XII Seminário de Educação Física Escolar - Resumos dos trabalhos da área temática "Educação...

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Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2013 Nov;27 Supl 7:0-0. • 1 XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação A COMPREENSÃO DAS RELAÇÕES DE GÊNERO E DOS CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO POR ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO GERMANO VAC, MILANI AG, DARIDO SC, IMPOLCETTO FM. [email protected] UNESP - Rio Claro ALUNOS DO ENSINO MÉDIO: RELAÇÃO COM O LAZER E QUALIDADE DE VIDA MASSON LFF, BERTOLO MA. leticia_edfi[email protected] UNILAGO - SP Educação Física Escolar no Ensino Médio 001 002 A partir dos conteúdos propostos pelo currículo de Educação Física do Estado de São Paulo, o grupo de estudos LETPEF desenvolve um projeto cuja finalidade é tratar das relações de gênero com os alunos do Ensino Médio. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi verificar como estes alunos compreendem as relações de gênero presentes nos conceitos de atividade física e exercício físico tratados numa das intervenções realizadas. A pesquisa se caracteriza como qualitativa e os dados foram coletados por meio de um questionário aberto com seis questões junto a dezoito alunos de uma turma do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola estadual de um município no interior do Estado de São Paulo. Os resultados foram analisados a partir de duas categorias. A primeira relaciona-se a compreensão dos conceitos de atividade física e exercício físico e os resultados indicam que os alunos conseguiram diferenciar os conceitos, sendo que a maioria considerou por atividade física todo movimento realizado no cotidiano. Em relação ao exercício físico eles apresentaram apenas algumas características, o que indica uma compreensão parcial do conceito. A segunda categoria, denominada de práticas corporais e gênero, oriunda da análise dos resultados de quatro questões, buscou verificar a compreensão dos alunos sobre a prática de determinadas atividades por mulheres ou homens e se eles reconhecem a existência de discriminação das pessoas que realizam atividades tidas socialmente como masculinas ou femininas. Constatou-se que, embora os alunos reconheçam que existam práticas estereotipadas, eles consideraram que ambos os sexos podem realizar as mesmas atividades, porém ressaltaram que ocorre discriminação de praticantes que realizam atividades que não são referência para o seu sexo. Conclui-se que os alunos conseguiram diferenciar os conceitos tratados em aula e reconheceram as relações de gênero presentes nesses conceitos. O estudo propõe-se a discutir a relação entre a prática do lazer e o público jovem, fundamentando-se na perspectiva da educação para o lazer. Ao considerarmos a necessidade de um trabalho destinado à população jovem com relação à qualidade de vida e os momentos de lazer, faz-se necessário ampliar o conhecimento e as possibilidades que possam ser relevantes as ações a serem executadas tanto no aspecto físico quanto psicológico, a educação física como área de conhecimento tem divulgado, em muitos estudos, os benefícios nos aspectos físicos, psicológicos e sociais decorrentes da prática de exercícios, ou da participação em programas voltados ao lazer. Viabilizando os alunos do ensino médio que, encontram-se em um momento de transição entre a infância e a juventude, buscando a sensação de prazer, onde por diversas vezes essa busca pode ser considerada de risco, optando por atividades que colocam em risco a qualidade de vida, ou até mesmo a vida de seus praticantes caracterizando-se em um lazer patológico. A temática do lazer deve ser abordada com a finalidade de acrescentar uma nova visão ao público jovem sobre questões pertinentes ao nosso cotidiano, promovendo uma reflexão sobre a qualidade de vida e lazer, estimulando os alunos a terem um estilo de vida mais saudável. Este trabalho trata-se de um estudo bibliográfico, de âmbito social tendo como base de dados o acervo da UNICAMP, UNILAGO, FAMERP e sites acadêmicos a partir das palavras chave, lazer, qualidade de vida e juventude. Contudo é fundamental que o professor de educação física tenha o compromisso de realizar uma mediação pedagógica no sentido de ressignificação do lazer, propondo um trabalho de conscientização da população jovem com relação à qualidade de vida e as vivências dos momentos do lazer, apresentando possibilidades de intervenções socioeducativas.

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XII Seminário de Educação Física Escolar - Resumos dos trabalhos da área temática "Educação Física Escolar no Ensino Médio". Evento realizado de 22 a 24 de novembro de 2013. Site do evento: http://seminarioefe.com

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Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2013 Nov;27 Supl 7:0-0. • 1

XII Seminário de Educação Física Escolar - A prática docente da Educação Física Escolar: da inspiração à ação

A COMPREENSÃO DAS RELAÇÕES DE GÊNERO E DOS CONCEITOS DE ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO POR ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO

GERMANO VAC, MILANI AG, DARIDO SC, IMPOLCETTO FM. [email protected] UNESP - Rio Claro

ALUNOS DO ENSINO MÉDIO: RELAÇÃO COM O LAZER E QUALIDADE DE VIDA

MASSON LFF, BERTOLO MA. leticia_edfi [email protected] UNILAGO - SP

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A partir dos conteúdos propostos pelo currículo de Educação Física do Estado de São Paulo, o grupo de estudos LETPEF desenvolve um projeto cuja fi nalidade é tratar das relações de gênero com os alunos do Ensino Médio. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi verifi car como estes alunos compreendem as relações de gênero presentes nos conceitos de atividade física e exercício físico tratados numa das intervenções realizadas. A pesquisa se caracteriza como qualitativa e os dados foram coletados por meio de um questionário aberto com seis questões junto a dezoito alunos de uma turma do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola estadual de um município no interior do Estado de São Paulo. Os resultados foram analisados a partir de duas categorias. A primeira relaciona-se a compreensão dos conceitos de atividade física e exercício físico e os resultados indicam que os alunos conseguiram diferenciar os conceitos, sendo que a maioria considerou por atividade física todo movimento realizado no cotidiano. Em relação ao exercício físico eles apresentaram apenas algumas características, o que indica uma compreensão parcial do conceito. A segunda categoria, denominada de práticas corporais e gênero, oriunda da análise dos resultados de quatro questões, buscou verifi car a compreensão dos alunos sobre a prática de determinadas atividades por mulheres ou homens e se eles reconhecem a existência de discriminação das pessoas que realizam atividades tidas socialmente como masculinas ou femininas. Constatou-se que, embora os alunos reconheçam que existam práticas estereotipadas, eles consideraram que ambos os sexos podem realizar as mesmas atividades, porém ressaltaram que ocorre discriminação de praticantes que realizam atividades que não são referência para o seu sexo. Conclui-se que os alunos conseguiram diferenciar os conceitos tratados em aula e reconheceram as relações de gênero presentes nesses conceitos.

O estudo propõe-se a discutir a relação entre a prática do lazer e o público jovem, fundamentando-se na perspectiva da educação para o lazer. Ao considerarmos a necessidade de um trabalho destinado à população jovem com relação à qualidade de vida e os momentos de lazer, faz-se necessário ampliar o conhecimento e as possibilidades que possam ser relevantes as ações a serem executadas tanto no aspecto físico quanto psicológico, a educação física como área de conhecimento tem divulgado, em muitos estudos, os benefícios nos aspectos físicos, psicológicos e sociais decorrentes da prática de exercícios, ou da participação em programas voltados ao lazer. Viabilizando os alunos do ensino médio que, encontram-se em um momento de transição entre a infância e a juventude, buscando a sensação de prazer, onde por diversas vezes essa busca pode ser considerada de risco, optando por atividades que colocam em risco a qualidade de vida, ou até mesmo a vida de seus praticantes caracterizando-se em um lazer patológico. A temática do lazer deve ser abordada com a fi nalidade de acrescentar uma nova visão ao público jovem sobre questões pertinentes ao nosso cotidiano, promovendo uma refl exão sobre a qualidade de vida e lazer, estimulando os alunos a terem um estilo de vida mais saudável. Este trabalho trata-se de um estudo bibliográfi co, de âmbito social tendo como base de dados o acervo da UNICAMP, UNILAGO, FAMERP e sites acadêmicos a partir das palavras chave, lazer, qualidade de vida e juventude. Contudo é fundamental que o professor de educação física tenha o compromisso de realizar uma mediação pedagógica no sentido de ressignifi cação do lazer, propondo um trabalho de conscientização da população jovem com relação à qualidade de vida e as vivências dos momentos do lazer, apresentando possibilidades de intervenções socioeducativas.

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ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS LÚDICOS COMO METODOLOGIA DE ENSINO DO ESPORTE NO ENSINO MÉDIO

DUARTE FJC, AVELLAR M, CARVALHO RCG, OLIVEIRA CCS, SILVESTRE LR. [email protected] Escola Superior de Cruzeiro - SP

Durante muito tempo, diversas tendências centradas em modelos rígidos e essencialmente reprodutivos caracterizaram o ensino da Educação Física. O esporte enquanto conteúdo, também fi gurou por um grande período como elemento central, enfocando principalmente o aprimoramento técnico-tático e a descoberta de talentos; promovendo segregação, desinteresse e exclusão no âmbito escolar. Porém, com a evolução dos anos e o desenvolvimento de novos estudos, ocorreu um redimensionamento do quadro, passando a ganhar espaço procedimentos e abordagens que pudessem ser capazes de nos trazer o ensino deste elemento voltado para uma visão mais integralizada, trabalhando-se os diversos domínios – cognitivo, afetivo-social, físico-motor, dentre outros. Assim, surgiu a necessidade da criação de estratégias que fossem capazes de motivar e oferecer condições de aprendizagem estendidas à totalidade do corpo discente e atender à grande diversidade de indivíduos - desta forma, a utilização de recursos lúdicos estabeleceu-se como um dos caminhos possíveis para a questão. Estudos indicam que, diante das inúmeras contribuições que a adoção desta metodologia de ensino proporciona dentro do processo de ensino-aprendizagem de conteúdos, a ludicidade vem sendo utilizada de forma mais recorrente, através de ações que são capazes de garantir aderência e satisfação dos alunos às aulas, por meio de um aprendizado mais prazeroso e efi caz. Neste sentido, o presente estudo objetivou investigar se este quadro alcançou o ensino em escolas situadas em municípios do interior, procurando verifi car se há a compreensão por parte dos professores quanto ao termo ‘ludicidade’ e se estes utilizam-se de recursos lúdicos no ensino do esporte durante o período do ensino médio. Para tal fi m, foram entrevistados 09 professores de Educação Física atuantes neste nível de ensino há mais de 03 anos, em escolas pertencentes ao município de Cruzeiro (SP), Resende (RJ) e Itamonte (MG). Foi utilizada uma entrevista estruturada especialmente para este fi m, contendo 08 questões abertas, que versavam sobre os temas supracitados. Evidenciaram-se, então, os seguintes resultados: a) a maioria dos professores relaciona a ludicidade no ensino somente à aplicação de jogos e brincadeiras nas aulas, demonstrando, de certa forma, uma compreensão limitada do termo; b) o conteúdo esporte é trabalhado por todos os entrevistados e c) os professores, de forma geral, reconhecem a importância da utilização de estratégias lúdicas na aula, muito embora, relatem um universo de difi culdades para sua aplicação, tais como: superlotação de salas, falta de valorização e demanda de tempo hábil para transformação das aulas, além do eterno discurso da competição exacerbada, ainda presente em nossos dias, levando-nos a refl etir sobre os inúmeros entraves e desafi os que se impõe frente a necessidade e relevância da adoção da ludicidade enquanto recurso didático.

A profunda renovação do enfoque educacional da Educação Física nos permitiu identifi car a necessidade de um olhar voltado para a multiplicidade de dimensões do ser humano, estabelecendo como meta a preocupação com um desenvolvimento integral do educando. Neste sentido, o presente estudo tencionou sugerir o universo circense como um dos inúmeros caminhos possíveis e válidos na tentativa de legitimar os novos pressupostos pedagógicos defendidos para desta disciplina. O relato discorrerá acerca da inserção da linguagem circense no âmbito escolar na Educação de Jovens e Adultos, através da exploração deste universo riquíssimo, porém ainda pouco trabalhado, se comparado às demais atividades físico-culturais e à vasta contribuição que pode oferecer. A proposta centrou-se na busca pela oferta de uma atuação pedagógica que contemplasse múltiplas dimensões (físico-motora, afetiva, cognitiva e sócio-cultural), fomentando o interesse e a aderência efetiva às aulas de Educação Física na E.J.A., por meio da promoção da vivência de conhecimentos inerentes ao histórico e aos valores culturais do Circo enquanto importante elemento relacionado à Cultura Corporal de Movimento. A amostra foi composta por estudantes de um colégio estadual com faixa etária compreendida entre 17 e 63 anos, de ambos os sexos, pertencentes ao 1º ano do Ensino Médio da E.J.A., totalizando 28 alunos. O conteúdo ‘circo’ foi explorado pelo período de 01 semestre. A realização desta experiência nos permitiu o alcance de diversos produtos positivos, em especial no campo sócio-afetivo (aumento da auto-estima, superação de limites, ampliação do auto-conhecimento), nos levando a refl etir sobre a riqueza de contribuições que é possível ofertar e receber em troca, através do processo ensino-aprendizagem e sobretudo concluir que apesar do trabalho árduo que sem dúvida integrará uma proposta de transformação de velhas realidades e valores, os êxitos e recompensas certamente superarão a acidez dos desafi os. E promoverão a certeza de que valeu a pena.

ARTE CIRCENSE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: REVELANDO PESSOAS, APROXIMANDO DISTÂNCIAS...AVELLAR M. [email protected] Colégio Estadual Antonina Ramos Freire - RJ

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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E O ENEM: APONTAMENTOSZAGHI FHLS, ARRUDA LC, ARAUJO CM, MOREIRA WW, SIMÕES R. fl [email protected] Universidade Federal do Triângulo Mineiro; CAPES; REUNI

Desde 1996 a Educação Física passou a ser componente curricular obrigatório da educação básica, porém não se fi gurava em vestibulares ou em qualquer outro tipo de avaliação. No ano de 2009 essa disciplina foi incluída nas matrizes de referências do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), fazendo parte dos conteúdos a serem avaliados por este certame. Considerando este cenário como pano de fundo, surgem alguns questionamentos: Como está acontecendo esse processo? Quais são os conteúdos que estão sendo cobrados? Nosso objetivo nesse artigo é desvelar como estão sendo exigidos os conteúdos da Educação Física no Enem. A técnica de pesquisa utilizada para delinear esse artigo foi a documental, que tem como característica utilizar-se de documentos que ainda não foram analisados, ou que ainda podem ser modifi cados. No Enem, atualmente existem quatro matrizes curriculares, e a Educação Física está alocada na matriz Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Entre provas válidas e canceladas, 7 avaliações já foram aplicadas nesse novo modelo adotado, sendo que cada matriz curricular possui 45 questões. Linguagens, códigos e suas tecnologias obtiveram um total de 315 questões, das quais 23 foram da área de conhecimento da Educação Física, resultando em 7,3% do total da matriz citada anteriormente. Dessas 23 questões 8 versavam sobre o bloco de conhecimento esporte, luta, jogo e ginástica; outras 6 tinham como norte o bloco de conhecimento atividades rítmicas e expressivas; e por fi m, 9 questões estavam relacionadas com o bloco de conhecimento sobre o corpo. Por enquanto, no momento em que fi ndamos este resumo, podemos afi rmar que a entrada da Educação Física no Enem pode começar a dar sustentação para uma Educação Física mais contextualizada, no que tange a discussão de conteúdos e currículos.

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GÊNERO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: REFLEXÃO SOBRE AULAS DE RÚGBI

SANTOS JLM, TEODORO MA, IMPOLCETTO FM, SOARES DC, FERREIRA AF, DARIDO SC. [email protected] UNESP - Rio Claro

O tema gênero é um assunto que vem sendo alvo de debates e discussões na mídia e em muitos espaços sociais, como a escola. A Educação Física também é responsável por discuti-lo tendo como base as suas atividades curriculares, desta forma, desenvolveu-se um projeto de intervenção a fi m de incluir o tema gênero nos conteúdos do Currículo do Estado de São Paulo. O objetivo deste trabalho é apresentar como o rúgbi foi desenvolvido na perspectiva de gênero com alunos do primeiro ano do ensino médio. O estudo foi realizado em uma escola estadual de período integral durante quatro aulas de Educação Física. As atividades elaboradas trataram da história, das regras e dos fundamentos básicos (técnica e tática) do rúgbi. Observou-se as atitudes dos alunos diante das atividade deste esporte considerado masculino. As condutas dos alunos referentes às relações de gênero foram pontuadas e discutidas no fi nal das aulas. Em geral, não foi possível perceber grandes diferenças entre os meninos e as meninas no empenho e na colaboração para a realização das atividades, pois mostraram respeito, boa convivência e relação no jogo, indicando que o principal motivo de exclusão estava relacionado a falta de habilidade de seus companheiros independentemente do sexo. A respeito das percepções de gênero que os alunos têm no cotidiano, notaram-se algumas incoerências, como: os meninos demonstraram resistência a práticas corporais como a dança e algumas meninas foram proibidas de praticar futebol pelas mães. Por meio dessa intervenção, observou-se que a professora da turma já desenvolve um trabalho diferenciado no sentido de tratar da igualdade de gênero nas aulas de Educação Física. Entretanto, considera-se necessário a realização de intervenções que possibilitem refl exões sobre essa temática, no sentido de diminuir os estigmas e as desigualdades de condições e investimentos para a realização das práticas corporais entre homens e mulheres.

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O presente estudo está associado ao desenvolvimento do entendimento a cerca do que é pesquisa e ensino na educação física para os alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Presidente Arthur da Costa e Silva. Os alunos do Ensino Médio auxiliam na organização do recreio dos alunos do Ensino Fundamental I. A ideia decorre da necessidade de organizar o horário de intervalo dos alunos do ensino fundamental I, com o objetivo de diminuir a correria e ampliar as experiências motoras. Para isso, a atividade foi dividida em práticas semanais de 15 minutos cada. A amostra foi composta pelas crianças do Ensino Fundamental I. Em cada turma, elas foram divididas em quatro grupos. Grupo I - bola de borracha nº 4; Grupo II - bola de meia; Grupo III - bola de papel e Grupo IV - bola de tênis. Cada grupo foi posicionado em colunas, em frente ao tipo de bola, na quadra, com 5m de espaço entre eles. Tarefa: percorrer, no menor tempo, 20m, sendo que 10m será em corrida lateral e 10m de costas; para na marca de pênalti da marcação do handebol e em seguida pegar a bola e arremessá-la em um alvo redondo, voltar correndo, de frente, em linha reta, e ir para o ultimo lugar da fi la, e assim sucessivamente, até que todos retornaram ao lugar inicial. Foi marcado o tempo de cada aluno, e se ele acertou o alvo. Todos os grupos jogaram com todas as bolas. Depois foi discutido com cada turma, o que acharam da diferença de peso e tamanho das bolas. Além de organizar o tempo do intervalo, aumentar as experiências motoras dos alunos do Fundamental I, pode-se dizer que um dos aspectos que mais chamou a atenção nesta prática foi a predisposição de vários alunos do ensino médio em participar da organização das atividades, orientando e organizando os alunos mais novos no âmbito da pedagogia do movimento.

Em 2013, o LETPEF - Laboratório de Estudos e Trabalhos Pedagógicos em Educação Física - grupo de pesquisa da UNESP- Rio Claro, pensando nos problemas que a sociedade contemporânea enfrenta com relação aos papéis socialmente construídos para homens e mulheres, objetivou tratar das questões de gênero e as suas implicações para as práticas corporais. Para tanto, o grupo partiu do currículo de Educação Física vigente no Estado de São Paulo, elaborando propostas de discussão e intervenção sobre esta temática juntamente com os conteúdos sugeridos para o primeiro ano do Ensino Médio. Uma das metas deste projeto foi a realização de parcerias com escolas, para que o tema fosse abordado com os alunos deste nível de ensino, além da realização de eventos científi cos para tematizar as questões de gênero na Educação Física. Este trabalho trata especifi camente da ofi cina intitulada “Ginástica Aeróbica e as implicações de Gênero” proposta no I Fórum de Práticas Corporais e Gênero realizado pelo LETPEF na UNESP- Rio Claro, no segundo semestre deste ano. O objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento e as possibilidades desta ofi cina, considerando a opinião de 15 participantes. Para tanto, elaborou-se um questionário avaliativo que foi respondido por eles. A ofi cina tratou do avanço da Ginástica Aeróbica ao longo do tempo, confrontando métodos antigos e atuais, bem como as relações mantidas por homens e mulheres no que tangencia esta prática. Os resultados apontaram que a ofi cina alcançou seus propósitos, contextualizando a questão de gênero de maneira signifi cativa por meio das atividades e discussões desenvolvidas. Todos os participantes avaliaram bem a proposta, destacando a importância de tratar destes temas em contextos educacionais. Cabe salientar que o projeto ainda está em andamento, e que este tema será abordado com os alunos do Ensino Médio na escola parceira.

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GINÁSTICA AERÓBICA EM UM PERSPECTIVA DE GÊNERO: POSSIBILIDADES A PARTIR DO CURRÍCULO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

FRAIHA ALG, DINIZ IKS, PASSINI GK, IMPOLCETTO FM, DARIDO SC. [email protected] UNESP - Rio Claro

RECREIO MONITORADO: INTERAÇÃO ENTRE ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL

SILVA JAO, SILVA CH, FERREIRA GC, OLIVEIRA TA. [email protected] Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí

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As relações de gênero estão presentes nos mais diversos contextos sociais, sendo preponderante ampliar visões que propiciem maior equidade entre homens e mulheres na sociedade. Desse modo, é fundamental incluir discussões e refl exões no âmbito escolar, por se tratar de um espaço marcado pelas múltiplas relações de gênero. A Educação Física enquanto componente curricular obrigatório pode contribuir na construção dessas relações. No entanto, alguns de seus conteúdos, como as lutas, historicamente, têm demonstrado difi culdades no tratamento pedagógico interligado com a temática de gênero. Assim, o presente trabalho objetivou propor possibilidades de atividades que relacionem o conteúdo esgrima do Currículo do Estado de São Paulo com a temática sobre gênero, nas aulas de Educação Física no Ensino Médio. Para isso, desenvolveu-se inicialmente uma análise do Currículo do Estado de São Paulo acerca da unidade didática destinada ao conteúdo esgrima. Em seguida, realizou-se uma revisão de literatura sobre gênero para, consequentemente, propor possibilidades de relações. Não foram encontradas análises sobre gênero no referido conteúdo à luz das dimensões dos conteúdos: conceitual, procedimental e atitudinal. Por outro lado, diferentes propostas de relação entre a temática de gênero e o conteúdo esgrima no Ensino Médio podem ser elaboradas abarcando as três dimensões dos conteúdos, entre elas destaca-se: a utilização de análises críticas de imagens sobre práticas e acessórios de lutas consideradas femininas e masculinas, dramatizações sobre o processo de construção histórica dessas diferenciações de gênero na esgrima, vídeo provocativo acerca da invisibilidade feminina frente às práticas de luta, vivências de movimentos da esgrima em duplas mistas e posterior debate, entre outras. A partir de tais proposições, enquanto perspectivas futuras, espera-se implementar essa proposta em uma escola estadual de tempo integral para que seja possível avaliar sua efetividade em situações práticas de ensino e aprendizagem na Educação Física escolar.

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“TOUCHÉ” NA DISCRIMINAÇÃO: POSSÍVEIS RELAÇÕES ENTRE O CONTEÚDO ESGRIMA NO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO E A TEMÁTICA DE GÊNERO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CAGLIARI MS, RUFINO LGB, BARROS MG, FREIRE ICB, IMPOLCETTO FM, DARIDO SC. [email protected] UNESP - Rio Claro

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