuMorreu, morreu, morreuOhhhhhhhh

Nego, nego choraNego samba na macumba do quilomboDo marafo, da muambaDando bomba no ribambaNo urubamba do ganzá

Nego cai no congoCai no congo do mirongaDa mungamba, do urubango decision

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Rala nego, rala tangaChora a banda do congá

Nego ponta, ponta em UmbandaGinga, tanto, tanto em UmbandaNego conta ô

Se Xangô chegasse a UmbandaE Javi levasse a UmbandaCoisa boa ô

Barravento 1963 Sergio Ricardo Sergio Ricardo Um senhor talento, Elenco

Iemanjá, Janaína Noite de breu sem luarLá vai saveiro pelo marLevando Bento e ChicãoNa praia um pranto, uma oraçãoBarraventoSe barravento chegarNão vai ter peixe pra venderFilho sem pai pra criarMulher viúva pra sofrerSalve Mãe IemanjáBarraventoNão deixe ele chegarNão leve o bom ChicãoBarraventoSalve Mãe IemanjáNão quero mais viver, JanaínaSe Bento não voltarMeu coração vai ser barraventoSalve mãe Iemanjá

Bat macumba 1967 Gilberto Gil Gilberto Gil Tropicália, Philips macumba Bate macumba obáBate macumba iê iêBate macumba obáBate macumba iê iêBate macumba obáBate macumba iê iêBate macumba obá

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Bate macumba iê iêBate macumba obáBate macumba iê iêBate macumba obá.

Batucajé 1977 João Nogueira e Wilson das Neves

João Nogueira Espelho, Emi—Odeon

mandinga, Pai Oxalá, Ogum

Fez mandingaFez mandinga ô ôPara que os meus caminhos se fechassemPara que os inimigos comigo cruzassemÔ... fez mandingaÔ curimbáBambaleê! Curimbá! BambaleêÔ saravá nos terreiros d'Angola!Agô! Agô todos os Orixás!Num batucajé que vai ao longe eu canto pro meu pai Oxalá!Oxalá!O meu povo tá doente.Dê proteção pra essa genteQue já não sabe o que faz.Oxalá!Ogum mandou me dizerQue é pra eu pedir pra vocêQue ele só não pode mais.São muitos guerreiros brancosNa frente, atrás, nos flancos!De histórias pré-fabricadasDe gritos alucinantesE cordas desafinadas.Fazendo um ruído loucoDeixando o ouvido mouco.Batam palmas para nada!Oxalá!Meu samba virou segredo.O meu povo tá doenteMinha gente tá com medo.Oxalá!Três dias é pouco pra gente sambar

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No batucajé que vai ao longe eu canto pro meu pai Oxalá

Batuque de Salvador 1977 Grande Otelo e Black-Out

Leny Eversong 78 rpm, Copacabana candomblés Há, há, há, háEu sou o garoto das ruas da Bahia,Igrejas, ladeiras e candomblés,He! he! Salvador!Salve a Bahia, Senhor!Ê, ê, ê, ê, ê,Ô, ô, ô, ô, ô, Salvador! Salvador, Salvador, Salvador,Eu não sou baiana, mas te amo com fervor.

A Bahia é terra de santo,Quem falou foi branco,Eu não disse nada,Quero morrer na Bahia,No entanto eu não sou baiana nem nada.Ê, ê, ê, ê, ê,Ô, ô, ô, ô, ô, Salvador!

Batuque no terreiro 1931 Antônio Cardia Manuel dos Santos “Pilé”

78 rpm, Odeon macumba ???

Batuque no terreiro 1946 Mário Lago e Erasmo Silva

Linda Batista 78 rpm, Victor terreiro ???

Bebeco e Doca 1983 Ary Barroso e Luiz Peixoto

Elizeth Cardoso Outra vez Elizeth, Somlivre

“meu santo baixou” Doca chegou E logo abafouPegando fogo a batucadaNo terreiro eh ehPôs Bebeco pra sambarAté não se aguentarBatendo seu pandeiroVejem só que perigoEsta mulataTem mais do que ninguém no mundoUm sorriso desgraçadoTem um sabor gostoso de pecado

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Que é veneno de matarJá de manhãO sol espantado pôde verEntranro na fresta do barraco, eh ehDuro no chão como um boneco, ai aiO corpo inanimado fr BebecoVejam só que perigoEsta mulata deu de lambujaA outra bamabaSeu sorriso enfeitiçadoBebeco entrou legalMas no finalFoi pra lá pra cá pra láA polícia foi pra lá pra cá pra láE Bebeco se acabouQue tá bom tá, táNão pode parar tá táMeu santo baixou, aiVou me acabar, é pra já, orixáQue tá bom, tá, táNão pode parar, táMeu samba ferveu, vamos sambar eh

Beija-flor 1992 Moby Banda Mel Banda Mel, Continental

Iemanjá No morro me apego na féE seguro a cabeçaNo samba levanto meu corpoE me abraço com a vida

Amei como ama um beija florBeijei a flor do amorE acordei na despedidaChorei como chora um perdedorRasguei do peito a dorJá era hora da partida

No mar eu vou lavar a almaEu vou lavar a almaSobre as ondas do mar

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Eu vou lavar a almaCom Iemanjá

Beira-Mar 1955 Amor (Getúlio Marinho) e Déo Maia

Déo Maia 78 rpm, Odeon Ogum Beira-mar auê Beira-mar (4x)Ogum já jurou bandeiraNa porta do maitáOgum já jurou bandeiraVamos saravarBeira-mar auê Beira-mar (4x)Ogum já jurou bandeiraNa porta do maitáOgum já venceu demandaVamos todos saravarBeira-mar auê Beira-mar (4x)

Beira-Mar 1961 J. B. de Carvalho, Otávio Faria e Amado Régis

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Ogum Beira-mar auê Beira-mar (4x)Ogum já jurou bandeiraNa porta do maitáOgum já jurou bandeiraVamos saravarBeira-mar auê Beira-mar (4x)Ogum já jurou bandeiraNa porta do maitáOgum já venceu demandaVamos todos saravarBeira-mar auê Beira-mar (4x)

Beira-Mar 1970 domínio público Clementina de Jesus Clementina cadê você?, MIS

Ogum Beira-mar auê Beira-mar (4x)Ogum já jurou bandeiraNa porta do maitáOgum já jurou bandeiraVamos saravarBeira-mar auê Beira-mar (4x)Ogum já jurou bandeiraNa porta do maitáOgum já venceu demandaVamos todos saravarBeira-mar auê Beira-mar (4x))

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Bem que eu queria 1996 Marcelo Quintanilha

Marcelo Quintanilha Metamorfosicamente, selo independente

orixás, Iemanjá Onde dominga a alegriaOnde se esquece a dorE se enquartafeira o diaE carnaval em SalvadorOnde suinga a magiaQue desce lá do EquadorE que incendeia em poesiaA bahia com seu calorViva a folia, viva a folia (bis)Como acompanha essa dançaPelo bloco do afoxéComo o cabelo não trançaComo essa trança dos pésEsse jogo de cinturaQeum não é baiano não temVida mansa e vida duraMistura do mal e do bemSalve a cultura, salve a cultura (bis)Eu confesso que bem que eu queriaMas não foi de lá que eu vimEu não sou da BahiaMas é da Bahia esse melhor pedaço de mimQuando o negro não podiaRezar pra seus orixásNa imagem de MariaImaginava IemanjáHoje o negro vai-se emboraTentando um outro lugarPedindo a Nossa SenhoraAlforria pra um dia voltarSem mais demora, sem mais demora (bis)

Bença, negro 1989 Márcio Proença, Paulo César Pinheiro

Agepê Cultura Popular Afoxé, Nagô, kêto, jejê, cabinda, malê

Toque de conga, atabaque, tamborBatuque de rythmetronTumbaa, marimba, bambu, balafonPalma, cabaça, moringaBerimbau, sorongoNa gira do som

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Rainha Ging chamando rei Congo

Toque de surdo, matracaGonguê, prato e facaMaraca e bongôGuizo, pandeiro, cuíca e tambor Caixa, chocalho, afoxéCaxixi, xequerêTamborim e agogôRainha Bantu mandando chamar rei Nagô

Samba, lambada, umbigada, jongo e caxambuXiba, congada, marujada e maculelêCoco, maxixe e lunduBoi, frevo e maracatuChula, calango, catira e cateretê

Povo de Angola, Guiné, Moçambique e ZuluSangue de kêto, de jêje, cabinda e malêDa terra de AganjuDa língua de ptreto tuNegro, o moleque Brasil pede a bença a você

A bença, paiÔ ritmoA bença, mãeÔ África

Bênção 1991 Carlos Pita Banda Cheiro de Amor

É o ouro, Polydor axé, magia Ele passouNa cabeça uma toca com as cores da JamaicaE me chamouPra passar lá na bênção e tomar meu axéSe a magia tem nome de JesusEu vou que vouTerça-feira pro ensaio do OlodumDançar reggae, samba reggae, eu sou mais umCapoeira foi quem me ensinou lê lê ô, lê lê ô

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Toda cor é a mesma diante da luzNem sempre o ouro na terra reluzA cidade também tem seu dia de se abençoarCom cravos e danças quem sabe você se iluminaPra salvar Salvador é preciso cantarAntes que o Pelô seja só ruínasEu vou que vou

Terça-feira pro ensaio do Olodum

Benguelê 1965 domínio público Clementina de Jesus e Grupo Rosa de Ouro

Rosa de Ouro, vl. 1, Odeon

saravá, Mamãe Zimba

Benguelê, BenguelêBenguelê, ó mamãe ZimbaBenguelê

Benguelê, BenguelêBenguelê, ó mamãe ZimbaBenguelê

Tréca, trécaIombi NanãTatárecô

Tréca, trécaIombi NanãTatárecô

Ô, quizumba, quizumba, quizumbaVamo saravá, quem tá no reinoVamo sarava, vamo saraváVamo sarava, vamo sarava

Mamãe ZimbaChegou, ta no reinoMamãe Zimba veio saravaVamo sarava, vamo saravaVamo sarava, uôBenguelê

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Benguele, Yaô 1997 Gastão Vianna e Pixinguinha

João Bosco Agô! Pixinguinha 100 anos

Terreiro, preto velho, Ogum, Oxalá, Iemanjá, Oxossi, Nanã, Xangô

Aqui có no terreiroPelú adiéFaz inveja pra genteQue não tem mulher (Bis)No jacutá de preto velhoHá uma festa de yaô (Bis)Ôi tem nêga de OgumDe Oxalá, de IemanjáMucama de Oxossi é caçadorOra viva NanãNanã buruku (Bis)Yô yôoYô yôooNo terreiro de preto velho iaiáVamos saravá (a quem meu pai?)Xangô!

Benguelô metamorfoses 1997 João Bosco e Francisco Bosco

João Bosco As mil e uma aldeias, Sony Music

Oxalá, Nanã, oluô, orixá, iaô, egum

Oxalá ôBenguela ôAngola oluô jogouFoi que lá de Jesus, sagrado pizindinSaca! Saca! AquicóCacarecô cantouCacarecô cantouNanã-terra dançouXequerê chacoalhou!Logo no início da festaA rajada de ventoIaô barrouSem barra pra segurarNa falta de orixáIaô se arriscouBabalaô de morim e chitãoFala ao meu coraçãoSe a natureza dá sem cobrarBabá Egun baixouColorindo o agogôDe onde há de vir para dançar

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Ressuscitando o amorDesde quando AbraãoChico-rei desde entãoNo batuque da casa ordenouReis na folia, agô benguelêE São João falouÉ preciso renascer uma vezQuem me batizouSe esqueceu de dar um nome pra mimPedra que parouVem o musgo e toma conta da luzQuem será que souAs metarmofoses nunca terão fim

Berimbau amarelo 1975 Catoni e Bira, Sonia Santos Sonia Santos, Som Livre

patuá, magia Na Bahia tem vou mandar buscarUm berimbau amareloUma rezaUm patuáNa BahiaNa Bahia tem vou mandar buscarUm berimbau amareloUma rezaUm patuáSe você for na BahiaSeja breve pra voltarDizem que lá tem magiaQue prende a gente por láDiz que tem bati na escadaQue tem missa na ladeiraUm soldado na calçadaPra acabar com a capoeiraNa BahiaNa Bahia tem vou mandar buscarUm berimbau amareloUma rezaUm patuáNa BahiaNa Bahia tem vou mandar buscar

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Um berimbau amareloUma rezaUm patuáQuando eu tinha quinze anosJoguei meu barco no marPra levar meus desenganosPro outro lado de láO meu pai foi pescadorMinha mãe foi rezadeiraEle foi pro viradorEla foi com a rezadeiraNa BahiaNa Bahia tem vou mandar buscarUm berimbau amareloUma rezaUm patuáNa BahiaNa Bahia tem vou mandar buscarUm berimbau amareloUma rezaUm patuáSe você for na BahiaSeja breve pra voltarDizem que lá tem magiaQue prende a gente por láDiz que tem bati na escadaQue tem missa na ladeiraUm soldado na calçadaPra acabar com a capoeiraBahiaNa Bahia tem vou mandar buscarUm berimbau amareloUma rezaUm patuáNa BahiaNa Bahia tem vou mandar buscarUm berimbau amareloUma reza

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Um patuáQuando eu tinha quinze anosJoguei meu barco no marPra levar meus desenganosPro outro lado de láO meu pai foi pescadorMinha mãe foi rezadeiraEle foi pro viradorEla foi com a rezadeiraBahiaNa Bahia tem vou mandar buscarUm berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuá

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Um berimbau amareloUma rezaUm patuáUm berimbau amareloUma rezaUm patuá

Blues 1981 Péricles Cavalcanti Caetano Veloso Outras palavras, Polygram

Iemanjá Tem muito azul em torno deleAzul no céu azul no marAzul no sangue à flor da peleOs pés de Lotus de KrishnaO pé na Índia e a mão na ÁfricaO pé no céu a mão no marAzul no sangue a flor da peleAs mãos de rosa de IemanjáO pé no céu a mão no mar

Boca de sapo 1979 João Bosco e Aldir Blanc

Zezé Motta Negritude, WEA Obaluaê, Exu Caveira, mandinga

Costurou na boca do sapo um resto de anguA sobra do prato que o pato deixouDepois de rir feito Exu CaveiraMarido infiel vai levar rasteira

E amarrouAs pernas do sapoCom a guia de vidroQue ele pensava que tinha perdido

Tu tá branco, HonoratoQue nem calMurcho feito o sapo, HonoratoDo quintalDo teu riso, HonoratoNem sinal

Se o sapo dança, HonoratoTu, BabauDefinhouE acordou com um sonho

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Cantando a mandingaE falou pra doidaMeu santo me vingarMas ela se riu feito Exu CaveiraMarido infiel vai levar rasteiraImplorouPatroa perdoa que eu quero viverAfasta teus olhos do ObaluaêMas ela se riu feito Exu CaveiraMarido infiel vai levar rasteiraImplorouPatroa perdoa que eu quero viverAfasta teus olhos do ObaluaêMas ela se riu feito Exu CaveiraMarido infiel vai levar rasteiraTás virando HonoratoVarapauSeco feito o sapo, HonoratoDo quintalFiga, reza, Honorato, o escambauNada salva o sapoDesse mal

Boca de sapo 1979 Aldir Blanc e João Bosco

Clementina de Jesus Clementina e convidados, EMI-Odeon

Exu, Obaluaiê Costurou na boca do sapoum resto de angu- a sobra do prato que o pato deixou.Depois deu de rir feito Exu Caveira:marido infiel vai levar rasteira. BisE amarrou as pernas do sapocom a guia de vidroque ele pensava que tinha perdido.Depois deu de rir feito Exu Caveira:marido infiel vai levar rasteira. BisTu tá branco, Honorato, que nem cal,murcho feito o sapo, Honorato,no quintal.Do teu riso, Honorato, nem sinal.Se o sapo dança, Honorato,

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tu, babau.Definhou e acordou com um sonhocontando a mandinga,e falou pra doida: meu santo me vinga.Mas ela se riu feito Exu Caveira:marido infiel vai levar rasteira. BisE implorou: "Patroa, perdoa.Eu quero viver.Afasta meus olhos de Obaluaiê".Mas ela se riu feito Exu Caveira:marido infiel vai levar rasteira. BisTás virando, Honorato, varapau,seco feito o sapo, Honorato,no quintal.Figa, reza, Honorato, o escambau.nada salva o sapo, Honorato,desse mal.

Bocochê 1966 Baden Powell e Vinicius de Moraes

Baden Powell, Vinicius de Moraes

Os afro-sambas, Companhia Brasileira de Discos

Iemanjá Menina bonitaPr'onde é que ocê vai?Vou procurar o meu lindo amorNo fundo do mar

Menina bonitaNão vá para o marVou me casar com meu lindo amorNo fundo do mar

nhem nhem nhem - é a onda que vemnhem nhem nhem - é a onda que vem nhem nhem nhem - é a vida que vainhem nhem nhem - não volta ninguém

Foi e nunca mais voltouE... triste me deixouMenina bonita que foi para o marDorme, meu bemQue você também é Iemanjá

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Bocochê 1990 Baden Powell, Vinícius de Moraes

Titiane Verão de 2001 Iemanjá Menina bonita pra onde é q’ocê vaiVou procurar o meu lindo amorNo fundo do mar

Menina bonita não vá para o marVou me casar com meu lindo amorNo fundo do mar

Nhem nhem nhem é onda que vaiNhem nhem nhem é onda que vemNhem nhem nhem é vida que vaiNhem nhem nhem não volta ninguém

Foi e nunca mais voltouNunca mais nunca maisTriste me deixou

Menina bonita não vá para o marDorme meu bem que você tambémÉ Iemanjá

Boi não bérra 1965 domínio público – Jongo

Clementina de Jesus, Grupo Rosa de Ouro

Rosa de Ouro, volume 1

Mina Boi num berra, pirimáBoi num berra, pirimáNo campo de MinaBoi num berra, pirimá

Boi num berra, pirimáBoi num berra, pirimáNo campo de MinaBoi num berra, pirimáÔ, ô, ô

Bolim bolacho 1904-12

autor desconhecido Eduardo das Neves 78 rpm, Odeon mandinga, patuá. Garrafão tem fundo chato,Butica não tem pescoço,Pedaço de telha é caco,Banana não tem caroço.

Bolim bolacho,

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Bole em cima,Bole em baixo.Bolim bolacho,Por causa do caruru,Quem não come da castanha,Não percebe do caju,Quem não come do caju,Não percebe do fubá.

- Chora, pinho”Conta suas misérias desgraçado!

Da Bahia me mandaramUm presente com seu molho,Uma costela de pulga,E um coração de piolho.

Bolim bolacho etc…

- Olha! Quando eu morrer, muita gente boa tem que chorar.

A mulher e a galinhaNão se deixa passear,A galinha o bicho come,E a mulher sabe falar.

Bolim Bolacho, etc…

- Hi, hi, hi,Oh! Meu Deus do Céu, até acho graça em mim mesmo!

Quem tem carneiro tem lã,Quem tem porco tem presunto,Não me caso com viúva,Que é de beijo de defunto.

Bolim bolacho, etc…

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Não foge com a mandinga,Não carrega patuá,Que nem ponteiro de relógio,Nem consolo, nem manada,Não bole na cumbuca,Nem me solta o rato,Quando o nego tem ciúme,Me fará mulato.

- Hi, hi.Meu Deus!Se eu morrer você me enterra iáiá?

Santo Antônio do machado,Foi cortado com serrote, Mulher tem força na língua, Como boi tem no cangote.

Bolim bolacho, etc…

Quem da beijo em mulher velha,Que tem a boca desdentada,Logo fica com dor de dente,E a barriga destemperada.

Bolim bolacho, etc…?

Bom despacho 1902-20

anônimo Banda da Casa Edison 78 rpm, Odeon despacho, magia ???

Brasil é o país do swingue 1995 Fernanda Abreu, Fausto Fawcett, Laufer e Hermano Vianna

Fernanda Abreu Da lata, Emi candomblé, umbanda Vamo lá rapaziadaTodo mundo dançandoTodo mundo pulandoVamo lá rapaziadaTodo mundo dançandoTodo mundo pulando Vamo lá rapaziadaTodo mundo dançando

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Dançando sem pararO brasileiro é do suingueO brasileiro é do baile O brasileiro é da festaO brasileiro tem carnaval no sangueEu digoDeixa solta essa bundinhaDeixa solto esse quadril e gritaBrasil, BrasilBrasil é o país do suingueVem comigo dançarEm Belém do ParáNa festa aparelhagem tupinambáVem comigo vem dançarO reaggae do MaranhãoNos tambores da crioulaÀ toa rebolarVem comigo dançarO forró bem cearenseO reaggae do surfista catarinenseVem comigo pra São PauloVem dançar na LiberdadeSe acabar na festa funk-japonesa,Que belezaVamo pra Bahia se acabar na ruaNo esculacho da delíciaDe vontade de festaÉ timbalada, Ilê Aiê, Candomblé de umbandance Vem dançar em PernambucoO mangue-beat recifenseVem dançar em Porto AlegreO rock-funk do ocidenteVem comigo, Vem pro Rio de JaneiroCidade do suingue sensual demaisToda esquina é samba-funkVem pro Rio de JaneiroTerra de Malboro,

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Rei dos bailes big mixBig mix total big mix totalHomoluluEu digoDeixa solta essa budinhaDeixa solto esse quadril e gritaBrasil, BrasilBrasil é o país do suingueVamos lá rapaziadaTodo mundo dançando Dançando sem pararFunk nordesteFunk noroesteFunk centro-oesteNo sudeste, norte-sulMato Grosso, PernambucoMaranhão e GoiásRondônia, Paraíba, ParanáMinas GeraisBrasília, Roraima,Piauí, Espírito Santo,São Paulo, Ceará, Acre e Tocantins,Amazonas, Sergipe, Alagoas, AmapáSanta Catarina, Bahia e ParáRio Grande do NorteRio Grande do SulGrande Rio de JaneiroEu digoDeixa solta essa bundinhaDeixa solto esse quadril e gritaBrasil, BrasilBrasil é o país do suingueHonolulu...

Brasileiro em Tóquio”de Pedro Luís e Miyazawa

1997 Pedro Luís e Miyazawa Kazufumi

Miyazawa Kasufumi Miyazawa Afrosick, Emi

Xangô Eu ska-peiPro JapãoDaqui láMuito chão vi

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Muito marMuito arÉ melhor ir de avião, meuDeixei cairEm plena ilha um dicionário daquiE espalhei muita "parada" localQue resultou numa salada geralVeja só no que deuCeci, kiwiPeri, harikiriSayonara (tem, tem, lá)Anissei, sanseiTokio, obrigadoPau-de-arara (tem, tem, lá)Tupã, TupiNum sei que maisJá me esqueci de ondeu souBuda XangôSe me xingaram nem viSe elogiaram O elogio passouE eu nem percebiMandei (fui) chamar Um tradutor que é do nippon pra ajudarAí então ele me aconselhouDeixar prá lá e ir pular carnavalNum clube nippo-tropical

Brasume 2000 Bruno Alison e Elza Tatiane

Eva Marinho Maracatu Atômico, Cavalo Marinho

Olorum, Obatalá, Orunmilá

Eu sou brasumeSou do RecifeSou da Nação Erê

Recife é a minha cidade, a terra dos maracatusAs loas bonitas eu canto, pra Nação Erê e pros maracatusTem a escola do CEPOMA, ali foi que aprendi a lerDanças do coco de roda, ciranda, xaxado e maracatu

O Erê, cortejo da Nação

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Somos Nação ErêSomos uma Nação

Maracatu, capoeira, afoxé, o ErêSomos uma NaçãoSomos Nação Erê

Tocar pros maracatusÉ querer mostrar que a nossa culturaVai dar o que falar

Recife é cidade bonita e maravilhosaQue meu Deus criouÉ a terra formosa do toque Nagô

Olorum criou a terra e o mar – odataláOlorum criou a terra e o ar – orunmilá

Deu poderes para eles criaremUma NaçãoHarmonia é o que a gente se dá ao coração Conversavam e faziam oferta para os OrixásPediam proteção, descendência para continuar a lutaE dessa maneira, eles fortaleciam

Apesar dos castigos, senhorNação Erê chegouCandomblé era nagôEles eram negros na cor

Buda nagô 1991 Gilberto Gil Gilberto Gil Parabolicamará, WEA

Xangô Dorival é ímparDorival é parDorival é terra Dorival é mar

Dorival tá no péDorival tá na mãoDorival tá no céu

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Dorival tá no chão

Dorival é belo Dorival é bomDorival é tudo Que estiver no tom

Dorival vai cantar Dorival em CDDorival vai sambarDorival na TV

Dorival é um Buda nagôFilho da casa real da inspiraçãoComo príncipe principiouA nova idade de ouro da cançãoMas um dia Xangô Deu-lhe a inspiraçãoLá na beira do mar (foi)Na praia de armação (não foi)Lá no jardim de AláLá no alto sertão ( foi não)Lá na mesa de um bar (foi)Dentro do coração

Dorival é EvaDorival é AdãoDorival é limaDorival limão

Dorival é a mãeDorival é paiDorival é o peão Balança mas não cai

Dorival é um monge chinêsNascido na Roma negra, SalvadorSe é que ele fez fortuna ele a fez

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Apostando tudo na carta do amorAzes, damas e reisEle teve, e passouTeve o mundo aos seus pésEle viu nem ligouSeguidores fiéisE ele se adiantouSó levou seus pincéisA viola é uma flor

Dorival é índioDesse que anda nu Que bebe garapaQue come beiju

Dorival no Japão Dorival samuraiDorival é a naçãoBalança mas não cai

Bumba my boy 1985 Nico Rezende e May East

May East Remota Batucada, Emi

Iemanjá Atravessei as Tordesilhas para encontrarO Tico-tico no fubáO Lampião de GásO bumba meu boiE o cruzeiro do sul

Fui convidada para uma festa brasileiraOnde o ritmo marcava toda a situaçãoEra para todos bandeirantes da naçãoEntro na roda onde tantos já se embalamTrazendo comigo uma nova sensação

E a roda a rodarRespiro fundoDou um gritoTomo meu lugar A cabeça a rodar e a cobra a m’enroscarSolto o corpo e a marambaia a me tomar

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Atravessei as Tordesilhas...Trouxe comigo uma nova sensação A marambaiaPareça febre, sonho, ilusãoVocê quer sentir a marambaiaEspantar as saúvas Convoca a saúdeLevanta a cortinaSacode as lembrançasLembra do passadoDe perfeito e do futuroFui convidada para uma festa brasileira.Onde o ritmo marcava toda a situaçãoEra para todos bandeirantes da naçãoEntro na roda onde tantos já se embalamTrazendo comigo uma nova sensaçãoA marambaiaFebre, sonho, ilusãoVisto a tanga e me lembro do lampiãoTomo um gole de cacau rascante m’emaranho no cipóMe perfumo, me imagino Yemanjá

Buzigim folodó 1990 Dito Avatar Avatar Lambadas, Continental

mandinga Buziguim Folodó é qualquer diabo que você disserBuziguim Folodó é qualquer diabo que você disser

Farofa de dendêGamela de abaráÉ malê de balêLevada de IjexáÉ coisa de comerÉ coisa de pensar

É coisa de beberÉ coisa de mexerÉ coisa de chorar

Buziguim Folodó

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É massa, é raça, é tanga, é muléBuziguim Folodó é pó, é poeira

É rapa, é rapé

É gozo, é bem quererÉ jeito de tocarÉ beijo e dá prazerManeira de amarÉ fogo pra queimarO peito de quem tem

É brasa, é asa, é dona da casaÉ pinga, é ginga, é bunda, é mandinga, é mangueÉ muzenza, é dengo, é neném

Bye bye Brasil 1980 Roberto Menescal e Chico Buarque

Chico Buarque Vida, Universa meu orixá Oi ,coraçãoNão dá pra falar muito nãoEspera passar o avião Assim que o inverno passar Eu acho que vou te buscar Aqui tá fazendo calor Deu pane no ventiladorJá tem fliperama em MacauTomei a costeira em Belém do ParáPuseram uma usina no marTalvez fique ruim pra pescarMeu amorNo Tocantins o chefe dos Parintintinsvidrou na minha calça Lee Eu vi uns patins prá você Eu vi um Brasil na tevêCapaz de cair um toró Estou me sentindo tão sóOh! tenha dó de mimPintou uma chance legal um lance lá na capital

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Nem tem que ter ginasialMeu amor No Tabaris o som é que nem os Bee Gees Dancei com uma dona infelizque tem um tufão nos quadris Tem um japonês atrás de mimEu vou dar um pulo em Manaus Aqui tá quarenta e dois graus O sol nunca mais vai se pôrEu tenho saudades da nossa cançãoSaudades de roça e sertãoBom mesmo é ter um caminhão Meu amor Baby bye, byeAbraços na mãe e no paiEu acho que vou desligarAs fichas já vão terminar Eu vou me mandar de trenó pra Rua do Sol, Maceió Peguei uma doença em IlhéusMas já estou quase bom Em março vou pro CearáCom a bênção do meu Orixá Eu acho bauxita por lá Meu amor Bye,bye BrasilA última ficha caiuEu penso em vocês night and day Explica que tá tudo OKEu só ando dentro da Lei Eu quero voltar podes crer Eu vi um Brasil na TVPeguei uma doença em BelémAgora já tá tudo bem Mas a ligação está no fimTem um japonês atrás de mim Aquela aquarela mudou

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Na estrada peguei uma corCapaz de cair um toróEstou me sentindo um jiló Eu tenho tesão é no marAssim que o inverno passar Bateu uma saudade de ti Estou a fim de encarar um siriCom a bênção do Nosso SenhorO sol nunca mais vai se pôr

Cabeça feita 1977 João de Aquino e Rubem Confete

Nadinho da Ilha Cabeça feita, Emi—Odeon

jogo de búzios Quem manda em minha cabeçaSão minhas lãs e tecidosOriá Dipécis meu nomeTecelão dos bem vestidosÊ, ê, cumberere, cumberere, cumbáÊ, ê, cumberere, cumberere, cumbáPrimeiro diga teu nomeDiga lá, diga lá, diga lá.Tem cabeça abençoadaQue cabeça abençoadaEntão me diga o prenomePrenome, prenome,Tua coroa tá formadaÊ, ê, cumberere, cumberere, cumbáÊ, ê, cumberere, cumberere, cumbáQuem manda em minha cabeçaÉ o bom futuro na certaOriá tem Prófis meu nomeJogo búzio e sou profetaÊ, ê, cumberere, cumberere, cumbáÊ, ê, cumberere, cumberere, cumbáPrimeiro diga teu nomeDiga lá, diga lá, diga lá.Tem cabeça abençoadaQue cabeça abençoadaEntão me diga o prenomePrenome, prenome,Tua coroa tá formada

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Ê, ê, cumberere, cumberere, cumbáÊ, ê, cumberere, cumberere, cumbá

Cabocla Jurema 1955 Lírio Jr. e Henrique Gonçalez

Sussu 78 rpm, Odeon Cabocla Jurema, saravá

???

Cabocla Jurema 1955 J. B. de Carvalho J. B. de Carvalho 78 rpm, Todamérica Cabocla Jurema. É o rei da mata virgemDá licença que eu venho saravar bis

Cabocla jurema e seus caboclosDa mata virgem na fé de oxalá

Jurema é seu filho Quem lhe chama, jurema Salve o povo da umbanda bis.

Cabocla Jurema 1983 Osny Silva e Clenilda Souza

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacaban

Cabocla Jurema Cabocla, Cabocla JuremaVenha me protegerEu sofro tanto, guerreiraVenha me socorrer

Com sua força, JuremaEnfrento qualquer perigoNão tenho medo do abismoNem do maior inimigo

Eu terei penaEu terei penaCabocla JuremaQuando sua flecha for atirarE o inimigo você acertar

Cabocla Jurema — Xangô 1976 domínio público Rosinha de Valença Cheiro de mato, Emi—Odeon

Cabocla Jurema, Xangô

Cabocla seu penacho é verdeSeu penacho é verde da cor do marÉ a cor da cabocla JuremaÉ a cor da cabocla JuremaQuem rola pedra na pedreira é Xangô

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Quem rola pedra na pedreira é Xangô

Caboclo da Cachoeira 1961 J. B. de Carvalho e Rossini Pacheco

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental caboclo Meu pai Xangô é rei lá na pedreiraTambém é rei Caboclo da Cachoeira (bis)

Na sua aldeia tem os seus caboclosNa sua mata tem a cachoeiraNo seu saiote tem pena douradaSeu capacete brilha na alvorada (bis)

Caboclo do Mato 1955 João da Baiana e Amor (Getúlio Marinho)

J. B. de Carvalho e Conjunto Gente de Casa

78 rpm, RCA—Victor caboclo, Aruanda Caboclo do mato você come folha(Dindindim Aruanda)Caboclo do mato você não tem roupa(Dindindim Aruanda)Caboclo do mato você joga flecha(Dindindim Aruanda)Caboclo do mato olha nossa gente(Dindindim Aruanda)Caboclo do mato você come folha...

Caboclo do Mato 1997 Ferdinando Jujuba Banda Coração Tribal Banda Coração Tribal, Virgin

Caboclo Sete Flexas Caboclo no meio do matoCaboclo batendo tamborCaboclo bebendo na fonteNa beira do rio mergulhoSete Flechas como vaiVocê como vai?Não esquecereiDo caboclo da cor lilásNa América um cacique,Um negro rapazGritava aos deusesPedindo pela pazCaravela, caravela lilásCaravela, caravela !O carteiro entrega cartaToda semanaA madame responde

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O meu telegramaLavadeira lava roupaDo rei do sambaO delegado entoca A sua muamba Olha o bamba!Motorista leva o povoPro cajueiroCobrador cobraA passagem do passageiroPreto velhoBota fogo no fogareiroA bailarina se jogaPro garimpeiro No bar do grego,No bar do gregoDa janelaDo mocambo amaraNão dá bandeiraQue tu solta pipaSe teu pai sabeQue tu né moça maisÉ tanto pau,Tanto bater de ripaDjê rê rê rê rê patê lamberDjê rê rê rê rê BelémNas ladeiras do ParáBeba leite de moçaCaboclo do mato Feitiço do sapoFarinha do mesmo sacoCidade do caboO ano do ratoSorte pra todo ladoSegura o sopapoSegura o sopapo, iô iôSegura o sopapo,Segura o sopapo

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Caboclo chegouNa metrópoleCaboclo subiu no metrôCaboclo invadiu o cinemaE pela tela escapou

Caboclo Folha Verde 1962 Iracema Bastos Pinto

Maria do Carmo 78 rpm, Califórnia caboclo Folha Verde, umbanda

???

Caboclo Gira Mundo 1960 Irene Marsola Luizito Peixoto e seu Terreiro

78 rpm, Philips caboclo Gira Mundo ???

Caboclo Junco Verde 1971 J. B. Júnior e J. B. Carvalho

J. B. de Carvalho J. B. de Carvalho, Musicolor

caboclo Junco Verde Saravá caboclo junco verdeSaravá (?) de cabocloO quê caboclo?Quem é caboclo?Ele é cabocloSeu junco verde ele é cabocloEle é caboclo, ele é caboclo, seu junco verde ele é cabocloPega a pemba e risco o ponto que caboclo não bambeaSeu junco verde ta chegando na aldeia(bis)

Caboclo Pena Branca 1963 Venâncio e Corumba

Araripe Barbosa 78 rpm, Continental caboclo Pena Branca ???

Caboclo Rompe Mato 1940 J. B. de Carvalho e Nelson Trigueiro

J. B. de Carvalho e Eladir Porto

78 rpm, Odeon caboclo Rompe Mato Auê, Rompe MatoAuê, Rompe MatoRompe Mato punha matoPra fazer seu jacutáRompe Mato é caboclo brasileiroRompe Mato é chefe de terreiro.

Cachaça com Babá 1978 Jota Ramos Jota Ramos O plá dos partideiros, Emi—Odeon

terreiro, cabeça feita ???

Cacundê, Cacundá 1968 José de Souza, Orlando

Noriel Vilela Eis o ôme Terreiro, macumba, canjerê

Êêê CacundêÊêêê Cacundá

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É samba na base da cacundaMas tem que saber balançarÉ samba de terreiroBaianoSambista cabroxaSambandoBota cabroxa na cacundaAí ele vai cacundando Êêê CacundêCacunda pra lá e pra cáNão é macumba,Não é CanjerêMas tem que saber balançar

Cacungaruquê 1955 Jackson do Pandeiro e Pedro Melodia

Jackson do Pandeiro Cantando de norte a sul, Philips

pai-de-santo ???

Cacuriá 1997 domínio popular adaptação de Dona Teté

Rosa Reis Rosa Reis, selo independente

Mestre FelipeSou eu rosa meninaDa folha da jussareiraDa folha do jussaralFui na praia pegar siriSiri me mordeu eu sacudiE os peixinhos da CamboaComeçaram a rirAtirei mas não mateiPassarinho de AngolaLá foi meu tiro perdidoGavião avoou e foi emboraAvoou, avoou avoou deixa voarNo galho da imbaúbaGavião totoriáSe eu soubesse que era assimAqui eu não tinha vindoEu tinha ficado em casaNa minha rede dormindoÔ manda bola rirÔ ribola

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Ô mulata bonita, aiCadê teu varão, aiMe pega me beija, aiMe bota no chãoQuando eu tô com Dona TetéEu já tô com quem eu gostoTiro o côro de marotoMaroto não tira o nossoOlha lá Mestre FelipeMandai molhar minha gargantaEu sou como passarinhoQuanto mais bebo mais cantoEu sou, eu sô, eu sô,Eu sô jacaré poiôSacode o rabo jacaréEu sou jacaré poiô

Cada irmão (Raça e credo) 1991 Bob Marley (versão José Alexandre)

Oswaldo Montenegro Vida de artista, Som Livre

Xangô, Oxalá, Oxóssi

Cada irmãoTodo irmãoDe cada credo e corDespertai!

Se cada irmãoSe todo irmãoSem preconceito de credo e corDespertar

Ganha clareza e força dos ElementosA força da chuva do vento e do solDiz o ditadoPior cego é aqueleQue não quer ver a um palmo esse Farol Eu digo pra vocês

(refrão)Xangô, Oxossi, Santa Bárbara Valei-me com a sua cruz

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Meu pai Oxalá, Jesus fora da cruzO negro no branco do olhoA pérola guiaE o mundo sem fronteiraComo Lennon nos diriaEu digo para vocês

Cadê Vira-Mundo 1940-9

J. B. de Carvalho Conjunto Tupy 78 rpm, RCA—Victor caboclo, encruzilhada

Oh! Cadê vira-mundo, PembaTá na terreira. PembaCom seu (caboni/cambon/tamboni), PembaCriado no mato (coredô)Cadê meu mano catadoCadê esse caboclo ventaniaEsse caboclo é na folia

Galinha de pena na encruzilhadaGato de preto de madrugadaAzeite de dendê, farofa amarelaE três vintém numa panela(bis)

Cafioto 1932 Amor (Getúlio Marinho da Silva)

Moreira da Silva com Gente do Amor

78 rpm, Veroton saravá, cafioto Gente, quando eu chego no ?Todo mundo quer saberMeu nomeÉ que no ?

Meu nome eu quero saraváNa minha CafiotoQuando quiserMinha Angola ma chama (?)

Calunga 1987 Perillo, C. Ribeiro, Brandão e Chaul

Fernando Perillo O outro lado da lua, Polygram

ilê, feitiço A ilê lecoriôEsse canto d’AngolaVem da sede de viverVem das terras de além mar

Morena nagô andei

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Andei na beira do marProcurando por vocêNessa África de cáA ilê

Aldeia de calungaDá licença de chegarMorena não resmungaQue é noite de luarO amor é brincadeiraNão me canso de brincarRemexe as cadeirasTira, põe, deixa ficar

No ceú de sua bocaQuero morrer de prazerFlor afro-brasileiraSeu perfume quero TerMostra o seu feitiçoE me diz cundarêMorena

Canção de Nanã 1972 Dorival Caymmi MPB4 Cicatrizes, Philips Nanã Ê de noite éDe noite até de manhã iêOuvi cantar pra Nanã

Candeeiro encantado 1997 Lenine e Paulo César Pinheiro

Lenine O dia em que faremos contato, BMG

Exu Lá no sertão cabra macho não ajoelha, Nem faz parelha com quem é de traição, Puxa o facão, risca o chão que sai centelha, Porque tem vez que só mesmo a lei do cão. É Lamp, é Lamp, é Lamp... É Lampião Meu candeeiro encantado... Enquanto a faca não sai toda vermelha, A cabroeira não dá sossego não, Revira bucho, estripa corno, corta orelha, Que nem já fez Virgulino, o Capitão. É Lamp, é Lamp, é Lamp...

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É Lampião Já foi-se o tempo do fuzil papo amarelo, Pra se bater com o poder lá do sertão, Mas Lampião disse que contra o flagelo, Tem que lutar de parableo na mão. É Lamp, é Lamp, é Lamp...É Lampião Falta o cristão Aprender com São Francisco, Falta tratar O Nordeste como o Sul, Falta outra vez Lampião, Trovão, Corisco, Falta feijão Invés de mandacaru, falei? Falta a nação Acender seu candeeiro, Faltam chegar Mais Gonzagas lá de Exu, Falta o Brasil De Jackson do Pandeiro, Maculêlê, Carimbó, Maracatu. É Lamp, é Lamp, é Lamp...É Lampião

Candidato Caô Caô 1988 Walter Meninão e Pedro Butina

Bezerra da Silva Violência Gera Violência, RCA

terreiro, congá, guia Ele subiu o morro sem gravata dizendo que gostava da raçaFoi lá na vendinha bebeu cachaça, até bagulho fumouJantou no meu barracão, e lá usou lata de goiabada como pratoEu logo percebi: é mais um candidato para a próxima eleição(bis)

É, ele fez questão de beber água da chuvaFoi lá no terreiro pedir ajuda, e bateu cabeça no congáMas ele não se deu bem porque o guia que estava incorporado disse:

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"Esse político é safado. Cuidado na hora de votar!"Também disse:"Meu irmão se liga no que eu vou lhe dizer, hoje ele pede seu voto, amanhã manda a polícia lhe bater" (bis)

Cangerê 1902-20

Anônimo Banda da Casa Edison 78 rpm, Odeon cangerê, feitiço ???

Canjiquinha quente 1981 Sinhô (José Barbosa da Silva)

Rumo Rumo aos antigos, independente

Ebó Ioiô vai provarUm pinguinho só certo vai gostar desse meu ebó

É um pratinhoBem suculentoQue faz babarCanjiquinha quente, Ioiô(Tá quentinha)

E temperadaCom a simpatiaQue foi JesusQue ensinouSanta Bahia

(Prova Ioiô, uh... tá gostoso)Ioiô vai provarUm pinguinho sóCerto vai gostarDesse meu ebó

Ai deixa loucoSó de vontadeDe acabarCanjiquinha quente, Ioiô(Ai, tá quentinha)

Depois de provarIoiô vai dizerViva Jasus

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Que ensinouSanta Bahia

(Quer vatapá? He, heTambém tem)

Canjira 1961 Paulo Rodrigues e Valdir Machado

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental canjira Deixa a gira girá

Meu pai veio da Aruanda e a nossa mãe é Iansã.Meu pai veio da Aruanda e a nossa mãe é Iansã.

Ô, gira, deixa a gira girá.Ô, gira, deixa a gira girá.Ô, gira, deixa a gira girá.Ô, gira, deixa a gira girá.

Deixa a gira girá...Saravá, Iansã!É Xangô e Iemanjá, iê.Deixa a gira girá...?

Cantiga de agô 1960-9

Gilvan Chaves, Gilvan Chaves 78 rpm, Musidisc-Hifi

agô (licença) ???

Cantiga de roda 1978 Nazareno, Aloísio e Pena Branca

Nazareno Nazareno, Chantecler

Iemanjá, saravá, terreiro, orixás

Nessa roda quero ver sambarNesse embalo que Iôiô mandouCapoeira quero ver irscarPeito aberto pra cantar...Muita areia pra Iáiá pisarFaixa branca de luarMil estrelas pra te enfeitarNessa festa de IemanjáSalvando os SaravasTerreiro de Orixás...

Canto a Iemanjá 1960-9

J. B. de Carvalho Amorim Roxo e Belinho

78 rpm, Musidisc Iemanjá Navios negreiros no meio do mar.correntes pesadas na areia arrastar.A negra escrava tristonha a cantar.

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a negra escrava tristonha a cantar.Saravá, nossa mãe Yemanjá.Saravá, nossa mãe Yemanjá …A estrela brilhou, quem veio salvar …Nos campos, nas matas, na areia do mar,Virou a caçamba de fundo pro ar, virou a caçamba de fundo pro ar.E quem nos salvou, foi mãe Yemanjá.E quem nos salvou, foi mãe Yemanjá …

Canto a Iemanjá 1991 Marquinhos e Jurandir

Olodum Da Atlântida à Bahia — o Mar é o Caminho, Continental

Iemanjá, Olofim, Olocum, axé

A lendária mãe das águas, mãeNos revela que fugiuAs suas histórias e divindadesVem de Cuba a Brasil (bis)

Fugindo de Olofim, Ifé, IféLevada para Okum, o mar, o marNas águas de um rio que surgiu (bis)

E chega janeiro e fevereiroÉ dia de festa no marOh! reme o barco pescadorO teu axé vamos levar (bis)

OdoiáOdo, OdoiáO meu canto maiorPra rainha do mar (bis)

Canto ao pescador 1991 Jauperi, Pierre Onássis

Banda Cheiro de Amor

É o ouro Iemanjá, Oloxum, Inaê, Janaína, Marabô, Sobá

Jogou sua rede ô pescadorSe encantou com a beleza desse lindo marÉ dois de fevereiro, dia de YemanjáLevo-te oferendas para lhe ofertarE sem idolatria o Olodum seguiráComo dizia Caymmi, insigne o hoeme cantando a encantar

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“Minha jangada vai sair pro marvou trabalhar, meu bem querer”

sei que o mar da história é agitadoé o Olodum a onda que viráem forma de dilúvio vem me despertar... amorem forma de dilúvio vem exterminarcom seqüelas racistas e trazendo ideais de amor e pazcom seqüelas racistas e trazendo ideaisOloxum, Inaê, JanaínaMarabô, Caiala, SobaViaja... viaja e se baila, me leva OlodumEm sua onda eu quero irOlodum, navio negrieo, atracou em Salvadortrouxe a música emitindo ideais da negra core hoje exalta o mar condutor da embarcação

Canto ao pescador 1991 Jaupery e Pierre Onassis

Olodum Da Atlântida à Bahia — o Mar é o Caminho, Continental

Iemanjá, Oloxum, Inaê, Janaína, Marabô, Sobá

Jogou sua rede, oh pescadorSe encantou com a beleza desse lindo marÉ dois de fevereiro, dia de IemanjáLevo-te oferendas para lhe ofertarSem idolatria o Olodum seguiráComo dizia Caymmi, insigne o homem cantando a encantar:

"Minha jangada vai sair pro marVou trabalhar meu bem querer"

Sei que o mar da história é agitadoÉ o Olodum a onda que viráEm forma de dilúvio vem me despertar... amorEm forma de dilúvio vem exterminarCom seqüelas racistas e trazendo ideais de amor e paz (bis)

Oloxum, Inaê, JanaínaMarabô, laiala, SobáViaja... viaja e se baila e me leva Olodum

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Em sua onda que eu quero irOlodum, navio negreiro atracou em SalvadorTrouxe música emitindo ideais da negra cor (bis)E hoje exalta o mar condutor da embarcação (bis)

Canto de Boiadeiro 1977 Mateus Aleluia, Os Tincoãs

Os Tincoãs Os Tincoãs, RCA Victor

Luanda, Omolú, Umbanda, Saravá

Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.

Adeus, meus irmãos de fé.Adeus, gente amiga.Cantei, dancei, comi e bebi.Saravá, chegou a hora da partida.

Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.

Adeus, meus irmãos. (Irmãos de fé)Adeus, gente amiga.Cantei, dancei, comi e bebi.Saravá, cheogu a hora da partida.

Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Boiadeiro vai, já vai pra Luanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.

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Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda.Adeus, Omolú, protetor de Umbanda

Canto de Exu 1930 Motivo Popular Conjunto Africano 78 rpm, Odeon Exu Ganga nu ganga malê-lêPombagirê kigangaGanga nu ganga malê pôPombagirê kinganga(bis)

Canto de Iemanjá 1966 Baden Powell e Vinicius de Moraes

Baden Powell e Vinicius de Moraes

Os afro-sambas, Companhia Brasileira de Discos

Iemanjá, Janaína Iemanjá...Iemanjá é dona Janaína que vem Iemanjá é muita tristeza que vem

Vem do luar do céu E no luar do mar Coberto de flor É o templo de Iemanjá

Iemanjá a cantarE assim me dáNa lua triste no céuE alguém triste no mar

Se você quiser amar Se você quiser amorVem comigo a SalvadorPara ouvir Iemanjá a cantar

A cantar na maré que vaiE na maré que vemDo fim mais no fim O fim bem mais alémDo que o fim do marBem mais além

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Canto de Nanã 1993 Dorival Caymmi MPB4 Songbook Dorival Caymmi, Lumiar

Nanã É de noite, êDe noite, até de manhãIêOuvir cantar pra Nanã

Canto de Obá 1993 Dorival Caymmi e Jorge Amado

Alcione Songbook Dorival Caymmi, Lumiar Discos

Obá, Xangô Meu pai XangôÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu pai

Protege teu filho Obá de XangôSeu Obá OtumOnikoyiQue tanto precisaPrecisa de tiPro canto comporPra canto cantarO canto em louvorDas graças da florDa terra, do povo e do mar da Bahia

Meu pai XangôÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu pai

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Protege teu filhoTeu filho CaymmiDorival ObáOnikoyiE Stella CaymmiA mãe de DoriDe Nana e DaniloÉ musa e mulherÉ amor e amigaStella estrelaDa minha cantiga amor recebi, ai!

Por ser teu ObáOnikoyiPor não merecer, ser merecedorDe tanta Stella, estrela de amor, ai

Meu pai XangôÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu paiÉ meu pai XangôÉ meu pai

Canto de Ogum 1930 Motivo Popular Conjunto Africano 78 rpm, Odeon Ogum Ogum levantou sua espada de fogo na beira da estradaÉ festa de reggae, lá no PelourinhoEu vim te chamar pra cair no swingue dessa levadaSambando no reggae, fazendo denguinho (bis)

Eu sou nativo da ilha, de Gameleira, sem eira nem beira, não há bobeiraSegura na saia menina, pra não dar bandeira (bis)

Caia na gandaia, caia na garoa

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Vou fazer seu batizado lá na praia da GamboaCapoeira de angola não se ginga à toa

Quem mergulha no mar, no mar da BahiaLeva o axé de Iemanjá, sua estrela guia (bis)

Canto de Ogum 1991 Guto Guitar Banda Mel Negra, Continental Ogum, Iemanjá, axé Ogum levantou sua espada de fogo na beira da estradaÉ festa de reggae, lá no PelourinhoEu vim te chamar pra cair no swingue dessa levadaSambando no reggae, fazendo denguinho (bis)

Eu sou nativo da ilha, de Gameleira, sem eira nem beira, não há bobeiraSegura na saia menina, pra não dar bandeira (bis)

Caia na gandaia, caia na garoaVou fazer seu batizado lá na praia da GamboaCapoeira de angola não se ginga à toa

Quem mergulha no mar, no mar da BahiaLeva o axé de Iemanjá, sua estrela guia (bis)

Canto de Ossanha 1966 Baden Powell e Vinicius de Moraes

Elis Regina Dois na bossa número dois, Philips

Ossaim, Xangô, mandinga, orixá

O homem que diz dou não dáPorque quem dá mesmo não dizO homem que diz vou não vaiPorque quando foi já não quisO homem que diz sou não éPorque quem é mesmo é não souCoitado do homem que caiNo canto de Ossanha traidorCoitado do homem que vaiAtrás de mandinga de amorVai vai vai, não vouVai vai vai, não vouNão vou, eu não sou ninguém de irEm conversa de esquecerA tristeza de um amor que passouNão, eu só vou se for pra ver

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Uma estrela aparecerNa manhã de um novo amorAmigo, senhor saravá!Xangô me mandou lhe dizerSe é canto de Ossanha não váQue muito vai se arrependerPergunte ao seu orixáAmor só é bom se doerVai vai

Canto de Oxalufã 1972 Toquinho e Vinicius de Morae

Toquinho, Vinicius de Moraes, Marília Medalha

São demais os perigos desta vida, RG

Oxalufã Você que sabe demaisMeu Pai mandou lhe dizerQue o tempo tudo desfazA morte nunca estudouE a vida não sabe lerVocê quem sabe demaisMas que não sabe viverResponda, se for capazNa vida, quem sabe mais?Na morte, quem quer saber?

Canto de Xangô 1966 Baden Powell e Vinicius de Moraes

Baden Powell, Vinicius de Moraes

Os afro-sambas, Companhia Brasileira de Discos

Xangô Eu vim de bem longeEu vim, nem sei mais de onde é que eu vimSou filho de rei, muito luteiPra ser o que eu souEu sou negro de corMas tudo é só amorEm mimTudo é só amor pra mimXangô Agodô

Hoje é tempo de amorHoje é tempo de dor em mimXangô Agodô

Salve Xangô meu rei, senhorSalve meu orixáEm 7 cores do amor

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7 dias para a gente amar

Mas amar é sofrerMas amar é morrer de dorXangô meu senhor, saraváMe faça sofrer, mas me faça morrer Mas me faça morrer de amarXangô meu senhor, saravá!Xangô Agodô

Canto do Caboclo Pedra Preta 1966 Baden Powell e Vinícius de Moraes

Baden Powell e Vinicius de Moraes

Os afro-sambas, Companhia Brasileira de Discos

Caboclo Pedra Preta Alô pandeiroAlô viola

Pandeiro não quer que eu sambe aquiViola não quer que eu vá me embora

Alô pandeiroAlô viola

Pandeiro quando toca faz Pedra Preta chegarViola quando toca faz Pedra Preta sambar

O pandeiro diz Pedra Preta não sambe aqui nãoA viola diz Pedra Preta não sai daqui não

Pedra Preta diz pandeiro tem que pandeirarPedra Preta diz viola tem que violar

O galo no terreiro fora de hora cantouPandeiro foi simbora e Pedra Preta gritou

Alô pandeiroAlô viola...

Canto do Engenho Velho 1975 Romildo e Toninho Agepê Moro onde não mora ninguém, Continental

candomblé, Engenho Velho, Oxóssi, Oxalá, Oxum.

Eu sou nagô Oh OhLá da Costa da MinaEu sou de lá, do lado de lá da maré (bis)

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Carregando a minha sinaFui levando a minha féDo açucar pra o ouro Do ouro para o caféCortaram a minha alegria Mas nasceu outra raizDepois arrancaram o meu peitoE eu vivi da cicatriz

Exeiê BabáExeiê BabáOlha eu trouxe vinho branco Pro pilão de Oxalá

No candomblé do Engenho VelhoEu entrei pra me benzerTinha palha pra descansoE água fria pra beberA água veio da fonteA fonte eu não sei responderEu não sei responder A menina da fonte é quem pode dizerSe o azul é de Oxossi O branco de babá OkêOxum bordou seu vestidoCom a cor do amanhecerOxum é uma criançaQue esqueceu de envelhecerE toda vez que ela dançaA fonte para de gemerOraê ê lê ôOra lá ê lê ô

Canto do mar 1982 Totonho e Paulinho Rezende

Alcione Morte de um poeta, Polygram

agô, obi, orobô Quem vem lá Da beira da manhã É o dia clareando São os olhos de Nana

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Quem vem lá Da beira da manhã Iemanjá chegando A procura de Iansâ

Quem vem lá Da beira da manhã É o dia clareando São os olhos de Nana

Quem vem lá de tão distante Trazendo estrelas na mão Um olhar tão verdejante E o mar como seu chão

Não é lua ensolarada Nem é sol enluecido Essa moça que é chegada Traz um sonho adormecido

Essa moça que é chegada Traz um sonho adormecido(2x)

Quem vem lá Da beira da manhã Iemanjá chegando A procura de Iansâ

Quem vem lá Da beira da manhã É o dia clareando São os olhos de Nanã

Quem vem lá vem procurando No reino verde a verdade Que ela soube estar morando Numa encantada cidade

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Onde areia é ouro em pó Onde a vida não termina Onde o que se ouve é só O canto de Janaína Onde o que se ouve é só O canto de Janaína

Quem vem lá Da beira da manhã Iemanjá chegando A procura de Iansâ

Quem vem lá Da beira da manhã É o dia clareando São os olhos de Nanã

Quem vem lá vem procurando No reino verde a verdade Que ela soube estar morando Numa encantada cidade

Onde areia é ouro em pó Onde a vida não termina Onde o que se ouve é só O canto de Janaína Onde o que se ouve é só O canto de Janaína

Quem vem lá Da beira da manhã Iemanjá chegando A procura de Iansâ

Quem vem lá Da beira da manhã É o dia clareando São os olhos de Nanã

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Canto e danço pra curar 1975 Mateus e Dadinho Os Tincoãs O Africanto dos Tincoãs, RCA

juremeia, Aruanda, magia

Eu estou aquiVocê mandou chamarAgora vai ouvirEu cantando pra curar

Eu sou juremeia, só bebo jureimarSou forte curandeiroAruanda eu vim cá

Meu canto é forçaMeu dançar, magiaVocê me confiaNinguém pode derrubar

Canto I 1982 Clementina de Jesus, Tia Doca e Geraldo Filme

Clementina de Jesus O Canto dos Escravos

Ogum Yao ê,Ererê ai ogum bê.

Com licença do Curiandamba,Com licença do Curiacuca,Com licença do Sinhô Moço,Com licença do Dono de Terra.(x6)

Canto para Omulu 1968 Abigail Moura Orquestra Afro-Brasileira

Orquestra Afro-Brasileira, CBS

Omulu, Obaluaê ???

Canto pra Iemanjá 1973 Mateus e Dadinho Os Tincoãs Os Tincoãs, Jangada Iemanjá, orixás, iaô Vou cantar pra Iemanjá. Dona das ondas do mar.Aquele que em mim acreditar, venha comigo orar. Esse tema cheio de tristeza...(Iemanjá, yaô)Feito pela própria natureza (Iê)

Oh, Jesus! Dê força e luz aos Orixás.Oh, Jesus! Dê força e luz aos Orixás.

E,(Ie, Iemanjá, yaô) E me dê inspiração.(Ie, Iemanjá, yaô) E alma pra esta canção.

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(Ie,Iemanjá, yaô) Que trago no coração. (Ie, Iemanjá!)

Vou cantar pra Iemanjá. Dona das ondas do mar.Aquele que em mim acreditar, venha comigo orar. Esse tema cheio de tristeza...(Iemanjá, yaô)Feito pela própria natureza (Iê)

Oh, Jesus! Dê força e luz aos Orixás.Oh, Jesus! Dê força e luz aos Orixás.

E,(Ie, Iemanjá, yaô) E me dê inspiração.(Ie, Iemanjá, yaô) E alma pra esta canção.(Ie,Iemanjá, yaô) Que trago no coração. (Ie, Iemanjá, yaô) (Ie, Iemanjá, yaô) (Ie, Iemanjá, yaô) (Ie, Iemanjá, yaô) (Ie, Iemanjá, yaô) (Ie, Iemanjá, yaô...Ô!)

Canto pra Pai Corvo 1971 Johnny Alf Johnny Alf Ele é Johnny Alf, Parlophon

Pai Corvo, preto-velho, guia, Aruanda, gira, terreiro.

Tempo é tempo pra pensarMas não deixe ele fugirDoze horas pra pararDoze horas pra seguirQuem descança da cançãoQuem se esquece de seguirVai ficar na solidãoE deixar de construir

Foi, foi, foi o que pai corvo ensinouEle é preto velho, é guia curadorEle é praia corvo também

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Ele vem da aruanda ensinar o que é de bem

Salve salve meu irmãoDeixa a gira se formarSe o capeta te aprontouPreto velho vai curarNo terreiro de pai corvoO capeta vai sobrarÉ pai corvo se chegarÉ o Capeta se mandar

(bis)

Canto pro mar 1995 Carlinhos Brown Timbalada Dance, Polygram Oiá Vou na Timbalada, OyáCanto pro mar, mar, mar, marEu canto pra luaPorque amo a luaAi que lua, ai que luaEu canto pra terraPorque amo a terraAi que terra, ai que terra

Vou na Timbalada, OyáCanto pro ar, ar, ar, arEu canto pro ventoPorque amo o ventoAi, que vento, ai, que ventoEu canto pra elaPorque amo elaAi, que ela, ai que elaEu canto pra ruaPorque amo a ruaAi, que rua, ai, que rua

Trago flor no jarro pra saudarDepois eu vou jamaisAgora eu vou lavarAgora eu vou levar

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Cantos d’Oxalá 1996 Pedro Barroso Pedro Barroso Cantos d’Oxalá, CD Top

Oxalá Tem dias que nem seiSe vale a pena verPra lá do que acontecePra lá do querer saberE o canto já lá vemE arrisca-se um poemaQue a motra de cantarÀs vezes é uma algemaE vem o vento e dáE vem a sorte e tiraSão cantos de OxaláLutando com a mentiraHouvera que encontrarUm mundo de mudançaMas não sei em que marNavega tal distânciaHouvera que encontrarUm mundo de lonjuraMas não sei em que marNavega tal ?E vem o vento e dáE vem a sorte e tiraSão cantos de OxaláLutando com a mentiraE um dia inda há de haverSentido vulto e grandeO povo que se querE bailaremos ambosE os ídolos do tempoO tempo apodreceQuem vive para o futuroNão cansa e nunca esqueceE vem o vento e dáE vem a sorte e tiraSão cantos de OxaláLutando com a mentira

Caô Cabieci 1951 Luís Soberano e Dora Lopes 78 rpm, Sinter Xangô CAÔ CABIECI ILÊ! CAÔ ,O,O...LÊ, LÊ, LÊ...Ô

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Anísio Bichara Cantando vou, fazendo uma jura de amorCantando estou, junto do meu pai xangoXango, te agradeço meu senhorPela força e teu amor, a este filho que não o considerouSenhor, Xango, me agarro às tuas mãosPeço paz e proteção, por tudo que fuiHoje lhe peço perdao, XangoXango, pelo aperto de mão, no abraço do irmãoNo caminho seguro, que minha vida vaiAgradeço por tudo, que só você meu paiXango, xango, Le Le Le oCantando vou, fazendo uma jura de amorCantando estou, junto do meu pai xango(bis).

Capaxá de umbanda 1950 Sussu Conjunto Star 78 rpm, Star Xangô, umbanda, Aruanda

Quem rola pedraNa pedreira é Xangô

Vivô, o capaxá de umbandaVivô, o dono da pedreiraVivô, o rei de AruandaVivô

Vivô, o capaxá de umbandaVivôVivô pra saraváNosso pai Xangô

Quem é o rei de umbanda?Quem é que pensa e demanda?Quem é o dono da pedra?É Xangô

Capitão da Mata 1955 Sussu, César Cruz e Sebastião Nunes

Sussu 78 rpm, Odeon caboclo Eu vi, Capitão das Matas meu PaiEu vi uma estrela brilharCapitão das Matas não bambeiaEle não bambeiaCapitão das Matas olha a sua aldeia

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Olha a sua aldeia

Capoeira 1961 Walter Tourinho, Guará e J. B. de Carvalho

J. B. de Carvalho Macumba, canjerê, candomblé, Musicolor

filho de umbanda Capoeira toma sentidoCapoeira toma sentidoQue eu vou lhe derrubarQue eu vou lhe derrubar

Pus é de freguesiaE acabei com a valentiaDo malandro do lugarVocê veste calça brancaMas vou lhe desenganarVocê veste calça brancaMas vou lhe desenganar

Eu sou filho de umbandaMeu avô era pajéTenho sangue de guerreiroNem você não pode sequerVou dar um rabo-de-arraiaPra você ver comjo éVou dar um rabo-de-arraiaPra você ver como é

Cara caramba (Sou camaleão) 1992 Bell Marques, Wadinho Marques, Marquinhos, Pierre Onassis e Germano Meneguel

Chiclete com Banana Chiclete com Banana, BMG

Oxalá Cara, caramba cara caraôCara, caramba cara caraôVem viver o verãoVem curtir SalvadorEu sou camaleãoHoje eu sou seu amorNão tem cara metadeCaramba que dengo de amorÉs dona da minha vontadeEu mudo de jeito e de corTe toco, te abraço, te prendoNos raios do solMisturo o futuro e o presenteAgora eu vou lá prá o Farol

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Sem essa de cara ou coroaCaramba sou camaleãoO amor Oxalá abençôaTá combinado entãoTeu corpo é mar eu navegoNo jeito do coraçãoAs ondas percorrem teu viçoNo brilho desse verãoCara, caramba, cara carãoCara, caramba, cara carãoVem viver o verãoVem curtir SalvadorEu sou camaleão Hoje eu sou seu amorÉ de cama camáÉ de camaleô aiaiaiÉ de camaleô aiaiaiÉ de camaleão

Carga de burro 1929 Sinhô (José Barbosa da Silva)

Sinhô (José Barbosa da Silva)

78 rpm, Victor candomblé Eu tenho um burroQue me deram na BahiaNum candombléQue se rezava noite e dia

Deus fez o homemE disse num sussurro:"Tu serás burro de cargaE a mulher carga de burro"

Não adiantaO homem se esconderQuando a hora é chegadaO burro cansa sem querer

Cargueiro 1997 Mário Gil e Paulo César Pinheiro

Mário Gil Cantos do Mar, Dabliú

Ogum Leva amarela, veleiro, flutua no marPano de velas de estrelas, lanternas do marLança do bico da proa um cordão de luar

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E amarra a minha canoa que eu quero embarcarCasco de veleiroVento vai riscarO meu nome inteiroSou mais marinheiroDo céu que do marBarco de São JorgeQuero navegarE que Ogum me forgeCom a prata do alforgeO meu patuáLua que traz na maré que Deus dáOs versos do meu cantarLua que leva a dor do meu olharCargueiro do meu penar

Caruru com vatapá 1995 Paulinho do Reggae e Gilberto Timbaleiro

Ara Ketu Ara Ketu Dez, Sony Music

Iemanjá Eu peguei uma caronaNuma trilha cheia de amorEu pensei que era mesmoUma viagem a SalvadorTerra de Todos os SantosQue o Senhor abençoouA levada deuCaruru com vatapáE água de cheiroDe presente a IemajáEu subo e desçoViajando sem pararVou de caronaAté onde te encontrarMeu santo é forteMe ajuda a navegarSó Deus quem sabeOnde é que eu vou parar

Casa de bamba 1969 Martinho da Vila Martinho da Vila Martinho da Vila, Philips

macumba, galinha preta, azeite-de-dendê

Na minha casa todo mundo é bambaTodo mundo bebe, todo mundo sambaNa minha casa não tem bola pra vizinha

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Não se fala do alheio nem se liga pra Candinha

Na minha casa ninguém liga pra intrigaTodo mundo xinga, todo mundo brigaMacumba lá na minha casaTem galinha preta azeite de dendêUma ladainha, lá na minha casaTem reza bonitinha e canjiquinha pra comer

Se tem alguém aflitoTodo mundo chora , todo mundo sofreMas logo se reza pra São BeneditoPra Nossa senhora e pra Santo OnofreMas se tem alguém cantandoTodo mundo canta, todo mundo dançaTodo mundo samba e ninguém se cansaOi, minha casa é casa de bamba

Casa de bamba 1983 Martinho da Vila Martinho da Vila História da MPB: Martinho da Vila

macumba, galinha preta, azeite-de-dendê

Na minha casa todo mundo é bambaTodo mundo bebe, todo mundo sambaNão se fala do alheio nem se liga pra Candinha

Na minha casa ninguém liga pra intrigaTodo mundo xinga, todo mundo brigaMacumba lá na minha casaTem galinha preta, azeite de dendêUma ladainha lá na minha casaTem reza bonitinhaE canjiquinha pra comerSe tem alguém aflitoTodo mundo chora, todo mundo sofreMas logo se reza pra São BeneditoPra Nossa SenhoraE pra STAnto OnofreMas se tem alguém cantandoTodo mundo canta, todo mundo dançaTodo mundo samba E ninguém se cansa

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Oi, minha casa é casa de bamba

Macumba lá na minha casa

Catendê 1976 Jocafi, Onias Camardelli, Ildazio Tavares

Grupo Zambo Bahia, Grupo Zambo Catendê, Ê luandê, catendê (ladejina)

Ei lá, ei láMaré brava, maré mansaEi lá, ei láFoi na quilha da esperança

Ê luandê, catendê (ladejina)

Catendê (louvação à Ossain) 1972 Jocafi, Ildazio Tavares e Onias Camardelli

Maria Creuza, Toquinho, Vinicius de Moraes

Maria Creuza, Toquinho e Vinicius, RGE

Ossaim Meu Catendê dilá diginaLuandê, meu Catendê

Varre a voz o vendavalPerdido no céu de espantoE o barco fere a distânciaNo disparo da inconstânciaMe encontrei sem esperar

Quanto mais o tempo avançaMais me perco neste marE no rumo do segredo Caminhei todo o caminho

Hei lá, hei láMaré brava, maré mansaHei lá, hei lá, hei láVou na trilha da esperançaHei lá, hei láVou no passo da alvoradaHei lá, hei lá, hei láMar, amor e namorada

De segredo e de procuraFiz do medo meu amigo

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E de força sempre puraO meu canto se encontrouHei lá, hei lá

E no fim da jornadaHei lá, hei láVi meu canto crescerHá tanto escuro na estradaEsperando o sol nascerHei lá, hei lá

Vou cantar pela vidaHei lá, hei láO meu canto de amorHá tanta dor escondidaTanto canto sem cantor

Cavaleiro de Aruanda 1973 Tony Osanah Ronnie Von Só Ronnie Von, Polidor (Polygram)

Oxóssi, caboclo Quem é o cavaleiro Que vem lá de AruandaÉ Oxóssi em seu cavalo Com seu chapéu de banda

Quem é esse caciqueGlorioso e guerreiroVem montado em seu cavaloDescer no meu terreiro

Vem de Aruanda uêVem de Aruanda uáVem de Aruanda uêVem de Aruanda auê

Ele é filho do verdeEle é filho da mataSaravá Nossa SenhoraA sua flecha mata

Vem de Aruanda uê

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Vem de Aruanda uáVem de Aruanda uêVem de Aruanda auê

Quem é o cavaleiro Que vem lá de AruandaÉ Oxóssi em seu cavalo Com seu chapéu de banda

Vem de Aruanda uêVem de Aruanda uáVem de Aruanda uêVem de Aruanda auê

Cavaleiro de Jorge 1982 Caetano Veloso Caetano Veloso Cores, nomes, Polygram

Cavaleiro de São Jorge (Oxóssi)

Cavaleiro de Jorge seu chapéu azulCruzeiro do sul no peitoCavaleiro de Jorge sem medo nenhumO número umDireitoSempre firme sobre o cavalo impávido-turquesaEstrada ou mesa de barSempre mil pavões-forças de beleza pura e simplesComo uma onda no marCavaleiro de JorgePotência de amarSenhor do lugar inteiro

Caxambu 1986 Jorge Neguinho Almir Guineto Almir Guineto,RGE

Saravá Olha vamos na dança do CaxambuSaravá, jongo, saraváEngoma, meu filho que eu quero verVocê rodar até o amanhecerEngoma, meu filho que eu quero verVocê rodar até o amanhecer

O tambor tá batendo é pra valerÉ na palma da mão que eu quero verO tambor tá batendo é pra valerÉ na palma da mão que eu quero ver

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Dona Celestina me da água pra beberSe você não me der águaVou falar mal de vocêDeu meia noite. o galo já cantouNa igreja bate o sinoé na dança do jongo que eu vouDeu meia noite. o galo já cantouNa igreja bate o sinoé na dança do jongo que eu vou

Carreiro novo que não sabe carrearO carro tomba e o boi fica no lugarCarreiro novo que não sabe carrearO carro tomba e o boi fica no lugar

Quem nunca viu vem verCaldeirão sem fundo ferverQuem nunca viu vem verCaldeirão sem fundo ferver

O tambor tá batendo é pra valerÉ na palma da mão que eu quero ver

Caxambu II 1986 Bidubi do Tuiti, Jorge Neguinho, Elcio do Pagode e Zé Lobo

Beth Carvalho Beth, RCA saravá, roda Jongo é caxambuDesengoma e vem pra rodaDançam velhos e meninosCaxambu agora é modaNa palma da mão até o dia clarearOs tambores estão batendoSaravá, saravá, saravá

Genipapo caiu de maduroSete juntas de boi sumiramNo clarão da noite Eu vi, o vento soprouLá se foi meu candieiroFoi jongo quem mandou

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Jongo é caxambu...

A vovó sempre diziaMeu filho, traz “que incha” pra mimPra rodar a noite inteiraHoje o jongo vai levantar poeiraEu quebrei o pauNa chácara da Tia MariaCasca de pau choravaMiolo de pau gemia

Caxinguelê das crianças 1979 José Ventura Clementina de Jesus Clementina, Emi crianças, saravá, Pai Oxalá

Lá na mata tem, cachorro do mato, Caxinguelê ô (2x)Chamei minhas crianças para vim me defender (2x)(bis)Saruê Le Le, Saruê La LaNa fé das minhas crinçasSaravá pai Oxalá(bis)

Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm

1990 Ivo Meirelles, Paulinho e Leila

Agepê Agepê, Philips Gantois, Iemanjá, Iansã

Mangueira vê no céu dos orixásO horizonte rosa no verde do marA alvorada veste a fantasiaPra exaltar Caymmi e a velhaBahia – ô ô ô

Quanto esplendorNas igrejas soam hinos de louvorE pelos terreiros de magiaO ecoar anuncia o novo dia

Nessa terra fascinanteA capoeira foi morarO mundo se encantaCom as cantigas que fazem sonhar! (lua cheia)

Lua cheia, leva as jangadas pro marOh! Sereia como é belo o seu cantar

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Das estrelas, a mais lindaa tá no Gantois

Mangueira berço do sambaCaymmi a inspiraçãoQue mora no meu coração

Bahia terra sagradaIemanjá e IansãMangueira super-campeã

Tem xinxim e acarajáTamborim e samba no pé

Celacanto e Lerfa-mu 1979 Gereba, Capenga e Patinhas

Bendego Bendegó, Epic axés, candomblés Celacanto e o alucinante LerfamuPerdigoto e o gostoso AndarjuSe juntaram pois sacaram que Cocrátes‘Tava doido e queria destruir o país do Uirapurunem de longe foram lá nas faculdadesnem quiseram bater papo com os mongesse picaram pra mais alto que o planaltodonde a fera do futuro inda preparava o saltoCocrátes já tinha um belo escreteonze bombas de megatons de chicletesjá roubara todo o ar da Amazôniatodo dinheiro paulista e a força fome dos nortistasAcalanto partiu lá do Nordesteda taba dos índios mais agrestesarmou-se com os achés dos candomblése com loucos capoeiras que nem usavam os pésLermafu com o furor de um tufãofoi levado por mulheres em legiãoque faziam amor e guerra com amore noite após noite, davam luz a um novo lampiãopor milagre, por azar ou que quiserfoi de novo igual a Itararépois Cocrátes, megatons e comilõesMorreram de medo e sede lá nos confins do Sertão

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Cenário da cultura 2000 João Limoeiro João Limoeiro Maracatu Atômico, Cavalo Marinho

terreiro Eu num sou Zé GaldinoNem sou um Roque Vieira

Não sou um João BananeiraPoeta bom se controlaSou Pelé jogando bolaNa seleção brasileira

Sou poeta encantadoLá no nosso interior

Eu também sou criadorCom bengala, com apitoÉ tanto samba bonitoQue o tempo muda de cor

Mestre tem que respeitarO grande João Limoeiro

Tem nome de pioneiroNunca gostou de façanhaOu canta muito ou apanhaOu desocupa o terreiro

Mestre fraco em minha frente Para mim não dá um olho

Eu vou deixá-lo zanolhoEu vou batê-lo uma cunhaEu vou matá-lo na unhaComo quem mata piolho

Fazendo verso bonitoNum tá como eu quero ainda

A minha voz é infindaCantando MaracatuEu só respeito Salú

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Da cidade de Olinda

Chamas ardentes 1987 Ademário Ara Ketu Ara Ketu, Continental

Xangô No fogo que queimaDefine-se um bravo guerreiroQue na históriaFoi o quarto rei de OyóSupremo AlafimUm homem forte e justiceiroQue em Oyó estabeleceu seu reinoAra são povosQue de Ketu vêm saudarComo a chama ardenteA justiça vem mostrarChamas que de um simples canto entoouE o fogo da justiça se inflamouE meu povo cantou Ara Ketu é o fogo da justiça Ê aê aêÉ como a chama ardente justificaAra Ketu é o fogo da justiçaAra KetuPovo da justiçaAra KetuPovo da justiça

Chame gente 1985 Armandinho e Moraes Moreira

Dodô e Osmar, Armandinho

Chame Gente, RCA axé Ah! Imagina sóQue loucura, essa misturaAlegria é um estado Que chamamos BahiaDe todos os santosEncantos e axéSagrado e profanoO baiano é carnaval!No corredor da históriaVitória, LapinhaCaminho de areiaPelas vias, pelas veiasEscorre o sangue e o vinho

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Pelo mangue e PelourinhoÀ pé ou de caminhãoNão pode faltar a féO carnaval vai passarNa Sé ou no Campo GrandeSomos os Filhos de GandhyDe Dodô e OsmarPor isso chame-chame-chameChame genteE a gente se completaEnchendo de alegriaA praça e o poeta

Chão mineiro 1989 Oswaldinho da Cuíca e Elisbão Penteado

Tobias Tobias, BMG Candongueiro, mandingueiro, curimbeiro

Calango, calango ê ê êCalango aNo balnço do calangoPoeira vai levantar

No ponteio da violaNo grito do calangueiroEntra a morena na dançaNa batida o candongueiroOi, lá vem o boi malhadoEsse boi é mandingueiroVou tirar o couro deleE mandar pro curimbeiro

O calango é som rural Ta no sangue é vrasileiroNo compasso do calangoVou cantar pro mundo inteiroCalangueia em São PauloE no Rio de JaneiroÉ semente é raizQue brotou no chão mineiro

Charéu 1988 Celso Bahia Celso Bahia Dois neguinhos, patuá, guia, orixá, Quando eu vim da Bahia

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Continental Mãe Menininha do Gantois, Oxum

Eu trouxe um presente de láO meu patuá, êO meu patuá, ê

Fui pra magia, pedir uma guiaPra meu orixá, êPra meu orixá, êPra meu orixá, ê

Ele falouCheréu tá no marCheréu tá no marCheréu pescadorCheréu pescador

Mãe Menininha é moçaBonita lá do Gantois, êLá do Gantois, ê lá do Gantois, êOxum com bondade te mostreA verdade te faça brilhar êTe faça brilhar, êTe faça brilhar, ê

Cheréu tá no marCheréu tá no marCheréu pescador

Chiclete Chopp Com Banana (Guns N’ Roses)

1990 Bell Marques e Thiago da Bahia

Chiclete com Banana É Festa, BMG—Ariola

terreiro Entre o vai e vem que rolaMuita pedra vai rolarFaço samba com teu cheiroE me calo pra te amarDe janeiro a janeiroQuebra côco quebra marVou rezar lá no terreiroE fevereiro te encontrarVocê gosta do Guns N`RosesEu gosto do Ilê AyêChiclete chopp com banana

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Em copacabana vou amar vocêVocê gosta do CaetanoEu gosto do Gilberto GilVocê gosta da TimbaladaMas eu pego um baba na Boca do RioVambora imbora que a carona já chegaVem nesse toque que é de felicidadeVamos simbora, vem comigo, vem agoraEntão vem, depois é muito tardeÊ ê ê, dança aíQue eu quero verFaço samba com teu cheiroE me calo pra te amarVou rezar lá no terreiroPra fevereiro te encontrarVocê gosta do Elvis PresleyEu gosto mesmo é do FalcãoVira volta, volta vira e mexePega, deita e rola no camaleãoO rock do Barão é popPop mesmo é eu te amarSe você gosta do Filhos de GandhyEu gosto de Armandinho, Dodô e Osmar

Ciranda do mar 1973 Roberto Andrade e Waltinho

Banda de pau e corda Vivência, RCA Iemanjá Uma ciranda de marEu vou fazer contigoOh pescadorA vela que longe passaNo horizonte a barcaçaConvidou-me a cantarEsta canção

Pescador das praias do nortePescador tão forteSegue a velejarManhãs tão clarasE noites escuras Risos, amarguras

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Tens pra contar

Quando a lua é cheiaTodo o mar prateiaE as ondas quebramNa branca areiaOh! Pescador que estáEm alto marReza a tua precePara Iemanjá

Boa pescariaRiso alegriaVento bom p’rá velaCalma p’rá sonharNa praia amenaO espera MariaA bela morenaFeita para amar

Clareou 1991 Ivan Lins e Vitor Martins

Banda Mel Negra, Continental Obaluaê, Iansã Clareou, relampejavaO tambor anunciava, por raios e trovões, pro jovem rei nagô

Xequerê e atabaques, e o xerê que bate e bate Pro, pro irmão mais novo de Obaluaiê

O semblante do guerreiro era o desespero de IansãAlma, berrante, linda, negra(3x)

Clementina de Jesus (Vale dos orixás)

1981 Zé Kéti Wilson Simonal Alegria tropical, W Iemanjá Clementina de Jesus é minha mãe,é minha mãeMinha Santa Clementina é minha mãe,é minha mãeClementina milagrosa é minha mãe,é minha mãeCom a saia verde e rosa é minha mãe,

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é minha mãe

Oi, Clementina de Jeseus é minha mãe,é minha mãeMinha Santa Clementina é minha mãe,é minha mãeClementina milagrosa é minha mãe,é minha mãeCom a saia verde e rosa é minha mãe,é minha mãe

A benção mãe Clementinaé minha mãeRogai por mim Clementinaé minha mãeCantando tu és divina, uma amorqual uma flôr.Na umbanda é de Deus nosso Senhor

A benção mãe Clementinaé minha mãeRogai por mim Clementinaé minha mãeCantando tu és divina, uma amorqual uma flôr.Na umbanda é de Deus nosso Senhor

Salve os teus orixás,teu povo baianoo teu candumblé, o teu povo africanotua criançada, teu anjo da guarda queassim seja.ô mãe, salve a cruz da tua igreja, eteus passos, salve o teu guia de luzem teus braços, salve o menino Jesusnos teus braços, salve o menino Jesus

Clementina, cadê você? 1965 Elton Medeiros Clementina de Jesus, Grupo Rosa de Ouro

Rosa de Ouro, volume 1

Banzus, Quebrantos Clementina, cadê você?Cadê você, cadê você?

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Foi peixeira ela na rodaDo famoso CartolinhasJá brilhou nos CaxambusE hoje, aqui, ela é rainha

Clementina, cadê você?Cadê você, cadê você?

Estrela D’Alva no céuParece estar anunciandoClementina de Jesus Nesta roda vem chegando

Clementina, cadê você?Cadê você, cadê você?

Suas vendas e brantadosJá viraram tradiçãoOs seus banzus e quebrantosQuero ver todos no chão

Clementina, cadê você?Cadê você, cadê você?

O partido é de fatoUma grande epopéiaDaqui a pouco ClementinaVai fazer prosopopéia

Clementina, cadê você?Cadê você, cadê você?

Clementina de JesusÉ de fato partideiraTira verso improvisadoNuma roda de primeira

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Clementina, cadê você?Cadê você, cadê você?

Coisa de coração 1989 Jonny e Rubinho Guadalupe Me faz bem, Continental

orixás Seguindo esse caminhoCumprindo esse destinoAndando por aí eu vouPor entre pedras e espinhosEm busca de carinhoCantando por um novo amor

Que seja sensualAmante e coisa e talNo peito um bouquet em florQue tenha a paz dos orixásCoisas transcedentaisUm universo de amor

São essas coisas da vidaQue não têm explicaçõAmar é uma coisa tão simples Que pinta sem motivação apenas o estalo aconteceE vira coisa de coração

Coisa feita 1982 João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio

João Bosco Comissão de frente, Ariola

mandinga, vudu Sou bem mulherDe pegar macho pelo péReencarnação da princesa do DaoméEu sou marfimLá das minas do SalomãoMe esparramo em mimLua cheia sobre o carvão

Um mulherão balagandão,Cerâmica e sisalLíngua assimA conta certa entre a baunilha e o salFogão de lenhaGarrafa de areia coloridaPedra sabão

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Peneira e água boa de moringa

Sou de arrancar couroDe farejar duroPrincesa do DaoméSou coisa feitaSe o malandro se aconchegarVai morrer na esteiraMaré sonsa de PaquetáSou coisa bentaSe provar do meu aluáBebe o Pólo NorteBem tirado do samovar

Neguinho assim, ó!Já escreveu atrás do caminhão"A mulher que não se esqueceÉ lá do Daomé"Faço mandingaCom as cinzasDeixo birutaLélé da cuca, zuretão, ranzinza

Pra não ficar boboMelhor fugir logoSou de pegar pelo péSou avatar, VuduSou de botar fogoPrincesa de Daomé

Coisa feita 1983 João Bosco, Aldir Blanc, Paulo Emílio

Simone Delírios delícias mandinga, vudu Sou bem mulherDe pegar macho pelo péReencarnaçãoDa princesa do DaoméEu sou marfimLá das minas do SalomãoMe esparramo em mimLua cheia sobre o carvão

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Um mulherãoBalangandãsCerâmica e sisalLíngua assimA conta certa entreA baunilha e o salFogão de lenhaGarrafa de areia coloridaPedra sabãoPeneira e água boaDe moringaSou de arrancar couroDe farejar duroPrincesa do DaoméSou coisa feitaSo o malandro se aconchegarVai morrer na esteiraMaré sonsa de PaquetáSou coisa bentaSe provar do meu aluáBebe o Pólo NorteBem tirado do damovar

Neguinho assim ó!Já escreveu atrásDo caminhãoÄ mulher que nãoSe esqueceÉ lá do DaoméFaço mandingaFecho os caminhosCom as cinzasDeixo birutaLelé da cuca, zuretãoRanzinza

Pra não ficar bobo

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Melhor fugir logoSou de pegar pelo péSou avatar, vudúSou de botar fogoPrincesa do Daomé

Coisas da Portela 1984 Agepê e Canarinho Agepê, disco Mistura Brasileira, Som Livre

Obatalá, Oxóssi, Nanã, Oiá

Ê saruê, ehê saruêObadalá, dilê aiêAuêAuê de fantasiaSou um Grao de areia desse marLi no livro branco da alegriaCoisas da PortelaE vou contarOh, BahiaBahia foi OraniãQuem ?Tem Paulo da PortelaA mão negra na tramelaNosso samba começouE a lua cheiaFez candeiaOxóssi meu terreiro iluminouNa roda dos 25Nanã foi reiSe é pra brincar eu brincoMeu amor, brinqueiEstrela brancaOh, estrela brancaVem, semeiaSeu lirismo na manhãClara guerreira clareiaCom a claridade de IansãE com seus balangandansOh, bela OyáMeu ? de areia dizOyáOh, bela

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Que a Portela é meu sambaÉ meu cantarFaz meu povo mais feliz

Coisas do mar 1989 Mauro Diniz e Ratinho

Agepê Cultura Popular, Philips

Iemanjá Ê camarãoPeixe vivo vem do marÊ camaráPega a rede, vai pescar (camarão)

Barco a vela leva o ventoPras correntezas do marNoite fria de tormentoReza prece à IemanjáNuvem escura forma um véuEscondendo o luarMas existe alguém no céuQue também pode ajudar

Vai pescadorLeva teu barco pro mar

Ê camarãoPeixe vivo vem do marÊ camaráPega a rede, vai pescar

Horizonte sol chegandoAs gaivotas sobre o marLindo dia anunciandoPescador já vai voltarPeixe bom quem vai quererVem correndo pra comprarNão demora pra venderMeio cesto vende jáA maré não estava boaAmanhã vai melhorar

Com fé em Inhansã 1983 Osny Silva e J. Osny Silva Ogum Beira Mar, Iansã Venha no meu barco

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Neves Copacabana Vamos navegarCom fé em InhansãNós chegaremos lá

Inhansã, me acalme o ventoNão deixe o barco afundarA barra está pesadaMas eu vou passar

Na minha InhansãEu tenho confiançaDepois da tempestadeSei que vem bonança

Inhansã, com vossa forçaDai-me proteçãoLimpai a violênciaDa nossa nação

Compositores de verdade 1986 Romildo, Edson Show e Naval

Bezerra da Silva Alô malandragem, maloca o flagrante, RCA

Ogum A razão do meu sucessoNão sou eu nem minha versatilidadeÉ que eu gravo pra uma pá de pagodeirosQue são compositores de verdadeEu sou do pico da colina malditaE se Deus deu asa a cobra,A um punhado de bambasJá mandei minha nega pro infernoE também viajei na Apolo do SambaSou produto do morroSou malandro rife nesse mundo cãoGatuno que entra na casa de pobreToma tapa da minha sogra sapatãoE depois sai gritando pela rua: "pega eu que eu sou ladrão"O Chico também não deu sortePara o bicho feroz tenho a planta maneiraLiberdade é um lindo samba de quadraFruto da minha querida Mangueira

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Veja bem que o malandro era forteMas cipó caboclo foi quem lhe amarrouE virou comida de piranhaPorque não aprendeu a ser um bom sofredorEle se diz da pesadaPorém é um Judas traidorQuis bagunçar o meu coretoFez a cabeça sozinho, esquecendo de vocêsVeja bem que o mané só fez graçaE o que fez o pai véio 171Ele vendeu a bota do vovôPro tal de Zé Fofinho de OgumSou federal, já falei com vocêCrocodilo comigo acaba no PinelDefunto caguete foi barrado no infernoComo é que ele pode ter vez lá no céuÉ por isso que eu vou contar até trêsPra tu sair da aba do meu chapéuAqueles morros que eu exalteiÉ do Pedro Butina, eu posso provarJoel da Silva diz que não tem culpaSe ele não tem onde morarSaudações às favelas é do Sérgio FernandesTodos do Morro do Galo, que é o meu lugar

Conceição da Praia 1949 Dilu Melo e Oldemar Magalhães

Marlene 78 rpm, Star candomblé Na Conceição da Praia tudo é bonito,Tem samba, tem batuque, tem candomblé,Tem capoeira meu bem, abará e acarajé.

Tem baiana formosa de bata rendada,De brincos de ouro e sandália enfeitada,Como requebra bem,Quem me dera,Ai, se eu pudesse ir à Conceição também.

Ver jogar capoeira,Ver roda de samba,

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E a nega do acarajé,Eu não perco meu bem esta fé,De um dia ir a Conceição,Ver na roda de samba,Nego se embolando na areia, no chão

Conto de areia 1974 Romildo S. Bastos e Toninho Nascimento

Clara Nunes Alvorecer, Emi—Odeon

Iemanjá É água no mar, é maré cheia ôi,Mareia ôiÉ água no mar, é maré cheia ôi,Mareia ôi, mareia

Contam que toda a tristeza que tem Na Bahia nasceu de uns olhos morenos Molhados de marNão sei se é conto de areia ou se é fantasiaQue a luz da candeia Alumia pra gente contarUm dia a morena Enfeitada de rosas e rendasAbriu seu sorriso de moça e pediu pra dançarA noite emprestou as estrelas bordadas de prataAs águas de Amaralina eram gotas de luarEra o peito sóCheio de promessas, era sóEra o peito só,Cheio de promessas, era sóEra o peito só,Cheio de promessas, era sóEra o peito só,Cheio de promessas, era sóQuem foi,Quem mandou o seu amorSe fazer de canoeiroO vento que rola nas palmas Arrasta um veleiroE lá vai pro meioDas águas de IemanjáE o mestre valente vagueia

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Olhando pra areia Sem poder chegarAdeus amorAdeus meu amorNão me esperaQue eu já vou emboraPro reino que esconde os tesouros De minha senhoraDesfia colares de conchas Pra vida passarE deixa de olhar pros veleirosAdeus meu amor Eu não vou mais voltarFoi Beira-Mar, Foi Beira-Mar quem chamouFoi Beira-Mar, foi Beira-Mar, É água no mar É água no mar , é maré cheia ôi,Mareia ôi, mareia, É água do marÉ água no mar, é maré cheia ôi,Mareia ôi, mareia...

Cora, minha vida 1997 João Bosco e Francisco Bosco

João Bosco As mil e uma aldeias, Sony Music

bori, macumba Macumbaô, macumbaôMacumbaô, boriO que me aprazOs dedosAo samba induzSegredosAcenda a luzQue é pra ver melhorAs curvas que bemAo requebrado convémAtrásA Cora vem Com o seu balaioForno e fogãoSenegalizando

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Seus fios tocandoTudo do mesmo geneEra cada um por siE a mocidade por nós doisÉ a hora de refletirQuando o baticum me chamarE você não quiser que eu váÉ melhor você capitularQue tem baú,sabeQue tem baú, abrePego pra usarAs roupas que tem láDe fantasia eu saio por aíImbaúba, ocoPelas ruas,loucoParangolizando eu passoColorido de cetimCorando até o fim

Coração coroado 2000 Sandro Leão Sandro Leão Maracatu Atômico, Cavalo Marinho

Xangô Esse Maracatu foi fundadoEm 1863Condinome Leão CoroadoPassado de glória nunca se desfezÉ o maracatu mais antigoPois nenhum museu nunca lhe acolheuNós somos de nação GermanSemente africana Xangô pai nos deu

Coração nagô 1990 Paulo Debétio e Paulinho Rezende

Agepê Agepê, Philips Xangô, Olorum É malê-debalêQue gente linda, gente negra tão felizComo é bonito o canto santo de OloriQue soa forte feito grito de Zumbi

A terra da vida é no ilê-ayiêQuem abre os caminhos do mundo é AfreketêOju-obá! Salve os olhos de XangôLá nem muzenza rodopia iaô

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Iô, iô, iô, iô, iô

Zambi abençoou povo de além-marSangue de malê, iê, iê, iêCoração nagô, iô, iô, iô, iô

Salve esse negro bonito mais velho que o tempoQue dia treze de maio dá no Badauê

Povo de kêto, Arakêto, Ijexá, filhos de GhandiAah! Como é grande esse afoxé-lorumNada é mais forte que o poder de Olorum

Cordeiro de Nanã 1977 Mateus Aleluia Os Tincoãs Os Tincoãs, RCA Victor

Nanã Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.

Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.

Fui chamado de cordeiro mas não sou cordeiro não.Preferi ficar calado que falar e levar não.O meu silêncio é uma singela oração.Minha santa de fé.

Meu cantar.(Meu cantar)Vibram as forças que sustenta o meu viver.(Meu viver)Meu cantar.(Meu cantar)É um apelo que eu faço a Nãnaê.

Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.

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Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.

O que peço no momento é silêncio e atenção.Quero contar o sofrimento que eu passei sem razão.O meu lamento se criou na escravidão...Que forçado passei.

Eu chorei.(Eu chorei)Sofri as duras dores da humilhação.(Humilhação)Mas ganhei, pois eu trazia Nãnaê no coração.

Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.Sou de Nanã, euá, euá, euá, ê.

Cordeiro de Nanã 1981 Mateus e Dadinho João Gilberto, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia

Brasil, WE disco A Nanã Sou de Nanã, eu sou de Nana

Coroa de areia 1981 Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro

Clara Nunes Clara, Emi—Odeon sereia (Iemanjá) Mamãe mandou que eu fosse na beira da praia rezarMamãe mandou que eu fosse na beira da praia rezarMamãe mandou e eu faço o que mamãe mandarMamãe mandou e eu faço o que mamãe mandar

A reza é boa na beira do marA reza é boa na beira do marA reza é boa na beira do mar

Mamãe mandou e eu faço o que mamãe mandarA coroa é de areia

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Mas é de areia de ouro

Pedra de ouro, sereiaA coroa de areiaSereia do marPedra de ouro de areiaDe ouro, sereiaA coroa do mar

Sereia, sereiaDona da areiaCoroa de ouro sereia

Cosme e Damião 1953 João da Baiana João da Baiana e seu Terreiro

78 rpm, Odeon santos gêmeos ???

Cosme e Damião 1954 Heitor dos Prazeres Heitor dos Prazeres e sua Gente

78 rpm, Colúmbia orixás gêmeos São Cosme e São Damiao, e DoumCaboclinho na mata levantaSão Cosme e São Damiao, e DoumSaravá povo de umbanda(bis)Vamos brincarMano a manoVamos brincarBrincadeiraVamos brincarCompanheiroVamos brincarLibertarVamos brincarTodo mundoVamos brincarNo terreiroVamos brincar

Cowboy Jorge 1989 Jorge Ben Jor Jorge Ben Jor Ben Jor, WEA Ogum Toca cowboy toca cowboy JorgeOgum, Ogum, OgumDia 23 continua sendo

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O dia de cowboy JorgeNa terra no ar na terra no marJorge toca com 23 tamboresJorge toca com 23 amoresJorge toca com 23 batuqueirosJorge toca com 23 terreirosNa terra, no ar, na terra, no marJorge toca para Deus e para os santosToca para as crianças e para os anjosToca para seu amigo que sofre do coraçãoToca para o bem geral da naçãoToca para alegria dominicalToca para o homem e o animalToca para para um gol de placaPara a sensualidade de sua amadaNa terra no ar na terra no marJorge toca para a lua e para o solToca para chuva e para o ventoToca para o acontecimento do nascimentoDessa criança, dessa esperançaDessa bonança, salve essa criançaNa terra, no ar, na terra, no marOgum, Ogum, OgumOgum, Ogum, Ogum

Dança de Shiva 1997 Gilberto Gil Gilberto Gil Quanta, WEA Exu Dança de ShivaRepare a dança de ShivaEnquanto a reta se curvaCai chuva da nuvem de póFraude do ThomasRepare a fraude do ThomasOs deuses todos em comaEnquanto Exu não dá o nóNó se dá um sóSe dói de dóSe mói na móPulverizarSe foi na avó

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No neto irá

Dança mestiça 1993 Beto Jamaica, Moço e Ademário

Banda Relógio Banda Relógio, RCA magia, candomblé ?Olha, que alegriaHoje é festa na Bahia, você sabe como é que éVeja, que magia, a Bahia minha féÉ a terra do candomblé(bis)

Vou mostrar, a beleza do ?Vou chamar, todo o povo para ver

Ele é bom ele é legalEle é que faz o carnaval (bis)

Dançando no terreiro 1938 Arnaldo Meirelles Arnaldo Meirelles 78 rpm, Victor terreiro, umbanda ???

De frente pro crime 1974 João Bosco e Aldir Blanc

Simone Quatro paredes, Odeon

baixar um santo. Ta lá o corpo estendido no chãoEm vez de rosto uma foto de um golEm vez de reza uma praga de alguémE um silêncio servindo de amém

O bar mais perto depressa lotouMalandro junto com trabalhadorUm homem subiu na mesa do barE fez discurso pra vereador

Veio o camelô venderAnel, cordão, perfume baratoBaiana pra fazer pastelE um bom churrasco de gatoQuatro horas da manhãBaixou o santo na porta-bandeiraE a moçada resolveu parar, e então

Ta lá o corpo estendido no chãoEm vez de rosto uma foto de um golEm vez de reza uma praga de alguém

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E um silêncio servindo de amém

Sem pressa foi cada um pro seu ladoPensando numa mulher ou num timeOlhei o corpo no chão e fecheiMinha janela de frente pro crime

Veio o camelô venderAnel, cordão, perfume baratoBaiana pra fazer pastelE um bom churrasco de gatoQuatro horas da manhãBaixou o santo na porta-bandeiraE a moçada resolveu parar, e então

Veio o camelô venderAnel, cordão, perfume baratoBaiana pra fazer pastelE um bom churrasco de gatoQuatro horas da manhãBaixou o santo na porta-bandeiraE a moçada resolveu parar, e então

De ouro e marfim 1997 Gilberto Gil Gilberto Gil Quanta, WEA Iemanjá Aqui estamos reunidosÀ beira-marNessa noite de Ano NovoNessa festa de IemanjáPra prestar nossa homenagemDe coraçãoAo patrono dessa ordemVenerável da cançãoCurumim da mata virgemDe ouro e marfimBrasileiro de AlmeidaAntonio Carlos JobimÊ babá, ê, babá, êAntonio Carlos JobimÊ, babá, ê, babá ê

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Antonio Carlos Jobim

De Paz 1982 Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra

Milton Nascimento Missa dos quilombos Saravá (Coro - Cantado)

Saravá, A-i-é, Abá.

A Paz d'Aquele, que énossa Paz!A Paz, que o Povo fará!

Saravá, A-i-é, Aba!

A louca Esperançade ver todo irmãocaindo na dança da vida,cantando vencidatoda Escravidão!Vai ser abolidaa paz da Aboliçãoque agora temos.E contra a paz cedida,a Paz conquistada teremos!!!

Saravá,do novo Quilombo de amanhã.A-i-é dessa "festa de todos", que virá!

(A maneira de um Pregão)

-Aos treze de maio de mil-oitocentos-e-oitenta-e-oito,nos deram apenas decreto em palavras.Mas a Liberdade vamos conquista-la!

(Coro-Cantado)

A-i-é,a paz d'Aquele,que é nossa Paz!

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Abá,a Paz que o Povo fará!

Palmares das lutas da Libertação.Palmeiras da Páscoa da Ressurreição.Saravá, A-i-é, Abá!!!

Deboche 1985 Paulinho Camafeu Paulinho Boca de Cantor

Brincar pra valer, Emi

Orunmilá Me debocheiMe debocheiNo debocheMe debochei no debocheMe debochei lá no Orumilá

Me iluminarMe iluminarMe iluminaLá no Orumilá

Pega ela aí – pra quê?Pra passar batom – pra quê?Pra ficar bonitaLá em Itaparica

Dei ao mar pra guardar 1956 Gilvan Chaves Trio Nagô 78 rpm, RCA—Victor Iemanjá ???

Deixa a gira girar 1973 Mateus, Dadinho e Heraldo

Os Tincoãs Os Tincoãs, Jangada/Emi—Odeon

Aruanda, Iansã, Xangô, Iemanjá

Meu pai veio da Aruanda e a nossa mãe é Iansã. Meu pai veio da Aruanda e a nossa mãe é Iansã.

Ô, gira, deixa a gira girar. Ô, gira, deixa a gira girar. Ô, gira, deixa a gira girar. Ô, gira, deixa a gira girar.

Deixa a gira girar...Saravá, Iansã! É Xangô e Iemanjá, iê. Deixa a gira girar...

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Meu pai veio da Aruanda e a nossa mãe é Iansã. Meu pai veio da Aruanda e a nossa mãe é Iansã.

Ô, gira, deixa a gira girar. (bis).

Deixa o bicho 1987 Nei Lisboa e Humberto Gessinger

Nei Lisboa Carecas da Jamaica, Emi

o santo baixa Tudo é caminho, deixa o bichoTudo é vontade de acertarQuem sobe sempre vem de baixoQuem desce um dia vai voltarA noite chega, o santo baixaE o dia volta pra contarTudo é caminho, deixa o bichoDá tudo no mesmo lugar

Não ando do lado da leiE a lei não foi idéia minhaMas mesmo que o mundo não gireNa velocidade que eu queriaAlguns edifícios por diaDesabam dentro da avenidaE salva-se a filosofia

Minha gata, não insistaDisneylândias não vão te levar pro céuNem o céu dessas revistasIlumina o teu barquinho de papel

Minha gata, não insistaDisneylândias não vão te levar pro céuTodo céu que ainda existeVive no encanto dos atores sem papel

Deixa Umbanda melhorar 1957 Jorge da Silva Jorge da Silva e seu terreiro

78 rpm; Continental Umbanda, quimbanda, pemba

Oi deixa a Umbanda melhorar,Oi deixa a Umbanda melhorar,Oi deixa a Umbanda melhorar, meu deus do céu.

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(bis)Eu já plantei café de meiaEu já plantei canavialCafé de meia não dá lucro, SinhazinhaMas a quimbanda pode dar

Oi deixa a Umbanda melhorar,Oi deixa a Umbanda melhorar,Oi deixa a Umbanda melhorarOi deixa a Umbanda melhorar, meu deus do céuOi deixa a Umbanda melhorar

Oi tico tico pequeninoFoi po ???Na fazenda do seu vizinho sinhazinhalá no alto da derrubada

Oi deixa a Umbanda melhorar,Oi deixa a Umbanda melhorar,Oi deixa a Umbanda melhorarOi deixa a Umbanda melhorar, meu deus do céuOi deixa a Umbanda melhorar

Eu já plantei café de meiaMas já plantei canavialCafé de meia não dá lucro, SinhadonaMas a quimbanda pode dar

Oi deixa a Umbanda melhorar,Oi deixa a Umbanda melhorar,Oi deixa a Umbanda melhorarOi deixa a Umbanda melhorar, meu deus do céuOi deixa a Umbanda melhorar

Dente de alho 1986 Antonio Carlos, Jocafi e Julio Cesar

Antonio Carlos, Jocafi Feitiço moleque, Continental

patuá Um dente de alhoArruda de galhoÉ bom patuáE pra brochadeira

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Toma catuaba que faz levantarEspinhela caídaÉ mel com mastruchoQue é bom pra curarMas se é mal de buchoChamar o delegadoQue o jeito é casar

Pó de pegá hômiPra juntarUm chá de limãoQue é bom pra suarTomar camomilaPra acalmarCachaça de chifrePra amansar

Depois que o Ilê passar 1987 Miltão Caetano Veloso Caetano Ilê, ijexá, Karê, Oxum, Senhora das águas

RebentouIlê Aiê curuzuPapo de angola ijexáVamos pra cama meu bemMe pegue agoraMe dê um beijo gostosoPode até me amassarMas me solte quando o Ilê passarQuero ver você, Ilê AiêPassar por aquiNão me pegue, não me toquePor favor não me provoqueEu só quero ver o Ilê passarQuero ver você, llê AiêPassar por aqui

Despacho 1969 Ary Barroso Elza Soares e Miltinho

Elza, Miltinho & Samba, Odeon

despacho, macumba ???

Despacho de Macumba 1976 Teodoro e Marcos Zé Tapera e Teodoro Sertão do meu Brasil Macumbeiro, Sexta-feira à meia-noite

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Atibaia despacho, feitiço Eu já estava deitadoQuando escutei um barulhoLevantei desconfiadoEra um velho macumbeiroDas bandas da Água RasaQue veio fazer despachoNo portão da minha casaDe dentro eu assistiaPela fresta da vidraçaTinha quatro vela acesaE um litro de cachaçaTinha uma galinha pretaE um sapo morto no chãoDeste jeito ele falavaAjoelhado em meu portãodeclamado:("As corrente indiana fincam no espaçoOs corredô das caatinga do norteHá de baixá no terreiro desta casaPra enrroletrá a vida deste cabraNesta casa todas as coisas tem que ir por água abaixoA paz há de se transformá em desesperoO amor há de se transformá em ódioO sorriso há de se transformá em lágrimaE a felicidade há de transformá em eterna separação")Eu dei um pulo pra foraDei um grito no terreiroQuando cheguei no portãoNão vi mais o macumbeiroDas velas fiz uma cruzQueimei em cima do sapoMandei a pinga pra goelaE a galinha foi pro papoEsse velho macumbeiroDe tudo se arrependeuO mal que ele me fezEle mesmo recebeuMeu avô sempre dizia

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Um ditado verdadeiroQue às vezes o feitiçoVira contra o feiticeiroQue às vezes o feitiçoVira contra o feiticeiro

Deus do Fogo da Justiça/ Deusa do Êbano

2000 Oswaldo , Geraldo Lima

Virgínia Rodrigues Nós Ébano, Orixá, candomblé, odara

Ê Deusa do ÊbanoÊ Deusa do ÊbanoÊ Deusa do ÊbanoÊ Deusa do Êbano

Ô Ci, o nome desse orixáEstá gravado na históriaEu não posso mencionarGerado, foi criadoEstá esculpido na menteMuito além da minha consciênciaGerado, vou cantar no meu iféA palavra mais justa de um reiNo seu culto CandombléÔ Ci, o nome desse orixáSe você ainda não sabeAgora eu vou te revelar

Ketu, falará, Ketu, falaráQue arê, rê KaôQue arê, rê oh DeusDo fogo da justiçaKaô, me valhaSou Ketu a nação mais odara

Deus do fogo e da justiça 1987 Brown Ara Ketu Ara Ketu, Continental

Xangô Ôci, o nome desse orixáEstá gravado na históriaEu não posso mencionarGerado, foi criadoEstá esculpido na menteMuito além da minha consciênciaGerado, vou cantar no meu ifé a palavra mais justa de um

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reiNo culto candombléÔci O nome desse orixáSe você ainda não sabeAgora eu vou revelarFalará no Ara KetuKetu, Ketu, falará, lará, láQue arê, rêKaô, que arê, rêOh, Deus que arê, rêDa justiçaKaô, ô, ôMe valha sou KetuA nação mais odaraFalará no Ara Ketu

Deusa dos Gantois 1988 Agepe, Canário e Pery da Bahia

Agepê Canto pra gente cantar, Polygram /Philips

Orumilá, Gantois, Obaluaê, mãe menininha

Subiu ao céuEsse amor de meninaQue mostrou o caminhoPra seguir meu destinooh! Minha mãeDai-me forças pra cantarDas maldades desse mundoVenha sempre nos livrarOdé, odé, odéOdé de marêOdé orumiláObaluaêA Bahia ainda choraFez silêncio e agogôYaô chorou seu prantoNesse dia nem dançouEm louvor a menininhaA deusa do amorLá no GantoisAtabaque choraChora pra valer

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A saudade bateEu penso em você

Deuses afro-baianos 1988 Valmir Brito e Ythamar Tropicália

Banda Reflexu’s Serpente negra, Emi Xangô, Exu, Iansã, Oxumarê, Iemanjá, Menininha do Gantois.

Mistério tem os negrosSó a malícia dos olhos podem verNa igualdade de uma raça ara-ketuNa harmonia de cantar o Ilê-ayiêA deusa negra tem o cabelo duroSuas tranças são primitivas ao IjecháComo dizia mãe pretaE o nosso pai gangazumbaEssa canção que vem dos babalorixásÁ á á á abadeló oriôAbadeló temi corajê babáIaô ebomim no pedido pra XangôLembra que o mundo tá no fimPois Exu já avisouIansã e Oxumaré com agogô e dois ganzaisSaúdam Iemanjá a Menininha do GantoisOxóssi chama Oxalá pra ninar nos braços OxumE a Menininha do Gantois babalorixásIansã EgumAi Omolu ZaratempoAi pai de todos os orixásPede para mãe Oxum, guardar Menininha do GantoisÁ á á á abadeló oriôAbadeló temi corajê babá

Dezessete anos 1980 Maria Aparecida Martins

Maria Aparecida Foram 17 anos, CID Oxalá Foram 17 anos, 17, 7, 7Foram 17 anos, 17, 7, 7Se o destino não engano17 naufraguei, 17 esperei, 17Desesperei

Eu joguei no dezessete, meu dinheiro EnterreiAté pelos sete lados, 17 eu cerquei

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Foram 17 anos, 17, 7, 7Foram 17 anos, 17, 7, 7

17, 7, 7, 17Por causa do 17Quase fui pra cadeia

Foram 17, 7, 7Foram 17, 7, 7

Após 17 anosAgradeço a OxaláAcabou-se o desenganoHoje vivo a cantar

Dia das Crianças 1961 Rossini Pacheco e J. B. de Carvalho

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Cosme e Damião (orixás gêmeos)

Papai mandou as criancinhas,Apanhar as flores no jardim (bis)

La tem rosas para Cosme e Damião, pra Crispim,Crispiniano tem jasmim.(bis)

Hoje tem alegria no céu,Também na terra e no mar,Tem as flores no jardim,Vamos todos sarava (bis)

Dia de festa 1969 Moacir Santos e Geraldo Vandré

Geraldo Vandré Hora de lutar, Disco Lar

Iemanjá Hoje é dia de festaTodos vão se encontrarToda dor todo prantoHoje vai se acabar(bis)

Vai sentir a belezaJoga as flores no marDeixa toda tristezano seio de Iemanjá (bis)

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Vai que nossa senhora Pode nos protejerVai e não te demora Que já vai amanhecer (bis)

Vai e Volta contenteTodos vão te esperarTraz amor pra essa genteLá na beira do mar

Dialeto 1976 Onias Camardelli Grupo Zambo Bahia, Grupo Zambo, Discos Marcus Pereira

Euá Iêgum MussataIê, iê, iê, iê

Kekê afriquelêInaôEuá

Dialeto negro 1989 Valmir Brito e Gibi Banda Reflexu's Kabiêssele, Emi—Odeon

Tempo, Dandalunda, Queviossô

Mamêto KavisôDe umbanda umbanda gira, giraAzuêlê no abantoUngagá zara TempoSambangola de mucaiáSequê sequê DandalundaAgorigê meu atôtô

Agôlônan godemá nagôAgonilê agonilêÊ ara ára mogibiMogibi macualê babáAra vá ara váMogibi macualê babá

Diga que eu vou 1993 Ythamar Tropicália, Tutuca Crença e Fé, Itamar Santos e Antônio José

Banda Mel Mãe Preta, Continental

orixás, candomblé, Iemanjá

Diga que eu vou,Diga que eu vou, diga,Diga que eu vou,Pro llê AiyêEsse negro balança, ê, ê, ê

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Com cabelos de trança, á, á, áDiga que eu vou...Bahia, terra da magiaLenda dos orixás,Estado de candomblé,No dia dois de fevereiroFesta do Rio VermelhoCom a minha mãe Iemanjá, iá, iá, iá, iáNa Conceição da PraiaOito de dezembroIlê Aiyê vai se apresentarCantando com essa filosofiaQue faz parte da magiaDe Angola e IjexáDiga que eu vou...

Divina malícia 1990 Roque Ferreira Alcione Emoções reais, RCA Xangô, Orumila, canjerê

Orixá do meu amorEpa babáQuero ser teu XangôMeu OrumiláNos barajás do seu colo tem um quê Coito, cadangue, cassangue, canjerêNo seu colo, essa divina malícia, me dáEssa coisa, essa leseira, preguiça, me dá

Quero ver você bailar, bailarCatendeNo seu colo me ninarMambembe

Quando seu colo coleia me calo, odoiôPorque me bole esse bolimbolado nagô

Baixa um santo sensual, que me pegaMe retesa como um arco, na miraMe amolece como doces quadris, no merengueNo merengue, no merengue

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Orixá do meu amorEpa babáQuero ser o teu XangôMeu Orumilá

Doce esperança 1991 Roberto Mendes e J. Velloso

Daniela Mercury Daniela Mercury, BMG—Ariola

Oxum, Olorum, Iansã, Xangô, Gantois

Estou aqui pra viver a procura de amorPor onde for ouvindo ora iê iêQuero pertencer a uma filha de Oxum

Olorum, me diz o que fazerPra encontrar esse amor que seja doce prazerQue cheire a jasmim ou a macaçáQue cace em mim o meu quererCom a mesma constância das águas do mar

Olorum, eu sempre vou crerQue vou encontrar uma gueixa formosaLoura cor de rosa ou uma preta quase azulQue goste de Itapuã e vai se arrepiar na festa do Gantois

Olorum, como é bom saber que vai me ajudarVou guardar oh, Olorum numa noite de luar

Rival de IansãPaixão de XangôO, minha filha d'Oxum

Doce morena 1987 Guga Cavalcanti e Marquinhos

Banda Reflexu’s Da mãe África, Emi Pai Oxalá, Logum Edé

Doce morena, mel do luar prateado Jorrando no olhar Pela avenida com a face do mistério Segredos no ar Senhor do Bonfim, filho de Ghandi Ilê-Ayê Esperem por mim, que eu quero ver o sol nascer Ai meu Senhor do Bonfim, filho de Ghandi, Ghandi Ilê-Ayê Esperem por mim, que eu quero ver e ver o sol nascer Não diga nada, se meu beijo for molhado De luz e prazer

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Astral de rua, som de amor fases da lua Encantando você Meu Pai Oxalá Alá Igê, Ogum Edé Na asa de um trio Eu vou da Barra até a Sé Ai ai meu Pai Oxalá Alá Igê, Igê Ogum Edé Na asa de um trio Eu vou da Barra Barra até a Sé.

Dois de fevereiro 1976 Dorival Caymmi Gal Costa Gal canta Caymmi, Philips

Iemanjá Dia dois de fevereiroDia de festa no marEu quero ser o primeiroA saudar Iemanjá (bis)

Eu mandei um bilhete pra elaPedindo pra ela me ajudarEla então me respondeuQue eu tivesse paciência de esperarO presente que eu mandei pra elaDe cravos e rosas vingou

Chegou chegou chegouAfinal que o dia dela chegou (Bis)

Dois de Fevereiro 1999 Dorival Caymmi Dorival Caymmi Raízes do Samba Iemanjá Dia dois de fevereiroDia de festa no marEu quero ser o primeiroA saudar IemanjáDia dois de fevereiroDia de festa no marEu quero ser o primeiroA saudar IemanjáEscrevi um bilhete a ela Pedindo pra ela me ajudarEla então me respondeuQue eu tivesse paciência de esperarO presente que eu mandei pra ela

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De cravos e rosas vingouChegou, chegou, chegouAfinal que o dia dela chegouChegou, chegou, chegouAfinal que o dia dela chegou

Dona do mar 1956 Sussu e Oldemar Magalhães

Sussu 78 rpm, Odeon Iemanjá Aruerere, Aruê mamãe é dona do mar(bis)(?) Iansã e nanãMamãe serei, viemos louvarO me leva nas ondas grandesQuero ver a serei nadarVamos ver os caboclinhos na areiaComo brincam com Iemanjá

Doum, Cosme e Damião 1961 J. B. de Carvalho, Rossini Pacheco e Valdir Machado

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Cosme e Damião (orixás gêmeos)

???

Droba a língua! (Boto Cor-de-rosa em Ramos)

1986 João Bosco e Aldir Blanc

João Bosco Cabeça de nego, Polygram

orixás, Exus, Iemanjá

É lá de Ramos a tal morenaQue fez Zé Zuza zuretaE debochava dos orixás- mais dos exus!Diante da tentaçãoSacava do rosárioE arripiava em trote de avestruz...Pois foi em Ramos que a tal morenaFez o Zé Zuza zuretáA moça em bamba dos CaciqueIniciada de Iemanjá- má leme, Yaô!Mexia um balaio grandeMuito mais macioQue o boto cor-de-rosa do Custo.Vejam só:O Zé Zuza cismou de ser pesquisadorE se mandou de gravadorPro terreiro onde se desenvolvia aí a Yaô

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Ô, laroiê!..Deu umbigada na moçaBebeuAcendeu pio, fungou,Zoiando Yaô o Zé Zuza zuretô:- yô, yô, yô, yô, yô, yô, yô, yô, yô!

Drume negrinha 1975 Eliseo Grenet, versão: Caetano Veloso

Caetano Veloso Qualquer coisa, Philips

axé Drume negrinhaQue eu te transo uma nova caminhaQue venha ter muito axéQue tenha gosto d'ocê

Drume pretinhaQue eu te trago de toda BahiaTudo que der pra trazerCom quase todo prazer

Se tu drume eu te descolo um araçáCor do céu de láSe não drume esse mandu de carnavalNão vai pegar

Dueto 1980 Chico Buarque de Hollanda

Nara Leão Com açúcar, com afeto, Polygram

Oxalá, orixás, búzios Consta nos astros, nos signos, nos búziosEu li num anúncioEu vi no espelhoTá lá no evangelhoGarantem os orixásSerás o meu amorSerás a minha pazConsta nos autos, nas bulas; nos dogmasEu fiz uma teseEu li num tratadoEstá computadoNos dados oficiaisSerás o meu amorSerás a minha pazMas se a ciência provar o contrárioE se o calendário nos contrariar

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Mas se o destino insistir Em nos separarDanem-se os astros, os autos, os signosOs dogmas, os búzios, as bulas, anúnciosTratados, ciganas, projetos, profetas, SinopsesEspelhos, conselhosSe o evangelho e todos os orixásSerás o meu amorSerás a minha pazConsta na pauta, no karma, na carnePassou na novela Está no seguro Picharam no muroPassou na novelaEstá no seguroPicharam no muroMandei fazer um cartazSerás o meu amorSerás a minha pazMas se a ciência provar o contrárioE se o calendário nos contrariarMas se o destino insistir em nos separarDanem-se os astros, os autos, os signosOs dogmas, os búzios, as bulas, anúnciosTratados, ciganas, projetos, profetas, SinopsesEspelhos, conselhosSe o evangelho e todos os orixásSerás o meu amorSerás amor a minha pazConsta nos mapas, nos lábios, no lápisConsta nos ovnis, no Pravda, na vodka

É assim 1992 Lula Carvalho Banda Cheiro de Amor

Bahia, Polydor terreiro, santo, toque Sou de Angola, meu negoKetu Zimbabuê e BahiaGuardo comigo um segredoQuem save eu lhe ensino algum dia

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Sem batuque não pode haver festaSem terreiro não vem cá meu santoSem um toque de uma mão mestraNão se faz baticum no meu canto

Dim, dim, dim, DomDim, dim, domDim, dim, domDom, dom,dim

Quando junta o pessoal de láCom o pessoal daquiÉ assim, é assim, é assimMeu DeusKetu Zimbanuê e Bahia

E assim pintou Moçambique 1996 Moraes Moreira e Risério

Moraes Moreira Tem um pé no pé no Pelô, Polygram

axé De dia não tem luaDe noite aluáDe dia não tem luaDe noite aluá

De Arembepe a ItagipeDa Ribeira a JacuípeTudo é limpezaEstrela de quinta grandezaFilha de mãe sudanesaTudo é belezaFazendo um som no atabaqueTrazendo axé pro batuqueCantando um samba de blackAssim pintou MoçambiqueNesse tique, nesse taqueNesse toque, nesse pique

É doce morrer no mar 1941 Dorival Caymmi e Jorge Amado

Dorival Caymmi 78 rpm, Colúmbia Iemanjá É doce morrer no marNas ondas verdes do mar

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A noite que ele não veio, foiFoi de tristeza pra mimSaveiro voltou sozinhoTriste noite para mim

É doce morrer no marNas ondas verdes do mar

Saveiro partiu de noite, foiMadrugada não voltouO marinheiro bonitoSereia do mar levou

É doce morrer no marNas ondas verdes do mar

Nas ondas verdes do mar, meu bem Ele se foi afogarFez sua cama de noivoNo colo de Iemanjá

É doce morrer no marNas ondas verdes do mar

É d'Oxum 1992 Gerônimo e Vevé Calazans

Gal Costa Gal, BMG—Ariola Oxum Nessa cidade todo mundo é d'OxumHomem, menino, menina e mulherToda a cidade irradia magiaPresente na água docePresente na água salgadaE toda cidade brilhaSeja tenente ou filho de pescadorOu importante desembargadorSe der presente é tudo uma coisa sóA força que mora n'águaNão faz distinção de corE toda cidade é d' OxumÉ d' OxumÉ d' Oxum

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Eu vou navegarEu vou navegar nas ondas do marEu vou navegar nas ondas do mar

Iá aguibá Oxum aurá olu adupé

Ê menina 1982 João Donato e Gutemberg Guarabira

Gilberto Gil Um banda um, WEA Oxum Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô Oxum ora iê iê

Ê menina, ê meninaÊ ê Oxum da MinaÊ menina, ê meninaOra iê iê Oxum da Mina

Menina, menina, menina, meninaOxum da MinaÊ menina, ê menina ora iê iê Oxum da Mina

Dia, dia, diaÊ meninêVem meninaDia, dia, diaMenina

É meninê meninaÉ meninê meninaÉ meninê meninaOh ê o mamãe Oxum

E não sou baiano 1945 Waldemar Ressurreição

Trio de Ouro 78 rpm, Odeon canjerê Bahia,Quem pintou sua aquarela,Só viu farofa amarela,Vatapá e canjerê.Ai, ai, ai,Não viu vocêAi, ai, ai,

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Não viu,Foi pena não ver.

Não viu sua cidade iluminada,Feira do Sete, Calçada,Nem subiu a Conceição,Seus lindos coqueirais em cada palma,Vão falar mais alto à almaQue prendeu meu coraçãoNão quero dar exemplo,Só contemplo a verdade, não minto,Falo somente o que sinto,E não sou baiano, não.

Cantei também no Jandaia,E fui com trinta ao Bonfim,Fostes à Conceição da Praia,Fiz uma prece por mim,Também da cidade alta,No meu peito o que não falta é recordação,Ai, ai e não sou baiano, não.

É o ouro 1991 Lula Carvalho Banda Cheiro de Amor

É o ouro, Polydor orixás Viver a minha vida é o ouroQue ouro é minha vidaQue ouro é minha vidaQue ouro

Nessa leva leva euFé pra todos os quintaisTodos atabaques meusBatem para os orixás

Viver a minha vida é ouro...

Festa sempre faço euPra salvar meu orixáE a Bahia quem me deuContas para o meu colar

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Salve, salve essa casa, moçoSalve, esse ganzuá

Viver a minha vida é o ouro...

É ou não é?de: Nizan Guanaes: intérprete: Ara Ketudisco: Ara Ketu Dez, gravadora: ano: 1995

Deixe eu te mostrar minha cidadeCom prazer, com vaidadeTe mostrar como ela éAlva nascendo ao fim de tardeO Farol, a LiberdadeA Ribeira e o AbaetéÉ ou não é privilégioTer nascido aqui, Bahia?Por isso olhe pro céuE agradeça a Olorum, sorriaPor ter lhe dado esse marPor ter lhe dado esse axéPor ter lhe dado a BahiaPedaço de céuE de acarajéPor ter lhe dado grandezaIrmã DulceMãe CreuzaFoi Deus quem mandouQue diferença faráO apelido que damosPra o Nosso SenhorPorque viver na BahiaÉ um sonhar acordadoTodo baiano é um ser

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Falante e apaixonado

É ou não é? 1995 Nizan Guanaes Ara Ketu Ara Ketu Dez, Sony Music

Olorum, axé, Mãe Creuza

Deixe eu te mostrar minha cidadeCom prazer, com vaidadeTe mostrar como ela éAlva nascendo ao fim de tardeO Farol, a LiberdadeA Ribeira e o AbaetéÉ ou não é privilégioTer nascido aqui, Bahia?Por isso olhe pro céuE agradeça a Olorum, sorriaPor ter lhe dado esse marPor ter lhe dado esse axéPor ter lhe dado a BahiaPedaço de céuE de acarajéPor ter lhe dado grandezaIrmã DulceMãe CreuzaFoi Deus quem mandouQue diferença faráO apelido que damosPra o Nosso SenhorPorque viver na BahiaÉ um sonhar acordadoTodo baiano é um serFalante e apaixonado

É ouro só 1976 Mussum e Almir Os Batuqueiros Os Batuqueiros, RCA Oxóssi, Mãe Menininha, babalaô

Quem sabe fazer sorrir também sabe fazer chorarSe ajoelhou no Bonfim tem que rezar (bis)

Na Bahia, na Bahia tem uma igreja que é ouro só, é ouro só, é ouro sóÉ de ouro também a coroa do rei maior, do rei maior, do rei maior (bis)

Quando a saudade invade o meu peito e explode de

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nostalgiaLembro o camafeu de Oxóssi e o Mercado Modelo da velha BahiaTião Motori - xirê! xirê! - Mãe Menininha - a babalaô - Amaralina no Abaeté que Caymmi cantou (bis)

Ê rere (Caboclo Sete Flechas) 1961 J. B. de Carvalho e Rossini Pacheco

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Caboclo Sete Flechas Lê, lele, Lere lere lere lere leráLê, lere lere, Lê, lere lere, Caboclo 7 Flechas no congaSaravá Sr. 7 Flechas, ele é o Rei da MataA sua bodoca atira parangaSua flecha mata! Lê, lele, Lê lere lere lere lerá(Okê meu Pai, Okê Caboclo!)Lê, lele, Caboclo 7 Flechas no congaSaravá Sr. 7 Flechas, ele é o Rei da MataA sua bodoca atira parangaSua flecha mata!

Lê, lele, Lere lere lere lere lerá(Okê meu Pai!)Lê, lele, Caboclo 7 Flechas no congaSaravá Sr. 7 Flechas, ele é o Rei da MataA sua bodoca atira parangaSua flecha mata!

Lê, lele, Lere lere lere lere lerá(Okê meu Pai, Okê Caboclo!)Lê, lele, Caboclo 7 Flechas no conga

Lê, lele, Lere lere lere lere lerá(Okê meu Pai, Okê Caboclo!)

Elétrica 1998 Daniela Mercury Daniela Mercury Elétrica (ao vivo), Sony

Xangô Boitatá, Papai NoelLondon, london, london, london, london, lunduDo filho pródigoQue códigosDo filho pródigoQue códigos são meus?

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O código de microO livre arbítrio, o livre euO código de microO livre arbítrio, o clone e DeusE eu e DeusE Deus e euElétrica, elétrica, elétricaAlzate le braccia in altoVou seguindo o asfaltoMachen die hãnde hochOraieiê, meu pai XangôBitte, please, por favorMove your bodyE eu e DeusE Deus e euElétrica, elétrica, elétrica

Elke Maravilha 1998 Itamar Assumpção Itamar Assumpção Pretobrás Ogã Elke mulher maravilhaUma negra alemã um radarUm mar uma pilhaElke mulher maravilhaUma branca maçã avatarUm luar uma ilhaElke mulher maravilhaUma deusa pagã um sonarUm altar uma trilhaElke mulher maravilhaUma prenda Ogã um pilarO ar mãe e filha

Eloniê 1988 domínio público Gerônimo Gerônimo, Continental

Eloniê ???

Em nome do Deus 1982 Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra

Milton Nascimento Missa dos quilombos Aruanda, ObataláOlorum, Oió, Xangô

Em nome de um deus supostamente branco e colonizador, que nações cristãs tem adorado como se fosse o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, milhões de Negros vem sendo submetidos, durante séculos, à escravidão, ao desespero e à morte. No Brasil, na América, na Africa

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mãe, no Mundo.

Deportados, como "peças", da ancestral Aruanda, encheram de mão de obra barata os canaviais e as minas e encheram as senzalas de indivíduos desaculturados, clandestinos, inviáveis. (Enchem ainda de sub-gente -para os brancos senhores e as brancas madames e a lei dos brancos- as cozinhas, os cais, os bordéis, as favelas, as baixadas, os xadrezes).

Mas um dia, uma noite, surgiram os Quilombos, e entre todos eles, o Sinaí Negro de Palmares, e nasceu, de Palmares, o Moisés Negro, Zumbi. E a liberdade impossível e a identidade proibida floresceram, "em nome do Deus de todos os nomes", "que fez toda carne, a preta e a branca, vermelhas no sangue".Vindos "do fundo da terra", "da carne do açoite", "do exilio da vida", os Negros resolveram forçar "os novos Albores" e reconquistar Palmares e voltar a Aruanda.

E estão aí, de pé, quebrando muitos grilhões -em casa, na rua, no trabalho, na igreja, fulgurantemente negros ao sol da Luta e da Esperança.Para escândalo de muitos fariseus e para alivio de muitos arrependidos, a Missa dos Quilombos confessa, diante de Deus e da História, esta máxima culpa cristã.Na música do negro mineiro Milton e de seus cantores e tocadores, oferece ao único Senhor "o trabalho, as lutas, o martirio do Povo Negro de todos os tempos e de todos os lugares".

E garante ao Povo Negro a Paz conquistada da Libertação. Pelos rios de sangue negro, derramado no mundo. Pelo sangue do Homem "sem figura humana", sacrificado pelos

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poderes do Império e do Templo, mas ressuscitado da Ignomínia e da Morte pelo Espírito de Deus, seu Pai.Como toda verdadeira Missa, a Missa dos Quilombos é pascal: celebra a Morte e a Ressurreição do Povo Negro, na Morte e Ressurreição do Cristo.

Pedro Tierra e eu, já emprestamos nossa palavra, iradamente fraterna, à Causa dos Povos Indígenas, com a "Missa da Terra sem males", emprestamos agora a mesma palavra à Causa do Povo Negro, com esta Missa dos Quilombos.

Está na hora de cantar o Quilombo que vem vindo: está na hora de celebrar a Missa dos Quilombos, em rebelde esperança, com todos "os Negros da Africa, os Afros da América, os Negros do Mundo, na Aliança com todos os Pobres da Terra".

Pedro Casaldáliga

Em nome do Deus de todos os nomes-JavéObataláOlorum0ió.

Em nome do Deus, que a todos os Homensnos faz da ternura e do pó.

Em nome do Pai, que fez toda carne,a preta e a branca,vermelhas no sangue.

Em nome do Filho, Jesus nosso irmão,que nasceu moreno da raça de Abraão.

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Em nome do Espírito Santo,bandeira do cantodo negro folião.

Em nome do Deus verdadeiroque amou-nos primeirosem dividição.

Em nome dos Trêsque sao um Deus só,Aquele que era,que é,que será.

Em nome do Povo que espera,na graça da Fé,à voz do Xangô,o Quilombo-Páscoaque o libertará.

Em nome do Povo sempre deportadopelas brancas velas no exílio dos mares;marginalizadonos cais, nas favelase até nos altares.

Em nome do Povo que fez seu Palmares,que ainda fará Palmares de novo-Palmares, Palmares, Palmaresdo Povo!!!

Embala eu 1979 Albaléria Clementina de Jesus Clementina, Emi Menininha do Gantois

Embala eu, embala euMenininha do GantoisEmbala pra lá, embala pra cáMenininha do Gantois

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Oh, dá-me a sua bençãoMenininha do GantoisLivrai-me dos inimigosMenininha do Gantois

Dá-me a sua proteçãoMenininha do GantoisGuiai os meus passos por onde eu caminharVira os olhos grandes de cima de mimPras ondas do mar

Embolê 1994 Nego do surdo, Nem Marsau e Bobôco

Ara Ketu Bom demais, Colúmbia

Oxóssi Ô desembola mingauÔ minha nêgaÔ desembola que eu tambémQuero embolarUô, ô, eu emboléUô, ô diga aí, eu emboláPor mais que eu tenhaA chama ardente O Ara Ketu traz Oxóssi em sua frenteUô, ô, eu embaléUô, diga aí, eu embolá

Emoriô 1976 Gilberto Gil e João Donato

Sérgio Mendes Home cooking, CBS Oxum Emorio, Emorio, Emori PaoEmorio, Emorio, Emori PaoEmorio, Emorio, Emorio PaoEmorio, EmorioI'll bet you are trying to knowWhat I'm trying to sayI'm teaching you how to prayEmorioI'll let you into the soundThat is the best I can doIoruba is the glueEmorio, Emorio, Emorio Pao

Encanto do Gantois 1985 Moraes Moreira e Beth Carvalho Das Bênção que axé, afoxé, mãe O axé do afoxé

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Edil Pacheco virão com os novos amanhãs, RCA

Menininha, Gantois, santos

Vem lá de Menininha ôDe Menininha ô, de MenininhaNo seu batucajé, no toque do agogôEu vou, eu vou, eu vou, eu vou, eu vou

Em todo lugar há um cantoMas nem todo canto é lugarPor isso é que eu canto tantoO encanto do teu Gantois Contemplo o teu templo, a BahiaDe todos os santos que háPra sempre serás MenininhaOh! Minha mãe vem me ninar

Vem minha mãe MenininhaVem minha mãe me ninar

Encantos de Iemanjá 1987 Jackson Dantas Banda Mel Força Interior, Continental

Iemanjá Encantos de IemanjáRainha das ondas do marProtegei ô, protegei ô, ô ô ô (bis)

Protege seu filho pescadorUm homem que sempre te amouQue faz do mar seu próprio larSeu pão e vinho e Iemanjá

Um homem que sempre te amou (4x)Protegei ô, protegei ô, ô ô ô

Encontro dos orixás 1987 Tonho Matéria Ara Ketu Ara Ketu, Continental

Ossaim Eu canto, uma mensagemQue vem das portas do alémEm cores traz o Ara KetuEm alas o brilho e seu esplendorMatas virgens é a natureza, ê, aê, aêLua Negra é uma beleza ê, aê, aêMar azul, o céu um amor, ê, aê, aêRei das matas é o caçadorVem nos mostrar

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Há, há, há ... Ara KetuQue diz?Nas matas eu vi OssaimNas matas eu vi OssaimVenho contar a história de um caçadorQue na floresta se perdeuPor causa de uma poção mágicaA sua mãe preocupada com a sua demoraMandou seu irmão "o guerreiro" Invencível procurá-loCom muito esforçoAchavam e uniam os coraçõesCom conversa e mais conversaBuscavam a paz e a uniãoE a história se formouTão linda demaisQue o elo é o talentoDa lenda "o encontro dos orixás"A galera vem mostrarHá, há, há ... Ara Ketu

Eparré Baba 1998 Leonardo Reis e Rose Alvaya

Banda Eva Você e Eu, Polygram Oxalá Vela pra acenderPra te iluminarPra te protegerNo seu ganzuáCanto pra OxaláAzul é do marVerde pescadorVermelho de fé

Eparrê babá, eparrê babáEparrê babá, eparrê babáEparrê babá, eparrê babáEparrê babá, eparrê babá

Era tarde 1992 Saul Barbosa e J. Velloso

Banda Mel Banda Mel, Continental

Iemanjá, Oxalá, Gantois

Era tarde demais pra ter voltaAinda mais com a benção de IemanjáQue me abraça com o mar e não me afoga

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Me sufoca por tanto gostarDos contos de fada ela não acordaMais eu sou filho do GantoisQue me ajuda e traz sempre de voltaMinha força que vem de Oxalá

Levei para ver como anda a verdadeNo centro do patrimônio da humanidadeOlodum ensinando dança para toda a cidadeAlfazema de Gandy tirai toda a maldade

Ô, ô OdoiáÔ, ô babáÔ, ô Odoiá

Olhos rasgados, triste franquezaParedes com riscos pra desabarPele turmalina tanta belezaTurma linda com o dom de encantarMostrei para ela o que é nobrezaPros seus olhos virgens de tristeza constatarQue mesmo no canto temido da pobrezaÉ onde nasce alegria para ela cantar

Erê 1986 Michael Sullivan e Paulo Massadas

Fafá de Belém Atrevida, Sigla Erê, mironga Menino, menino, erêDanado e doce como o quêA lua cheia vai chegarOlha que eu faço mirongaPra você ficarNa tua pele mel queimarNão quero nem imaginarMenino, olhar selvagem e quenteFaz a cabeça da gente, faz rodopiarMania de enfeitiçarTesouro, ouro, o céu e o marRemexe o coração da genteE não há santo que agüenteQuero é mais te amar

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Menino, menino, erêTranse e cheiro de amor no arMe embolar com você ficarQuero é maisQuero é maisTe amar

Ererê 1931 Getúlio Marinho da Silva

Moreira da Silva 78 rpm, Odeon macumba, ponto de umbanda

???

Escorregador 1992 Marcus Flexa Marcus Flexa Cavalos brancos, RGE

Ogum, Iansã, Oxum Ogum Beira MarOgum Malei, NaruêOgum Megê, Iansã, Oxum, OrixásOgum rompe mata,Mãe D’Água, Oxóssi, XangôOndinas, ofereço a Oxalá caridade

Toda festa é IaraToda festa é OdaraToda festa é Babalaô, Babalaô...Toda festa é iraToda festa é giraPisca-pisca escorregadorPro nosso Xangô

Manda descer os orixásQue trabalhando da jazzSapaimPaim, ZumbiZimbo Trio baixou aquiNa Bela Cintra sentoO Zé Pelintra aquiNão dá mais pra resistir esse gás

CançõesOfereço a Oxalá

Escurinho 1965 Geraldo Pereira Aracy Côrtes, Rosa de Ouro, macumba O Escurinho era um escuro direitinho

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Clementina de Jesus e Conjunto Rosa de Ouro

volume 1, Odeon Agora está com uma mania de brigãoParece praga de madrinhaOu macumba de alguma Escurinha que lhe fez ingratidão

Saiu de casa ainda não faz uma semanaJá a mulher do Zé Pretinho carregouBotou embaixo o tabuleiro da bahianaPor que pediu fiado e ela não fiou

Já foi no Morro do Formiga procurar intrigaJá foi no Morro do Macaco e já bateu num bambaJá foi no Morro dos Cabritos procurar conflitoJá foi no Morro do Pinho pra acabar com o samba

Escurinho 1979 Geraldo Pereira Dolores Duran Dolores Duran macumba O escurinho era um escuro direitinhoAgora está com a mania de brigãoParece praga de madrinha ou macumba deAlguma escurinha que lhe deu seu coraçãoSaiu de cana ainda não faz uma semanaJá a mulher do Zé Pretinho carregouBotou abaixo o tabuleiro da baianaPorque pediu fiado e ela não fiou

Já foi no morro da Formiga pra fazer intrigaJá foi no morro do Macaco já bateu Num bamba Já foi no Morro do Cabrito provocar conflitoJá foi no Morro do Pinto pra acabar com o samba

Esse mundo é meu 1963 Sergio Ricardo e Ruy Guerra

Nara Leão Nara, Elenco Ogum, mandinga, despacho

Esse mundo é meuEsse mundo é meuEscravo do reino estouEscravo do mundo em que estouMas acorrentado ninguém pode amarMas acorrentado ninguém pode amar

Saravá, Ogum

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Mandinga da gente continuaCadê o despacho pra acabar?Santo Guerreiro da floresta,Se você não vem eu mesmo vou brigarSe você não vem eu mesmo vou brigar

Esse mundo é meu 1976 Sérgio Ricardo Nara Leão A arte de Nara Leão Ogum, mandinga, despacho

Esse mundo é meuEsse mundo é meuFui escravo no reinoE souEscravo no mundo em que estouMas acorrentado ninguém pode Amar

Sarava OgumMandinga da gente continuaCadê o despacho pra acabarSanto guerreiro na florestaSe você não vem eu mesmo vouBrigar

Esse mundo é meuEsse mundo é meu

Esse mundo é meu 1994 Rey Guerra Elis Regina No fino da Bossa - Ao vivo, Volume 3, Velas

Ogum, mandinga, despacho

Esse mundo é meuEsse mundo é meuFui escravo no reinoE souEscravo no mundo em que estouMas acorrentado ninguém podeAmarSaravá ogumMandinga da gente continuaCadê o despacho pra acabarSanto guerreiro da florestaSe você não vem eu mesmo vouBrigarEsse mundo é meu

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Esse mundo é meu

Estado de graça 1991 Moraes Moreira e Armandinho

Moraes Moreira Cidadão, Columbia rum, rumpi, lé Ouve o baticumDestes coraçõesOuve a nossa vozOnde bate rumTambém bate léRumpi somos nósDeus e o demônioNave um patrimônioO real e o sonho, carnavalIlusão, vendavalNo sobe e desce da ladeira, ahO nosso estado é de graça, amorDescendo a Chile ou o São Bento, ôEu arrebento aqui na praça e vou

Tomando banho de mangueira, ahVem o prazer e pacifica a dorJá é manhã de quarta-feira, ôE a festa cinzas ainda não virouComo se faz na boaEm outra terra não se fazPra cada um querendo guerraTem mais de mil fazendo amor e paz

Estrela d’Alva 1961 J. B. de Carvalho J. B. de Carvalho Macumba, canjerê, candomblé, Musicolor

caboclo, trabalho, terreiro

Saravá CabocloÊ Caboclinho!Firma ponto

Estrela D’alva é minha guia Que corre mundo sem pararEstrela d’alva é minha guia Que corre mundo sem pararAlumeia a mata virgem E o terreiro de além-marAlumeia a mata virgem E o terreiro de além-mar

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Okêi CabocloChamar Seu Cobra CoráOkêi CabocloChamar Seu Cobra CoráAbrir trabalho na mata virgemChamar Seu Cobra CoráAbrir trabalho na mata virgem Chamar Seu Cobra Corá

Estrela e lua nova 1965 Heitor Villa-Lobos, adaptação de canto afro-brasileiro

Cristina Maristany e Alceu Bocchino

Heitor Villa-Lobos: canções típicas brasileiras, Odeon

Oiá, macumbebê, macumbaribá

???

Etc... 1933 Assis Valente Carmen Miranda 78 rpm, Victor macumba, candomblé

Bahia, que é terra do meu sambaQuem nasce na Bahia é bamba, é bamba,Bahia terra do poetaTerra de doutor e "etecetra"

Eu tenho também o meu valor (ora se tenho)E vivo com muita alegria,O samba é o meu avô, macumba é a minha tia,Sou prima do grande violão,Sou bamba no batuque e no pandeiro,Meu pai é o homem das moambaO grande e conhecido candomblé (Bahia)

Eu gosto muito da viola,A moça feita só de pinho,Parenta do grande interventor,O bamba e respeitado cavaquinho,O delgado tamborim, com jeito e com diplomaciaNa batucada diz assim:Que o samba tem também delegacia (Bahia)-Entra na linha de frente, ôpa!Encerra gente!

Eu sou Exu 1951 Marino Pinto e Dalva de Oliveira 78 rpm, Odeon Exu Você está me devendo porque eu sou Exú

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Paulo Soledade Vou lhe agarra na encruzilhada (?)Cade o meu presente que você me prometeu?Já está fazendo um ano que ainda não me deu(bis)

Eu ta vendo no copo 1968 Avarése e Edenal Rodrigues

Noriel Vilela Eis o ôme Feitiço, terreiro, encruzilhada

Eu ta vendo no copo, eu vai dizer:Rabo de saia fez feitiço pra assumcêEu ta vendo no copo, eu vai dizer:Rabo de saia fez feitiço pra assumcêEla pegou pedaço de vestidoRapou cabelo de canelaTudo misturou no seu caféPra ver se sumcê deixava elaEnsinaram tudo erradoSumcê cada vez gostava delaEu ta vendo no copo, eu vai dizê:Rabo de saia fez feitiço pra assumcêEu ta vendo no copo, eu vai dizê:Rabo de saia fez feitiço pra assumcêEscreveu o seu nome no papelBotou na boca de um sapoCruzou e cozeu boca de bichoE soltou ele no matoQuando ele morrer de fomeSumcê vai para buracoEu ta vendo no copo, eu vai dizê:Rabo de saia fez feitiço pra assumcêEu ta vendo no copo, eu vai dizê:Rabo de saia fez feitiço pra assumcêCompra um bode pra desmanchar feitiçoTraz fita, traz vela pra terreiroEm um dia vai nessa encruziadaVagueia de espaço verdadeiroOu de encontro a uma avenidaEm frente a um pequeno jornaleiro.

Eu também quero 1951 Raul Sampaio Trio de Ouro 78 rpm, Victor candomblés Eu também quero conhecer a Bahia,A velha Bahia de São Salvador,

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Quero conhecer a baiana,De saia rodada,Sandália enfeitada,Comer vatapá,E conhecer os candomblésQue tem por lá.

Eu também quero conhecer a BahiaA velha Bahia de São Salvador,E também ver os lindos coqueirais,Depois vou dar um jeito de viver em paz.

Se na Bahia me namorar,Talvez eu volte, talvez eu fique por láSem a ioiô, quando encontrar a iaiá,Iaiá!Mas se ela não for sincera,Eu não vou querer,Deixo de lado a nega feiticeira,E volto cá pro Rio de qualquer maneira

Eu tenho um burro 1929 Sinhô (José Barbosa da Silva)

Sinhô (José Barbosa da Silva)

78 rpm, Odeon candomblé da Bahia ???

Eu vi Oxum na beira do mar 1983 Osny Silva, J. Neves e Carlos Santal

Osny Silva, Ogum Beira Mar, Copacabana

Oxum Eu vi Oxum na beira do marRecebendo presenteQue você foi levar

Era madrugadaEu estava pescandoQuando ao longe avisteiAlguém mergulhandoFui chegando pra pertoTestar minha féEra a dona do ouroQuando ela me viuSumiu na maré

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Fiquei encantado Com a beleza que viNão tive coragem De pescar mais aliFui correndo pra casa Feliz pra contarQue na beira do mar Eu tinha avistadoAquele orixá

Eu vim da Bahia 1987 Gilberto Gil Gilberto Gil Gilberto Gil em concerto, Geléia Geral

Iemanjá Eu vim, eu vim da Bahia cantarEu vim da Bahia contarTanta coisa bonita que temNa Bahia que é meu lugarTem meu chão, tem meu céu, tem meu marA Bahia que vive pra dizerComo é que se faz pra viverOnde a gente não tem pra comerMas de fome não morre porqueNa Bahia tem Mãe IemanjáDe outro lado o Senhor do BonfimQue ajuda o baiano a viverPra sambar pra cantar pra valerPra morrer de alegria na festa de ruaNo samba de roda,Na noite de lua,No canto do marEu vim da BahiaMas eu volto pra láEu vim da BahiaMas algum dia eu volto pra lá

Eu vou lá no candomblé 1941 Antônio de Almeida Aracy de Almeida com Regional

78 rpm figa de guiné, candomblé

Todo mundo tem inveja de mimQue culpa eu tenho de ter nascido assim?Vou ver se arranjo uma Figa de GuinéEu vou lá no CandombléEu vou lá no Candomblé

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Vou implorar ao meu santo protetorPra me livrar do mal-olhadoDessa gente que só quer me ver penarEu não aguento maisPois já estou na quebradeiraAi, ai, meu DeusJá não posso mais viver dessa meneira

Eu vou navegar 1978 Ávila, Caciporé e Marcelo

Jurema O samba não pode parar, Emi—Odeo

Iemanjá Vou, eu vou navegarDeixa o vento levar meu barco a vela para o alto-marLevo flores, perfumes e velasPra nossa mãe IemanjáDe contra o vento forte, estou ouvindo a sereia cantarQue coisa tão linda, que coisa tão belaEu navegando e ouvindo o canto dela

Vou, eu vou navegarDeixa o vento levar meu barco a vela para o alto-mar(bis)

As estrelas brilhando no céu, e a lua clareando o marO vento soprando meu barco, eu ouvindo a serei cantarQue coisa tão linda, que coisa tão belaEu navegando, e ouvindo o canto dela

Exaltação à Bahia 1943 Vicente Paiva e Chianca de Garcia

Heleninha Costa 78 rpm, Colúmbia canjerê, macumba Ôi, Bahia,Umbu, vatapá,Azeite de dendê,E tem moamba,Pra nego bamba fazer canjerê.

Um nome na história vou buscar,Sargento Camarão herói foi da Bahia,Castro Alves nos faz relembrarTempos da abolição, poeta da Bahia,Rui Barbosa fogo triunfal,Voz da raça e do bem, o gênio da Bahia,E há neste todo natural,

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O que a baiana tem, a graça da Bahia.

A Bahia tem conventos,Tem macumba e tem moamba,Mas onde ela é mais Bahia,É no batuque, no sambaFoi na Bahia das igrejas todas de ouro,Onde valem as morenas um tesouro como nenhum,Como nenhum pode haver,Onde as baianas com sandália e balangandã,Vão mostrar ao mundo inteiro,Nosso samba brasileiroE de auri-verde,Bahia, ôh!Alegria, ôi, do Brasil

Exaltação à Bahia 1975 Silas de Oliveira e Joacir Santana

Dona Ivone Lara História das escolas de samba, Marcus Pereir

Iemanjá, candomblé Ôi, Bahia,Umbu, vatapá,Azeite de dendê,E tem moamba,Pra nego bamba fazer canjerê.

Um nome na história vou buscar,Sargento Camarão herói foi da Bahia,Castro Alves nos faz relembrarTempos da abolição, poeta da Bahia,Rui Barbosa fogo triunfal,Voz da raça e do bem, o gênio da Bahia,E há neste todo natural,O que a baiana tem, a graça da Bahia.

A Bahia tem conventos,Tem macumba e tem moamba,Mas onde ela é mais Bahia,É no batuque, no sambaFoi na Bahia das igrejas todas de ouro,Onde valem as morenas um tesouro como nenhum,Como nenhum pode haver,

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Onde as baianas com sandália e balangandã,Vão mostrar ao mundo inteiro,Nosso samba brasileiroE de auri-verde,Bahia, ôh!Alegria, ôi, do Brasil.

Extra 1983 Gilberto Gil Gilberto Gil Extra, WEA Oxalá, orixá BaixaSanto SalvadorSeja como forAchaNossa direçãoFlechaNosso coraçãoPuxa Pelo nosso amorRachaOs muros da prisão

ExtraResta uma ilusãoExtraResta uma ilusãoExtraAbra-se cadabra-se a prisão

BaixaCristo ou OxaláBaixaSanto ou OrixáRochaChuva, laser, gásBichoPlanta, tanto fazBrechaFaça-se abrirDeixaNossa dor fugir

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ExtraEntra por favorExtraEntra por favorExtraAbra-se cadabra-se o temor

Eu, tu e todos no mundoNo fundo, tememos por nosso futuroET e todos os santos, valei-nosLivrai-nos desse tempo escuro

Exu (deixa pra lá) 1982 Álvaro Mattos e Othon do Nascimento

Jorge Goulart Carnaval 82 — As marchinhas estão de volta, K—Tel

Exu Deixa pra lá ê êDeixa pra lá ê êQue eu não me chamo SaraivaNem me chamo Alencar(bis)Exu, Exu, ExuSe eu fosse o João agoraTrocava, trocava esse nome Por Nossa Senhora(bis)

Exu Tranca Rua das Almas 1961 J. B. de Carvalho e Álvaro Gonçalves

J. B. de Carvalho e seus Caboclos

78 rpm Exu O sino da igrejinha faz: "belém", "blém", "blom"O sino da igrejinha faz: "belém", "blém', 'blom"Deu meia noite e o galo já cantouSeu Tranca Ruas é o dono da giraOi, corre gira que Ogum mandou

O sino da igrejinha faz: "belém", "blém", 'blom"O sino da igrejinha faz: "belém", "blém", "blom"Deu meia noite e o galo já cantouSeu Tranca Ruas é o dono da giraOi, corre gira que Ogum mandou

Falando de cadeira 1980 Maurício Tapajós e Cacaso

Maurício Tapajós Olha aí!, Saci guia de Xangô Que dor que dáFaço o bobo pra viver

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Faço o torto pra acertarFaço samba mas não sei sambar

Que dor no péÉ por mim que eu sei tirarQuem não tem parangoléBom sujeito eu sei que ele não éQuero cantarPelos versos mais ateusNo batuque mais perversoVou cantar-te pelos versos meus

Quero cantarPra quem cantouVou cantar-te nos meus versos

Pega nas cadeiras delaMexe nela, deita e rolaDesembola esse cordão

Quero um breque de iô iôUma ginga de ia iaUma guia de Xangô ô ô ô ô

E reboouNo céu vazioO meu amor foi logo aliE não voltouSe ele não vemEntão já vouE desde então(ninguém mexe com as cadeiras)Ninguém tem meu coração

Faz uma festa 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

Xangô, amalá Todo filho de XangôÉ grande conquistador ô ô ôTodo filho de XangôÉ forte, dominador ô ô ô

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É giganteÉ guerreiroTem um fogo que o atiçaÉ vibranteÉ sem meddoSeu clamorPede justiça

Amalá, quero ofertar XangôMeu cantar no pique do agogôFaz uma festa em tu louvorVermelho e branco, com amor

Filhos de XangôFilhos de XangôFilhos de Xangô, kaô

Fé afoxé 1988 Rick Maggia e Pedrin Gomes

Central Africana Central Africana, Plug

umbanda, candomblé, magia

A África brasileira é a BahiaSeu chão é puro céu de magiaKêto, umbanda e candombléO toque do atabaque chama a féFé afoxé arô, berimbauO povo canta pra afastar o malO povo dança pra afastar o mal

Arô, agô, axé, nagô

Feitiçaria 1977 Custódio Mesquita e Evaldo Ruy

Custódio Mesquita Nova História da M.P.B. vol. 25

Encruzilhada, feitiço, cajeré, Xangô

Sexta-feira à meia-noiteVou jogar na encruzilhadaUm feitiço pra vocêJá comprei um galo pretoDuas velas, um amuletoMais um litro de dendêVou ver você sofrêTem vintém, tem farofa e marotaNo canjeréPra você me querêMuitas rezas rezei, fiz promessas, paguei

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E você não voltouMuita carta escrevi, tantas vezes pediVocê nem ligou!Mil recados mandei, com as respostas choreiVocê zombouTudo, amor, perdoei, mas você não voltou!Descer mais eu não desço, porque não mereçoSofrer assimJá desci muito baixo, já fui seu capacho!Tem dó de mimVou fazê despacho pra você se enfeitiçarQue eu enfeitiçado já estouCom a luz azul do seu olharÔi... Meu Xangô!

Feiticeira 1969 João Roberto Kelly Jair Rodrigue Jair de todos os sambas, Philips

patuá, feitiço, orixá, saravá, guia

Ela faz patuáPra vender na feiraEla é do feitiçoEla é feiticeira

Saravá sua bandaMeu Pai OrixáEla ontem na feiraMe deu um patuá

Eu não sei Se ela vai me ajudarOu vai quererO meu fim

Saravá meu guiaBom de fé, não sei se o marDessa mulherVai dar pé

Eu vou pedir proteção Ao meu santo de féE acender uma vela; feiticeira

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Pode amarrar o meu samba nela.

Feitiço 1937 André Filho Aurora Miranda 78 rpm, Odeon canjerê, feitiço Fui a Bahia pra fazer um canjerê,Mulher bonita comigo tem que ferver,Com meu feitiço vou fazer uma revolução,Meu santo é forte e ninguém me mete medo não.

Não tenho nada nem tampouco tenho pretensãoSou da folia e a ninguém eu dou meu coração

Feitiço da Vila 1934 Noel Rosa e Vadico (Osvaldo Gogliano)

João Petra de Barros e Osquestra Odeon

78 rpm, Odeon feitiço, farofa, vela, vintém (despacho)

Quem nasce lá na VilaNem sequer vacilaAo abraçar o sambaQue faz dançar os galhos,Do arvoredo e faz a lua,Nascer mais cedo.

Lá, em Vila Isabel,Quem é bacharelNão tem medo de bamba.São Paulo dá café,Minas dá leite,E a Vila Isabel dá samba.

A vila tem um feitiço sem farofaSem vela e sem vintémQue nos faz bemTendo nome de princesaTransformou o sambaNum feitiço descenteQue prende a gente

O sol da Vila é tristeSamba não assistePorque a gente implora:"Sol, pelo amor de Deus,não vem agoraque as morenas

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vão logo embora

Eu sei tudo o que façosei por onde passopaixao nao me aniquilaMas, tenho que dizer,modéstia à parte,meus senhores,Eu sou da Vila!

Feitiço do Tião 1988 Gil de Carvalho e Márcio Pintinho

Bezerra da Silva Violência Gera Violência, RCA

terreiro, gira, preto-velho, macumba, Exu, Ogum, Iansã

Nossa Senhora! É feitiço no terreiro do Tião amizade.

"Vou jogar chá de mijo de gambá de angola, com sete coruja caolha e nanica em cima dele."

Tá pra existir feitiço igual a esse que fui conhecerEra o feitiço do Tião, e juro, fiquei bolado sem nada entenderAo invés dos médiuns bater a cabeça, fazia a cabeça pro santo descer

Na gira de preto-velho falei com Vovó Joaninha, também com Vovô Camisolão, Vovô Sentinela e Vovó Corujinha, Vovó Maria-Braço-de-Homem, Vovô Come-Quieto e Vovó Leva-e-Traz. Foi aí que eu conheci um tal de Preto-Velho Alcatraz

Ih!, mas quando deu meia-noite sujou, o bicho pegou de verdadeA trigésima nona baixou no feitiço, descendo a lenha em toda a entidadeExu-Macaco saiu de fininho, Seu Ogum-Ventarola selou seu cavalo.Iansã-do-Brejo se arrancou pro morro, Vovô Tanajura ficou grampeadoE o coitado do Tião foi prestar conta na delegaciaApanhava igual a tambor de macumba, de longe os seus gritos o povo ouvia

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Desesperado ele gritava: "doutor sou um membro da sociedade, o dinheiro que arrecado no feitiço é só pra prestar caridade"

Feitiço gorado 1932 Sinhô (José Barbosa da Silva)

Sinhô (José Barbosa da Silva)

78 rpm, Orchestra Victor

encruzilhada, Ogum, Exu, despacho

Tu amarraste num santoCom minha roupa suadaJogaste n'água atrasadaEm vez de na encruzilhada

Foste infelizEm dormires demaisTudo eu bem viFina flor de meus aisFoi a sonharQue me deste a saberQue teu prazerEra ver-me a sofrer

Embaixo do teu colchãopeguei meu lenço suadoCom três nozinho apertadoE o meu retrato amarrado

Mas eu que sou de OgumA filha do coraçãoJá despachei com ExuEsta maldita paixão

Feliz ano novo 1991 Roberto Menescal e Aldir Blanc

Leila Pinheiro Outras Caras, Philips

Iemanjá Num reveillonNo Leblon ao luarFui jogar flores pra IemanjáE a morena surgiu nem sei comoBrincando que era mal de amor...Eu sorri: olha só. Você adivinhou.De mãos dadas seguimos pro ArpoadorOs foguetes no céu, meia-noite, entãoHouve um beijo infinito na beira do marLinda mulher, o seu nome, qual é?

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Ela disse: é melhor deixar pra láSomos a noite do Rio, a paixão,O mistério da lua passional...Respondi: então ta. Sei que não foi normalA ternura e o tesão no maior carnavalO luar se escondeu, e a estrela mais sóDespsncou desejando um romance banalQuando amanheceuEla se despediuE entrou pelo marAntes de mergulhar disse:Eu ando emotiva demaisUm beijão,Meu nome é Iemanjá da SilvaFica em paz,Meu nome é Iemanjá da SilvaHoje e para sempreIemanjá da Silva

Ferimã 1972 Sussu Sussu Preto velho, Tropicana

Xangô, umbanda Ferimã, FerimãÔ Ferimã, o baeçôÔ Ferimão baeçôFerimã boajô

Aerê UaeráFirma ponto pra XangôMeus (cafio) batem palmaE (Sim Orodam) bate tambor

Vamos todos curimbáVamos todos dar louvorSalve o povo de AruandaDono de umbanda e Xangô

Festa da Conceição 1983 Osny Silva e J. Neves

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

Iemanjá, orixás, rainha do mar

Vou pagar minha promessaVirgem da ConceiçãoEm dezembro é na festaVou seguir a procissão

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Iemanjá é o seu nomeNa lenda dos orixásÉ a santa menssageiraDo amor e da pazÉ a santa menssageiraDo amor e da paz

Convido a todos irmãosDesse meu paísPara comigo cantarEssa canção que eu fizE nesse diaRosas brancas ofertarÀ querida virgem santaRainha do marÀ querida virgem santaRainha do mar

Festa de candomblé 1983 Martinho da vila Martinho da vila Novas palavras Alodê, Yemanjá, candomblé, Exu, encruzilhada, Pomba-gira, Ogunhê, Ogum, Oya, axé, Orixá

Ôôôô dai-me licença êOi dai-me licençaAlodê yemanjá ê dai-me licençaOi dai-me licença êOi dai-me licença

Uma licença de zambiPara cantar umas zuelas no toque de candomblé

Exu laroy é mojubaMojuba cojubata exu ajonagera, (laroyê exu)Oi sete, oi sete, oi sete encruzilhadaToma conta e presta contaNo romper da madrugada!Ninguém pode comigo eu posso com tudoLá na encruzilhada ela é exu veludoPomba-gira jamukangê iaia o erêPomba-gira jamukangê iaia o erê

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Ogunhê patakorê aya megê (ogunhê)Ogum oya, (patakorê ogum)Ogum oya é de megêOgum oya é de megêOgum de ronda é de menê(Ogum oya ogum oya é megê)Oxum mukumba é de menê

Salve todas as nações do candombléJejê, o ketu, nago e a minha angola

Aê, aê a minha angolaAê, aê meu angola

Atotoó (atotoó)Era um velho muito velhoQue morava numa casa de palhaNa beira da casa ele tinhaVelômê miguê sanguêMiguê sanguê velômêDo seu alangueVovô abauatê insumburêÔ vovô abauatê insumburêInsumburê eu sombumanguêInsumburê eu sombumanguêInsuba ketu guenda ê lembadilêO cobaió infitekita cobaióKetu do guenda

Axé para todas as roças da religião afro brasileirasCheaborê se alum laxéXeará odê oderiomanSealum laxéOrixá odê oderiomam

Festa de Nanã 1941 Wilson Batista, Pixinguinha e Gastão Viana

Patrício Texeira 78 rpm, Victor Nanã Buruquê ???

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Festa de Ogum 1966 Babi de Oliveira Inezita Barroso e Regional do Caçulinha

Vamos falar de Brasil novamente, Copacabana

Ogum, Olorum Hoje é dia de OgumVamos todos festejarCom a bênção de OlorumOgum vem pra nos salvar

Ogum tava de rondaOgum veio rondar

Auê, auêRompi mato, ogum egêOgum egê, Ogum egê

Festa de rua 1976 Dorival Caymmi Gal Costa Gal canta Caymmi, Philips

candomblé Cem barquinhos brancosNas ondas do marUma galeota A Jesus levar

Meu Senhor dos Navegantes vem me valerMeu Senhor dos Navegantes vem me valer

A Conceição da PraiaEstá embandeiradaDe tudo o quanto é cantoMuita gente vemDe toda parte vem um baticum de sambaBatuque, capoeira e também candombléO sol está queimando Mas ninguém dá fé

Meu Senhor dos Navegantes vem me valerMeu Senhor dos Navegantes vem me valer

Oh, venha me valerOh, venha me valer

Festa de umbanda 1974 Martinho da Vila (adaptação)

Martinho da Vila Canta canta, minha gente, RCA—BMG—Ariola

Exu Tranca Rua, Ogum, Zâmbi, Nanã, Caboclo Sete Flechas

O sino da igrejinhaFaz Belém blem blamO galo já cantou

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Seu tranca ruaQue é dono da GiraOi corre GiraQue Ogum mandou

Tem pena deleBenedito tenha dóEle é filho de ZambiÔ São Benedito tenha dó

Tenha pena deleNanã tenha dóEle é filho de ZambiTenha pena deleÔ Zambi tenha dó

Foi numa tarde serenaLá nas matas da JuremaQue eu vi o caboclo bradarQuiôQuiô Quiô Quiô quieraSua mata está em festaSaravá seu Sete FlechasQue ele é rei da floresta

Quiô Quiô Quiô quieraSua mata está em festaSaravá seu mata virgemQue ele é rei da floresta

QuiôQuiô Quiô Quiô quieraSua mata está em festaSaravá seu cachoeira Que ele é rei da floresta

Vestimenta de cabocloÉ samambaia

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É samambaia, é samambaiaSaia cabocloNão me atrapalhaSaia do meioDa samambaia

Festa de umbanda 1980 Pinduca e Deuza Pinduca No embalo do carimbó e sirimbó, Copacabana

egum, orixá O sino da igrejinhaFaz Belém blem blamO galo já cantouSeu tranca ruaQue é dono da GiraOi corre GiraQue Ogum mandou

Tem pena deleBenedito tenha dóEle é filho de ZambiÔ São Benedito tenha dó

Tenha pena deleNanã tenha dóEle é filho de ZambiTenha pena deleÔ Zambi tenha dó

Foi numa tarde serenaLá nas matas da JuremaQue eu vi o caboclo bradarQuiôQuiô Quiô Quiô quieraSua mata está em festaSaravá seu Sete FlechasQue ele é rei da floresta

Quiô Quiô Quiô quieraSua mata está em festaSaravá seu mata virgemQue ele é rei da floresta

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QuiôQuiô Quiô Quiô quieraSua mata está em festaSaravá seu cachoeira Que ele é rei da floresta

Vestimenta de cabocloÉ samambaiaÉ samambaia, é samambaiaSaia cabocloNão me atrapalhaSaia do meioDa samambaia

Festa na mata 1994 Alceu Anselmo Ara Ketu Bom demais, Colúmbia

Oxóssi Esse é o sinal da florestaQue todos os povos se unam às flechasCom tochas de fogo nas mãosPintadas no rosto e na testaUm canto de inspiração Ara KetuQuerido em nome da pazDo mundo uma grande festaBate tambor que o Ara KetuQuerido chegouVem fazer hoje a festa na mataQue o rei Oxóssi criouBate tambor que o Ara KetuQuerido chegouVeio pra agitar, pra fazerSorrir e fazer lê, lê, ôÔ, ô, ê, ôLê, lê, lêLê, lê, lê, lêLê, lê, ôÔ, ô, ê, ôLê, lê, lêO Ara Ketu chegou

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Festa Nagô 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio Nagô, tambor, ijexá, agogô, afoxé

Quando você ouvir m tamborVenha depressaÉ festa nagôFesta de ritmo e de saborBalanço de corpo é festa nagô

É festa nagô! É festa nagô!É festa de negroÉ festa nagô

Vim pra vadiarVim pra vadiarDance comigo, meu bem, o ijexá

Um toque de agogôÉ luz na escuridão O som do meu tamborDescompassa um coração Olinda se iluminaAxé pra multidãoNo passo do afoxé

Gira o mundo inteiro, irmão

Festança 1978 Miro, Adilson do Cavaco e Claumir do Pandeiro

Jurema O samba não pode parar, Emi—Odeon

Iemanjá, Mãe Sereia, Janaína

???

Figa de Guiné 1947 Gomes Filho e Nestor de Holanda

Linda Batista 78 rpm, RCA—Victor patuá, feitiço ???

Figa de Guiné 1982 Reginaldo Bessa, Nei Lopes

Alcione Dez Anos Depois Mandinga, figa, axé, cabeça feita, peji, candomblé

Quem me vinga da mandinga é a figa de guinéMas o de fé do meu axé não vou dizer quem é

Sou da fé, cabeça feitaAxê, axéNo peji do candombléAxê ,, axé

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Quem não pode com a mandingaAxê, axéNão batuca o opanijé

Quem me vinga da mandinga é a figa de guinéMas o de fé do meu axé não vou dizer quem é

Onda forte não derrubaAxê, axéNem machuca quem tem féAxê, axéVou nas águas do meu santoAxê, axéNa enchente da maré

Quem me vinga da mandinga é a figa de guinéMas o de fé do meu axé não vou dizer quem é

Da bahia me mandaramAxê, axéMinha figa de guinéAxê, axéCom as benção de caymmiAxê, axéJorge amado e caribé

Figuraça 1986 Cristóvão Bastos e Paulo César Pinheiro

João Nogueira João Nogueira, RCA Xangô, ogã É, lá vem o bon-vivantTodo tranchan com seu carrão PolaraPosa de doutorDiz que é amigo do CastorDiz que não é bajuladorMas tá na cara, tá na cara

É, lá vem o Don JuanFeito um galã tradicional do ManguePinta de cantorFilho de prevaricadorDiz que jámais foi gigolô

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Mas tá no sangue, tá no sangue

Tem no pescoço uma guia de XangôNo congá de vovô ele é OgãMas é freqüentador habitual de show pornôRei da boate Bataclã

E lá vem o bambambam...Primeiro dan de caratê... nem conto!É levantador de copo lá no ArpoadorJámais brigou com brigadorMas tá no ponto, tá no pontoÉ lá vem o Xá do IrãCom seu rayban e um camisão pra foraTipo tentadorPra ir pra mão de um gozadorNinguém ainda lhe sacouMas tá na cara, tá na cara

Filha de Xangô 1987 Bira Paim Novos Bárbaros Guerrilheiros Bárbaros, Continental

filha de Xangô Estrela da ÁfricaBrilhante mágica, filha de XangôBeleza eleganteDos filhos de GandhiPor ela esqueço do mundoVou profundoNessa transaçãoMais ainda bate No medo coração

E todo esse medo, IaiáÉ que eu to pra decidirSe vou sumir com vocêE se você me assumirMeu bem quererEu sou mais de ficarCom vocêDispenso a lua lá foraQue pinta e que é doce de chupar

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Por uma estrela luadaTão lindaSustento do lado esquerdo do peitoBatendo um coraçãoVestido de medo por uma decisão

Filho da terra 1985 Lazzo Lazzo Filho da terra, Pointer

Olorum Essa é pra quem não sabeEu também sou da terra e estou cheio de amor

Axezando o caminhoQue pra mim foi traçado por Olorum Nosso SenhorTrado o negro da noiteDa noite enluarada, sou forte na corMisterioso jingadoPois também sou filho de SlvadorÔ ô ô, ô ô ô

Vamos balançarQue a vida foi feita só pra gente amarBem juntinho colado ao ladoTrocando carícias num jeito de acariciarBalançando suingandoAgarrando-se aos bons fluidosQue bailam soltos pelo ar

Filho de Xangô 1954 Zé Fechado Sussu 78 rpm, Odeon Xangô ???

Filhos de Gandhi 1987 Gilberto Gil Gilberto Gil Gilberto Gil em concerto, Geléia Geral

Omulu, Ogum, Oxum, Oxumarê, Xangô, Iansã, Iemanjá, Oxóssi, Obá

Omolu, Ogum, Oxum, OxumaréTodo o pessoal Manda descer pra verFilhos de GandhyIansã, Iemanjá, chama XangôOxóssi tambémManda descer pra verFilhos de GandhyMercador, cavaleiro de BagdáOh, filho de ObáManda descer pra ver

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Filhos de GandhySenhor do Bonfim, faz um favor pra mimChama o pessoalManda descer pra verFilhos de GandhyOh, meu Deus do céu, na terra e no carnavalChama o pessoalManda descer pra verFilhos de Gandhy

Fiquei na Bahia 1958 João Melo e Codó Gilvan Chaves 78 rpm, Colúmbia terreiro, canzuá Saí do Norte num pau de araraCom destino ao Rio de Janeiro,Passei na Bahia, gostei,Fiquei, fiquei, fiquei, fiquei.

Senti cheiro de dendê,Gosto bom de abará,Vi terreiro de Nagô,E vi a baiana sambar,Requebrando, requebrando,No bater do canzuá.

Firma o batuque 1989 Jairo Braulio e Mario Carabuna

Grupo Pirraça Força maior, Tropical Rio—FM

saravá, gira Firma o batuque meninoQue isso é samba de rodaSamba de rodaSamba de rodaIsso não é novidadeLá na Bahia é modaSamba de rodaSamba de roda

Sarava sua giraSarava sua bandaEu não quero conversaMoleque atrevido eu não quero ondaÉ bonito vêA onda do mar balançarMas o mar é tenebroso você tem que respeitar

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Firma o batuque

Fizeram moamba 1950 Jorge Veiga e Paulo Gracindo

Jorge Veiga e Paulo Gracindo

78 rpm, Continental orixá, pai-de-santo Fizeram moamba,Fizeram magia,Tanta bruxaria para me matarMas eu estou aqui vivo e são,Graças à proteção do meu orixá,Até minha nêga, é ficou maluca,E eu em sinuca sem jeito a dar,Fui então num Pai-de-Santo,Pra quebrar o encanto,Pra tirar o azar

Flor de Muçambê 1976 Manoel Alves e João Biano

Banda de Pífanos de Caruaru

Banda de Pífanos de Caruaru, Discos Continental

Pai Edu, Iemanjá Teus olhos são Duas bolas de ouroTeu corpo é um tesouroQue eu vou botar num baú

Morena belaMinha flor de MuçambêA minha felicidadeDepende do seu querer

Sou cirandeiroDo nordeste brasileiroDo velho Leão do NorteDo Pernambuco guerreiro

Dos GuararapesPedaço de JaboatãoQue ao Brasil encheu de glóriaForte eterno da HistóriaQue despertou a Nação

Seu JoséVá chamar Dona MariaQue hoje vai ter cirandaAté o raiar do dia

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À beira-marVamos todos cirandarDando bença à Pai EduLouvando Iemanjá

Fogo da justiça 1987 Celso e Arnaldo Ara Ketu Ara Ketu, Continental

Xangô Eu sou luzSou oju ObáSão os olhos de XangôAra Ketu em forma de festa Vem apresentarEu sou quem souFogo da justiça que não me queimouE nem vai queimarÊ, ê, fogo de OyóVamos na linha diretaCantar pra Xangô, KaôKaô, kabiesi Agô YáEu trago rosas, eu trago cravoAberto em florPlantei a pazColhi o amorAo divino eu vou pedirPerdão geralPor essa falta de crença do mundo atualE numa prece infinitaEu peço simMuita paz, nesta festa de reiPra meu pai AlafimÊ, ê, fogo de Oyó

Fogo, justiça e amor 1987 Bacalhau e Vadu da Ribeira

Ara Ketu Ara Ketu, Continental

Xangô, orixá Fazer o bem sem olhar a quemÉ o nosso lemaEmbora houvesse alguémPra garfar nosso temaSou Ara KetuE aqui estouDando a volta por cima

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Empunhando a bandeiraCom muita féE levando bem altoA força e a benção de XangôKaô, kaô kabiesilêIluminado pelos raios da estrela maiorConquistou uma coroa de reiDa cidade de OyóDetentor do poderDo fogo, justiça e amorEm unir o infiel e julgar o infratorNesse mundo quem ama É porque tem amor pra darEntra no jogo da sortePra perder ou ganharJusticeiro é XangôNosso grande orixáKaô, kaô kabiesile

Fogueira nova 1988 Moraes Moreira, Armandinho e Fausto Nilo

Moraes Moreira República da música, CBS

Xangô Fogueira vivaFogo de XangôVai fazer justiçaCom o nosso amorDe lá do céuQue o machado venhaPra cortar a lenhaDesse fogaréuDe dá do céuNo teu olhar meu amor desenhaUm corpo de sereiaSereia na areia do marAi, ai, ai, ai, ai, o amorQue bom, que bom que táFogueira novaFogo de XangôVocê nem precisaMe chamar que eu vouEu vou à luta

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Por esse desejoQuando eu não te vejoPosso imaginarImaginar

Foi despacho 1952 Sereno Marlene 78 rpm, Continental Exu ???

Foi na macumba 1929 Pascoal Barros Zambalá Temberlych 78 rpm, Parlophon macumba ???

Frumulunga 1972 Sussu e Cicica Sussu Preto velho, Tropicana

umbanda Aiê Baba de umbandaAiê Frumulugamba, gambaÔ, dizem que umbanda é tataÔ dizem que tata á bandaÔ dizem que umbanda é tataMeu paiFrumulunga Cuzambé

Fui pedir às almas santas 1973 domínio público (adaptação de Clementina de Jesus)

Clementina de Jesus Marinheiro só, Odeon

filhos de pemba Eu andava perambulandosem ter nada pra comer,Fui pedir às almas santaspara vir me socorrer

"Foi" as almas que me "ajudou" (bis)Meu divino espírito santoLouvo a Deus Nosso Senhor (bis)

Quem pede às almasas almas dáfilho de pembe é que não sabe aproveitar. (bis)

Fuzuê 1976 Romildo e Toninho Clara Nunes Canto das Três Raças, Emi—Odeo

Quilombo, canjerê, dendê

Berimbau BatiaCabaça gemiaMoeda comiaEu queria pular, Rah!, Rah!Escrevi o meu nomeNum fio de arameE quem quer que me chame vai ter que gritarEh! Camará, Eh! Camará

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Eh! FuzuêParede de barro não vai me prender

Maria MacambaPerdeu a caçamba num cateretêSambou noite e diaQue até parecia que ía morrerNasceu num QuilomboAprendeu a levar tombo num CanjerêFoi de cesta no lomboCom água e pitomboTrocar por dendê, FuzuêEh, FuzuêParede de barro não vai me prender

Tinha um pé de coqueiroCobrindo o terreiroDe onde eu nasciEu vi que o côco era ôcoE valia tão poucoPara se subirMas eu com um taco de tôcoTocava no côcoPro côco cairE pegava no côco sôcoQuebrava com um sôco,Sem repetir, Fuzuê

Eh, FuzuêParede de barro não vai me prender

Galho de arruda 1949 Claudionor Cruz Quatro Ases e um Coringa

78 rpm, Odeon mandinga ???

Gênesis 1977 João Bosco e Aldir Blanc

João Bosco Tiro de misericórdia, RCA

Exu, Oxum Quando ele nasceu foi no sufoco...Tinha uma vaca, um burro e um loucoQue recebeu seu 7...

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Quando ele nasceu foi de teimosoCom a manha e a baba do tinhosoChovia canivete...

Quando ele nasceu, nasceu de birra:Barro ao invés de incenso e mirra,Cordão cortado com gilete...

Quando ele nasceu sacaram o berro,Meteram fac, ergueram ferro...Exu falou: ninguém se mete!

Quando ele nasceu tomaram cana,Um partideiro puxou samba...Oxum falou: esse promete

Guerra santa 1997 Gilberto Gil Gilberto Gil Quanta, WEA Oxalá Ele diz que tem, que tem como abrir o portão do céuEle promete a salvaçãoEle chuta a imagem da santa, fica louco-pinelMas não rasga dinheiro, nãoEle diz que faz, que faz tudo isso em nome de DeusComo um Papa da InquisiçãoNem se lembra do horror na noite de São BartolomeuNão, não lembra de nada nãoNão lembra de nada, é loucoMas não rasga dinheiroPromete a mansão no paraísoContanto que você primeiro pague Que você primeiro pague o dinheiroDê sua doação, e entre no céuLevado pelo ladrãoEle pensa que faz do amor profissão de féSó que faz da fé profissãoAliás em matéria de vender paz, amor e axéEle não está sozinho nãoEu até compreendo os salvadores profissionaisSua feira de ilusõesSó que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em

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pazDeixa o outro vender limõesUm vende limões, o outro Vende o peixe que querO nome de Deus pode ser Oxalá Jeová, Tupã, Jesus, MaoméMaomé, Jesus, Tupã, JeováOxalá e tantos maisSons diferentes, sim, para sonhos iguais

Guerreira 1978 João Nogueira e Paulo César Pinheiro

Clara Nunes Guerreira, Emi—Odeon

Oxalá, Ogum, Oxum, Iansã, Oxóssi, Xangô, Nanã, Iemanjá, Oxumarê, Obaluaê

Se vocês querem saber quem eu souEu sou a tal mineira,Filha de Angola, de Keto e NagôNão sou de brincadeiraCanto pelos sete cantosNão temo quebrantosPorque eu sou guerreiraDentro do samba eu nasciMe criei, me convertiE ninguém vai tombar a minha bandeira

Bole com o samba que eu caioE balanço o balaioNo som dos tantãsRebolo que deito e que roloMe embalo e me emboloNos balangandãsBambeia de lá que eu bambeioNesse bamboleioQue eu sou BambambãQue o samba não tem cambalachoVai de cima em baixoPra quem é seu fãE eu sambo pela noite inteiraAté amanhã de manhãSou a mineira guerreiraFilha de Ogum com Iansã

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Salve Nosso Senhor Jesus Cristo - Epa-Babá, OxaláSalve São Jorge Guerreiro - Ogunhê, Ogum, meu paiSalve Santa Bárbara - Eparrei, minha mãe IansãSalve São Pedro - Kaô-Kabecile, XangôSalve São Sebastião - Okê-Arô, OxóssiSalve Nossa Senhora da Conceição - Odô-Fiaba, IemanjáSalve Nossa Senhora da Glória - Ora-le-le-ô, OxumSalve Nossa Senhora de Santana - Nanã-Buruquê, Saluba, VovóSalve S. Lázaro - Atotô, Abaluai-êSalve S. Bartolomeu - Arrobobô, OxumarêSalve o povo da ruaSalve as criançasSalve os preto Velho - Pai Antônio, Pai Joaquim D'angolaVovó Maria Conga, Saravá

Homem na estrada 1993 Mano Brown Racionais Mc's Raio-x do Brasil Orixá Um homem na estrada recomeça sua vidaSua finalidade: a sua liberdadeQue foi perdida, subtraídaE quer provar a si mesmo que realmente mudouQue se recuperou e quer viver em pazNão olhar para trás, dizer ao crime: nunca mais!Pois sua infância não foi um mar de rosas, nãoNa FEBEM, lembranças dolorosas, entãoSim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfimMuitos morreram sim, sonhando alto assimMe digam quem é feliz, quem não se desesperaVendo nascer seu filho no berço da miséria.Um lugar onde só tinham como atraçãoo bar e o candomblé pra se tomar a bençãoEsse é o palco da história que por mim será contadaUm homem na estrada

Equilibrado num barranco, um cômodo mal acabado e sujoPorém, seu único lar, seu bem e seu refúgioUm cheiro horrível de esgoto no quintalPor cima ou por baixo, se chover será fatal

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Um pedaço do inferno, aqui é onde eu estouAté o IBGE passou aqui e nunca mais voltouNumerou os barracos, fez uma pá de perguntasLogo depois esqueceram, filha da puta!Acharam uma mina morta e estupradadeviam estar com muita raiva"Mano, quanta paulada!"Estava irreconhecível, o rosto desfiguradoDeu meia noite e o corpo ainda estava lácoberto com lençol, ressecado pelo sol, jogadoO IML estava só dez horas atrasadoSim, ganhar dinheiro, ficar rico, enfimQuero que meu filho nem se lembre daquiTenha uma vida segura.Não quero que ele cresça com um "oitão" na cinturae uma "PT" na cabeça.E o resto da madrugada sem dormir, ele pensao que fazer para sair dessa situaçãoDesempregado entãoCom má reputaçãoViveu na detençãoNinguém confia nãoE a vida desse homem para sempre foi danificadaUm homem na estrada

Um homem na estrada

Amanhece mais um dia e tudo é exatamente igualCalor insuportável, 28 grausFaltou água, já é rotina, monotoniaNão tem prazo pra voltar, hã! Já fazem cinco diasSão dez horas, a rua está agitadauma ambulância foi chamada com extrema urgênciaLoucura, violência, exageradoEstourou a própria mãe, estava embriagadoMas bem antes da ressaca ele foi julgadoArrastado pela rua o pobre do elementoo inevitável linchamento, imaginem só!

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Ele ficou bem feio, não tiveram dóOs ricos fazem campanha contra as drogasE falam sobre o poder destrutivo delaPor outro lado promovem e ganham muito dinheiroCom o álcool que é vendido na favela

Empapuçado ele sai, vai dar um rolêNão acredita no que vê, não daquela maneiracrianças, gatos, cachorros disputam palmo a palmoseu café da manhã na lateral da feiraMolecada sem futuro, eu já consigo verSó vão na escola pra comer, apenas nada maisComo é que vão aprender sem incentivo de alguémSem orgulho e sem respeitoSem saúde e sem paz

Um mano meu tava ganhando um dinheiroTinha comprado um carroAté Rolex tinha!Foi fuzilado a queima roupa no colégioAbastecendo a playboyzada de farinhaFicou famoso, virou notíciaRendeu dinheiro aos jornais, ham!, cartaz à policiaVinte anos de idade, alcançou os primeiros lugaresSuperstar do notícias populares!

Uma semana depois chegou o crackGente rica por trás, diretoriaAqui, periferia, miséria de sobraUm salário por dia garante a mão-de-obraA clientela tem grana e compra bemTudo em casa, costa quente de sócioA playboyzada muito louca até os ossosVender droga por aqui, grande negócio.Sim, ganhar dinheiro ficar rico enfimQuero um futuro melhor, não quero morrer assim,num necrotério qualquer, um indigente sem nome e sem nada

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O homem na estrada

Assaltos na redondeza levantaram suspeitaslogo acusaram favela para variarE o boato que corre é que esse homem estáCom o seu nome lá na lista dos suspeitos, pregada na parede do bar.

A noite chega e o clima estranho no are ele sem desconfiar de nada, vai dormir tranquilamentemas na calada caguetaram seus antecedentescomo se fosse uma doença incurávelNo seu braço a tatuagem, DVC, uma passagem, 157 na leiNo seu lado não tem mais ninguém

A Justiça Criminal é implacávelTiram sua liberdade, família e moralMesmo longe do sistema carcerárioTe chamarão para sempre de ex presidiárioNão confio na polícia, raça do caralho.Se eles me acham baleado na calçadaChutam minha cara e cospem em mim éEu sangraria até a morteJá era, um abraço!.Por isso a minha segurança eu mesmo faço

É madrugada, parece estar tudo normal.Mas esse homem desperta, pressentindo o malmuito cachorro latindoEle acorda ouvindo barulho de carro e passos no quintalA vizinhança está calada e inseguraPremeditando o final que já conhecem bemNa madrugada da favela não existem leisTalvez a lei do silêncio, a lei do cão talvez

Vão invadir o seu barraco, é a polícia!Vieram pra arregaçar, cheios de ódio e malíciaFilhos da puta, comedores de carniça!

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Já deram minha sentença e eu nem tava na "treta"Não são poucos e já vieram muito loucosMatar na crocodilagem, não vão perder viagemQuinze caras lá fora, diversos calibres, e eu apenasCom uma "treze tiros" automáticaSou eu mesmo e eu, meu Deus e o meu orixáNo primeiro barulho, eu vou atirar.Se eles me pegam, meu filho fica sem ninguémE o que eles querem: mais um "pretinho" na FEBEM.

Sim, ganhar dinheiro ficar rico enfimA gente sonha a vida inteira e só acorda no fimMinha verdade foi outra, não dá mais tempo pra nadaBang! Bang! Bang!

"Homem mulato aparentandoEntre vinte e cinco e trinta anosÉ encontrado morto na estrada doM'Boi Mirim sem númeroTudo indica ter sido acerto de contas entre quadrilhas rivais.Segundo a polícia, a vitima tinha vasta ficha criminal."

Homem nagô 1975 Mateus e Dadinho Os Tincoãs O Africanto dos Tincoãs, RCA

nagô, babalaô, Ifá, Aruanda

Eu vi ele vir de longeEle é nagôEu vi ele falar de IfáEle é babalaô

Veste branco, simE só pensa bemOlhar misteriosoEle me mantem

Iê iê iê iê...Agodilê babalodêTala de logun miçóTemi maiogáVuala di Arunada

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Lavo doiroçuCangazumbaNagô zumbiçaOritié gogáAxé, OlorumAxé, meu pai

Homenagem a Oxalá 1957 João da Baiana João da baiana e seu Terreiro

78 rpm Oxalá, terreiro Mas quem manda no mundobate cabeça pra trabalhar?É meu paix Oxalá, é meu pai Oxalá(bis)Minha mãe Iemanjá me leva, me leva nas ondas do marO seu filho de fé, o seu filho de fé, quer navegar(bis)

Homenagem aos orixás 1963 Jerônimo Jerônimo 78 rpm, Sabiá orixás Mas quem manda no mundoBate cabeça pra trabalharÉ meu pai oxalá éÉ meu pai oxalá.Minha mãe IemanjáMe leva me leva na zona do marO seu filho lhe pede, o seu filho lhe pedeQuer navegar

Iá Omim bum 1987 domínio público Caetano Veloso Caetano Veloso, Philips

Iá Iá Omim (Oxum) Iá omin bumOmirô Dorixá Olelê

Iaiá da Bahia chegou 1954 Clodoaldo Brito e João Melo

Araci Costa 78 rpm, Todamérica macumba, Xangô Iaiá da Bahia chegou,Batuque não pode pararLevanta a poeira do chão,Bate surdo, o pandeiro e o ganzá.

Macumba, ê, ê, ê,Macumba, ô, ô, ô,

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Foi batucar também,Iaiá me enfeitiçou,Ô, ô, Xangô,Ô, ô, iaiá me enfeitiçou

Iaiá do Cais Dourado 1983 Martinho da Vila e Rodolfo

MPB4 História da MPB — Martinho da Vila, Odeon

Gantois No cais dourado da velha BahiaOnde estava o capoeiraA Iaiá também vivaJuntos na feira ou na romariaNo banho de cachoeiraE também na pescariaDançavam juntos em todos fandangos e festinhasE no reisado, contra-mestre e pastorinhasCantavam Iaiá la la la Ia IaiáNa festa do alto do GantoisMas loucamente a Iaiá do cais douradoTrocou seu amor ardentePor um moço requintadoE foi-se emboraPassear em barco a velaJá não era mais aquelaE o capoeira que era valente chorouAté que um dia a mulataLá no cais apareceuAo ver seu capoeira, pra ele logo correuPediu guarida, mas o capoeira não deuDesesperada saiu no mundo a vagarE o capoeira ficou com seu povo a cantar

Iansã 1972 Gilberto Gil e Caetano Veloso

Maria Bethânia Drama, Philips Iansã Iansã comanda os ventosE a força dos elementosNa ponta do seu florimÉ uma menina bonitaQuando o céu se precipitaSempre o princípio e o fimSenhora das nuvens de chumboSenhora do mundoDentro de mim

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Rainha dos raios, rainha dosRaios, rainha dos raiosTempo bom, tempo ruimSenhora das chuvas de junhoSenhora de tudoDentro de mimRainha dos raios, rainha dosRaios, rainha dos raiosTempo bom, tempo ruimEu sou um céuPara as tuas tempestadesUm céu partido ao meio No meio da tardeEu sou um céuPara as tuas tempestadesDeusa pagã dos relâmpagosDas chuvas de todo o amorDentro de mimRainha dos raios, rainha dosRaios, rainha dos raiosTempo bom, tempo ruim

Iansã 1990 Gilberto Gil, Caetano Veloso

Maria Bethânia Maria Bethânia 25 anos

Iansã Senhora das nuvens de chumboSenhora do mundoDentro de mimRainha dos raios, rainha dosRaios, rainha dos raiosTempo bom, tempo ruimSenhora das chuvas de junhoSenhora de tudoDentro de mimRainha dos raios, rainha dosRaios, rainha dos raiosTempo bom, tempo ruimEu sou um céuPara as tuas tempestadesUm céu partido ao meio No meio da tarde

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Eu sou um céuPara as tuas tempestadesDeusa pagã dos relâmpagosDas chuvas de todo o amorDentro de mimRainha dos raios, rainha dosRaios, rainha dos raiosTempo bom, tempo ruim

Iaô 1950 Pixinguinha e Gastão Viana

Pixinguinha 78 rpm, RCA—Victor Oxalá, Xangô, Oxóssi, Nanã, Iemanjá, preto-velho

Akicó no terreiro não tem adiéEu tenho dó dessa gente Que não tem mulher

No jacutá do preto velhoHá uma festa de IaôÔ tem nega de OgumE Oxalá e IemanjáO cabra de Oxóssi é caçadorOra viva NanãNanã BorocôNo terreiro do preto velhoVamos saraváA quem meu pai?Xangô

Iemanjá 1954 Heitor dos Prazeres Heitor dos Prazeres e sua Gente

78 rpm, Colúmbia Iemanjá ???

Iemanjá 1954 Nelson Ferreira e Luiz Luna

Inezita Barroso 78 rpm, RCA—Victor Iemanjá Iemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver mar

Mulher tá na praia Homem tá no marMulher tá rezando pro homem voltarMané foi pra pescaPescar pra viver

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Peixe bom pra comidaPeixe bom pra venderPeixe bom pra comidaPeixe bom pra vender

Iemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver mar

Mulher tá rezandoJá passou da horaMulher tá chorando Meu Deus que demora

Iemanjá tá querendo ficar com ManéIemanjá é rainhaÉ bonita, é mulherIemanjá é rainha, é bonita, é mulher

Iemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver mar

Não foi desta vezDesta vez não seráLá vem a jangadaChegando do marTrouxe pouco peixeMas Mané voltou

Salve Nossa SenhoraSalve Nosso SenhorSalve Nossa SenhoraSalve Nosso SenhorSalve Nossa Senhora

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Salve Nosso Senhor

Iemanjá só se ver marIemanjá só se ver marSó se ver marSó se ver marSó se ver marSó se ver mar

Iemanjá 1969 Baden Powell e Vinicius de Moraes

Baden Powell Baden, vinte e sete horas de estúdio, Elenc

Iemanjá Iemanjá, IemanjáIemanjá é dona Janaína que vemIemanjá, IemanjáIemanjá é muita tristeza que vem

Vem do luar no céuVem do luarNo mar coberto de flor, meu bemDe IemanjáDe Iemanjá a cantar o amorE a se mirarNa lua triste no céu, meu bemTriste no mar

Se você quiser amarSe você quiser amorVem comigo a SalvadorPara ouvir Iemanjá

A cantar, na maré que vaiE na maré que vemDo fim, mais do fim, do marBem mais alémBem mais além do que o fim do marBem mais além

Iemanjá 1971 Carlos Silva Luiz Vieira Em tempo de verdade, Copacabana

Iemanjá ???

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Iemanjá 1990 Gilberto Gil Gilberto Gil Caetano, Gal, Gil e Bethânia, WEA

Iemanjá Iemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver mar

Mulher tá na praia Homem tá no marMulher tá rezando pro homem voltarMané foi pra pescaPescar pra viver

Peixe bom pra comidaPeixe bom pra venderPeixe bom pra comidaPeixe bom pra vender

Iemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver mar

Mulher tá rezandoJá passou da horaMulher tá chorando Meu Deus que demora

Iemanjá tá querendo ficar com ManéIemanjá é rainhaÉ bonita, é mulherIemanjá é rainha, é bonita, é mulher

Iemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver marIemanjá só se ver mar

Não foi desta vezDesta vez não será

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Lá vem a jangadaChegando do marTrouxe pouco peixeMas Mané voltou

Salve Nossa SenhoraSalve Nosso SenhorSalve Nossa SenhoraSalve Nosso SenhorSalve Nossa SenhoraSalve Nosso Senhor

Iemanjá só se ver marIemanjá só se ver marSó se ver marSó se ver marSó se ver marSó se ver mar

Iemanjá 1991 Marquinhos Olodum Da Atlântida à Bahia o Mar é o Caminho, Continental

Iemanjá, Oxumaré, Xangô

O velho pescador segue seu rumo ao marE ouve o canto da sereia em plena lua cheiaIemanjá seu pranto me faz inspirarDeitou seu amor pra nunca mais voltarTransformou-se num rio em lágrimas de dorE no ventre de mãe os seus filhos gerouNascendo de repente, Oxumaré, XangôE na flor do mar já se fez emergir vestida de amor e só pra mim sorrirE o pescador irmão lhe pede pra guiarEntão porque viver e não viver no marOlodum, ô, ô, ô, OlodumMe chama de amor, me chama de amorDo mar...Atlântida existia no centro do marEu sei que o mar é o caminho para todo lugarPlatão o grande sábio em filosofiaMas tudo que acontecia ele descreviaToda a inteligência que o povo continha

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Riquezas e luxúrias pois lá existiaMas onde há o homem existe a ambiçãoE o grande Zeus irado ao ver ficouEnviando água e fogo, ele a devastou

Iemanjá 1995 ??? Dudu Tucci Iemanjá Eu vou te encontrarCommil batuquesEntão contarUma história de amorUma história de dorA história do despertarBrasil chegouCom o mar de IemanjáTrazendo o sambaNo ar de IansãTodo mundo se pôsA sambar, a cantarCom calor e vibraçãoEu vou te chamarCom meus tamboresTe transformarQuero ser o sonharQuero ser o dançarQuero ser o amarPra sambarEste ritmo é um Bom coraçãoBatida puraVibraçãoQue vem da alma Esta canção que euVou cantarUm batuqueUm toqueUm repiniqueUm surdoA caixa e acuícaTamborins e agogôs

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Chamando a vida oh

Iemanjá, rainha do mar 1983 Osny Silva e Sebastião Ferreira da Silva

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

Iemanjá Iemanjá, IemanjáMe dê licençaPara nessas águasPoder me banhar

Na fé que eu tenho em DeusE meu Pai OxaláEu tenho a certezaQue existe IemanjáPois tudo nessa vidaTem uma razão de serPor isso Deus, Nosso PaiNe Terra nos fez nascer

Iemanjá, santa das santas 1954 Lírio Jr. e Henrique Gonçalez

Odete Amaral 78 rpm, Odeon Iemanjá ???

Ifá, um canto pra subir 1987 Vevé Calazans e Walter Queiroz

Maria Creuza Pura Magia, RCA Ifá, Xangô Se é baticum de fé (e é)Ijexá é canto pra subirPra casa do SenhorRumpi, ele é agogô

Sim, sim, sim eu vouEu vou, eu vou

Sim eu vouCaminhando andando sem pararEu sei de onde vimPra mim todo mato é caminho

Se é questão de adivinhar(E é)clarear a vida de Keléum homem e a mulher

É fé, é fé

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É só jogar, jogo do Ifá

Jogo do IfáEu farei a parte que me cabeE merecerei Tim, tim por tim, timÉ lei, é lei, é leiEu chego no BonfimE fé é só jogarJogo do IfáÉ Ijexá XangôCanto pra subirPra casa do SenhorIlê pá pá páÉ rumpi, ele é agogôBaticum de féE fé é só jogarJogo do IfáÉ Ijexá XangôCanto pra subirSenhor do Bonfim

Ifá, um canto pra subir 1990 Vevé Calasans, Walter Queiroz

Margareth Menezes Um canto pra subir Ifá, Ijexá, Xangô Se é baticum de fé (e é)Ijexá é canto pra subirPra casa do SenhorRumpi, ele é agogô

Sim, sim, sim eu vouEu vou, eu vou

Sim eu vouCaminhando andando sem pararEu sei de onde vimPra mim todo mato é caminho

Se é questão de adivinhar(E é)clarear a vida de Kelé

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um homem e a mulher

É fé, é féÉ só jogar, jogo do Ifá

Jogo do IfáEu farei a parte que me cabeE merecerei Tim, tim por tim, timÉ lei, é lei, é leiEu chego no BonfimE fé é só jogarJogo do IfáÉ Ijexá XangôCanto pra subirPra casa do SenhorIlê pá pá páÉ rumpi, ele é agogôBaticum de féE fé é só jogarJogo do IfáÉ Ijexá XangôCanto pra subirSenhor do Bonfim

Igexá, pra quem tem fé 1986 Vevé Calazans e Dito

Vevé Calazans Vevé Calazans, Nova República

saravá, Afoxé, axé, Xangô, candomblé

Pero Vaz, Tacacá, Curumim, Carcará, JaburuSarará, Urubu, Saravá, Guaxinim, AbaráSurubim, Igexá, Rin-Tin-Tin, Xaxaxá, MucuriJererê, Mussuri, Catulé, Caxixi, Jaconé

Canguru, Cangapé, SururuChimpanzé, Calundu, MacalêPererê, Cantará, Cururu, PirajáGravatá, Catendê, Afoxé, RadauêTem axé, na dança do sol de XangôAbebê Igexá pra quem tem féYê Agogô na dança do sol de XangôAbebê Igexá pra quem tem fé

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Carajá, Mucugê, Titiu-Trelelê, AtotôCandomblé, Caribe, Bandolê, Marica, GuaranáSamburá, Arirê, Pão-de-ló, Matatu, ParanáBem me querBem viver – bem quererPra cantar afoxé

Ijexá 1982 Edil Pacheco Clara Nunes Nação, Emi—Odeon Ogum Filhos de GandhiBadauêIlê ayêMalê de balêOgum obáTem um mistérioQue bate no coraçãoForça de uma cançãoQue tem o dom de encantarTem um mistérioQue bate no coraçãoForça de uma cançãoQue tem o dom de encantar

Seu brilho parece um sol derramadoUm céu prateadoUm mar de estrelasRevela a leveza de um povo sofridoDe rara beleza que vive cantandoProfunda grandezaA sua riqueza vem lá do passadoDe lá do Congado eu tenho certezaFilhos de GandhiÊ povo grandeOjulabê catendê babá obáNetos de GandhiPovo de ZambiTraz pra você um novo somIjexá

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Ilê Ayê 1987 Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro

Agepê Agepê, Philips ilê, Aruanda, magia “Ilê Ayê”de, gravação de, disco, 1987.Referências:.

Ilê é ímpar 1996 Aloísio Menezes e Alberto Pita

Ilê Aiyê Ilê Aiyê, Velas Ogum Minha naçao é IlêMinha epiderme é negraTenho vinte um, sou maior de idade

Lindo é subir o CuruzuDifícil é chegar na cidadeSensual feminina da pele divina.Bem faz ao ditado merecerAquela moça da praça, ainda espera pelo IlêE continua com graça até o dia amanhecer

Três vezes sete, de glória, seu nome sua históriaResultado ímpar vinte e umÍmpar é o llê, vinte um fundamento de OgumNão quero nem saberSe o fogo do dragãoAcendeu o cachimbo do saci

Eu estou pro llê, como a costa está pro Marfimllê, vinte umllê, fundamento de Ogumllê, vinte e umllê, quilombo é o Curuzu

Ilê Farol 1990 Carlinhos Brown Chiclete com Banana Jambo, Continental Orunmilá Orunmilá, aloja forteO vulgo de My GodBrother, brother, brotherPara arriba badala somTimbrado no batuquePara arriba badala somTimbrado no batuque, Pop, PopVai o rei na rua cuarTan-tan que dengosoTan-tan que dengoso

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A moça da cura coraEle é o FarolPra minha alma de berços,E lábios carnudosTan-tan que dengosoTan-tan que dengosoYlê FarolNa linha áurea de GuetoSoweto do CuruzuUm tem um, outro outro,Outro um temos todosTan-tan que dengosoTan-tan que dengoso 1,2,3 YlêAyê Aleluia nossaTan-tan que dengosoTan-tan que dengosoMe amarrei na sua corda,Ela é o Farol

Ilu Aye - Terra da Vida 1972 Cabana, Norival Reis

Clara Nunes Clara Clarice Clara Odara, batuque Ilu Ayê, Ilu Ayê, OdaraNegro cantava na nação nagô

Depois chorou lamentos de senzalaTão longe estava de sua Ilu AyêTempo passou e no terreirão da casa grandeNegro diz tudo que pode dizer

É samba, é batuque, é rezaÉ dança, é ladainhaNegro joga capoeiraE faz louvação à rainha

Hoje, negro é terraNegro é vidaNa mutação do tempoDesfilando na avenidaNegro é sensacionalÉ toda festa do povo

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É dono do carnaval

Ilu Ayê (Terra da Vida) 1993 Cabana e Norival Reis

Mestre Marçal Sambas-enredo de todos os tempos, Velas

batuque, reza, nagô Ilu ayê, ilu ayê, odaraNegro cantava na nação nagô

Depois chorou lamentos de senzalaTão longe estava de sua ilu ayêTempo passou e no terreirão da casa grandeNegro diz tudo que pode dizer

É samba, é batuque, é rezaÉ dança, é ladainhaNegro joga capoeiraE faz louvação à rainha

Hoje, negro é terraNegro é vidaNa mutação do tempoDesfilando na avenidaNegro é sensacionalÉ toda festa do povoÉ dono do carnaval

Ilú ayê (terra da vida) 1972 Cabana, Norival Reis

MPB4 Cicatrizes Odara, batuque Ilú ayê, ilú ayêOdaraNegro cantava na nação Nagô

Depois chorou lamento de senzalaTão longe estavaDe sua ilú ayêTempo passouE no terreirão da casa grandeNegro diz tudo que pode dizer

É samba, é batuque, é rezaÉ dança, é latariaNegro joga capoeiraE faz louvação à Rainha

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Hoje negro é temaNegro é vidaNa duração do tempoDesfilando na avenidaNegro é sensasionalÉ toda festa do povoÉ dono do carnaval

Imbarabaô 1958 domínio público Demiécio Arkanasy 78 rpm, Polydor Exu ???

Incompatibilidade de Gênios 1976 João Basco e Aldir Blanc

João Bosco Galos de briga Bruxo DoutorJogava o FlamengoE eu queria escutarMudou de estação,Começou a cantar

Tem maisUm cisco no olhoEla invés de assoprarSem dóFalou que por ela eu podia cegar

Se eu douUm pulo, um pulinho, um instantinho no barBastouDurante dez noites me fez jejuarLevouAs minhas cuecas pro bruxo rezarCoouMeu café na calça para me segurarSe eu tou, ai se eu touDevendo dinheiro e vem um me cobrarDoutor, ai doutorA peste abre a porta e ainda manda sentarAinda manda sentarDepois

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Se eu mudo de emprego queÉ pra melhorarVê sóConvida a mãe dela pra ir morar cá

Doutor, ai DoutorSe eu peço feijão ela deixa salgarCalorMas veste casaco pra me atazanarE hojeSonhando comigo mandou eu jogar no burroE deu na cabeça centena e milhar(Quero me separar)

Ingena 1992 domínio público Gal Costa Gal, BMG—Ariola Ingena Ê ingenaAgô ingenaAcalo ingena

Inhaçã 1953 Sussu e Magalhães Sussu 78 rpm, Odeon Iansã ???

Inhansan 1930 Amor (Getúlio Marinho da Silva)

Amor (Getúlio Marinho da Silva) com Conjunto Africano

78 rpm, Odeon Iansã ???

Injuriado 1981 Eduardo Dusek Céu da Boca Céu da Boca, distribuição independente

macumba Mas!...Não é que eu tava numa mais ou menosAndando com a rapaziada catita e legalMas de repente detalhes pequenosMe fizeram entre outras coisas sair do normalEu fui ficando pouco a pouco injuriadoMal humorado, abandonadoSem até poder amarA tal da crise deixou minha vida malucaCom vontade na TijucaDe voltar lá pra Copacabana!Fui à macumba, pedi baixa no empregoMe botaram numa clínica

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

E depois fui viajarFoi só depois então que pude constatarQue não adianta fazer nada pra essa coisa melhorar

Inspiração 1992 Evany, Márcia e Jailton Dantas

Banda Mel Banda Mel, Continental

orixás Olha o swing da neguinha aquiOlha o swing da Bahia aíOlha o swing do negão alíOlha o swing da Bahia aí

Vem dos tambores e orixásEssa força que nos fazSubir a sagrada colinaAo encontro do paiVem de Dulce a santa luzDe um sorriso que seduz A esperança no amanhã

Vem da capoeira a tradiçãoDe Itapoã a inspiraçãoA nossa ginga e culturaMeu irmãoVem dessa terra todo amorTerra santa que o SenhorDo Bonfim abençoou

Já não demora Do sol levantarDo santo subirE eu confessar Que amo você

Inspiração 1994 Ná Ozzetti e Itamar Assumpção

Ná Ozzetti Ná Ozzetti, WEA Oxumarê, Iansã Essa cançãoEu fiz pra vocêNão foi assimFazer por fazerSem quererEntão Deu pra perceber

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Que mar é marE eu sereiaAqui na terra dos marujos lobosBobosEssa cançãoEu fiz po prazerTem mais que eu queria dizerAntes da meia noiteAntes que você váDormir e não dêEu fiz pensando em vocêEssa canção É para encantar vocêE quem acaso ouvi-la tambémEntão deu pra entenderQue sol é solE eu sereiaAqui na Terra azulComo lá no céu, azulEssa cançãoÉ pra navegarQuero que sejaAgora meu parParceiro nessa ondaParceiro nesse marDe maré brabaQuero singrar com vocêCantar comigo e irmos aíPelo mundo aforaVasto mundo de meu DeusEnquanto existirmosOh meus saisOh OxumaréAmor, calorAreia nos pésNossos pésEntãoDeu pra aprender

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Que céu é céuE eu IansãNeste planeta blueSolto, redondo, tortoEssa cançãoEu fiz por quererTem mais que euQueria dizerQue eu já disse tudoQue tinha pra dizerNessa cantigaQue fiz pensando em você

Ioiô você quer? 1930 Cícero de Almeida Idelfonso Norat 78 rpm, Colúmbia feitiço Ioiô você quer comer vatapá,Gostoso e bem feito por mão de Iaiá,Se já provou o acarajé meu bem,Muqueca de peixe, gostoso aberê.

É lá na Bahia que tem tudo isso,Morenas dengosas que fazem feitiço,Tem os olhinhos pretinhos, virados,Que botam na gente o tal de olhado.

Que saudade que tenho lá da Bahia,Terra boa pra gente fazer folia,Tem um santo muito forte, milagroso,Do Brasil um santo velho e poderosoE no samba as baianas tem que irCom sandálias de veludo e marroquim,Pois na Penha vão fazer as omelitaE rezarem na Igreja do Bonfim.

Irerê 1978 César Costa Filho e Paulo César Pinheiro

César Costa Filho César Costa Filho, Continental

axé Irerê pássaro cativoIrerê braço de galéIrerê negro fugitivoIrerê príncipe Guiné

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Ferro quente faz sinalMarca de senhor qualquerIrerê parte o grilhãoMata um montãoCai do porão na maré

Irerê pássaro proscritoIrerê revolta a raléIrerê chamado malditoIrerê do Abaeté

Mato virgem, palmeralNegro malho finca o peIrerê cerca um rençãoChama os irmãosFunda a naçãoDo povo Aché

Irerê pássaro caçadoIrerê pelos coronéIrerê com seus comandadosIrerê do Abarté

Luta armada marcialLuta quem ser livre querMas é mil contra um milhãoSoa o canhãoTomba no chão o rei Guiné

Irerê passarinho mortoIrerê filho do QueléIrerê... mas Guiné tem outroIrerê, seu filho Irerê

Já andei 1940-49

Pixinguinha, Donga e João da Baiana

Zaira e Senna 78 rpm, Victor mandinga, patuáJá andei pelo mundo afora - já andeiJá andei, ê , ê, ê, ê, - já andeiJá andei pelo mundo afora....

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Dei um tiro de garucha - já andeiRespondeu o bacamarte - já andeiMas não poude te falhar - já andei

Quem não pode não intima - já andeiDeixa quem pode intimá - já andeiQuem não pode com mandinga - já andei.Não carrega patuá - já andei

Já voltei da Bahia 1942 Henrique Almeida e Estanislau Silva

Odete Amaral 78 rpm, Odeon feitiço Eu já voltei da Bahia, nêgo,Cheia de felicidade,Melhorei minha vida,Melhorei de verdade.

Eu sou bem feliz cantando assim:Me salvei lá no Bonfim, eh!Se eu não fosse o que seria de mim.

Eu estava enfeitiçada,Dava um azar sem ter fimDesmanchei o tal feitiço, Agora a sorte é pra mim.

Se não fosse o nego velho,Eu até hoje sofria,Se eu soubesse a mais tempo,Já tinha ido à Bahia, eh!

Jardim de Alah 1997 Rita Lee e Mathilda Kovack

Rita Lee Santa Rita de Sampa, Polygram

Iemanjá Dizímo com quem andasE eu te direi quem ésEm terra de bom ladrãoVão-se os dedos, ficam os anéisJeová a luta pastor alemãoHeaven's gate está em liquidaçãoUm lixo na boca do céuA César o que é de DeusAdeus, mundo cruel

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Serpente ou não serpenteEis a tentaçãoCompre coração de EvaPor costela de AdãoSerpente ou não serpenteEis a tentaçãoDalila cortou os cabelosE o pau de SansãoCrente que estou abafandoDaime Santo para vomitarMata Hare Krishna espionandoTestemunhas de IemanjáToma chocolate, paga lo que devesAté aí morreu Tancredo NevesHaja guerra santa pra tanta pazAté aí já foi de retro Barrabás

Jeito de tatuagem 1975 Bira e Cantoni Agepê, Moro onde não mora ninguém, Continental

Jurema, feiticeira Jurema, Jurema na beira da praia com olhar de feiticeira prendeu na barra da saia o amor de um capoeira no brilho da estrela Dalva viu seu amor chegar e o sorriso da morena parecia lua novapasseando pelo marei! camará, ei! camará do outro da pedreira um galo preto cantou veio outro capoeira pediu passagem e chegou rezando pra ter coragem como seu mestre mandou um corpo rolou pela margem da praia de São Salvador com jeito de tatuagem que a luz da Bahia riscou hum hum hum hum hum hum

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hum hum hum hum hum hum

Jurema olhando prás águas encheu-se de mágoas e pôs-se a chorar e a menina dos seus olhos parecia lua cheia brilhando na areia, no fundo do mar Ô Jurema, Ô Jurema Teus olhos tem tanta pena que não dá no seu olhar.

João do Pulo 1986 João Bosco e Aldir Blanc

João Bosco Cabeça de nego, Polygram

Xangô Pulou o Brasil do triPulou e tremeu de dorAo ver o pulo do gato cortadoCortada a perna de luz, cortadaA claridade do raio de XangôFechou o Brasil do triTristetritrovejouDe dor o povo pulou pra frenteSemente o sangue do herói, sementeÔ, pula João! Ô, kauô Xangô!

João como um João qualquerJoão de sangue Afro-TupiDe príncipe a escravo a preto-fôrroDe operário a novamente herói do morroAprendeu a resistirNa favela, a tribo passa fome de cachorroÉ um osso duro de roerMas toda a resistência corre em meu socorro

Valoriza, herói, todo sangue derramado Afro-Tupi!Combate, Malê! Dá três pulos aí Saci!Se atira no espaço por nós Zumbi!Joga a chibata, João, no mar que te ampliou!Ah, olha o raio de luz: Kauô Xangô!Nosso país infeliz também pulou

Jogando Caxangá 1997 Tadeu de Obatalá, Rosa Reis Rosa Reis, selo Gantois, axé Partiu o navio negreiro

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Bola de Brilhante e Carlos Gomes

independente Levado pelo balanço do marLá vai o meu povo de UgandaRegido pela banda do luarVelhas poesias de porõesA noite foi feita pra cantarJogando jogando a paciênciaUganda vai jogando caxangáÔ ô ô jogando caxangáÔ ô UgandaMostrando a cultura de uma raçaEm frente meu povo vamos láCorrentes não amarram quem faz sambaE o bumba boi quem gosta de cantarAo som do Akomabu Filhos de GandhyDeboche quem não gosta de dançarJogando jogando a paciênciaUganda vai jogando caxangáÔ ô ô jogando caxangáÔ ô UgandaAxé para o meu povo de UgandaO mundo vem ao Rio para ver seu CarnavalAxé para o meu povo de UgandaFaz hino da Bahia um Gantois

José 2000 Siba Mestre Ambrósio Mestre Ambrósio, Mestre Ambrósio Produções e Edições Musicais

umbanda Não fique de boca aberta, ZéEm cidade que for chegandoZé...

Zé...Tem que tomar cuidado, Zé!Tem casa amarelaTem casa vermelhaTem casa com fomeTem casa na ceiaTem casa com florzinha na janelaTem cabra que eu não sei

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Que malvadeza é aquelaNa rua do MarmeleiroNa frente da casa do coveiroTão te esperando, Zé!

Zé...Tem que tomar cuidado, Zé!Tem arma de bala,Cacete, bengala,Tem faca e serrote,Punhal, cravinote,Soldado sem farda,Revóve, espingardaNo meio da cidadeVão te deixar nuE nesse lunduSem querer razãoAté com a mão Vão querer dar em tu

Zé...Tem que tomar cuidado, Zé!

Entrou pela frenteSaiu por detrásPuxou por um ladoMexeu e lá-vaiJosé não tem medoNem do Satanás

Não fique de boca aberta, ZéEm cidade que for chegandoTerra alheia, pisa no chão devagar

Jubiabá 1972 Martinho da Vila Martinho da Vila Batuque na cozinha, RCA

feitiço Negro Balduíno, belo negro baldoFilho malcriado de uma velha tiaVia com seus olhos de menino espertoLuzes onde luzes não havia

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Cresce, vira um forte, evita a morte breveLeve, gira o pé na capoeira, lutaBruta como a pedra, sua vida inteiraCheira a manga espada e maresia

Tinha a guia que lhe deu JubiabáQue lhe deu JubiabáA guia

Trava com o destino uma batalha cegaPega da navalha e retalha a barrigaFofa, tão inchada e cheia de lombrigaDa monstra miséria da Bahia

Leva uma trombada do amor ciganoEntra pelo cano do esgoto e pulaChula na quadrilha da festa juninaTodo santo de vida vadia

Tinha a guia que lhe deu JubiabáQue lhe deu JubiabáA guia

Alva como algodão e tão maciaComo algo bom pra lhe estancar o sangueComo álcool para desinfetar-lhe o corteComo cura para a hemorragia

Moça Lindinalva, morta, vira fardoCarga para os ombros, suor para o rostoLuta no labor, novo sabor, labutaFeito a mão e não mais por magia

Tinha a guia que lhe deu JubiabáQue lhe deu JubiabáA guia

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Negro Balduíno, belo negro baldoSaldo de uma conta da história cruaRua, pé descalço, liberdade nuaUm rei para o reino da alegria

Tinha a guia que lhe deu JubiabáQue lhe deu JubiabáA guia

Jubiabá 1986 Gilberto Gil Gilberto Gil Soy loco por ti América, WEA

Jubiabá, guia Negro Balduíno, belo negro baldoFilho malcriado de uma velha tiaVia com seus olhos de menino espertoLuzes onde luzes não havia

Cresce, vira um forte, evita a morte breveLeve, gira o pé na capoeira, lutaBruta como a pedra, sua vida inteiraCheira a manga-espada e maresia

Tinha a guia que lhe deu JubiabáQue lhe deu JubiabáA guia

Trava com o destino uma batalha cegaPega da navalha e retalha a barrigaFofa, tão inchada e cheia de lombrigaDa monstra miséria da Bahia

Leva uma trombada do amor ciganoEntra pelo cano do esgoto e pulaChula na quadrilha da festa juninaTodo santo de vida vadia

Tinha a guia que lhe deu JubiabáQue lhe deu JubiabáA guia

Alva como algodão e tão macia

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Como algo bom pra lhe estancar o sangueComo álcool pra desinfetar-lhe o corteComo cura para a hemorragia

Moça Lindinalva, morta, vira fardoCarga para os ombros, suor para o rostoLuta no labor, novo sabor, labutaFeito a mão e não mais por magia

Tinha a guia que lhe deu JubiabáQue lhe deu JubiabáA guia

Negro Balduíno, belo negro baldoSaldo de uma conta da história cruaRua, pé descalço, liberdade nuaUm rei para o reino da alegria

Tinha a guia que lhe deu JubiabáQue lhe deu JubiabáA guia

Julgar é missão divina 1969 João Machado e Hélio Simões

Elza Soares e Miltinho

Elza, Miltinho & Samba, Odeon

mandinga, Iansã, Oxum, Iemanjá, Janaína

Fui ver a janaina nas ondas do marE fui pedir a Janaina pra você voltarFui ver a janaina nas ondas do marE a mandinga que fizeram ela vai quebrarLevei, perfume e florFui pedir por meu amor, que me enche o coração Que saudadeAinda, quero viver, dominando o seu quererTal o vento faz com as ondas do marChutar, é a missão divinaQuem chutou foi Janaina, você vai ter que voltar

Minhas noites são tão friasMinhas horas tão vaziasEsta faltando seu amor, seu calor, seu amor

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Vem aquecer meu coração, tudo o mais é ilusão Minha flor não vai murchar, e secar

Chutar, é a missão divinaQuem chutou foi Janaina, você vai ter que voltar(bis)

Salve Oxum, salve iemanjá

Jurema, jureminha 1977 J. B. de Carvalho, adapt. Fernando Mendes

Fernando Mendes Fernando Mendes, Emi—Odeon

Oxum, Jurema, Iemanjá, Pai Miguel

Eu vi mamãe Oxum na cachoeiraSentada na beira do rioColhendo lírio, lírio-êColhendo lírio, lírio-áColhendo lírioPra enfeitar nosso gongá

Jureminha, juremáSuas folhas cairam-seOh, JuremaDentro deste gongá

Passei numa encruzilhadaE frango, charuto e velaSerá que fizeram aquiloPra me ver distante dela

Na beira do mar eu viOs passos de IemanjáSerá que ela pitou aquiSerá que voltou pro mar

Eu sou tão pequenininhaMas posso te ajudarSó quero ganhar depois Bala, doce e guaraná

O meu galo cantouNa rompida da aurora

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O Pai Miguel chegouO Pai Miguel foi embora

Justiça de Xangô 1983 Osny Silva e J. Neves

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

Xangô Preta velha avisouQue eu precisava me cuidarSendo filho de XangôA cabeça eu tinha que raspar

Meu Pai é guerreiroÉ santo forteNa batalha ele é o vencedorQuem comigo demandarVai enfrentar a justiça de Xangô

Caô, caô, salve XangôCaô cabecilêA justiça do meu Pai Xangô

Kaô 1998 Rodolfo Stroeter e Gilberto Gil

Gilberto Gil O sol de Oslo, Pau Brasil

Obá, Xangô KaôObá obá obá obá obáObá obá obá obá obáObá obá obá obáXangô baobá obá XangôKaôObá obá obá obá obáObá obá obá obá obáObá obá obá obáXangô baobá obá XangôKaôKabi êci léKabi êci léKabi êci léKabi êci léKaô kaô kaôBaobáObá obá obá obá XangôObá obá obá obá obá XangôObá obá obá obá Xangô

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Obá obá obá obá obá

Kiningé 1976 Onias Camardelli Grupo Zambo Bahia, Grupo Zambo, Discos Marcus Pereira

Odoiá (Iemanjá) Kiningé, Kiningé OduÉ Dimanjá, ôAcô CabeessêIá Omirô

OdoiáManjabôMãe do MarIá OiôInaêVirgem SantaAgô, IêRainha do Mar

Ê ô, ê ô, ê ô...

Lá vem pedra 1979 Sergio Ricardo Sergio Ricardo Do lago à cachoeira, Continental

Macumbeira, orixás Que lugar é esseBato ninguém abre a portaChamo ninguém respondeGrito mas ninguém vem me escutarCanto ninguém me acompanhaBatuco e não vejo ninguém sambarÔpa que lá vem pedraSe abaixe ou pule na fogueiraBate que bate vela chamandoO vento jangadeiroBate que bate roupa na tinaA sina lavadeiraBate o pandeiro e o berimbauNo toque da capoeiraBate que cheiro é esse que bateÉ incenso de macumbeiraOi que medo é esseÔpa que lá vem pedraSe abaixe ou pule ma fogueiraQue saber é esse

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Que cala o entendimentoGira em torno de si mesmoComo se só ele fosse bambaNa verdade verdadeiraPra que batucada se não tem samba

Brilha a estrela em noite de orixásOi lá vem pedraAcabar com a batucadaQue não tem samba

Ladainha 1972 Zé da Bahia Eliana Pittman Eliana Pittman, Odeon

patuá, Xangô Atencao papai mamãeA benção que eu já vouAdeus painha, mainha, que galo cocorocô

Vou levando um bornáCarna de sol com farinhaMeu patuá de XangôMeu livro de ladainha(bis)Vou por o pé na estrada, vou para o Rio de JaneiroLevo saudades Bahia, saudades do meu Juazeiro

(bis).

Ladeira do Pelô 1989 Betão Gal Costa Plural, RCA Aganju (Xangô), axé Olodum, negro eliteÉ negritudeDeslumbrante por ter magnitudeIntegra no canto toda a massaQue vem para a praça se agitarSalvador se mostrou mais alertaCom o bloco Olodum a cantarLê lê oLê lê lê ôLê lê lê ôÊ aê aÊ aê aLê lê lê ô

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Ê aê aÊ aê a

Aganju, alujá, muito axéCanta o povo de origem nagôO seu corpo não fica mais inerteQue o bloco Olodum já pintouLê lê oLê lê lê ôLê lê lê ôÊ aê aÊ aê aE eu vouE eu vouE eu vou

Vou subindo a ladeira do PelôBalançando a banda pra láBalançando a banda pra cáBalançando a banda pra láBalançando a banda pra cáEu falei OlodumOlodumSalvador, minha Bahia, capitalEu falei OlodumOlodumSalvador, minha Bahia, capitalMe leva que eu vouSou Olodum, Deus dos DeusesVulcão africano do PelôEu vouNa sexta-feira eu vouVou subindo a ladeira do PelôAganju, alujá, muito axéCanta o povo de origem nagôO seu corpo não fica mais inerteQue o bloco Olodum já pintou

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Lado B Lado A 1999 Falcão, Lauro Farias, Marcelo Lobato, Marcelo Yuka, Xandão

O Rappa Lado B Lado A Exú, Iemanjá, despacho, oferenda

Se eles são ExuEu sou IemanjáSe eles matam o bichoEu tomo banho de marCom o corpo fechadoNinguém vai me pegarLado A lado BLado B lado A...No bê abá da chapa quenteEu sou mais Jorge BenTocando bem altoNo meu walkmanEsperando o carnavalDo ano que vemNão sei se o anoVai ser do malOu se vai ser do bemSe vai ser do bemDo bem, do bemSe vai ser do bemSe vai ser do bem, do bemDo bem!...O que te guarda a lei dos homensO que me guarda a lei de DeusNão abro mão da mitologia negraPara dizer queEu não pareço com vocêHá um despachoNa esquina pro futuroCom oferendasCarimbadas todo diaE eu vou chegarPedir e agradecerPois a vitória de um homemAs vezes se escondeNum gesto forteQue só ele pode ver...Eu sou guerreiro

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Sou trabalhadorE todo dia vou encararCom fé em DeusE na minha batalhaEspero estar bem longeQuando o rodo passar!Espero estar bem longeQuando tudo isso passar...(2x)

Lágrima do Sul 1985 Milton Nascimento e Marco Antônio Guimarães

Milton Nascimento Encontros e despedidas, Barclay

orixás ReviverTudo o que sofreuPorto de desesperança e lágrimaDor de solidãoReza pra teus orixásGuarda o toque do tamborPra saudar tua belezaNa volta da razãoPele negra, quente e meigaTeu corpo e o suorPara a dança da alegriaE mil asas pra voarQue haverão de vir um diaE que chegue já, não demore, nãoHora de humildade, de acordarContinente e maisA canção segue a pedir por ti

África, berço de meus paisOuço a voz de teu lamentoDe multidãoGrade e escravidãoA vergonha dia a diaE o vento do teu sul é semente de outra históriaQue já se repetiuA aurora que esperamosE o homem não sentiuQue o fim dessa meldadeÉ o gás que gera o caos

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É a marca da loucuraÁfrica em nome de DeusCala a boca desse mundoE caminha, até nunca maisA canção segue a torcer por nós

Lagrimãe 1993 Luis Dillah Luis Dillah Que nem eu, BMG—Ariola

Iemanjá Mãe de minha carneGuardiã do meu espíritoQue salta dos meus olhosEm direção à vidaPulsa no meu sangue o teu sangueSempre a força bossa guiaMãe do meu coraçãoSe me pego aqui vivendoEssa existênciaÉ porque me desteA chance de crescerAos olhos do paiYemanjá mãe d’águaProteja seu sorriso, sua lágrimaMãe do meu coraçãoQue a luz da divindadeEsteja em seu caminho,Sua estradaMãe da cançãoVou seguindo meu destinoMinha voz, meu instrumentoMinha fé, minha vontade de viverYemanjá mãe d’águaProteja meu caminho, sua estradaMãe de meu coraçãoQue a luz da divindadeEsteja em seu sorriso, sua lágrimaMãe da canção

Lágrimas de Oxum 1980 João Ricardo Xavier e Evaldevino Ponciano Xavier

Maria Aparecida Foram 17 anos, CID Oxum A água nasce nos rochedosAtravés das matas, onde os caboclosVão beber

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Onde Oxum chorou, chorou, chorouPra teus filhos proteger

A água cai na cachoeiraE depois rola pro marRola pro mar

Salve a senhora das águas do rioOh! mi-ie-ieu minha mãe OxumVamos saraváSaravá - é vamos saraváSalve Oxum, MenenseOxum Torquense e Apará

Lambuzada de dendê 1994 Itamar Assumpção Itamar Assumpção Bicho de Sete Cabeças Vol. II, Baratos Afins

axé, Oxum Quero tê-la quero você quero verQuero vê-la lambuzada de dendêQuero tê-la quero quero quero verQuero vê-la lambuzada de dendêQuero vê-la lambuzada de dendêQuero vê-la lambuzada de dendêDa cabeça para baixo mexerDançar samba lambada ilê iê iêUmbigada merengue reggae e baléUmbigada merengue reggae e baléQuero tê-la quero ter o seu axéQuero tê-la comigo no BadauêMinha estrela minha guia minha féQuero tê-la quero você quero verQuero tê-la quero você quero verQuero tê-la quero você quero verQuero vê-la lambuzada de dendêQuero tê-la quero quero quero verQuero vê-la lambuzada de dendêQuero vê-la lambuzada de dendêQuero vê-la lambuzada de dendêDançar batucada e maculelêDesde a noite até o sol nascerDançar sobre as águas minha Oxum

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MaréDançar sobre as águas minha Oxum MaréQuero tê-la para sempre na GuinéEm Panamaribo Jamaica ou QuebecQuero vê-la num vídeo numa TVQuero vê-la na tela do CaribéQuero vê-la na tela do Caribé

Lamento de Inhaçã 1952 João da Baiana João da Baiana 78 rpm, Odeon Andorinha voou, voou voouFoi pra perto de nosso senhorBisQuando eu venho de Angola, quem manda tirarEu venho na Irene mandar saraváEu quebro a cadeiraEu quebro a jubaEu tiro a milonga do fundo do marAndorinha voou, voou voouFoi pra perto de nosso senhorAndorinha voou, voou voouFoi pra perto de nosso senhorQuando chegar lá no céu, andorinhaFoi Jesus Cristo que levouQuando chegar lá no céu, andorinhaFoi Jesus Cristo que levouEsses zifiu do unicampo é corredorE cachorro no mato é caçadorOlha o vento levou deixa levarSe a andorinha voou deixa voarAndorinha voou, voou voouFoi pra perto de nosso senhorAndorinha voou, voou voouFoi pra perto de nosso senhorQuando chegar lá no céu, andorinhaFoi Jesus Cristo que levouQuando chegar lá no céu, andorinhaFoi Jesus Cristo que levouQuem me chama, me chama de babalaô

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Cadê tamboreto que eu quero jocôChegando no céu, ago pra nanaPede maleme a mamãe IansãAndorinha voou, voou voouFoi pra perto de nosso senhorAndorinha voou, voou voouFoi pra perto de nosso senhorQuando chegar lá no céu, andorinhaFoi Jesus Cristo que levouQuando chegar lá no céu, andorinhaFoi Jesus Cristo que levou

Lamento de Oxum 1953 João da Baiana João da Baiana no seu Terreiro

78 rpm, Odeon Oxum ???

Lamento de Xangô 1952 João da Baiana João da Baiana 78 rpm, Odeon Xangô ???

Lavagem do Bonfim 1993 Gilberto Gil Gal Costa O sorriso do gato de Alice, BMG—Ariola

lavagem do Bonfim Lavagem do Bonfim na quinta-feiraSai da Conceição da praia a primeiraTalagada de batida na praça do cairoLevanta a pista ao alto LacerdaMais parece um corredor que enveredaUma pista de corrida, correr pro céu azulOlha a vertigem virgem MariaTe segura criatura que o diaInda tá menino moço, o almoço inda tá cruSegura bem na mão da meninaPoupa teu coração que é só na colinaQue o santo serve o caruruTimbau, pandeiro, som de guitarraTanta roupa branca, tanta algazarraZona franca de folia, de fé, de devoçãoFoto de lambe-lambe alegriaVai passar pelo moinho da BahiaMais de trinta graus de calor, amor e emoçãoLembra bem dos degraus da igrejaGuarda um pouco de suor pra que seja

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Misturado às águas e as mágoas de lavar o chãoFaz tempo que passou da calçadaSegura os joelhos nessa chegadaQue o peito arde de paixão

Lavanda 1997 Carlinhos Brown Daúde Daúde#2, Natasha Records

Xangô, Oxóssi Anjo chama baía na porta de tia E parte pro mato cortar lenhaCom machado de prata Xangô que a guiaDadá chama Oxóssi mata lembraUm barco de banda corta laser, kicongo, kimbombo é linguajarMulando refogando jembéXequerê vara mata adentrarAi ai ai ui ui ui ai ai ai ui ui ui

Guarda um feixe de lenhaNa porta do diaNa volta na certa me diráMamãe zela esteira que noite dormirPapai zela alça de miraEnche mar para conta de um erêPassará fora a trouxa do iraráCeifará algodão por um milênioDepois de caiar casa descansar

Ensaboei, ensaboei, ensaboei toda roupa de vezE assim a sina canta pra santa Da mina que mora na mata do AngoráQualquer olho é manteiga se vê nas ruelasUm coro à capela quizilaNé demais de minha conta lhe dizerNé demais de minha conta lhe falarO ministro do canto é o mistérioE o mistério é dono do encantarEnsaboei, ensaboei, ensaboei toda roupa de vez........... ai ai ai ui ui ui ...........

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Le foud’es vous 1991 Dito Marco Monteiro Delírios e luzes Exú Chá de alumã, iô, iôCachaça tem todo diaCaboco que vem d’AngolaTem a cara da Bahia, ê

É jambo, jambo, jambôÉ lá mandingaRemexe, mexe, bunda lê lêEsfrega, esfrega êNa nossa gingaÉ rendez vous, lá sicieté

E só quem tem mãe no mangueÉ que não dançaCom medo de revelarA sua herança, ê

No rala, ralaQue aprendi na FrançaAlons enfantDe la patrieBalança a pança

Lê foud’es vousPetit-poisBumbum lolóArmário de mulher-damaTem gravata e paletó ê

Tem mixetêSamussum, maculelêTem pó de ExuQue é pra acabar seu calundu ê

É de doerQuando não tem o que comer

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É de lembrarQuando só tem amor pra dar

Le fudez vouz 1990 Dito Banda Mel Prefixo de Verão, Continental

Exu Chá ce Alumã io ioCachaça tem todo diaCaboclo que vem de AngolaTem a cara da BahiaÉ jambo jambo jamboDe lá mandingaRemexe mexeBunda le lêEsfrega, esfregaNa nossa gingaRendez vouzLa societéSó quem tem mãe no mangueÉ que não dançaCom medo de revelarA sua herançaO rala rala caPrende na FrançaAlons ensantDe lá patrieBalança a pançaLe fudez vouzPetit pouiBum bum xoxóArmário de mulher damaTem gravata e paletóTem mixeté saramussumMaculelêTem pó de ExuQue é pra acabarSeu calunduÉ de doer quando não tem o que comerÉ de lenharQuando só tem amor pra dar

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Leguria 2000 Zé Duda Zé Duda Maracatu Atômico, Cavalo Marinho

Mestre Caboclo Muito obrigado, meu povoFiz coisa que admireiFoi chegar no estúdioHoje, a primeira vez

Eu inda era criançaJá apitava bonitoQuanto mais eu fico velhoMais o peito é bom no grito

O meu Mestre CabocloTá aqui, em minha frenteEle é quem mata a saudadeQue meu peito velho sente

Leo, meu caboquinho novoMas já faz tudo que mandoSe eu não falasse em vocêIa terminar chorando

Leilão 1998 Heikel Tavares e Juracy Camargo

Pena Branca e Xavantinho

Coração Matuto, Paradoxx Music

mãe-de-santo De manhã cedoNum lugar todo enfeitadoNóis ficava amontoadoPra esperar o comprador

Depois passavaPela frente do palanqueAfincado ao pé do tanqueQue chamava bebedô,E nesse diaMinha véia foi compradaNuma leva separadaDe um sinhô mocinho ainda

Minha veinhaEra a frôr dos cativeirosFoi inté mãe do terreiroDa famia dos kambinda

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

No mesmo diaQue levaram minha pretaMe botaram nas griêtaQue é pra mode eu não fugirE desde então o preto véio a percurôFicou véio como tôMas como é grande este Brasil

E quando veioDe Izabé as alforriaPercurei mais quinze diasMais a vista me fartou

Só peço agoraQue me leves a Sinhá IzabéQuero vê se tá no céuMinha véia meu amor

Lembadilê 1979 Wando Wando Gazela, Copacabana Oxalá, Oxaguiã, Oxalufã

Oxalá, OxaláOxaguiã, OxaguiãOxalufã, OxalufãOnissasá, OnissasáLembadilê

Senhor da noiteLembadilêSenhor do diaLembadilêSenhor de JoséLembadilêSenhor de MariaSenhor de mimLembadilêSenhor de tiLembadilêSenhor da BahiaLembadilê

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Senhor do Bonfim

Êpa ê babá ba êLembadilêÊ kekê babá ê báLembadilê

Oxalá, OxaláOxaguiã, OxaguiãOxalufã, OxalufãOnissasá, OnissasáLembadilê

Êpa ê babá ba êLembadilêÊ kekê babá ê báLembadilê

Lembrando Zé Pereira 1976 Zuzuca Jair Rodrigues Minha hora e vez, Phonogram

saravá Meu samba é fato, É uma história que temSeu passado de glóriaE é um motivo infernal.Oh gente!Estou lembrando Zé PereiraQue durante a vida inteiraComandou o carnaval.

Tum, tum, tum, na PavunaNão marcou bobeiraTum, tum, tumSaravá, viva Zé Pereira Gente da PavunaGente da Central, gente de MadureiraSem citar a Praça OnzeEstácio de SáSalgueiro e MangueiraImpério e Portela também

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Fizeram zueiraNo compasso do tamancoEra samba a noite inteira

Lenda das sereias, Rainha do mar

1988 Vicente Mattos e Dinoel e Arlindo Velloso

Marisa Monte MMEmi-Odeon Ogunté, Marabô, Caiala, Sobá, Oloxum, Inaê, Janaína, Iemanjá

Ogunté, MarabôCaiala e SobáOloxum, InaêJanaína e Iemanjá

O mar, misterioso marQue vem do horizonteÉ o berço das sereiasLendário e fascinante

Olha o canto da sereiaIalaô, Oquê, IaloáEm noite de lua cheiaOuço a sereia cantar

E o luar sorrindoEntão se encantaCom a doce melodiaOs madrigais vão despertar

Ela mora no marEla brinca na areiaNo balanço das ondasA paz ela semeiaE que é?

Ogunté, MarabôCaiala e SobáOloxum, InaêJanaína e Iemanjá

Lenda das sereias, rainhas do mar

1975 Vicente Mattos, Dionel e Arlindo Velloso

Roberto Ribeiro disco compacto, Emi—Odeon

nomes de Iemanjá: Ogunté, Marabô, Caiala, Sobá,

Ogunté, MarabôCaiala e SobáOloxum, Inaê

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Oloxum, Ianaê, Janaína

Janaína e Iemanjá

O mar, misterioso marQue vem do horizonteÉ o berço das sereiasLendário e fascinante

Olha o canto da sereiaIalaô, Oquê, IaloáEm noite de lua cheiaOuço a sereia cantar

E o luar sorrindoEntão se encantaCom a doce melodiaOs madrigais vão despertar

Ela mora no marEla brinca na areiaNo balanço das ondasA paz ela semeiaE que é?

Ogunté, MarabôCaiala e SobáOloxum, InaêJanaína e Iemanjá

Lenda do pescador 1976 Nenem e Pintado Nosso Samba Nosso samba, Emi—Odeon

Oxalá Ei, sereia, sereia, não quero ouvir seu cantar, sereia (coro)

Com a sua permissão, com a fé em oxaláEu pego a minha canoa e vou para o alto marPois é nele que eu encontroMeio de sobreviver(?) eu peço para beber

Coro

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Mestre J pescador, (?)Dizem que ouviu seu canto, se afogou no desencantoFicou cego ficou surdo, e ficou mudo tambémPra não desvendar a lenda, que você sereia tem.

Quando eu volto no mar,Mestre J está na areiaEu lhe abraço e faço precesPra nunca lhe ouvir sereiaQueira deus que essa lendaSeja pura ficçãoEu sou (?) do marE o mar é meu ganha pão

Coro

Lenda nagô 1977 Joel Menezes e Noca da Portela

Agepê Agepê, Continental Xangô, Oxumarê, Nanã, Ifá

Êh! Inaê Quem te magoou, InaêVou pedir malembe a XangôAgô- iê

Inaê se apaixonouPelos olhos de OpeléQue só desengano deixouRemando contra a maré Ayacô, deusa da noiteQuem roubou o seu amorFerindo mais que um açoiteBulindo mais que uma dor

Êh! Inaê Quem te magoou, Inaê Vou pedir malembe a XangôAgô-iê

Opelé negro corisco Mensageiro de IfáSe seu braço fez um risco

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Ayacô se fez luarMas no rosto de NanãReside um resto de fé Pegou o seu TalismãE chamou Oxumaré

Êh! Inaê Quem te magoou, Inaê Vou pedir malembe a XangôAgô-iê

Oxumarê que sabia De Inaê bebe a dorO céu até pareciaPintado à lápis de corNo risco claro do dia Na mansidão da manhãA vida prá sempre sorriaNo olhar de amor de Nanã

Lendas do Abaeté 1973 Jajá, Preto Rico e Manoel

Jair Rodrigues Orgulho de um sambista, Philips

Iemanjá, Janaína Iaiá mandou, eu ir à BahiaNo Abaeté para ver sua magiaSua lagoa, sua história sobrenaturalQue a mangueira, traz pra esse carnaval

Janaína agô agóiaJanaína agô agóiaSamba curimã Com a força de Iemanjá

Oh! que linda noite de luarOh! que poesia e seduçãoBrancas areias, água escuraTanta ternura no batuque e na cançãoLá no fundo da lagoaNo seu rito e sua comemoraçãoFoi assim que eu vi Iara cantarEu vi alguém mergulhar

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Para nunca mais voltar

Lendas e festas das yabás 1975 Aroldo Forde “Melodia” e Leôncio da Silva

Elza Soares Nos braços do samba, Tapecar

Oiá Matamba, yabás, orixás

Oiá, oiá, oiaê(?)Era madrugada, quando a natureza me inspirouPara falar dos nossos rituais, lendas e festas, das iabás(?)Esta homenagem pra você

Na apologia do mistério, o misticismo propagouO Brasil e lindo e merece o nosso amorE a nossa escola colorida, vem mostrar nessa avenida todo o seu valor (bis)

Lendas e mistérios de Zanzibá 1989 Elymar Santos e Tony Bahia

Elymar Santos Missão, Emi aiabás, Oxóssi Uma princesa iralaio lunduSe casou com um rei nagô em ZanzibáPara os festejos vieram iabás, oxóssi, afoxésPra celebrarQuerubins, curumins com atabásAfrodite, deusa do amos, e maisTodo povo de ZanCantava abençoando o matrimônioÔ ô ô uma canção nagôEm ZanEm Zan

Esse enlace um filho concebeuNegro forte de nome Nossi-bé!E pelas matas de ZanEle cresceu e se fez um homem bom

Caçadores de negros no localO capturaram e em correntes o amarrouEm navio negreiro veio pro BrasilE aqui escravo se tornouLeva o senhor que paga maisQuem levou foi por dois mil réis a maisNossi-bé sentiu no corpo a dor

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Mas como um grnade guerreiro ele enfrrentou

E o povo cantouÔ ô ô uma canção de amorÔ ô ô uma canção nagôEm ZanEm Zan

Levada do tambor 1993 Jamoliva, Jorge Pá Pá Pá e Toti Gira

Banda Relógio Banda Relógio, RCA axé, patuá, Oxalá É na levada que eu vou, e na levada do tambor (bis)Lá tem axé, tem patuá, tem acarajé e também alaráMenina que vem, se eu balançar, balanço do barco é no balanço do mar

(?)A onda me levou eu vou, é no balanço do mar (bis)

(?) tem leite de côco no seu vatapá(?) farofa no prato do seu orixá(?)Água de cheiro pra você (bis)

Linda situação 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

Ogum, Oxum Oh linda situaçãoPara o negro vim dançarE cantar sua tradição

Eu vim de AngolaSenegal, BenimMoçanbique, CongoCosta do MarfimMeu pai é o rei do maracatuLutei nos PalmaresCom a lança de Ogum

Oh linda situaçãoPara o negro vim dançarE cantar sua tradição

Já faz tantos anos

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E eu não esqueciContra a lei do açoiteLutava ZumbiMas hoje eu sei que de norte a sulBatucam tambores os filhos de Oxum

Linha de passe 1979 João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio

João Bosco Linha de passe, RCA candomblé Toca de tatu, lingüiça e paioE boi zebuRabada com angu, rabo de saiaNaco de peru, lombo de porco com tutuE bolo de fubá, barriga d'águaHá um diz que tem e no balaio tem tambémUm som bordão bordando o som,Dedão, violaçãoDiz um que viu e no balaio viu tambémUm pega lá no toma lá dá cá do sambaUm caldo de feijão, um vatapá e coraçãoBoca de siri, um namorado e um mexilhãoÁgua de benzer, linha de passe e chimarrãoBabaluaê, rabo de arraia e confusão

Cana e cafuné, fandango e cassulêSereno e pé no chão, bala, candombléE meu café, cadê? Não tem, vai pão com pãoJá era a Tirolesa, o Garrincha, a GaleriaA Marylin Veiga, o vai-da-valsa, e hoje em diaRola a bola, é sola, esfola, cola pau a pauE lá vem Portelas que nem Marquês de PombalMal, isso é que vai mal, mas viva o carnavalLights e sarongues, bondes, louras, king-kongsMeu pirão primeiro é muita marmeladaPuxa-saco, cata resto, pato, jogo de cabrestoE a pedalada quebra outro narizNa cara do juizAi, e há quem faça uma cachorradaE fique na banheira, ou jogue pra torcidaFeliz da vidaToca de tatu, lingüiça e paio

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E boi zebu...

Logunedé 1979 Gilberto Gil Gilberto Gil Realce, WEA Logum Edé, Oxóssi, Oxum

É de Logun-Edé a doçuraFilho de Oxum Logun-EdéMimo de Oxum Logun-Edé Edé Edé Edé tanta ternuraÉ de Logun-Edé a riquezaFilho de Oxum Logun-EdéMimo de Oxum Logun-Edé Edé Edé Edé tanta ternura Logun-Edé é demais, Sabido puxou aos paisAstúcia de caçador, paciência de caçadorLogun-Edé é demaisLogun-Edé é depois que Oxóssi encontra mulherE a mulher decide ser a mãe de todo o prazerLogun-Edé é depoisÉ pra Logun-Edé acariciarFilho de Oxum Logun-EdéMimo de Oxum Logun-Edé Edé EdéEdé é delícia

Louvação a Mariama 1982 Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra

Milton Nascimento Missa dos quilombos Saravá - Mariama,Iya, Iya, ô,Mão do Bom Senhor!

Maria Mulata,Maria daquelacolônia favelaque foi Nazaré.

Morena formosa,Mater dolorosa,Sinhá vitoriosa,Rosário dos pretos mistérios da Fé.

Mãe do Santo, Santa,

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Comadre de tantas,liberta mulhé.

Pobre do Presépio, Forte do Calvário,Saravá da Páscoa de Ressurreição,Roseira e corrente do nosso Rosário,Fiel Companheira da Libertação.

Por teu Ventre Livre, que é o verdadeiro,pois nos gera livres no Libertador,acalanta o Povo que está em cativeiro,Mucama Senhora e Mãe do Senhor.

Canta sobre o Morro tua Profecia,que derruba os ricos e os grandes, Maria.

Ergue os submetidos, marca os renegados,samba na alegria dos pés congregados.

Encoraja os gritos, acende os olhares,ajunta os escravos em novos Palmares.

Desce novamente às redes da vidado teu Povo Negro, Negra Aparecida!

Louvação à Oxum 1992 Ordep Serra e Roberto Mendes

Maria Bethânia Olho d'água, Polygram

Oxum Karê ô declaroAos de casa que estou chegandoQuem sabe venha buscar-me em festaOrarei a Oxum, sei que simXinguinxi comigo

Oxum que cura com água frescaSem gota de sangueDona do oculto, a que sabe e calaNo puro frescor de sua moradaOh! minha Mãe, Rainha dos RiosÁgua que faz crescer as criançasDona da brisa de lagos

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Corpo divino sem osso nem sangue

Eu saúdo quem rompe na guerraSenhora das águas de todo somÁgua da aurora no mar agoraBela Mãe da grinalda de floresAlegria da minha manhã

Ipondá que se oculta no escuroDe longe me chega a cintilação de seus cíliosOxum é água que aparta a morteOxum melhora cabeça ruimA yê yê orareiBendita onda que inunda a casa do traidor

Oxum eu bendigo na boca do diaOxum que eu adoroRica dos donsRiqueza dos rios Oxum que chameiQue não chamei Adê-ôkô Senhora das águas

Lua de Ogum 1999 Murilão Zeca Pagodinho Zeca Pagodinho — ao vivo, Universal

Ogum A luaQuando clareia o terreiroEm forma de pandeiroO samba brasileiroFica mais bonitoA foz do partideiroVai ao infinitoHá sempre uma história a contarDe um povo que veio de láDe além-marÉ uma voz que não se calaQue superou a senzalaE conseguiu se libertarOs astros têm influência no samba

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Clareia a noite de um bambaQue cultiva a inspiraçãoLua da OgumNão deixe em momento algumMeu samba na escuridão Clareia meus acordes musicais Ou será que a lua de São Jorge Não é mais?

Lua soberana 1997 Ivan Lins e Vitor Martins

Ivan Lins Coleção MPB Compositores, RGE

Iemanjá Veio de Madagascar Ilê,ilê , ilá Essa lua soberanaSobre as àguas de Iemanjálê,ilê , ilá Esse mar de rosas brancas

Essa lua vem pra SalvadorArrastada por um pescadorGuia das marés Mestre de AfoxésFilho de olodum

Lua sonora 1991 Eduando Dusek Eduando Dusek Contatos, Eldorado Iemanjá Guerra não, pazGuerra não, paz

Lua faz o homem amanhecerOh lua leve, leve emboraFaz o escuro desaparecerBrilho da lua, lua sonoraSopra o vento nas estrelasVem nos apaziguarBrilha a força, hoje creioQue nada de mais vai nos espantar

Guerra nãoChama da mataPazSua beleza

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Guerra nãoLuar de prataPazOh natureza

Melodia deusa, ondas do marLua na praia, oh lua brancaIlumine essa cidade pagãCanta nas ondas, a lua cantaMora o tempo nos seus braçosSé ela guarda as manhãsFirma a luz no espaçoIemanjá nos manda um talismã

Guerra nãoConcha na areiaPazA pérolaGuerra nãoGrão de estrelaPazEstrla do mar

Vem nossa lágrima secarÁgua da vida, vinho do marA estrela cadente vai passarSom da galáxia, voz do luarSão amores da espumaQue vem nos ativarMinha alma vive ávidaNa bruma desse céu transpassar

Guerra nãoPonto de luzPazLuz sobre o marGuerra nãoIncandescente

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PazLuz estrelar

Luanda 1980 Djavan Djavan Seduzir, Emi—Odeon

Oxum Foi numa noite de LuandaQue um clarão me abalou em LobitoComo fosse um raio de sustoUm facho místico

Talvez o sol tenha esquecidoUma gota do dia na noitePra saciar a sede do espíritoEm seu pernoite

Ou foi o ar que incendiouNum grito da Mãe-OxumDizendoMenino onde é que tu andaEu te batizo africamenteCom o fogo que Deus lavrouTua sementeLuandaLuandaLuandaLuandaLuanda

Luanda, venha ver 2000 Rogério Libânio Dudu Nação Maracatu Atômico, Cavalo Marinho

erê Luanda, Luanda, LuandaLuanda, venha ver

O batuque da Nação Erê

Tocando com muito carinhoTocando com emoção Tocando com muito carinhoTocando com essa Nação

Lanterneiro, ilumine o caminhoO caminho de nossos Erês

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A boneca da dama do paçoResplandece toda a Nação

Tocando com essas criançasTrazendo essa multidãoMultidão que vem para cáVem pra cáVenha dançar

Dançar com a Nação ErêDançar com a Nação Erê

Luandê 1985 Ederaldo Gentil, Capinan

Lazzo Filho da terra Luanda, gege, bantu, nagô

Yê eu vim de Luanda yêYê eu vim de Luanda yêMeu Luanda

Lá na BahiaTodo branco tem um negroNa famiaGege, bantu ou nagôSeu doutor, eu vim de LuandaPra namorar com a sua fiaNego amor, nego amor

Ponha as rendas na varandaE a moça na sacristiaEla já disse que simNão precisa de alforriaAntes da aboliçãoA lição eu já sabiaNa Bahia todo brancoTem um negro na famia

O luar lá de LuandaAnda nas bandas de cáFui oiá pra sua fiaVi o mundo clarear

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Seu Alvinho e Dona ClaraTêm medo da noite virar diaVer sua fia brancaAumentar mulatariaYê quilombo da BahiaNeste mundo todo mundoTem um nego na famia

Luz 1982 Djavan Djavan Luz, Sony Candomblé, Oxum, egum.

No burro a cangaNa menina a tangaO verde do mar é umVerde num tom quase azulDo infinito ao zoomMarelouCandomblé oxumZamburar pra tirar egumO que não se vêTá aíComo tudo o que háMinha fé riu-se de mimPelo quanto tristeEu falei de dorComo se no fundoDa dorNão vivesse a paixão

Mal-me-querA vida segue seu lamentoUm tanto florUm leito de rioNo cioUm cheiro de amorÉ amorQuando não dizÉ fogo por um trizUm trem entrouNo meu eu

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

E divagou felizE na dorEu passo um gizArco-irisando a solidãoNa liçãoQue o sol me traduzViver da própria luz

Má intenção 1981 Aragão e Jotabê Jorge Aragão Jorge Aragão, Ariola mandinga, pai-de-santo

Pinduca foi trabalharVai chover gasolinaNo bar da esquinaTodos dizem que a mandingaDa Crioula Naná vai pegarDesde menino que PinducaTinha medo de correrPra não cansarTirou carteira de trabalhoE agora diz que tá querendo batalharIsso lá no morro foi bastantePra causar um bafafáForam recorrer ao pai-de-santoPra curar esse rapazFoi muita mandinga,Muita pinga, muita rezaMuita preceFinalmente descobriramEle estava a fim de dar uma “volta”No INPS...

Maçã tatuada 1996 Aldir Blanc e Moacyr Luz

Aldir Blanc Aldir Blanc — 50 anos, Alma

umbanda Numa esquina de copa ficava parada,Alvejada pelas setas do vício,E o início tinha sido divino:Um amante latino...Sua boca vermelha, a maçã tatuadaSobre o ombro (a sombra de veludo),A pele onde um homem que é nada Pensa que é capaz de tudo.Entre o ouro e a miçanga ofegava a audácia,

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Entre a joalheria e a farmácia,Entre ser a nova estrela da BandaE uma filha de Umbanda...Toda vez que as pestanas castanhas batiam,O olhar trocava mil slides:Na praia, na lambada,Com a amiga que já faleceu de Aids...E na bolsa, quando ia ao toalete,A gilete, o sempre-livre,E o chiclete importado,O velho exemplar do despertar de algum mago...O apelido que não posso esquecer:A Jezebel do Duvivier,Saiu assassinada na manchete,Entre a greve e os motins urbanos,Chamava-se Moema, era morena,E tinha apenas treze anos

Maculelê 1982 N. Pereira e C. de Oliveira

Nazaré Pereira Caixa de Sol, RCA Oxalá, orixás Maculelê, MaculaláObê, obê, obá, obá

Eu sou batuqueiro de AruandaEu vim batucar nesse lugarEu saúdo este povo da BahiaEu peço licença pra dançar

Maculelê, MaculaláObê, obê, obá, obá

Eu trago a espada de guerreiroE a branca bandeira de OxaláNo grito a estrela radianteUm grito de paz dos orixás

Maculelê, MaculaláObê, obê, obá, obá

Maculelê 1991 Pingo de Fortaleza e Pingo de Fortaleza Maculelê catu ibyja, Xangô, Xapanã, ifá, Num batuque zumbi

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Guaracy Rodrigues Gravações Elétrica axé, Oxalá, Obaluaê, xaxará, babalaô

É Xangô QuilombolaE rasteira que rolaNa areiaCongadaNagô

No bater do tantãXapanã sai das trevasSão os filhos da terraÉ a dança da Guerra

MaculelêNo jogo do teu ifáAs linhas do meu axéNas Loas de OxaláRenascer Obaluaê

Ganga zumba gerouOs guerreiros d’AngolaTantos guetos aforaCandeiaCalungaKao

Salve OpanijéXaxará vence as ferasNo cortejo das erasO destino se altera

BabalaôNo jogo do teu ifáNas linhas o meu axéNas Loas de OxaláRenascer Obaluaê

Macumba 1931 Fernando Magalhães

Pilé 78 rpm, Victor macumba ???

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Macumba da Bahia 1930 Figueiredo dos Santo

Sebastião Rufino 78 rpm, Brunswick macumba, candomblé

???

Macumba de Antonica 1926 I. Kolman Artur Castro 78 rpm, Odeon macumba ???

Macumba de Exu 1930 Amor (Getúlio Marinho da Silva)

Mano Elói e Conjunto Africano

78 rpm, Odeon Exu ???

Macumba de Mangueira 1930 Almirante Januário de Oliveira 78 rpm, Colúmbia macumba ???

Macumba dos bichos 1951 Irmãos Orlando e Calixto

Dupla Zoológica 78 rpm, Todamérica macumba Dona CorujaMais o BacurauTomaram a macumba Do Morro do Pau

Chamaram o MacacoPra fazer tamborCortaram o PapagaioPra ser orador

Macumba gegê 1920-9

Sinhô (José Barbosa da Silva)

Grupo Escola 13 78 rpm, Odeon macumba ???

Macumba-ê 1954 Zé Fechado e Oldemar Magalhães

Zé Fechado, Albertina 78 rpm, RCA—Victor macumba Ei negra cambindaQue fala nagôNegra da costa minaFilha de babalaô

Na macumba-êDa macumba-ô Na macumba-êDa macumba-ô

Nego canta, nego dançaNa batida de um tamborNego toma seu marafo, saravá seu protetor

Na macumba-êDa macumba-ô

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Na macumba-êDa macumba-ô

O negro, negro, negro, negroDeixa teu santo baixatira ponto pra Xangôe também pra Iemanjá

Na macumba-êDa macumba-ô Na macumba-êDa macumba-ô

Ei negra cambindaQue fala nagôNegra da costa minaFilha de babalaô

Na macumba-êDa macumba-ô Na macumba-êDa macumba-ô(bis)

Macumbagelê 1930 Paulicéia e Lilico Leal

Elsie Houston acompanhada por Gaó Zezinho e Petit

78 rpm, Columbia macumba Macumbagelê meu bem.Macumbagelê ia ia.Quem vai querer macumba?Macumba não há.(bis)Meu pai chama-se macumMinha mãe macumaritaEu vou fazendo macumE junta maucumaritaMacumbagelê meu bem.Macumbagelê ia ia.Quem vai querer macumba?Macumba não há.(bis)

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A vida tem quatro portasQuatro portas a mais não tem.Pra viver as quatro portasMacumbagelê meu bem.

Macumbagelê meu bem.Macumbagelê ia ia.Quem vai querer macumba?Macumba não há.(bis)

Macumbero 1937 Raul Torre Raul Torres e seu Conjunto

78 rpm, Odeon macumbeiro, macumba, mandinga

Vou pedir para macumbêro não rouba meu amor

Macumbêro, macumbêroMacumba-aVive fazendo maacumbaPro amor me deixar

Macumbêro, macumbêroMacumba-aVive fazendo macumbaPro meu amor me deixar

Meu amor brigou comigo??????? de nervosoVou fazer uma mandingaDe quatro pau amargoso

De (“mão brado”) ferro (“quina”)Gabiroba e fedegosoPra meu santo me livráDos olhos dos invejosos

Meu coração tá sofrendoVive triste, amarguradoQuando te vejo de longeEle lá bate apertado

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Quando tu chega pertinhoEle bate consoladoEncostado no meu peitoEle bate consiliado

Madame Satã 1977 Totonho e Paulinho Rezende

Jurema, João Roberto Kelly, convidados

Rio dá samba, Emi—Odeon

filho de Oxalá, Sete Coroas

João era o reiDos malandros da Lapa antigaNinguém nunca viveu Pra dizer que o venceu numa briga

Costumava dizerQue só mesmo esta vidaEra quem lhe batiaMas não ía correrPois brigar pra viverÉ que é valentia

Seu modo de amarSua fantasia de plumas e lãFizeram nascer em JoãoMadame SatãFizeram nascer em JoãoMadame Satã

Filho de OxaláValente na briga de soco e de tapaMadame SatãDerradeiro malandro da história da Lapa

A camisa de sedaO anel de guiaO seu chapéu de palhaO tamanco usado Na palma da mãoPra fugir de navalha

No caminho uma trilha Que deu numa ilha

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De quartos sombriosSem a Lapa boêmiaA saudade, a blasfêmiaNos dias vazios

Foi Sete CoroasSeu mestre na vidaQuem lhe disse um diaQuem tem valentiaJamais se intimida

Filho de OxaláValente na briga de soco e de tapaMadame SatãDerradeiro malandro da história da Lapa

Mãe África 1980 Sivuca e Paulo César Pinheiro

Sivuca, Paulo César Pinheiro

Sivuca, Paulo César Pinheiro, Emi—Odeo

bastão de Xangô, caxangá de Oxalá

No sertão mãe que me criouLeite seu nunca me serviuPreta-bá foi que amamantouFio meu e o fio de meu fioNo sertão mãe-preta me ensinouTudo aqui nós que construiuFio, tu tem sangue nagôComo tem todo esse BrasilOiê pros meus irmãos de Angola, ÁfricaOiê pra toda nação Bantu, ÁfricaOiê do tempo do quilombo, ÁfricaPelo bastão de XangôE o caxangá de OxaláFilho do Brasil pede a bênçãoDe Mãe-África

Mãe África 2000 Murilão e Luverci Ernesto

Quinteto em Branco e Preto

Riqueza do Brasil, CPC—Umes

axé, candomblé, Odudua, Obatalá

Veja lá,Que tem jongo, tem congada e capoeiraBumba-meu-boi, roda de sambaTem mais na festa afro-brasileiraMenininha a benção madrinha, axéAbençoa a patroa do meu candomblé

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Vindo da mãe África distanteO negro foi mais forte que a dorA má sorte o tornou giganteNobre, bem maior que o seu SenhorTrouxe seus costumes e magiasDanças e cantigas de valorConheça a culinária da BahiaA saga de Zumbi, um redentorOdudua é a TerraObatalá é o arO filho seu é de guerraO filho seu vai reinar

Mãe d'Água 1961 J. B. de Carvalho e Amado Régis

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Iemanjá Ó Doía ! Ó Doía !

Mãe d'Água,Rainha das Ondas,Sereia do Mar !Mãe d'Água seu canto é bonito,Quando faz luar. (bis)

Eh ! Yemanjá ! (bis)

Rainha das Ondas,Sereia do Mar.Rainha das Ondas,Sereia do Mar.

É bonito o canto de Yemanjá,Sempre faz o pescador chorar,Quem escuta a Mãe d'Água cantar,Vai com ela pro fundo do mar.Vai com ela pro fundo do mar.

Mãe das Águas 1996 Odara Ilê Aiyê llê Aiyê, Velas orixá, Olorum Pérola negra, pérola llêPérola negra, pérola llêA teogania de um mitoÉ a expressão de um dogma

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Genealogia da fé e da razão,Do meu cantar...Vem de Nagô-llêCantando um culto negro, a narrarA complicaçãoE a ordenacão do orixá

Arê rê Aiyê,Orixá LomanOnixaurê,Meu povo negro onixauera

Arê rê Aiyê,Canto negro, escravocrata;Onixaurê,Meu povo negro onixauera

Senzala, meu canto, senzalaNo cabando KaiáNo cabando llê aê, aê, Kaiá

Vinte anos de llêAê, aê, KaiáÉ de mãe, é de féÉ mangerê, mãe...É de llê Aiyê,Olorum, deus Maó

Mãe estrela 1989 Nardão e Edlamar Tobias Tobias, 3M Janaína (Iemanjá) Desde os tempos da senzalaQue o negro cantava suadoBatendo o pilão Desejava a liberdadeLogo sentia aumentarAs batidas do seu coraçãoBatia mais forte, ora bate pilãoSonhava mais alto, bate pilãoSentia mais perto, bate pilão

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A libertaçãoCom espuma e luar, JanaínaLavou seu tormentoO canto dessa raça, agô, oiáEsconde lamentoE mãe estrela no céuRefletida nas ondas do marÉ Iara la laia, laiaÉ odoiá, mãe de aióca

Mãe Guerreira 1984 Roberta Miranda Ruy Maurity Ruy Maurity, Pointer axé, Iansã, Ogum, Iemanjá, Oxalá

GuerreiraSegue teu caminho livreLevanta a bandeiraClareia, mãeSegue teu caminho livreLevanta a bandeiraA força tá no vento forteDo bem de quem quiser levarGuerreiraSegue teu caminho livreLevanta a bandeiraSete banhos de cachoeiraAlecrim, muita arruda e guinéMinha mãe me traz muito axéSalve a banda de lá e de cáIansã, Pai Ogum, IemanjáSalve tudo que vem de Oxalá

Mãe guerreira 1989 Roberta Miranda Tobias Tobias axé, Iansã, Ogum, Iemanjá, Oxalá

GuerreiraSegue teu caminho livreLevanta a bandeiraClareia, mãeSegue teu caminho livreLevanta a bandeiraA força tá no vento forteDo bem de quem quiser levarGuerreiraSegue teu caminho livre

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Levanta a bandeiraSete banhos de cachoeiraAlecrim, muita arruda e guinéMinha mãe me traz muito axéSalve a banda de lá e de cáIansã, Pai Ogum, IemanjáSalve tudo que vem de Oxalá

Mãe negra mãe 1983 Jorginho do Império, Bicalho, Carlinhos do Império e Jorge José

Jorginho do Império Viva meu samba, Continental

Xangô, Ogum, Oxumarê, Oxalá, Tia Ciata

Ia min ó egê kole jôIa min opokê la va ô

Ó mãe baianaTradição na cultura popular-popularFoi mãe negra mãe Que ensinou ô ôSem a fé a vida não terá amor

SemeandoLendas e costumes africanosOubrerem oubáA rainha ginga vem saudando

Xangô, Ogum, OxumaréPaô a Oxalá

Caruru, acarajé, vatapáNo velho Mercado ModeloLá na Bahia eu fui encontrar

Sou xodó da BahiaRepresento uma naçãoTodos meus filhos de féTêm minha proteção

E chegando à Praça OnzeTradição dos carnavaisTia CiataReunia batuqueiros imortais

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Sou império baianaEu fiz o teu CongáEsse povo é quem te amaFirma ponto vem girar

Mãe Preta 1993 Luiz Paiva, Luiz Alves, Moraes Moreira, Capinam e Béu Machado

Moraes Moreira Terreiro do mundo, Polygram

Ifá Muito sol no juízoE na beira do marÁgua de cocoE o swingue de quemCanta e sabe falarLíngua de pretoJogou duro no samba de rodaE dançouCoisa de loucoE a polícia chegouE tentou bagunçarNosso coretoLá na praça CaymmiSe vestiu de baianaLeu a mão da baianaE jogou o IfáMe engana que eu gostoE olha o bicho que deuNo seu jogo eu apostoNessso sonho que é só meuOh! Minha mãeQuem não mama, espiaOh! Minha mãeGenerosa é a tetaDa nossa mãe preta Bahia

Mãe Stella 1997 Danilo Caymmi e Dorival Caymmi

Danilo Caymmi Mistura Brasileira, Emi

Mãe Stella de Oxóssi, Axé Opô Afonjá

Rio que corta a mataMata da vista se perderMata que dá de um tudoDá di cumê e di bebêDá di cumê e di bebêDá di prata

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Meu caminho iluminouNa roça minha mãe disseMeu filho esse é teu orixáOrixá que te acompanhaÉ Oxóssi nosso paiStella, Mãe Stella, Mãe StellaDo Axé Opô AfonjáStella, Mãe Stella, Mãe StellaOrixá que é dono delaÉ Oxóssi nosso pai

Mãe-África 1984 Sivuca e Paulo César Pinheiro

Clara Nunes NaçãoEmi-Odeon ??? No Sertão mãe que me criouLeite seu nunca me serviuPreta bá foi quem amamentouFio meu e o fio de meu fio

No sertão mãe preta me ensinouTudo aqui nós que construiuFio, tu tem sangue nagôComo tem todo esse Brasil

Oiê pros meus irmãos de Angola, ÁfricaOiê pra Moçambique e Congo, ÁfricaOiê pra toda nação bantu, África

Pelo bastão de XangôE o caxangá de OxaláFilho Brasil pede a bençãoDe mãe África

Mais feliz 1995 Paulo César Feital, Elton Medeiros e Carlinhos Vergueiro

Elton Medeiros Mais feliz, Leblon Records

Iemanjá, Ogum, Oxum e Mãe Menininha do Gantois

O sol vestiu terno de linho e chapeú panamáE brilhou bem mais felizQuando Leila Diniz foi cabocla de IemanjáClara manhã do paísQue rompia os Brasis feito Ogum Beira-marNa boca da noite de Elis uma luz vadiavaFrancisco não era de Assis mas criava seus sabiásO tom brasileiro pra mim era som pra Jobim cantar

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Poeta tinha moral e o povo tinha MoraisE outros tantos pluraisA lua bebeu Moet-Chandon num motel do JoáE brilhou bem mais felizQuando era uma glória Darlene escandalizarReinava a Oxum mais bonitaA Mãe Menininha do meu GantoisEnquanto a divina Elizeth nos enluaravaValente é que era de Assis e cantava pra não chorarAs rosas falavam e Cartola fingia não escutarEra alegria e paixão e o povo tinha DrummondsO poeta e o barãoE o leão era só mais um milhar

Mais uma vez Mocidade Independente

1975 Tatu, Nezinho e Campo

Sapoty da Mangueira Nega atrevida, Polydor

Mãe Menininha, Gantois

Mais uma vez a mocidade independente, se faz presente, no carnavalPara alegria do povo, esse amanovo, é em tema original (bis)Vem da Bahia mamãe, e traz o pantuáO poder da magia mamãe, pra nos ajudar. (bis)

Mas tem areia mamãe, tem areiaTem areia no fundo do mar, sereia

Majestade Real 1987 Tonho Matéria Ara Ketu Ara Ketu, Continental

Oxaguiã, Oxalá Um momento de canto de glória e manifestaçãoTraz o Ara Ketu rompendo um destino a imensidãoMostrando uma riqueza singela e perfeitaCom muito amorDe uma cidade distinguidamente chamada EjigbôA sua história, Ara Ketu destaca no carnavalE um pilão sagrado da majestade realEm transe de dança ostensivamente na mão representaComo alusão da sua preferênciaCanta raça negraCanta raça negra com Ara Ketu singeloMostrando o brilho e a riquezaÔôô Eleejigbô, ôôô EleejigbôCerto dia um homem e amigo do rei lhe indicou

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Como deveria transformar a grande aldeia de EjigbôImediatamente partiu o mesmo pra outro lugarCom o passar do tempo a vasta cidade sentiu seu olharPelo adulador, aos guardas do posto pediu informaçãoE a sua resposta ligeiramente foi uma forte agressãoFerido vingou-se utilizando a força de todos os poderesInfecundas as mulheres e sem pasto ficaramOs cavalos do reiSabedor da angústia do seu companheiro mandou libertá-loE esquecer os maus tratos que sofreu no lugarCom uma concórdia ficou Ejigbô num momento sérioSeu povo entre si com golpes de varas formaram um prélioE hoje o Ara Ketu traz pro carnaval uma conscientizaçãoMostrando ao povo o brilho perfeito de uma regiãoCanta raça negraCanta raça negra com Ara Ketu singeloMostrando o brilho e a riquezaÔôô Eleejigbô, ôôô Eleejigbô

Majestade, o sabiá 1985 Roberta Miranda Jair Rodrigues, com participação de Chitãozinho e Xororó

Jair Rodrigues, Continental

Oxóssi Meus pensamentosTomam forma, eu viajoVou para onde Deus quiserUm videoteipeQue dentro de mim retrataTodo meu inconscienteDe maneira naturalAh! Tô indo agora pra um lugar todinho meuQuero uma rede preguiçosa pra deitarEm minha volta, sinfonia de pardaisContando para a majestade, o sabiáTô indo agora Tomar banho de cascataQuero adentrar nas matas Onde Oxóssi é o Deus Aqui eu vejo plantas lindas e selvagensTodas me dando passagem

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Perfumando o corpo meuEsta viagem dentro de mim Foi tão lindaVou voltar à realidadePra este mundo de DeusPois o meu euEste tão desconhecidoJamais serei traídoEste mundo sou eu

Malandro J. B. 1977 Renato Barbosa e Nei Lopes

João Nogueira disco compacto, Emi—Odeon

Ogum Eu de chinelo charlotemeu chapéu copa nortemeu blusão de vual(não tinha ainda de tergal)cordão bem fininhona medalha um bom santinhotrabalhado em metal(era São Jorge maioral)cristão e umbandistaeu tinha o meu ponto de vistameu padrinho era Ogum(não tinha santo mais nenhum)só dava eu com a Juditeaos domingos no Elitee às quintas no Mil e Um(era traçado em vez de rum)

E enquanto a nêga não vinhaera uma boa cervejinhacom a rapaziada(salta uma loura bem suada)depois do basqueteera bater na bola setee caprichar na tacada(olha a morena encaçapada)

Mas eu de sambistative que ser jornalista

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pra me valorizar(passei no tal vestibular)e agora veja só você:trabalho no Caderno Bcritico samba popular(seu Tinhorão vem devagar)

Um dia então fui chamadoconvidado pra juradode julgar samba-enredo(confesso até que tive medo)no meio da quadraapareceu um camaradacom jeitão de Ipanema(era um artista de cinema)virou-se pra mimfoi dizendo logo assim:"sou diretor de carnaval"(até aí nada de mal...)esse é o samba dos cartolasvai dar grana pra escolade direito autoral(toca na Rádio Mundial)

Se é coisa que eu não adotoé nêgo cabalando votona maior cara de paue o samba de sobraera um tremendo boi com abóborarimava açúcar com salantes de eu virar a mesapra acabar com a safadezafoi armada um trelelê(era judô e karatê)e o tal do branco cabeludome deu tanto do cascudoque eu nem sei mais escrever(tá pensando que eu sou telha?)

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Dona Condessa aborrecidame expulsou do JB(veja você...)

Malungo 1977 Catoni e Joel Menezes

Agepê Agepê, Continental Olorum Hoje eu vou numa viagem Peito aberto, braço forteVou caminhar na minha sorteEu sou eu, Moçambique, Vatuse ou AngolaQuem quiser se alegrar que me escute agoraVou contar tudo aquilo que no mundo fizSem dizer a origem, razão ou raizSei dizer a meu canto sem pranto é feliz

Vim de tão longeDe não sei onde Tenho a certeza sou Filho de Olorum

Viagem fiz sem ter sorteSem tempo e sem liberdadeMalungueiro de braço forteParei a tempo a saudade hoje eu vejo a cidadeA minha arte cantar Empunhei o meu estandarte Onde hoje é meu lugar Meu lugar, meu lugar...

Mamãe garuanda 1972 Sussú Sussú Preto Velho Garuanda, nangoma Garuanda ê, Garuanda êÉ cita (nangoma/nagoma) êÉ cita (nangoma/nagoma) mamãe GaruandaÉ cita (nangoma/nagoma) ê

Garuanda ê, Garuanda êÉ cita rainha d’AngolaVamos ver mamãe Garuanda

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Mamãe Iemanjá 1967 Guerra Peixe Ely Camargo Outras canções da minha terra, v. 5, Chantecle

congá, saravando, umbanda, Mamãe Iemanjá, Aruanda

???

Mamãe Oxum 1997 domínio popular (adaptação Zeca Baleiro)

Zeca Baleiro Por onde andará Stephen Fry?, Polygram

Oxum, congá Eu vi mamãe Oxum na cachoeiraSentada na beira do rioColhendo lírio lirulêColhendo lírio liruláColhendo lírioPra enfeitar o seu congáÉ areia do mar que o céu serenaÉ areia do mar que o céu serenouNa areia do mar mar é areiaMaré cheia ê mar marejou

Mamãe Sereia 1953 Sussu e Magalhães Sussu 78 rpm, Odeon Iemanjá ???

Mamma 1984 Efson Agepê Mistura Brasileira, Som Livre

saravá, Sete Ondas Iê iê iê, mammaOdoio mammaSaravá mamma

Oh, mammaHoje é seu diaEm todo caanto dessa terraMamaezinha estão festejando seu diaOh, mammaHoje não é dia de chorarAté o ventoEstá ficando com tristezaQue lhe fez assim chorar

Oh, mammaO mal que fez você chorarVai se acertar com as sete ondasMamaezinha, e com seu corpo do mar

Oh, mamma

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Vem com seu filho balançarEsse balanço que é um lenço para os olhosDe quem vive a chorar

Oh, mammaNonambu, mammaVem balançarComigo, mamma

Maná Mané 1988 Rita Lee Rita Lee Zona Z, Emi Iemanjá GererêBoiando em GuarujáIemanjá e seu narguilê, gererê

FuzuêUm pega pra capáXá di xapáPra dar e vender, gererê

JabaculêVida de marajáPresa de AláPra mim pra você, gererê

Lata maná, lata ManéPode mergulhar que dá pé

A taba do Tupã tupiniquimTé qui tá boa, té qui tá boaTá toda a tribo numas de cauimLá na canoa, lá na canoa

Lata maná, lata ManéPode mergulhar que dá pé

Gererê! Gererê!

Manda notícia 1986 Nelson Rufino e João Rios

Neguinho do Beija-Flor

A voz da massa, CBS mandinga, cachaça na encruza

Manda notícia pra mimQuero qualquer novidade

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(encruzilhada) To me sentindo tão sóMorrendo de amor e saudade

Quando você foi embora, viuTive mais sossego nãoTodo mundo perguntava, viuO motivo, a razãoPorque você foi embora, viuPela tal separaçãoSe foi briga ou ciúmeMexerico ou traição

Mandinga da comcumbina, viuCisma da oposiçãoFuxico da vizinhança, viuCandonguinhas de patrãoCachaça na encruza errada, viuTransa com um sapatãoPreaga de alguma bichaE pra tudo isso eu disse não

Mandei fazer um patuá 1948 Raimundo Olavo, Norberto Martins e Cláudio Luiz

Roberto Silva 78 rpm, Star patuá, feitiço Mandei fazer na Bahia,Um patuá para mim,Mandei fazer uma preceNo altar do Senhor do Bonfim,Mandei buscar de encomendaUma figa de guiné,Pra me livrar da macumba,Do canjerê e do candomblé.

Tendo isso em minhas mãos,Nada mais posso temer,Tenho meu corpo fechadoQuero meu santo benzer.Quero livrar dos maus olhos,Que atrasam a minha vida,Quero evitar é brigarNoite e dia com minha querida

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Mandinga 1930 João Valença e Raul Valença

Vicente Cunha 78 rpm, Victor mandinga ???

Mandinga 1988 Celso Bahia Celso Bahia Dois neguinhos, Continental

mandinga, orixá, Ogum

Eu só sei que voltouA mandinga que você mandou

Eu só sei que voltouA mandinga que você mandou

Vizinho tá com olho grande em vocêAmigo querendo tomar seu lugarMulher se retou e já vai te deixarAcenda uma vela pra seu orixá Acenda uma vela pra seu orixá

Espada de Ogum com arruda e guinéAcenda uma vela pra seu orixá

Mandinga 1989 André Christovam André Christovam Mandinga, Estúdio Eldorado

patuá Por nascer filho de DeusEu ganhei nome de santoDa mãe herdei os olhosDo pai um outro encanto

Uma mulher não tão mais velhaMe tascou o primeiro beijoCom o cérebro entre as pernasDei de cara com o desejo

A paixão foi uma mestraMorena e sinuosaMe ensinou a mentirE a trepar sem muita prosa

Da estrada levo os comparsasE muita garrafa vaziaUm par de guitarras velhasE os amores de um só dia

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No bolso um patuáPra inveja morrer à minguaSeis vidas pras tuas balasE um blues chamado Mandinga

Mandinga de nego 1931 Eduardo Souto e Newton Braga

Francisco Alves 78 rpm, Odeon mandinga, macumba ???

Maracatu do meu avô 1983 Nei Lopes e Leonardo Bruno

Almas e Corações, RCA

Alcione Ogum, Olorum, Ifá Meu avô nasceu onde o sol morreE se afoga em fogo em pleno marOnde o vento HarmatanQue vem do norteCospe rubras fagulhas pelo ar Meu avô tinha ofício de ferreiroE quem mexe na forja é OgumQue nascendo ferreiro foi guerreiroMeu avô não foi qualquer um

Uma noite no Golfo de BenimGaleotas, galeras , galeõesDesembarcaram mercadoresCorsários, nautas e canhõesVinham em busca do ouro achantiSimulando interesse ter nenhum Meu avô olhou dentro dos seus olhosMeu avô não foi qualquer um

Meu avô descobriu pros navegantesOs dosséis do Songai e do MaliE lhes presenteou com a sua alma Entalhada em ébano e marfimRevelou-lhes os bronjes do IféE a Grandeza infinita de OlorumMeu avô conversava com IfáMeu avô não foi qualquer um

Mas um dia esse avô foi barganhadoPor um bacamarte de metal

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Três alfanjes, um chapéu rendadoUmas duas fiadas de coralMais um rolo de folha de TabacoSeis retalhos e três galões de rumIsso e mais vinte e três lenços de linhoMeu avô não foi qualquer um

Maracatu elegante ??? ??? ??? ??? ??? Bum, bate o bumbo e o agogôEu sou filha de NagôE a nação vai coroar

É lá na rua ImperialPara detrás do chafarizQue sai todo pessoal

MaracatuEu sou rei muito eleganteJá reinei no elefanteE vou voltar a reinar

Maraka 1985 May East May East Remota Batucada, Emi

Oxum Esta maraka é d’água doce, é d’água doceEsta maraka é d’água doce é da OxumDama do amorDona do ouro

Eu quero estar com meu amado no meu ladoQuero escutar o tilintar das moedasDona do amorDona do ouroTem uma gota d’água doce no meu peitoTem uma gruta d’ouro a ser exploradaEu vou me darVou fecundar

Maria Baiana mulher feiticeira 1977 Neguinho da Beija-Flor

Neguinho da Beija-Flor

Neguinho da Beija-Flor, Emi—Odeon

feiticeira, feitiço ???

Maria Conga 1972 Sussu e Cicica Sussu Preto Velho, peji, ori Vamos ver

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Tropicana Vamos olharVamos verMaria Conga como ganha coroaVamos ver

Apanha o pano da (costa)E trás no pejiUma garrafa de dendêUm galo e ori(oganda/ocanta) um alonjápra todos ouvirChama Maria congaTá pronto o (Abori)

Maria Moita 1963 Carlos Lyra Nara Leão O fino da bossa, RGE Xangô, babalorixá Nasci lá na BahiaDe mucama com feitorMeu pai dormia em camaMinha mãe, no pisadorMeu pai só dizia assim: venha cáMinha mãe dizia sim sem falarMulher que fala muitoPerde logo seu amorDeus fez primeiro o homemA mulher nasceu depoisPor isso que a mulherTrabalha sempre pelos doisHomem acaba de chegar tá com fomeA mulher tem que olhar pelo homemMulher deitada em péMulher tem é que trabalharO rico acorda tardeJá começa rezingarO pobre acorda cedoJá começa trabalharVou pedir ao meu babalorixáPra fazer uma oração pra XangôPra por pra trabalharGente que nunca trabalhou

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Maria Moita 1988 Carlos Lyra, Vinícius de Moraes

Joyce Vinícius de Moraes – Negro demis no coração

Xangô, babalorixá Nasci lá na BahiaDe mucama com feitorMeu pai dormia na camaMinha mãe no pisador

Meu pai só dizia assim:Vem cá!Minha mãe dizia “sim”Sem falarMulher que fala muitoPerde logo seu amor

Deus fea primeiro o homemA mulher nasceu depoisE é por isso que a mulherTrabalha sempre pelos doisHomem acaba de chegar Ta com fomeA mulher tem que olharPelo homemE é deitada, em péMulher tem é que trabalhar

O rico acorda tardeJá começa a rezingarO pobre acorda cedo já começa a trabalharVou pedir pro meu BabalorixáPra fazer uma oração pra XangôPra pôr pra trabalharGente que nunca trabalhou

Maria Raiô 1992 Jonny e Val Macambira

Chiclete com Banana Chiclete com Banana, BMG

Odé Deixe eu ser livre,Que a liberdade não cansaDeixe, favor não me toquemEu sei me cuidarDeixe ilusão passageira o amor é profundoE mora na boca do mundoEu vou te encontrar

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Quero o Santo SalvadorNo milagre e na dança,Quero folia na praça,Poder namorarQuero a criança sorrindo,O amor é profundo,E mora na boca do mundo,Eu vou te encontrarEu vou além da fantasiaEu vou além do além marMaria raiô odé odara, odé odaraDeixo o que você não deixaE conto com você, meu santo DeusQuando você não me beijaNem deixa falar, meu santo DeusVejo o que você não vêQuero o que você não querTudo o que você não vêQuero o que você não querTudo o que você não fazEu faço merecer, meu santo DeusEnsine, oração, ironia,Do lado de cá, meu santo DeusVejo o que você não vê,Quero o que você não querÔ, ô, ô, ô, ô, meu santo Deus

Maria vai com as outras 1971 Toquinho e Vinicius de Moraes

Toquinho e Vinicius de Moraes

Toquinho e Vinicius, RGE

Iemanjá, caboclo, orixá

Maria era uma boa moçaPrá turma lá do GantoisEra a Maria-Vai-Com-As-OutrasMaria de coser Maria de casarPorém o que ninguém sabiaÉ que tinha um particularAlém de coser além de rezarTambém era Maria de pecarTumba-ê caboclo tumba lá e cáTumba-ê guerreiro tumba lá e cáTumba-ê meu pai tumba lá e cáNão me deixe só tumba lá e cá

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Tumba-ê caboclo tumba lá e cáTumba-ê guerreiro tumba lá e cáTumba-ê meu pai tumba lá e cáNão me deixe sóMaria que não foi com as outrasMaria que não foi pro marNo dia dois de fevereiroMaria não brincou na festa de lemanjáNão foi jogar água-de-cheiroNem flores prá sua OrixáAí Iemanjá pegou e levouO moço de Maria para o marTumba-ê caboclo tumba lá e cáTumba-ê guerreiro tumba lá e cáTumba-ê Iemanjá tumba lá e cáNão me deixe só tumba lá e cáTumba-ê caboclo tumba lá e cáTumba-ê guerreiro tumba lá e cáTumba-ê Iemanjá tumba lá e cáNão me deixe só

Medalha de São Jorge 1992 Moarcyr Luiz e Aldir Blanc

Maria Bethânia Olho d'água,Polygram

??? Fica ao meu lado São Jorge GuerreiroCom tuas armas, teu perfil obstinadoMe guarda em ti meu santo padroeiroMe leva ao céu em sua montariaNuma visita à lua cheiaQue é medalha enluaradaTe guardo em mim, meu santo padroeiroA quem recorrro em horas de agoniaTenho a medalha da lua cheiaVocê é casado com a Virgem MariaO mar e a noite lembram na BahiaOrgulho e força marcas do meu guiaConto contigo contra os perigosContra o quebranto de uma paixãoDeus me perdoe essa intimidadeJorge me guarde no coraçãoQue a malvadeza desse mundo

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É gra nada em extensãoE muita vez tem ar de anjoE garras de dragão

Meia-noite 1971 Antenor Borges e Príncipe Pretinho

J. B. de Carvalho J. B. de Carvalho, Musicolor

saravá, Ogum, guia Meia noitte Vamos saravá, meu pai(Oganga)

Já pedi a OgumUma vela acesaEm cima de uma mesaOgum (narirô)Que ele é meu protetorMinha guia (namurô)

Meia noiteE também uma galinha

Meio da maré 1995 Carlinhos Brown Timbalada Andei road, Polygram

macumba Sou remador do bomFeito de sal e somTeu remador sou euMeu manzuá encheu

Meu manzuá encheuTeu remador sou eu

Sou macumbaSou macumbaSou macumba

Soul, sou macumbaEu vou te levarPro meio da maréMulé, mulé, mulé, muléPro meio da maréVai, vai, perna pra quem vai

Sou macumba

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Sou macumbaSou macumbaSoul, sou macumbaEu vou te levarPro meio da maréMulé, mulé, mulé, muléPro meio da maréVai, vai, perna pra quem vai

Sou macumbaSou macumbaSou macumbaSoul, sou macumba

Pra bem ser amadaSou macumbaDa tua amizadeSou macumbaDa tua risada

Melodia africana 1938 J. B. de Carvalho, Ilka Airosa e Durval Fernandes

J. B. de Carvalho, Odete Amaral

78 rpm, Victor Olorum, candomblé, Xangô, fetiço

Fui no OlorumPra você voltar pra mim,Sinto-me doer,Nosso amor não terá fim.

Na Bahia, ôi, temCandomblé de XangôPra prender seu amor,Na Bahia, ôi, temSanto forte e agogô,Alivia a minha dor,Na Bahia, ôi, tem.

Se você voltar pra mimAgradeço a Olorum,Que é pai de Japeranga,Japeranga de Olorum.

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Na Bahia, ôi, tem,Feitiço pra fazer você me querê,Na Bahia, ôi, tem,Galo preto com dendê,Pra você não me esquecê,Na Bahia, ôi, tem

Melzinho na chupeta 1989 Almir de Araújo, Marquinhos Lessa e Hércules Correia

Elymar Santos Missão, Emi Oxalá Brasileiros e brasileiras!!!Terra a vista!Tem amorAqui pra darOnde canta o sabiá

Vem de longe ôFoi seu Cabral que descobriuProvou, gostouDeitou, rolouNo Pau-BrasilDe lá pra cá nada mudou ô ô ô

Terra abençoadaTudo que se planta dáMagia iluminada de norte a sulPela luz de OxaláO que é bom todo mundo gostaEncosta que a marola vai levar

É melzinho na chupetaÉ papinha de babáAté o “abi” que é daqui meteu a pá

A arte mil faces do tempero brasileiroCoração aventureiro viajando na imensidãoOs rios, os verdes e as matasA cor da mulataMeu time campeãoNo palco do meu carnavalAs riquezas desse chão

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O meu capricho tropicalNesse nunguém mete a mão

Menina dandara 1991 Paulo Bebétio e Paulinho Rezende

Margareth Menezes Kindala, Polygram Iansã Eu venho das águas lavadasEm rios sedentosDos mares que molham as sombras de AldebarãEu sinto de longe a fúria e o cheiro dos ventosQue trazem as chuvas que nascem das mãos de IansãEu sou a pirâmide, eu sei quem inventou o tempoQue faz esse índio guerreiro aqui dentro de mim?Os raios que cruzam as ruas do meu pensamentoAcordam em frente ao espelho meu doce alfenim

Vem lá do PelôEssa voz, essa moça bonita IaraClariôDeve ser olhar de menina dandaraEu tenho bordado na alma o lume da estrelaO braço de Zâmbi me guia na luz da manhãO sol deixa um fogo de sol sobre minha cabeçaA tábua dos dez mandamentos já foi minha irmãNos olhos do mundo eu vejo as meninas da ruaA porta que dá pro destino não é uma sóEu sei do que é feito o caminho da estrela nuaÉ mirra, incenso, é ouroÉ pedra e pó

Menina do cateretê 1990 Bell Marques, Chocolate da Bahia e Paulinho Camafeu

Chiclete com Banana É Festa, BMG—Ariola

Oxalá, axé Menina linda do cateretêNosso Brasil tem um alto astralCante comigo esse meu sambaêVou pra Bahia, vou levar vocêNo sol da Bahia a gente deita e rolaSambaê, sambaêAndar com fé na terra do axéSambaê, sambaêPai Oxalá tá protegendo você, mãeSambaê, sambaêChiclete com Banana fazendo você mexer

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Sambaê, sambaêMenina linda do cateretêNosso Brasil tem um alto astralCante comigo esse meu sambaêVou pra Campina Grande, eu vou levar vocêLá no spazzio a gente deita e rolaSambaê, sambaêVitória da Conquista no Massilas vou te terSambaê, sambaêSão Paulo é Sampa no berço da madrugadaSambaê, sambaêMenina linda do cateretêNosso Brasil tem um alto astralCante comigo esse meu sambaêVou pra Recife vou levar vocêLá em Recife a gente deita e rolaSambaê, sambaêLá tem capiba no trevo da FreviocaSambaê, sambaêLinda Olinda no Batata vou te verSambaê, sambaêMenina linda do cateretêNosso Brasil tem um alto astralCante comigo esse meu sambaêEu vou pra Fortaleza, vou levar vocêNo Seriguela a gente deita e rolaSambaê, sambaêGalera de Ilhéus vai botar pra derreterSambaê, sambaêLá em Natal o teu desejo me alucinaSambaê, sambaêLá em Brasília tô de olho em vocêMenina linda do cateretêNosso Brasil tem um alto astralCante comigo esse meu sambaêEu vou pra Minas vou levar vocêMenina linda do cateretêNosso Brasil tem um alto astral

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Cante comigo esse meu sambaêDe bem com a vida eu quero te ver

Menina do tacho 1990 Agepê, Léo Môra e Rodolpho de Souza

Agepê Agepê, Philips Janaína (Iemanjá) Menina desci rio abaixoVi seu tacho vazioO que aconteceu Na beira do rio

Perguntei a JanaínaSe te viu, menina perdida,Em seu remansoPensando na vida

Se você sorriuSe você chorouSe você partiu, oiSe o bicho pegou

Olha, vem cá menina me contarOlha, vem cá menina me contarO que foi que te deuO que é que te dá

Vovó já dizia que o bicho papão seduziaVovó só não me disseQue o bicho pega de diaEsperei, você não veioTua mãe me contouQue você chegou de tacho cheio

Menino maluco 1989 João Guimarães e Dico Guimarães

Banda Cheiro de Amor

Festa, Polydor Oxalá Quero te encantarNa terra de OxaláMuito doido por aíMe lançouCom teu olharO menino que passouFez poeira levantarToda prosa e amor

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Seu cabelo a balançarVem pra seduzirEu vou atrás comÁgua na bocaQuerendo te encantarTeu jeito de menino malucoNo cabelo e no olhar

Menino rei do mar 1976 Ayrão e Sidney da Conceição

Luiz Ayrão Luiz Ayrão, Emi—Odeon

Iemanjá ObaluatãMenino rei do marObaluatãAfilhado de Iemanjá

Minha vida tão tristeMeu peito cheio de dorMinha alma feridaNas garras do desamorSanto menino semeiaNas águas as chamas do amorLeva essa prece à sereiaPois eu sou um pescador

Bola pra frente, ôBola pra frenteQuando a jogada é feita com amor é diferente

Hoje o time cresceuSete dele e oito seusE mais um de criaçãoPra coroar esse romance tão sublimeOlha aí mais pro timeSambista ou campeã

Menino velho 1932 Romildo e Toninho Clara Nunes Nação, Emi—Odeon jogar búzios Há muito tempo nas águas da GuanabaraO dragão no mar reapareceu na figura de um bravo feiticeiroÀ quem a história não esqueceuConhecido como Navegante Negro

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Tinha a dignidade de um mestre-sala

E ao acenar pelo marNa alegria das regatasFoi saudado no porto pelas mocinhas francesas, jovens polacas e por batalhões de mulatasRubras cascatas formavam das costasDos centros entre cantos e chibatasInundando coração,Do pessoal do povão

E a exemplo do feiticeiro gritava entãoGlória aos piratas às mulatas, às sereiasGlória à farofa, à cachaça, às baleiasGlórias a todas as lutasInglóriasQue através da nossa históriaNão esquecemos jamais

Salve o Navegante NegroQue tem por monumentoAs pedras pisadas do caisMas faz muito tempo

Mestre-sala dos mares 1975 João Bosco, Aldir Blanc

João Bosco Caça à raposa Feiticeiro Há muito tempo nas águas da GuanabaraO dragão no mar reapareceu na figura de um bravo feiticeiroÀ quem a história não esqueceuConhecido como Navegante NegroTinha a dignidade de um mestre-sala

E ao acenar pelo marNa alegria das regatasFoi saudado no porto pelas mocinhas francesas, jovens polacas e por batalhões de mulatasRubras cascatas formavam das costasDos centros entre cantos e chibatas

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Inundando coração,Do pessoal do povão

E a exemplo do feiticeiro gritava entãoGlória aos piratas às mulatas, às sereiasGlória à farofa, à cachaça, às baleiasGlórias a todas as lutasInglóriasQue através da nossa históriaNão esquecemos jamais

Salve o Navegante NegroQue tem por monumentoAs pedras pisadas do caisMas faz muito tempo

Metamorfhose 1940-9

Hudson Gaia (Petit) Cida Tibiriçá 78 rpm, Odeon macumba, moamba ???

Meu Caboclo Não Deixa 1968 Avarése e Edenal Rodrigues

Noriel Vilela Eis o ôme feitiço Não adianta fazer teu feitiçoPorque meu caboclo não deixa pegar!Não adianta fazer teu feitiçoPorque meu caboclo não deixa pegar!Tenho um caboclo que mora na mataQue guia meus passos, abre o meu caminho.Não adianta fazer teu feitiçoCom esse caboclo não fico sozinho.Não adianta fazer teu feitiçoPorque meu caboclo não deixa pegar!Não adianta fazer teu feitiçoPorque meu caboclo não deixa pegar!Já apontaram uma arma pra mimUm quarenta e cinco, meu deus, que horror!Quando o margina puxou do gatilhoEm vez de uma bala saiu uma flor!Não adianta fazer teu feitiçoPorque meu caboclo não deixa pegar!

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Não adianta fazer teu feitiçoPorque meu caboclo não deixa pegar!O meu caboclo mandou te avisarQue quem faz o mal acaba pagandoE não adianta fazer teu feitiçoPois tu vais fazendo ele vai desmanchando!Não adianta fazer teu feitiçoPorque meu caboclo não deixa pegar!Não adianta fazer teu feitiçoPorque meu caboclo não deixa pegar!

Meu congá 1937 Paraguassu Paraquassu e seu grupo Verde-Amarelo

78 rpm, Columbia congá, terreiro No mato tem calungaFolha com folha é gangaA ganga come mugangaFolha com folha é gangaFolha com folha é ganga

Quem quiser verPode vim, pode chegarÉ no terreiro que o santo sai do Gongá

O meu cavaloTá danado pra mancarMeche na cumbucaRepinica o meu Gongá

Moça bonita que nãoSabe ainda rezarVenha pra rodaPra pega no meu Gongá

Já tá chegando PererêPrá comungáVamos pra rodaQue o santo sai do Gongá

Meu coração é seu 1936 Mario D. Fiuza Irmãos Vitale 78 rpm, Edições Triângulo

macumba IIntrigas de amor querem fazer

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Sei que a isso não dás atençãoInveja têm as outras de você porque já sabem a quem dei meu coração.IIQue a gente linguaruda p'ra falarDizendo que vives à enganarNão quero nem por sonho acreditar Também na dúvida não posso ficar.

Estribilho

Fui à macumba tirar o azare sem querer vim a saberGostas de mim e não queres falarMeu "proctetor" assim me afirmou

Meu lugar é Sampa 1996 Luiz Perna Cor da Pele Cor da Pele, BMG Iemanjá Yemanjá, vatapá, água de côcoAzeite de dendê, vem só pra verEu gosto da BahiaMas meu lugar é SampaAqui é muito bomMas foi lá que eu deixei meu sambaLindo Rio de JaneiroPois todo mês de fevereiroCarnaval vou ver, vem só pra verAcho lindo o CorcovadoMas vou ficar em SampaAs mulheres cariocasMas foi lá que eu deixei meu sambaB.H., vou pra láNessas montanhas lindas de se ver,Vem só pra verA Lagoa da PampulhaMas vou morar em SampaBeijo o queijo distraídoMas foi lá que eu deixei meu samba

Meu Pai Oxalá 1977 Toquinho e Vinicius Toquinho e Vinicius Toquinho e Vinicius, Obaluaê, Oxalá, Vem das águas de Oxalá Essa mágoa que me dá

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de Moraes de Moraes RGE Iansã, Xangô Ela parecia o dia A romper da escuridão Linda no seu manto todo branco em meio à procissão e eu, que ela nem via, ao deus pedia amor e proteção Meu Pai Oxalá é o rei, venha me valerMeu Pai Oxalá é o rei, venha me valer e o velho Omulu atotobaluaiê e o velhoOmulu atotobaluaiê Que vontade de chorar no terreiro de Oxalá Quando eu dei com a minha ingrata que era filha de Yansã com a sua espada cor de prata em meio à multidão Cercando Xangô num balanceio cheio de paixão Meu Pai Oxalá é o rei, venha me valer meu Pai Oxalá é o rei, venha me valer e o velho Omuluatotobaluaiê e o velho Omulu atotobaluaiê

Meu santo orixá 1942 Euclides Machado e Durval Melo

Quarteto de Bronze 78 rpm, Victor orixás No meu terreiro (...)Vai começar a funçãoJá chegou os convidados(...)Tenho fé no meu santo, orixá.Minha vida é do santo, orixáMeu terreiro é do santo, orixáA família é do santo, orixáO meu pai é do santo, orixáO meu filho é do santo, orixáMinha filha é do santo, orixá.

Orixá... orixá... Vou pedir ao orixáPara não me abandonarMe dê muita alegriaNão me faça mais chorar

Tenho fé no meu santo, orixá.Minha vida é do santo, orixá

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Meu terreiro é do santo, orixáA família é do santo, orixáO meu pai é do santo, orixáO meu filho é do santo, orixáMinha filha é do santo, orixá.Orixá... Orixá...(bis)

Meus orixás 1935 Gastão Viana Francisco Sena com os Diabos do Céu

78 rpm, Victor Oxalá, Xangô, Iemanjá

Oxonilê, oraie-ê agôPede licença pra Oxalá, babáCaoca ? é meu pai XangôOssé iaba é Iemanjá

Sereia que cantaÉ nossa santaRainha de trono, é dona do mar

Milagre brasileiro 1988 Noca da Portela e Toninho Nascimento

Beth Carvalho Alma do Brasil, Philips

congá, terreiro Valei-me meu Nosso Senhor BrasileiroMe ajoelhei no cruzeiroE rezei pra melhorarAcendi velas confessei os meus pecadosAndei com os dedos cruzadosPara exorcizar todo esse malE daí não deuE daí não deu nãoE pelo jeitoNão vai dar pra me segurarComo não tenho outra opçãoPra essa situaçãoEu continuo a rezar

Rezei com féPra São Pedro, São Paulo e São JoséSão Cristóvão, São LucasE até pra um santo chamado NicolauHoje eu creioQue pra mim só vale a penaEntregar os meus problemas

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Pra um Santo Nacional pois só me dei mal

Estou cansado de nego chegar baixando o pauE eu calado bancando o cordialVou mudar meu gongá pra outro terreiroPra mim agora até o bondoso São FranciscoVai ter que mudar o discoE virar São Jorge Guerreiro – gritando primeiro

Milagres do povo 1995 Caetano Veloso Gal Costa Mina d'água do meu canto, BMG—Ariol

Xangô, Obatalá, Oxum, Iemanjá, Iansã, Obá, Oiá

Quem é ateuE viu milagres como euSabe que os deuses sem DeusNão cessam de brotarNão cansam de esperarE o coraçãoQue é soberano e que é senhorNão cabe na escravidãoNão cabe no seu nãoNão cabe em si de tanto simÉ pura dança e sexo e glóriaE paira para além da história

Ojuobá ia lá e viaOjuobahiaXangô manda me mandarObatalá guiaMamãe Oxum choraLágrima alegriaPétala de IemanjáIansã -Oiá-IáÉ no xaréuQue brilha a prata luz do céuE o povo negro entendeuQue o grande vencedorSe ergue além da dorTudo chegouSobrevivente num navioQuem descobriu o Brasil

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Foi o negro que viuA crueldade bem de frenteE ainda produziu milagresDe fé no extremo OcidenteOjuobá ia lá e via

Mina negra 1995 Beto Pereira, Erasmo, Dibel e Josias Sobrinho

Beto Pereira Terecô, Cedro Music do Brasil

tambor-de-mina Mina negra dançouTambor de MinaA negra dançou reggaeA linda negra chegouBalançou o salãoFalando inglêsI like to danceI love reggaeReggae no radinhoReggae de salãoSó pra subirA temperatura dessa criaturaEm mimReggae no radinhoE meu coraçãoDizendo ai ai aiReggae puladinho Te fazer carinhoA pura loucuraDo beijo que tesão

Mineira 1975 João Nogueira e Paulo César Pinheiro

João Nogueira Vem quem tem, Emi—Odeon

saravá, Ogum, Iansã Clara, abre o pano do passadoTira a preta do cerradoPõe Rei Congo no congá

Anda, canta o samba verdadeiroFaz o que mandou mineiroOu mineira

Samba que samba no bole que boleOi, morena do balaio mole

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Oi, se embala no som dos tantãns

Quebra no balacochê do cavacoOi, rebola no balaco-o-bacoOi, se embola nos balagandãns

Mexe no meio que eu sambo do ladoOi, vem naquele bamboleadoOi, que eu também sou bam bam bam

Cai, cai no samba caiQue o samba vai até de manhã (bis)

Oi, saraváMineira guerreiraQue é filha de Ogum com Iansã

Mineira 1976 João Nogueira, Paulo César Pinheiro

Os Batuqueiros Os Batuqueiros Congá, sarava, Ogum, Iansã

Clara, abre o pano do passadoTira a preta do cerradoPõe Rei Congo no congá

Anda, canta o samba verdadeiroFaz o que mandou mineiroOu mineira

Samba que samba no bole que boleOi, morena do balaio moleOi, se embala no som dos tantãns

Quebra no balacochê do cavacoOi, rebola no balaco-o-bacoOi, se embola nos balagandãns

Mexe no meio que eu sambo do ladoOi, vem naquele bamboleadoOi, que eu também sou bam bam bam

Cai, cai no samba cai

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Que o samba vai até de manhã (bis)

Oi, saraváMineira guerreiraQue é filha de Ogum com Iansã

Mineira 1999 João Nogueira e Paulo César Pinheiro

João Nogueira Além do espelho Congá, sarava, Ogum, Iansã

Clara,Abre o pano do passado,Tira a preta do cerrado,Pôe rei congo no congá.Anda, canta um samba verdadeiro,Faz o que mandou o mineiro,Oh! mineira.Samba que samba no bole que bole,Oi, morena do balaio mole,Se embala do som dos tantãs.Quebra no balacochê do cavacoE rebola no balacubaco;Se embola dos balagandãs.Mexe no meio que eu sambo do lado.Vem naquele bamboleadoQue eu também sou bam, bam, bam.Vai, cai no samba caiE o samba vai até de manhã.Vai cai no samba caiE o samba vai até de manhã.Ô saravá mineira guerreiraQue é filha de Ogum com Iansã.

Minha fé 1999 Murilão Zeca Pagodinho Zeca Pagodinho — ao vivo, Universal

Ogum, Xangô, Oxum, Obaluaê

Eu tenho um snatoPadroeiro, poderosoQue é meu pai OgumEu tenho Tenho outro santoQue me ampara na descidaQue é meu pai XangôE que me ajuda No meu caminhar nessa vida

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Pra ir na corrida do ouroÉ Oxum, é OxumNas mandingas que a gente não vêMil coisas que a gente não crêValei-me meu pai, atotô, ObaluaiêPor isso que a vida que eu levo é belezaEu não tenho tristezaSó vivo a cantar, cantarCantando eu transmito alegriaE afasto qualquer nostalgiaPra lá, sei láE há quem digaQue essa minha vidaNão é vida para um ser humano viverPodes crerE nas mandingas que a gente não vêMil coisas que a gente não crêValei-me meu pai, atotô, Obaluaiê

Minha história 1993 Tatau Ara Ketu Ara Ketu de Periperi, Emi—Odeon

ofá Vou me embalarO s'embala êMeu embalarVou me embalarO s'embala êPeriperiFaz parte da minha históriaE o subúrbioPresente na minha memóriaChega o Domingo subo de trem, subo de tremDesço de tremVou pro Ara KetuCurtir swingueCom você meu bemNa quadra do KetuExaltando e cantandoMostrando o swingue do povo de láQuem vem lá

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Com o seu ofáTrazendo a justiça e a sorteNada de morteSó quero alegria e vamos cantarO subúrbio tem a sua grandezaTem o seu litoral, coisas da natureza, amorO Ara Ketu nos mosta a verdadeira belezaDessa terra também inserida pelo criador

Minha irmã 1995 Toni Garrido, Da Gama e Charles Marsilac

Cidade Negra Sobre todas as forças, Sony

jogo de búzios Isso é o que me faz sorrirIsso é o que me faz chorarIsso é o que me faz sorrirIsso é o que me faz chorarIsso é o que faz a vidaIsso é o que faz a vidaIsso deu pra mim no tarôIsso deu pra mim no tarôIsso deu pra mim no tarôIsso deu nos búziosQue a minha irmã jogou pra mimÉ o que te faz subir na vidaÉ o que te faz meu bem quererÉ o que te faz subir na vidaÉ o que te faz meu bem quererÉ alegria vivaÉ a visão de benzerPra você tambémAh, meu ZumbiAh, meu JacóAi, ai meu DeusPense nele só

Minha princesa 1990 Luiz Caldas Luiz Caldas Nós, Polydor Oxalá O mar, filho do sol, o sol é filho do céu E o mel é fruto da flor que a gente cheira À beira do abismo o cinismo caiu O antro do mal ruiu e a lua tão belaSe acendeu pra mim

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

O poder é oxalá o prazer é bom de darVoce é tão gostosa minha princesaEu penso no imenso calor apago a chama da dor E torno seu segredo beleza

Aí eu viro a mesa cê roda a baianaE quer reclamar te levo pra camaCê acha bacana e vem me abraçar

Aí eu viro a mesa cê roda a baianaE quer reclamar te levo pra camaCê acha bacana e vem me abraçar

Eu saio você quer chorar Eu chego você quer ficar Você tá tão gostosa minha princesa Eu penso no imenso calor, apago a chama da dor

E torno seu segredo beleza Porque o mar filho do sol o sol é filho do céu E o mel é fruto da flor que a gente cheira À beira do abismo o cinismo caiu O antro do mal ruiu e a lua tão belaSe acendeu pra mim

Aí eu viro a mesa cê roda a baianaE quer reclamar te levo pra camaCê acha bacana e vem me abraçar

Aí eu viro a mesa cê roda a baianaE quer reclamar te levo pra camaCê acha bacana e vem me abraçar

Aí eu viro a mesa, a mesaAí eu viro a mesa, a mesa

Mironga de moça branca 1954 Gastão Viana Trio de Ouro 78 rpm, RCA—Victor umbanda, mironga, saravá, Oxuns,

Debaixo de umbanda tem mirongaOraiê

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Iemanjás, Xangôs Mironga de moça brancaOraiaOlha o ???Guenta até a lua cheia(?) clarear(bis)

Ajoelha todo mundo, no terreiroPra pegar no Canindé, no terreiroAjoelha todo mundo, noterreiro Pra pegar no Canindé, no terreiroCabaclo Tupinambá, vai dormirNegra velha aposentada, vai dormir

Debaixo de umbanda tem mirongaOraiêMironga de moça bancraOraiaOlha o ???Guenta até a lua cheia(?) clarear(bis)

Mironga do mato 1985 Wilson Moreira e Nei Lopes

Silas de Andrade Fruto da raiz, Chantecler

Mandinga, mironga, figa-de-guiné, mezinha, descarga, patuá

Tudo que é do mato tem mandingaTem mitongaSeja folha ou seja raizÀs vezes cura, às vezes mataÉ o que vovó sempre me diz

Guiné pra fazer figaErva pra mezinhaGarrafada e muito cháVassoutinha pra rezar cobreiroFolha pra descargaCataplasma e patuáMas também tem raiz de matar E por isso É bom deixar pra lá...

Tudo que é do mato tem mandinga

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Tem mitongaSeja folha ou seja raizÀs vezes cura, às vezes mataÉ o que vovó sempre me diz

Naqueles negros temposMuita casa grandeVolta e meia estava láProcurando os velhos na senzalaPra tirar das rugasForça pra se segurarPra sarar, pra viver, pra matarE por issoÉ bom deixar pra lá

Mistérios do mar 1976 Lincoln e Sérgio Roberto

Lincoln Lincoln, Emi—Odeon

Iemanjá ???

Misticismo da África ao Brasil 1971 Mário Pereira, João Costa e João Galvão

Clara Nunes Clara Nunes, Emi—Odeon

orixás Eu venho de AngolaSou rei da magiaMinha terra é muito longeMeu gongá é na Bahia

Agô ô ô ô

Lua altaSom constanteRessoam os atabaquesLembrando a África distante

E o rufar dos tamboresLá no alto da serraPersonificando o misticismoQue aqui se encerra

Saravá pai OxaláQue o meu samba inspirouSaravá todo povo de Angola, Agô

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Agô ô ô ô

Lá na mata tem mirongaEu quero verLá na mata tem um cocoE esse coco tem dendê

Das planícies às coxilhas,o misticismo se alastrouNum torvelinho de magia, que preto velho ditouE o fetiche e o quebrantoEle nos legou

Eu venho de Angola Sou rei da magiaMinha terra é muito longeMeu gongá é na Bahia

Tem areia ô ôTem areiaTem areia no fundo do marTem areia

Mistura de cores 1992 Toquinho, M. Fabrizio e Bardotti

Toquinho O viajante do sonho, RCA

tambores, santos Acumba ê, cumba cumba cumba êAcumba ê, cumba cumba êAcumba ê, cumba cumba cumba êAcumba ê, cumba cumba ê

Vejo em teu corpo, morenaGinga, feitiço e feitorSanta mistura de coresDe raças, de sangue e de amorPor fora a pele de sedaÁfrica dentro de tiNo teu andar de rainhaA nobreza de rei Zumbi

Vem dançar, me prenderNas correntes do teu amor

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Vem pra cá, quero serO teu escravo e senhor

Vejo em teus olhos, morenaLadeiras de São SalvadorLenda, tambores e santosOxuns, Iemanjás e Xangôs

Mitologia brasileira 1975 Neneo e Quadrado Sapoty da Mangueira Nega atrevida, Polydor

Iansã, Iemanjá, Exu, Ogum, Oxóssi, Xangô, Oxalá

Retomba o trovão, encapela-se o marSalve Iansã minha mãe, salve Iemanjá (bis)

Sonhei, sonhei, sonhei, que estava num mundo diferenteTão sublime, reluzenteEra um mundo encantadoSafiras, rubis, esmeraldas, pérolas e brilhante

Que maravilha, que maravilha, que esplendorSolar de deuses altaneiro, do mito afro-brasileiro (bis)

Retomba o trovão, encapela-se o marSalve Iansã minha mãe, salve Iemanjá (bis)

Nas pratas de Exú, as matas prateadas de OxóssiÓ meu senhor, ó meu senhor, nas batalhas de Ogum

A justiça, altaneira, soberana, de Xangô (bis)

O, o, o, não queria acordarO, o, o, despertou-me Oxalá

Retomba o trovão, encapela-se o marSalve Iansã minha mãe, salve Iemanjá (bis)

Moça bonita 1971 Evaldo Gouvêia e Jair Amorim

Ângela Maria compacto, AMC Pombagira Moça Bonita

Ângela Maria

Play

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Uma rosa cor de sangueCintila em sua mãoUm sorriso que nas sombrasNão diz nem sim, nem não

Pôe na boca cigarrilhaE mais ascende o olharQue conhece o bem e o malDe quem quiser amar...

De vermelho e negro vestindo a noite o mistério trásDe colar de cor de brinco dourado a promessa fazSe é preciso ir você pode ir peça o que quiserMas, cuidado amigo ela é bonitaEla é mulherMas, cuidado amigo ela é bonitaEla é mulher

E nos cantos da ruaZombando, zombando, zombando estáEla é Moça BonitaGirando, girando, girando lá

E nos cantos da ruaZombando, zombando, zombando estáEla é Moça BonitaGirando, girando, girando lá

Oi girando laroyêOi girando laroyêOi girando laroyêOi girando lá...

De vermelho e negro vestindo a noite o mistério trásDe colar de cor de brinco dourado a promessa fazSe é preciso ir você pode ir peça o que quiserMas, cuidado amigo ela é bonitaEla é mulher

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Mas, cuidado amigo ela é bonitaEla é mulher

E nos cantos da ruaZombando, zombando, zombando estáEla é Moça BonitaGirando, girando, girando lá

E nos cantos da ruaZombando, zombando, zombando estáEla é Moça BonitaGirando, girando, girando lá

Oi girando laroyêOi girando laroyêOi girando laroyêOi girando lá...

E nos cantos da ruaZombando, zombando, zombando estáEla é Moça BonitaGirando, girando, girando lá

E nos cantos da ruaZombando, zombando, zombando estáEla é Moça BonitaGirando, girando, girando lá

Oi girando laroyêOi girando laroyêOi girando laroyêOi girando lá...

Moeda 1978 Romildo e Toninho Clara Nunes Guerreira, Emi—Odeon

figa, guia Joga a moeda e vê,qual a sorte que vai darSe o destino é muito forte, a moeda é um corteQue dá pra morrer e se a vida é meia morteA morte só vem pra quem viver

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Ê, ofícioOi, que vida difícil de entender

A minha raçaÉ o produto da cana e da cachaçaCafé, ouro velho e alcobaçaÉ uma rosa acabando de nascer

A minha terraÉ um mosaico de pedra portuguesaPintada de sangue, com certezaEm volta do mangue pra se ver

A minha casaÉ uma cabana de palmeiraQue dá palha pra esteiraOnde eu durmo pra esquecer

Ê, ofícioOi, que vida difícil de entender

O meu enfeiteÉ uma figa, é uma concha, é uma guiaÉ uma folha de arruda, é simpatiaQue a gente não pode saber

O meu amorÉ mistura de dengo e de carinhoÉ um molho de coentro e de cominhoÉ uma reza maldita de benzer

Minha cantigaÉ oração das rezadeirasÉ o canto das lavadeirasQue eu sempre quis aprender

Ê, ofícioOi, que vida difícil de entender

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Mo-fi-la-do-fê 1968 domínio público Orquestra Afro-Brasileira

Orquestra Afro-Brasileira, CBS

Olodumare ???

Mon tiers monde 1989 Gilberto Gil Gilberto Gil O eterno Deus Mu dança, WEA

Oxalá Pas un instant a perdre!Plus que la mortLa mort des hommes dans la merdeMon tiers monde s'engage dans la vieDu fond meme de mon coeurDu fond meme de mon coeurC'est la chaleaur, C'est la chaleaurLe bonheur de la pluie

Pour la momment ça marcheÇa en fait rienRien la realité sauvageMon tiers monde s'engage dans la vieDu fond meme d'un sommeilDu fond meme d'un sommeilJ'ai le soleil, J'ai le soleilComme mon meilleur ami

Notre jours est consacréA un pan universelSoient les etoiles de merSoient les les oiseaux du ciel

Soient les choses inaniméesComme la Pierre et l'oceanSoient les nombreaux nommes de DieuComme Oxalá, Comme Tupan

Morena brasileira 1976 José Messias Jair Rodrigues Minha hora e vez, Phonogram

feitiço Morena brasileiraTem feitiço no olharTem calor do solE o encanto do luar

Morena, morena de fato

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Tem cheiro de matoTem a essência da vidaTem jeito de sambaDe carnaval na avenida

Caribé a pintouNa mais bela aquarelaJorge Amado amouE a chamou GabrielaEla, elaFoi Deus quem juntou tanta graçaE fez a morenaBrasileira de raça

Morena do mar 1993 Dorival Caymmi Beth Carvalho Dorival Caymmi: Songbook 2, Lumiar

Iemanjá Ô morena do marOi eu, ô morena do marÔ morena do marSou eu que acabei de chegarÔ morena do marSou eu que acabei de chegarÔ morena do marEu disse que ia voltarAi, eu disse que ia chegarChegueiPara te agradarAi, eu trouxe os peixinhos do marMorenaPara te enfeitarEu trouxe as conchinhas do marAs estrelas do céu, morenaE as estrelas do marAi, as pratas e os ourosDe Iemanjá

Muié macumbeira 1946 Cunha Jr Nhô Nardo, Cunha Jr 78 rpm, Continental macumba, camboni, feitiçaria, feiticeiro

Ô muié que me fez penarA sua macumbaNo estilo de rumba

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Eu vou explicarO macumbêro lá do canjaráRoubou seu dinheiroFicou fazendeiroNo macumbá

Achei um diaDebaixo dos travesseiro??? foinha de coqueroE os lencol cheios de nóTinha sapinho com boca costuradaCom os óio esbataladoQue inté me dava dó

Até um diaVeja oce o que fizeramCom ???????????? depoisTinha cabelo?????? lá queimadaFoi assim que essa marvadaQuase que me deixa louco

Por trás dos santoSó vivia de marafaVivia na ??????E assim foi seu dinheiroMas o camboniJá fez tudo o que podiaQuer fazer feitiçariaVirô contr o feiticeiro

Mulata macumbeira 1931 J. Francisco de Freitas e Domingos Magarinos

Celeste Leal Borges 78 rpm, Odeon macumba ? caminho fechado(?) degenerou(?) arranjou

Fui na macumba meu bemPra ver o que é que tu tem

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(bis)

Mandei abrir meus caminhosSem (?) Ninguém não pode dizerMandei fazer um despachoQue é pra mulher do (?) no quegerê

Fui na macumba meu bemPra ver o que é que tu tem (bis)

Mulher de Chico 1978 Baiano do Cabral e Edson Menezes

O Plá dos Partideiros O plá dos partideiros, Emi—Odeon

terreiro Eu sou, partideiroQuando eu chego, é devagarEu piso em qualquer terreiro (bis)

Para se cantar partido, o talento vem de berçoNão é qualquer um que vai brincar nos versosE impor todo o respeito

Eu vi um cara, todo almofadinha, todo esquema quenteDesliza num verso, dum samba indolenteQuase perdeu a patente

Olha, veja cumpade eu sou, mas num sou? Eu sou, partideiroQuando eu chego, é devagarEu piso em qualquer terreiro (bis)

Um sujeito lá do norte, cantador de emboladoEntrou no pagode da rapaziada, se isso não ta com nadaCantou um combo, tirou a moçada toda de jogadaAcabou o samba na maior pirraçaE depois entrou no tapa

Olha, veja cumpade eu sou, mas num sou?

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Eu sou, partideiroQuando eu chego, é devagarEu piso em qualquer terreiro (bis)Na casa do mangueirinha, onde fui pagodearMe chegou um otário metido a cantar, seu verso imoralTirou um verso, com a mãe do negão que estava assim do ladoO samba acabou num cacete ferradoE o otário todo quebrado

Olha, veja cumpade eu sou, mas num sou? Eu sou, partideiroQuando eu chego, é devagarEu piso em qualquer terreiro (bis)

Mulher negra 1989 Gerônimo Banda Reflexu's Kabiêssele, Emi—Odeon

quelê, dijina, ancestral

Eu me orgulho de serUma mulher negraEu tenho kelêEu tenho a dijina

Minha vó que foi rainhaMinha mãe que foi princesa

Eu me orgulho de serUma mulher negraEu tenho kelêEu tenho dijina

Esse canto de ancestralFoi Zánzi que me ensinouEsse canto é todo negroCom a força do meu amor

Axé ayê auwetoÉ zan zan zan

Axé ayê auwetoÉ Zambi ê

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É Zambi na quetrecáÉ Zambi ê

Na Bahia 1938 Herivelto Martins e Humberto Porto

Miranda e Trio de Ouro Carmen

78 rpm, Odeon macumba, filhas-de-santo, orixá, canjerê

Na Bahia o nego macumba noite e dia,fazendo moamba, tirando quebranto das Filhas de Santo,Terra de crença, lá nasceu a esperança,E a fé tão grande assim fez morada no Bonfim.

Na Bahia tem, tem orixá,Na Bahia tem, arroz de alçá,Santos e comidas, tem canjerê,Na Bahia tudo tem, molho de azeite de dendê (ê)

Na batucada da vida 1977 Ary Barroso e Luiz Peixoto

Miúcha e Antonio Carlos Jobim

Miúcha & Antonio Carlos Jobim, RCA—Victor

despacho No dia em que eu apareci no mundoJuntou uma porção de vagabundo da orgiaDe noite teve lua e batucadaQue acabou de madrugadaEm grossa pancadariaDepois do meu batismo de fumaçaMamei um litro e meio de cachaçaBem puxadoE fui adormecer como um despachoDeitadinha no capachoNa porta dos injeitadosCresci olhando a vida sem malíciaAté que um cabo de políciaDespertou meu coraçãoE, como eu fui para ele muito boaMe largou na vida à toaDesprezada como um cãoE hoje que eu sou mesmo da viradaE topo qualquer paradaPor um prato de comidaIrei cada vez mais me esmolambandoSeguirei sempre sambandoNa batucada da vida

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Na beira do mar 1973 Mateus e Dadinho Os Tincoãs Os Tincoãs, Jangada Xangô, Iemanjá, Ogum, vodum

Na beira do marChamarei yemanjáZumbi, ogum, vodum, erum, ilê oro

No azul do marClamarei, ó yemanjá!Olhai, mãe santa,Meu canto de dorFeito em seu louvor

Yemanjá, yemanjá iêYemanjá iê, yemanjá

Escutai meu clamorYemanjá, aliviai minha dor

Uô, uô, uô ai meu pai xangô!Uô, uô, uô minha mãe yemanjá!Valha-me! uô, uô, uôÓ, ilê, ilê, ilê...Uô, uô, uô...

Na encruzilhada 1961 J. B. de Carvalho e César Cruz

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental despacho, macumba Ai, ai, aiVou fazer você penarAi, ai, aiQuem é bom não pisa lá

Botei na encruzilhadaUm despacho p’rá vocêUma galinha preta Com azeite de dendê

Quem anda na macumba E não tem seu protetorMais cedo ou mais tardeVai ficar borocochô

Ai, ai, ai

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Vou fazer você penarAi, ai, aiQuem é bom não pisa láNa encruzilhada

Na gira 1999 Rita Ribeiro Rita Ribeiro Rita Ribeiro, MZA Xangô, Oxum, Ogum, Iansã, Iemanjá

Chamou, chamou chamouChamou XangôChamou OxumChamou OgumChamou Iansã chegouChegou, chegou, chegouChegou XangôFilha de OxumFilha de IemanjáChamou XangôChamou pra ajudarChama de XangôClareou na pedreiraChama de XangôClareou

Na gruta do feiticeiro 1949 Almirante, Candoca da Anunciação e E. Vidal

Almirante com Orquestra Victor Brasileira

78 rpm, Victor candomblé, mandinga

É meia-noite, minha genteTá a hora, zabumba o congoQue o tinhosos assobiouA manicaca já sortôE foi-se emboraE lá distanteO galo preto já cantouLá longe o fogo do cachimbo do saciTá parecendo com o olhar do CaporéE o cão pretoTá rodando por aquiPois tá na hora de fazer o Candomblé

Zumbi, lê-lê, zabumbaZabumba, zumbi, lê-lêVamos assoprando as brasas

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Pros infernos se acender

E o saci que virou besta de carretaJá tá danado, tá um cão, tá um perigoNão vá ninguém ficarZombando do capetaQue cria chifre, nasce rabo por castigoO nego minaPra fazer sua mandingaSó quer enxofre, quer farofaQuer cachaçaQuer vintém, quer galo mortoCom catingaVela de sebo que acendendoTraz desgraça

Na macumba 1920-9

Ernesto Pimentel Grupo do Pimentel 78 rpm, Odeon macumba ???

Na onda do berimbau 1964 Oswaldo Nunes Ed Lincoln A Volta, Musidisc Candomblé Na onda do BerimbauEsquim dim!Esquim dim!Agitarei meu carnavalEsquim dim!Esquim dim!...(2x)

Bate com a mãoQue eu bato com o péO sambaVirou candomblé...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh!Esquim dim!Esquim dim!...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!

Na onda do Berimbau

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Esquim dim!Esquim dim!Agitarei meu carnavalEsquim dim!Esquim dim!...(2x)

Bate com a mãoQue eu bato com o péO sambaVirou candomblé...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh!Esquim dim!Esquim dim!...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!

Na onda do BerimbauEsquim dim!Esquim dim!Agitarei meu carnavalEsquim dim!Esquim dim!...(2x)

Bate com a mãoQue eu bato com o péQue o sambaVirou candomblé...(4x)

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!Esquim dim!Esquim dim!...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!Esquim dim!Esquim dim!...(3x)

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Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!

Na onda do berimbau 1968 Osvaldo Nunes Nelsinho e sua orquestra

Brazilian Beat, v. 3, London

candomblé Na onda do BerimbauEsquim dim!Esquim dim!Agitarei meu carnavalEsquim dim!Esquim dim!...(2x)

Bate com a mãoQue eu bato com o péO sambaVirou candomblé...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh!Esquim dim!Esquim dim!...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!

Na onda do BerimbauEsquim dim!Esquim dim!Agitarei meu carnavalEsquim dim!Esquim dim!...(2x)

Bate com a mãoQue eu bato com o péO sambaVirou candomblé...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh!Esquim dim!Esquim dim!...(3x)

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Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!

Na onda do BerimbauEsquim dim!Esquim dim!Agitarei meu carnavalEsquim dim!Esquim dim!...(2x)

Bate com a mãoQue eu bato com o péQue o sambaVirou candomblé...(4x)

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!Esquim dim!Esquim dim!...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!Esquim dim!Esquim dim!...(3x)

Êh! Êh! Êh! Êh! Êh!

Na onda gostosa do quibundo 1992 Bell Marques e Renatinho da Silveira

Chiclete com Banana Chiclete com Banana, BMG

Aganju (Xangô), Ibeji, Iroco

A onda gostosa do QuibundoDo quilomboDo ingongoDo calungaAtiçou a lenga-lenga do cafunéA ginga do Alberto LeguléO gosto ardente do acarajéIjexáAratuAganjuAmaláA onda gostosa do Quibundo

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Do quilomboDo ingongoDo calungaAmansou o espinho mole do maxixeO ronco da batucada de TorôcoO berro grosso do inquiceBaba de moça, viço de azevicheDa quizilaIbêjiAcaçáCaxixiA onda gostosa do QuibundoDo quilomboDo ingongoDo calungaPerfumou a goma da GoméiaA gema do azeite de dendêA autoridade de BamboxêÔ Bogum IrôkoIá ominTiterê

Na orelha do pandeiro 1996 Bororó, Lúcia Helena e Aldir Blanc

Aldir Blanc Aldir Blanc — 50 anos, Alma

elegum, mandinga, terreiro

A pancada aplicada no pandeiroAi, que dor o skindô,Que dor dá no batuqueiro, ô...Centra a corda no surdo o couro come – iscutunPaís nenhum no horrorSaculeja o azar pra longe e ginga,Diz que dá pro seu o que sobra em pranto e pinga,Faz se é pro bem, mas pro mal não quer mandinga, Na raiz popular que iaiá enche a moringaE samba no pé...Vem de dentro do marVem do rio e da restingaQuando parece morto no bolso, sai coringaE samba no pé, E samba no pé.

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De esguelha na orelha do pandeiroAi, que dor, esse calor me lembrou do cativeiro, ôEu sou negro e com a arma da risada, elegum,Não mais nenhum sinhôVai dizer o que é bom no meu terreiroOu transformo a careta da mala num pandeiro...Não nasci em dezembro, não vivi no mosteiro, Nós brotamos da terra no mês de fevereiroCom samba no péSinto orgulho do meu sangue afro- brasileiro, Eu só tenho de meu minha cor, esse pandeiroE o samba no pé, E o samba no pé.

Na orelha do pandeiro 1996 Bororó, Lúcia Helena e Aldir Blanc

Aldir Blanc Aldir Blanc - 50 anos, Alma

??? A pancada aplicada no pandeiroAi, que dor o skindô,Que dor dá no batuqueiro, ô...Centra a corda no surdo o couro come – iscutunPaís nenhum no horrorSaculeja o azar pra longe e ginga,Diz que dá pro seu o que sobra em pranto e pinga,Faz se é pro bem, mas pro mal não quer mandinga, Na raiz popular que iaiá enche a moringaE samba no pé...Vem de dentro do marVem do rio e da restingaQuando parece morto no bolso, sai coringaE samba no pé, E samba no pé.De esguelha na orelha do pandeiroAi, que dor, esse calor me lembrou do cativeiro, ôEu sou negro e com a arma da risada, elegum,Não mais nenhum sinhôVai dizer o que é bom no meu terreiroOu transformo a careta da mala num pandeiro...Não nasci em dezembro, não vivi no mosteiro, Nós brotamos da terra no mês de fevereiroCom samba no pé

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Sinto orgulho do meu sangue afro- brasileiro, Eu só tenho de meu minha cor, esse pandeiroE o samba no pé, E o samba no pé

Na Pavuna 1929 Candoca da Anunciação (Homero Dornelas)

Almirante (Henrique Foréis Domingues) e o Bando de Tangarás

78 rpm, Parlophon canjerê, macumba, mandinga e candomblé

Na PavunaNa PavunaTem um sambaQue só dá gente reiúna

O malandro que só canta com harmonia,Quando está metido em samba de arrelia,Faz batuque assimNo seu tamborimCom o seu time, enfezando o batedor.E grita a negrada:Vem pra batucadaQue de samba, na Pavuna, tem doutor

Na Pavuna...

Na Pavuna, tem escola para o sambaQuem não passa pela escola, não é bamba.Na Pavuna, temCanjerê tambémTem macumba, tem mandinga e candomblé.Gente da PavunaSó nasce turunaÉ por isso que lá não nasce "mulhé".

Na pressão 1999 Lenine, Bráulio Tavares e Sérgio Natureza

Lenine Na Pressão, BMG—Ariola

mandinga, despacho Olho na pressão, tá fervendoOlho na panelaDinamite é o feijão cozinhandoDentro do molho dela

A bruxa acendeu o fogoSe cuida, rapaziadaTem mandinga de cabôco

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Mandando nessa paradaGarrafada de serpenteDespacho de cachoeiraQuanto mais o fogo sobeMais a panela tá cheia

Olho na pressão, tá fervendoOlho na panela Dinamite é o feijão cozinhandoDentro do molho dela

A bruxa mexeu o caldoSe liga aí, ô galeraTá pingando na misturaSaliva da besta-feraChacina no Centro-OesteE guerrilha na fronteiraEmboscada na avenidaTiro e queda na ladeiraMas feitiço é bumeranguePerseguindo a feiticeira

Nabucodonosor 1995 Alfredo Moura Banda Eva Hora H, Globo Universal

peji Na boca e na boquinhaE foi papai quem falouMenina linda, dengosaSou sua najaSou seu amorSilenciosa gatinha, fofinhaSou sua abelha rainhaBeijo com gosto de salVou consultar meu pejiUm alto astralJeito louco de serUm babá por aliSou odalisca do seu metiêVou dançar com vocêOuvir dizer que Babilônia é SalvadorÉ Salvador, é Salvadro

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Ouvir cizer que Babilônia é SalvadorOuvi da boca de NabucodonosorNa boca e na boquinhaE foi mamãe quem falouTremendamente dengosaEsse meu bem-querer te viciouTodo manhosoVem cá, meu gatinhoMe enche de beijinhosBeijo com gosto de salDo Oiapoque ao ChuíUm alto astralJeito louco de serUm babá por aliSou odalisca do seu metiêQuero casar com você

Nação 1982 João Bosco, Aldir Blanc e Paulo Emílio

João Bosco Comissão de frente, BMG—Ariola

Oxum, Oxumarê Dorival Caymmi falou pra OxumCom Silas tô em boa companhiaO céu abraça a terraDeságua o rio na BahiaDorival Caymmi falou pra OxumCom Silas to em boa companhiaO céu abraça a terraDeságua o rio na Bahia

Gêge, minha sede é dos riosA minha cor é o arco-írisMinha fome é tantaPlanta, flor, irmã da bandeiraA minha sina é verde-amarela Feito a bananeiraOuro cobre o espelho esmeraldaNo berço esplêndidoA floresta em caldaManjedoura d'almaLabarágua Sete Qued'em chamaCobra de ferro

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OxumaréHomem-Mulher na cama

Gêge, tuas asas de pombaPresas nas costas com mel e dendêAgüentam por um fioSofrem o bafio da feraO bombardeio de CaramuruAssanhada NhangüeraGêge, tua boca do lixoEscarro sangue de outro amor petizNo canal do mangueO uirapuru das cinzas chamaRebenta a louçaOxumarê dança em teu mar de lama

Nação Nagô 1966 Capiba Inezita Barrosos e Orquestra, Coral e Regional de Caçulinha

Vamos falar de Brasil novamente

Luanda, atabaque, Nagô

Eu vim de Luanda pra cáCom (gongui) atabaque pra dançarQue barulho é esse?É nação de preto Nagô

Meu rei me ensinouE mandou que eu dançasse pra vocêMaracatu, maracatuEu vou dançar pra vocêO maracatumaracatu

Nanã 1964 Moacir Santos e Mário Telles

Wilson Simonal A nova dimensão do samba, Odeon

Nanã Esta noite quando eu vi NanãVi a minha deusa ao luarToda noite eu olhei NanãA coisa mais linda de se olharQue felicidade achar enfimEssa deusa vinda só pra mimNanãE agora eu só sei dizerToda minha vida é NanãÉ Nanã

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Nanã

Simbora

Esta noite dos delírios meusVi nascer um outro amanhãMeio dia com um novo solSol da luz que vemDe nanãAdorar nana é ser felizTenho a paz no amorE tudo o que eu quisE agora eu só sei dizerToda a minha vida é NanãÉ NadaÉNanãÉ nanãÉ nanãÉ nanãÉ nanã..........

Nanaê, Nanã, Naiana 1973 Sydney da Conceição

Clara Nunes Clara Nunes, Emi—Odeon

Nanã, canjerê Nanaê, Nanã, NaianaNanaê, Nanã, NaianaComo mana irmana na janganaComo mana irmana na jangana Nanaê (bis)

Nanaê Cantava pra sinhazinha dormir ao luêPra ir pra debaixo do pé de café pra fazer canjerê, nanê

Nanaê, Nanã, NaianaNanaê, Nanã, NaianaComo mana irmana na janganaComo mana irmana na jangana Nanaê (bis)

Se sinhazinha acordasse Antes de Nanaê chegar

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E começasse a chorarSenhor mandava amarrar NanaêE chibatar Nanaê

Nanaê, Nanã, NaianaNanaê, Nanã, NaianaComo mana irmana na janganaComo mana irmana na jangana Nanaê (bis)

Mas Nanaê se incorporava de Nanã puruquêE não sentia a pancada doe

Nanaê, Nanã, NaianaNanaê, Nanã, NaianaComo mana irmana na janganaComo mana irmana na jangana Nanaê (bis)

Sinhazinha ninada, embaladaNo cantar da negrotina, NanaêHerdou todo seu serHoje em noite de luanaÉ sinhazinha quem vai dançar na munjungana Nanaê

Nanaê, Nanã, NaianaNanaê, Nanã, NaianaComo mana irmana na janganaComo mana irmana na jangana Nanaê (bis)

Nanan Boroquê 1955 João da Baiana João da Baiana e seu Terreiro

78 rpm, Odeon Nanã, Exu Louvado seja meu Senhor Jesus CristoPara smepre seja louvadoViva Nanan Boroquê

Nanan, Nanan eu vouVou no mato apanhar erepepê

Minha cabeça me doi como o quePaço um (malene)

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Nanan Boroquê

Olha sua cabeça que doi como o queÉ assim que eu quero te verPeça (malene) a Nanan BoroquêVocê brincou com Exu Berequê

Vai no mato apanhar erepepêOlha que poia que porangabaLá no mato tem mucamba

Viva Nanan

Não deixarei o morro 1939 Juracy de Araújo e L. A. Pimentel

Odette Amaral 78 rpm, Victor moamba Quando a lua Brilha à noite lá no céu a saudadeEntão, relembra a sorte tuaSei que tu és da perdição da cidadeMas meu samba Tem muamba, Pra prender quem vem aqui no morroNão procures fugirPois sei que voltarásE perdão virás pedir

E só pro meu moreno É que penso Chorando esta minha saudadeMas não deixarei o morro Pois a mim não seduziramAs tais belezas da cidade

Não enche 1998 Cetano Veloso Caetano Veloso Livro, Polygram axé Me larga, não enche Você não entende nada e eu não vou te fazer entender Me encara de frente: É que você nunca quis ver, não vai querer, não quer ver Meu lado, meu jeito, O que eu herdei de minha gente e nunca posso perder Me larga, não enche,

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Me deixa viver, me deixa viver, me deixa viver, me deixa viverCuidado, oxente! Está no meu querer poder fazer você desabar Do salto. Nem tente Manter as coisas como estão porque não dá, não vai dar. Quadrada, demente, A melodia do meu samba põe você no lugar Me larga, não enche Me deixa cantar, me deixa cantar, me deixa cantar, me deixa cantarEu vou Clarificar A minha voz Gritando: nada mais de nós! Mando meu bando anunciar: Vou me livrar de você.Harpia, aranha, Sabedoria de rapina e de enredar, de enredar Perua, piranha Minha energia é que mantém você suspensa no ar Pra rua!, se manda, Sai do meu sangue, sanguessuga, que só sabe sugar Pirata, malandra, Me deixa gozar, me deixa gozar, me deixa gozar, me deixa gozarVagaba, vampira, O velho esquema desmorona desta vez pra valer Tarada, mesquinha, Pensa que é a dona e eu lhe pergunto: quem te deu tanto axé? À toa, vadia, Começa uma outra história aqui na luz deste dia D: Na boa, na minha, Eu vou viver dez, Eu vou viver cem, Eu vou viver mil, Eu vou viver sem você

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Não está legal 1946 Erasmo Silva Anjos do Inferno 78 rpm, Victor mandinga, patuá Você vai ver,Vou acabar sua ginga,Você brigou comigo,Eu sou um perigoPra botar mandinga.

Não está direito,Não está legal,Não é divertido,Você não apanha Um baiano distraído.

No mexe-mexe,Do samba rasgado,Eu trago este dom do sapateado,Duvido morena que você esqueça,Eu sou baiano dos pés à cabeça.

Você me conhece,Às vezes esquece,Que eu trago no peito o tal patuá,Pra mostrar pra você,Que de fato morena,Baiano, baiano só a Bahia dá

Não há silêncio 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio Oxum Pandá, afoxé Noite de lua cheiaNão há silêncio nessas ladeirasO movimento é na RibeiraVem a cidade inteira juntarSua voz à voz do Oxum Pandá

Canto de negro é festaÁ tradição, cultura da terraMeu afoxé, meu grito de guerraVem a cidade inteira juntarSua voz à do Oxum Pandá

Quando o toque ritmado do atabaque ecoar

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Venha ver que noite lindaTem Olinda pra lhe dar

O meu tambor não se cala nãoA minh voz não morre jamais...

Não me deixaste ir ao samba 1976 Carlos Cachaça Carlos Cachaça Carlos Cachaça, Continental

Candomblé Não me deixaste ir ao samba em Mangueirae tu saiste pra brincar no candombléagora espero que tu me mandes emboraamor tão rudemeu coração não faz fé

eu não te deixo ir ao samba em Mangueiraprincipalmente lá na casa do Arthurzinhoeu tenho medo que tu fiques por láporque a tropa toda sabe brincar direitinho

Não vai no candomblé 1930 Elói Antero Dias Conjunto Africano 78 rpm, Odeon candomblé ???

Nas águas de Amaralina 1994 Martinho da Vila e Nelson Rufino

Martinho da Vila Samba dos ancestrais, Velas

Janaína Fui pras águas do mar de AmaralinaCom mágoas demais em cimaDos meus sonhos juntei perfumes e floresDesejos, temoresPrometi novamente voltar pras águasSe a força do marMe vingasse as mágoasEsperei, me curveiE na terceira onda entreguei pra Janaína Meu amorVaidosa e brejeira mãe menina

Janaína, ê ê, JanaínaDevolveu perfume e florQue sinaMas um velho me falouQue Jana jamais bancouViajanças no desamorIê então

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Voltei do mesmo lugarNo peito só um temorAí, o meu coração, sarou

Nas cadeiras da baiana 1938 Portelo Júnior e Léo Cardoso

Carmen Miranda e Nuno Roland

78 rpm, Odeon candomblé, feitiço, canjerê

Ele- Nas cadeiras da baiana temEla- Tem candomblé, tem feitiço, Canjerê com azeite de dendê, Baiana que faz cocada, acaçá e tudo enfim.Ele- Baiana que tanto gosto e que não gosta de mim,Baiana eu canto samba, canto valsa e não dou rataVou lá na tua janela fazer uma serenata. Ela- Que você canta eu sei, sua voz é muito boa,Éh! mas pra cima de "moi" a sua voz não entoa

Nas veias do Brasil 1991 Luiz Carlos da Vila Beth Carvalho Ao vivo no Olímpia, Som Livre

preto velho, magia ??? Os negrosTrazidos lá do além-marVieram para espalhar Suas coisas transcedentaisRespeitoAo céu, à terra e ao marAo índio veio juntarO amor, a liberdadeA força de um baobáTanta luz no pensarVeio de láA criatividade

Tanto preto velho já curouE a mãe preta amamentouTem alma negra o povoOs sonhos tirados do fogãoA magia da cançãoO carnaval é fogoO samba correNas veias dessa pátria-mãe gentilÉ preciso a atitudeDe assumir a negritude

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Pra ser muito mais Brasil

Nata do samba 2000 Airton Santa Maria e Mário Luiz

Quinteto em Branco e Preto

Riqueza do Brasil, CPC—Umes

candomblé Eu não tenho culpaDe fazer parte da nata do sambaVenho lá da Vila CarolinaQue é tradiçãoForte reduto de bambaCantei na roda de pagodeiroMandei a umbigada pra o terreiroToquei meu atabaque até o sol raiar

E nessas noitadas com a moçadaVi muita poeira levantarE nessas noitadas com a moçadaVi muita poeira levantar

Às vezes ao lembrarMeus tempos idosFere meu peito sentidoComo aperta o coraçãoSambistas que deixaram relicárioTransformando o cenárioSamba é nova geração

Das PerdizesAtravés do Largo da BananaA Zona Norte tem raízesSamba, candomblé, gente africanaSanta Maria tem raízesSamba, candomblé, gente africana

Natal em umbanda 1955 Sussu e Henrique Gonçalez

Sussu 78 rpm, Odeon umbanda, Oxalá Está de parabénsO povo da minha bandaPorque nasceu o maior orixá de umbandaSaravá umbandaSaravá todo filho de féPorque nasceu oxalá de Nazaré

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É ele quem governaÉ ele quem comandaSaravá, sarava, o natael é em umbanda(bis).

Jesus é o maior, santo da IgrejaE o povo de umbanda, o seu nascimento festejaSaravá Maria, Saravá JoséPorque deram ao mundo Jesus de Nazaré

É ele quem governaÉ ele quem comandaSaravá, sarava, o natael é em umbanda(bis)

Natureza amante 1997 Elói Estrela e Pierre Onassis

Yabakekê Mãe Maior, RDS axé Eu vou cantando samba reagge com alegriaTransmito muito axé e harmoniaEu tenho muita paz e muito amor pra darEu sou amante e quero dar felicidadeMenina você é minha beldadeVocê tocou em mim, desabrochou... amorSou amante da natureza jóia rara sou amante do seu amor beija-florVenha me dizer que eu serei seu eterno amorEu vou me amarrar com seu afeto e o seu calorToco o meu tamborPoetiso minhas cançõesCanto os meus versos que saíram do meu coração

Navega 1985 Nelson Coelho de Castro

Nelson Coelho de Castro

Força d’Água, Barclay

Iemanjá, Janaína, Ogum

Oh navega navega todo o mar é meu – é meuVem me pega para os teus – mais lindos – Lindos deuses – da mais linda luzLindos deuses – da mais linda luzAi vem me pega - me conduz – ai vemme leva – me conduzoh rainha!Oh rainha! – rinha Iemanjá – maré, maré

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Janaína – daí-nos fé, ou pára!Ou pára a terra que nós vâmo descêÉ muita guerra nada havêÉ muita guerra nada havê (qui tri bonito?)Não fica só bonito cantar – bonito é chamar algum – Ogum – Com sua lança cristalizar – cristalizar algum – sonho – Sonho de um povo cristo dimaisDimais vê um povo cantar – dimais vê um povo cantarDimais vê a fome passarDimais vê um povo votar

Navegador 1993 Pepeu Gomes, Jorginho Gomes e Carlinhos Gererê

Pepeu Gomes Pepeu Gomes, WEA Oxóssi, Xangô, Oxalá, Mãe Menininha, mandinga

Ai amor,Me chama, me amaMe leva que eu vouPode ser mandinga, eu não ligoMinha estrela guiaMeu pai Oxalá que mandou

Ai, amor Me chama, me amaMe leva que eu vouTomei banho de folha de cheiroMãe Menininha,Oxóssi, Xangô me avisou:

Vamos vadiarEu só quero amorDo Porto da Barra, morenaAté seja lá onde for

Vamos navegarSó falar de amorDa vida que se leva quero ser navegador!Ôôô... me chama, me levaQue eu vouÔôô... saudades de Salvador

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Ai amor, Me ama, me chamaMe leva que eu vouTomei banho de folha de cheiroMãe Menininha Oxóssi, Xangô me avisou

Vamos vadiarEu só quero amorDo Porto da Barra, morena Até seja lá onde for

Vamos navegarSó falar de amorDa vida nada se levaQuero ser navegador!

Ôôô... me chama, me levaQue eu vou Ôôô... saudades de Salvador

Nêga 1958 ??? Trio Irakitan Os brasileiros na Europa

Despacho Nêga,Não despreza o teu nêgo,Não me deixa tão sozinho,Do contrário eu vou morrer de dor.Nêga,Se tu não téns compaixão,Vou mandar fazer despachoA conseguir teu coração.Eu não vou me conformarSe tu não me aceitares, não.Há muito tempo tu devias entenderQue a tua vida é a razão do meu viver.Ai, nêga.(instrumental)Eu não vou me conformarSe tu não me aceitares, não.Há muito tempo tu devias entender

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Que a tua vida é a razão do meu viver.Ai, nêga.Nêga,Não despreza o teu nêgo,Não me deixa tão sozinho,Do contrário eu vou morrer de dor.Nêga,Se tu não téns compaixão,Vou mandar fazer despachoA conseguir teu coração.

Nega atrevida 1975 Waldemiro Pova e Antonio Damasceno

Sapoty da Mangueira Nega atrevida, Polydor

candomblé Ai, que nega atrevida, ai, ai, meu Deus, que desespero!O chamego dessa nega vale mais do que dinheiro!

Ela provocou o conflitono boteco do Joséquando a polícia chegouessa nega deu no pé!

Essa nega é!Essa nega é!Essa nega é!Essa nega é!

É do bloco da orgiaé do samba e diz no péda bagunça e da foliae também do candomblé!

Essa nega é!Essa nega é!Essa nega é!Essa nega é!

Ai, que nega atrevida, ai, ai, meu Deus, que desespero!O chamego dessa nega vale mais do que dinheiro!

Mas ela provocou conflito

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no boteco do Joséquando a polícia chegouessa nega deu no pé!

Essa nega é!Essa nega é!Essa nega é!Essa nega é!

É do bloco da orgiaé do samba e diz no péda bagunça e da foliae também do candomblé!

Nega Daúde 1993 Ivan Lins, Vitor Martins e Aldir Blanc

Batacotô Batacotô, Velas mandinga, Omulu, Iansã

Quando nega Daúde rebola do jeito delaEu me benzo porque o santo baixouPrédio de arranha-céu diminue, fica igual taperaTimoneiro diz que o tempo mudouEssa dança da nega tem coisa de ave e feraÉ mandinga com carta de tarôOmulu nem se lembra do seu afazerPudera, a cabeça do santo variou

Essa nega Daúde tem ciência e saúdeEla é a bíblia e o talmudeO alcorão, a virtudeQue há nos olhos do pescador

Essa luz que há no mundoVem da negritude delaUma estrela é o que o samba contrastouEla, que fez os machos no parto de uma costela,Yansã, Isis, Eva aliouEssa dança da nega tem coisa de ave e fera...

Luxo de Santa Fé cobre os pretos lá da favelaPorque nega Daúde rebolouLouro frouxo da TFP fica teso e mela

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Porque nega Daúde rebolouOlha a igreja sem padre e o forte sem entinelaPorque nega Daúde rebolouToda seriedade da cara de Deus já eraPorque nega Daúde rebolou

Nega De Obaluaê 1975 Wando Wando Wando Obaluaê, fetiço, orixá

- Nega, esta é pra você.Nega, nega {Nega de Obaluaê. {bis.Essa nega fez feitiçoEntregou meu nome ao santoE agora como façoSem essa nega malandroSei que não posso viver* Refrão... {bis.Essa nega tá querendo, {Querendo me segurar {Perto dela sou criança {bis.Não sei quem é meu santo forte {Nem sei quem é meu orixá. {* Refrão... {bis.

Nega de Obaluaê 1975 Wando Wando Wando, Beverly feitiço, orixá, santo forte

Nega, essa é pra você

NegaNegaNega de Obaluaê

Essa nega fez feitiçoEntregou meu nome ao santoE agora como façoSem essa nega malandraSei que não posso viver

Essa nega tá querendoQuerendo me segurarPerto dela sou criançaNão sei quem é meu santo forte

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Nem sei quem é meu orixá

Nega Dina 1996 Zé Kéti Paulinho Boca de Cantor

Todos os Sambas, RGE

macumba A Dina subiuO Morro do PinhoPra me procurarNão me encontrandoFoi ao Morro da FavelaCom a filha da StelaPra me perturbarMas eu estavaLá no Morro do São CarlosQuando ela chegouFazendo escândaloFazendo quizumbaDizendo que levouMeu nome pra macumbaSó porqueFaz uma semanaQue não deixo uma granaPra nossa despesaEla pensaQue a minha vidaÉ uma belezaEu dou duroNo baralhoPra poder viverA minha vidaNão é mole nãoEntro em canaToda hora, sem apelaçãoEu já ando assustadoSem paradeiroSou um marginal brasileiro

Nega mina 1982 Wilson Moreira e Nei Lopes

Alcione Vamos arrepiar, RCA voduns, Mavu, Lissá Nega da Costa da MinaDomina relâmpago e trovãoÊ ê! Estado de MinaÉ no Maranhão

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Na mãe Andreza a pureza da raça no rostoQuanta lembrança no gosto do arroz de cuxá

Os Voduns mais velhos Mavú e LissáE vem mãe Andreza, princesaVer você dançar

Nega da Costa da Mina....

Quando eu for lá vou fumar meu cachimbo de barroOferendar um chibarro no pé de cajá

Pra ter sempre forçaPra poder lutarTanto faz na terra, na guerra Tanto faz no mar

Nega da Costa da Mina....Tantas memórias, histórias de vida e de morte Tantos mistérios e sorte enterrados no chão

Sangue mina-jejeIrrigou o chãoPra nascer cultura e bravuraLá no Maranhão

Nega da Costa da Mina....

Nega tu dá no couro 1999 Zeca Baleiro Zeca Baleiro Vô Imbolá, MZA macumba, Oxalá, saravá

Nega tu dá no couroÔ nega tu num dáQuando cai no samba baQuando entra na macumbaEstremece a tumbaDe Tutankamon oh Amon-ráGinga com seu belo par de coxasE a moçada em slow-motion grita saravá

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- Aleluia shalom shalom meu bom AláNega de molejo moleNega malemolente chegaVai ser boa assim na caixa-pregoMas um dia ainda te pegoNega nenem sem negacearJuro pelos doi chifres da vaca mochaJuro por Deus e Oxalá- Eu juro até pelas barbas do AiatoláQuando ela dança mansaQuando ela balança obaFico de juízo fracoToco fogo no barracoTroco as pernas dano a gaguejarNe-neguinha invenção do de-demoQueimo mais que pimenta de vatapá- Acarajé xinxim moqueca e abará

Negritude Cristal 1984 Lazzo Rosa Maria Cristal, Pointer Ogum, axé Negritude cristalIsso quer dizer ilê ayêE lá no carnaval tem que ver,Tem que ver pra crerNegro é tão legal, tão legalLegal de serRiquezas sem igual, beleza que não dá pra descrever

De passo a passo um bloco diferenteConsciência de raça caminhando irmnamenteCom vontade de viverCom vontade de estar, bem com você

Ogum Yererê, axéNegro dimbeiure axé

Negro lindo, que tal poder hoje cantarSó pra vocêNum delírio infernal, e viajar no fundo do seu serCarregar-me de astral

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Iluminar o palco do prazerE assim afinal me consagrarE ainda poder dizerE em cada canto da cidadePra cada negro luz, direitos de verdadeA verdade de um serLiberdade de viver

Ogum Yererê, axéNegro dimbeiure axé

Negro é lindo 1996 Jorge Ben Jor e Toni Garrido

Cidade negra O erê, Sony preto-velho Negro é lindoO negro é amorNegro é amigo

Negro também é mais um filho de DeusNegro também é mais um filho de DeusEu só quero que Deus me ajudeA ver meu filho nascer e crescerE ser um campeãoE ser um campeãoSem prejudicar ninguémSem prejudicar ninguémPorque meu bom

Negro é lindo...

Negro também é mais um filho de DeusNegro também é mais um filho de DeusPreto velho tem tanta canjiraQue todo povo de AngolaQue todo povo de AngolaMandou o preto velho chamar

Eu quero ver o preto velho descerEu quero ver o preto velho cantar e dizer

Negro é lindo...

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Negro também é filho de DeusPreto velho tem tanta canjiraQue todo povo de AngolaMandou o preto velho chamar

Negrume da noite 1991 Paulinho do Reco e Cuiuba

Margareth Menezes Kindala, Polygram Oxóssi Odé comoro odé odé arerêOdé comoro odé odé arerê

O negrume da noite reluziuReluziu o diaÉ a beleza azevicheQue a negritude criou

Constituiu um universo de belezaExplorando a raça negraPor isso o negro lutou, o negro lutouE acabou invejadoE se consagrou

Ilê, ilê, ayêTu és o senhorDessa grande naçãoE hoje os negros clamamA benção, a benção, a benção

Odé comorodéOdé arêrêOdé comorodé, odéOdé arêrê

Neide Candolina 1991 Caetano Veloso Caetano Veloso Circuladô, Polygram Iansã Preta chique, essa preta é bem lindaEssa preta é muito finaEssa preta é toda a glória do brauPreta, preta, essa preta é corretaEssa preta é mesmo pretaE é democrata radicalEla é modal

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Tem um gol que ela mesma comprouCom o dinheiro que juntouEnsinando português no CentralSalvador, isso é só SalvadorSua suja SalvadorE ela nunca furou um sinalIsso é legalE eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu e euE eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu sem elaNobreza brauPreta sã, ela é filha de IansãEla é muito cidadãEla tem trabalho e tem carnavalElegante ela é muito eleganteEla é supereleganteRoupa Europa e Pixaim SenegalTranscedentalLiberdade, bairro da liberdadePalavra da liberdadeEla é Neide Candolina totalE a cidade, a baía da liberdade,A porcaria da liberdadeTem que ? o quadro atualPra lhe ser igualE eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu e euE eu e eu e eu e eu e eu e eu e eu sem ela

Nobreza brau, nobreza brau (4x)

Nem ouro, nem prata 1976 Ruy Maurity e José Jorge

Ruy Maurity Nem ouro, nem prata, Som Livre

Oxóssi ???

Neste Brasil de caboclo de Mãe Preta e Pai João

1982 Otacílio Batista Otacílio Batista Otacílio Batista do Pajeú, Harmony

Mãe Preta, Pai João Brasil dos inconfidentesDos legítimos brasileirosPatriotas verdadeiros Homens fortes e valentesMeu Brasil de TiradentesChefe da conjuração

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Morte pela traiçãoDe um coronel semi-loucoNeste Brasil de “caboco”De Mãe Preta e Pai João

Meu Brasil tem mamelucoDe tribos bem variadasBrasil dos irmãos AndradasDe Rui Barbosa e NabucoGigante de PernambucoOrador igual CatãoSua voz era um trovãoNa serra, dando papoucoNeste Brasil de “caboco”De Mãe Preta e Pai João

Brasil de Antônio GonçalvesDe Gonzaga com DirceuDe Casimiro de AbreuDo poeta Castro AlvesQue, nos seus versos suaves,Acusava a escravidãoDevido a tanta paixãoMorreu moço quase loucoNeste Brasil de “caboco”De Mãe Preta e Pai João

Brasil de Pedro SegundoDevido golpe profundoBanido desta naçãoSentindo recordaçãoDe sua pátria, como tronco.Neste Brasil de “caboco”De Mãe Preta e Pai João

Brasil da velha BahiaBrasil do Padre AnchietaQue sem usar a caneta

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Fez verso à Virgem MariaCom Nóbrega defendiaO índio sem proteçãoLá na ConfederaçãoDo Tamoio dorminhococNeste Brasil de “caboco”De Mãe Preta e Pai João

Velho Brasil dos sermõesDo Padre Antônio VieiraNesta terra brasileiraFez diversar pregaçõesConterrâneo de CamõesProfundo em religiãoEscreveu com perfeiçãoNo seu estilo barrocoNeste Brasil de “caboco”De Mãe Preta e Pai João

Meu Brasil tem sentimentoPara defender seu póMeu Brasil de MororóNa luta e no sofrimentoFrancisco do NascimentoApelido DragãoLibertando a escravidãoDo negro no pé do tocoNeste Brasil de “caboco”De Mãe Preta e Pai João

Brasil dos canaviaisDo velho engenho de pauMeu Brasil de berimbauQue já não existe maisMeu Brasil dos matagaisDe linda vegetaçãoNo ano que pede pãoQuem ouve se faz de mouco

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Neste Brasil de “caboco”De Mãe Preta e Pai João

No abraço, um axé 1985 Carlos Moura Armandinho e Trio Elétrico Dodô e Osmar

Chame gente, RCA axé, abará, terreiro, Ogum

No abraço o axéTum, tum, tumLua menina cantina e sol iluminaCapoeira, afoxéTum, tum, tumAcarajé, abará no terreiro e na SéOgum falou ôôôQue o fogo do dragãoEspalha mas não queimaOgum falou ôôôQue galopando ao ventoHá ?

No creo en brujas 1989 Lourenço, Ronaldo Barcellos e Nei Lopes

Só preto sem preconceito

A coisa mais linda, Emi

sacudimento, pemba, ebó, despacho

???

No fundo do mar 1940-9

João da Baiana e Amor (Getúlio Marinho)

J. B. de Carvalho com Conjunto Gente de Casa

78 rpm, RCA—Victor Iemanjá Olha a PombagiráApanhar (eretetê)Olha a PombagiráQuero (cuia), queroOlha a PombagiráPra fazer o canjerêOlha a Pombagirá

Ô, Pombagerê, Pombagirá, êÔ, Pombagerê, Pombagirá, ôÔ, Pombagerê, olha a PombagiráVem me ver lá no fundo do mar No fundo do mar

Agora bota ?, olha a PombagiráOlha a PombagiráCangerê, olha a Pombagirá

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No mesmo manto 1991 Beto Corrêa e Lúcio Cuvelo

Jovelina Pérola Negra Sangue bom, RGE Xangô Pensou me amarrar Marcou bobeiraVou me banhar, vou me jogar Na cachoeiraNão valeu rezarA noite inteiraPra me ganhar, pra me ganhar

É... me querendo faz pedido pro meu santoÉ... sem saber se debruçou no mesmo mantoOnde eu me deiteiE pra Xangô me dediqueiÉ... eu sempre me preocupei com meu destinoÉ... trago no sorriso abertoO desatino que vem da paixãoPra iludir meu coração

Pensou me amarrar, etc...

É... dentro do meu sentimentoSou maneiraSó me entrego a paixãoVerdadeira, verdadeira, verdadeira

No paraíso do passo ijexá 1985 Lazzo, gileno Felix Lazzo Filho da Terra Ijexá, axé Hoje eu quero dançar, meninaCom vocêHoje eu quero dançar, meninaPra nunca mais te esquecer

Dançar, cantar, dançarBailar nos céus o ijexáDançar, cantar, amarAté o dia clarear

E clarear bem no seu rosto, meninaSentir o axé bem no seu rosto, menina

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E dançarSe o amor da gente é como dançarÉ uma transa, é um laçoÉ um espaço no ar

Vem, vem, vemVem pro paraíso

No passo da dança negraSei que negro é seu olharSeus olhos são tão bonitosMeu disco, meu lírioMeu lindo passo ijexá

No pegi de Oxóssi 1930 Hekel Tavares e Luiz Peixoto

Francisco Alves 78 rpm, Odeon Oxóssi ???

No quilombo da negra cafuza 1976 Paulinho Rezende e Totonho

Luiz Ayrão Luiz Ayrão, Emi—Odeon

Nanã Quilombo, QuilomboQuilombo da nêga cafusaQuilombo

Contam que nas AlagoasNo tempo da escravidãoTodo nego que fugiaDa terrível tirania Do senhor e do feitor Se não is pros PalmaresGanga-zumba procurarIa pra nega cafusaUma escrava que era musaDe um quilombo na beira do mar

E de noite nas senzalasAté quase de manhãEstoavam seu cantarQue era o jeito de implorarA sua deusa NanãLiberdade, liberdade

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Repetindo a oraçãoE no fim da sua fé, os negros diziam “aché”E cantavam um refrão, que era assim

Quilombo, QuilomboQuilombo da nêga cafusaQuilombo

No reino do Gantois 1975 Gilson Loiola Sapoty da Mangueira Nega atrevida, Polydor

Gantois, Obatalá, Oxum, axé

Do alto do GantoisDo terreirão, da casa da grandaMenininha tem seu reino, e chega pra mostrarTodo seu mistério fascinanteA soberania, da sua presençaOs pés de oroco na magia, desenvolvendo a sua crençaNhenhém, xorodô, é de Alaketu, xoromalé agô

Atabaques anunciam, a presença da rainha no candombléÉ prenuncio de alegria, de amor, esperança e muita fé(?) entoa cantos, saudação aos orixásMinha mãe, minha mãe menininhaToda beleza está no GantoisEstrela guia, com a luz de obadalá

E tem oxumaie, e tem axé pra darÉ do castelo de ouro de além mar(bis)

Ai minha mãe, minha menininhaAi minha mãe, sua estrela é nossa guia(bis)

Lá na velha Bahia, de são SalvadorSenhora mãe menininha tem seu reino de magiaCom a proteção do senhor

Como é lindo (?) a cantarSaudando Oxum, no alto do Gantois

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Aieieu, aieieu mamãe oxum, aieieu, aieieu nos de axé (bis)

Tem segredo e mistério, no reino de GantoisOlorú mandou, menininha pra nos ajudar

Ai minha mãe, minha menininhaAi minha mãe, sua estrela é nossa guia(bis)

No samburá da baiana 1940 Moacyr Bernardino e J. Portela

Marília Batista 78 rpm, Victor Ogum, orixá, canjerê, feitiço

Ela- Pimenta de cheiro quem quer comprarEu tenho tudo no meu samburá.Mangaba cheirosa, tenho cumbucá,Dou quase de graça, me compra, iaiá.Ele- Baianinha o que desejo não tem no seu samburá.Me perdoa a ousadia, baianinha, eu queria ser iôiô de iaiá,Ela- É mas deixa seu moço, não vem me tentar,Eu vivo feliz com meu samburá.Ele- É?Ela- Senhor do Bonfim pode até se zangarEle-Por quê?Ela- Porque de outro ioiô, eu jurei ser iaiáEle- Baianinha, eu fico tristeEla- Por quê?Ele-Vou custar me conformarEla- Com quê?Ele- Pois já fui no canjerêEla-Pra quê?Ele-Fiz um ponto pra você de mim somente gostarEla- Mas eu sou filha de Ogum que é um bom orixáEle- É?Ela- Não é por feitiço que vai me levarEle- Por quê?Ela- Gostei de você, vou lhe confessar, me leva seu moço,Sou tua iaiáEle- É nada?Ela- É simEle- Já estou sentindo o cheiro do gostoso vatapá,

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Vem comigo baianinha, venha pra nossa casinhaE joga fora o samburá

No tabuleiro da baiana 1936 Ary Barroso Carmen Miranda e Luiz Barbosa

78 rpm, Odeon candomblé, canjerê No tabuleiro da baiana temVatapá, oi, caruruMugunzá, tem umbuPra IoiôSe eu pedir você me dáO seu coração, seu amor de Iaiá?No coração da baiana tem...Sedução, ô, canjerêIlusão, ô, candomblé...Pra vocêJuro por Deus, pelo Senhor do BonfimQuero vocêBaianinha, inteirinha pra mimE depois o que será de nós dois?Seu amor é tão fugaz e enganador!Tudo já fizFui até num canjerêPra ser felizMeus trapinhos juntar com vocêE depoisVai ser mais uma ilusãoNo amor quem governa é o coraçãoNo tabuleiro da baiana temVatapá, oi, caruruMugunzá, tem umbuPra IoiôSe eu pedir você me dáO seu coração, seu amor de Iaiá?No coração da baiana também tem...Sedução, ô, canjerêIlusão, candomblé, ôPra você

No Tabuleiro da Baiana 1980 Ary Barroso Gal Costa & Caetano Veloso

Aquarela do Brasil Candomblé, cajerê No tabuleiro da baiana temVatapá, oi

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CaruruMungunzáTem umbuPra ioiôSe eu pedir você me dáO seu coraçãoSeu amor de iaiá

No coração da baiana temSeduçãoCanjerêIlusãoCandombléPra você

Juro por DeusPelo senhor do BonfimQuero você, baianinha, inteirinha pra mimE depois o que será de nós doisSeu amor é tão fulgáz, enganador

Tudo já fizFui até num canjerêPra ser felizMeus trapinhos juntar com vocêE depois vai ser mais uma ilusãoNo amor quem governa é o coração

No tabuleiro da baiana temVatapá, oiCaruruMungunzáTem umbuPra ioiôSe eu pedir você me dáO seu coraçãoSeu amor de iaiá

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No coração da baiana também temSeduçãoCanjerêIlusãoCandombléPra você

No Terreiro da Fazenda 1965 João Silva e K-boclinho

Trio Nordestino Aqui mora o xaxado Terreiro Arriuna vai roncarNo terreiro da fazendaQuero todo mundo láNo terreiro da fazendaVai ter nego pra danaNo terreiro da fazendaÔ balance balanceáEm janeiro eu fiz a brocaFevereiro eu queimeiNunca que choveu em marçoEu plantei, semeei.Mês de maio já tem milhoSão joão pra festejarConvidei um sanfoneiroE quero todo mundo láQuero vê o velho bardinoCom seu fole prateadoFazer rosca no bigodeE quebrar o chapéu de ladoSe deitar nos 8 baixosNa terra subiu calorTodo mundo agarradinho como abelha na fulo

No terreiro de Alibibi 1932 ??? Conjunto Tupi 78 rpm; Victor Alibibi Ore ôObá lá ó jé iróAunmjé, umjé-ôAunmjé, umjé-ôIri ta va mucanFiri ta va mucanDje um jerêAunjé, unjé-ô

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Dje um jerêAunjé, unjé-ô(bis)

É na lei de umbandaque a mina malê que a mina manda(bis)Preto velho vira a mão Trabalhando na corimba

É na lei de umbandaque a mina malê que a mina manda(bis)Preto velho é respeitadoSó por causa da mandingaÉ na lei de umbandaque mina malê que a mina manda(bis)

Nos dias de hoje 1984 Eduardo Araújo e Zé Maurício

Silvinha Grita coração, Pointer

terreiro, macumba, vela preta, despacho

Olha o cachorro, o gato, o macacoA cobra e o elefante, arrisca um pedaçoTem bicheiro rico, malandros apertadosTrabalha pobreEssa vida é um buracoNos dias de hoje se apela pra tudoDezenas, centens, milhar é a lotoVivendo e aprendendoEscravo da granaEscravo de ouroBatendo a cabeçaComo faz um besouro

Terreiro, macumba, vela preta, despachoTantos relativos e o homem no meioNo fundo do poço, no fundo do tachoNos dias de hoje se apela pra tudo

Nós, por exemplo 1976 Gilberto Gil Doces bárbaros Doces bárbaros, Iansã Nós somos apenas vozes

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Philips Nós somos apenas nósPor exemploApenas vozes da vozSomos nós, apenas vozesApenas vozes da vozNós somos apenas vozesEcos imprecisos do que for precisoImpreciso agoraImpreciso tão preciso amanhãNós, por exemplo, já temos IansãNós, por exemplo, já temos IansãNós somos apenas vozesNós somos apenas Nós, por exemploApenas vozes da vozSomos nós, por exemploApenas vozes da vozNós somos apenas vozesDo que quer que seja luz no cor-de-rosaCor na luz da brasaGás no que sustenta a asa no arNós, por exemplo, queremos cantarNós, por exemplo, queremos cantarNós somos apenas vozesNós somos apenas nósPor exemploApenas vozes da vozSomos nós, por exemploApenas vozes da vozNós somos apenas vozesDo que foi chamado de "a grande expansão"Pé no chão da féFé no céu aberto da imensidãoNós, por exemplo, com muita paixãoNós, por exemplo, com muita paixãoNós somos apenas vozesNós somos apenas Nós, por exemplo

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Apenas vozes da vozSomos nós, por exemploApenas vozes da voz

O amanhã 1983 João Sérgio Simone Delírios delícias, CBS Jogo de búzios A cigana leu o meu destino Eu sonheiBola de cristalJogo de búziosCartomenteEu sempre pergunteiO que será o amanhãComo vai se o meu destinoJá desfolhei o mal-me-querPrimeiro amor de um meninoE vai chegando o amanhecerLeio a mensagem zodiacalE o realejo dizQue eu serei felizSempre feliz

Como será amanhãResponda quem puderO que irá me acontecerO meu destino seráComo Deus quiser

O amante vigilante africano 1986 Jorge Ben Jorge Bem Jorge Ben Brasil, Som Livre

Oxalá, Oxum Dodobalé ika ika xireO amante vigilante africanoDesceu a serra sorreindo e cantandoSorrindo, ai ai ai ai ai, cantando

Gente é pra viverGente é pra sonharGente é pra viverGente é pra amarOi é, oi a, oi é, oi a, oba, obaXila na mimoma

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Porque OxaláUsa ekodidé

Biotalade, yru male omin taladeSó amor Oxum pode lhe dizerPorque ele usa porque ele gostaaDa pena vermelhaDe papagaio da costa

Oi é, oi a, oi é, oi a, oba, obaXila na mimoma

Salve Oxalá

O canto de Oxum 1971 Toquinho e Vinicius de Moraes

Maria Bethânia Rosa dos ventos, Philips

Oxum Lá fora está chovendoMas assim mesmo eu vou correndoSó pra ver o meu amorEla vem toda de branco Toda molhada e despenteada, que maravilha Que coisa linda é o meu amorPor entre bancários, automóveis, ruas e avenidasMilhões de buzinas tocando sem cessarEla vem chegando de branco,Meiga e muito tímidaA chuva molhando seu corpo Que eu vou abraçarE a gente no meio da rua, do mundo, No meio da chuvaA girarMaravilhaA girarMaravilhaA girarMaravilhaA girarMaravilha...

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O Caveira 1973 Martinho da Vila Martinho da Vila Origens, RCA—Victor

Exu Caveira Ai nêga, nêga, nêgaTão cansado, irritadoAo sair do meu trabalhoEncontrei com o CaveiraO Caveira, nêga, o CaveiraEmpunhando a ?Que venceu na quarta-feira

O Caveira, o Caveira, o Caveira

Ai, nêga,Chega! Não me venha com chamegoQue ao sair do meu empregoDei de cara com o Caveira

O Caveira, nêga, o Caveira

Todo cara que eu devoNa minha frente é uma caveira

Nesse meu raciocínioQuando vence o condomínioO porteiro á uma caveiraUm Caveira, nêga, um Caveira

Aluguel tão atrasadoFico muito assustadoSenhoril é uma caveiraUm Caveira, nêga, um Caveira

Juro por São BeneditoCreio em Nossa SenhoraQue ainda vai chegar um dia Que ainda vai chegar a horaQue eu vou ficar tranqüiloVocê vai ficar contenteEspantando essas caveiraQue estão na nossa frente

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O Curandeiro 1970 Serafim Adriano / Jorge Costa

Jackson do Pandeiro Aqui tô eu, Philips Curandeiro, mironga. De cachimbo na bocaSentado no tocoEle faz milagreCura cego e cura loucoFaz bananeira dar cacho a meia noiteFaz mudo falar, um surdo escutarEsse homem não é de brincadeiraQuem quiser curar mirongaAcende vela na pedreira

O dia em que faremos contato 1997 Lenine e Bráulio Tavares

Lenine O dia em que faremos contato, BMG

orixá A nave quando desceu, desceu no morro.Ficou da meia-noite ao meio-dia.Saiu, deixou uma gente,Tão igual e diferente,Falava e todo mundo entendia.Os homens perguntaram,Porque não desembarcaramEm São Paulo, em Brasília ou em Natal.Vieram pedir socorro,Pois quem mora lá no morro,Vive perto do espaço sideral.Pois em toda Via Láctea, Não existe um só planeta, Igual a esse daqui. A galáxia tá em guerra, Paz só existe na Terra, A paz começou aqui... Sete artes e dez mandamentos, Só tem aqui... Cinco sentidos, terra, mar, firmamento, Só tem aqui... Essa coisa de riso e de festa, Só tem aqui... Baticum, ziriguidum, dois mil e um, Só tem aqui... A nave estremeceu, subiu de novo, Deixou um rastro de luz no meio-dia Entrou de volta nas trevas.

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Foi buscar futuras levas, Pra conhecer o amor e a alegriaA nave quando desceu, desceu no morro,, Cheia de "Et" vestido de orixá, Vieram pedir socorro, E se derem vez ao morro Todo universo vai sambar. Pois em toda Via Láctea, Não existe um só planeta... ...Baticum, ziriguidum, dois mil e um, Só tem aqui...

O encanto do Gantois 1989 Edil Pacheco e Moraes Moreira

Agepê Cultura Popular, Philips

axé, Mãe Meninha do Gantois

O axé do afoxéVem lá de Menininha, ôDe Menininha, ôDe Menininha, ôNo seu batucajéNo toque do agogôEu vou, eu vou, eu vou, eu vou,

Em todo lugar há um cantoMês nm todo canto é lugarPor isso é que eu canto tantoO encanto do teu Gantois

Contemplo o teu temploDe Todos os Santos que háPra sempre serás MenininhaOh! Minha mãe vem me ninar

Vem minha mãe MenininhaVem minha mãe me ninar

O erê 1996 Toni Garrido, Da Gama, Bino, Bernardo Vilhena e Lazão

Cidade Negra O erê, Sony Erê Pra entender o erêTem que tá molequeTem que conquistar alguémE a consciência leve

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Há semanas em que tudo vemHá semanas que é seca puraHá selvagens que são do bemA seqüência do filme muda

Milhões de anos luz podem curarO que alguns segundos na vida podem representarO erê, a criança, sincera convicçãoFazendo a vida com o que o sol nos traz

Você sabeUm sentimento não traiUm bom sentimento não trai

Pra entender o erêTem que tá molequeTem que conquistar alguémE a consciência leve

Pare e pense no que já se viuPense e sinta o que já se fezO mundo visto de uma janelaPelos olhos de uma criança

O filho de Jurema 1990 Bezerra da Silva e Regina do Bezerra

Bezerra da Silva Eu não sou Santo, RCA

Jurema, Sete Penas, Juremá

Vai haver tiroteio na JuremaMas quem mandou você ferir seu Sete Penas

Vai haver tiroteio na JuremaMas quem mandou você ferir seu Sete Penas

Você feriu o filho da JuremáA lei de Jurema diz Quem tem que pagarIsso acontece, meu amigoIsso aconteceQuando a gente vai mexer Com gente que não conhece

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O filho predileto de Xangô 1992 Jorge Mautner Celso Sim Pedra bruta, Rock Records

Xangô No meio da floresta cintilante de esmeraldasEle nasceu e se criou, o filho predileto de XangôUsa na cabeça a coroa prateada e sagradaDe um antigo rei nagô, o filho predileto de XangôÀ frente da legião dos seus guerreiros,Muitas batalhas ele lutou, ele ganhou, o filho predileto de XangôMas a sua infelicidade era não ter felicidade,Nos assuntos e negócios do amor,Foi por isso, foi por isso, foi por isso, só por issoQue na noite passada ele tanto chorou,Bu-hu em blue maracatu

O Galo cantou 1955 Edgar Moraes Jackson do Pandeiro Jackson do Pandeiro com Conjunto e Côro, Copacabana, 78 RPM

Ogum, encruzilhada, sarava, orixá

Vem pra roda IaiaVem pra roda IoioVai chamar seu mulequeJá deu meia noiteE o galo cantouO meu galo cantouJá é de madrugadaPai Ogum já mandouSacudir o despachoNa encruzilhadaAreia, areiaBeija o Chão, saraváEsta formato de solaE vai baixar na rodaO rei Orixa

O Maripá 1955 domínio público Ely Camargo Folclore do Brasil, Chantecler

umbanda, demanda, Ogum, Oxalá

???

O pai-de-santo 1977 Rossini Pinto Golden Boys Golden Boys, Emi Pai-de-santo, macumbeiro

???

O palácio de Iemanjá 1964 Jerônimo Jerônimo 78 rpm, Copacabana Iemanjá ???

O pé de manjericão 1942 Humberto Porto Quarteto de Bronze 78 rpm, Victor feitiço, canjerê O pé de manjericão, quando nasce,

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Nasce pra tirar quebranto,Quebranto é coisa de santo,Quebranto é feitiço, ôi, seu moço,E é bom que você saiba disso.

Na Bahia tem,Ôi, sinhô,Negro nagô,Ôi, sinhô,Azeite de dendê,Ôi, sinhô,Feitiço pra você.

Feitiço tem farofa,Feitiço tem tostão,Feitiço tem trezena,Ôi, seu moço,Pra Cosme e Damião.

Quebranto mata a gente,Quebranto é canjerê,Quebranto é maldade,Ôi, seu moço,Trabalho de dendê

O que é que tem a baiana 1939 Pedro Caetano e Joel

Dircinha Batista 78 rpm, Odeon candomblé, magia, figa de guiné

Eu quero que me digam o que a baiana tem,Ela pra mim não é melhor que ninguém,Porque a carioca até vestida de chitaAndando pela rua é muito mais bonita.

E não quer cair por cima de ninguém,Não tem balangandãs, por que não lhe convém,Pois sendo carioca não precisa de nada,Nem torço de seda, nem sandália enfeitada.

Não vai a candomblé nem gosta de magia,Não usa no pescoço figa de guiné,E não troca um croquete de confeitaria

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Por um tabuleiro de acarajé

O quilombo 1990 Lenine Selma Reis Selma Reis, Philips macumba, atabaques Saiu do Congo num navio negreiroBaixou no litoralBatuque e banzo no chão do terreiroPra suportar o malCorreu, fugiu, sofreu, sumiu e subiu o morroE o horizonte era o fundo do quintalOs atabaques gritaram na macumbaNo tom dos ancestraisNa voz do blues, no rebolado da rumbaTem negro por detrásVem invadindo todas as fronteiras da históriaRumo ao futuro, driblando o temporalMinha terra tem PalmaresOnde Zumbi foi eleitoOs negros que lá quilombaramSambavam do mesmo jeitoMas a negrada é pau pra toda obraE, é de decidirQuem sabe sambar e quem não samba sobraOu paga pra assistirPela avenida, a força e o suor da negraMão nas cadieras, fazendo o carnaval

O Rio virou sertão 1996 Vicente Barreto e Celso Viáfora

Celso Viáfora Paixão Candeeira, Dabliú

Xangô Nas catacumbas da pavuna, Antônio ConselheiroE a Baía da Guanabara que nem JuazeiroNum quilombo da Candelária ginga Ganga ZumbaCom seu Paulinho da Santana e com Nelson ZabumbaDe repente, o oceano tinha ido emboraMandacaru brotou no chão da Marina da GlóriaPalmeiras de Dom Pedro ressecando a História,Lacrimejam na poeira da memória do RioOlerê, olará, memória do Rio...Lá no galpão de são Cristóvão, areia e purpurina onde o poeta desfralda a bandeira da DivinaSaio no bumba pro Salgueiro ou lá pra LeopoldinaMaracatuando Elizeth às cinco da matina

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E, mais que de repente, o Rio de Janeiro mostraO fundo da lagoa feito uma ferida expostaUm japonês pergunta onde é que fica a Costa E um barco do Greenpeace encalha em frentte ao LeblonOlerê, olará, ouço um velho acordeom...É Quixeramobim? É Quixadá? É Piripiri?Não Catumbi, Recreio, Bonsucesso, GrajaúPasso no Engenho-de-dentro para tomar uma pituE vou dando pro Catete pra comer seu angu,Acarajé, munguzá, tapioca, abaráCaruru, vatapá(Mas sem os frutos do mar)Olerê, olará os frutos do mar...Lá no alto da Pavuna, Antônio ConselheiroJunto com São Sebastião e com Xangô guerreiroAssistindo Paquetá sair do seu desterroVendo o Atlântico ser engolido pelo AterroE a Floresta da Tijuca toda sem nenhuma folhaFeito cada olho d’água tivesse vista zarolhaQuanto maior a sede, menos me sobrava escolhaDobrou o português o preço da mineralOlerê, olará (e nem é carnaval...)É Quixeramobim? É Quixadá? É Piripiri?Não Acordei com a boca seca na manhã tranquilaO Rio virar sertão era ressaca da tequila

O Senhor é santo 1982 Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra

Milton Nascimento Missa dos quilombos Oxalá (Coro-Cantado)

O Senhor é Santo, o Senhor é Santo, o Senhor é Santo.

O Senhor é o só Senhor.Todos nós somos iguais.Oxalá o Reino do Paiseja sempre o nosso Reino.

O Senhor é Santo...

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O Reino nos vemem Cristo Rei Salvador.O Reino se fezno Povo Libertador.

Hosana, Hosana, Hosana.

Obaluaê 1973 domínio público (adaptação de Mateus, Dadinho e Heraldo)

Os Tincoãs Os Tincoãs, Jangada babalorixá, Obaluaê, Olorum

Obaluaiê, ObaluaiêMeu orixá babá, meu orixá babáVem de longe, de bem longeE (?)No meu peito, bem no peitoAh! Meu orixá(?)

Obaluaiê 1951 Abigail Moura Abigail Moura e sua Orquestra

78 rpm, Odeon Obaluaê, orixá Obaluaiê, ObaluaiêOrixá, Nagô.Obaluaiê, ObaluaiêObaluaiê, ObaluaiêMeu Orixá babáMeu Orixá babáVim de longe, de bem longeDe lá de urubáNo meu peito, bem no peitotá o meu orixá.Tem odum, patuá, dei, guedulaAio, AieTem senhor, tem sinhá, adelodêE ebomi, vadirê Num adianta me surra, porque não vai doerPega a nega pra baterMas sinhá vai gemerObaluaiê, Obaluaiê(bis)

Obé 1944 Herivelto Martins Trio de Ouro 78 rpm, Odeon macumba Obé obé obé (?)Obé obé obé (?) [3x]

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Me levaram candombléNa casa de BernardinhoEu vi (?) No terrenoTomei a bênção (?)(?) (?)Baiana saracoteioComi comida de santoEnquanto o fogo cantava assim

Obé obé obé (?)Obé obé obé (?) [3x]

Que terreiro tão bonitoNa casa de BernardinhoOs orixás trabalhandoE a nega samba cantando

Um lindo (?) (?)Enquanto a samba cantavaO povo todo cantava assim

Obé obé obé (?)Obé obé obé (?) [4x]

Obrigado, Preta Velha 1983 Osny Silva e J. Neves

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

preta-velha, macumba

Salve, minha Preta VelhaQuando você me ajudouMe libertando dos malesQue aquele Exu me causou

Eu estava atrapalhadoNada pra mim dava certoMacumba e mau-olhadoDeixaram meu corpo abertoMe despediram do empregoEu fiquei arruinadoAté da casa que eu moroQuase que eu fui despejado

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Mas a minha Preta VelhaEm todo o mal p6os um fimE afastou o feitiço Para bem longe de mimCom a sua proteção Meu corpo ficou fechadoSe alguém tentar me ofender Por ela é castigado

Obrigado, Preta VelhaPor atender meu pedidoGraças ao Pai OxaláHoje sou bem sucedidoPeço a Deus, Preta VelhaQue continue sempre assimE mande a sua bençãoPara quem gosta de mim

Odilê Odilá 1986 Martinho da Vila e João Bosco

João Bosco Cabeça de nego, Polygram

preto-velho, marafo, axé

Odilê, odiláO que vem fazer aqui meu irmãoVim sambarÔ di lê, ô di láQ vem fazer aqui meu irmãoVim sambar obá

Entra na correnteCorpo, menteCoração, pulmãoPra junto com a gente viajarNa energia-somQue veio de longe atravessou raio e trovãoPra cair no samba e receber a vibração

Odilê, odilá...

Com a negrada do HarlemJesus Cristo também vem

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E pra sair do transe só com sino de BelémQue faz romaria e procissão, sambar tambémE quem tá comigo tá com o povo do além

Odilê, odilá...

Quem samba, se sobe tem combá, tem gurufimTeve um olho d’águaE um sorriso de marfimSe volta beijada é pigmeu de curumimVira um preto velho pra sambar com a gente assim

Odilê, odilá...

Preta velha bate pé, bate colhé, levanta póDá marafo pro Odilê e solta logo Seu gogóOdilá de madrugada nem sem viola tá sóPois tá com axá da velha nega preta sua vó

Odilê, odilá...

Odoiá 1976 Wando e Chico de Assis

Wando Wando, Beverly Iemanjá, iaô Adô, odô, odô, Odoiá

Iemanjá sai do marVem buscar sua Iaô

Santa de azulSanta do marVem ver seu filho, Iemanjá

Odoiá 1976 Wando / Chico de Assis

Wando Porta do Sol Iemanjá Odô, odô, odô, odô, odô, odô odô odôIá!Odô, odô, odô, odô, odô, odô odô odôIá!Yemanjá, sai do mar, vem buscar sua iaô!

Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odô, odô odô odôIá!

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Odô, odô, odô, odô, odô, odô odô odôIá!

Iemanjá, sai do mar, vem buscar sua iaô!A santa de azul, a santa do mar;Vem ver seu filho, Iemanjá!A santa de azul, a santa do mar,Vem ver seu filho, Iemanjá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odô, odô odô odôIá!Odô, odô, odô, odô, odô, odô odô odôIá!

Iemanjá, sai do mar, vem buscar sua iaô!A santa de azul, a santa do marVem ver seu filho, iemanjá!A santa de azul, a santa do mar,Vem ver seu filho, iemanjá!

Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôia!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!Odô, odô, odô, odô, odôIá!

Odòiyá 1986 Nelson Rufino e João Rios

Neguinho da Beija-Flor

A voz da massa, CBS Odoiá, Iemanjá Adô, odô, odô, Odoiá

Iemanjá sai do marVem buscar sua Iaô

Santa de azulSanta do marVem ver seu filho, Iemanjá

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Odum 1980 Walter Queiroz Maria Creuza Maria Creuza, RCA Xangô, Iemanjá, odu Ah!Tempo viráPara soprar as velas da paixão Ah! Meu Deus do céuMeu Deus do marPor que vai navegarMeu louco amor

(Senhor) Meu capitão Navegador (o filho) de XangôEu perguntei por que você se vaiEle me respondeu e disseMeu odum, meu odum, meu odum

Pobre de mim Na terra assim Sem nunca navegarQuando ele partir Vai me deixar

Oh!! Mãe IemanjáAbri teu mar E cuida dos caminhos do meu amorValente mas sozinho

Se ele voltar Oh! Mãe Iemanjá Eu tenho uma bonecaPara te orfertar Com a (rosa) prometida para te agradarCom as fitas da alegria para te encantarCom as cores da Bahia Para te comover

Odê odáOdê odá Odê de Obayá (bis)

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Ofá 1988 Roberto Mendes Maria Bethânia Maria, RCA—BMG— ofá, Olorum Seu grito me orgulhou:-Kiu!Sou filha do vencedorQue nunca me esqueceuOfá na mão o protegeuA paz da cor do céu, do céuEle em mim, ele sou euContas, condão que me envolveuQue me envolveuE sua flecha percorreuGuiada pela mão de DeusE o mal do mundo estremeceuGuerreiro negroQue Olorum, que OlorumQue Olorum nos deu

Ofertório 1982 Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra

Milton Nascimento Missa dos quilombos Olorum, Aruanda (Recitado)

Na cuia das mãostrazemos o vinho e o pão,a luta e a fé dos irmãos,que o Corpo e o Sangue do Cristo serão.

(Recitado)

O ouro do Milhoe não o dos Templos,o sangue da Canae não dos Engenhos,o pranto do Vinhono sangue dos Negros,o Pão da Partilhados Pobres Libertos.

(Recitado)

Trazemos no corpoo mel do suor,

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trazemos nos olhosa dança da vida,trazemos na luta,a Morte vencida.No peito marcadotrazemos o Amor.Na Páscoa do Filho,a Páscoa dos filhosrecebe, Senhor.

(Coro-Cantado)

Trazemos nos olhos,as águas dos rios,o brilho dos peixes,a sombra da mata,o orvalho da noite,o espanto da caça,a dança dos ventos,a lua de prata,trazemos nos olhoso mundo, Senhor!

(Recitado)

-Na palma das mâos trazemos o milho,a cana cortada, o branco algodão,o fumo-resgate, a pinga-refúgio,da carne da terra moldamos os potesque guardam a água, a flor de alecrim,no cheiro de incenso, erguemos o frutodo nosso trabalho, Senhor! Olorum!

(Coro-Cantado)

O som do atabaquemarcando a cadênciados negros batuques

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nas noites imensasda Africa negra,da negra Bahia,das Minas Gerais,os surdos lamentos,calados tormentos,acolhe Olorum!

(Recitado)

-Com a força dos bracos lavramos a terracortamos a cana, amarga doçurana mesa dos brancos.

- Com a força dos braços cavamos a terra,colhemos o ouro que hoje recobrea igreja dos brancos.

-Com a força dos braços plantamos na terra,o negro café, perene alimentodo lucro dos brancos.

-Com a força dos braços, o grito entre os dentes,a alma em pedaços, erguemos impérios,fizemos a América dos filhos dos brancos!

(Coro-Cantado)

A brasa dos ferros lavrou-nos na pele,lavrou-nos na alma, caminhos de cruz.Recusa Olorum o grito, as correntese a voz do feitor, recebe o lamento,acolhe a revolta dos negros, Senhor!

(Recitado)

-Trazemos no peitoos santos rosários,

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rosários de penas,rosários de féna vida liberta,na paz dos quilombosde negros e brancosvermelhos no sangue.A Nova Aruandados filhos do Povoacolhe, Olorum!

(Recitado)

Recebe, Senhora cabeça cortadado Negro Zumbi,guerreiro do Povo,irmão dos rebeldesnascidos aqui,do fundo das veias,do fundo da raça,o pranto dos negros,acolhe Senhor!

(Coro-Cantado)

Os pés tolerados na roda de samba,o corpo domado nos ternos do congo,inventam na sombra a nova cadência,rompendo cadeias, forçando caminhos,ensaiam libertos a marcha do Povo,a festa dos negros, acolhe Olorum!

Ogum 1930 Amor (Getúlio Marinho da Silva)

Amor (Getúlio Marinho da Silva) e Conjunto Africano

78 rpm, Odeon Ogum ???

Ogum 1945 Milton Bittencourt Quarteto de Bronze 78 rpm, Odeon Ogum ???

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Ogum Beira Mar 1983 Osny Silva Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

Ogum Ogum Beira Mar

Ogum Beira MarSou teu filho de féNão dei a cabeçaNem plantei o axé

Mas sou guerreiroSou lutadorLá do sertão Me livra dos malesMe livra da encruzaE me dê proteção

Ogum Beira Mar

Pois só o senhorAbaixo de DeusE meu pai OxaláÉ quem manda no céuÉ quem manda na terraÉ quem manda no mar

Eu já sei Todo o corpo Da nossa naçãoQue foi o senhorQue venceu a batalhaVenceu a demandaE venceu o dragão

Ogum Beira Mar, ê, êOgum Beira Mar

Ogum Beira-Mar 1954 Rossini Pacheco Cléber Figueiredo 78 rpm, Colúmbia Ogum ???

Ogum de Malê 1960 Laesse Miranda e Antônio Nunes

Jackson do Pandeiro 78 rpm, Colúmbia Ogum ???

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Ogum e Iemanjá 1961 Nivaldo Lima e Hélio Verri

Gilberto Alves 78 rpm, Copacabana Ogum, Iemanjá ???

Ogum é São Jorge 1952 Roberto Martins e Ari Monteiro

Anjos do Inferno 78 rpm, RCA—Victor Ogum Ogum, é são JorgeSobre a terra e nas ondas do marNão existe demandaQue ele não possa ganhar

Ogum é são JorgeNas batalhas da guerraNas batalhas do amorquem está com são Jorge, sempre sai vencedorPra ninguém nos separarNa ventura deste amorVive ascesa em nosso larUma luz em seu louvorE sendo bom e valenteSão Jorge vive presenteNo calor deste amor prendeuO meu coração ao seuOba oba obaooo

Ogum, é são JorgeSobre a terra e nas ondas do marNão existe demandaQue ele não possa ganhar

Ogum general de umbanda 1955 Henrique Gonçalez Jamelão com Orquestra

78 rpm, Continental terreiro, Ogum, saravá, Aruanda, umbanda

Tem festa no terreiroTem festa no CongáOgum São Jorge GuerreiroGrande, famoso orixáSaravá, minha genteSalve o povo de AruandaSaravá, minha genteSalve Ogum general de umbanda

Ogum general de umbandaÉ São Jorge a igreja

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E o povo da minha bandaFeliz e alegre festejaOgum é o santo da minha devoçãoEu vencerei na vidaComo São Jorge venceu o dragão

Ogum Iê 1955 Alcebíades Nogueira e Átila Nunes

Rangelito 78 rpm, Sinter Ogum Se meu pai é OgumVencedor de demanda,Quando vem de aruanda pra sauvar filhos de umbandaSe meu pai é Ogum (Ogum)Vencedor de demanda,Quando vem de aruanda pra sauvar filhos de umbanda

Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum IaraSalve os campos de batalha salve a sereia do mar,Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum Iara

Se meu pai é OgumVencedor de demanda,Quando vem de aruanda pra sauvar filhos de umbandaSe meu pai é Ogum (Ogum)Vencedor de demanda,Quando vem de aruanda pra sauvar filhos de umbanda

Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum Iara.Salve os campos de batalha salve a sereia do mar salve,Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum Iara

Ogum Megê 1957 J. B. de Carvalho e Zé Ferreira

J. B. de Carvalho 78 rpm, RCA—Victor Ogum Oxossi assobiou pra passar no humaitáOxossi assobiou pra passar no humaitáOh pra falar com Ogum megê mensageiro de OxaláPra falar com Ogum megê mensageiro de Oxalá

Oxossi assobiou pra passar no humaitáOxossi assobiou pra passar no humaitáOh pra falar com Ogum megê mensageiro de OxaláPra falar com Ogum megê mensageiro de Oxalá

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Ogum Megê, Meu Pai 1961 J. B. de Carvalho e Álvaro F. Gonçalves

J. B. de Carvalho e seus Caboclos

78 rpm, Continental Ogum Ogum meu PaiOgum megeolha que Ogum esta de ronda aueolha que Ogum esta de ronda aueOgum meu PaiOgum Mege (bis)

Olha que ogum esta de rondaOlha que ogum esta de rondaOlha que ogum esta de rondaNa Umbanda oi deixeOgum rondar (bis)

Ogum Melé 1957 João da Baiana João da Baiana e seu Terreiro

78 rpm, Sinter Ogum ???

Ogum meu pai 1961 César Brasil e Otávio Faria

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Ogum ???

Ogum Nilê 1950 João da Baiana e Raul Carrazatto

Trigêmeos Vocalistas 78 rpm, Odeon Ogum Meu pai Ogum Nilê, Meu pai Ogum NilêViemos sarava, capitão (?)(3x)

Quem me chama capitão do aieieOgum nilê, Ogum nilê(2x)

Quem me chama comandante do aieieOgum nilê, Ogum nilê(2x)

Quem me chama, quem me chama?Ogum nilê, Ogum nilêComo chama, como chama?Ogum nilê, Ogum nilê

Ogum pai 1975 Mateus e Dadinho Os Tincoãs O Africanto dos Tincoãs, RCA

Ogum, Olorum Ah, o mundo é de nós todosAh, Jesus assim falou

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Pois vamos unidos, irmãosAcabar com a dor

Ogum pai, Ogum paiOnde for chamareiE com fé pedirei, protegido sereiCom seu (bá), com seu (bá)(Can afi Olorum)É quem dá força e luzPra meu pai Ogum

Ogum Rendeiro 1956 Sussu e Arlindo Sampaio

Sussu 78 rpm, Odeon Ogum ???

Ogum Rompe Mato 1950 Sussu Conjunto Star 78 rpm, Star Ogum Rompe Mato, umbanda

General, general, gemeral?Ogum Rompe Mato??Ele é generalEle é rei de umbandaEle é quem corta os malesÉ quem pensa e demanda

EreréSalve Ogum lá no (maitá)E o grande Jorge GuerreiroBatalhando na porta do mar

Ogum Sete Ondas 1961 J. B. de Carvalho e Pedro Nascimento

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Ogum Sete Ondas, linha de umbanda

Saravá Ogum Sete OndasSaravá Ogum Sete OndasFirma ponto

Pisa na linha de umbanda que eu quero verOgum Sete OndasPisa na linha de umbanda que eu quero verOgum Beira-marPisa na linha de umbanda que eu quero ver

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Ogum YaraOgum MegêOlha a banda aruê

Pisa na linha de umbanda que eu quero ver Ogum Sete Ondas Pisa na linha de umbanda que eu quero verOgum Beira-marPisa na linha de umbanda que eu quero verSeu Sete EspadaOgum Megê Olha a banda aruê

Pisa na linha de umbanda que eu quero ver Ogum Sete Ondas Pisa na linha de umbanda que eu quero verOgum Beira-marPisa na linha de umbanda que eu quero verSeu MaquinadaOgum MegêOlha a banda aruê

Ogum Yara 1961 J. B. de Carvalho J. B. de Carvalho com Conjunto

78 rpm, Todamérica Ogum Megê, Ogum Iara, umbanda

Ogum, vencedor de demanda,Quando chega no reino é pra salvar filhos de umbanda(bis)Ogum Ogum Iara Ogum Ogum IaraSalve os campos de batalha salve a sereia do mar,Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum Iara

Nasceu da demanda,Ouviu, som de sárimAvante lanceiros avanteSão Jorge venceu demanda,Avante lanceiros avanteSão Jorge venceu demanda

Lá vem Ogum

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

No seu cavaloCom sua espada e sua lança na mãoUm candelário, deixa correrVamos sarava ogum dedeOgum Ogum de Le Le Le Ogum Ogum de Le Le Le Le Olha seu filho meu paiOgum de Le Le Le Olha seu filho meu paiOgum de Le Le Le

Ogum, vencedor de demanda,Quando chega no reino é pra salvar filhos de umbanda(bis)

Ogum-Yara 1956 Jorge Fernandes e Leo Peralta

Jorge Fernandes 78 rpm, Sinter Ogum Se meu pai é OgumVencedor de demanda,Quando vem de aruanda pra salvar filhos de umbandaSe meu pai é Ogum (Ogum)Vencedor de demanda,Quando vem de aruanda pra salvar filhos de umbanda

Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum IaraSalve os campos de batalha salve a sereia do mar,Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum Iara

Se meu pai é OgumVencedor de demanda,Quando vem de aruanda pra salvar filhos de umbandaSe meu pai é Ogum (Ogum)Vencedor de demanda,Quando vem de aruanda pra salvar filhos de umbanda

Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum Iara.Salve os campos de batalha salve a sereia do mar salve,Ogum Ogum Ogum Iara Ogum Ogum Ogum Iara

Ogun no me dá 1950 Sussu Conjunto Star 78 rpm, Star Ogum ???

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Ogundê 1973 domínio público, adaptação de Mateus e Dadinho

Os Tincoãs Os Tincoãs, Jangada Ogunjá Ogundê, arerê.Irê, irê, Ogun-Já.Koromadê, Arerê.Irêrê, Ogunhaô.

Ogundê, arerê.Irê, irê, Ogun-Já.Koromadê, Arerê.Irêrê, Ogunhaô.

Lá, laiá, laiá.Lá, laiá, laiá.Lá, laiá, laiá.Lá, laiá, laiá.

Ogundê, arerê.Irê, irê, Ogun-Já.Koromadê, Arerê.Irêrê, Ogunhaô.

Lá, laiá, laiá.Lá, laiá, laiá.Lá, laiá, laiá.Lá, laiá, laiá.

Oi, macumba 1930-9

Aurora Lemos Antenor Silva e seu Grupo

78 rpm, Arte Fone macumba, terreiro ???

Olhando o Pixinguinha 1996 Vicente Barreto e Celso Viáfora

Celso Viáfora Paixão Candeeira, Dabliú

orixás, mandinga Deu ao morro o seu lugarFunção melódicaCom a pulsação da ÁfricaFez a flauta batucarO sangue e a lógicaUnindo o som dos orixásÀ velha músicaNum carnaval pós quarta-feiraSamba orquestral com sabor de MangueiraHarmonizando mãos batuqueiras

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No coração da canção brasileriaE toca e tome gingaE só que sopra e que suingaAquela flauta cheia de mandingaSentei e vou vivendoE viajei na foto do PixingaPixinguinha...

Olhos de Xangô 1985 Moraes Moreira e Fausto Nilo,

Moraes Moreira Tocando a vida Xangô, Oxalá, feitiço Quem não pode com esse feitiçoÉ melhor nem se apaixonarVou morrer nesses olhos mestiçosVou viver muitas noites de amor

Tua dor temperada com a minhaDa um dengo da cor da BahiaTem sabor, meu amor, meu amigoAdivinha de que eu não digo

Só quem arde na tua pimentaAdormece querendo sonharSó romance só sabedoriaAlimentam a vida que há

Tua dor temperada com a minhaDa um dengo da cor da BahiaTem sabor, meu amor, meu amigoAdivinha de que eu não digo

Afoxé encantamento, rosa de oxalá chegouTem um sol neste momento, nos olhos de Xangô(bis)

Olodum no balanço das águas ??? ??? ??? ??? ??? As águas que formam o oceanoTraduz no meu ser o brilho humanoAmor de bailar com vocêNo swingue do bloco OlodumNo swingue do bloco OlodumNo Pelourinho se plantou a semente

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E o Olodum fazendo a sua menteA negritude se proliferou

No balanço dessas águas eu vouNo balanço dessas águas eu vouMe leva Odoiá, me leva OdoiáOlodumarê abre meus caminhosOlodumarê abre meus caminhosSei que nunca estou sozinhoSei que nunca estou sozinho

Eu vou, eu vouQuero cantar para IemanjáMe leva contigo OlodumVamos navegar em alto mar (bis)

Olodum no balanço das águas 1991 Reni Veneno Olodum Da Atlântida à Bahia — o Mar é o Caminho, Continental

Iemanjá, Olodumare As águas que formam o oceanoTraduz no meu ser o brilho humanoAmor de bailar com vocêNo swingue do bloco OlodumNo swingue do bloco OlodumNo Pelourinho se plantou a sementeE o Olodum fazendo a sua menteA negritude se proliferou

No balanço dessas águas eu vouNo balanço dessas águas eu vouMe leva Odoiá, me leva OdoiáOlodumarê abre meus caminhosOlodumarê abre meus caminhosSei que nunca estou sozinhoSei que nunca estou sozinho

Eu vou, eu vouQuero cantar para IemanjáMe leva contigo OlodumVamos navegar em alto mar (bis)

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Olodum Ologbom 1989 Tita Lopes e Lazinho

Olodum Do Nordeste do Saara ao Nordeste brasileiro, Continental

odus Akewi Ati OniluCantam e tocam pra anunciarNúbia, Axum e EtiópiaOlodum vem mostrarRegistrado pela históriaSoberania momentâneaMeneli, Rui CalebRastafari, rei ezanaA rainha de SabáCasou-se com Rei SalomãoOriginando a mista raçaSão raízes do SudãoA cultura sudanezaPelo mundo se espalhou

Fons, Dogons, Sereres, HaussásMossis, Mandingas, Ibôs, Iorubás(bis)

Olodum do PelourinhoBusca paz e liberdade

Ô ô ô ominraAgo Olodum fideIbere ifé ati axé(bis)

Olodum origem negra nagô 1982 Paulinho Camafeu e Pepeu Gomes

Pepeu Gomes Um raio laser, WEA Ogum, Omulu, Iansã, Oxóssi, Oxalá

Olodum origem negra nagônagô, nagô, nagôSegunda feira do velho OmuluNa terça feira a lança de OgumNa quarta feira a espada de IansãNa quinta feira Oxóssi que vem reinarNa sexta feira dia do pai OxaláE brilha o céu, e brilha o sol, e brilha a luaFilhos de Gandhi pioneiro está na rua

Onde o Rio é mais baiano 1998 Caetano Veloso Caetano Veloso Livro, Polygram Iemanjá A Bahia,

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Estação primeira do Brasil Ao ver a Mangueira nela inteira se viu, Exibiu-se sua face verdadeira. Que alegria Não ter sido em vão que ela expediu As Ciatas pra trazerem o samba pra o Rio (Pois o mito surgiu dessa maneira).E agora estamos aqui Do outro lado do espelho Com o coração na mão Pensando em Jamelão no Rio Vermelho Todo ano, todo ano Na festa de Iemanjá Presente no dois de fevereiro Nós aqui e ele lá Isso é a confirmação de que a Mangueira É onde o Rio é mais baiano

Oniká 1958 domínio público Brasiliana Demiécio Arkanasy

78 rpm, Polydor bori ???

Ony Saruê 1982 Negreiros Milton Nascimento Missa dos quilombos Oxalá (solo)Ony Saruê Saú WajéOny Saruê Obéri OmanOny Saruê ÊSaú WajéOny Saruê Obéri Oman

Babá Saruê Saú WajéBabá Saruê Obéri OmanBabá Saruê ÊSaú WajéBabá Saruê Obéri Oman

(Oxalá está em todos os lugaresEntra e abençoaNosso PaiEstá em nós)

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Opachorô 1997 Gilberto Gil Gilberto Gil Quanta, WEA Oxalá, opaxorô Oxalá Deus queiraOxalá tomaraHaja uma maneiraDeste meu Brasil melhorarSanta Clara queiraQueira Santa ClaraFalte uma besteiraPr'este céu de anil clarearOxalá pazOpachorôHaja bem maisOpachorôOxalá nósOpachorôNos banhemos de luzDe luz de luzDe Todos os SantosE da GuanabaraTantos mares, tantosQue as baías possam guardarTodos os encantosTanta coisa raraPra enxugar os prantosSanta Clara clareia o solClarão do SolQueira Deus, Oxalá

Oquianga 1951 Sussu Sussú e Conjunto Star Disco 78 RPM Aruanda N’Aruanda de Maria Ganga, oiN’Aruanda é o jiborê d’AruandaXô, xô, xô, n’AruandaÉ o jiborê n’Aruanda

Não há mata que não entreNão tem pau que não (assuba)Não há esse passarinhoQue comeu (cotoqui) e não derrubaOquiangaÊ ê ê, oquianga

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Oquianga, oquianga

Oração a Mãe Menininha 1973 Dorival Caymmi Gal Costa e Maria Bethânia

Doces Bárbaros, Polygram

Olorum, Oxum, Mãe Menininha do Gantois

Ai! Minha MãeMinha Mãe MenininhaAi! Minha MãeMenininha do GantoisA estrela mais linda, heim?Tá no GantoisE o sol mais brilhante, heim?Tá no GantoisA beleza do mundo, heim?Tá no GantoisE a mão da doçura, heim?Tá no GantoisO consolo da gente, aiTá no GantoisE a Oxum mais bonita, heim?Tá no GantoisOlorum quem mandouEssa filha de OxumTomar conta da genteE de tudo cuidarOlorum quem mandou, ê - ôOra iêiê - ô

Oração ao Tempo 1979 Caetano Veloso Caetano Veloso Cinema Transcendental, Polygram

Tempo (inquice) És um senhor tão bonitoCom a cara do meu filho,Tempo, Tempo, Tempo, TempoVou te fazer um pedidoTempo, Tempo, Tempo, Tempo...

Compositor de destinosTambor de todos os ritmosTempo, Tempo, Tempo, TempoEntro num acordo contigo,Tempo, Tempo, Tempo, TempoPor seres tão inventivoE pareceres contínuo

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Tempo, Tempo, Tempo, TempoÉs um dos Deuses mais lindos,Tempo, Tempo, Tempo, TempoQue sejas ainda mais vivo,No som do meu estribilhoTempo, Tempo, Tempo, TempoOuve bem o que te digo,Tempo, Tempo, Tempo, TempoPeço-te o prazer legítimoE o movimento precisoTempo, Tempo, Tempo, TempoQuando o Tempo for propícioTempo, Tempo, Tempo, TempoDe modo que o meu espírito ganhe um brilho definitivoTempo, Tempo, Tempo, TempoE eu espalhe benefíciosTempo, Tempo, Tempo, TempoO que usaremos pra issoFica guardado em sigiloTempo, Tempo, Tempo, TempoApenas contigo e migoTempo, Tempo, Tempo, TempoE quando eu tiver saídoPara fora do teu círculo,Tempo, Tempo, Tempo, TempoAinda assim acreditoser possível reunimo-nosTempo, Tempo, Tempo, TempoNum outro nível de vínculoTempo, Tempo, Tempo, TempoPortanto peço-te aquiloE te ofereço elogiosTempo, Tempo, Tempo, TempoNas rimas do meu estiloTempo, Tempo, Tempo, Tempo

Oração do guerreiro 1966 Luiz Peixoto e Hekel Tavares

Inezita Barroso e Regional do

Vamos falar de Brasil novamente,

umbanda, encruzilhadas,

Ô, rei CongoMe dava essa espada de ouro

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Caçulinha Copacabana Iemanjá Que eu quero brigar

Ô, rei CongoDa banda de umbandaAruanda mandou me chamar

E montado no cavalo de São JorgePor sete dias vou bater as sete estradasPor sete noites bato as sete encruzilhadasSaravando sete vezes para buscar as sete rosasPara enfeitar as sete cruzesDo terreiro de Iemanjá

E assim que as rosa de Iemanjá se abriremAssim que a estrela Dalva se apagarPela coragem que me deresO meu sangue beberásNo lírio brancoOh, meu pai

Oração pela libertação da África do Sul

1985 Gilberto Gil Gilberto Gil Dia Dorim, noite, neon, WEA

Oxalufã Se o rei Zulu já não pode andar nuSe o rei Zulu já não pode andar nuSalve a batina do bispo TutuSalve a batina do bispo Tutu

Ó Deus do céu da África do SulDo céu azul da África do SulTornai vermelho todo sangue azulTornai vermelho todo sangue azul

Já que vermelho tem sido todo o sangue derramadoTodo corpo, todo irmão chicoteado-ieSenhor da selva africana, irmã da selva americanaNossa selva brasileira de Tupã

Senhor, irmão de Tupã, Fazei com que o chicote Seja por fim pendurado

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Revogai da intolerância a leiDevolvei ao chão a quem no chão foi criado

Ó, Cristo rei, branco de OxalufãÓ, Cristo rei, branco de OxalufãZelai por nossa negra flor pagãZelai por nossa negra flor pagã

Sabei que o papa já pediu perdão Sabei que o papa já pediu perdão Varrei do mapa toda a escravidãoVarrei do mapa toda a escravidão

Orixalá 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

Orixalá Orixalá, OrixaláA paz do teu sorrisoA ti dedico Orixalá

Essa zoeiraQue faz o tamborLeva pro mundoO canto do povo nagô

Um povo que riUm povo que choraUm povo que lutaGuerreiros de glóriaUm povo felizFazendo a históriaUm povo que dizQue está chegando a hora

Hora de cantarPra OrixaláHora de dançarPra OrixaláOrixalá

Oro mi mayo 1980 Antonio Carlos e Antonio Carlos e Trabalho de base, Oxum ???

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Jocafi Jocafi RCA

Orobô 1930. Cícero de Almeida Gusmão Lobo 78 rpm, Odeon orobô Preto velho, filho do congoFica contente quando dança jongoBate o tamborim com a mão canhotaFazendo a negraria de canela torta(bis)Preto veio fica assanhadoChama os camboni e vai pro terreiro Batuada nesse mundo inteiroBatuada nesse mundo inteiroMãe de santa lá de AruandaPega o jurênio e dança de bandaPreto velho fica consoladoDe vê a mãe de santa com zóio virado(bis)

Preto veio fica assanhadoChama os camboni e vai pro terreiro Batuada nesse mundo inteiroBatuada nesse mundo inteiro

Tem pergum, iobi orobôMarafo, pemba, da lei de nagôNo terreiro o papai chegouPreto velho de ???

Preto veio fica assanhadoChama os camboni e vai pro terreiro Batuada nesse mundo inteiroBatuada nesse mundo inteiro

Os deuses afro 1980 c Mário dos Santos Maria Aparecida Foram 17 anos, CID Xangô, Oxaguiã, Olodumare, Erê

Agô, agô, agôAgô meu pai XangôAgô, agô, agôAgô porque sou Orocó

Oxaguian, Olodumaré

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Carurú, ajeum de ErêNo rio OxumarêPede pra água correr

Candomblé tem ofãÉ ofã que faz abôO tambor tem ogãEvocando macaia de tanto mirô

No Ilê de MarianaOdara mona videnteA leba ciganaJogava cartas pra gente

Oslodum 1998 Rodolfo Sroeter e Gilberto Gil

Gilberto Gil O sol de Oslo, Pau Brasil

Xangô Eu vou prá OsloPrá sair no oslodumUm bloco asfroDa terra do bacalhauQue todo anoCaia neve ou faça solVai pra avenida No dia de carnavalEu vou pra Oslo pra verA turma do pelôDo pelourinhoPé lourinhaPé lourãoEu vou pra Oslo aprenderUm canto pra XangôQue lá se chama ThorO filho do trovãoEu vou pra Oslo cantarEu vou pra Oslo encantarAquela moça A mais bonita do lugarDo pelourinho lourinhoDa cabecinha lourinhado coração igual ao nosso a palpitar

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Ossaim (Bamboxê) 1980 Jocafi, Antonio Carlos e Ildázio Tavares

Antonio Carlos e Jocafi

Trabalho de base, RCA

Ossaim ???

Ossain 1972 Antonio Carlos, Jocafi e Tavares

Maria Creuza Maria Creuza, RGE Ossain Agué, aguéIaladuiê, evidalá éÉ de Luanda

Eue-oOssain, eue-oBamboxêMe aguemirôAiê-aê

Oxaguiã 1989 André Luiz de Oliveira

Banda Reflexu's Kabiêssele, Emi—Odeon

Oxalá, Oxaguiã Louça branca no altarAlivia a dorVela acesa chama com amorMeu pai OxaláVem de lá de SalvadorVem dançar IgexáVem senhor

Pelo som vem nos guiar Do amorMão no couro chama Por favorMeu pai OxaláVem de lá de SalvadorVem dançar IgexáQuem mandou?

Um santo meninoA força que manda no Meu destinoOxaguiãÊpa Babá ê babá axé babáDe branco um guerreiroO dono do meu terreiro

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

OxaguiãÊpa Babá ê babá axé babáÊpa Babá ê babá Axé Babá

Oxalá 1956 Pernambuco e Marino Pinto

Leny Eversong 78 rpm, Copacabana Oxalá Oxalá Estejam limpas As roupas brancas de sextaOxalá Estejam limpasAs roupas brancas da cestaOxaláTeu dia de festaSexta cheiaFeito uma luaToda feitaDe lua cheiaTeu amorNo branco lindoTeu ódioTremeluzindoSe manifesta Tanta pompaTanta roupaTanta roupaTanta pompaNa cesta cheia da sexta

Oxalá 1983 Moraes Moreira e Paulo Leminski

Moraes Moreira Pintando o oito, Polygram

Oxalá Oxalá Estejam limpas As roupas brancas de sextaOxalá Estejam limpasAs roupas brancas da cestaOxaláTeu dia de festaSexta cheiaFeito uma lua

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Toda feitaDe lua cheiaTeu amorNo branco lindoTeu ódioTremeluzindoSe manifesta Tanta pompaTanta roupaTanta roupaTanta pompaNa cesta cheia da sexta

Oxalá está chamando 1957 Sussu e Henrique Gonçalez

Sussu 78 rpm, Odeon Oxalá ???

Oxalá meu pai 1996 domínio público, versão de André Abujamra

Grupo Karnak Karnak, Polygram Oxalá Oxalá meu pai tenha pena de nós, tenha dóSe a volta do mundo é grande seu poderes é bem maiorOh, meu Sebastião, fostes preso e amarradoNos livrai dos inimigos que nos traz atropeladosOh! Deus do céuOh! grande DeusReforçai estes trabalhos para sempre gloriososTem cinco filhos, quatro netos, um cunhado, uma mulherUm cachorro desdentadoUma galinha garnizéEssa galinha foi comida Por Emengarda JoaquinaNa cantina da Colina da cidade de IgapóSeverino ficou puto e contratou um pistoleiroPra matar Emengarda que pulou lá do puleiro,Pra roubar sua galinha que lhe dava muita sorteE ele quer a sua morte, da Joaquina que roubou EmengardaFoi embora da cidade de IgapóE levou tudo o que podia só não levou sua vóTinha medo de Jacó um famoso pistoleiroQue queria lhe matar por muito pouco dinheiro

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Emengarda morreu foi Jacó quem matouSeverino não chora, Severino chorouOxalá meu pai tenha pena de nós, tenha dóSe a volta do mundo é grandeSeu poder é bem maior

Oxalá venha me ajudar 1983 Osny Silva e J. Neves

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

Oxalá Oxalá, meu paiVenha me ajudarNão deixe a humanidadeNo abismo se afundar

O mundo está marchandoPara a destruiçãoSó se fala em drogasViolência e ambição Do jeito que vai Não podemos suportarPor favor, meu paiVenha nos salvar

Vós que sois o SenhorDe todos os orixásDaí à humanidadeTranqüilidade e pazFazei com que os homensEsqueçam a maudadeApertem suas mãosCom amor e humildade

Oxóssi 1983 Wando Wando Coisa cristalina, Som Livre

Oxóssi, Oxum, Oxalá, axé

Oxóssi Que mora nas matas Nessas cascatas desse meu BrasilIlumina esse filhoQue tem muito dengoPelo amor de Oxum

Dá-me força, brilho e magiaDá-me garra, energia

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Pros meus olhos o olharFaça o meu canto mais bonitoMe defenda dos perigosFaça a barra clarearEncha de axé o meu sorrisoDá-me o jeito do improvisoClarear meu conhecerE me faça livreComo o ventoPra que eu volte pra elaQuando o coração quiserObrigado OxóssiObrigado OxumObrigado OxaláPela forçaPelo brilhoE pela magia Pela garra, pela energiaE pelo canto mais bonitoObrigado por me defenderDe todas as barrasObrigado pelo axé, pelo sorrisoPelo grito do improvisoObrigado pelo amanhecer

Oxóssi 1988 domínio público Gerônimo Gerônimo, Continental

Oxóssi Aruê, caçadorÉ lambariguangiMatalambô suboêTawamin(bis)

Tawamin, tawaminMatarê curareTawamin, tawaminMatarê curê(bis)

Oxóssi rei 1977 Antonio Carlos e Antonio Carlos e Louvado seja, RCA Oxóssi, Oxum, Axé Salve Oxóssi Okê

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Jocafi Jocafi Opô Afonjá Salve Oxóssi o caçadorSalve Oxóssi OkêSalve Oxóssi o caçador

Salve todos os deuses negrosSalve a faceira OxumSalve o som dos atabaquesSalve o Deus guerreiro OgumSalve Olga do AlaketoPrincesa dos OrixásSalve Didi AssobáSalve a roda que se fazSalve Ondina e Mãe SenhoraDo Axé Opô AfonjáSalve o mercado modelo Que camafeu é de lá

Oxóssi te chama 1975 Mateus e Dadinho Os Tincoãs O Africanto dos Tincoãs, RCA

Babá, buzios, Oxóssi. Sindorerê, Oxalá

O babá jogou buziosE disse-me“Filho, largue a vaidade e prepare-seÉs do povo, és da mataGaranto-lheOxóssi te chama”

No (rocó) me recolho e lúcido Vejo Oxóssi imponenteQue bárbaroEnvolvido em raios de glóriaEscutei seu canto

Sindorerê me chamamProteja os que clamamPois sou ministro de Oxalá

Oxum 1980 Johnny Alf Zezé Motta Dengo, WEA Xangô, Oxum Oxum senhora bonitaXangô não resistiuOxum senhora benditaMeu canto de fé

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Por seu encanto sentiu

Eu estava na cachoeiraE o sol logo refletiuE em pingos resplandecentes De ouro seu leque surgiu

Ora yê yê OxumOra yê yê OxumOra yê yê minha mãe

Ora yê yê OxumOra yê yê OxumOra yê yê minha mãe

Oxum mulher 1980 Jorge Alfredo e Chico Evangelista

Jorge Alfredo e Chico Evangelista

Bahia Jamaica, Copacabana

Oxum Olha OxumOlha Oxum pintadaNo vestido dela De renda bordadaCom a mesma corAmarelaE o solDo outro lado da ruaSe debruçaSe esborrachaSe esguelaDiante da moçaQue atravessaO percurso da minha Janela Oxum

Oxum Pandá 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

Oxum Aiêiê OxumOxum PandáEssa afoxé Olinda vai cantar

Oxum de belezaOrixá guerreira cachoeiraSubindo as ladeiras

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Vai levar o povoÀ Ribeira

Aiêiê OxumOxum PandáEssa afoxé Olinda vai cantar

Carnaval é festaE nesse afoxéO negro vem brilharNegro tem riquezasE nos Quatro CantosDança o ijexá

Aiêiê OxumOxum PandáEssa afoxé Olinda vai cantar

Bela cidade Olinda dos maresRecebe o meu amorVenho de longeNo som do atabaqueNo toque do agogô

Oxumaré 1976 Dedé da Portela e Sergio Fonseca

Os Batuqueiros Os Batuqueiros, RCA Oxumarê, Iemanjá Oxumaré mareôOxumaré maré ma (bis)

Escapa das máguas de amor, senhora das águas do marSangue azul rola na areia quando o canto das sereias molha os olhos de IemanjáMe deixa guardar o tesouro das sete contas de ouro das pedras de teu colar, de teu colar coloridoE do teu colo ferido derrama flores no mar, Oxumaré ô

Oxumaré mareôOxumaré maré ma (bis)

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Oxumarê 1961 J. B. de Carvalho e Otávio Faria

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Oxumarê Oxumaré mareôOxumaré maré ma (bis)

Escapa das máguas de amor, senhora das águas do marSangue azul rola na areia quando o canto das sereias molha os olhos de IemanjáMe deixa guardar o tesouro das sete contas de ouro das pedras de teu colar, de teu colar coloridoE do teu colo ferido derrama flores no mar, Oxumaré ô

Oxumaré mareôOxumaré maré ma (bis)

Oxumarê, a Lenda do Arco-Íris 1978 Zé Catimba, Guga, Toninho e Sereno

Zé Catimba compacto, Capitol Pai Oxalá, Oxumarê O arco-írisColorindo a passarelaPara Oxumaré passarOs orixás estão em festaOi deixa a gira girarBata palma mãe pequenaBatam palmas Iaôs (bis)

Firma ponto meu OganNo rufar do seu tamborOlha lá o arco-írisFazendo a natureza chorarMenino vira meninaQuando por baixo passarDiz a crendice popularO rei ficou cienteDe tudo que aconteceuPorque foi que os rios secaramE o céu escureceuE os negros africanosCom a sua tradiçãoQuando vêem o arco-írisFazem esta louvação

Arrobóboia, oxumarê

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Arrobóboia, oxumarê, oxumarê (bis)

Pae Miguel 1943 Carlos de Souza e Ely de Almeida

Patrício Teixeira 78 rpm, RCA Macumbeiro, feiticeiro, despacho, encruzilhada

Conheço um velho Que é macumbeiroMas que só faz feitiço Para quem lhe der dinheiroA quem não tem nenhum vintém Ele responde enfim: trabalho assim não me convém,P'ra quem não tem dinheiro não faço feitiçoPorque "Pae Miguel" não anda aqui p'ra isso.Inda outro dia Consultando alguém Que foi saber quando seria O seu bem estar"Pae Miguel" então lhe disse: Você p'ra melhorarTem que fazer despacho p'ra descarregarSe benza com cebolaE na primeira encruzilhada Peça um beijo à crioula Que você encontrar Mas tome cuidado com aquilo que é meuPorque a minha nêga ainda não morreuE é preciso que se note bem Que "Pae Miguel" não tem mulher para beijar ninguém.E se alguém anda com má intençãoPode falar só para ele responder então

Ê ê não é negócio nãoÊ ê não é negócio não

Não é negócio não E "Pae Miguel"quando fala é porque tem razãoDo contrário "Pae Miguel" se zangaE se ele se aborrece faz malcriação

Ê ê não é negócio nãoMas se tem dinheiro para dar a mim

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Pagode de mesa 1988 Gilson de Souza J. B. Samba A rede, Continental Iemanjá A vida é coisa lindaEla chama acesaE gente bebendo e sambandoCantando pagode de mesa

Meu amor é bom você saberIsso é J.B. e pagode dos bonsNão precisa ninguém ver quando amanhecerVou te dar banho de rosasTe deixar cheirosaPra te agradarFaço tudo pra vocêÉ só você querer que a gente chega lá

A vida é coisa linda...

Onde anda Cleusinha JambeteQue um dia Suzete me apresentouBriguei com aquela nega lindaEla me abandonouMande flores pra Iemanjá meu compadreAcenda velas pra cangoSó eles podem dizerSe vão devolver seu amor

A vida é coisa linda...

Pai de Santo 1930 Raul Scandell Grupo Alma do Norte 78 rpm, Odeon pai-de-santo Instrumental

Pai Joaquim d’Angola 1955 Ataufo Alves Ataufo Alves e suas Pastoras

78 rpm, Sinter saravá, terreiro, Pai Joaquim

Dim dim dim dim dim dimVamos saravá pra Joaquim

Já encorei meu pandeiroJá afinei a violaAgora vou pro terreiro chamarPai Joaquim d’Angola

Dim dim dim dim dim dim

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Vamos saravá pra Joaquim

Toma cuidado, meninaPega de leve iá-iáVocê é de gangaminaMas eu também sou de lá

Pai Miguel 1943 Bucy Moreira e Carlos de Souza

Patrício Teixeira com Regional

78 rpm, Victor Macumbeiro, feitiço, Pai Miguel, despacho, encruzilhada, descarregar

Um nego velho que é macumbeiroAqui só faz feitiço pra quem lhe dá dinheiro

A quem não tem nenhum vintémEle responde enfimTrabalho assim não me convémPra quem não tem dinheiroNão faço feitiçoPorque Pai MiguelNão nada aqui pra isso

E no outro dia consultando alguémFoi saber como iria seu bem-estarPai Miguel então lhe disseVocê pra melhorarTem que fazer despacho pra descarregarPimenta com cebolaE na primeira encruzilhadaPega e beija uma crioulaQue você encontrarMas tome cuidado com aquilo que é meuPorque a minh negaAinda não morreuE é preciso que se note bemQue Pai Miguel não temMulher pra beijar ninguémE se alguém anda com má intençãoPode falar que é pra ele responder então

E-ê não é negócio, não

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Não é negócio, nãoE Pai Miguel quando falaÉ porque tem razãoE do contrário Pai Miguel se zangaE se ele se aborreceFaz mal-criação

E-ê não é negócio, não

Mas se tem dinheiro pra dar pra mim

Isso é negócio, sim

Pai Orixá 1955 Edgar Ferreira Jackson do Pandeiro com Regional e Coro

78 rpm, Copacabana terreiro, orixá, Ogum, saravá

Bate o congoBate o conguêSalve o terreiro do acarajé

Bate o congoBate o conguêOh, salve o Pai Orixá

Eu venho da LuandaE trago a Liamba do lado de lá

Ai Luanda, LuandaSaravá, sarava

Bate o congoBate o conguêOgum dilê, OgumOgum dilê, orixá

Salve o terreiro do bom sarava

Oi! Eu vou te (fumar)O terreiro e o cantoPra baixar o santoMeu Pai Orixá

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Pai Xangô 1961 Henrique de Almeida, Estanislau Silva e J. B. de Carvalho

J. B. de Carvalho com Conjunto Tupy

78 rpm, Odeon saravá, Xangô, terreiro, Aruanda, umbanda

Ô, saravá meu pai Xangô.Ô, saravá meu pai XangôÔ, saravá meu pai XangôÔ, saravá meu pai XangôFirma ponto no terreiroVá descalça pro baseiroVá salvar Xangô.Pega pemba e risco o chãoFaz o símbolo de SalomãoVá salvar XangôXangô, meu paiQue vem, lá de AruandaSaravá, sarava,filho de umbanda.Saravá, sarava,filho de umbandaÔ, saravá meu pai Xangô.Ô, saravá meu pai XangôÔ, saravá meu pai XangôÔ, saravá meu pai XangôFirma ponto no terreiroVá descalça pro baseiroVá salvar Xangô.Pega pemba e risco o chãoFaz o símbolo de SalomãoVá salvar XangôXangô, meu paiQue vem, lá de AruandaSaravá, sarava,filho de umbanda.Saravá, sarava,filho de umbanda

Pai Xangô 1976 Luiz Wanderley e Kátia

Lincoln Lincoln, Emi—Odeon

Pai Xangô, orixás, Aruanda, umbanda, Oxalá

Xangô, XangôMeu PaiXangô

Sarava XangôXangô, ô, ô, ô, ôMeu Pai XangôCaô Cabeciobá, Xangô

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Xangô mora na pedreiraE manda relampejarCaô cabeciobá, Xangô

Paiol de ouro 1989 Alexandre Leão e Olival Matos

Maria Bethânia Memórias da pele, Philips

Oxum OxumDeusa das águasSereia, cantora, rainhaReges a minha gargantaDe onde nasce esse somTe oferto perfumes e floresPor teres me dado esse dom

Palmares 1999 1999 Natiruts Natiruts Povo brasileiro Candomblé A cultura e o folclore são meusMas os livros foi você quem escreveuQuem garante que palmares se entregouQuem garante que Zumbi você matouPerseguidos sem direitos nem escolasComo podiam registrar as suas glóriasNossa memória foi contada por vocêsE é julgada verdadeira como a própria leiPor isso temos registrados em toda históriaUma mísera parte de nossas vitóriasÉ por isso que não temos sopa na colherE sim anjinhos pra dizer que o lado mal é o candombléA energia vem do coraçãoE a alma não se entrega nãoA energia vem do coraçãoE a alma não se entrega nãoA influência dos homens bons deixou a todos verQue omissão total ou nãoDeixa os seus valores longe de vocêEntão despreza a flor zuluSonha em ser pop na zona sulPor favor não entenda assimProcure o seu valor ou será o seu fimPor isso corre pelo mundo sem jamais se encontrarProcura as vias do passado no espelho mas não vêE apesar de ter criado o toque do agogô

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Fica de fora dos cordões do carnaval de salvadorA energia vem do coraçãoE a alma não se entrega nãoA energia vem do coraçãoE a alma não se entrega não

Papoulas da Índia 1997 Ferdinando Jujuba Banda Coração Tribal Banda Coração Tribal, Virgin

candomblé, Oxalá Borboletas azuis papoulas da ïndiaOs lírios do campo te levarãoOs estados da consciênciaUma estrada para o céuSob o olhar do falcõUma luz no inícioO som das esferasAo infinito se propagarãoOnde o aroma das flores Por todo o teu corpoAumentará a tua percepçãoNum planeta distanteNuma nova galáxiaEntrarás em outra dimensãoOnde descobrirásO segredo dos anjosO mistério da morteA primeira explosãoAbre as portas da imaginaçãonova era, nova civilizaçãoNum planeta distante...... Nova era vova civilizaçãoSeja voodoo, candomblé,Santo daimeZen-budismo, rastafariSeja Krishna ou JahSeja Buda, AláSeja Deus, TupãChimalman, OxaláAbre as portas da imaginação

Paxorô 1981 Moraes Moreira e Moraes Moreira Moraes Moreira, Obalufã (Oxalá) Obá ó balafon

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Charles Negrita Ariola IjexáObá ó balafonIjexáObá ó balafonIjexáObá ó balafonIjexáObá ó balafonIjexáObá ó balafonIjexá

Nauê, NauêIjexáNauê, NauêIjexá

Paz no mundo 1991 T. Beaubrum Jr., M. Beaubrum, D. Beaubrum e E. François

Margareth Menezes Kindala, Mango Oxalá, iaô Olho pro mar, olho pra terraOlho pra mim, me vejo humanoIgual em tudo, forma e corE a vida é a água da minha sedeDevagar eu vou andando em paz Devagar eu, chamando a pazÉ uma jura de amorVou me benzer no BonfimTodo ano eu vou

Saudação homem de cor Saudação homem nagôSaudação homem de corSaudação homem nagô

Vi um raio de luz, veio do céuVi um raio anunciar no céuQue os filhos de Oxalá tem puro amor

Saudar Oxalá, iaô A força babá apaziguador

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É a paz no mundo êaÉ a paz no mundo êa

Hoje vejo a guerra na TVVemos gente morrerSem nem explicaçãoDeus não está contente com essa ação

Chama Oxalá, IaôA força babáApaziguadorPaz no mundo

É a paz no mundo Do que vale ter um bonito solA lua em seu brilharA floresta, mãe do ar,A vastidão do mar,Se o povo morre à mingua sem razão

Chama Oxalá iaôA força do conscientizador

Vi um raio de luz, veio do céuVi um raio de luz, veio do céuEu sei é uma mensagemVieram mil imagensMãe disse é uma mensagemPai diz quase miragemTem quem ache bobagem

Invoco Oxalá com seu amorChama Oxalá AvôA força babá apaziguador

Paz no mundoPaz no mundoPaz no mundo

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Paz no mundo

Olho pro mar, olho pra terraOlho pra mim, me vejo humanoIgual em tudo, forma e corE a vida é a água da minha sedeDevagar eu vou andando em paz Devagar eu, chamando a pazÉ uma jura de amorVou me benzer no BonfimTodo ano eu vou

E se o povo morre à mingua sem razão

Chama Oxalá, IaôA força do conscientizadorPaz no mundoPaz no mundo

Da mensagem vieram mil imagensMãe disse é uma mensagemPai diz quase miragemTem quem ache bobagemInvoco Oxalá com seu amor

Chama Oxalá, AvôA força babáPaz no mundo,Paz no mundo,Paz no mundo,Paz no mundo

Pé de coelho 1978 Nazareno e Cristina McIntyre

Nazareno Nazareno, Chantecler

patuá, mandinga, fechou o corpo

Não me venha com pé de coelhoPatuá ou figura de santoGuardada no bolso do seu paletóVocê fala que não acredita em nadaMas quando encontra uma escadaPor baixo não quer passar

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Você diz que a falta de amorLhe sufoca, lhe deixa infelizE que isso é olhado, é mandingaDe quem não lhe quisNão me peça pra lhe acompanharNessa roda, porque isso pegaVocê fechou seu corpo demaisE se isolou por trás da pose de maiorE eu menor não vou ficar sóArranjei um parceiro melhorLevo a vida sorrindo contenteCom meu violãoVocê dançou nesse sambaE o seu cartaz acabou

Pé de prédio 1995 Carlinhos Brown e Ninha

Timbalada Andei road, Polygram

Ogum Foi lá no CandealQue eu plantei a minha mataFoi lá, foi lá, foi lá

Plantei tanto cacauQue até pé de prédio davaFoi lá, foi lá, foi lá

Gang OgumGang que guiarRum pi lé timbauPele pauNo ganzáBalançouSou timbaleiroBalançouGegê MalêBanto iorubáAngola Nidje

Papai Ogum

Peço Licença 1968 Avarése Noriel Vilela Eis o ôme Sarava Olha, eu peço licença pra chegar

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Pra chegar peço licençaEu peço licença pra chegarPra chegar peço licençaSaravá quem é de saraváA bença a quem é de abença Saravá quem é de saraváA bença a quem é de abença Pra quem é de boa noiteBoa noite e obrigadoEu venho de muito longeTenho o meu corpo cansadoMas o samba aqui é bomEu cheguei e estou chegadoOlha, eu peço licença pra chegarPra chegar peço licençaEu peço licença pra chegarPra chegar peço licençaSaravá quem é de saraváA bença a quem é de abença Saravá quem é de saraváA bença a quem é de abença Sei que vou sentir saudadesDa mulata laureanaAquela cabrocha faceiraFilha da rosa baianaMas o samba aqui é bomVou sambar uma semana!Olha, eu peço licença pra chegarPra chegar peço licençaEu peço licença pra chegarPra chegar peço licençaSaravá quem é de saraváA bença a quem é de abença Saravá quem é de saraváA bença a quem é de abença

Pedra e areia 1993 Lenine e Dudu Falcão

Lenine e Suzano Olho de Peixe, Velas Iemanjá Olha! Que brisa é essa,Que atravessa

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A imensidão do mar?

Rezo, paguei promessaE fui a pé daqui até Dacar.

Praia, pedra e areia,Boto e sereia, os olhos de IemanjáÁgua! Mágoa do mundo,Por um segundoAchei que estava lá.

Olha! Que luz é essa,Que abre um caminhoPelo chão do mar.

Lua, onde começa,E onde termina o tempo de sonhar?"Eu tava na beira da praiaOuvindo as pancadasDas ondas do mar".

Pedras de luz 1989 Ythamar Tropicália, Arandas Jr. e Pwalé

Banda Reflexu's Kabiêssile, Emi—Odeon

orixás Nega tô aqui pra verVida em nosso realçarÉ que somos "rastafaris" oriásTendo a proteção dos orixás

Mió ó ó fióÔ ê i a ô

Somos enfim a magia doce lilásFlor marroquim energia medra Capaz de alastrar nesse mundo largo e sem fimTodo o axé da Bahia desde o Bonfim

Pela Ribeira seguindo a ConceiçãoPraia do Forte, Farol da ArmaçãoN'outros lugares Pelô e praça da Sé

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Ruas, esquinas e bares puxando afoxés

Nega tô aqui pra verVida em nosso realçarÉ que somos "rastafaris" oriásTendo a proteção dos orixás

Mió ó ó fióÔ ê i a ô

Temos na mente a ordem de amor E de pazVive feliz essa gente a cheirar nosso gásNosso cabelo trançado a pele e a tezMostram que somos amados por Deus que nos fez

Pega que oh...! 1989 Rudnei Monteiro e Edmundo Carôso

Companhia Clic Companhia Clic, Eldorado

mandinga Swinga na ponta do péNada de cantar feridaAmar a vidaÉ virilha, é chuléVida é subir pra tirar doçuraVida, por que não fazer?Nada se liga abusando a quem deuNada de vida maneira

Bahia, mural anônimoDa arteNegra florBahia, seu coraçãoMe provocouBahia mural anônimoDa arteNegra florBahia seu coraçãoÉ todo cor

Pega que oh...!

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Nega na ponta do péFaça sorrir cada umNa sexta-feira tá linda pra vê-la colarTira a mandinga de mimMeu protetor não tem moradaTira que eu quero atinarTira a mandinga de mim, amor

Bahia, mural anônimo...

Pega que oh...!

Peixinho do mar 1966 Babi e Arávia de Oliveira

Inezita Barroso e Regional do Caçulinha

Vamos falar de Brasil novamente, Copacabana

sereia do mar, saravá Quem te ensinou a nadarFoi a sereia do marNão foi, não, minha negaFoi um peixinho do mar

Sereia do marQuem foi que chamou Tem que dar presenteSereia chegou

Quem tem devoçãoCom o povo do marCabelo compridoNão pode cortar

Pisando na areiaTem que saraváQuem tem devoçãoCom o povo do mar

Pela Internet 1997 Gilberto Gil Gilberto Gil Quanta, WEA oriqui, orixá Criar meu WEB siteFazer minha home-pageCom quantos gigabytesSe faz uma jangadaUm barco que veleje

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Que veleje nesse informarQue aproveite a vazante da infomaréQue leve um oriki do meu velho orixáAo porto de um disquete de um micro em Taipé

Um barco que veleje nesse infomarQue aproveite a vazante da infomaréQue leve o meu e-mail até CalcutáDepois de um hot-linkNum site de HelsinquePara abastecer

Eu quero entrar na redePromover um debateJuntar via Internet Um monte de tietes de Connecticut

De Connecticut acessarO chefe da macmilícia de MilãoUm hacker mafioso acaba de soltarUm vírus pra atacar programas no Japão

Eu quero entrar na rede pra contactarOs lares do Nepal, Os bares do GabãoQue o chefe da polícia carioca avisa pelo celularQue lá na praça onze tem um vídeo pôquer para se jogar

Pelas capitais 1979 Moraes Moreira e Jorge Mautner

Moraes Moreira Lá vem o Brasil descendo a ladeira, Som Livre

Xangô Lá em Maceió você de mim não teve dóEm Aracaju a coisa virou anguJá em São Luiz a gente foi tão felizEm Belém do Pará eu não parei de chorarLá em Manaus vimos que somos bons e mausE em Teresina acabou-se toda nossa gasolinaEm Salvador, só em SalvadorEu conquistei pra sempre o seu amorEm Salvador com a ajuda de Xangô Eu conquistei como um rei o seu amorE lá no Recife foi um disse que me disse

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Porém em Natal a coisa ficou legalJá em João Pessoa nós curtimos uma boaMas em Curitiba necas de pitibiribaEm Porto Alegre alugamos um casebreE no Rio de Janeiro acabou-se todo o dinheiroBelo Horizonte, um belo HorizonteJá em Vitória pintou uma outra estóriaE na Paulicéia você pirou da idéiaEm Florianopólis se lembrando de NilópolisJá em Campo Grande nosso amor foi muito grandeMas em Cuiabá você ficou sararáLá em Goiânia até cantamos guarâniaEm Brasília foi a horaDe abraçar toda a famíliaEm Salvador, só em SalvadorEu conquistei para sempre o seu amorEm Salvador, só em SalvadorEu conquistei para sempre o seu amorEu conquistei como um rei o seu amorLá em Macapá tomamos muito guaranáTantas outras coisas aconteceram por láJá em Boa Vista você disse até a vistaMas em Fortaleza uma poética tristezaEm Porto Velho visitamos o CornélioE em Rio Branco nos beijamosTanto, tanto e no entantoEm Salvador, só em SalvadorEu conquistei para sempre o seu amorEm Salvador, só em SalvadorEu conquistei para sempre o seu amorEu conquistei como um rei o seu amor

Pelo telefone 1916 Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos) e Mauro de Almeida

Donga 78 rpm, Casa Edson do Rio de Janeiro

feitiço O chefe da foliaPelo telefone manda me avisarQue com alegriaNão se questione para se brincar

Ai, ai, ai

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É deixar mágoas pra trás, ó rapazAi, ai, aiFica triste se és capaz e verás

Tomara que tu apanhePra não tornar fazer issoTirar amores dos outrosDepois fazer teu feitiço

Ah, se a rolinha, sinhô, sinhôSe embaraçou, sinhô, sinhôÉ que a vizinha, sinhô, sinhôNunca sambou, sinhô, sinhôPorque este samba, sinhô, sinhôDe arrepiar, sinhô, sinhôPõe perna bamba, sinhô, sinhôMas faz rodar, sinhô, sinhô

O "peru" me disseSe o "morcego" visseNão fazer toliceQue eu então saísseDessa esquisiticeDe disse-não-disse

Ah! ah! ah!Aí está o canto ideal, triunfalAi, ai, aiViva o nosso carnaval sem rival

Ninguém tira amor dos poçoPor deus fosse castigadoO mundo estava vazioE o inferno habitado

Queres ou não, sinhô, sinhôIr pro cordão, sinhô, sinhôÉ ser folião, sinhô, sinhô

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

De coração, sinhô, sinhôPorque este samba, sinhô, sinhôDe arrepiar, sinhô, sinhôPõe perna bamba, sinhô, sinhôMas faz rodar, sinhô, sinhô

Quem for bom de gostoMostre-se dispostoNão procure encostoTenha o riso postoFaça alegre o rostoNada ficou

Ai, ai, aiVocê tava com calor meu amorAi, ai, aiPois quem dançaNão tem dor nem calor

Pelourinho, cultura africanizada

1991 Germano Meneguel Olodum Da Atlântida à Bahia — o Mar é o Caminho, Continental

Emôriô Para obter um reinadoÉ preciso lutar com esforço e dinamismoO Olodum vem saudarFoi um ato marcanteQue aconteceu em SalvadorFoi a Revolta dos BúziosJoão de Deus, Maciel e PelôNasce uma nova eraUm novo poder de criarAlfaiates, argolas, búziosOlodum relembrarCultura africanizadaOlodum pelourinhoBahia, SalvadorRevolta dos Búzios,No Brasil

Emôriô, emôriôEmôriô, emôriô paô (bis)

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Se faz presente uma nova repúblicaMudança importante

Pelourinho, negritude e magia 1991 Labre e Geraldo de Lima

Jovelina Pérola Negra Sangue bom, RGE Obatalá, Obá, Odudua, Orunmilá, Catendê

Le le le le le le le le leAlauê oluaê

Vem de Angola CatendêBate folha na BahiaPelourinho, PelourinhoNegritude e magia

Tem batuque na ladeiraCamafeu vem pra láVer os blocos e afoxésDa raiz iorubá

Filhos de Gandhi, Muzenza, Araketo e BadauêIlê ayê e Malê DebalêOlodum e Afreketê le le le

Le le le le le le le le leAlauê oluaê

Oba shirêOlorum, Baba me vai mostrarBeleza no seu cantarNa força do axéQue vem de Obatalá

Oba Dudu OrumiláIjexá, raízes da raça corrente de fé

Pena Branca 1961 J. B. de Carvalho e Ângelo Dantas

J. B. de Carvalho Macumba, canjerê, candomblé, Musicolor

Caboclo Pena Branca Salve o rei da tribo GuaráOxóssi Pena Branca

Estava no matoEstava trabalhando

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Seu Pena Branca Passou me chamando

Ecô, ecô, onde é que moraEu moro na Mata de Nossa Senhora

Ele vem, ele vem trabalharEle é Pena BrancaDa tribo Guará

Pena Verde 1961 J. B. de Carvalho e Ângelo Dantas

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Caboclo Pena Verde Quem manda no mato é OxossiOxossi é cacador, Oxossi é cacadorEu vi meu pai assoviar, eu mandei chamarÉ na aruanda-e, é na aruanda-aSeu pena verde de umbanda é na aruanda

Pensamento iorubá 1979 Moraes Moreira Zezé Motta Negritude, WEA egum, axé, orixá Para tudo ser tem que ter iuáQue ter iuáPara o vir a ser tem que ter axéPara o sempre ser tem que ter abáQue ter abá

Iuá me falou do lado de láPro lado de cáPara emi brilharNum Iexé-EgumIexé-orixá

Perfume de Guiné sd Toninho de Carvalho e Byll Rosa

Arte Final Reunião de Amigos, Produção SPC

orixás, feitiço, preto-velho, axé.

Oi lê, lê, lê, lê... oi lê, lê aEntra na roda Ioiô, entra na roda IaiáEste samba vem de Angola vem na fé dos Orixás

Entra na roda menina não deixa o samba pararEste seu jeito dengosoSambando gostoso vei me conquistar

Este samba é de roda e levanta a poeira do chãoEle fica mais à moda batido na palma da mão

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Sua origem é Africana na Bahia foi morarQuero ver rodar baianaQuando meu samba cantar oi lê, lê, lê oi...

Este samba tem feitiço se brincar com ele tombaPreto velho me ensinou o jeito dessa mirongaEle é uma reza forte acredite quem quiserFilho bom tem proteção e também o seu axé

Mar afora divagueir para ver como é que éNo perfume me encantei com o aroma da guiné

Pernambuco 1972 Cezão e Pedro Rainha

Eliana Pittman Eliana Pittman, Imperial

umbanda, candomblé Maracatu, sensacional, Maracatu para brincar no carnaval(bis)Pernambuco, como é lindo teu rincãoSanfoneiros no repenteVioleiros na cançãoA festa junina, que também é do natalA festa dos santos reis e o bumba tradicional

Bumba meu boi, bumba bumbaOlha o bumba no terreiro quero ver bumba pegar(bis)

Pernambuco tem umbanda, e também tem candombléViajantes e caixeiros do mercado de são JoséPraia da boa viagem, pro turista admirarE a praia de Olinda, coisa mais linda não háMaracatu, sensacional, Maracatu para brincar no carnaval(bis)

Pernambuco tem umbanda, e também tem candombléViajantes e caixeiros do mercado de são JoséTerra abençoada, terra de CaruaraCom ? quente, frevo e o maracatu

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Maracatu, sensacional, Maracatu para brincar no carnaval(bis)

Pérola de Agonitá 1977 Gerson Alves e Mhariazzinha

Os Maneiros Samba preferência popular, AMC—Beverly—Copacabana

Oxalá, Oxum, Nanã, Xangô, cigana

???

Pessoa nefasta 1984 Gilberto Gil Gilberto Gil Raça humana, WEA guia Tu, pessoa nefastaVê se afasta teu malTeu astral que se arrasta tão baixo no chãoTu, pessoa nefastaTens a aura da bestaEssa alma bissexta, essa cara de cão

RezaChama pelo teu guiaGanha fé, sai a pé, vai até a BahiaCai aos pés do senhor do BonfimDobraTeus joelhos cem vezesFaz as pazes com os deusesCarrega contigo uma figa de puro marfimPedeQue te façam propíciaQue retirem a cobiça, a preguiça, a malíciaA polícia de cima de tiBastaVer-te em teu mundo internoPra sacar teu infernoTeu inferno é aqui

Pessoa nefasta

Tu, pessoa nefastaGasta um dia de vidaTratando a ferida do teu coração

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Tu, pessoa nefastaFaz o espírito obesoCorrer, perder peso, curar, ficar são

Solta Com a alma no espaçoVagarás, vagarás, te tornarás bagaçoPedaço de tábua no marDiaApós dia boiandoAcabarás perdendo a ansiedade, a saudadeA vontade de ser e de estarLivreDas dentadas do mundoJá não terás, no fundo, o desejo profundoPor nada que não seja bomNão mais que um pedaço de tábuaA boiar sobre as águasSem destino nenhumPessoa nefasta

Pessoal do alô ??? Moraes Moreira, Antônio Risério

Moraes Moreira Badauê, ebó, Pena Branca

Alô alô pessoal do alôVai ter auê, Badauê, ebóChilique do caciqueNo ponto chiqueAtrás do cheirinho da lolóMas qual é o pó?Quem é do roçadoRalando coco se dá melhorSou Pena BrancaDa zona francaDe MaceióVendendo peixePassando o picheSou azevicheApache do Tororó

Pimba na pitomba 1985 Luiz Grande João Nogueira De amor é bom, RCA mandinga, descarga Eu vou dar uma sacudida

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Vou nos mais velhosPra ver se consigo acertar minha vidaQue anda mais emboladaQue linha em carretelSe eu parar pra pensarVou acabar no Pinel

Meu Deus do céu!Se for mandingaVou mandar pra cimaDe quem me mandouQuem atura descargaNão sou eu, é o transformador

Se eu der moleO bicho me engoleEu não posso ficar de pomba-rolouEu vou bater um papo com o Vovô

Somente assim eu vou sair dessa maréVovô é pimba na pitombaNão cansa e nem tombaEu tenho féQue ele vai tirar de mimQuando é marola que alguém me jogouNão adiantaPois ninguém suplantaReza de vovô

Pisa, baiana 1938 Irmãos Valença Carlos Galhardo 78 rpm, Victor macumba É pau, é pedra, é seixo miúdoPisa, baiana, por cima de tudo,No batuque da zabumba,A baiana desacata, sobre um cheiro de macumbaDe cachaça e de mulata.

A baiana é feiticeira,No lugar onde ela pisa,Faz fumaça de poeira,

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Fica a terra toda lisa.

Pisei na linha do Congo 1955 domínio público Ely Camargo Folclore do Brasil, Chantecler

linha do Congo, Aruê

A Calunga é muito fundo, calungaQuem não pode se mete, calunga(bis)

Olindamdam, olha o que vai fazerSangue de boa viagem, calunga, olha o que vai fazer

Omaripa, omaripa, sangue de umbandaOmaripa, omaripa, sozinho venceu demanda

Quando Ogum partiu pra guerra,Oxalá deu carta brancaQuando Ogum vencer a geurraTeus filhos vencem demanda

Pisei na linha do CongoÉ congo, é congo aruêPisei na linha do CongoAgora que eu quero ver(bis)

Pisei num despacho 1947 Geraldo Pereira e Elpídio Viana

Ciro Monteiro 78 rpm, RCA—Victor despacho, pai-de-santo, banhos de ervas

Desde o dia em que passeiNuma esquina e pisei num despachoEntro no samba, o meu corpo está duroBem que procuro a cadência e não achoMeu samba e meus versosNão fazem sucessoHá sempre um porém

Vou à gafieiraFico a noite inteiraNo fim não dou sorte com ninguémMas eu vou a um cantoVou num pai-de-santoPedir qualquer dia

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Que me dê uns passes, uns banhos de ervasE uma guia

Está aqui o endereçoUm senhor que eu conheçoMe deu há três diasO mais velho é batataDiz tudo na lataÉ uma casa em Caxias

Pisei Num Despacho 1958 Geraldo Pereira e Elpídio Viana

Roberto Silva Descendo o morro Despacho, pai de santo

Pisei Num DespachoDesde o dia em que eu passeiNuma esquina e pisei num despachoEntro no samba meu corpo ta duroBem que procuro a cadencia e não achoMeu samba meu verso não fazem sucessoHa sempre um porem vou a gafieiraFico a noite inteira no fim nao dou sorte com ninguémMas eu vou num canto vou num pai de santoPedir qualquer dia Que me de uns passes uns banhos de ervasE uma guiaEstá aqui o endereçoUm senhor que eu conheço me deu ha tres diasO mais velho é batata diz tudo na exataÉ uma casa em Caxias

Pisei num Despacho 1980 Elpídio Viana / Geraldo Pereira

Jackson do Pandeiro Evocação V - Geraldo Pereira

Despacho, pai de santo

É desde o dia em que passeinuma esquina pisei num despachoentro no samba meu corpo tá durobem que eu procuro a cabeça e não achomeu samba meu verso nao fazem sucessohá sempre um porémvou a gafieira, fico a noite inteirano fim não dou sorte com ninguémé mais eu vou num canto, vou num pai de santopedir qualquer diaque me dê uns passos

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uns banhos de ervas e uma guiaestá aqui o endereço senhor que eu conheçome deu há três diaso mais velho é batatadiz tudo nas artesé uma casa em caxias(2x)

Pisei Num Despacho 1980 Geraldo Pereira e Elpídio Viana

Jackson do Pandeiro Evocação V Despacho, pai de santo

É desde o dia em que passeinuma esquina pisei num despachoentro no samba meu corpo tá durobem que eu procuro a cabeça e não achomeu samba meu verso nao fazem sucessohá sempre um porémvou a gafieira, fico a noite inteirano fim não dou sorte com ninguémé mais eu vou num canto, vou num pai de santopedir qualquer diaque me dê uns passosuns banhos de ervas e uma guiaestá aqui o endereço senhor que eu conheçome deu há três diaso mais velho é batatadiz tudo nas artesé uma casa em caxias(2x)

Plantas 1986 Vevé Calazans Vevé Calazans Vevé Calazans, Nova República

Oxóssi, Ogum, Oxalá

A casa de Dona DarcyÉ toda cercada de plantas, plantaPlanta que ela mesma plantou

Tem planta que tira maniaDe velho menino que não qur comerTem planta que murcha todinhaSe o dono da casa se entristecerTem planta que serve de abrigo seguroPra os passarinhos se aninharNa proteção da espada de Oxóssi

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De Ogum, tapete de Oxalá

Tem planta que dá uma rosa tão lindaQue dá gosto de se cheirarTem planta que dá manga-rosa tão doceQue dá gosto de se chuparTem planta que cura de tudoSó não cura a dor da saudade que dáDe quando dá onze horasAs flores se abrem pra gente passar

Tem planta que já desfolhouE pede pra gente não lhe abandonarTem planta que já enfeitouAs bodas de ouro dos velhos no altarTem planta com cinqüenta anosCom filhos, com netos a engatinharE em trinta e um de dezembroA gente se reúne pra se abençoar

Pomba Gira 1936 J. B. de Carvalho e Jorge Nóbrega

J. B. de Carvalho 78 rpm, Victor Pombagira Pombagira, oPombagirou, oGirou, no arGirou, no arGritou que o velho, que o velho chegouGritou no galho, que cangaiô(bis)Pombagira, oPombagirou, oGirou, no arGirou, no arE é comandante das bandas de láE é capitão, que vai governar(bis)Pombagira, oPombagirou, oGirou, no arGirou, no ar

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Filho do atabaque hoje não vai girarO galo cantou, do lado de lá(bis)Pombagira, oPombagirou, oGirou, no arGirou, no ar

Ponto 1980 Wando Wando Bem vindo, Philips Iemanjá, Xangô, Ogum, Obaluaê, mãe-de-santo

Meu pai me ensinou a cantar um ponto ( bis)Minha mãe de santo ajudou (bis)Esse ponto me livra dos males (bis)Esse ponto me ensina o amor ( bis)Saravá Ogum ( bis)Saravá Xangô (bis)Iemanjá está na praia (bis)Junto ao santo protetor (bis)Meu caminho está abertoPor qualquer lugar que eu forTodo mundo me quer bem ( bis)Sou criança que chegou (bis)Atôtô babá (bis)Atôtô Obaluaiê (bis)

Ponto de Exu 1930 domínio público Elói Antero Dias e Amor (Getúlio Marinho da Silva)

78 rpm, Odeon Exu ???

Ponto de Inhassan 1930 domínio público Elói Antero Dias e Amor (Getúlio Marinho da Silva)

78 rpm, Odeon Iansã Macumbendê, macunbarerá. Viva rosa macumbendê.Macumbendê, macunbarerá

Ponto de Ogum 1930 domínio popular Elói Antero Dias e Amor (Getúlio Marinho da Silva)

78 rpm, Odeon Ogum Oiê, comandando o ayeOiê, comandando o ayaQuem me chama capitão do ayeOi me chama comandando o ayeO eu, comandando o ayeCapitão do aye

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Ponto de Oxóssi 1968 domínio público Maria Bethânia Origens, Emi Oxalá, caçador O galo cantouTá chegando a horaOxalá tá me chamandoCaçador já vai embora

O galo cantouTá chegando a horaOxalá tá me chamandoCaçador já vai embora

O galo cantouTá chegando a horaOxalá tá me chamandoCaçador já vai embora

O galo cantouTá chegando a horaOxalá tá me chamandoCaçador já vai embora

Ponto do Guerreiro Branco 1968 domínio público Maria Bethânia Nada além, Emi—Odeon

caboclo Eu disse camaráQue eu vinhaNa tua aldeia camaráUm dia

Sai sai saiBoa noite meus senhoresSai sai saiBoa noite, peço licença(bis)

Eu disse camaráQue eu vinhaNa tua aldeia camaráUm dia

Óh! Deus vos salve esta casa santaÓh! Deus vos salve espada de guerreiro

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Bandeira branca enfiada em pau forteTrago no peito a estrela do norte(bis)Óh! Deus vos salve esta casa santaÓh! Deus vos salve espada de guerreiro

Sai sai saiBoa noite meus senhoresSai sai saiBoa noite, peço licença(bis)

Pôr-do-sol 1993 Beto Jamaica, Moço e Ademário

Banda Relógio Banda Relógio, RCA Iemanjá Venha (4x) conhecer (bis)Ver o por do sol, lá do farol, coisa tao linda de se verSubindo e descendo (?)Para não se arrepender

E depois cair no mar, e encontrarA rainha Iemanjá(bis)

Venha (4x) conhecer (bis)

Porto de Araújo 1988 Guinga e Paulo César Pinheiro

Miúcha Miúcha, Continental Nanã Hoje eu vou m’embora, ó mãeEstrela nova já azulou de manhãPor favor não chora, ó mãeQue eu to levando em teu surrão artesãCordão de prata, cruz de ouro, o teu talismãQuem me acompanha, ó mãe, é NanãSe eu sair agora, ó mãeChego no porto de Araújo amanhãVou pro mundo afora, ó mãeGanhei a roupa de marujo da irmãLinho engomado, boné branco, gola de lãQuem me acompanha, ó mãe, é NanãVou antes do sol quebrarPra ouvir o canto do guriatãQue fez seu ninho no meu quarto de telha vã

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Vou, mas também vou levarManta de charque, mel de irapuãMana. Eu promento que te escrevo toda manhãTô em cima da hora, ó mãeO meu cargueiro zarpa às seis da manhãBênção pra senhora, ó mãeTome tenção por nossa mãe, minha irmãUm dia eu voltoTrago inteiro o teu talismãQuem me acompanha, ó mãe, é Nanã

Pra Iemanjá levar 1969 Délcio Carvalho Noriel Vilela Eis o ôme, Emi Iemanjá É melhor jogar no marpra Iemanjá levarÉ melhor jogar no marpra Iemanjá levar

Passado alegre presente tristefuturo incerto o que seráessa tristeza que da na gentee não há meios dela passarTanta coisa que faz chorarcompreensão que é bom não há

É melhor jogar no marpra Iemanjá levarÉ melhor jogar no marpra Iemanjá levar

Tempo de guerra, guerra em clementematando gente de isolaçãoirmãos entregues a própria sortechorando a morte de outros irmãosCruz credo esse peso tem que acabarazar assim para que guardar

É melhor jogar no marpra Iemanjá levarÉ melhor jogar no mar

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

pra Iemanjá levar

Tempo de guerra, guerra em clementematando gente de isolaçãoirmãos entregues a própria sortechorando a morte de outros irmãosCruz credo esse peso tem que acabarazar assim para que guardar

É melhor jogar no marpra Iemanjá levarÉ melhor jogar no marpra Iemanjá levar

Praia da Amaralina 1967 Castilho de Assis Dorival Caymmi Caymmi, Odeon Iemanjá Lá na praia de amaralinaA bahia tem o sino debaixo d’águaDo marTem um peixe, peixe de ouroTesouroQue toca o sino do mar

Peixe de ouro, sino de prataSe pôs a tocar, no fundo das águas

Figura real de IemanjaCoberta de sal é a rainha do mar(bis)

Tem um sino debaixo da agua do marTem um peixe, peixe de ouroTesouroQue toca o sino do mar

Peixe de ouro, sino de prataSe pôs a tocar, no fundo das águasFigura real de IemanjaCoberta de sal é a rainha do mar(bis)

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Praias de pedra e pranto 1975 Dedé da Portela e Sérgio Fonseca

Nadinho da Ilha Aluou, serenou, violonou, o samba serestou, Emi—Odeon

Iemanjá ???

Prato de axé 1996 Pierre Onasis e Augusto Conceição

Pierre Onasis É de apaixonar, Continental

axé Traz em correntezaO amor pra cáTraz rum e águaA Bahia uáBote axé no pratoPra gente provarTá no ponto o côcoDendê, vatapáEmbolouPimenta no nêgoCante e dance, crioulaMoça puraBata palma crioulaVou cantar de noite e de diaEspantando a tristezaVou sentindo firmezaCoisas do coração Deixa o amor chegarTara rum e águaA Bahia uá

Prece a Mamãe Oxum 1962 J. M. Alves Maria do Carmo 78 rpm, Califórnia Oxum, umbanda ???

Prece a Xangô 1977 Nelson Rufino e Zé Luiz

Roberto Ribeiro disco compacto, Emi—Odeon

Xangô, orixá Caô, oh meu pai XangôCura a minha dorQue é o mal de amarLavo por você meu serQue é pra não deixar nosso amor morrer

Vou botar na pedreira oferendaPra que pai Xangô me atendaFazendo meu pranto secarA paz que eu carrego é de pedra

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E até meu pedaço do reinoDo meu glorioso orixá

Caô, oh meu pai XangôCura a minha dorQue é o mal de amarLavo por você meu serQue é pra não deixar nosso amor morrer

Pretaporter de tafetá 1992 João Bosco e Aldir Blanc

Os Cariocas Reconquistar, WEA patuá, saravá Pagode em CocotáVia nega reboláNum preteporter de tafetáBeijei meu patuáÓi, samba, ói, ulaláMé carrefour, o randevú vou começar

Além de me empurrar“kés que sé, tamanduá?Purquá jé suí du zanzibar.”

Aí eu me criei: pas de bafo, meu bombomPra que zangá?Sou primo do VillegagbonVoalá e çava, patati, patatáBoulevar, saravá, vim a Praça MauáDendê, matinê, padedêMeu peticomitê, bambolêEncaçapo você

Taí seu MitterrandMarcamos pra amanhã em PaquetáNum flamboyant en fleurOnde eu vou t colher

Pompadú? ZuluMajei toá bocú!...

Preto Velho 1952 Custódio Mesquita Carlos Galhardo 78 rpm, RCA—Victor preto-velho ???

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e Jorge Faraj

Preto Velho 1972 Sussu e Cicica Sussu Preto velho, Tropicana

Preto velho, saravá, congá, umbanda, Xangô

Preto velho que veio d’AngolaVeio saravá no gongáAiê aiê aiêVeio saravá no gongá

Preto velho veio de GabindaPreto velho veio de LuandaPreto velho veio lá do CongoPra saravá, filhos de umbanda

Preto velho que veio d’AngolaVamos saravá no gongáAiê aiê aiêVamos saravá no gongá

Preto velho é Pai BeneditoPreto velho é João FerradorPreto velho (gimambu togo)Que chega num (boma) Saravá Xangô

“Saravá Gimambu togoSaravá João FerradorSaravá todo povo do CongoÔ saravá Angola

Saravá, meu filhoSaravá coroa de gongoOlha a gamba de Angola

Princesa negra 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio Luanda, Oxum, afoxé

Vim de LuandaMeu pai é reiEu sou princesa negraMinha palavra é lei

Traz tapete vermelho

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Que eu quero passarSem pedir licençaDa mamãe OxumHerdei altivezSedução e belezaHoje a ordem do diaEu dito, meu povoÉ dançar afoxéBate, bate tamborÉ na palma da mãoÉ na ponta do pé

Bate tambor, bate atabaqueRepica agogô na imensidãoHoje o decreto dizSeja livre e felizMinha palavra é lei

Privação de sentido 1993 Tavito e Aldir Blanc Watusi Por causa de você, Som Livre

Pombagira CiúmeÉ meu fraco, reconheçoÉ nessa hora a gente apelaA educação de berçoVai virando um barraco na favelaPudera se eu souber que meu maridoMe engana, me suicidoMas antes quebro tudoRasgo as roupasTaco fogo no colchãoFaço pose de 1 ª damaMas ofendo e desanco de vezA dose de “esculacho” só dependeDa vontade do freguêsEm meu ciúme, sinto que um perfume novo cheira a traiçãoArmo outra discussãoJogo o jantar no chãoMe sinto estranha e chamo de “piranha”A quem estiver na mira

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E uma transformaçãoSai a moça educada e entra a pomba giraConfesso tudo bemPerdi a contaOs ataques que eu já tiveEu tenho cartomanteDetetive, enfermeira de plantãoMas no fundo o maior dos tormentosÉ o momento em que volto à razãoEu acho meu amor uma gracinhaIncapaz de traição

Promessa ao Gantois 1975 Mateus e Dadinho Os Tincoãs O Africanto dos Tincoãs, RCA

Gantois, Oxum Eu fui ao GantoisPagar promessa sóLevei de (Orumaió)Um (adê) pra (Iêiê-ô)(Monaneuá/Onaruá)minha prece é verdadeiraDesce e vem me abençoar

Oh, meu Deus! Como é lindoO céu se abreMãe Oxum vem surgindo

Promessa de pescador 1939 Dorival Caymmi Dorival Caymmi 78 rpm, Odeon Iemanjá Ê ê ê êÊ ê ê êA alodêIemanjá oê iá

Senhora que é das águasTome conta de meu filhoQue eu também já fui do marHoje tô véio, acabadoNem num remo sei pegáTome conta de meu filhoQue eu também já fui do mar

Ê ê ê ê !

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Quando chegar seu diaPescador véio prometePescador vai lhe leváUm presente bem bonitoPara dona IemanjáFilho dele é quem carregaDesde terra até o mar

Quando Eduim Desde a Ribeira

1987 Alceu Valença Alceu Valença Leque Moleque Afoxé, atabaque, agogô, candomblé

Quando Edwim desce a RibeiraOlinda inteira vai ouvir seu afoxéCid, Querubim, Cafi, ZuleidaOlinda inteira vai ouvir seu afoxé

O atabaque, o bongôO agogô, CandombléMoça bonitaSerás minha mulher

Quando Edwim desce a RibeiraOlinda inteira vai ouvir seu afoxéIris, Querubim, Cafi, ZuleidaOlinda inteira vai ouvir seu afoxé

O atabaque, o bongôO agogô, CandombléMoça bonitaSerás minha mulher

Quando os deuses dançam 1997 Ferdinando Jujuba Banda Coração Tribal Coração Tribal, Virgin

candomblés A dança do poder do soldado inglêsO salto dos escravos pelos candomblésA dança jesuíta, o padre portuguêsA saga dos ciganos do antigo IrãVida submarina, todo homem-rãA dança do sagrado Mandala-PétalaQualquer forma de dançaMuito leve deixa o corpoA dança do índio que dança pra chuvaO ritual das virgens Anglo-Saxãs

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A dança da ciranda em GuadalajaraTambores do oriente nas boates de MadriOs povos primitivos o balê do TahitiA dança do maia nas ruas de ParisQualquer forma de dançaDeixa o corpoFala tamborOnde anda a poesiaFala tamborE a tecnologiaA dança do poder...E a tecnologiaQuando os deuses dançamEm torno do planetaQuando os deuses cantamEn la bomboñeraQuando os deuses dançam!Fala tambor...E a tecnologiaFala, fala, fala tambor!

Que baque é esse? 2000 Dandára Martins e Izamar

Claudênia Libânio Maracatu Atômico, Cavalo Marinho

erê Ô lêlê, Ô lêlê, Ô lêlê, Ô láláA Nação Erê acabou de chegar

Que baque é esse Que vem lá de longeLá do outro lado do mar?

É o baque-virado da Nação ErêTocando a zabumba, o gonguê e o ganzá

Eu vim do Recife mostrar a Nação ErêCrianças que tocam, cantam e dançam pra valer

Que bom prato é vatapá 1979 Gilberto Gil, Galvão e Paulinho Boca de Cantor

Paulinho Boca de Cantor

Paulinho Boca de Cantor, Epic

feitiço Volta a modaSe falar mal de baianoQue bom prato é vatapáMas cuidado que eu já vi

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Muito nego se dar malCom siri e acarajá

Que bom prato é vatapáTa na ondaSe falar mal de baianoMas cuidado que eu já viMuito nego se dar malCom siri e acarajé

Onde é onde éQue se viu que se viuSe cuspirNo prato que se ouviuNo prato que se ouviuO baiano andaolhando pra cima Feitiço é saberTer no corpo dendê

Quê quê rê quê 1956 João da Bahiana João da Baiana e seu Terreiro

78 rpm, Odeon saravá, macumba, congá, Ogum

Oi quê quê rê quêOi ganga Sarará macumba oi ganga Oi quê quê rê quê Oi ganga Sarará macumba oi ganga Oi mucamba, mucamba, candinga só Sarará macumba oi ganga Eu sou filha de Ogum Oi ganga Sarará macumba oi ganga Eu sou neto de Xangô, oi ganga. Sarará macumba oi ganga Que é que vamos refazer, oi ganga? Sarará macumba oi ganga Quando eu caminjogô, oi ganga Sarará macumba oi ganga Olorrôi na macumba, oi ganga Sarará macumba oi ganga

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Olôi na macumba, oi ganga Sarará macumba oi ganga Oi mucamba, mucamba, candinga aí Sarará macumba dicas para emagrecer oi ganga Oi candida, candida nilhocotó Sarará macumba oi gangaO desenho de Angola, oi ganga.Sarará macumba oi gangaVenho de banda de lá, oi ganga.Sarará macumba oi gangaQue é que vamos refazer, oi ganga?Sarará macumba oi gangaQuando eu caminjogô, oi gangaSarará macumba oi gangaAtotô, atotô, adelê, oi gamba aíSarará macumba oi gangaOi nucamba, nucamba, nicococó ihSarará macumba oi gangaDiz Na macumba, oi ganga.Sarará macumba oi gangaDiz Foi na macumba, oi ganga.Sarará macumba oi gangaMucamba, mucamba, candiga sóSarará macumba oi gangaOi candinga, candinga nitocotóSarará macumba oi gangaMas mucamba candinga aíSarará macumba oi gangaAtotô, atotô, adelêSarará macumba oi gangaSarará macumba oi gangaSarará macumba oi gangaAgô, Agô quero fé MussuruOra aí errô Axé Mussuru

Quem tá de ronda 1935 Príncipe Pretinho e Gastão Viana

Francisco Sena com os Diabos do Céu

78 rpm, Victor Exu, Xangô, Oxalá, umbanda, congá

Eaô, me diga quem tá de rondaAê aê aê aoEaô, quem ronda sempre rondou

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No alto da derrubadaQuem manda na encruzilhadaÉ só Exu e Xangô

Caboclo que tá de rondaRondando sem descansarEu sou filho de umbandaEu sei bulir no CongáUm butijão de malacoEu trago pra nós tomá

Caboclo que tá de rondaO dia já vai raiarEu venho de AruandaDaqui eu só vou voltarEu só trabalho pro bemIô iôE (napa/napé) de Oxalá

Quem vem pra beira do mar 1940 Dorival Caymmi Dorival Caymmi 78 rpm, Odeon Dona Janaína (Iemanjá)

Quem vem pra beira do mar ai,Nunca mais quer voltar ai,Quem vem pra beira do mar ai,Nunca mais quer voltar

Andei por andar andeiE todo caminho deu no marAndei pelo mar andeiNas águas de dona Janaína

A onda do mar levaA onda do mar trazQuem vem pra beira da praia meu bemNão volta nunca maisQuem vem pra beira do mar aiNunca mais quer voltar aiQuem vem pra beira do mar Nunca mais quer voltar

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Andei por andar andeiTodo caminho deu no marAndei pelo mar andeiNas águas de dona Janaína

A onda do mar levaA onda do mar trazQuem vem pra beira da praia meu bemNão volta nunca maisQuem vem pra beira do mar aiNunca mais quer voltar aiQuem vem pra beira do mar Nunca mais quer voltar

Quenda 1997 domínio público Patrícia Amaral Trilha da novela Xica da Silva, Bloch Som e Imagem

Oxum ???

Quero voltar à Bahia 1961 Ary Barroso e Meira Guimarães

Jorge Goulart 78 rpm, Continental Iemanjá, Xangô, Ogum, Obá

Quando a saudade da Bahia me vem,Me faz chorar, quero voltar,Para ver nas areias as redes a secar,E ao pôr-do-sol saveiros a voltar,E o Pelourinho onde o negro padeceu,As ruas de pedra que o tempo não venceu,Os degraus da igreja onde rezou a sinhá,Tanto e tanta coisa deixei lá.O céu e o mar que estão no olhar do pescadorSempre a sonhar, e iaiá que vai jogar no marSeu amalá para Iemanjá.Anel, um pente, uma flor, quem dá presente pede amor,E lá no altar da velha igreja do Bonfim,Quero deixar uma vela pra fazer meu amor voltar.

Vou ver sambar de pés no chão num candomblé,Os Ogans de fé, Xangô, meu pai, beber o mar pra saravá seu orixá.

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As mães-de-santo a invocar, Ogum guerreiro a trabalhar,E num batuque de terreiro de Obá quero implorar o amor de iaiá,Ôi Bahia, ai, ai,Ai, meu Senhor do BonfimTenha pena de mim.

É tanta saudade, é demais, não vou morrer sem lá voltar,E quando eu me for é pra ficar.Ôi, Bahia, minha terra tão querida,És um céu para mim no meu coração

Quilombo dos Palmares 1988 Ythamar Tropicália, Valmir Brito e Gibi

Banda Reflexu’s Serpente negra, Emi Oiá, Obá, Obatalá, Olorum

???

Quilombos 1993 Lenine Batacotô Batacotô, Vilas atabaques, macumba Saiu do Congo num navio negreiro baixou no litoralBatuque e banzo no chão do terreiro pra suportar o malCorreu, fugiu, sofreu, sumiu e subiu o morroE o horizonte era o fundo do quintalOs atabaques gritam na macumba no tom dos ancestraisNa voz do blue, no rebolado da rumba tem negro por detrásVêm invadindo todas as fronteiras da história rumo ao futuro, driblando o temporal

Minha terra tem PalmaresOnde zumbi foi eleitoOs negros que lá quilombaramSambaram do mesmo jeito

Mas a negrada é pai pra toda obraE é de decidirQuem sabe, sambaE quem não samba, sobraOu para pra assistirPela avenida a força e o suor da negaMãos nas cadeirasFazendo o carnaval

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Quizumba de rei 1976 Ruy Maurity e José Jorge

Ruy Maurity Nem ouro, nem prata, Som Livre

Ogum Ai zombou de mimAmor meu tamborimTem quizumba no sambaAum zum zum bam bamTem samba até de manhãEntre as letras do alfabetoEstou mais pra zNa cartilha do afetoEu aprendi a lerQue tem samba até de manhãEntre, estão abertas As portas do meu coraçãoQue nesse instanteSe transforma num salãoE tem samba até de manhãQuizumba no samba...

Raça negra 1993 Dito e Jorge Zarath Margareth Menezes Luz Dourada, Polydor

Olorum, Iemanjá, Oxum, Oxalá, Iansã

O grito da terra se expande por todo universoNo verso da mão calejada que afaga o rebentoO amor relampeja, quebrando a semente da guerraSagrada é a força da terra brilhando num só pensamento

Olorum mandou botarUm presente pra IemanjáColocar no mar do amorPra saudar seu canzuáMãe Oxum me batizouCom a bênção de OxaláÉ felicidade; é cor

Raça negraRaça negraRaça negra

Sou erê, sou mandinga, sou manhãSou dendê, afilhada de YansãSou café, cana verde, que beleza

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Raça negra

Sou de paz, sou axé, sou natureza

Raça negraRaça negraRaça negra

Rainha do mar ??? ??? ??? ??? ??? IemanjáÉ a rainha do mar

Salve o povo d’AruandaSalve o meu pai OxaláSalve OxóssiSalve os guiasSalve Ogum Beira-Mar

Vai ter festa na ribeiraVai ter reza lá no GantoisVai ter samba a noite inteiraE vai ter muitas flores no mar

Rainha do mar 1975 Rosangela e Bentana

Lincoln Lincoln, Emi—Odeon

Iemanjá, Oxalá,Oxóssi, Ogum, Gantois

IemanjáÉ a rainha do mar

Salve o povo d’AruandaSalve o meu pai OxaláSalve OxóssiSalve os guiasSalve Ogum beira-mar

Vai ter festa na ribeiraVai ter reza lá no GantoisVai ter samba a noite inteiraE vai ter muitas flores no mar

Rainha do mar 1992 Wilson Japiassu Banda Mel Banda Mel, Continental

Iemanjá Iê iê IemanjáSintonize este canto

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Traga energia da luz do luarDo mundo do negro Surgiu a aboliçãoEu canto este cantoÉ o canto da libertação

Traga a rainha do marPois o povo precisa de paz e felicidadeBrancos e negros juntos vão sonharPara tentar e obter a realidade

Liberdade do canto Ilê AyêIlê Ayê, Ilê AyêSomos um povo manso do Ilê AyêIlê Ayê, Ilê Ayê

Rainha do mar 1997 Mário Gil e Paulo César Pinheiro

Mário Gil Cantos do Mar, Dabliú

??? João foi quem contouQuando afundou no marDiz que ele endoideceuCom o que ele viu por láUm reino sob o marPalácio de coralDe conchas era o chãoO trono era de salNo inclinado convésDe um antigo galeãoViu sereias em coroEntoando uma cançãoTinham peixes de luzImitando castiçaisE cardume de corSe mexiam nos vitraisQuando um cortejo alí chegouDe cavalo-marinho puxarDa carruagem-mãe surgiuO vulto da rainha do marJoão se extasiouNão quis acreditar

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O olho esbugalhouNa luz daquele olharA moça então ergueuO pescador do chãoO sal do mar brotouDos olhos de JoãoEle aí se curvouA mãe d’água o afagouJunto do seu coraçãoO cortejo formouPra rainha então passarJoão só lembra que acordouSentindo o corpo se arrepiarDe longe o vulto lhe acenouSumindo dentro d`água do mar

Rainha do Omolocô 1959 Henrique Gonçalez Honório Santos 78 rpm, Polydor Oxum ???

Rainha negra 1992 Moacyr Luz e Aldir Blanc

Maria Bethânia Olho d'água, Polygram

os deuses negros, Ogum, Orunmilá

A idade da sereiaO baticum de pé no chãoChuá de cachoeriaO mito, o rito ritmam a respiraçãoTan-tan e atabaqueA gravalhada do ganzáO canto de trabalhoA dança, a ânsia segrada de rememorarO escuro negreiroO açoite pardo do feitorE um clarão enganadorA liberdade sonhada ainda não chegouSaúdo os deuses negrosDa selva mar céu de QueléPro povo brasileiroRainha negra da voz, mãe de todos nós

Raiz 1992 Roberto Mendes e Jota Veloso

Gal Costa Gal, BMG—Ariola Ogum Lua cheia mais bonitaAcobreada de luzNa sombra de uma jaqueira

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Vejo que é prata e chãoMuita palha na cabeçaAtotô no coraçãoBanho de flor alvaAlveja os caminhos da proteçãoTá na beira do marNas folhas de sultãoNos metais de Ogum IêVento, raio e trovão

Tá na voz mais bonitaQue tem graça nas mãosOrunmilá bem disseSerá a voz da cançãoQuanto às chagas desta vidaPra tristeza não tem perdãoOs Maias há muito abrigamA raiz da salvaçãoEntre as peles mais bonitasSedas, marfins e coraisA riqueza mais precisaÉ saúde, amor e paz

Rancho da goiabada 1973 João Bosco e Aldir Blanc

João Bosco Galo de briga, RCA pais-de-santo Os bóias-frias Quando tomam Umas biritas espantando a tristezaSonhamCom bife a cavalo, batata fritaE a sobremesaÉ goiabada cascãoCom muito queijoDepois do caféCigarro e o beijo de uma mulataChamada LeonorOu Dagmar

AmarO rádio de pilha, o fogão jacaré, a marmita

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O domingo, o barOnde tantos iguais se reúnem contando mentirasPra poder suportar, aiSão pais-de-santo, paus-de-arara, são passistasSão flagelados, são pingentes, balconistasPalhaços, marcianos, canibais, lírios pirados,Dançando e brincando de olhos abertos à sombraDa alegoriaDos faraós embalsamados

Recado de Iemanjá 1954 Stellinha Egg Roskilde

Stellinha Egg 78 rpm, RCA—Victor Iemanjá E a... é recado de Iemanjá.Tem presente, tem presenteTem presente pra levarVá levar pra JanaínaPrincesa do aiocá.Brinco de ouro, eu vou levar.À princesinha, do aiocá.É recado de Iemanjá, Colar de jade, eu vou levar.À princesinha, do aiocáÉ recado de Iemanjá.Fitas e flores, eu vou levarÀ princesinha, do aiocáÉ recado de Iemanjá.Perfumes finos, eu vou levarÀ princesinha, do aiocáÉ recado de Iemanjá

Brinco de ouro, eu vou levar.À princesinha, do aiocá.É recado de Iemanjá, Colar de jade, eu vou levar.À princesinha, do aiocáÉ recado de Iemanjá.Fitas e flores, eu vou levarÀ princesinha, do aiocáÉ recado de Iemanjá.Perfumes finos, eu vou levar

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À princesinha, do aiocáÉ recado de Iemanjá

É recado de IemanjáÉ recado de IemanjáÉ recado de IemanjáÉ recado de Iemanjá

Rei de umbanda 1931 Amor (Getúlio Marinho da Silva)

Moreira da Silva 78 rpm, Odeon macumba, ponto de umbanda

???

Rei n’Aruanda 1968 Abigail Moura Orquestra Afro-Brasileira

Orquestra Afro-Brasileira, CBS

umbanda, Aruanda, orixá, Ibeji

Ainda sou Rei, mandando lá na AruandaVamos cantar, vamos saldar nossa banda(bis)

Com minha fé eu sou filho do lado de lá(?) pra meu orixáSou rei da aruanda, coroa de rei é pejiSalve a umbanda e o rei que não pode cair

Rei Oxalá 1954 Sussu e O. Silva Sussu 78 rpm, Odeon Oxalá ???

Rei Oxalá 1959 Henrique Gonçalez Honório Santos 78 rpm, Todamérica Oxalá ???

Renda de Prata 1997 Mário Gil e Paulo César Pinheiro

Mário Gil Cantos do Mar, Dabliú

Iemanjá Deu meia-noite e meiaTem lua cheia pra alumiarDo céu a estrela brancaQue cai, destrancaO portão do marDeixa a camisa finaDa lamparinaSe escandiarQue a luz do candeeiroFaz o coqueiroSe enfeitiçarA onda é de ensurdearA brisa é de amenizarTem qualquer coisa de arrepiar

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A lua é de endoidecerO azul é de admirarO céu é o espelho de IemanjáEm noite assimAs sereias costumam bordarRendas de prataDe estrelas caídas no marNo manto de Janaína

Réquiem pra Mãe Meninha do Gantois

1989 Gilberto Gil Gilberto Gil O eterno Deus Mu dança, WEA

Mãe Menininha do Gantois, Oxum

Foi, minha mãe se foiminha mãe se foiSem deixar de ser, ora iê iê-ô

Dói, minha alma ainda dói,minha alma ainda dóisem deixar doer, ora iê iê-ô

Foi tão boa pra nósTão boa pra nósNão deixa de ser, ora iê iê ô

Mãe, do Orum, do CéuDo Orum, do Céume ajuda a viver neste Ilê aiê

Rara, ouro, guarda o tesouro pra nósRiso claro, Porto Seguro pra nósVemos vivo o brilho da tua luzIluminando nossos corações.Ouve nossa oração.Escuta a demanda de cada um,Manda teu doce axé.Recomenda ao santo o teu candombléFala com cada um, fala com cada um,Fala com cada filho fiel.Canta pra todos nós.Derrama sobre todos o teu mel

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Foi minha mãe se foi,Minha mãe se foiSem deixar de ser a Rainha do Trono Dourado de Oxum,Sem deixar de ser mão de cada umDos filhos pra quem eternamenteSempre haverá Mãe Menininha

Revertério 1976 Tom e Dito Tom & Dito Revertério, Continental

santo, corpo fechado, feitiço

Ela joga comida pro santoEla pega se enfeza e se vaiEla sai procurando outro homemSe zanga e zangada me traiE promete fazer um feitiçoE com isso me arruinarEu que tenho meu corpo fechadoVou tentar seu quebranto quebrarEla dá vira-volta no ventoEla tenta me chantagearMe vendendo por trinta dinheirosEla quer me desmoralizarEla grita que eu sou caloteiroEla afirma que eu sou gigolôMas esquece que eu sou mandingueiroQue sou filho da paz e do amor

Ela joga comida pro santoEla pega se enfeza e se vaiEla sai procurando outro homemSe zanga e zangada me traiE promete fazer um feitiçoE com isso me arruinarEu que tenho meu corpo fechadoVou tentar seu quebranto quebrar

Ela dá revertério na vidaEla tenta me intimidarMas malandro não se inferniza Não tem medo de se enfeitiçarEla grita seu grito de guerra

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Ela berra seu berro de dorEu me afogo num copo de vinhoE me solto na paz do senhor

Revolta Olodum 1990 Olissom e Domingos Sérgio

Banda Mel Prefixo de Verão, Continental

mandinga, búzios Retirante ruralistaLavradorNordestino LampiãoSalvadorPátria sertanejaIndependenteAntônio Conselheiro em Canudos presidenteZumbi em AlagoasComandouUm exército de ideaisLibertadorSou mandinga, balaiadaSou MalêSou búzios, sou revoltaArâ rê

Ô CoriscoMaria Bonita mandou te chamarÉ o vingador de LampiãoÉ o vingador de Lampião(bis)

Êta cabra da pestePelourinho, OlodumSomos do Nordeste(bis)

Êta, êta, êta, ta-ta-ta-ta

Reza da noite e Durê 1976 dominio popular, adaptação de Onias Camardelli

Grupo Zambo Bahia, Grupo Zambo, Discos Marcus Pereira

quimbanda, Oxaguiã, Oxalufã

Ai, é na casa de ungongoMeu quimbandeiro dengueAi, é na casa de ungongoMeu quimbandeiro dengueQuimbanda diressú ireá

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Ecô tadê eressêQuimbanda diressú ireáEcô tadê eressêIaladê tinganga, ialadê tinguinhaArirôÔ Luaêmi, ô luaêmi

Ô Durê, ô DurêAilalá qu mamã de OxaguiãEi mamãe de OxaguiãEi mamãe de Oxalufã

Rio Grande do Sul na Festa do Preto Fôrro

1971 Nilo Mendes e Dario Marciano

Beth Carvalho Beth Carvalho, Imperial

saravá, orixás Oêo, oeaSarava meu povoE salve todos os orixás

O negro na senzala crucianteOlhando o seu, pedia a todo o instanteEm seu canto e lamentos de saudadeApenas uma coisa: liberdadeNa região denominada Preto FôrroLá na Serra do Mateus, na boca do matoTodo negro dono de uma liberdadeNa maior felicidadeSe dirigia pra láReunidos, davam início à festançaCom pandeiros, tamborins, xexerés e ganzás

Sob o clarão da LuaE o fosco do lampiãoA capoeira era jogadaSempre ao som de um refrão

Você me chamou de molequeMoleque é tuVocê me chamou de molequeMoleque é tuVocê me chamou de moleque

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Moleque é tu

Rio Grande do SulSeu folclore e sua genteTambém participaramDessa festa diferente

Você me chamou de molequeMoleque é tu

Risca ponto 1975 José Ribeiro Jackson do Pandeiro com Marlene

A Tuba da "Muié" Terreiro, nagô, sarava.

Tem, tem, tem, temTem, tem, tem, tem, tem, temTem, temPulando cruzado no meio do terreiro, chegouPovo da Bahia, do culto e da lei de nagôUm homem tem prantoQue veio do lado de láFumando e bebendoE dizendo vamos saraváSaravá êSaraváSaravá êNo conga

Rita Baiana 1978 John Neschling/Geraldo Carneiro

Zezé Motta Zezé Motta Despacho Olha meu nego quero te dizerO que me faz viverO que quase me mata de emoçãoÉ uma coisa que me deixa loucaQue me enche a bocaQue me atormenta o coraçãoQuem sabe um bruxoMe fez um despachoPorque eu não posso sossegar o fachoÉ sempre assimAi essa coisa que me desatinaMe enlouquece, me dominaMe tortura e me alucina

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Olha meu negoIsso não dá sossegoE se não tem chamegoEu me devoro toda de paixãoAcho que é o clima feiticeiroO Rio de Janeiro que me atormentaO coraçãoEu nem consigo nem pensar direitoCom essa aflição dentro do meu peitoAi essa coisa que me desatinaMe enlouquece, me dominaMe tortura e me alucinaE me dáUma vontade e uma gana dáUma saudade da cama dáQuando a danada me chamaMaldita de Rita BaianaNu outro dia o português lá da GambôaO Epitácio da PessoaAssim à toa se engraçou e disse:"Oh Rita rapariga eu te daria 100 miréis por teu amor"Eu disse:Vê se te enxerga seu galego de uma figaSe eu quisesse vida fácilPunha casa no EstácioPra Barão e SenadorMas não vendo o meu amorAh, ah, isso é que não!Olha meu nego quero te dizerNão sei o que fazerPra me livrar da minha escravidãoAté parece que é literaturaQue é mentira puraEssa paixão cruel de perdiçãoMas não me diga que lá vem de novoA sensaçãoOlha meu nego assim eu me comovoAgora não

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Ai essa coisa que me desatinaMe enlouquece, me dominaMe tortura e me alucinaE me dáUma vontade e uma gana dáUma saudade da cama dáQuando a danada me chamaMaldita de Rita Baiana

Rock comendo cereja 1985 Jorge Mautner e Nelson Jacobina

Jorge Mautner Antimaldito, Nova República

saravá, axé, colofé Tem um desejo de amorAté mesmo na flor e na plantaE na voz de quem falaE na voz de quem canta

Seja como sejaÉ tão bom quando você me beijaBeijo seus olhos caídosPor entre as latas de cerveja

Piso na sombra às vezesQuando quero que ninguém me vejaVolto pro meu quarto à meia-noiteFico sozinho, ouço o rock comendo cereja

São pirilampos as luzesDentro desse apartamentoViva a vida, queridaAqui, agora, nesse momento!

Aqui, agora, nesse momento!AdonaiHosanaSaraváAxé-Kolofé

Roda baiana 1975 Pitter Pitter e Kid Bayano

Kid Bayano compacto, Emi—Odeon

candomblé ???

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Rosa Preta 1980 Vicente Barreto e Paulê

Vicente Barreto Assim tão moço, Fonte

Oxalá Pra começarCanto o que quiser cantarPra terminarCanto Rosa de Oxalá

Rabo quente, rapaduraRebolado caminhãoReticente, belezuraPra que lado fica o chão?Peça rara, prata puraVentania, furacãoPatuá, mão na cinturaNão se pode dizer nãoRosa Preta, meia cura,Meia volta, seduçãoBrilhantina, cara dura,Meia sola, confusãoPra começar...

Rosas pra Iemanjá 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

Iemanjá, orixá Rosas pra IemanjáRosas pra IemanjáRosas pra IemanjáEu vou levar

IemanjáLeva pro mar essa saudadeDa terra mãe distanteMinha vontade de chorarLeva pro mar

IemanjáQuero curtir felicidadeSer livre como as ondasGrande como essa imensidão azul do mar

Rosas pra Iemanjá...

Iemanjá

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Dona do mar, ó divindadeNo borbulhar das ondasOuço sua voz me abençoarLinda sereia

IemanjáMeu orixá é só bondadeProtege tanto a genteSob o seu mnto azul de pazDe amor e luz

Sagrado batuque 1985 Lula Lazzo Filho da terra, Polydor

batuque sagrado, axé Vindo da ÁfricaBahia ou GuinéOu do batuque sagrado de MoçambiqueCom toda fé, aqui estou euCheio de axéPor Deus negro sou eu

Sou o que o ser quis serPelos olhos meusSou dessa terra sagradaOnde reina o sol

Confia no tempo Que o tempo lhe ensina a viverNa volta do mundoÉ que está meu saber

I iê iVem e abre os portões do mundoAlforra a cor negra do teu irmão

Sai de baixo 1973 Eduardo Marques Clementina de Jesus Marinheiro só, Odeon

cambondo de orixá Sai de baixosenão eu vou passar por cimasai da frentesenão eu vou atropelarquando chegaa hora da batucada

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eu saio na disparadaprá não perder meu lugar(x2)

Filho de batuqueirocambono de orixána batucada vidasou o primeiro a sambarquando o galo cantoua lua dormiumadrugada choroue a polícia não viu

sai de baixosenão eu vou passar por cimasai da frentesenão eu vou atropelarquando chegaa hora da batucadaeu saio na disparadaprá não perder meu lugar(x2)

Filho de batuqueirocambono de orixána batucada da vidasou o primeiro a sambarquando o galo cantoua lua dormiumadrugada choroue a polícia não viua polícia civil

sai de baixosenão eu vou passar por cimasai da frentesenão eu vou atropelarquando chegaa hora da batucadaeu saio na disparada

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prá não perder meu lugar(x2)

Sai Exu 1920-9

Donga Bahiano 78 rpm, Odeon Exu, sarava, candomblé

Vamos saravá (8x)Sai exú??Tenho o corpo fechado (?)Pode espantar pra cima e seguir seu curso candombléVamos saravá (8x)

Saldação a Toco Preto 1968 Candeia Candeia Seguinte... raiz, Equipe

Obá, Exu, mandinga, patuá

Abala o cocoÉ melhor deixar ficarQue não pode com mandinga Não carrega patuá

Abala o cocoQuem não pode não se metaEles cortam com machadoE eu arrebento com a marreta

Salim no Saravá 1981 ??? Teodoro e Sampaio Nos braços do mundo, RCA

terreiro, sarava, pai de santo, macumbeiro, preto velho

Salim, um turco sabido, quando em São Paulo chegouNa vinte e cinco de março uma loja ele comprouEm tecidos e roupas feitas ele se especializouUm baiano certo diaComprar roupas pra família na sua loja entrouO baiano muito vivo, mais esperto que um ciganoDisse eu sou fazendeiro lá no estado goianoEle não pagou a conta e no turco deu o canoO turco desesperadoViajou pra aquele estado para cobrar o baiano"- Quem será que tá batendo, eu vou lá verÉ o Salim de São Paulo. O que, que o senhor quer?- Boa tarde senhor. O senhor tá bom?O senhor comprou uma roupa láFaz quase um ano e o senhor não voltou para pagarO que aconteceu?- A roupa que o senhor me vendeuEu não vou pagar aquela peste, não!- A roupa não encolheu nada

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O senhor que mudou de clima, tá forte, gordoE o senhor ficou mais alto. Já fez um ano, senhor- Quer saber de uma coisa, seu SalimNão vou pagar e não pago mesmoO senhor pode até ir no terreiro de saraváO senhor me prometeu uma coisa e deu outra, encolheu tudo- Quer dizer que não tem acordo. O senhor não vai pagar mesmo- Não pago- Então eu vou ao pai de santo- Nessa o Salim dançou"Quem muito quer tudo perde, é um ditado verdadeiroO Salim tava ansioso pra receber o dinheiroComprou pinga e comprou vela levou pro pai de terreiroE tudo que se passouSalim chorando contou ao famoso macumbeiro"- Saravá, visse filho, saravá! Pode entrar filhoO que está acontecendo com vosmecê?- Eu vim aqui de São Paulo pra cobrar um baiano aquiO Baiano faz um ano que ele foi em São PauloE comprou em minha loja e voltou pra cáEu vim cobrar ele e ele me ofendeu e não quis pagar de jeito nenhumEu vim falar com o senhor para o senhor dar um jeito pra mim, pra me ajudar.- Onde mora esse baiano, diz meu filhoConta pro preto velho que o preto velho vai dar um jeito- Ele mora em Goiás, Goiânia, perto do senhor aqui- Você recebendo esta contaDá um pouquinho pra preto velho comprar vela e charuto- Eu prometo o que ele me pagar dou pro senhor a metadePor que tô com raiva desse homem- Ih, fio, o trem tá danado pro lado da sua loja na vinte e cinco de marçoTá cheio de troço enterrado láMas preto velho vai dar um jeitoE nós vamos receber esse dinheiro que preto velho quer

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um pouquinhoSaravá, saravá!- Então faço questão que o senhor vá na minha lojaOlha, sobrando pra mim dez por cento dá pra cobrir o capital"Lá na loja do Salim tava tudo preparadoPara fazer o trabalho pra receber o fiadoAcenderam muitas velas, vejam só o resultadoO turco se viu perdidoPegou fogo nos tecidos e o Salim morreu queimado

Salvador não inerte 1987 Betão Jamaica e Bobôco

Olodum Olodum Egito Madagascar, Continental

axé, Aganju, alujá Olodum, negro eliteÊ negritudeDeslumbrante por ter magnitudeIntegra no canto toda a massaQue vem para a praça agitarSalvador se mostrou mais alertaCom o bloco Olodum a cantarLê lê lê lê ôÊ aê aAganju, Alujá, muito axéCanta o povo de origem nagôSeu corpo não fica mais inerte Que o bloco Olodum já pintouLê lê lê ôÊ ai aE eu vou e eu vou e eu vou e eu vouVou subir a ladeira do PelôE eu vou e eu vouE eu vou, na sexta-feira eu vouVou subir a ladeira do PelôBalançando a bandaPra cáBalança a bandaPra láEu falei Olodum, OlodumSalvador minha Bahia capitalMe leva que eu vou, sou

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Olodum deus dos deusesVulcão africano de Pelô

Salve a Bahia 1943 Ataulfo Alves Ataulfo Alves 78 rpm, Odeon candomblé Bahia Terra que tem camdombléBahia da preta do acarajéBahia tradicional meu senhor Bahia Terra que só dá doutor (bis)

Cidade rainha da romaria, cidade do batuque de sinháCidade rainha da poesia, (Aí Bahia....)Castro Alves nasceu lá......

Bahia foi quem primeiro rezou,a missa que batizou meu país, Bahia Terra que Rui consagrou(Aí Bahia...)

Ser baiano é ser feliz

Salve a Bahia 1980 João Nogueira e Edil Pacheco

Jair Rodrigues Estou lhe devendo um sorriso, Polygram

Iemanjá, axé Vou pra BahiaTristeza deixo de ladoVou passear no meio da multidãoBugiganga compro no mercadoCerveja bebo na Conceição

Estou falando consciente e baseadoNão faço verso trocadoNem mudo de opiniãoTenho o meu corpo fechadoTrago uma oraçãoSenhor do Bonfim no alto me dá a sua proteção

Eu vou a Bahia reverEu vou pra Bahia sambarSalve o seu axéViva a mãe Iemanjá

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Salve as folhas 1988 Gerônimo e Ildásio Tavares

Gerônimo Gerônimo, Continental

orixá, transe, folhas Cosi EuêCosi orixáEuê ôEuê orixáSem folha não tem sonhoEuê-ôEuê orixáSem folha não tem festaEuê-ôEuê orixáSem folha não tem vidaSem folha não tem nadaAiê, aiê, aiêAiêQuem é você e o que faz por aquiEu guardo a luz das estrelas A alma de cada folha,Sou aroni...Agué, agué, vem salvar as folhasAgué, agué, vem salvar o verdeAgué, agué, vem salvar a natureza

Salve Boiadeiro 1983 Osny Silva e J. Neves

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

boiadeiro (caboclo) Ele é BoiadeiroEle é o rei do laçoTocando a boiadaNão sente cansaço

Boiadeiro é forteBravo e destemidoNa nossa umbandaÉ muito queridoDa sua falangeOxóssi é o SenhorDos fracos e oprimidosEle é o protetor

Boiadeiro agoraVai ter que partir

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A sua missão Precisa cumprirVamos bater palmasEle vai emboraVisitar seus filhosPelo mundo afora

Salve o negro nagô 1987 Luiz Caldas Luiz Caldas Lá vem o guarda, Polydor

terreiro, Oxalá Senhorio pediu pro negro se abaixarMas o negro foi negro e não se abaixou,Abençoou o pobre brancoE foi pro terreiro, na palma da mão,E cantou:

Salve o negro nagôSalve o negro nagô, Oxalá!Que a gente quer casa pra morar

Senhorio parou pra pensar e se envergonhouDa maneira indiscretaQue sua cabeça pensouPois bem antes de tudo estar aquiNem existia o senhorMas meu povo foi para o terreiroNa palma da mão, e cantouSalve o negro nagôSalve o negro nagô, Oxalá!Que a gente tem filhos pra criar

Hoje em dia alforria de brancoTem muito valorPois se sente na peleAquela nossa velha dorPois trabalha e dá o frutoQue tanto buscou,Recomeça a batalhaPra arranjar dinheiroPro usurpador

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Salve o negro nagôSalve o negro nagô, Oxalá!Que a gente tem gente pra salvar

Vida de negro é difícil!Vida de negro é difícil!

Salve o reino de Oxóssi 1959 Henrique Gonçalez Honório Santos 78 rpm, Polydor Oxóssi ???

Salve Ogum 1948 Pernambuco e Mário Rossi

Dircinha Batista 78 rpm, Odeon Ogum Ogum, Tenha pena de mim, A minha dor, É maior, que esse mundo sem fim, O meu pranto, nos meus olhos secou,Meu amor me deixou. Venho pedir, Que meu pai, não me deixe cair, E faça a malvada pagar de uma vez, Pelo mal que me fez. Venho implorar, Que meu pai, não me deixe penar, E faça florir, entre as pedras do chão, Uma nova ilusão. Não posso mais, Me afoguei numa taça de fel, Minha cruz, é pesada demais, Nesta vida cruel. Sou filho de Ogum, E venho pedir proteção,A bênção meu Pai, Tenha pena de mim, E do meu coração, Adeus, meu pai, Ai, meu pai Adeus. Salve Ogum, Que é nosso guia, Salve Ogum, E a sua lei

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Salve Ogum (São Jorge) 1961 J. B. de Carvalho J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Ogum, gira, umbanda, filho de umbanda

Meus filhos Vamos saravá OgumSaravá Ogum!

Ô, ô, OgumÔ, ô, Ogum dilêOgum dilê Quem manda é ZambiOgum dilê Quem manda é ZambiCorre, corre toda a giraÔi pr’á salvar filho de umbanda

Já foi o sol Já veio a luaEu vou girarEu vou girarNa linha de umbanda Eu vou girar Eu vou girarEu vou girarEu vou girar

Salve Salvador 1982 Armandinho e Jackson Roberto de Souza Marques

Dodô e Osmar, Armandinho

Folia Elétrica, Som Livre

axé Pode choverEu quero é ver vocêPode chorarEu quero é ver vocêPode chorarEu quero é me molharSou pescadorDo caminho de areiaBoa viagemSou pescadorDo caminho de areiaBoa viagemEu quero é ver vocêPode chorarEu quero é me molhar

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Serei a lágrimaBorboleta ?Eu amo vocêSou seu axéNesse afoxéSalve, salve, salve Salvador

Samba da bênção 1965 Baden Powell e Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes Kaleidoscópio no 2, Elenco

Xangô, Mãe Senhora, ialorixá, saravá, Oxum

É melhor ser alegre que ser tristeAlegria é a melhor coisa que existeÉ assim como a luz no coraçãoMas pra fazer um samba com belezaÉ preciso um bocado de tristezaPreciso um bocado de tristezaSenão não se faz um samba não(Senão é como amar uma mulher só lindaE daí? Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da belezaQualquer coisa de tristeQualquer coisa que choraQualquer coisa que sente saudadeUm molejo de amor machucadoUma beleza que vem da tristeza de se saber mulherFeita apenas para amarPara sofrer pelo seu amorE pra ser só perdão )Fazer samba não é contar piadaQuem faz samba assim não é de nadaUm bom samba é uma forma de oraçãoPorque o samba é a tristeza que balançaE a tristeza tem sempre uma esperançaE a tristeza tem sempre uma esperançaDe um dia não ser mais triste não(Feito essa gente que anda por aí brincando com a vidaCuidado, companheiro!A vida é pra valerE não se engane nãoÉ uma sóDuas mesmo que é bom, ninguém vai me dizer que tem

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Sem provar muito bem provadoCom certidão passada em cartório do céuE assinado em baixo: DeusE com firma reconhecida!A vida não é de brincadeira, amigo,A vida é a arte do encontroEmbora haja tanto desencontro pela vidaHá sempre uma mulher à sua espera Com os olhos cheios de carinhoE as mãos cheias de perdãoPonha um pouco de amor na sua vidaComo no seu samba)Ponha um pouco de amor numa cadênciaE vai ver que ninguém no mundo venceA beleza que tem no samba, nãoPorque o samba nasceu lá na BahiaE se hoje ele é branco na poesiaSe hoje ele é branco na poesiaEle é negro demais no coração(Eu, por exemplo, o capitão do matoVinícius de MoraesPoeta e diplomata, o branco mais preto do BrasilNa linha direta de XangôSaraváA bênção, senhoraA maior Ialorixá da BahiaTerra de Caymmi e João GilbertoA bênção, Pixinguinha,Tu que chorastes na flauta todas as minhas mágoas de amorA benção, SinhôA bênção, CartolaA bênção, Ismael SilvaSua bênção, Heitor dos PrazeresA bênção, Nelson CavaquinhoA bênção, Geraldo PereiraA bênção, meu bom Ciro MonteiroVocê, sobrinho do Nonô

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A benção, NoelSua bênção, Ary A benção, todos os grandes sambistas do meu BrasilBranco, preto, mulatoLindo como a pele macia de OxumA bênção, maestro Antônio Carlos JobimParceiro e amigo queridoQue já viajastes tantas canções comigoE ainda há muitas a viajarA benção, Carlinhos LiraParceiro cem por centoVocê que une a ação ao sentimentoE ao pensamentoA benção, A benção, Baden PowellAmigo novo, parceiro novoQue fizestes este samba comigoA benção, amigoA benção, maestro Moacyr Santos, que não és um sóÉs tantos, tantos comoO meu Brasil de todos os santosInclusive meu São SebastiãoSaravá!A benção, que eu vou partirEu vou ter que dizer adeus)Ponha um pouco de amor numa cadência

Samba Das Águas 1968 Josan de Mattos Noriel Vilela Eis o ôme Yemanjá Baleia no mar passeia Quem manda no mar é sereia Baleia no mar passeia Quem manda no mar é sereia

Para rever meu amor Eu vou fazer uma obrigação No mar, no mar Uma rosa, uma fita bonita Aos pés de Yemanjá eu vou jogar As águas vão fazer meu bem voltar

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Baleia no mar passeia Quem manda no mar é sereia Baleia no mar passeia Quem manda no mar é sereia

Eu não vou pedir, mas virá o castigo Ao meu inimigo que fez muamba Pra levar, pra levar o meu amor As águas vão tirar meu sofrimento Vão calar o meu tormento Vão lavar a minha dor

Para rever meu amor Eu vou fazer uma obrigação No mar, no mar Uma rosa, uma fita bonita Aos pés de Yemanjá eu vou jogar As águas vão fazer meu bem voltar

Baleia no mar passeia Quem manda no mar é sereia Baleia no mar passeia Quem manda no mar é sereia

Samba de arerê 1999 Xande de Pilares, Arlindo Cruz e Mauro Júnior

Beth Carvalho Pagode de Mesa ao vivo, Universal

axé Meu samba tem muito axéQuer ver, vem dizer no péEscute o som do tantãTem samba até de manhãPra curar o desamorE a tristeza afastarVocê que nunca sambouSe liga, tem que sambarMeu samba é de arerêQuem samba não quer pararNa hora do "vamo vê"Meu samba é ruim de aturarTem o dom de resolver

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Deixa tudo no lugarVocê que nunca sambouSe liga, tem que sambarVem ver meu povo cantarVem ver, o meu samba é assimAmor, você pode provarMas deixa um pouquinho pra mim

Samba de roda na beira do mar 1997 Mário Gil e Paulo César Pinheiro

Mário Gil Cantos do Mar, Dabliú

Iemanjá Ora-iê-iê-ôOgunhéOxê-aráEh! AlodêKabiecilêArrobobóDe dia não tem maré-cheiaNa praia tem barco na areiaA roda do sol vai girarDe noite é que a espuma prateiaQue o ara da lua encandeiaQue a lua também quer rodarGira a folha da samambaiaTrançada por cima da saiaQue a moça botou pra dançarRaia o dia e a noite raiaTem palma na beira da praiaDo povo que vem rodearFesta de rua na areia do chãoRoda de curso que vem pelo arToque de samba na palma da mãoSamba de roda na beira do marJanaína, Inaê, Odoyá

Samba do avião 1977 Antonio Carlos Jobim

Miúcha e Antonio Carlos Jobim

Miúcha & Antonio Carlos Jobim, RCA—Victor

Xangô EparrêAroeira beira de marCanôa Salve Deus e Tiago e HumaitáEta, costão de pedra dos home brabo do marEh, Xangô, vê se me ajuda a chegar

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Minha alma cantaVejo o Rio de JaneiroEstou morrendo de saudadesRio, seu marPraia sem fimRio, você foi feito prá mimCristo RedentorBraços abertos sobre a GuanabaraEste samba é só porqueRio, eu gosto de vocêA morena vai sambarSeu corpo todo balançarRio de sol, de céu, de marDentro de mais um minuto estaremos no GaleãoCopacabana, Copacabana

Cristo RedentorBraços abertos sobre a GuanabaraEste samba é só porqueRio, eu gosto de vocêA morena vai sambarSeu corpo todo balançarAperte o cinto, vamos chegarÁgua brilhando, olha a pista chegandoE vamos nósPousar...

Samba do carioca 1965 Carlos Lyra e Vinicius de Moraes

Elis Regina, Jair Rodrigues

Dois na Bossa, Polygram

Xangô Vamos cariocaSai do teu sono devagarO dia já vem vindo aíE o sol já vai raiarSão Jorge teu padrinhoTe dê cana pra tomarXangô teu pai te dêMuitas mulheres para amarVamos minha genteÉ hora da gente trabalharVamos minha gente

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Samba do grande amor 1984 Chico Buarque de Holanda

Chico Buarque Chico Buarque, Barclay Discos

Oxumarê Tinha cá pra mimQue agora simEu vivia enfim um grande amorMentiraMe atirei assimDo trampolimFui até o fim um amadorPassava um verão A água e pãoDava o meu quinhão pro grande amorMentiraEu botava a mão No fogo entãoCom meu coração de fiador

Hoje eu tenho apenas uma pedra no peitoExijo respeito, não sou mais um sonhadorChego a mudar de calçadaQuando aparece uma florE dou risada do grande amorMentira

Fui muito fielComprei anelBotei no papel o grande amorMentiraReservei hotelSarapatelE lua-de-mel em SalvadorFui rezar na SéPra São JoséQue eu levava fé no grande amorMentiraFiz promessa até pra OxumaréDe subir a pé o Redentor

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peitoExijo respeito, não sou mais um sonhador

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Chego a mudar de calçadaQuando aparece uma florE dou risada do grande amorMentira

Samba dos ancestrais 1994 Martinho da Vila e Rosinha de Valença

Martinho da Vila Samba dos ancestrais, Velas

axés dos ancestrais Se teu corpo se arrepiarSe sentires também o sangue ferverE a cabeça viajarE mesmo assim estiveres num grande astralSe ao pisar no solo o teu coração dispararSe entrares em transe sem ser da religiãoSe comeres fungi quisaca e mufete de carapauSe Luanda te encheres de emoçãoSe o povo te impressionar demaisÉ porque são de lá os teus ancestraisPodes crer no axé dos teus ancestraisPodes crer no axé dos teus ancestraisÔ ô ô ô ô ô ô ôPodes crer no axé dos teus ancestrais

Samba Duro Calolé 1995 Roberto Amaral Chaves

Timbalada Andei road, Polygram

babalorixá É bom demaisIr atrás desse meu pretoFicar solto na avenidaNo relógio de São Pepo

É bom demaisPassar lá no CandealSair quebrando na cinturaAs levadas de quintal

Ôi timbaleiro que me toque amorSou chegado a negãoTimbaleiro que me faz amorÉ um negão

É bom demaisSamba duro do CaloléO sorriso da Bahia

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Ginga de banda afoxé

É bom demaisAbraçar babalorixáE o toque de timbaleiroIsso eu não vou deixar

Ôi timbaleiro que me toque amorSou chegado a negãoTimbaleiro que me faz amorÉ um negão

Transe com quem você quiserMas use camisinha

Samba em Berlim com saliva de cobra

1986 João Bosco e Aldir Blanc

João Bosco Cabeça de nego, Polygram

Pombagira, cambono, terreiro

Quase que eu chamei o SapaimTamanha a rebordosaA overdose de veneno de cobraQue a morenaQuando é Pomba Gira põe na prosa:Congelar e derreter,Sentir firmeza em cenaSe nessa fera um bicheiro leva fé,Não entra em canaPomba que entorta sacanaNa sexta frotaAté Popeye roda a baiana

Gente, a minha história foi assim:Sou verde e rosaE fui bebemorar num botequimA gloriosaE lá no bar foi se encostando me mim,Tão sestrosaRolinha e pomba de arrupiar,Cascavel em pé de manacá

Minha timidez sumiu de mim,

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Cantarolei: ô Rosa!Aí eu virei a dose e era venenoQue a morenaSalivou no meu corpo sem penaMe abalou, tentei sambarCadê firmeza em cena?Me deu um sono e um suorE eu, machão, fiz um berreiroE hoje ex-viri-fuzileiroLarguei a fardaE sou cambono em seu terreiro

Samba lelê 1939 Paulo Barbosa Carlos Galhardo compacto,RCA—Victor

moamba, batuque Entrei na roda do sambaSamba, samba, samba lelê!Eu sou moleque de bambae agora é que eu quero "vê"....

Samba lelê "tá" doente, "tá" de cabeça quebrada!

Côro

Samba lelê " tá" doente, "tá" de cabeça quebrada!

Eu já sou de fato bamba,não preciso de moamba!Sou o Rei, sou coroadono batuque sou formado!....

Samba pra Vinícius 1993 Chico Buarque e Vinícios de Moraes

Quarteto em Cy & Vinícius

Vinicius Em CY saravá Poeta, meu poeta camarada Poeta da pesada, Do pagode e do perdão Perdoa essa canção improvisada Em tua inspiração De todo o coração, Da moça e do violão, do fundo, Poeta, poetinha vagabundo

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Quem dera todo mundo fosse assim feito você Que a vida não gosta de esperar A vida é pra valer, A vida é pra levar, Vinícius, velho, saravá

Poeta, poetinha vagabundo Virado, viramundo, Vira e mexe, paga e vê Que a vida não gosta de esperar A vida é pra valer A vida é pra levar Vinícius, velho, saravá A vida é pra valer A vida é pra levar Vinícius, velho, sarava

Samba rasgado 1979 Portello Juno / W. Falcão

Gal Costa Gal Tropical Candomblé Uma cabrocha bonita cantando e sambandoQuem não admiraGingando seu corpo que mesmo a gente espiandoParece mentiraCabrocha que só fala gíriaQue tem candomblé no seu sapateado

Cabrocha que veio do morroTrazer pra cidade o samba rasgadoPara eu cantar um sambaNão precisa orquestraçãoGosto mais de uma cuíca, um cavaquinhoUm pandeiro e um violão...

Uma vez fui convidada pra num samba ir brincarE me deu uma tremedeira nas cadeirasQue eu tive que gritar : Não vuo mais lá !

Sambaê 1995 Ninha, Jaime Costa Timbalada Dance, Polygram casa de axé, axé Menina do Alto do Gantois

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

e Melodia Costa Menina da RibeiraMenina do alto do CandealMenina dessa cidade negra

Tenho algo a te falar, ê, ôTenho algo a te comunicar

Vem dançar comigo na timbaladaVem comigo, vemVem me namorarOlha o balanço gostosoUm suingue que dá, ê, ôVem comigo, vemVenha vadiar

Se é de rolar batucajéNa ponta do péNa casa de axéPrato de najéFolha de GuinéE se lambuzar de acarajéCom muito axéVem ver as meninas rodar a baianaE sentir como é

Sambaê, sambaê, sambaSambaê, sambaê, samba

Sangue afro 1996 Tony Elias e Márcia Rodrigues

Márcia Rodrigues Girassol de fogo, BMG

axé Tenho sangue afroTenho sangue negroApesar da minha corSou negra que nem nagôA Bahia tem ÁfricaA Bahia tem SalvadorO gingado de todo amorUm axé lindo assimA Bahia tem negro GilA Cabrália que um dia viu

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Pelourinho que descobriuO suingue pra mimAi, ai, eh, eh... Bahia de CaetanoAi, ai, eh, eh... sou amante de OlodumAi, ai, eh, eh... samba, reggae, SalvadorAi, ai, eh, eh... o meu sangue conquistou(Ba, ba, ba)Ba, ba, ba, baBahia, oh...Ba, ba, ba, baBahia oh...Eh, ah...Bahia, oh

Santa Bárbara 1940-9

Nássara e Antônio Almeida

Black-Out com Severino Araújo e sua Orquestra Tabajara

78 rpm, Continental babalaô, orixá, mãe d’água

Oh! Babalaô OrixáSanta Bárbara no céuE a mãe d’água no marManda vir o seu cavaloMeu paiDeus em todo lugarMeu Deus!

Santa Bárbara 1955 Heitor dos Prazeres Heitor dos Prazeres e sua Gente

78 rpm, Colúmbia Iansã Ôôôô.. Babalaô OrixáSanta Bárbara no céuE a mãe d’água no marSão Jorge no seu cavalo, meu paiE Deus em todo o lugar – Meu Deus(bis)

Santa Clara, padroeira da televisão

1991 Caetano Veloso Caetano Veloso Circuladô, Polygram ialorixá, orixá Santa Clara, padroeira da televisãoQue a menina do olho esperto saiba ver tudoEntender certo o sinal certo se perto do encobertoFalar certo desse perto e do distante porto abertoMas calarSaber-se lançar-se num claro instanteSanta Clara, padroeira da televisãoQue a televisão não seja o Inferno, interno ermo,Um ver no excesso o eterno quase nada (quase nada)

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Que a televisão não seja sempre vistaComo a montra condenada, a fenestra sinistraMas tomada pelo que ela éDe poesia

Quando a tarde cai onde o meu pai me fez e me criouNinguém vai saber que cor me dóiE foi aqui que ficou Santa Clara

Saber calar, saber conduzir a oraçãoPossa o vídeo ser a cobra de outro édenPorque a queda é uma conquistaE as míriades de imagens, suicídioPossa o vídeo ser o lago onde NarcisoSeja um Deus que saberá também ressuscitarPossa o mundo ser como aquela ialorixáA ialorixá que reconhece o orixá no anúncioPuxa o canto pra o orixá que vê no anúncioNo caubói no samurai no moço nú na moça nuaNo animal na cor na pedra vê na lua vê na luaTantos níveis de sinais que lêE segue inteira.

Lua clara, trilha, sina,Brilha, ensina-me a te verLua lua continua em mimLuar, no ar, na tvSão Francisco

Santo Antônio no pegi 1952 Sussu Conjunto Star 78 rpm, Star Ogum ???

São João, Xangô Menino 1981 Gilberto Gil e Caetano Veloso

Gilberto Gil Gilberto Gil em Montreaux, WEA

Oxóssi, Xangô Ai Xangô, Xangô meninoDa fogueira de São JoãoQuero ser sempre o menino, XangôDa fogueira de São João

Céu de estrela sem destinoDe beleza sem razão

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Tome conta do destino, XangôDa beleza e da razão

Viva São JoãoViva o milho verdeViva São JoãoViva o brilho verdeViva São JoãoDas matas de OxóssiViva São JoãoOlha pro céu, meu amor

Veja como ele está lindoNoite tão fria de junho, XangôCanta tambor, canta lindo

Jogo fogos-de-artifícioQuero ser sempre meninoAs estrelas deste mundo Xangô

Ai São João, Xangô meninoViva São JoãoViva a refazendaViva São JoãoViva DominguinhosViva São JoãoViva qualquer coisaViva São JoãoGal canta CaymmiViva São JoãoPássaro proibidoViva São João

São Jorge 1992 Claudinho Azevedo e Paulo César Pinheiro

Alcione Emoções reais, RCA Ogum, Oxalá, Ogum Beira-Mar

Quando eu vim pra esse chãoFoi pra ser menestrelDe viola, brasão e anel

Cruzei mar e sertão

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Com uma estrela no céuReluzindo no meu chapéu

Vim mostrar belezaMas só vi tristezaE essa estrela acesaVirou na noite um fogaréu

Pra luta contra o malMe tornei capitãoParabelo e punhal na mão

Pus em cada arraialUma estrela no chãoCom a ponta do meu facão

Nos campos de guerraLutei por meus irmãosPor essa terra (Ogum-ê)Tombei na serra (Ogum)Mas meu sonho não

Aruanda chamouE eu virei orixáCavaleiro de OxaláHoje eu sou defensorGuardião do luarSou São Jorge, Ogum Beira-Mar

São Jorge da Costa da Mina 1987 Romildo e Sérgio Fonseca

Agepê Agepê, Philips pemba, terreiro Todo povo que é de pembaVem de AngolaTodo povo que é de sembaÉ quilombola

Pra enxugar os meua prantosE as dores do cativeiroEu trouxe rezas e cantosDos santos bentos e bantos

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Lá do meu terreiro

Dentro do meu alforjeQuem me alforria iluminaÉ uma oração de São JorgeGuerreiro lá da Costa da Mina

Meu pai Me daí vossa luz e coragem Me faz à vossa imagem Na luta contra os perigosMe protegeiDas injustiças da leiE das sanhas do reiE dos meus inimigos

Que eu fiquei intocávelQue eu fiquei invisívelInsesívelAo golpe fatalConvosco estou salvoE sem vós eu sou alvoDas flechas do mal

São Jorge Guerreiro 1942 J. B. de Carvalho e Amado Régis

J. B. de Carvalho com Conjunto Tupy

78 rpm, Odeon Aruanda, saravá, umbanda

É vem, é vem, são Jorge lá de AruandaNo seu cavalo branco, sarava linha de umbanda.Saravá todos seus filhos, dessa terra.São Jorge vence demandaSão Jorge ganha a guerra(bis)

São Jorge Guerreiro 1961 Antonio Almeida J. B. de Carvalho Macumba, canjerê, candomblé, Musicolor

Ogum Saravá Ogum São Jorge, meus filhosQuem tá de ronda?Ogum-yê, meu paiSarava, Ogum-yê!

Quem tá de ronda é São JorgeDeixa São Jorge rondar

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Quem tá de ronda é São JorgeDeixa São Jorge rondarSão Jorge guerreiroQue manda na terraQue manda no marSão Jorge guerreiro Que manda na terra Que manda no mar

Saravá meu paiSaravá meu paiIná ecô, iná ecoEcô iná

São Jorge Guerreiro 1983 Osny Silva e J. Neves

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

Nanã, Iemanjá, Odé, Ossaim, Oxalá, Jurema, Oiá, Ogum.

E vem São Jorge lá de AruandaNo seu cavalo brancoSaravá, linha de umbanda

Saravá todos seus filhos dessa terraSão Jorge é que mandaSão Jorge ganha guerra

Saravá

Sapopemba e Maxambomba 1999 Nei Lopes e Wilson Moreira

Zeca Pagodinho Zeca Pagodinho — ao vivo, Universal

Joãozinho da Goméia

Tarretá hoje é ParacambiA vizinha japeriUm dia se cahamou Belém (final do trem)E Magé, com a serra lá em ribaGuia de PacobaíbaUm dia foi também já ffoi SapopembaNava iguaçu, MoxambombaVia Estrela hoje é Mauá (Piabetá)Xerém e Imbariê, mas quem diriaAté Duque de CaxiasFoi nossa senhora do PilarAtualmente a nossa velha baixadaTá pra lá de levantadaCom o progresso que chegou

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Tá tudo lindoO esquadrão fechou a tampaO negócio é Rio- SampaGrande Rio e Beija-FlorMorreu TenórioTermnou sua epopéiaE Joãozinho da GoméiaFoi oló, desencarnou...Naquele tempoDo velho Amaral PeixotoMeu avô era gordoE hoje eu sou quase avô

Sarandamba 1972 Sussu e Cicica Sussu Preto Velho, Tropicana

saravá, umbanda Meu pai SassariçandambaSaravá mucambaOlha a moçaTamoji ta de umbandaOlha a moça indomarArê sacariba, baOlha a moçaMeu pai é rei do CongoOlha a moçaMeu pai SassariçandambaSaravá mucambaOlha a moçaÊ camuxita de umbandaOlha a moça

Saravá 1950-9

Geraldo Queiroz e Nelson Trigueiro

Os Trovadores com José Pacheco e sua Orquestra

78 rpm, Rio saravá, mandinga, patuá

??? Vamos saravá, vamos saraváQuem não pode com mandingaNão carrega patuá

Tem um (bebe/breve) no pescoçoE uma figa de guinéSaravá quem é da leiTambém assim não é

Saravá

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Saravá 1962 J. Piedade e Jorge Martins

Gilberto Alves 78 rpm, Copacabana saravá, umbanda ???

Saravá 1965 Zilda do Zé, Carvalhinho e Jorge Silva

Orlano Dias Monumento da música popular brasileira — Vol. 4: 1965, Emi—Odeon

Saravá, pai-de-santo, encanto, canjira, gira

Saravá, meu paiVou me benzerVou pedir ao pai de santoPra quebrar o seu encantoPra me proteger (bis)

Ele é dono do mundoÉ da cangiraPra me livrar, ? e gira

Saravá 1971 Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sergio Dias

Os Mutantes Jardim Elétrico saravá Saravá, SaraváEu canto o novo hino da pazEu canto bem altoPra todos ouviremDesde o AmazonasAté o Rio, a pazAté o céu !

Saravá 1971 J.B. de Carvalho, Paulo Rodrigues

J.B. de Carvalho Macumba, canjerê, candomblé

Saravá, pemba Saravá, saravá, saravaEsse povo de pembaQue é filho de fé no congaSaravá, saravá, saravaQue é pai de cabeçaE não deixa seu filho quedar

Lua, oi, LuaIlumina o terreiroQue Pai de cabeça chegouLua, oi, LuaBateu meia-noiteE o galozinho preto cantou

Saravá 1972 Tony Osanah Wilson Simonal Se dependesse de saravá, aruanda, Saravá, salve o povo de aruanda

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mim oxalá Saravá, salve a terra de nagôSaravá, muita paz e amor na terraSaravá, salve o reino do SenhorNa vida, o meu anjo me acompanhaEle quem leva minha dorO Céu não é nenhuma terra estranhaÉ tão certo como bela é a corSaravá, salve o povo de aruandaSaravá, salve a terra de nagôSaravá, muita paz e amor na terraSaravá, salve o reino do SenhorO inferno não é nenhuma terra estranhaÉ aqui que a gente samba com a dorEmbora a luz no Céu aqui nos acompanhaPara ainda dar um pouco mais de amorSaravá, salve o povo de aruandaSaravá, salve a terra de nagôSaravá, muita paz e amor na terraSaravá, salve o reino do SenhorMais em flôr já cantava o poeta (aleluia)Elogiando com seu canto o Bom Deus (aleluia)Hare-Krishna com Oxalá minha aruanda (aleluia)Vai daqui o meu canto em nagô (aleluia)

Saravá à linha de Ogum 1959 Henrique Gonçalez Honório Santos 78 rpm, Polydor Ogum D78-31.533[LA] (tombo)

Saravá filhos de umbanda 1952 Sussu Conjunto Star 78 rpm, Star umbanda D78-27.883[LB] (tombo)

Saravá Inhaçã 1957 César Cruz e Silvinha Dummont

J. B. de Carvalho 78 rpm, RCA—Victor Iansã ???

Saravá o Endá 1960 Átila Nunes Bentinho

Jackson do Pandeiro 78 rpm, Columbia saravá ???

Saravá Ogum 1955 S. Matos e Pereira Matos

Ruth Amaral 78 rpm, Columbia Ogum Mejê, Rompe-Mato, Xangô, Ogum Iara, umbanda, Caboclo Vira-

Segura, gente, seus (cabuetê)Que aí vem Ogum Egê

Já chegou seu rompe-mato

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Mundo, saravá Seu Xangô e Ogum YaraVamos saravá n’AruandaQue a umbanda hoje não pára

O meu pai tem (ariando)Trás com ele todo mundoTrás os (pontos) de AngolaFaz caboclo vira-mundo

Ai que bam bam bamAi que bam angoláOs (pontos) vem pra saravá

Todo mundo (curiando)Todo mundo curimbáBaba e Ogum quando chegaFaz todo mundo saravá

Saravá Oxoce 1963 J. M. Alves Araripe Barbosa 78 rpm, Continental Oxóssi, saravá Um Diadema lá no céu brilhouA mata virgem veio iluminarÉ de aruanda, é da lei de UmbandaNosso Pai Oxossi vamos SaraváBis

Oxossi, é, é, é, é, éOxossi, é, é, é, é, aBis

Lá na Jurema, lá na JuremaOxossi é dono do CongáBis

Saravá seu Sete Flechas 1955 Rangelito e Arlindo Sampaio

Rangelito 78 rpm, Sinter Caboclo Sete Flechas Na mata virgem o sabiá cantouA estrela no céu brilhouFoi saravá seu sete flechas obarangaEle é o rei do caçador (bis)Ele é rei (?)

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Saravá Xangô 1990 Godão Bicho Terra Bicho Terra, NI saravá, Xangô Eu sou comanche da tribo PaunesGuerreiro Apache o carnavalVem Guaraci Jaeira LuaVamos dançasO SaraváXangô ôohÔh ôhÔh

Saravando Xangô 1969 Avarese e Edenal Rodrigues

Noriel Vilela Eis o ôme, Emi Xangô Caô LeleleleleleôCaô Kabecilhe é Xangô

Eu sou filho de XangôE tenho Fé no meu paiPra todo lugar que vouSei que comigo ele vai

Pra livrar-me de perigoDefender-me de inimigoXangôFoi o guia que Oxalá me deuXangô jamais desprezou um filho seu

No dia de sua festa, meu PaiEu vou SaravarNo seu CongáXangô

A minha oferta é estaMeu PaiMinha gratidãoMinha adoração

XangôSei que o Senhor não esqueceE quando um filho mereceEle nunca está sozinho

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É um filho agradecidoQue Lhe faz mais um pedidoIlumina meu caminho

Xangô fala, a terra tremeSua palavra é leiFilho de Xangô não temePorque é filho de Rei

Não precisa de demandaQuem tem um bom OrixáNas sete linhas de UmbandaVão a Xangô saravar

A pedra rolou, não caíuO povo gritou "Agô"A pedra rolou não caiuSaravá, meu pai Xangô

Caô LeleleleleleôCaô Kabecilhe é Xangô

Sargaço mar 1993 Dorival Caymmi Dorival Caymmi Songbook Dorival Caymmi, Lumiar Discos

Iemanjá Quando se forEsse fim de somDoida cançãoQue não fui eu que fizVerde luz, verde corDe arrebentaçãoDeusa do amor, deusa do marVou me atirar, beber o marAlucinado, desesperarQuerer morrer para viverCom Yemanjá

Yemanjá, odoiáYemanjá, odoiáYemanjá, odoiá

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Saudação – Ponto de Iemanjá ??? João da Baiana João da Baiana e seu Terreiro

Saravá Yemanjá Iemanjá Você yabaÓia qui qui quiQui saralambaMaria GonéQuem é? Quem é?Maria Goné

Você yabaÓia qui qui quiQui saralambaMaria GonéQuem é? Quem é?Maria Goné

Quem é nossa mãeDas ondas do mar?Maria GonéQuem é? Quem é?Maria Goné

Quem levou a genteNas ondas do mar?Maria GonéQuem é? Quem é?Maria Goné

Saudação a Cosme e Damião 1957 J. B. de Carvalho e Jarbas Assad

J. B. de Carvalho 78 rpm, RCA—Victor Cosme e Damião (orixás gêmeos)

Vai, vai, vai DoumVai, vai, Cosme e DamiãoVai com Crispin, Crispiniano, no jardim.Colher as rosas, pra mãe Iemanjá.(bis)Vai que a onda vaiVai que a onda vemVai que a onda vaiE a lua vai também(bis)

Saudação a Iemanjá 1930- João da Baiana João da Baiana e seu Saravá Yemanjá, Iemanjá Você yaba

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9 Terreiro Philips Óia qui qui quiQui saralambaMaria GonéQuem é? Quem é?Maria Goné

Você yabaÓia qui qui quiQui saralambaMaria GonéQuem é? Quem é?Maria Goné

Quem é nossa mãeDas ondas do mar?Maria GonéQuem é? Quem é?Maria Goné

Quem levou a genteNas ondas do mar?Maria GonéQuem é? Quem é?Maria Goné

Saudação à Mãe Menininha 1983 Osny Silva, J. Neves e Carlos Santal

Osny Silva Ogum Beira Mar, Copacabana

Mãe Menininha, Iemanjá, Nanã, ogãs, Gantois

Vou pra Bahia, sinháVou pra BahiaBater cabeçaE saudar Mãe Menininha

Mas que saudade Da festa de IemanjáDa lavagem do BonfimDo terreiro de NanãChegando láVou direto ao barracãoEu quero ver os OgãsBatendo na marcação

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Aí eu vou saudarAí eu vou saudarA todos os santosDo querido Gantois

Quem não conheceEssa terra colossalExportadora do cancanDa Bethânia e da GalVenha comigoEu vou lhe mostrarÀ Mãe Menininha vou pedirPara nos abençoar

Saudação a Yemanjá 1956 João da Baiana João da Baiana e seu Terreiro

78 rpm, Odeon Ogum, Oxalá, Iemanjá

Viva OgumViva OxaláViva a Sereia, Rainha do mar

Óia ? de AngolaQue ? girar? saravá

Atotô, atotôAderê, oi mucambaAderê, oi mucamba?

Mamãe falou, mamãe raiouMoleque na rede do pescado

Saudação aos orixás 1968 domínio público Orquestra Afro-Brasileira

Orquestra Afro-Brasileira, CBS

Oxalá, Odudua, Elegbara, Oiá, Ibeji, Ogam, Oxóss, Ologô, Olorum, Oloxá, Iemanjá

Aorerê, aiêOrixá, (?)Arerê aiê(?)E oxalá, e OduduaE Elegbara, E OiáE Oxambi, e Ibeji

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E (?), e Ogam(?).. OxóssiE Ologô, e (?)E Olorum, Ogam(?) e Oloxá (?)Iemanjá

Saudação aos orixás 1973 Mateus e Dadinho Os Tincoãs Os Tincoãs, Jangada orixás, Obaluaê, Senhor das Matas, Juremeiro

Deus vos salve, aldeia!Deus vos salve!Deus vos salve este nosso canzuá!

Deus vos salve, aldeia santa!Salve todos os orixás!Obaluaê e a rainha do mar!(2x)

Senhor das matas!Sou juremeira!Venho de longePra vos saudar!

Deus vos salve, aldeia!Deus vos salve!Deus vos salve este nosso canzuá!

Deus vos salve, aldeia santa!Salve todos os orixás!Obaluaê e a rainha do mar!

Senhor das matas!Sou juremeira!Venho de longePra vos saudar!

Deus vos salve, aldeia!Deus vos salve!Deus vos salve este nosso canzuá!

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Deus vos salve, aldeia santa!Salve todos os orixás!Obaluaê e a rainha do mar!

Obaluaê e a rainha do mar!Obaluaê e a rainha do mar!Obaluaê e a rainha do mar!Obaluaê e a rainha do mar!

Saudação aos povos africanos 1992 Mãe Menininha do Gantois

Gal Costa Gal, BMG—Ariola Arará, Omode, ilê Arará iá mim áArará iá mim áArará iá mim áOmode ilê mim ô

Saudades da Bahia 1951 Jair Gonçalves Vagalumes do Luar 78 rpm, Continental terreiro, moamba Vou de volta pra Bahia,Pra matar a saudade que a gente já sentia,Eu quero ver outra vez a baiana gingando no samba,Quero pisar num terreiro seguro e me livrar da moamba.

A Bahia é terra boa, ninguém pode duvidar,Pois quem vai à Bahia não quer mais voltar,Bahia! Tens de beleza encantos mil,Bahia, és o orgulho do Brasil

Saudades da Guanabara 1996 Moacyr Luz, Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro

Aldir Blanc Aldir Blanc — 50 anos, Alma

Oxum, Oxumarê Dorival Caymmi falou pra Oxum:- Com Silas tô em boa companhiaO céu abraça a terra,Deságua o Rio na BahiaGêge, tuas asas de pomba,Presas nas costas com mel e dendê,Agüentam por um fio.Sofrem o bafio da fera,O bombardeio de Caramuru,A sanha de Anhangüera...Gêge, tua Boca do LixoEscarra o sangue de outra hemoptiseNo Canal do Mangue

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O Uirapuru das cinzas chama:- Rebenta a louça, Oxum-maré,Dança em teu mar de lama!

o brazil não merece o brasilo brazil tá matando o brasiljereba-saci caandrades cunhãs ariranha ranhasertõesguimarães bachianaságuasimariomtma ariraribóiana aura das mãos de Jobim - açu ô, ô, ôpererê camará tororó olerêpiriri ratatá karatê olarájererê saravá cururu olerêblá-blá-blá bafafá sururu olarádo brasil s.o.s ao brasil(bis)

Eu sei que o meu peito é uma lona armada,Nostalgia não paga entrada,Circo vive é de ilusão...Chorei, ai, eu chorei!Com saudades da Guanabara,Refulgindo de estrelas claras,Longe desta devastação, e entãoArmei pic-nic na Mesa do ImperadorE na Vista Chinesa solucei de dorPelos crimes que rolam contra a liberdadeReguei o Salgueiro pra muda pegar outro alentoE plantei novos brotos no Engenho de DentroPra alma não se atrofiar.Brasil,Tua cara ainda é o Rio de JaneiroTrês por quatro na foto e o teu corpo inteiroPrecisa se regenerar.Brasil,Tira as flechas do peito do meu padroeiroQue São Sebastião do Rio de JaneiroAinda pode se salvar

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Saudosa Bahia 1968 Noriel Vilela - Sidney Martins

Noriel Vilela Eis o ôme Terreiro, patuá, candomblé

Está fazendo três semanas que eu cheguei de láEstá fazendo três semanas que eu cheguei de láEu visitei trezentas e sessenta e cinco igrejasVisitei terreiros e benzi meu patuáRevi amigos e vi minha mãe queridaTenho saudades do povo de lá!Está fazendo três semanas que eu cheguei de láEstá fazendo três semanas que eu cheguei de láNo terreiro eu vi o candombléO meu acarajé provei urugunzáTenho saudades da minha BahiaSó tenho vontade de voltar pra láSó tenho vontade de voltar pra láSó tenho vontade de voltar pra láEstá fazendo três semanas que eu cheguei de láEstá fazendo três semanas que eu cheguei de lá

Savassi 1992 Carlinhos Brown e Durval Caldas

Chiclete com Banana Chiclete com Banana, BMG

Olga do Alaketu, alabê, Matamba

Foi na Savassi que vi vocêDialogar com alabê de OlgaNa linha vermelha lili bereiPrá alojar no nosso AP DianaNa matamba não vou sem vocêNão sou sem vocêAurinaNão farei papel de PaiakanSe você quiser me ensinarA minha vida é índiaDê ô DêA minha vida é dadáDê ô DêA minha vida é minha iáÉ minha iá, iá iáÉ minha

Se não for com você 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

Nanã, Orixalá, Oxum, Iemanjá

Vou perguntar a Nanã o que posso fazerPra você me quererVou perguntar pra Orixalá Se a paz pode haver

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Entre mim e você

Vou perguntar pra bela OxumQue é magia e seduçãoO segredo de serVou perguntar pra IemanjáSe as ondas do marPodem me trazer você

Oiá, OiáVeja no meu coraçãoA tempestade da minha paixão

Se não for com vocêEu nem quero saber de felicidade

Segunda-feira das almas 1972 Ruy Maurity e José Jorge

Eliana Pittman Eliana Pittman, Imperial

feitiço Toda segunda-feira tem feitiço na ladeira!Toda segunda-feira tem feitiço na ladeira!

As velas queimando no asfalto,Chorando alto, chorando altoMendingo sentado no asfalto,Cheirando álcool, cheirando álcool

Os autos passando no asfaltoBuzinam alto, buzinam altoBandido correndo no asfalto,Foi um assalto, foi um assalto!

Patrão, padroeiro das almas,Bendito seja o rosárioPatrão, padroeiro das almas,Nós cumprimos nosso horário

Segura este samba (Ogunhê) 1968 Osvaldo Nunes Nelsinho e sua orquestra

Brazilian Beat, v. 3, Londres

Ogunhê Segura esse samba num deixa cairO samba é duro e estou aí, ogunhê, ogunhêOi, segura esse samba num deixa cairO samba é duro e estou aí, ogunhê, ogunhê

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Veja que samba maneiro (ogunhê)Ouça nossa batucada (ogunhê)Veja que samba maneiro (ogunhê)Ouça nossa batucada (ogunhê)

E diz: no pé sapateia criouloOi bamboleia as cadeiras mulataE diz: no pé sapateia criouloBamboleia as cadeiras mulata

Oi, Segura esse samba num deixa cairO samba é duro e estou aí, ogunhê, ogunhêOi, segura esse samba num deixa cairO samba é duro e estou aí, ogunhê, ogunhê

Veja que samba maneiro (ogunhê)Ouça nossa batucada (ogunhê)Veja que samba maneiro (ogunhê)Ouça nossa batucada (ogunhê)

E diz: no pé sapateia criouloOi bamboleia as cadeiras mulataE diz: no pé sapateia criouloBamboleia as cadeiras mulata

Segura esse samba num deixa cairO samba é duro e estou aí, ogunhê, ogunhêOi, segura esse samba num deixa cairO samba é duro e estou aí, ogunhê, ogunhê

Veja que samba maneiro (ogunhê)Ouça nossa batucada (ogunhê)Veja que samba maneiro (ogunhê)Ouça nossa batucada (ogunhê)

E diz: no pé sapateia criouloOi bamboleia as cadeiras mulata

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E diz: no pé sapateia criouloBamboleia as cadeiras mulata

Segura eu 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

Oxalá Um povo que não sabe conviverCom as diferenças de cor, idéia e féNão pode crescer, ser livre e forteDo preconceito escravo é

Segura eu, mamãeNos teus braçosTem muita ondaAgitando esse mar

Segura eu mamãeNos teus braçosMe faz sentirQue tudo pode mudar

Cor é somente corMuitas idéias, que bom Um coração não vive sem féMas essa, meu bemQuem decide é meu pai Oxalá

Sem Deus com a família 1965 César Roldão Vieira Elis Regina disco Dois na bossa, Philips

Iemanjá Sapato de pobre é tamanco A vida não tem soluçãoMorada de rico é palácioE casa de pobre é barracão

Quem é pobre sempre sofreVive sempre a trabalharMas eu sofro só de diaDe noite eu vivo pra sambar

A mulher do branco é esposaE a esposa do preto é mulher Mas minha mulher é só minhaDo branco eu não sei se só dele é

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Preto vive atormentado Mal tem tempo pra rezarMas o preto é mais que brancoPra mãe d'água Iemanjá

A terra do dono é só dele Ali ninguém pode mandarSe eu não pegar na enxadaNão tem ninguém para plantar

Eu semeio e planto milhoE a colheita é do senhorMas o dia da igualdade Tá chegando seu doutorMas o dia da igualdade Tá chegando seu doutor

Senhora das Candeias 1977 Romildo e Toninho Clara Nunes As forças da natureza, Emi—Odeon

Oxum Eu não sou daqui, não souEu sou de láEu não sou daqui, não souEu sou de lá (2x)A lua cheiaQuando bate nas aldeiasA menina das candeiasCirandeia no luarO seu lamentoTem um jeito de acalantoQue o rio feito um prantoVai levando para o marMeu coração é feito de pedra de ouroO meu peito é um tesouroQue ninguém pode pegar, eu não souEu não sou daqui, não souEu sou de láEu não sou daqui, não souEu sou de lá (2x)A noite ficou mais faceira

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Pois dentro da ribeira apareceuCom suas prendas e bordadosSeus cabelos tão douradosQue o sol não conheceuA menina-moça debutanteQue namora pelas fontesQue a natureza lhe deu é OxumÊ Oxum, ê OxumSenhora das candeiasQue tristeza que me dáSaber que suas mãos são tão pequenasPra matar quem envenenaPra punir que faz o mal, cegar punhalCegar punhal que fere tantoPra mostrar que o seu encantoÉ uma coisa natural

Senhora das estrelas 1984 Edu Gudin e Fernando Brant

Eduardo Gudin Ensaio do dia, Continental

Iemanjá Lua beijando o marO luar prateando o marMar que me faz agora pensarNa moça do meu lugar

Rainha IemanjáMenina orixáSenhora das estrelas farolA clara canção de amar

Senhora Mãe Menininha 1975 Tatu, Nezinho e Campo

Sapoty da Mangueira Nega atrevida, Polydor

Mãe Meniminha do Gantois, Mamãe Oxum, Olorum, iaôs, axé

Do alto do GantoisDo terreirão, da casa da grandaMenininha tem seu reino, e chega pra mostrarTodo seu mistério fascinanteA soberania, da sua presençaOs pés de oroco na magia, desenvolvendo a sua crençaNhenhém, xorodô, é de Alaketu, xoromalé agô

Atabaques anunciam, a presença da rainha no candombléÉ prenuncio de alegria, de amor, esperança e muita fé(?) entoa cantos, saudação aos orixás

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Minha mãe, minha mãe menininhaToda beleza está no GantoisEstrela guia, com a luz de obadalá

E tem oxumaie, e tem axé pra darÉ do castelo de ouro de além mar(bis)

Ai minha mãe, minha menininhaAi minha mãe, sua estrela é nossa guia(bis)

Lá na velha Bahia, de são SalvadorSenhora mãe menininha tem seu reino de magiaCom a proteção do senhor

Como é lindo (?) a cantarSaudando Oxum, no alto do Gantois

Aieieu, aieieu mamãe oxum, aieieu, aieieu nos de axé (bis)

Tem segredo e mistério, no reino de GantoisOlorú mandou, menininha pra nos ajudar

Ai minha mãe, minha menininhaAi minha mãe, sua estrela é nossa guia(bis)

Senzala do Barro Preto 1993 Tonho Matéria Banda Mel Mãe Preta, Continental

Nanã, Gantois É na Senzala do Barro PretoQue busca um sentimentoOs deuses vivem a escutarA lua clareia o céuO sol aquece o arE quem vive de sonhoO vento sopra o mar

Ê Nanã, ô ô ô,

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Ê NanãÊ Nanã, ô ô ô,Ê Nanã(bis)

A mãe da chuvaA mãe preta de meu pensamentoPujança e esperença da forçaQue ergue o meu cantarMe levando,Em direção ao temploSingela, beleza e riquezaDo orum do GantoisÉ, por amor,É por amor ô ôQue eu vou pra láÉ por amor,É, por amor ô ôÁ, á, á, áOkerê, aqui não tenho pressa,Okerê, é o mundo que me leva,Okerê, clamo pela busca do ébanoÉ por amor...

Separatismo não 1989 Caj Carlão Adelson e Ilê Ayê Canto negro, Eldorado

Obá ZumbiEncarna no IlêE luta para esse povo verLutarSe elege ZumbiO tradutor de ObáIlê, Ilê

IlêCresce, o seu poder é muitoEnvolva essa forçaUnifique essa coragemSeparatismo não O egocêntrico não tece a união

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Não espalha a nobrezaAparta os corações

Uá todila ji ,ujibéUo só ua-di-mukaUdia-ngoé lumoxéGanga Zumbi a ecoar

Ser baiano 1996 Moraes Moreira e Saul Barbosa

Moraes Moreira Tem um pé no Pelô, Polygram

candomblé É de obrigação,De obrigação de candombléIr da Conceição da PraiaAo Bonfim a péÉ de obrigaçãoDe obrigação de candombléIr da Conceição da PraiaAo Bonfim a pé

Ser baiano Me perguntaram o que é,É saber onde tem O melhor acarajéÉ subir e descer a ladeiraDe um jeito bonitoAtestado de fé, ser baianoÉ um estado de espírito

É de obrigaçãoDe obrigação de candombléIr da Conceição da PraiaAo Bonfim a pé

Ser baiano é andarAssim como se dança,Ser baiano é falarAssim como se cantaÉ nobreza apesar da pobreza,É a cabeça erguida,Na certeza de tudo vencer

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É bem viver a vida

Ser baiano é o ouro do solSer baiano é a prata da luaPreto velho lá não fica velhoPorque continuaApesar da idade, dançandoNo meio da ruaÉ de obrigação

Serafim 1991 Gilberto Gil Gilberto Gil Parabolicamará, WEA

Ogum, Xangô, Iansã, Exu, Olorum

Quando o agogô soarO som do ferro sobre o ferroSerá como o berro do carneiroSangrando em agrado ao grande Ogum

Quando a mão tocar o tamborSerá pele sobre peleVida e morte para quem se zelePelo orixá e pelo egum

Kabiecile vai cantando o Ijexá pro pai XangôEparrei oraieie pra Iansã e mãe OxumObabi Olorum loozi como Deus não há nenhum

Será sempre axéSerá paz será guerra SerafimAtravés das travessuras de ExuApesar da travessia ruim

Há de ser assimHá de ser sempre pedra sobre pedraHá de ser tijolo sobre tijoloE o consolo é saber que não tem fim

Sereia 1930-9

Amor (Getúlio Marinho) e João da Baiana

João da Baiana e seu Conjuno

78 rpm, Victor Oxalá, Iemanjá Sereia, sereia, sereia(comuna) tá no mar

Sereia comuna tá no mar

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Óia ?, nosso pai Oxalá

Sereia comuna tá no marÓia ???? nossa mãe Iemanjá

E sereia tá no marTua casa ??

E sereia comuna tá no marE sereia (quedona de gongá)

Serpente negra 1988 Ythamar Tropicália, Gibi, Valmir Brito e Roque Carvalho

Banda Reflexu’s Serpente negra, Emi babalaô, Odé Caçador, Oxumarê

Ará Ará eu sou AraKetuKetu Ketu ode oba nixarKê Kê Kê leva euKê Kê Kê AraKetu sou eu

Daomé nação de uma serpente negraO rei manda lhe falarO arco-íris ao se dissiparOrixá maior é a força da naturezaQue representa Ketu naçãoDe um rei Olofin da atual República Beniin

No reino de DaoméSerpente Negra era um babalaôO arco-íris que vem lá do altoTrás a força do superior

Ará Ará eu sou AraKetuKetu Ketu ode oba nixarKê Kê Kê leva euKê Kê Kê AraKetu sou eu

O quadro negroRepresenta na face da TerraHoje não existe mais guerraA escravidão acabou ô ôAraKetu retrato da tal mocidade

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Representando o passadoE tudo que aqui ficouDerramando nossos prantos de felicidadePor ser essa tal entidadeNomeada a Ode caçadorAraKetu força divina força maiorÔ ô ô ô ó ó ó ó óPois o sangue desses negrosDerramavam na TerraPara que os senhores passassemUm tipo de vida melhor

Orá orá orá orá OrayêOrá orá orá eis Oxumaré

Sete cavaleiros 1977 Ruy Maurity e José Jorge

Ruy Maurity Ganga Brasil, Som Livre

Obatalá, Ogum, feiticeiros

De quem sou eu meu pai?De quem sou eu meu pai? Me diga lá , me diga lá ObataláDe quem sou meu pai?De quem sou eu meu pai?

Eu sou da terra Sou do vento Ou do mar

Sete cavalheirosTodos sete encantadosFilhos da inocênciaPai de todos os pecados

Sete feiticeiros, sete cores da manhãSão guerreiros e amantesSão copanheiros de Tupã

Sete cavalheiros Todos sete concebidos

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Pela chama dos amantesPelo medo dos vencidosSete bandoleirosEram sete resta um Vem chegando triunfanteO cavalo de OgumVem chegando triunfanteO cavalo de Ogum

Sete linhas 1973 Sidney da Conceição

Elza Soares Aquarela brasileira, Emi—Odeon

Iemanjá Eu vou jogar jogar champgne na cachoeiraQuebrar, cerveja preta na pedreiraDarei doce, pra Cosme e DamiãoResarei no altar, de são SebastiãoAcenderei, velas para são JorgeO santo da minha devoçãoFarei novenas para as almasPra devolver a minha paz e a minha calmaJogarei flores ao marSaravarei, mamãe IemanjáVou no terreiro tocar geral(?) sai do meu caminhoE peço o bem pra quem quer ver meu mal

Seu orirê 1972 Sussu e Cicica Sussu Preto Velho, Tropicana

Caboclo, Juremá Meu pai é um caboclo do matoTem uma cabana lá no JuremáEle usa saiote de penas quando vai caçar

Seu orirê, seu orirá

Meu pai é um caboclo giranteQue vive girando lá no JuremáEle gira na sua cangiraSe chega no RenoSará (buentá/purintá)

Seu Zé 1993 ??? Banda Redenção Um Novo Caminho Aruanda, Sarvá Seu Zé

Ele é mestre na aruanda

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Saravá a sua banda

Vem chegando devagar

Quando ele chega, chega sempre sorridente

Com um cigarro entre os dentes

De branco para amenizar

O desamor que existe nessa terra

Sabe nos livrar da guerra

E sem mais quer nos levar

Não há demanda que possa lhe derrubar

Ele é cabeça feita tem um nome a zelar

Mas desaforo não aceita

Nunca se deixa levar

Ele sempre ajuda a quem nele tem fé

Saravá seu Zé

É na palma da mão e cantando com fé

Saravá seu Zé

Saravá seu Zé

Saravá seu Zé

Saravá seu Zé

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Ele sempre ajuda a quem nele tem fé (fala seu Zé)

Severina Paraíso 2000 Jeane Siqueira Afoxé Oxum Pandá Não há silêncio, Ciranda Records

Mãe Biu, Oiá, Ogum Memória de negro não falhaNão deixa na mãoNunca vou esquecerNa coroaçãoFilhos e filhasGuerreiros da Nação Xambá

Mãe Biu nos honrouNo trono de Oiá

Resistência negraViva tradiçãoMãe Biu pro lado de lá Foi nos braços de OiáCumpriu sua missão

Deixar a raiz mais profundaMãe Biu procurou Na força de OgumMostrou seu valorNão ,orre quem berra, quem gritaQuem faz a históriaMãe Biu é giganteFicou na memória

Resistência negra viva tradiçãoMãe Biu pro lado de láFoi nos braços de Oiá cumpriu sua missão

Sexta-feira treze 1979 Sergio Ricardo Sergio Ricardo Do lago à cachoeira, Continental

Pai-de-santo, Iemanjá

Quando ele chegouTudo estava fora de lugarMalandro se regeneravaE o samba já não tinha mais compositorBananeira já não dava cachoCachaça não rolava nem pra pai-de-santo

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Mulata foi perdendo todo requebradoE a escola não saia mais no carnaval

Quando ele chegou Brilhou a lua em noite de IemanjáMalandro passou giz no taco E o Zé do Cavaco terminou seu sambaBagana se acabou no tapaCachaça a te cambono resolveu tomarMulata recobrou todo seu requebradoE a escola entrou de sola e fez o carnaval

Ê, abre as portas do morroAi daquele que disser onde ele se escondeuSe a polícia chegar tocando sirenePerguntando por eleDiga que o fantasma se vestiuCom um pijama de madeiraNuma sexta-feira trezeE foi parar no céu.

Sexy Yemanjá 1993 Pepeu Gomes e Tavinho Paes

Pepeu Gomes Pepeu Gomes, WEA Iemanjá A noite vai ter lua cheiaTudo pode acontecerA noite vai ter lua cheia Quem eu amo vem me ver

Tem haver com o marO lual solarÉ o amor que me incendeiaVou sair de mimLeve como o arE agradar minha sereiaSe ela me chamarE quiser me amarEu vou...Sexy YemanjáTudo haver com o mar

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A noite vai ter lua cheiaA noite vai ter lua cheiaTudo pode acontecerA noite vai ter lua cheia Quem eu amo vem me ver

Vou me prepararNum banho de marPronto pra ser todo seuVou amar demaisQuero estar em pazEntre nós só sexo e Deus!Se ela me chamarE quiser me amar eu vou...Sexy YemanjáTudo haver com o mar

A noite vai ter lua cheiaA noite vai ter lua cheiaQuem eu amo vem me verA noite vai ter lua cheia Tudo pode acontecer

"Ai, papaYo so quiero lembrarQue a luz da luna vien del sol"

Ai, papa só quiero lembrarQue a luz da lunaVien del sol..."

Sim/não 1981 Caetano Veloso Caetano Veloso disco compacto, Polygram

orixás No BadauêGira menina macumba beleza e escravidãoNo BadauêToda a grandeza da vida no sim/nãoNo Zanzibar essa menina bonita botou amor em mimNo Zanzibar Os orixás acenaram com o não/sim

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Afoxé Gegê NagôViva a princesa menina , uma estrela Riqueza primeira de SalvadorNo Ilê AyêUma menina fugindo beleza e amor em vãoNo Ilê AyêToda a tristeza do mundo no não/nãoNo BadauêGira princesa primeira beleza amor em mimNo BadauêOs orixás nos saudaram com o sim/simAfoxé GegêNagôViva princesa menina uma estrelaRiqueza primeira de Salvador

Sindorerê 1974 Candeia Clara Nunes Alvorecer, Emi—Odeon

Odé, Mutalambô, Tatamirô

Sindorerê, SindorerêSindorerê, Sindorerê (bis)

Sindorerê namurandêSindorerê namurandá

Sindorerê, SindorerêSindorerê, Sindorerê (bis)

Sindorerê awe awáSindorerê tawe tawá

Sindorerê, SindorerêSindorerê, Sindorerê (bis)

Ele é sangue real

Sindorerê no juremé Sindorerê no juremá

Sindorerê, SindorerêSindorerê, Sindorerê (bis)

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(o quero oda koqué)

Sindorerê gangazumbáSindorerê narureira narureira

Sindorerê, SindorerêSindorerê, Sindorerê (bis)

Mutambá Mutalambé

Sindorerê meu TatamiróSindorerê Mutalambó

Sindorerê, SindorerêSindorerê, Sindorerê (bis)

Siri recheado e o cacete 1980 João Bosco, Aldir Blanc

João Bosco Bandalhismo Iemanjá Saí com a patroa pra pescarNo canal da barra uns siris pra rechearSiri como ela encheu de me avisarEra o prato predileto do meu compadre AnescarLevei arrastão e três puçásUm de cabo outros dois de jogarDe isca um sebo da véspera, e pra completar cachaça IemanjáBirita que dá garantia de ter maré cheia

Siriê 1975 Edil Pacheco e Paulinho Diniz

Sapoty da Mangueira Nega atrevida, Polydor

Iemanjá Ô Siriê Ô Siriê ilá Quem comandou os ventos pra te incomodar? Águas marinhas dos olhos de Iemanjá Já dominou sinhô Já dominou sinhá Sieiê Ô Siriê Ô Siriê ilá Quem comandou os ventos pra te incomodar? Águas marinhas dos olhos de Iemanjá Já dominou sinhô Já dominou sinhá Serena a lua vem No ando seu altar

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Anunciando festa Nas águas desse mar No brilho das estrelas Eu vou me debruçar Eu quero bem de perto Ouvir o teu cantar E quero bem de perto te adorar Ô siriê Ô Siriê Ô Siriê ilá Quem comandou os ventos pra te incomodar? Águas marinhas dos olhos de Iemanjá Já dominou sinhô Já dominou sinhá Às cinco da manhã No ar se espalhou Um cheiro de alegria E o sol se levantou O azul disse bom diaE o povo se enfeitou Cantando essa cantiga Me faço teu cantor Siriê Ô Siriê Ô Siriê ilá Quem comandou os ventos pra te incomodar? Águas marinhas dos olhos de Iemanjá Já dominou sinhô Já dominou sinhá SiriêÔ Siriê Ô Siriê ilá Quem comandou os ventos pra te incomodar? Águas marinhas dos olhos de Iemanjá Já dominou sinhô Já dominou sinhá Siriê Ô Siriê Ô Siriê ilá Quem comandou os ventos pra te incomodar? Águas marinhas dos olhos de Iemanjá Já dominou sinhô Já dominou sinhá

Sirrum 1976 Onias Camardelli Grupo Zambo Bahia, Grupo Zambo, Discos Marcus Pereira

sirrum SirrumSirrumSirrum

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SirrumSirrum...

Só chora quem ama 1977 Wilson Moreira e Nei Lopes

Nadinho da Ilha, Wilson Moreira, Délcio Carvalho, Walter Rosa, João Roberto Kelly

Rio dá samba, Emi—Odeon

Vovó Cambinda, mandinga

Quero ter alguémQue tome conta de mimNão suporto maisFicar sozinhoPreciso de uma companheiraQue me dê conforto e carinhoPreciso de uma companheiraQue me dê conforto e carinho

Disse-me Vovó CambindaQue a minha mandingaSó vai ter remédioEu casando ou juntando com a filhaDa Dona Cecília com Seu NicomédesSeu Nicomédes, entretanto, me disseQue o santo pra ele mandouSó deixar que eu casasse provandoQue em vez de malandro sou trabalhador

Ana Rosália da SilvaQue é filha adotiva da Dona NenémMe chamou pr’um tremendo pagodeQue o Juca Bigode armou em XémEu disse à Ana RosáliaSem fogo de palhaTu manda e não pedeMas só vou se você levarA filha da Dona Cecília com Seu Nicomédes

Quero ter alguémQue tome conta de mimNão suporto maisFicar sozinhoPreciso de uma companheiraQue me dê conforto e carinho

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Preciso de uma companheiraQue me dê conforto e carinho

Essa mulata formosaÉ a flor mais cheirosaDa ala das damasDo famoso terreiro de bambaDa escola de sambaSó Chora Quem Ama

Eu que jamais vi pastoraTão perto ou atoraTão negra e tão belaNa maior privação de sentidosFiz esse partido te olhando por ela

Só com pai-de-santo 1932 I. Kolman J. Mário 78 rpm, Odeon feitiço, pai-de-santo ???

Só o ôme 1969 Edenal Rodrigues Noriel Vilela Eis o ôme, Emi O Ôme (Exu). Ah! Mô fio do jeito que sunsê 'tá Só o ôme é quem pode "ti" ajudá (bis)Sunsê compra uma garrafa de marafo Marafo que eu vai dizê o nomeMeia noite sunsê na encruziiadaDestapa a garrafa e chama o homeO galo vai cantá sunsê escuta'Reia tudo no chão que 'tá na horaE se guarda noturno "vim" chegando Sunsê olha pra ele que ele vai andandoAh! Mô fio do jeito que sunsê 'tá Só o home é quem pode "ti" ajudá(bis)Eu estou insinando isto a sunsê Mas sunsê não tem sido muito bomTem sido mau fio, mau marido Inda "puxa-saco"de patrãoFez candonga de companheiro seuEle botu feitiço em sunsê Agora só o ôme, à meia noiteÉ que seu caso pode resolvê.

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Só se fala na baiana 1952 César Siqueira Marlene 78 rpm, Continental roda de macumba O que é que a baiana tem ?Mas o que é que a baiana tem,Que todo mundo acha sobrenatural,O seu turbante já caiu de moda,O tabuleiro é coisa tão banal.E esta história de baiana com balangandãsEm roda de macumba,Ôi, Sinhô do Bonfim,Perdeu a graça, não tem mais poesia,E agora é só maniaQue não tem mais fim.Ninguém fala,Na paulista ou mineira,Na gaúcha que é faceiraE tem seu valor.E a carioca que tem tanta graça,Embaixatriz de nossa raça,Não tem mais louvor.E o sambista que só fala na Bahia,Certamente não conhece todo o meu país,A minha terra que é tão cheia de poesia,Onde a gente se extasia e todo mundo é tão feliz.Mas o que é que a baiana tem?Heim!O que é que a baiana tem?O seu turbante,Heim! já caiu da moda,O tabuleiro,Chi! é coisa tão banal,Perdeu a graça, não tem mais poesia,Com tudo isso meus senhores,A baiana inda é a tal.

Só vai dar você e eu 1993 Durval Lélis e Cly Loylie

Chiclete com Banana 13, RCA Iemanjá O meu amor, que vai nascerNa liberdade do meu viverO meu amor chegou do marTrazendo as águas de Iemanjá

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Me leva no balanço dessa vidaQue aqui vou euNo barco, na prancha ou na velaBailando nas ondas do mar

Me leva no balanço dessa vidaQue aqui vou euAmando e cuidando da terraRegando o amor a cantar

Só vai dar você e eu...

Soda com Cinzano 1975 Romildo e Toninho Milena Sorriso aberto, Emi—Odeon

enfeitiçada, Bahia Meu amor ficou zangadaTomou banho de água friaSolidão de madrugadaVira samba no outro diaA morena enfeitiçadaMe deixou pela BahiaA morena enfeitiçada Me deixou pela BahiaMinha camisa listradaNão tem lavadeiraNão tem camaradaLavo com sol e serenoMeu sangue é venenoEu não digo mais nadaEla só quer dinheiroÉ só dinheiro o que ela querEla só quer dinheiro É só dinheiro o que ela quer

Quando eu tinha vinte anosFui fazer filosofiaSem saber, se eu não me enganoSem saber que eu já sabiaTomei soda com CinzanoQuando ainda não bebiaTomei soda com Cinzano

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Quando ainda não bebiaTenho o meu peito marcadoDo lado da frente e também do outro ladoFoi um malandro sem jeitoQue tinha o defeitoDe ser mal casadoEla só quer dinheiroÉ só dinheiro o que ela quer

Sonhos (Arrastão dos Pescadores)

1985 Ivan Lins e Vitor Martins

Simone Cristal, CBS Iemanjás, sereias No arrastãoDos pescadoresVinham discos voadoresIemanjás de porcelanaCarruagens, caravanasNum painel de fliperama

Vinha tudo que eu sonhavaMeu amorUm postal de Ituverava,Meu amorVinham seios de sereias,Meu São JorgeEm lua cheia, meus castelos de areia

Meu cordão de carnavalA apixão mais tropical,Meu São JoãoJunto à fogueira, Minhas festas BrasileirasNo arraial

No arrastão Dos pescadoresVinha o céuDos sonhadores,Feito à mãoPor bordadeiras,

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Com lanternasDe traineirasE estrelas verdadeiras

Vinha tudo que eu sonhava, Meu amor,Vinha um rio queEu pescava, meu amor,Meus tesourosE meus mapas,Meus navios em garrafas,Meu destino de pirata

Meu cordão de carnaval,A paixão tropical,Meu São JoãoJunto à fogueiraMinhas festas brasileirasNo arraial

Ô lá lá,Toda vez que euQuiser sonhar,Vou buscar o mar

Sorri pra Bahia 1983 Edil Pacheco, Luiz Melodia e Cardan Dantas

Luiz Melodia Felino, Ariola Logum Edé Inda não fui à Bahia esse anoMas inda vouPituassu de repenteÉ uma lagoa que moraDo lado da Boca do RioE o pente penteia o cabeloDo meu amor.E toda baiana que sabe do sambaSabe do jeito do afoxé.Quem anda na areia da praiaRecebe do vento saudades do seu amor.Eu parei na BahiaE com a força do vento

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Ele me entalhou.Eu sorri pra BahiaE com a força do marO mar me cantouLogun-Edé, Edé, Edé, EdéLogun-Edé, Edé, Edé, Edé

Suará 1940-9

J. B. de Carvalho e Jorge Nobrega

J. B. de Carvalho e Conjuto Tupy

78 rpm, RCA corpo fechado, terreiro

Suará ...ê ê ê ...SuaráSuará de mães de Deus,Suará...Ê - ê ê ...Suará..É- ê- ê ...Suará...Você diz que é da lei - SuaráNo terreiro eu sou Rei- Suarátenho o meu corpo fechado - SuaráPor um santo respeitado- SuaráEu agora vou-me embora - SuaráQue já está chegando a hora - SuaráPois é certo a minha glória - SuaráPor que conto com a vitória - Suará

Suingue de verão 1987 Marcos Almeida Banda Reflexu’s Da mãe África, Emi macumba Mandei fazer um suingueGostoso chamado verãoPara sentir o aromaDo reggae nessa multidãoGrito nagô desse negoMacumba lê lê lê lê ôBatendo tumba,Tocando chocalho afoxé, reggae, amor.

Quem não viu um toque de reggae no Brasil?Quem não viu um toque de reggae no Brasil?

Tambor da Bahia 1993 Moraes Moreira Moraes Moreira Terreiro do Mundo, Polygram

Mãe Menininha do Gantois, mãe-de-santo

Tomara que o tempo lhe ensineQue a preguiça de CaymmiÉ pura sabedoriaNão sabe não,A vida tem outro lado

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Como Jorge, ser amadoQuem é que não gostaria...Será bom que nos acompanheQue a Bahia é terra mãeComo foi Mãe Menininha do GantoisAcende a luz da manhãQue a doçura da IrmãÉ o final da amarguraVai soar o tambor da BahiaPra saldar os seus filhos ilustresRefletir nos vitrôs e nos lustresDas igrejas e das catedraisNo terreiro do mundo é profundoSão profundas raízes plantadasCultivadas na terra do amorE Salvador é prazer,E Salvador é pra já,Salvador, salvação da lavouraSalvador é a fé que há

Tambores na avenida 1993 Celso Bahia e Gilson Babilônia

Ara Ketu Ara Ketu de Periperi, Emi—Odeon

santo-guia Estou ouvindo os som desses tamboresSão culturas negras e clamoresClamores de paz mundial, tudo igualÉ normal no carnavalAra Ketu na avenidaO toque do tambor revelaTeu sonho de menino e magiaEsperando crescer e sair com a fantasiaNo meio da multidão, me levaEu já pedi ao meu santo-guiaPaz proteção, e muito amor no coraçãoEu sou Ara Ketu e seu guiaArara ôôô, Arara ôôô, Arara ôôô

Tapanacara 1977 Raul Seixas e Cláudio Roberto

Raul Seixas O dia em que a Terra parou, WEA

Urucubaca, mandinga

Urucubaca, mandingaAtaca, mexe e me xingaEsquenta e racha a moringaAté que o leite azedou

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Bochecha inchada na raçaAraçá, coentro e cachaçaO berimbau tem cabaçaE um som que é "deep in my soul"Randolph scott que era um cowboy retadoTipo touro sentadoMugiu e levantouO tapa na caraQue eu levei de odaraOdara, meninaQue era filha de naraQue era neta, prima-dona de raul

Menino danadoLá, si, dó rebocado

Procure que você vai entender

Tapete Negro 1993 Nilson Conceição Ara Ketu Ara Ketu de Periperi,Emi Odeon

??? No tapete negroAmo SalvadorEsse lindo local satisfaz meu egoNão nego eu sou Ara KetuEm meus caminhos Já passei por pedras e espinhosE hoje em dia são flores e carinhosVou conduzindo essa massaNesse cortejoMeu desejo é cantar, eu vouVou distribuindo simpatiaSentimento odaraEsse cultu esmeradoDá prazerIê, ia, ia ia, uê, ê êIê, iêIê, iê, ê, ê, ê

Tatamirô 1972 Toquinho e Vinicius de Moraes

Toquinho e Vinicius de Moraes

São demais os perigos desta vida,

Oxalá, Xangô, Ossaim, Ogum,

Apanha folha por folha, TatamirôApanha maracanã,Tatamirô

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RGE Iansã, Oxum, Mãe Menininha do Gantois

Eu sou filha de Oxalá, TatamirôMenininha me apanhou, Tatamirô!

Xangô me leva, Oxalá me trazXangô me dá guerra, Oxalá me dá paz

Apanha folha por folha, TatamirôApanha maracanã,TatamirôEu sou filho de Ossain,TatamirôMenininha me adotou, Tatamirô!

Apanha folha por folha, TatamirôApanha maracanã, TatamirôEu sou filho de Ogum TatamirôMenininha me ganhou, Tatamirô

Oxalá de frente, Xangô detrásXangô me dá guerra, Oxalá me dá paz

Apanha folha por folha, TatamirôApanha maracanã, TatamirôEu sou filho de Inhansã, TatamirôMenininha me amarrou, Tatamirô

Apanha folha por folha, TatamirôApanha maracanã, TatamirôEla é a mãe Menininha do GantoisQue Oxum abençoou, Tatamirô

Oxalá me vemXangô me vem, Oxalá me vaiXangô é meu rei, Oxalá é meu paiOxalá me vem, todo o mal me vaiXangô é meu rei, Oxalá é meu pai

Tem francesa no morro 1982 Assis Valente Aracy Côrtes e Conjunto Rosa de Ouro

Assis Valente — História da MPB, Odeon

macumbê, virada Donê muá si vu plé lonér de dancêAveque muáDance Ioiô

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Dance Iaiá

Si vu frequente macumbêEntrê na virada e fini por sambá

VianPetite francesaDancêLe classique Em cime de mesa

Quando la dance coméceOn dance ici on dance aculá

Si vu nê vê pá dancêPardon mon cherrie, adiê, je me vá

Tem francessa no morro

Tema de fé 1981 Charles Negrita e Pepeu Gomes

Pepeu Gomes Pepeu Gomes, WEA axé, Ogum, babalaô Tem um tema de fé e alegriaDentro de vocêDando toda energiaPra que tudo vire numa coisa só

Canto botando suor coloridoAbrindo caminho pra seu prantoChamo axé no cantoCada lugar tem seu cantor

Cantando cantigasBabalaô

Ogum badada e ô ôOgum badada e ô ôOgum badada

Templo de tradições e fé 1976 Nilson Azevedo, Sebastião Adilson e

Nosso Samba Nosso samba, Emi—Odeon

candomblé, Iemanjá Trago o teu retrato baiana Na minha viola

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Timbó Quando não te vejoTeu retrato me consola(bis)

Bahia, Bahia, templo de tradições e fé(?) nacional, de uma cultura universalNossa gente brasileira, como mãe preta civilE na África distante, muita coisa se criouAssimilou, segredos da arteConvivio com a dorMistérios da féSementes do amorCozinha quente, capoeira e candombléO samba que é coisa boaPras tristeza da mulher(?).. pra saudar IemnajáNa puxada do xaréuQue beleza singularO Araketu (?)O violeiro a cantar

Trago o teu retrato baiana Na minha violaQuando não te vejoTeu retrato me consola(bis)

Tenho fé Bahia 1990 Luiz Caldas e Carlinhos Caldas

Luiz Caldas Nós, Polydor Oxalá, ialorixá, ogã É um poço, o desejo, o suor, o capimTenha pena de mim, meu Senhor do BonfimBota doce na minha amarguraFaz meu sarapatel, me acompanha no céuTenho fé todo dia, BahiaTodo dia as baianas fazem vatapáMe dê paz OxaláEu quero namorar com uma Yalorixá da BahiaOh! Ogân, Calofé, com seu toque de féDespejou um sorriso, Bahia

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Pretos e brancos, trancos, barrancosPor todos os cantosEu vou te caçar

Terecô 1995 Beto Pereira e Erivaldo Gomes

Beto Pereira Terecô, Cedro Music do Brasil

terecô Foi sem quererQue te avistei na praiaSó de lembrar meu coração desmaiaO vento malha a palha do coqueiroQue acaricia teus cabelos O ano inteiro a lua vem brilharTeus olhos claros encantarTodo pensamento o tempo vem me darTeu cheiro com tempero vem dançarToda noite tem tambor e TerecôEntra rodando a saiaSegura que o amor encantaNão deixe que ele saiaNão saia, não saia

Tereza Raquel 1985 Nenê da Timba e Marinho Ribeiro

Grupo Cravo e Canela Grupo Cravo e Canela, Copacabana

filha de umbanda Como um bom malandroTenho uma Tereza tambémRainha da escola de sambaFilha de UmbandaGuerreiraMulherPrendadaCaprichosaSensualVaidosaQue me traz achéFizemos planos de casar o ano que vemJá escolhemos nomes pro nosso nenémE a lua doceCheinha de melVai ser no interiorCom muito amorTereza Raquel, Tereza RaquelO nome dela é Tereza Raquel

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Terreiro de safado 1991 Gil de Carvalho, Tito Silva e Jô Poeta

Bezerra da Silva Partideiro da Pesada, RC

terreiro, pai-de-santo, gira, despacho

Que terreiro é esseQue pai-de-santo é safadoPega santo com a mão no bolsoCom olho aberto e outro fechadoCom água-de-cheiroPerfuma o terreiroCom defumador ele cruza o congáBelisca as filhas-de-santoDizendo "a gira vai começar"Quando é pra fazer despachoVeja a lista do safadoPede frango com farofa,Cerveja gelada e uísque importadoJoga búzios com chapinhaE diz que adivinha o passado e o presenteRisca ponto de ? no pratoCom aquela ? diferenteIncorpora um tal de Zé PilantraE o seu Tranca-VielaVem gente de todo lugarPra se consultar na favelaE na gira do povo da ruaEle diz sorridente: "é hora da gandaia"Vão embora os perna-de-calça"Que agora só fica os rabo-de-saia"Só rabo-de-saia, só rabo-de-saia"Olhe, eu nào quero macho no terreiro"Porque macho atrapalha"

Tetê 1995 Alê Ferreira Bantus Bantus, Indie Records

babalorixás Sei o que me aprazE não precisam me dizerSem olhar para trásEu sigo os passos do meu serDe tanto negarNão sabem mais o que fazerMúsica no arE eu encho a pança de prazerSó quero Ter

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Um canto pra eu não me esconderUm fusca pra levar TetêE um berço pro bebê crescerBabalorixásAcendem velas pro deverPastores no caos,Batinas que tentam convencerSei que tremo as mãos No lápis ao tentar escreverComo exigirUm X sem ter o A, B, C

Teu barco no meu mar 1998 Anderson Cunha Banda Beijo Banda Beijo — ao vivo, Globo—Polydor

patuá Tem jeito nãoTem jeito nãoJá pensei em tanta coisaPra chamar sua atençãoTem jeito nãoTem jeito nãoPatuá, banho de folhaPra ganhar teu coraçãoAté parece castigoEu querer te namorarNão tem dor, não tem perigoVocê pede, eu vou te dar, te dar, te dar, te darVem deitar na minha redePra gente se balançarMinha água na tua sedeO teu barco no meu mar

Tia Maria 1975 Ayrão e Sidney da Conceição

Luiz Ayrão disco compacto, Emi—Odeon

preta-velha, mandingueira, mãe-de-santo

???

Timbó 1957 Ramon Russo Jamelão disco compacto, Continental

feiticeiro, batuquejê Timbó...Foi um grande feiticeiroVindo do solo africanoPara o rincão brasileiroCresceu na Ilha de MarajóE nas noites de Luanda

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Naquelas bandas ...Só se ouvia TimbóNum batuque Jê ...Mandava óló,Acorumbandê ....lá de Marajó...Um dia Timbó faleceu, Como gérmen de seu sangue Na Terra nasceu...A tulipa negra dos sonhos meus Num batuque Jê ...Mandava óló, A Tulipa negra lá de Marajó...É descendente dos MarajoarasE é meu xódó (Timbó)

Tiro de misericórdia 1977 João Bosco e Aldir Blanc

João Bosco Tiro de misericórdia, RCA

Oxalufã, Xangô, Ogum, Oxóssi, Oxum, Iansã

O menino cresceu entre a ronda e a canaCorrendo nos becos que nem ratazanaEntre a pinga e o afano, entre a carta e a fichaSubindo em pedreira que nem lagartixaBorel, juramento, urubu, catacumbaMatriz, querosene, salgueiro, turano,Mangueira, são Carlos, menino mandando,Ídolo de poeira, marafo e farelo,Um deus de bermuda e pé-de-chinelo,Imperador dos morros, reizinho nagô,O corpo fechado para babalaôs

Baixou Oxalufã com as espadas de prata,Com sua coroa de escuro e de víciosBaixou caô-Xangô com o machado de asa,Com seu fogo brabo nas mãos de corisco.Ogunhê se plantou pelas encruzilhadasCom todos seus ferros, com lança e enxadaE Oxóssi com seu arco e flecha e seus galosE suas abelhas na beira da mataE Oxum trouxe pedra água da cachoeiraEm seu coração de espinhos douradosIemanjá, o alumínio, as sereias do mar

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E um batalhão de mil afogadosIansã trouxe as almas e os vendavais,Adagas e ventos, trovões e punhaisOxum-Marê largou suas cobras no chão.Soltou sua trança, quebrou o arco-íris.Omulu trouxe o chumbo e o chocalho de guizosLançando a doença pra seus inimigos E Nanã-buruquê trouxe a chuva e a vassouraPra terra dos corpos pro sangue dos mortos

Exus na capa da noite soltaram a gargalhadaE avisaram a cilada pros orixás.Exus, orixás, menino, lutaram como puderamMas era muita matraca pra pouco berro.E lá no horto maldito, no chão do pendura-saia,Zambi menino lumumba tomba na raiaMandando bala pra baixo contra as falanges do mal,Arcanjos velhos, coveiros do carnaval

- irmãos, irmãs, irmãozinhos,porque me abandonaram?Por que nos abandonamosEm cada cruz?- irmão, irmãs, irmãozinhos,nem tudo está consumadoa minha morte é só uma:ganga, lumumba, lorca, jesus...

grampearam o menino no corpo fechadoe barbarizaram com mais de cem tiros.Treze anos de vida sem misericórdiaE a misericórdia no último tiro

Morreu como um cachorro e gritou feito um porcoDepois de pular igual a macacoVou jogar nesses três que nem ele morreu:Num jogo cercado pelos sete lados

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Tô por aí 1975 Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro

Eduardo Gudin Eduardo Gudin, Emi—Odeon

Gantois Tõ sempre por aiVendo que tudo está fora de lugarCom malandro a fim de bulir nomeu gantoisE é por isto queEu tô sempre por aíVendo a mentiraque háTendo que cruzarCom malandro a fim de me engulirSem me garantir no seu patuáE é por isto que não dáÉ melhor lutar do que fugirTem é que parar com isto que tá aiMesmo que voc~e achando que não dáVá querer desistirSó não me deixa o malandro insistirNão deixa a peteca cairQue eu tô sempre por ai

Todo mundo é preto 1980 c Maria Aparecida Martins

Maria Aparecida Foram 17 anos, CID terreiro Todo mundo é preto, CalungaTodo mundo é preto, CalungaTodo mundo é preto, CalungaTodo mundo é preto

Vou chamar no meu terreiroPretas velhas e rei do CongoQuero ver os feiticeiros Cantar e dançar o jongo

Tia Maria rezadeiraDe dia vai caçar tatuÀ tarde plantar bananeiraÀ noite dançar caxambu

Pai Joaquim e Pai ToméVão cantar São SalomãoVou rezar com muita féOração a Pai João

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Tola e sentimental 1983 Gil Gerson Marcia Eu só queria ser, Pointer

macumba Quero lhe falarSobre os meus diasDa roupa no varalLhe revejo agora e comovidaComo quem não te quer maisJá fui tola e sentimentalFiz macumbas e precesMe gastei de rezarE rezar e rezar pra DeusPra que você ficasse onde estáAo meu lado na camaMe gastei de rezarE rezar e rezar pra Deus

Para lhe falarSobre os meus diasDa roupa no varalEu sobre a tua alegriaNo fim do teu carnavalJá fui tola e sentimental

Toque de timbaleiro 1993 Nem Cardoso Timbalada Timbalada, Polygram

orixás, candomblé Toque de timbaleiroSacudindo o mundo inteiroFoi criado na BahiaSaúda os orixásCom a força IjexáCandomblé, reggae, magia

Emba, la, la, láEmba, la, la, Timbalada

Vem com tranças negras lindasToque de timbau, ê, ôTimbalada revitalizaUm brugu

Tranca-Rua 1961 J. B. de Carvalho e Otávio Faria

J. B. de Carvalho 78 rpm, Continental Exu O sino da igrejinha faz (?)(bis)

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Deu meia noite e o galo já cantou

Seu tranca rua que é dono da giraFoi (?) que Ogum mandou (bis)

Três vendas 2000 Siba Mestre Ambrósio Mestre Ambrósio, Mestre Ambrósio Produções e Edições Musicais

terreiro, juremá Bebeu cana nas três vendasEngoliu cobra coral

Não vá lá manoQue os cabra pega você E a cana já tá cortadaNão tem pr’onde se esconder

Vadeia manoEscuta o que eu digo a tuMelhor tá no teu terreiroSambamdo maracatu

Bebeu cana nas três vendasEngoliu cobra coral

Prá ir lá manoEscuta o que eu digo a vocêBeber com a cabocariaMuito macho tem que serPrá pegar na cobra vivaMatar com o dente e comer

Vou chamar minhas cobrinhaDo tronco do juremaSururcucu, cascavé,Salamanta, jiricoá

Bebeu canas nas três vendasEngoliu cobra coral

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Tribal United Dance 1998 Carlinhos Brown Carlinhos Brown Omelet Man, Emi Xangô Sou Matéria eternaSou canibal suculentoÉter now

Co que a terra requebra You are my resurrectionÉter nowBaribira deep deepShakundun shakundum Baribirah

Sábado, Sábado, SábadoSábado, Sábado, Sábado

Quem pode pode Quem não pode se sacodeQuem não pode come e dormeQuem não pode clorofórmioQuem não fode deita e dorme

Nunca vi sapateiro milionárioVagabundo operário a vida de viver

Tenta de tudoLer a mão engole fogoPro filho não se perderÉ "démodé" enfrentar o ordinárioArmadilha de otárioQuem não sabe o que fazer

Um parto massaUm papo legalUm papo federal

Quem pode pode Quem não pode se sacode

Ô, ô, ô, Tribal United Dance

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

Ô, ô, ô, Tribal United DanceÔ, ô, ô, Tribal United Dance

O soul que Xangô mandou Do além raios e trovãoPra comemorarPra comemorar

Tributo aos orixás 1972 Mauro Duarte e Rubem Tavares

Clara Nunes Clara Clarice Clara, Emi—Odeon

orixás, umbanda, candomblé, terreiro

Agô ie, Agô ie, Agô ie , AgôMutambá, MutambáPai maior Onibaba, Agô ie

Agô ie, Agô ie, Agô ie , AgôMutambá, MutambáPai maior Onibaba, Agô ie ( refrão)

Trazidos por navios negreirosdo solo africanoPara o tambor brasileiro (bis)

Os negros, escravos Que entre gemido e lamentos de dorTraziam em seus corações sofridosSeus orixás de féHoje tão venerados no Brasil (bis)Nos rituais de umbanda e candomblé (bis)

Neste terreiro em festaEntre mil adobásPrestamos nosso tributo aos orixásAo rei das matas:( Oke Bandoclim)Ao vencendor das demandas:( Guaru miquã)A (kacaruquai) dos orixásSaruba

A grande guerreira da lei, EparreiNos rios e nas cachoeiras,( Alodê)

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Ao dono da pedreiraA rainha do mar Kawô KawôAo curandeiro das creches , Atotô

Trilaza 1978 Totonho, Alex e Cabral

Totonho Dia a dia, TopTape atabaque, terreiro Trilaza Maria DoceRainha do rio verdeQuero cair nessas águasQuero matar minha sede

Preta dona do reviraDançarina prateadaVenha pro samba de rodaQue você é esperada

Flor que nasce sem sedeNão morre por falta d’águaE você tão inocenteNão fere nem guarda mágoa

Quando toca o atabaqueNo terreiro de chão batidoCoração aliviadoÉ o amor que faz sentido

Os olhos pretos da pretaClareiam que nem candeiaNa dança da sua dançaO meu corpo incendeia

Tristeza e solidão 1966 Baden Powell e Vinicius de Moraes

Baden Powell, Vinicius de Moraes

Os afro-sambas, Companhia Brasileira de Discos

umbanda, babalaô Sou da linha de umbandaVou no babalaôPra pedir pra ela voltar pra mimPor que assim eu sei que vou morrer de amorDe amor

Ela não sabe Quanta tristeza cabe numa solidãoEu sei que ela não pensa

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Quanto a indiferençaDói no coração

Se ela soubesse o que aconteceQuando estou tão triste assimMas ela me condena Ela não tem penaNão tem dó de mimSou da linha da umbandaVou no babalaô

Pra pedir pra ela voltar pra mimPorque assim eu sei que vou morrer De amor

Trópico Banana 1988 Bell e Wadinho Marques

Chiclete com Banana Tambores Urbanos,Continental

??? Na mistura da corTabuleiro de damasNo gingado nagôTrópico bananaIê, iê, agita BrasilMistura da corA crença na figaNo deus do amorOlha o samba daquiVeja o frevo dobradoDo Oiapoque ao ChuíUm swing levadoChegueiBota lenha no fogoE não deixa apagarSegure a moringaSe cair vai quebrarNairê olaraiôNairê olaraiôTem feitiço IpanemaNo sol que nos queimaSacode êh Bumba-meu-boiTem o dengo da fêmea

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Morena tempero de corFluindo esse amor

Tu és Olodum 1992 Sílvio e Guio Olodum A música do Olodum (Banda Reggae), Continental

Olodumare Oh! Divino OlodumTu és o rico fruto desta terraQue luta para o bem comumE diz sim à pazE não à guerraTu és maravilha simComo toda a imensidão do marNo dia lindo tu és luzQue conduz todo o povo a te amarÊ, ê ê, ê ê êOlodum Deus dos deuses reinaráÊ ê ê aSalve Olodumaré Olodum JahA persistência o OlodumA sobrepuja um canto em sociedadeResplandecentemente levando a paz à humanidadeNo alvorecer do diaO sol se propaga a brilharConduzindo a energiaQue em cada ser fará cantarÊ, ê ê, ê ê êOlodum Deus dos deuses reinaráÊ ê ê aSalve Olodumaré Olodum Jah

Tuaregue e Nagô 1993 Lenine e Bráulio Tavares

Lenine e Suzano Olho de Peixe, Velas ritos e mistérios nagôs

É a festa dos negros coroadosNum batuque que abala o firmamento;É a sombra dos séculos guardadosÉ o rosto do girassol dos ventos.

É a chuva, o roncar de cachoeirasNa floresta onde o tempo toma impulso:É a forca que doma a terra inteiraAs bandeiras de fogo do crepúsculo.

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Quando o grego cruzou GibraltarOnde o negro também navegou,Beduíno partiu de DacarE o viking no mar se atirouUma ilha no meio do marEra a rota do navegador:Fortaleza, taberna e pomarNum país Tuaregue e Nagô

É o brilho dos trilhos que suportamO gemido de mil canaviais;Estandarte em veludo e pedrariasBatuqueiro, coração dos carnavaisÉ o frevo a jogar pernas e braçosNo alarido de um povo a se inventar;É o conjunto de ritos e mistériosÉ um vulto ancestral de além-mar.

Quando o grego cruzou GibraltarOnde o negro também navegou,Beduíno partiu de DacarE o viking no mar se atirou.

Era o porto para quem procuravaO país onde o sol vai se pôrE o seu povo no céu batizavaAs estrelas ao sul do equador.

Tumba moleque 1981 G. Martins e Everalo da Viola

Dicró O professor, Continental

despacho, feitiço, guia

Tumba moleque olha tumbaTumba calunga

Foram na encruzaE botaram um despachoPra me derrubarMas chegou o lixeiroE levou o feitiço pra outro lugar

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A garrafa de cana da encruzilhadaO mendigo bebeuA galinha preta que estava na encruzaO cachorro comeu

Tenho uma guia de açoNão sei o que faço para batizarTô com meu corpo abertoTem nego esperto querendo fechar

Mas o meu santo é forteEle luta capoeiraPra dar um pau nessa genteQue quer ver minha caveira

Tyson free 1993 Fred Nascimento, Fausto Fawcett, Alexandre Agra e L. Kurban

Sublimes Sublimes, Columbia Xangô Free! Free!Mike Tyson free!Uppercut!Free! Free!Mike Tyson free!Knock downFree! Free!Mike TysonJab! Jab!Free! Free!Mike Tyson free!Knock out!O poeta do boxe animal foi seduzido/ foiFoi iludido/ foiSacaneado/ foiPor uma mulataça venenosaDo sexo amor interesseiroO sofrido boxer vingativo da vidaSacaneado/ foiFoi iludido/ foiFoi engolido/ foiComeu a maçã da Eva negativa foi expulsoDo paraíso do dinheiro

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Do paraíso da famaDo paraíso da granaDo paraíso do luxoDo paraíso do sexoPor uma gostosona sofridaVingativa da vidaAncestral mulataDa estirpe messalinaComeu, comeu e prendeuO poeta do boxe Xangô!O poeta do boxe troglô foi seduzidoPor uma fulaninha poetaDo sentimento mulherzinhaIrresistível vampIrresistível vamp comSangue de conhaque lua preta no olharDa fulaninha poetaDo sentimento mulherzinhaSacaneado, seduzido, iludidoO poeta do boxe troglôO poeta do boxe animalPreparando o quê na cadeia?Sonhando o quê na cadeia?O poeta do boxe animalAgora tá batendo na cadeia!Agora tá batendo na cadeia!Agora tá sonhando o quê na cadeia?Quando sair o quê vai ter?O quê ele tá pensando na cadeia?

Ubirajara 1972 Sussu Sussu Preto Velho, Tropicana

caboclo, Oxóssi Ubirajara quando chegouNão temeu a caboclo nenhumUbirajara é caboclo bravoNão temeu a caboclo nenhum

Edimundo, velho EdimundoEu me cahmo UbirajaraMeu pai Oxóssi é guardião

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Do outro mundo

Um rolé pelo Brasil 1998 Pierre Onassis Companhia do Pagode

Psiu Psiu, Polygram axé Passeando pelas terras de Minas GeraisUai, uai, uai, uaiEm São Paulo que agito, que agito, que coisa gostosaTô louco meuTô louco meuPasseando em Porto Alegre, como eu adoreiBa tchê, tri legalBa tchê, tri legaltchê, tchê, tchê, tchê, tchêtchê, tchê, tchê, tchê, tchêE a Bahia, que é porreta, terra do axéE aí rei, qual é?E aí rei, qual é?Rio de Janeiro que é maneiro e tem sangue bomOlha o funk, demorouOlha o funk, demorou, amorOlha o funk, demorouOlha o funk, demorou, amorEsse é meu Brasil, só tem gente boaSolte o corpo, caia na dançaMas não fique à toaÊ, lelê, laiáÊ, lalaiá, lalaiá, lalaiá, lalaiáEsse samba não pode parar

Uma História de Ifá 1990 Rey Zulu e Tropicalia Ytthamar

Margareth Menezes Elegibo Candomblé, Elegibo, Ifá

Elegibo, cidade encantadaElegibo, sua majestade realAraketu ritual do CandombléExalta as cidades de Ketu e SapéFerido vingou-se o homemUtilizando seus poderesPassaram-se anos difíceisSofreram muitos seresOs vassalos ficaram sem pastoA fauna e a flora não brotavam maisAs mulheres ficaram estéreis

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A flor do seu sexo não se abrirá jamaisEle, Ele

Ele, Ele, ElegiboElegibo, Elegibo Ele, EleEle, Ele, ElegiboElegibo, ElegiboCidade reluzente (Elegibo)Cidade fluorescente (Elegibo)Cidade reluzente (Elegibo)Cidade fluorescente (Elegibo)

Os guerreiros lutaram entre siCom golpes de vara, era o ritualDurante várias horasTravou-se batalhas entre o bem e o malDepois retornaram com o reiPara a floresta sagradaOnde comeram a massaDe inhame bem passadaOnde será comida por todos os seusNegros homens em comunhão com DeusEle, Ele

Ele, Ele, ElegiboElegibo, Elegibo Ele, EleEle, Ele, ElegiboElegibo, ElegiboCidade reluzente (Elegibo)Cidade fluorescente (Elegibo)Cidade reluzente (Elegibo)Cidade fluorescente (Elegibo)

Elegibo, cidade encantadaElegibo, sua majestade realAraketu ritual do CandombléExalta as cidades de Ketu e SapéFerido vingou-se o homem

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Utilizando seus poderesPassaram-se anos difíceisSofreram muitos seresOs vassalos ficaram sem pastoA fauna e a flora não brotavam maisAs mulheres ficaram estéreisA flor do seu sexo não se abrirá jamaisEle, Ele

Ele, Ele, ElegiboElegibo, Elegibo Ele, EleEle, Ele, ElegiboElegibo, ElegiboCidade reluzente (Elegibo)Cidade fluorescente (Elegibo)

Uma história de luxúria e vaidade

1996 Paulinho Imprensa, Robertinho da Tijuca e Gui Caçula

Mocidade Alegre Sambas enredo Escolas de Samba de São Paulo 96Velas

??? Hoje, eu vou enfeitar o pavãoQuerida, bonita, cheirosaEu sou a talMocidade, alegria, carnavalFoi o homem que inventouNa pré-históriaHavia mulher de montãoPra conquistar bravo guerreiroA beleza virou arma da seduçãoVênus, NarcisoAfrodite e DianaSão beldades da cultura greco-romanaOrayêyêô Oxum, linda divindade africanaCorte de Luiz XV, orgiasNinguém sabia quem era de quemBem antes disso, Rei SalomãoMontou seu primeiro harémCaminhada, malhação Colesterol "tô fora" prejudica o coraçãoSou geração saúdeEm busca da eterna juventudeQuero ver, quero ouvir meu povo cantar

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Minha escola exalando o perfume no arNa morada do samba, plantei minha raizQuando estou no Limão: eu sou feliz!

Uma noite em Hong Kong 1990 Roberto de Carvalho, Júlio Barroso e Tavinho Paes

Rita Lee Rita Lee e Roberto de Carvalho, Emi

Ogum A loura lamê é o pecadoDelfim dourado uma sereia néonA nissei um sashimi decoradoPapiro fino com sabor de bombom

A ruivinha pede um drink geladoUm Bloody Mary pra uma cena de amorSardas pintadas pela pele suadaNa nuca o halo de um anjo em flor

Foi uma noite em Hong KongCheia de luz negra e frissonDançando à noite em Hong KongO coração batendo é um som

A negra é uma pantera africanaSorriso solto cintilando o marfimA nativa, uma índia ciganaEva nua, possuindo jardins

A morena é São Paulo na veiaCurvas, estradas, louca Fórmula UmA mulata vem com a luz cheiaOuço tambores num ponto de Ogum

Unicamente 1997 D. Blando, Repolho, A. Levin, C. Celli e G. Grody e E. Baptista

Deborah Blando Unicamente, Emi—Music

Iemanjá Vem sentir a era das águasO velho tempo terminouSomos filhos da mãe naturezaVentre do total amor

Segue essa história Dada de AtlantesTodo o começo é caos

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A raça humana Eterna mutante Nasce no plano astral

Raiou o solQue haja luz no novo diaApós a fé É a sombra que te guiaEu vou buscar No silêncio do teu marLinda sereiaOdoiá Iemanjá

Nas ondas que lavam a terraVem tecendo uma espiralTom sereno que pulsa no mantraDo teu canto sideral

Deusa da fonte, rede giganteEspelho do eterno altarToda a visão do vôo distanteSonho pra nos lembrar

Raiou o solOlha o mar que alegriaSentir você É viver em harmoniaEu vou buscar Pedras brancas pra te darLinda sereiaOdoiá Iemanjá

Vem sentirSomos divinosGrão de areia da razãoNo seu corpoUnicamenteEscolhemos freewill zone

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Esse é o motivoCerto destino O tempo é uma ilusãoÍris da noiteEla revelaPróxima dimensão

Raiou o solOlha o mar que alegriaSentir você É viver em harmoniaEu vou buscar Pedras brancas pra te darLinda sereiaOdoiá Iemanjá

Upa neguinho 1966 Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri

Elis Regina disco compacto simples, Philips

ziquizira (feitiço) Upa neguinho na estradaUpa pra lá e pra cáVirge que coisa mais lindaUpa neguinho começando andarUpa neguinho na estradaUpa pra lá e pra cáVirge que coisa mais lindaUpa neguinho começando andarComeçando andar, começando andarE já começa aporrinhar Cresce neguinho e me abraçaCresce e me ensina a cantarEu vim de tanta desgraçaMas muito te posso ensinarMas muito te posso ensinarCapoeira, posso ensinarZiquizira, posso tirarValentia, posso emprestarMas liberdade só posso esperar

Urucubaca miúda 1920- Marcelo Tupinambá Bahiano 78 rpm, Odeon feitiço ???

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Utopia 1990 Arnaldo Brandão e Tavinho Paes

Hanoi-Hanoi O ser e o nada, Emi candomblé Por querer o poderVivem os atrevidos que não têm nome

Pra querer tem que terUm desejo desafinado o homem

Sem poder pra quererNão vai ter depois nem teve antes

Sem querer o poderTudo que ta bem perto fica distante

Os comunistas donos de um barcoA direita chique toda no bordelAté a polícia vai ser gente fina

Quando alguém for felizPorque é

Os bóias-frias vão ter boa vidaLá na igreja vai ter candombléTodas as coisas vão ter mais-valia

Os rejeitados vão ter outra chanceOs impotentes vão sentir tesãoAté loucura vai fazer sentido

Quando alguém for feliz...

Os traficantes terão seu aprtidoOs missionários, boas intençõesOs assalantes serão distraídos

Quando alguém for feliz...

Vá baixar em outro terreiro 1945 Ataulfo Alves e Ataulfo Alves e suas Vá baixar noutro terreiro

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Raul Marques PastorasVocê quer é movimentoVocê quer é confusãoComigo nãoComigo nãoVá baixar em outro terreiro irmão

Esse é o talQue é do contra de verdadeQue condena a mocidadeDivertir no carnavalSujeito pauVenenoso e mal amigoAproveite o que lhe digoVá se embora bobalhão........comigo nãoVá baixar em outro terreiro irmão

Vamos saravá 1930-9

João da Baiana João da Baiana e seu Terreiro

Saravá Yemanjá, Philips

Iemanjá, Olorum Você yaba, você yabaAgô queloquéVamos saravá Yemanjá

Vamos saravá, minha genteVamos saraváA mãe Yemanjá, rainha do mar

Cadê o tabaqueCadê o afoxéCadê o agogô, minha genteOgan queloqué

Eu pedi malemiA coqueloquéMamãe respondeuOlorum daqué axé

Catendê oroviCatendê orogue? eaô

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Mamãe ?

Vanju Concessa 1996 Carlinhos Brown Carlinhos Brown Alfagamabetizado, Emi

Xangô, Ogum Dó CapiauBeja, Veja se ela ircom manuca XularVê Xangô em dona PretaQue vem do IraráPra dona Nair Dadá dona DidiDionísio e coca-colaNa carroça vai subirPela Rua do Carmelo com Zeca Tupi

Vanju ConcessaDona Brígida, dona BemE dona Damiana tambémJabuticaba é uma jóia Esmeralda é a mulherQuem não fica aqui de estória vá Entra no caminho da hortaPra chegar no chafarizEco ecoou no alto-falante

É festa de OgumTome cem refrigerantesPega palha de dendê Lá em NarbalAreia branca e pitangaPra enfeitar o candial

Vanju concessaDona Brígida, dona BemE dona Damiana também

Traz cabaça Seu meninoVem dizer Como é que joga

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Como joga capoeira Capoeira de angolaVanju concessa

Dona Brígida, dona BemE dona Damiana também

Verão na Bahia 1988 Moraes Moreira e Zeca Barreto

Moraes Moreira Baiano fala cantando, CBS

terreiro Sou lá do PelôSou lá do terreiroDo interior de toda BahiaEu souLiberdade éApartheid nãoPuro sentimentoViolência nãoOnde me encontroNa felicidadeSou dessa cidadeSou dessa naçãoNão, não vou me emboraSei que ainda é cedoVou perder a horaNo relógio de São PedroVem me ver na BahiaNo verãoOnde mora a alegriaNessa estação

Verdade 1996 Nelson Rufino e Carlinhos Santana

Zeca Pagodinho Deixa clarear, Polygram

mandinga Descobri que te amo demaisDescobri em você minha pazDescobri, sem querer, a vidaVerdade

Pra ganhar seu amor fiz mandingaFui à ginga de um bom capoeiraDei rasteira na sua emoçãoCom o seu coração fiz zoeira

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Fui à beira do rio e vocêUma ceia com pão, vinho e florUma luz pra guiar sua estradaA entrega perfeita do amorVerdade

Descobri que te amo demaisDescobri em você minha pazDescobri, sem querer, a vidaVerdade

Como negar essa linda emoçãoQue tanto bem fez pro meu coraçãoE a minha paixão adormecida

Teu amor meu amor incendeiaNossa cama parece uma teiaTeu olhar uma luz que clareiaMeu caminho tal qual lua cheia

Eu nem posso pensar em te perderAi de mim, se esse amor terminarSem você minha felicidadeMorreria de tanto penarVerdade

Verdade aparente 1976 Gisa Nogueira Gisa Nogueira Gisa Nogueira, Emi—Odeon

despacho Pra quem gosta de cachaçaToma whisky muito caroPra quem diz que é do subúrbio“Luna Bar” fica distantepra quem prega a todo instante a justiça socialta ganhando muita grana e investindo o capitalÉ melhor deixar de extremos que já está pegando mal

Que verdade é essa que você conta pra genteNa verdade a verdade é geralmente aparente

Você me diz que detesta ser notícia de jornal

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Mas quando vê jornalista fica perto e coisa e talDita as regras do jogo, mesmo sem saber jogarFreqüenta escola de samba mas só curte a classe “A”Bom crioulo só tem vez quando for pra impressionar

Que verdade é essa...

Critica, implica e explicaEnreda, remeda e consertaAgita, atiça e fuxicaFutrica, complica, intriga e entregaManobra a obra e cobra os louros daquilo que você não fezVocê parece com cobra que ataca de bote e mata de vez

Que verdade é essa...

Acende uma vela pra DeusE uma outra pro diaboAos domingos vai à missaSexta-feira faz despachoDiz que o feijão ta caroMas só come feijoadaTeu problema é de fachadaÉ de cara mascaradaTa sempre em cima do muroEsperando uma virada

Que verdade é essa...

Viagem de jangada 1970 Tião da Roça e Antonio Andrade

Elza Soares Nos braços do samba, Tapecar

Mãe d’Água (Iemanjá)

Vai, jangadeiro vaiVai, jogar rede vai pro marJangadeiro vai(bis)

Pois o mar é sua vidaSua terra o seu chãoÉ do mar que ele tira

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Todo dia o seu pãoVai pro mar leva saudadeDe alguém que a chorarNa hora da despedida Só lhe pede pra voltarJangadeiro

Vai, jangadeiro vaiVai, jogar rede vai pro marJangadeiro vai(bis)

Ele sabe que na praiaTem alguém a lhe esperarQue mistura os seus prantosCom os prantos do marSuas preces e pedidosA mãe d’agua atendeuE assim seu jangadeiroO mar bravo devolveu

Vai, jangadeiro vaiVai, jogar rede vai pro marJangadeiro vai(bis)

Ele volta radianteNa jangada tem su pãoTraz riqueza pra mariaE amor no coraçãoJangadeiro

Vai, jangadeiro vaiVai, jogar rede vai pro marJangadeiro vai(bis)

Vibram os atabaques 1959 Henrique Gonçalez Honório Santos 78 rpm, Polydor Omolocô, Oxum, ?

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Oxumaré Aieie mamãe OxumAieie Oxumaré(bis)

Vida de artista 1991 Oswaldo Montenegro

Oswaldo Montenegro Vida de artista, Som Livre

Iansã Na vida sou passageiroEu sou também motoristaFui trocador motorneiroAntes de ascensoristaTenho dom pra costureiroPara dactiloseopistaCom queda pra macumbeiroTalento pra adventistaAgora sou mensageiroAlém de paraquedistaÀs vezes mezzo engenheiroMezzo psicanalistaTregeito de batuqueiroA veia de repentistaJá fui peão boiadeiroFui até tropicalistaOutrora fui bom goleiroHoje sou equilibristaDe dia sou cozinheiroÀ noite sou massagistaSou galo no meu terreiroNos outros abaixo a cristaMe calo feito mineiroNo mais vida de artista

Vida de artista 1998 Itamar Assumpção Itamar Assumpção Pretobrás, Atração macumbeiro Na vida sou passageiroEu sou também motoristaFui trocador motorneiroAntes de ascensoristaTenho dom pra costureiroPara dactiloseopistaCom queda pra macumbeiroTalento pra adventistaAgora sou mensageiro

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Além de paraquedistaÀs vezes mezzo engenheiroMezzo psicanalistaTregeito de batuqueiroA veia de repentistaJá fui peão boiadeiroFui até tropicalistaOutrora fui bom goleiroHoje sou equilibristaDe dia sou cozinheiroÀ noite sou massagistaSou galo no meu terreiroNos outros abaixo a cristaMe calo feito mineiroNo mais vida de artista

Vim sambar 1996 João Bosco, Casaco e Aldir Blanc

Aldir Blanc Aldir Blanc — 50 anos, Alma

Mãe Menininha do Gantois, despacho

Areia branca, água escura, Abaeté...Ô, Bahia,Cai na rede vira peixe,Carangueijo peixe é,É ou não é?Azul-marinho, Pelourinho, Nazaré...Ô, Bahia,Todo dia é dia santo,Todo santo leva fé.Ô, Bahia,Da Boca do Inferno,Oi, suor, bundum,Da ave de Krishna, dos urubus,Das guias, das aias, vaiasAi, Águia de HaiaDepenada pro xinxim das citações,Sons de orações pelo Bonfim.Uma doença de quem dá pra vadiar...Ô Bahia,Vou pedir pra MenininhaTe levar pro Gantois - eu? - Que é pra abençoar,

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Falsa baianaQue requebra sem quebrar...Ô Bahia,Terra à vista, alto mar,Falta pouco pra chegar.BahiaDo gol de Beijoca, oi,Que mata um,Estardalhaço, oi, Cafarnaum,De farda e fardão,De camisola de dormir,Só no despachoO campeonato acaba empate,Sabedoria e disparateQualquer coisinha,Você queira desculparÔ, Bahia,Não demoro pra voltarVou ali e volto já.

Visceral 1999 Paulo Vasconcelos, Junior Vasconcelos e Marcos Rodrigu

Banda Eva Ao Vivo — II, Globo—Polydor

Ogum Bragadá passou e abriu caminhoBragadá chegou, não fique sozinho

O som é forteO peso da percussãoVisceral ou cibernéticoBragadá é porradãoGuerreiros da músicaOgum de proteçãoUma tribo mascaradaCom força no coração

Vou láBragadá já vai passarVá que é coisa boaVai fazer você dançar

Vamos mergulhar nesse swing

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Titulo Ano Autores Cantor Disco Referencias Letra

E fluir no bragadá

Olha que já tá pegando fogoLá no som do bragadá

Visite o terreiro 1958 Edgard Ferreira Ari Lobo 78 rpm, Victor Ogum, Orixalá, umbanda

Você vá à Bahia,Visite o terreiro de Maria OrixaláLeve incenso e cravo branco, Pra jogar num mar de encantoAntes de desembarcar.

Os que falam é porque não conhecem a razãoDa Bahia do meu coração,Levou o grande São Jorge Guerreiro,Do Senhor do Bonfim padroeiro,E os filhos da grande nação,Levou Ogum a fazer sua oração,Rezar e curar para o mundo inteiro.

Vá à Bahia pra você ver como é,Que vive os irmãos de fé,Da grande lei de Orixá,Você vê o Ogum baixar,Prega a lei do amor que pregou Nosso Senhor,Você vai acreditar pois tem fim o seu azar,Você vai viver feliz,O terreiro é umbanda e lá se dizO presente, o passado e o futuro,Por isso, amigo, que eu juro,Filho de Santo você vai se tornar

Vitamina ser 1998 Carlinhos Brown Carlinhos Brown Vitamina ser (single), Emi

Oxum Pente escova de denteRemédio pra gripe lavanda e sabãoPra andar no sonho dela com os pés na multidãoPente escova de denteRemédio pra gripe lavanda e sabãoPra deitar no sonho dela em lençol de papelão

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Boulevard dos alquimistasBoulevard do tamborimBoulevard vai ser possívelBoulevard do teu sorrir

Me lava pra junto delaNinguem adocica sóCom ela no sonho delaOxum by me, Oxum by meOxum by me, Oxum by meMaré bela doce verãoMaré bela doce verão

Me leva pra delaCom minha doce cançãoComo é lá no sonho delaOxum by me, Oxum by meOxum by me, Oxum by meMaré bela doce verãoMaré bela doce verão

Viva o rei nagô 1981 Armandinho e Moraes Moreira

Dodô e Osmar Incendiou o Brasil, Elektra

orixás Viva o Rei NagôNo mundo da fantasiaNa mão o seu agogôNo coração da BahiaPerdãoPedir a todos os orixásPerdãoUsar seu santo nomeEm vãoTem jeito nãoTem nãoÉ quando o povo é tomadoPor uma grande loucuraE do profano e sagradoFaz a mais viva mistura

Você diz que é baiana 1949 Raimundo Olavo e Roberto Silva 78 rpm, Star Xangô Você diz que é baiana,

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Elpídio Viana Que é filha do samba,E o samba lhe criou,E tem grandes medalhasQue na roda do samba,Sambando ganhou.

Como você eu vim ao bailePorque você mesma me chamou,Dance o samba direitoPorque essa dança não é de Xangô,Não, não,Ai, não é de Xangô.

Vê se faz o que eu faço,Não fique parada pra eu não lhe pisar,Vê se mexe as cadeiras,Não fique bobinha pra eu não lhe vaiar.Pelo que eu estou vendo,Nós vamos sofrer uma decepçãoVeja o fiscal do baileQuerendo nos tirar do meio do salão!

Você foi fazer feitiço 1949 Raimundo Olavo e J. Kleber

Roberto Silva 78 rpm, Star canjerê, feitiço Você foi fazer feitiço pra que eu goste de você,Perdendo tempo e dinheiro procurando um canjerê,Seu feitiço não pegou e você perdeu pra mim,Ai, tenho meu corpo fechado pelo Senhor do Bonfim.Se você tivesse força, talvez me intimidasse,Você se enchia de glória se o seu feitiço pegassePerdeu seu tempo bem sei e não sabe porque é:Eu tenho aqui da Bahia uma figa de guiné, pois é!

Vou botar seu nome na encruzilhada

1976 Sônia Amaral e Bentana

Lincoln Lincoln, Emi—Odeon

encruzilhada, marafo, Xangô

???

Vou botar seu nome na macumba

1995 Zeca Pagodinho e Dudu Nobre

Zeca Pagodinho Samba pras moças, Polygram

macumba, patuá, feitiço

Eu vou botar teu nome na macumbaVou procurar uma feiticeiraFazer uma quizumba pra teDerrubar

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Oi, IaiáVocê me jogou um feitiçoQuase que eu morriSó eu sei o que sofriDeus me perdoe, mas eu vou me vingar

Eu vou botar teu retrato Num prato com pimentaQuero ver se você 'güenta'A mandinga que eu vou te JogarRaspa de chifre de bodePedaço de rabo de jumentaTu vais botar fogo pela ventaE comigo não vai mais brincar

Asa de morcegoCorcova de camelo pra te DerrubarUma cabeça de burroPra quebrar o encanto do seuPatuáOlha, tu podes ser forteMas tens que ter sortePara te salvarToma cuidado, comadreCom a mandinga que eu vou te jogar

Vovô cantou pra subir 1986 Roxinho e Alicate de Niterói

Bezerra da Silva Alô malandragem, maloca o flagrante, RCA

Aruanda Vovô cantou pra subirQuando o dia clareouOlha o lembreteQue você deixouVocê diz que tá formosoMas está na corda bambaVocê engana todo mundoMenos o povo de aruandaVocê ia ser punidoVovô pediu por você

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Se continuar pisandoAí o couro vai comerCaridade não se paga Você sabe muito bemMédium que cobra consultaNão pode ajudar ninguémÉ igual aquele que vendeu CristoO homem de JerusalémGuarde sempre este lembreteE deixe de armação Vovô não quer ver seu burroDando volta em seus irmãos

Vovô Tira-Tira 1990 Pedro Butina e Guilherme do Ponto Chic

Bezerra Da Silva Eu não sou santo, RCA

congá, caô-caô (Xangô)

Aperta umQue vovô tira-tira pintou no gongáE sem dá doisVovô não pode trabalhar

Tira-tira é caô-caôE tira onda adoidadoTira roupa do vestidoTira alma do peladoTira você de perto de DeusE deixa junto com o Diabo

Apeta um...

Tira todos os pertencesDe quem nele leva féTira o sossego do casalE faz a cabeça da mulherPra botar chifre no maridoE depois deixa ela a pé

Aperta um...

Tira você de uma boaTira sua inspiração

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Tira tudo do seu bolsoTira até sua razãoEle só não tira caçapaPorque detesta camburão

Aperta um..

Voz do coração 1979 Zaca Barreto e Patinhas

Pepeu Gomes Na terra a mais de mil, Elektra

Iemanjá Sempre me pediaConte a história do amor pra mimLogo me diziaAmor é fruto do suor meu bemAcarajé na barrigaUm mergulho no marEm cada sol de Ipanema Em cada beijo de cinemaLá dentro de Iemanjá

Sempre perguntandoSe o amor tem fimNão teve fimNão teve nãoÉ sim, sim, simA voz do coração

Xangô 1956 Raul do Vale Edson Lopes 78 rpm, Odeon Xangô ???

Xangô 1965 domínio popular, adaptação de Heitor Villa-Lobos

Cristina Maristany e Alceu Bocchino

Heitor Villa-Lobos, Canções típicas brasileiras, Odeon

Xangô Xango! Ole gondile olala...Gon gon gon gondila!Xango! Ole gondile oleleGon gon gon gondile!

Xangô 1968 domínio público Orquestra Afro-Brasileira

Orquestra Afro-Brasileira, CBS

Oxalá, Xangô ???

Xangô 1990 José Miranda e Roberta Miranda

Roberta Miranda Roberta Miranda, Continental

Xangô Maré ôOdoiáÉ nagô é Xangô é justiçaNavegou me marcou

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Com a espada de luzFez a minha cabeça justiçaQuem quiser duvidarNão se assuste quando Xangô rasgarO céu de anilQuando a espada de lutaPousar na consciência é tudo ouNada que irá gritar por nósSe uniu com as forças ocultasQue o mundo quis verE ninguém viu... ditou regrasSe fez respeitar qual um raioMe assumiu, me deu forças, Rasgou minha estrada de luta E partiu

Xangô Alafim 1960-9

Rossini Pacheco e Nelson Riveira

Cléber Figueiredo 78 rpm, Repertório Xangô ???

Xangô rolou a pedra 1960 J. M. Alves Luizito Peixoto 78 rpm, Philips Xangô ???

Xangô, o vencedor 1976 Ruy Maurity e José Jorge

Ruy Maurity Nem ouro, nem prata, Som Livre

Pai Xangô Por detrás daquela serra,Tem uma linda cachoeira!É de meu pai Xangô!Que arrebentou sete pedreiras!

Foi água nascendo na fonte e espinho na flor!Do seu medo escondido nasceu a coragem de ser vencedor.Punhal na mão, no peito um escudo mais fiel,de quem na terra concebeu o céu!

São sete pedreiras que ele aprendeu a quebrar,na faísca da furia, no raio da chuva à luz do luar!Lavou o corpo com o vinho amargo do suor,e fez do proprio bem, de todos os males, talvez o menor!

Xangô, o vencedor 1977 Ruy Maurity e José Os Maneiros Samba preferência Xangô Por detrás daquela serra,

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Jorge popular, AMC—Beverly—Copacabana

Tem uma linda cachoeira!É de meu pai Xangô!Que arrebentou sete pedreiras!

Foi água nascendo na fonte e espinho na flor!Do seu medo escondido nasceu a coragem de ser vencedor.Punhal na mão, no peito um escudo mais fiel,de quem na terra concebeu o céu!

São sete pedreiras que ele aprendeu a quebrar,na faísca da furia, no raio da chuva à luz do luar!Lavou o corpo com o vinho amargo do suor,e fez do proprio bem, de todos os males, talvez o menor!

Xangô, rei da pedreira 1963 J. M. Alves Maria Helena 78 rpm, Chantecler Xangô, Umbanda, Saravá

Bati a cabeça pra meu pai XangôQue lá da Aruanda me abençoou(bis)O pai Xangô, é o chefe é o rei da pedreira(?) na umbanda vem abençoarCom sua luz, e sua missão justiceiraFilhos de fé, sarava pai Xangô sarava(bis)

Yá Olokum 1991 Monica Millet e Fred Vieira

Gilberto Gil Parabolicamará, WEA

Olocum Ribeira eu peço licençaPara as águas do mar, OlokunOs destinos brilhando num só OlokunYê Olokun, Yá Olokun

São pontos de areiaOs destinos brilhando num só OlokunYê Olokun, Yá Olokun

As águas salgadasOs homens sujaram o mar OlokunYê Olokun, Yá Olokun

Vamos salvar o dique do Tororó

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Bahia de todos os santosSol areia, ea, ea, ea

Perpetuar aqueles que nos dãoA maré vazia e também a maré cheia

Yabakekê 1997 ??? ??? Mãe Maior Oxalá, Iemanjá, Xangô

A força que vem do mar não evoca se você não acreditar ouFingir que não vêVocê tem que crer, tem que se entregarTem que oferecer e tem que navegarYabakekê Yabakekê babáYabakekê somos filhos de OxaláYabakekê Yabakekê babá somos filhos de IemanjáNós vestimos branco para vos saldarVestimos azul para lhes ofertarToda nossa vida todo nosso amor oh mãe Iemanjá,Oh meu pai XangôYabakekê Yabakekê babá Yabakekê somos filhos de IemanjáYabakekê Yabakekê babáYabakekê somos filhos de Oxalá

Yansã, Mãe Virgem 1973 Mateus e Dadinho Os Tincoãs Os Tincoãs, Jangada/Emi—Odeon

Iansã Yansã, mãe virgemDos cabelos lourosEla desceu do céuNum cordel de ouro

Yansã, mãe virgemDeusa que nos socorreSentada na pedraPra ver se o rio não corre

Chegou a seca no norteO povo romeiro em precePede cantando à deusa dos astrosQue chuva lhes desseÀ deusa dos astros

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Que chuva lhes desse(2x)

À deusa dos astrosQue chuva lhes desseÀ deusa dos astrosQue chuva lhes desse

Yaô 1988 Pixinguinha, Gastão Viana

Batista Jr. Alma Negra Terrero, Ogum, Oxalá, Iemanjá, Macumba, Oxóssi, Nanam, Nanam Burocô, saravá

Akicó no terreroPelú adiêFaz inveja pra gente Que não tem mulhé

No jacutá de preto véioTem uma festa de YaôTem filha de Ogum, de OxaláDe IemanjáMucamba de Oxóssi caçadorOra viva NanamNanam Burocô

Yaô...YaôNo terrero de preto véio YayáVamos saraváAquem, meu pai?Xangô

Yaô 1992 Pixinguinha, Gastão Viana

Beth Carvalho Pérolas Terrero, Ogum, Oxalá, Iemanjá, Macumba, Oxóssi, Nanam, Nanam Burocô, saravá

Aqui có no terreiroPelú adiéFaz inveja pra genteQue não ten mulher

No jacutá de preto velhoHá uma festa de Yaô

Ôi tem nêga de OgumDe Oxalá, de Iemanjá

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Mucama de Oxóssi é caçadorOra viva Nanã Nanã borocô

Yô yôoYô yôo

No terreiro de preto velho iaiáVamos saravá (a quem meu pai)Xangôo

Yaô Africano ??? Patricio Teixeira; Pixinguinha 78 rpm Ogum, Oxalá, Iemanjá, Nanã, Oxossi, Xangô.

Aqui có no terreiroPelú adieFaz inveja pra genteQue não tem mulher (Bis)No jacutá de preto velhoHá uma festa de yaô (Bis)Ôi tem nêga de OgumDe Oxalá, de IemanjáMucama de Oxossi é caçadorOra viva NanãNanã buruku (Bis)Yô yôoYô yôooNo terreiro de preto velho iaiáVamos saravá (a quem meu pai?)Xangô!

Yaô, cadê a Samba 1990 Campolino e Tio Hélio

Zeca Pagodinho Mania da gente, RCA iaô, curimba, firmar cabeça, mãe-pequena, cambono

Ô yaôYaô, cadê a samba?Está mangando na curimbaEstá mangando na curimba

Samba firma cabeçaPra evitar o falatórioPra assitência não dizerQue tens cabeça de oratório

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Mãe Pequena me conheceNão sou de vacilãoNão pode beber cachaçaNem deve cuspir no chão

Cambono fica na minhaQue eu vou ficar na suaVamos pedir segurançaPra falange lá da rua, yaô

Uaô, cadê samba?Está mangando na curimba

Yaô-San 1997 Péri e Aninha Franco

Vânia Abreu Pra mim, EastWest Yaô Eu quero ser tua gueixaDeixa, deixaComida versos, amorE posso ouvir tuas queixasDeixa, deixa ser tua gueixa nagôHei de servir a comidaTe servir a bebidaDizendo versos bashôHei de espantar os mosquitosCom bons incensos e ritosTe refrescando o calorEu quero ser tua gueixa, deixa, deixaA tua gueixa nagôVou te abanar ventarolas, tua Yaô-San de AngolaA tua deixa, a tua queixaGueixa nagô, Yaô-San

Yemanjá 1955 Paulo Ruschel Ely Camargo Canções de minha terra, Chantecler

Iemanjá ???

Yemanjá 1955 Ruy Rey Ruy Rey e sua Orquestra

78 rpm, Continental Iemanjá ???

Yê-melê 1969 Luiz Carlos Vinhas Maria Bethânia Maria Bethânia, Iemanjá Yê-mele, ari, ará, yê-mele, ará

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e Chico Feitosa Odeon Yê-mele, ari, ará, canto de IemanjáZauê, zauá, melê, melá, indê, olá, onda do marA rainha, mãe do mar, faz o seu amorSua benção vem me dar e eu dou uma florE eu dou uma flor, e eu dou uma florAlgum dia vai chegar e eu vou ouvirEsse canto de Iemanjá, vai do mar sairZauê...Yê-mele..

Ylê Farol 1990 Carlinhos Brown Chiclete com Banana Jambo, Continental Orunmilá Orumilá aloja forteO vulgo My GodBrother, brother, brother

Para arribar badala, somTimbrado no batuque, Pop, PopVai o rei na rua cuarTan-tan que dengosoTan-tan que dengoso

A moça da cura coraEle é o farolPra minha alma de berçosE lábios carnudosTan-tan que dengosoTan - tan que dengoso

Ylê farolNa linha áurea de guetoSoweto do CuruzuUm tem um, outro outroOutro um temos todosTan-tan que dengosoTan-tan que dengoso1 2 3 Ylê

Aye Aleluya nossaTan-tan que dengoso

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Tan-tan que dengoso

Me amarrei na sua cordaEle é o Farol

Yorubahia 1986 Jorge Portugal e Roberto Mendes

Maria Bethânia Dezembros, Som Livre

Gantois, Orunmilá, alabês

Terno e terno de reisNagôs e malêsJeje ijexáAla dos alabêsAlados ilêsBanto, Gantois,Ruas por onde andeiCantando encanteiEncanto a cantarMenina, me nineiSonhos que sonheiCastelos no arSons dos maculelêsÉ tudo que seiDe tudo que há

Cores de toda corCarnaval e dorCanção popularSigno tradutorDe todo esplendorBeleza sem parLuz da pele, suorReluz ouro em póDo OrunmiláRitmo do agogôBalanço do amor"Na paz do gongá"Flor morena nagôÉ tudo que souÉ tudo que há BahiaIoruba

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Iorubahia

Zabumba de nego 1958 Hervé Cordovil Inezita Barroso Vamos falar de Brasil, Copacabana

Ogum Zabumba de nego começou(bis)(?)E o zabumba faz tremer a terraZabumba de nego começouE o luar vai brilharA pele do negro suou(?)E a noite inteira (?)Bárbaros cânticos ressoamZambumba de nego quer sambarOgum (?)E quando te espanta alvorada, lamentoZabumba de nego terminou

Zé Pelintra 1988 Itamar Assumpção e Waly Salomão

Itamar Assumpção Itamar Assumpção, Continental

Zé Pelintra, jurema, saravá

Zé Pelintra desceuZé Pelintra baixouÉ ele que chegaE parte a fechadura do portão cerradoZé Pelintra desceuZé Pelintra baixouÉ ele quem chamegaQue penetra em cada frestaRompe o cadeadoE quando Zé Pelintra pinta na aldeiaO povo todo saracoteiaAparta a briga feiaÉ no branco alinhadoE quando Zé Pelintra pinta na aldeiaO povo todo saracoteiaCabelo rapuá de brilhantina bezuntadoEle do ovo é a porção gemaBebe suco de juremaResolve impossível demandaHomem elásticoHomem borracha

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Deslisa que nem vaselinaSaravá a sua bandaÉ ele quem abre uma brechaAcende uma mecha no breuNo breu no breuDesparafusa a roscaE seu cavalo sou euZé Pelintra desceuZé Pelintra baixou

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