Zoneamento CustóDia
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CONSOLIDAÇÃO DO ZONEAMENTOECOLÓGICO ECONÔMICO E AÇÕES PRIORITÁRIAS
PARA O PLANO DE GESTÃO EM UMA ÁREA PILOTO
Companhia Pernambucanado Meio Ambiente Serviço Geológico do Brasil
CPRMPROASNE
Projeto Água Subterrânea no Nordeste do Brasilhttp://brazil.agg.gsc.nrcan.gc.ca
COOPERAÇÃO BRASIL-CANADÁCANADA-BRAZIL COOPERATION
Agência Brasileira de Cooperação (ABC) • Canadian International Development Agency (CIDA) • UniSol - CPRM - GSC
Custódia-PE
Recife, 2002
1
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL E ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DE UMA ÁREA PILOTO LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE
CUSTÓDIA – PE
2
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Governador: Jarbas de Andrade Vasconcelos
SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE – SECTMA
Secretário: Cláudio José Marinho Lúcio
COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE – CPRH Presidente: Edrise Aires Fragoso
Diretoria de Planejamento e Integração
Diretora: Berenice Vilanova de Andrade Lima
Diretoria de Controle Ambiental Diretor: Geraldo Miranda Cavalcante
Diretoria de Recursos Hídricos e Florestais
Diretor: Aldir Pitt Mesquita Pimentel
Diretoria de Administração e Finanças Diretor: Hubert Hirschle Filho
Companhia Pernambucana do Meio Ambiente – CPRH Rua de Santana, 367, Casa Forte, Recife – PE Fone: (081) 3267-1800 – Fax: (081) 3441-6088
Disque Ecologia (081) 3267-1923 www.cprh.pe.gov.br
3
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL E ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO DE UMA ÁREA PILOTO LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE
CUSTÓDIA – PE
Selo publicações CPRH
Recife, maio de 2002
4
Copyright © 2002 by CPRH
É permitida a reprodução parcial da presente obra, desde que citada a fonte
Gerência de Recursos Hídricos Gerente: Clênio de Oliveira Torres
Equipe Técnica
Hortência Maria Barboza de Assis (Coordenadora da Área de Meio Ambiente) Joana Teresa Aureliano (Coordenadora Executiva)
Mariza Brandão Chávez (Chefe de projeto) Márcia Pedrosa Gondim (Geoprocessamento)
Luis Augusto Clemente da Silva (Geoprocessamento)
Colaboração Marlene Maria da Silva (GERCO/CPRH)
Veronilton Pereira de Farias (GRH/CPRH) Jeane Espíndula (GERCO/CPRH)
Conselho Editorial
Evângela Azevedo de Andrade Francicleide Palhano de Oliveira
Maria Madalena Barbosa de Albuquerque
Revisão ortográfica Francicleide Palhano de Oliveira
Revisão bibliográfica
Maria Madalena Barbosa de Albuqueque
Projeto gráfico e editoração Capa: Mariza Chávez
962 p PROGRAMA Águas Subterrâneas para o Nordeste: Diagnóstico ambiental de uma área piloto localizada no município de Custódia – PE. Recife: CPRH, 2002.60p ISBN:
1. Diagnóstico Ambiental. 2 . Custódia. 3. Área Piloto. 4. Qualidade. Ambiental. I. Título II. Autor
Companhia Pernambucana do Meio Ambiente – CPRH
Rua de Santana, 367, Casa Forte Cep. 52060-460 Recife – PE
Fone (081) 267-1800 FAX (081) 3441-6088 Disque Ecologia: (081) 3267-1923
www.cprh.pe.gov.br
5
PROJETO ÁGUA SUBTERRÂNEA NO NORDESTE DO BRASIL
(PROASNE-BRASIL)
CONVÊNIO BRASIL-CANADÁ
Canadian International Development Agency (CIDA) – Agência Brasileira de Cooperação (ABC)
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) Geological Survey of Canadá (GSC)
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas-Núcleo Ceará (ABAS-CE) Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE)
Comunidade Solidária (CS)
Coordenação Geral
Coordenador Geral Brasileiro – Enjôlras de A. Medeiros Lima Coordenador Geral Canadense – Yvon Maurice
Área Geológica
Coordenador Nacional da Área Geológica – Fernando Antônio Carneiro Feitosa Coordenador Regional do CE – Oderson Souza Coordenador Regional do RN – Walter Medeiros
Coordenador Regional de PE – José Carlos da Silva
Área Social
CoordenadoraCanadense da Área Social e de Gênero – Sherry Nelligan Coordenadora Nacional da Área Social e de Gênero – Luciana Cibelle Araújo dos Santos
Coordenadora Regional do CE – Walda Viana Brígido de MouraCoordenadora Regional do RN/Serrinha – Fátima Rêgo
Coordenadora Regional do RN/Caraúbas – Roberta Medeiros Coordenadora Regional de PE – Ana Arcoverde
6
S U M Á R I O
APRESENTAÇÃO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1. INTRODUÇÃO.............................................................................10
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................11
3. ASPECTOS GERAIS DA ÁREA PILOTO....................................14
4. ASPECTOS DO MEIO FÍSICO....................................................16
4.1. Geologia/Geomorfologia..........................................................16
4.2. Solos........................................................................................19
4.3. Recursos Hídricos....................................................................20
4.4. Vegetação................................................................................23
5. POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DOS RECURSOS
NATURAIS...................................................................................27
6. USO E OCUPAÇÃO ATUAL DO SOLO......................................30
6.1. Núcleos Urbanos/Vilas Rurais.................................................30
6.2. Caatinga...................................................................................37
6.3. Áreas de Plantio e Pecuária....................................................40
7. QUALIDADE AMBIENTAL DA ÁREA PILOTO............................45
7.1. Qualidade da água..................................................................47
7.2. Conflitos de Usos, Riscos e Perdas Ambientais na Área Pil...53
8. CONCLUSÕES............................................................................60
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................62
ANEXOS
Anexo 1 - Tabela 5 Anexo 2 - Zoneamento Ecológico Econômico – Cenário com Intervenção 2010 Anexo 3 - Ações Prioritárias do Plano de Gestão Anexo 4 - Mapa de Potencialidades e Limitações Anexo 5 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo Anexo 6 - Mapa de Qualidade Ambiental Anexo 7 - Mapa de Zoneamento Ecológico Econômico
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de Fotos
Foto 1 – Serra das Porteiras formada por rochas quartzíticas. Local: Caiçara............ 17 Foto 2 – Serrote do Praquió formado por rochas ortognáissicas e migmatíticas......... 18 Foto 3 – Sedimentos aluvionares. Local: Fazenda Nova............................................. 18 Foto 4 – Serra da Torre onde localiza-se a nascente do Riacho Copiti....................... 22 Foto 5 – Lagoa do Cascavel......................................................................................... 22 Foto 6 – Poço tubular que abastece o dessalinizador de Samambaia......................... 23 Foto 7 – Pereiro, árvore típica da área. Lagoa do Cascavel........................................ 24 Foto 8 – Flor de Caruá.................................................................................................. 25 Foto 9 – Coroa de Frade. Local: Salgado..................................................................... 25 Foto 10 – Vila rural de Salgado.................................................................................... 31 Foto 11 – Distrito de Caiçara........................................................................................ 31 Foto 12 – Antiga fábrica de caruá. Samambaia........................................................... 32 Foto 13 – Igreja Católica de Samambaia..................................................................... 32 Foto 14 – Caixa d’água que abastece Fazenda Nova.................................................. 36 Foto 15 – Dessalinizador em Samambaia.................................................................... 36 Foto 16 – Escola com sistema de captação de água da chuva................................... 37 Foto 17 – Madeira para estacas retirada da caatinga.................................................. 38 Foto 18 – Troncos de madeira na beira da estrada..................................................... 38 Foto 19 – Aspecto da caatinga arbórea. Samambaia.................................................. 39 Foto 20 – Outra tomada da caatinga arbórea. Samambaia......................................... 39 Foto 21 – Plantação de milho consorciada com feijão. Fazenda Nova........................ 41 Foto 22 – Plantio de milho ao fundo. Poço Escuro....................................................... 41 Foto 23 – Bode se alimentando das folhagens............................................................ 42 Foto 24 – Palma adensada. Fazenda Cacimba de Baixo............................................ 43 Foto 25 – Plantio de algaroba consorciado com capim búfel. Local: Faz. Santa Rita.. 44 Foto 26 – Utilização de agrotóxicos nas áreas próximas ao aluvião. Fazenda Nova.. 55 Foto 27a – Esgoto escoando sobre o terreno. Samambaia......................................... 55 Foto 27b – Matadouro de Samambaia localizado nas proximidades do aluvião.......... 56 Foto 28 – Poço Amazonas construído de forma irregular. Samambaia....................... 56 Foto 29 – Lixo jogado no aluvião do Riacho Copiti. Samambaia................................. 57 Foto 30 – Local onde é queimado o lixo. Samambaia.................................................. 57 Foto 31 – Forno de Carvão. Poço Escuro................................................................... 58 Foto 32 – Animais nas proximidades da barragem. Salgado....................................... 58 Foto 33 – Animais bebendo água nas cacimbas escavadas no Copiti. Samambaia... 59
8
Lista de Figuras
Figura 1 – Localização da área piloto.......................................................................... 15 Figura 2 – Diagrama unifilar do Riacho Copiti............................................................. 46
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Número de habitantes por localidade........................................................ 14 Tabela 2 – Poços cadastrados na Área Piloto............................................................. 26 Tabela 3 – Relação de Escolas Municipais situadas na Área Piloto – 2001............... 35 Tabela 4 – Distribuição de animais nas grandes propriedades................................... 43 Tabela 5 – Resultados de análises realizadas em amostras de água coletadas na Área Piloto. (Anexo)
Lista de Quadros
Quadro 1 – Potencialidades e Limitações dos Recursos Naturais da Área Piloto....... 29 Quadro 2 – Uso e Ocupação Atual do Solo.................................................................. 34
Lista de Gráficos
Gráfico 1 – Variação da Salinidade.............................................................................. 47 Gráfico 2 – Variação de Cloretos................................................................................. 49 Gráfico 3 – Variação de Sólidos Totais........................................................................ 50 Gráfico 4 – Variação de Oxigênio Dissolvido............................................................... 50 Gráfico 5 – Variação da Condutividade Elétrica........................................................... 50 Gráfico 6 – Variação do pH.......................................................................................... 51 Gráfico 7 – Variação de Turbidez................................................................................. 51 Gráfico 8 – Variação de Amônia................................................................................... 51 Gráfico 9 – Variação de Nitrato.................................................................................... 52 Gráfico 10 – Variação de Nitrito.................................................................................... 52
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APRESENTAÇÃO
O Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE, coordenado pela Companhia
Pernambucana do Meio Ambiente – CPRH, com o objetivo de avaliar e orientar o
processo de ocupação e uso do solo em uma área piloto, localizada no município
de Custódia, em Pernambuco, visa estabelecer as normas de uso e ocupação do
solo e de manejo dos recursos naturais na referida área piloto.
A elaboração do Diagnóstico Sócioambiental e da proposta de ZEE do Litoral Sul,
em 1999, consolidada, em Seminário, com os atores envolvidos e aprovado
através do Decreto Estadual nº 21.972/99, do Governador Jarbas Vasconcelos e
o Diagnóstico Sócioambiental e a proposta de ZEE do Litoral Norte, consolidada
em 2001, tem fornecido subsídios para promover a gestão ambiental do Estado e,
através da implementação de ações integradas, tem buscado alternativas para
promover o desenvolvimento sustentável da Zona Costeira Estadual.
A experiência metodológica alcançada na elaboração dos Zoneamentos do litoral
sul e norte de Pernambuco serviu como base para o desenvolvimento dos
trabalhos, embora tenham sido feitas algumas adaptações, levando-se em
consideração as diferenças ambientais e sócio-econômicas entre o semi-árido e o
litoral.
Neste momento, a CPRH como instituição parceira do Programa de Águas
Subterrâneas para o Nordeste – PROASNE, apresenta o Diagnóstico Ambiental e
Zoneamento Ecológico Econômico e as Ações Prioritárias para o Plano de Gestão
e cumpre mais uma etapa no referido Programa, ampliando a base para a
atuação dos gestores públicos, nos diferentes níveis, através de medidas que
visem a reversão das tendências de ocupação inadequada e a potencialização
das atividades sustentáveis, indutoras do desenvolvimento local.
EDRISE AIRES FRAGOSO Presidente da CPRH
10
1.INTRODUÇÃO
A Companhia Pernambucana do Meio Ambiente – CPRH como instituição
parceira do Programa de Águas Subterrânea para o Nordeste – PROASNE e do
Programa de Cooperação Técnica Canadá-Brasil, desenvolveu o Projeto
“Diagnóstico Ambiental e Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE em uma
Área Piloto, localizada no município de Custódia – PE” , visando auxiliar na
elaboração do Plano de Gestão, o qual deverá promover o ordenamento físico e
territorial, assegurar a proteção das águas subterrâneas e superficiais e fortalecer
as comunidades locais.
A elaboração do Diagnóstico Ambiental, iniciada em fevereiro de 2001 e concluída
em janeiro de 2002, teve como resultados o Diagnóstico do Meio Físico,
Diagnóstico do Meio Sócio-Econômico e a Qualidade Ambiental da área. Como
produtos foram gerados relatórios parciais e os seguintes Mapas Temáticos: Uso
e Ocupação do Solo, Potencialidades e Limitações e Qualidade Ambiental. Com
base neste diagnóstico, foi elaborada a Proposta de Zoneamento Ecológico-
Econômico-ZEE, onde foram estabelecidas zonas e subzonas homogêneas,
considerando-se as tendências de uso e ocupação do solo e a adequação das
mesmas às potencialidades e limitações de uso dos recursos da área. Nessa
proposta, constam: a situação atual das zonas e subzonas, os objetivos para o
Cenário 2010 e a indicação de usos/ações proibidos, tolerados e a incentivar. A
delimitação das zonas e subzonas são mostradas no Mapa de Zoneamento
Ecológico-Econômico.
A Consolidação da Proposta de Zoneamento e a definição de Ações Prioritárias
para o Plano de Gestão, foram viabilizadas através de oficinas com as
comunidades envolvidas e com representantes do poder público e de diversos
órgãos e instituições.
11
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O Diagnóstico Ambiental e Zoneamento Ecológico Econômico- ZEE, proposto
pela Companhia Pernambucana do Meio Ambiente – CPRH para ser
desenvolvido na Área Piloto, teve como referência metodológica o Zoneamento
Ecológico-Econômico Costeiro – ZEEC do litoral pernambucano, elaborado pela
CPRH, através do Programa de Gerenciamento Costeiro de Pernambuco
(GERCO/PE). A metodologia adotada pelo GERCO, baseia-se nos trabalhos de
OGATA (1995), onde são discutidos aspectos metodológicos para o
macrozoneamento costeiro.
Tendo em vista as diferenças ambientais e sócio econômicas entre o semi-árido e
o litoral, foram feitas algumas adaptações na metodologia utilizada, para que a
mesma se enquadrasse da melhor forma possível à Área Piloto.
Levantamento de dados secundários
Os trabalhos iniciais consistiram no levantamento de dados bibliográficos e
cartográficos disponíveis em meio digital , magnético ou cópia heliográfica. Foram
consultados vários órgãos como: Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste (SUDENE), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM),
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Secretaria de
Recursos Hídricos (SRH), Secretaria de Ciência, Tecnologia e do Meio Ambiente
(SECTMA), Companhia Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH), Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) e Fundação de Desenvolvimento Municipal
(FIDEM).
Dentre os dados obtidos, podem ser citados:
¾�Mapa Topográfico da Sudene (1972), folha Custódia (SC. 24-A-X-III) na
escala 1:100.000.
¾�Mapa de Vegetação Nativa Lenhosa folha Custódia na escala 1:100.000
publicado pela SECTMA (1992).
12
¾�Mapa de Reconhecimento de Baixa e Média Intensidade de Solos, folha
Custódia 1:100.000, cedido pela EMBRAPA (1999)
¾�Mapa Geológico do Alto Vale do Rio Moxotó, escala 1: 100.000 (CPRM,
1999)
¾�Geologia da Área Piloto Caiçara-Samambaia, escala 1:25.000 cedido pela
CPRM (inédito)
¾�Cadastro e Inventário de Poços Alto Vale do Rio Moxotó-PE (CPRM,
inédito)
¾�Médias Mensais de Pluviometria de 1999 a 2001 (SRH)
Trabalhos de campo
Os trabalhos de campo foram efetuados em três etapas principais:
¾�Primeira etapa - foram estabelecidos contatos com o poder público local e
com a comunidade, permitindo a identificação de pessoas que poderiam
contribuir com informações relacionadas às questões sócio-econômicas e
ambientais da comunidade.
¾�Segunda etapa - consistiu no levantamento de dados sócio-econômicos
como: infra-estrutura presente nos núcleos urbanos, qualidade de vida,
formas de captação de água e finalidades de uso, estrutura fundiária
(tamanho médio) das propriedades, relação dos grandes com os pequenos
proprietários, atividades desenvolvidas, relações com o mercado, etc
através da aplicação de entrevistas e observações de campo. Também
foram observados dados sobre aspectos do meio físico-biótico (vegetação,
relevo, drenagem etc), infra-estrutura (saneamento, água, luz, etc) e a
existência de impactos ambientais. As observações foram registradas
através de anotações, fotografias e tomadas de coordenadas com GPS.
¾�Terceira etapa - teve como objetivos principais: avaliação da qualidade
ambiental da área piloto, através da coleta de água para análise em
laboratório, avaliação da qualidade da cobertura vegetal, levantamento dos
conflitos de uso e ocupação do solo, além da complementação do mapa de
uso e ocupação do solo, com novos dados.
13
Elaboração de mapas
Procedimentos para confecção do Mapa de Uso e Ocupação do Solo:
¾� Digitalização da base cartográfica - Carta Topográfica da SUDENE
(1972), folha Custódia e ampliação para a escala 1:25.000.
¾� Plotagem das informações pontuais (cacimbas, poços, barragens,
escolas, fornos de carvão, etc.) adquiridas na 2ª etapa de campo.
¾� Delimitação de manchas referentes à existência de antropismo e
vegetação nativa, utilizando como base o mapa de levantamento de
vegetação nativa lenhosa da SECTMA (1992).
¾� Retificação e delimitação de novas manchas, utilizando informações
obtidas na 3ª etapa de campo: grandes propriedades, plantios, área
de reserva legal, patrimônio da igreja e caatinga.
Mapa de Potencialidades e Limitações
¾� Fotointerpretação utilizando fotografias aéreas na escala 1:30.000 e
delimitação das áreas potenciais: aluvião, elevações morfológicas
(serras e serrotes).
¾� Justaposição do mapa geológico (CPRM, 2000) com o mapa de uso
e ocupação atual do solo.
Mapa de Qualidade Ambiental
¾� O mapa de Qualidade Ambiental é resultante da justaposição dos
mapas anteriores, acrescido de informações obtidas em campo e
laboratório.
14
3. ASPECTOS GERAIS DA ÁREA PILOTO
A Área Piloto, localizada no município de Custódia-PE, delimita-se pelas
coordenadas UTM: 636000E - 644000E e 9079000N – 9092000N (Figura 1) e
apresenta uma área de 104 km². O acesso pode ser feito pela BR-232 até a sede
municipal e daí percorre-se pela PE-312, cerca de 20 Km na direção sul.
A escolha da área baseou-se na existência de pesquisas anteriores feitas pela
CPRM e em alguns fatores que são requisitos para a execução do projeto, como:
densidade populacional elevada em relação ao restante da área rural do
município, abastecimento de água precário, tanto em qualidade como em
quantidade, problemas sociais diversos, além de questões pertinentes ao estudo
da hidrogeologia das rochas fraturadas.
De acordo com os dados obtidos nos cadastros dos agentes de saúde em
novembro de 2001, o número total de habitantes é de 1267, distribuídos como
mostra a Tabela 1.
Tabela 1 – Número de habitantes por localidade
Localidade Nº de habitantes
Poço Escuro 47 Tapera 19 Salgado 107 Caiçara 255
Samambaia 429 Fazenda Nova 304
Santa Rita 21 Cacimba de Baixo 29
Santo Antônio 56 Total 1267
Fonte: Cadastro de Agentes de Saúde (2001)
Os povoados de Samambaia, Caiçara, Fazenda Nova e Salgado constituem as
principais localidades da área. As mesmas apresentam diferenças entre si, com
relação à infra-estrutura e equipamentos, porém, problemas como abastecimento
de água (quantidade e qualidade), destinação de lixo, falta de saneamento básico,
ausência de associativismo etc, são comuns a todos.
15
16
4. ASPECTOS DO MEIO FÍSICO
4.1. Geologia/Geomorfologia
Geologicamente, a área é formada predominantemente por rochas cristalinas de
idade pré-cambriana e em menor parte por coberturas areno-argilosas de idade
tércio-quaternária e por depósitos aluvionares quaternários.
O relevo apresenta-se pouco acidentado e suavemente ondulado na maior parte,
com altitudes variando entre 490 e 655 metros. O relevo suave é quebrado por
cristas alinhadas na direção SW-NE, como a Serra do Caldeirão, a Serra das
Porteiras (Foto 1) e a Serra do Saquinho, constituídas por rochas quartzíticas e
com altitudes que chegam a atingir 655 metros.
ANGELIM et al. (inédito) dividem as rochas pré-cambrianas que ocorrem no local
em quatro classes litologicamente distintas, descritas pela seguinte legenda:
Ogn/mg - ocorre na porção sudeste da área, associada a um relevo pouco
acidentado, onde se destaca o Serrote do Praquió (Foto 2), com altitude
aproximada de 590 metros. Esta classe é representada por ortognaisses e
migmatitos indiscriminados.
Ogn - ocorre na porção central da área, associada a um relevo suavemente
ondulado, com altitudes em torno de 500 metros. As principais litologias
enquadradas nesta classe são: augengnaisses, gnaisses bandados, tonalitos a
dioritos, localmente migmatizados com xenólitos de metassedimentos.
qtz - é formada por quartzitos micáceos, paragnaisses epidotíferos e micaxistos.
Ocorrem sob a forma de cristas alinhadas com altitudes que chegam a 655
metros, contrastantes com o relevo suave da área.
17
mx - ocorre predominantemente na porção noroeste da área, aflorando
esporadicamente devido a uma cobertura elúvio/coluvionar. É representada por
biotita-xistos granatíferos com finos veios de quartzo.
Os depósitos sedimentares que ocorrem na área são representados por
coberturas areno-argilosas, de origem elúvio-coluvionar e idade tércio-
quaternária. Também ocorrem depósitos aluvionares (Foto 3), de idade
quaternária, predominantes na porção noroeste e ao longo dos riachos Copiti e
Cipó. O depósito mais significativo de aluvião é encontrado a oeste da Serra das
Ponteiras, cuja deposição, segundo ANGELIM et al. (inédito), foi provavelmente
favorecida pelo fato do fluxo das águas ser no sentido sul e serra funcionar como
um barramento.
Foto 1 – Serra das Porteiras formada por rochas quartzíticas. Local: Caiçara
18
Foto 2 – Serrote do Praquió formado por rochas ortognáissicas e migmatíticas
Foto 3 – Sedimentos aluvionares. Local: Fazenda Nova
19
4.2. Solos
O Mapa de Reconhecimento de Baixa e Média Intensidade de Solos, realizado
pela EMBRAPA (1999) no Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco,
mostra que ocorrem os seguintes tipos de solo na área:
O solo tipo Planossolo ocorre como uma associação de Planossolo, Solonetz
Solodizado, Solos Litólicos Eutróficos com textura média, cascalho a cascalhento
e Bruno Não Cálcico, com vértico e não vértico, horizonte A fraco e moderado,
caatinga hiperxerófila e relevo suavemente ondulado a plano. Este tipo predomina
na Área Piloto.
A segunda maior ocorrência na área é o tipo Bruno Não Cálcico, caracterizado,
de maneira geral, pela coloração avermelhada, pouco profundo ou raso e
moderadamente drenado. A textura é média ou argilosa cascalhenta,
moderadamente ácido a praticamente neutro, com fertilidade aparente média. O
relevo é predominantemente ondulado a suave ondulado. Este tipo de solo
apresenta limitação à mecanização, devido a pouca profundidade e à
pedregosidade. O desenvolvimento de culturas neste solo requer práticas de
conservação, devido à tendência à erosão, sendo mais indicados para
pastagens. É considerado gerador de escoamentos representativos, quando
ocorrem precipitações.
Os solos tipo Regossolo são geralmente pouco desenvolvidos, arenosos,
medianamente profundos a profundos, totalmente drenados, ácidos a
moderadamente ácidos e com baixa fertilidade natural. O relevo apresenta-se
predominantemente suave ondulado. Apresentam limitações devido à sua textura
arenosa, aliada à deficiência de nutrientes e a reações ácidas, embora seja
considerado gerador de pouquíssimos escoamentos.
Os solos tipo Litólicos são pouco desenvolvidos, rasos a muito rasos,
pedregosos e rochosos com textura média ou arenosa e horizonte superficial
assentando diretamente sobre a rocha. Ocorrem tanto em relevo suave ondulado
como em montanhoso. É comum encontrar material grosseiro tanto na massa do
20
solo, como em superfície, representado por calhaus e cascalho. Apresentam
severas limitações, sendo mais apropriados para recomposição da flora e da
fauna, podendo gerar deflúvios, na ocorrência de precipitações.
4.3. Recursos Hídricos
A Bacia do Moxotó, onde está inserida a Área Piloto, representa a terceira maior
bacia hidrográfica do Estado de Pernambuco, sendo formada pelo Rio Moxotó e
seus principais tributários: Piutã, Piore, Várzea Grande, Custódia, Poço da Cruz,
Curupiti, Alexandre, Juazeiro, Feliciano, Riacho do Mel, Riacho da Gameleira e
Manari. De acordo com a Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco - SRH
(1998), a Bacia do Moxotó apresenta potencialidade de águas superficiais,
avaliada em 161,46 x 106 m³/ano e disponibilidade efetiva de águas subterrâneas
de 5,80 x 106 m³/ano.
O cadastramento de poços realizado pela Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais (CPRM 2000), no Alto Vale do Moxotó, mostra que dos 435 poços
tubulares cadastrados, 20% estão localizados em Custódia, sendo que a maioria
desses poços estão paralisados ou abandonados.
Águas Superficiais
Os cursos d'água que atravessam a Área Piloto são de regime temporário,
permanecendo a maior parte do ano secos. O principal curso d’água, o Riacho
Copiti, nasce na Serra da Torre (Foto 4), situada a noroeste de Custódia, deságua
no Açude Poço da Cruz, situado a sul da área. Seus principais afluentes, pela
margem esquerda, são: Santa Rita, Caetitu, do Defunto, da Cascavel e pela
margem direita: Simplício, Boqueirão e Cipó.
Outras formas de ocorrência de águas superficiais na área são as lagoas que,
assim como os riachos, também são intermitentes: Lagoa da Cruz, Lagoa dos
Pinhões, Lagoa Grande, Lagoa do Farias, Lagoa do Salgado e Lagoa da
21
Cascavel (Foto 5). Também são encontrados barreiros para abastecimento animal
e pequenas barragens e açudes.
Águas Subterrâneas
Na área piloto, a água subterrânea é proveniente dos aqüíferos fissural e
aluvionar. O aqüífero fissural é representado pelas rochas cristalinas, cujo
acúmulo de água dá-se na presença de fraturas ou fissuras sendo a captação
feita por meio de poços tubulares. Com relação ao aqüífero aluvionar, o mesmo é
formado pelos depósitos aluvionares que ocorrem ao longo dos leitos dos riachos
da área, sendo a captação feita através de poços amazonas e cacimbas
escavadas
O cadastramento de poços realizado pela Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais - CPRM (2000), na Área Piloto (Tabela 2), mostra que há 32 (trinta e
dois) poços cadastrados, sendo 11 (onze) tubulares e 21 (vinte e um) do tipo
amazonas. Dos poços tubulares, três foram informados como secos. A maioria
apresenta vazões que variam entre 4,23 a 14,00 m³/h e apenas um apresenta
vazão abaixo deste intervalo (0,76 m³/h). Com relação aos poços amazonas, não
foram informadas as vazões e as profundidades variam entre 1,20 a 6,00 metros
e os diâmetros, entre 2,00 e 3,00 metros.
Os povoados de Samambaia e Caiçara possuem dessalinizadores, mas apenas o
de Samambaia está em atividade, abastecido por poço tubular (Foto 6).
22
Foto 4 – Serra da Torre onde localiza-se a nascente do Riacho Copiti.
Foto 5 – Lagoa do Cascavel.
23
Foto 6 – Poço tubular que abastece o dessalinizador de Samambaia
4.4. Vegetação
A vegetação de caatinga, típica da Região do Sertão, caracteriza-se, de forma
geral, por ser uma vegetação espinhenta, de folhas pequenas e caducas,
constituída por arbustos e árvores de pequeno porte, rica em cactáceas,
bromeliáceas, euforbiáceas e leguminosas.
O mapeamento da Cobertura Florestal Nativa Lenhosa do Estado de PE,
realizado pela SECTMA (1992), mostra que na área ocorrem três tipos florestais:
Vegetação Arbustiva Arbórea Aberta - caracterizada pela presença de
indivíduos pouco arbóreos, com altura média de 4 metros e presença de
vegetação herbácea e cactácea em abundância. Está associada a solos rasos e
pedregosos.
Vegetação Arbustiva Arbórea Fechada - caracteriza-se por apresentar altura
média de 5 metros, ocorrendo nos locais em que os solos são profundos e bem
drenados, onde a vegetação herbácea a cactácea torna-se escassa.
24
Vegetação Arbórea Fechada - caracteriza-se por apresentar altura média de 5
metros e emergentes de 8 metros de altura, ocorrendo, geralmente nas encostas
das serras e nas áreas com solos profundos.
As espécies vegetais mais comuns, são: Bromelia laciniosa (macambira),
Neoglaziovia variegata (caroá), Caesalpinia pyramidalis (catingueira), Mimosa
hostilis (jurema preta); Cereus jamacaru (mandacaru), Melocactus bahiensis
(coroa de frade), Pilosocereus gounellei (xique-xique), Chidoscolus phyllacanthus
(faveleira), Spondias tuberosa (umbuzeiro), Anadenanthera macrocarpa (angico),
Opuntia ficus-indica (palma forrageira) etc. As fotos 7,8 e 9 mostram algumas das
espécies.
Foto 7 – Pereiro, árvore típica da área. Lagoa do Cascavel
25
Foto 8 – Flor de Caruá
Foto 9 – Coroa de Frade. Local: Salgado
26
Tabela 2 – Poços cadastrados na Área Piloto
DADOS DE LOCALIZAÇÃO COORDENADAS DADOS DE PERFURAÇÃO CARACTERÍSTICAS DO POÇO
N0
Cat N0
SIAGAS LOCAL MUNICÍPIO PROPRIETÁRIO UTM-E UTM-N
ÓRGÃO Perf. Data
Coleta (Data)
Prof (m)
NE (m)
ND (m)
S (m)
Q m3/h
Qesp.m3/h/m
BOCA φ(”) h
UB
USO
PT-100 PE4486 Samambaia Custódia PREFEITURA 640408 9079956 DEPA 1971 04/10/00 21 2,70 - - - - 6 0,50 - PA PT-101 PE4485 Samambaia Custódia PREFEITURA 640504 9080020 DNOCS 1993 04/10/00 22 8,30 - - - - 6 0,70 BS D PT-136 PE4482 Sitio Caiçara Custódia Jeremias Melo 639764 9084770 - 1993 05/10/00 48 - - - Seco - 6 0,50 - AB PT-145 PE4512 Sitio Caiçara Custódia Hermes Rodrigues 639743 9085752 CONESP 1984 05/10/00 60 4,00 - - Seco - 5 0,70 - AB PT-147 PE4481 Caiçara Custódia SUDENE 639384 9086415 CONESP 1980 05/10/00 60 - - - Seco - 5 0,70 - OB PT-173 PE4491 Faz. Nova Custódia José Gregório Neto 640679 9090826 DNOCS 1993 07/10/00 35 - - - 14,00 - 6 0,80 BI I PT-179 PE4796 Faz. Nova Custódia PREFEITURA 640760 9091700 CDRM 1987 07/10/00 50 3,00 21,29 18,41 0,76 0,041 5 0,20 CT G PT-436 - Caiçara Custódia Manoel Rodrigues 639236 9086559 - 1999 07/10/00 50 - - - - - 5 - BI H PT-437 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricardo Fiuza 638461 9087470 - 2000 06/10/00 50 - - - 5,00 - 6 0,50 BS G PT-438 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Prefeitura 638493 9087597 - 2000 06/10/00 50 - - - 4,23 - 6 0,70 BS G PT-439 - Faz. Nova Custódia Francinaldo Figueiredo 640749 9090623 - 1999 07/10/00 40 - - - 10,00 - 6 0,50 BS I PA-01 - Samambaia Custódia Sebastião 640257 9079915 - - 04/10/00 2,50 1,00 - - - - 3 m 0,50 BC G PA-02 - Samambaia Custódia Zé dos Porcos 640336 9079825 - - 04/10/00 1,50 1,00 - - - - 1 m 1,60m - - PA-03 - Samambaia Custódia Djalma 640360 9079836 - - 04/10/00 1,5 1,00 - - - - 2 m 1,00m - - PA-04 - Samambaia Custódia - 640320 9079940 - - 04/10/00 4,0 2,00 - - - - 3 m 1,10m - - PA-05 Samambaia Custódia Prefeitura 640170 9080178 - - 04/10/00 5,00 3,50 - - - - 2 m 1,50m BC G PA-06 - Samambaia Custódia Edelson(Dedinho) 640413 9080197 - - 04/10/00 6,00 2,00 - - - - 4 m 0,50 m BI I PA-07 - Samambaia Custódia Aristóteles 640177 9080746 - - 05/10/00 5,00 3,00 - - - - 2 m 0,50 m BC I PA-08 - Samambaia Custódia Flávio 640124 9082186 - - 05/10/00 1,20 0,00 - - - - 4 m 1,00 m - - PA-09 - Poço Escuro Custódia Manoel Pacífico 639941 9083021 - - 05/10/00 2,50 1,00 - - - - 2 m 0,50 m - - PA-10 - Poço Escuro Custódia Eduardo Numeriano 640033 9083272 - - 05/10/00 2,00 - - - - - 2 m 0,30 m - - PA-11 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricardo Fiuza 638680 9087498 - - 06/10/00 6,00 3,00 - - - - 3 m 3,00m - - PA-12 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricardo Fiuza 638592 9087410 - - 06/10/00 - - - - - - 3 m 3,00m - - PA-13 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricardo Fiuza 638680 9087357 - - 06/10/00 - - - - - - 3 m 3,00m - - PA-14 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricardo Fiuza-Prefeitura 638657 9087258 - - 06/10/00 - - - - - - 3 m 2,00m - OB PA-15 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricardo Fiuza 638850 9087525 - - 06/10/00 - - - - - - 3 m 2,00m - - PA-16 - Fortaleza(Jaçanã) Custódia Ricardo Fiuza 638978 9087531 - - 06/10/00 5,30 5,00 - - - - 3 m 1,70m BC G PA-17 - Faz. Nova Custódia - 640532 9089835 - - 07/10/00 3,00 2,00 - - - - 4 m 1,00m - - PA-18 - Faz. Nova Custódia Sebastião Liberato 640773 9090254 - - 07/10/00 2,00 1,00 - - - - - 0,00m CP I PA-19 - Faz. Nova Custódia - 640811 9090294 - - 07/10/00 3,00 - - - - - - - - - PA-20 - Faz. Nova Custódia Sebastião Liberato 640705 9090163 - - 07/10/00 3,50 3,00 - - - - 3 m 1,00m - - PA-21 - Faz. Nova Custódia Agenor 640820 9090313 - - 07/10/00 3,00 2,00 - - - - 3 m 0,00 - -
Fonte: CPRM (inédito) CONVENÇÕES
PT – Poço Tubular PA – Poço Amazonas Prof . – Profundidade em metros NE – Nível estático em metros ND – Nível dinâmico em metros Q – Vazão em m3/h Qesp .- Vazão específica em m3/h/m S. -Rebaixamento em metros Boca – Diâm.em φ - polegada ou m – metros, h – altura em metros UB – Unid.de Bombeamento – BS- Bomba Submersa, BI –Bomba Injetora, BC, Bomba Centrífuga, CP – Compressor, CT – Catavento, D- Dessanilizador USO – H- Consumo Humano, G – Consumo Animal, I – Irrigação, OB – Obstruído, PA – Paralisado, AB - Abandonado
27
5. POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DOS RECURSOS
NATURAIS
As potencialidades naturais e culturais são definidas como os recursos existentes
em uma área que representem algum valor para o homem, seja estético,
econômico, cultural ou moral e que, utilizados adequadamente, proporcionem
uma melhor qualidade de vida sem prejudicar a qualidade ambiental.
As limitações ao uso do território podem ser definidas como tudo aquilo que
requer por parte do homem, algum cuidado especial no uso dos recursos
naturais/ambientais (OGATA, 1995). Nestas limitações, enquadram-se as
restrições naturais e as de ordem legal, definidas por leis que tratam da proteção
e preservação dos recursos naturais e culturais.
Foram identificados, como áreas potenciais dentro da área piloto, os depósitos
aluvionares, caatinga, pé de serras, serras (áreas elevadas), aqüífero fissural
(embasamento cristalino), lagoas, afloramentos de rochas gnáissicas e
migmatíticas, mananciais de superfície e áreas com predomínio de declividade
suave (mapa em anexo).
O Quadro 1 mostra, de forma resumida, as potencialidades dos recursos e
atributos naturais existentes na área piloto, assim como também as suas
restrições naturais e de ordem legal.
28
QUADRO SÍNTESE 1 - POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DOS RECURSOS NATURAIS DA ÁREA PILOTO
RECURSOS/ATRIBUTOS NATURAIS CARACTERÍSTICAS GERAIS POTENCIALIDADES NATURAIS
E CULTURAIS LIMITAÇÕES/RESTRIÇÕES
DEPÓSITOS ALUVIONARES
Os depósitos aluvionares ocorrem ao longo dos principais riachos da área piloto. A acumulação mais expressiva ocorre à oeste da Serra das Porteiras, onde se situa a Faz. Porteiras. A captação de água nestes depósitos é feita através de poços tipo Amazonas, com profundidade média de 6 metros e de cacimbas escavadas, com profundidade média de 2 metros.
Os depósitos aluvionares têm potencial para:
¾� Captação de água
subterrânea ¾� Barragens Subterrâneas ¾� Agricultura
¾� Restrições para a utilização da água para o consumo humano em
alguns locais, devido à salinização elevada e à grande quantidade de coliformes fecais.
¾� Restrições para a ocupação urbana, agricultura e disposição de resíduos sólidos, já que essas atividades associadas às propriedades naturais dos aluviões, aumentam o risco de contaminação.
¾� Restrições ao uso agrícola e à ocupação nas proximidades destas áreas, por estarem sujeita à inundação nos períodos de chuva mais intensa.
Restrições de Ordem Legal:
¾� Decreto n° 20.423 que regulamenta a Lei Estadual 11.427 que trata da conservação e proteção das águas subterrâneas.
CAATINGA
A vegetação de caatinga, caracterizada na área pela presença de herbáceas e cactáceas, apresenta-se bastante devastada, devido aos sucessivos cortes para exploração de madeira para lenha e estacas e à pecuária extensiva. O porte da vegetação, em média, não ultrapassa 4 metros, mas em alguns poucos locais podem ser observado portes maiores. As espécies mais comuns encontradas, são: juazeiro, catingueira, jurema preta, angico, faveleira, umbuzeiro, macambira, mandacaru, caroá, xiquexique, etc. Com relação à fauna poucas espécies são encontradas, hoje, na área.
As espécies vegetais encontradas na caatinga apresentam potencial para diversos usos, como: ¾� Forragem para alimentação
dos rebanhos. ¾� Lenha, estacas e carvão. ¾� Plantas medicinais. ¾� Fibra para produção de
artesanato. ¾� Apicultura. ¾� Reflorestamento. ¾� Refúgio da fauna.
Apresenta restrições para: ¾� Pecuária extensiva. ¾� Corte da caatinga para obtenção de lenha e estacas e para produção
de carvão, sem que haja um manejo adequado. ¾� Caça ou captura de espécies animais. Restrições de Ordem Legal:
¾� Lei Federal 4.771, que institui o novo Código Florestal ¾� Lei Federal 5.197, que dispõe sobre a proteção à Fauna
SERRAS (ÁREAS ELEVADAS) E PÉ DE
SERRAS
As feições geomorfológicas elevadas são representadas por serras e “serrotes”. Os
mesmos são geologicamente formados por rochas quartzíticas ou por gnaisses e
migmatitos. As elevações atingem altitudes de 655 metros e apresentam uma cobertura vegetal predominantemente arbustiva. Nas partes mais baixas das serras, denominadas
de Pé de Serras pode-se observar uma camada de solo resultante do intemperismo
das rochas quartzíticas.
Os topos destas áreas podem ser utilizados como: ¾� Pontos de contemplação ¾� Áreas de preservação Os pé de serras apresentam potencial para agricultura
Fica restrita nestas áreas: ¾� A prática de queimadas para evitar o empobrecimento do solo. ¾� Ao desmatamento Restrições de Ordem Legal: ¾� Lei Federal 4.771, que institui o novo Código Florestal
29
AQÜÍFEROS FISSURAIS (EMBASAMENTO
CRISTALINO)
O aqüífero fissural é representado pelas rochas do embasamento cristalino, cujo acúmulo de água dá-se na presença de
fraturas ou fissuras, sendo a captação feita por meio de poços tubulares
O potencial destas áreas é a captação de água subterrânea
através de poços tubulares.
¾� Os aqüíferos fissurais apresentam limitação com relação à , que normalmente são baixas
¾� Restrições para o uso da água para consumo humano, devido a elevada salinidade
Restrições de Ordem Legal : ¾� Decreto n° 20.423, que regulamenta a Lei Estadual 11.427, que trata
da conservação e proteção das águas subterrâneas.
LAGOAS
As lagoas, assim como os riachos, são intermitentes. Quando secas, pode-se
observar nelas um solo predominantemente arenoso, com resquícios de vegetação e
restos de animais. O diâmetro médio é de 250 metros. Quando cheias, é possível
encontrar animais como cágados e patos, além de outras espécies.
¾� Mata ciliar ¾� Quando cheias apresentam
potencial para preservação de espécies animais
cam limitadas às seguintes atividades: ¾� Ocupação urbana em torno destas lagoas ¾� Práticas agrícolas Restrições de Ordem Legal : ¾� Lei Federal 4.771 que institui o novo código florestal
AFLORAMENTOS DE ROCHAS GNÁISSICAS E
MIGMATÍTICAS
Ocorrem ao longo da área diversos afloramentos de rochas na forma de
“lajedos” e pequenas elevações (serrotes). Na porção oeste da área, é possível
encontrar pedreiras abandonas, utilizadas para exploração de paralelepípedo
Extração de brita e paralelepípedo
MANANCIAIS DE SUPERFÍCIE
Os mananciais de superfície são representados pelas pequenas barragens e barreiros existentes na área. São utilizados para abastecimento da população e para
dessedentação animal. As margens apresentam-se desprovidas de vegetação.
Os mananciais de superfície caso sejam devidamente protegidos,
apresentam potencial para: ¾� Abastecimento das
comunidades ¾� Dessedentação animal
(pequenos barreiros) ¾� Reflorestamento das
margens
¾� Restrições para consumo humano quando apresentam salinidade elevada e coliformes fecais.
¾� Também fica restrita a circulação de animais nas proximidades dos mananciais, quando esses forem destinados ao abastecimento humano.
Restrições de Ordem Legal: Lei Estadual n: 11.426/97 que trata da Política e do Sistema Estadual de Recursos Hídricos.
ÁREAS COM PREDOMÍNIO DE
DECLIVIDADE SUAVE
Correspondem aos terrenos onde a declividade é predominantemente suave. Estas áreas são na maioria das vezes, ocupadas por práticas agropecuárias.
As áreas de declividade suave tem potencial para:
¾� Ocupação urbana ¾� Agricultura ¾� Pecuária
¾� Reflorestamento ¾� Barragens/açudes
¾� Restrições para o uso de agrotóxicos ¾� Pecuária extensiva, somente se houver manejo adequado.
30
6. USO E OCUPAÇÃO ATUAL DO SOLO
Com base nas observações de campo, foram identificados os principais padrões
de uso e ocupação do solo presentes na área piloto (Quadro 2). Esses padrões
encontram-se representados sob a forma de manchas e pontos, no Mapa de Uso
e Ocupação do Solo (em anexo), elaborado na escala de 1:25.000.
6.1. Núcleos Urbanos/Vilas Rurais
Os povoados de Samambaia e Caiçara e as vilas rurais de Fazenda Nova e
Salgado representam as principais localidades da Área Piloto, estando todas
situadas ao longo da PE-312, principal via de acesso local.
Equipamentos
Salgado e Fazenda Nova apresentam menor infra-estrutura, sendo constituídas
apenas por casas e uma escola em cada uma (Foto 10). Caiçara apresenta uma
área urbanizada (Foto 11), formada por uma via dupla calçada, praça, igreja,
posto de saúde, espaço cultural, escolas, “vendas” e casas, além de um
dessalinizador que está sendo instalado.
Samambaia constitui o povoado mais desenvolvido da Área Piloto. É formada por
uma via dupla calçada, ao longo da qual encontram-se duas igrejas, um centro
comunitário, posto telefônico, posto de saúde, sanitário público, dessalinizador,,
escola, comércio e residências, além de uma fábrica abandonada que produzia
fibra de Caroá e um museu. As Fotos 12 e 13 mostram a fábrica e a igreja. O
povoado também possui uma lavanderia comunitária, atualmente desativada , um
matadouro e um cemitério.
31
Foto 10 – Vila rural de Salgado
Foto 11 – Distrito de Caiçara
32
Foto 12 – Antiga fábrica de caruá. Samambaia
Foto 13 – Igreja Católica de Samambaia
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QUADRO SÍNTESE 2 – USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA PILOTO USO E OCUPAÇÃO
PREDOMINANTE LOCALIZAÇÃO CARACTERÍSTICAS GERAIS PROBLEMAS E TENDÊNCIAS ATUAIS
CAATINGA ARBÓREA
Ocorre de forma restrita na porção sul da área piloto. São encontradas mais especificamente a leste de Samambaia, nas terras que pertencem ao Patrimônio da Igreja e em Poço Escuro, em uma das grandes propriedades particulares.
A vegetação caracteriza-se por apresentar um porte maior por ser mais fechada com relação ao restante da caatinga que ocorre na área. Nas terras pertencentes à Igreja é onde encontra-se a vegetação em melhor estado de conservação de toda a Área Piloto. Em Poço Escuro a caatinga já apresenta sinais de devastação.
¾�Pecuária extensiva. ¾�Corte da vegetação para
obtenção de lenha e estacas, principalmente em Poço Escuro.
CAATINGA ARBUSTIVA Predomina na maior parte da Área Piloto
O porte da vegetação, em média, não ultrapassa 4 metros de altura e apresenta-se na maior parte rala e espaçada. A maior parte destas áreas estão inseridas em pequenas propriedades e são muito utilizadas para a pecuária extensiva.
¾�Pecuária extensiva ¾�Apresenta-se bastante
devastada devido à intensa exploração de lenha para a produção de carvão.
PLANTIO DE PALMA/CAPIM
Os plantios mais extensos de palma forrageira e capim são encontrados nas grandes propriedades, existentes na Área Piloto, A Fazenda Cacimba de Baixo possui a maior área com plantio de palma. Nas pequenas propriedades, também é cultivada a palma, mas em extensões bem menores.
Nas grandes propriedades é empregada a técnica da palma adensada e o capim plantado é do tipo “búfel”.
¾�A palma forrageira adapta-se bem ao clima do semi-árido, suportando longos períodos de estiagem, porém não está livre do ataque de pragas e doenças
PLANTIO DE ALGAROBA/CAPIM
O Plantio de Algaroba restringe-se às grandes propriedades e fazem parte de um Projeto de Reflorestamento, incentivado pelo IBAMA. Nas Fazendas Sta Rita e Porteiras, são encontradas as áreas mais extensas deste plantio.
A algaroba, planta xerófica, pertence à família das leguminosas e seu plantio tem como objetivo a alimentação do rebanho e o aproveitamento da madeira. O plantio é consorciado com capim búfel
¾�A algaroba absorve grande quantidade de água do solo.
34
AGRICULTURA/PECUÁRIA
A agricultura é desenvolvida principalmente ao longo dos aluviões. A Pecuária é extensiva, predominando a criação de bodes, embora também sejam encontrados bovinos.
As culturas mais comuns são: feijão, milho, capim-elefante, algumas fruteiras e hortaliças. Normalmente, o capim é plantado nas partes mais baixas do aluvião e o feijão e o milho nas partes mais altas. Nos locais onde não há plantio, os animais costumam circular pelo aluvião, principalmente quando há cacimbas.
¾�As áreas onde é desenvolvida a agricultura correspondem, na maior parte, aos aluviões, o que representa um risco de contaminação para as águas subterrâneas.
¾�Outro problema é que nos períodos de chuvas mais intensas estas áreas podem ser inundadas, causando a perda dos plantios.
RESERVA LEGAL
Na área piloto foram
identificadas duas áreas de
reserva legal, ambas situadas
nas fazendas que constituem a
Pecuária Jaçanã.
De acordo com a Lei Federal n° 4.771, de 15 de setembro de 1965, artigo 16° alínea “d”, parágrafo 2°, são descritas como áreas de no mínimo, 20% da propriedade onde não é permitido o corte raso.
¾�As áreas não parecem corresponder ao tamanho mínimo exigido por Lei.
NÚCLEOS URBANOS/VILA RURAL
Os núcleos urbanos pertencem aos distritos de Samambaia e Caiçara e as vilas rurais são formadas por Fazenda Nova e Salgado.
Samambaia é a principal localidade da Área Piloto, apresentando maior número de casas e equipamentos públicos (escola, igreja, posto de saúde etc). Caiçara apresenta menor número de equipamentos e casas. As vilas rurais apresentam apenas a escola e casas. Embora Fazenda Nova não apresente uma infra-estrutura mínima, é a segunda localidade em número de habitantes.
¾�A maioria das casas não possui fossa.
¾�Não existe nenhuma espécie de tratamento para o lixo, o mesmo é apenas queimado ou então jogado às margens do aluvião, como é o caso de Samambaia.
¾�A água proveniente dos diferentes mananciais (aluvião, barragens, poços) apresenta nível de coliformes fecais acima do permitido para o consumo humano e boa parte dos moradores não utiliza nenhum tipo de tratamento na água.
35
Educação
Dados cedidos pela Secretaria de Educação do Município mostram que na Área
Piloto existem 05 (cinco) escolas de 1º Grau (1ª à 4ª séries) cadastradas, com
número de alunos variando de acordo com a Tabela 3. A maior parte das escolas
funciona no turno da tarde. Aqueles que querem dar continuidade aos estudos (5ª
série em diante) são obrigados a se deslocarem para Custódia.
Tabela 3 - Relação de Escolas Municipais situadas na Área Piloto - 2001
ESCOLA LOCALIDADE Nº DE ALUNOS
Esc. Munic. Joaquim Bezerra de Messias Samambaia 110
Sc. Munic. Pacífico Rodrigues de Melo Salgado 19
Esc. Munic. Luís Cristino Bezerra Caiçara 56
Esc. Munic. Pedro José Soares Sto. Antônio 38
Esc. Munic. Antônio Francisco de Góis Fazenda Nova II 54
Fonte: Secretaria de Educação de Custódia (março/2001)
Abastecimento de água
O abastecimento de água é bastante precário, tanto em quantidade como em
qualidade. A maior parte das casas de Fazenda Nova é abastecida por água
proveniente de um poço tubular, atualmente paralisado por defeito na bomba. A
Foto 14 mostra a caixa d’água que abastece a comunidade.
Em Caiçara, a água que abastece a população é proveniente de um dos poços,
localizado na Fazenda Porteiras.
Em Samambaia, há dois poços tubulares, um encontra-se paralisado e o outro
está ligado a um dessalinizador (Foto 15). A taxa cobrada por uma lata de água
(aproximadamente 18 litros) é de 0,10 centavos. Algumas casas são abastecidas
pela água proveniente de um poço amazonas, construído pela prefeitura. Há uma
pequena barragem que vem sendo utilizado para o abastecimento animal,
causando insatisfação por parte da população que também utiliza a água.
36
Outra forma de captação de água observada na área são as cisternas para
armazenamento de água da chuva. A água que cai no telhado é captada através
de telhas de zinco e levada até a cisterna, por canos de PVC (Foto 16).
Foto 14 – Caixa d’água que abastece Fazenda Nova.
Foto 15 – Dessalinizador em Samambaia
37
Foto 16 – Escola com sistema de captação da água da chuva.
6.2. Caatinga
O padrão predominante é a Caatinga Arbustiva , caracterizada na área por
apresentar uma vegetação de porte médio, bastante degenerada devido a
intensificação das atividades antrópicas. A pecuária extensiva e o corte da
madeira para produção de estacas e de lenha para carvão são atividades que têm
contribuído com a devastação da caatinga, tornando-se difícil encontrar áreas
neste padrão que não estejam ou que não tenham sido utilizadas para tais
atividades (Fotos 17 e 18).
A Caatinga Arbórea apresenta uma vegetação mais fechada e com porte maior
que a arbustiva, além de encontrar-se em melhor estado de conservação (Fotos
19 e 20). Esse padrão pode ser encontrado no extremo sudeste da área piloto,
dentro dos limites do Patrimônio da Igreja e na porção oeste da Fazenda Poço
Escuro. Estes são os locais onde a caatinga encontra-se em melhor estado de
preservação, muito embora já possam ser notados sinais de corte da madeira na
Fazenda Poço Escuro e animais soltos (bodes) no terreno pertencente ao
Patrimônio da Igreja.
38
De acordo com a Lei Federal n° 4.771, de 15 de setembro de 1965, artigo 16°
alínea “d”, parágrafo 2°, Áreas de Reserva Legal são descritas como áreas de no
mínimo, 20% da propriedade onde não é permitido o corte raso. Na Área Piloto,
foram identificadas duas áreas de reserva legal, ambas situadas nas fazendas
que constituem a Pecuária Jaçanã.
Foto 17 – Madeira para estacas retirada da caatinga
Foto 18 – Troncos de madeira na beira da estrada
39
Foto 19 – Aspecto da caatinga arbórea. Samambaia
Foto 20 – Outra tomada da caatinga arbórea. Samambaia
40
6.3. Áreas de Plantio e Pecuária
As áreas de plantio e pecuária caracterizam outro padrão de uso e ocupação do
solo, desenvolvido nas pequenas e grandes propriedades, podendo ser divididas
em: Agricultura/Pecuária, Plantio de Palma/Capim e Plantio de Algaroba/Capim.
O padrão de Agricultura/Pecuária é encontrado nas pequenas propriedades,
cujo tamanho médio é de 70 hectares. As culturas, geralmente, são desenvolvidas
ao longo dos aluviões e nas suas proximidades. As culturas mais comuns são:
feijão, milho, capim elefante, algumas fruteiras e hortaliças. Normalmente, as
áreas mais baixas do aluvião são destinadas ao plantio de capim (elefante) e nas
partes mais altas são cultivados feijão e milho consorciados (Fotos 21 e 22). O
plantio geralmente, é realizado na estação chuvosa (fevereiro a junho), mas a
irregularidade e a má distribuição das chuvas na região fazem com que o risco de
baixa produtividade ou mesmo fracasso total, seja alto. Em Fazenda Nova, alguns
proprietários utilizam o sistema de irrigação para o plantio de tomate.
Os caprinos formam a maior parte dos rebanhos, seguidos pelos ovinos e
bovinos. O predomínio de caprinos/ovinos pode ser justificado pela fácil
adaptação desses animais ao semi-árido, pelo crescimento acelerado dos
rebanhos em função dos partos múltiplos e curtas gestações, por serem animais
dóceis e de fácil manejo, além de que os custos gastos na criação destes é menor
do que com os bovinos. Os animais são criados soltos na caatinga, alimentando-
se das espécies de arbustos e árvores forrageiras. Por serem bastante seletivos
têm preferência por forrageiras de folhagem do que por gramíneas (Foto 23). O
tamanho médio dos rebanhos de caprinos, nestas propriedades, varia de 20 a 40
cabeças.
Os rebanhos de gado bovino são bem menores, variando, em média, de 10 a 20
cabeças. A palma forrageira constitui a principal fonte de alimentação desses
animais na região, embora também sejam utilizados capim búfel e ração. Nos
períodos mais críticos de estiagem, alguns proprietários alugam o pasto das
grandes propriedades para alimentar o gado dos pequenos proprietários.
41
Foto 21 – Plantação de milho consorciada com feijão. Fazenda Nova
Foto 22 – Plantio de milho ao fundo. Poço Escuro.
42
Foto 23 – Bode se alimentando das folhagens.
O Plantio de Palma/Capim é desenvolvido de forma mais expressiva nas
grandes propriedades. Nestas, é empregada a técnica da palma adensada, que
permite obter um maior número de “raquetes” em um menor espaço de terreno
plantado (Foto 24). Nas pequenas propriedades, o plantio é feito da maneira
tradicional, ou seja, a palma é plantada em “fileiras” e com espaçamentos entre
uma “fila” e outra.
43
Foto 24 – Palma adensada. Fazenda Cacimba de Baixo.
O Plantio da Algaroba/Capim é encontrado nas grandes propriedades como
resultado de Projetos de Reflorestamento, incentivados pelo IBAMA. Nas
fazendas Sta. Rita e Porteiras estão situadas as áreas mais expressivas, em
extensão, com o plantio da Algaroba, consorciada com o capim búfel (Foto 25).
Nestas áreas, também é desenvolvida a pecuária com predomínio de rebanhos
de caprinos e/ou ovinos. A tabela 4 mostra a distribuição dos rebanhos, segundo
dados fornecidos em entrevistas com proprietários e/ou administradores.
Tabela 4 – Distribuição de animais nas grandes propriedades
Propriedades Bovino
s
Caprinos e
ovinos Eqüinos Fontes de Alimentação
Pecuária Jaçanã
(Fazendas Sta Rita,
Cacimba de Baixo e
Porteiras)
1000 3000 229
plantios de palma forrageira,
capim bufel e algaroba
Fazenda Poço
Escuro - 600 -
plantios de palma forrageira e de
capim bufel e áreas de caatinga
44
Foto 25 – Plantio de algaroba consorciado com capim búfel. Local: Faz. Santa Rita
45
7. QUALIDADE AMBIENTAL DA ÁREA PILOTO
7.1. Qualidade da água
A água que abastece as comunidades da área piloto é proveniente de poços
tubulares ou poços Amazonas. Muitas vezes, apresenta salinidade elevada,
tornando-a imprópria para o consumo humano e obrigando a população a
procurar outras formas de captação como as barragens, açudes ou cacimbas
escavadas no aluvião. Nos períodos de estiagem mais críticos, quando as
barragens e açudes estão secos ou com a sua capacidade mínima, as cacimbas
escavadas no aluvião tornam-se a principal fonte de captação de água. No
aluvião do Riacho Copiti, são encontradas a maior parte dessas captações, cuja
profundidade média varia de 1 a 3 metros. O fato de não existir nenhum tipo de
proteção sanitária expõe o aqüífero aluvionar à contaminação, fato agravado pela
circulação de animais sobre o mesmo, pela deposição de resíduos sólidos como
ocorre em Samambaia e pelo uso de adubos químicos e pesticidas nos locais de
plantio. Diante deste quadro, a CPRH concentrou os estudos de análise de água
no aluvião, embora também tenham sido feitas algumas análises em amostras de
água de poços tubulares, coletadas pela CPRM e em algumas barragens
superficiais. A figura 2 mostra um diagrama com a localização das estações de
coleta.
Em campo, foram tomados os seguintes procedimentos:
¾�Coleta de amostras de água para análise bacteriológica.
¾�Coleta de amostras de água para determinação em laboratório de
nitratos, nitritos, amônia, cloretos, turbidez, pH, TSD (Total de
sólidos dissolvidos), sólidos suspensos e oxigênio dissolvido.
¾�Medidas de salinidade, condutividade e temperatura “in situ”
utilizando o Condutivímetro YS1 Model 30.
46
Figura 2 – Diagrama unifilar do Riacho Copiti
Custódia 20 Km
Riacho do Simplício
E1
E2
E3
E16
E4
E7
E5
E6
E18
E11
E20
E10
E19
P15 E14
E8
E9
P21
Povoado de Fazenda Nova
9092000
9079000
Fazenda Sta. Rita
Fazenda Cacimba de Baixo
Fazenda Porteiras
Núcleo urbano de Caiçara
Povoado de Salgado
Núcleo urbano de Samambaia
Fazenda Poço Escuro
Matadouro e Cemitério de Samambaia
Açude Poço da Cruz 10 Km
LEGENDA
Estação
Barragem
Sto Antônio
47
Qualidade da água no aqüífero aluvionar
Tendo em vista que se desconhece a existência de metodologias específicas para
avaliação da qualidade da água em aqüíferos aluvionares no semi-árido
nordestino, fez-se uma tentativa de enquadramento da água com base na
Resolução do CONAMA n° 20/86. Vale salientar que a quantidade de parâmetros
físico-químicos obtidos não são suficientes para determinação da qualidade da
água e que a coleta em apenas uma estação sazonal (período de estiagem) não é
suficiente, sendo necessário também, avalia-la no período chuvoso. A tabela 5
(em anexo) mostra os resultados das análises obtidos nas estações de coleta.
Tomando-se como base a Resolução do CONAMA n° 20, de 18 de Junho de
1986, que estabelece a classificação das águas, doces, salobras e salinas no
Território Nacional, o aqüífero aluvionar, situado ao longo do Riacho Copiti, pode
ser dividido em dois trechos. No primeiro trecho, que vai do início da Área Piloto,
em Fazenda Nova, até a Fazenda Porteiras, todas as estações medidas (E1, E2,
E4, E16, E19, E21) obtiveram valores de salinidade abaixo de 0,5 ‰,
caracterizando a água como doce. No segundo trecho, que se estende de
Caiçara, até Samambaia (limite sul da área), a maioria das estações (E5, E10,
E11, E14, E15, E18) apresentou valores de salinidade acima de 0,5 ‰,
caracterizando a água como salobra.
As estações E10 e E11, localizadas em Samambaia apresentaram os maiores
valores: 1,9 ‰ e 2,4 ‰, respectivamente. O Gráfico 1 mostra a variação da
salinidade, ao longo das estações.
48
Variação de Salinidade
00,20,40,60,8
11,21,41,61,8
22,22,42,6
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11Estações
Sal
inid
ade
(°/°
°)
Salinidade Limite para água doce
Qualidade do Trecho 1
Segundo o artigo 2° da Resolução do CONAMA n° 20/86, que classifica a água
quanto ao uso preponderante, o trecho 1 pode ser enquadrado na Classe 1 de
águas doces. As estações E1 e E4, situados neste trecho, apresentaram valores
de cloretos (Gráfico 2) inferiores a 250 mg/l que é o valor máximo permitido nesta
classe. Com relação aos valores do pH, Nitrato, Nitrito e Sólidos Totais
Dissolvidos, todos estão dentro do padrão estabelecido. Nas duas estações, os
valores de Oxigênio Dissolvido ficaram abaixo do padrão (> 6) e com relação à
Amônia e à Turbidez, a estação E1 apresentou valores acima do permitido 0,37
mg/l e 124 UNT, respectivamente.
Qualidade do Trecho 2
O trecho 2, classificado como água salobra, não pôde ser enquadrado em
nenhuma das classes deste tipo de água. Por se tratar de uma área onde os
recursos hídricos são bastante escassos e pelo fato do aqüífero aluvionar ser,
atualmente, o principal manancial disponível, não poderia ter seu uso restringido
ao consumo humano. Então, mesmo tratando-se de água salobra, serão
utilizados os padrões da Classe 1 de água doce, para efeitos comparativos.
Gráfico 1
49
Todas as estações deste trecho apresentaram pH dentro da faixa permitida
(Gráfico 6). Com relação à Turbidez, apenas as estações E6 e E7 apresentaram
valor maior que o admitido. Para Nitritos, as estações E10 e E11 ficaram acima do
valor máximo (0,1 mg/l). Com relação ao OD (Oxigênio Dissolvido), apenas a
estação E10 ficou dentro do padrão (Gráfico 4).
Para Nitratos, todas estão dentro do padrão, com exceção da E11 e para Cloretos
as estações E5, E10 e E11 apresentaram valores acima do padrão permitido.
Todas as estações apresentaram valores de Sólidos Totais Dissolvidos e Amônia
(Gráficos 3 e 8) acima do padrão permitido.
Qualidade da água da Barragem Superficial de Samambaia
A água da barragem apresentou salinidade de 0,1 ‰, o que caracteriza uma água
doce. Utilizando-se os padrões da Classe 1 de água doce, os resultados das
análises feitas na água da barragem, mostram que os valores de turbidez e
amônia ultrapassaram o máximo permitido. O restante dos parâmetros analisados
apresentaram valores dentro dos padrões estabelecidos (ver tabela 5 em anexo).
Variação de Cloreto
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11
Esta ções
Clo
reto
s (m
g/l)
50
Varia ção de Sólidos Totais
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11
Estações
Sól
idos
Tot
ais
(mg/
l)
Varia ção de Oxigênio Dissolvido
0
2
4
6
8
10
12
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11
Estações
Oxi
gêni
o D
isso
lvid
o (m
g/l)
Varia ção da Condutividade Elétrica
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11
Estações
Con
dutiv
idad
e E
létr
ica
Gráfico 3
Gráfico 4
Gráfico 5
51
Variação do pH
6
6,26,4
6,6
6,8
77,2
7,4
7,6
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11Estações
pH
Variação de Turbidez
0
20
40
60
80
100
120
140
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11
Estações
Tur
bide
z (U
NT
)
Variação de Amônia
Faz
enda
Nov
a
Faz
enda
Por
teira
s
Cai
çara
Cai
çara
Cai
çara
Poç
o E
scur
o
Sam
amba
ia
Sam
amba
ia
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11
Estações
Am
ônia
(m
g/l)
Gráfico 6
Gráfico 7
Gráfico 8
52
Variação de Nitrato
Faz
enda
Nov
a
Faz
enda
Por
teira
s
Cai
çara
Cai
çara
Sal
gado
Poç
o E
scur
o Sam
amba
i a
Sam
amba
ia
0
5
10
15
20
25
30
35
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11
Estações
Nitr
ato
(mg/
l)
Variação de Nitrito
Faz
enda
Nov
a
Faz
enda
Por
teira
s
Cai
çara
Cai
çara
Sal
gado
Poç
o E
scur
o
Sam
amba
ia
Samambaia
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
E1 E4 E5 E6 E7 E8 E10 E11
Estação
Nitr
ito (
mg/
l)
Com relação aos resultados das análises bacteriológicas, todas as estações de
coleta apresentaram resultados acima de 23 coliformes/100 ml, o que caracteriza
uma água contaminada e imprópria para o consumo humano.
Gráfico 9
Gráfico 10
53
7.2. Conflitos de Usos, Riscos e Perdas Ambientais na Área Piloto.
Os diversos conflitos de usos diagnosticados exercem, com intensidades
diferentes, pressão sobre os recursos naturais existentes na área. A seguir, são
descritos alguns dos conflitos existentes, os possíveis riscos e, as perdas
decorrentes.
Agricultura/Agrotóxicos x Aluvião/Solo
O desenvolvimento de plantios nas áreas de aluvião é uma prática comum, devido
às características naturais favoráveis que este tipo de solo apresenta comparado-
se a outros tipos de solo existentes na área. Por outro lado, as propriedades
físicas do aluvião como boa porosidade e permeabilidade, elevam o risco à
contaminação do solo e, conseqüentemente, do aqüífero, principalmente quando
utilizados adubos químicos e ou pesticidas (Foto 26).
Núcleo Urbano x Aluvião/Solo
A instalação de núcleos urbanos nas proximidades do aluvião, sem nenhum
planejamento, contribuem para a contaminação do mesmo. Em Samambaia,
principal povoado da Área Piloto, equipamentos públicos como o matadouro e
cemitério encontram-se bastante próximos do leito do Riacho Copiti. As águas
servidas e o esgoto oriundos da maioria das casas, escoam em direção ao
aluvião, aumentando o risco de contaminação do aqüífero. (Foto 27a e 27b)
Cacimbas Escavadas/Poços Amazonas x Aluvião
As cacimbas escavadas são encontradas em grande quantidade ao longo do
aluvião e não apresentando nenhum tipo de proteção sanitária. Algumas possuem
uma tampa improvisada (madeira ou latão), o que não impede o risco de
contaminação. Os poços Amazonas são construídos precariamente e não
apresentam tampa, facilitando a contaminação da água e, conseqüentemente, do
aluvião (Foto 28).
54
Lixo x Aluvião
O lixo é despejado diretamente no aluvião, sem nenhum tipo de tratamento
adequado. Nos períodos chuvosos, a situação se agrava mais, já que o lixo é
carreado para o riacho, prejudicando a qualidade da água. (Foto 29)
Produção de Lenha/Estacas x Caatinga
O corte da madeira das espécies da caatinga para produção de lenha e estacas
é feita, na área, de forma descontrolada, aumentando o risco da devastação da
vegetação natural e diminuindo o número de espécies. (Foto 30)
Pecuária Extensiva x Caatinga
A prática da pecuária extensiva, onde os animais são criados soltos na caatinga,
aumenta o risco de devastação da vegetação.
Dessedentação de animais x Barragem/Açude/Aluvião
A circulação de animais em torno e dentro das barragens, açudes e no aluvião,
aumenta o risco de contaminação da água destes mananciais, prejudicando a
saúde das pessoas que utilizam esta água (Foto 31 e 32).
55
Foto 26 – Utilização de agrotóxicos nas áreas próximas ao aluvião. Fazenda Nova
Foto 27a – Esgoto escoando sobre o terreno. Samambaia
56
Foto 27b – Matadouro de Samambaia localizado nas proximidades do aluvião.
Foto 28 - Poço Amazonas construído de forma irregular. Samambaia.
57
Foto 29 – Lixo jogado no aluvião do Riacho Copiti. Samambaia
Foto 30 – Local onde é queimado o lixo. Samambaia.
58
Foto 31 – Forno de Carvão. Poço Escuro.
Foto 32 – Animais nas proximidades da barragem. Salgado.
59
Foto 33 – Animais bebendo água nas cacimbas escavadas no Copiti. Samambaia
60
8. CONCLUSÕES
¾�A principal atividade econômica é a pecuária extensiva com predomínio de
caprinos e a extração de lenha para produção de carvão.
¾�A agricultura é de subsistência e as principais culturas desenvolvidas são o
milho, feijão e a palma forrageira;
¾�O tamanho médio da maioria das pequenas propriedades é de 70 hectares.
¾�As fazendas Sta. Rita, Cacimba de Baixo e Porteiras, que fazem parte da
Pecuária Jaçanã, são as maiores propriedades da área, seguidas da Fazenda
Poço Escuro e da área pertencente ao Patrimônio da Igreja, localizada em
Samambaia.
¾�Nos períodos mais críticos de estiagem, os pequenos produtores trabalham
por empreitada, para complementar a renda nas grandes propriedades,
cortando palma e algaroba e na manutenção das pastagens.
¾�Não há associações ou cooperativas de produtores na área. A associação
mais próxima é a Associação dos Produtores da Barriguda, situada ao sul de
Samambaia e que, atualmente, está desativada por falta de incentivo.
¾�Técnicas adequadas de carvoejamento são empregadas apenas nas grandes
propriedades.
¾�As principais fontes de água, que são as cacimbas escavadas no aluvião e as
barragens superficiais, não possuem nenhum tipo de proteção, ficando
expostas à contaminação.
¾�A caatinga arbustiva, padrão de uso e ocupação do solo predominante na
Área Piloto, é largamente utilizada como pastagem para os animais e para o
corte da madeira (estacas e lenha).
¾�A qualidade da água proveniente do aluvião do Riacho Copiti apresenta-se
bastante comprometida com relação à presença de coliformes fecais, não
sendo recomendado seu uso para consumo humano sem que ao menos haja
um tratamento prévio, simplificado.
¾�Adotando-se a Resolução do CONAMA n° 20/86 que estabelece a
classificação das águas doces, salobras e salinas no Território Nacional, o
aluvião do Riacho Copiti pode ser dividido em dois trechos: o primeiro, situado
61
entre Fazenda Nova e Fazenda Porteiras, onde a água é considerada doce e o
segundo, localizado entre Caiçara e Samambaia, onde a água é salobra.
¾�As estações de coleta, localizadas em Samambaia, são as que apresentaram
maior número de valores fora dos padrões de qualidade ambiental para os
diferentes parâmetros analisados. Este fato pode ser atribuído aos diversos
fatores impactantes que atuam no aluvião, deste núcleo urbano, como: grande
quantidade de lixo jogado, animais circulando livremente, esgoto despejado
diretamente, sem tratamento, moradores lavando roupas, poços amazonas
abandonados e sem tamponamento, etc.
¾�Os resultados das análises na água de Fazenda Nova mostraram valores
dentro dos padrões estabelecidos, o que pode ser atribuído ao fato de que a
maior parte das casas situa-se distante do aluvião, não havendo muita
influência de lixo e esgoto.
62
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANGELIM, L.A. de A.; AMARAL, C.A.; GALVÃO, M.J.T.G. Geologia da área
Piloto Caiçara-Samambaia . Recife : CPRM, 2000. 12p (minuta)
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUÁRIA. Mapa de
reconhecimento de baixa e média intensidade de solos : Folha Custódia-
Zoneamento agroecológico de Pernambuco. Recife. 1999. 1 mapa, color., 80cm x
63cm. Escala 1: 100.000.
OGATA, M.G. . Macrozoneamento costeiro : Aspectos metodológicos. Brasília
: Programa Nacional do Meio Ambiente. 1995. 26p.
SANTOS, E. J. dos. ; MORAIS, F. de. ; GALVÃO, M. J. T. G. . Programa de
Águas Subterrâneas para a Região Nordeste : Mapa geológico do alto vale do
Rio Moxotó. Recife : CPRM, 1999. 1 mapa, color. , 114cm x 91cm . Escala 1:
100.000.
SECRETARIA DE CIÊNCIA , TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE. Mapa de
vegetação nativa Lenhosa - Folha Custódia. Recife , 1992. 1 mapa, preto e
branco , 70cm x 87cm. Escala 1: 100.000.
____. Plano estadual de recursos hídricos - Documento síntese. Recife, 1998.
215p.
SUPERINTENDENCIA DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE. Mapa
topográfico - Folha Custódia (SC.24-X-A-III). Recife, 1972. 1 mapa, color. ,63cm
x 74cm. Escala 1: 100.000.
63
A N E X O S
64
ANEXO 1
TABELA 5 – Resultados de análises realizadas em amostras de água coletadas na Área Piloto. Análise Físico-Química
Estaçã
o Data Hora T
(°C) Ph Turbidez
(UNT) Cond. Elet.
(µS/cm)
Amônia (mg/l)
Nitrito (mg/l)
Nitrato (mg/l)
Cloreto (mg/l)
Oxigênio Dissolvido (mg/l)
Sólidos Totais (mg/l)
Sol. Dissolv. (mg/l)
Sol. Suspensos
(mg/l)
Salin. (‰) Análise*
Bacteriológica (coliformes/100 ml)
E1 13/11 08:25 26,7 6,5 124 330 0,37 0,04 0,08 53,2 2,4 413,2 366,7 46,5 0,2 > 23 E4 13/11 09:55 26,0 7,4 18 495 0,06 ND 0,07 108,3 4,1 366,8 327,3 39,5 0,3 > 23 E5 13/11 10:18 30,2 7,0 26 1510 0,25 0,02 0,53 383,4 2,4 1014 978,5 35,5 0,9 > 23 E6 13/11 10:44 28,1 6,8 60 705 1,66 ND 0,16 137,1 0,0 516 462 54 0,4 > 23 E7 13/11 11:05 30,4 7,1 80 910 ND 0,06 3,46 211,1 2,6 919 673 246 0,5 > 23 E8 13/11 11:42 27,6 7,0 14 960 0,24 0,02 0,41 227,4 0,6 606 593,5 12,5 0,6 > 23 E9* 13/11 12:05 31,0 7,3 200 106,4 0,59 0,08 ND 2,71 6,1 328,2 213,6 114,6 0,1 500 E10 13/11 12:17 35,9 7,4 5,1 3590 0,19 0,19 8,3 1028 10,8 2586 2549 37 1,9 > 23 E11 13/11 12:35 30,4 7,0 4,0 4310 0,06 0,80 29,4 1155 3,0 2899 2884 15 2,3 > 23 E12* 13/11 12:50 30,2 7,8 8,4 2320 ND ND 3,98 766,5 6,2 2074 2026 48 1,5 > 23 E22* 13/11 13:50 35,2 7,0 5,0 133,1 0,17 ND 0,42 29,5 6,1 81,6 78,8 2,8 0,1 > 23
Padrões segundo CONAMA n° 20/86 (Classe 1)
6,0 a
9,0 ��� - 0,02 1,0 10 250 ��� 500 - - -
-
* As estações E9, E12 e E22 correspondem à barragem de Samambaia, Poço tubular de Samambaia e ao dessalinizador, respectivamente
Estação UTM (E) UTM (N) Local E1 640759 9091034 Fazenda Nova E4 638696 9087497 Fazenda Porteiras E5 639397 9086535 Caiçara E6 639808 9085578 Caiçara E7 640086 9084983 Salgado E8 640251 9082021 Poço Escuro E9* 640629 9080047 Samambaia E10 640281 9079901 Samambaia E11 640348 9079837 Samambaia E12* 640504 9080020 Samambaia E22* 640411 9080001 Samambaia
65
ANEXO 2
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO EM UMA ÁREA PILOTO
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE CUSTÓDIA - PE CENÁRIO COM INTERVENÇÃO 2010
Considerando-se as tendências de uso e ocupação do solo e a adequação das
mesmas às potencialidades e limitações dos recursos naturais, levantadas no
Diagnóstico Ambiental, foi possível identificar quatro zonas e sete subzonas
homogêneas, delimitadas no Mapa de Zoneamento Ecológico Econômico. À partir
destas informações, foi elaborada uma proposta de zoneamento, descrevendo-se
a situação atual de cada subzona, os objetivos do ZEE/Plano de Gestão para o
Cenário 2010 e a indicação de usos/ações distinguindo os proibidos, tolerados e a
incentivar.
A proposta, inicialmente levada à discussão em oficinas preparatórias com as
comunidades locais, teve sua consolidação em uma reunião final na qual foram
cumpridas as seguintes etapas:
9� Apresentação do Diagnóstico Ambiental e a Proposta de Zoneamento
Ecológico Econômico realizado pela CPRH aos representantes dos
órgãos e instituições convidados.
9� Coleta de contribuições dos participantes nas suas respectivas áreas de
atuação.
9� Definição das ações prioritárias para o Plano de Gestão e designar os
responsáveis e colaboradores por cada ação.
A oficina contou com a participação de diversos órgãos e instituições federais e
estaduais e municipais, órgãos não governamentais, além dos representantes das
comunidades eleitos nas oficinas preparatórias. Na escolhas das entidades
participantes, levou-se em consideração a atuação daqueles na área ou a
experiência em áreas com características e problemas semelhantes. O Quadro A
abaixo mostra a lista de participantes.
66
QUADRO A – PARTICIPANTES DA OFICINA DE CONSOLIDAÇÃO JOSÉ ESDRAS Prefeito de Custódia
EDRISE AIRES FRAGOSO Presidente da CPRH HORTÊNCIA ASSIS BARBOZA Coordenadora do Projeto da CPRH
JOANA AURELIANO Representante da CPRH MARIZA BRANDÃO CHÁVEZ Representante da CPRH
JOSÉ DA LUZ DE ALENCAR Representante da Regional de Salgueiro do IBAMA
SUZANA MONTENEGRO Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
ANA CRISTINA BRITO ARCOVERDE
Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco -
UFPE/Parceiro no PROASNE
JOÃO GOMINHO Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente-SECTMA/PE.
MARIEDILSA F. CORREIA MEDEIROS Prefeitura Municipal de Custódia
Dra. MARIA EDNA GÓIS Prefeitura Municipal de Custódia
FLORISA Representante da Comunidade de Samambaia
SEBASTIANA (SESE) Representante da Comunidade de Samambaia
ANTÔNIO RODRIGUES Representante da Comunidade de Caiçara JERÔNIMO Representante da Comunidade de Caiçara
JANAIR Representante da Comunidade de Fazenda Nova
MARIA JOSÉ Representante da Comunidade de Fazenda Nova
FLAVIANO FEITOSA BEZERRA Vereador - Proprietário da Faz. Poço Escuro INÁCIO CÂNDIDO DA COSTA
FILHO Banco do Nordeste - BNB – Regional de
Sertânia
GERALDO SEVERINO DE LIMA PRORURAL - Regional de Salgueiro (Projeto Renascer)
ANTÔNIO NETO Fundação Joaquim Nabuco – FJN/Parceiro no PROASNE
RONALDO PEREIRA DE SOUZA Presidente da Associação de Trabalhadores Rurais de Fazenda Nova
IRMÃ NOELI MASSONI Centro Diocesano de Apoio Comunitário CEDAC
RIVANEIDE LÍGIA ALMEIDA MATIAS
CECOR – Centro de Educação Comunitária Rural
ENJÔLRAS MEDEIROS Serviço Geológico do Brasil – CPRM/Parceiro no PROASNE
CRISTIANO AMARAL Serviço Geológico do Brasil – CPRM/Parceiro no PROASNE
MANOEL JÚLIO GALVÃO Serviço Geológico do Brasil – CPRM/Parceiro no PROASNE
67
HELENA PORTO FUNASA –Fundação Nacional de Saúde LUCIANA CIBELLE Coordenação Social Nacional – PROASNE
SHERRY NELLIGAN Coordenação Social Canadá – CIDA NORMA GUSMÃO Representante da UNISOL/PROASNE)
FERNANDA Representante da UNISOL/PROASNE) JOSÉ WALTER SIQUEIRA
CAVALCANTI Membro do Fórum CUSTOATIVA –
Comunidade Ativa
IRMÃ IDALINA Centro Diocesano de Apoio Comunitário CEDAC
RENATA SEVERO Bolsista do Departamento de Serviço Social da UFPE
MÁRCIA Bolsista do Departamento de Serviço Social da UFPE
68
ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO EM UMA ÁREA PILOTO LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE CUSTÓDIA - PE CENÁRIO COM INTERVENÇÃO 2010
ZONA: URBANA INDICAÇÃO DE USOS/AÇÕES SUBZONA SITUAÇÃO ATUAL OBJETIVOS DO
ZEE/PG – CENÁRIO 2010 PROIBIDOS TOLERADOS À INCENTIVAR
ÁREA URBANA DO POVOADO
Situam-se nos povoados de Samambaia e Caiçara e caracterizam-se por apresentarem um aglomerado de casas juntas umas das outras em ambos os lados da via calçada, além de equipamentos públicos como Escola, Igreja, Posto de Saúde, Centro Comunitário, etc. Samambaia possui maior número de habitantes e maior infraestrutura do que Caiçara. Em ambas não existe rede de esgoto. O sistema utilizado é o da “fossa negra” ou então lançamento de efluente à céu aberto. Com relação ao abastecimento de água, parte das casas possui água encanada, porém de péssima qualidade. Parte da população utiliza água proveniente de cacimbas e da barragem publica. O dessalinizador de Samambaia funciona precariamente e o de Caiçara ainda está desativado. Inexistência de gestão participativa do uso e manutenção do sistema.
¾�Sistema de esgotamento sanitário implantado.
¾�Ocupação urbana ordenada.
¾�Abastecimento de água melhorado.
¾�Qualidade construtiva das moradias melhorada.
¾�Comunidade organizada, assistida e ambientalmente conscientizada.
¾�Desenvolvimento de emprego e renda.
¾�Patrimônio Histórico e Cultural preservado.
¾�Serviços básicos melhorados e/ou implantados
¾�Serviço de coleta e disposição de resíduos sólidos implantado.
¾�Mulheres socialmente integradas.
¾�Mananciais hídricos subterrâneos e
¾� Lançamento de efluentes domésticos diretamente no solo
¾� Instalação de equipamentos (públicos ou privados) potencialmente poluidores na faixa marginal ao aluvião (15 metros).
¾�Dessedentação de animais diretamente no aluvião ou em barragens/açudes.
¾�Distribuição de água sem tratamento prévio.
¾�Destruir ou danificar o Patrimônio Histórico e Cultural.
¾�Disposição inadequada de resíduos sólidos.
¾�Construção de novas casas sem autorização da Prefeitura.
¾� Jogar animais mortos ao ar livre.
¾�Atividade doméstica de lavagem de roupa na faixa marginal ao aluvião.
¾�Circulação de animais domésticos pelo aluvião até que sejam construídos currais e pocilgas.
¾�Cacimbas escavadas desde que sejam tamponadas.
¾�Poços Amazonas com proteção sanitária adequada e localizados nas margens do aluvião.
¾�A localização do cemitério desde que se mantenha inativo.
¾�Distribuição de água sem tratamento.
¾�Construção de fossas em todas as casas ou sistema coletivo de esgotamento sanitário.
¾�Remanejamento do matadouro para local afastado do aluvião.
¾�Construção de novos poços. ¾�Captação e Manejo da água da
chuva. ¾� Instalação de dessalinizadores e
manutenção freqüente dos mesmos.
¾� Tratamento simplificado da água de abastecimento.
¾�Criação de conselhos de usuários da água com participação preferencialmente feminina.
¾�Substituição de casas de taipa por alvenaria.
¾�Cursos de capacitação para a comunidade na área de educação
ambiental, qualidade da água, associativismo e cidadania.
¾� Incentivar a busca de parcerias para geração de emprego e renda. ¾�Valorização das atividades
culturais. ¾�Recuperação do prédio da Fábrica
de Caruá. ¾�Melhoria na educação básica e
curso de alfabetização de adultos. ¾�Melhoria nos serviços de
transporte, inclusive passagem molhada. ¾�Coleta de lixo seletiva.
¾�Aproveitamento do rejeito do dessalinizador.
69
O lixo é acumulado ao ar livre com presença de animais e vetores e posteriormente queimado. As escolas precisam de reforma, o posto de saúde trabalha com deficiência.
superficiais protegidos.
¾�Associativismo feminino e valorização da mão de obra feminina através de cursos de capacitação.
¾�Construção de um açougue. ¾� Funcionamento da lavanderia
pública existente.
70
ZONA: URBANA INDICAÇÃO DE USOS/AÇÕES SUBZONA SITUAÇÃO ATUAL OBJETIVOS DO ZEE/PG
– CENÁRIO 2010 PROIBIDOS TOLERADOS À INCENTIVAR
VILA RURAL
São formadas pelos povoados de Salgado e Fazenda Nova. As moradias estão distribuídas aleatoriamente. A via não é calçada e os equipamentos públicos existentes são uma escola e no caso de Fazenda Nova há ainda uma caixa d’água abastecida pelo poço da prefeiitura, mas que devido a elevada salinidade está sendo utilizada apenas para o abastecimento de animais. Salgado não é servida por abastecimento público e na maior parte das casas não existe fossa. A escola de Salgado está fechada por falta de professores. O lixo é queimado atrás das casas e a água é proveniente de cacimbas e barragens. Não há serviço de telefonia.
¾�Sistema de esgotamento sanitário implantado.
¾�Abastecimento de água melhorado, tanto em quantidade como em qualidade,
¾�Qualidade construtiva das moradias melhorada,
¾�Comunidade organizada, assistida e ambientalmente conscientizada.
¾�Desenvolvimento de emprego e renda.
¾�Serviços básicos melhorados e/ou implantados.
¾�Serviço de coleta e disposição de resíduos sólidos implantado.
¾�Mulheres socialmente integradas.
¾�Mananciais hídricos subterrâneos e superficiais protegidos.
¾�Serviço telefônico implantado.
¾� Lançamento de efluentes domésticos diretamente no solo
¾� Instalação de equipamentos (públicos ou privados) potencialmente poluidores na faixa marginal ao aluvião (15 metros).
¾�Dessedentação de animais diretamente no aluvião, barragens e açudes.
¾�Disposição inadequada de resíduos sólidos.
¾�Circulação de animais na escola.
9� Lançamento de efluentes domésticos no Rio Copiti pela comunidade do Ingá.
¾� Lavagem de roupa nas margens do aluvião desde que seja construído um local apropriado que não permita o escoamento da água de volta para a cacimba.
¾�Circulação de animais domésticos pelo aluvião mediante a construção de passarelas.
¾�Cacimbas escavadas desde que sejam tampadas.
¾�Poços Amazonas com proteção sanitária adequada e localizados nas margens.
¾�Construção de fossas nas casas. ¾�Construção de novos poços. ¾�Captação e manejo da água da
chuva. ¾� Instalação de dessalinizadores. ¾�Construção de bebedouros para
os animais em local adequado ¾� Tratamento simplificado da água
de abastecimento. ¾�Utilização da semente da moringa
oleifera para tratamento da água. ¾�Criação de conselhos de usuários
da água. ¾�Substituição de casas de taipa por
alvenaria. ¾�Cursos de capacitação para a
comunidade em educação ambiental, qualidade da água, entre outros.
¾�Curso de alfabetização de adultos. ¾�Coleta de lixo seletiva. ¾�Associativismo feminino e
valorização da mão de obra feminina através de cursos de capacitação.
¾�Reforma da escola e construção de muro ou cerca.
¾�Contratação de professores. ¾� Transporte para os alunos. ¾� Fazer periodicamente analise da
qualidade da água. ¾� Instalação de telefone publico. ¾�Construção de um posto de
saude. ¾�Construir poço para
abastecimento d’agua. ¾�Construir no rio passagens para
os animais.
71
ZONA: AGROPECUÁRIA
INDICAÇÃO DE USOS/AÇÕES SUBZONA SITUAÇÃO ATUAL OBJETIVOS DO ZEE/PG – CENÁRIO 2010
PROIBIDOS TOLERADOS À INCENTIVAR
AGRICULTURA
Ocupam principalmente, as áreas de aluvião e proximidades. A agricultura é praticada nas pequenas propriedades sendo mais comum encontrar culturas de subsistência como feijão e milho. Nesta subzona ainda podem ser encontrados plantios de palma forrageira, capim elefante, fruteiras e hortaliças. Poucas propriedades utilizam o sistema de irrigação. A utilização de agrotóxicos, o desmatamento e a prática de queimadas e a ocupação dos leitos dos riachos são alguns dos problemas encontrados. Não há plantios com árvores frutiferas e hortaliças
¾� Técnicas agrícolas mais modernas e menos agressivas ao meio ambiente amplamente utilizadas.
¾� Pequenos produtores organizados e associados.
¾� Atividades agrícolas diversificadas e prática de cultivos conservacionistas amplamente utilizadas.
¾� Produção animal geneticamente melhorada.
¾� Vegetação ciliar em torno das barragens e dos riachos recuperada.
¾� Oferta de água para atividade agrícola ampliada.
¾� Mananciais hídricos subterrâneo e superficial protegidos.
¾�Mulheres socialmente integradas.
¾�Produção agricola com resultado econômico.
¾�Utilização indiscriminada de agrotóxicos.
¾�Desmatamento indiscriminado.
¾�Plantio dentro do leito dos cursos d’água.
¾�Permitir que os animais se abasteçam de água diretamente nos açudes ou barragens
¾� Jogar lixo e esgoto no rio ou aluvião.
¾�Plantios no aluvião desde que não sejam utilizados agrotóxicos e que estejam a uma distância mínima do leito dos riachos.
¾�Sistema de irrigação desde que seja controlado.
¾�Utilização de agrotóxico, desde que não seja em aluvião e que obedeçam as regras de utilização.
¾�Arar a terra com tração animal.
¾�Utilizar máquinas para arar desde que haja acompanhamento técnico
¾�Prática de queimadas desde que seja para o roçado
¾�Utilização de adubos orgânicos. ¾�Correção dos solos. ¾� Formação de associação de pequenos
produtores ¾�Diversificação de culturas. ¾� Fomento à criação de bancos de
sementes. ¾�Cursos de capacitação para agricultores. ¾�Reestruturação da atual Secretaria
Municipal de Agricultura; ¾� Implantação de barragens subterrâneas. ¾�Construção de açudes e barreiros. ¾�Construção de poços para a irrigação. ¾�Manejo e captação da água da chuva. ¾�Práticas de conservação do solo através
de consorciação de culturas, controle de queimadas e de erosão, etc.
¾�Associativismo feminino e valorização da mão de obra feminina através de cursos de capacitação.
¾�Utilização de sistemas de energia alternativa (solar e eólica) na irrigação.
¾�Divulgação e facilitação de acesso a programas de crédito rural.
¾� Instalação de unidade de repasse de tecnologia.
¾�Recuperação da vegetação ciliar em torno das barragens e cursos d’água.
¾� Implantação de sistemas agroflorestais; ¾� Incentivar irrigações localizadas e por
gotejamento ¾� Identificação e proteção das áreas de
recarga de aquifero.
72
ZONA: AGROPECUÁRIA INDICAÇÃO DE USOS/AÇÕES SUBZONA SITUAÇÃO ATUAL OBJETIVOS DO ZEE/PG –
CENÁRIO 2010 PROIBIDOS TOLERADOS À INCENTIVAR
AGROSSILVOPASTORIL
Ocupam áreas extensas dentro das grandes propriedades e correspondem aos plantios de algaroba consorciada com capim e palma adensada e a criação de ovinos, bovinos e eqüinos. O plantio da algoraba faz parte de projetos de reflorestamento incentivados pelo IBAMA (antigo IBDF) e seu manejo inclui o aproveitamento da madeira como estaca e das vagens para ração animal. Nesta subzona também estão inclusas as áreas de reserva legal.
¾�Áreas de reserva legal
preservadas. ¾�Plano de
reflorestamento implantado com espécies preferencialmente nativas.
¾�Mananciais hídricos subterrâneos e superficiais protegidos.
¾�Qualidade de vida dos moradores e/ou trabalhadores da zona agrossilvopastoril melhorada.
¾� Técnicas utilizadas difundidas para toda a área piloto.
¾�Vegetação natural preservada nos topos de morros e áreas com alta declividade.
¾�Produção agrossilvopastorio com resultado econômico.
¾�Extração de lenha e
madeira nas áreas de reserva legal.
¾�Atividades pecuárias nas áreas de reserva legal.
¾�Comercializar animais sem controle sanitário.
¾�Prática de queimadas.
¾�Utilização de agrotóxicos.
¾�Permitir a dessedentação de animais diretamente nos açudes, barragens ou aluvião.
¾�Desmatamento indiscriminado.
¾�Plantio dentro do leito dos cursos d’água.
¾�Produção de
lenha e carvão desde que seja através de plano de manejo adequado.
¾�Animais de baixa qualidade genética
¾�Replantio de vegetação ciliar nas
margens dos aluviões e barragens. ¾�Preservação da vegetação situada
nas áreas elevadas (serras) e de alta declividade.
¾�Beneficiamento da vagem da algaroba para ração animal.
¾�Beneficiamento do leite e da carne animal.
¾�Controle sistemático de doenças nos animais.
¾�Melhoramento genético do rebanho.
¾� Fomentar as reservas estratégicas de alimentos.
¾�Construção de bebedouros para os animais em local adequado.
¾�Práticas de conservação do solo através de consorciação de culturas, controle de queimadas e de erosão, entre outras.
¾�Difusão de técnicas agrassilvopastoril que obtiveram sucesso para toda a área piloto.
¾�Melhoria da infraestrutura (moradia e trabalho) que beneficie moradores e trabalhadores da zona agossilvopastoril.
¾�Capacitação da mão de obra agrossilvopastoril.
¾� Identificação e proteção das áreas de recarga de aquifero.
73
ZONA: CAATINGA INDICAÇÃO DE USOS/AÇÕES SUBZONA SITUAÇÃO ATUAL OBJETIVOS DO ZEE/PG
– CENÁRIO 2010 PROIBIDOS TOLERADOS À INCENTIVAR
MANEJO/PECUÁRIA EXTENSIVA
A caatinga ocupa maior parte da área piloto, caracterizando-se por uma vegetação predominantemente arbustiva e bastante degradada. O corte da madeira para produção de lenha/carvão e estaca tem sido a principal causa dessa degradação seguida da pecuária extensiva. Nesta subzona estão inclusas barragens/açudes, lagoas, afloramentos rochosos e serras.
¾� Planos de manejo florestal estabelecidos
¾� Planos de reflorestamento com espécies preferencialmente nativas implantados.
¾� Técnicas de manejo sustentado e carvoejamento difundidas e aplicadas.
¾� Moradores capacitados no manejo sustentado da caatinga.
¾� Planos de manejo do rebanho.
¾� Mananciais hidrícos subterrâneos e superficiais protegidos.
¾� Vegetação natural preservada nos topos de morros e áreas com alta declividade.
¾�Corte indiscriminado da caatinga.
¾�Caça a espécies da fauna nativa da caatinga ou aves migratórias.
¾�Pecuária extensiva sem controle.
¾�Dessedentação de animais diretamente nos açudes, barragens ou aluvião.
¾�Prática de queimadas.
¾�Reflorestamento com espécies para usos múltiplos como Sabiá e Algaroba
¾�Exploração do potencial medicinal e artesanal das espécies da caatinga.
¾�Práticas de conservação e aumento do potencial forrageiro, através de técnicas de silagem, raleamento, rebaixamento, enriquecimento, entre outras.
¾�Apicultura. ¾�Aproveitamento da fibra de
caroá. ¾�Construção de bebedouros para
os animais em local adequado. ¾� Incentivar a utilização de
técnicas de manejo florestal. ¾�Capacitação dos proprietários
em manejo sustentado da caatinga.
¾� Implantação de fornos de melhor qualidade.
¾�Revegetação ciliar no entorno das lagoas e do leito dos cursos d’água.
¾�Reflorestamento de áreas degradadas com espécies nativas.
74
ZONA: CAATINGA
INDICAÇÃO DE USOS/AÇÕES SUBZONA SITUAÇÃO ATUAL OBJETIVOS DO ZEE/PG – CENÁRIO 2010
PROIBIDOS TOLERADOS À INCENTIVAR
INCENTIVO A PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Correspondem a áreas onde a vegetação caracteriza-se por apresentar um porte maior e por ser mais fechada com relação ao restante da caatinga que ocorre na área. Nas terras pertencentes à Igreja é onde se encontra a vegetação em melhor estado de conservação de toda a Área piloto. Animais (bovinos e caprinos) soltos nestas áreas constituem um problema, além de indícios de retirada de madeira na propriedade de Poço Escuro.
¾�Vegetação natural preservada e conservada
¾�Fauna preservada ¾�Mananciais hídricos
subterrâneos e superficiais protegidos
¾�Corte indiscriminado da
caatinga. ¾�Caça a espécies da
fauna nativa e aves migratórias.
¾�Prática de queimadas. ¾�Disposição de resíduos
sólidos. ¾�Pecuária extensiva.
¾�Recomposição da
vegetação com espécies nativas.
¾�Manejo adequado da caatinga.
¾�Apicultura apenas em áreas de conservação.
¾�Aproveitamento de espécies vegetais para fins medicinais e artesanais.
¾�Criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
¾�Recomposição da fauna.
¾� Licenciamento e demarcação da reserva legal e preservação permanentes nas Áreas de Conservação.
¾�Conscientizar a população através de educação ambiental.
¾� Incentivar o manejo florestal nas áreas de conservação.
75
ZONA: PROTECAO DE MANANCIAIS
INDICAÇÃO DE USOS/AÇÕES SUBZONA SITUAÇÃO ATUAL OBJETIVOS DO ZEE/PG – CENÁRIO 2010
PROIBIDOS TOLERADOS À INCENTIVAR
PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS
SUBTERRÂNEOS
Os depósitos aluvionares ocorrem ao longo dos principais riachos da área piloto. A acumulação mais expressiva ocorre à oeste da Serra das Porteiras, onde se situa a Faz. Porteiras. A captação de água nestes depósitos é feita através de poços tipo Amazonas com profundidade média de 6 metros e de cacimbas escavadas com profundidade média de 2 metros. Constitui o principal manancial de água da área, principalmente nos períodos de estiagem quando a população recorre as cacimbas escavadas. Suas características naturais somadas às atividades antrópicas, aumentam o risco de contaminação deste manancial .
¾�Capacidade de armazenamento de água ampliada.
¾� Identificação de locais com disponibilidade de água subterrânea
¾�Qualidade da água melhorada.
¾�Educação sanitária e ambiental.
¾�Plano de mobilização comunitária e social
¾� Implantar conselhos de usuários da água.
¾�Desenvolvimento sócio econômico apoiado.
¾�Aquifero aluvionar protegido.
¾�
¾� Lançamento de efluentes domésticos diretamente no solo
¾� Instalação de equipamentos (públicos ou privados) potencialmente poluidores na faixa marginal ao aluvião (15 metros).
¾� Lançamento de resíduos sólidos
¾�Uso de agrotóxicos ¾�Dessedentação de
animais nas cacimbas que também são utilizadas para abastecimento humano
¾�Construção de poços e cacimbas desde que tenham proteção sanitária adequada.
¾�Plantios nas áreas do aluvião desde que não seja utilizado agrotóxico e que estejam a uma distância mínima do leito dos riachos.
¾� Irrigação desde que seja controlada.
¾�Uso da água da cacimba para consumo humano desde que seja fervida.
¾�Soluções comunitárias de abastecimento.
¾�Projetos de capacitação simplificada.
¾�Construção de bebedouros animais.
¾� Local para banho de animais.
¾�Controle da qualidade da água dos carros pipa.
¾� Formação de conselhos de usuários de água.
¾�Construção de poços amazonas.
¾� Implantação de barragens subterrâneas.
¾�Monitoramento da qualidade da água.
¾�Estudos sobre disponibilidade hídrica do aqüífero.
¾� Tamponamento de poços abandonados.
¾� Instalação de bebedouros para os animais.
¾� Funcionamento do dessalinizador .
¾� Tratamento simplificado da água: filtragem e fervura.
¾� Implantação de área de proteção dos poços tubulares.
¾�Aproveitamento do rejeito do dessalinizador.
¾� Lavanderia comunitária. ¾� Indicadores Qualidade da
Água (coliformes fecais e nitratos).
¾�Plantas e técnicas de irrigação adequadas.
¾� Tratamento de cisternas domiciliares e comunitárias.
¾�Gestão junto a Secretaria de Saúde do Estado - implantação e monitoramento.
76
ANEXO 3
PLANO DE GESTÃO
Ações Prioritárias para o Plano de Gestão
AÇÕES RESPONSÁVEL E COLABORADORES PRAZO ¾� Levantamento sobre saneamento
básico Secretaria de Saúde - PMC FUNASA
Durante o ano de 2002
¾�Elaboração de um Projeto para a Área Piloto
Conselho de Desenvolvimento Municipal do FUMAC PRORURAL Associação de Faz. Nova
Até o final de 2002
¾� Implantação do SISAGUAS Secretarias Municipal e Estadual de Saúde FUNASA 6 meses
¾� Levantamento da situação atual do dessalinizador
CPRM FUNASA
Iniciar até o final de 2002
¾�Projeto piloto para reaproveitamento do rejeito do dessalinizador
UFPE (Dep. Eng. Civil -Recursos Hídricos UFRPE CPRM Prefeitura Municipal de Custódia Comunidade
Segundo semestre de
2002
¾�Perfuração de novos poços tubulares;
CPRM EBAPE FUNASA
Até o final de 2002
¾� Implantação de barragens subterrâneas
UFPE (Dep. Eng. Civil -Recursos Hídricos. UFRPE UNISOL CPRM
Até o final de 2002
¾�Difusão de técnicas de manejo florestal através de capacitação.
¾�Elaboração de seminários sobre o manejo sustentado da caatinga.
SECTMA IBAMA/Ministério do Meio Ambiente Prefeitura Municipal de Custódia Associação
Primeiro Semestre de
2002
¾�Priorizar os projetos de manejo IBAMA Após o curso de capacitação
¾�Criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
IBAMA Prefeitura Municipal de Custódia
Até dezembro de 2002
¾�Áreas de expansão agropecuária
IBAMA BNB Sindicato Técnicos Projetistas EBAPE
Até dezembro de 2002
¾�Negociação para revitalização da Usina de Caroá conservando a originalidade do projeto inicial.
Prefeitura Municipal de Custódia PROASNE Empresários locais Comunidade
Até o final de março de 2003
¾�Mobilização e organização comunitária PROASNE (UFPE, FUNDAJ, UNISOL) Comunidade Poder público local
Até março de 2003
¾�Queimar o lixo em local adequado e não joga-lo no aluvião do rio
Comunidades de Samambaia, Caiçara e Fazenda Nova
À partir de março de 2002
¾�Manter a porteira da barragem fechada e consertar a cerca
Comunidade de Samambaia Prefeitura Municipal de Custódia
À partir de março de 2002
¾� Tratamento simplificado (fervura) da água para consumo Comunidade de Fazenda Nova À partir de
março de 2002
¾�Não lavar roupa próximo às cacimbas Comunidades de Caiçara, Salgado e Poço Escuro
À partir de março de 2002
¾�Criação de cooperativa de artesanato Comunidade de Samambaia e Fazenda Nova Prefeitura Municipal de Custódia
À partir de março de 2002
77
¾�Evitar que os animais circulem pelo aluvião Comunidade de Fazenda Nova À partir de
março de 2002 ¾�Promover reunião com a comunidade
do Ingá e o Vereador Flaviano para resolver a questão do esgoto jogado no Rio Copiti por aquela comunidade.
Comunidade de Fazenda Nova À partir de março de 2002
¾� Fornecimento de mão de obra para construção das fossas nas casas
Comunidades de Caiçara, Salgado e Poço Escuro
À partir de março de 2002
78
ANEXO 4
Mapa de Potencialidades e Limitações
79
ANEXO 5
Mapa de Uso e Ocupação do Solo
80
ANEXO 6
Mapa de Qualidade Ambiental
81
ANEXO 7
Mapa de Zoneamento - Ecológico Econômico