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PONTOS DE EQUILÍBRIO E MARGEM DE SEGURANÇA NO PEq O estudo sobre os pontos de equilíbrio é de vital importância para os gestores avaliarem o aspecto qualitativo dos resultados auferidos pela empresa, uma vez que o foco está na relação direta de custos versus receitas, no sentido amplo. As abordagens do estudo dos pontos de equilíbrio têm três características próprias, pois cada um dos focos tem um objetivo pormenorizado. O ponto de equilíbrio contábil tem a “preocupação” de apontar (em quantidade e valores) o quanto a empresa necessita produzir e vender, para cobrir todos os seus custos e despesas, sem objetivar lucro, mas sem ocasionar prejuízo. Em outras palavras, o ponto de equilíbrio contábil é o “ponto no gráfico” que demonstra ao gestor que, naquele “momento”, a empresa, uma vez vendidos seus produtos, não tem qualquer resultado favorável e/ou desfavorável. Isto é, seu status quo econômico é igual a ZERO ou NULO. Além do mais, sabe-se que, operando abaixo do ponto indicado no gráfico, a empresa estará funcionando em situação de prejuízo para, a partir dele (ponto), gerar os lucros esperados. Em suma, essa é a “visão” do ponto de equilíbrio contábil. Em relação ao ponto de equilíbrio financeiro, o foco é diverso do contábil. Aqui, a proposta é identificar o volume de receita (em quantidade e valores monetários), suficiente para quitar seus passivos (obrigações, dívidas) de curto prazo. Em nenhum momento da formatação do ponto de equilíbrio financeiro existe a objetivação de se apontar resultado econômico. Como o próprio nome indica, a atenção do analista/gestor está centrada no fluxo financeiro (recebimentos e pagamentos), procurando “abastecer” o caixa

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PONTOS DE EQUILÍBRIO E MARGEM DE SEGURANÇA NO PEqO estudo sobre os pontos de equilíbrio é de vital importância para os gestores

avaliarem o aspecto qualitativo dos resultados auferidos pela empresa, uma vez que o foco está na relação direta de custos versus receitas, no sentido amplo.

As abordagens do estudo dos pontos de equilíbrio têm três características próprias, pois cada um dos focos tem um objetivo pormenorizado.

O ponto de equilíbrio contábil tem a “preocupação” de apontar (em quantidade e valores) o quanto a empresa necessita produzir e vender, para cobrir todos os seus custos e despesas, sem objetivar lucro, mas sem ocasionar prejuízo.

Em outras palavras, o ponto de equilíbrio contábil é o “ponto no gráfico” que demonstra ao gestor que, naquele “momento”, a empresa, uma vez vendidos seus produtos, não tem qualquer resultado favorável e/ou desfavorável. Isto é, seu status quo econômico é igual a ZERO ou NULO.

Além do mais, sabe-se que, operando abaixo do ponto indicado no gráfico, a empresa estará funcionando em situação de prejuízo para, a partir dele (ponto), gerar os lucros esperados. Em suma, essa é a “visão” do ponto de equilíbrio contábil.

Em relação ao ponto de equilíbrio financeiro, o foco é diverso do contábil. Aqui, a proposta é identificar o volume de receita (em quantidade e valores monetários), suficiente para quitar seus passivos (obrigações, dívidas) de curto prazo.

Em nenhum momento da formatação do ponto de equilíbrio financeiro existe a objetivação de se apontar resultado econômico. Como o próprio nome indica, a atenção do analista/gestor está centrada no fluxo financeiro (recebimentos e pagamentos), procurando “abastecer” o caixa (e equivalentes de caixa) com recursos oriundos da receita (venda).

Portanto, o ponto de equilíbrio financeiro tem sua importância vital na administração dos recursos monetários da empresa, visto apontar de “imediato” a fluidez e consistência desses recursos. Em certa medida, “complementa” os demais pontos de equilíbrio, objetivamente na visão do curto prazo.

É de importância plena que, antes de se estudar os pontos de equilíbrio, tenha-se um conhecimento sobre a denominada “margem de contribuição”, sem o que a compreensão do real sentido do ponto de equilíbrio ficaria prejudicada (senão impossível). A razão dessa afirmativa é em função de que a margem de contribuição é parte integrante da fórmula matemática do ponto de equilíbrio.

Para que sejam utilizadas, abaixo apresentamos as fórmulas dos três pontos de equilíbrio, quais sejam:

PEC (Ponto de Equilíbrio Contábil): custos/despesas fixos dividido pela margem de contribuição unitária. A resultante é o PEC em quantidade. Para transformar o PEC em valores monetários (receita), basta multiplicar a quantidade encontrada pelo preço unitário de venda do produto em apreço.

Graficamente, assim apresentado: Custos fixos e despesas fixas MCuPEF (Ponto de Equilíbrio Financeiro): custos/despesas fixos – custos/despesas

não financeiros (ex.: depreciação) + dívidas de curto prazo (passivo circulante), dividido pela margem de contribuição unitária. Também apresentado sob forma matemática, assim se vê:

Custos e despesas fixos – custos e despesas fixas não financeiros + passivo circulante MCu

PEE (Ponto de Equilíbrio Econômico): custos/despesas fixos + lucro esperado, dividido pela margem de contribuição unitária. Por “lucro esperado”, o usual é a aplicação de uma porcentagem sobre o Patrimônio Líquido, que traduz o retorno sobre o capital investido, ou a remuneração do capital, também assim denominado.

Exemplo: se o PL é de R$ 500.000,00 e o retorno esperado é de 8%, o lucro esperado será de R$ 40.000,00. O PEE apresentado matematicamente, assim se lê:

Custos e despesas fixas + lucro esperadoMCu

NOTA: analogamente ao PEC, os outros dois também apresentam resultado em quantidade

Visando esclarecer de forma prática os conceitos acima, apresentamos alguns exercícios (com a respectiva resolução), a fim de sedimentar o embasamento teórico.

O mesmo enunciado servirá de base para a consecução dos três enfoques do ponto de equilíbrio.

Considere as informações abaixo para demonstrar os pontos de equilíbrio (em quantidade e valor monetário):

Valor de venda unitária do produto “X”: R$ 120,00

Custos/despesas variáveis unitários do produto “X”: R$ 45,00

Margem de contribuição unitária do produto “X”: R$ 75,00

Custos/despesas financeiras fixos do período: R$ 425.000,00

Custos/despesas não financeiras (depreciação): R$ 25.000,00

Passivo circulante: R$ 85.000,00

Patrimônio Líquido: R$ 900.000,00

Taxa de retorno sobre o PL (lucro esperado): 8% = R$ 72.000,00

Com os dados acima, calculemos os pontos de equilíbrio.

PEC (em quantidade): R$ 450.000,00 = 6.000 unidades R$ 75,00

A receita no PEC será de R$ 720.000,00 (R$ 120,00 × 6.000 unidades)

PEF (em quantidade): R$ 510.000,00 (R$ 425.000,00 + R$ 85.000,00) = 6.800 unid. R$ 75,00

A receita no PEF será de R$ 816.000,00 (R$ 120,00 × 6.800 unidades)

PEE (em quantidade): R$ 522.000,00 (R$ 450.000,00 + R$ 72.000,00) = 6.960 unid. R$ 75,00

A receita no PEE será de R$ 835.200,00 (R$ 120,00 × 6.960 unidades)

MARGEM DE SEGURANÇAA margem de segurança nada mais é que a indicação da quantidade que pode ser

reduzida na produção, até o ponto em que a empresa não tenha prejuízo financeiro em suas operações.

Visto desta forma, ainda que simples, a MS (margem de segurança) está intimamente relacionada com o PEC (Ponto de Equilíbrio Contábil), pois é exatamente o PEC que indica a quantidade que, produzida e vendida, gera receita em volume monetário suficiente (exclusivamente) para cobrir TODOS seus gastos, não ensejando lucro, mas também não ocasionando prejuízo.

Para uma melhor visualização, acompanhemos o exemplo a seguir e sua resolução:

Consideremos que uma determinada empresa opere no PEC, com a produção de 30.000 unidades e que esteja produzindo 50.000 unidades. A pergunta que se faz é: qual a porcentagem de redução possível no volume de produção, sem que a empresa tenha prejuízo?

A resposta é simples:

a) O “excedente” de produção em relação ao PEC é de 20.000 unidades.

b) A relação percentual desse “excedente” com o volume atual de produção (50.000 unidades) é de 40%, assim obtido: 20.000 / 50.000 = 0,40 (ou 40%).

c) Conclusão: a MS em que a empresa opera é de 40%. Em outras palavras, a empresa pode reduzir seu volume de produção em até 40%, sem que incorra em prejuízo.

Vale lembrar que, similarmente ao PEC, a margem de segurança pode ser calculada em relação aos demais pontos de equilíbrio (PEE e PEF), considerando que as quantidades (e porcentagens) não serão as mesmas, dadas as naturezas também diferentes de tais pontos de equilíbrio.