XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de...

30
XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 - Uveíte Intermediária como Manifestação de Espondilite Anquilosante Autores Aristóteles Antônio Domingues Neto 1 , Nicole Guimarães de Almeida 1 , Luciana Barbosa Carneiro 1 Instituição 1 FUBOG - Fundação Banco de Olhos de Goiás (Av. Couto Magalhães, nº50, Jardim da Luz, Goiânia-GO - Brasil - CEP 74850-410) Resumo Objetivo Relatar caso raro de uveíte intermediária em paciente portador de Espondilite Anquilosante (EA). Relato do Caso A.P.C.S, feminino, 20 anos, é atendida em hospital de referência no dia 24/7/18 queixando-se de baixa acuidade visual (AV) em ambos os olhos (AO) há 3 meses. Relatava tratamento de vitreíte e vasculite em AO, além de edema macular cistóide (EMC) em olho direito (OD). Usou Prednisona e Bactrin-F, com baixa resposta. Além de Penicilina devido FTA-ABS IGG positivo. Exames, VDRL: negativo, FTA-ABS: IGG positivo e IGM negativo, CMV: IGG positivo, Toxo: IGG positivo, PCR 0,32; FR negativo; FAN negativo; Herpes simples IGG positivo. Raio X de tórax normal. Ao exame oftalmológico, apresentou AV sem correção: OD 20/400, OE 20/80; Pressão intra-ocular em AO: 12. Biomicroscopia em AO: Células em camâra anterior 2+, e em vítreo anterior 2+. Fundoscopia em AO: Vitreíte intensa (3+/4), vasculite e neurite, sendo OD pior. O aspecto do quadro deixava dúvida entre pan-uveíte e uveíte intermediária, mas em consultas posteriores ficou mais evidente a última. E hipótese de etiologia sifilítica ou auto-imune. Foi orientado a buscar reumatologista e realizar novo teste de VDRL, que veio negativo. Além de realizar angiofluoresceínografia, que evidenciou vasculite, neurite e EMC em AO, sendo OD pior. Foi iniciado corticoide via oral 80mg/dia regressivo e triancinolona subtenoniana. E houve melhora parcial, mesmo com a paciente em uso irregular da medicação. Em 3 semanas a AV era de OD: < 20/400 e OE: 20/30. Com 2 meses foi obtido parecer da reumatologista, tendo realizado ressonância magnética que evidenciou sacroileíte. E assumido o diagnóstico como EA, foi realizado imunossupressão com pulsoterapia de metilprednisolona e ciclofosfamida e novo ciclo em 1 mês. Depois foi reavaliada, e apresentou melhora do quadro (vitreíte e neurite) e com HLA B-27: negativo. Conclusão Uveíte é uma das manifestações extra-articulares mais comuns na EA, com 33% de frequência. Mas a maioria dos casos é de uveíte anterior aguda e recorrente, com uma rara minoria acometendo o vítreo e o segmento posterior. Mas nesse último, ocorre maior taxa de complicação com EMC, que é a maior causa de perda visual nessa doença. Nesse caso, a principal hipótese para explicar a uveíte intermediária foi a EA, devido a exclusão de

Transcript of XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de...

Page 1: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES

TL01 - Uveíte Intermediária como Manifestação de Espondilite Anquilosante

Autores Aristóteles Antônio Domingues Neto 1, Nicole Guimarães de Almeida 1, Luciana Barbosa Carneiro 1

Instituição 1 FUBOG - Fundação Banco de Olhos de Goiás (Av. Couto Magalhães, nº50, Jardim da Luz, Goiânia-GO - Brasil - CEP 74850-410)

Resumo

Objetivo Relatar caso raro de uveíte intermediária em paciente portador de Espondilite Anquilosante (EA).

Relato do Caso A.P.C.S, feminino, 20 anos, é atendida em hospital de referência no dia 24/7/18 queixando-se de baixa acuidade visual (AV) em ambos os olhos (AO) há 3 meses. Relatava tratamento de vitreíte e vasculite em AO, além de edema macular cistóide (EMC) em olho direito (OD). Usou Prednisona e Bactrin-F, com baixa resposta. Além de Penicilina devido FTA-ABS IGG positivo. Exames, VDRL: negativo, FTA-ABS: IGG positivo e IGM negativo, CMV: IGG positivo, Toxo: IGG positivo, PCR 0,32; FR negativo; FAN negativo; Herpes simples IGG positivo. Raio X de tórax normal. Ao exame oftalmológico, apresentou AV sem correção: OD 20/400, OE 20/80; Pressão intra-ocular em AO: 12. Biomicroscopia em AO: Células em camâra anterior 2+, e em vítreo anterior 2+. Fundoscopia em AO: Vitreíte intensa (3+/4), vasculite e neurite, sendo OD pior. O aspecto do quadro deixava dúvida entre pan-uveíte e uveíte intermediária, mas em consultas posteriores ficou mais evidente a última. E hipótese de etiologia sifilítica ou auto-imune. Foi orientado a buscar reumatologista e realizar novo teste de VDRL, que veio negativo. Além de realizar angiofluoresceínografia, que evidenciou vasculite, neurite e EMC em AO, sendo OD pior. Foi iniciado corticoide via oral 80mg/dia regressivo e triancinolona subtenoniana. E houve melhora parcial, mesmo com a paciente em uso irregular da medicação. Em 3 semanas a AV era de OD: < 20/400 e OE: 20/30. Com 2 meses foi obtido parecer da reumatologista, tendo realizado ressonância magnética que evidenciou sacroileíte. E assumido o diagnóstico como EA, foi realizado imunossupressão com pulsoterapia de metilprednisolona e ciclofosfamida e novo ciclo em 1 mês. Depois foi reavaliada, e apresentou melhora do quadro (vitreíte e neurite) e com HLA B-27: negativo.

Conclusão Uveíte é uma das manifestações extra-articulares mais comuns na EA, com 33% de frequência. Mas a maioria dos casos é de uveíte anterior aguda e recorrente, com uma rara minoria acometendo o vítreo e o segmento posterior. Mas nesse último, ocorre maior taxa de complicação com EMC, que é a maior causa de perda visual nessa doença. Nesse caso, a principal hipótese para explicar a uveíte intermediária foi a EA, devido a exclusão de

Page 2: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

outras causas, a atividade sistêmica da doença e a melhora com imunossupressão. Isso mostra uma rara manifestação que deve ser colocada no horizonte de possibilidades dessa doença.

Palavras-chaves: Edema Macular Cistóide, Espondilite Anquilosante, Reumatologia, Sorologias, Uveíte

TL02 - Perfil clínico epidemiológico de pacientes com a Doença de Vogt-Koyanagi-Harada em um serviço de Goiânia

Autores Nicole Guimarães de Almeida 1, Débora Schueda Bier 1, Jéssica Elise Borba Fassbender 1, Ricarte Procópio de Lucena Júnior 1, Luciana Barbosa Carneiro 1

Instituição 1 FUBOG - Fundação Banco de Olhos de Goiás (Av. Couto Magalhães, nº50, Jardim da Luz, Goiânia-GO - Brasil - CEP 74850-410)

Resumo

Introdução: A doença de Vogt-Koyanagi-Harada (VKH) é relativamente rara, sistêmica, que acomete tecidos que contem melanina, como olhos, sistema nervoso central, ouvido interno e pele. Ocorre uma reação autoimune, provocando uma uveíte difusa granulomatosa bilateral associada a manifestações extraoculares. Acomete preferencialmente pessoas de raça pigmentada, asiáticos, hispânicos e mulheres durante a 3ª década de vida. O diagnóstico é clínico e o tratamento consiste em corticoterapia e imunossupressão.

Objetivo: Avaliar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes com VKH atendidos na Fundação Banco de Olhos de Goiás (FUBOG).

Métodos: Estudo retrospectivo através da análise de prontuários de pacientes com diagnóstico de VKH atendidos entre 2011 e 2018, na FUBOG. Foram avaliados: sexo, média de idade ao diagnóstico, queixa principal na primeira avaliação, fase da doença ao diagnóstico, tratamento sistêmico utilizado para controle da doença, comparação da melhor acuidade visual (AV) da 1ª e última avaliação registrada e as complicações.

Resultados: Foram avaliados 35 pacientes, 24 mulheres e 11 homens. A média de idade ao diagnóstico foi de 40,4 anos (variando de 13 a 66 anos). A queixa principal na 1ª avaliação foi de baixa acuidade visual (BAV) em 74%, BAV associada a dor ocular em 8%, cefaleia em 5%, dor ocular isolada em 5%, fotofobia em 2% e hiperemia ocular em 2%. Do total, 7 pacientes relatavam zumbido, 1 vitiligo e 2 exibiram quadro de meningite associado. Ao diagnóstico, 51% apresentavam-se na fase uveítica, 31% na fase convalescente, 8% na fase crônica e 8% na fase prodrômica. Como tratamento, todos receberam corticoterapia oral, 22% necessitaram de pulsoterapia com corticoide e 69% utilizaram imunossupressor (23 azatioprina, 2 ciclofosfamida). Em 17% foi feito triancinolona subtenoniana. Em relação a AV, 11 pacientes mantiveram a AV inical, 3 obtiveram melhora de até 5 linhas, 9 pioraram 1 linha, 9 pioraram entre 2 a 4 linhas e 3 pioraram 7 ou mais linhas. 88% apresentaram complicações oculares (67% descolamento de retina, 13% glaucoma, 10% membrana epirretiniana e 10% catarata).

Page 3: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Conclusão: O quadro clínico de VKH é variável, apresenta-se como um processo inflamatório limitado ou até uma forma recorrente e crônica. Apesar da doença ser rara, o diagnóstico e tratamento precoces associado ao acompanhamento multidisciplinar para o manejo do quadro clínico e suas possíveis complicações são essenciais para melhorar o prognóstico visual do paciente.

Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte

TL03 - Impacto da imunossupressão sistêmica (IS) sobre os sinais inflamatórios na doença de Vogt-Koyanagi-Harada (DVKH) durante 24 meses de seguimento

Autores Fernanda Maria Silveira Souto 1, Marcelo Mendes Lavezzo 1, Maria Kiyoko Oyamada 1, Carlos Eduardo Hirata 1, Joyce Hisae Yamamoto 1

Instituição 1 HCFMUSP - Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (Av Dr Eneas de Carvalho Aguiar)

Resumo

Introdução: A DVKH é uma doença sistêmica autoimune, cujo alvo são os tecidos ricos em melanócitos. O tratamento padrão da fase aguda consiste no uso de corticoide em altas doses, com redução lenta, associado ou não à IS. Porém, mesmo com o tratamento adequado, pode haver persistência dos sinais inflamatórios, especialmente subclínicos.

Objetivo: Avaliar o impacto da IS nos sinais inflamatórios da DVKH.

Métodos: 11 mulheres (22 olhos) diagnosticadas com DVKH, seguidas prospectivamente desde a fase aguda e por um período mínimo de 24 meses, foram avaliadas sistematicamente por meio de exames clínicos e de imagem (angiografias com fluoresceína e indocianina verde e tomografia de coerência óptica com profundidade de imagem aprimorada, Spectralis HRA+OCT) e eletrorretinograma de campo total (ERGct) (RETI-port Roland system). Todas as pacientes foram tratadas com pulsoterapia de metilprednisolona, seguido de prednisona oral (1mg/kg/d) com redução lenta e IS (azatioprina; micofenolato mofetila em casos refratários/ou intolerantes). A dose ideal da IS foi alcançada £M4 em 5 pacientes (45,5%) e entre M4-M7 em 6 pacientes (54,5%). Os olhos foram categorizados em 2 grupos (piora ou estável), baseando-se na variação >30% dos parâmetros escotópicos do ERGct entre M12-M24. Aplicaram-se: estatística descritiva, testes de Fisher e Mann-Whitney.

Resultados: A idade média ao diagnóstico foi de 34a e o tempo médio do início dos sintomas até início do tratamento foi de 28d. 36,4% dos olhos foram categorizados no grupo piora e 63,6% no estável. Foram detectados células na câmara anterior (CCA) e inflamação do segmento posterior em 8 olhos (36,4%) e em 22 olhos (100%), respectivamente, durante 24 meses de seguimento. O score de dark dots (DD) reduziu significantemente no grupo de IS precoce (≤M4) em comparação com o grupo de IS tardia (M4-M7). O maior score de DD no M18 correlacionou-se a uma pior função no ERGct (p=0,002),

Page 4: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

enquanto que o início mais tardio do tratamento relacionou-se a mais sinais inflamatórios clínicos/subclínicos: CCA (p=0,001); flutuação de CCA (p=0,009) e vazamento perivascular (p=0,007). Uma maior pleocitose correlacionou-se com piora nos parâmetros do ERGct (p=0,038).

Conclusão: A IS impactou positivamente no controle da inflamação e nos parâmetros do ERGct, mas não conseguiu eliminar completamente os sinais inflamatórios clínicos/subclínicos, durante os 24 meses de seguimento.

Palavras-chaves: Inflamação, Uveítes, Síndrome uveomeningoencefálica, Tratamento, imunossupressão

TL04 - Impacto da função visual, inflamação e tratamento na qualidade de vida (QdV) em pacientes com doença de Vogt-Koyanagi-Harada (DVKH)

Autores Fernanda Maria Silveira Souto 1, Ruy Felippe Brito Gonçalves Missaka 1, Marcelo Mendes Lavezzo 1, Carlos Eduardo Hirata 1, Joyce Hisae Yamamoto 1

Instituição 1 HCFMUSP - Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (Av Dr Eneas de Carvalho Aguiar)

Resumo

Introdução: Apesar do bom prognóstico visual da DVKH (AV >20/40 em 60% dos casos), o impacto da função visual, inflamação e tratamento sistêmico na QdV dos pacientes com doença não-aguda é desconhecido.

Objetivo: Avaliar associações entre função visual, atividade da doença e tratamento e os escores de QdV em pacientes com DVKH não-aguda.

Métodos: Estudo transversal (07-12/17) com pacientes diagnosticados com DVKH na fase aguda, seguidos prospectivamente por um período mínimo de 12 meses e sistematicamente avaliados com exames clínicos e de imagem (angiografias com fluoresceína e indocianina verde e tomografia de coerência óptica com profundidade de imagem aprimorada) e eletroretinograma de campo total (ERGct). Todos os pacientes foram tratados com pulso de metilprednisolona seguido de prednisona oral (1mg/kg/dia) com redução lenta e sob protocolos de tratamento pré-definidos (apenas corticoide, imunossupressão precoce (IS) e IS tardia). Os questionários NEI VFQ-25 e SF-36 avaliaram QdV relacionada a saúde visual e à saúde geral, respectivamente. Associações entre os escores dos questionários com função visual (acuidade visual (AV), sensibilidade ao contraste e ERGct), sinais clínicos e subclínicos de atividade da doença e tratamento foram estudados. Aplicaram-se: estatísticas descritivas, testes de Mann Whitney, correlação de Spearman e de Wald.

Resultados: 22 pacientes (20M; idade média: 35,8±12,4a) com AV ≥20/20 em 86%, alterações

Page 5: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

leve/moderada no fundo em 90% e ERGct estável em 77%. Células da câmara anterior (CCA) e/ou edema macular (sinais clínicos) estavam presentes em 25% dos pacientes e dark dots (sinal subclínico) em 100% dos pacientes. No teste de Wald, pior AV (ß= -1,02, p<0,001), alterações graves do fundo (ß= -0,46, p<0,001), flutuação da AV (ß= -0,13, p=0,039) e das CCA (ß= -0,19, p=0,001) impactaram negativamente nos itens do NEI VFQ-25. Maior duração da doença foi associada com menor escore de funcionamento social no NEI VFQ-25 (ß= -0,004, p=0,007). Maior dose total cumulativa de CS e uso de IS impactaram negativamente em aspectos físicos, mentais e emocionais de ambos os questionários.

Conclusão: Pior AV, inflamação clínica e tratamento com CS e IS têm um impacto significativo nos questionários de QdV. A inflamação subclínica não parece ter impacto nos escores de QdV. Uma compreensão mais abrangente do significado da inflamação subclínica, à luz do impacto negativo do tratamento a longo prazo, deve ser considerada.

Palavras-chaves: Inflamação, Uveíte, Qualidade de vida, Síndrome uveomeningoencefálica, Questionários

TL05 - Tratamento clinico de Coroidopatia Lúpica: Apresentação de caso

Autores Arthur Diego de Aquino Moreira 1, Isabella Wanderley Queiroga Evangelista 1, Edivania Pereira Leite 1

Instituição 1 HULW - UFPB - Hospital Universitario Lauro Wanderley - Universidade Federal da Paraiba (R. Tab. Stanislau Eloy, 585 - Castelo Branco, João Pessoa - PB)

Resumo

Introdução: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica multissistêmica, por produção de auto-anticorpos, formação e deposição de imunocomplexos. As manifestações oculares são bastante comuns: ceratoconjuntivite seca, uveíte anterior, e vasculite retiniana. A coroidopatia é uma complicação rara de pacientes com doença ativa grave ou hipertensos. Há aproximadamente 40 casos relatados até o momento. A terapêutica consiste no controle clinico da doença de base. Objetivo: Apresentação de caso de coroidopatia lúpica (CL) Relato do caso: paciente do sexo feminino, 44 anos, portadora de LES há 12 anos, FAN positivo (PG 1:160) e Anti-SM positivo, seguimento reumatológico irregular, com nefropatia proliferativa e hipertensão arterial, em uso de prednisona 5mg/dia, reuquinol 400mg/dia, metotrexate 12,5mg/dia e enalapril 20mg/dia, admitida com baixa de visão, associada a epigastralgia e vômitos, há 8 dias. Apresentava, em ambos os olhos (AO), melhor acuidade visual corrigida (MAVC) de 0,2, pressão intraocular de 16 mmHg, catarata subcapsular posterior leve, tortuosidade vascular e descolamento de retina (DR) seroso, além de discreta reação de câmara anterior. O DR seroso foi confirmado por tomografia de coerência óptica e ecografia, e a angiografia evidenciou múltiplos pontos de hiperfluorescência por acúmulo. Realizou-se então pulsoterapia com metilprednisolona, seguida de prednisona 1,5mg/kg/dia (em esquema de desmame) e ciclofosfamida. Inicialmente pior, a MAVC melhorou para 0,3 em AO, sem RCA e com DR seroso remanescente inferiormente. Conclusão: A CL é uma complicação rara do LES, acreditando-

Page 6: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

se que sua patogênese envolva deposição de imunocomplexos, autoanticorpos e microangiopatia trombótica. A presença de CL está associada a acometimento visceral e indica atividade da doença lúpica, exigindo imunossupressão agressiva e prolongada para controle da doença de base, onde a ação conjunta da oftalmologia e reumatologia é fundamental.

Palavras-chaves: Lupus eritematoso sistemico , doenças da coroide , uveíte posterior , descolamento de retina

TL06 - CEFALEIA, ZUMBIDOS E BAIXA VISÃO. O QUE FAZER?

Autores ISABELA GONÇALVES SIQUEIRA 1, GABRIELLA BRETAS VASCONCELOS SOARES 1, PAULA VELOSO AVELAR RIBEIRO 1, VICTORIA PAES CAMPOS RANCANTI 1, LEONARDO SANTOS RESENDE 2

Instituição 1 SCBH - SANTA CASA DE BELO HORIZONTE (AVENIDA FRANCISCO SALES 1111), 2 FCMMG - FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS (ALAMEDA EZEQUIEL DIAS 275)

Resumo

Objetivo: Relatar um caso de síndrome de Vogt Kayanagi Harada atendido no departamento de urgências da clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte enfatizando o quadro clínico típico da doença e a importância da propedêutica complementar para o correto diagnóstico e tratamento da afecção.

Relato de caso: Paciente feminina, 23 anos, compareceu ao referido serviço com queixa de hiperemia, dor e embaçamento visual em olho esquerdo (OE) há 4 dias. Relatava também cefaleia e presença de zumbido associados ao quadro visual. Negava patologias oculares prévias e comorbidades sistêmicas. Ao exame, apresentava acuidade visual corrigida (AVCC) de 1,0 em olho direito (OD) e 0,3 em OE. À biomicroscopia, OD: sem alterações e OE: hiperemia conjuntival com injeção ciliar (2+/4+), córnea transparente, câmara anterior formada com reação de 3+/4+. Fundoscopia evidenciou OD: sem alterações e OE: papilite e coroidite com múltiplos focos de descolamento seroso em região macular. Realizada ecografia modo B que mostrou espessamento de coroide em ambos os olhos (AO) e descolamento seroso de retina em OE. Solicitada revisão laboratorial para exclusão de causas infecciosas e reumatológicas para o quadro ocular. Exames dentro da normalidade. Afastada a possibilidade de infecções, foi considerado como diagnóstico sindrômico um quadro de panuveíte, compatível com síndrome de Vogt Koyanagi Harada (VKH). Optado por iniciar tratamento com prednisona via oral na dose de 1mg/kg/dia, dexametasona 1mg/ml suspensão oftálmica e tropicamida 10mg/ml. Durante o tratamento, a paciente evoluiu com acometimento do olho contralateral, apresentando ao exame reação inflamatória em câmara anterior de 2+/4+. Devido a descompensação do quadro, foi optado por aumentar a dose de prednisona oral. Iniciado acompanhamento regular com lenta redução do corticoide de acordo com a melhora do quadro oftalmológico. Apresentou melhora da AVCC: 1,0 AO, do descolamento seroso em OE e do

Page 7: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

espessamento de coroide AO. No momento sem usar nenhum colírio com 2,5mg/dia de prednisona em dias alternados.

Conclusão: A síndrome de VKH é uma doença sistêmica de provável etiologia autoimune que desencadeia uma panuveíte granulomatosa, difusa, bilateral, em geral acompanhada de manifestações neurológicas, auditivas e dermatológicas. Muitas vezes o diagnóstico diferencial de doenças oculares, otorrinolaringológicas e neurológicas é difícil e demanda grande experiência no seu manejo.

Palavras-chaves: Baixa visual, Cefaleia, Uveíte, Zumbidos

TL07 - IMPORTÂNCIA DA ECOGRAFIA OCULAR NO DIAGNÓSTICO DAS ESCLERO-UVEÍTES

Autores ISABELA GONÇALVES SIQUEIRA 1, ANA CLARA REZENDE DOS SANTOS 1, GABRIELLA BRETAS VASCONCELOS SOARES 1, PAULA VELOSO AVELAR RIBEIRO 1, VICTORIA PAES CAMPOS RANCANTI 1

Instituição 1 SCBH - SANTA CASA DE BELO HORIZONTE (AVENIDA FRANCISCO SALES 1111)

Resumo

Objetivos: Relatar um caso de esclerite posterior bilateral atendido na urgência da Clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte com ênfase na importância da ecografia B para o correto diagnóstico e tratamento.

Relato de caso: Sexo feminino, 63 anos, compareceu ao referido serviço com queixa de dor ocular intensa, hiperemia e baixa acuidade visual em olho esquerdo (OE) há 4 dias. Negava patologias oculares prévias e outras comorbidades. Ao exame, apresentava acuidade visual corrigida (AVCC) de 0,8 em olho direito (OD) e conta dedos à 30cm em OE. Pressão intraocular de 14mmHg em ambos os olhos (AO). A biomicroscopia do OE revelava hiperemia conjuntival difusa, córnea transparente, câmara anterior formada, com reação de câmara anterior +1/+4. OD sem alterações. As pupilas estavam simétricas e fotorreativas. Apresentava dor à movimentação ocular, sem restrição. A fundoscopia de OE demonstrava discreta alteração pigmentar em mácula, edema de disco grau I e pontos hemorrágicos peridiscais. OD sem alterações. Retinas aplicadas 360º ao mapeamento. Inicialmente, foram prescritos dexametasona 1,0mg/ml suspensão oftálmica e tropicamida 10mg/ml. Após 3 semanas, a paciente iniciou sinais e sintomas semelhantes em olho contralateral, com melhora pouco significativa em OE. Propedêutica infecciosa e reumatológica foi negativa. Foram realizados campo visual computadorizado, retinografia e ecografia B. A ecografia B evidenciou acúmulo de líquido subtenoniano bilateralmente, o que definiu o diagnóstico de esclerite posterior bilateral. A paciente foi tratada com prednisona oral na dose de 1mg/kg/dia com redução lenta. Apresentou recidiva dos sintomas com 10mg diárias de prednisona, sendo necessário reajuste da medicação.

Page 8: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Atualmente, a paciente realiza acompanhamento no departamento de uveíte da instituição e apresenta AVCC de 0,6 em AO.

Conclusão: A esclerite posterior é uma doença rara, grave e de difícil diagnóstico. Pode ser idiopática ou estar associada a doenças sistêmicas infecciosas e reumatológicas. O clássico, mas não patognomônico, sinal do T (fluído no interior da cápsula de Tenon e na bainha do nervo óptico determinando uma letra T escura na ecografia) é observado em apenas 30,4% dos casos, sendo o espessamento da parede escleral posterior o sinal ecográfico mais comum. O conhecimento sobre suas características clínicas e formas de apresentação são de extrema importância, pois o diagnóstico correto e tratamento precoce podem evitar a perda visual definitiva.

Palavras-chaves: Dor, Ecografia, Esclera, Esclerite, Ultrassonografia

TL08 - Exames de imagem da artéria oftálmica em gestantes

Autores Ana Karolynne da Silva 1, Daniela Carvalho 1, Luísa Aquino 1, Marielle Boaventura 1, Mércia Boaventura 1

Instituição 1 UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (Campina Grande- PB)

Resumo

INTRODUÇÃO: A artéria oftálmica é um vaso com semelhanças anatômicas, embrionárias e funcionais com os vasos centrais, apesar de ter uma anatomia consideravelmente variável. Devido a características invasivas e que utilizam métodos radioativos para o diagnóstico, o estudo da circulação central e investigação de anormalidades em gestantes possui limitações de caráter ético e técnico. Dessa forma, o Doppler da artéria oftálmica vem sendo utilizado nesses casos, além de patologias como a retinopatia diabética, glaucoma, malformações e obstruções. OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão dos conhecimentos atualmente disponíveis sobre os exames de imagem Doppler da artéria oftálmica em gestantes. METODOLOGIA: Para este estudo foi realizada uma revisão bibliográfica, com busca das bases de dados MEDLINE, PUBMED E LILACS, com os seguintes termos: "ophthalmicartery”. “pregnant” e “Doppler". Os critérios de inclusão foram: estudos realizados com humanos, nos últimos 10 anos, em inglês, espanhol e português. REVISÃO: A revisão propiciou estudos demonstrarem diferenças significativas entre o padrão Doppler das artérias oftálmicas entre gestantes não hipertensas e hipertensas com pré-eclâmpsia, sendo que a maioria deles reportam sinais de aumento da velocidade diastólica final e do fluxo pela artéria oftálmica associado a queda nos índices velocimétricos em pacientes com pré-eclâmpsia moderada e aumento dos índices nas evoluções para as formas graves. Estes últimos achados também foram correlacionados com sinais de acometimento do sistema nervoso central como dor de cabeça, fotofobia e distúrbios visuais. A Dopplerfluxometria em preto e branco não apresenta a precisão da Dopplervelocimetria colorida, sendo esta a mais empregada para o diagnóstico. CONCLUSÃO: A artéria oftálmica é o vaso de escolha para estudo da vascularização orbital. Os achados dos estudos levam a conclusão que o Doppler da artéria oftálmica tem papel importante e promissor nestas

Page 9: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

investigações para a monitorização e manejo da pré-eclâmpsia e de sua evolução, além de permitir o diagnóstico e prognóstico de outras alterações que, detectadas precocemente, permitem a forma eficaz de tratamento.

Palavras-chaves: Doppler, Ophtalmicartery, Pregnant

TL09 - Eventos oculares adversos após a vacinação contra a febre amarela

Autores Bárbara Giampietro 1, Rodolfo Bonatti 1, Fernanda Souto 1, André C. Kreuz 1, Joyce H. Yamamoto 1

Instituição 1 HCFMUSP - Hospital das clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Av Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255)

Resumo

Objetivo: Relatar três casos de reações adversas oculares após vacina da febre amarela (VFA), não associados a outras vacinas ou a outros fatores de risco.

Caso 1: Masculino, 45 anos, recebeu VFA em janeiro de 2018. Após duas semanas, iniciou quadro de embaçamento em ambos os olhos (AO), zumbido e cefaléia. Acuidade visual (AV) era conta dedos em AO. Em AO, presença de descolamento seroso de retina, múltiplos pontos hiperfluorescentes na angiofluoresceinografia (AFG), dark dots na angiografia com indocianina verde (AIV) e aumento da espessura da coroide na tomografia de coerência óptica com profundidade ampliada (OCT EDI) somado à pleocitose com predomínio de linfomonócitos preencheram critérios para diagnóstico de doença de Vogt-Koyanagi-Harada (DVKH). Iniciado pulsoterapia com metilprednisolona, seguido de prednisona oral associado à azatioprina.

Caso 2: Feminino, 19 anos, com fotopsias no olho esquerdo (OE) duas semanas após dose total da VFA. Ausência de doenças oculares ou sistêmicas. AV 20/20 AO. Segmento anterior sem alterações. Exame de fundo no OE com redução do brilho foveal. AFG e AIV com ponto de vazamento superonasal à fóvea. OCT com descolamento seroso e aumento da espessura da coroide. Feito diagnóstico de corioretinopatia serosa central com resolução completa do quadro após três semanas.

Caso 3: Feminino, 9 anos, há quatro semanas, com queixa de dor, hiperemia e embaçamento em AO. Recebeu a dose total da VFA duas semanas antes do inicio dos sintomas. Apresentava AV de 20/100 no olho direito e conta dedos no OE. Células na câmara anterior (2+ OD; 1+ OE) e no vítreo anterior (3+ OD; 4+ OE). Na AFG, apresentava vazamento difuso perivascular e edema macular (vasculite de retina). Apresentava anticorpo anti-neutrófilo e fator reumatoide positivos. Iniciado tratamento com

Page 10: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

prednisona oral 1mg/kg/dia, com rápida resposta inicial ao tratamento, porém evoluindo para cronicidade, sendo associado metotrexato oral.

Algumas hipóteses para esta relação temporal da VFA e doença podem ser colocadas: desencadeante da auto-imunidade patológica (caso 1) ou de processo imune-mediado (caso 3); aumento de níveis de cortisol pelo “estresse” da vacina (caso 2).

Conclusão: Embora a VFA tenha um perfil de segurança alto, a incidência de efeitos adversos pode aumentar após campanhas de vacinação. Nos casos relatados uma relação temporal foi evidenciada, sendo feito algumas hipóteses para explicar um efeito causal da vacina e as manifestações oculares

Palavras-chaves: Adversos, Eventos, Febre amarela, Oculares, Vacinação

TL10 - RETINITE VIRAL EM PACIENTE IMUNOCOMPROMETIDO

Autores ISABELA GONÇALVES SIQUEIRA 1, GABRIELLA BRETAS VASCONCELOS SOARES 1, PAULA VELOSO AVELAR RIBEIRO 1, VICTORIA PAES CAMPOS RANCANTI 1, WILTON FEITOSA DE ARAÚJO 1

Instituição 1 SCBH - SANTA CASA DE BELO HORIZONTE (AVENIDA FRANCISCO SALES 1111)

Resumo

Objetivo: Relatar um caso de retinite viral acometendo um paciente imunocomprometido atendido na Clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte com ênfase na importância da suspeição clínica, diagnóstico precoce e instituição do tratamento adequado para obtenção de melhor prognóstico visual.

Relato do caso: Masculino, 68 anos, ex atleta profissional, casado, natural e procedente de Ipatinga-MG. Compareceu a urgência do referido serviço com queixa de baixa acuidade visual em olho direito com início há 15 dias. Apresenta histórico de tratamento de granulomatose linfomatóide há 08 anos e durante este período desenvolveu quadro de toxoplasmose ocular em olho esquerdo e criptococose pulmonar há 3 anos devido ao tratamento quimioterápico feito na época. Há 2 anos em uso de corticoterapia na dosagem regressiva de 20 mg/dia. Ao exame apresentava lesões confluentes de retinite em todo o quadrante inferior e superior do olho direito com pequenas áreas de hemorragias em pólo posterior. No olho esquerdo observa-se lesão cicatrizada em pólo posterior com comprometimento da visão central. Solicitada internação hospitalar para tratamento de retinite viral e exclusão de outras hipóteses diagnósticas através de exames laboratoriais. Instituído tratamento antirretroviral. Em 10 dias apresentou resolução do quadro retiniano com melhora da acuidade visual e do aspecto fundoscópico. Exames exibiram sorologia positiva para IgG HSV +, IgG VZV +, IgG CMV +

Page 11: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

e IgG toxoplasmose +. O tratamento foi mantido e com 3 semanas chegou-se à acuidade visual plena. Recebeu alta e está em uso de aciclovir 4g/dia até completar 3 meses de tratamento.

Conclusão: Quadros virais são comuns em nosso meio e podem acometer tanto imunocompetentes como imunocomprometidos. O tratamento deve ser instituído o mais precocemente após feito o diagnóstico, mesmo que inicialmente este seja presuntivo, pois tanto a retinopatia herpética necrosante quanto a necrose retiniana aguda são doenças de caráter progressivo com risco de acometimento bilateral e elevada morbidade.

Palavras-chaves: ACICLOVIR, HERPES VÍRUS, RETINA, RETINITE, UVEÍTE

TL11 - RETINOPATIA EXTERNA ZONAL OCULTA AGUDA: RELATO DE CASO

Autores Paula Veloso Avelar Ribeiro 1, WILTON FEITOSA DE ARAUJO 1,1, ISABELA GONÇALVES SIQUEIRA 1,1, GABRIELLA BRETAS VASCONCELOS SOARES 1,1, VICTORIA PAES CAMPOS RANCANTI 1

Instituição 1 SCBH - Clinica de olhos Santa Casa de Belo Horizonte (AV CONTORNO 2912)

Resumo

Objetivo: Relatar um quadro de Retinopatia Externa Zonal Oculta Aguda (AZOOR) em um paciente atendido na urgência da Clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte, com ênfase na descrição do quadro clínico e na importância dos exames complementares, aliados a clinica, para o correto diagnóstico da doença.

Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 54 anos, comerciante, natural e procedente de Belo Horizonte. Compareceu ao referido serviço com queixa de baixa visual e baixa acuidade campimétrica em ambos os olhos (AO) com início súbito. Refere hipertensão arterial sistêmica em tratamento. Ao exame,apresentava pseudofacia em AO com câmara anterior opticamente vazia e discreta rarefação do epitélio pigmentar da retina peripapilar em AO. Solicitados exames laboratoriais que não trouxeram nenhuma informação adicional e exames de propedêutica ocular que auxiliaram na elucidação do caso clínico. O campo visual mostrava escotoma central absoluto em AO. Eletrorretinograma evidenciou alteração da função de fotorreceptores sem abolição de suas funções. Tomografia de coerência óptica de mácula: feixe papilomacular de olho direito: 172 micras e de olho esquerdo: 151 micras. Autofluorescência demonstrou áreas peripapilares de hipoautofluorescência em AO. Diante deste quadro e com a exclusão de patologias infecciosas e doenças sistêmicas, o diagnóstico postulado foi AZOOR. O paciente encontra-se em acompanhamento há 02 anos e mantem quadro funcional e anatômico estável, sem progressão das lesões e sem diminuição da acuidade visual e campimétrica.

Conclusão: A AZOOR é uma doença rara, caracterizada por um dano agudo de uma ou mais zonas da retina externa que levam ao comprometimento do campo ou acuidade visual, estando associada a poucas ou nenhuma alteração no exame fundoscópico. A doença, descrita em 1994, é caracterizada

Page 12: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

por redução aguda da função de uma ou mais zonas da retina externa, fotopsia, mínimas alterações fundoscópicas, acometimento uni ou bilateral, anormalidades eletrorretinográficas e de campo visual. A etiologia ainda é incerta, mas acredita-se que existe uma associação com infecção viral prévia com provável envolvimento de fotorreceptores. O prognóstico em geral é bom, com estabilização do campo visual em meses. Entretanto, como não ha alterações significativas ou caracteristicas do quadro na biomicroscopia, seu diagnóstico pode ser negligenciado se o médico não souber suspeitar dessa doença diante de uma queixa de baixa acuidade visual.

Palavras-chaves: AZOOR, RETINOPATIA, RETINOPATIA OCULTA AGUDA, RETINOPATIA EXTERNA ZONAL, RETINOPATIA AGUDA

TL12 - Lyme ou Tuberculose ou o quê?

Autores Wilton Feitosa de Araujo 1, Elis Marina Mussi dos Reis 1, Ana Luiza Corcino Maia 1, Rafael David Vargas 1, Rayssa Armond Diniz Viana 1

Instituição 1 SCBH - Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (Avenida Francisco Sales, 1111, Santa Efigênia, Belo Horizonte, MG)

Resumo

CASO CLÍNICO: HJCC, masculino, 27 anos, noivo, policial militar, relata ter feito pulsoterapia com metilprednisolona há 60 dias e depois ter feito tratamento com doxiciclina por 30 dias sem melhora do quadro ocular. Durante este período desenvolveu paralisia facial com melhora espontânea. Relata que 45 dias antes do quadro ocular, em uma abordagem policial em um matagal percebeu a presença de algumas picadas nos membros inferiores e após 04 semanas começou a desenvolver o quadro ocular, o qual foi avaliado pela neurologia e indicado tratamento com pulsoterapia por 03 dias. Sem melhora foi encaminhado para a oftalmologia, solicitado exames laboratoriais e iniciado tratamento com doxiciclina. Os exames vieram negativos, inclusive para Lyme. O paciente chegou ao nosso serviço com acuidade visual de 20/30 e 20/20, câmara anterior opticamente vazia, discreta celularidade no vítreo anterior do olho direito. Fundoscopia observava-se microhemorragias peripapilares e edema de disco óptico exuberante. Realizado nova anamnese, refere que a mãe faleceu há alguns meses de câncer de mama e que a noiva estava em tratamento de tuberculose há 04 meses com esquema RIPE inicialmente. Solicitado novos exames e retornou com exames negativos, inclusive para Lyme e PPD forte reator 20 mm após pulsoterapia de metilprednisonlona. Encaminhado para infectologia que solicitou sorologia específica para Lyme e iniciou tratamento com RIPE. O paciente está no quinto mês de tratamento sem melhora do quadro ocular e com piora da acuidade visual. O exame para Lyme feito em São Paulo veio negativo.O que fazer?

CONCLUSÃO: Quadros infecciosos podem desenvolver respostas inflamatórias paralelas ao quadro infeccioso. Na tuberculose pode-se ter a reação paradoxal e no Lyme a reação de Baggio Yoshinari em que é necessário o uso de corticoterapia e imunossupressão. O que fazer diante deste quadro?

Palavras-chaves: Lyme, Baggio Yoshinari, Tuberculose, Reação Paradoxal , Neurorretinite

Page 13: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

TL13 - O efeito clínico e topográfico da aplicação de ultravioleta associado à riboflavina em córneas de pacientes com ceratocone

Autores Robson Prazeres de Lemos Segundo 1, Jéssica Pereira da Silva 3, João Pereira de Assis Neto 1, Francisco Geyson Fontenele Albuquerque 2, Ismênia Camilo Pereira 3

Instituição 1 Famene - Faculdade de Medicina Nova Esperança (Av. Frei Galvão, 12 - Gramame - João Pessoa - PB), 2 UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (Rua Sérgio Moreira de Figueiredo, S/n - Populares, Cajazeiras - PB), 3 Unifacisa - Unifacisa - Campo Universitário (Av. Sen. Argemiro de Figueiredo, 1901 - Itararé, Campina Grande - PB)

Resumo

INTRODUÇÃO: O ceratocone é uma doença bilateral assimétrica progressiva, na qual ocorre ectasia gradual da córnea devido à sua instabilidade biomecânica. Uma das propostas atuais para o manejo do ceratocone é a promoção de ligações covalentes (“Cross-linking”) do colágeno do estroma corneal (Ultra B2), através da combinação de riboflavina (vitamina B2), no papel de substância fotossensível, com a luz ultravioleta (UVA), similar à foto-estimulação. OBJETIVO: O objetivo do estudo é avaliar o efeito clínico e topográfico da aplicação de ultravioleta associado à riboflavina em córneas de pacientes com ceratocone no Brasil. MÉTODO: Apresenta-se como um estudo bibliográfico e descritivo que favoreceu a síntese e análise de revisões existentes acerca da temática investigada. Foram consultadas nas seguintes bases de dados: Medline, Pubmed e Scielo, de 2015 a 2019. As palavras-chave utilizadas foram: ceratocone, cross-linking e tratamento. Os artigos selecionados constam em português e inglês. A partir da leitura criteriosa, selecionou-se 12 artigos. Foram incluídos apenas os textos que abordavam temática do cross-linking interligada ao ceratocone, com o conteúdo disponível na íntegra, publicados em periódicos online indexados de acordo com o tema. Os critérios de exclusão foram estudos com desvio do eixo temático, monografias e textos disponibilizados incompletos. RESULTADO: O cross-linking visa parar o avanço do ceratocone pelo enrijecimento da córnea e não de revertê-lo. Assim sendo, uma reação da córnea cada vez mais rígida, é esperada, produzindo uma redução da sua curvatura. Estudos de laboratório mostram dados objetivos que confirmam que o tratamento é de fato eficaz, através da visualização, em microscopia eletrônica, do aumento do diâmetro das fibras de colágeno, além de maior resistência à digestão enzimática e aumento da rigidez biomecânica, além de melhora da acuidade visual, percebida através do exame físico. Utiliza-se um pico de UVA de 370 nm e faz-se necessária a realização da paquimetria pré-operatória para o procedimento. CONCLUSÃO: A indução da reticulação do colágeno é um procedimento de baixo custo, que pode ser muito útil no lugar de transplantes, no entanto, estudos adicionais são necessários e devem ter como foco o desenvolvimento de técnicas e um protocolo apropriado, a fim de obter resultados duradouros e eficazes acerca de sua influência sobre os índices topográficos e de acuidade visual, além de ofertarem segurança para os pacientes.

Palavras-chaves: Ceratocone, cross-linking, tratamento

Page 14: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

TL14 - Facoemulsificação em ciclite heterocrômica de Fuchs

Autores Brunelle Francino Nunes 1, Letícia Torres Elias Silva 1, Ana Gabriela Flori Chagas 1, Emílio Rintaro Suzuki Júnior 2, Wilton Araújo Feitosa 1

Instituição 1 SCMBH - Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (Francisco Sales, 1221 Belo Horizonte/MG), 2 COMG - Centro Oftalmológico de Minas Gerais (R Santa Catarina, 941, Centro, Belo Horizonte)

Resumo

MRA, feminino, 59 anos, casada, queixa-se de BAV em OE há 6 meses com piora há 3 meses. Relata estar fazendo tratamento para toxoplasmose há 50 dias sem melhora. Há 10 anos apresentou quadro de toxoplasmose ocular tratada e nos últimos 05 anos vem apresentando quadros de recidiva com resistência ao tratamento. Nega doenças sistêmicas e faz uso esporádico de antidepressivo. Apresenta baixa visual em olho esquerdo de 20/200 que não melhora com refração; pks finos e estrelados dispostos de maneira difusa por todo o endotélio, opacidade subcapsular posterior e PIO 12/20 mmHg, além de cicatriz de retinocoroidite à fundoscopia em OE. A partir dos achados clínicos reformulou-se o diagnóstico para um quadro de ciclite heterocrômica de Fuchs que erroneamente estava sendo tratado como uma uveíte posterior. Devido a sua característica insidiosa pode manter quadros de celularidade em segmento anterior e ser confundida com atividade inflamatória e ser tratada de maneira iatrogênica. Chegou se a conclusão que a baixa de visão era por conta da catarata e não pelo processo inflamatório e decidiu-se realizar facoemulsificação. Catarata secundária à uveíte apresenta grau elevado de dificuldade no manejo intra e pós operatório, por isso alguns cuidados devem ser tomados. Especificamente no quadro de ciclite heterocrômica de Fuchs, devido a quebra de barreira do endotélio iriano, a câmara anterior apresenta uma quantidade significativa de células e flare que se depositam cronicamente no endotélio levando à alterações celulares focais ou difusas com ilhas de gutatta. Portanto nestes casos microscopia especular de córnea é imprescindível para evitar complicações de ordem corneana. A paciente apresentava 2550 céls/mm2 com pequenos buracos endoteliais. A cirurgia foi realizada por cirurgião experiente utilizando viscoelástico coesivo e implantado LIO de peça único em saco capsular. No pós operatório imediato apresentava MEC de 2093 céls/mm2 e acuidade visual de 20/30. Conclusão: A ciclite heterocrômica de Fuchs pode estar associada à outras patologias oculares como uveítes, distrofias retinianas e traumas. Acredita-se que a lesão da inervação simpática iriana leva ao extravasamento crônico de proteínas e células. A avaliação detalhada de pacientes com uveíte e catarata é imperativa a fim de prevenir danos irreversíveis. No caso do Fuchs o estudo do endotélio se faz necessário devido ao constante contato de céls e mediadores com o endotélio.

Palavras-chaves: Catarata em Fuchs, Catarata na uveíte de Fuchs, Ciclite heterocrômica de Fuchs, Diagnóstico diferencial em uveíte , Facoemulsificação em uveíte

Page 15: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

TL15 - Uveíte e mebrana epirretiniana por tuberculose

Autores Renata de Sousa Carneiro 1, Gabriella Faria Lopes 1, Luis Felipe da S. A. Carneiro 1, Rafael Agostini 1, Wilton Feitosa de Araujo 1

Instituição 1 Santa Casa de Belo Horizonte - Clinica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte ( Av. do Contorno, 2912 - Santa Efigênia, Belo Horizonte - MG)

Resumo

Caso clínico: BPT, masculino, 21 anos, solteiro, vendedor, refere baixa visual em olho esquerdo há 04 semanas e há 02 dias com desconforto ocular. Apresentava 20/20 e conta dedos a 01 metro com correção, câmara anterior opticamente vazia em olho direito e reação de câmara anterior em olho esquerdo +/++++, ausência de alterações fundoscópicas em olho direito e formação de membrana retiniana com áreas de hemorragia em polo posterior sugestivas de oclusão vascular em olho esquerdo. Solicitado avaliação cardiológica , hematológica e exames laboratoriais. Retorno 07 dias depois com laudo cardiológico e hematológico sem anormalidades, exames laboratoriais negativos e PPD forte reator de 17 mm. Solicitado quantiferon gold test e falou que a mãe era enfermeira. Retorna com exame positivo e mantendo quadro de uveíte mesmo com medicação tópica. Iniciado tratamento com esquema RIPE e com dois meses retirado o corticoide tópico e com abolição do quadro de uveíte. Realizado tratamento por seis meses e acuidade visual de conta a 30 cm e membrana epirretiniana consolidada. Solicitado OCT de mácula que mostrava plano de clivagem livre na fóvea possibilitando abordagem cirúrgica.07 dias antes do tratamento cirúrgico foi realizado injeção de anti VEGF a fim de se evitar hemorragias intra operatórias. Realizado tratamento cirúrgico com excelente resultado anatômico e funcional. Atualmente apresenta acuidade visual de 20/30 com correção e início de catarata subcapsular posterior.

Conclusão: O diagnóstico de tuberculose ocular baseia-se na demonstração do bacilo in loco, só que na maioria das vezes isto é impossibilitado por razões técnicas e econômicas. Então baseia-se num tripé diagnóstico:manifestação clinica compatível, exame laboratorial sugestivo e história de contato prévio. A tuberculose latente talvez seja a forma mais comum em nosso meio e é de difícil diagnóstico.

Palavras-chaves: uveíte, tuberculose, membrana epirretiniana

TL16 - Nem toda lesão branca no olho é toxoplasmose!

Autores Letícia Torres 1, Wilton Feitosa Araújo 1, Christy Ana Gonçalves Veiga Flam 1, Leonardo Coelho Gontijo 1, Rogerio Rocha Lacerda 1

Instituição 1 SCBH - Santa Casa de Misericórdia de Belo Hotizonte (Av. Francisco Sales 1111)

Resumo

Page 16: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Objetivo: Relatar caso clínico de edema de disco unilateral associado a lesões retinianas contra-laterais.

Relato do caso: Mulher, 50 anos, com baixa acuidade visual em ambos os olhos (AO) há 05 dias. Referiu quadro de infecção de vias aéreas superiores e linfadenomegalia axilar e cervical. Hipertensa. Negou tratamento oftalmológico prévio.

AV: OD 20/60 e OE 20/100, sem melhora com refração.

À biomicroscopia a câmara anterior estava opticamente vazia AO.

À fundoscopia OD apresentava edema de disco óptico e OE lesões superficiais e profundas em retina. Po: 13/12 mmHg. Angiografia fluorescente com extravasamento de contraste em disco óptico AO, hiperfluorescência de lesão perimacular superior e em quadrante nasal OE. CVC mostrou diminuição de sensibilidade retiniana e escotomas paracentrais. Exames de sangue incluindo hemograma, sorologia de toxoplasmose, rastreio de sífilis e tuberculose foram normais.

Imunofluorescência indireta detectou a presença de imunoglobulina IgM (título 1:20) e IgG (título 1:2048) para Bartonella hanselae. Foi, então, instituído o diagnóstico de doença da arranhadura do gato (DAG) e iniciado tratamento com Doxiciclina 100 mg de 12/12 horas por 30 dias, além de Prednisona 0,5 mg/kg/dia via oral em redução. Após 7 dias de tratamento houve melhora parcial do edema de disco OD e das alterações campimétricas. Após 30 dias não havia edema de disco OD, ocorreu regressão das lesões na retina AO e não houve extravasamento de contraste à AGF. A paciente apresentou AV de 20/20 e 20/25 ao final do tratamento.

Conclusão: O acometimento ocular na DAG é comumente associado à neurorretinite, à edema de disco e à estrela macular. A doença é descrita usualmente como unilateral, porém casos bilaterais já foram relatados, incluindo o achado de lesões brancas retinianas e coroidianas em AO.

O diagnóstico é baseado sobretudo na história e exame clínico, além de exames laboratoriais. A confirmação laboratorial torna-se imperativa e deve ser utilizada como auxílio nos casos duvidosos. O tratamento é necessário quando há acometimento secundário de órgãos-alvo, torna-se imprescindível para evitar sequelas e comprometimento funcional. Os antibióticos de escolha são aqueles com espectro para a Bartonella, como a Doxiciclina. O uso de corticoterapia em dose anti-inflamatória tem se mostrado benéfico para prevenção de dano celular. A DAG quando diagnosticada e tratada precocemente apresenta bons resultados de acuidade visual final na maioria dos casos.

Palavras-chaves: Arranhadura do gato, Bartonella, Doxiciclina

TL17 - Manejo de uveítes pós cirurgia de catarata

Page 17: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Autores Nadine Fernandes da Silva 1, Amanda Lima de Oliveira 1, Aquiles Diniz Coelho Gontijo 1, Evelin Gonçalves Souza 1, Wilton Feitosa de Araújo 1

Instituição 1 SCMBH - Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (Belo Horizonte)

Resumo

Objetivo: Relatar a abordagem de um caso de uveíte após cirurgia de catarata.

MRDB, feminino, 62 anos, relata ter sido submetida a cirurgia de catarata há 06 meses no olho direito (OD) e sempre que retira o corticoide tópico o olho fica vermelho e doloroso. Em uso de acetato de prednisolona há 06 meses, 03 vezes ao dia, e de brimonidina, timolol e inibidor de anidrase carbônica devido a hipertensão ocular. Está fazendo reposição hormonal há 03 anos e relata que apresentou quadro de leucorréia e dor em região genital 15 dias após a cirurgia. Foi tratada com derivado imidazólico e corticóide, com melhora do quadro ginecológico. Refere cefaléia esporádica que tem se tornado mais intensa após a cirurgia. Apresentava acuidade visual de 20/20 e 20/40, com reação de câmara anterior 1+/4+ e pseudofacia com lente intraocular (LIO) tópica no OD e catarata nuclear grau 1 no olho esquerdo (OE). Pressão intraocular de 23/09 mmHg e ausência de alterações fundoscópicas. Solicitados exames de sangue pensando num quadro de uveíte prévia, biomicroscopia ultrassônica (UBM) para descartar quadro relacionado a LIO e avaliação neurológica devido a cefaléia. Os exames de sangue não mostraram resultado que sugerisse comprometimento sistêmico, a UBM mostrava a LIO eutópica e a avaliação neurológica sugeria um quadro cicatricial de vasculite retiniana. Durante este período apresentou ulceração oral dolorosa com duração de 03 semanas. O quadro ocular mantinha-se, porém com piora da hipertensão ocular. Solicitado angiofluoresceinografia que demonstrou discreta área de remodelação vascular. Diante deste quadro, formulou-se a hipótese de doença de Adamantíades Behçet. Solicitou-se avaliação da reumatologia e teste de patergia, com biópsia do material sendo positiva. Iniciou-se o tratamento com prednisona oral com melhora do quadro ocular e reestabelecimento pressórico gradual conforme a retirada do coticóide tópico. Iniciado azatioprina 100 mg dia e mantido corticóide oral 05 mg dia. Apresentou melhora do quadro ocular, da cefaléia e não houve mais surgimento de lesões orais e genitais.

Conclusão: Quando há desenvolvimento de uveítes no pós-operatório de cirurgia de catarata deve-se pensar em 03 situações: uveíte prévia, uveíte relacionada a LIO e procedimento cirúrgico funcionando como gatilho inflamatório para desenvolvimento da doença. Neste caso, estamos diante de um quadro que já poderia ter uma atividade sub-clínica mas, com a cirurgia, desenvolveu atividade clínica sistêmica.

Palavras-chaves: catarata, manejo, pós cirurgia, uveítes

TL18 - Ceratouveíte Herpética Associada à Neurite: Relato De Caso

Page 18: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Autores Wilton Feitosa de Araujo 1, Victória Paes Campos Rancanti 1, Gabriella Bretas Vasconcelos Soares 1, Isabela Gonçalves Siqueira 1, Paula Veloso Avelar Ribeiro 1

Instituição 1 SCMBH - Clínica de Olhos Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (AVENIDA FRANSCISO SALES, 1111 - SANTA EFIGÊNIA, BELO HORIZONTE - MG, 303150-221)

Resumo

Objetivo: Relatar um caso atípico de ceratouveíte herpética, atendido no Serviço de Urgência da Clínica de Olhos da Santa Casa de Belo Horizonte, com acometimento concomitante do nervo óptico.

Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 21 anos, compareceu ao referido serviço com queixa de baixa acuidade visual (AV) e hiperemia em olho esquerdo (OE), associada à cefaleia. Negava trauma, pródromos virais ou comorbidades. Relato de quadro de herpes labial prévio. Ao exame, apresentava AV com correção de 1.0 em olho direito (OD) e conta dedos à 4 metros em OE. À biomicroscopia, OD: sem alterações e OE: injeção ciliar, pupila em midríase paralítica, edema corneano com microbolhas e precipitados ceráticos (PKs) brancos. Pressão intraocular (PIO) de 14 e 56mmHg. Fundoscopia de OD sem alterações e de OE inviável. Foi solicitada ecografia modo B (ECO-B) de olho esquerdo que evidenciou: retina aplicada, coróide e vítreo sem alterações. Diante do quadro clínico, foi postulada como hipótese diagnóstica ceratouveíte herpética. Iniciado tratamento com Aciclovir via oral, 4g/dia e colírios de dexametasona 1,0mg/mL, tropicamida 10mg/mL e associação de tartarato de brimonidina com maleato de timolol 0,2%/0,5%. Após 7 dias de tratamento, evoluiu com AV de 1.0 e 0.6, olhos calmos, câmara anterior formada sem reação de câmara, PIO de 13 e 11mmHg. A Fundoscopia de OE evidenciou edema de disco de 2+, sem acometimento periférico ou macular. Solicitada revisão laboratorial infecciosa e reumatológica sem alterações e novo ECO-B excluiu a presença de drusas. Estendeu-se o tratamento com aciclovir, pela suspeita de neurite herpética. Após 20 dias houve melhora total do edema de disco.

Conclusão: O vírus do herpes pode apresentar manifestações oculares variáveis. A maioria delas se restringe ao seguimento anterior. As irites associadas ao herpes geralmente são ceratouveítes que apresentam PKs finos e de distribuição difusa. O aumento da PIO, devido à trabeculite, é um complicador frequente desse quadro e pode auxiliar no diagnóstico diferencial. Há casos bem documentados na literatura de neurite óptica associada ao vírus Herpes Zoster. Potencialmente o herpes simples também pode ocasionar tal alteração devido ao seu neurotropismo. Parece haver uma associação entre anticorpos contra o herpes e a Esclerose Múltipla, cuja manifestação inicial pode ser a neurite óptica isolada.

Palavras-chaves: CERATOUVEÍTE HERPÉTICA, HERPES, NEURITE ÓPTICA, HIPERTENSÃO OCULAR

TL19 - GRANULOMA NO PÓLO POSTERIOR EM TOXICARÍASE OCULAR – RELATO DE CASO

Page 19: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Autores Leonardo Jose Amaral de Oliveira 1, João Miranda Filho 1, Luís Armando Vitorino Alves de Souza Gondim 1, Maria Isabel Lynch Gaete 1, Luís Armando Gondim Guimarães Junior 1

Instituição 1 SEOPE - Serviço Oftalmológico de Pernambuco (Rua Antonio Gomes de Freitas, 131, Ilha do Leite Recife-PE)

Resumo

Objetivo: Relatar um caso de toxicaríase ocular em forma de granuloma no pólo posterior unilateral com lesão inativa apresentando brida entre o nervo óptico e a lesão. Relato de caso: M.G.C.S, sexo feminino, 12 anos, consulta por queixa de desvio e BAV no olho esquerdo. Responsável relata desvio percebido aos 8 anos, entretanto é a primeira consulta oftalmológica. Destaque para contato intenso com animais domésticos, gatos e cachorros durante a infância. Ao exame: ausência de sinais sindrômicos e neuropsíquicos. XT/XT’, desvia OE, Krimsky:30 dioptrias prismáticas. Movimentos oculares: Hiperfunção leve do RL e hipofunção leve do RM/OE. Acuidade visual com correção: 20/20 em OD, movimentos de mãos em OE. Polo anterior sem alterações. PIO 10/10 mmHg. Fundoscopia: OD sem alterações, OE: lesão cicatricial com presença de brida fibroglial vítrea entre a lesão granulomatosa periférica e o nervo óptico, múltiplas lesões hiperpigmentadas difusas em pólo posterior. Retinografia OD: sem alterações, OE: granuloma polar com brida entre o nervo óptico e a lesão, vasos sanguíneos tortuosos a nível da lesão e dispersão de pigmento. OCT OE: lesão elevada projetando-se da retina interna para a cavidade vítrea. Exames laboratoriais negativos : VDRL, FTA-Abs, PPD, imunofluorescência e IgM, IgG para toxoplasmoses. ELISA para toxocara positivo IgG 8.1 (Valor de referência até 1.1). Conclusão: O diagnóstico definitivo da toxocaríase ocular é feito pela observação da larva ou de fragmentos de sua cápsula na lesão, procedimento raramente realizado pela dificuldade de visualizar a larva ou de obter tecidos. Dessa forma, o diagnóstico da toxocaríase baseia-se em dados clínicos-epidemiológicos, testes imunológicos e exames de imagem. Dados sugestivos para o diagnóstico são: ocorrência em crianças, história de contato com cães e gatos, história de geofagia, acometimento ocular unilateral e aspecto morfológico e topográfico da lesão. O prognóstico para os casos oculares varia de acordo com área atingida, a intensidade da inflamação e o estagio da doença.

Palavras-chaves: Granuloma, Larva, Lesão, Toxocaríase, Toxocara

TL20 - SÍNDROME DE VOGT- KOYANAGI- HARADA: RELATO DE CASO

Autores HUGO MENDES SILVA 1, LUCIANA BARBOSA CARNEIRO 1, KARLA REZENDE TEIXEIRA BARROS 1, THIAGO DE CASTRO SILVA 1

Instituição 1 CEROF - CENTRO DE REFERÊNCIA EM OFTALMOLOGIA (1º AVENIDA, 355-477- SETOR LESTE UNIVERSITÁRIO, GOIÂNIA-GO, 74605-020)

Resumo

Page 20: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Objetivo: Apresentar um relato de caso de Síndrome de Vogt – Koyanagi – Harada (SVKH ) em que o diagnóstico e o tratamento foi realizado tardiamente com melhora parcial da acuidade visual.

Relato de caso: Sexo feminino, 55 anos, natural da cidade de Goiânia – GO, morada de residência própria, sem comorbidades prévias, compareceu ao Pronto Socorro do Centro de Referência em Oftalmologia (CEROF) com história de baixa acuidade visual bilateral, iniciada progressivamente com 20 dias de evolução, associada a leve hiperemia conjuntival. Sem outras queixas associadas.

Acuidade Visual (c/c): conta dedos a face / 0,15 parcial. Pressão Intraocular: 10 / 12mmHg Biomicroscopia: OD: conjuntivas hiperemiadas (1+/4+), câmera anterior formada com sinais de reação (4+/4+); OE: conjuntivas hiperemiadas, com câmera anterior formada com sinais de reação (2+/4+).

Na fundoscopia de ambos olhos foi observado palidez retiniana difusa, com vitreíte difusa e descolamento de retina (DR) do tipo seroso inferiormente.

Foi levantada a hipótese de SVKH e o tratamento proposto foi iniciado com prednisona oral na dose 1,5mg/kg/dia, por 15 dias. Durante o seguimento, foi observado a não melhora da acuidade visual e do DR seroso inferior. Realizado portanto pulsoterapia com metilprednisolona por 03 dias, seguida de ciclofosfamida por 01 dia, reiniciando após, prednisona oral na dose 1,5mg/kg/dia associado a Azatioprina 200mg/dia, e seguimento semanal. Foi necessária a realização de pulsoterapia mensal com ciclofosfamida por mais dois meses devido a persistência de uma pequena área de DR seroso inferior.

Paciente evoluiu com melhora parcial da acuidade visual de ambos os olhos (0,15 / 0,2) e não apresentou reação adversa a nenhuma das medicações da terapêutica proposta.

Conclusão: A SVKH continua sendo um desafio diagnóstico para o médico oftalmologista e necessita do seu reconhecimento rápido e preciso. O tempo de início do tratamento está diretamente relacionado ao sucesso terapêutico.

Palavras-chaves: CORTICOSTERÓIDE, DESCOLAMENTO SEROSO DE RETINA, PANUVEÍTE, PULSOTERAPIA, SÍNDROME DE VOGT- KOYANAGI- HARADA

TL21 - QUIMIOPROFILAXIA NA RETINOCOROIDITE POR TOXOPLASMOSE: REVISÃO

Autores Arthur Diego de Aquino Moreira 1, Larissa Guimaraes de Araujo 1, Roberta Fernanda Fernandes Formiga 1, Tassia Lima Oliveira 1, Silvia Candido Pereira Almeida 1

Instituição 1 HULW - Hospital Universitário Lauro Wanderley (UFPB - Campus I - João Pessoa)

Resumo

Introdução: Toxoplasmose é a principal causa de uveíte posterior em nosso meio. Pode apresentar-se progressiva e recorrente, inclusive em pacientes imunocompetentes. A busca por tratamentos para

Page 21: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

evitar a recorrência ocular, e os prejuízos dela recorrentes, é mandatória. Uma opção disponível é a quimioprofilaxia com sulfametoxazol-tremetropim.

Objetivos: revisar evidencias e indicações da quimioprofilaxia com Sulfametoxazol-Trimetropim para evitar recorrência de toxoplasmose ocular.

Material e Métodos: Estudo de levantamento bibliográfico, exploratório descritivo, com dados de artigos científicos publicados entre 2010 e 2019 coletados no Portal de Periódicos Capess bases de dados PubMed, Lilacs e Scielo, em 10/04/2019. Termos de busca: Toxoplasmosis Prophylaxis e Ocular Toxoplasmosis. Onze artigos considerados relevantes foram utilizados em nosso estudo.

Resultados: O caráter recorrente da toxoplasmose ocular é marcante: a virulência da cepa e respostas imunes induzidas pelo parasita relacionam-se com esse risco. A recorrência ocorre em 2/3 ou mais dos pacientes, com taxas maiores influenciadas por: intervalo menor que um ano desde o último episódio, não tratamento da primeira lesão, paciente mais idoso na ocorrência da primeira lesão ou do último episódio e número maior de recorrências. Diversos estudos relataram diminuição e até ausência da recorrência de toxoplasmose ocular com o tratamento profilático com Sulfametoxazol-Trimetropim, apesar de ainda haver divergências sobre esse ser o melhor esquema profilático. Há ainda maior controvérsia, entretanto, sobre quais seriam os pacientes indicados para receber essa quimioprofilaxia: alguns estudos defendem quando a primo-infecção for em pacientes mais velhos, ou quando ocorrer algum episódio em pacientes mais velhos. Outros estudos indicam profilaxia apenas em casos de acometimento macular em pacientes com cicatriz foveal ou perifoveal comprometendo acuidade visual de olho adelfo. Também há quem defenda quimioprofilaxia após término de esquema terapêutico em todos os pacientes. Conclusão: A recorrência faz parte do curso clínico de grande parte dos casos de toxoplasmose ocular. Há diversos estudos que elencam fatores para metodologia prognóstica dessa recorrência, mas a previsão ainda é muito falha. Há benefício na quimioprofilaxia com Sulfametoxazol-Trimetropim na redução da recorrência da toxoplasmose ocular, mas ainda são necessários mais estudos para definir as indicações dessa quimioprofilaxia.

Palavras-chaves: toxoplasmose, quimioprofilaxia , uveite posterior

TL22 - APRESENTAÇÃO BILATERAL DA RETINITE POR CANDIDA: UM RELATO DE CASO

Autores THIAGO DE FARIA GALVÌO 1, ana luiza BERNARDES 1, DANIELLE CHAVES 1, GERALDO NETO 1, WILTON FEITOSA

Instituição 1 SCM-BH - santa casa de belo horizonte (avenida francisco sales 1221 santa efigenia belo horizonte)

Resumo

Page 22: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Objetivo Apresentar dois casos binoculares de retinite por Candida sp. com ênfase no manejo da fase uveítica aguda.

Relato de caso SFS e ABP, masculinos, 63 e 42 anos respectivamente, queixaram baixa visual súbita em ambos os olhos iniciada dias após hospitalização. O primeiro, referiu internação prévia há 3 semanas, devido a Gangrena de Founier em testículo, portador DM2 e estenose uretral com SVD. O segundo esteve em CTI após neurocirurgia devido a cisto coloidal, com líquor positivo para S. epidermidis tratado com Vancomicina. Ao exame oftalmológico: Acuidade visual de MM em OD e 20/40 em OE de SFS e MM OD e CD 3m OE de ABP. Biomicroscopia: Olhos calmos, humor aquoso coagulado em OD, sinéquias OD e RCA 3+ OE no primeiro e celularidade vítrea AO no segundo. Fundoscopia: ambos, OD inviável, presença de várias lesões intrarretinianas e Fluff Balls em OE, em quadrante nasal em SFS e inferior em ABP, acometendo região macular nos dois casos. História positiva de células leveduriformes semelhantes a Candida sp. em gram de Gota no exame de SFS. Para ABP, inicialmente a hipótese diagnóstica foi endoftalmite endógena bacteriana pelo resultado prévio do líquor, sendo utilizado Vancomicina e injeção intravítrea AO com Vancomicina 0,1mL e Ceftazidime 0,2mL, contudo não houve melhora do quadro. Iniciado tratamento com Fluconazol e solicitada propedêutica laboratorial, avaliação clínica extensa, retinografia fluorescente e ECO B para ambos. Para SFS, foi indicada a realização de injeção intravítrea AO com Anfotericina B e antibióticos. Seguem realizando tratamento com antifúngico VO, com melhora significativa da reação inflamatória e redução das lesões intrarretinianas, porém sem melhora significativa da acuidade visual.

Conclusão A fase uveítica aguda da Retinite por Candida sp. exige terapêutica precoce. A abordagem multiprofissional é necessária por seu comprometimento sistêmico. Estes casos mostram que a retinite por Candida apresenta características marcantes do ponto de vista clínico. Destaca-se a história de imunossupressão subclínica (internação, alimentação parenteral, uso de drogas ilícitas...), com posterior desenvolvimento ocular. O tratamento sistêmico é imperativo, pois a candidemia é um evento comum nestes casos. Abordagem rápida e incisiva são fatores que contribuem para o prognóstico do paciente.

Palavras-chaves: retinite, Candida, endoftalmite

TL23 - Pan uveíte em criança – sempre uma caixinha de surpresa!

Autores Alessandra Mariano Caldeira Coelho 1, Thiago de Faria Galvão 1, Wilton Feitosa de Araújo 1, Mayara Cardoso Grigorio 1, Ana Carolina Canedo 1

Instituição 1 SCBH - Clínica de Olhos da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (Av do Contorno 2912, Belo Horizonte, MG)

Resumo

Page 23: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

RMCF, 09 anos, masculino, estudante, natural e procedente de Araguaína –TO, queixa-se de baixa acuidade visual em ambos olhos. Realiza tratamento há 65 dias para doença da arranhadura do gato com doxiciclina e prednisona e quando para com o medicamento apresenta piora do quadro ocular. Nega doenças sistêmicas e uso de medicamentos, apenas sobrepeso com obesidade infantil grau 1.Chegou com acuidade visual de 20/60 p e 20/30 com correção, reação de câmara anterior de +/++++ em ambos os olhos, Fundoscopia: presença de neurorretinite primária em ambos os olhos e presença de remodelação vascular em periferia de ambos os olhos. Solicitado exames de sangue, teste tuberculínico e avaliação neurológica. Todos os exames vieram normais- inclusive para bartonella, PPD não reator e avaliação neurológica sem alterações do ponto de vista clínico e de imagens. Decidido retirar a doxiciclina e aumentar o corticoide, apresentou melhora com acuidade visual plena após 60 dias. Com a redução da corticoterapia apresentou recorrência com 10 mg ao dia, solicitado avaliação reumatológica que indicou o uso de ciclosporina na dose de 200 mg dia. Respondeu muito bem ao medicamento e com 11 meses foi retirado o corticoide. Com 15 meses retorno com lesões retinocoroidianas periféricas atróficas sugestivas de nódulos de Landers. Refeita investigação diagnóstica apresentou ECA acima de 130, exames de imagem com contraste mostravam linfoadenomegalia perihilar sugestivas de processo inflamatório. Feito lavado brônquico e constatou se uma relação diminuída de CD4 e CD8 compatível com doença granulomatosa inflamatória em que a principal hipótese era sarcoidose. Na mesma época surgiram lesões de pele que sugeriam o diagnóstico apontado. Feito o diagnóstico reforçou-se o acompanhamento clínico multidisciplinar e aumentou a dose da imunossupressão.

Conclusão: Uveítes idiopáticas deixam o médico sempre em uma zona de conforto e isto não pode ocorrer, pois as patologias são cinemáticas e não estáticas. Em um determinado momento podem apresentar um padrão sorológico compatível para determinada patologia ou não. Sarcoidose ocular é um grande enigma, pois na maioria das vezes não há relação de doença oftalmológica com doença sistêmica, ou seja pede-se exames laboratoriais e todos são inconclusivos.

Palavras-chaves: pan uveíte, sarcoidose, sarcoidose ocular

TL24 - Síndrome de Vogt–Koyanagi–Harada com diagnóstico e tratamento precoce apresentando boa acuidade visual

Autores THIAGO DE CASTRO SILVA 1, LUCIANA BARBOSA CARNEIRO 1, KARLA REZENDE TEIXEIRA BARROS 1, HUGO MENDES SILVA 1, RAPHAEL DE TOLEDO REMIGGI 1

Instituição 1 CEROF - CENTRO DE REFERÊNCIA EM OFTALMOLOGIA (1º AVENIDA, 355-477- SETOR LESTE UNIVERSITÁRIO, GOIÂNIA-GO, 74605-020)

Resumo

Objetivo: apresentar um relato de caso de Síndrome de Vogt–Koyanagi–Harada (SVKH) em que foi realizado o diagnóstico e o tratamento precoce evoluindo com boa acuidade visual.

Relato de caso: Sexo feminino, 30 anos, negra, natural de Dianópolis/TO, com queixa de escotoma central em olho esquerdo há 3 dias e, após 1 dia, apresentou escotoma central em olho direito com

Page 24: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

desconforto periorbitário bilateral. Associado ao quadro ocular, apresentava cervicalgia, cefaleia e história de infecção das vias aéreas superiores há 10 dias. Nega antecedentes oftalmológicos. História de asma em uso de broncodilatador somente nas crises e anticoncepcional oral há 3 meses (Selene®). Acuidade visual 0,2/0,15. PIO 12/14. Biomicroscopia: AO: Pálpebras sem alterações, conjuntiva clara, córnea transparente, câmara anterior formada sem reação de câmara, fácica. Fundo de olho: olho direito apresentava meios claros, nervo óptico corado com escavação fisiológica, retina com edema difuso, perda do brilho da camada de fibras nervosas e pequeno descolamento retiniano seroso circular inferior ao disco óptico (DO) do tamanho de dois diâmetros de DO. Mácula com diminuição do brilho. Vítreo com flare. Olho esquerdo apresentava meios claros, nervo óptico corado com escavação fisiológica, retina com edema difuso e perda do brilho da camada de fibras nervosas. Mácula com diminuição do brilho. Vítreo com flare. Foi realizado ultrassonografia ocular que apresentou leve espessamento de coróide, sem outras alterações. Na angiografia fluorescente apresentou hiperfluorescência precoce e tardia com pinpoints, principalmente em olho esquerdo sugestivo de descolamento de retina seroso. Foi realizada a hipótese diagnóstica de SVKH e a paciente internada. O rastreio sorológico, radiografia de tórax, punção lombar e angiorressonância de crânio e outros exames laboratoriais estavam normais. Assim, foi realizada a pulsoterapia com metilprednisolona 1 grama/dia por 5 dias e na alta prescrito prednisona 1 mg/kg/dia regressivo a cada 21 dias e Azatioprina 2mg/kg/dia contínuo. Houve melhora da acuidade visual para 0,4/0,8 após 3 meses do tratamento. Em olho direito a paciente apresentou uma membrana epirretiniana.

Conclusão: É de extrema importância o reconhecimento precoce das apresentações clínicas da SVKH a fim de evitar o atraso no tratamento e o surgimento de complicações que possam comprometer a visão do paciente.

Palavras-chaves: COROIDITE, DESCOLAMENTO SEROSO DE RETINA, PANUVEÍTE, PULSOTERAPIA, SÍNDROME DE VOGY- KOYANAGI- HARADA

TL25 - Terapia com inibidores do checkpoint - Nivolumab associada a uveíte

Autores Maria Betânia 1, Natael Ribeiro Malta Neto 1,1,1,1, Patrick Jones Figueiredo 1,1,1,1, Fábio Borges Nogueira 1,1,1,1, Wesley Ribeiro Campos 1,1,1,1

Instituição 1 hrc - Hospital Regional do Câncer de Passos (Rua José Merchioratto - Santa Casa, Passos - MG, 37904-022)

Resumo

O objetivo desse trabalho é demostrar a relação entre o tratamento com inibidores de bloqueio do checkpoint CTLA-4 e PD-1 (Nivolumab) e o desenvolvimento de uveíte não infecciosa. Paciente J.B.C. 69 anos, masculino,apresentou de antecedente pessoal câncer no rim direito e próstata, o qual foi realizado cirurgia (1985 e 2005). Em 2015 apresentou metastase de câncer renal no pâncreas, baco, estomago e vesícula biliar e foi submetido a ressecção das lesões nesses órgãos. De antecedente ocular apresentou a fundoscopia do olho direito (OD) placa macular congênita, cicatrizada. Olho esquerdo (OE) sem alterações. Apresentou acuidade visual do OD conta dedos a 10 cm e OE 20/20. Em outubro de 2018, paciente veio a consulta referindo fotofobia e ardência intensas há uma

Page 25: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

semana no OD, dois dias após a infusão de Nivolumab.A acuidade visual mantida, a biomicroscopia mostrou no OD hiperemia conjuntival 1+/4, córnea apresentava superfície irregular e disfunção epitelial discreta, e no OE normal. Pressão intraocular OD foi de 22 mmHg e no OE de 9 mmHg às 18h. Foi prescrito Azorga 2 vezes dia, Hyabak 6 vezes dia e Pred Fort 3 vezes dia por uma semana.No dia 20/11/2018, após a segunda dose de (NIVOLUMAB), paciente retornou com dor intensa no OD, fotofobia e sensação areia. A biomicroscopia detectou no OD hiperemia conjuntival 3 +/4, córnea apresenta superfície irregular e disfunção epitelial discreta (3-9 h), dobras na Descemet e fibrina na metade inferior do endotélio, flare e células de 2+/4, presença sinéquia posterior às 6h, catarata nuclear 3+/4+ . Em contato com seu médico oncologista foi solicitado evitar o uso de corticosteroide de qualquer apresentação para não interferir na imunoterapia oncológica. Então foi prescrito Atropina 3x dia, e anti-inflamatórios não esteroidais colírio e via oral.Paciente retornou no dia 28/11/2018 apresentou melhora dos sintomas, o oncologista liberou o uso de corticoterapia tópica e foi então iniciado Pred Fort 3/3h mantendo se a atropina.Paciente apresentou melhora do quadro de uveíte do OD, e foi feito o desmame das medicações. Após o desmame do corticoide paciente apresentou nova crise, e assim retornou-se à dose inicial de corticoide, com desmame mais lento. Paciente encontra-se com a uveite sem atividade com uso de Pred Fort 3x dia, Atropina e Azorga. A interação entre oncologistas e oftalmologistas é necessária já que o atraso no diagnóstico ou tratamento inadequado pode levar à perda irreversível da visão.

Palavras-chaves: câncer, imunoterapia, inflamação, Nivolumab, uveíte

TL26 - UVEÍTE PÓS CIRUGIA DE IMPLANTE SECUNDÁRIO DE LIO

Autores THIAGO DE FARIA GALVÃO 1, WILTON FEITOSA DE ARAÚJO 1, LUIZ CIRILO CAMARGOS GUEDES 1, ALESSANDRA MARIANO CALDEIRA COELHO 1, ANA CLARA REZENDE DOS SANTOS 1

Instituição 1 SCMBH - SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BELO HORIZONTE (Av. Francisco Sales, 1221 - Santa Efigênia - Belo Horizonte - MG - 30150-221)

Painel

Resumo

Caso clínico: Paciente NCOF, feminino, 56 anos, casada, funcionária pública, apresenta queixa de dor e hiperemia em olho esquerdo (OE) quando se reduz o corticoide tópico para 03 vezes ao dia. História prévia de cirurgia de catarata há 01 ano e meio e baixa da acuidade visual (AV) em OE desde então. Após 06 meses, foi submetida a nova intervenção cirúrgica em OE com implante de lente intraocular (LIO) ¨sem amarras¨ e apresentando melhora da AV. Durante tentativa de retirada do corticoide tópico manifestava inflamação ocular recorrente e dor. Encaminhada ao serviço especializado por conta do quadro de uveíte e sua dependência ao corticosteroide tópico. Ao exame apresentava AV de 20/20 e 20/30 com correção, reação de câmara anterior de +1/+4 em OE, mesmo com corticoterapia local, e diminuição do brilho macular neste olho. Solicitado investigação laboratorial e UBM, pois se observou que a LIO estava “tiltada” inferiormente. Exames laboratoriais foram negativos e UBM mostrou pseudofacia com hápticos ectópicos e semi captura da LIO. Orientou-se sobre a necessidade da retirada da LIO e permanência da afacia até melhora do quadro inflamatório, porém, a paciente se recusou a

Page 26: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

realização cirúrgica. Com o passar das semanas, a paciente foi se tornando corticoresistente à medicação tópica e começou a desenvolver hipertensão ocular. Optou-se por iniciar corticoterapia oral para a retirada do tópico e com 02 meses começou a se queixar de dores nas costas e bacia. Solicitado avaliação clínica que observou osteopenia acentuada com diminuições dos índices de densidade óssea coxo femorais e lombosacro. Paciente foi novamente orientada quanto a importância da cirurgia, mas se mantém contrária à solução cirúrgica. O que fazer?

Conclusão: Uveíte relacionada a LIO é um grande desafio, sobretudo quando não há adequado suporte anatômico para seu posicionamento. Diante desta circunstância nos deparamos numa encruzilhada indagando sobre o implante ou não da lente. Não obstante, deixar o paciente afácico resulta em baixa visual importante mesmo que possivelmente transitória. Então, o que fazer?

Palavras-chaves: Complicação pós-operatória, Implante de Lente Intraocular , Transtornos da visão, Uveíte

TL27 - Vasculite retiniana secundária à tuberculose ocular: relato de caso

Autores Eduardo Nogueira Lima Sousa 1, Bianca Núbia Polimeni 1, Alléxya Affonso Antunes Marcos 1

Instituição 1 UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (Rua Botucatu 822)

Resumo

Objetivo: Relatar um caso de vascuite retiniana bilateral secundária à tuberculose, estimulando seu diagnóstico diferencial com outras uveítes infecciosas e não infeccisiosas.

Relato de caso: Paciente sexo masculino deu entrada neste serviço apresentando quadro de baixa de acuidade visual bilateral de início há 1 mês da data de admissão. Nega quadro de trauma, cirurgias prévias ou comorbidades. Ao exame, apresentava uma acuidade visual de 20/30 em ambos os olhos. Biomicroscopia: conj clara, córnea transparente, caf, srca, fácico em ambos os olhos. FO: NO corado, escavação fisiológica, retina aplicada, brilho macular preservado, embainhamento vascular importante no polo posterior. Solicitado exames complementares, apresentando PPD de 17. Demais exames infecciosos (sífilis, toxoplasmose, anti-HIV) negativos. Iniciado o tratamento clássico para tratamento de tuberculose ocular.Após seis meses de tratamento, paciente apresenta melhora do aspecto fundoscópico e angiográfico em comparação ao quadro inicial. Encontra-se em seguimento clínico conjunto com infectologista. No presente momento, acuidade visual de 20/20 em ambos os olhos.

Conclusão: A correta identificação do agente etiológico, assim como o tratamento precoce é de importância ímpar no acompanhamentos dos paciente com vasculite retiniana, visto que pode impactar diretamente na morbidade ocular. Uma extensa investigação laboratorial se faz necessária, estimulando o raciocínio diagnóstico entre as causas infecciosas e não infecciosas. Paciente apresentou uma ótima resposta clínica e angiográfica do quadro.

Page 27: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Palavras-chaves: vasculite, tuberculose, uveíte

TL28 - Síndrome inflamatória orbitária secundária a tuberculose: relato de caso

Autores Eduardo Nogueira Lima Sousa 1, Bianca Polimeni 1, Alléxya Affonso Antunes Marcos 1

Instituição 1 UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (Rua Botucatu 822)

Resumo

Objetivo: relatar um caso incomum de Síndrome inflamatória da órbita secundária a tuberculose ocular

Relato de caso: paciente sexo feminino, 59 anos, natural é procedente de São Paulo. Compareceu ao nosso serviço relatando quadro de olhos vermelhos desde 2010, de caráter intermitente, apresentando melhora parcial com uso de corticoterapia oral e tópica. Fazia uso irregular sem prescrição médica. Ao exame oftalmológico, acuidade visual 20/40 em ambos os olhos. Biomicroscopia: hiperemia conjuntiva 3+/4+, BUT diminuído, ceratite puntata, afinamento corneano periférico superior é inferior, caf, com traços de células pigmentadas, catarata nuclear 1+/4+ bilateral. Pressão intra-ocular de 18mmHg Mobilidade ocular extrínseca: preservará em ambos os olhos Fundoscopia: NO corado, escavação fisiológica, retina aplicada, brilho macular preservado, dobras de coróide temporal superior em ambos os olhos. Solicitado ultrassonografia demonstrando coleção extra-escleral em polo posterior superior em olho direito e coleção extra-escleral anterior inferior em olho esquerdo. Espessamento de parede 9 as 12 horas Olho direito e temporal superior olho esquerdo. Hipótese diagnostica ao ultrassom: síndrome inflamatória da órbita. Dentre as sorologias infecciosas, paciente apresentou PPD de 22mm, sendo indicado início do tratamento para tuberculose ocular. Paciente encontra-se em seguimento clínico, com boa resposta a terapêutica. Conclusão: casos inflamatórios intraorbitarios compreendem um conjunto de entidades distintas, sendo um desafio diagnóstico ao oftalmológicas. É imperativo a definição dentre as causas infecciosas e não infecciosas além do tratamento precoce, afim de reduzir a morbidade ocular.

Palavras-chaves: tuberculose, inflamatória, orbitária, uveíte, esclerite

TL29 - Recidiva de toxoplasmose ocular versus antibiótico profilaxia

Autores BIANCA NÚBIA POLIMENI 1, Eduardo Nogueira Lima Sousa 1, Alléxya Affonso Antunes Marcos 1, Heloísa Moraes do Nascimento 1

Instituição 1 EPM - UNIFESP (Rua Botucatu 822)

Page 28: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Resumo

A toxoplasmose ocular é a causa mais comum de uveíte posterior em todo o mundo. A infecção pode ser adquirida de forma congênita ou pós-natal e lesões oculares podem se apresentar durante ou anos após a ocorrência da infecção aguda. O tratamento atual controla a infecção ocular e a inflamação, mas não previne recorrências.

Estudos mostrando o efeito profilático de antibióticos de longa duração são discutidos. A profilaxia parece justificar-se em pacientes com alto risco de recorrência devido aos potenciais efeitos colaterais do antibiótico.

Relatamos um caso de recidiva da toxoplasmose macular após uma faco-vitrectomia com pelling de mácula, para buraco macular, em paciente sob profilaxia com sulfametoxazol e trimetoprima 3 vezes por semana.

Um engenheiro masculino de 57 anos de São Paulo, previamente saudável (BCVA 20/20 OU) teve seu primeiro episódio de toxoplasmose ocular 2 meses após uma toxoplasmose aguda com febre e títulos positivos de IGM.

Na consulta, ele tinha 20/400 de acuidade visual periférica, com retinocoroidite macular e sulfametoxazol e trimetoprim foram prescritos 2 vezes por dia e predisolona 1,15 mg / kg / dia. Após o tratamento o paciente estava com cicatriz macular de retinocoroidite associada a buraco da mácula, no momento a acuidade visual era de 20/80.

O olho direito (OD) evoluiu para um buraco macular IV D e uma facovitrectomia com troca gas-fluida e peeling macular foram realizados seis meses após a não recorrência. O sulfametoxazol e o trimetoprim foram prescritos duas vezes ao dia, 10 dias antes da cirurgia.

No 50º DPO com piora do quadro visual, notou-se recorrência de toxoplasmose macular.

Muitas teorias tentam explicar a recorrência ocular do OT. Alguns defendem que cistsclose para as cicatrizes anteriores pode ser liberado e antecipar um recorrência, outros dizem que a parasitemia sistêmica pode desempenhar um papel na recorrência.

Palavras-chaves: Toxoplasmose ocular, recidiva, profilaxia, uveíte posterior, buraco macular

TL30 - A utilização de drogas biológicas nas uveítes causadas pela doença de Behçet

Autores Ana Karolynne da Silva 1, Daniela Carvalho 1, Luísa Aquino 1, Marielle Boaventura 1, Mércia Boaventura 1

Instituição 1 UFCG - Universidade Federal de Campina Grande (Campina Grande- PB)

Page 29: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

Resumo

INTRODUÇÃO: A doença de Behçet é uma vasculite sistêmica, de etiologia desconhecida, embora creia-se que se deva a um processo autoimune desencadeado por uma infeção ou agente ambiental em indivíduos predispostos com, provavelmente, o alelo HLA-B51. Tem como clínica episódios recorrentes de úlceras orais e genitais, lesões oculares, cutâneas e em outros sistemas. A manifestação ocular mais frequente é a uveíte posterior. Com o surgimento de acompanhamento e terapias mais eficientes, a chance de cegueira diminuiu de 30% para 2%. OBJETIVO: Fazer uma revisão sobre a eficácia dos medicamentos biológicos nas uveítes causadas pela doença de Behçet. METODOLOGIA: Para esse estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados LILACS, PUBMED e MEDLINE, com os seguintes termos: “uveítes”, “Behçet” e “drogas biológicas”. Foram selecionados os artigos que mais se identificaram com a proposta do trabalho, em inglês e português e publicados nos últimos 5 anos. REVISÃO: Foram encontrados 7 artigos, com 156 pacientes. O Infliximab e Adalimumab, inibidores do fator de necrose tumoral (anti-TNF), obtiveram remissão total em 6 de 7 pacientes com uveíte refratária. O Adalizumab teve relevância estatística comprovada, em um estudo com 40 pacientes. Já quando foram testados 57 pacientes em 2 grupos, percebeu-se que o grupo que iniciou a terapia com Infliximab precocemente teve resposta mais rápida e menos anos de doença, com melhora da acuidade visual. Em outro estudo, foram aplicadas injeções intravítreas de Infliximab, em 20 pacientes, tendo remissão da vasculite em 93% e remissão completa da retinite e papilite. Foi comprovada a eficácia e remissão dos sintomas oculares refratários em 8 de 11 pacientes (73%) quando tratados com Tocilizumab, um inibidor de interleucina-6 (IL-6). Com Gevokizumab, inibidor de IL-1, 66% da amostra de 21 pacientes obtiveram remissão completa. CONCLUSÃO: Está melhor estabelecido na literatura a utilização dos anti-TNF, especialmente Infliximab e Adalimumab, com ótimos resultados, inclusive em uveítes refratárias. Também existe a opção de utilizar o Infliximab por via intravítrea, com ótimos resultados, e efeitos locais. Entretanto, é de suma importância que esses tratamentos mais agressivos sejam precoces, para que os resultados se tornem mais eficientes. Podem ser utilizados os inibidores das IL 1 e 6, sabiamente de efeitos mais sistêmicos, mas com resultados menores e menos estabelecidos.

Palavras-chaves: Behçet, Drogas biológicas, Uveítes

TL31 - A ocorrência de glaucoma de pressão normal após cirurgia de facoemulsificação

Autores Robson Prazeres de Lemos Segundo 1, Taynah Leite Dantas 1, Milena da Nóbrega Dias 1, Pedro Arthur Alvarenga Belmiro Lopes 1, Aganeide Castilho Palitot 1

Instituição 1 Famene - Faculdade de Medicina Nova Esperança (Av. Frei Galvão, 12 - Gramame - João Pessoa - PB)

Resumo

OBJETIVO: O trabalho objetiva avaliar caso de glaucoma de pressão normal após cirurgia ocular refrativa. RELATO DE CASO: Paciente de 67 anos, sexo feminino, comparece ao ambulatório de Oftalmologia no 25° dia de pós-opratório (DPO) de cirurgia de facoemulsificação de olho direito (OD),

Page 30: XXII CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÍTES TL01 ... · Palavras-chaves: Descolamento de Retina, Glaucoma, Pulsoterapia, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, Uveíte TL03 - Impacto

realizada em outro serviço, com queixa de baixa acuidade visual (BAV) para longe e desconforto em OD. Ao exame oftalmológico AVL C/C OD: 20/40 – OE: 20/30. Na biomicroscopia, apresentava no OD equimose pré-orbitária e lente intraocular (LIO) eutópica, no olho esquerdo (OE), pterígio nasal, pigmentos irianos em câmara anterior e catarata nuclear (+). Solicitou-se mapeamento de retina (MR) para avaliar fundo de olho (FO). Após uma semana a paciente retorna ao serviço para mostrar exame, com resultado dentro da normalidade. Ao ser reavaliada na biomicroscopia, apresentava LIO subluxada (sunset). Foi interrogada sobre esforços realizados durante esse período, onde a paciente confirmou estar realizando tarefas inadequadas. Após 45 DPO, retorna para renovar receita dos óculos. Ao exame, AVL C/C: OD 20/25, OE 20/30. Na biomicroscopia, o exame manteve-se igual ao anterior. FO: sinal da escavação pintada de rosa AO (disco suspeito). Foi realizado campimetria, tendo como resultado, baixa confiabilidade. A hipótese diagnóstica foi low tension e manteve-se conduta para glaucoma. CONCLUSÃO: Diante disso, como o crescimento do cristalino tende a ser uma explicação aceita para o aparecimento das lesões do glaucoma, a facoemulsificação torna-se um importante método de tratamento de catarata e glaucoma, sendo capaz de reduzir a pressão intraocular (PIO) ao remover o cristalino aumentado, entretanto, no quadro clínico apresentado, a paciente não demonstrava alteração nos exames, dificultando a detecção precoce do problema e sabe-se também que a variação da PIO que ocorre ao se mudar a postura pode ter relação com a severidade do glaucoma e o fato da paciente não ter permanecido em repouso pode ter favorecido a piora, tendo a LIO subluxada primeiramente e o aparecimento de escavação pintada de rosa em exame posterior.

Palavras-chaves: glaucoma, facoemulsificação, pressão intraocular

TL32 - Uveíte associada à terapia com inibidores do checkpoint - Nivolumab

Autores Maria Betânia 1, Natael Ribeiro Malta Neto 1,1, Patrick Jones Figueiredo 1,1,1,1, Fábio Borges Nogueira 1,1,1,1, Wesley Ribeiro Campos 1,1,1

Instituição 1 hrc - Hospital Regional do Câncer de Passos (Rua José Merchioratto - Santa Casa, Passos - MG, 37904-022)

Painel

Resumo

Palavras-chaves: câncer, imunoterapia, inflamação, Nivolumab, uveíte