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SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA

VOLUME 4 - SETEMBRO DE 1955 - NUMERO 2

INDICE

Agua subterranea na bacia de Sao Paulo

Par VIKTOR IjEINZ . 5

As camadas de Sao Paulo e a 'I'ectonica da Serra da CautareiraPar FERNANDO F. M. DE ALMEIDA . 23

Sabre a Zircao de F'lorania, Rio Grande do Norte, Brasil

Por R. SALDANHA DA GACIU e R 1{IBEIRO :B'RANCO 41

Indices dos numeros anteriores . 51

II~

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AGUA SUBTERRA.NEA NA BACIA DE SAO PAULO

PUR

VIKTOR LEINZDepartamento de Geologia e Paleontologia, Faculdade de Filosofia, Cicncias e Leta-as,

U niversidade de Sao Paulo

ZUSAMMENFASSUNG

Es worden die Grundwasser - Verhaeltnisse del' Gegend von Sao Paulo (Stadt)- Brasilien studiert. Die Stadt liegt auf tonigen-sandigen Sedimenten eines vermut­lieh tcrtiaren Beckens, des sen Untergrund aus Grunit und Gneis besteht (Fig. n.? 1).Etwa 60 Tiefbohrungen naeh Wasser werden untersueht mit folgenden Hesultaten:

1. In den krist ullin an Gesteinen konunt dug Gru ndwnsser his ZII cinor T iof eYo n 120 III it; g rossel'cn Mcngun VOl' (Fig. 2) .

'I'Ief ura .Bohrung nn erb ringc n kcin hesseres Ergcllllis: Jill Grn nit sind ,et wtt 25 %Fehl -Bohrung en, mit weuiger Ills 1.000 1/ Stun da S ehiit tu ng . ]jie stii ndli ehe Selrii ttuugvon 3.000-5.000 I. ist 11111 hilu f igst uu ( Fig . 3 ) . In ter essnnt ist, dnss d lo wesentliehe nWll ssel'eill t r itte e rst lici (iO - IOO m. T iefe uu f'treten, wns mit llei r re lntiv f'Ineheu'I'opog rapliie der Geg eud crkliirt, wirt]. .. ,

2. Die Sedimente besitzen im allgemeinen eine hohero Sehiittung (siehe Fig. 6)als die Granite, aber die Fehlbohrungen steigen auf etwa 35% an.

3. Der Grundwasserspiegel begleitet die topographisehe Lage, aber mit einem)raehhinken des Spiegels gegeniiber del' Topographie (siehe Fig. 7, 8).

I - GENERAT-JIDADES

Em 1898 Derby chamou 11 ateneao sabre a possibilidade de aproveita­mento dejigua-subterrftnea nil. regiao da cidade de Sao Paulo, assim comoindicou tillnbem as eoudiedes geol6gicas da bacia, baseado em furos eson dage ns executadns na rua Florencio de Abreu.

A eoufonnacao apresentad a por essa r egino e 11 {Ie u rna bacia tantono sentido geologico ' como topogrfif'ico. Estas eon dieoes sao favora:veispara a acumulaeiio de agua subterrfuwa , C levautlo-se em eonta 11 pluvio­sidade consideravel de cerc a (1e '1.500 - 2.000 mm anuais, e Iieito acredi tarna existencia de urna r eserva localizadn na a rea do mu nicipio-de Sao P aulo.

o regi me das chuvas, veriio chuvoso c iJl VCl'JlO seeo determ ina a eli­minuiefio da cap acidade de evapo racfio, mas por outroIado, as reti fi eacoesdos rio s 'l' iete, P inheiros e iifl uellt es, diminuem a possihilidads cleinfi l­tragao, 0 qu e e agravado pe lo aumento dus a,real'; construid as, da .pavi­ment<igao e da drenagem palos esgotos, etc .

A constituieao geol6gica da bacia em si nao e f'avoravel pari! a ocor­l'encia de camadas fornecedoras de agua eontinuas e espessas, como ja

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6 Bah ~O('. nIL\S. G·EOL. vor, 4, N. o 2, 1955 •frisamos uuma outra nota ( Leinz ::>:1), pelo fa to de apresentarem os sedi­mentos earate r lenticular e desecntinuo e possuirem relativa variedadelitologiea, 0 qu e determina variacao da eapacidade de fornecimento deagua (F ig. 1).

l cnel'icam eute podemos dist iuguir 3 gr upot pi-iucipais de rochas comearadteristi cos hidrologi cos di fer entes . ] - Roehas er ist alinas ; 2 - Sedi­mentos argil osos e aren osos antigos ( talvez de idade te rciar ia ; 3 - Sedi­men tes ul'gilo sos lll'CIlOSO S- 'onglomcditicos (las varzeas (recentes) .

Fig. 1 - Esquema g eo l dg ico d a bacia so d im entar de Silo Paulo,para capta~i\o de agua subter rftn ea .

II - ROCHAS CRIS'l'AT.JINAS

A - TIl'OS DE ROCHA

Constituem 0 embasamento das roehas sedimentares - cuja espessurae muito variavel - e afloram na periferia da bacia como tambern emvaries pontos de sua area, Os principais tipos sao:

1) Granito, de cor cinza e r6sea, equigl'anulal', apresentando, comu­mente, d iuelasamentos em a cUl'c<;6cs seudo mais frequentes, numerosos eabertos na parte mai s proxima It snper ficic. Parece-nos que abaixo de150 m as diaclases j{l sao extremamente fcchadas, 0 que difieulta 0 movi­mento da agua suhterranea.

2) ' Gnal:sse, nitidamente orientado 11a sua textura, ora com predo­rninancia de elementos claros, ora rico em minerais femicos. A xistosidadebern pronunciada possui direeao variavel, mas preferencialmente orien­tada no quadrante Norte-Este. 0 mergulho da xistosidade e forte, comsentido tambem variavel. As diaclases variam em direeao e importaneia,

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mas nodiaclasamento (abaixo '

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Aclases amento Idiaclasegrande,

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As ,decrescea 118 mfu ros a1as zonas

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mas normalm ente sao mais abertas do que 110 granite. 0 sistema dediaclasamento principal segu e paralelam ente a xistosidade, sendo 0 fecha­mento em qualquer delas acentuado como no granito, quando situadasabaixo de 120-150 m de profundidacle.

3) Com importfuieiu sceundaria, ocorrem <l inda : pegmatitos eu joval or como dreno para a. lI.glla liga-se ao futo de possuir diaelasamentoiuais intense e deeomposieao mais profuu da ; vieiros de fJlH IJ'tZO, raros :quartzites, ocorrem poueas vezes, in tercalados no gnaisse, pii ncipalmeuteem alguns lu g-arcs da per iferia da bacia .

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LEINZ - AGUA SUBTERRANEA 7

B - C OMPO RTAME N TO IIIDROLOGICO

A agu a subterranea acumula-se quase que exclusivamente nas dia­clases abertas ate 150 m de profundidade e sua eapacidade de armazena­rnento pod e atingir ate 10 litros pOI' m B de roeha, Como os sistemas dedi aclases sao de earater r egional sua intercornunicacao e relativamentegrande, principalmente nos primeiros 100 metros de prof'undidad e.

As entradas de agua subte rrfinea ocorrem nas di aclases sit uadas emprofundidades onde existe pressao hidrostatiea suficientemente alta paraforneeer agua em quantidade razoavel. A topografia em volta da baciade Sao Paulo e r elativamente plana, com desn iveis geralmeu te ao r edorde 50 m (750-800 m ), com exceeao da serra da Cantare ira. Dcst a forma,soments em certa profundidad e a pressaoIiidrosuitica da eoluna de ag llaatinge valores elevados , e pOI' isso as entradas de ag lla OCOl'J'em Hum f'u ro ,somente em certas p rof undidades, Verifica-se, pois, que apesar das dia­clases serem normalmente mais abertas nas zonas superfic iais, constituementre tanto, insignificantes fornecedores de agua devido a pressao hidros­tatica diminuta, como nos mostra claramente a Pig. 2.

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I - Entrad as de agun n U8 rocha s cristalinas .

II - P rofuud id ad e total dos pecos .

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As entr ad as princip ais localiz am-se entre 50 e 100 111 de profrmdidadedecr escendo rapidamente sen mnnero em profundi dad cs mai ores. Infer iora 118 III nfio fo i veri fi eada mai s nenhuma entrada, ap esar da ma ioria dosf'ur os atingir profuudi dades bern maio res, A explieaqiio e a seguinte :as zonas superiores possuem fe ndas relat ivameute abertas mas a pressao

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8 BOL. SOC. BRAS. GEOTJ. VOL. 4, No" 2, 195;)

hidrostatiea e pequena e niio perrnite vazao eonsideravel. Entre 50 a100 m - ainda existern fendas abert as possuindo agua j(, sob cer ta pres­sao, enquanto qu e em zonas mai s profundas, as fenclas sao quase completa­mente fechadas, 0 que impede a movimentacao intensiva da agua. Estesdados sao materialmente referentes ao cristalino da bacia de Sao Paulo,que poss ui topog rnf'in suave, Com uma topogr af ia acid entada e de esperarque a maior frequen cia da s ent radas de agna . e localizem em zonas supe­rio res, it amos arenas 0 cxemplo de f'uros per to de Cumbica, sit uad os JlO

sope da Serra da Cantareira, onde ocorrem ent rad as de agua em 14-26 m.

C - VAZAO

A qnantidade de agu a possivel de ser obtida nas rochas cristalinasemuito variavel, ll1eSIl1O em pe cos de situacao geologica identica , Assim, umpogo situado na Via Anchieta er a. improdutivo, enquanto clue outro a100 m de di stancia e Iocaliz ad o em roehas gnaissicas id enticas acusava vazaode 16.000 litros horarios, No graficc da Fig. 3 representamos a vazao depeco s furados em rochas cr ist alinas. Verifica-se qu e 0 mimero de pocossecos ou com vazao de ate 1.000 litros horarios eorrespoude a 33% , sendoa vazao mais comum entre 3.000 - 6.000 litros, e mnito raros os de valoressuperiores. Cer to e qu e as roehas muito xistosas e principalmente ricasde biotita. sao mais aptas a fornecer maior quantidado de agua que osgranites, ou gnaisses claros,

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I - Vazao em roc h as erista lin us com cobe rt n scdiruen tnr.

II - V:tziio em roc ha s crf stultnns.

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D - ZONA DE INI~JJUENCIA

Nao p ossnimos qualquer clado real sabre a distaneia cr it ica necessariapara pecos a fim de qu e nao haj a interf'er encia. 0 sistema d os condutorese demasiadarnente complexo e existe m poucas observaeoes para estabeleeerregra, Na via. Anchieta 2 pecos distanciados cle 50 m entre si nao acusa­ram interferencia, en quanto qu e em S. Andre, 2 pecos distanciados 100 mum do outro nao produziram 0 dobro cla vazao e sim ap enas 2/3 dasvazd es somad as 0 qu e indica t el' havido inter comunicaeao eons ider avel ,

f avomen'pernseirspel'llde e

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LEINZ - AGUA SUB'['ERRANEA 9

50 apres­leta ­bstesrulo,erarupe­s no:; In.

masum

'0 ' a\zao) de)gosnd orr esicas: os

oares.ersa­111

ase1.

E evidente que nao se pode ca lcular teo rie amente a quan tidad e deagua accessivel num cor po eristalino da da a n atureza imprevisiv el dasfi ssuras inter eomunicaveis, as vezes, a long-a distaneia. P ara efc ito de­monstrati vo, em todo caso, p odemos faze r a seguinte ideia : um pogo de5.000 litros horarios de vazao, fornece cerca de 40.000 m-' de clgu a por ano.A quantidade media de agua contida num granito e de cerca de 6 litrospOI' m", Assim sao necessaries cerea de 6,5 milh6es de m" de r ocha parafornecer esta quantidade, admitindo ne nhuma entrada est ran ha, 0 quenao e real. Sera assim necessaria um cilindro de 280 m de diam et ro pOI'100 m de p rofundidad e,

Ate possu irm os dados emp ir ieos mais numerosos parece-nos eonve­ni ente consi derar uma distancia minima de 200 m ent re as perfuracoespara evita r possivel interferencia .

E - Z ON A DE DE COllIPOSIg AO

As r ochas cr istali nas possuem um man to de intemp erismo bern va­riavel, como most ramos em um trabalho (5) especial. E st a espessa capa

. cle r egolito raras vezes fornece ag ua em qua nt idade. Sua cons t it uieaoargil osa torna-o imperrneav el somente para a pequena pressao, mas semdiivida, 0 man to const it ui um otimo r eser vat6rio dada a sua alta p oro­sidade e, portanto, um alimentador excelente para as r ochas cr istalinassub j aceutes.

III - SE DIME N'l' OS ARGILOSOS-ARENOSOS (a ntigos)

o carater lito16gico dos chamaclos sedimentos terciarios e totalmenteclastieo. P redominam as fraceoes argilosas-siltiticas, enquanto os t ermosarenosos sao men os frequentes, e bast ante raros os conglomeratieos. Acarateristica para estes sedimentos, 110 en tanto, e a grande mistura devaries comp onentes granulometricos, oncle arenites e mesmo cong lomeradospossuem normalmente um elevado teor de argila. Nao foi ainda obser­vada um a grande continuidade horiz ontal clos est ratos "rudaceos", 'I'udoindica que os termos de granulacao mais grosseira ocorrem em formacoeslenticul ares e em profundidade variavel, e por isto mesmo imprevisivel,tendo sido encont rados arenitos grosseiros e conglomerados qu e desapa­r eciam em distan eia horizontal de 50 m .

o paeote sedimentar cla bacia cle Sao P aulo e ht'dTologicarnente des­f'avoravel, por tan to, pelos seguintes fator es: a - Predominaneia de sedi­mentos de constit uieao parcial ou total de arg ila e silte que ap rese ntampermeabilidad e baixa ; b - E xist encia de cama clas de granulaeao gros­seira possuindo ta mbem teor elevado de particulas finas, 0 qu e r ednz ap ermeahilidad e ; c - E strutura das camadas de confo r rnaciio lenti cular,de espess uras r eduzidas e de extensao muito va r iavel ,

A - AR:lIAZENA:IoIEXTO

Os sedimentos inconsolidados - tanto os finos como os grosseiros ­cons tit uem bom armazenador de ag ua dada ausencia de cimento eons oli-

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dador. A inf'iltraeao da agua a ser armazenada e favorecida pela topo­grafia relativamente plana da regijio , com formacao de meandros nosriaehos e rios , de braces mortos e lagoas, juntamente com a pluviosidadeelevada, -

10 BOL. SOC. BRAS. GEOL. VOL . 4, N.o 2, 1955

., 35melachcanlid~

B - CAMADAS PRODUTIVAS DE AGUA

Somente os termos arenosos e eonglomerat icos possuem permeabilidadesuficiente para constituir elementos produtores de agua, e urn pogo podepossuir varias dessas camadas "Ienticulares' superpostas, que constituem,assim, varies andares aquiferes.

A espessura individual das camadas aquiferas arenosaseonglomera­t.ieas e pequena. Em eerca de 507/:, dos easo» a. cam adas possuem urnapossanea apenas de 0,5 - :3 111 e no restaure dos CHSOS varia ent re as es­pessuras de 3 a 20 m. No entauto, varif'ieou-se que as eamad as maisespessa s do qu e nove metros, por serem'onst ituidas de griios de urciar ela tivumeut finos > por possui rern conside rfivel teal' d e urg ila , apresen­tam compet encia dc vazfio hastante rcduxida ( Fig. -l ). Mesm o to mando ­He a espess ura obtida pela soma de varias camadas competentcs de U111poco, verificn-se que e.. as espessuras pareinis sao pequeuas. Assim, ametada do. P O<)08 po.sui espessuras totais (las camadas nquiferas de at e6 m, e 0 restant entre 6 e 12 m. Um fu ro nos sedim entos " tc rciiu-ios" ,com profundidado media total de-cer ca-de 70 Ill , possu i, provavelmenteate 10% de sedimentos elasticos grosseiros, produtores de agua, sendo arestante eonstituido de sediment os predominantemente argilosos, on are­nosos ricos de argila.

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C - COMPOR TAMEN'I'O HIDHOL6GICO

A agua subterranea contida nos sedim entos oeorre nos interstieiosexistentes ent r e os graos. 0 gran Id e porosidade nas argilas e de-cerca-de

Fig. 4

I - E sp essuras ind ividun is das ca madas arenosas-eon glomeraticas eaqu ife ras num poco.

II - E sp essurns to tni s d us camadas ure nosns-ccn glomera ticas e aqu i­ferns num 1)0<;0.

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35 - 40% e nas areias e casealhos de ate 30%. Assim, todo pacote sedi­mental' sii.uado aproximadamente entre 5 e 10 m abaixo da superficieacha-se saturado de agua. Como a permeabilidade da argila e insignifi­cante, somente os sedimentos clasticos mais grosseiros possuem permeabi­lidade suficiente para tornar um pogo produtivo.

As entradas de agua ocorrem pois, sempre que a sonda corneca acortar sedimento de granulaeao grosseira, e cessam com 0 terrnino deste.As lentes de material grosso apresentam distribuicao muito variavel emprofundidade.

A frequeneia das entradas e demonstrada na fig. 5, onde se observa,claramente, que as entradas principais realizam-se entre 20-40 m (cereade 40%) e entre 40 e 60 m (cerca de 35%) de profundidade. 0 restantedistribui-se em profundidados maiores (cerca de 20%) e localiza-se, prin­cipalmente, no contacto do sedimento com 0 embasamento cristalino. Noentanto, ao contrario do que se deveria esperar, tal contacto frequente­mente nao 13 aquifere, dada a natureza argilosa. A vazao das camadaspratieamente depende so da constituicao textural dos sedimentos, inde­pendentemente da profundidade.

LEINZ - AGUA SUBTERRANEA

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I Profundidade dus entru das de ag'ua nas rochas sedimentares.

II Profundidade total dos pecos.

D - VAZAO

A quantidado de agua fornecida por pecos varia pratieamente de zerolitro ate 30.000 litros, mas predominam aqueles com vazao de ate 1.000litros (cerca de 40%). A vazao da maioria dos casos produtivos estaentre 2.000 a 8.000 litros horarios, correspondendo a uma media aproxi­mada de 4.000 litros horarios, sendo raros os pecos de vazao superior(Fig. 6).

Cabe aqui uma pequena consideracao sabre certo numero de furosexistentes em Sao Paulo, euja vazao 13, as vezes, de dezenas de metroscubieos por hora. Tais pecos, na maioria das vezes, estao situados a beirados rios como Tiete, Pinheiros e Tamanduatei e acontece, neste caso, queas zonas superiores (de ate 20 metros) sao constituidas de depositos alu­vionares ricos em eascalho ou areia grossa, altamente permeaveis, e com

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a infiltraeao favorecid a pela vizinhanca dos rios. Neste caso ha consi­deravel aumento da vazao, pois hit aproveitamento da ag ua desta zonasuperficial. Nos pe cos por nos citados, est a zona super fi cial et oda vedad a,evitando-se assim possivel poluieao da agu a, mas e certo que conformeo caso a que se destina a agua captada (agua industrial ), nao importaesta inconveniencia .

12 BaL. s ao. B RAS . GEUT~ . YOLo 4. N.D 2, ]955

.., conta 3f

E - Z ONA DE INF LUENClA

'I'ambem aqui, possuimos poucas observacoes f'idedi gnas s6bre a dis­taneia minima necessaria entre os p oeos, para qu e nao ocor r a influen ciabilateral. F oi obser vado em 3 casos, que dois pecos distanciados ent re siaproximadamente 100 m e eaptando agua das mesmas camadas, nao ac ar­r etavam qualquer rliminuicao individual de vazao. P Ol' out ro lado, emdois poeos distan eiados apenas 40 metros houve reducao da vazao de-cer ea­de 40% sabre a soma das vaz oes individuals . Estimando-se, t eoricamente,a distancia necessaria para que nao haja interferen cia entre dois poeos,chega-se ao seguinte : Um pogo com 5 m3 de vazao horaria f or neee cercade 40.000 m" por ano . Os sedimentos arenosos-eonglomeraticos (nao con­solidados ) armazenam cere a de 250 litros de ag ua p or m 3 de sedim ento,e sem nenhum afluxo continuo, scr iam precisos pois, 160.000 m3 de sedi­mento para alimen tal' urn pogo durante ] an o. As camadas aquiferasnum pogo possuem mais ou menos 5 m de espess ur a, e para essa va zaoanual seria necessario um cilindr o de 100 m de raio, ou se imagiuarmoscomo caso mais real, um cone de sue gao com um raio de 175 m de base.Frisamos, no entanto, que enquan t o se r ealiza a succao ha evidentementeinfiltracao continua e eonsid eravel de agua, neste cone e assim a di st an ciaperigosa ebem menor do que aquela aeima calculada, Baseados nos poucosexemplos eonheci dos, julgamos conve niente um afastamento minimo de50 m entre 2 pecos.

E stas .consider acoes sao vali das apen as para 0 caso em que amb os ospecos obtenha m agua da mesma camada aquifer a, 0 qu e n ao e necessario.Ja foi observado urn caso em que 2 pecos distanciados apenas 50 111 en-

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IV - SEDIMENTOS CIJASTICOS DAS VARZEAS

contraram camadas aquiferas diferentes: urn pogo em sedimentos arenososa 35 metros de profundidade, e outro em 60 m.

Sao depositos modernos de aluvifies dos rios atuais descritos p. ex.por Ab'Saber (1) onde ha alternancia de camadas argilosas, frequentc­mente ricas de materia organica e sedimentos elasticos grosseiros. Acorn­panham os rios e eorregos atuais, as vezes em faixas largas e podem serencontrados ate em altitudes de 730 m, sendo porem mais comum nascotas inferiores. Sua esp essura varia, podendo atingir ate 20 m de pos­sanea. Sao otimos armazenadores de agua, mas oferecem grande perigode eontaminaciio superficial. A agua encontrada nesses sedimentos enormalmente rica em ferro e seu nivel esta sujeito a oscilacfics segundoas estacoes, Seu aproveitamento realiza-se preferencialmente pOl' meio decisternas de diametro largo, mas naturalmente eom 0 perigo conti nuo depossivel contaminaeao. Conhecemos um pogo, p. ex., situado a cerca de50 m do leito do rio Pinheiros com 8 m de profundidade e 3 m dedifimetro. Sua vazao e aproximadamente de 10 m3 pOl' hora, e sua aguanao apresenta, no momento, eontaminacao organiea, se bem qu e seja ricaem ferro. Nao pretendemos porem, entrar no merito da captaeao da aguadestas camadas superficiais.

13LEI NZ - AGUA SUB'l'EHRANEA

...•

eonsi­1 zonaedada ,iformenporta

1 dis-enciatre siacar-l, em:erca-rente,lOgOS,eercacon-

ento,sed i- ..-feras'azaormosbase.renteLUcia-ucos) de

IS os ,ario .

~en-

V - NIVEL ESTATICO E NIVEL DINAMICO DA AGUASUBTERRANEA

o nivel esiiii ico nos pecos observados acompanha aproximadamentea topografia e na Fig. 7 encontra-se representado 0 nivel estatico de variespecos em relagao a altitude da boca dos mesmos. Observa-se que a pro­fundidade do nivel e tanto maior em relaeao it supcrficie quanto maisalta for a topografia, e sendo 0 nivel de drenagem na bacia de Sao Pauloaoredor de 720 m de al titude, nos furos sit uados nas al ti tudes de 730-740 Ill ,

o nivel es ta tieo atinge quase a supe rf'ieie, quando naturahuente, conside­ramos regifies COIll nivel esnit ico nao artificiahnente perturbado. Na Fig. 7observa-sc Clue 0 uivel estatico aeompanh a a topografia com cer to atraso,Agua artesiana foi eneont racla some nte cui 2 casos, UI11 na parte baixa do., Alto de Pinheiros", acusando 1 1Il positivo do nivel estatico c outreem Utinga, com 0,70 m de artesianismo, Ambos possuem uma capa argi­losa e situam-se na base de pequenas elevaco es.

o nivel estatieo e independents da natureza da rocha, poi s comporta­se da mesma maneira tanto nas rochas sedimentares como nas cristalinas,

Nao possuimos dados sabre 0 abaixamento real do nivel estatieo daregiao de Sao Paulo. :It claro qu e ocorrem variacfies anuais, conformeas epocas de estiagem e de chuvas, isto 8, a espessura da zona subsaturadaaumenta e diminui de alguns metros. Isto acontece, principalmente, naszonas topograficamente elevadas em relaeao ao nivel da drenagem, mas

If)

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Altitude sobre 0 nlvaldomardoboca dospecos

800

790 • •

780

770

760

750

740

730

• •• •• ••••

· .... ,., ··a··•••

• • •• •

• • • • •• •, , • • •• •

o 2 4 6 8 10 12 14 \6 \8 20 25 30 35

Fi g. 7 - Rela~ iio entre profund idad e do nl vel estiitieo e 0. al ti tu de tc pog rMica.

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LEINZ - .\ GU A SUBTERRANEA 1:;

.... nas partes baixas as variacoes sao pequenas. Assim 0 ni vel est at ico emum pogo na altitude de 730 m na margem do rio Pinheir os varia entre1 m a 1,5 m entre epoca chuvosa e seca (sem bombeamento) .

Quanto ao nivel dina/mica a sua profrmdidade e rnu it o variavel, p oisdepende das rochas fornecedoras. Nos sedimentos terciarios sua profun­didade e relativamente pequena, situando-se, com maior f requencia, entre20 e 60 m e sendo bastante r aros niveis mais profundos. Nas roch as

'ot 770

750

740

730

~."

720 K ( ( ( 4F iii ii i ,

730 740 750 760 770 780 790 800 m

Fi g. 8 - Alt itu des en contrarias do nivel es tatieo da {lg ua em l'elu.,;iio

n altura topo grafica.. '

crista linas sua maier Irequencia situa-se ent re 60 e 100 m, en quanto qu enas rochas cristalinas cober tas por sedim entos, observa -se nit idamente 111namistura entre as tendencias in dividuais nos sedimentos e 110 cri stalino,como mostra a Fig. 9.

Cabe no fim da discussao a respeito dos niveis de agua subterranea,tecer algumas consideracoes sabre 0 possiv el abaixamento artificial destes,Em alguns lugares (Avenicla do Estado) certos pecos acus am urn abaixa­mento eonsideravel do nivel dinamico de 30 para 50 m nos iiltimos 10 anos.Este abaixamento local e resultante, a nosso vel', do grande numero depoeos perfurados na vizinhanea, provocando interfer encia des cones deafluxo, 0 que explica, tambem, a diminuieao da vazao simultaneamenteobserv ad a. E possivel, porem, que ocorra aqui em Sao Paulo 0 f'enomenode limonitizaeao nas ent radas de agua, fenomeno esse que diminui a per-

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16 uor, SOC. BRAS. G"EOL. VOL. 4, N .o e, UJ55

meabilidade dos sedimentos produtivos. As Ilguas subterrfiueas - p rin­cipa lm ente as provenicn tes das camadas sup er ior es dos sedimentos ­possuem d eterrninado teor em sais de ferro, Estes se preeipitam com certafaeilidad e em contacto com 0 ar inj etado, fn rmand o .rostas Iimonit ieas,niio s6 nos fi ltros como tamb em n os 'sed im entos v iziu hos, () qu e ocasi onaas im it lliminui!;ao do afluxo. Mas em conjunto, niio julgam os provavel(IUe haj a um abaixa meuto real e total do n ivel de ligna em tOda r egiao,pois 0 mim ero de pecos na IIl'ca de Sao Paulo e ai nda demasiadamentep queno. Interessante e 0 exeinplo de Bedim, descrito por Denner (2).Ocorreu ai 1lI11 abaixarnento lento do nivel de ligna subter rfiuea no periodo1 80-1.944, r csnltant e rla grande demand a de (Igna nessa cidade. A partirde 1945, em virtud e da destruiefio da cidade e do pequeno consume deag ua subte rranea, ° nivel snbiu nOVRmm te, A partir de 1950, com ascon ·t rn!i0cs. reiui ciou-se 0 ubaixam ento (10 u ivel p elo aumento do consumode agua. No easo da regiiio de Sao Paulo, s provavel qu e haja 11 m abaixa­mente local em area. com g rande d emandu de ([gun s ubter rfinea, e eutfiotalvez seja conveniente 0 est udo de possivel devolueiio de iigna serv idapara ° leueol freatico pOI' meio de pecos de in filtl'arsao, que naturalmentedevem atingir camada penneavel.

50

muito 1:inferiorganicoselevadoquanticro cha 1originacasos <'

oxidar

Almat erissu sp enspoeosquantircertas ;uso denamentfl ocula

V J

40

30

% 20

to

I ;/

/.I

.I/i ------

20 40 60 80 100 m profundidode

Ada agumentodagens

Amentalenquarbern aleueo erautoriz

Fig. 9

I - N ivel d in arnico em ro cha s sed fmen ta re s.

II - Niv el di namico em rochas crista.lin as.

III - N ivel diniimieo ern r ocha s c r -lstnl in ns cobertas por sedimentos

VI - COMP OSI Q.KO QUfMICA DA AGUA SUBTERRANEA

Na tabela anexa sao r egistradas algumas analises quimieas de liguasubterranea. Os indices sabre dureza sao forneeid os em graus franccsese a substaneia orga nica e ta belada p elo consume de permanganato O,Ol-Npor litro. A dosagem de sulfa tes nitrates, nitri tes e amenia foi negativaem todo s os casos.

Tadas as aguas sao potaveis tanto sob 0 ponto de vista quimieo, comobiologico e pod em ser eonsideradas como moles por apresentar dureza

PInegatixde agutieame:como aapresei

SCde zon

npermit

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muito baixa. 0 valor do pH oseila em torno de valores favoraveis, mas pHinferiores a 6,5 devem manifestar efeitos corrosivos. Dos elementos inor­ganicos presentes em solucao destaca-se principalmente a silica, em tearelevado, conium alias para agua proveniente de rochas cristalinas. Aquantidade dos elementos Ab03, OaO, MgO varia independentemente darocha percolada, Ao eontrario do teor em Fe203, que e alto nas aguasoriginarias dos sedimentos e baixo nas aguas das rochas cristalinas, Noscasos de altor tear de ferro encontrado e reeornendavel aeraeao paraoxidar 0 ferro.

Alem desses compostos quimicos dissolvidos, ocorre, frequentementemateria coloidal em suspensao. Na tabela anexa os valores sobre 0 materialsuspenso sao urn poueo elevados pelo fato das liguas analisadas provir depecos recem-abcrtos. A materia suspensa, diminui normalmente emquantidade com 0 tempo de bombeamento, e assim a ligeira turvaeiio deeertas aguas subterraneas se observa, quase sempre, somente no inieio douso de urn pogo, melhorando posteriormente. E reeomendavel urn adicio­namento de pequena quantidade de sulfato de aluminio que rapidamenteflocula a argila, causadora da turvaeao.

prm­ntos ­m certamiticas,casionarovavelregiao,amenteer (2) .periodopartir

lmo decom asrnsumoabaixa-

entao,servida.lmente

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LEINZ - AQUA SUBTERRANEA 17

ffiA

aguaneeses),Ol-Ngativa

comolureza

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VII - DIS'l'RIBUIQAO GEOGRAFICA DAS SONDAGENS

A distribuieao das sondagens depende essencialmente da necessidadeda agua, Ela e acentuada nas zonas nao servidas pela rede de abasteei­mento com grande desenvolvimento industrial. Assim a maioria das son­dagens sao realizadas na periferia urbana e nas zonas de industrializaeao.

A grande irregularidade de ocorreneias de estratos aquifercis sedi­mentares, tanto em sentido horizontal como vertical, nao permite, porenquanto, qualquer previsiio, sabre areas propicias para obter agua. Tam­bern a distribuicao irregular das rochas cristalinas de granito e gnaisseleueoeratico e de gnaisse melanocratieo (mais favoravel para agua) naoautoriza, ainda, qualquer previsao geologica exata.

Proeuramos, pOI' isso, eneontrar - baseados na distribuicao de pecosnegativos e positivos - zonas geograficas de maior ou menor probabilidadede agua, Mas 0 numero de pogos e ainda pequeno para manifestar estatis­ticamente certas zonas. Mesmo regioes por enquanto muito favoraveis,como a baixada sulina do rio Pinheiros (Butanta - Jaguare - Osasco)apresentam pecos negativos imprevisiveis,

Somente maiores experiencias futuras permitirjio, talvez, a previsaode zonas f'avoraveis ou desf'avoraveis.

* * *

Desejamos eonsignar os nossos agradecimentos a firma T. Janel', quepermitiu de forma liberal, 0 uso de dados da sua propriedade,

It.

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TABEL A N." 1

SOND AGENS PRODUTORAS D E AG UA E M RO CHAS CRIST ALIJ"A S COM COBE RT URA D E SEDIMENTOSTERCIARIOS

Profundidade das ent radas de agua Profundidadeem metros Profundidade Vazao ern Nivel Nivel em m do

Local da sondagem

Itotal do poco litros dinami co est atico eontaeto

no sedimento no cristalino (metros) p/hor a (prof. em m) (prof. em m) sedimentos-I II I I II erist alino

Sto. Andre . . ... .. 80 - 115 - 133 5000 84 16 75Sto, Andre . . . . . . . 35 - 78 - 155 1000 75 8 46Sto, Andre .. . . . . . 18 - 57 -- 62 4000 52 4Sao Caetano . . . . . . 36 - 75 - 105 5500 65 5 40Born Past or . . . . . . 50-52 - 68 - 85 500 60 2 56J ard im Prudencia . . 46-48 - - - 196 6000 26 14 156Caxingui .. .. ... . . - - 45-54 - 63 1300 22 10 32Vila Leopoldin a . . . 46 50 100 100 125 6000 80 5 52Alt o da Lapa . . . .. 35- 40 - 85 - 100 1200 80 2 50J aguar e . . . . . .. . . . 39-41 - 73 - 107 2800 50 1 50J aguare . . . . . .. . . . 35-40 52-40 70 - 75 9000 45 4 56J aguare . . . . . . . . . . 17 26-30 - - 62 1300 49 5 31.Iaguare .. . . . . . . .. 25-45 - 97 - 107 1800 52 3 59Barr a Funda . .. . . 30-32 - - - 91 300 70 8 66M ooea .. . . .. . .... 22-23 52-54 61-63 195 204 2000 130 60 140Itaqu cra .. . . .. .. . 30-41 - 65 - 78 1200 46 15 47Susan o . . . . . . . ... . 35-40 50 90 105 120 7000 65 12 55Osaseo .. . .. .. . . . . 35- 38 60 - - 80 800 60 12 60S. Bernardo . . . . . . - - 54-59 85 100 6000 54 19 36

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TABEL A N." 2

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TAB ELA N.o 2

( •POCOS PRODUTORES PERFURADOS EM RO CHAS CRIST ALI NAS DA BACIA DE SAO PAULO

Profundidade ' da ent rada Profundidade Vusao total Nfvel Nlvel

Local da sondagem de agua em m t otal do poco em litros dinami co estatico Rocha atravessada

La ent r. \ 2.• entl'. 13.a ent r. em metros pi hora (Prof. (Prof. pela sondaem m.) em m.)

Sto. Andre . . . . . . . . . . . . 50 115 125 130 3.600 56 27Sto. Andre . . . . . . . . . . . . 82 113 - 134 5.000 84 16 Gnaisse escuroS. Bernardo ... .. . .. . . . 56 91 - 95 6.000 43 0 Gnaisse escuroUtinga (*) • • • • •• 0 • •••• 49 85- 90 - 120 4.000 90 55 Gnaisse claroUtinga (*) • • • 0 • • 0 • • • • • 14 60 - 115 3.000 40 14 GranitoS. Caet ano (*) • • • 0 • • 0 • 29 70 - 115 5.000 76 5 Gnaisse quartizlti coS. Caetano (*) • • e o • • • • 25 85 - 97 5.000 60 5 Gnaisse quartizlticoVia Anehiet a (km 13) . . 78 112 128 157 9.000 17 6Via Anchieta (km 23) . . 72 - - 100 600 75 34 Gnai sse escuroVia Anchiet a (km 13) . . 27 79 .- 120 17.000 70 10 Gnaisse esc. mui to xistosoVia Anchiet a (km 14) .. 56 81 - 100 16.000 16 15 Gnaisse esc. muito xistosoVia Anchieta (km 16) .. 38 60 - 101 2.800 70 8 GranitoVia Anchieta (km 14) .. 72 80 - 150 800 80 24 GranitoEstr. S. Paulo-Itapecirica

(Caxingui) • • • 0 • •• , 59 - - 100 3.500 70 5 Gnaisse esc. cl granitoEstr. S. Paulo-ltapecirica

(Caxingui) . . . ... . , 26 38 71 73 7.600 25 ±0,4 Gnaisse escuroLapa (*) .. .. .. . . . . . . . . . 22 95 - 100 5.000 - - Gnaisse esc. cl granit oVila Leopoldina .... .. . 105 112 - 120 5.500 76 5 Gnaisse claroItaquera .. . .. . . . . . . . . . . 46 49 - 70 700 46 2 GranitoSusano ....... . . . .. .. . 98 118 - 125 5.800 70 16 Gnaisse claroSusano . . .. . . . . . . . . . . . 41 73 - 100 3.000 25 25 Gnaisse claro ta] micac.Susano . . . . . . .. . . . . . . . 75 - - 138 1.200 75 24 GranitoCumbica (Serra da Can-

tareira ) . .. . . . ... . . 14 26 - 25 5.000 23 3 Granit o

(*) 0,;; pecos possuem uma coberta sedimentar de ate 20 metros de espessura.

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TABELA x- 3 - SONDAGENS PHOD UTOHAS D E AGUA PERFUltADAS El\'I SEDIMEr\TOS

Profundidade da entrada Profundidade VaziLo total Nivel NfvelLocal da de agua em m

total do P0ct0 em litros din amic o esta tico Ro cha at ravessada pela sond asondagem1." entr. 12." entr. 1 3.• ent r. em metros »! hom

(Prof. (Prof.em m.) em m.)

Sto. Andre . .. , .. 75-80 - - 85 5 .000 80 16 Argila ar enosa com cascalho entre70 - 85 m

.-Born Pastor .. . . . 51-55 - - 70 6 .000 56 0 Areia argilosa com areia grossa

(51 - 55 m)

Av. Estado t o •• • 70- - - 130 1.200 50 6 Argila c/grana da, areia fina (70 m)

Rua Oratorio . . . , '? - - 50 800 30 4 Argila arenosa com pequenas len-tes ar enosas

Vila Paulicea . .'.. 52 7,1 105 110 2 .500 74 1.5 Argila com carnada de areia

Vila Carriio.... .. 50-60 - - 85 600 44 31 Argila ; areia argilosa so entre55-60 m

J abaquara . . - . . . 70 88 - 100 800 90 40 Argila ; so 5 m de aroia no fund o

Ib irapuera . · .0 . . 23--40 - - 78 3 .500 39 19 Argila ; are ia grossa so entre23 - 40 m.

Reboucas .. .. ... 24 - - 30 5 .000 13 2 Argila arenosa com areia grosseir a(24 - 30 m)

Av. Indian opolis 41--45 60 - 72 12 .000 50 12 Argila arenosa com carnadas deareia grossa e cascalho

Sto. Amaro . " . . 23 30 - 55 8 .000 25 3 .5 Areia-cascalh o, com coberta deargila.

Alto Pinheiros .. . 19- 33 - - 39 10.000 27 2 (art e.) Arei a grossa e casca lho com co-berta argilosa

.T <t v.na re . . . . . . . . . 2-1 3·1 - 60 8 .000 23 n Areia, arzilr, e cascalho

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I - ~ ~ I -

I- 39 10 .000 27 2 (arte.) Areia grossa e cascalho com co-

berta argilosa.TllP:1I0re . . . . . . . . . 24 34 - r,0 8 .000 23 n Areia, arzila e cascalho

T ABE LA N.o 4

COMPOSICAO QUIMICA DA AGUA SUBTERRANEA

(

Material em Material emsuspensao solucao Clo- SubstanciaProcedencia Dureza pH

(tota l) \ (calcinado) (total) I(calcinado)ret os AhOg FezOg CaO MgO SiOz organiea

l. Itap ecerica .. , 0,3 5,9 23,2 16,8 64,0 28,0 1,4 1,8 0,6 1,4 0,1 21,0 2,0(Granito)

--- -- --- - - - - -2. Via Anchieta . . 3,6 7,8 . 3,4 1,6 243,2 216.8 1,1 17,8 1,10 16,0 2,6 113,6 1,3

(Gnaisse claro)- - - - - - - - - - ----

3. Siio Bern ardo . 3,4 7,8 93,0 93,0 157,0 96,0 2,0 7,2 0,0 16,2 2,3 21,6 29(Gnaisse claro )

--- - - - - - - - - - - - -'1. Itapeceri ca . . . 4,9 8,0 0,03 - 124,0 92,0 1,8 6,3 0,05 43,8 4.0 31,6 148,0

(Gnaisse claro )--- - - - --- - ----- - -- - - --

5. J aguars .... . . 0,0 6,9 23,3 12,4 70,0 37,0 0,8 0,0 7,2 0,1 0,0 0,2 226,0(Ro chas sedimen-tares claras)

- - - - - - --- - ------ -----6. V. Leopoldina . 6,3 6,9 2,5 0,8 222,0 159,0 26,5 1,6 1,43 26,0 6,9 46,8 2,6

(R ocha crista li-na c/coberta se-dimentar)

--- - - - - - - --- - -7. Vila Paulina . . 9,0 8,2 6,5 3,1 228,0 184,0 6,8 15,97 3,43 34,6 10,8 67,0 95,3

(Rocha eristali-na c/coberta se-dimentar )

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