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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Tem a única tese de doutoramento sobre a Concertina portuguesa Edition nº 322 | Série II, du 01 novembre 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais 07 Editada em França uma Banda Desenhada sobre Salazar “Maria e Salazar” de Robin Walter fala da Comunidade portuguesa 09 Yohann Lopes: DR Aprovada no Parlamento a proposta do Deputado Paulo Pisco de criação de um Museu Nacional da Emigração 04 Paulo Pisco Web Summit. O Presidente francês François Hollande é um dos muitos oradores da próxima edição do Web Summit que vai ter lugar em Lisboa 04 Fisco. O cantor Florent Pagny decidiu mudar-se para Portugal para pagar menos impostos e explica porque tomou esta decisão 08 Associações. Associação Agora de Argenteuil, comemorou 20 anos de existência na mítica sala Jean Vilar, antes desta ser destruída 12 14 National 2. A equipa do Lusitanos de Saint Maur foi a Ajaccio ganhar (2-3) ao Furiani- Agliani, depois de estar a perder (2-0) ao intervalo o especialista da concertina PUB PUB

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GRATUIT

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Tem a única tese de doutoramento sobre a Concertina portuguesa

Edition nº 322 | Série II, du 01 novembre 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais

07

Editada em França uma Banda Desenhada sobre Salazar“Maria e Salazar” de Robin Walter fala da Comunidade portuguesa 09

Yohann Lopes:

DR

Aprovada no Parlamento a propostado Deputado Paulo Pisco de criaçãode um Museu Nacional da Emigração 04

Paulo Pisco

Web Summit. O Presidente francês FrançoisHollande é um dos muitosoradores da próxima ediçãodo Web Summit que vai terlugar em Lisboa

04

Fisco. O cantor Florent Pagny decidiu mudar-se para Portugal para pagar menosimpostos e explica porquetomou esta decisão

08

Associações. Associação Agora de Argenteuil, comemorou 20anos de existência na míticasala Jean Vilar, antes destaser destruída

12

14 National 2. A equipa do Lusitanos deSaint Maur foi a Ajaccio ganhar (2-3) ao Furiani-Agliani, depois de estar a perder (2-0) ao intervalo

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02 OPINIÃO

Pergunta do leitor

Pergunta:Caro Diretor,Leio o LusoJornal há muitos anos egosto do vosso trabalho. Estão de pa-rabéns com o novo LusoJornal diário.Estou tão viciado que venho ver váriasvezes por dia para ficar a saber dasúltimas notícias. Felicito e admiro ovosso trabalho de jornalismo. [...] Masé a primeira vez que vos escrevo.Estou admirado porque vocês não fa-laram na Moção de Censura quehouve em Portugal depois dos incên-dios. [...] O Governo estremeceu evocês passaram ao lado desta situa-ção. Não é que eu defenda o Partidoque apresentou a Moção mas foi ummomento de incerteza para o país eeu acho que vocês deviam abordar.[...]Não leve a mal este comentário poisrepito que o vosso trabalho é muitoimportante para nós que vivemos emFrança e não sabiamos que há tantacoisa portuguesa neste país. [...]António MatosOzoir-la-Ferrière (77)

Resposta:Caro leitor,Obrigado pelas palavras simpáticasque diz a nosso respeito. Obrigadopor nos ler e escreva-nos sempre queachar conveniente. Gostamos de re-ceber mensagens dos nossos leitores.Isso responsabiliza-nos ainda mais.Em Portugal, todos os jornais falaramda Moção de Censura apresentadapelo CDS-PP ao Governo. O que po-deriamos dizer nós de novo sobreesta questão?Tal como lê o LusoJornal via internet,também pode ler os jornais portugue-ses.Preferimos então concentrar as nos-sas forças e os nossos meios nas no-tícias de cá. Naquelas pelas quaisnenhum jornal português se preo-cupa (nem nenhum jornal francês,aliás). Se não formos nós a falar navida dos Portugueses de França, bemrica como referiu na sua mensagem,quem o vai fazer?E estamos certos que é por isso quevocê nos lê. Vamos fazer tudo paranão o desiludir.Boa leitura.

Carlos Pereira, Diretor do LusoJornalEnvie as suas perguntas para: [email protected]

A criação de um Museu Nacional daEmigração e o ensino da história daemigração nas escolas tem um propó-sito eminentemente pedagógico, paraque a sociedade portuguesa possa co-nhecer melhor e compreender um fe-nómeno que é parte integrante danossa identidade.Um povo que emigra há 500 anosprecisa conhecer esta história cole-tiva, com uma abordagem nova, deuma forma que nunca foi contada,que possa pôr em destaque o legadoque ao longo dos séculos foi deixadopelos portugueses nas mais diversasgeografias por onde passaram, comtudo o que de bom e mau foi acon-tecendo, sem preconceitos nemtabus.É uma história rica e variada, feitade esperança e de medos, de neces-sidade e de curiosidade, de corageme ousadia, de afetos e angústias. Ja-mais poderia o povo português consi-derar-se e ser considerado humanistae universalista se não fosse o espíritoque nos impele a partir à procura denovos destinos e novas vidas. Noutrospaíses como a Alemanha, Irlanda,França, Canadá ou Finlândia, os mu-seus da emigração e imigração são

uma verdadeira homenagem a todosos migrantes. Não se compreende quePortugal com o passado que tem emmatéria de emigração e de dispersãopelo mundo não tenha um lugar ondeesta história possa ser mostrada, dis-cutida e objeto de reflexão.Esta extraordinária propensão para amobilidade moldou o espírito portu-guês e a perceção que do exterior osoutros povos têm dos portugueses.Um povo afável e trabalhador, em-preendedor e humilde, sempre comuma enorme capacidade de adapta-ção.Tal como aconteceu no passado, tam-bém nas décadas mais recentes osportugueses saíram do país para tra-balhar. Nuns casos regressaram maistarde a Portugal, noutros instalaram-se no país que os acolheu, tantasvezes transformando os hábitos cul-turais, da língua aos costumes, da re-ligião à economia.No século XX, a emigração portu-guesa teve dois ciclos bem distintos:para as Américas até aos anos 50 e,depois, para a Europa. Seja comofor, a ditadura sempre sancionou aemigração, condicionou-a e instru-mentalizou-a, mas, não obstante, ir-

reprimível pela pobreza e falta deoportunidades, pela repressão polí-tica e pela guerra colonial (a partirdos anos 60), que provocaram fugasem massa para outros países, de queo mais expressivo, inequivocamente,é a França, onde em apenas cercade uma década chegou perto de ummilhão de portugueses, a grandemaioria de forma clandestina.Por diversas razões, ao longo do sé-culo XX, o estigma que a ditaduracolou à emigração foi contribuindopara sedimentar preconceitos queainda duram até aos nossos dias,criando a sensação de haver cida-dãos de primeira, que são os que ha-bitam no país, e de segunda, quesão os compatriotas residentes noestrangeiro.Ainda hoje, nas escolas, surpreenden-temente, o que se ensina a nível dosecundário é pouco mais do que osdados estatísticos sobre os fluxos desaídas e faz-se referência ao volumede remessas enviadas do estrangeiro,o que não é apenas uma forma muitoredutora de considerar a emigraçãoportuguesa, mas que, ao fazê-lo, seesconde também a extraordinária di-mensão humana, económica e polí-

tica que lhe está associada.É fundamental, assim, que seja elimi-nado este preconceito e distancia-mento que existe de forma difusa nanossa sociedade e instituições, visível,por exemplo, na resposta deficienteda administração pública às necessi-dades dos residentes no estrangeiroou em alguma discriminação ao níveldas tomadas de decisão, porque nãohá portugueses de primeira e de se-gunda: só há portugueses, vivam elesno país ou no estrangeiro.Daí que seja tão importante que nasescolas se aprenda a conhecer, valo-rizar e respeitar a emigração portu-guesa e que um museu nacionaldinâmico e interativo, lugar de es-tudo e debate, possa mostrar aosportugueses, lusodescendentes e es-trangeiros a extraordinária aventurade que é feita a nossa história, pre-cisamente porque a emigração temsido uma constante ao longo de sé-culos e faz parte integrante da nossaidentidade. Só temos de o assumire, ao fazê-lo, estaremos a honrartodas as gerações de portuguesesque um dia sentiram necessidade dedeixar o país, independentementedas razões porque o fizeram.

Um outro olhar sobre a emigração - o museu e o ensino

Opinião de Paulo Pisco, Deputado (PS) pelo círculo eleitoral da Europa

Suspendu aux informations des mé-dias français, je comptabilise jouraprès jour les morts, victimes des in-cendies au Portugal.En ce jour du 17 octobre 2017, etpour cette seule année, plus d’unecentaine de personnes y a laissé la viedans d’atroces souffrances. Sanscompter les dizaines de blessés, griè-vement brûlés pour la plupart d’entre-eux.Mais qu’importe. Les économistesvous diront que contrairement à leursprévisions, le Portugal se remet plusvite sur pied, que l’économie vamieux.C’est vrai que les banques portugaisesse sont bien remises de la crise finan-cière de 2008 en spoliant au passagedes milliers d’épargnants qui ont vuleurs économies s’envoler dans le cielde ce petit pays, comme la fuméenoire des incendies de forêt. Pourpreuve, la faillite en 2014 de la BES,banque familiale portugaise, qui a en-traîné dans sa chute plus de 7.000clients, pour une grande proportiond’émigrés de France, Suisse etLuxembourg et englouti plus de 700millions d’euros de leurs économies!En revanche, pour ce qui est du peu-ple, le niveau de vie reste inchangéavec un taux de chômage élevé.Alors, qu’il se débrouille le peuple, lafinance se porte bien. Qu’ils se dé-brouillent aussi les Bombeiros portu-

gais pour lutter contre tous ces incen-dies qui dévastent le pays du Sud auNord. Il n’ont pas assez de matérielpour venir à bout du feu? Qu’ils de-mandent aux populations touchées deles aider à l’aide de leur tuyau d’arro-sage, de sceaux d’eau de pelles ou debalais…Mais où sont les Canadairs et lesmoyens suffisants de lutte contre lesincendies? Mais cher monsieur, les fi-nances publiques du pays ne le per-mettent pas, tout simplement!

Alors, ce Portugal qui offre un Eldo-rado à tous ces ressortissants étran-gers qui peuvent venir s’installer aupays pendant dix ans sans payer d’im-pôts, a les moyens suffisants pour dis-penser ces 50.000 Français venuss’exiler pour des raisons fiscales, acontribuer par leur impôt à assurer lescharges de protection des populationsdans leur ensemble?Et il n’y a pas que les services d’in-cendies à financer, il y a aussi les hô-pitaux. Il sera certainement plus aisé

à ces exilés fiscaux de venir se fairesoigner dans les centre de soins fran-çais et pris en charge, que cette voi-sine du village portugais où je possèdeune maison de vacances, qui a at-tendu 4 ans pour avoir un rendez-vousavec l’ophtalmologue de l’hôpital deChaves!Mais les incendies ne touchent quetrès rarement les terrains de golf, lesvillas entourées de pelouses abon-damment arrosées et les casinos.Alors, tout va bien!

Le 01 novembre 2017

Le Portugal meurt… mais tout va bien!Opinion de Manuel da Silva, Ecrivain, éditeur, lusodescendant

LusoJornal. Le seul jornal franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014| Représentée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg),Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon),José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie de Oliveira, Nuno GomesGarcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa| Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: novembre 2017 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

Todas as semanas, estamos ao seu lado

Lusa / Nuno André Ferreira

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POLÍTICA 03

Comissão Política do PSD de Paris prepara eleição interna do Partido

Uma reunião alargada da ComissãoPolítica do PSD de Paris teve lugarno fim de semana passado para pre-parar as eleições internas do Partido.As eleições internas para escolher oPresidente do Partido vão ter lugarem janeiro, «mas até dezembro, asSecções têm de preparar o processo»explicou ao LusoJornal o DeputadoCarlos Gonçalves.Por enquanto ainda não se sabe qualdos dois Candidatos a Secção vaiapoiar. Pedro Santana Lopes é bas-tante apreciado porque quando foiPrimeiro Ministro nomeou CarlosGonçalves para Secretário de Estadodas Comunidades, mas Rui Rio tam-bém é apreciado porque esteve naorigem de alterações internas no Par-tido que correspondem à «emancipa-

ção das Secções no estrangeiro».Sem essas alterações, o próprio Car-los Gonçalves não teria chegado aDeputado.«É verdade que temos dois candida-

tos que em momentos diferentes davida do Partido, mostraram sensibili-dade para as questões relacionadascom as Comunidades» confirma Car-los Gonçalves ao LusoJornal.

Por enquanto Carlos Gonçalves dizque quer ouvir as bases, antes detomar uma decisão. «Os nossos mili-tantes querem ouvir primeiro o quecada um dos dois candidatos tem adizer e só depois tomaremos posiçãopor um ou por outro» garante CarlosGonçalves.Mas as reuniões do Partido servemsempre para analizar a situação polí-tica nacional.Os incêndios em Portugal e a atuali-dade política que deles resulta foi umdos temas de debate interno na Sec-ção do PSD de Paris. «Os nossos mi-litantes mostraram sobretudopreocupação em saber onde está aser utilizado o dinheiro recolhido nasComunidades» diz Carlos Gonçalves,acrescentando que «também estãopreocupados com a imagem que opaís dá ao estrangeiro».

Também as eleições autárquicasforam motivo de discussão interna noPSD. Três dirigentes do Partido noestrangeiro foram eleitos para As-sembleias Municipais, em Portugal,sem lá viverem e sem poderem votar:Carlos Gonçalves de França, ArturAmorim da Alemanha e CustódioPortásio do Luxemburgo.«Foi uma atitude estratégica. Nós po-demos ser eleitos, sem podermosvotar» explica Carlos Gonçalves queestá recenseado em Paris. «Mas istodeu-nos visibilidade no plano internoe a estratégia foi conseguida. Abrem-se agora discussões a outro nível».Sobretudo que o Partido vai organizarum Congresso e provavelmente asSecções da emigração vão voltar aapresentar uma Moção pedindo ovoto dos emigrantes nas eleições au-tárquicas em Portugal.

Reunião em Aulnay-sous-Bois

Por Carlos Pereira

PS português reuniu Secções da Europa na (ainda) sede do PS francês

O Partido Socialista português organi-zou no passado dia 7 de outubro, umareunião com as estruturas espalhadaspela Europa, na (ainda) sede do PSfrancês, na rue de Solférino, em Paris,na qual participaram não apenas asSecções de França, como tambémSecções socialistas de outros países,como por exemplo da Bélgica, Ho-landa, Reino Unido, Alemanha eSuíça.Na reunião participou o Secretário in-ternacional do PS, Francisco André, eo Deputado Paulo Pisco, que paraalém de ser eleito pelo círculo eleitoralda Europa, é o responsável no PS pelarelação com as estruturas do Partidona Emigração.Segundo Paulo Pisco, «o objetivo eraessencialmente discutir dois assuntos,um deles tinha a ver com a forma dedinamizar as nossas Secções e de asligar de uma maneira mais eficaz à

sede nacional do Partido Socialista, ea outra foi para falar sobre as políticaspúblicas para as Comunidades portu-guesas nas expetativas de cada umdos intervenientes no seu local de aco-lhimento».O LusoJornal sabe que foram levadasà reunião algumas recomendações noque diz respeito à dinamização internae à ligação das estruturas do PS naEuropa com a sede nacional. «Comomelhorar a comunicação com as nos-sas estruturas, como integrar de umaforma mais presente e interativa as es-truturas nas Comunidades no site doPartido,…» explica Paulo Pisco ao Lu-soJornal.Numa análise daquilo que está a serfeito, o Deputado afirma que «houvevários elogios às políticas que o Go-verno tem vindo a fazer na área dasComunidades. Foram também feitasalgumas sugestões a nível dos postosconsulares, algumas deficiências queexistem, falou-se de Inglaterra onde

recentemente foram colocados mais 5funcionários, também mais estruturasque carecem de uma atenção da partedo Governo como é o caso de Nantes

e de Frankfurt».Paulo Pisco foi, durante a legislaturaanterior, um forte opositor ao encerra-mento do Posto consular de Nantes.

Durante a campanha eleitoral prome-teu, aliás, reabrir o Posto em caso devitória socialista. Ora, na reunião par-ticipou também Manuel Ferreira, o re-presentante do Partido Socialistaportuguês em Nantes. «A minha pers-petiva é que Nantes precisa de factode um Posto consular. Há permanên-cias, mas não é um Posto que tenhaum reconhecimento administrativo,até por parte das autoridades france-sas. Como nunca concordei com o en-cerramento do Posto em Nantes,também não concordo que o Postoainda não tenha o seu lugar lá, porqueé uma perda para a Comunidade»disse o Deputado ao LusoJornal.Sobre as Leis eleitorais Paulo Pisco dizque entraram no Parlamento portu-guês um conjunto de diplomas queestão em Comissão para análise e al-teração, em virtude dos contributosque os diferentes Partidos vão dar. «Osprocessos legislativos demoram o seutempo, mas é para avançar».Interrogado sobre o voto eletrónico, oDeputado socialista diz que «eu sem-pre tive a mesma opinião do voto ele-trónico e para mim é o mais adequadono que diz respeito às Comunidadesportuguesas, de forma a facillitar ovoto», mas acrescenta que «por outrolado, também têm que ser garantidastodas as questões técnicas de segu-rança e é aqui que muitas vezes o pro-blema surge, não apenas pela falta devontade, por parte dos Deputados,mas pelas questões de natureza téc-nica que continuam a ser irresolúveis».Paulo Pisco diz que «não podemos es-quecer que a questão do voto é umaquestão de soberania e que há umaimensa vulnerabilidade no sistema devoto eletrónico que levaram a França,por exemplo, a abandonar o voto ele-trónico nas últimas eleições presiden-ciais e legislativas».O Deputado diz que há muitos estudossobre esta questão de vulnerabilidadedo voto eletrónico, mas diz que o factodas pessoas insistirem muito «é umponto positivo».

Por Carlos Pereira

Le 01 novembre 2017

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Samantha Cazebonneeleita Presidente do Grupo Parlamentarde AmizadeFrança-Portugal

A Deputada Samantha Cazebonne,eleita pelo 5° círculo eleitoral dosFranceses residentes no estrangeiropelo Partido la République en Mar-che, do Presidente Emmanuel Ma-cron, foi eleita Presidente do GrupoParlamentar de Amizade França-Por-tugal.Samantha Cazebonne substitui Chris-tine Pires-Beaune, do Partido Socia-lista, que foi a Presidente deste GrupoParlamentar de Amizade, no anteriormandato.O grupo conta com 60 membros e láestão os Deputados lusodescenden-tes Christine Pires-Beaune, Domini-que da Silva, Ludovic Mendes e aDeputada francesa casada com umportuguês Laëtitia Romeiro Dias.Integram também este Grupo algunsnomes conhecidos da política nacio-nal, como por exemplo o ex-Candi-dato à Presidência da República JeanLassalle.Segundo o LusoJornal apurou, haviamuitos mais Deputados interessadospor este Grupo Parlamentar de Ami-zade, sinal que «Portugal está namoda».

Maria deJesus Carlosascende aMaire-Adjointede Sainte Geneviève-des-BoisMaria de Jesus Carlos, até aqui Con-selheira Municipal, foi eleita na se-mana passada Maire-Adjointe deSainte Geneviève-des-Bois (91).A autarca é membro do Conselho deAdministração da associação Cívica etem desenvolvido ações nas áreas in-ternacionais, de solidariedade e desaúde.Com as novas funções de Maire Ad-jointe, tem os pelouros da política am-biental, do desenvolvimento, dasrelações internacionais e das gemina-ções.

04 POLÍTICA

Paulo Marques devient Maire-Adjoint

Le Conseiller municipal lusodescen-dant Paulo Marques, a été nommé le18 octobre dernier Maire-Adjoint de laville d’Aulnay-sous-Bois (93).Suite à l’élection d’Alain Ramadier àl’Assemblée nationale et d’Annie Del-mont-Koropoulis au Sénat et aux dé-missions de leurs délégations deMohamed Ayyadi et de BenjaminGiami, le Maire d’Aulnay-sous-Bois,Bruno Beschizza, a présenté mercredisoir en Conseil municipal les ajuste-ments apportés à son exécutif.Avec 3 nouveaux Adjoints, PauloMarques a ceint l’écharpe de 18èmeAdjoint au Maire, élu par le Conseilmunicipal de mercredi soir. Ils pallientainsi, au moins numériquement, ladémission d’Annie Delmont, élue Sé-natrice (LR) en septembre, ainsi quecelles de Mohammed Ayyadi et Ben-jamin Giami, qui ont rejoint les rangsde l’opposition.Conseiller municipal en charge des re-lations internationales depuis 2014,Paulo Marques est désormais déléguéà la vie associative et aux relations in-ternationales, en tant qu’Adjoint auMaire. Il avoue avoir senti une grossefierté et remercie le soutien de tousceux qui ont cru en lui et qui ont été

présents pour partager ce momentavec lui. «Il y avait des ressortissantsportugais, des dirigeants associatifs,des amis et des élus présents. Désor-mais les responsabilités seront pluslourdes et je vais devoir répondre auxattentes de la municipalité», déclare-t-il au LusoJornal.Le dirigeant de l’Association CulturePortugaise d’Aulnay-sous-Bois al’avantage de connaître bien le milieuassociatif et «c’était justement l’undes critères du Maire d’avoir un res-ponsable associatif pour se charger decette nouvelle mission».Devoir continuer son travail d’écoute,

à travers les réunions quotidiennesavec les associations, être présent leweekend lors des multiples festivités,assister aux assemblées générales etmarquer présence lorsqu’il sera toutsimplement sollicité, Paulo Marquesa conscience que ses journées serontlongues. «Nous comptons mettre enplace des formations informatiquespour les dirigeants associatifs, ainsique des cafés-rencontres pour déve-lopper différents sujets».Avec 800 associations, Aulnay-sous-Bois est la 3ème ville de la SeineSaint Denis, 9ème ville d’Ile-de-France et 51ème de France.

Côté relations internationales, il vaaussi poursuivre son travail faitjusqu’à maintenant en tant queConseiller. C’est sur le plan «rayonne-ment et attractivité» que la ville d’Aul-nay prévoit échanger avec d’autresvilles au monde pour partager et ap-prendre les uns avec les autres. Lundiaprès-midi, la ville recevait justementla ville brésilienne de Contagem,Minas Gerais, ou encore récemmentune ville vénézuélienne. «Nous avonsdéjà échangé avec plusieurs villes por-tugaises, comme Albufeira, Lagos ouencore Aveiro et le but étant de décou-vrir l’autre et de montrer ce que nousfaisons le mieux».Des échanges «très fructueux» ont étéfaits avec le Canada également. «30jeunes sont partis en stage à Drum-mondville et nous espérons continuersur cette voie», explique-t-il au Luso-Jornal.A 47 ans, Paulo Marques a toujoursété impliqué dans la vie politique desa ville. Sa 1ère candidature datantde 1989, il a été élu en 1998,Conseiller municipal jusqu’en 2008au moment ou il perd les élections,puis c’est en 2014 qu’il revient entant que Conseiller municipal avec lenouveau Maire élu, Bruno Beschizza(Les Républicains).

Em Aunay-sous-Bois

Par Clara Teixeira

Parlamento aprova recomendações paraaumentar conhecimento sobre emigraçãoO Parlamento aprovou na semanapassada Projetos de resolução do PS,PSD e CDS-PP para a valorização doensino e conhecimento da emigraçãoportuguesa e para a análise da situa-ção dos emigrantes.O projeto do PS para a valorização doensino da história da emigração por-tuguesa nos currículos escolares aonível do secundário foi aprovado porunanimidade, enquanto o diplomaque prevê a criação de um Museu

Nacional da Emigração foi aprovadocom a abstenção do PCP, CDS e PEV.O CDS-PP viu aprovado um projetode resolução que propõe a «melhoriados instrumentos de análise e avalia-ção da situação dos emigrantes por-tugueses», com a abstenção do PCP,BE e PEV.O CDS considerou que o Relatório daEmigração, elaborado anualmentepelo ISCTE desde 2013, deve incluirtambém os «problemas mais co-

muns» das Comunidades portugue-sas, como as dificuldades na relaçãodos emigrantes com as estruturasconsulares, as suas principais pro-postas para melhorar o acompanha-mento de Portugal à diáspora e ondeestão geograficamente identificadosos principais problemas entre paísesde acolhimento e emigração portu-guesa.Um projeto do PSD que recomendaa criação de um Centro Nacional de

Documentação sobre a emigraçãoportuguesa foi aprovado com a abs-tenção do PCP, BE e PEV e votos fa-voráveis das restantes bancadasparlamentares.Este diploma propõe que o Centroseja dinamizado pela tutela políticadas Comunidades portuguesas noGoverno, «que articule a sua açãocom outras entidades da administra-ção central e local, bem como insti-tuições privadas».

François Hollande vai ser orador no Web Summit em LisboaO antigo Presidente francês FrançoisHollande e o Secretário-geral das Na-ções Unidas, António Guterres, vãoser dois dos muitos oradores já confir-mados Web Summit. Mas do pro-grama já constam também doisoradores robots.São alguns dos nomes divulgados napágina da conferência de tecnologia einovação, que pelo segundo ano con-secutivo decorre em Lisboa, de 06 a09 de novembro. A Comissária euro-peia para a Concorrência, MagretheVestager, e o antigo vice-Presidentedos Estados Unidos Al Gore, são ou-tros dos nomes anunciados.Entre os Portugueses estão também oComissário europeu para a Inovação,Ciência e Investigação, Carlos Moe-das, o Primeiro-Ministro, AntónioCosta, o Presidente da Câmara de Lis-boa, Fernando Medina, o Ministro daEconomia, Manuel Caldeira Cabral, aSecretária de Estado da Indústria, Ana

Teresa Lehmann ou a modelo SaraSampaio.

A Web Summit é uma conferênciaglobal de tecnologia que se realiza

anualmente em Lisboa, esperando-seeste ano mais de 60 mil participantes,incluindo mais de 20 mil empresas,sete mil presidentes executivos e doismil jornalistas.Estima-se que a edição de 2016 daWeb Summit - a primeira em Lisboa -tenha injetado 200 milhões de eurosna economia nacional, sendo umquarto desse valor absorvido pela in-dústria hoteleira e 50 milhões pelosdiversos fornecedores diretamente li-gados ao evento.Segundo informação oficial disponibi-lizada, desde 2010, as ‘startups’ por-tuguesas que se apresentaram naWeb Summit já angariaram mais de78 milhões de euros. Segundo dadosda Startup Europe Partnership, essevalor representa cerca de um terço dototal de 273 milhões de euros anga-riados pelas empresas desde 2010.Em 2016 registou-se uma captaçãode 21 milhões de euros.

Por Carlos Pereira

Le 01 novembre 2017

Lusa / Antonio Cotrim

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COMUNIDADE 05

Casal de lusodescendentes percorreu 1.570 quilómetroscom bens para vítimas

Um casal de lusodescendentes resi-dentes na região de Paris conduziu, aolongo de 1.570 quilómetros, uma car-rinha carregada de roupa, mantas, cal-çado, brinquedos e bicicletas dos filhospara entregarem às vítimas dos fogosno concelho de Seia.Georges Ferreira e Mélanie Alves, quemoram na cidade de Chambly, a cercade 60 quilómetros a norte de Paris, ti-raram uma semana de «férias força-das» para irem ajudar a sua terra abordo de uma carrinha com um cartazem que se lê «Solidarité Incendie -France Portugal - Solidariedade Incên-dio».«Nós, emigrantes lá fora, estamossempre perto do nosso povo aqui emPortugal. Ouvimos falar dos incêndios

na minha terra. Começámos a falar háuma semana com uns amigos, puse-mos um anúncio no Facebook, as pes-

soas começaram a doar muita roupa,calçado. Na quinta-feira andámos narecolha e viemos na sexta para baixo»,explicou Georges Ferreira à Lusa.A viagem e a entrega dos bens temsido fotografada e as imagens publica-das na conta Facebook «Solidarité In-cendie (Portugal)».O casal partiu na sexta-feira de França,no sábado chegou à Igreja Evangélicade Seia com «a carrinha de cinco me-tros cúbicos» carregada de bens e foidistribuir diretamente às pessoas,tendo também comprado alimentoscom dinheiro que conseguiram anga-riar em França.Na segunda-feira, os franco-portugue-ses foram a Riba de Ave, terra da famí-lia de Mélanie, e Oliveira São Mateuspara «recolher mais bens como produ-tos higiénicos, eletrodomésticos» que

vão entregar esta sexta-feira de manhãem Seia.O lusodescendente, de 39 anos, acres-centou que «em França já há outra car-rinha cheia e pessoas de Tours quetambém querem levar uma carrinha»carregada de bens, estando a preverfazer uma nova viagem antes do finaldo ano.Georges Ferreira indicou, também, queo próximo objetivo é «angariar fundospara comprar uma carrinha para andarno combate aos incêndios».«Na minha terra, Lajes, não temosuma carrinha para andar nos incên-dios. Precisamos de uma pick-up parapôr um tanque de água atrás para ter-mos lá na Junta para começarem aapagar os fogos enquanto os bombeirosnão vêm porque, coitados, os bombei-ros estiveram lá para trás e para a

frente e não conseguiram vir à nossaterra», afirmou.As centenas de incêndios que deflagra-ram no dia 15 de outubro, o pior diade fogos do ano segundo as autorida-des, provocaram 45 mortos e cerca de70 feridos, perto de uma dezena dosquais graves.Os fogos obrigaram a evacuar localida-des, a realojar as populações e a cortaro trânsito em dezenas de estradas, so-bretudo nas regiões Norte e Centro.Esta é a segunda situação mais gravede incêndios com mortos em Portugal,depois de Pedrógão Grande, em junhodeste ano, em que um fogo alastrou aoutros municípios e provocou, segundoa contabilização oficial, 64 mortos emais de 250 feridos. Registou-se aindaa morte de uma mulher que foi atrope-lada quando fugia deste fogo.

Por Carina Branco, Lusa

Associação Memória Viva luta contra invisibilidade da emigração portuguesa há 14 anos

A Associação «Mémoire Vive/MemóriaViva» luta contra a invisibilidade daemigração portuguesa desde 2003,através da recolha de testemunhos,criação de arquivos, apoio à investiga-ção, organização de exposições e pro-jeção de filmes.A associação foi criada por Portuguesesque «achavam que era importante quea memória da emigração portuguesafosse recolhida, trabalhada e divul-gada», disse à Lusa Ilda Nunes (foto),Presidente da associação.«Os Portugueses de França são invisí-veis talvez porque não fazem distúrbioscomo outros, mas o Português foi sem-pre visto como um trabalhador queaceita tudo e mais alguma coisa e nãocontesta. Não é o caso de todos os Por-tugueses, mas foi o caso de muitos,muitos Portugueses», explicou a diri-gente associativa.Ilda Nunes, que chegou a França com15 anos em 1966, contou que a asso-

ciação tem lutado para dar a conhecera história da emigração portuguesa, jáque «os Portugueses são muito nume-rosos em França e trabalharam para areconstrução da França e da sua eco-nomia».A associação tem recolhido e continuaa recolher, testemunhos de pessoas queemigraram para França «a salto», porexemplo, entre os anos 50 e os anos70, estando esses testemunhos visíveisna página internet memoria-viva.fr e napágina sudexpress.orgEntre os membros fundadores da as-sociação está o cineasta José Vieiraque teve a ideia da plataforma virtualSudexpress depois de se aperceber,após a realização do filme «La PhotoDéchirée», em 2001, que não existia«nenhum local especificamente con-sagrado à história e à memória dae/imigração portuguesa».«Quando fiz o filme ‘La Photo Déchi-rée’, nessa altura, houve muitos deba-tes sobre o filme e havia gente que nãofazia ideia do que foi a história dos pais.

Recebi imensas mensagens de agrade-cimento por falar disso. Havia um vaziototal, um vazio sideral à volta disto, eera preciso fazer algo pela memória. Aideia era fazer escrever essas memóriaspelas próprias pessoas. Hoje já há umreconhecimento desta história e váriosprojetos sobre o tema», disse à LusaJosé Vieira.Nasceu, então, o Sudexpress, um es-paço virtual - sonoro e visual - para re-colher e transmitir essas memórias etambém para as contextualizar, tendo oprojeto sido apoiado pela Fundação Ca-louste Gulbenkian e, depois, adotadopela «Memória Viva» e colocado onlineem 2006.Na plataforma há narrativas de via-gens, recordações dos primeiros tem-pos passados em França, relatos dae/imigração e até «um abecedário do‘frantuguês’ - conjunto de palavras e deexpressões que os Portugueses forambuscar à língua francesa e que pronun-ciam à portuguesa».A 19 de junho, a associação depositou

um fundo de arquivos sobre a memóriada emigração portuguesa na Bibliothè-que de Documentation InternationaleContemporaine, um centro de arquivosespecializado na história do século XXe ligado à Universidade Paris-Nanterre.Ao longo dos anos, a «Memória Viva»tem apoiado vários projetos, como a pu-blicação do livro «Exílios, testemunhosde exilados e desertores portugueses naEuropa (1961-1974)» da Associaçãodos Exilados Políticos 1961-1974(AEP 1961-74) e o projeto fotodocu-mental «E-Migras?», da fotógrafa RoseNunes, que cruza emigrantes antigoscom emigrantes de hoje.A associação também organiza proje-ções de cinema e debates, na presençade realizadores e especialistas da emi-gração.A «Memória Viva» está, atualmente, atrabalhar na criação de uma mala comdocumentos audiovisuais para levar àsescolas e «falar da emigração portu-guesa, da história de Portugal antes edepois de 74, da participação portu-

guesa na Primeira Guerra Mundial» emFrança.Ilda Nunes, que é também professorade português e de francês em Paris,disse que «há 15, 20 anos» os seusalunos «tinham vergonha de serem deorigem portuguesa» e «hoje em dia jánão e reivindicam as origens portugue-sas».A associação venceu o Prémio Cap Ma-gellan do Melhor Projeto Associativo, a14 de outubro, na gala de homenagemà primeira República portuguesa noHôtel de Ville, em Paris, e o prémio de1.500 euros vai servir para ajudar amontar a exposição «Refuser la guerrecoloniale» prevista para 2019 na capi-tal francesa.A exposição vai juntar documentos dearquivo, fotografias, cartazes da épocae testemunhos de desertores, refratá-rios e outros que fugiram de Portugalpara França para não irem para aGuerra Colonial na Guiné-Bissau, An-gola e Moçambique entre 1961 e1974.

Por Carina Branco, Lusa

Solidariedade incêndios

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Le 01 novembre 2017

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Portugal Business Club da Loire e de Lyon organizaram um jantar comum

No passado dia 19 de outubro, o Por-tugal Business Club (PBC) da Loire eo Portugal Business Club de Lyon,juntaram-se para um jantar de con-fraternização em Rive-de-Giers, norestaurante «La Renaissance».O proprietário e Chefe Jean PaulMeunier, também «Maître de Cuisinede France», acolheu os membros doPBC que partilharam um jantar gas-tronómico francês. Cerca de 40 con-vivas participaram no jantar com oobjetivo de partilhar informações, tra-varem conhecimento e amizade, paramais tarde fazerem, eventualmente,negócios.«Da parte do Portugal Business Clubda Loire podemos dizer que são váriasas profissões que aqui estão repre-sentadas, desde arquitetos, empresasde construção, transportes rodoviá-rios, até ao fabrico de confeitaria echocolates, passando pelo imobiliárioe pela restauração» diz ao LusoJornalJean-Louis Buchon, o atual Presi-dente do PBC da Loire. «Temos tam-bém connosco alguns autarcas de StEtienne, como por exemplo HélènePibarot, com o pelouro da cultura,assim como Alexandra Custódio, Fa-bienne Perrin, com o pelouro das as-sociações, Anne Barnier do CCI de St.Etienne, e uma consultora de empre-sas, Patricia Webert. Todos eles sãomembros do PBC da Loire».Gil Martins, o Presidente do PBC deLyon, fez apelo a António Pinto queorganizou, neste encontro, uma provade vinhos portugueses que depoisforam apresentados à mesa e com-pletaram o menu preparado por PaulMeunier com peixe, carne e sobreme-sas.Foi ainda no decorrer deste jantar queTiago Simão Freire da «Capella Sanc-tae Crucis» apresentou o seu último

trabalho, resultado das suas pesqui-sas musicais, no quadro do projeto dedar a conhecer a música medieval re-nascentista barroca portuguesa, atra-vés da gravação de um CD realizadaem Lyon no ano 2015, e que estáagora à venda ao público.

«O nosso próximo almoço com ade-rentes e convidados, está agendadopara o dia 10 de novembro, no lugarhabitual, o barco-restaurante Bela-dona, que está atracado no rio Rhône,perto da Confluence» explica ao Lu-soJornal o Presidente do PBC de

Lyon, Gil Martins. «O encontro dehoje foi muito positivo pois havia jáanos que esta reunião era falada, massó agora se concretizou, aqui, a meiocaminho entre Lyon e St Etienne, emRive-de-Giers. Esta troca de conheci-mentos foi visivelmente muito apre-

ciada pelos membros dos dois Clu-bes».Esteve também presente o Cônsul-Geral de Portugal em Lyon, Luís Câ-mara, que fez conhecimento com osautarcas e com os empresários mem-bros do PBC da Loire e de Lyon.

Por Jorge Campos

lusojornal.com

06 EMPRESAS

Appel à candidatures des Trophées CCIFP 2017

Le prochain dîner de gala de laChambre de commerce et d’industriefranco-portugaise (CCIFP) aura lieule 8 décembre prochain, dans l’hôtelWestin, à Paris.C’est l’un des événements les plusattendus de la CCIFP, qui vient defaire appel à candidatures pour lesTrophées 2017.L’occasion est donc d’encourager etde récompenser la capacité de créa-tion, d’innovation, ainsi que la qua-lité des résultats et la performanced’entreprises engagées dans le com-merce bilatéral.D’après le communiqué de la CCIFPenvoyé cette semaine aux membresde la Chambre de commerce, onpeut lire: «Les candidats seront sé-lectionnés par un jury composé d’en-treprises de renom (Fidelidade,Banque BCP, Caixa Geral de Depósi-tos…) pour l’obtention du Trophéesdans les catégories ‘Entreprise del’année’, ‘Produit de l’année’, ‘Jeuneentreprise’, ‘Innovation’. Les noms

des lauréats seront dévoilés une se-maine avant la remise des Trophées».Le «Trophée CCIFP/Fidelidade - Pro-duit de l’année» vise à récompenserun produit portugais ou franco-portu-gais qui s’est distingué sur le marchéfrançais cette année. Les entreprisesfrançaises détenues par des portu-gais ou par des luso-descendants etles entreprises portugaises peuventdonc se candidater. L’an dernier c’est«Mediatree» qui l’a remporté. «Lecandidat c’est plutôt un produit, ausens économique, un bien matérielintangible ou un service qui a pourobjet la satisfaction d’un besoin».Le «Trophée CCIFP/Caixa Geral deDepósitos - Jeune entreprise» vise àrécompenser et promouvoir les entre-prises portugaises et françaises demoins de 5 ans, détenues par desPortugais ou par des lusodescen-dants. Le dernier récompensé c’est«LXS Group». La CCIFP se base alorssur la qualité et originalité du produitou des services ou encore des résul-tats et du potentiel d’évolution.Le «Trophée CCIFP - Innovation»

emporté par «Jarvis Conseils» en2016, récompense l’impact de l’in-novation sur le marché/secteur et sesrésultats.Le «Trophée CCIFP/Banque BCP -Entreprise de l’année» a été une despremières distinctions attribuées parla CCIFP. «AMG Propreté» est le dé-

tenteur du titre de 2016. Pour ce tro-phée sont éligibles les entreprises, fi-liales ou succursales réalisant unchiffre d’affaires supérieur à 3 mil-lions d’euros, en s’appuyant sur descritères comme le taux de croissancedu chiffre d’affaire, les résultats et lebilan social positif.

Finalement le «Trophée CCIFP -Membre de l’année» qui a récom-pensé «Crédito Agrícola» lors de ladernière édition, vise les membresqui se sont démarqués par leur sou-tien toute au long de l’année, en par-ticipant activement aux différentsévénements de la CCIFP et en appor-tant de nouveaux membres.C’est en 2009 que la CCIFP a pro-cédé à l’attribution des premiers Tro-phées. Produits en porcelaine ou encristal, ils visent à attirer l’œil vers lefutur et ses enjeux. Les trophéesCCIFP sont remis à des entreprises,«indépendamment de son statut demembre ou nom membre de laCCIFP. Afin qu’ils soient représenta-tifs de l’univers entrepreneurial quenous représentons».Cette cérémonie est une occasionunique pour les participants de ren-contrer et d’échanger avec des pro-fessionnels reconnus autour du dînerGala.

Infos: 01.79.35.10.00www.ccifp.fr

Gala de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise

Par Clara Teixeira

Le 01 novembre 2017

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CCIFP (arquivo)

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DESTAQUE 07

lusojornal.com

Yohann Lopes: o especialista da Concertina portuguesa é lusodescendente

Yohann Lopes nasceu em Versailleshá 33 anos. Os pais são do norte dePortugal, “meia costela transmon-tana, meia costela minhota” comocostuma dizer. Dedicou-se à músicadesde muito novo e diz que vai conti-nuar para o resto da vida.Estudou musicologia na Universidadeda Sorbonne, onde defendendeu umatese de doutoramento sobre a Concer-tina. Apesar de ser lusodescendente,é o especialista da concertina portu-guesa e quer agora publicar o primeirolivro sobre este instrumento.Esteve à conversa com o LusoJornal.

O que o levou à concertina?A concertina é uma paixão. O meu paié minhoto e no Minho há muita con-certine. E é um instrumento popular,como eu. É um instrumento umpouco desvalorizado para o bem quenos faz. Eu sempre fui daqueles dedar valor ao que tem e a concertina éuma boa companhia.

A sua tese sobre a concertina é únicano mundo, certo?Exatamente, fiz o meu doutoramentosobre a concertina, que nunca tinhasido feito antes. A nível universitário éuma referência. Tive a honra de tercomo professora catedrática, SalwaEl-Shawan Castelo Branco fundadorada etnomusicologia em Portugal, queelogiou o meu trabalho. Também tiveoutros professores que participaramna minha tese, como Luc Charles-Do-minique que é uma das referências anível mundial da etnomusicologia emFrança, Philippe Cathé professor ca-tedrático na Sorbonne, que trabalhousobre a música contemporânea, esobre as questões de análises musi-cais, sons, timbres, etc e o meu pro-fessor, que estimo muito, FrançoisPicard, especializado não na músicaportuguesa, mas na música chinesa,o que me deu muita vantagem na ela-boração da minha tese.

A concertina é um instrumento prati-camente desconhecido em França,não é?Basicamente o que eu defendo naminha tese é que há um acordeão dia-tónico que tem a particularidade emPortugal e no Alto Minho de ter onome de Concertina portuguesa. Nasculturas europeias é o segundo instru-mento mais divulgado a nível das tra-dições de músicas orais. Em Françachama-se «accordéon diatonique», naItália «organeto» e em Portugalchama-se «concertina portuguesa». Eo que eu defendo é que no fim dosanos 90, quando houve um novo in-teresse pelas músicas tradicionais, aconcertina começou a abrir um mer-cado internacional para Portugal ouseja a plataforma europeia de constru-ção de acordeões, que é a Itália, abriuo mercado para Portugal. Eu consi-dero que houve um mercado para asconcertinas portuguesas que faz delaum acordeão diatónico único, com assuas características que eu definobem na minha tese.

Como se pode definir a concertina do

ponto de vista musical?Uma concertina faz a festa ela sozi-nha. Basta uma concertina, de comere de beber e a festa faz-se! (risos) Aconcertina é um instrumento popularque precisa de pouco para dar emo-ção. Ao longo dos anos foi mal tratada,porque foi assimilada às festas popu-lares, aos copos e ao rancho folclórico,mas pouco a pouco, com este tipo deações, nomeadamente a minha tese,ou ainda com o meu irmão, fora dePortugal contribuimos para que a con-certina tivesse um estatuto que evo-luiu. A concertina tem uma vertentepopular para a festa, mas tem outravertente que se começa a abrir nospalcos internacionais, mais erudita ebem aceite pelas populações ondevamos apresentar um instrumento.

É esquisito ser um lusodescendente apromover a concertina fora de Portu-gal, não é?Não é assim tão esquisito, porque naminha tese falo bem do assunto: emtodas as pesquisas que fiz e entrevis-tas que dei sobre a concertina, elacaiu ao abandono em Portugal. Equem manteve a tradição da concer-tina foram os tocadores que saíram dePortugal ou seja que os melhores to-cadores de concertina estiveram aquiem Paris. E é normal que nós nos in-teressamos mais pelo instrumento,nomeadamente a concertina portu-guesa não é só um instrumento: veioa ser um emblema do Alto Minhoatravés das suas ações, do som, doseu repertório e da raiz que ela tem detoda uma cultura e de toda uma co-munidade.

Com o seu irmão Yannick e o seu paicriou o Trio Lopes. Como é que nas-ceu o grupo?O meu irmão tem 3 anos mais do queeu. É uma pessoa fantástica, dedicou-se muito à concertina, para além doacordeão, da guitarra, da viola bra-guesa ou ainda do cavaquinho. Elecompõe músicas para concertinas, oque é raro em Portugal. O espírito é

sempre o mesmo, tradicional com al-gumas inspirações e daí termos saídasno estrangeiro. Foram as raízes quenos levaram à concertina. O meu avôcantava à desgarrada e o meu pai tocacavaquinho, e através da comunidadeportuguesa aqui e do rancho folclóricode Versailles, na altura, o nosso inte-resse pelo instrumento foi crescendo.Eu já tocava acordeão, a concertinaveio depois. Ouvia aquele instrumentocujo carácter é incrível e mexeu muitocomigo. Foi uma paixão que nuncamais larguei e como o meu irmãotambém toca, tocamos os dois. A con-certina é um instrumento de convívioe que se pode partilhar porque a mú-sica é isso mesmo, partilhar uns comos outros um bom momento de mú-sica em harmonia. Eu faço isto comquem gosto mais que é o meu irmãoe o meu pai. A minha mãe tambémnos acompanha, é uma história fami-liar.

Internacionalmente por onde têm an-dado?Em janeiro fomos à Sibéria. Foram 8horas de avião e pensava que ali ia en-contrar um povo muito fechado e quesó gosta da música dele. Afinal en-contrei um povo fantástico. Foi incrí-vel a sensação que tivemos e queproporcionamos em frente daquelepovo. Eles nem sabiam onde era Por-tugal, troquei amizades e contactos ealgumas pessoas virão ao meu festivalque também organizo à volta do acor-deão, mas também posso falar da Es-panha, onde temos muito sucesso.Eles adoram a música portuguesa e amaneira como apresentámos a mú-sica portuguesa. Estivemos na Sar-deigne várias vezes, em Israel, nosEstados Unidos, para a Comunidadee fora da Comunidade, no Québec, noCarrefour mundial do acordeão, nuncatinham visto Portugueses neste festi-val e é um dos maiores festivais deacordeão no mundo e voltaremos lá nopróximo ano.

Têm um reportório diferente quando

tocam para os Portugueses ou paraum público mais universal?A nossa força é adaptarmo-nos aonosso público. Em Ponte de Lima, porexemplo, gostam de cantar, gostam dedançar, percebem as palavras e aliacontece algo. Agora quando vamospara palcos internacionais, é maiscomplicado convencer através das pa-lavras porque as pessoas não enten-dem as nossas letras, e apresentamosde uma forma mais coreográfica, dan-çamos a tocar, cantamos em portu-guês mas melodias mais simples, queno final do concerto conseguem can-tar connosco.

Sentem-se embaixadores da músicaportuguesa?Em Portugal há muitas concertinas,mas quando tocamos em Portugalsomos Franceses e é o único sítio doplaneta onde somos Franceses. Mastodos os emigrantes conhecem isso,não é? Quando vamos para o Canadásomos Portugueses, aqui somos Por-tugueses, no estrangeiro somos Por-tugueses e quando chegamos aPortugal, podemos tocar uma CanaVerde, um Vira ou uma Chula, pode-mos tocar o mais tradicional, ou es-tarmos vestidos de folclore, somossempre considerados como France-ses. Talvez seja pelo toque que sejadiferente - o que não me parece - ouo nosso reportório que tentamos abrirhá muitos anos. Como tocamos anossa música, somos considerados di-ferentes. Embaixadores da músicaportuguesa até gostava de ser, masquando vou a Portugal não tenho essaimpressão de sermos consideradosembaixadores da música portuguesa.Infelizmente.

Os vossos espetáculos não ficam sóagarrados às raízes, pois não?A concertina é um instrumento versá-til ou seja tem vários repertórios quese adaptam. Temos um projeto - o«Duo Paris Lisboa» - no qual tocamoscom uma amiga nossa. Trata-se deum Trio Lopes de música erudita, feito

com composições de acordeão cromá-tico e da concertina, mas que misturavárias influências, jazz, clássico, con-temporâneo, das músicastradicionaisde outros países também, mas sem-pre com um toque português, aliás écantado em língua portuguesa, julgoque é um produto como nova músicaportuguesa. E também tem uma bai-larina de música contemporânea empalco.

Sente-se verdadeiramente como umespecialista da concertina?Trabalhei muito e dediquei-me muitonestes mais de 10 anos de universi-dade à concertina. Os meus mestradosforam sobre a concertina, comeceipela parte organológica, depois a parteacústica, porque o som da concertinaé particular, depois virei-me para o re-pertório que resultou numa tese de800 páginas com um CD de 300 ex-tratos musicais, com gráficos a expli-car situações.Isso faz de mim umespecialista nacional e mundial de umponto de vista universitário. Tambémjá tive o Trofeu de Campeão do Mundode Concertina, que ganhei na Rússia.Mas também há muitas pessoas quesabem muito bem do que falam, semnunca terem feito doutoramentos. Masé verdade que nem sequer há um livrosobre a concertina portuguesa. É omeu próximo desafio: escrever umlivro, não baseado na sabedoria popu-lar, mas mais na etnomusicologia, como aspeto científico e universitário.

Também transmite aos outros o gostopela concertina?Já antes dos anos 2000, criámos aprimeira escola de concertina no meioassociativo em Paris. Na altura haviamuita procura, começámos a daraulas e agora temos os nossos alunosque também dão aulas, uns aqui ou-tros fora de Paris e mesmo até emPortugal, para onde alguns regressa-ram. A nossa escola está sempre pre-sente, mas temos as nossas pesquisase os nossos espetáculos que ocupammuito tempo, mas ainda temos tempopara os alunos. Gostamos de partilharo nosso saber. Vimos já uns 300 alu-nos passar pelas nossas mãos. A es-cola Trio Lopes é na região deVersailles e quem estiver interessadopode contactar-nos através das redessociais.

E finalmente, fale-me do vosso Festi-val...O festival Trad & Som, é o festival demúsicas do mundo da associaçãoTrad & Som, baseado nos acordeõesem geral. Em 2014 tivemos uma edi-ção que foi feita através dos instru-mentos de músicas tradicionais comum músico Arménio, um contrabaixoe sexafone soprano (klezmer) e clarosempre uma concertina. A próximaedição terá lugar nos fins de maio ouprincípios de junho. A programaçãoainda está em curso, mas teremos vá-rios artistas nomeadamente amigosque são profissionais, que virão da Co-lombia, da Bretanha, do Poitou, doPaís Basco, etc, vou fazer tambémuma espécie de baile francês dosanos 30, mas a programação aindanão está completa.

Por Carlos Pereira

Tem uma tese de doutoramento sobre a Concertina

Le 01 novembre 2017

Yohann e Yannick LopesJuliette Capdevielle

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Curtas portuguesasde terror naCinematecaFrancesa em Paris

Na segunda-feira desta semana, jádepois do fecho desta edição do Lu-soJornal, a Cinemateca Francesa, emParis, programou oito curtas-metra-gens portuguesas selecionadas peloFestival Internacional de Cinema deTerror de Lisboa - MOTELX.Este é o início de uma «itinerânciapioneira» do festival, para futuras par-cerias no cinema de terror, disse àLusa João Viana, um dos Diretoresfestival criado em 2007. «Paris é o iní-cio de uma itinerância que queremosfazer em várias cidades da Europa efora da Europa. Um dos objetivos édar a conhecer os trabalhos que setêm feito aqui em Portugal, comnovos talentos, num género poucoconhecido que é o cinema de terror,sob a égide do prémio MOTELX - Me-lhor Curta de Terror Portuguesa», afir-mou o responsável.A sessão de apresentação das curtas-metragens portuguesas teve lugar naSala Georges Franju da CinematecaFrancesa, no âmbito da programação«Aujourd’hui le Cinéma» dedicada àcriação cinematográfica contemporâ-nea.O responsável da programação da Ci-nemateca Francesa, Bernard Payen,disse à Lusa que «é interessantemostrar estes filmes aqui na cinema-teca, ainda por cima dois dias antesdo Halloween».«Esta é uma possibilidade para mos-trar estes filmes que não são conhe-cidos cá. São filmes interessantesporque retomam códigos do cinemade terror mas com uma ironia, umadistância ou uma contemplação. Sãotodos diferentes mas complementa-res», afirmou o programador que estáa trabalhar num projeto de retrospe-tiva de Paulo Rocha na CinematecaFrancesa em 2018.Além da Cinemateca de Paris, a ini-ciativa tem o apoio do Centro CulturalCamões de Paris.Filmes selecionados:«Papá Wrestling» (2009) de Fernando Alle«A Tua Plateia» (2015) de Óscar Faria«Andlit» (2014) de João Teixeira Figueira«Sangue Frio» (2009) de Patrick Mendes«Nico - A Revolta» (2013) de Paulo Araújo«Maria» (2014) de Joana Viegas«Miss Mishima» (2011) de Pedro Rocha«Depois do Silêncio» (2017) de Guilherme Daniel

08 CULTURA

Primeiro romance de Manuel do Nascimentofoi apresentado em Paris

O romance «Nem tudo acontece poracaso», do historiador autodidata Ma-nuel do Nascimento, editado pela Co-libri, foi apresentado no ConsuladoGeral de Portugal em Paris. Foi apre-sentado por Luísa Semedo, Conse-lheira das Comunidades Portuguesase vencedora do Prémio Literário e deIlustração Eça de Queirós.«O autor não necessita de apresenta-ções» disse na sua intervenção oCônsul Geral de Portugal em Paris,António de Albuquerque Moniz. «Éum habituado desta casa, assimcomo a apresentadora do livro, LuísaSemedo».Mesmo assim, António Moniz lem-brou que Manuel do Nascimento «éum dos escritores que mais produzna nossa Comunidade, nomeada-mente na área da história». Até por-que Manuel do Nascimento tem jávários livros publicados. «Temos delhe agradecer publicamente pelaimagem que ele vai dando de Portu-gal, não só para os Portugueses,mas também para as autoridadesfrancesas, ao participar em coló-quios, conferências e seminários,nomeadamente sobre as InvasõesNapoleónicas e sobre a I GuerraMundial».Mas, «Nem tudo acontece por acaso»é o primeiro romance do autor. LuísaSemedo lembrou no entanto que«apesar de ser um romance, nãodeixa de lado a história, porque temreferências à I Guerra Mundial, à IIGuerra Mundial, ao Estado Novo e àRevolução de Abril».Para Luísa Semedo, Manuel do Nas-

cimento «consegue falar de tudo isto,consegue fazer uma visita guiada aLisboa e ainda consegue contar a suaprópria história. Brinca entre a reali-dade e a ficção» e acrescenta que «éum livro denso com um romance,porque existe emoção, suspense, di-nheiro e sexo».A Conselheira das Comunidades con-sidera «interessante» a escolha do ro-mance para contar a história de umpaís. «Isso permite-nos sentir maisempatia através do personagem. Temmais força».

O livro nasceu de uma viagem a Lis-boa, quando o autor conheceu ummendigo cujo pai, o alferes Rai-mundo Marques, participou na Pri-meira Guerra Mundial em França eentrou na Resistência francesa naSegunda Guerra.Luísa Semedo considera que o livro é«engagé». Virando-se para Manuel doNascimento, disse-lhe que «tens acoragem de escrever um livro comum posicionamento, com o qual meidentifico: é antifascista, denuncia asdesigualdades económicas, denuncia

a colonização, denuncia a promiscui-dade entre a economia e a política…»Manuel do Nascimento nasceu noconcelho de Tabuaço, mas foi estudarpara Lisboa. Obteve a carteira profis-sional de fotógrafo em 1961, antesde emigrar. Quando chegou a França,trabalhou para uma empresa ondefazia microfilmagem de jornais, revis-tas e livros para a então BibliotecaNacional de Paris e foi ao longo des-ses 15 anos, que cultivou a paixãopela História e se dedicou à escrita.

No Consulado Geral de Portugal

Por Mário Cantarinha

Florent Pagny seduzido por Portugal e suas isenções ficais

O cantor Florent Pagny, uma dasvozes mais conhecidas da pop fran-cesa, deixou-se seduzir pelas vanta-gens fiscais de Portugal em relaçãoàs ‘royalties’, mas promete continuara pagar impostos em França.Em declarações à Lusa, o cantor re-petiu o argumento que gerou polé-mica em França: em primeiro lugar,escolheu Portugal “por razões fis-cais”.“Primeiro, foi por razões fiscais. De-pois, a gente apercebe-se que o paísé muito bonito, mas, ao princípio, aspessoas vão para Portugal porqueouvem falar de coisas que fiscal-mente lhes interessam”, explicou ocantor de “Savoir Aimer”.O regime fiscal para o residente nãohabitual em Portugal, criado em2009, prevê a isenção de impostosobre as “royalties” [direitos de autor]de fonte estrangeira, durante dezanos, algo que Florent Pagny vê como“uma prenda”.“Até agora todas as pessoas que vãopara Portugal dizem que é porque ébonito, porque tem tanta cultura, por-que é magnífico, por causa do clima,

mas elas não se atrevem a dizer que,em primeiro lugar, vão é porque lhesdá jeito ao nível fiscal”, resumiu ocantor.Apesar da polémica que se gerou emFrança em torno da sua alegada fugaao fisco, Florent Pagny sublinhou quevai continuar a pagar impostos emFrança. “Toda a minha atividade, sejaem palco ou no programa The Voice,é em França, e se é em França, vouter de pagar impostos em França.Sempre paguei os meus impostos emFrança. As pessoas não o sabem eestou farto de o explicar”, destacouum dos ‘mentores’ da versão francesado programa televisivo “The Voice”.Florent Pagny insistiu que não fogeao fisco em França, dias depois de aMinistra das Forças Armadas fran-cesa e antiga Secretária de Estado doOrçamento Florence Parly, ter dito, naestação de rádio France Info, que nãoqueria comentar um “caso que con-sidera um pouco indigno”.“Eu não fujo às regras fiscais porquepago os meus impostos em França.Quando se é artista ou desportistadeve-se pagar as prestações que sefazem neste país. Claro que se pudersair, com leis como a dos ‘royalties’,

e ter vantagens a duas horas de Paris,vale a pena aproveitar. Mas todos osanos passo um cheque de 300 mil aum milhão de euros de impostos por-que sou muito produtivo”, revelou.O regime fiscal para residente nãohabitual prevê a isenção das ‘royal-ties’ de fonte estrangeira, mas os ren-dimentos de trabalho dependente defonte francesa são tributados emFrança, sendo eliminada a dupla tri-butação em Portugal e em França.Caso existam rendimentos auferidosem Portugal, resultantes de ativida-des consideradas de “elevado valoracrescentado, com caráter artístico”- por exemplo, concertos - o artistaserá tributado à taxa especial de20%.Aos 55 anos, Pagny espera ter “tran-quilidade” em Portugal - na casa atéagora arrendada numa zona que pre-fere não revelar - e não tem agendadascolaborações com artistas portugue-ses, ainda que não saiba “o que odestino reserva”.O artista quer conhecer Portugal e atéa música portuguesa, mas não estános seus planos, a curto prazo, apren-der a língua portuguesa que descrevecomo “muito complicada, muito di-

fícil” e com “um sotaque que até pa-rece russo”.Com Portugal na moda, o cantorteme que a calma que caracteriza opaís possa vir a ser afetada, aindaque os portugueses lhe pareçam“muito simpáticos e até divertidos aoverem a quantidade de gente quechega”.“Eu adoro a natureza. A duas horas deParis, consigo ir para um lugar ondeas pessoas são simpáticas, onde aqualidade de vida é superior à média,onde se come bem, onde o clima éagradável e onde a vida é muito maisbarata. É incrível. Mas pode acabarpor tornar-se um problema paravocês”, considerou.Até agora, Florent Pagny dividia o seutempo entre França, Argentina e Esta-dos Unidos, tendo já tido diferendoscom o fisco francês que inspiraram amúsica, interpretada por ele, “Ma Li-berté de Penser” (2003).O cantor, que passou pelo cinemanos anos 1980, lançou o primeirodisco em 1990, “Merci”, editou maisde vinte álbuns e está atualmente emdigressão com o último disco, “LePrésent d’Abord”, lançado em se-tembro.

Por Carina Branco, Lusa

Le 01 novembre 2017

LusoJornal / Mário Cantarinha

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CULTURA 09

Desenhador francês lançou BD “Maria e Salazar”sobre emigração portuguesa para França

O autor francês Robin Walter lançou abanda desenhada «Maria e Salazar»,inspirada na vida de uma emigranteportuguesa que chegou a Paris em1972 e que resume a história de mi-lhares de Portugueses em França.A personagem Maria é baseada na sua«segunda mamã», uma «amiga da fa-mília», que trabalhou como empregadadoméstica na casa dos seus pais du-rante mais de 30 anos.«Baseei-me no percurso de Maria, queé uma amiga da família e foi durante30 anos a empregada doméstica dosmeus pais e que eu e os meus irmãosconsideramos como uma segundamamã. Quando quis falar sobre estetema, pedi-lhe a ela e ao seu maridopara me contarem as suas histórias»,disse à Lusa Robin Walter, de 38 anos.Quando os seus pais decidiram vendera casa onde cresceu, em Champigny-sur-Marne (94), nos arredores de Paris- uma cidade onde vivem muitos por-tugueses - Robin Walter questionou-sesobre o que iria acontecer a Maria e de-cidiu saber mais sobre o que levou estaPortuguesa a vir para França, assimcomo tantos milhares de Portuguesesnos anos 1960 e 1970.O resultado foi um romance gráficoque tem como pano de fundo «a maislonga ditadura moderna da Europa oci-dental».

Robin Walter optou por uma narraçãobiográfica e autobiográfica, retomandoas suas conversas com Maria e o seumarido, Manuel, os testemunhos deamigos lusodescendentes, o visiona-mento dos documentários do cineastada emigração José Vieira, as idas à bi-blioteca e ao Museu da História da Imi-gração, em Paris, tendo procurado serfiel ao tom dos relatos que ouvia e evi-tando fazer «uma banda desenhadasombria».«Nos testemunhos de Maria e do seumarido, ainda que falassem das difi-culdades em Portugal, das privaçõesde liberdade durante Salazar, não senti

grande rancor ou revolta. Havia umasuavidade no seu relato, uma nostalgiaporque Portugal continuava a ser o Por-tugal da sua juventude - mesmo cons-cientes do que era esse Portugalpoliticamente - mas havia essa suavi-dade, talvez fosse a famosa saudade.Ao nível do tom, tentei transmitir essaideia», descreveu.«De forma geral, quando comecei atrabalhar vi que a história da emigraçãoportuguesa em França é pouco tratadaem tudo o que é media popular e aténo cinema. Houve o filme ‘CageDorée’, mas há pouca coisa e acho queé devido ao facto de os Portugueses

terem uma grande vontade de se inte-grarem e de serem muito discretos»,continuou.Robin Walter apontou, ainda, que «osFranceses não se interessaram ou in-teressaram-se pouco» pelos Portugue-ses e pela história recente de Portugalrelativamente a outros países.A partir das vidas de Maria e Manuel,o autor acabou por resumir o percursode tantos milhares de Portugueses quevieram para França: a viagem clandes-tina «a salto», a passagem da carrinhados bancos portugueses no bairro delata de Champigny-sur-Marne, a in-compreensão do maio de 68 para mui-

tos Portugueses, a política do EstadoNovo relativamente à emigração, osonho de regressar a Portugal e «o fimda ilusão»: «Com o tempo, o país quedeixámos torna-se no país onde nãovoltamos».«Os testemunhos dos meus amigostêm vários pontos em comum. Os paisou os avós chegaram a França nosanos 1960. Sempre por razões econó-micas, para escapar à miséria. Para al-guns deles, o medo dos combates emAngola ou em Moçambique tambémfoi uma razão para fugir ao longo ser-viço militar de três anos», lê-se nolivro.«Maria e Salazar», publicado a 11 deoutubro, está a ser apresentado em vá-rias livrarias francesas, e vai estar pre-sente em festivais franceses de BandaDesenhada, nomeadamente o FestivalQuai des Bulles de Saint-Malo, de 27a 29 de outubro, e o Festival Interna-cional de Banda Desenhada de Angou-lême, de 25 a 28 de janeiro de 2018.O livro, publicado em França pela edi-tora Des ronds dans l’O, deverá serlançado em Portugal no próximo ano.Robin Walter é o autor de «KZ Dora»(2010 e 2012), dois livros sobre a de-portação de resistentes para os cam-pos de concentração nazis, baseadosna história do seu avô Pierre Walter. Odesenhador também fez uma bandadesenhada sobre o futebol intitulada«Prolongations».

Por Carina Branco, Lusa

Lançada no mês de outubro

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Ana Vieira,Helena Almeida e Joana Vasconcelosícones da criação feminina em ParisAna Vieira, Helena Almeida e JoanaVasconcelos integram a exposição«Women House», em Paris, que«coloca a mulher no centro da his-tória da arte e da arquitetura emque esteve ausente e/ou vítima»,segundo as Comissárias da mostra.A exposição, que já abriu ao pú-blico e que encerra a 28 de janeirodo próximo ano, no edifício daMonnaie de Paris, cruza a noçãodo género feminino com o espaçodoméstico, pretendendo mostrarque «não é uma fatalidade» a «evi-dência histórica» de que «a arqui-tetura e o espaço público forammasculinos, enquanto o espaço do-méstico foi muito tempo o das mu-lheres».«Esta casa-mulher é um refúgio,uma prisão ou pode ser um localde criação? As artistas desta expo-sição agarram neste tema com-plexo e, através dele, recolocam amulher no centro da história da artee da arquitetura em que esteve au-sente e/ou vítima», escreveram nocatálogo de «Women House», asComissárias Camille Morineau eLucia Pesapanne.As três artistas portuguesas selecio-nadas figuram entre 39 nomes dosséculos XX e XXI, como LouiseBourgeois, Claude Cahun, CindySherman, Niki de Saint Phalle,Martha Rosler, Mona Hatoum e Ra-chel Whiteread, com expressõesmais recentes de Pia Camil (Mé-xico), Nazgol Ansarinia (Irão), IsaMelsheimer (Alemanha) e Laure Ti-xier (França), entre outras.Da portuguesa Ana Vieira (1940-2016), a exposição escolheu a obra«Sala de Jantar» (1971) da série«Ambientes», uma estrutura metá-lica com um véu de nylon que re-produz uma sala onde estãopintados objetos do espaço domés-tico, como cadeiras e armários, ena qual o espetador não pode en-trar.De Helena Almeida foram escolhi-das quatro fotografias de 1977,«Estudo para dois espaços», quesão apresentadas na secção «Lamaison, cette blessure», na qual«as artistas revelam e afrontam oslimites do seu espaço, tanto físicoquanto psicológico».Para a secção «Maison de Pou-pée», inspirada na peça homónimade Henrik Ibsen (1879) - que teveum forte eco nos primeiros movi-mentos de emancipação femininano final do século XIX - a exposiçãoconta com a escultura em ferro for-jado em forma de bule de chá, «LaTheiére», de Joana Vasconcelos(2010).

10 CULTURA

Filme de Laurence Ferrreira Barbosa sobre a Comunidade portuguesa nos cinemas franceses

A sexta longa-metragem da realiza-dora Laurence Ferreira Barbosa,“Todos os Sonhos do Mundo”, estádesde a semana passada nas salas decinema francesas para contar a histó-ria de Pamela, uma jovem portuguesanascida em França, que se encontradividida entre o amor incondicionalaos pais e a Portugal e a vontade deforjar o seu próprio caminho.“É uma forma de rutura suave com ainfância, com uma certa cultura fami-liar e com a cultura dos emigrantes deregressar à aldeia no mês de agosto.Há uma forma de emancipação emrelação à sua família, à sua cultura, àsua mentalidade”, explicou à Lusa arealizadora e argumentista.No filme, a cineasta retratou, nomea-damente, as férias de Pamela numaaldeia do Norte de Portugal, no verão,mas, desta vez, “a magia não aconte-ceu” e Portugal deixou de ser “aquelaespécie de paraíso perdido”.“Para ela, Portugal é uma espécie de

liberdade, de bem-estar. É o país dasférias para esta geração e as fériasnão são a realidade, é uma vida umpouco entre parêntesis e ela idealiza-o. Nesse ano, ela vai e não consegueextrair-se dos seus problemas. Portu-gal não consegue operar essa magia”,explicou a cineasta.Laurence Ferreira Barbosa, que nas-ceu em França e cujo apelido portu-guês herdou de um avô que nãoconheceu, decidiu fazer um filmesobre os emigrantes portuguesesquando se apercebeu que eles esta-vam pouco representados no cinemade ficção em França. “A Comunidadeportuguesa em França não está repre-sentada, não há muitos filmes de fic-ção. Há um filme que toda a genteconhece - a ‘Cage Dorée’ - que é aprimeira ficção sobre os emigrantesportugueses em França. Há os docu-mentários do José Vieira, mas nãovejo filmes de ficção que falem destamuito grande Comunidade estran-

geira em França”, considerou.O filme é produzido por Paulo Branco- como todas as suas longas-metra-gens - e recorre a atores não profis-sionais numa escolha “totalmenteassumida” e que é descrita como “aessência do projeto” que partiu daideia de fazer um documentário.“A partir do momento em que decidifazer um filme com a história de umafamília portuguesa emigrada, nãoconcebia a ideia de escolher atoresprofissionais porque soava falso. Que-ria que houvesse uma verdade, umaprecisão e as pessoas tinham de teruma forma de ser, sotaques, umhomem moldado pela dureza do tra-balho. As interpretações são imperfei-tas e frágeis, mas isso agrada-me e éo que eu queria”, contou.Não foi fácil convencer os portugue-ses a entrar num filme e o ‘casting’ foi“longo e difícil” porque são pessoas“de uma grande discrição, com medode errar e com falta de confiança”.

Em contrapartida, a realizadora dei-xou-se conquistar rapidamente pelaprotagonista do filme quando foi apre-sentar o seu projeto a uma escola,tendo acabado por se inspirar na vidae na personalidade da jovem PamélaRamos para o argumento e para o tí-tulo do filme. “‘Todos os Sonhos doMundo’ é tirado da ‘Tabacaria’ de Fer-nando Pessoa. É uma frase que ficamuito bem na personagem Pamélaque vive com um sentimento de fra-casso relativamente aos seus sonhos.Como no poema de Pessoa, ela não énada, mas não pode querer ser nada.À parte isso tem nela todos os sonhosdo mundo”, justificou.Laurence Ferreira Barbosa é autora defilmes como “Ou morro ou fico me-lhor” (2008), “Detesto o amor”(1996) - que passou na secção “Ci-némas en France” do Festival deCannes em 1997 - e “As pessoasnormais não têm nada de especial”(1993), que recebeu uma mençãoespecial do Prémio do Júri Ecumé-nico no Festival de Locarno e foi no-meado para um César de melhorprimeiro filme.A realizadora coassinou ainda o do-cumentário “Volta à terra”, de JoãoPedro Plácido, que passou na mostrada associação de cinéfilos ACID doFestival de Cannes em 2015, obteveo prémio Escolas/IADE para melhorlonga-metragem da competição por-tuguesa no Doclisboa em 2014, oprémio Ulysse do documentário e oPrémio Estudante no festival de ci-nema de Montpellier Cinemed assimcomo o Prémio Gold Hugo do Chi-cago Film Festival em 2015.

“Tous les rêves du monde”

Filme sobre Aristides de Sousa Mendes foi apresentado em ParisO filme «O Cônsul de Bordéus» sobreAristides de Sousa Mendes, o portu-guês que salvou mais de 30.000 pes-soas do Holocausto, foi apresentadoem Paris, no cinema Le Lucernaire.João Correa, um dos dois realizadores- com Francisco Manso - esteve pre-sente na sessão de apresentação eparticipou num pequeno debate orga-nizado no final da projeção, na pre-sença também do Embaixador daBélgica em França. Apesar de JoãoCorrea garantir que foram convidados,não houve representação diplomáticaportuguesa na apresentação do filme.No debate participou o Jornalista Car-los Pereira, Diretor do LusoJornal, ocompositor Henri Seroka, que paraalém de escrever a música para ofilme, também o produziu e houve in-tervenções do escritor e pensador fran-cês Claude Berger e do Embaixador doreino da Bélgica em França. Uma pro-fessora de português levou os alunos eos pais a assistir ao filme, apesar doperíodo de férias.João Correa, de 74 anos, interessou-se pela vida de Aristides de SousaMendes «por volta de 1989» quandoestava a realizar uma minissérie paraa televisão e se apercebeu, em Bor-deaux, que «ninguém conhecia o Côn-sul a não ser um padre [Bernard

Rivière] e o professor Manuel Dias»,que é atualmente o Vice-Presidente doComité National d’Hommage à Aristi-des de Sousa Mendes.«Quando comecei com esta história,não acreditei na história. Pensei queaquilo era uma espécie de aldrabice,que 35.000 pessoas salvas em Bor-deaux por um português que ninguémconhecia era uma história bonita parao cinema», começou por descrever ocorrealizador de «O Cônsul de Bor-déus».Em 1996, foi ao centro Simon-Wie-senthal, nos Estados Unidos, para «verse a história do Sousa Mendes era ver-

dadeira» e deparou-se com um «vistoSousa Mendes» que mais parecia «umsalvo-conduto da Idade Média».«Encontrei um responsável e pergun-tei como é que era possível que tenhasalvo tanta gente em tão pouco tempo.Ele olhou para mim e disse: ‘Mas o se-nhor nunca viu um visto Mendes’ e foia um cofre, voltou com um papelinhodobrado em quatro, amarelo, já quasedestruído, abriu-o e mostrou-me»,lembrou o português que vive na Bél-gica desde 1964.O filme estreou-se em Portugal, emnovembro de 2012, e só vai chegar àssalas francesas a 22 de novembro.

«O Cônsul de Bordéus» é protagoni-zado por Vítor Norte, no papel de Aris-tides de Sousa Mendes, o diplomataportuguês que, à revelia de António deOliveira Salazar, o Presidente do Go-verno da ditadura, atribuiu cerca detrinta mil vistos a refugiados persegui-dos pelo regime nazi, em 1940.O filme centra-se neste período, nosnove dias de junho de 1940, duranteos quais o Cônsul ajudou milhares derefugiados, designadamente judeus, aviajarem para Portugal e, daí, para di-ferentes países, sobretudo para os Es-tados Unidos.Quando estava a preparar o filme, JoãoCorrea escreveu também um livro,«Sousa Mendes, Le Cônsul de Bor-deaux - Regards sur la Belgique etl’Europe au XXème Siècle», conta como prefácio do escritor belga Pierre Mer-tens e tem dois textos de dois ex-Mi-nistros franceses da Cultura, JackLang e Jacques Toubon. Editado agorapela L’Harmattan, o livro vai estar àvenda, em França, a partir de 1 de no-vembro.

A partir de 22 de novembroCinema Paris-Lucernaire53 rue Notre Dame des Champs75006 ParisInfos: 01.45.44.57.34

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CULTURA 11

lusojornal.com

Les Sténopédies de Clermont-Ferrand exposent António Domingues

C’est à Beaumont (63) que l’on peutdécouvrir l’exposition du photo-graphe António Domingues. Il faitpartie des neuf artistes choisis par lejury de l’association Sténopé. Cetteassociation a été créée dans les an-nées 2000 pour faire découvrir lemonde de la photographie au grandpublic.Lors du vernissage, Alain Dumeil,Maire de Beaumont a présenté le tra-vail photographique d’António Do-mingues, en présence de Jean-PaulCuzin, Adjoint au Maire et Conseillerdépartemental, mais aussi les mem-bres de l’association Sténopé (*),Jean Riera, Président de l’associa-tion et Patrick Ehme, Vice-Président

et Directeur artistique des sténopé-dies.L’exposition «Saudade Lisboa» nousembarque dans une ambiance desouvenirs nostalgiques à travers lesrues de Lisboa. On y découvre unequinzaine de clichés noir et blanc.L’artiste a fait un choix de photogra-phie très sombre. La mise en valeurde la lumière sur les photographiesnous fait redécouvrir Lisboa avec unautre œil. C’est avec l’utilisation de latechnologie argentique, une anciennetechnique traditionnelle qui est au-jourd’hui réutilisée. La technologie ar-gentique a été délaissée pendantplusieurs années avec l’apparition dunumérique.António Domingues était très émulors du vernissage de son exposition

photographique, ses parents étaientprésents dans la galerie de la Maisondes Beaumontois pour assister auvernissage de son exposition «Sau-dade Lisbonne» car António Do-mingues est originaire de Vichy.Il a voulu rendre hommage à ses pa-rents déracinés du Portugal aveccette exposition dédiée à Lisboa,mais c’est avec regret qu’il évoque lepassé de ses parents. Ils n’ont pas puassister à la Révolution des œillets le25 avril 1974 car ils étaient déjà ins-tallés en France après avoir fui le ré-gime de António de Oliveira Salazar.António Domingues fait découvrir sesphotographies aujourd’hui dans denombreuses villes de France.Vous pouvez découvrir les Sténopé-dies de Clermont-Ferrand dans neuf

lieux différents, Richard Forestier etChristian Poncet exposent à la Cha-pelle de l’ancien Hôpital Général. ALogidôme expose Alexandre Mouthon.Au Labo 1880 vous pouvez retrouverBenoit Capponi et au Point 21 au bu-reau des Sténopédies l’exposition deJean François Mutzig. Au Centre Ca-mille Claudel vous pouvez y retrouverChristian Morel et à la Galerie Doletl’exposition de Julien Richetti et biensûr à la Maison des Beaumontois An-tónio Domingues expose «SaudadeLisboa» du lundi au vendredi de 9h00à 19h00 et le samedi de 10h00 à12h00. Entrée Libre.

(*) sténopé est le petit trou percédans une plaque très mince faisantoffice d’objectif photographique

Par Céline Pires

Galerias e fotógrafos portugueses de regresso à Paris Photo

As galerias Carlos Carvalho e FilomenaSoares vão voltar a participar na feirainternacional de fotografia ParisPhoto, de 9 a 12 de novembro, noGrand Palais, na capital francesa.Na 21ª edição da Paris Photo, que vaicontar com 190 expositores de 30países, a Galeria Carlos Carvalho vaiexpor trabalhos dos artistas portugue-ses Carla Cabanas, Tatiana Macedo eDaniel Blaufuks, e do americano Ant-hony Goicolea. “É uma grande visibi-lidade mundial para a galeria e paraos artistas que nós representamos.Para os artistas em geral, para os por-tugueses em particular e, ainda maisem particular, para os mais jovens, éabsolutamente imprescindível esta-rem presentes nestas grandes mon-tras internacionais. A Paris Photo é,de facto, a primeira ou segunda mon-tra mundial no que concerne a foto-grafia”, disse à Lusa Carlos Carvalho.O proprietário da galeria que vai par-ticipar pela quinta vez na feira avan-

çou que uma das fotografias de Ta-tiana Macedo foi escolhida pelo con-vidado de honra deste ano, o Diretorartístico da Chanel e também fotó-grafo, Karl Lagerfeld, para integrar umlivro editado pela Steidl e que vai serapresentado na Paris Photo.Carlos Carvalho afirmou, ainda, que otrabalho de Anthony Goicolea vai in-tegrar o percurso de melhores obrasescolhidas pela coleção de arte daJPMorgan Chase, uma seleção de 20imagens, “entre milhares de fotogra-fias”, depois de, no ano passado, ainstituição já ter distinguido um tra-balho de Daniel Blaufuks.A “visibilidade” é o principal objetivoda participação na Paris Photo, des-crita pelo galerista como uma “feiracara e difícil porque tem uma grandeconcorrência” e que não dá lucro - porenquanto - mas dá contactos e clien-tes.“As nossas obras portuguesas, emgeral, são muito mais baratas que aconcorrência. Nós ao vendermos umapeça a 1.500 euros de uma artista

nossa como a Carla Cabanas, porexemplo, estamos às vezes a concor-rer com artistas que vendem as peçasa 150.000 ou 100.000 ou 50.000euros. Nós precisamos de vender mui-tas peças para pagar o ‘stand’. Porisso, desta vez introduzimos o Ant-hony Goicoleia que é um artista inter-nacional que vende já um pouco maiscaro”, acrescentou.Por seu lado, a Galeria Filomena Soa-res vai expor obras dos PortuguesesHelena Almeida, João Penalva, PedroBarateiro, Didier Faustino, RodrigoOliveira e do americano Slater Bra-dley, tendo uma obra de Helena Al-meida sido, também, selecionadapara o percurso da coleção de arte daJPMorgan Chase.O Diretor da galeria, Manuel Santos,indicou à Lusa que está com “grandeconvicção que vai ser uma boa feira”face aos últimos dois anos porque aedição de 2015 foi obrigada a fechardevido aos atentados de 13 de no-vembro em Paris e a edição de 2016coincidiu com o aniversário dos ata-

ques, o que “prejudicou muito afeira”.Este ano, a Paris Photo tem comoconvidado de honra Karl Lagerfeld,que começou o seu trabalho de foto-grafia em 1987 e que já foi galar-doado com o Prémio de Cultura daDeutsche Gesellschaft für Photograp-hie e o ICP Trustee Award do Interna-tional Center of Photography.Paralelamente à Paris Photo, vai de-correr na Escola de Belas Artes da ca-pital francesa a oitava edição doOffprint Paris, um salão de editoras delivros de fotografia, arte contemporâ-nea e ‘design’, em que vão participar140 editoras independentes de 19países, nomeadamente duas portu-guesas, a Pierre Von Kleist e a GhostEditions.Paris vai também acolher, de 9 a 13de novembro, o Salon de la Photo,uma feira de material fotográfico, quevai acontecer no parque de exposiçõesda Porte de Versailles, na qual vãoestar, pelo menos, três empresas por-tuguesas.

Por Carina Branco, Lusa

A la Maison des Beaumontois, à Beaumont

«À demain, camarades!»,de ManuelTiago (ÁlvaroCunhal)

«La fictionétant tou-jours unprolonge-ment de laréa l i t é» ,c o m m el ’a f f i rmel’écrivainLuis Se-pulveda, lel e c t e u r

aura un regard d’autant plus avertisur ce roman qu’il connaîtra le par-cours d’Álvaro Cunhal, dont les œu-vres de fiction ont été publiées sousle pseudonyme de Manuel Tiago.Homme politique portugais, ÁlvaroCunhal (1913-2005) adhère auParti Communiste Portugais à l’âgede 18 ans, alors que le parti étaitclandestin. Connu pour avoir été leSecrétaire général du PCP de 1961à 1992, pour avoir été emprisonnéet torturé par la PIDE, la police poli-tique de Salazar, et pour son évasionspectaculaire de la prison de Pe-niche en 1960, il est aussi l’auteurd’une œuvre picturale et littéraireimportante.Après s’être réfugié en URSS, puisen France, il rentre au Portugal aulendemain de la Révolution du 25avril 1974 et sera Ministre et Dé-puté.Le roman “À demain, camarades”(titre original: “Até amanhã, cama-radas!”), qui vient d’être publié parles éditions “Le temps des cerises”,avec une traduction d’Élodie Dupau,est une vaste fresque sociale et po-litique à mi-chemin entre l’histoire etla fiction. Les événements se dérou-lent en 1944, dans la province duRibatejo, traversée par la vallée duTage. Dans un contexte de résis-tance à la dictature, on suit la pré-paration clandestine et l’organisationdes militants communistes, aussibien dans les usines que dans leschamps, en vue d’une grève géné-rale et de manifestations dont les re-vendications portent sur les salaireset sur le paiement du travail desjournaliers.Une vie clandestine, faite de mo-ments de joie, mais aussi de priva-tions et de vives tensions humaineset politiques entre les compagnonsde lutte eux-mêmes. Les dramessurgissent lorsque la répression po-licière s’abat sur eux, entraînant laprison, la torture et parfois la mort.Trois personnages se distinguentdans cette fresque aux voix multi-ples: Ramos, Maria et surtout Vaz,le militant entièrement dévoué auParti, considéré par certains commeétant l’alter-ego d’Álvaro Cunhal.

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

LusoJornal / Céline Pires

Le 01 novembre 2017

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12 ASSOCIAÇÕES

Associação ‘Agora’ comemorou 20 anos na Sala Jean Vilar que vai ser destruída

A associação AGORA festejou o seu20° aniversário na sala Jean Villar, emArgenteuil (95). O elenco artístico im-pressionou uma vez mais com doisconvidados de honra: Jorge Ferreira eJohnny. Também os cantores Kathleenet Christian animaram a sala que seencontrava bastante cheia.O público aplaudiu imenso os artistase aclamou o jovem cantor lusodescen-dente Johnny. «Para mim esta sala écomo o Olympia, já pisaram por aquivários artistas de grande talento e estepalco é sem dúvida muito prestigiosopara nós Portugueses. Percebi queesta sala ia ser destruída, e é pena,porque por aqui passaram muitosnomes portugueses».Johnny recordou ainda quando eramais jovem e que sonhava subir paraaquele palco. «Já tive a oportunidadede vir aqui algumas vezes e ver tantagente a chamar por mim é de factomuito gratificante, mas estou cons-ciente de que há muito caminho a per-correr», disse ao LusoJornal.

Enrico de Rosa, Presidente da associa-ção, começou por demonstrar a suasatisfação. No final do espetáculo ex-plicou ao LusoJornal que havia outrasassociações em Argenteuil, e que nemsempre era fácil obter uma sala. «Fa-zemos festas para pagar as nossas ati-

vidades, senão seria muito difícil».Foi no dia 24 de dezembro de 1997,que a associação viu a luz do dia «ecriámos esta associação com umaequipa de jovens, que na altura nãotinha um espaço para poder convivere partilhar uns com os outros, o conví-

vio à moda portuguesa, e esta foi amelhor maneira».Mas o responsável já na altura nãoqueria propor folclore, nem futebol,porque outras associações já o faziam.«Preferimos ser os primeiros a proporatividades diferentes e nomeadamente

a nível cultural. Trouxemos os Santa-maria, na altura os boys band estavamna moda e por esta sala passarammuitos» contou ao LusoJornal.Sobre a destruição da sala Jean Vilar,mítica para os Portugueses, o Enricode Rosa explicou que devia ter sido nomês de fevereiro. «Já foi adiado 3vezes, mas agora está previsto parabreve, vai haver uma nova sala ao lado,com um centro comercial, um ginásioe um restaurante» explicou. «Aquitemos 2 salas mas no futuro teremossó uma sala com uma forte capaci-dade, mas a nova sala não pertenceráà municipalidade, mas sim a um par-ticular, contudo teremos uma sala pro-visória que nos permitirá continuar asnossas atividades», delarouao LusoJor-nal.Segundo Enrico de Rosa, o futuroanuncia-se complicado para as asso-ciações portuguesas de Argenteuil,mas espera confiante que estas modi-ficações não perturbem muito o fun-cionamento da sua associação quetem feito «um trabalho incrível» juntoda Comunidade portuguesa.

Em Argenteuil

Por Mário Cantarinha

Le 01 novembre 2017

Châteauroux: l’association «Alma Lusitana» a déjà deux ans

Bientôt deux ans pour l’association«Alma Lusitana», de Châteauroux(36) qui compte déjà 120 membreset qui a pour but de promouvoir lestraditions portugaises.Présidée par Lionel da Silva et sonvice-Président, José Carreiras, AlmaLusitana se porte plutôt bien. «Nousessayons régulièrement d’organiserdes soirées avec différentes anima-tions, pour dynamiser nos activités.Récemment nous avons organisé unesoirée karaoké qui a attiré environ200 personnes».Miser sur la gastronomie portugaisepour promouvoir le Portugal et favo-

riser les liens entre compatriotes au-tour d’une table c’est aussi une desstratégies de la Direction. «La cuisineau Portugal a une place très impor-tante et nous savons tous que lesPortugais aiment bien manger et queles repas peuvent s’éterniser. Nousparions donc beaucoup sur l’am-biance lors d’un repas pour partagerdes nouvelles idées et mettre enavant notre langue et notre pays», dé-clare José Carreiras.L’association a déjà fait appel à deschanteurs lusodescendants ainsi quedes groupes folkloriques pour animerses événements.Créée en décembre 2015, Alma Lu-sitana est venue combler un véritable

trou au sein du milieu associatif por-tugais dans la région. José Carreiras,35 ans et originaire de Barcelos, sesouvient de l’ancienne associationportugaise qui a fini par fermer sesportes faute d’activités et de moyens.«Je suis très attaché au Portugalmais je n’ai pas grandi pour autantau milieu des associations et j’avoueavoir été loin de tout cela. Finale-ment quand j’ai été abordé par desamis pour créer celle-ci, je me suislaissé convaincre pour des bonnesraisons».En effet la Communauté portugaisede Châteauroux avait son associationdepuis 1988 et qui misait beaucoupsur la Procession de Notre Dame de

Fátima et ses repas dansants. Désor-mais les jeunes séduits par cet en-gouement pour le Portugal et de plusen plus proches de leurs racines,veulent créer une attache plus assi-due avec leur pays d’origine. «Nousavons des membres de tous âges,entre 6 et 80 ans. Pour l’instant nousdépendons de la salle de la Mairiepour pouvoir exercer nos activités,mais nous aimerions avoir notre es-pace à nous, pour élargir davantagenos projets», dit-il au LusoJornal.Soirées à thèmes, jeux de cartes ouencore jeux de pétanque, Alma Lusi-tana prépare déjà la fête de S. Mar-tinho en novembre et la nuit duréveillon de fin d’année. «Nous rem-

plissons facilement la salle pour lesfêtes de fin d’année, et nous voulonsaussi fêter notre anniversaire au moisde mars avec un beau festival de mu-sique».José Carreiras veut ainsi pendant 2ou 3 jours marquer les esprits avecplusieurs animations musicales. Enattendant l’association accueille tou-jours des nouveaux arrivants, Portu-gais ou Français, «tous seront lesbienvenus».Avec l’aide de la municipalité et decertains partenaires Alma Lusitanaveux donc maintenir le lien avec lePortugal et l’enthousiasme de sonéquipe lui permettra certainementune longue vie.

Par Clara Teixeira

Santa Casa da Misericórdia de Paris organiza mais um jantar de solidariedade

O 7° Jantar de Gala anual da SantaCasa da Misericórdia de Paris terálugar no sábado, dia 18 de novembro,na sala Vasco da Gama, em Valenton,às 20h00.A animação artística do evento contacom as atuações de José Alberto Reis,Paula Soares, Deolinda Kinzimba e DJPaulo - Space Music 2 Feel themusic. Um sorteio de obras de arte(escultura e pinturas) de Isabel Mei-reles, Jean-Marc Emery e Cristina Mo-rais, será também realizado.Num comunicado enviado à im-prensa, a Santa Casa da Misericórdiade Paris reitera a realização deste jan-tar de solidariedade e cultural com osmesmos objetivos dos anos anteriorese que são: «a confraternização entrepessoas da nossa Comunidade e ami-gos e ainda a construção de pontes desolidariedade que possam permitir à

Santa Casa levar algum conforto juntodos nossos compatriotas mais despro-tegidos e carenciados que recorrem ànossa associação».Como sempre, o Provedor da Santa

Casa de Misericórida de Paris, Joa-quim Sousa, declarou ao LusoJornalque tinha a esperança que os amigosda Santa Casa participassem emgrande número e divulgassem o

evento aos seus familiares e amigos.«E chamamos a atenção para a ne-cessidade de se inscreverem com adevida antecedência. Apesar da salaser ampla, ela fica repleta graças à ge-nerosidade de todos».Assim, a Santa Casa da Misericórdiade Paris pode prestar auxílio aos quemais necessitam de apoio e que o ex-primem nas permanências sociais,que os voluntários da Misericórdia as-seguram diariamente por telefone e àsquintas-feiras após pedido de encon-tro.A última ação de apelo à generosidadefoi a Corrida da Solidariedade, emJouy-en-Josas (78), que decorreu nodia 1 de outubro. O responsável refe-riu que o número de participantes foiequivalente ao do ano passado. «Es-perávamos por mais pessoas, tivemos10.600 euros de despesas e cerca de15.500 euros de receitas. Confessoque fiquei desiludido porque contava

com uma presença muito maior. Mascompreendo que uma corrida solidá-ria não é o mesmo que uma corridanormal, em que se corre por gosto».Quanto ao jantar de gala, que no anopassado recolheu cerca de 16.000euros em reservas para o jantar e emdonativos, este ano a Santa Casa daMisericórdia de Paris espera atingir os20.000 euros. «Sabemos que a salapode acolher 360 pessoas das quais330 reservas, aliás, alguns já têmuma mesa reservada de um ano parao outro. Não é propriamente nas re-servas que se ganha dinheiro, mas es-sencialmente com os donativossuplementares que se pode adquirirneste evento», explicou ao LusoJornal.Empresas como particulares têm mar-cado a sua presença desde a primeiraedição do jantar de gala e JoaquimSousa apela à generosidade de todos.

Infos: 01.79.35.11.03

Por Clara Teixeira

LusoJornal / Mário Cantarinha

LusoJornal / Mário Cantarinha (Arquivo)

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14 DESPORTO

Les Lusitanos de Saint Maur renversent Furiani

En déplacement en Corse, les Lusita-nos de Saint Maur se sont offerts unebelle victoire sur la pelouse de Fu-riani-Agliani (3-2) après avoir étémenés 2 buts à 0 à la pause!Après le succès de la semaine der-nière, en Coupe de France, face à Cré-teil/Lusitanos (3-0), les Lusitanos deSaint Maur revenaient aux affaires enChampionnat. Pour cette 9ème jour-née de National 2, les Saint-Mauriensse déplaçaient en Corse pour y affron-ter le club de Furiani-Agliani.En difficultés en Championnat, lesCorses comptaient bien profiter de laréception des Saint-Mauriens pour serelancer dans ce Groupe C. Mais LuísLoureiro savait que ce déplacementn’allait pas être de tout repos et quepour revenir avec la victoire, les Lusi-tanos allaient devoir y mettre d’autresingrédients que ceux de la Coupe deFrance. “C’est un match complète-ment différent qui nous attend aprèsnotre bon résultat de la Coupe. On vadevoir maintenant aborder le matchde la meilleure des façons” disait l’en-traineur portugais au LusoJornal. “Onconnait les déplacements en Corse.Ils sont toujours à prendre très aux sé-rieux face à un adversaire qui voudraégalement réussir un bon résultat. Onva lutter pour prendre les 3 points. Onn’oublie pas que l’on sort d’une dé-faite à domicile en Championnat.L’équipe a su maintenant s’offrir unebelle bouffée d’oxygène grâce à laCoupe. Maintenant, il faut revenir auplus important, le Championnat”.

Pour réussir son entreprise, les Lusi-tanos pouvaient compter sur le retourde João Fonseca en défense centralmais devaient faire sans son meil-leur buteur, Kévin Diaz, blessé. Etdès les premières minutes, ce sontles Corses qui s’installent dans lamoitié de terrain adverse. A 36èmeminute, ils profiteront d’un coup-franc bien tiré pour ouvrir la marquegrâce à la tête de Christophe Casa-

bianca (1-0, 36 min).Saint-Maur n’aura pas le temps des’en remettre que dans la foulée,c’est Romain Pastorelli qui doublela mise pour les locaux sur une belledemi-volée qui trompe la vigilancede Revelino Anastase (2-0, 40 min).Dans les vestiaires, Luís Loureiro nemanque pas de recadrer son équipequi rentrera sur la pelouse du StadeErbajolo de Bastia avec d’autres in-

tentions.Et à l’heure de jeu, c’est JonyRamos qui remet Saint Maur dansle match sur pénalty (2-1). Et à la75ème minute, le match basculeradéfinitivement en faveur des Lusita-nos. Sur un deuxième pénalty, le Ca-pitaine et portier furianais, SébastienLombard, est expulsé pour contesta-tions et voit Mohamed Chalali pren-dre la suite avec succès et sang-froid

(2-2, 77 min). Une égalisation méri-tée au regard des velléités lusita-niennes.Mais le plus dur restait à faire. Seu-lement à 10 contre 11, Saint Maurne baissait pas de rythme. Servi àmerveille par Jony Ramos, Moha-med Chalali ne se pose pas de ques-tions et place le ballon dans le butde Furiani-Agliani (2-3, 85 min). Unavantage définitif malgré une der-nière tentative de Pastorelli, bienstoppé par Anastase dans les der-niers instants.Mais au moment de faire le bilan dela rencontre, l’entraîneur Saint-mau-rien savait peser le pour et le contre.“Le résultat est bon. Il n’y a pasbeaucoup d’équipes qui viendrontprendre des points sur la pelouse deFuriani. Mais notre première périoden’a pas été bonne. Bien au contraire.C’est déjà la 3ème fois cette saisonqu’on se permet d’être mené de 2buts pour revenir au score ensuite.En 2ème période, on a su mettre lesingrédients pour inverser la ten-dance. C’était important de rempor-ter ce match après notre défaite faceà la Lens B (0-1), à la maison. Maisle voyage a été plutôt long et lesjoueurs ont mis du temps à rentrerdans leur match. L’essentiel a étéfait avec cette victoire importante”.Avec 13 points, les Lusitanos remon-tent à la 6ème place du classement,à 9 points du leader, Fleury-Mérogis.Mais le prochain déplacement, àSainte Geneviève, ne sera pas detout repos. On commence à en avoirl’habitude du côté de Saint Maur.

National 2

Par Eric Mendes

Le 01 novembre 2017

Un léger mieux pour l’US Créteil/Lusitanos

Après la défaite de samedi en Coupede France face à l’US Lusitanos deSaint Maur (0-3), l’US Créteil/Lusita-nos a montré un léger mieux face àSannois qui n’était malheureusementpas suffisant pour prendre les troispoints.Réaction était le mot d’ordre de l’USCréteil/Lusitanos annoncé tout au

long de la semaine. Pourtant, dès la8ème minute, c’est bien une occa-sion de la part de Sannois qui faittrembler les travées du stade Domi-nique Duvauchelle. Dia percute etréussi à passer la défense Cristo-lienne avant de centrer. L’attaquantde l’ESSG frappe mais, le poteauvient sauver Y. Kerboriou et sespairs. La crainte des supporters sefait ressentir.Malgré tout, les Cristoliens ont sumontrer un visage différent de celuide samedi. Plus combatifs, moinsdans l’attente, ils ont réussi a se pro-curer des occasions. À la 20ème mi-nute, R. Dias frappe un cornerrentrant, écarté de justesse par la dé-fense… De quoi réveiller le public deDuvauchelle qui veut croire aux troispoints ce soir.Malheureusement, près de 6 minutesplus tard, Sannois par l’intermédiairede Dia ouvre le score. Les joueurs del’US Créteil/Lusitanos doivent désor-mais revenir pour ne pas repartir bre-douille de cette rencontre.À la 31ème minute, corner pour l’USCréteil/Lusitanos. F. Boyer redonne del’espoir mais ne cadre pas sa tête. LesVal-de-Marnais tenteront encore adeux reprises, mais rien n’y fait. Les22 acteurs de la rencontre rentrentaux vestiaires sur le score de 1-0 pourl’Entente SSG.Quelques minutes avant la reprise de

la seconde mi-temps, les joueursCristoliens se retrouvent sur la pe-louse, se parlent et se motivent. Uneattitude qui laisse présager le meil-leur. Côté jeu, la différence entre lapremière et le seconde période n’estpas flagrante. Le tournant du matcharrive à la 51ème minute quandMonsieur Pignard désigne, sans hési-

tation, le point de pénalty après unefaute de Firmin sur S. Petshi. Y. Ri-viere s’empare du ballon, s’installe etégalise pour Créteil.Malgré deux nouvelles tentatives dumilieu de l’US Créteil/Lusitanos, R.Dias, le score n’évoluera plus. À la94ème minute, l’arbitre siffle la finde la rencontre.

À défaut de ne pas avoir gagné cematch, l’US Créteil/Lusitanos sort decette rencontre avec un petit point, etle mérite d’être revenu au score,comme déjà le cas à Concarneau lorsde la dernière journée de National...Et ainsi continuer sur sa lancée avectrois matchs consécutifs sans défaiteen Championnat.

National

Par Joël Gomes

USCL 1-1 Sannois (0-1)Stade Dominique Duvauchelle

Spectateurs: 1315Arbitre: Jérémie PignardButs: US Créteil/Lusitanos: Riviere(53 min, sp); ESSG: Dia (26 min)Avertissements: US Créteil/Lusita-nos: Paul (65 min); ESSG: Dieye (22min), Firmin (51 min)US Créteil/Lusitanos: Kerboriou,Mbow, Petshi, Paul (Cap.), Dias,Boyer, Riviere (Yousfi, 70 min),Sainte Luce, Paye (Pouye, 64 min),Mahon de Monaghan (Buaillon, 85min), Jean EtienneESSG: Traore, Firmin, Ouedraogo(Sylva, 80 min), Kabore (Sea Nies-semon, 73 min), Dieye (Cap.), Ba,Sylla, Dia, Latouchent, Tertereau(Missilou, 84 min), Salamone

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Lusitanos de Saint Maur / EM

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TEMPO LIVRE 15

lusojornal.com

Boa notícia

Todos diferentes,todos iguaisNão são apenas os bispos e os pa-dres, mas qualquer cristão corre orisco de cair no erro de se achar maisimportante que os outros fiéis. A al-guns, basta confiar-lhes uma pe-quena responsabilidade em paróquiae já se sentem generais ao comandodas tropas. Outros, por pertencerema um movimento, ou terem feitoalgum curso, tropeçam imediata-mente na síndrome do “guru” e dis-tribuem conselhos a torto e a direito,não fazendo caso das palavras dePaulo VI que dizia que «o mundo nãoprecisa de mestres, mas de testemu-nhas», uma vez que «as palavrasmovem, mas o exemplo arrasta».O Evangelho do próximo domingo,dia 5, propõe-nos precisamente otema da hierarquia na Igreja e os pe-rigos da vaidade, da arrogância e dahipocrisia. Todos sabemos o quantoé fácil esquecer que a autoridade nãoé um privilégio, mas um serviço. Ape-sar de erros, incoerências e abusos,é evidente que na Igreja fundada porCristo, os títulos de honra e a lutapelos primeiros lugares, não fazemqualquer sentido. À ostentação e vai-dade dos antigos mestres de Israel,Jesus contrapõe uma nova atitudeque os seus discípulos devem assu-mir em uníssono: a humildade! Parailustrar claramente esta lógica, nopróximo domingo Jesus Cristo pro-põe-nos uma afirmação desconcer-tante que desafia a lógica do mundo:«Aquele que for o maior entre vósserá o vosso servo».É uma declaração extraordinária, quenos deve inquietar a todos e que nosrecorda que os “títulos” na Igreja, seos há, são nomes de serviços, nãomotivos de vã glória! Na comunidadecristã, só o amor e o serviço devemter o primeiro lugar!

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

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Jusqu’au 17 décembre L’art dans les Chapelles invite l’artisteportugaise Armada Duarte (Praia do Ri-batejo, Portugal, 1961), avec le soutiende l’Ambassade du Portugal enFrance/Camões - Centro Cultural Por-tuguês em Paris. Chapelle la Trinité,Castennec, à Bieuzy-les-Eaux (56).

Le samedi 2 décembre, 20h30 Revista à Portuguesa - «Ó Fado - NaTasca do Ti Carlos» - avec António PintoBasto, Manuela Bravo, Paulo Oliveira,Luís Viegas, Filipa Giovanni et AnaPaula Mota. Organisation: AssociationCulturelle Portugaise. Espace de LoisirsLe 167, 167 avenue Charles de Gaulle,à Neuilly-sur-Seine (92). Infos: 06.18.89.05.15.

Le samedi 4 novembre, 20h30 Concert de Carlos do Carmo au GrandRex, à Paris.

Le mercredi 8 novembre, 19h30 Fado avec Lúcia Araújo, accompagnéepar Filipe de Sousa (guitarra) et NunoEstevens (viola). Au Portologia, 42 rueChapon, à Paris 3. Infos: 09.52.59.22.29.

Le jeudi 9 novembre, 19h45 Apéro fado avec Tânia Caetano accom-pagnée par Filipe de Sousa (guitarra) etNuno Estevens (viola). La Chapelle desLombards, 19 rue de Lappe, à Paris 11.Infos: 01.43.57.24.24.

Le vendredi 10 novembre Soirée fado avec Lúcia Araújo et sesmusiciens, au Lisboa Gourmet, 96 bou-levard des Batignolles, à Paris 17.Infos: 06.18.79.10.70.

Le lundi 13 novembre Concert de Carminho. Le Volcan, LeHavre (76).

Le mardi 14 novembre, 20h00 Soirée «Histoires de fado», organisée parle Coin du Fado, avec Conceição Guada-lupe, João Rufino, Tânia Caetano, JenyferRainho, Jean-Luc Gonneau et João Hei-tor, accompagnés par Filipe de Sousa,Nuno Estevens, Nella Selvagia et Phi-lippe Leiba. Au club des Affiches, 7 placeSaint Michel, à Paris 5. Infos: 06.22.98.60.41.

Le mercredi 15 novembre Concert de Carminho. La Cigale, à Paris 9.

Le jeudi 23 novembre, 19h45 Apéro fado avec Sousa Santos accom-pagné par Filipe de Sousa (guitarra) etNuno Estevens (viola). La Chapelle des Lombards, 19 rue deLappe, à Paris 11. Infos: 01.43.57.24.24.

Le jeudi 7 décembre, 19h45 Apéro fado avec le projet Sud Expressde Filipe de Sousa (guitarra) et NunoEstevens (viola). La Chapelle des Lom-bards, 19 rue de Lappe, à Paris 11.Infos: 01.43.57.24.24.

Le lundi 11 décembre Fado avec Paulo Manuel, accompagnépar Filipe de Sousa et Nuno Estevens,avec la participation de plusieurschanteurs. Chez Silvana, 85 boulevard Magenta,Marché de Saint Quentin, à Paris 10.Infos: 01.48.24.27.23.

Le jeudi 21 décembre, 19h45 Apéro fado «scène ouverte» accompa-gnée par Filipe de Sousa (guitarra) etNuno Estevens (viola). La Chapelle desLombards, 19 rue de Lappe, à Paris 11.Infos: 01.43.57.24.24.

Le jeudi 21 décembre, 20h30 Concert de Gisela João. Le Parvis, àIbos (65).

Le samedi 13 janvier Concert de Gisela João. Les 13 Arches,à Brive-la-Gaillarde (19).

Le samedi 25 novembre, 21h00 Bal animé par Diapasão, Virginie et Lu-sibanda, organisé par l’association Lu-sibanda. Salle des Fêtes deCaucriauville, 201 rue Edouard Vail-lant, Le Havre (76). Infos: 06.23.40.15.91.

Le samedi 11 novembre, 15h30 7ème Fête des Châtaignes organiséepar l’Association Culturelle Portugaise,avec animations et produits portugais.Esplanade du Souvenir Français, 182avenue Charles de Gaulle, à Neuilly-sur-Seine (92).

Le dimanche 12 novembre, 14h00 Fête de la Châtaigne S. Martinho, organi-sée par l’association ACLF La Joie deVivre, avec la participation des Groupesfolkloriques Meu País de Maisons-Alfort,Os Minhotos Unidos de Noisy-le-Sec, Al-deias de Portugal de Fontenay-sous-Boiset Paix et Vivre Ensemble d’Argenteuil.Salle des Planètes, 149 rue Marc San-gnier, à Maisons-Alfort (94). Infos: 06.64.00.99.35.

Le dimanche 12 novembre, 14h00 Fête de la Châtaigne, avec animations,groupes folkloriques, bombos, géants,… or-ganisée par l’Association du Nord au Suddu Portugal. Gymnase du Cosec, 39 rue desdeux piliers, à Saint Brice-sous-Forêt (95).Entrée gratuite. Infos: 06.78.58.07.70.

Le dimanche 31 décembre Réveillon de la Saint Sylvestre organisé parle Comité de Fêtes d’Argenteuil, avec Sergeet Alzira et le Dj Aníbal. Salle Jean Vilar, 9boulevard Héloïse, à Argenteuil (95). Infos: 06.15.76.47.59.

SPECTACLES

EXPOSITIONS

RÉVEILLON

FADO

S. MARTINHO

THÉÂTRE

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