Apresentação do artigo THREADS: O PROBLEMA DOS LEITORES E ESCRITORES IMPLEMENTADO EM C#
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ESTRATÉGIAS PARA TRABALHAR A TEMÁTICA RECURSOS HÍDRICOS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO A PARTIR DO SUBPROJETO GEOGRAFIA/PIBID/UEPB
Josilândia Evaristo dos Santos Araújo (PIBID\UEPB)
Josandra Araujo Barreto de Melo (Coordenadora da área de Geografia no PIBID\
UEPB)
Giusepp Cassimiro da Silva (Professor Supervisor do PIBID na Escola São Sebastião)
RESUMO O presente trabalho objetiva apresentar as estratégias do projeto de intervenção/colaboração desenvolvido no âmbito do Subprojeto Geografia, no estudo sobre a temática Recursos Hídricos no Semiárido brasileiro. Tal projeto constituiu atividade integrante do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID\UEPB. Foi implementado na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio São Sebastião, Campina Grande PB, na turma do 1º ano D do ensino médio, turno tarde. Inúmeros são os temas a serem trabalhados na educação geográfica nas escolas, no entanto, pretendeu-se com o desenvolvimento deste trabalho, chamar atenção dos alunos sobre a questão hídrica atual, pelo fato da água ser um recurso vital, essencial para a sobrevivência da espécie humana e de todas as outras do Planeta. Tal preocupação advém de que a água é o recurso natural mais abundante na superfície terrestre, porém finito, utilizado das mais diversas formas e tão mal cuidado pela sociedade, apesar de todos os alertas dos meios de comunicação sobre sua importância. O desenvolvimento do tema buscou o conhecimento e a conscientização dos educandos sobre o uso racional da água, ao alertar que, sem água de qualidade, compromete-se não só o desenvolvimento econômico e social, mas também a qualidade de vida da população. Sendo assim, o principal objetivo foi construir estratégias de convivência já que nos localizamos no Semiárido brasileiro, onde há secas prolongadas, por questões climáticas globais, ou períodos de estiagens e chuvas esparsas, que requerem um diferente modo de vida e adaptação ao ecossistema. Nesse sentido, os alunos puderam expressar suas opiniões, fazendo o estudo do meio em que vivem, com pesquisas em jornais, revistas e internet, desenvolvendo a percepção de como são estabelecidas as relações sociais e políticas nesse cenário em que está inserida a população nordestina. De acordo com as informações coletadas pelos alunos, a seca é resultante de características naturais do Semiárido, embora alguns fenômenos que ocorrem em grande escala agravem muito a falta de chuvas na região; também foi possível aos mesmos compreenderem que permanece o descaso com a população e a (re) produção da indústria da seca, desde a colonização; que as políticas públicas que são criadas para combater a escassez beneficiam apenas os grandes fazendeiros. Enfim, embora se trate de um trabalho ainda inconcluso, é de grande empenho e vem aprimorando os conhecimentos dos alunos, no que concerne aos
assuntos correlacionados à convivência com o Semiárido, particularizando as questões hídricas no ensino de Geografia.
Palavras-chave : Ensino de Geografia. Projeto de Intervenção. Recursos hídricos, Semiárido brasileiro.
1. INTRODUÇÃO
Haja vista que nos últimos anos, são constantes as discussões sobre as
mudanças necessárias em diversos aspectos do processo de ensino e aprendizagem,
teoria e prática enfocam a análise sobre a educação Geográfica em suas diversas
dimensões, sabendo-se que a Geografia atual, como disciplina pedagógica tem um
conceito diferenciado da visão restrita e tradicional do passado. Segundo os
redimensionamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Geografia (PCN,
1998), além de tratar do estudo do espaço como lugar onde ocorrem interações entre a
sociedade e a natureza incorporam - se as representações simbólicas que são
construídas e que também interagem com o lugar, o território e as paisagens.
Com esse novo conceito do espaço geográfico, o processo teórico
metodológico da Geografia ganha nova roupagem e visão nos conteúdos, de maneira
que não se pode mais manter-se no tradicionalismo, de um ensino voltado para o
corpo estático de um lugar, se as interações que podem ser produzidas por ele e sua
materialidade para com o ser humano e os demais seres que o compõem podem
refletir na caracterização enquanto ambiente e nas relações que venham a ocorrer
dentro desse espaço. A Geografia como área do ensino e aprendizagem, já não se
ocupa mais de uma matéria para explicar o caráter e diversidade regional, mas “é uma
área de conhecimento comprometida em tornar o mundo compreensível para os
alunos, explicável e passível de transformações” (BRASIL, 1998, p. 26).
Nesse sentido, as reflexões sobre como a sociedade e a natureza do lugar está
incluído no cotidiano, não deixa de existir como prática de discussão e estudos na sala
de aula, especialmente no 1º ano do ensino médio, momento educativo em que os
alunos estão aprimorando seus pensamentos sobre o mundo, a vida e a sociedade. É
nesse período escolar que atenta - se compreender enquanto ser que interage no
caráter originado das especificidades naturais do lugar onde se vive. Tudo isso se
insere no “objetivo de estudar as relações entre o processo histórico na formação das
sociedades humanas e o funcionamento da natureza por meio da leitura do lugar, do
território, bem como de sua paisagem” (BRASIL, 1998, p. 26).
Dessa forma, a escola necessita ter uma atenção pautada em uma prática que
possibilite relacionar a educação Geográfica e suas reflexões sobre as relações
enquanto membros que compõem a sociedade. É a partir desse entendimento didático-
pedagógico que deve ser direcionada a relação do global para o local e vice-versa,
sem adentrar na perspectiva de círculos concêntricos, sendo uma das formas de novas
práticas no ensino e aprendizagem - contextualizar outras experiências.
Mediante o exposto, o atual estudo objetiva apresentar as estratégias e análises
desenvolvidas no Projeto de Intervenção/colaboração Subprojeto Geografia, no estudo
sobre á temática Recursos Hídricos no Semiárido brasileiro. A referida temática
constitui-se como atividade integrante do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência – PIBID\UEPB, realizando-se na Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio São Sebastião, Campina Grande PB, na turma do 1º ano D do
Ensino Médio, turno tarde.
Desde muitos anos inúmeros são os temas trabalhados na educação geográfica
nas escolas, no entanto, pretende – se com o desenvolvimento deste, chamar a atenção
dos alunos para a questão hídrica atual, pelo fato da água ser um recurso vital,
essencial para sobrevivência dos seres vivos, desencadeando uma preocupação que
advém de que a água é o recurso natural mais abundante na superfície terrestre, porém
finito, utilizado das mais diversas formas e tão mal cuidado pela sociedade, apesar de
todos os alertas dos meios de comunicação sobre sua importância. O desenvolvimento
da temática buscou o conhecimento e a conscientização dos discentes sobre o uso
racional da água, ao alertar que, sem água de qualidade, compromete – se não só o
desenvolvimento econômico e social, mas também a qualidade de vida da sociedade.
Sendo assim o principal objetivo foi debater estratégias de convivência já que
nos localizamos no Semiarido brasileiro, onde há secas prolongadas, por questões
climáticas, ou períodos de estiagens e chuvas esparsas, que requerem um diferenciado
modo de vida e adaptação ao ecossistema. Nesse sentido, os alunos puderam
expressar suas opiniões, fazendo estudo no meio em que vivem, com pesquisas em
jornais, revistas, na internet bem como nos bairros onde residem, conhecendo a
realidade as relações sociais e políticas desse cenário que está inserida a população
nordestina. De acordo com as informações coletadas pelos alunos a seca é resultante
de características naturais do sertão, embora alguns fenômenos que ocorrem em
grande escala agravem à falta de chuvas na região, também foi possível aos mesmos
compreenderem que permanece o descaso com a população, bem como a (re)
produção da indústria da seca, á varias décadas, através das políticas públicas que são
criadas para combater á escassez beneficiando apenas os grandes fazendeiros. Enfim,
é um trabalho que aprimora o conhecimento dos alunos e sua criticidade.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
São considerados importantes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e
fazem parte da gama de objetivos do ensino aprendizagem definidos pelo sistema
educacional brasileiro, “Conhecer características fundamentais do Brasil nas
dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a
noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertencimento ao país”
(BRASIL, 1998, p. 8), é o objetivo que norteia a escola e o professor do ensino e
aprendizagem trabalhando as especificidades pertencentes à realidade climática
regional.
Na educação Geográfica, alguns objetivos gerais da área podem ser incluídos
na proposta de se estudar o Semiárido, tanto na forma investigativa, diagnóstica
quanto interventiva, bem como identificar e avaliar as ações humanas e da sociedade
sobre as seqüelas que venham acarretar ao lugar, sendo assim, por exemplos
construção e referenciais que possibilitem uma participação propositiva e criativa nas
questões socioambientais; conhecendo a Natureza do lugar como funciona para poder
se inserir social e condicionalmente na modificação e construção do território, da
paisagem e do lugar; tentar entender as políticas públicas implantadas na região, para
poder compreender os fatores e seus processos de construção, identificando as
relações, os problemas, as contradições e soluções viáveis para amenizar as
dificuldades.
No entanto, é construída uma viabilidade a partir do alcance desses objetivos
que se fundem na ideia de que valores científicos, culturais, sociais e políticos sejam
despertados nos discentes, provocando a construção de uma identidade também
política, crítica e autônoma, quando se trata do exercício da cidadania.
Concomitantemente, ao referir - se o conteúdo ao Semiárido de forma mais profunda,
a escola contribui para uma melhor formação intelectual, social e cultural do discente.
É neste sentido que reside a viabilidade do conteúdo, pois, não só inclui objetivos
voltados para a formação de conceitos, mas também para a formação de valores,
atitudes e procedimentos que estão inseridos no seu cotidiano.
De acordo com as abordagens referentes ao Semiárido nas aulas de
Geografia tem uma relação direta com a viabilidade na geomorfologia da região, pode
se notar características específicas, nas quais se concentram o teor climático, relevo e
hidrografia, enfim, aspectos que se relacionam e formam o caráter do lugar no que diz
respeito à identificação das paisagens, tipos de solo, vegetação, dentre outros
aspectos. Desse modo, insere - se dentro do ensino e aprendizagem, possibilidades de
se trabalhar a interdisciplinaridade, a partir da ideia de que os discentes precisam
discutir sobre os conceitos que caracterizam a região, como indicam os Parâmetros
Curriculares. Porém, a necessidade de abordagem do Semiárido, não passa somente
pela necessidade da interdisciplinaridade, esta se configura também por diversos
outros motivos.
Abordado por Cavalcanti (2000) quando estimula em sua tese, a escola e os
professores a refletirem sobre o tipo de Geografia que pode ser apropriada para o
ensino no século XXI e nessa reflexão já adianta a ideia de que:
Ensinar Geografia neste século não pode ser a tradicional na qual as informações são sobrepostas, nem muito menos um modelo que tem por objetivo doutrinar o aluno para o esquema premeditado de sociedade. Para o autor, as necessidades de abordagens sobre as especificidades de cada lugar se justificam porque as questões sobre a natureza e sobre os problemas ecológicos ganharam dimensão global e com isso adquiriram novos significados (CAVALCANTI, 2000).
Ensinar Geografia na era da globalização passa pela inserção e seleção de
conteúdos que possibilitem ao discente descobrir em que mundo vive, enfocando
questões ambientais e as relações que o homem, enquanto ser social tem com a
natureza. Acredita-se que uma das formas de introduzir este ensino é possibilitar ao
aluno contato com o meio, conhecê-lo em suas mais profundas especificidades,
descobrir seus aspectos climáticos e o que deles é fator influente na constituição do
solo, do relevo, da vegetação e das paisagens.
Sendo assim ao redefinir ferramentas para o ensino de Geografia Amorim
(2006) dá exemplos bastante interessantes. Um deles se refere à abordagem sobre
relevo, este autor, relata que ao estudar sobre o relevo de uma determinada região, é
imprescindível que o discente reconheça do que é constituído, que tipo de agentes o
moldou e o esculpem. Essas informações levam o discente a conhecer melhor a
relação entre relevo e clima, aliás, essas relações com o clima também pode ser feita
no estudo do Semiarido.
Em síntese, o relato do autor instiga a crer que a introdução do estudo do
Semiárido, principalmente nas escolas do Nordeste brasileiro, é uma forma de fazer
acontecer à desmistificação de concepções que até então somente têm servido para
expor a região a críticas, na maioria das vezes preconceituosa, se tratando dos
aspectos sociais, econômicos e culturais dessa Região. Também questionável há outra
necessidade de abordagem sobre o Semiárido que está relacionada à constatação de
que os livros de Geografia, de uma forma geral não aprofundam estudos sobre os
fatores geomorfológicos de nenhuma região, e quando se trata de Nordeste e das
questões que se relacionam com o Semiárido, não é possível encontrar nos livros.
Segundo Albuquerque e Sobrinho (2006), ao pesquisar e realizar análises
sobre a geomorfologia nos livros de Geografia, constata que o Semiárido brasileiro e
os aspectos físicos, climáticos, ou seja, os fatores geomorfológicos que o compõem,
são praticamente inexistentes nos livros didáticos que analisaram. Significando que,
as abordagens sobre a região devem estar inclusas de alguma forma como conteúdos
no ensino escolar especialmente no ensino médio, pois é um período que o discente
estará ingressando com maior visibilidade as questões que se referem à geomorfologia
da Terra.
Entender, estudar, aprender a caracterizar as regiões geomorfológicas, os
aspectos que as identificam, auxilia na melhoria da convivência dos discentes com
próprio espaço. Desse modo favorecendo os próprios habitantes da região, para que
possam conhecem sobre ela, suas especificidades climáticas e as relações de
convivência com as condições de trabalho, de vida e de sobrevivência nessa região.
De acordo com Pinto e Lima:
É pouco o conhecimento da população nordestina sobre o semiarido e a questão hídrica. Há um desconhecimento sobre o processo de atuação das chuvas, os motivos das secas, enfim, há uma gama de conhecimentos que se associam à identidade climática que precisam ser trabalhados com a população. Entendemos que a escola deveria ter um papel fundamental em ser um dos espaços mais relevantes para o desencadeamento de atividades que internalize esses conhecimentos (PINTO; LIMA, 2006, P. 12)
Ao analisar sobre o que foi citado anteriormente, observa - se que um dos
principais fatores è a ausência do conteúdo sobre Semiárido nos livros, instrumento
didático e informacional utilizado no processo de ensino e aprendizagem, sendo
assim, não se pode deixar de incluir no currículo escolar o conteúdo teórico
metodológico da Geografia, referindo-se ao Semiárido brasileiro.
Metodologia
Esse trabalho vem sendo desenvolvido na Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio São Sebastião, localizada na Rua Estelita Cruz, no bairro do
Alto Branco, em Campina Grande. Após as análises e observações da turma do 1º ano
D, foi diagnosticado o interesse pela temática recursos hídricos integrado aos
conteúdos da Geografia, enfocando desde as discussões teóricas e conceituais até a
aplicação dos conteúdos em uma base espacial, no caso o Semiárido brasileiro. Além
disso, fora utilizado como critérios produção textual, peça teatral, confecções de
murais, apresentações de seminários, debates e análise de documentários.
Figura 01: Atividades desenvolvidas durante o projeto de intervenção/colaboração
Fonte: ARAUJO, J. E. dos S.
O primeiro momento da análise foi subsidiado pelas propostas e discussões
sobre a convivência com o Semiárido, pelo fato de estar inserido no contexto dos
discentes. Alguns trabalhos na área da educação geográfica mais especificamente de
geomorfologia foram consultados como Pinto e Lima (2006), como também
Cavalcanti (2000), a fim de discutir a realidade e os desafios da convivência com o
Semiárido dentro do contexto geográfico no ensino médio.
Na tentativa de ir além da simplista análise crítica, algumas propostas teóricas e
práticas são apresentadas para a abordagem das estratégias de convivência com
Semiarido brasileiro, já que a região geográfica estudada, exemplificada e trabalhada
foi à cidade de Campina Grande com sua espacialidade na conjuntura atual da crise
hídrica, sendo submetida aos condicionantes do clima tropical semiárido.
Análises e discussões dos resultados
Sendo a Geografia uma ciência bastante ampla e complexa, pelo fato de abordar
num mesmo contexto o espacial, elementos da sociedade e da natureza é um enorme
desafio trabalhar temáticas aparentemente distintas, que abrangem a idéia de assuntos
complementares como a cartografia, estrutura geológica, relevo, solo, hidrografia,
clima e vegetação. Essas interações de um lado com o clima e do outro com a
geologia, é um produto de duas escolas ainda muito marcantes na geomorfologia
respectivamente.
Porém o que se presencia no geral é a falta de interrelação dos conteúdos tendo
como alegação na maioria dos casos, a questão didática, pois, “facilitaria” a
compreensão dos discentes. Em decorrência dessas grandes falhas e ausências as
especificidades da região também são esquecidas impossibilitando o reconhecimento
e singularidade da evolução da paisagem, a partir das analogias como sugerem os
Parâmetros Curriculares Nacionais.
Sendo assim, a temática do Semiárido brasileiro aparece apenas quando
constam mapas referentes às classificações geomorfológicas do território brasileiro,
mas juntamente com as demais regiões, percebe – se claramente que a imagem da
região está mais associada à vegetação da Caatinga, pois é quando é discutida, mas
não sob uma perspectiva geomorfológica e sim biogeográfica.
Enfim busca – se que a turma tenha um entendimento, absorção e conhecimento
da importância da convivência e sobrevivência no Semiarido brasileiro, abrangendo
todas as esferas aqui citadas, com o intuito de despertar nos discentes a dinâmica da
educação geográfica. Desse modo a população campinense, ou melhor, dizendo
nordestina passa por uma crise hídrica que permeia o saber conviver com essa triste
realidade, bem como conhecer as políticas públicas que norteiam os meios que
possibilitem um reaproveitamento da água, sem desperdício, elaborar estratégias e
soluções viáveis para amenizar o caos que se encontra a região nordestina.
Conclusão
Pela abrangência do tema abordado a ciência geográfica possibilita uma escala
de maior detalhamento dos processos, métodos e compartilhamentos dos recursos
hídricos no semiarido brasileiro. Mas vale ressaltar que a temática, por mais simples
que seja, não pode constituir apenas uma esfera, principalmente quando se refere à
crise hídrica, devendo ser auxiliado por uma série de recursos como experimentos,
aulas e trabalho de campo, interpretação de mapas geomorfológicos, o que deixam as
atividades menos monótonas e a aprendizagem mais eficiente.
Sendo assim, no contexto das estratégias da temática podemos perceber que, ao
se definir os objetivos de ensino a partir de uma proposta para se trabalhar o
Semiárido, não há como dispensar atividades como a construção de murais, pinturas,
peça teatral, bem como produção de texto verbal e não verbal, dentre outras atividades
que focalizem o Semiárido nordestino como uma área distinta do território brasileiro
por suas especificidades, mas com as mesmas potencialidades das outras, desde que
essas especificidades sejam reconhecidas e trabalhadas a fim de servirem
adequadamente à população, como ambiente que oferece potencialidades e recursos
que permitam o desenvolvimento e a sustentabilidade de seus habitantes.
Percebe – se nas discussões deste trabalho que as leituras, os estudos, a seleção
de material e todas as minuciosas escolhas para alcançar o objetivo de apresentar a
abordagem do Semiárido como proposta de conteúdo para o ensino de Geografia em
turmas do nível médio, mais especificamente com discentes na série inicial, levou-os
a compreenderem a necessidade de transformar as visões acerca do processo de
ensino e aprendizagem voltado para a formação de um indivíduo, que não só aprenda
para o seu bem-estar social, pessoal ou profissional, mas também para a construção de
novas relações com os diversos componentes da vida, incluindo nestes a própria
natureza.
A inserção da abordagem do Semiárido não deve ser somente uma forma dos
discentes compreenderem como são formados os aspectos geomorfológicos,
hidrográficos ou climáticos da região, mas também uma forma de perceber como os
habitantes de tal região podem lidar com a natureza do clima, do relevo, dos rios, da
água e do solo.
No entanto, as concepções sobre Geografia, ensino e o desenvolvimento da
prática pedagógica devem ser totalmente redimensionados. A transmissão simples de
saber do professor para o discente deve ser uma das ações que não devem predominar,
embora a exposição dos conteúdos seja necessária. Esse redimensionamento inclui na
nova prática atividades voltadas para a observação, o estudo, o experimento sobre os
diversos aspectos geográficos da região. A discussão da temática prioriza a
transversalidade, na qual as oportunidades de tratamento dos conteúdos parte da
interdisciplinaridade.
Neste sentido entende-se, portanto, que o estudo do Semiárido indica a função da
escola em formar valores que sejam adequados à compreensão de que a região tem
suas características próprias que, apesar de serem distintas das outras, exige também
formas específicas de lidar com essa região. As práticas e atividades dos discentes
devem ser direcionadas à formação de conceitos e valores que promovam
procedimentos e atitudes de cidadania, conscientização e respeito com os recursos
hídricos em sua totalidade.
Referências
ALBUQUERQUE, F. N. B. de; SOBRINHO, J. F. A geomorfologia do Semiárido
brasileiro nos livros de geografia do ensino médio: agentes, processos morfogenéticos
e formas de relevo. In VI Simpósio Nacional de Geomorfologia. Anais... Goiânia, 06
a 10 de setembro de 2006.
AMORIM, R. R. Chaves de identificação de ambientes com ênfase nos aspectos
pedogeomorfológicos para o município de Ilhéus: uma ferramenta ao ensino da
Geografia. 2006. 43p. (Monografia). Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus-
BA, 2006.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais - Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e construção do conhecimento. Campinas:
Papirus, 2000.
PINTO, E. B.; LIMA, M. J. A. II Congreso Iberoamericano sobre Desarrollo y
Médio Ambiente, Puebla/México, out/2005.