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1 O PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: A SEMÂNTICA DA LIBRAS NA LINGUAGEM POÉTICA MUSICAL L. FLÁVIA. PALARES¹ ¹ Flávia Palares de Lira - Pesquisa em Língua de Sinais e Sistemas transcrição, CEFOP/FAPAZ Natal, RN. E-mail: [email protected] Artigo submetido em 2014 e aceito em 2014 RESUMO Este trabalho tem por objetivo fazer o registro em língua de sinais de um texto musical oral, considerando os aspectos necessários para uma tradução da língua portuguesa para a libras que, semanticamente não fuja de seu contexto original. A base teórica dessa pesquisa será bibliográfica, serão considerações básicas e necessárias de estudos sobre as características das línguas envolvidas neste processo, com base nos trabalhos de FERREIRA BRITO, L com principal fonte e também Quadros & Karnopp (2004), Sutton-Spence & Quadros (2006) e McCleary,L. Viotti, E (2007). Pretende-se com essa análise não só simplesmente fazer o registro da transcrição e tradução para libras de um texto em uma linguagem poética, mas de aprofundar os estudos dessas regras de transcrição como também realizar uma análise semântica e morfológica dentro do contexto da libras.Teremos como parâmetro norteador a este trabalho o seguinte questionamento: a linguagem poética perde sua essência e seu contexto ao passar pelo processo de transcrição da libras? A pesquisa passa por uma analise de interpretação em libras e finaliza dando ênfase a responder o questionamento apontado em nosso trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Transcrição de libras, libras, Tradução e Linguagem Poética Musical. THE PROCESS OF TRANSCRIPT OF LANGUAGE BRAZILIAN SIGNS: SEMANTICS OF LIBRAS IN POETIC LANGUAGE MUSICAL ABSTRACT Revista CEFOP/FAPAZ de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia – Vol. I - Ano I - Nº 01 - jan/Mar 2014 – Natal: FAPAZ: 2013 - ISSN 2317-8841

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O PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: A SEMÂNTICA DA LIBRAS NA LINGUAGEM POÉTICA MUSICAL

L. FLÁVIA. PALARES¹¹ Flávia Palares de Lira - Pesquisa em Língua de Sinais e Sistemas transcrição, CEFOP/FAPAZ Natal, RN.

E-mail: [email protected]

Artigo submetido em 2014 e aceito em 2014

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo fazer o registro em língua de sinais de um texto musical oral, considerando os aspectos necessários para uma tradução da língua portuguesa para a libras que, semanticamente não fuja de seu contexto original. A base teórica dessa pesquisa será bibliográfica, serão considerações básicas e necessárias de estudos sobre as características das línguas envolvidas neste processo, com base nos trabalhos de FERREIRA BRITO, L com principal fonte e também Quadros & Karnopp (2004), Sutton-Spence & Quadros (2006) e McCleary,L. Viotti, E (2007). Pretende-se com essa análise não só simplesmente fazer o registro da transcrição e tradução para libras de um texto em uma linguagem poética, mas

de aprofundar os estudos dessas regras de transcrição como também realizar uma análise semântica e morfológica dentro do contexto da libras.Teremos como parâmetro norteador a este trabalho o seguinte questionamento: a linguagem poética perde sua essência e seu contexto ao passar pelo processo de transcrição da libras? A pesquisa passa por uma analise de interpretação em libras e finaliza dando ênfase a responder o questionamento apontado em nosso trabalho.

PALAVRAS-CHAVE: Transcrição de libras, libras, Tradução e Linguagem Poética Musical.

THE PROCESS OF TRANSCRIPT OF LANGUAGE BRAZILIAN SIGNS: SEMANTICS OF LIBRAS IN POETIC LANGUAGE MUSICAL

ABSTRACT This paper aims to register in sign language a musical oral text, considering the aspects needed for a translation from English to libras that semantically do not run away from its original context. The theoretical basis of this research will bibliographic considerations are basic and necessary studies on the characteristics of the languages involved in this process, based on the work of Ferreira Brito, L with primary source and also Quadros & Karnopp (2004), Sutton-Spence & Quadros (2006) e McCleary,L. Viotti, E (2007). The intention of

this analysis not only just make the record transcription and translation of libras of text in a poetic language, but further study of these transcription rules as well as perform a morphological and semantic analysis within the context of libras. Parameter guiding this work the following question: poetic language loses its essence and its context to go through the process of transcription libras? The research involves an analysis of interpretation in libras and concludes by emphasizing the answer pointed questions in our work.

KEY-WORDS: Transcription Libras, Libras, Translation Musical and Poetic Language.

Revista CEFOP/FAPAZ de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia – Vol. I - Ano I - Nº 01 - jan/Mar 2014 – Natal: FAPAZ: 2013 - ISSN 2317-8841

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O PROCESSO DE TRANSCRIÇÃO DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS: A SEMÂNTICA DA LIBRAS NA LINGUAGEM POÉTICA MUSICAL

INTRODUÇÃO

Este trabalho pretende evidenciar a relevância do registro em língua de sinais do texto

musical oral, precisamente o grande clássico da bossa nova, a música “Garota de Ipanema”

escrita pelos compositores Tom Jobim e Vinícius de Morais. Será analisado, se a linguagem

poética perde sua essência e seu contexto ao passar pelo processo de transcrição da libras?

Pode-se dizer que essa pesquisa tem caráter bibliográfico mesmo que ainda são escassos

os estudos na área de tradução em libras no que se refere à adequação de textos musicais da

oralidade para as línguas de sinais. Porém nada que impossibilite a pesquisa dentro desse campo

da transcrição da libras. A pesquisa aqui apresentada terá por base teórica, bibliografias que

serão considerações básicas e necessárias para os estudos sobre as características das línguas

envolvidas neste processo, com base nos trabalhos de Quadros & Karnopp (2004), Sutton-Spence

& Quadros (2006) e McCleary,L. Viotti, E (2007).

Inicialmente o objetivo é o de fazer o registro de forma sinalizada do texto da música

escolhida e após considerar semanticamente ao texto seu sentido original. Além da transcrição,

foi necessário nesse trabalho destacar expressões que a musica um texto poético utilizado no

contexto das estrofes, o que o autor, enquanto intérprete analisa o enunciado informativo, e o

explora, além-linha do texto em estudo, que neste caso é a música Garota de Ipanema. Nesta

análise focaremos aqui quatro itens marcantes: o uso de prosopopéia, substituição de termos da

oralidade por classificadores, os morfismos e as incorporações temporais dos sinais.

São essas e outras estruturas que veremos em funcionamento no decorrer da pesquisa

apresentada com a tradução do grande clássico da bossa nova “Garota de Ipanema”.

Diante do discurso aqui apresentados, justifica-se a presente pesquisa o ensejo de gerar

nova contribuição no que diz respeito essa análise da transcrição da libras

Línguas de sinais e o processo de transcrição

Nesta seção, No subitem 2. Libras enquanto língua, trazemos pesquisas com recortes

sobre as regras da língua de sinais brasileira, a libras, e políticas que regulamentam a mesma. O

subitem 2.1 Estrutura gramatical na libras e seus componentes linguísticos, apresentamos a

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língua e sua estrutura gramatical e logo em seguida alguns componentes linguísticos. 2.2

Linguagem poética musical e a libras onde fazemos uma breve exposição da linguagem poética

musical e a intervenção da libras neste contexto. No subitem 2.3 Transcrição nas línguas de sinais

onde discutiremos alguns autores que falam sobre o processo de transcrição. Já no subitem 2.4

Transcrição e interpretação da música “Garota de Ipanema” para a libras fazemos a transcrição

da Letra e do vídeo da Música Garota de Ipanema, transcrevendo a musica em libras conforme

bibliografia, como a finalidade de qualificar nossa conversa nesse artigo científico é que então,

finalizamos com a analise dos dados.

2. Libras enquanto língua

A libras foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são

universais, cada país possui a sua. A libras (Língua Brasileira de Sinais) têm estrutura gramatical

própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e

de pontos de referência no corpo ou no espaço. 1

Na combinação destes quatro parâmetros, ou cinco, tem-se o sinal. Falar com as mãos é,

portanto, combinar estes elementos que formam as palavras e estas formam as frases em um

contexto.” (Revista da FENEIS, número 2: 16).

Segundo a legislação vigente, a Libras constitui um sistema linguístico de transmissão de

idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há

uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical

própria.

Decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei N° 10.436, no seu artigo 4º, foi

regulamentada pelo Decreto 5.626, uma grande conquista em termos legais para a comunidade

surda brasileira dispõe o seguinte e :

1 Marcos Seesp-Mec Fasciculo IV. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar Abordagem Bilíngue na Escolarização de Pessoas com Surdez- 2010.

Como língua a Libras tem suas normas, padrões e regras próprias. Seus sinais são formados pelo movimento e pelas combinações das mãos com o espaço em frente ao corpo. Segundo Brito (1995), a estrutura da Libras é constituída de parâmetros primários e secundários: configuração das mão, ponto de articulação, movimento e disposição das mãos, orientação da palma das mãos, região de contato e expressões faciais. Seesp-Mec Fasciculo IV.pag. 15. 3

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"O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente".

A libras como língua natural exposto por Quadros e Karnopp (2004) está ligado aos

seguintes aspectos: de forma flexível e versátil (LYONS, apud Quadros e Karnopp, 2004.),

arbitrariedade do signo linguístico, descontinuidade, criatividade e produtividade, dupla

articulação, padrão e dependência estrutural. Não pretendemos analisar todas as características

apresentadas, mas apenas justificar como se dá esse conceito a libras enquanto língua.

2.1. Estrutura gramatical na libras e seus componentes linguísticos

Toda língua oficial é composta por uma estrutura e não é diferente com a libras, pois a

mesma dispõe de uma gramática estruturada e baseada em estudos pioneiro temos alguns

trabalhos sobre a gramática da Língua Brasileira de Sinais as pesquisas realizadas por Ferreira-

Brito (1995) e posteriormente por Karnopp e Quadros (2004).

Para melhor entender essa organização e forma de notação na libras segundo Ferreira-

Brito (1995), trago aqui conforme Coneglian, André L.O2, 2008 p. 103-104. Uma análise

comparativa entre a língua Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais a partir de suas unidades

mínimas distintivas, destacando as principais diferenças baseadas nas dez classes gramáticas da

Língua Portuguesa neste quadro.

Análise comparativa entre Português e Libras

Classe Gramatical Português Libras Observações

Verbo Amar AMAR Conjugação verbal na LIBRAS, utiliza-se outros recursos, para indicar o passado, presente e

2 Coneglian, André Luís Onório em sua dissertação A Análise do comportamento informacional de pós-graduandos surdos: subsídios teórico-práticos para a organização e representação do conhecimento, Marília, 2008.

Entende-se como Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) a forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas no Brasil. (BRASIL, 2002).

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Caminhar

Perguntar

CAMINHAR

PERGUNTAR

futuro.

Substantivo Casa CASA Em alguns contextos, o substantivo e o verbo utilizam o mesmo sinal. Ex.: AMOR/AMAR.

Adjetivo Bonito (a)

Feia (o)

BONIT@

FEI@

O gênero na LIBRAS é especificado com o sinal HOMEM e MULHER, tanto para pessoas como para animais ou objetos. O sinal de “@” inclui ambos os gêneros nessa representação escrita.

Artigo O (s)

A (s)

Um (uns)

Uma (umas)

- Não possui artigos.

Numeral Um

Dois

Primeiro

Segundo

UM

DOIS

PRIMEIR@

SEGUND@

Os números ordinais vão até o 9º; os demais são feitos na forma cardinal também. Os multiplicativos e fracionários são expressos de maneiras diferentes

Pronome Pessoais (retos,

oblíquos, de

tratamento)

Possessivos ...

Pessoais retos

Possessivos ...

Na LIBRAS, os pronomes ocorrem de maneira peculiar, utilizando principalmente o apontamento com o (s) dedo (s) – culturalmente aceito e necessário na comunidade surda (pessoais e demonstrativos). Os possessivos também possuem sinais específicos.

Advérbio Sim

Talvez

Não

Agora

Depressa ...

SIM

TALVEZ

NÃO

AGORA

DEPRESSA ...

Em casos de sinonímia (bastante, muito, demais) é

utilizado um mesmo sinal em LIBRAS.

Preposição A, ante, até,

após, com,

contra, de,

desde, em,

entre, para,

etc...

ATÉ

COM

Não possui a mesma quantidade e não ocorre da

mesma forma que no Português.

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Conjunção Aditivas

Adversativas

Alternativas

Conclusivas ...

MAS

OU

PORTANTO

PORQUE ...

A lista e a divisão não são a mesma que da Língua

Portuguesa.

Interjeição Ah! Oh! Olá! Alô! Psiu, Oxalá!

Provavelmente, a interjeição na LIBRAS está presente no componente não-manual, que são as expressões faciais, por exemplo.

Então segundo o quadro é possível observar que temos no Brasil alguns estudos que

indica que a libras é representada em caixa alta. E dentro desse quadro de analise comparativa

do português e libras nos mostra que a autora Ferreira-Brito propiciou estudos sobre o sistema

de notação da libras.

A autora nos mostra que em libras as unidades mínimas ou componentes da palavra se dá

através dos sinais que são transcritos.

Como o sinal ou a palavra CERTO:

F é a configuração de mãos

l / é o movimento linear, para baixo com retenção final

TBd é o ponto de articulação do sinal, isto é tronco, busto, lado direito

(Y,Z) (x,y) é a orientação da palma da mão para a esquerda S é a simetria no movimento

ou uso da mão esquerda, realizando o mesmo movimento que a esquerda, também como

articulador e não apenas como mão de apoio, Ferreira-Brito (1995).

Este sistema, que vem sendo adotado por pesquisadores de línguas de sinais aqui no

Brasil, as palavras de uma língua oral auditiva são utilizadas para representar aproximadamente

os sinais.

Assim, a LIBRAS será representada a partir das seguintes convenções nesses 11 tópicos

por Ferreira-Brito (1995):

1. Os sinais da LIBRAS, para efeito de simplificação, serão representados por itens

lexicais da Língua Portuguesa (LP) em letras maiúsculas. Exemplos: CASA,

ESTUDAR, CRIANÇA, etc;

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2. um sinal, que é traduzido por duas ou mais palavras em língua portuguesa, será

representado pelas palavras correspondentes separadas por hífen. Exemplos:

CORTAR-COM-FACA, QUERER-NÃO "não querer", MEIO-DIA, AINDA-NÃO, etc;

3. um sinal composto, formado por dois ou mais sinais, que será representado por

duas ou mais palavras, mas com a idéia de uma única coisa, serão separados pelo

símbolo ^ . Exemplos: CAVALO^LISTRA “zebra”;

4. a datilologia ( alfabeto manual), que é usada para expressar nome de pessoas, de

localidades e outras palavras que não possuem um sinal, está representada pela

palavra separada, letra por letra por hífen.

Exemplos: J-O-Ã-O, A-N-E-S-T-E-S-I-A;

5. O sinal soletrado, ou seja, uma palavra da língua portuguesa que, por empréstimo,

passou a pertencer à LIBRAS por ser expressa pelo alfabeto manual com uma

incorporação de movimento próprio desta língua, está sendo representado pela

datilologia do sinal em itálico.

Exemplos: R-S “reais”, A-C-H-O, QUM “quem”, N-U-NC-A, etc;

6. na LIBRAS não há desinências para gêneros (masculino e feminino) e número

(plural), o sinal, representado por palavra da língua portuguesa que possui estas

marcas, está terminado com o símbolo @ para reforçar a idéia de ausência e não

haver confusão.

Exemplos: AMIG@ “amiga(s) e amigo(s)” , FRI@ “fria(s) e frio(s)”,

MUIT@ “muita(s) e muito(s)”, TOD@, “toda(s) e todo(s)”, EL@ “ela(s), ele(s)”, ME@

“minha(s) e meu(s)” etc;

7. Os traços não-manuais: expressões facial e corporal, que são feitos

simultaneamente com um sinal, estão representados acima do sinal ao qual está

acrescentando alguma idéia, que pode ser em relação ao:

a) tipo de frase ou advérbio de modo: interrogativa ou ... i ... negativa ou ... neg ... etc

Para simplificação, serão utilizados, para a representação de frases nas formas

exclamativas e interrogativas, os sinais de pontuação utilizados na escrita das línguas

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orais-auditivas, ou seja: !, ? e ?!.

b) advérbio de modo ou um intensificador: muito rapidamente exp.f "espantado" etc;

Apoio: www.surdo.org.br interrogativa exclamativo muito

Exemplos: NOME ADMIRAR LONGE

8. Os verbos que possuem concordância de gênero (pessoa, coisa, animal), através de

classificadores, estão representados tipo de classificador em subscrito.

Exemplos: pessoa ANDAR, veículo ANDAR, coisa-arredonda COLOCAR, etc;

9. Os verbos que possuem concordância de lugar ou número-pessoal, através do

movimento direcionado, estão representados pela palavra correspondente com uma

letra em subscrito que indicará:

a) a variável para o lugar: i = ponto próximo à 1a pessoa,

j = ponto próximo à 2a pessoa,

e k' = pontos próximos à 3a pessoas,

e = esquerda,

d = direita;

b) as pessoas gramaticais: 1s, 2s, 3s = 1a, 2a e 3a pessoas do singular;

1d, 2d, 3d = 1a, 2a e 3a pessoas do dual;

1p, 2p, 3p = 1a, 2a e 3a pessoas do plural;

Exemplos:

1s DAR 2s "eu dou para "você",

2s PERGUNTAR 3p "você pergunta para eles/elas",

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kdANDARk,e "andar da direita (d) para à esquerda (e).

10. Às vezes há uma marca de plural pela repetição do sinal. Esta marca será

representada por uma cruz no lado direto acima do sinal que está sendo repetido:

Exemplo: GAROTA +

11. Quando um sinal, que geralmente é feito somente com uma das mãos, ou dois

sinais estão sendo feitos pelas duas mãos simultaneamente, serão representados um

abaixo do outro com indicação das mãos: direita (md) e esquerda (me).

Exemplos: IGUAL (md) PESSO@ -MUIT@ ANDAR (me)

IGUAL (me) PESSOA- EM-PÉ (md).

Esta é uma organização que vem sendo utilizada para representar a língua brasileira de sinais

uma língua espaço-visual, que é tridimensional.

Então isso significa que, também:

As línguas de sinais também são estruturadas através dos níveis linguísticos como o

sintático, fonológico, morfológico e semântico. Segundo Rodrigues, 2007. O que é denominado

de palavra ou item lexical nas línguas oral-auditivas é denominado sinais, nas línguas de sinais.

Segundo Coneglian (2005), todas as línguas orais - auditivas possui uma gramática própria,

definida pelos sistemas: Sintático: Frase; Fonológico: (línguas orais - auditivas) ou quirológico

(língua de sinais - arte de conversar por meio de sinais feitos com as mãos); Morfológico: palavra/

sinal ou item lexical; Semântico: significado e Pragmático: uso do significado - sentido.

Iremos estudar somente dois desses sistemas o Morfológico e o semântico:

Morfologia na libras

De modo geral, podemos dizer que a morfologia é o ramo da linguística que estuda a estrutura interna da palavra e os processos pelos quais elas são construídas a partir de suas partes componentes, os morfemas. Os morfemas são unidades mínimas de significado. A palavra morfema deriva do grego morphé, que significa forma (SANDALO, 2004; QUADROS; KARNOPP, 2004; HOUAISS, 2007).

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Segundo RODERO TAKIHARA, A. G, (2012) no prelo em seu trabalho de pesquisa sobre a

morfologia na libras, destaca que a morfologia na libras segundo Felipe (2006) considera os cinco

parâmetros da LIBRAS como morfemas que, combinados, formam os itens lexicais da língua.

Assumindo seu trabalho de 1998, a autora aponta que esses morfemas podem ser:

i) Uma raiz ou radical, referindo-se ao parâmetro movimento;

ii) Um afixo, no caso de alterações entre movimento e configurações de mão;

iii) Uma desinência, direcionalidade, no caso de concordância número pessoal, ou

configuração de mão, no caso de gênero.

Em linguística, no nível de análise morfológica na libras encontramos unidades formais

através do parâmetro do movimento como raiz do radical, o afixo na alteração do movimento do

sinal e na configuração de mão e a desinência e direcionalidades que segundo a autora re refere

a concordância de número e pessoa ou configuração de mão. A morfologia estudar as palavras

olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. O que

agora compreendemos que a morfologia na libras se refere aos estudos desses parâmetros que

estrutura a língua de sinais que é viso-gestual.

Semântica

Segundo Saussure (2006), a língua é constituída de signos, e esses signos são constituídos

de significante e significado. O significante é o conceito e o significado é uma representação

mental que temos, ou através da representação dos sons com as línguas orais já com as línguas

de sinais temos as imagens.

A semântica refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo.

Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas como: a

semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, todas

estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.3

3 Semântica formal - O significado é um termo complexo que se compõe de duas partes: O sentido e a referência. ex: a mesa da professora - objeto/ referência. A linguagem com o mundo é fundamental.

Semântica da enunciação - O significado é o resultado do jogo argumentativo criado na linguagem e por ela.Semântica cognitiva - O conceito é adquirido por meio de nossas manipulações sensório-motoras com o mundo.ex: mesa: objeto de quatro pernas. Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html: 24/03/2013 às14:25 horário de Brasília.

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Logo, as propriedades fono-articulatórias palavras que são tão verídicas quanto o léxico

de línguas orais são possíveis de serem traduzidas para as línguas de sinais de acordo com sua

gramática própria.

2.2. Linguagem poética musical e a libras

Na música e na poesia também podemos encontrar semelhanças em suas estruturas

como nos mostra Lucia Santaella em seu texto Poesia e Música: Semelhanças e Diferenças

(2002), fundamentando-se na semiótica:

Santaella em suas considerações nos aponta seu entendimento sobre a noção de função

poética da linguagem verbal à música, enquanto linguagem não-verbal.

Portanto, a função poética da linguagem verbal baseia-se nos jogos de estruturação, na

construção de formas, que Santaella (2002, p. 47) apontou estruturas de construção, tanto da

poesia quanto da música e que música é simplesmente uma poesia:

Com a libras, a linguagem poética é algo que foi foco de pesquisa por Quadros & Sutton-

Spence, onde dizem que a poesia em língua de sinais, assim como a poesia em qualquer língua,

Se o modo de estruturação da linguagem musical guarda muitas semelhanças com o modo de estruturação da linguagem poética, é aí, então, no coração da estrutura, que música e poesia, antes de tudo, se encontram. É aí que o musical da poesia se enlaça ao poético da música. (Santaella, 2002, p. 47).

[…] a música, ela também, no jogo de suas configurações, apresenta modos de engendramento que são típicos da função poética da linguagem, a saber, projeções de similaridade, nas suas mais diversas possibilidades de atualização, sobre o eixo da contigüidade. […] Poesia e música são construções de formas, jogos de estruturação, ecos e reverberações, progressões e retrogradações, sobreposições, inversões, enfim, poetas e músicos são diagramadores da linguagem. (Santaella, 2002, p. 46-47).

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usa uma forma intensificada de linguagem (“sinal arte”) para efeito estético (Sutton-Spence

2005; Valli 1993; Leech 1969). A linguagem nos poemas está em primeiro plano, determinada

pela sua projeção que se origina da sua diferença em rela- ção à linguagem cotidiana. A

linguagem pode ser projetada de forma regular, uma vez que o poeta usa recursos e sinais já

existentes na língua com excepcional regularidade, ou pode ser projetada de forma irregular,

uma vez que as formas originais e criativas do poeta trazem a linguagem para o primeiro plano. A

linguagem no primeiro plano pode trazer consigo significado adicional, para criar múltiplas

interpretações do poema. 2006 p.112.4

Acreditamos que a linguagem poética musical traz graça e um estilo diferente do

convencional dando sutileza aos sinais que hora utiliza-se de regularidades da língua e outrora

utiliza-se de irregularidades. O que acontece na música que se trata de um texto poético. Assim

faremos com que em nossa pesquisa consigamos mostrar que a musica escolhida não perde sua

essência ao ser transcrita na libras após uma interpretação já tomada de sutileza e graça de uma

linguagem poética musical mesmo que originaria de um texto de língua oral.

2.3. Transcrição nas línguas de sinais

O processo de transcrição das línguas de sinais tem sua real importância dentro do campo

da interpretação e tradução, pensando na transposição de informações da língua fonte para

língua alvo. E no caso da libras, trazemos pesquisas sobre o processo de transcrição. Um dos

trabalhos recentes sobre esse processo de transcrição é o do artigo de Anderson Almeida, com a

transcrição do Hino de Teresina5 (Cineas Santos/ Erisvaldo Borges) autores do texto em

português. Baseado -se no trabalho de Saulo Xavier. Como traduzir uma poesia em Língua

Brasileira de Sinais para uma modalidade escrita da língua Portuguesa? – Um esboço de bandeira

Brasileira de Pimenta (1999). Essa pesquisa nos trouxe inspiração pensando que é possível uma

tradução da língua portuguesa de forma poética para libras.

4 Leia também: O poema de Nelson Pimenta, Bandeira Brasileira, composto e interpretado na Língua de Sinais Brasileira (LSB) é analisado e comparado com o poema Three Queens/Três Rainhas, de Paul Scott na Língua de Sinais Britânica (British Sign Language – BSL) Estudos surdos I / Ronice Müller de Quadros (org.). – [Petrópolis, RJ] : Arara Azul, 2006.

5 Artigo científico do autor: Anderson Almeida da Silva - Traduzindo a linguagem poética musical oral para a língua brasileira de sinais?- Considerações sobre a transcrição do hino de Teresina 2009 com base em pesquisas feitas por SOUZA, Saulo Xavier de. Como traduzir uma poesia em Língua Brasileira de Sinais para uma modalidade escrita da língua Portuguesa? – Um esboço de bandeira Brasileira de Pimenta (1999).

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Segundo Quadros & Pizzio 2009:

Como real foco de transcrição para este trabalho, utilizaremos a transcrição da Língua de

Sinais na modalidade expressiva baseado em FERREIRA BRITO, L, 1995. p. 207-209.6

Este trabalho terá por parâmetro uma análise de outros aspectos, exatamente o da

tradução por intermédio de uma interpretação em libras, já construída através de imagens de um

vídeo no You Tube, pela interprete de libras Naiane Olah.7

2.4. Transcrição e interpretação da música “Garota de Ipanema” para a libras

6 utilizaremos a transcrição da Língua de Sinais na modalidade expressiva baseado em FERREIRA BRITO, L. Por uma gramática da língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro: UFRJ, 1995. p. 207-209.? 7 Vídeo no You Tube: Interpretação em libras por Naiane Olah com a música: "Garota de Ipanema" é uma das mais conhecidas canções de Bossa Nova e MPB, foi composta em 1962 por Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim, inspirado em Helô Pinheiro, que passava frequentemente em frente ao Bar Veloso (hoje Garota de Ipanema), em Ipanema. Tom e Vinicius frequentavam assiduamente o bar, que dispunha de pequenas mesas na calçada. A Garota de Ipanema, Heloísa, morava na rua Montenegro, número 22 e somente dois anos e meio depois, já com namorado, ficou sabendo que era a inspiração da canção. Provavelmente em retribuição à homenagem, Heloísa, quando se casou, convidou Tom Jobim e sua esposa Teresa para serem padrinhos. Em 19 de março de 1963 foi lançada pela gravadora Verve e no ano seguinte, saiu no LP "Getz/Gilberto", interpretada por Astrud Gilberto em conjunto com João Gilberto e Stan Getz, com a participação de Tom Jobim ao piano. A canção é considerada a segunda mais tocada no mundo, pesquisa: Wikipédia, a enciclopédia livre em 20/03/2013 às 12:33 horas de Brasília.

O processo de transcrição de dados, desde então, vem sofrendo grandes transformações, principalmente em virtude dos avanços tecnológicos, que propiciaram uma melhor descrição das línguas de sinais, conforme apresenta QUADROS & PIZZIO (2007). Entretanto, a grande dificuldade ainda está nos sistemas de notação, ou seja, nas formas de representar os sinais nos sistemas de transcrição de dados (ver McCLEARY,L. VIOTTI, E (2007)). Isto porque cada grupo de pesquisa utiliza uma notação diferente ou adaptações de um mesmo sistema de notação, de acordo com seu objeto de estudo, dificultando assim a padronização e a possibilidade de armazenar seus trabalhos em um único banco de dados, acessível a qualquer pesquisador.

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Letra Interpretada em LIBRAS da Música

Garota de Ipanema

(Composição: Tom Jobim / Vinícius de

Morais)

Interpretação: Naiane Olah / Transcrição:

Flávia Palares segundo FERREIRA BRITO, L.

Por uma gramática da língua de sinais. Rio de

Janeiro: Tempo Brasileiro: UFRJ, 1995. p.

207-209.

Pessoa Dêitico (me) keANDARkd 1sOLHAR2s admirar

LIND@

Admirar 1sSORRIR2s

MULHER keANDARkd

Balança kdANDARke

jGOSTAR keANDARkd PERT@ MAR^ (água +ondas).

Dêitico (me) pessoa keANDARkd , SOL

PRAIA I-P-A-N-E-M-A

Balançar kdANDARke DOURAD@ CORPO

Comparar POESIA LIND@ 1sVER2s(md) TER-NÃO

IGUAL.

iSENTIR SOZINH@ PORQUE? ( CORO )

TUD@ TRISTE iSENTIR

jBONIT@ TER

Letra original da Música Garota de

Ipanema

(Composição: Tom Jobim / Vinícius de

Morais) Letra escrita em 1962.

Olha que coisa mais linda

Mais cheia de graça

È ela menina

Que vem e que passa

No doce balanço, a caminho do mar

Moça do corpo dourado

Do sol de Ipanema

O teu balançado é mais que um poema

É a coisa mais linda que eu já vi passar.

Ah, porque estou tão sozinho ( CORO )

Ah, porque tudo é tão triste

Ah, a beleza que existe

A beleza que não é só minha

Que também passa sozinha

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Dêitico (me) pessoa LIND@

Dêitico (me) 1sVER2s, PESSOA+ admirar VER3p

beleza.

keANDARkd SOZINH@ jINOCENTE.

SI 2sSABER(md) kdANDARke(me) ela

TOD@ admirarSORRIR,

MUNDO TOD@ CERTO

LIND@.

POR-CAUSA AMOR.

Ah, se ela soubesse

Que quando ela passa

O mundo inteirinho se enche de graça

E fica mais lindo

Por causa do amor.

3. Análise de dados: transcrição de libras na Música Garota de Ipanema/ Conclusão

Esta seção traz aspectos relevantes para melhor compreensão da transcrição acima

apresentada sendo analisado os fatos que destaquem o processo de construção desse novo

paradigma chamado transcrição da libras e finaliza com respostas dessa analise, dando suas

conclusões para este trabalho aqui apresentado.

Ao ser proporcionado essa tradução em LIBRAS observamos que a música traduzida trouxe

classificadores o qual em seu texto original as marcas do português foram substituídos por

classificadores. Quando na estrofe da música diz em português: “Olha que coisa mais linda...” o

classificador utilizado para adjetivar o nome olha é substituído por CL: Pessoa Dêitico (me) keANDARkd

1sOLHAR2s admirar LIND@, pois bem sabemos que é difícil em uma interpretação utilizar-se de

características humanas neste caso usou-se o dêitico indicador com a mão configurada em D; e

nesse caso não perdeu-se o sentido nessa informação em libras, pois ao observarmos que as

marcações não manuais livres indicam um estado sentimental do texto a qual o próprio

compositor Tom Jobim, se coloca quando diz, que ficava sentado próximo a praia de Ipanema no

estado do Rio de Janeiro, o qual sempre observava a moça passar e admirava sua beleza. A

criação de cenário fica mais forte neste momento e, conseguimos neste visualizar uma cena que

passa a ser construída no decorrer da música.

Morfismos é a mistura entre os sinais em libras, sistema mórficos, onde a configuração final

das mãos são utilizadas tanto na sequência de sinais produzidos em sua continuidade dentro das

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interpretações o qual dá uma pitada de poesia de forma elegante e suave. Esse efeito podemos

observar na frase que diz: “moça do corpo dourado, do sol de Ipanema ” que em libras traz a

poesia sem a perda do sentido real ficando assim: “Dêitico (me) pessoa keANDARkd , SOL PRAIA I-P-A-N-

E-M-A Balançar kdANDARke DOURAD@ CORPO” o qual se aproveita o sinal de praia e já se inicia em

datilologia a palavra Ipanema, o nome próprio da praia o qual traz graça e poesia em tempo

determinado para a próxima informação.

Essa produção textual apresenta fatos históricos reais e culturais ligados a praia de Ipanema

de onde Tom Jobim ficava sentado no bar observando e admirando a bela garota Heloísa na

época com 18 anos de idade a caminho da praia de Ipanema.

Quanto ao estilo de prosopopéias o texto também utiliza-se e, transforma a frase em

português “Ah, a beleza que existe, a beleza que não é só minha que também passa sozinha”

qualidade descrita pelo poeta, autor da canção já em libras “Dêitico (me) pessoa LIND@, Dêitico

(me) 1sVER2s, PESSOA+ admirar VER3p beleza, keANDARkd SOZINH@ jINOCENTE” trazendo a

tradução em libras o sentido real sem perder a poesia da música.

Por fim, essa pesquisa utiliza-se de recursos estilísticos visuais de traduções

através da observação de uma interpretação que trouxe o real sentido da linguagem poética sem

perder sua essência. Tem - se que “a tarefa do tradutor de poesias será, pois a de recriar

utilizando os recursos da língua-meta(...) para língua alvo” (BRITO, P. H. Apud SOUZA, SAULO

XAVIER de, 1999, p.49).

4. REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Lei n°10.436, artigo 4º de 24 de Abril. Dispõe sobre a língua Brasileira de Sinais.

Brasília, 2002.

2. _______. Decreto n°5.626, de 22 de Dezembro. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de

2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de

dezembro de 2000. Brasília, 2005.

O papel da soletração manual, como um indicador da identidade bilíngue e multicultural, mostra como os poetas podem quebrar as regras da expectativa poética atual (em que o uso da soletração manual é geralmente proibido) para aumentar o efeito poético. P. 156 Quadros, 2006).

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3._______.Secretaria de Educação Especial. A educação especial na perspectiva da inclusão

escolar: Abordagem bilíngue na escolarização de pessoas com surdez/ Carla barbosa, Josimário

de Paula e Mirlene Damázio. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010 p.15.

4. CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D. Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua de

Sinais Brasileira – Libras. v. I e II. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo/ Imprensa

Oficial do Estado, 2001.

5. FERREIRA BRITO, L. Por uma gramática da língua de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro:

UFRJ, 1995. p. 207-209.

6. FELIPE, T. A. Os processos de formação de palavras na LIBRAS. ETD – Educação Temática

Digital, Campinas, v. 7, n. 2, p. 200-217, jun. 2006.

7. Garota de Ipanema. Letra: Tom Jobim/ Vinícius de Morais, 1962.

8. QUADROS, Ronice Müller; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de Sinais Brasiliera: estudos

linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.

9. _________. e Sutton-Spence.” Poesias em línguas de sinais: traços da identidade surda”. In:

Quadros, Ronice Müller de (org.). Estudos Surdos I. Petrópolis – RJ: Arara Azul, 2006.

10. MCCLEARY, L. E.; VIOTTI, E. C. Transcrição de dados de uma língua sinalizada: um estudo

piloto da transcrição de narrativas na língua de sinais brasileira (LSB). In:

11. SALLES, H. (Org.). Bilinguismo e surdez. Questões linguísticas e educacionais. Goiânia: Cânone

Editorial, 2007. p. 73-96.

12. ROSA, Andréa da Silva. Tradução, Fidelidade e Sobrevida. In: Entre a visibilidade da tradução

dos sinais e a invisibilidade da tarefa do intérprete. Campinas, SP: Arara Azul, 2005.

13. REVISTA DA FENEIS. Números 1 ao 13. R.J. 1999/2002.

14. RODERO TAKIHARA, A. G, Questões sobre compostos e morfologia da LIBRAS (2012) no prelo.

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15. SOUZA, Saulo Xavier de. Como traduzir uma poesia em Língua Brasileira de Sinais para uma

modalidade escrita da língua Portuguesa? – Um esboço de bandeira Brasileira de Pimenta (1999).

16. SANTAELLA, Lucia. Poesia e música: semelhanças e diferenças. In: SEKEFF, Maria de Lourdes;

ZAMPRONHA, Edson S. Arte e cultura: estudos interdisciplinares II. São Paulo: Annablume:

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17. SAUSSURE, Ferdinand de. Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 2006.