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YÔGA A SÉRIO Esclarecimentos de ordem ética, filosófica, prática e pedagógica sobre o Yôga Antigo SOB A CHANCELA DA UNIVERSIDADE DE YÔGA registrada nos termos dos artigos 45 e 46 do Código Civil Brasileiro sob o n o . 37959 Al. Jaú, 2000 Tel.(00 55 11) 3081-9821 São Paulo Endereços nas demais cidades encontram-se no website: www.uni-yoga.org

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YÔGA A SÉRIO

Esclarecimentos de ordem ética, filosófica, prática e pedagógica sobre o Yôga Antigo

SOB A CHANCELA DA

UNIVERSIDADE DE YÔGA registrada nos termos dos artigos 45 e 46 do Código Civil Brasileiro sob o no. 37959 Al. Jaú, 2000 − Tel.(00 55 11) 3081-9821 − São Paulo Endereços nas demais cidades encontram-se no website:

www.uni-yoga.org

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Copyright 2006 - De Rose, L.S.A.

1ª. edição: março de 2007 – 10 000 exemplares 2ª. edição: abril de 2007 – 10 000 exemplares 3ª. edição: setembro de 2007 – 10 000 exemplares 4ª. edição: janeiro de 2008 – 50 000 exemplares 5ª. edição:

Capa: Miguel de Castro

Produção Gráfica: DeRose Editora Impressão: Cromosete Gráfica e Editora Ltda., diretamente de arquivo em Word

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) ELABORADO PELO AUTOR

De Rose, L.S.A., 1944 - Yôga a sério/ De Rose. - São Paulo : DeRose Editora. 1. Yôga 2. De Rose 3. Yôga na literatura. I. Título

CDD- 181.45

PERMISSÃO DO AUTOR PARA A TRANSCRIÇÃO E CITAÇÃO Resguardados os direitos da Editora, o autor concede permissão de uso e transcrição de trechos desta obra, desde que seja obtida autorização por escrito e a fonte seja citada. A DeRose Editora se reserva o direito de não permitir que nenhuma parte desta obra seja reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, sem a devida permissão, por escrito, da referida editora. Os infratores serão punidos de acordo com a Lei nº 9.610/98.

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

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O AUTOR COM ALGUMAS DE SUAS OBRAS Mais de um milhão de livros vendidos.

Dados sobre o Mestre DeRose encontram-se no final deste volume.

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DEMONSTRAÇÃO DE QUE A PALAVRA YÔGA TEM ACENTO NO SEU ORIGINAL EM ALFABETO DÊVANÁGARÍ:

y YA, curto.

y + a YAA ∴ Á, longo. a Este sinal é um a-ki-mátrá (acento do a).

y + ae YOO ∴ YÔ, longo. ae Este sinal é um ô-ki-mátrá (acento do o).

yaeg YÔGA. Portanto, a palavra em questão deve ser acentuada.

* Embora grafemos didaticamente acima YOO, este artifício é utilizado apenas para o melhor entendimento do leitor leigo em sânscrito. Devemos esclarecer que o fonema ô é resultante da fusão do a com o u e, por isso, é sempre longo, pois contém duas letras. Nesta convenção, o acento agudo é aplicado sobre as letras longas quando ocorre crase ou fusão de letras iguais (á, í, ú). O acento circunflexo é aplicado quando ocorre crase ou fusão de letras diferentes (a + i = ê; a + u = ô), por exemplo, em sa+íshwara=sêshwara e AUM, que se pronuncia ÔM. Daí grafarmos Vêdánta. O acento circunflexo não é usado para fechar a pronúncia do ô ou do ê, já que esses fonemas são sempre fechados. Não existe, portanto, a pronúncia “véda” nem “yóga”. O acento circunflexo na palavra Yôga é tão importante que mesmo em livros publicados em inglês e castelhano, línguas que não possuem o circunflexo, ele é usado para grafar este vocábulo. BIBLIOGRAFIA PARA O IDIOMA ESPANHOL: Léxico de Filosofía Hindú, de Kastberger, Editorial Kier, Buenos Aires. BIBLIOGRAFIA PARA O IDIOMA INGLÊS: Aphorisms of Yôga, de Srí Purôhit Swámi, Faber and Faber, Londres. BIBLIOGRAFIA PARA O IDIOMA PORTUGUÊS: Poema do Senhor, de Vyasa, Editora Relógio d’Água, Lisboa.

Se alguém declarar que a palavra Yôga não tem acento, peça-lhe para mostrar como se escreve o ô-ki-mátrá (ô-ki-mátrá é um termo hindi utilizado atualmente na Índia para sinalizar a sílaba forte). Depois, peça-lhe para indicar onde o ô-ki-mátrá ( ae) aparece na palavra Yôga (yaeg). Ele aparece logo depois da letra y (y = ya), transformando-a em yae = yô, longa. Em seguida, pergunte-lhe o que significa o termo ô-ki-mátrá. O eventual debatedor, se conhecer bem o assunto, deverá responder que ô é a letra o e mátrá traduz-se como acento, pausa ou intervalo que indica uma vogal longa. Logo, ô-ki-mátrá traduz-se como “acento do o”. Consulte o Sanskrit-English Dictionary, de Sir Monier-Williams, o mais conceituado dicionário de sânscrito, página 804. Então, mais uma vez, provado está que a palavra Yôga tem acento. A palavra SwáSthya (SvaSWy), por outro lado, possui um a-ki-mátrá (a) depois da letra v ou w (v = va ou wa), pois seu acento (crase de a+a, aa = á) está na letra a (va = vá ou wá).

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CONTEÚDO DO YÔGA A SÉRIO Um livrinho pequeno por fora e grande por dentro.

Demonstração de que a palavra Yôga tem acento .......... 6 Introdução ...................................................................................... 9 Um Yôga autêntico ..................................................................... 11 Algumas outras obras recomendadas ................................... 14 Nossa proposta cultural ............................................................. 15 Mantendo os jovens longe das drogas ................................. 16 Em 5000 anos muita deturpação pode acontecer.............. 18 Mas como é na Índia? ................................................................ 21 Porque o Método DeRose é tão respeitado no exterior 23 Evidências da existência do Yôga Primitivo .................... 29 O que é uma codificação .......................................................... 32 Quadro Sinótico da Cronologia Histórica do Yôga ........ 34 O que é o SwáSthya Yôga ....................................................... 35 Análise dos 8 angas que constituem a prática ortodoxa (mudrá, pújá, mantra, pránáyáma, kriyá, ásana, yôganidrá, samyama.)

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Alguns dos 108 tipos de Yôga ................................................ (Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñána Yôga, Layá Yôga, Mantra Yôga, Tantra Yôga, Suddha Rája Yôga, Kundaliní Yôga, Siddha Yôga, Kriyá Yôga, Yôga Integral, Yôga Clássico e Hatha Yôga.)

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Abaixo a doutrinação! .............................................................. 59 Um novo conceito ...................................................................... 61 Só tenho uma escola e não trabalho com franquia ......... 63 Ações sociais e filantropia ....................................................... 64 Aulas grátis abertas ao público .............................................. 65 Sobre o autor ................................................................................. 69 O que é a Universidade de Yôga ........................................... 77 Endereços de instrutores de Yôga ......................................... 79 www.uni-yoga.org o site referência do Yôga ................... 80

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Instrutoras Carla Cordeiro e Karla Juliane

da Cia. SwáSthya de Artes Cênicas, coreógrafa Laura Ferro Fotografia de Rodolpho Pajuaba

Esta é uma das centenas de fotos que você encontra no site da Universidade de Yôga.

www.uni-yoga.org

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INTRODUÇÃO Alguns livros do DeRose são obras de fôlego, com 500 a 900 páginas. Por esse motivo, em atenção ao leitor interessado num tema específico, decidimos lançar uma coleção de livros menores, em que cada volume aborde um tema em particular, pertinente ao Curso de Formação de Instrutores, que este educador ministra desde a década de 1970 nas Universidades Federais, Estaduais e Católicas de vários estados do Brasil, bem como em Universidades da Europa. Isso nos permitirá editar livros mais acessíveis, que possibilitarão ao público travar contato com o Yôga Antigo mais facil-mente.

Este opúsculo tratará de mais um tema que desperta muito interesse e que as pessoas, geralmente, interpre-tam de uma forma um tanto limitada, deixando que suas crenças ou sua cultura regional interfiram na visão mais clara do assunto. Como sempre, o escritor abordará a matéria sob um prisma diferente, novo e mais abrangente.

Os livros desta coleção pocket permitem leitura rápida e fácil para o iniciante e são complementares. Para o leitor ter uma visão mais ampla do tema, recomenda-mos que leia todos os volumes, se possível, nesta or-dem:

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COLEÇÃO POCKET 1. Tudo o que você nunca quis saber sobre Yôga – O título provocativo e bem humorado sugere a leveza da leitura. Estruturada em perguntas e respostas, esclarecendo: o que é o Yôga, para que serve, qual a sua pronúncia correta, qual sua origem, qual a proposta original, quando surgiu, onde surgiu, a quem se destina? Há alguma restrição alimentar ou da sexualidade? Yôga será uma espécie de ginástica, terapia, religião, dança, luta, arranjo floral? Tudo sobre Yôga orienta inclusive para a formação de instrutores de Yôga e é livro-texto da Universidade de Yôga. Os dois livros abaixo complementam este primeiro (e vice-versa).

2. Yôga a sério – Esclarecimentos de ordem teórica, prática, ética, filosófica e pedagógica sobre o Yôga Antigo. Este livro discorre sobre a verdadeira proposta de um trabalho de Yôga com seriedade, fornecendo dados inestimáveis para proteger o consumidor que fica desorientado com tantas informações contraditórias a respeito desta modalidade, SwáSthya, a sistematização do Yôga Pré-Clássico. Proporciona também esclarecimentos sobre várias técnicas e diversos outros tipos de Yôga (Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñána Yôga, Layá Yôga, Mantra Yôga, Tantra Yôga, Kundaliní Yôga, Siddha Yôga, Hatha Yôga e outros). Pode ser complementado com o título seguinte (no. 3, abaixo).

3. Zen noção – Quem pratica o Método DeRose não é “zen”. Este livro informa e esclarece o leitor e tem a proposta de demolir preconceitos, pois eles são sempre fruto da ignorância. É ideal para que o praticante de qualquer linha de Yôga o presenteie aos seus amigos e parentes a fim de que deixem de manifestar atitudes discriminatórias ou observa-ções estereotipadas e equivocadas. Pode ser complementado com os anteriores (acima).

4. Prática Básica de Yôga (para iniciantes) – Tendo já conhecido o conteúdo dos livros anteriores (nos. 1, 2 e 3, acima), está na hora de praticar. O leitor vai encontrar neste livro 84 técnicas, entre respiratórios, procedimentos corporais, relaxamento, meditação, mantra etc., tudo já montado na forma de uma aula completa e equilibrada. A prática é muito fácil de ser seguida por iniciantes sem nenhuma experiência, desde que estejam com a saúde perfeita. Várias ilustrações auxiliam o praticante para a compreensão da técnica descrita. Se o leitor desejar uma orientação melhor, pode adquirir o CD ou o DVD com a gravação que ensina a mesma Prática Básica contida no pocket book.

Esperamos que você fique satisfeito com as informa-ções prestadas nesta coleção e que usufrua de uma prática saudável e autêntica de Yôga.

Comissão Editorial

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UM YÔGA AUTÊNTICO

A proposta desta coleção é proporcionar aos estudiosos o resultado de uma pesquisa desenvolvida durante mais de 40 anos, sendo 24 anos de viagens à Índia. É o resgate da ima-gem de um Yôga Ancestral que, fora da nossa linhagem, já não se encontra em parte alguma.

Muito se escreveu e escreve-se sobre o Yôga Moderno, mas quase nada há escrito sobre o Yôga Antigo, que é muito mais fascinante. O Yôga Pré-Clássico é uma peça viva de arqueologia cultural, considerada extinta na própria Índia, seu país de origem há mais de 5.000 anos. O que é raro é mais valioso, no entanto, independentemente desse valor como raridade, o Yôga Pré-Clássico é extremamente com-pleto e diferente de tudo o que você possa estereotipar com o cliché “Yôga”. Além disso, ao estudar essa modalidade, temos ainda a satisfação incontida de estar dedicando-nos ao Yôga original, logo, o mais autêntico de todos. Não obstan-te, como estudar o Yôga mais antigo se não há quase ne-nhuma bibliografia disponível?

No início não existia a escrita e o conhecimento era passado por transmissão oral. Depois, na fase do Yôga Clássico, por

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volta do século III a.C., não existia a imprensa, os livros tinham de ser escritos a mão e reproduzidos um a um pelos copistas, o que tornava o produto literário muito caro e as edições bem restritas. Por essa época havia uma quantidade irrisória de obras e uma tiragem de sucesso teria algo como uma centena de exemplares. Dessa forma, foi relativamente fácil perderem-se obras inteiras, por incêndios, terremotos, enchentes, guerras ou, simplesmente, por perseguições ideo-lógicas. Não nos restou quase nada.

Por outro lado, do Yôga Moderno praticamente tudo foi preservado. Primeiro, devido ao menor decurso de tempo que transcorreu entre a época da publicação e o momento presente. Depois, com o barateamento dos livros, graças ao advento da tipografia, muito mais obras foram escritas e suas tiragens alcançaram a cifra dos milhares de cópias. Assim, sempre haveria uns quantos exemplares em outro local quando ocorressem os incêndios, os terremotos, as enchentes, as guerras ou as perseguições.

O resultado disso é que hoje quase todos os livros, escolas e instrutores de Yôga são de linha Medieval ou fortemente influenciados por ela. O Yôga Contemporâneo ainda não teve tempo suficiente para uma produção editorial relevante. Pior: a maior parte está contaminada pelos paradigmas da fase anterior e confunde-se com o Medieval, até pelos pró-prios jargões utilizados e pela distorção do significado dos termos técnicos aplicados.

Assim sendo, sem dispor de vias já trilhadas de acesso ao Yôga mais antigo, para chegar aonde cheguei foi necessário ir revolvendo, polegada por polegada, o entulho dos séculos. Primeiramente analisei o Yôga Contemporâneo. Depois, voltando para o passado mais próximo, esquadrinhei a ver-

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tente do período anterior, o Yôga Medieval1. Passados uns bons 15 anos de estudos, tendo esgotado a literatura dispo-nível, estava na hora de viajar à Índia para pesquisar in loco. Em Bombaim (atual Mumbai) enfurnei-me no Yôga Clássi-co e nos Himalayas em tradições, talvez, mais antigas. Um belo dia, descortinei uma modalidade que ficara perdida durante séculos, o Yôga Pré-Clássico. Mais 20 anos se pas-saram, durante os quais, indo e vindo da Índia, tratei de aprofundar minha pesquisa nos Shástras, na meditação e nos debates com swámis e saddhus de várias Escolas. O resulta-do foi impactante e pode mudar a História do Yôga.

É esse resultado que vou expor no texto desta coleção de trinta títulos publicados sob a chancela da Universidade de Yôga. Dentre eles, mais de dez livros de minha autoria en-contram-se disponíveis para download gratuito no website www.uni-yoga.org. Eles podem ser acessados sem custo porque a nossa proposta é cultural e não comercial. Traba-lhamos por ideal, porque acreditamos no ser humano e te-mos a esperança de melhorar o mundo.

Desejo uma boa leitura para você.

1 Numa história de 5000 anos, Medieval é considerado Moderno. Estude o quadro da Cronologia Histórica, que é explicado em detalhe no nosso livro Tratado de Yôga.

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ALGUMAS OUTRAS OBRAS RECOMENDADAS 1. DeRose, Tratado de Yôga, Nobel. 2. DeRose, Quando é preciso ser forte, Nobel. 3. DeRose, Boas Maneiras no Yôga, Nobel. 4. DeRose, Eu me lembro..., futuramente pela Nobel. 5. DeRose, Sútras – máximas de lucidez e êxtase, Nobel. 6. DeRose, Alimentação vegetariana: chega de abobrinha!, Nobel. 7. DeRose, Origens do Yôga Antigo, Nobel. 8. DeRose, Chakras e kundaliní, Nobel. 9. De Bona, Rodrigo, A parábola do croissant, edição do autor. 10. Santos, Sérgio, Yôga, Sámkhya e Tantra, Uni-Yôga. 11. Santos, Sérgio, Pújá – A força da gratidão, Nobel. 12. Flores, Anahí, Coreografias, Uni-Yôga. 13. Flores, Melina, Técnicas corporais do Yôga Antigo, edição da autora. 14. Marengo, Joris, SwáSthya Yôga nas empresas, futuramente pela Nobel. 15. Marengo, Joris, 50 Aulas práticas de SwáSthya Yôga, idem. 16. Castro, Rosângela, Gourmet vegetariano, idem. 17. Caramella, Edgardo, La dieta del Yôga, Kier, Buenos Aires. 18. Barcesat, Yael, Complementación pedagogica, Uni-Yôga.

SE DESEJAR UMA BIBLIOGRAFIA COM MUITOS OUTROS AUTORES E SOBRE DIVERSOS RAMOS DE YÔGA, CONSULTE O CAPÍTULO BIBLIOGRAFIA DO LIVRO TRATADO DE YÔGA.

Instrutores Carla Cordeiro e Heduan Pinheiro

Fotografia de Rodolpho Pajuaba

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NOSSA PROPOSTA CULTURAL Os candidatos, quando me procuram, não estão inte-ressados em paliativos para mascarar as mazelas do trivial diário. Eles estão interessados em absorver uma cultura. Segundo o Dicionário Houaiss, cultura signi-fica, entre outras coisas: conjunto de padrões de com-portamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social. Pois bem, Nossa Cul-tura é uma reeducação comportamental que contempla especialmente o bom relacionamento entre os seres humanos e tudo o que possa estar associado com isso (por esse motivo, foi sugerido que nossa profissão se denominasse sócio-humanismo). Escrevo sobre vários temas: comportamento, ficção, boas maneiras, contos, gastronomia, biografia, filoso-fia, etc. Os que me lêem e assistem às minhas aulas reeduco-os para que se tornem pessoas melhores, mais polidas, mais viajadas, mais refinadas, mais civiliza-das, mais cultas, que aprimorem até sua linguagem e suas boas maneiras. Sugiro uma revolução comporta-mental, propondo uma forma mais sensível e amorosa de relacionamento com a família, com o parceiro afeti-vo, com os amigos, com os subordinados e com os desconhecidos. Recomendo que eventuais conflitos sejam solucionados elegantemente, sem confrontos. De

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quebra, ensino como respirar melhor, como relaxar, como concentrar-se e cultivar a qualidade de vida, proporcionando condições culturais e sociais para que os jovens se mantenham longe das drogas, do fumo e do álcool. Tudo isso junto, em última análise, conduz ao autoconhecimento. Esta proposta seleciona o público mais afeito à cultura e faz alusão ao fato de que não ensinamos apenas al-gumas macaquices, coisas de saltimbancos, como al-gumas pessoas entendem, mas que ensinamos uma cultura. Como efeito colateral benéfico, ficamos atre-lados ao Ministério da Cultura e não ao Ministério da Educação. Em reunião que tive em Brasília com o Ministro Gilberto Gil, ele me disse uma frase memorá-vel: “Conhecimento é com o Ministério da Educação. Autoconhecimento é com o Ministério da Cultura” que é o nosso caso.

MANTENDO OS JOVENS LONGE DAS DROGAS Se o meu trabalho e o de todas as instituições filiadas ao meu método não servisse para mais nada, se não proporcionasse nenhuma outra contribuição social, ele seria válido apenas pelo seu aspecto de manter milha-res de jovens longe das drogas. O grande sonho de todo pai ou mãe é ter a certeza de que seu filho ou filha está em boa companhia e não vai se envol-ver com drogas, nem sair para a balada conduzido(a) por um amigo alcoolizado na direção de um veículo assassino.

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Durante um curso de SwáSthya Yôga, o jovem Vinici-us Machado dirigiu-se a mim e fez uma declaração pública que comoveu os presentes: – Professor. Quero lhe agradecer, porque você salvou a minha vida. Respondi que ele também estava salvando a vida de muita gente, pois também era instrutor de SwáSthya. Mas Vini explicou: – Não. Você salvou mesmo a minha vida. Eu tinha um amigo e costumava sair com ele para a night. A gente enchia a cara e saía por aí. Hoje, depois da aula, eu estou indo ao velório dele. Encheu a cara, bateu com o carro e morreu. Eu podia estar lá, mas estou aqui, vivo. Por isso, digo que você salvou a minha vida. Os pais reconhecem isso. Há tempos um pai me per-guntou como conseguimos o que ele nunca havia lo-grado: como conseguimos que a garotada se afaste das drogas, da bebida e até do fumo? Na verdade, quem consegue isso é o ambiente saudá-vel, é a boa companhia, são os demais jovens com quem o recém-chegado vai conviver. Ele vê aquela moçada bonita, corpos sarados, gente alegre e feliz. Ele quer participar daquela tribo. Mas para ser aceito pela galera tem que ser cara-limpa. Fica-nos a sensação de confiança que recebemos dos pais e mães, e o sentimento de responsabilidade com que devemos corresponder àquele privilégio. Feliz-mente, cada vez mais pais e mães compreendem e

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apóiam seus filhos para que sigam a profissão que tiverem escolhido, ainda que seja a de músico, artista ou instrutor de Yôga!

EM 5000 ANOS MUITA DETURPAÇÃO PODE ACONTECER

O Yôga tem 5000 anos de existência. Nesses cinco milênios, foi desvirtuado sucessivas vezes. Façamos uma comparação. Estamos no século XXI da Era Cris-tã. Muito bem. Existe uma luta chamada Capoeira, que é legitimamente brasileira. Tem suas raízes em tradi-ções africanas, porém nasceu no nosso país. Imagine que, hipoteticamente, dentro de alguns anos, a Amazô-nia fosse invadida com o pretexto de ocupá-la para salvar tal patrimônio da humanidade das mãos desses latino-americanos irresponsáveis que a estão destruin-do. Eles invadem o Brasil que, tal como os drávidas que viviam na Índia há 5.000 anos, não tem tradição guer-reira. Já os invasores, esses sim, têm uma história de guerras, conquistas e império, tal como os sub-bárbaros arianos que invadiram a Índia e cometeram o primeiro grande desnaturamento do Yôga. Como ocorreu com o Império Romano, que ia incorpo-rando outras culturas (ao absorver do Lácio o latim, da Grécia a arquitetura, escultura, mitologia, etc.), esse novo império absorve a Capoeira. Em pouco tempo, digamos, um século, classificam-na como dança (“afi-

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nal, eles não dançam?”). E a reestruturam, pois isso de bater atabaques e tocar um instrumento de cordas com uma corda só é muito primitivo. Eliminam os tambores e substituem o berimbau pela guitarra eletrobioplásmi-ca, com acompanhamento de “sincretizador” (que substituirá o computador, aquela máquina primitiva que vivia “dando pau” e pegando vírus). Passam-se mil anos. Lá pelo ano 3000 da era Cristã, ocorre outra invasão. O Brasil é ocupado por uma ter-ceira etnia e novos Mestres de Capoeira introduzem uma codificação que a define como religião (“afinal, eles não se benzem antes de jogar?”). Uma dança reli-giosa, uma dança ritual. Surgem mosteiros, templos e igrejas do culto Capoeirista. Essa vertente passa a ser conhecida como Capoeira Clássica. Passado mais um milênio, em torno do ano 4000, já não se fala a mesma língua, nem habita neste território o mesmo povo e a Floresta Amazônica nem existe mais. Surpreendentemente, a Capoeira sobreviveu e tem mesmo um sólido sistema cultural que a preserva. Só que agora, após alguns concílios, decidiram que Capoeira é uma terapia. Passa a ser uma dança espiri-tual terapêutica. Mais um milênio se passa. Estamos lá pelo ano 5000 d.C. Ninguém mais se lembra das suas origens. Criam mitologias. Surgem versões negando que a Capoeira tenha surgido numa nação mítica chamada Brasil, a qual teria existido há tanto tempo que caiu no esque-cimento. Alguns eruditos defendem que a Capoeira

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teria sido criada pelos negros escravos, mas a etnia então dominante nega-o peremptoriamente, e ameaça de punição quem se atrever a insistir nessa invencioni-ce subversiva. A Capoeira é institucionalizada como uma prática para a terceira idade. Torna-se uma dança espiritual terapêutica para idosos. Outros mil anos são transcorridos. Estamos agora no ano 6000 da Era Cristã. Todas as evidências de uma civilização latino-americana desapareceram, apagadas intencionalmente pelos cientistas e religiosos desse novo período histórico. A opinião pública de então, decide que Capoeira é para mulheres, que é ótima para TPM, gestação, rugas, celulite, varizes e que rejuve-nesce. A Capoeira passa a ser classificada como uma dança espiritual, terapêutica, para idosos e para mulhe-res. Quem afirmar que a Capoeira legítima é uma luta, destinada a pessoas jovens e saudáveis, passa a ser acusado de discriminar os enfermos, os idosos e as mulheres; é acusado de ser polêmico; torna-se perse-guido e severamente castigado com a difamação, a execração e ameaças de morte. Bem, no caso da Capoeira, nós só imaginamos 4000 anos de deturpações, do ano 2000 ao ano 6000 d.C. No caso do Yôga precisamos computar mais um milênio de distorções, já que essa filosofia conta com cinco mil anos de existência. Oh! Céus! Eu disse filosofia? Foi sem querer. Juro. Eu quis dizer uma terapia mística, ou uma ginástica es-drúxula, ou o que você preferir.

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MAS COMO É NA ÍNDIA? Eu viajei para a Índia durante 24 anos. Freqüentei vá-rios tipos de estabelecimentos, desde as escolas até os mosteiros, dos mais sérios aos que já estavam conta-minados pelo consumismo ocidental – e percebi as diferenças. Mas, em todos eles, ocorria um mesmo fenômeno. Os alunos indianos entravam na sala de aula com cara normal e roupa normal, muitas vezes praticando de calça e camisa. Os ocidentais, no entan-to, pareciam um bando de alucinados que se destaca-vam dos hindus por serem os únicos a estar vestidos com “roupa indiana”, isto é, o equivalente àquelas camisas hipercoloridas e cheias de flores que os turis-tas estrangeiros usam no Brasil por acharem que aqui é assim que o povo se veste. Será que os gringos não percebem que nenhum brasileiro está portando aquelas camisas espalhafatosas, ou que nenhum indiano está vestindo a tal de “roupa indiana” (especialmente as famosas “saias indianas”, que nenhuma indiana veste)? Durante a aula de Yôga, os hindus preservam a fisio-nomia de pessoas perfeitamente normais, sorriem, interagem com os colegas e com o instrutor, às vezes até fazem gracejos. Os ocidentais, pelo contrário, man-têm-se muito taciturnos, com cara de santo cristão e, às vezes, babam um pouco. Freqüentemente os instrutores que levei em minhas viagens, para conhecer o verdadeiro Yôga da Índia, observaram:

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– DeRose, você já percebeu que os ocidentais ficam com cara de malucos quando entram numa sala de Yôga e que os indianos são como nós do SwáSthya e preservam a cara e a atitude normal? Pois é. Aí está o x da questão. O ocidental vai à Índia, olha, mas não vê. Ouve, mas não escuta. Tanto que volta falando “ióga”, embora todos lá pronunciem Yôga, com ô fechado. É uma questão de paradigma. O ocidental enfurnou no bestunto que Yôga deveria ser de uma de-terminada forma. Depois ele viaja para a Índia e não con-segue perceber que lá é diferente do clima cristianizado, naturéba e alternativóide que grassa no Ocidente. Uma das fantasias é que na Índia – e nas escolas de Yôga desse país – só se coma pão integral, arroz inte-gral, açúcar mascavo e outros modismos ocidentais. Só que não é assim. Nas escolas de Yôga come-se muito bem, desfruta-se uma comida deliciosa, bem tempera-da e, fora isso, normal. Hoje já há alguns estabelecimentos com opções inte-grais para atender a turistas, assim como já existem escolas de Yôga para satisfazer os devaneios dos que pagam bem para que lhes vendam o que eles querem comprar, ou seja, aquilo que o ocidental pensa que o Yôga é. “Eppur, non è!”

CONCESSÃO A UMA PITADA DE VEEMÊNCIA Tenho consciência de que meu discurso é muito categóri-co. Nutro boas razões para tanto. Contudo, não é minha intenção agredir ou ofender ninguém. A nós brasileiros e

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latino-americanos é-nos concedido carregar um pouco nas tintas quando nos referimos ao nosso valor. Toma-mos essa liberdade para contrabalançar a atitude interna-cional com relação ao nosso país e à América Majoritá-ria, chamada de Latina. Disso temos um duplo orgulho, primeiro por que foram os latinos que difundiram o latim, língua nobre do Ocidente; segundo, porque se somarmos os habitantes das Américas do Sul, do Centro e a porção ocupada pelo México na América do Norte, teremos o que chamo de América Maior, com um número esmaga-dor de habitantes (perto de um bilhão, sendo que um quinto desse número habita o Brasil), um mercado que merece respeito, uma enorme riqueza mineral, florestal e agrária capaz de alimentar o mundo todo.

PORQUE O MÉTODO DeROSE É TÃO RESPEITADO NO EXTERIOR

Consegui inverter o fluxo nas correntes da transmissão de conhecimento. Durante séculos, o Brasil só teve o privilégio de comprar cultura. Nunca o de transmiti-la. Pois bem, a Universidade de Yôga foi a primeira enti-dade cultural brasileira a exportar cultura para a Euro-pa, sistematicamente, durante décadas. Desde 1975 dou cursos em países europeus, os quais estão se inten-sificando cada vez mais. Graças à Uni-Yôga os brasi-leiros que viajam para o exterior experimentam um gostinho sem precedentes que é o de entrar falando português nos nossos afiliados na França, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália, Bélgica, Estados Unidos...

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Até então, sempre precisávamos falar inglês para ser atendidos lá fora. Empresários brasileiros para fechar negócios com outros países sempre tiveram que falar inglês, mesmo para con-tratos assinados no Brasil! Um desrespeito inominável. No entanto, embora eu fale quatro línguas, sempre fiz negócios no exterior falando português2. Minhas aulas, palestras e noites de autógrafos na Europa são realizadas em português, com tradução simultânea às vezes para seis línguas. Isso é inédito. Nós o devemos à Universida-de de Yôga e não às outras áreas acadêmicas. Nem à Física, nem à Engenharia, nem à Arquitetura, nem ao Direito, nem à Medicina, e sim ao Yôga. Quem domina o Jiu-jitsu no mundo não são os japo-neses e sim os brasileiros. O melhor boxeador peso galo de todos os tempos foi o vegetariano brasileiro Éder Jofre. O mesmo ocorreu com o football, difun-dido pelos ingleses, mas que teve por pentacampeões mundiais nada menos que os habitantes da Terra de Santa Cruz. Os vencedores da Fórmula Um foram os brasileiros Emerson Fittipaldi e Airton Senna. E nin-guém precisa ir à Índia para encontrar o melhor Yôga técnico do mundo, precisa, sim, ir ao Brasil, pois é onde ele está nos albores do Terceiro Milênio.

2 Com exceção dos países que são nossos parceiros latino-americanos e mere-cem que eu fale em espanhol.

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A curiosidade é: como o Brasil se tornou o berço dessa reviravolta e desse resgate histórico, muito bem repre-sentado pelo presente livro? A resposta é simples. Na década de 70 do século pas-sado eu introduzi o Yôga nas universidades federais, estaduais e católicas de muitos estados do nosso país como curso de extensão universitária para a formação de instrutores. Isso fez toda a diferença, já que os estu-dantes passaram a levar sua preparação muito mais a sério. Antes, era o mesmo professor, a mesma matéria, os mesmos livros, mas ninguém se dedicava, nem es-tudava, nem acatava os testes mensais, nem fazia os trabalhos escritos. Depois que introduzi o Yôga nas universidades, continuava sendo o mesmo professor, a mesma matéria e os mesmos livros, mas então todos se dedicavam, estudavam, acatavam os testes mensais e faziam os trabalhos escritos. Qual a razão da mudança de atitude? Os alunos me respondiam candidamente: “Ah! Professor, agora é universidade, né?” Os cursos de formação de instrutores de Yôga nos outros países não haviam entrado nas universidades3 como ocorreu no Brasil. Isso fez com que os nossos professores durante quase quarenta anos de gerações sucessivas se tornassem cada vez mais qualificados. A conseqüência foi um salto evolutivo que colocou os brasileiros entre os melhores profissionais da área no

3 A não ser os que fiz introduzir mais tarde em Portugal e na Argentina.

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mundo; seguidos pelos portugueses e argentinos. Es-tamos mais de duzentos anos à frente da maior parte dos países autodenominados como “Primeiro Mundo”. Em quase todos eles a formação profissional se proces-sa em um week-end. Ora, que qualidade pode ter um Yôga teacher que entrou como aluno no sábado e saiu como profissional na segunda-feira? Se não acredita, leia os anúncios dos mencionados cursos nas revistas do ramo publicadas no exterior. Outro efeito colateral da boa formação dos nossos profissionais foi que no Brasil, nestes meus quase cin-qüenta anos de luta pela regulamentação passamos a contar com uma infra-estrutura de exames, documen-tação, supervisão, ética, federações, confederação e Sindicato Nacional de Yôga como não existe em ne-nhum outro país. Essa vitória ganha ainda maior relevância por saber-mos que o bloco dos países mais ricos insiste em nos olhar de soslaio. No entanto, modéstia às favas, com a Universidade de Yôga, com o Método DeRose, conseguimos reverter esse estado de coisas e o mundo aceita nos escutar e aprender conosco, porque detemos o melhor know-how de Yôga técnico do mundo. Não é vaidade. É orgulho sadio que quero compartilhar com você, estimado lei-tor, e com todos os brasileiros.

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Quando comemorei o primeiro milhão de livros vendi-dos em vários países percebi que nosso trabalho estava tendo aceitação de uma relevante maioria.

Profa. Fernanda Neis,

Diretora da Unidade Jardins, em São Paulo – SP

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Participação na Campanha do Agasalho.

Entregando as caixas à Primeira Dama, Dona Lu Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo

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EVIDÊNCIAS DA EXISTÊNCIA DO YÔGA PRIMITIVO

NADA NASCE JÁ CLÁSSICO

Em nossos estudos e mais de 20 anos de viagens à Índia detectamos um erro gravíssimo cometido pela maior parte dos autores de livros e pelos professores de Yôga. Declaram eles com freqüência que o Yôga mais antigo é o Yôga Clássico, do qual ter-se-iam originado todos os demais. É muito fácil provar que estão so-frendo de cegueira paradigmática. Para começo de conversa, nada nasce já clássico. A música não surgiu como música clássica. Primeiro nasceu a música primi-tiva que foi origem de todas as outras até que, muito tempo depois, apareceu a música clássica. A dança é outro exemplo eloqüente. Primeiro surgiu a dança pri-mitiva que deu origem a todas as outras modalidades e precisou consumir milhares de anos até chegar a um tipo chamado dança clássica. Nada nasce já clássico. E assim foi com o Yôga. Inicialmente, nasceu o Yôga Primitivo, Pré-Clássico, pré-ariano, pré-vêdico, proto-histórico. Ele precisou se transformar durante milhares

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de anos para chegar a ser considerado Yôga Clássico. Provado está que o Yôga Clássico não é o mais antigo, conseqüentemente, não nasceram dele todos os demais – o Pré-Clássico, por exemplo, não nasceu dele.

Além dessa demonstração, nas escavações em diversos sítios arqueológicos foram encontradas evidências de posições de Yôga muito anteriores ao período clássico; e textos que precederam essa época já citavam o Yôga.

É interessante porque, ao mesmo tempo em que todos os autores afirmam que o Yôga tem mais de 5000 anos de existência, a maioria declara que o Yôga mais antigo é o Clássico, o qual foi surgir a-penas no século terceiro antes da Era Cristã, crian-do uma lacuna de 3000 anos, o que constitui incoe-rência, no mínimo, em termos de matemática!

Mas como doutos escritores e Mestres honestos pude-ram cometer um erro tão primário?

Acontece que a Índia foi ocupada pelos áryas, cujas últimas vagas de ocupação ocorreram em cerca de 1500 a.C. Isso foi o golpe de misericórdia na Civiliza-ção Harappiana, de etnia dravídica. Conforme registra-ram muitos historiadores, os áryas eram na época um povo nômade guerreiro sub-bárbaro. Precisou evoluir mil e quinhentos anos para ascender à categoria de bárbaro durante o Império Romano. A Índia foi o úni-co país que, depois de haver conquistado a arte da arquitetura, após a ocupação ariana passou séculos sem arquitetura alguma, pois seus dominadores sabiam

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destruir, mas não sabiam construir, já que eram nôma-des e viviam em tendas de peles de animais.

Como sempre, “ai dos vencidos”. Os arianos aclama-ram-se raça superior (isto lembra-nos algum evento mais recente envolvendo os mesmos arianos?) promo-veram uma “limpeza étnica” e destruíram todas as evidências da civilização anterior. Essa eliminação de registros foi tão eficiente que ninguém na Índia e no mundo inteiro sabia da existência da Civilização Ha-rappiana, até o final do século XIX, quando o arqueó-logo inglês Alexander Cunningham começou a inves-tigar umas ruínas em 1873. Por isso, as Escrituras hin-dus ignoram o Yôga Primitivo e começam a História no meio do caminho, quando o Yôga já havia sido arianizado.

Tudo o que fosse dravídico era considerado inferior, assim como o fizeram nossos antepassados europeus ao dizimar os aborígines das Américas e usurpar suas terras. O que era da cultura indígena passou a ser con-siderado selvagem, inferior, primitivo, indigno e, até mesmo, pecaminoso e sacrílego. Faz pouco menos de quinhentos anos que a cultura européia destruiu as Civilizações Pré-Colombianas e já quase não há vestí-gio das línguas (a maioria foi extinta), assim como da sua medicina, das suas crenças e da sua engenharia que construiu Machu Picchu, as maiores pirâmides do mundo, os templos e as fortalezas, cortando a rocha com tanta perfeição sem o conhecimento do ferro e movendo-as sem a utilização da roda.

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Da mesma forma, na Índia, após mil e tantos anos de dominação ariana, não restara vestígio algum da extin-ta Civilização Dravídica. O Yôga mais antigo? “Só podia ser ariano!” Descoberto o erro histórico há mais de cem anos, já era hora de os autores de livros sobre o assunto pararem de simplesmente repetir o que outros escreveram antes dessa descoberta e admitirem que existira, sim, um Yôga arcaico, Pré-Clássico, pré-vêdico, pré-ariano, que era muito mais completo, mais forte e mais autêntico, justamente por ser o original.

O QUE É UMA CODIFICAÇÃO

Imagine que você ganhou como herança um armário muito antigo (no nosso caso, de cinco mil anos). De tanto admirá-lo, limpá-lo, mexer e remexer nele, aca-bou encontrando um painel que parecia esconder al-guma coisa dentro. Depois de muito tempo, trabalho e esforço para não danificar essa preciosidade, finalmen-te você consegue abrir. Era uma gaveta esquecida e, por isso mesmo, lacrada pelo tempo. Lá dentro você contempla extasiado um tesouro arqueológico: ferra-mentas, pergaminhos, sinetes, esculturas! Uma inesti-mável contribuição cultural!

As ferramentas ainda funcionam, pois os utensílios antigos eram muito fortes, construídos com arte e fei-tos para durar. Os pergaminhos estão legíveis e contêm ensinamentos importantes sobre a origem e a utilização

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das ferramentas e dos sinetes, bem como sobre o signi-ficado histórico das esculturas. Tudo está intacto sim, mas tremendamente desarrumado, embaralhado e com a poeira dos séculos. Então, você apenas limpa cuida-dosamente e arruma a gaveta. Pergaminhos aqui, fer-ramentas acolá, sinetes à esquerda, esculturas à direita. Depois você fecha de novo a gaveta, agora sempre disponível e arrumada.

O que foi que você tirou da gaveta? O que acrescen-tou? Nada. Você apenas organizou, sistematizou, codi-ficou.

Pois foi apenas isso que fizemos. O armário é o Yôga antigo, cuja herança nos foi deixada pelos Mestres ancestrais. A gaveta é um comprimento de onda pecu-liar no inconsciente coletivo. As ferramentas são as técnicas do Yôga. Os pergaminhos são os ensinamen-tos dos Mestres do passado, que nós jamais teríamos a petulância de querer alterar. Isto foi a sistematização do SwáSthya Yôga.

Por ter sido honesta e cuidadosa em não modificar, não adaptar, nem ocidentalizar coisa alguma, nossa codifi-cação foi muito bem aceita pela maioria dos estudio-sos. Hoje, esse método sistematizado no Brasil existe em todos os Continentes. Se alguém não o conhecer pelo nome de SwáSthya Yôga, conhecerá seguramente pelo nome erudito e antigo: Dakshinacharatántrika-Niríshwarasámkhya Yôga.

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Seu nome já denota as origens ancestrais uma vez que o Yôga mais antigo (pré-clássico, pré-ariano) era de fundamentação Tantra e Sámkhya. Compare estas informações com o quadro da Cronologia Histórica que reproduzimos a seguir. Esse quadro sinótico é explicado no livro Tratado de Yôga, deste autor, Edi-tora Nobel.

CRONOLOGIA HISTÓRICA DO YÔGA DIVISÃO YÔGA ANTIGO YÔGA MODERNO

TENDÊNCIA Sámkhya Vêdánta PERÍODO Yôga Pré-Clássico Yôga Clássico Yôga Medieval Contemporâneo ÉPOCA Mais de 5.000 anos séc. III a.C. séc. VIII d.C. séc. XI d.C. Século XX

MESTRE Shiva Pátañjali Shankara Gôrakshanatha Rámakrishna e Aurobindo4

LITERATURA Upanishad Yôga Sútra Vivêka Chudamani Hatha Yôga Vários livros FASE Proto-Histórica Histórica

FONTE Shruti Smriti POVO Drávida Árya LINHA Tantra Brahmácharya

No quadro acima, o Yôga Pré-Clássico está sombreado por se encontrar no limbo da História oficial, conquanto continuem surgindo mais e mais evidências da existência de um Yôga anterior ao Clássico. Mais esclarecimentos nos livros Tratado de Yôga deste autor; Yôga, Sámkhya e Tantra, do Mestre Sérgio Santos, Editora Nobel.

4 Embora a tendência da maior parte dos Mestres e Escolas continue sendo brahmácharya, no período contemporâneo começa a se instalar uma tendência tântrica (dakshinachara) representada por Aurobindo e Rámakrishna.

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O QUE É O SWÁSTHYA YÔGA

SwáSthya, em sânscrito, língua morta da Índia, signifi-ca auto-suficiência (swa = seu próprio). Também em-bute os significados de saúde, bem estar, conforto, satisfação. Pronuncia-se “suástia”. Em hindi, a língua mais falada na Índia, significa simplesmente saúde. Nesse caso, com o sotaque hindi, pronuncia-se “suás-ti”. Não permita que pessoas pouco informadas con-fundam SwáSthya, sânscrito, método antigo, com SwáSthya (“suásti”), hindi, que daria uma interpreta-ção equivocada com conotação terapêutica. Consulte a respeito o Sanskrit-English Dictionary, de Sir Monier-Williams, o mais respeitado dicionário de sânscrito.

A DEFINIÇÃO FORMAL DO NOSSO YÔGA

SwáSthya Yôga é o nome da sistematização do Yôga Antigo, Pré-Clássico, o Yôga mais completo do mun-do.

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A ESTRUTURA DO SWÁSTHYA YÔGA

ETAPA FASE ESTÁGIO EM QUE CONSISTE

1 pré-Yôga preparatório antes de ter acesso ao Yôga INICIAL

2 ashtánga sádhana reforço da estrutura biológica 3 bhúta shuddhi período de purificação corporal intensiva

MEDIAL 4 maithuna canalização da energia sexual 5 kundaliní despertamento da energia criadora

FINAL 6 samádhi estado de hiperconsciência

O MÉTODO CONSISTE EM TRÊS ETAPAS:

1. A etapa inicial – tem por objetivo preparar o prati-cante para suportar o empuxo evolutivo que ocorre-rá na etapa final. O resultado desse preparo prévio é o reforço da estrutura biológica com um aumento sensível e imediato da vitalidade.

2. A etapa medial – tem por objetivo a purificação mais intensiva e energização da libido.

3. A etapa final – tem por objetivo despertar a energia kundaliní, com o conseqüente desenvolvimento dos chakras, seus poderes paranormais e, finalmente, a e-closão da hiperconsciência chamada samádhi.

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Noutras palavras, a etapa inicial visa a proporcionar saúde e força suficientes para que o praticante agüente as prodigiosas alterações biológicas resultantes de uma evolução pessoal acelerada que ocorrerá na etapa final. Por isso, a etapa inicial tende a proporcionar todos aqueles proverbiais efeitos do Yôga. É que a fase final vai trabalhar para tornar o praticante uma pessoa fora da faixa da normalidade, acima dela. Se alguém está fora dessa faixa para baixo, a fase inicial vai içá-lo até à normalidade plena, conferindo-lhe uma cota ótima de saúde e vitalidade. Daí poderemos fazer um bom traba-lho de desenvolvimento interior equilibrado e seguro, no qual o praticante vai conquistar a evolução de um milhão de anos em uma década. Para isso, há que ad-quirir estrutura. Por esse motivo, há uma legião de pessoas que adotam o Yôga apenas visando os benefícios propiciados pela prática introdutória e por aí ficam, satisfeitas com os ótimos resultados obtidos.

I. CARACTERÍSTICAS DO SWÁSTHYA

1) ASHTÁNGA SÁDHANA A característica principal do SwáSthya Yôga é sua prática ortodoxa denominada ashtánga sádhana (ashta = oito; anga = parte; sádhana = prática). Trata-se de uma prática integrada em oito partes, a saber: mudrá, pújá, mantra, pránáyáma, kriyá, ásana, yôganidrá,

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samyama. Estes elementos serão explicados em deta-lhe mais adiante.

2) REGRAS GERAIS DE EXECUÇÃO Uma das mais notáveis contribuições históricas da nossa sistematização foi o advento das regras gerais, as quais não são encontradas em nenhum outro tipo de Yôga... a menos que venham a ser incorporadas a partir de agora, por influência do SwáSthya Yôga. Já temos testemunha-do exemplos dessa tendência em aulas e textos de vários tipos de Yôga em diferentes países, após o contacto com o SwáSthya. É fácil constatar que as regras e demais características do nosso método não eram conhecidas nem utilizadas anteriormente: basta consultar os livros das várias mo-dalidades de Yôga publicados antes da codificação do SwáSthya. Em nenhum deles vai ser encontrada refe-rência alguma às regras gerais de execução. Por outro lado, podemos demonstrar que as regras gerais constituíram apenas uma descoberta e não uma adaptação, pois sempre estiveram presentes subjacen-temente. Tome para exemplo alguns exercícios quais-quer, tais como uma anteflexão (paschimôttanásana), uma retroflexão (bhujangásana) e uma lateroflexão (trikônásana), e execute-os de acordo com as regras do SwáSthya Yôga. Depois consulte um livro de Hatha Yôga e faça as mesmas posições seguindo suas exten-sas descrições para cada ásana. Você vai se surpreen-der: as execuções serão equivalentes em mais de 90%

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dos casos. Portanto, existe um padrão de comporta-mento. Esse padrão foi identificado por nós e sinteti-zado na forma de regras gerais. Tal fato passou despercebido a tantas gerações de Mes-tres do mundo inteiro durante milhares de anos e foi descoberto somente na entrada do terceiro milênio da Era Cristã, da mesma forma como a lei da gravidade passou sem ser registrada pelos grandes sábios e físi-cos da Grécia, Índia, China, Egito e do mundo todo, só vindo a ser descoberta bem recentemente por Newton. Assim como Newton não inventou a gravidade, tam-bém não inventamos as regras gerais de execução. Elas sempre estiveram lá, mas ninguém notou. No SwáSthya Yôga as regras ajudam bastante, simpli-ficando a aprendizagem e acelerando a evolução do praticante. Ao instrutor, além disso, poupa um tempo precioso, habitualmente gasto com descrições e instru-ções desnecessárias.

3) SEQÜÊNCIAS COREOGRÁFICAS Outra importante característica do SwáSthya Yôga é o resgate do conceito primitivo de treinamento, que con-siste em execuções mais naturais, anteriores ao costu-me de repetir os ásanas. A instituição do sistema repe-titivo é muito mais recente do que se imagina. As téc-nicas antigas, livres das limitações impostas pela repe-tição, tornavam-se ligadas entre si por encadeamentos espontâneos. No SwáSthya Yôga esses encadeamentos constituem movimentos de ligação entre os ásanas não

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repetitivos nem estanques, o que predispõe à elabora-ção de execuções coreográficas. Assim, [A] a não repetição, [B] as passagens (movi-mentos de ligação) e [C] as coreografias (com ásanas, mudrás, bandhas, kriyás, etc.), são conseqüências umas das outras, reciprocamente, e fazem parte desta terceira característica do SwáSthya Yôga. As coreografias também não são uma criação contem-porânea. Esse conceito remonta ao Yôga primitivo, do tempo em que o Homem não tinha religiões institucio-nalizadas e adorava o Sol. O último rudimento dessa maneira primitiva de execução coreográfica, é a mais ancestral prática do Yôga: o súrya namaskara! Ocorre que o súrya namaskara é a única reminiscência de coreografia registrada nas lembranças do Yôga moderno. Não constitui, portanto, característica sua. Vale lembrar que o Hatha Yôga é um Yôga moderno, um dos últimos a surgir, já no século XI depois de Cristo, cerca de 4.000 anos após a origem primeira do Yôga. Importante: o instrutor que declara ensinar SwáSthya Yôga, mas não monta a aula inteira com formato de coreografia não está transmitindo um SwáSthya 100% legítimo. Quem não consegue infundir nos seus alunos o entusiasmo pela prática em forma de coreografia, preci-sa fazer mais cursos e estreitar o contato com a nossa egrégora, pois ainda não compreendeu o ensinamento do codificador do SwáSthya Yôga.

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4) PÚBLICO IDENTIFICADO É fundamental que se compreenda: para tratar-se real-mente de SwáSthya Yôga não basta a fidelidade ao método. É preciso que as pessoas que o praticam sejam o público identificado. Caso contrário, estarão tecni-camente praticando o método preconizado, mas, ao fim e ao cabo, não estarão exercendo o SwáSthya Yôga. Seria o mesmo que dispor da tecnologia certa para produzir um pão de excelente qualidade, mas querer fazê-lo com a farinha inadequada.

5) SENTIMENTO GREGÁRIO O sentimento gregário é a força de coesão que nos fez crescer e tornar-nos tão fortes. Sentimento gregário é a energia que nos mobiliza para participar de todos os cursos, eventos, reuniões, viagens e festas do SwáSth-ya Yôga, pois isso nos dá prazer. Sentimento gregário é o sentimento de gratidão que eclode no nosso peito pelo privilégio de estar juntos e participando de tudo ao lado de pessoas tão especiais. É o poder invisível que nos confere sucesso em tudo o que fizermos, gra-ças ao apoio que os colegas nos ofertam com a maior boa vontade. Sentimento gregário é a satisfação incon-tida com a qual compartilhamos nossas descobertas e dicas para o aprimoramento técnico, pedagógico, filo-sófico, ético etc. Sentimento gregário é o que induz cada um de nós a perceber, bem no âmago da nossa alma, que fazer tudo isso, participar de tudo isso, não é uma obrigação, mas uma satisfação.

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6) SERIEDADE SUPERLATIVA Ao travar contato com a Nossa Cultura, uma das primeiras impressões observadas pelos estudiosos é a superlativa seriedade que se percebe nos nossos textos, linguagem e procedimentos. Essa seriedade manifesta-se em todos os níveis, desde a honestidade de propósitos – uma honestidade fundamentalista – até o cuidado extremado de não fazer nenhum tipo de doutrinação, nem proselitismo, nem promessas de terapia. Definitivamente, não se encontra tal cuidado na maior parte das demais modalidades de aprimo-ramento pessoal. Fazemos questão absoluta de que nossos instrutores e alunos sejam rigorosamente éticos em todas as suas atitudes, tanto no nosso círculo cultural, quanto no trabalho, nas relações afetivas, na família e em todas as circunstâncias da vida. Devemos lembrar-nos de que, mesmo enquanto alunos, somos repre-sentantes do Yôga Antigo e a opinião pública julgará a validade da proposta a partir do nosso comporta-mento e imagem. Em se tratando de dinheiro, saiba que é preferível per-der o nobre metal a perder um amigo, ou perder o bom nome, ou perder a classe. Devemos mostrar-nos profundamente responsáveis, maduros e honestos ao realizar negócios, ao fazer declarações, ao evitar conflitos, ao buscar aprimo-ramento em boas maneiras, ao cultivar a elegância e

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a fidalguia. O mundo espera de nós um modelo de equilíbrio, especialmente quando tivermos a obriga-ção moral de defender corajosamente nossos direitos e aquilo ou aqueles em que acreditamos. Fugir à luta seria a mais desprezível covardia. Lutar com galhar-dia em defesa da justiça e da verdade é um atributo dos corajosos. Contudo, lutar com elegância e digni-dade é algo que poucos conseguem conquistar.

7) ALEGRIA SINCERA Seriedade e alegria não são mutuamente exclu-dentes. Você pode ser uma pessoa contagiantemente alegre e, ao mesmo tempo, seriíssima dentro dos preceitos comportamentais que regem a vida em sociedade. A alegria é saudável e nos predispõe a uma vida longa e feliz. A alegria esculpe nossa fisionomia para que denote mais juventude e simpatia. A alegria cativa e abre portas que, sem ela, nos custariam mais esforço. A alegria pode conquistar amigos sinceros e preservar as amizades antigas. Pode até salvar casa-mentos. Um praticante de Yôga sem alegria é inconcebível. Se o Yôga traz felicidade, o sorriso e o comporta-mento descontraído são suas conseqüências inevitá-veis. No entanto, administre sua alegria para que não pas-se dos limites e não agrida os demais. Algumas pes-

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soas quando ficam alegres tornam-se ruidosas, inde-licadas e invasivas. Esse, obviamente, não é o caso do swáSthya yôgin.

8) LEALDADE INQUEBRANTÁVEL Lealdade aos ideais, lealdade aos amigos, lealdade ao seu tipo de Yôga, lealdade ao Mestre, são tam-bém característica marcante do Yôga Antigo. No SwáSthya valorizamos até a lealdade aos clientes e aos fornecedores. Simbolicamente, somos leais mesmo aos nossos objetos e à nossa casa, procuran-do preservá-los e cultivar a estabilidade, ao evitar a substituição e a mudança pelo simples impulso de variar (Yôga chitta vritti nirôdhah). Há circunstân-cias em que mudar faz parte da evolução e pode constituir a solução de um problema de estagnação. Nesse caso, é claro, não se trata de instabilidade emocional. O próprio Shiva, criador do Yôga, tem como um dos seus atributos a renovação. Não há nada mais lindo que ser leal. Leal quando todos os demais já deixaram de sê-lo. Leal quando todas as evidências apontam contra o seu ente queri-do, pessoa amada, colega ou companheiro, mas você não teme comprometer-se e mantém-se leal até o fim. Realmente, não há nada mais nobre que a lealdade, especialmente numa época em que tão poucos pre-servam essa virtude.

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II. PRÁTICA ORTODOXA

SwáSthya Yôga é o próprio tronco de Yôga Pré-Clássico, após a sistematização. O SwáSthya Yôga mais autêntico é o ortodoxo, no qual cada prática é constituída pelas oito partes seguintes:

1. mudrá Gesto reflexológico feito com as mãos; 2. pújá5 Retribuição ética de energia; 3. mantra Vocalização de sons e ultra-sons; 4. pránáyáma Expansão da bioenergia através de respiratórios; 5. kriyá Atividade de purificação das mucosas; 6. ásana Técnica corporal (não tem nada a ver com Ed. Física); 7. yôganidrá Técnica de descontração; 8. samyama Concentração, meditação e samádhi.

Existem vários tipos de ashtánga sádhana. A estrutura acima é a primeira que o praticante aprende. Denomi-na-se ádi (seguido de palavra iniciada por vogal o i se transforma em y, ády). O segundo tipo é o viparíta ashtánga sádhana, para alunos graduados. Depois virão mahá, swa, manasika e gupta ashtánga sádhana, so-mente acessíveis a instrutores de Yôga.

Entretanto, se você não se identifica com esta forma mais completa, em oito partes, existe a opção denomi-nada Prática Heterodoxa.

5 O acento indica apenas onde está a sílaba longa, mas ocorre que, muitas vezes, a tônica está noutro lugar. Por exemplo: pújá pronun-cia-se “púdja”; e yôganidrá pronuncia-se “yôganídra”.

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III. PRÁTICA HETERODOXA

Esta variedade é totalmente flexível. A estrutura de cada prática é determinada pelo instrutor que a minis-tra. Portanto, a sessão pode ser constituída por um só anga, dois deles ou quantos o ministrante quiser utili-zar, e na ordem que melhor lhe aprouver. Pode, por exemplo, ministrar um sádhana exclusivamente de ásana, ou de mantra, ou de pránáyáma, ou de samya-ma, ou de yôganidrá, etc. Ou pode combinar alguns deles à sua vontade. Ainda assim pode ser SwáSthya Yôga, desde que obedeça às demais características do método mencionadas no subtítulo I, deste capí-tulo (Características do SwáSthya) e desde que haja uma orientação generalizada de acordo com a filosofia que preconizamos.

Todavia, na aplicação desta alternativa o instrutor de-verá, de preferência, utilizar todos os angas, conquanto possa fazê-lo em ocasiões diferentes e com intensida-des variáveis. Dessa maneira, nas diversas aulas que ministrar durante o mês, terá proporcionado aos alunos a experimentação e os resultados de todos os oito an-gas.

O ideal é que o instrutor não adote somente a versão heterodoxa e sim que a combine com a ortodoxa, le-cionando, por exemplo, duas vezes por semana, uma com a primeira e outra com a segunda modalidade de prática.

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Já para os exames de habilitação de instrutores perante a Universidade Internacional de Yôga e pelas Federa-ções Estaduais só é aceita a versão ortodoxa.

ANÁLISE DOS OITO ANGAS QUE CONSTITUEM A PRÁTICA ORTODOXA

1) mudrá

É o gesto ou selo que, reflexologicamente, ajuda o praticante a conseguir um estado de receptividade su-perlativa. Mesmo os que não são sensitivos podem entrar em estados alfa e théta já nesta introdução. Te-mos mais de 100 mudrás codificados no livro Tratado de Yôga.

2) pújá (manasika pújá)

É a técnica que estabelece uma perfeita sintonia do sádhaka com o arquétipo desta linhagem. Com isso, seleciona um comprimento de onda adequado a esta modalidade de Yôga, conecta seu plug no comparti-mento certo do inconsciente coletivo e liga a corrente, estabelecendo uma expressiva troca de energias entre o discípulo e o Mestre.

3) mantra (vaikharí mantra: kirtan e japa) A vibração dos ultra-sons que acompanham o "vácuo" das vocalizações, neste caso do ády ashtánga sádhana, tem a finalidade de desesclerosar os canais para que o prána possa circular. Prána é o nome genérico da bio-

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energia. Somente depois dessa limpeza é que se pode fazer pránáyáma. O SwáSthya Yôga utiliza centenas de mantras: kirtan e japa; vaikharí e manasika; saguna e nirguna mantras. Utilizamos mais de 100 mantras.

4) pránáyáma (swara pránáyáma)

São exercícios respiratórios que bombeiam o prána para que circule pelas nádís e vitalize todo o organismo. E também a fim de distribuí-lo entre os milhares de cha-kras que temos espalhados por todo o corpo. Bombear aquela energia por dutos obstruídos pelos detritos decor-rentes de maus hábitos alimentares, secreções internas mal eliminadas e emoções intoxicantes, pode resultar inócuo ou até prejudicial. Por isso, antes do pránáyáma, procedemos à prévia limpeza dos canais, na área ener-gética. Utilizamos 58 exercícios respiratórios diferentes.

5) kriyá

São atividades de purificação das mucosas, que têm a finalidade de auxiliar a limpeza do organismo, agora no nível orgânico. Em se tratando de Yôga, só se deve proceder às técnicas corporais após o cuidado de limpar o corpo por meio dos kriyás. Utilizamos 6 kriyás clássi-cos.

6) ásana Esta é a parte mais conhecida e característica do Yôga para o público leigo. Não é ginástica e não tem nada a ver com Educação Física. São os procedimentos orgâni-cos que produzem efeitos extraordinários em termos de

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boa forma, flexibilidade, musculatura, equilíbrio de peso e saúde em geral. Para aproveitar ao máximo seu potencial, os ásanas devem ser precedidos pelos kriyás, pránáyámas, etc. Aplicamos milhares de ásanas, dos quais, mais de 2.000 fotos constam do livro Tratado de Yôga. Os efeitos dos ásanas começam a se manifestar a partir do yôganidrá.

7) yôganidrá É a descontração que auxilia o yôgin na assimilação e manifestação dos efeitos produzidos por todos os an-gas. A eles, soma os próprios efeitos de uma boa recu-peração muscular e nervosa. Mas atenção: yôganidrá não tem nada a ver com o shavásana do Hatha Yôga. Shavásana, como o nome já diz, é apenas um ásana, uma posição, em que se relaxa, mas não é a ciência do relaxamento em si. Essa ciência se chama yôganidrá e ela não consta do currículo do Hatha Yôga. Por isso alguns instrutores de Hatha Yôga censuram o uso de música ou de indução verbal do ministrante durante o relaxamento. O yôganidrá aplica não apenas a melhor posição para relaxar, mas também a melhor inclinação em relação à gravidade, o melhor tipo de som, de ilu-minação, de cor, de respiração, de perfume, de indução verbal, etc.

8) samyama Essa técnica compreende concentração, meditação e samádhi "ao mesmo tempo", isto é, praticados juntos, em seqüência, numa só sentada (etimologicamente,

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samyama pode significar ir junto). Se o praticante vai fazer apenas concentração, chegar à meditação ou atin-gir o samádhi, isso dependerá exclusivamente do seu adiantamento pessoal. Assim, também é correto deno-minar o oitavo anga de dhyána, que significa meditação. É uma forma menos pretensiosa.

Portanto, mesmo uma prática de SwáSthya Yôga con-siderada para iniciantes, como este conjunto de oito feixes de técnicas que acabamos de analisar e que constitui a fase inicial do nosso método, será bem a-vançada em comparação com qualquer outro tipo de Yôga, já se prevendo a possibilidade de atingir um sabíja samádhi.

Instrutora Virgínia Barbosa

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ALGUNS DOS 108 TIPOS DE YÔGA

No Yôga, temos quatro grandes linhagens que são: Tantra-Sámkhya (Yôga Pré-Clássico – mais de 5.000 anos), Brahmácharya-Sámkhya (Yôga Clássico – sécu-lo III a.C.), Brahmácharya-Vêdánta (Yôga Medieval – século VIII d.C.), e Tantra-Vêdánta (Yôga Contempo-râneo – séculos XIX e XX). Cada linhagem possui uma fundamentação filosófica (Sámkhya ou Vêdánta) e uma fundamentação comportamental (Tantra ou Brahmácharya). Sámkhya e Vêdánta são filosofica-mente opostos entre si, pois o Sámkhya é naturalista, enquanto que o Vêdánta é espiritualista. Tantra e Brahmácharya também são opostos entre si, pois o Tantra é matriarcal, sensorial e desrepressor, en-quanto que o Brahmácharya é patriarcal, anti-sensorial e respressor. Por isso, não se devem mistu-rar tipos de Yôga uns com os outros. Já os ramos, em número homologado de 108, são como fórmulas ou receitas, que determinam quais as técnicas empregadas por cada modalidade, e em que proporção.

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ÁSANA YÔGA Ásana significa técnica corporal ou psico-orgânica. Trata-se de um ramo dedicado exclusivamente à rela-ção entre o psiquismo e o funcionamento dos órgãos internos. Só utiliza um anga, ásana, no entanto, não tem nenhuma semelhança com ginástica, nem relação alguma com Ed. Física. Trata-se de uma das divisões mais ancestrais.

RÁJA YÔGA, O YÔGA MENTAL Rája significa real (dos reis). Consiste em quatro partes ou angas: pratyáhára (abstração dos sentidos), dháraná (concentração mental), dhyána (meditação) e samádhi (hiperconsciência). Posteriormente, em torno do tercei-ro século antes de Cristo, a estas quatro técnicas foi acrescentada uma introdução constituída por outras quatro (yama, niyama, ásana, pránáyáma) com o que codificou-se o Yôga Clássico.

BHAKTI YÔGA, O YÔGA DEVOCIONAL Bhakti significa devoção. O Yôga devocional não é forçosamente espiritualista. Em suas origens pré-clássicas, sua fundamentação era naturalista e na regi-ão em que floresceu não foram encontradas evidências da existência de religiões institucionalizadas. O Bhakti Yôga pré-clássico consiste em cultuar as forças da Natureza, o Sol, a Lua, as Árvores, os Rios, etc.

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KARMA YÔGA, O YÔGA DA AÇÃO DESINTERESSADA Karma significa ação. É um Yôga que induz à ação. Sua vertente medieval passou a ter conotações da filo-sofia Vêdánta, o que lhe conferiu um ar de “ação de-sinteressada”, quando na verdade a proposta é impelir à ação, ao trabalho, à realização. Por certo, tal dinâmi-ca em princípio não visa a benefícios pessoais, recom-pensas ou reconhecimento.

JÑÁNA YÔGA, O YÔGA DO AUTOCONHECIMENTO Jñána significa conhecimento. O método dessa moda-lidade consiste em meditar na resposta que o seu psi-quismo elaborar para a pergunta “quem sou eu?”, até que não haja mais nenhum elemento que possa ser separado do Self e analisado. Nesse ponto, o praticante terá encontrado a Mônada, ou o Ser.

LAYÁ YÔGA, O YÔGA DAS PARANORMALIDADES Layá significa dissolução. A intenção neste tipo de Yôga é dissolver a personalidade, ou seja, eliminar a barreira que existe entre o ego e o Self. Como o Self ou Mônada é o próprio Absoluto que habita em cada ser vivente, ao ser dissolvida a barreira da personam, todo o seu poder e sabedoria fluem diretamente para a cons-ciência do praticante.

MANTRA YÔGA, DOMÍNIO DO SOM E DO ULTRA-SOM Mantra significa vocalização. Trata-se de um ramo de Yôga que pretende alcançar a meta através da resso-

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nância transmitida aos centros de energia do próprio corpo, conduzindo-os a um pleno despertar. Como conseqüência, a consciência aumenta e o praticante atinge o samádhi.

TANTRA YÔGA, O YÔGA DA SENSORIALIDADE Tantra significa, entre outros sentidos, a maneira cor-reta de fazer qualquer coisa, autoridade, prosperida-de, riqueza; encordoamento (de um instrumento musi-cal). É a via do aprimoramento e evolução interior através do prazer. Ensina como relacionar-se consigo mesmo, com os outros seres humanos, família, ani-mais, plantas, meio ambiente, enfim, tudo. Também trata de tudo o que se refira à sensorialidade. Pretende atingir a meta mediante o reforço e canalização da libido. Tantra Yôga enfatiza o trabalho sobre a kunda-liní, contudo, existe uma outra modalidade especiali-zada no despertamento dessa força colossal: é o Kun-daliní Yôga, que descreveremos mais para frente.

SWÁSTHYA YÔGA, O YÔGA DE RAÍZES PRÉ-CLÁSSICAS, QUE COMPREENDE TODOS OS OITO AN-

TERIORES SwáSthya significa auto-suficiência, saúde, bem-estar, conforto, satisfação. É baseado em raízes muito anti-gas (Tantra-Sámkhya) e por isso é tão completo, pois possui o gérmen do que, séculos mais tarde, deu ori-gem aos oito ramos mais antigos (Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñána Yôga, Layá

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Yôga, Mantra Yôga e Tantra Yôga). Sua prática con-siste em oito feixes de técnicas, que são: mudrá (lin-guagem gestual), pújá (sintonização com o arquétipo), mantra (vocalização de sons e ultra-sons), pránáyáma (respiratórios), kriyá (purificação das mucosas), ásana (técnica corporal), yôganidrá (técnica de descontração) e samyama (concentração, meditação e outras técnicas mais profundas). Trata-se da sistematização do Dak-shinacharatantrika-Niríshwarasámkhya Yôga, um pro-to-Yôga integrado de origens dravídicas com mais de 5.000 anos.

SUDDHA RÁJA YÔGA, UMA VARIEDADE DE RÁJA YÔGA MEDIEVAL, PESADAMENTE MÍSTICO

Suddha significa puro. Consiste em mantras e medita-ção. Aqui no Brasil, sofreu influência do Cristianismo e passou a ser exercido como um híbrido de religião cristã. Atualmente é difícil de ser encontrado no Brasil.

KUNDALINÍ YÔGA, O YÔGA DO PODER Kundaliní significa aquela que tem a aparência de uma serpente. É um tipo de Yôga que visa ao desperta-mento da energia que leva o seu nome (kundaliní). Essa energia está situada no períneo e tem relação direta com a sexualidade. Seu despertamento e ascen-são pela medula espinhal até o cérebro produz uma constelação de paranormalidades, culminando num estado alterado da consciência denominado samádhi, que é a meta do Yôga. Na verdade, não apenas esta

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modalidade, mas todos os tipos autênticos de Yôga trabalham o despertamento da kundaliní, conforme nos diz o Dr. Sivánanda em seu livro Kundaliní Yôga, pá-gina 70. Nos Estados Unidos floresceu uma vertente de Kundaliní Yôga, transmitido por adeptos sikhs.

SIDDHA YÔGA, O YÔGA DA REVERÊNCIA AO GURU Siddha significa o perfeito, ou aquele que possui os siddhis (poderes paranormais). Pelo nome, dá a enten-der que tem parentesco com o Kundaliní Yôga, mas com o qual manifesta pouca similaridade. Pratica-se muito mantra, pújá e meditação, mas a base é mesmo a reverência à personalidade do guru. No Brasil, havia um pequeno grupo de Siddha Yôga no Rio de Janeiro, mas atualmente não se sabe se está ativo.

KRIYÁ YÔGA, O YÔGA QUE CONSISTE EM AUTO-SUPERAÇÃO, AUTO-ESTUDO E AUTO-ENTREGA

Kriyá significa atividade. Trata-se de um Yôga muito difundido nos Estados Unidos na década de 50. Con-siste em três niyamas (normas éticas): tapas (auto-superação), swadhyáya (auto-estudo) e íshwara prani-dhana (auto-entrega). É citado no Yôga Sútra, livro do século III a.C. Há poucas entidades que o representam no Brasil, sendo a Bahia e o Rio de Janeiro seus prin-cipais redutos. A maioria o estuda por livros. O melhor livro é o Tantra Yôga, Náda Yôga e Kriyá Yôga, de Sivánanda, Editorial Kier, Buenos Aires. Essa é a úni-

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ca obra que ensina abertamente o Kriyá Yôga, sem fazer mistério.

YÔGA INTEGRAL, O YÔGA DE INTEGRAÇÃO NAS ATIVIDADES DO DIA-A-DIA

É chamado Yôga Integral não por ser mais integral que os outros, como o nome pode sugerir por associações com os alimentos integrais. Denomina-se assim porque sua proposta é integrar-se na vida profissional, cultural e artística do praticante. Foi criado por Sri Aurobindo, que defendia o desejo de que “o Yôga cesse de parecer alguma coisa mística e anormal que não tenha relações com os processos comuns da energia terrena”.

YÔGA CLÁSSICO, UM YÔGA ÁRIDO E DURO, COM RESTRIÇÕES SEXUAIS E OUTRAS

O Yôga Clássico – ou Ashtánga Yôga – não é o Yôga mais antigo nem o mais completo, como algumas pes-soas divulgam. O mais antigo e completo é o Pré-Clássico. O Yôga Clássico tem um nome forte, mas sua prática é inviável para o homem moderno devido à lentidão com que seus passos são trilhados. A prática é tão restritiva e árida que ninguém pagaria para receber esse tipo de aprendizado. Por isso, o que se vê no Oci-dente são escolas que exploram o célebre nome desse ramo, mas na prática ensinam Hatha Yôga. O Yôga Clássico é constituído por oito partes ou angas que são: yama, niyama, ásana, pránáyáma, pratyáhára, dháraná,

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dhyána, samádhi. No Brasil, o melhor livro é o Yôga Sútra de Pátañjali, da Editora Nobel.

HATHA YÔGA, O YÔGA FÍSICO Hatha significa força, violência, e não o poético “Sol-Lua”, como declaram alguns livros. Trata-se de uma vertente medieval, fundada no século XI da era Cristã, portanto, é considerado um Yôga moderno, surgido mais de 4.000 anos depois da origem do Yôga primiti-vo! É constituído pelos quatro angas iniciais do Ash-tánga Yôga (yama, niyama, ásana, pránáyáma), contu-do, nos estabelecimentos de Yoga os dois primeiros angas não são ensinados, ficando na prática restrito apenas a ásana (técnicas corporais) e pránáyáma (res-piratórios). Outras técnicas podem ser agregadas, tais como bandhas, mudrás e kriyás, mas não forçosamen-te. A meditação não faz parte e não deve ser incluída numa prática de Hatha. Já foi o Yôga mais popular no Ocidente. No Brasil, hoje está sobejamente suplantado pelo SwáSthya Yôga. O melhor livro já publicado em português sobre o tema foi Hatha Yóga, ciência da saúde perfeita, de Caio Miranda.

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NADA DE MISTICISMO OU SECTARISMO Desaprovamos o sectarismo porque ele compromete o senso crítico, a capacidade de julgamento e a liberdade de ação do indivíduo. Nossos alunos e leitores são pessoas cultas, educadas, lidas e viajadas. Em suma, pessoas amadurecidas e lúcidas. Isso é uma verdadeira vacina contra seitas, sejam elas de cunho espiritual, político ou qualquer outro.

Pleno de coerência, nosso Axioma Número Um, decla-ra laconicamente: Não acredite. Não acredite na pro-paganda, nem nas notícias que chegam pelos jornais. Não acredite na informação mais honesta, transmitida pela pessoa mais sincera, pois até essa sofreu distor-ção. Não acredite em mim e não acredite no que fala contra mim. Porque todas as “verdades” são relativas a uma ótica particular, dependendo do observador. To-das as afirmações aureoladas como verdades, sofreram as distorções de cultura, neuroses e interesses dos que as aceitam como reais.

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Doutrinação não funciona para a nossa proposta. Pes-soas suscetíveis a aceitar catequese, de quem quer que seja, não são o nosso público. Não queremos entre os nossos a síndrome de rebanho. Costumamos dizer que não somos nem mesmo ovelhas negras, pois não admi-timos sequer ser ovelhas. É preciso saber pensar livre-mente. Livre pensar não é sinônimo de questionar compulsivamente. Também por isso não somos ove-lhas, nem negras, pois não estamos contestando a for-ma de viver dos outros. Somos adeptos da diversidade de opções e da liberdade de escolha.

O fato de não professarmos nenhum credo, não preco-nizarmos nenhuma terapia, não oferecermos nenhum benefício, torna nossa proposta cultural protegida con-tra qualquer eventual tendência ao equívoco. Refiro-me ao fato de que, na minha modesta opinião, o ser humano carrega em seu código genético um erro de projeto que o induz criar religiões, seitas, fundamenta-lismos e fanatismos. Só pode ser erro de projeto. Não me entenda mal. Não estou criticando as religiões. Estou apenas exercendo a observação de uma tendên-cia de toda a Humanidade. Por isso, quando na extinta União Soviética a religião foi proibida, imediatamente substituiu-a o culto a Stalin.

As pessoas são assim, precisam cultuar alguma coisa ou pessoa, mesmo sob os protestos do objeto do seu culto. Assim foi com Buddha que pregou uma anti-religião e, bastou morrer, seus discípulos fizeram da sua filosofia uma religião.

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UM NOVO CONCEITO A Universidade de Yôga é uma escola de Yôga dife-rente de todas as outras: é difícil de entrar, fácil de sair, mantém poucos alunos por classe e exerce processo seletivo de admissão.

Os diferenciais não param por aí. A escola que fundei, entre outras coisas, é também a única entidade de ensi-no do Yôga que não trabalha com o foco nos benefí-cios. Não nego que eles existam, mas declaro aberta-mente preferir que procurem o nosso método por voca-ção de praticar um Yôga autêntico e não buscando benefícios pessoais. Afinal, o Yôga é classificado co-mo filosofia e não como terapia. Zen? Nem pensar! Nossos alunos e instrutores se ofendem com tal apodo.

Então, não dá para pensar em DeRose, que está no ensi-no do Yôga há quase meio século, usando os mesmos estereótipos aplicáveis às demais correntes. Nosso tra-balho é diferente. Por esse motivo, os que não compre-endem o nosso posicionamento fazem críticas mutua-mente contraditórias e que se anulam umas às outras. Ao mesmo tempo, acusam a Universidade de Yôga de ter uma política de democratização excessiva pela gran-de difusão que faz do Yôga; e por outro lado acusam-na de ser muito fechada, seletiva e elitista. Afinal, é uma coisa ou outra? Na verdade, nenhuma das duas.

Um sistema que adote salas pequenas, poucos alunos por turma, não acene com benefícios, seja o único que seleciona os candidatos, cujo site na internet não venda

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nada e ainda permita free download de vários livros, MP3 e webclasses tudo gratuito, não pode ser conside-rada comercial, nem pode ter uma política de populari-zação.

Também não defendo postura elitista alguma, pois nosso método está aberto a pessoas de todos os sexos, credos, etnias e nacionalidades. A Uni-Yôga, como qualquer universidade, direciona sua divulgação ao público jovem, pois esse é o que melhor se ajusta à sua estrutura e, como os melhores cursos profissionalizan-tes, tem o direito de realizar um processo seletivo antes de aceitar a matrícula dos candidatos.

Isso não significa que recusemos quem tiver mais ida-de. Cerca de 10% dos nossos alunos estão na faixa dos 50 aos 60 anos. Você pode praticar conosco, qualquer que seja o seu ADN (Antiga Data de Nascimento)!

O fato é que ninguém fica sem ser atendido. Indepen-dentemente de qualquer pagamento, todos os interes-sados ganham grátis um livro ou CD-ROM para seu esclarecimento. Conclusão: nosso trabalho é o mais profissional, sim, porém o menos comercial, sem dúvida.

Quando os demais profissionais do Yôga e da Yóga se declaram concorrentes da Uni-Yôga estão cometendo um erro crasso. É que a Universidade de Yôga não trabalha com o mesmo público, nem tem o mesmo escopo, logo, não é concorrente.

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Atualmente, www.uni-yoga.org é o website de refe-rência do Yôga e indica os endereços de cerca de mil instrutores de diversas linhas de Yôga, Yóga, Yoga, Ióga e Ioga, que não fazem parte da Uni-Yôga. Logo, não somos concorrentes, mas colegas e parceiros, tra-balhando lado a lado, embora com objetivos diferentes e públicos distintos.

SÓ TENHO UMA ESCOLA, NÃO TRABALHO COM FRANQUIA,

E NÃO COBRO ROYALTIES

As Unidades Credenciadas ao meu método (escolas, espaços culturais, associações, federações) são todas autônomas e cada qual tem o seu proprietário, diretor ou presidente. Eu não trabalho com franquia6. Utilizo o sistema de credenciamento de entidades autônomas. Essas entidades autônomas não pagam nada ao DeRo-se, não têm nenhum vínculo jurídico, administrativo, fiscal, comercial ou trabalhista com o DeRose.

Então o que eu, DeRose, ganho com isso? Dignidade e um bom nome valem mais do que dinheiro. Trata-se de um acordo de cavalheiros. Os credenciados nos pro-porcionam um trabalho sério, o qual beneficia o nome; em retribuição têm o direito de usar nos seus produtos a mesma marca, que é muito respeitada no Brasil e

6 Há vinte anos experimentei o sistema de franquia, mas logo verifiquei que não era adequado para a minha proposta e nunca mais quis saber de franchising.

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principalmente fora dele. Isso gera um círculo virtuoso que acaba beneficiando a todos e estimulando a opini-ão pública a buscar o ensinamento da Nossa Cultura em estabelecimentos sérios e em bons livros.

Eu só tenho uma sede, na Alameda Jaú, 2000, em São Paulo. Levam o nome DeRose as entidades (escolas, núcleos, associações, espaços culturais, federações) que reconhecem a importância da nossa obra e que acatam a metodologia proposta por nós. É como a rede mundial de escolas Montessori. São milhares. Nem por isso alguém acha que são filiais ou franquias da pro-fessora Maria Montessori.

AÇÕES SOCIAIS E FILANTROPIA

Tempos atrás tive uma idéia. Nossa instituição conta com mais de cinqüenta mil alunos matriculados nas escolas ou associações credenciadas; e mais de um milhão de alunos informais à distância, que estudam pela internet, pelos meus livros, vídeos e CDs sem pagar nada, pois podem baixar esse material didático gratuitamente do nosso website. Isso representa um exército que se for bem orientado pode prestar inesti-máveis serviços à comunidade.

Considerando apenas os alunos formalmente matricu-lados, se cada um doasse um real por mês poderíamos construir várias casas populares todos os meses para as populações carentes. Poderíamos construir um hospital ou uma escola todos os anos! Mas logo percebi que,

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embora lindo, esse ideal poderia me vulnerabilizar por envolver dinheiro. Então optei por outra forma de aju-dar os desvalidos. Passei a encorajar nossos voluntá-rios a que se engajassem em todas as campanhas na-cionais, estaduais e municipais, tais como a Campanha do Agasalho, Natal sem Fome e a ajuda voluntária a entidades de assistência do seu bairro e da sua cidade. Assim, não mexemos com dinheiro, mas conseguimos uma participação relevante nas ações sociais que já existem. Cultivando o instinto de ajudar, nossos alunos começam a tomar iniciativa própria de efetuar donati-vos, bem como visitar orfanatos, asilos e outras institu-ições para auxiliar no que for possível. Em Portugal, nossas escolas destinam uma parte da mensalidade de cada aluno para a Unicef da União Européia, o que nos valeu uma medalha dessa entida-de. No Brasil, curiosamente, a Unicef não se interes-sou. Não tem importância. Ajudaremos a outras insti-tuições. Em 2007, tive o privilégio de receber o título de Membro Honorário do Rotary. Junto a ele, terei a oportunidade de servir bem melhor à comunidade.

AULAS GRÁTIS ABERTAS AO PÚBLICO Paralelamente ao trabalho realizado pela Universidade de Yôga em suas dependências, mantemos práticas gratuitas e abertas a todos em parques, jardins e praias em várias cidades do Brasil e em diversos outros paí-ses pelos quais o nosso método se difundiu.

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UMA QUESTÃO DE PARADIGMA Com quase 50 anos de trabalho nesta área de ensino, cheguei à conclusão de que quando usamos o termo “Yôga”, as pessoas entendem qualquer coisa, menos Yôga. É como se, ao usar a palavra mágica “Yôga”, o usuário disponibilizasse um drive defeituoso para ler o arquivo e, como um HD mal programado, não conse-guisse absorver as informações corretamente. Para que ele consiga entender – mais ou menos – o que estamos dizendo, precisamos pedir que substitua a palavra Yôga por outra como Ballet, Violino, Pintura, Escultura, Aikidô, Capoeira, Golfe ou Ginástica Olím-pica. Aí o interlocutor nos olha com uma indisfarçável perplexidade de quem acabou de despertar e, se for inteligente, percebe que estava sendo preconceituoso nas suas interpretações anteriores. Isso ocorre quando alguém pergunta: “Mas o que é o Yôga?” Ora, alguém perguntaria o que é Golfe? No entanto, as pessoas sabem tanto sobre esse esporte quanto sabem sobre a nossa arte. Ou seja, nada! Ape-sar disso, ninguém pergunta o que é Golfe. Como po-de, então, tanta gente perguntar sistematicamente o que é o Yôga se há mais de meio século esse tema está sendo abordado em todas as revistas, jornais e emisso-ras de televisão? “Para que serve o Yôga?” Alguém perguntaria para que serve Tênis, ou Dança de salão, ou Pintura, ou Escultura? O objetivo Yôga não é “servir” para alguma

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coisa a fim de que as pessoas o pratiquem. O Yôga é bem mais do que isso. Basta substituir a palavra Yôga pelo nome de alguma outra filosofia, arte ou modalidade esportiva e perce-bemos que o “drive” estava mesmo defeituoso e leu errado o conteúdo do arquivo. Fenômeno idêntico se verifica quando este ou aquele indigna-se ao ler que o Yôga é para gente jovem (note bem: eu não insinuei que os mais velhos estivessem impedidos de praticar, mas apenas que não direciona-mos o nosso trabalho à terceira idade). Contudo, se substituirmos a palavra Yôga, ninguém se melindra caso alguém declare que Ginástica Olímpica é para gente jovem. A disciplina e a reverência observadas em uma escola de Aikidô são muito semelhantes às que se preconizam em uma escola de Yôga. Mas sendo ambiente de Yôga, tais atitudes são tachadas de misticismo. No âmbito das artes marciais, ao contrário, as mesmas atitudes são admiradas e elogiadas como exemplos de seriedade, ordem e bom comportamento. O Mestre de Capoeira é respeitado em seu título, mas o Mestre de Yôga tem que amargar as insolências de certas pessoas que se sentem incomodadas com o no-me da sua profissão, seu grau legitimamente conquis-tado, pessoas essas que recusam-se petulantemente a lhe conceder o mesmo tratamento que confeririam a um Mestre de Jangada ou a um Mestre de Xadrez.

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Uma das circunstâncias mais surrealistas é quando a Imprensa vem nos entrevistar sobre Yôga e não nos deixa falar de Yôga. Quer que respondamos perguntas sobre amenidades, celulite, terapia, misticismo, religi-ão, zen e tudo o que o Yôga não é. Quando começa-mos a dissertar sobre o fascinante e expressivo univer-so do Yôga como uma cultura abrangente que está arrebatando o interesse de milhões de jovens em tantos países, proporcionando refinamento, aprimoramento pessoal e evolução interior, bem... aí o jornalista não escreve nada do que o entrevistado declarou e comple-ta as lacunas por conta própria com os lugares-comuns que o editor-chefe lhe incumbira. As pessoas entendem por Yôga algo que o consumidor faz dentro da sala de uma academia: uns respiratórios, umas técnicas esdrúxulas, uns relaxamentos. Nós enten-demos por Yôga toda uma cultura muito mais abarcan-te, que inclui tudo o que façamos no trabalho, no es-porte, nos estudos, na arte, nas relações afetivas, no relacionamento social, na alimentação e nos hábitos de vida. Então, quando aludimos ao Yôga, não estamos nos referindo à mesma coisa que nosso interlocutor está escutando. Assim sendo, se as pessoas percebem por Yôga outra coisa, a solução é evitar esse termo para minimizar os mal-entendidos. De que chamar, então, isso que nós chamamos de Yôga, mas que a população não compreende dessa forma? Decidimos denominar essa filosofia de “A Nossa Cultura”.

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DeROSE Em 1960 DeRose começou a lecionar numa conhecida sociedade filosófica. Em 1964 fundou o Instituto Bra-sileiro de Yôga. Em 1969, publicou o primeiro livro (Prontuário de Yôga Antigo), que foi elogiado pelo próprio Ravi Shankar, pela Mestra Chiang Sing e por outras autoridades. Em 1975, já consagrado como um professor sincero, encontrou o apoio para fundar a União Nacional de Yôga, a primeira entidade a con-gregar instrutores e escolas de todas as modalidades de Yôga, sem discriminação. Foi a União Nacional de Yôga que desencadeou o movimento de união, ética e respeito mútuo entre os profissionais dessa área de ensino. Desde então, a União cresceu muito e conta hoje com centenas de escolas, praticamente no Brasil todo, e ainda em outros países das Américas e Europa.

Em 1978 DeRose liderou a campanha pela criação e divulgação do Primeiro Projeto de Lei visando à Regu-lamentação da Profissão de Professor de Yôga, o qual despertou viva movimentação e acalorados debates de Norte a Sul do país. A partir da década de setenta, in-troduziu os Cursos de Extensão Universitária para a Formação de Instrutores de Yôga em praticamente todas as Universidades Federais, Estaduais e Católicas. Em 1980, começou a ministrar cursos na própria Índia e a lecionar para instrutores de Yôga na Europa. Em 1982, realizou o Primeiro Congresso Brasileiro de Yôga. Ainda em 82, lançou o primeiro livro voltado especialmente para a orientação de instrutores, o Guia

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do Instrutor de Yôga; e a primeira tradução do Yôga Sútra de Pátañjali, a mais importante obra do Yôga Clássico, já feita por professor de Yôga brasileiro. De-safortunadamente, quanto mais sobressaía, mais torna-va-se alvo de uma perseguição impiedosa movida pelos concorrentes invejosos que sentiam-se prejudicados com a campanha de esclarecimento movida pelo Prof. DeRose. Em 1994, completando 20 anos de viagens à Índia, fundou a Primeira Universidade de Yôga do Brasil e a Universidade Internacional de Yôga em Portugal. Em 1997, DeRose lançou os alicerces do Conselho Federal de Yôga e do Sindicato Nacional dos Profissionais de Yôga.

DeRose recebendo a Medalha da Paz, da ONU Brasil, em 2006.

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RECONHECIMENTO PELAS INSTITUIÇÕES CULTURAIS E HUMANITÁRIAS,

Assembléia Legislativa, Governo do Estado, Câmara Municipal, Exército Brasileiro, Polícia Militar, Rotary, Câmara Brasileira de Cultura, Ordem dos Parlamentares do Brasil etc.

Comemorando 40 anos de carreira no ano 2000, rece-beu em 2001 e 2002 o reconhecimento do título de Mes-tre em Yôga (não-acadêmico) e Notório Saber em Yôga pela FATEA – Faculdades Integradas Teresa d’Ávila (SP), pela Universidade Lusófona, de Lisboa (Portu-gal), pela Universidade do Porto (Portugal), pela Uni-versidade de Cruz Alta (RS), pela Universidade Estácio de Sá (MG), pelas Faculdades Integradas Coração de Jesus (SP), pela Câmara Municipal de Curitiba (PR).

Em 2001 recebeu da Sociedade Brasileira de Educa-ção e Integração a Comenda da Ordem do Mérito de Educação e Integração.

Em 2003, recebeu outro certificado de Mestre em Yôga (não-acadêmico) e Notório Saber em Yôga pela Universidade Estácio de Sá (SC) e mais um título de Comendador, agora pela Academia Brasileira de Ar-te, Cultura e História.

Em 2004, recebeu o grau de Cavaleiro, pela Ordem dos Nobres Cavaleiros de São Paulo, reconhecida pelo Comando do Regimento de Cavalaria Nove de Julho, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e o Colar de José Bonifácio conferido pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhística.

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Em 2005, recebeu o título de Doutor Honoris Cau-sa pela Ordem dos Parlamentares do Brasil, outro pela Câmara Brasileira de Cultura, outro pela So-berana Ordem D. Pedro I, outro pela Universidade Livre da Potencialidade Humana e outro pela Fa-culdade de Artes do Paraná.

DeRose recebendo a Medalha Marechal Falconière, em 2007.

Em 2006, recebeu o Diploma do Mérito Histórico e Cultural no grau de Grande Oficial. Foi nomeado Conselheiro da Ordem dos Parlamentares do Brasil. No mesmo ano, recebeu a Medalha Tiradentes pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e a Medalha da Paz, pela ONU Brasil. Em 2007, recebeu o título de Sócio Honorário do Ro-tary e a medalha Paul Harris da Fundação Rotária do Rotary International. No mesmo ano foi agraciado

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com a Medalha Internacional dos Veteranos das Na-ções Unidas e dos Estados Americanos. Nesse mesmo ano recebeu a Cruz Acadêmica da Federação das Academias de Letras e Artes do Estado de São Paulo “por ações meritórias e enaltecedoras ao desenvolvi-mento da Nação”. Em 30 de janeiro de 2007, recebeu Moção de Votos de Júbilo e Congratulações da Câmara Municipal de São Paulo (RDS 3059/2006).

DeRose recebendo a Medalha da OEA (Organização dos Estados Americanos, das Nações Unidas), em 2007, das mãos do Coronel Lemos.

Em 2008 recebeu a Láurea D. João VI em comemora-ção pelos 200 anos da Abertura dos Portos. No Dia Estadual do Yôga, 18 de fevereiro, recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadão Paulistano. Em março, foi agraciado pelo Governador do Estado de São Paulo

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com o Diploma Omnium Horarum Homo, da Defesa Civil. Neste ano, recebeu também a Cruz da Paz dos Veteranos da Segunda Guerra Mundial, a Medalha do Mérito da Força Expedicionária Brasileira, a Medalha MMDC pelo Comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a Medalha do Bicentenário dos Dragões da Independência do Exército Brasileiro e a Medalha da Justiça Militar da União.

DeRose no Museu da Marinha do Brasil, recebendo a Láurea D. João VI em comemoração pelos 200 anos da Abertura dos Portos, em 2008.

Por lei estadual, a data do aniversário do Mestre De-Rose, 18 de fevereiro, foi instituída como o Dia do Yôga em DOZE ESTADOS: São Paulo, Rio de Janei-ro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Goiás, Piauí. E mais o Distrito Federal.

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Atualmente, DeRose comemora 25 livros escritos, pu-blicados em vários países e mais de um milhão de exempla-res vendidos. Por sua postura avessa ao mercantilismo, conseguiu o que nenhum autor obtivera antes do seu editor: a autorização para permitir free download de vários dos seus livros pela internet em português, espanhol, alemão e italiano, bem como MP3, sem ônus, dos CDs de prática e disponibilizou dezenas de webclasses gratuitamente no site www.Uni-Yoga.org, site esse que não vende nada.

Na Câmara Municipal de São Paulo, DeRose recebeu o título de Cidadão Paulista-no no Dia Estadual do Yôga, 18 de fevereiro de 2008. Na foto, da esquerda para a Direita, o Presidente do Rotary São Paulo Morumbi, Dr. Gianpaolo Fabiano; o Deputado Dr. Dennys Serrano; o Vereador José Rolim; o Comendador DeRose; o Presidente da Associação Brasileira dos Expedicionários das Forças Internacionais de Paz da ONU, Dr. Walter Mello de Vargas; e o Coronel Alvaro Magalhães Porto, Oficial do Estado Maior do Comando Militar do Sudeste.

Todas essas coisas foram precedentes históricos. Isso fez de DeRose o mais citado e, sem dúvida, o mais im-portante Mestre de Yôga do Brasil, pela energia incan-sável com que tem divulgado o Yôga nos últimos quase

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50 anos em livros, jornais, revistas, rádio, televisão, conferências, cursos, viagens e formação de novos ins-trutores. Formou mais de 6000 bons instrutores e aju-dou a fundar milhares de centros de Yôga, associações profissionais, Federações, Confederações e Sindicatos de Yôga. Hoje tem sua obra expandida por Portugal, Argentina, Chile, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Escócia, Alemanha, Havaí, Indonésia, Estados Unidos, Canadá, Austrália etc.

O Mestre recebendo a medalha comemorativa pelos 25 anos de DeRose em Portugal. Da esquerda para a Direita, o escultor Zulmiro de Carvalho, os professo-res Luís Lopes, DeRose, António Pereira e o Vereador da Câmara Municipal de Gondomar, Fernando Paulo.

Sempre exigiu muita disciplina e correção daqueles que trabalham com o seu método de Yôga Antigo, o SwáSthya Yôga, o que lhe valeu a reputação de per-

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feccionista, bem como muita oposição dos que senti-am-se incomodados com a relevância da sua obra.

DeRose na solenidade de recebimento da Medalha MMDC em 2008.

De Rose defende categoricamente o Yôga Antigo, pré-clássico, pré-vêdico, o qual sistematizou e denominou SwáSthya Yôga. Exemplo de seriedade, tornou-se célebre pela corajosa autocrítica com que sempre denunciou as falhas do métier sem, todavia, faltar com a ética profissional e jamais atacando outros professores. Isso despertou um novo espírito, combativo e elegante, em todos aqueles que são de fato seus discípulos. DeRose é apoiado por um expressivo número de ins-tituições culturais, acadêmicas, humanitárias, milita-res e governamentais que reconhecem o valor da

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obra de DeRose e o tornaram o Mestre de Yôga mais condecorado no mundo com medalhas, títulos e co-mendas. Contudo, ele sempre declara: “Aceito essas homenagens porque elas não são para engrandecer o ego de uma pessoa, mas servem como reconhecimento ao Yôga pela sociedade e pelas insti-tuições. É o Yôga que está sendo condecorado.”

Ass. Comissão Editorial

Comendador DeRose, recebendo a Medalha da Justiça Militar da União, em 2008.

Ser uma personalidade pública é uma maldição:

implica em que lhe atribuam coisas boas que você nunca fez e coisas ruins que você jamais faria.

DeRose

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O QUE É A

UNIVERSIDADE DE YÔGA

Universidade de Yôga é o nome da entidade legalmente registrada em cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Essa é a razão social. Temos dois registros: um como PRIMEIRA UNIVERSI-DADE DE YÔGA DO BRASIL, registrada nos termos dos arts. 45 e 46 do Código Civil Brasileiro sob o no. 37959 no 6º. Ofício e outro como UNIVERSIDADE INTERNACIONAL DE YÔGA, registrada sob o no. 232.558/94 no 3º. RTD, com jurisdição mais abrangente, para promover atividades culturais na América Latina e Europa.

DEFINIÇÃO JURÍDICA UNIVERSIDADE DE YÔGA é o nome do convênio firmado entre a União Nacional de Yôga, as Federações de Yôga dos Estados, e as Universidades Federais, Estaduais, Católicas ou outras particu-lares que o firmarem, visando à formação de instrutores de Yôga em cursos de extensão universitária. Esse convênio apenas for-maliza e dá continuidade ao programa de profissionalização que vem se realizando sob a nossa tutela, naquelas Universidades desde a década de 70 em praticamente todo o país.

PROPOSTA E JUSTIFICATIVA Queremos compartilhar com você uma das maiores conquistas da nossa classe profissional. Nos moldes das grandes Universidades Livres que existem na Europa e Estados Unidos há muito tempo, foi fundada em 1994 a Primeira Universidade de Yôga do Brasil. Inicialmente esta entidade não pretende ser um estabelecimento de ensino superior e sim ater-se ao conceito arcaico do termo universitas: totalidade, conjunto. Na Idade Média, universitas veio a ser usada para designar “corporação”. Em Bolonha o termo foi aplicado à corporação de estudantes. Em Paris, ao contrário, foi aplicado ao conjunto de professores e alunos (universitas magis-

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trorum et scholarium). Em Portugal, universidade acha-se do-cumentado no sentido de “totalidade, conjunto (de pessoas)”, nas Ordenações Afonsinas (Dicionário Etimológico da Língua Portu-guesa). O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, oferece como primeiro signifi-cado da palavra universidade: “conjunto de elementos ou de coi-sas consideradas no seu todo. Generalidade, totalidade, universa-lidade”. No Brasil, o Dicionário Michaelis define como primeiro significado da palavra universidade: “totalidade, universalidade”. E o Dicionário Houaiss, define como primeiro significado: “qualidade ou condição de universal”. Portanto, o conceito de que Universi-dade seja um conjunto de faculdades é apenas um estereótipo contemporâneo. Tampouco somos os primeiros a idealizar este tipo de instituição. A Universidade Livre de Música Tom Jobim (mantida pelo Estado de São Paulo), a Universidade Corporativa Visa (de São Paulo), a Universidade SEBRAE de Negócios (de Porto Alegre), a Universi-dade Holística (de Brasília), a Universidade Livre do Meio Ambien-te (de Curitiba), a Universidade de Franchising (de São Paulo) e a Universidade do Cavalo (de São Paulo) são alguns dos muitos exemplos que podemos citar como precedentes. O que importa é que a sementinha está lançada e queremos compartilhá-la com todos os nossos colegas de todas as modali-dades de Yôga e de Yóga, independentemente da pronúncia e da escrita. Conto com o seu apoio para fazermos uma UNIVERSIDADE DE YÔGA digna desse nome!

DeRose

Doutor Honoris Causa por várias entidades culturais e humanitárias. Conselheiro da Ordem dos Parlamentares do Brasil.

Comendador e Notório Saber em Yôga pela Sociedade Brasileira de Educação e Integração. Comendador pela Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.

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INSTRUTORES CREDENCIADOS EFETIVOS Dispomos de centenas de Instrutores Credenciados em todo o Brasil, Argentina, Chile, Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Escócia, Alemanha e Estados Unidos. Desejando a direção da Unidade mais próxima, visite o nosso site www.uni-yoga.org ou entre em contato com a Central de Informações da União Nacional de Yôga, tel.: (11) 3081-9821 ou da Universidade de Yôga, tel.: (11) 3088-9491.

GRATUIDADE: Se você estiver inscrito em qualquer uma das Unidades Credenciadas, terá o direito de freqüentar várias outras quando em via-gem, desde que comprove estar em dia com a sua Unidade de origem e apresente os documentos solicitados (conveniência esta sujeita à dispo-nibilidade de vaga).

SÃO PAULO – AL. JAÚ, 2000 – TEL. (11) 3081-9821 E 3088-9491. RIO DE JANEIRO – R. DIAS FERREIRA, 259 COBERTURA – TEL. (21) 2259-8243.

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Não abrimos concessão aos modismos estereotipados, nem às invencionices comerciais, nem ao comportamento questionável de vender benefícios, terapias ou misticismos. O trabalho da Uni-Yôga é sério e nosso foco é o Yôga Ancestral, sua filosofia de autoconhecimento e a formação profissionali-zante de bons instrutores que tenham essa mesma visão.

Nossa Jurisdição atualmente compreende Brasil, Argentina, Chile, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Escócia, Ale-manha, Itália e Estados Unidos. Em experiência: Austrália, Canadá, Havaí e Indonésia.

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LEIA AGORA O

TRATADO DE YÔGA

TRATADO DE YÔGA (YÔGA SHÁSTRA): Um clássico. É considera-da uma obra canônica, a mais completa do mundo em toda a Histó-ria do Yôga, com 940 páginas e mais de 2000 fotografias. Contém 32 mantras em sânscrito, 108 mudrás do hinduísmo (gestos refle-xológicos) com suas ilustrações, 27 kriyás clássicos (atividades de purificação das mucosas), 54 exercícios de concentração e medita-ção, 58 pránáyámas tradicionais (exercícios respiratórios) e 2100 ásanas (técnicas corporais). Apresenta capítulos sobre karma, kundaliní (as paranormalidades) e samádhi (o autoconhecimento). Oferece ainda um capítulo sobre alimentação e outro de orientação para o dia-a-dia do praticante de Yôga (como despertar, o banho, o desjejum, a meditação matinal, o trabalho diário, etc.). É o único li-vro que possui uma nota no final dos principais capítulos com ori-entações especialmente dirigidas aos instrutores de Yôga. Indica uma bibliografia confiável, mostra como identificar os bons livros e ensina a estudá-los.