XII Seminário de Educação Física Escolar - Resumos dos trabalhos da área temática "Educação...

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Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2013 Nov;27 Supl 7:0-0. • 1 XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação A CONSTITUIÇÃO DOS SABERES DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS PRÁTICAS DAS TECNOLOGIAS FONTES JCM. [email protected] Centro de Educação Aberta e a Distância, Universidade Federal de Ouro Preto A INFLUÊNCIA DE ATIVIDADES EXTRACURRICULARES NO NÍVEL DE COORDENAÇÃO MOTORA GERAL DE CRIANÇAS SANTOS FO, MADUREIRA F, ALVES C, FLORÊNCIO R, BARTOLOTTO F. fabiooliveirafi[email protected] Faculdade de Educação Física de Santos Educação Física Escolar no Ensino Fundamental I e II 001 002 As trocas de conhecimento, aprendizagens, vivências e experiências das pessoas envolvidas no contexto de interações de práticas sociais no ambiente escolar nos mostram que a dinâmica dos conhecimentos da Educação Física e a relação com as tecnologias da informação e comunicação são interações capazes de instigar, estimular, desafiar crianças, jovens, professores e outros atores sociais nas mais diversas situações de aprendizagens das práticas dos conceitos e movimentos destas áreas do conhecimento. Assim posto, este trabalho propõe retratar, através da relevância dos recursos tecnológicos, culturais e sociais disponíveis pelas Tic’s, como os estudantes do segundo ciclo de formação humana do ensino fundamental de uma escola pública, compreendem e constroem o processo de aprendizagem de um domínio especifico da Educação Física na relação estabelecida pelas práticas esportivas de movimento, em especial pelo atletismo, através de atividades que envolviam os saltos, os lançamentos e as corridas, e os conceitos e conhecimentos da temática sobre as capacidades físicas – velocidade e resistência. Na constituição das habilidades motoras, cognitivas e sociais instrumentalizadas nas trocas de saberes, percebeu que tanto as práticas tecnológicas, em seu manuseio e análise dos registros, quanto às vivencias e participações dos estudantes nas atividades esportivas, foi um relevante processo no trato do conhecimento, avaliado durante todo o período de realização das atividades propostas. No sentido de ampliar as interações entre os sujeitos em suas atividades cotidianas para além do universo escolar, as tecnologias, as atividades de atletismo e suas imbricações com os conceitos e movimentos das capacidades físicas, mobilizaram teorias, atitudes, procedimentos, metodologias e possibilitaram despertar nos atores envolvidos um maior interesse destas pessoas nas vivencias e experiências das aprendizagens destas práticas sociais. A literatura tem indicado que crianças que realizam apenas atividades motoras na escola são mais propensas a apresentarem níveis baixos de coordenação motora geral (CMG). Uma alternativa indicada por professores de educação física para conter este problema é realizar atividades extracurriculares nas escolas. No entanto, há carência de evidências sobre esta questão, com isso o objetivo do presente trabalho foi analisar o nível de CMG de crianças que praticam e não praticam atividades extracurriculares escolares. Foram avaliadas 44 crianças de ambos os sexos com idade média de 10 anos pertencentes a uma escola particular da cidade de Santos-SP, estes foram divididos em 2 grupos: grupo educação física (GEF) e grupo extracurricular (EX). Ambos realizavam aulas de educação física na escola 2x por semana, a qual o grupo EX participava de 2 aulas de atividades extracurriculares. As atividades extracurriculares eram formadas com ênfase em equilíbrio e manipulação de objetos com 50 minutos de duração, realizadas durante 30 dias. Para classificar o nível de CMG, foi utilizado a bateria KTK. Os dados foram analisados do pré (PR) para pós (PS). O GEF na condição PR obteve escore de 286 e 289 na condição PS, ambas classificadas como “PERTUBAÇÃO NA COORDENAÇÃO MOTORA”. O EX na condição PR apresentou escore de 291 e 311 na condição PS, classificadas como “PERTUBAÇÃO NA COORDENAÇÃO MOTORA” e “NORMAL”, respectivamente, o que indica diferença estatística intragrupo. Com base nos dados obtidos pode-se verificar que ambos os grupos obtiveram aumento na CMG, sendo que o EX aumentou 6% e o GEF 1%, resultando em um aumento do nível da classificação apenas para EX.

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XII Seminário de Educação Física Escolar - Resumos dos trabalhos da área temática "Educação Física Escolar no Ensino Fundamental I e II". Evento realizado de 22 a 24 de novembro de 2013. Site do evento: http://seminarioefe.com

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

A CONSTITUIÇÃO DOS SABERES DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS PRÁTICAS DAS TECNOLOGIAS

FONTES JCM. [email protected] Centro de Educação Aberta e a Distância, Universidade Federal de Ouro Preto

A INFLUÊNCIA DE ATIVIDADES EXTRACURRICULARES NO NÍVEL DE COORDENAÇÃO MOTORA GERAL DE CRIANÇAS

SANTOS FO, MADUREIRA F, ALVES C, FLORÊNCIO R, BARTOLOTTO F. fabiooliveirafi [email protected] Faculdade de Educação Física de Santos

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As trocas de conhecimento, aprendizagens, vivências e experiências das pessoas envolvidas no contexto de interações de práticas sociais no ambiente escolar nos mostram que a dinâmica dos conhecimentos da Educação Física e a relação com as tecnologias da informação e comunicação são interações capazes de instigar, estimular, desafi ar crianças, jovens, professores e outros atores sociais nas mais diversas situações de aprendizagens das práticas dos conceitos e movimentos destas áreas do conhecimento. Assim posto, este trabalho propõe retratar, através da relevância dos recursos tecnológicos, culturais e sociais disponíveis pelas Tic’s, como os estudantes do segundo ciclo de formação humana do ensino fundamental de uma escola pública, compreendem e constroem o processo de aprendizagem de um domínio especifi co da Educação Física na relação estabelecida pelas práticas esportivas de movimento, em especial pelo atletismo, através de atividades que envolviam os saltos, os lançamentos e as corridas, e os conceitos e conhecimentos da temática sobre as capacidades físicas – velocidade e resistência. Na constituição das habilidades motoras, cognitivas e sociais instrumentalizadas nas trocas de saberes, percebeu que tanto as práticas tecnológicas, em seu manuseio e análise dos registros, quanto às vivencias e participações dos estudantes nas atividades esportivas, foi um relevante processo no trato do conhecimento, avaliado durante todo o período de realização das atividades propostas. No sentido de ampliar as interações entre os sujeitos em suas atividades cotidianas para além do universo escolar, as tecnologias, as atividades de atletismo e suas imbricações com os conceitos e movimentos das capacidades físicas, mobilizaram teorias, atitudes, procedimentos, metodologias e possibilitaram despertar nos atores envolvidos um maior interesse destas pessoas nas vivencias e experiências das aprendizagens destas práticas sociais.

A literatura tem indicado que crianças que realizam apenas atividades motoras na escola são mais propensas a apresentarem níveis baixos de coordenação motora geral (CMG). Uma alternativa indicada por professores de educação física para conter este problema é realizar atividades extracurriculares nas escolas. No entanto, há carência de evidências sobre esta questão, com isso o objetivo do presente trabalho foi analisar o nível de CMG de crianças que praticam e não praticam atividades extracurriculares escolares. Foram avaliadas 44 crianças de ambos os sexos com idade média de 10 anos pertencentes a uma escola particular da cidade de Santos-SP, estes foram divididos em 2 grupos: grupo educação física (GEF) e grupo extracurricular (EX). Ambos realizavam aulas de educação física na escola 2x por semana, a qual o grupo EX participava de 2 aulas de atividades extracurriculares. As atividades extracurriculares eram formadas com ênfase em equilíbrio e manipulação de objetos com 50 minutos de duração, realizadas durante 30 dias. Para classifi car o nível de CMG, foi utilizado a bateria KTK. Os dados foram analisados do pré (PR) para pós (PS). O GEF na condição PR obteve escore de 286 e 289 na condição PS, ambas classifi cadas como “PERTUBAÇÃO NA COORDENAÇÃO MOTORA”. O EX na condição PR apresentou escore de 291 e 311 na condição PS, classifi cadas como “PERTUBAÇÃO NA COORDENAÇÃO MOTORA” e “NORMAL”, respectivamente, o que indica diferença estatística intragrupo. Com base nos dados obtidos pode-se verifi car que ambos os grupos obtiveram aumento na CMG, sendo que o EX aumentou 6% e o GEF 1%, resultando em um aumento do nível da classifi cação apenas para EX.

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A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DO MINI TÊNIS EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL I PARA TURMAS DOS 5º ANOS DA REDE MUNICIPAL DE BAURU/SPSILVA CS. [email protected] Secretaria Municipal de Educação de Bauru

A ORGANIZAÇÃO DA AULA DE AVENTURA NA ESCOLA PÚBLICARICHTER F, PEREIRA DW. [email protected] Universidade Nove de Julho

O objetivo deste relato de experiência é o de apresentar uma intervenção pedagógica do mini tênis em aulas de Educação Física realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Francisco Junior de Bauru/SP para turmas dos 5º anos. O conteúdo didático: mini tênis teve como orientação o currículo comum de Educação Física para o ensino fundamental municipal de Bauru/SP, cujo objetivo geral é o de ampliar a aprendizagem sobre as manifestações da cultura corporal, dentre elas os esportes individuais valorizando o signifi cado social atribuído a cada manifestação. Quanto aos objetivos específi cos foi estabelecido que os alunos fossem capazes de: 1) Aprender a jogar o mini tênis de acordo com suas possibilidades; 2) Respeitar as diferenças individuais dos colegas em suas habilidades e 3) Conhecerem os esportes de raquetes e aprender as regras simplifi cadas do mini tênis. As estratégias de ensino e a avaliação focaram nas dimensões: conceitual, procedimental e atitudinal. Enquanto estratégia de ensino foi feita uma avaliação diagnóstica na dimensão conceitual sobre quais esportes de raquetes os alunos conheciam através de vídeos e imagens. Na dimensão procedimental os alunos vivenciaram o mini tênis, com regras simplifi cadas utilizando como recursos; raquetes, bolinhas e mini quadras. Na dimensão atitudinal se verifi cou durante as aulas os comportamentos dos alunos na formação de duplas para jogar. A avaliação se caracterizou como somativa verifi cando os que os alunos aprenderam na dimensão conceitual quanto aos esportes de raquetes que conheciam e as regras propostas do mini tênis. Na dimensão atitudinal os alunos foram questionados se respeitaram as individualidades dos seus colegas durante as aulas. E na dimensão procedimental foi proposto aos alunos para que jogassem realizando o maior numero de acertos possíveis ao rebater a bolinha e ao mesmo tempo objetivando a precisão do rebater para marcar pontos.

A Educação Física escolar carece de olhares distintos ao tradicionalismo do esporte olímpico, isto porque, a cultura corporal forma-se a partir de todas as relações do ser humano com o meio e com seus pares. Essa perspectiva remete à prática de Esportes de Aventura como temática cada vez mais valorizada na sociedade contemporânea. Nesse relato de experiência busca-se mostrar uma Pedagogia da Aventura para a escola pública, desmistifi cando o caráter exclusivo da Aventura às pessoas com maior poder aquisitivo. Na Escola Professor Raul Antônio Fragoso as aulas de Educação Física (1º ao 5º ano) tem como objetivo oferecer as modalidades: Slackline, Parkour, Arvorismo, Escalada, Skate e Surf (Tarp Surfi ng). Os conteúdos são propostos em sua maioria de forma adaptada, adequando o espaço, material, segurança e contexto dos alunos as possibilidades de ensino. As estratégias passam por discussão sobre como adquirir os equipamentos, como desenvolver a aprendizagem para todos e a criação de circuitos motores de vivência lúdica para experimentação e resolução de problemas. A aquisição de materiais é sempre muito difícil, pois a comunidade escolar é periférica no município de São Paulo. Por exemplo, para a skate, os próprios alunos trazem de casa e socializam o uso com os colegas. A fi ta de slackline foi comprada pelo professor, bem como as agarras do muro de escalada, cordas e outros equipamentos usados nas práticas verticais. No surfe utiliza-se um longboard e uma lona comprada através da APM da escola. Em relação às aulas a resposta dos alunos é extremamente satisfatória com grande envolvimento dos alunos nas atividades, apontando para o desenvolvimento afetivo e social. No aspecto motor já foram observados resultados positivos comparando a melhora do controle motor devido à imprevisibilidade das modalidades. Há barreiras como a falta da material e até algum preconceito, que são superados com o conhecimento do professor e disposição para enxergar uma nova educação física.

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

As tecnologias em crescente expansão trazem consigo a facilidade de atividades antes ditas como complexas. As ferramentas e os indivíduos já não são como antes, tudo esta mais rápido, o acesso a informação foi ampliado. O que observamos são pessoas conectadas a rede em grande parte do dia, por meio de mídias sociais digitais. Estas mídias fazem parte do cotidiano não somente de adultos, mas também de jovens e crianças. Tais mídias exercem papel sócio afetivo aliando pessoas com o mesmo interesse e também indivíduos semelhantes. Partindo destas ideias, o estudo objetiva aplicar atividades na mídia social digital facebook como instrumento da pratica docente nas aulas de Educação Física, a fi m de que os alunos assimilem os conteúdos ministrados com mais facilidade do que os métodos tradicionais de ensino. Bem como visualizar quais as reações dos alunos com a utilização do facebook pelo professor e se a participação e notas obtiveram melhora. A pesquisa foi de caráter investigativo exploratório no qual ocorreu primeiramente uma revisão da literatura com artigos das áreas de comunicação e Educação encontrados no periódico virtual Scielo e no site do Instituto politécnico de Bragança (IPB) de Portugal. Participaram da pesquisa todas as crianças matriculadas e frequentes no 4º ano (Ensino Fundamental I) de uma escola pública localizada na periferia de Campo Grande - MS. Contando com a parceria do professor de Educação Física, foi proposta uma atividade por meio do grupo criado no facebook com o nome da sala, no qual postou-se um vídeo na rede com a pratica do desporto Voleibol adaptado. Os alunos visualizam em suas casas, e na aula seguinte levaram suas dúvidas para a discussão em sala. Posteriormente o professor realizou um jogo. Ao fi m da aula os alunos comentaram a atividade e se mostraram satisfeitos e motivados pela utilização do facebook como instrumento de estudo. Há poucos trabalhos com a temática , a crescente discussão a respeito se encontra se realmente esta mídia é aliada da aprendizagem ou se aumenta a dispersão durante as aulas. Muitos autores defensores do uso dessa mídia argumentam que a utilização adequada proporciona ganhos, no entanto, os mesmos orientam que cabe aos professores a administração correta desta ferramenta, bem como a orientação da mesma. Notou-se que os alunos estão abertos à tecnologia, faz-se necessário o encorajamento do professor para a utilização de novos meios de promoção do aprendizado, bem como o desenvolvimento sócio-afetivo por meio da sociabilização.

Os jogos e brincadeiras são vivenciados em vários momentos ao longo da vida da criança. Partindo da ideia de aprendizagem por jogos, o presente estudo focou no ensino da modalidade do Futsal. No presente estudo será abordado o contexto esportivo, seus métodos de ensino através da pedagogia do esporte, com um entendimento do que é a modalidade futsal praticada na escola e a utilização dos jogos e as brincadeiras para um ensino diferenciado do esporte. A pedagogia do esporte aborda o trabalho do esporte na escola por meio do desenvolvimento dos alunos nos aspectos social, cognitivo e físicos motores integrando as crianças na sociedade e no contexto da Educação Física escolar. No contexto do futsal, tratou-se do histórico da modalidade desde seu início até os tempos atuais, o crescimento do esporte nos dias atuais e suas características quanto a sua prática. Além disso, serão contextualizadas as formas de jogos, os modelos em que eles são introduzidos na aprendizagem, e quais as formas de jogos e brincadeiras podem ser utilizadas no ensino aprendizagem da modalidade do futsal no ensino fundamental I.

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A UTILIZAÇÃO DO FACEBOOK NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

NUNES JÚNIOR JM, SOUZA AR, OVANDO RGM. [email protected] Faculdade UNIGRAN Capital - MS

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS E BRINCADEIRAS NO ENSINO DO FUTSAL NO ENSINO FUNDAMENTAL ICANCELLA CAV, BASTOS LGB, FONSECA JAMM. [email protected] Escola Superior de Cruzeiro

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

O objetivo do presente trabalho é investigar o comportamento físico de crianças em três momentos da vida escolar: Aula em classe, em educação física e intervalo de lanche. Onze crianças de 8 a 10 anos de ambos os gêneros de uma escola particular do Ensino Fundamental da cidade de Santos participaram do experimento. Para aferição da frequência cardíaca foi utilizado um oxímetro da marca Geratherm®. Para a verifi cação do percentual da frequência cardíaca máxima nas quatro condições utilizou-se a equação de Bruce. Para analise do número de passos dados durante as quatro condições optaram-se pela utilização de pedômetros. Para analise estatística, após a verifi cação da não normalidade optou-se pelo teste Wilcoxon diferença estatística para p≤0,05. Apresentados em média e desvio padrão da frequência de passadas em AAN 33,4 (36,1); AEF 1387,1 (794,5); PI 539,8 (357,0) e ADEP 90,5 (117,0), Analisando o percentual de passadas pode-se observar que AEF de 256,38% a mais da estimativa média de passos por hora (541,67); PI apresentou o percentual de 99,63% no período de 30 minutos; em AAN 6,10% e ADEP 16,64%. A frequência cardíaca em AAN 100,1 (11,1); AEF 120,8 (21,8); PI 107,2 (16,2); ADEP 100,7 (12,9). Quanto ao percentual da frequência cardíaca máxima observa-se que AEF obteve apenas 62,15% da estimativa da FCmáx; AAN 51,50%; PI 55,15% % e ADEP 51,81%. Observando melhor a AEF obteve apenas a diferença de 11% a mais quando comparado às demais condições. Pode-se concluir que as crianças permaneceram mais ativas nos períodos de intervalo e aula de Educação Física, quando comparados às condições de aulas em classe, como demonstrada, pelo número de passadas realizadas nestes diferentes momentos. Os resultados permitem afi rmar que as experiências corporais vivenciadas nas aulas de Educação Física ofertadas pelo programa em questão, foram sufi cientes para manter as crianças em níveis ótimos de saúde.

Para conclusão do curso de Licenciatura em Educação Física, realizamos o estágio obrigatório de 100 horas no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, com o cumprimento de 15 horas de observação, 15 horas de participação, 30 horas de regência e 40 horas com encontros com a professora orientadora de estágio para discussões teóricas e planejamento das aulas aplicadas durante o período da regência. Assim, o objetivo deste estudo é relatar as experiências ocorridas durante o estágio em aulas de Educação Física no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa que ocorreu em uma instituição privada de Várzea Grande, MT, com a participação de 6 turmas do 1° ao 4° ano. Durante as aulas de observação e participação, o professor de Educação Física da referida escola (professor supervisor) aplicou jogos e brincadeiras. Assim, tivemos a oportunidade de conhecer e interagir com os alunos, bem como identifi car os procedimentos didáticos adotados pelo professor, especialmente no momento da solução de confl itos, em que o diálogo prevalecia. O professor participava ativamente das atividades incentivando e motivando os alunos que, algumas vezes, não mostravam interesse pelas atividades. Durante a regência, permanecemos com os mesmos conteúdos, com o intuito de dar continuidade ao plano de ensino do professor supervisor, mas com atividades diferentes, sendo que ao fi nal de cada aula os alunos desenhavam as atividades, com o objetivo de registrar o que fora realizado. Antes de todas as aulas apresentávamos o plano de aula ao professor supervisor e coordenadora pedagógica da escola para aprovação dos mesmos. Deparamos-nos com difi culdades como a dispersão dos alunos e o excesso de confl itos, sempre resolvidos por meio do diálogo. O estágio contribuiu signifi cativamente para nossa formação, permitindo-nos a aproximação do campo real de nossa futura atuação profi ssional.

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AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

SILVA TR, MOREIRA RSP. [email protected] UNIVAG - Centro Universitário

CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO FÍSICO DE CRIANÇAS EM TRÊS MOMENTOS DA VIDA ESCOLAR: AULA EM CLASSE, AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E INTERVALO DE LANCHE

CORREA MHM, MORCELLI M, MARTINS V, BARTOLOTTO F, MADUREIRA F. [email protected] Faculdade de Educação Física de Santos

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Entendemos que o componente curricular Educação Física deve propor o ensino e a aprendizagem de conhecimentos únicos e específi cos que o caracterize e o justifi que no contexto escolar como acontece nos demais componentes. Sabemos da importância das manifestações do movimento em nossa cultura, mas não podemos negar que o movimentar-se de forma genérica também faz parte integrante de nossa vida. Mastigamos os alimentos muitas vezes sem nos conscientizar sobre a importância dela em nosso processo digestivo e consequentemente para nossa qualidade de vida. Levando-se em conta os critérios: (1) apresentados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Física para selecionar os conteúdos; (2) as Expectativas de Aprendizagens do Programa de Orientação Curricular do Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo; (3) o Referencial de Expectativas para o Desenvolvimento da Competência Leitora e Escritora no ciclo II do ensino fundamental e (4) a proposta da Cinesiologia Humana do professor José Guilmar Mariz de Oliveira, organizamos uma sequência didática sobre o tema mastigação, desenvolvido com os alunos da 4ª série/ 5º ano do ensino fundamental nas aulas de Educação Física da EMEF Antônio de Alcântara Machado onde atuo como professor de educação física. Este relato tem por objetivo descrever a experiência positiva da conscientização dos alunos(as) sobre o mastigar os alimentos nos diferentes momentos do cotidiano.

O presente relato de prática pedagógica refere-se às atividades desenvolvidas na Escola Estadual Dom João Rezende, da cidade de Pouso Alegre-MG, com os alunos do ensino fundamental I (6 a 10 anos). O objetivo foi fazer com que os alunos realizassem exercícios diferentes em uma só atividade, a fi m de melhorar a agilidade, fl exibilidade e atenção. Os alunos foram convidados a fi car em fi la, diante do circuito montado. O mesmo constou de atividades variadas, divididas em oito estações. Os alunos deveriam percorrer todo o circuito em no máximo 60 segundos. Na primeira estação, o aluno correu em zigue- zague, por entre seis cones. Na segunda, ainda com cones como limite, ele percorreu a distância, primeiro de frente e depois de costas. Na terceira, ele saltou com os dois pés, entre dez bambolês dispostos na forma de circulo. Na quarta estação, foi pular corda, 10 saltos seguidos. Na quinta foi realizar uma jogada de amarelinha, em seguida acertar a bola na cesta de basquete. Na sétima, foi bater um pênalti e por ultimo saltar com os pés sobre quatro cones, um de cada vez. É preciso registrar, que com as crianças de seis e sete anos, o cone usado foi o de tamanho pequeno. Entende-se que esse processo possibilitou aos alunos desenvolverem maior agilidade e atenção ao executar várias tarefas em pouco tempo. E também foi trabalhado direção, controle e coordenação. Assim, a brincadeira manteve os alunos atentos aos colegas, e foi percebido que aqueles que estavam esperando a sua vez, elaboraram estratégias para executar os exercícios de forma mais rápida. No fi nal, os alunos deram opinião sobre qual seria a melhor estratégia para diminuir o tempo de execução.

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CINESIOLOGIA HUMANA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR BÁSICA: O FITNESS DA MASTIGAÇÃO E OS CONHECIMENTOS PARA A QUALIDADE DE VIDA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

RIBEIRO RYS. [email protected] EMEF Antônio de Alcântara Machado - SP

CIRCUITO: UMA VELHA E BOA ESTRATÉGIA DE ENSINO

FERREIRA GC, NASCIMENTO LS, SILVA JAO, OLIVEIRA [email protected] Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí

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O presente relato de prática pedagógica refere-se às atividades desenvolvidas na unidade de ensino da Educação Física do mês do Folclore com os alunos do ensino fundamental I (5 ano) do Colégio Vale do Sapucaí-Anglo da cidade de Pouso Alegre-MG. O objetivo da unidade de ensino foi resgatar a brincadeira Amarelinha. Os alunos foram convidados a brincar de amarelinha, e a partir de questionamentos e sugestões foi estabelecida uma dinâmica para a inserção de novas regras que permitissem contemplar os interesses e competências dos alunos. Durante duas aulas o professor mediou a construção das regras. Todas as sugestões foram testadas pelos próprios alunos para perceberem a adequação e viabilidade das mesmas, tendo como critério de inclusão a possibilidade de realização pela maioria dos alunos. Ao fi nal da segunda aula os alunos concluíram a nova brincadeira, e deram o nome de: “Amarelinha Campo Minado”. Na terceira aula a brincadeira foi realizada na sua totalidade, consistindo em 60 casas enumeradas, necessidade de usar ora a perna direita, ora a esquerda, conquista de território(casas), participação de todos alunos na mesma brincadeira, dois critérios de vitória: por tempo: maior conquista de casas por um jogador, e/ou por estratégia: impossibilidade dos demais jogares darem sequência. Entende-se que esse processo possibilitou os alunos se aproximarem de forma mais signifi cativa da brincadeira, tão distante desta geração. Mais especifi camente, pode-se dizer que houve tanto um resgate cultural, quanto um projeto coletivo que resignifi cou a amarelinha às necessidades e competências dos alunos. Assim, a nova brincadeira manteve a “essência” da amarelinha, e concomitantemente o estabelecimento de um espaço de educação.

O relato parte de uma nova experiência no curso de EJA, desenvolvida em instituição privada na cidade de São Paulo. O curso apresentava um currículo diverso onde os alunos tinham, obrigatoriamente, que participar das aulas de Educação Física e Artes com seu grupo classe. A proposta descrita apresenta os alunos como co-autores da composição das disciplinas de seu currículo, onde passaram a escolher o que gostariam de cursar formando um novo grupo, agora, por interesse. A Educação Física passa a oferecer o curso de Jogos e Dança separadamente. São alunos das “fases“ de alfabetização inicial do Ensino Fundamental I. Os objetivos encontram-se em favorecer o fortalecimento da identidade, valorizar a cultura corporal deste grupo, apresentar uma diversidade cultural mediada pelo ritmo de diversas localidades brasileiras e do mundo. Os conteúdos partem dos ritmos pautados pelas frequências cardíacas, dos ritmos preferidos do grupo, além de uma viagem pelos diversos ritmos brasileiros e estrangeiros. Estratégias desenvolvidas partem de experimentações e improvisações individuais do corpo em movimento, atingindo as vivências em duplas, trios e grupos maiores. Os fatores do movimento considerados nas improvisações são o peso, tempo, espaço e fl uência. Nas aulas os alunos realizam uma síntese do conteúdo vivenciado em forma de coreografi as. Os recursos materiais são aparelho de som, DVD, CD’s diversos, fi lmes sobre dança e uma boa sala com piso de madeira. Os procedimentos de avaliação estão centrados na auto avaliação, na observação e registro docente das elaborações do grupo, nas avaliações em grupo realizadas a cada encontro e ao fi nal de um período de trabalho. Considerações fi nais relevantes partem do princípio que todos sabem dançar, contrário ao discurso inicial discente; a descoberta das possibilidades de ampliação dos movimentos cotidianos e a escolha de um currículo mais signifi cativo, principalmente por se tratar de um grupo de jovens e adultos.

DANÇA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)SOUZA DMMB. [email protected] Colegio Santa Cruz - SP

CULTIVANDO E TRANSFORMANDO AS BRINCADEIRAS POPULARES: AMARELINHA CAMPO MINADO

SILVA WA, SILVA JAO, PEREIRA RS. [email protected] Universidade do Vale do Sapucaí

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O objetivo deste trabalho será compreender como ocorre o desenvolvimento cognitivo de crianças com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Participarão 30 crianças, entre 7 e 10 anos de idade, divididas em dois grupos: desenvolvimento típico (n=15; percentil≥63) e TDC (n=15; percentil≤5). As crianças com TDC serão indicadas pelos professores da rede municipal de ensino por meio do preenchimento do checklist do MABC-2, e a partir dos resultados, as crianças serão avaliadas com a bateria motora. Serão utilizadas as tarefas tradicionais propostas por Piaget: 1)conservação de líquido, com o uso de dois copos iguais e um copo em formato diferente; 2)conservação de massa, em que a criança terá nas mãos duas massinhas em formatos iguais e deverá moldar com uma delas um formato diferente; e 3)duas tarefas com exigência de noção de espaço e tempo, que serão realizadas em contexto experimental e aplicado. Na tarefa com exigência da noção de espaço a criança, inicialmente, visualizará um brinquedo que percorrerá um trajeto retilíneo entre os pontos ABC. Em contexto aplicado, será realizada a brincadeira coelhinho sai da toca com três arcos na mesma distribuição de pontos ABC. Na tarefa com exigência de tempo, a criança, primeiramente, visualizará dois brinquedos, nos quais haverá dois objetos móveis que se deslocarão paralelamente do ponto A ao ponto B. As crianças serão questionadas durante todas as tarefas e a análise será realizada por meio de imagens gravadas. Além disso, será utilizada uma fi cha individual para análise do comportamento e interação social da criança durante o recreio escolar e aulas de Educação Física. Os dados serão analisados qualitativamente, fundamentando-se nas teorias Piagetianas sobre o desenvolvimento cognitivo de crianças na faixa etária estudada. Espera-se obter informações sobre o desenvolvimento cognitivo e social dessas crianças, de forma a auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.

A literatura indica que existem profi ssionais do movimento na área escolar que ministram suas aulas de forma similar para idades distintas, porém para também há literaturas que indicam que a cada ano, o ser humano aprimora seu nível de coordenação motora, desta forma tornando-se capaz de realizar determinadas tarefas de forma habilidosa. Assim, identifi car os níveis de coordenação motora de diferentes níveis de ensino escolar torna-se importante para compor aulas de educação física. Com isso, o presente estudo tem o objetivo de identifi car o nível de coordenação motora em crianças de ensino escolar. Fizeram parte da amostra 123 crianças com idade de 5 a 10 anos de ambos os sexos todas pertencentes a escolas particulares da cidade de Santos-SP. Estes foram divididos em 5 grupos, sendo eles, 5 anos (G5), 6 anos (G6), 7 anos (G7), 8 anos (G8), 9 anos (G9) e 10 anos (G10). Para avaliar o nível de coordenação motora geral, foi utilizado a bateria KTK. Os resultados do KTK indicam que no G5 5% estão com Insufi ciência da coordenação (IC), 20% Perturbações da coordenação motora (PC), 25% Normais (N), 20% Boa coordenação (BC), 30% Alta coordenação (C). O G6 25% IC, 40% PC, 50% N, 0% BC, 5% AC. Para o G7 15% IC, 20% PC, 35% N, 20% BC 10% AC. O G8 40% IC, 25% PC, 15% N, 20% BC, 0% AC. Para G9 5% IC, 10% PC, 80% N, 5% BC, 0% AC. Já o G10 0% IC, 21% PC, 79% N, 0% BC, 0% AC. Em média cada faixa etária analisada concentra-se em um nível de coordenação motora específi co, porém existem crianças da mesma faixa etária que se distribuem em outros níveis de coordenação. Este pode ser um indicador que durante as aulas de educação física as crianças com a mesma idade deveriam realizar aulas com diferentes níveis de difi culdade para poder trabalhar igualmente suas necessidades motoras.

DIFERENÇA DA COORDENAÇÃO MOTORA ENTRE CRIANÇAS DE ENSINO ESCOLAR

VILLANI M, MADUREIRA F, BARTOLOTTO F. [email protected] Faculdade de Educação Física de Santos

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE CRIANÇAS COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO E COM TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA

COSTA RZF, FOGAÇA AF, MEDINA-PAPST J. [email protected] Universidade Estadual de Londrina

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Este é um relato de experiência de um projeto com o tema: Lutas. Foi realizado com seis turmas (cerca de 170 discentes) dos 2º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental “Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior”, localizada na periferia da cidade de São Paulo. Este trabalho foi desenvolvido, entre os meses de Agosto e Outubro de 2012, nas aulas de Educação Física com a freqüência de duas aulas por semana. Os conteúdos abordados nessas aulas foram: diferenças entre luta e briga; atividades lúdicas relacionadas à luta; e a história, os movimentos, os instrumentos e a roda de Capoeira. Algumas das estratégias utilizadas neste projeto foram: combinados, “rodas de conversa”, atividades práticas realizadas em dupla ou individualmente, solicitação de registros através de desenhos; e elaboração de sequência de movimentos. Foram usados como materiais: colchões, banco sueco, tapete, som, TNT, CD de Capoeira, pandeiro de plástico e vareta, caxixi e berimbau (confeccionados a partir de material alternativo). As aulas foram desenvolvidas em sua maior parte no pátio da escola e as demais na sala de aula. Os principais objetivos propostos neste trabalho foram: diferenciar a luta da briga; apresentar algumas características da luta; proporcionar atividades de contato corporal com o outro de uma forma não destrutiva; abordar a história, as características e os movimentos da Capoeira; e promover a elaboração de um trabalho de Capoeira para ser apresentado na Mostra Cultura da escola. Ao término deste trabalho foi possível notar resultados positivos demonstrados pela maioria dos discentes, como a ampliação da representação sobre lutas, o entendimento sobre as diferenças entre luta e briga, a demonstração de atitudes de respeito, a compreensão sobre a história e os elementos da Capoeira, e o envolvimento e a dedicação na construção do trabalho para a Mostra Cultural.

Mudanças signifi cativas têm ocorrido no que se refere à diversidade de tradições políticas, étnicas, sociais, religiosas e de gênero, confi gurando identidades plurais que se expressam nas distintas esferas sociais. Neste sentido, o multiculturalismo refere-se à compreensão da sociedade formada por identidades plurais, com base na diversidade de classe social, gênero, etnia, raça, padrões culturais e linguísticos, assim como outros marcadores identitários. Gênero, aqui entendido como constructo cultural, tem sido moldado a partir de padrões que colocam em desigualdade as relações entre os sexos. Visando refl etir sobre essas questões, este estudo realizado através de uma pesquisa-ação, teve como objetivo analisar a prática pedagógica na aula de Educação Física pautada na perspectiva multi/intercultural reconhecendo as suas contribuições para a superação do sexismo no contexto escolar. A metodologia da pesquisa–ação organizou-se através de entrevistas semi-estruturadas realizadas com professores/as e com os/as estudantes. Também foi utilizada a promoção e adoção de uma prática pedagógica pautada na educação multi/intercultural. Todas as aulas foram registradas em um diário de campo, onde se utilizou a observação participante na tentativa de promover refl exões e transformações no sentido de desafi ar o preconceito entre os gêneros. Como descoberta relevante, observamos a mudança no comportamento da turma durante as aulas de Educação Física a partir das modifi cações percebidas nas relações entre os meninos e meninas que passaram a interagir de forma respeitosa durante as atividades propostas, passaram a participar conjuntamente de atividades consideradas típicas de meninos ou meninas sem demonstrar repúdio ou preconceito e se mostraram mais atentos ao emprego de discursos discriminatórios relacionados às questões de gênero. Acreditamos que questionar, desnaturalizar e desestabilizar essa realidade discriminatória e excludente, na qual se insere o sexismo, constitui um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e mais igualitária.

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E GÊNERO: POSSIBILIDADES DE AÇÃO A PARTIR DA PERSPECTIVA MULTI/INTERCULTURAL

SANTOS APS. [email protected] Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro

É LUTA OU É BRIGA?... VENHA PARA A “RODA”, VAMOS TENTAR ENTENDER!FONSECA TN. [email protected] PMSP, EMEF “Luiz Gonzaga do Nascimento Junior”

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O presente trabalho trata-se de uma elaboração de plano de ensino, no qual estarão estruturadas as metodologias construídas após refl exões sobre a realidade das aulas de educação física hoje, com o objetivo de exaltar o esporte da escola, em forma de aprendizado, e não o esporte na escola, em busca de rendimentos e/ou formação de jovens atletas. Foi realizado em duas escolas públicas, ambas, localizadas em regiões de periferia da cidade de Santa Maria, RS, durante o primeiro semestre de 2013 com 5 turmas de 5º anos do Ensino Fundamental, totalizando 92 alunos. As aulas tiveram como proposta principal a iniciação esportiva, trabalhando o esporte dentro do método global e situacional, aos quais, os fundamentos foram desenvolvidos de uma forma situacional em alguns momentos, como também de forma global, envolvendo a totalidade do jogo, em outros. A avaliação foi realizada a partir do resultado apresentado pelo próprio aluno no decorrer das atividades desenvolvidas, se este apresentou melhora no seu entendimento do jogo, em sua consciência tática, no seu comportamento durante a realização do jogo, ou, se o mesmo continuou com o mesmo comportamento, apresentado anteriormente, durante do jogo. A partir da analise desta elaboração de metodologia e planejamento pedagógico no ensino dos esportes coletivos, foi possível perceber que a maior difi culdade encontrada no ensino dos esportes coletivos não está ligada diretamente as habilidades técnicas dos alunos, e sim, diante do entendimento tático do jogo, e, que durante a formulação da consciência tática do aluno, este, passa a desenvolver suas habilidades técnicas para a resolução dos problemas encontrados em situações reais, e também, do jogo.

Este trabalho tem por objetivo relatar a inserção de uma bolsista do PIBID - “Anos Iniciais na Perspectiva Interdisciplinar”, acadêmica do curso de Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria, em uma escola da rede pública de Santa Maria/RS. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID tem como principal objetivo incentivar a formação de professores para a Educação Básica, além de inserir os acadêmicos de licenciaturas no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas e de práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar. O PIBID vem com o subprojeto “Anos Iniciais na Perspectiva Interdisciplinar” tendo como objetivo o trabalho docente com os anos iniciais em escolas públicas. A inserção se deu em uma escola da rede pública de Santa Maria/RS, que após uma sondagem do cotidiano da escola e das turmas do 1° ao 5° ano, observou-se a necessidade de serem trabalhos conteúdos relacionados às necessidades da escola considerando suas implicações em cada turma, através de ofi cinas pedagógicas. Assim, o trabalho pedagógico foi realizado por cinco bolsistas, sendo três do curso de Educação Física e duas acadêmicas de Pedagogia. As Ofi cinas tinham como objetivo trabalhar a convivência entre os alunos, conscientização da comunidade escolar sobre os direitos e deveres de cidadão, priorizando o aprendizado de valores, boas maneiras e respeito a si e ao próximo. O conceito de práxis orientou a organização do trabalho pedagógico onde foi oportunizada a refl exão dos alunos em relação aos assuntos abordados, tais como, cidadania, reciclagem, direitos e deveres, etnia e percepção corporal. Verifi cou-se melhor compreensão por partes dos alunos sobre os conteúdos e suas relevâncias, através de seus comportamentos perante a comunidade escolar.

FORMAÇÃO INICIAL E O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA UFSMMUNDT PR, FAGUNDES CS. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

ELABORAÇÃO DE METODOLOGIA E PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO NO ENSINO DOS ESPORTES COLETIVOS

DAHMER R, KLEIN RR. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

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O presente trabalho visa relatar a experiência das bolsistas PIBID- Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. O programa tem como objetivo incentivar a formação de professores para a Educação Básica, além de inserir os acadêmicos de licenciaturas no cotidiano das escolas da rede pública de educação. Fazemos parte do subprojeto Anos Iniciais na Perspectiva Interdisciplinar na Universidade Federal de Santa Maria. Este subprojeto tem como objetivo atuar junto aos anos iniciais da rede pública, onde atuam acadêmicos do curso de Educação Física, Pedagogia e professores em formação continuada. As atividades forma realizadas em uma Escola Estadual de Ensino Médio na cidade de Santa Maria-RS, onde foi desenvolvida uma ofi cina gerada pela LEI 10.639/03 que incluiu no currículo das escolas a obrigatoriedade da temática “História E Cultura Afro Brasileira E Africana”. Partindo desse contexto e usando o dia da Consciência Negra como pano de fundo foi realizado a ofi cina “Felicidade tem cor?”, com as turmas de 4° e 5° ano. Esse tema teve como objetivo reconhecer as origens; estimular o respeito às etnias, a si próprio e ao próximo. A abordagem do tema se deu a partir da leitura do livro “Felicidade não tem cor” de Júlio Emílio Braz. O trabalho teve duração de uma semana. A metodologia utilizada foi dividida em cinco momentos: dança afro, leitura, confecção de boneca, escolha de fi gurinos e apresentação para a comunidade escolar. A avaliação se deu de forma contínua, priorizando o interesse, esforço, rendimento individual e ações participativas no grupo. Ao término das atividades foi possível perceber que alguns alunos superaram os próprios limites e vivenciaram de forma intensa as atividades propostas, evidenciando o entendimento da história da cultura afro.

Este estudo é parte de uma pesquisa cujo objetivo foi verifi car a infl uência de um planejamento instrucional utilizando mapas conceituais e outros recursos didáticos na aprendizagem de conceitos em educação física escolar. Mapas conceituais são ferramentas gráfi cas que organizam e representam o conhecimento e são considerados uma importante ferramenta metacognitiva, promovendo a interação do novo conhecimento com o que já existia na estrutura cognitiva. A amostra contou com 49 alunos do 3º ano do ensino fundamental de uma escola pública de São Caetano, submetidos a oito intervenções. Elaborou-se um questionário com oito questões, mas para o presente estudo focou-se apenas nos resultados das quatro primeiras. As questões objetivaram analisar se os alunos reconheciam a defi nição dos conceitos estudados, sendo este o primeiro nível de aprendizagem de conceitos. As três primeiras questões foram de múltipla escolha e, na quarta, os alunos precisavam relacionar um conceito à sua defi nição. Foi realizada análise descritiva e inferencial dos dados. Foram comparadas a quantidade de acertos entre pré e pós-intervenção. Foi utilizado o teste de Wilcoxcom (p<0,05), com o software Sigmaplot 12.0 (Systat Software Inc.). Na primeira questão a melhora na aprendizagem dos alunos foi estatisticamente signifi cativa (p=0,007), já que no pré-teste o acerto foi de 40,81% e, no pós-teste, 67,34%. Nas segunda, terceira e quarta questões os resultados foram: 61,22% no pré-teste e 75,51% no pós-teste, 89,79% no pré-teste e 95,91% no pós-teste e, 71,42% no pré-teste e 73,46% no pós-teste, respectivamente, cujas diferenças de acertos entre o pré e pós-teste não foram signifi cativas. Com estes resultados observa-se diferenças apenas na primeira questão. Todavia, nas demais, os resultados do pré-teste sugerem que os alunos possuíam conhecimento prévio, inferência justifi cada pelo fato de terem vivenciado uma unidade de conteúdo com o tema estudado, utilizando mapas conceituais e outros recursos para o ensino.

MAPAS CONCEITUAIS E JOGOS OLÍMPICOS: UMA POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

QUINTILIO NK, FERRAZ OL. [email protected] Escola de Educação Física e Esporte - USP

HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA NO PIBID: SUBPROJETO ANOS INICIAIS NA PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

FAGUNDES CS, MUNDT PR. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

Nos últimos anos observou-se aumento da obesidade entre os alunos do ensino fundamental, ciclo I, da Escola Estadual Reverendo Professor Manoel da Silveira Porto Filho. Perante esse cenário, em 2012, com o objetivo de estimular os alunos a adotarem estilo de vida ativo e de bons hábitos alimentares, implantou-se um projeto denominado “Medidinha Certa da Escola Reverendo”, nas turmas de 2os, 3os e 5os anos. O projeto durou três meses, e iniciou com aulas sobre os problemas causados por maus hábitos alimentares, obesidade e sedentarismo, bem como dicas para a execução da prática de atividades físicas e hábitos alimentares saudáveis. O aluno escolhia uma meta (emagrecer, ganhar peso, outro), anotava a quantidade de frutas, verduras e “bobeiras” (doces, frituras, entre outros) ingeridas, a quantidade de atividade física praticada e, mensalmente, marcava seu peso e altura em uma tabela. Havia outra tabela, contendo determinadas pontuações referentes à quantidade de alimento e atividade física (quanto mais frutas, verduras e atividades físicas, mais pontos; e quanto mais “bobeiras”, menos pontos). Semanalmente, os alunos anotavam e somavam os pontos, quanto mais pontos, melhor. Ao fi nal do projeto, observou-se que as crianças demonstraram ter compreendido a importância da atividade física e de adotar bons hábitos alimentares. Alguns conseguiram atingir sua meta; na merenda escolar, crianças passaram a solicitar mais verduras e frutas; e alguns relataram estar brincando mais em casa. Com esses resultados, em 2013, o projeto passou a ter participação de todos os alunos da escola, de professores e funcionários interessados. Uma nutricionista reelaborou as tabelas, de acordo com metas propostas pelo ministério da saúde. Até o momento, participantes tem relatado mudanças em seus hábitos alimentares e de atividade física. Seria interessante, no futuro, estimular a participação de pais de alunos e analisar dados quantitativos de peso, altura e IMC ao longo do projeto.

Neste estudo, será realizada uma refl exão acerca da utilização do Método Global Funcional (MGF) nas aulas de Educação Física, além de discutir seus benefícios, como a aplicação dos conteúdos, aprendizagem e comportamento dos alunos. O MGF foi utilizado nas aulas do meu estágio na Educação Física de uma turma do 5º ano do ensino fundamental no município de Pelotas-RS. Os alunos apresentaram média de 10 anos de idade. Consistindo em 27 alunos, 18 meninas e 9 meninos. Foram desenvolvidas atividades com o objetivo de conhecer e vivenciar a modalidade do Futsal. Através do diagnóstico, foi possível observar que entre os alunos havia alguns casos de violência e outros de desinteresse pela prática das aulas de Educação Física. Com o começo das aulas do estágio, foram constatadas que os alunos permaneciam mais atentos as atividades das aulas, de modo que os atos isolados de violência presentes entre eles durante o diagnóstico foram praticamente eliminados. Com a total exposição da criança na execução de movimentos desconhecidos e somada aos demais aspectos da realidade que permeia esta relação, há também a confi ança, a autoestima e os relacionamentos dela com os colegas. O MGF mostrou ser menos intimidador para o executante durante a realização dos jogos. Entendendo-se o macrossistema que envolve a criança é que conseguiremos alcançar um melhor processo de ensino-aprendizagem. Isso nos permite conhecer e controlar melhor as variáveis psicológicas e sociais envolvidas no processo ensino-aprendizagem. O MGF enfatiza principalmente: o desejo de jogar da criança, trocas sociais, motiva aprendizagem, desenvolve inteligência tática, desenvolvimento moral, menos intimidador e não exclui a técnica. Conclui-se que as aulas pautadas no MGF são essenciais para o bom desenvolvimento dos alunos, pois estimulam o aprendizado de forma dinâmica e atuante tornando-os mais aptos a desempenhar as funções na prática da modalidade.

MEDIDINHA CERTA DA ESCOLA REVERENDO: PROJETO DE ESTÍMULO À PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA

E REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

GONÇALVES LA. [email protected] Escola Estadual Reverendo Professor Manoel da Silveira Porto Filho - SP

O MÉTODO GLOBAL FUNCIONAL NO ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

MENDONÇA RB, VERONEZ LFC. [email protected] Universidade Federal de Pelotas

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Dentro do cenário de construir currículos que superem a herança psicobiológica pergunta-se “Qual Educação Física ensinar nas escolas?” e, consequentemente, “Como e quando realizar avaliações?”. Neste novo desafi o, não se cabem mais avaliações ligadas à aptidão física e motora e tão pouca aquelas que privilegiam apenas uma parcela da cultura corporal. Nessa nova proposta, o presente trabalho objetivou analisar a prática de avaliação e suas representações desenvolvidas no ensino fundamental I com turmas do 3º ano, a partir do desenvolvimento de alguns conteúdos da cultura corporal. Verifi cou-se que as práticas de avaliação não conseguiram desvencilhar totalmente de seus estigmas tradicionais de nota e mensuração de conhecimento, assim utilizando a avaliação como instrumento de poder, evidenciadas na prática de recuperação. Faça-se o adendo que essas práticas produzidas são ditadas por processos burocráticos, como a exigência sobre o professor na atribuição de conceitos (escala de 1, 2, 3 e 4 por competências/habilidades alcançadas pelo aluno), evidenciando a sobreposição da objetividade sobre a subjetividade. No entanto, houve avanço no novo pensar avaliação ao incorporar práticas ligadas a construção de conhecimento. Os diários de bordo, rodas de conversa, criações coletivas foram utilizados e socializados para a turma. Soma-se que o professor utilizava de registros das aulas para subsidiar o processo de refl exão e suas ações pedagógicas que reconheciam os alunos e o desenvolvimento dos conteúdos. É a subjetividade ganhando espaço numa tentativa de desvincular as marcas historicamente atreladas a avaliação. Dessa maneira, percebe-se o professor que elabora metodologias interessantes, ensinando uma Educação Física com um olhar nos gestos culturais enquanto uma linguagem, um texto que está sendo escrito durante as aulas. Porém, emerge a difi culdade de pensar modelos de avaliação condizentes com essa perspectiva, dando a entender que a roupagem da avaliação criou práticas cristalizadas, ou seja, formou uma tradição.

Este estudo teve como objetivo investigar as facilidades e difi culdades no trato com a dança de professores de Educação Física do Ensino Fundamental da rede Municipal de Educação de Uberaba/MG . A metodologia de trabalho pautou-se na aplicação de um questionário no I Seminário de Educação Básica da rede supracitada, totalizando 15 sujeitos. Os resultados indicaram que as facilidades foram: a) a temática não exigir materiais específi cos (n=2) ; b) receptividade dos alunos é positiva (n=6); c) afi nidade do professor com a modalidade (n=2); d) materiais disponíveis (n=3); e) apoio da escola (n=3); e; por fi m f) poder adaptar espaço (n=1). Já em relação às difi culdades foram apontados: a) espaço físico (n=8); pouca aceitação das crianças (n=8); b) pouco conhecimento da pratica por parte do professor (n=12); c) alunas mostram o corpo através da dança (n=1); d) alunos só querem dançar funk e axé (n=3); e) falta material (n=6); f) turmas numerosas (n=2); g) falta de propostas metodológicas que o embasam (n=1). Ao confrontar os dados percebemos alguns paradoxos: ao mesmo tempo que alguns professores indicam que o facilitador é a não necessidade de material, outros apresentam a falta de material como difi cultador; enquanto que para alguns professores a receptividade dos alunos é positiva, para outros é negativa. É preciso que novas discussões sejam inseridas neste contexto dando subsídios aos professores para superarem cada obstáculo, como, por exemplo, criticar a dança enquanto uso do corpo como produto e/ou a dança enquanto conhecimento da cultura do povo e não venda de ritmos no mercado midiático. Para tanto, o segundo momento de nossa pesquisa ofertaremos um curso de capacitação, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação da referida cidade, no qual atividades pautadas nas respostas dos professores serão estudadas e propostas. Esperamos assim, contribuir na efetivação do tema dança dentro da Educação Física Escolar.

O PARADOXO ENTRE AS FACILIDADES E DIFICULDADES DA DANÇA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: O CASO DA CIDADE DE UBERABA/MGFRANCO LIA, CARBINATTO MV. [email protected] Universidade Federal do Triângulo Mineiro

O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A AVALIAÇÃO: DESAFIOS ENTRE A OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE

FUZZI FT, THOMAZINI L. [email protected] Universidade Cruzeiro do Sul

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A Escola de Tempo Integral propõe cinco modalidades esportivas à cada turma, onde incluiu-se o judô, com ênfase na perspectiva da arte marcial para o ensino de valores. Este relato apresenta os registros de quais valores os alunos do quinto ano desenvolveram lutando judô. Os conteúdos programados foram: amortecimentos; uniformes; etiqueta e vocabulário; situações de domínio e fuga no solo e em pé; histórico do judô e contextualização no município. Iniciou-se o programa com um mapeamento, onde os alunos registram coletivamente suas expectativas a respeito das aulas e seus conhecimentos prévios sobre o judô, bem como suas concepções. Para tanto foram feitas duas questões: 1 - O que tem no judô? 2 - O que é preciso para ter uma boa aula de judô? As estratégias de ensino foram: Atividades lúdicas – a) Domínios de partes corporais, b) Conquistas de objetos, c) Desequilíbrio do adversário, d) Jogos de invasão; e) alternância de situações. Avaliação: para ilustrar a identifi cação, ampliação e organização dos conteúdos, os alunos apresentaram dois quadros comparativos: (A) sobre técnicas, (B) sobre a diferença entre luta e briga. E para verifi car o reconhecimento, compreensão e visualização dos comportamentos realizaram-se rodas de conversa e depois se registrou por um dos alunos. Ao fi nal do semestre perceberam-se preocupações com a integridade física dos colegas foi o mais importante e nítido resultado. Destacando-se ainda o respeito às limitações dos colegas e etiqueta; e o gerenciamento dos combates e das trocas entre parceiros de modo autônomo. Ao longo das aulas aprenderam a melhor utilização dos espaços, evitando pancadas, e quando ocorriam, ainda que raramente, não era motivo de confl ito, pois sabiam que não era intenção do colega. Ao fi nal do curso, os alunos refi zeram as questões anteriores e responderam os valores desenvolvidos nas aulas.

À formação inicial é conferido o papel de distribuição de saberes necessários para a futura prática docente. Nela são depositadas as mais variadas expectativas quanto à prática profi ssional futura. Diante disso, entendemos que a formação inicial por si só não prepara o acadêmico para o campo de trabalho, necessitando de maior experiência prática. Dessa forma, a realização deste relato de experiências teve como objetivo identifi car a relação entre a formação inicial e Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no Subprojeto Cultura Esportiva da Escola, bem como compreender a importância de ambos para a formação acadêmica. Os resultados encontrados advieram de um relato de experiência do caso de docência precoce do período de março a julho de 2013 durante uma ofi cina de Jogos Pré-Desportivos realizado com uma turma de 4° ano das séries iniciais do ensino fundamental. Como principais resultados podemos apresentar que da formação inicial esperamos bastante e acabamos por nos decepcionar com suas defi ciências e intencionalidade generalista. Também podemos observar a necessidade de criação de programas de incentivo que aproximem a realidade escolar com o universo da formação teórico-prática. Corroborando com isso, temos o PIBID que pode ser considerado um desses programas que auxiliam de grande forma nessa aproximação com a realidade escolar e de suma importância para a formação inicial. Portanto, o PIBID proporciona a estudantes a oportunidade de experiência prática na área de educação física escolar caracterizando-se como uma importante ferramenta pedagógica durante a formação de profi ssionais qualifi cados.

O REGISTRO DE VALORES NO ENSINO DO JUDÔ

SOUZA GB. [email protected] EM Dr. Benedito Laporte Vieira da Motta

O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA DE ENSINO E APRENDIZAGEM DURANTE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

ALBA J, NEU AF. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

A presente pesquisa tem o objetivo demonstrar a possibilidade de se trabalhar o conteúdo de Ginástica Artística nas escolas como parte integrante do currículo da disciplina de Educação Física, demonstrando os benefícios que esta prática pode trazer ao desenvolvimento de habilidades motoras e capacidades físicas dos alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental. Para alcançar este objetivo foi realizada uma pesquisa descritiva com a aplicação de testes motores. Para avaliar o nível de fl exibilidade foi utilizado o Banco de Wells e para força, utilizou-se o teste Sit Up (fl exão e extensão de quadril) em um grupo de aproximadamente vinte crianças, com idade entre 7 e 8 anos, de ambos os sexos, integrantes de uma sala de 2° ano do Ensino Fundamental de uma escola particular do município de Santo André. Os resultados indicaram que tanto as meninas quanto os meninos alcançaram resultados de fl exibilidade acima dos padrões estabelecidos de acordo com a idade. A partir dos resultados obtidos espera-se que os profi ssionais da área sintam-se motivados a desenvolver aulas voltadas a atividades diferentes das que são tradicionalmente aplicadas como a Ginástica Artística, demonstrando a partir dos resultados obtidos com testes motores, os benefícios que esta prática pode trazer aos alunos, independente do gênero. Além disso, esta diversidade de conteúdos tem uma relação direta com os blocos de conteúdos que devem ser trabalhados no Ensino Fundamental, de acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais, possibilitando outras oportunidades de vivências e experiências para enriquecer o repertório motor dos alunos, com o aprimoramento das capacidades físicas, desenvolvimento do esquema corporal, conscientização sobre as possibilidades de movimentação do próprio corpo, bem como a promoção da criatividade do aluno em relação à elaboração de séries e o trabalho com as atividades rítmicas e expressivas.

Este trabalho tem por objetivo relatar a prática pedagógica desenvolvida com as turmas de 4º e 5º ano do ensino fundamental a partir de uma ofi cina intitulada Cultura Brasileira através do Subprojeto PIBID “Anos Iniciais na Perspectiva Interdisciplinar” desenvolvida na Universidade Federal de Santa Maria\RS. O PIBID é um Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. O subprojeto em questão apresenta como fi nalidade construir um campo de intervenção aos acadêmicos em formação inicial de educação física e pedagogia e professores em formação continuada através de práticas pedagógicas inovadoras nos anos iniciais do ensino fundamental. A metodologia consiste no relato de experiência dos bolsistas frente à prática pedagógica desenvolvida na escola. A ofi cina pedagógica se caracteriza pela troca de experiência, a medida que tanto o professor como o aluno aprendem no decorrer das aulas. Outra característica, é que a mesma não tem duração prevista, ou seja, esta variante está sujeita a realidade escolar, o interesse dos alunos, ou até atingir os objetivos propostos. Esta ofi cina vem sendo desenvolvida semanalmente e tem por fi nalidade: explorar e avançar o conhecimento sobre a cultura brasileira; identifi car através da pesquisa no meio virtual os traços culturais característicos de diferentes regiões do Brasil; preservar as características sociais e culturais do país; desenvolver a criatividade expressiva através das atividades da dança e dos jogos populares sobre a cultura brasileira; promover refl exões nos discentes sobre a extensa diversidade cultural; destacar a importância e a necessidade de respeitar todas as culturas existentes em nosso país. Constamos que, a partir desta proposta que encontra-se em desenvolvimento, a necessidade de refl etir acerca da infl uência e predominância deste conteúdo no espaço escolar, onde observou-se o envolvimento dos alunos frente as atividades, a interação entre os alunos, professores e bolsistas e o signifi cativo conhecimento acumulado em relação a diversidade cultural brasileira.

OFICINA DE CULTURA BRASILEIRA NOS ANOS INICIAIS

WELTER Janaine, WELTER Jaqueline, RIBAS JFM. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

OS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NO AMBIENTE ESCOLAR PARA O DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES FÍSICAS FORÇA E FLEXIBILIDADE

SOUZA AC, NOGUEIRA C, REX MM, MORAIS VS, NOBRE EC, MARQUES ED. [email protected] Faculdades Integradas de Santo André

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

Com o objetivo de relatar o trato com a ginástica rítmica (GR) utilizou-se como método a pesquisa-ação de caráter descritivo, em uma escola municipal de São Paulo em turmas de 2° anos, com professora ingressante na rede. Com intuito de melhorar a pratica pedagógica, surgem os seguintes questionamento: Quais são as concepções de educação física existentes? Como sistematizar os conteúdos? Quais as possibilidades pedagógicas da GR descritas em diferentes produções científi cas da área? E como sistematizar o conteúdo GR para o 2° ano do ensino fundamental? Esta pesquisa está embasada nas concepções críticas da educação física e a sistematização foi realizada em blocos de conteúdos: Ginástica rítmica, capacidades físicas, comportamento motor e estética, a qual estão interligadas durante o processo pedagógico. Resultados: Percebeu-se o reconhecimento por parte dos alunos das características básicas e específi cas da ginástica rítmica, conseguindo conceituar, tomar atitudes frente a situações problemas vivenciada e participar efetivamente da aula, de forma crítica e refl exiva, identifi cando, conhecendo, criticando e transformando a prática, dentro das possibilidades da faixa etária. Conclui-se que diversifi car os conteúdos valendo-se das abordagens críticas é uma prática possível, tratar o conteúdo desconstruindo seu caráter “esportivista”, reconstruir uma modalidade considerando as características do grupo, que haja participação de todos e o auxilio mútuo durante as aulas, desmembrando o conceito competitivo, individual e elitista.

A educação física tem construído uma interessante relação com as atividades circenses, entendidas como práticas que compõem a cultural corporal. Esta aproximação vem gerando um número crescente de publicações acadêmicas que ressaltam a importância destes saberes como componentes curriculares da educação física escolar. O fomento da criatividade, a cooperação, a autossuperação, a possibilidade de pensar o corpo na sua dimensão estética, a busca por uma motricidade comunicativa e expressiva e o caráter lúdico das atividades circenses, estão entre os aspectos mais destacados pelos professores que relatam experiências pedagógicas neste âmbito. Considerando o caráter expressivo e lúdico que as práticas circenses podem ter, buscamos neste trabalho, debater as possíveis relações destas com o conteúdo jogo, também considerado fundamental para a educação física escolar. Surgem deste diálogo, os jogos malabarísticos, com a manipulação de diferentes objetos; os jogos acrobáticos, com ações complexas de controle corporal; os jogos clownescos, com a expressão de conteúdos dramáticos através da gestualidade; os jogos funambulescos que envolvem o equilíbrio corporal sobre objetos diversos e muitos outros jogos formando um “novo” universo lúdico. Deste modo, os denominados jogos circenses são apresentados como um recurso pedagógico para a incorporação das atividades circenses no contexto escolar. As regras e os componentes que constituem estes jogos incorporam a linguagem circense, revelando alguns de seus aspectos técnicos, estéticos e expressivos, buscando uma adaptação destes conhecimentos ao contexto escolar e aos saberes próprios dos estudantes envolvidos. Não se trata de reduzir o conteúdo Jogo apenas à um meio pedagógico, ou ainda de restringir o circo, enquanto linguagem artística, a um conjunto de jogos, mas de utilizar o potencial lúdico do jogo para permitir uma aproximação mais efetiva e prazerosa a uma parte dos seculares saberes circenses, e portanto, de viabilizar aos estudantes o acesso a estes.

OS JOGOS CIRCENSES NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

CHIODA RA, BOTOLETO MAC. [email protected] Faculdade de Educação Física - UNICAMP

PESQUISA-AÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA: POSSIBILIDADES COM A GINÁSTICA RÍTMICA MAKIDA C, MERCE MA. [email protected] Secretaria Municipal de Educação SP

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

O contexto escolar frequentemente aparece arraigado por entre confl itos, indisciplina, violência, e uma infi nidade de ocorrências, as quais precariamente conhecem-se seu signifi cado e raras atitudes para exterminá-las ou ao menos amenizá-las nesse contexto. Desse modo, a realização deste relato de experiências teve como objetivo principal compreender as relações afetivas dos alunos do 4° ano nas ofi cinas pedagógicas de Jogos Contemporâneos do Subprojeto “Cultura Esportiva da Escola” do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) agregado ao Programa Mais Educação. Os resultados encontrados advieram de um relato de experiência do caso de docência precoce do período de agosto a dezembro de 2012. Pôde-se observar que o confl ito aparece bastante ligado à agressão física e verbal e que os agressores são geralmente os mesmos nas mais variadas situações vitimando os considerados mais fracos e menos agressivos. Para uma possível dissolução do problema, percebe-se a necessidade de compreender a raiz do mesmo para que se possa mediar-lho e obter resultados positivos e satisfatórios. Da mesma forma, a formação inicial se mostra um tanto quanto insufi ciente para lidar com essas situações surgidas na inserção docente precoce, sendo assim o PIBID um grande aliado na formação de professores. Podemos ainda ressaltar, que a maioria da literatura existente, ainda que escassa, aponta o diálogo como a melhor alternativa para o trato com o confl ito escolar. Em suma, a agressividade, tanto física quanto verbal, compõe o ambiente escolar e o diálogo pode ser elencado como a principal alternativa de ação na amenização deste problema.

TRABALHANDO O TEMA AGRESSIVIDADE ATRAVÉS DA OFICINA DE JOGOS CONTEMPORÂNEOS

NEU AF, VANINI UR. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

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PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA: LETRAMENTO E XADREZ

GUIMARÃES SC, SOARES BE, SCHEUNEMANN R, MAGRI PEF. [email protected] Universidade da Região de Joinville

O objetivo deste relato é apresentar atividades realizadas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência/PIBID, da Universidade da Região de Joinville/UNIVILLE, subprojeto Educação Física e os resultados alcançados. O tema gerador da ação foi o Letramento e a formação docente; e o local a Escola Municipal Professor Avelino Marcante. Letramento é a condição de quem exerce as práticas sociais que utilizam leitura e escrita. É possível ensinar um jogo, uma atividade e um esporte partindo deste tema: um grande exemplo é o xadrez, jogo escolhido para esta ação. Por parte dos bolsistas, no primeiro momento foi necessário, leitura do histórico, características e regras, bem como o registro escrito acerca destes tópicos. No segundo momento veio à prática para compreensão do jogo no clube de xadrez da cidade, para na sequência planejar as aulas e aplica-las aos escolares considerando uma sequência didática. Conforme Blanco (1998, p.25) “O xadrez é uma continua elaboração, proposta e resolução de problemas, de tomada de decisões e de pensamento critico e criativo em situações de incerteza”, situação que o aproxima das práticas de letramento, quando estimula habilidades e capacidades cognitivas e emocionais como: inteligência, atenção, raciocínio lógico-matemático, habilidade verbal, numérica e autoestima. Como resultados é possível constatar, por meio da observação direta, que os escolares tem melhorado nos aspectos: concentração, reconhecimento das peças, dos movimentos e assimilação das regras do jogo. Para os bolsistas é possível afi rmar que participar do PIBID, tem sido muito valioso, pois estar inserido na escola, interagido com os escolares e docentes, vem agregando e reforçando temas estudados na universidade e tornando a aprendizagem signifi cativa durante a formação. Para o futuro, certamente essa experiência, irá representar atuação mais responsável, comprometida e qualifi cada no que se refere a o trabalho docente e ao reconhecimento das necessidades da comunidade escolar.

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

Boa parcela da população está excluída de espaços adequados, seguros e agradáveis para as práticas de atividades físicas, por muitas vezes, fi cando restrita apenas a escola que oportuniza esse espaço a crianças e adolescentes. Em virtude desta, em agosto de 1997 iniciou-se o projeto “Canoagem na Escola”. Com objetivo oportunizar o contato com a canoagem e um espaço de lazer, com aulas teórico-práticas que incluísse além de conhecimentos sobre o esporte canoagem e suas modalidades, mas agregando conteúdos e ações práticas sobre condições ambientais, água, resíduos sólidos, entre outros. Utiliza-se, atualmente, o espaço do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria para o desenvolvimento das aulas, que ocorrem em três vezes na semana contando com sessenta alunos de idades entre onze a dezessete anos de quatro escolas municipais, as mesmas são ministradas em turno oposto ao ensino formal, sendo aos sábados aberto a comunidade. Disponibiliza-se todos os equipamentos necessários à pratica, sempre com a orientação da Coordenadora do projeto e de Acadêmicos da Universidade Federal de Santa Maria, dos Cursos de Educação Física Bacharelado e Licenciatura, como também, de uma Acadêmica do Curso de Geografi a Bacharelado. O projeto “canoagem na escola” oportunizado, numa iniciativa do SMK (Santa Maria Kayak e Cross Clube), com o apoio da FECERGS (Federação de Canoagem do Estado do Rio Grande do Sul) já resultou na participação de mais de duzentos alunos da rede municipal, sendo nove destes foram compor as seleções brasileira feminina e masculina de canoagem de velocidade. Mas sempre mantendo em vista seu objetivo de inclusão social e de oportunizar espaço de lazer, convivência e educação vindo agregar aos conhecimentos de sala de aula. Destacando a consistência e o quanto agrega a educação física escolar à diversifi cação das experiências na educação e formação dos alunos e acadêmicos.

Com vistas à superação das infrutíferas clivagens do saber compartimentado, professores de Educação Física, Literatura e História do 2º ciclo, da rede municipal de Belo Horizonte, ensejaram um ensino que efetivamente ampliasse a formação dos educandos, de modo a promover a relação entre ciência, cultura e realidade e também possibilitar a inserção crítica e dinâmica no mundo. Assim, considerando os anseios discentes, e diante do contexto da cidade como uma das sedes da copa do mundo de 2014, defi niu-se o trabalho: “A história do Mineirão”. Pesquisas foram feitas pelos alunos, estavam em voga discussões que compreendiam o estudo da história do Mineirão e, junto a este, o da Educação Física e da cultura corporal de movimento, como forma de linguagem historicamente constituída. Produções de variadas turmas abordaram a temática interdisciplinarmente: a discussão acerca da análise das diferentes fontes históricas, primárias e secundárias e o estilo literário nelas empregado foram também elementos analisados. A Educação Física era entendida ante um contexto sócio-histórico que, constantemente, a (re)produz e (re)signifi ca. O mesmo ocorria com as aulas de História e Literatura. Tendo ocorrido tais etapas, pensamos: por que não uma aula para além dos muros da escola, em nosso grande objeto de estudo? Fomos ao Mineirão! O conhecimento produzido, as investigações ocorridas ao longo de semanas tornaram-se mais palatáveis. Não se tratava apenas do olhar ao desconhecido estádio de concreto, mas, sim, ao “Gigante da Pampulha”, historicamente constituído, literariamente analisado e fi sicamente sentido por cada um. Concomitantemente guiados e guias (isto fruto das pesquisas), os alunos perceberam que é possível o olhar para o saber de modo completo e integrado, em que se encontra também o sabor, e que a Educação Física pode e deve ser um espaço para esse encontro. Nas palavras de um discente, espaço em que “meu coração bateu mais forte”.

“CANOAR” PARA EDUCAR

BRAGA OO, KOECHE AP, FONTOURA M, DARONCO LSE. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

VISITA AO “GIGANTE DA PAMPULHA”: INTEGRAÇÃO DE SABERES, CONHECIMENTOS COMPARTILHADOS - POR UMA EDUCAÇÃO FÍSICA RESSIGNIFICADA

MONTEIRO ITF, MONTEIRO DTL, PIMENTA MG. [email protected] Universidade Federal de Goiás

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

Atualmente, uma diversidade de atividades circenses são facilmente acessadas nos grandes meios de comunicação, fato que vem atribuindo grande popularidade e causando profundas transformações na cultura circense. Com isso, torna-se necessário considerar a identidade desse grupo cultural, aspectos históricos, políticos e simbólicos, contribuindo assim para sua legitimação enquanto manifestação cultural. Objetivamos tematizar a cultura circense enquanto patrimônio da cultura corporal em uma perspectiva que privilegia a busca por autonomia e consciência crítica. Este projeto foi desenvolvido junto a alunos da comunidade da cidade de Ijaci, Minas Gerais, com turmas de 8º e 9º anos da Escola Estadual Maurício Zákhia. O primeiro momento consistiu em introduzir o circo na sua origem, aspectos sociais e políticos; em seguida foram introduzidas as modalidades; confecção de materiais; experiências práticas; e fi nalmente as avaliações através de diálogos e trabalhos descritivos. Foram experienciadas as práticas de malabares, perna de pau e corda bamba. Os materiais, (bolinhas de malabares, perna de pau, fi ta e estirante) foram confeccionados pelos estudantes ou disponibilizados pelo professor. O projeto se desenvolveu nas aulas de Educação Física durante o segundo bimestre de 2013. O número grande de alunos por turma e a escassez de materiais representaram as principais difi culdades, porém a divisão em grupos e a organização de regras durante a participação favoreceram o desenvolvimento das atividades. Os resultados indicaram principalmente que houve a superação da timidez e do medo. Determinação, cooperação, paciência, concentração, respeito e solidariedade foram profundamente despertados, além da grande aceitação por parte de todas as turmas do trabalho realizado. Finalmente, considerando o currículo como uma seleção cultural, concluímos que o circo, manifestação cultural por vezes marginalizada, constitui conteúdo legítimo de tematização na cultura escolar, em especial nas aulas de Educação Física.

O Futebol exerce uma grande infl uência nos costumes dos brasileiros, principalmente durante a Copa do Mundo, onde um sentimento de patriotismo toma conta de todos. Dessa forma, desenvolver esta temática tão popular nas aulas de Educação Física escolar pode dialogar com o cotidiano e os interesses dos alunos. Deste modo, esse trabalho teve como objetivo ampliar a visão dos alunos dos 8º anos sobre o Futebol, a partir do evento da Copa do Mundo. Para a realização dessa proposta foi realizada uma sequência didática relacionada ao futebol que envolvia: chamada temática sobre o tema; jogos e exercícios com fundamentos da modalidade; situações de ataque e defesa; mini jogos mistos; visita ao Museu do Futebol; análise e discussão de letras de músicas e imagens relacionadas ao tema; produção de texto com base nas refl exões e sensações provocadas pelo Futebol; e seminários sobre as regras do Futebol de Campo com registro individual para posteriormente realizarmos uma vivência do Futebol num campo do bairro, com alunos arbitrando o jogo. Paralelamente a estas atividades, os grupos tinham que produzir de acordo com os países que participavam da Copa do Mundo em 2010: cartazes com as características sobre o país, sua própria bandeira, um hino com as informações do país, uma coreografi a com os elementos do futebol, uma apresentação de Futebol Freestyle, gírias do futebol (que deu origem a um dicionário ilustrado), um troféu com materiais recicláveis e fotos da preparação da Copa no bairro. Esse material resultou em uma exposição e um jornal sobre o tema; em uma sala temática sobre o Futebol no Dia da Leitura; e foi tema da festa junina daquele ano na escola. Percebeu-se durante o processo a participação efetiva dos alunos na construção do conhecimento, colaborando assim, para uma formação mais ampla, crítica e consciente sobre o fenômeno Futebol.

ATIVIDADES CIRCENSES NA EDUCAÇÃO FÍSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA ESCOLA PÚBLICA NO INTERIOR DE MINAS GERAIS

OLIVEIRA FHS, OLIVEIRA CM. [email protected] Escola Estadual Maurício Zákhia - MG

A COPA DO MUNDO NA ESCOLA: RECONSTRUINDO O FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

SANTANA AA, NOZAKI JM. antonioedfi [email protected] Rede Estadual de Ensino, Prefeitura de São Paulo;

Departamento de Educação da UNINOVE

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

Esse trabalho visa apresentar um tópico sugerido nos documentos da proposta curricular de estado de São Paulo para a Educação Física, assim como em outros documentos e literatura pedagógica, referente à contemporaneidade de alguns temas referentes á Educação Física escolar e sociedade. Como professor substituto na escola estadual Anhanguera no ensino fundamental II, e ensino médio no primeiro semestre de 2013, estudamos o futebol mediante uma bateria de perguntas formulada pelo professor que versava sobre aspectos históricos dessa modalidade esportiva, mas que também apresentou uma questão muito explorada pela imprensa quando das passeatas por todo o país, quanto aos gastos públicos referentes à Copa do Mundo, Olimpíadas e Jogos Pan americanos. Os alunos envolvidos cursavam a oitava série e o primeiro ano do Ensino Médio. A pergunta aos alunos do ensino fundamental foi: “O PT e o ex-presidente Lula são muito criticados por patrocinar grandes eventos esportivos como os jogos Pan americanos, as Olimpíadas e a Copa do Mundo em 2013, gastando milhões de reais que poderiam ser utilizados em habitação popular, saúde, etc. Qual sua opinião a respeito?”. Dos 29 alunos que realizaram o trabalho, 2 se omitiram e 27 deram sua opinião a respeito.Dos 27 alunos que deram sua resposta, todos se mostraram contra a iniciativa, argumentando que o país teria outras prioridades com educação, saúde, transporte, habitação, reforma de aeroportos entre outros. Apenas um aluno fez uma ressalva declarando que o governo deve incentivar o esporte, mas também se posicionou contrário à iniciativa governamental. Lamentavelmente não foi possível desenvolver mais o assunto por uma questão de calendário escolar, mas fi ca aqui um exemplo de assuntos contemporâneos relacionado à escola e Educação Física escolar.

Este relato tem por objetivo apresentar uma sequência didática realizada com alunos do 8° ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor Avelino Marcante. A escola está localizada em Joinville, SC. Com o objetivo de proporcionar novas práticas corporais, bem como conhecer diferentes modalidades esportivas, foi vivenciada a esgrima. Na sua forma prática iniciou com educativos para a luta, com atividades em duplas, de forma a conhecer a movimentação exigida no esporte, além de gradativamente compreender as regras do mesmo. As atividades consistiam em exercícios de esquiva, movimentação frente/trás e equilíbrio, aproximando-se do jogo. Paralelo a estas atividades, foram propostos vídeos, expondo as lutas, suas regras e movimentações, aproveitando para discutir assim conceitos gerais desta modalidade, de forma ainda a conhecer seu percurso histórico, suas regras básicas e seu desenvolvimento atual. Após, com jornais, confeccionou-se espadas para, em seguida, realizar o jogo. Demarcou-se a pista de luta e dividiu-se os alunos em trios. Neste, um aluno do trio atuava como árbitro, fazendo valer os combinados das regras, enquanto os outros dois molhavam a ponta da espada na tinta guache que, assim, marcava o corpo do oponente quando acertado. Ao atingir uma pontuação x, defi nida pelo grupo, trocavam-se os papéis. A avaliação deu-se por meio de autoavaliação dos alunos e discussão em sala. O resultado alcançado superou em muito as expectativas, pois conseguimos compreender o esporte, com suas regras básicas; experimentar nova prática corporal, ampliando nossa cultura corporal de movimentos; e ainda ampliar também nosso conhecimento relativo a modalidades esportivas olímpicas, tão necessárias neste momento pré-Olimpíadas. A sequência com educativos, aliada às discussões por meio de vídeos em sala de aula, mostrou-se efi caz na relação ensino/aprendizagem, proporcionando aos alunos um partir do simples para o complexo e ao professor atuar de forma mais interacionista com os alunos.

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E CONTEMPORANEIDADE

PEREIRA MCMC. [email protected] Escola Estadual Anhanguera - SP

CONHECENDO A ESGRIMA

SCHEUNEMANN R. [email protected] Universidade da Região de Joinville; PIBID

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XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

Este trabalho compreende a Educação Física escolar como espaço de emancipação, produção cultural e representação política e social. Assim, o projeto de trabalho atende aos objetivos educacionais específi cos deste nível de ensino, pois se enfatiza a apresentação do educando, os procedimentos que lhe permitam organizar a informação e transformá-la em conhecimento próprio. Nesse diálogo intrínseco com os diferentes saberes (Língua Portuguesa, Tecnologia da Informação e Comunicação, Língua Inglesa e Educação Física), mobilizando atores e ambiente, explora-se a diversidade cultural, desenvolve-se a consciência corporal e a identidade social dos adolescentes. Portanto, o objetivo desse estudo foi averiguar como a Educação Física, pode através da cultura corporal de movimento mobilizar outros saberes, sobretudo, no questionamento da alimentação saudável. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, com base na pesquisa-ação e envolveu a participação de adolescentes de quatro turmas do Ensino Fundamental II (8º séries) e três professores de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) localizada na cidade de São Paulo. Esta proposta foi efetivada em concordância com o Projeto Político Pedagógico da instituição e concretizado na realização do projeto de trabalho, a partir do qual foram organizados os conteúdos para a aprendizagem, num procedimento coletivo de intercâmbio cultural entre as turmas e professores. Os resultados foram fundamentais para a ressignifi cação do saber num procedimento interdisciplinar, por meio da aprendizagem colaborativa, até então, pouco presente na cultura organizacional. Estas manifestações oportunizaram a criação de várias interpretações sobre a alimentação saudável, bem como, a relação da mesma com a mídia, esporte, atividade física e a construção da imagem positiva do corpo. Essa experiência demonstrou a importância da contribuição dos diferentes saberes docentes no tratamento pedagógico com a Educação Alimentar, favorecendo o protagonismo, a corresponsabilidade cidadã dos educandos e professores envolvidos, valorizando as relações interpessoais e promovendo a política pública.

Desde o lançamento dos PCNs da Educação Física ampliou-se as discussões sobre a necessidade de se ensinar diversas manifestações da cultura corporal enfatizando as três dimensões dos conteúdos. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi sistematizar um relato de experiência de um professor que trabalha com as três dimensões dos conteúdos. As aulas foram realizadas no segundo bimestre de 2013, com turmas de 6º ano do ensino fundamental, em uma escola pública localizada na zona leste de São Paulo, sendo tematizada a dança com essas turmas. Traçamos como objetivos para as aulas que os alunos vivenciassem algumas danças de diferentes regiões do país, aprendessem conceitos dessas danças e compreendessem que em cada cultura existe uma forma diferente de dançar. Iniciamos as aulas mostrando um panorama geral de diferentes danças existentes em cada região do país. Ainda nesse momento, mostramos vídeos para os alunos dessas danças. Após conhecer um pouco da história e dos movimentos das danças regionais, dividimos os alunos em cinco grupos, sendo que cada um destes realizou uma pesquisa sobre as características das danças em cada região do Brasil. Os componentes de cada grupo realizaram uma apresentação dos trabalhos e escolheram uma das danças pesquisadas para realizar durante as aulas. Os alunos ensaiaram as danças escolhidas e marcamos um dia para realizar as apresentações. Em sala de aula discutimos um pouco sobre as diferentes culturas existentes no Brasil e a importância de se respeitar todas as pessoas, etnias e costumes. Com a intenção de refl etir sobre o preconceito racial na dança assistimos ao fi lme intitulado “no balanço do amor”. Para fi nalizar, fi zemos uma discussão sobre as diferentes manifestações do funk. Concluímos que mesmo com diversas difi culdades de material e infraestrutura, conseguimos ministrar aulas que envolvessem as três dimensões dos conteúdos tematizando as danças nas aulas de Educação Física Escolar.

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: DA MOBILIZAÇÃO A INSERÇÃO DO PROJETO DE TRABALHO NO ENSINO FUNDAMENTAL IINÓBREGA CCS, OLIVEIRA CP, RODRIGUES MCV. [email protected] Prefeitura de São Paulo

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E AS TRÊS DIMENSÕES DO CONTEÚDO: TEMATIZANDO AS DANÇAS NA ESCOLA

BOCCHINI D, MALDONADO DT. [email protected] Universidade São Judas Tadeu

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Estratégias de suplementação da aprendizagem motora demonstram ser instrumentos imprescindíveis na aquisição de habilidades motoras específi cas. Entretanto, a diversidade de possibilidades de uso de estratégias de suplementação de aprendizagens e as características específi cas dos seus efeitos, necessitam que os profi ssionais se envolvam em pesquisas para mapear as melhores instruções no favorecimento da aprendizagem de habilidades. O presente estudo tem o objetivo de investigar três apresentações de suplementação da aprendizagem na aquisição da habilidade de arremesso no lance livre no basquetebol. A coleta foi realizada com trinta crianças com idade entre 11 e 15 anos que cursam o ensino fundamental II, divididos em quatros grupos: demonstração em seguida instrução verbal (GDI); instrução verbal e demonstração (GID); instrução verbal com demonstração (GI+D) e grupo controle (GC). Os alunos foram divididos de forma homogênea com relação ao desempenho inicial nas três condições. Para a análise do desempenho foram utilizados três tipos de pontuação: cesta (4), aro (2) e tabela (1), cuja somatória determinará o nível de desempenho. Após 3 sessões individuais de 20 arremessos cada, com instrução nos arremessos múltiplos de 4, os voluntários foram reavaliados. Não houve diferenças estatísticas nas investigações de pontuações totais. Pontuação total para o número de cestas (1X4) para o GC (pré 18±9,71; pós 17,33±9), GDI (pré 12,44±8,35; pós 13,33±8,24), GID (pré 16,8±7,72; pós 16,8±9,19) e GI+D (pré 21,33±7,44; pós 25,33±11,21). Pontuação total (somatória das variáveis, cesta, tabela, aro e erro) para o GC (pré 37,66±11,80; pós 41,66±12,35), GDI (pré 31±10,75; pós 31,88±14,06), GID (pré 35,6±12,20; pós 33,3±12,56) e GI+D (pré 42,5±11,55; pós 42,33±13,06). Houve diferença estatística para pontuação das variáveis que resultaram na pontuação total para Aro Pré (GC 20,33±3,88; GDI 20,22±6,28; GID 21,2±5,18; GI+D 19,66±4,63), Aro Pós (GC 24,66±5,16; GDI 22,88±4,25; GID 19,8±4,46; GI+D 20±4,38), Tabela Pré (GC 2,33±2,06; GDI 2,55±2,18; GID 1,4±1,17; GI+D 3,16±2,31), Tabela Pós (GC 1,5±1,37; GDI 0,44±0,72; GID 1,3±1,33*; GI+D 0,33±0,51), Erros Pré (GC -3±2,75; GDI -4,22±2,99; GID -3,8±3,08; GI+D -1,66±2,16) e Erros Pós (GC -1,83±3,60; GDI -4,77±3,59; GID -4,6±3,40; GI+D -3,33±2,65). O ponto central parece recair sobre a frequência de experiências para a aquisição da habilidade, que demonstrou não ser sufi ciente para que houvesse aprendizagem em nenhuma das condições.

A educação em valores é um dos objetivos da escola, formando o aluno na conduta da ética e formação do caráter. A Educação Física como componente curricular obrigatório, além do ensino sobre a cultura corporal de movimento também deve se preocupar com a formação em valores. O presente estudo tem como objetivo analisar como um grupo de professores de Educação Física, que trabalha numa mesma escola, compreende a temática dos valores na sociedade, na escola e nas aulas de Educação Física. A metodologia utilizada apresenta um caráter qualitativo e será realizado um estudo de caso com um grupo de professores de uma escola Estadual do município de Rio Claro. A coleta dos dados ocorreu por meio de uma entrevista estruturada com questões abertas, os resultados foram distribuídos em duas categorias: função social da escola e da Educação Física e formação em valores. Na categoria função social da escola e da Educação Física os professores apresentaram diferentes papeis para a instituição e para o componente curricular Educação Física, isso se deve ao fato deles assumirem diferentes funções ao longo da história. Sobre a categoria de formação em valores os professores consideraram que a sociedade atual vive uma crise de valores, e que a escola deve contribuir com essa formação, porém a maioria deles reconhece a difi culdade para realização desse trabalho. Todos os professores consideraram também que a Educação Física contribui para a formação moral e ética dos alunos, por conta da sua especifi cidade, que oportuniza maiores momentos de integração entre eles. Conclui-se que a Educação Física na escola é uma janela para o trabalho com valores, porém esse deve ocorrer de modo intencional e planejado, sempre em conjunto com toda escola, a fi m de contribuir para formação do cidadão ético, justo que irá atuar democraticamente na sociedade.

EFEITO DA ESTRATÉGIA DE SUPLEMENTAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA AQUISIÇÃO DE UMA HABILIDADE ESPECÍFICA NO ENSINO FUNDAMENTAL IICONWAY C, PENELUPI ML, ALVES C, MADUREIRA F. [email protected] Faculdade de Educação Física de Santos

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA JANELA PARA EDUCAÇÃO EM VALORES

MILANI AG, SOUZA JÚNIOR OM. [email protected] UNESP - Rio Claro

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EXPERIÊNCIA QUE FAZ A DIFERENÇA!ZOZ W, SCHEUNEMANN R, MAGRI PEF. [email protected] Universidade da Região de Joinville; PIBID

INCLUSÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DO PROJETO CANOAGEM NA ESCOLA VANINI UR, NEU AF. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

Por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), realizado na Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE - vivencia-se a oportunidade de integração entre acadêmicos, professores das escolas públicas e universidade. O objetivo deste relato é apresentar as ações mais signifi cativas realizadas pelo bolsista no programa, subprojeto de Educação Física, no período de um ano, com destaque para uma sequência didática. O PIBID - UNIVILLE tem como tema gerador o letramento. Para inserção do tema e aprofundamento do projeto, foi proposta a realização de uma sequência didática, desenvolvida em virtude das necessidades dos escolares, percebida pelo professor em conjunto com o bolsista Pibid. Neste caso, após a realização do exame biométrico, constatou-se que a turma de 6º ano do ensino fundamental apresentava excesso de peso, o que despertou o interesse pelo tema “benefícios do esporte”. Com aulas em quadra e discussões em sala, foi realizada a ação totalizando seis aulas. Como primeira atividade, a turma foi dividida em grupo, que por sua vez recebeu um texto sobre os benefícios do esporte que seria lido e apresentado na sequência por meio de um seminário. Apresentou-se a relação entre má alimentação, obesidade e sedentarismo e, em contrapartida, as vantagens de se praticar esportes, enfatizando o basquetebol (modalidade trabalhada na época), como meio de prevenir essa relação. Na prática realizou-se a modalidade de basquetebol, com atividades de fundamentos e jogo. Neste último, foi apresentado para os alunos, como o jogo requer condicionamento e energia, o que poderia incentivar a redução e ou controle do peso corporal, bem como prevenir o sedentarismo. Por meio dessas vivências no programa Pibid, conclui-se haver melhor preparação dos acadêmicos para a atuação docente, resultante da troca de conhecimentos entre o acadêmico a universidade e a escola, possibilitando uma amostra do trabalho docente.

Atualmente a Canoagem é pouco difundida no ambiente escolar seja pela precariedade de materiais, local apropriado para a prática ou pela carência de um profi ssional qualifi cado nesta área da Educação Física escolar. Com base nisso, pretendemos verifi car as contribuições da inserção das escolas da periferia de Camobi/Santa Maria no Projeto Canoagem na Escola, promovido pelo Grupo de Formação Inicial e Formação Continuada de Professores do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Desde o ano de 2008 o projeto Canoagem na Escola vem sendo desenvolvido gratuitamente três vezes por semana na UFSM em um lago que fi ca próximo ao CEFD. As aulas são caracterizadas como teórico-práticas com duração de três horas e meia. Os materiais utilizados para a prática são cedidos pelo Santa Maria Kayak e Cross Clube, entidade proponente. Esse projeto conta com uma professora coordenadora e Técnica em Canoagem além de cinco acadêmicos de Educação Física. Hoje o projeto contempla 60 alunos das séries fi nais do ensino fundamental originários das escolas: E.M.E.F. Vicente Farencena, E.M.E.F. Lívia Menna Barreto, E.M.E.F. Diácono João Luís Pozzobonn, E.M.E.F. Santa Helena e a E.E. Professora Margarida Lopes, com foco na inclusão social dos mesmos. A implementação do Projeto Canoagem na Escola, está trazendo resultados positivos para os alunos dessas instituições de ensino. Dentre eles podemos destacar o melhor relacionamento entre alunos/alunos e alunos/professores e até mesmo familiares, bem como a melhora no desenvolvimento das práticas de ações de educação ambiental. Dessa forma, podemos perceber que há um desenvolvimento tanto no sentido pessoal quanto escolar.

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JOGOS DA ESCOLA: UMA HISTÓRIA QUE SE FAZ CONTANDO

FREITAS GAC. [email protected] EE Professora Maria Antonietta Garnero La Fortezza - SP

LETRAMENTO E A EDUCAÇÃO FÍSICA ROBEIRO MAM, SCHEUNEMANN R, MAGRI PEF. [email protected] Universidade da Região de Joinville; PIBID

Competições esportivas no ambiente escolar constituem-se em tema polêmico, pois enquanto seus promotores defendem o trabalho em equipe e o respeito pelas regras, os que são contrários ressaltam a exclusão dos menos habilidosos e a valorização da vitória a qualquer custo. A intenção deste relato é mostrar uma alternativa para o modelo hegemônico de jogos escolares, aplicando a sugestão do livro “Os jogos de minha escola”, de Lino Castellani Filho e Rafael Moreno Castellani . A experiência relatada ocorreu na Escola Estadual Maria Antonietta Garnero La Fortezza, localizada no município de Hortolândia e vinculada à Diretoria de Ensino Sumaré. Participaram os alunos das turmas de sextos, sétimos e oitavos anos frequentes no período matutino, com dois representantes de cada turma envolvidos diretamente na concepção do evento. A formulação dos Jogos da Escola iniciou-se com dois meses de antecedência, através de reuniões entre professor e representantes nas quais foram realizadas leituras de trechos do livro, debates, redação de textos e seleção fi nal de ideias. Com a defi nição do formato com modalidades reconhecidamente integrantes da cultura de movimento dos alunos (queimada, damas, Stop!) e provas de conhecimento no formato de jogos (corrida matemática e soletração de palavras), fi cou determinado que todos os alunos participariam direta (jogadores) ou indiretamente (comissões de torcida, arbitragem, imprensa e organização geral). Os jogos aconteceram em três dias, com intenso envolvimento de toda comunidade escolar. A avaliação fi nal dos alunos foi positiva, salientando a democratização da proposta que conteve as ideias dos alunos e solicitando que esse formato fosse mantido em próximos eventos.

Este resumo tem por objetivo relatar experiências vivenciadas no programa PIBID/UNIVILLE (Programa Institucional de Iniciação a Docência), que tem como tema o letramento. A literatura indica que letramento é uma visão de mundo, de práticas sociais, e para a Educação Física, confi gura-se como leitura corporal, autonomia motora e compreensão de atividades desportivas. Durante as vivências no programa notou-se grande dependência dos escolares com instruções orais. Por isso, uma ação proposta foi um jogo com as instruções escritas, para que os escolares pudessem se organizar a partir da interpretação. O resultado foi frustrante: a falta de leitura, a afobação para ir à quadra, juntamente com a falta de uma voz de comando. Estes aspectos fi zeram com que uma atividade simples, se tornasse algo difícil e desorganizada. A experiência mostrou alguns fatores em que o cotidiano escolar difi culta a independência do aluno. A quebra da hierarquia foi uma delas. Muitas vezes a interpretação de mundo e a autonomia só são treinadas por meio da necessidade e, em nosso atual sistema escolar, percebe-se que o professor simplesmente manda, sem explicar por que. Durante as atividades, os alunos parecem estar retidos, a espera de ordens, e quando conquistam a liberdade, tornam-se afoitos. É algo novo com o que não sabem lidar. A questão não é formar pessoas que negligenciam instrução oral, mas sim pessoas mais independentes, que saibam trabalhar em grupo, respeitando a si e ao próximo. O professor e o bolsista sempre participam juntos, observando e acompanhando as conquistas dos escolares. A partir da proposta da inserção do letramento, tem-se observado nas aulas, uma preocupação com o porquê se faz e o como se faz. As mudanças estão acontecendo aos poucos, os alunos começam a aprender a administrar sua liberdade.

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MÍDIAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: CASE DE SUCESSO EM SANTA MARIA - RSVEIGA CG, HATJE M, LUIZ SPF, SAAVEDRA MMRR. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria; PROLICEN/2013/UFSM

NEM MACHÕES, NEM MOCINHAS: (RE)EDUCAÇÃO FÍSICA COMO PRÁTICA DE EQUIDADE

MONTEIRO DTL, CORSINO LN. [email protected] Universidade Federal de Juiz de Fora

Este estudo é resultado de um projeto de ensino/pesquisa/extensão realizado desde 2010 no Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com o objetivo de promover a integração entre a educação superior e a educação básica através do planejamento, elaboração e execução de ações metodológicas inovadoras envolvendo as mídias e a educação física escolar (EFE). Ao buscarmos respostas para a questão “como utilizar as mídias na educação, especialmente nas aulas de EFE?”, pretendemos também conhecer e discutir possibilidades de como a mídia pode ser utilizada para tornar o aluno mais ativo fi sicamente, mais crítico e refl exivo em seu cotidiano social e escolar. A proposta apresenta características de uma pesquisa-ação, pois ela surgiu com o objetivo de pesquisar sobre as relações sociais e através delas modifi car os comportamentos dos indivíduos. Os resultados referem-se aos trabalhos desenvolvidos por acadêmicos do sexto semestre do curso de EF - Licenciatura da UFSM na disciplina Educação Física e as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação através do projeto Mídias digitais e tradicionais na educação básica: experiência interdisciplinar docente a partir da educação física. Todos foram desafi ados a elaborar e aplicar uma ação pedagógica envolvendo as mídias na EFE em escolas de Santa Maria-RS, com alunos do ensino fundamental. As ações pedagógicas criadas pelos acadêmicos foram: Podcast, Gincana Midiática, Flyers (3), Blog dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos; Exposição de desenhos e Folder. Através das oito atividades desenvolvidas no primeiro semestre de 2013, os acadêmicos vivenciaram novas metodologias de ensino à educação física escolar. As experiências mostram que as mídias são importantes aliadas da educação, inclusive, da EF, sendo importantes ferramentas para tratar os conteúdos sob as dimensões atitudinal, conceitual e procedimental.

Os professores/as do 2º ciclo da rede municipal de Belo Horizonte propuseram um trabalho de integração frente a um ambiente escolar demarcado por práticas sexistas na Educação Física, em que o corpo biológico era elemento defi nidor para realização das atividades. Além disso, pode-se observar aulas de futebol para meninos e queimada para meninas, e não raro, se observavam momentos de afi rmação de gênero através dessas modalidades ofertadas, aos/às que se desviassem do comportamento padrão esperado do sexo biológico, restavam constantes discriminações. Assim, com vistas à recriação da leitura vivencial do mundo, pautada em uma ação educativa que permitisse aos discentes imaginar variantes ao seu agir e estudar alternativas para uma convivência aberta à multiplicidade, formulou-se o projeto “RE-Educação Física”. A referida intervenção contou com diversifi cadas frentes de ação: roda de debates, em que se questionaram práticas e valores presentes na Educação Física que reproduziam e legitimavam hierarquias sexuais, inclusive aquelas referentes à naturalização da norma heterossexual (utilizamos, por exemplo, vídeos que se chocavam com as percepções discentes: o campeonato mundial de futebol feminino, o de vôlei masculino etc); aulas integradas com diferentes turmas, variadas modalidades esportivas/jogos e sempre mistas; e desenvolvimento do torneio misto na escola, segundo anseios discentes: queimada, futebol e dança. Embora difi cultoso o processo, é possível apontar ao menos três importantes êxitos: os/as envolvidos/os puderam ressignifi car suas percepções acerca dos sujeitos; percebeu-se um ambiente mais aberto à diferença, respeitando-a e valorizando-a em suas especifi cidades; e, a Educação Física na escola redesenhou-se, ampliando-se inclusive em suas possibilidades pedagógicas. Cabe, entretanto, destacar que a consolidação do ambiente de equidade se dá quando se entende que essas ações devem ser contínuas e que, portanto, a RE-Educação Física deve confi gurar-se para além de intervenções limitadas a um projeto de alguns meses.

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O BLOG COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO: POSSIBILIDADES PARA REFLETIR SOBRE FUTEBOL E VALORES NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

VASSOLER MZ, IMPOLCETTO FM. [email protected] UFSCar

O CURLING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

SILVA FA, AURICCHIO JR, FILIPPIS A, GONÇALVES SC, SILVA AP, FARIA VC. [email protected] Faculdade de São Paulo

Atualmente o tema valores é alvo de discussões de diversos grupos que estudam e atuam na Educação e na Educação Física escolar, no sentido de contribuir para a formação de alunos críticos e refl exivos. Além da compreensão da necessidade de se refl etir sobre valores nas aulas, entende-se que o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação pode auxiliar o professor no processo de ensino e aprendizagem, especialmente por fazerem parte do cotidiano da maioria dos alunos dessa geração. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é apresentar uma proposta de trabalho com valores nas aulas de Educação Física escolar, por meio dos temas transversais aliados ao conteúdo futebol. Além disso, avaliar a utilização de um blog como instrumento pedagógico, para auxiliar nas refl exões sobre o conteúdo e os valores. Para atingir o objetivo proposto, optou-se por um método de natureza qualitativa, a partir do qual foram ministradas cinco aulas a uma turma do 6º ano de uma escola privada da cidade de Rio Claro/SP. Depois das aulas, as refl exões sobre o futebol e os temas transversais tinham continuidade por meio do blog. Diante dos resultados obtidos pela participação e interação dos alunos nesse espaço virtual, avalia-se como positivo o uso dessa tecnologia como instrumento pedagógico que auxilia no processo de refl exão sobre os conteúdos e os valores tratados nas aulas.

O trabalho tem como objetivo relatar a experiência da aplicação do curling nas aulas de Educação Fisica escolar. Para tanto, foi planejada e colocada em ação uma sequência didática com uma turma de sétimo ano de uma escola pública da prefeitura de São Paulo, localizada na zona norte da cidade. As expectativas de aprendizagem eram a compreensão das formas de jogar, entendendo as regras, manipulação do material e objetivo do jogo, ampliando o repertório de atividades esportivas dos alunos. Inicialmente, foi proposta uma pesquisa na sala de computação sobre o tema, onde os alunos tiveram um primeiro contato com o esporte através de vídeos, imagens e leituras. Em seguida, foi ministrada uma aula teórica, que teve como objetivo esclarecer duvidas sobre as regras, formas de jogar e história do esporte. Nas aulas seguintes, os alunos puderam vivenciar na prática e de forma adaptada o curling. Os depoimentos dos alunos demonstraram o quanto de conhecimento foi produzido durante o processo, ao afi rmarem que é “ um jogo de muita estratégia” e que “gostariam de disputar campeonatos de curling”. Podemos considerar que para os alunos dessa escola a prática do curling foi inovadora e refl exiva e que pode, de forma planejada, adaptada e sistematizada, ser conteúdo nas aulas de Educação Fisica.

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O ESTADO DA ARTE SOBRE A TEMÁTICA AFRO BRASILEIRA NOS PERIÓDICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

SOARES DC, MILANI AG, DARIDO SC. [email protected] UNESP - Rio Claro

O JOGO DE BADMINTON NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

JABOIS DP. diegofefi [email protected] Prefeitura de Itanhaém - SP

A escolha do estudo do tema afro brasileiro na Educação, de modo geral, em particular na Educação Física ainda não avançou a ponto de serem tematizados junto aos conteúdos disciplinares. Em 2003 foi aprovada uma lei que estabelece a obrigatoriedade do estudo de História e Cultura Afro-brasileira no Ensino Fundamental e Médio, consolidando novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação. Assim questiona-se: Será que há estudos científi cos sobre esta temática? Este é um tema que é abordado nas revistas científi cas? Os professores de Educação Física escolar tratam esta temática em suas aulas? Estas questões são fundamentais, uma vez que, se não houver fundamentação teórica que auxilie o professor a trabalhar, o mesmo não terá condições de tratar esse tema nas aulas, já que é fundamental introduzir esta temática na formação de professores. Assim, o objetivo do trabalho foi realizar um levantamento nas revistas da área, bem avaliadas de acordo com a CAPES, sobre a publicação de artigos relacionados ao conteúdo afro-brasileiro nos últimos dez anos, tanto na área de Educação Física quanto Educação Física escolar. Trata-se de uma pesquisa bibliográfi ca onde foram analisados 1999 artigos entre os anos de 2003 a 2013, obedecendo aos seguintes critérios: estar relacionados às manifestações afro brasileiras, qualquer contexto que seja discutido as questões referentes aos negros nos elementos da cultura corporal de movimento, retratar o preconceito racial, discriminação ou temas de valorização da cultura negra. Foram encontrados 21 artigos que atendiam alguns desses critérios, representando 1,05% das publicações totais destes periódicos. Destes 21 artigos, apenas 11 estão relacionados à área de Educação Física escolar, ou seja, 0,5%. Conclui-se que há uma baixa produção científi ca referente à cultura afro brasileira, demonstrando a pequena relevância desse tema entre pesquisadores, ou a falta de interesse dos periódicos em publicar artigos com essa temática na Educação Física.

No inicio do ano letivo de 2013 na “E.M. Harry - Forssell” (Itanhaém - SP) estava preocupado com a “indisponibilidade” corporal dos alunos(as) do 9º ano relacionada à prática da educação física escolar. Indisponibilidade corporal muitas vezes justifi cada, pelos alunos(as), por diversos motivos tais como: “dores de cabeça”, “cansaço”, “falta de vontade por acúmulo de tarefas”, dentre outros. Outro fator de grande relevância, que chamou minha atenção, embora esteja nessa unidade em efetivo exercício há mais de 6 anos, é o fato do “futebol” ser o único meio de “atividade esportiva” considerada e “perpetuada” pelos educandos. Isto posto, um grande problema estava confi gurado, pois seus interesses muito se distanciavam de uma educação física múltipla, democrática e rica em suas diversas formas de expressões, previstas principalmente em documentos curriculares nacionais de grande importância, conceitual e prática. Nesse período estava retomando pessoalmente á prática de um esporte muito interessante, o “badminton” modalidade olímpica, de origem asiática. O badminton pode ser vivenciado em duplas, mistos, trios ou até mesmo individuais. Estava surgindo então, a ideia de trocar “chutes” por “rebatidas” ao alcance de todos(as), pois não requer grandes habilidades prévias, podendo incluir alunos com defi ciências (auditivas, motoras e cognitivas leves) bem como gêneros (meninas e meninos) juntos. O desafi o estava lançado, pois em breve mapeamento realizado no local (comunidade e escola) constatei que muitos(as) desconheciam por completo a modalidade, com difi culdade inclusive em pronunciar o nome da modalidade. Modalidade que estou disposto a dividir e desmitifi car em parceria com alunos(as) durante as aulas de educação física regular.

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O PERFIL DOS TÉCNICOS/AS DOS JOGOS ESCOLARES DE MINAS GERAIS

ARRUDA LC, ARAÚJO CM, ZAGHI FHLS, CARBINATTO MV, CHAVES AD, MOREIRA WW, SIMÕES R. [email protected] Universidade Federal do Triângulo Mineiro; NUCORPO; CAPES/REUNI; FAPEMIG

O USO DO JOGO DIGITAL PARA O ENSINO DO BEISEBOL

FERREIRA AF, DARIDO SC. [email protected] UNESP - Rio Claro; CAPES

O objetivo do estudo foi analisar a formação profi ssional e o ambiente de atuação dos técnicos que dirigem as equipes participantes dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG), com enfoque sobre a formação acadêmica, a experiência profi ssional dos técnicos e a condição de infraestrutura para as práticas esportivas. Esta pesquisa se caracteriza como descritiva e de abordagem qualitativa. Participaram do estudo 69 técnicos(as) das modalidades de basquetebol, futsal, handebol e voleibol. O instrumento utilizado foi um questionário composto por 12 questões abertas e fechadas. Os sujeitos da pesquisa responderam o questionário individualmente e em horário diferente dos jogos, ao longo de junho de 2013.Para análise dos dados utilizou-se da análise descritiva e os resultados foram apresentados em forma de porcentagem de frequência de respostas. Quanto à formação acadêmica, 48 técnicos/as possuem licenciatura em Educação Física, 5 ensino médio, 11 outras graduações e 5 não responderam. Em relação à infraestrutura 72% dos sujeitos pesquisados relataram que o local de trabalho é adequado para a prática esportiva e quanto à comissão técnica, identifi camos que todas as equipes possuíam o técnico/a, sendo complementada em sua maioria pelo auxiliar técnico. Quanto à experiência profi ssional, 45 técnicos/as relataram que a experiência como atleta foi o principal fator relacionado ao conhecimento para atuarem com a modalidade esportiva. Para 30 técnicos/as a formação acadêmica e a vivência na Educação Física escolar foram os principais meios que subsidiaram seus conhecimentos para desenvolverem as atividades de ensino-aprendizagem com a modalidade esportiva. Concluímos que há um elevado número de técnicos/as que não possuem Licenciatura em Educação Física e estão à frente das equipes esportivas escolares. Além disso, foi importante a experiência e o conhecimento adquirido pelos técnicos/as quando eram atletas, porém, a formação acadêmica e continuada deveria pautar prioritariamente a base do conhecimento para atuarem com as modalidades esportivas escolares.

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) estão mais presentes no cotidiano e atualmente também são inseridas nas escolas. Uma das tecnologias que mais cresce são os jogos digitais. Estudos apontam um enorme potencial educativo quando estes são articulados com o conteúdo escolar. Sabendo da difi culdade dos professores para o uso destas tecnologias nas aulas de Educação Física, este trabalho tem o objetivo de apresentar uma possibilidade do uso do jogo digital para ensinar o conteúdo de beisebol. Esta experiência foi realizada a partir de uma perspectiva colaborativa em um trabalho conjunto com um professor de uma escola estadual, com alunos do 9º ano do ensino fundamental. O jogo digital utilizado foi o Kinect Sports-Ultimate Collection para o Xbox 360 projetado na sala de vídeo da escola ligado a um data show. O intuito foi ensinar a dinâmica geral do beisebol, enfatizando o ataque e defesa neste esporte. Para iniciar foi exibido dois vídeos curtos apresentando o beisebol e suas principais regras. A classe foi dividida em dois grupos para jogar, ressaltando as funções do arremessador e do rebatedor. Os alunos tiveram uma grande participação e foram instigados a refl etir sobre os movimentos que executavam, a decisão tomada após uma rebatida válida (corrida), os motivos que levavam um rebatedor a ser eliminado e o momento da troca de ataque. Além de se familiarizar com alguns conceitos, como “home run” e “strike”, discutindo seus signifi cados específi cos no beisebol. Vale a pena ressaltar que o jogo digital foi levado pela pesquisadora. É importante que o professor conheça bem o conteúdo e os objetivos do que se pretende ensinar, tenha clareza do momento da aprendizagem em que a inserção dos jogos é mais adequada e quais os conceitos, procedimentos ou atitudes que devem ser aprendidos por meio desta tecnologia.

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PING-PONG DIFERENTE: UMA MISTURA DO TÊNIS COM O PING-PONG

SOUZA CA, BORDIN R. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

PRAZER E MÍDIAS SOCIAIS COMO ELEMENTOS DO ENSINO DE GINÁSTICAS NA ESCOLA: A REDESCOBERTA DE MOVIMENTOS VERTIGINOSOS E A PUBLICIZAÇÃO DO SABER ESCOLAR

SOTERO MA. [email protected] Escola de Aplicação, Faculdade de Educação - USP; Escola Viva

O “Ping-Pong diferente” surgiu da necessidade de diversifi car as aulas de Educação Física, consiste no jogo do Ping-Pong sem a utilização da mesa. A quadra é marcada com fi ta colorida. Uma corda ou rede ofi cial amarrada em dois cones e esticada representa a divisão da quadra que possui dimensão próxima da mesa. É jogado em pé utilizando raquete e bolinha de Ping-Pong. O objetivo principal foi motivar os alunos para a possibilidade de transformação de um jogo ou esporte. A sequência didática utilizada partiu da realidade dos alunos. Na 1ª aula: foi realizado um diagnóstico da turma (7º ano do ensino fundamental de uma escola estadual do Rio Grande do Sul) através de questões do tipo: Quais esportes com raquetes vocês conhecem? Será que é possível jogarmos aqui na escola? No bairro existe algum lugar para jogarmos? Solicitei aos alunos que pesquisassem alguns esportes com raquetes e que perguntassem aos seus familiares se conheciam algum lugar onde poderíamos jogar. 2ª aula: Questionei sobre a pesquisa solicitada. Foram mencionadas algumas características do Tênis e comentaram que não havia um lugar onde poderíamos praticar e nem possuíamos raquetes para jogar. Então disse aos alunos que tive uma ideia e questionei se estavam dispostos a experimentá-la. Utilizando dois esportes com raquetes conhecidos por eles, ou seja, o Tênis e o Ping-Pong sugeri uma “mistura”. Em duplas os alunos jogaram pela primeira vez. 3ª aula: realizamos uma avaliação sobre a prática. Realizamos novamente a prática e solicitei para que observassem as difi culdades que eles poderiam estar encontrando no jogo. 4ª aula: buscamos resolver os problemas encontrados na aula anterior inserindo exercícios de controle da bolinha e algumas regras básicas. A prática do Ping-Pong diferente certamente contribuiu para que os alunos visualizassem a possibilidade da prática de diversos jogos através da sua transformação.

Nos últimos cinco anos ininterruptos de observação do módulo de ginásticas na educação física curricular do Ensino Fundamental II, tanto na escola pública, quanto na particular, foi observado que um dos maiores desafi os docentes para incentivar a participação dos alunos nas atividades propostas é lidar com o medo destes em relação à diversas posições acrobáticas. Principalmente quando estas envolvem vertigem causada pela posição do corpo humano no plano invertido (vertical, mas de cabeça para baixo). Com base nesta constatação foi montada uma unidade didática que começasse com brincadeiras que envolvessem giros, corrupios e outros movimentos que causassem vertigem, para que os alunos relembrassem (ou tivessem contato com) a sensação de vertigem, mais comum nas brincadeiras de crianças menores. Após esta estratégia, o próximo passo foi relembrar os rolamentos para frente e para trás, para depois levar os alunos para um playground e propor brincadeiras e desafi os bem divertidos, onde eles tivessem que fi car de cabeça para baixo. Por último, foi entregue uma apostila com diversas pirâmides humanas, material este que serviu de inspiração para que os alunos montassem suas próprias pirâmides, a partir de critérios de montagem e avaliação elencados pela professora, como também do ensino de fatores de segurança nas pegadas e nos posicionamentos das bases e dos volantes das pirâmides humanas. O resultado foi a montagem de pirâmides com diversas posições cujo equilíbrio estático era uma difícil tarefa, mas que foi cumprida a contento. Todas as pirâmides foram publicadas no site Facebook, fato que gerou valorização e reconhecimento públicos da produção dos alunos, que, por sua vez, gerou nos alunos o sentimento de orgulho de sua produção. Por fi m, um conteúdo que era desafi ador ao ponto de ter a representação discente de algo não prazeroso e inacessível, tornou-se, a partir de uma metodologia lúdica, motivo de orgulho e valorização da turma por parte da comunidade escolar.

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PROGRAMA “ANÁRQUICO” E DIALOGO NA EDUCAÇÃO FÍSICA

MONTEIRO RAC. [email protected] EMEF Dom Pedro I - SP

RELAÇÃO ENTRE O TEMA TRANSVERSAL TRABALHO E CONSUMO E O SISTEMA DE PONTUAÇÃO NO VOLEIBOL DE QUADRA

BARROSO ALR, DARIDO SC. [email protected] UNESP - Rio Claro

Um problema constante difundido pelos professores de Educação Física na escola é o alto índice de alunos desinteressados pelas aulas. Assim, o objetivo desta experiência consistiu em melhorar o diálogo e diminuir a evasão dos alunos nas aulas de Educação Física. O trabalho foi desenvolvido no segundo semestre de 2011 com alunos das 8ª séries (9º ano) da EMEF Dom Pedro I (Prefeitura de São Paulo). Na primeira aula avaliamos o semestre anterior e acertamos as regras para o referido período letivo e fi cou defi nido que o conteúdo seria proposto pelo grupo, isto é, eles decidiriam as atividades para o período de 15 dias, sendo a última aula da semana destinada às práticas de livre escolha como valorização pela participação e respeito ao projeto desenvolvido, desde que não houvesse ninguém sentado ouvindo celular. Dessa forma, nossas atividades se iniciaram com aulas de skate, passando pelo Taco, Pipas, Basquete, Tênis, Handebol, Voleibol e Salto em Altura. As aulas foram realizadas sem divisão por gênero. Mas, cabe o registro que neste período houve certa resistência por parte das meninas quanto à participação nas atividades de Pipas, Taco e Salto em Altura, sendo vencida com diálogo, apoio dos meninos e com o risco de perder a “aula livre”. Observamos que as primeiras “aulas livres” do projeto tinham a prática do futebol e do vôlei como predominante e depois de três semanas estas atividades foram mescladas, e até substituídas, por outras práticas como o Tênis e o Taco. Consideramos que o nosso objetivo foi alcançado e que o diálogo e a ampliação dos conteúdos podem contribuir para o maior interesse dos alunos pelas aulas de Educação Física.

O voleibol de quadra é uma modalidade esportiva que sofre constantemente alterações nas suas regras, algumas delas para atender aos interesses da mídia televisiva. O presente estudo teve o objetivo de investigar a possibilidade de um tratamento pedagógico acerca da relação entre a alteração do sistema de pontuação no voleibol de quadra e o tema transversal trabalho e consumo nas aulas de Educação Física escolar de sexto ao nono ano, a partir de uma refl exão sobre os interesses econômicos envolvidos para que ocorresse tal mudança. Por meio da utilização da técnica do grupo focal foi realizado um encontro com a participação do pesquisador e de sete professores de Educação Física dos anos fi nais do Ensino Fundamental. Os resultados foram divididos em três categorias: os interesses mercadológicos infl uenciando no voleibol de quadra; a relevância de se abordar nas aulas de Educação Física escolar a relação entre o voleibol de quadra e as questões de consumo; quais instrumentos pedagógicos podem ser utilizados para tratar a relação da mídia e as questões de consumo referente ao sistema de pontuação no voleibol. Foi verifi cada a preocupação de uma prática pedagógica além do ensino dos gestos técnicos da modalidade, propondo a utilização de vídeo, realização de pesquisas, debates, apresentação de trabalhos, confecção de cartazes e trabalho interdisciplinar. O material didático também foi apontado como um possível instrumento pedagógico a ser utilizado, entretanto quando solicitados a apresentar sugestões de como deveria ser esse material, os professores demonstraram difi culdade, concentrando-se no que seria algo geral, sem apresentar apontamentos específi cos. Isso talvez possa ser explicado pela falta de experiência dos professores em confeccionarem materiais desta natureza, bem como pela reduzida existência desse tipo de material na área da Educação Física escolar, levando os professores a um pequeno ou nenhum contato com materiais que apresentem essa característica.

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RELATOS DOS ALUNOS SOBRE O ENSINO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NA ESCOLA

BRASIL IBG, FERREIRA LA. [email protected] Prefeitura Municipal de Bauru - SP

RESSIGNIFICANDO O BOLICHE NA ESCOLA

SOUSA LA, BAIÃO I, SOUZA A, SILVA RGP, MACHADO RPT. [email protected] Universidade Federal de Lavras; CAPES

A Ginástica Artística (GA), embora se caracterize por uma prática corporal psicomotriz e com demanda técnica, na escola, sendo tratada como conteúdo da Educação Física, pode oferecer inúmeras possibilidades, dentre elas: vivência de desafi os corporais; execução dos movimentos em parceria, desenvolvendo a cooperação e a colaboração; reconhecimento dos limites corporais; construção de novos movimentos e aparelhos/materiais ginásticos. Deste modo, o presente estudo teve como objetivo analisar a percepção discente sobre o desenvolvimento da GA nas aulas de Educação Física. Participaram do estudo 110 alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, com idades entre 13 e 15 anos, pertencentes a uma escola pública municipal do interior de São Paulo. A abordagem metodológica qualitativa orientou o estudo e a técnica de coleta envolveu relatos descritivos, produzidos individualmente pelos alunos, com suas manifestações acerca do conteúdo desenvolvido. Os alunos perceberam a GA como: atividade de cooperação; superação dos limites corporais; rememoração e ressignifi cação dos movimentos da infância; conteúdo diferente; aula divertida. Somente três alunos mencionaram não gostar das atividades, devido ao desinteresse por atividade física em geral, entretanto, apontaram a importância deste conteúdo. O medo foi fator limitante no aprendizado, apesar de mencionarem a superação do mesmo e a realização do que era proposto. Foi sugerida a necessidade de mais aulas práticas de Educação Física para se ensinar tal conteúdo, bem como, denunciada a precária infraestrutura da escola para o seu desenvolvimento com segurança. Apesar destas difi culdades, os alunos sinalizaram como válida a adaptação de materiais como estratégia para o ensino da GA. Embora reconheçamos os desafi os relatados pelos alunos, vivenciar a GA foi uma experiência positiva para eles, evidenciando a importância do trabalho com esse conteúdo ainda pouco contemplado nas aulas de Educação Física.

As aulas de Educação Física escolar propõem jogos moldados previamente, o que pode limitar o brincar e a criatividade das crianças. A prática pedagógica pode ser modifi cada à medida que o professor permite que a criança imagine e crie. Implantamos o “Projeto Boliche Escolar” numa escola municipal de Lavras - MG com uma perspectiva diferenciada, no qual as crianças envolvidas ressignifi caram o jogo boliche. A partir do conhecimento prévio da modalidade, os professores instigaram os estudantes a criarem novas regras para o jogo, proporcionando um contexto estimulante ampliando a capacidade criativa dos mesmos. O brincar estabelece a comunicação do mundo interior com o exterior levando o individuo a se apropriar da realidade, criando um espaço de aprendizagem diferenciado. A autonomia dispensada aos discentes valoriza suas experiências e sua criatividade oportunizando um desenvolvimento intelectual corroborando para a formação de um individuo critico e autônomo. Quando as crianças constroem e se apropriam de um jogo este ganha uma nova identidade e é reconhecido socialmente. Nessa perspectiva a Educação Física Escolar deve ser repensada como um ambiente de ensino-aprendizagem que esteja comprometido pela mediação entre os jogos pré elaborados com os jogos ressignifi cados através da autonomia dispensada aos discentes, se tornando um espaço que oportuniza a descoberta de novos saberes.

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VIVENCIANDO E COMPREENDENDO AS LUTAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

RODRIGUES MC, OKIMURA-KERR T. [email protected] Secretaria Estadual de Educação de São Paulo

VIVÊNCIANDO VALORES ATITUDINAIS ATRAVÉS DA INICIAÇÃO ESPORTIVA AO FUTSAL

SILVA AC, DONADEL TB, SAWITZKI R. [email protected] Universidade Federal de Santa Maria

As lutas sempre fi zeram parte da cultura de movimento, mostrando-se como conteúdo importante a ser abordado e estudado nas aulas de educação física escolar, porém é frequente este tema não ser abordado pelos professores por falta de conhecimento e métodos. A Proposta Pedagógica Curricular de Educação Física do Estado de São Paulo provocou uma mudança no enfoque da abordagem dos temas relacionados às praticas corporais, tratando pedagogicamente os blocos de conteúdos como lutas, jogos, atividades rítmicas e o esporte, propondo ao educando uma maior refl exão sobre as manifestações da cultura corporal. O presente trabalho tem como objetivo relatar e analisar uma experiência de ensino do tema Luta, realizado ao fi nal do curso de especialização em Educação Física Escolar oferecido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo em convênio com a Unicamp. A intervenção foi aplicada para alunos do 6º ano de uma escola pública no município de São Paulo e o percurso de aprendizagem foi composto por três situações de aprendizagem que versavam sobre os princípios condicionais das lutas, classifi cações em relação ao tipo de contato e distanciamento, condições corporais e ambientais que interferem na luta. A proposta foi realizada no decorrer de oito aulas compostas por pesquisas, análises e discussões sobre as características das lutas e suas relações com briga e violência; vivencia de judô, esgrima, jogo dos pregadores, pega-rabo, acerte o número, luta do jacaré e golpes em bexigas e garrafa pet. Durante o percurso foram necessárias algumas alterações nas situações de aprendizagem, o que tornou as aulas ainda mais enriquecedoras proporcionando um ambiente com experiências diversas que ampliaram a compreensão do aluno em relação à Luta. Dessa forma, estimulou-se a apropriação dos elementos da cultura de movimento a partir das experiências dos alunos para que eles possam a usufruir com autonomia e criticidade.

O estudo remete ao um relato de experiência sobre a ofi cina de iniciação esportiva na modalidade de futsal para escolares do sexo masculino do 6° ano do ensino fundamental realizado duas vezes na semana em uma escola publica de Santa Maria-RS, através da inserção à docência precoce oportunizada pelo Programa de Institucional de Bolsa de Iniciação á Docência (PIBID/EF). A ofi cina tem o objetivo de conhecer, vivenciar e incentivar a prática esportiva juntamente com a construção de valores atitudinais essenciais na vida e na aprendizagem de qualquer esporte coletivo. O estudo feito acontece através de intervenções duas vezes na semana com os escolares do 6° ano do ensino fundamental. As aulas são práticas, sendo explicativas e demonstrativas com base nos métodos discursivos utilizando jogos pré-desportivos e adaptados, fazendo com que primeiramente ocorra a compreensão cognitiva da modalidade esportiva futsal. O pressuposto prioriza objetivos, valores e atitudes juntamente com a aprendizagem do esporte correlacionando eles entre si, auxiliando na formação de indivíduos refl exivos, críticos e capazes de compreender a realidade e de se posicionar perante ela. A intervençõa vem sendo realizada desde 2012, e foi possível observar uma notável mudança nas atitudes, conscientização de valores e aprendizagem da pratica esportiva. Dessa forma, concluímos que a iniciação esportiva oportunizada aos alunos através PIBID/EF vêm proporcionando benefício à saúde e convivo social melhorando a qualidade de vida destes indivíduos, bem como contribuindo com a nossa qualifi cação profi ssional num processo de planejamento e organização.

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