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Pediatria - Estágio 6º anoTutora: Dr.ª Rute Neves (UCERN)
CONVULSÕES FEBRIS
Bárbara GamaMaria Inês Canelas da SilvaTurma 4 22 de Maio de 2015
Índice
1. Introdução: Definições e Epidemiologia
2. Factores de Risco
3. Manifestações Clínicas
4. Diagnóstico Diferencial
5. Diagnóstico
6. Tratamento
7. Prevenção
8. Prognóstico
Introdução
Definição/Critérios
Convulsão associada a uma temperatura elevada > 38ºCCriança com idade > 3 meses e < 6 anosAusência de infecção ou inflamação do SNCAusência de anomalia metabólica sistémica aguda que possa desencadear convulsõesSem história de convulsões não febris prévias
Dois tipos: simples e complexas
Introdução
Distúrbio neurológico mais comum em crianças pequenas
Fenómeno dependente da idade: ~ 2-4% das crianças < 5 anos Maior incidência entre 12 - 18 meses
Ligeiro predomínio no sexo masculino – 1.6:1
Provavelmente relacionadas com uma vulnerabilidade do SN em desenvolvimento aos efeitos da febre em combinação com susceptibilidade genética subjacente.
Factores de Risco
Idade
Febre elevada
Infecção viral
Imunização recente (DTP, VASPR)
História familiar de convulsões febris (CF) / Susceptibilidade genética
Outros: exposição pré-natal a nicotina, deficiência de ferro, doenças atópicas
Manifestações Clínicas
Maioria das CF ocorre no 1º dia da doença;
Nalguns casos, primeira manifestação da doença;
Grau de febre é variável e dependente do limiar convulsivo de temperatura de cada criança:
Mais frequente: ≥ 39ºC 25%: 38-39 ºC
Manifestações Clínicas
Características das ConvulsõesCaracterísticas das Convulsões
Convulsões Febris Simples Mais frequentes Generalizadas, duração < 15 minutos, não recidivam
num período de 24 h Mais comum: clónica generalizada Atónica e tónica também ocorrem Músculos faciais e respiratórios habitualmente
envolvidos Maioria 3-4 minutos Fase pós-ictal: confusão, agitação ou sonolência
Manifestações Clínicas
Convulsões Febris Complexas
Focais, prolongadas (> 15 min) ou recorrentes em 24 h
Menos prevalentes – 20% das CF Podem surgir após convulsão simples, mas na
maioria das crianças surgem como 1ª convulsão Crianças frequentemente mais novas e com maior
probabilidade de desenvolvimento anormal.
Diagnóstico Diferencial
Calafrios com tremores (“shaking chills”) Raramente envolvem músculos respiratórios e faciais; Não estão associados a perda de consciência.
Infecção do SNC (meningite, encefalite) Principal preocupação em crianças com febre e convulsões É importante avaliação cuidadosa para sinais e sintomas
sugestivos. Maior probabilidade em criança com convulsões complexas.
Formas Genéticas de Epilepsia GEFS+: epilepsia generalizada com convulsões febris Síndrome de Dravet / Epilepsia Mioclónica Grave da
Infância
Diagnóstico
Diagnóstico
Não devem ser realizados por rotina com o único propósito de identificar a causa de uma convulsão febril simples
Diagnóstico
American Academy of Pediatrics - Recomendações
Exames laboratoriais
O electroencefalograma (EEG) não deve ser realizado na avaliação de uma criança neurologicamente saudável com uma convulsão febril simples.
Exames de imagem do SNC não devem ser realizados na avaliação de rotina da criança com convulsão febril simples.
Exames de imagem/ EEG
Diagnóstico
Avaliação por Neurologia
CF complexa (prolongada, focal ou recorrente)Défice focal pós-crítico prolongadoAlteração do estado de consciência prolongadoSinais de hipertensão intracranianaSuspeita de encefaliteStatus febrilResultados anormais nos exames de imagem (TAC)Convulsão com febre que não cumpre critérios de
CFSuspeita de doença neurológica subjacente
Tratamento
Abordagem inicial Avaliação ABC Controlo da temperatura- Medidas de arrefecimento externo- Antipiréticos Tratamento com anticonvulsivante
TratamentoConvulsão febrilConvulsão febril
Arrefecimento , antipiréticoAspiração das secreções, permeabilidade das vias
aéreasOxigenoterapia
>5 minutos>5 minutos
Pós-criticoPós-critico
1ª CF, deve ficar em vigilância
*Diazepam rectal/IV (0.5-0.75 mg/Kg/dose). Max 5-10
mg/dose
Persistência da convulsãoPersistência da convulsão
Repetir a dose de Diazepam (máx 3 doses)
* Lorazepam IV/nasal.
Midazolan IV/nasal
/jugal
* Lorazepam IV/nasal.
Midazolan IV/nasal
/jugal
Crise no SUCrise no SU
IV/nasal/jugal (0,15-0,3 mg/Kg//dose),
> 15 minutos > 15 minutos
HOSPITALIZAÇÂO
• Fosfofenitoina( 2º linha) 20 mg PE/kg IV
• Fenitoina 20 mg/kg IV15-30 min• Fenobarbital 20 mg/Kg IV( 10
mg/kg se administrado como 2º linha)
• Ácido Valproico 20-40 mg/Kg
Obter opinião de Neuropediatria
Obter opinião de Neuropediatria
Se hipoglicemia->2,5 ml/Kg dextrose 10%Se hipoglicemia->2,5 ml/Kg dextrose 10%
Prevenção
Tratamento profiláctico com anticonvulsivantesTratamento profiláctico com anticonvulsivantes
Diminuem risco de recorrência de CF simples Não diminuem risco de epilepsia no futuro
•Tratamento profiláctico intermitente.Tratamento profiláctico intermitente.
Diazepam rectal (0.5 mg/kg/ dia ) no início da febre .
•Tratamento profiláctico contínuo.Tratamento profiláctico contínuo.
Fenobarbital (3-5mg/Kg/dia) Valproato de sódio (30-40 mg/Kg /dia)Primidona(15-20 mg /Kg/dia)
Esclarecimento dos paisVigilância apertada
Prognóstico
Maioria prognóstico favorável. 30% terá um novo episodioApós 2ª CF o risco de recorrência aumenta
para 50%.Risco de epilepsia muito baixo (0,9%)Risco de epilepsia aumenta se AF de
epilepsia, anomalia neurológica, CF complexa.
Antes da alta…
Educação aos pais: Carácter benigno e frequente da situação. Medidas em futuros episódios:-Não colocar nada na boca da criança.-Deitar a criança de lado, num local seguro onde ela não se possa magoar.-Baixar a temperatura com antipiréticos e medidas de
arrefecimento externo.- * Considerar prescrição de clisteres de Diazepam (0,5- 0,75
mg/Kg/dose) se crises com >5 minutos em :• CF inicial(>10 min)• Crises frequentes• Elevado risco de recorrência
* Midazolam spray nasal
Antes da alta…
Educação aos pais:
CHAMAR A AMBULÂNCIA OU LEVAR A CRIANÇA AO CHAMAR A AMBULÂNCIA OU LEVAR A CRIANÇA AO HOSPITAL SE SINAIS DE ALARME:HOSPITAL SE SINAIS DE ALARME:
• Convulsão prolongada (mais de 10 minutos)• Convulsões focais• Recuperação incompleta da consciência 30
minutos após a crise• Prostração marcada , com gemido ou
sonolência• Febre que não cede aos antipiréticos.• > 1 crise no mesmo dia
Bibliografia
Amaral, J.V.; Tratado de Clínica Pediátrica; 2ª edição, 2013. Abbott. Millichap, J. et al; Clinical features and evaluation of febrile seizures; Dec 12,
2014, UpToDate. Millichap, J. et al; Treatment and prognosis of febrile seizures; Nov 19, 2014,
UpToDate. Ward, M.; Fever in infants and children: Pathophysiology and management; Dez
15, 2014, UpToDate. Reese, C. et al; Febrile Seizures: Risks, Evaluation, and Prognosis. Am Fam
Physician. Jan 15 2012; 85(2): 149-153. Waruiru, C., Appleton, R.; Febrile seizures: an update. Arch Dis Child 2004; 89:
751–756 AAP Updates Guidelines for Evaluating Simple Febrile Seizures in Children. 2011,
American Academy of Pediatrics. Febrile Seizures: Guideline for the Neurodiagnostic Evaluation of the Child With a
Simple Febrile Seizure. 2011, American Academy of Pediatrics. Febrile Seizures: Clinical Practice Guideline for the Long-term Management of the
Child With Simple Febrile Seizures. 2008, American Academy of Pediatrics. Medscape Reference: www.emedicine.medscape.com
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