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Você sabia que os sécu-
los XV e XVI foram um tempo
de invenções, navegações e
de descoberta de um mundo
novo para os europeus?
Essa época corresponde
ao período do Renascimen-
to, que surgiu na Península
Itálica e se espalhou pela Eu-
ropa. Marca o início da Ida-
de Moderna e traz ideais de
valorização do ser humano e
da natureza, que exerceram
grande influência nas Artes,
na Medicina, na Matemática,
na Filosofia e nas Ciências.
• Surgimento do
Renascimento
• Principais artistas da
pintura e da escultura
renascentista
• Música, teatro e dança
no Renascimento
o que vocêvai conhecer
Arte no Renascimento1
DA VINCI, Leonardo. A virgem das rochas. [1483-1486]. 1 óleo sobre tela,
color., 199 cm × 122 cm. Museu do Louvre, Paris, França.
©Museu do Louvre, Paris, França
2
Arte
Origem do Renascimento
Antes do período renascentista, as produções artísticas eram financiadas pela Igreja Ca-
tólica. Nessa época, a Igreja exercia pleno domínio sobre a vida das pessoas, razão pela qual
tudo o que era produzido estava relacionado à vida espiritual e aos temas religiosos. Obser-
ve estas obras.
• Compreender o pensamento artístico no Renascimento.
• Identificar as manifestações nas artes visuais, na dança, na música e no teatro.
• Apreciar a produção artística desenvolvida no período.
• Vivenciar momentos de fruição da arte renascentista e de reflexão sobre ela.
objetivos do capítulo
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RAFAEL. Escola de Atenas. [1508-1511]. 1 afresco, color., 500 cm × 770 cm. Palácio do Vaticano, Roma.
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GIOTTO. Coroação da virgem. [ca. 1334]. 1 têmpera sobre madeira, color. Capela Baroncelli, Santa Croce, Florença. Detalhe do Políptico Baroncelli.
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BOTTICELLI, Sandro. Primavera. [1477-1480]. 1 têmpera sobre madeira, color., 203 cm × 314 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.
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BUONARROTI, Michelangelo. A criação de Adão. [1508-1512]. 1 afresco, color., 280 cm × 570 cm. Abóbada da Capela Sistina, Vaticano, Itália.
O Renascimento tinha como projeto o resgate do estudo e a busca pelo conhecimento
fora das imposições da Igreja. Isso significou um retorno às formas da Antiguidade Clássica,
buscando naquele período modelos e regras para uma arte universal.
3
Entre os pilares do Renascimento, além da valorização do ser
humano, estão princípios como: a racionalidade, a observação e
imitação da natureza, a experimentação científica e a valorização
das regras clássicas nas artes (simetria, proporção, harmonia, en-
tre outras).
Os artistas renascentistas se dedicaram ao estudo da anato-
mia humana e do volume dos seres e objetos representados – os
claros e escuros, as luzes, sombras e cores – , com o objetivo de compreender e expressar a
natureza e o ser humano por meio de critérios mais científicos.
imitação da natureza: expressão utilizada pelos filósofos Platão e Aristóteles para se referirem à reprodução da realidade (nas diversas formas de arte), ou seja, à imitação dessa realidade por meio de um processo de representação.
Prepare-se para participar do Artes em festa, um encontro em torno das artes, no
final do ano letivo! As turmas participarão do planejamento desse evento, por isso, aqui
vão dicas para que tudo corra bem no dia do encontro:
é importante que uma data seja definida para o Artes em festa, lembrando que ele
deverá acontecer no último bimestre do ano letivo, com a prévia autorização da di-
reção da escola;
escolham os locais da escola onde o evento irá acontecer, pensando em cada lingua-
gem da Arte: Artes visuais, Dança, Música e Teatro. Por exemplo: para uma apresen-
tação de teatro, encontrem um espaço onde os alunos-atores possam vestir seus
figurinos e se prepararem, como um camarim;
um evento precisa de divulgação, não é mesmo? Então, criar um material pra chamar
o pessoal da escola e convocar a comunidade vai ajudar bastante!
que tal convidar artistas locais para participar? Eles poderão ministrar oficinas, bater
papo sobre a carreira e as obras deles, se apresentar para o público, entre outras
atividades;
os familiares também poderão participar do evento, produzindo arte com vocês ou,
ainda, mostrando talentos artísticos!
Você e seus colegas serão os curadores do Artes em festa, ou seja, cuidarão de todo
o processo de organização do evento, planejando, produzindo e conservando as obras
de arte, escolhendo aquelas que serão expostas e mostradas no evento, montando as
exposições em espaços apropriados da escola, divulgando o acontecimento, convidando
artistas e registrando – com fotos e filmagens – as produções de vocês e o encontro.
A partir das aprendizagens de sala de aula, as turmas poderão promover:
Exposições; bate-papos; espetáculos teatrais; apresentações de dança; apresenta-
ções musicais; oficinas ministradas por artistas convidados; shows de talentos; brinca-
deiras de produções artísticas com a comunidade (alunos, educadores, profissionais da
escola, familiares, amigos e artistas locais); fruição de obras de artistas locais e tudo o
mais que a imaginação possa criar.
Prepare-se e organize-se com sua turma! Use a criatividade e curta o Artes em festa!
#artesemfesta
artes em festa
4
A arte renascentista na Europa
Observe, nos mapas das páginas a seguir, o percurso do surgimento e da expansão re-
nascentista pela Europa, a partir da cidade de Florença.
MASACCIO, Tommaso di Giovanni. O pagamento do tributo. 1425. 1 afresco, color. Capela Brancacci, Igreja de Santa Maria del Carmine, Florença.
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Florença, Pisa e Milão
BOTTICELLI, Sandro. Minerva e o centauro. [ca.1482]. 1 têmpera e óleo sobre tela, color., 207 cm × 148 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.
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Florença e Roma
GHIRLANDAIO, Domenico. Adoração dos pastores. 1485. 1 têmpera sobre madeira, color., 167 cm × 167 cm. Igreja da Santa Trindade, Florença.
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Florença e Roma
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Milão, Veneza e Roma
DA VINCI, Leonardo. Dama com arminho. [1489-1490]. 1 óleo sobre madeira, color., 54,8 cm × 40,3 cm. Museu Czartoryski, Polônia.
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O Renascimento chega a outras cidades
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Londres, Augsburg (Alemanha)
e Basel (Suíça)
HOLBEIN, Hans, o Jovem. Os embaixadores. 1533. 1 óleo sobre madeira de carvalho, color., 207 cm × 209,5 cm. Galeria Nacional de Londres, Inglaterra.
Nuremberg, Frankfurt (Alemanha) e Bruges (Bélgica)
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VAN EYCK, Jan. O casamento dos Arnolfini. [1434]. 1 óleo sobre tela, color., 81,8 cm × 59,7 cm. Galeria Nacional, Londres.
DÜRER, Albrecht. Adão e Eva. [1507]. 1 óleo sobre painel, color., 209 cm × 63 cm. Museu do Prado, Madri.
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Bruxelas e Antuérpia (Bélgica)
BRUEGEL, Pieter, o Velho. A dança de casamento. 1566. 1 óleo sobre madeira, color., 119,4 cm × 157,5 cm. Detroit Institute of Arts, EUA.
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Roma e Urbino
BAROCCI, Federico. Madonna del Popolo. 1579. 1 óleo sobre painel, 359 cm × 252 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.
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Veneza e Roma
TICIANO. Bacanal dos Andros. [1523-1526]. 1 óleo sobre tela, color., 175 cm × 193 cm. Museu do Prado, Madri.
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Florença, Roma e Siena
RAFAEL. Virgem do prado. [ca. 1505-1506]. 1 óleo sobre madeira, color., 113 cm × 88 cm. Museu de História da Arte, Viena.
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Florença, Bolonha e Roma
BUONARROTI, Michelangelo. Juízo final. [1535-1541]. 1 afresco, color. Parede do Altar da Capela Sistina, Vaticano, Itália.
Veneza e Toledo
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EL GRECO. El Expolio. [ca. 1577-1579]. 1 óleo sobre tela, color., 285 cm × 173 cm. Catedral de Toledo, Espanha.
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EL GREGO. Retrato de homem com a mão no peito. [ca. 1577-1579]. 1 óleo sobre tela, color., 81 cm × 66 cm. Museu do Prado, Madri.
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atividades
Escolha uma destas obras: História de Nastagio degli Onesti, O juízo final ou Mona Lisa.
Observe cada detalhe da obra de sua preferência e registre suas impressões.
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BOTTICELLI, Sandro. História de Nastagio degli Onesti. [1482-1483]. 1 têmpera sobre madeira, 84 cm × 142 cm. Museu do Prado, Madri.
Observe, nas obras anteriores, algumas das principais características do Renascimento:
predomínio da figura humana em retratos e paisagens;
proporção entre figura e demais elementos da obra regida por princípios matemáticos;
uso de perspectiva em espaços e personagens distantes;
uso de claro e escuro na pintura para criar contraste e realçar os volumes dos corpos,
deixando algumas áreas iluminadas e outras na sombra;
realismo nos retratos: o pintor se comporta como observador científico da realidade,
não como admirador da manifestação divina;
substituição da têmpera sobre madeira e dos afrescos-murais, antes predominantes,
pela tinta a óleo sobre tela;
escultura e pintura tornam-se independentes da arquitetura e ficam mais expressivas;
com a valorização do ser humano, que reforçava o individualismo e o ideal de liberdade,
os artistas são impulsionados a desenvolver estilos próprios;
criação de esculturas em proporções reais, com profundidade e perspectiva, com base
em estudos da anatomia humana.
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Arte
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DA VINCI, Leonardo. Mona Lisa. [1503-1506]. 1 óleo sobre madeira, color., 76,8 cm × 53,3 cm. Museu do Louvre, Paris.
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BUONARROTI, Michelangelo. O juízo final. [1535-1541]. 1 afresco, color., 13,7 m × 12,2 m. Capela Sistina, Vaticano, Itália.
Observe as obras novamente e compare as cores, as figuras e o tema. Com base nessas observa-ções, escreva as conclusões a que você chegou sobre a arte renascentista.
9
Botticelli
O italiano Sandro Botticelli (1445-1510) nasceu em Florença e foi um dos principais ar-
tistas do período conhecido como Quattrocento, no final do século XV. É autor de O nasci-
mento de Vênus, uma das primeiras pinturas renascentistas a tratar de um tema mitológico
e laico, ou seja, não religioso.
Figuras
Nessa obra, observam-se quatro figuras humanas. Ao centro, em uma concha, está Vê-
nus, a deusa do amor e da beleza – conhecida como Afrodite, figura mitológica grega.
Na mitologia, a concha representa a fertilidade; já no cristianismo, remete à virgindade.
À esquerda, estão Zéfiro, deus do vento, e sua esposa, Flora, deusa das flores; e à direita, a
ninfa da primavera, Hora, com um manto florido nas mãos. Ao redor, veem-se flores e árvo-
res. Na imagem, tudo está em movimento, cabelos, tecidos e até o mar.
Cores
Grande parte das cores utilizadas por Botticelli nessa pintura é neutra e fria: azuis, verdes
e beges. As cores quentes aparecem nos corpos e no manto que Hora segura: amarelo, ala-
ranjado e vermelho. Contudo, todos os matizes se apresentam em tonalidades esmaecidas.
©Galleria degli Uffizi, Florença, Itália
BOTTICELLI, Sandro. O nascimento de Vênus. 1480. 1 têmpera sobre tela, color., 172,5 cm × 278,5 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.
10
Arte
Linhas
A maioria das linhas traçadas pelo artista é sinuosa e orgânica, caracterizando seu estilo
de desenhar. Em contraponto às linhas sinuosas, algumas delas tendem à geometrização,
como a linha que limita o céu e o mar e as que delineiam as árvores atrás de Hora.
Luzes
Botticelli criou volumes utilizando a técnica do claro e escuro. A luz e a sombra cons-
troem um ambiente de calma e serenidade.
Proporção
Na composição, a divisão dos elementos obedece às regras implementadas pelos mate-
máticos gregos, ou seja, à proporção áurea. Isso significa que as dimensões do retângulo da
tela são determinadas por uma relação matemática em que largura (0,618) e altura (0,382)
representam frações de um todo. Por meio do desenho geométrico, essa relação pode ser
obtida conforme o esquema seguinte.
Todo = 1
Largura = 0,618 do todo Altura = 0,382 do todo
0,618 + 0,382 = 1 = todo
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Observe que Botticelli utilizou uma tela com as dimensões de um retângulo áureo.
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A proporção áurea determinou, ainda, a relação entre o céu e o mar.
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Equilíbrio
As principais linhas da representação convergem para o rosto de Vênus, criando um
ponto de fuga centralizado. Essa é uma técnica de perspectiva bastante utilizada no
Renascimento.
A deusa Vênus aparece centralizada e praticamente estática, mas, ao seu redor, as figuras
(ou suas vestes) flutuam pela ação do vento. Dessa maneira, constrói-se a sensação de equilíbrio.
A harmonia da pintura se dá pela soma dos aspectos formais (linhas, ritmo, equilíbrio,
etc.) e psicológicos (cores, figuras, etc.).
Simbologia
Na pintura, Zéfiro está soprando em direção a Vênus (1). Ele representa o vento oeste,
e seu sopro simboliza a passagem de Vênus do útero (água) para a vida (terra). As rosas que
caem simbolizam, segundo a mitologia, “as flores sagradas de Vênus” (2). As pétalas e os
espinhos das rosas significam a beleza e a dor trazidas pelo sentimento amoroso. Hora pre-
tende acolher Vênus com seu manto, criando uma relação entre a primavera e o amor (3). A
guirlanda de mirta verde no pescoço de Hora simboliza o amor eterno (4).
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Realize uma atividade de produção artística no material de apoio.
12
Arte
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DA VINCI, Leonardo. Mona Lisa. [1503-1506]. 1 óleo sobre madeira, color., 76,8 cm × 53,3 cm. Museu do Louvre, Paris.
Leonardo da Vinci pertence ao perío-
do conhecido como Cinquecento, século
XVI. Esse período ficou conhecido como o
apogeu da arte no Renascimento: a Alta Re-
nascença. Além de Da Vinci, os mestres Mi-
chelangelo, Rafael e Ticiano marcaram essa
fase.
Leonardo da Vinci (1452-1519) nasceu
em uma aldeia toscana. A curiosidade do
artista o levou a experimentos e contribui-
ções nas mais diversas áreas. Ele tinha co-
nhecimentos de ciências naturais, óptica,
anatomia, engenharia e música. Estudioso
das proporções e da anatomia humana, dis-
secou cadáveres; estudou o voo de insetos
e aves para esboçar uma máquina voadora;
pesquisou plantas, rochas e nuvens.
Da Vinci utilizava um tipo de perspecti-
va em que as cores eram afetadas pela at-
mosfera, dando ao fundo de muitas de suas
obras uma ideia mais acentuada de distância. Retrato de Leonardo da Vinci com técnica de gravura
Assim, quanto mais longe estivesse um ob-
jeto, mais claras e imprecisas seriam as
pinceladas.
Suas pinturas mais conhecidas são o
afresco A última ceia, no qual aparecem Cris-
to e seus apóstolos; e Mona Lisa, o retrato
de uma dama da Toscana pintado no século
XVI. Essa obra, uma pequena tela que mede
77 cm × 53 cm, permaneceu na corte france-
sa após a morte do autor.
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A obra Mona Lisa não ganhou a reputação de misteriosa à toa. Da Vinci usou truques so-
fisticados para criá-la. Um deles é o sfumato, técnica de criar uma gradação sutil de luz e som-
bra, sem linhas perceptíveis, por meio de cores suaves e contornos
esfumaçados. Ao usar essa técnica nos cantos dos olhos e da boca,
o autor conseguiu criar uma imagem vaga, com a expressão facial
imprecisa, que parece mudar dependendo da perspectiva.
É interessante observar, também, a diferença entre os dois lados da obra. Da Vinci não
fez uma pintura simétrica. Com isso, a impressão visual varia de acordo com o ângulo de ob-
servação da obra.
atividades
1 Por sua fama, a pintura Mona Lisa se tornou uma das obras mais parodiadas por artistas e amadores no mundo todo. Vários artistas fizeram releituras da obra, como o colombiano Fernando Botero e o quadrinista brasileiro Mauricio de Sousa.
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BOTERO, Fernando. Mona Lisa. 1977. 1 óleo sobre tela, color., 166 cm × 183 cm. Coleção particular.
Agora, use a criatividade e faça, em uma folha de papel, sua própria releitura da Mona Lisa. Você
pode desenhá-la com diferentes formas ou usar recortes de imagens das releituras já existentes para criar uma colagem.
Mônica Lisa, Mauricio de Sousa.
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gradação: alteração de uma cor para outra ou de uma tonalidade para outra, de maneira gradativa.
14
Arte
3 Os renascentistas baseavam-se em uma série de regras para definir a qualidade de uma obra, o ideal de ser humano e o de beleza. Converse com os colegas e o professor sobre quais eram os cri-térios mais importantes na arte daquela época e na de hoje. Depois, registre-os com palavras-chave.
Renascimento
Qualidade de uma obra:
Ser humano ideal:
Ideal de beleza:
Atualidade
Qualidade de uma obra:
Ser humano ideal:
Ideal de beleza:
2 Veja a obra Homem vitruviano, de Leonardo da Vinci. Converse com seus colegas e formule uma teoria sobre o modo como a simetria, a proporção e o equilíbrio se relacionam aos padrões compo-sitivos do Renascimento.
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DA VINCI, Leonardo.
Homem vitruviano. Século XV.
15
Rafael
Raffaello Sanzio de Urbino (1483-1520), ou simplesmente Rafael, é também um dos
mestres do Renascimento. Sua arte é considerada um exemplo de domínio tanto da técnica
de desenho quanto do equilíbrio nas composições.
Esse artista desenhava figuras em movimentos livres, seguindo um ideal elevado de be-
leza. Em vez de imitar a natureza, preferia uma beleza inspirada na idealização de modelos.
Ou seja, fazia de suas obras uma tentativa de aprimorar a natureza.
curiosidade?
O afresco Escola de Atenas é uma das obras mais representativas do Renascimento
italiano. Rafael, ao executá-lo, realizou uma síntese da história da filosofia clássica.
Ao centro, com um manto azul, temos retratado o filósofo
grego Aristóteles, com a mão voltada para baixo, indicando o
mundo concreto, sensível. Ao seu lado, com um manto verme-
lho, está Platão, com a mão para cima, apontando para o mundo
das ideias.
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RAFAEL. Escola de Atenas. [1509-1511]. 1 afresco, color., 500 cm × 770 cm. Palácio do Vaticano, Roma.
Pesquise mais sobre a obra Escola de Atenas, procurando identificar as personalidades nela representadas e o motivo dessa representação. Depois, faça uma atividade de produção artística no material de apoio.
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Platão e Aristóteles, detalhe do afresco Escola de Atenas
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16
Arte
Perspectiva na arte, o que é?
Quando estudamos a arte e a concepção de espaços
em desenhos, deparamo-nos com um conceito conhecido
o que é perspectiva?
DA VINCI, Leonardo. A última ceia. [1495-1497]. Estuque, 460 cm × 880 cm. Refeitório de Santa Maria delle Grazie, Milão.
Linha do horizonte
Ponto de fuga 17
Para compreender como funciona o recurso da perspectiva, é preciso observar alguns de
seus principais conceitos.
Linha do horizonte
A linha do horizonte (LH) é a linha onde
corre o Ponto de Fuga (PF). Não importa
se você está abaixado, sentado ou em pé,
a LH sempre permanece na altura dos seus
olhos. Em alguns casos, ela é bem visível,
como a linha que separa o céu do mar, mas,
em outros, está escondida atrás de objetos,
construções ou paisagens. Uma dica para
encontrá-la é colocar um lápis na posição
horizontal, em frente aos seus olhos.
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Ponto de fuga
Na perspectiva, o artista representa o objeto, ou a paisagem, projetando-o sobre um
plano que parte de um ponto – ponto de fuga – sobre a LH. Todas as linhas de projeção do
desenho se dirigem para esse ponto. Portanto,
observador.
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Ponto de vista
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O ponto de vista é a posição (o ângulo
de visão) em que o observador se encontra
em relação ao objeto. A perspectiva muda
conforme o ponto de vista.
Um ponto de fuga Dois pontos de fuga
18
Arte
Linhas de fuga
As linhas de fuga são as linhas imaginárias que proporcionam o efeito da perspectiva,
convergindo para o ponto de fuga (linhas brancas pontilhadas da figura abaixo). Em ou-
tras palavras, o afunilamento dessas linhas em direção ao ponto gera a sensação visual de
profundidade.
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Desenho em perspectiva
Você sabia que qualquer objeto pode ser desenhado em perspectiva? Uma maneira
de fazer isso é visualizar o objeto dentro de uma caixa. Você pode até mesmo desenhar
a caixa, em traços leves, para ajudar. Em seguida, basta desenhar o objeto dentro dela,
como nas imagens a seguir. Observe.D
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curiosidade?
19
atividades
1 Observe atentamente o afresco Entrega das Chaves, de Pietro Perugino, e indique sobre ele a linha do horizonte, o ponto e as linhas de fuga.
PERUGINO, Pietro. Cristo entregando as chaves para São Pedro. [1481-1482]. 1 afresco, 335 cm × 550 cm. Capela Sistina, Vaticano, Itália.
2 Escolha um objeto que esteja ao seu alcance e observe-o. Em seguida, desenhe-o no espaço abaixo, como se ele estivesse dentro de uma caixa. Preste atenção às três dimensões que a caixa apresenta: largura, altura e profundidade.
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20
Arte
Escultura renascentista
As esculturas da Idade Média eram rígidas, sem movimento. No Renascimento, as escul-
turas recuperaram a grandeza da Antiguidade Clássica, período no qual se inspiraram escul-
tores como Michelangelo (1475-1488), Donatello (1386-1466) e Andrea del Verrochio (1435-
1488), entre outros.
Pode-se afirmar que a escultura é a forma de expressão artística que melhor demonstra
as influências clássicas, pois nela nota-se grande preocupação em aplicar os moldes estabe-
rigor anatômico, naturalismo, realismo e humanismo.
Muitas esculturas do Renascimento são representações de uma figura humana nua, pela
qual os artistas procuravam exprimir paixões e sentimentos característicos do ser humano,
baseando-se na Bíblia, na mitologia e na natureza.
Foi também nesse período que se desenvolveu o domínio e a perícia na utilização de
materiais como o mármore, a pedra, o bronze, a madeira ou a terracota. Além disso, o desen-
volvimento dos estudos de perspectiva, com rigorosos desenhos prévios, permitiu que se
chegasse à proporção e ao realismo característicos da época.
Observe e compare as duas esculturas. À esquerda,
Davi, de Michelangelo.
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ANTIOQUIA, Alexandre de. A Vênus de Milo. [ca. 200 a.C.] 1 escultura em mármore, 202 cm. Museu do Louvre, Paris, França.
BUONARROTI, Michelangelo. Davi. [1501-1504]. 1 escultura em mármore, 5,17 m. Galeria da Academia de Belas Artes de Florença, Itália.
21
Michelangelo
Michelangelo (1475-1564) pode ser considerado um dos artistas mais completos da Re-
-
A escultura Davi é uma das mais belas
obras que a humanidade já produziu. Mas
Pietà
conhecida entre as esculturas feitas pelo
artista.
Para Michelangelo, a escultura era a
mais nobre das artes. Ele entendia que o
processo de esculpir era uma tarefa suces-
siva de remoção do supérfluo para expor a
concetto
Ele também fez uma pintura muito im-
o teto da Capela Sistina, considerada uma
das obras mais famosas da história da arte.
da Capela Sistina. No caderno, anote as principais características renascentistas observadas
na obra. Apresente a sua análise à turma.
©Capela Sistina, Palácio Apostólico, Vaticano, Itália
BUONARROTI, Michelangelo. Pietà. 1499. 1 escultura em mármore, 174 cm × 195 cm. Basílica de São Pedro, Vaticano.
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BUONARROTI, Michelangelo. Teto da Capela SistinaVaticano.
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Arte
Donatello
-
te escultor italiano do Renascimento. Exer-
ceu sua profissão em diversas cidades italia-
nas, como Florença, Roma, Nápoles, Siena e
Pádua, onde até hoje podemos apreciar seus
trabalhos.
Marcadas pela harmonia, proporcionali-
dade, dinamismo e delicadeza, as obras de
Donatello apresentam características diver-
sas: clássicas, góticas e humanistas, com ten-
dências realistas.
Por isso, Donatello foi considerado um grande inovador das técnicas artísticas, entre as
quais se destaca o baixo-relevo, como se pode ver no detalhe da base da escultura na ima-
mármore, bronze e madeira.
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DONATELLO. Judite e Holofernes. [1455-1460]. 1 escultura em cobre, 236 cm. Palazzo Vecchio, Florença.
DONATELLO. São Jorge. 1416. 1 escultura em mármore, 214 cm.
Museo Nazionale del Bargello, Florença.
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VERROCCHIO, Andrea Del. Cristo e São Tomás. [1466-1483]. 1 escultura em bronze, 230 cm. Igreja Orsanmichele, Florença.
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DI BANCO, Nanni. Os quatro santos coroados. [1416-1417]. 1 escultura em mármore, 203 cm. Igreja Orsanmichele, Florença.
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GHIBERTI, Lorenzo. A história de José. [1425-1452]. 1 escultura em bronze. Batistério de São João, Florença. Detalhe.
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Arte
Música renascentista
para expressar as qualidades humanas e a ciência. Mas isso não ocorreu de um momento para
dominado pela Igreja.
polifonia: é uma técnica de composição que produz uma textura sonora específica, em que
duas ou mais vozes (instrumentos) se desenvolvem, preservando
um caráter melódico e rítmico individualizado.
e se estendeu até o fim do século XVI. A polifonia utilizada duran-
renascentista usava o recurso da imitação, criando um trecho me-
lódico que, uma vez apresentado por uma voz (ou instrumento),
aparece seguido de outras vozes. A técnica de polifonia deu ori-
gem ao contraponto, ou seja, uma combinação de duas ou mais
Música vocal
feita para ser cantada na igreja. Na Basílica de São Marcos, em Veneza, uma das mais famosas
basílicas italianas, havia duas galerias para coro e dois órgãos, o que possibilitou a composição de
peças para mais de um coro, os chamados policorais.
Nas peças policorais, havia dois (ou até mais) grupos. Assim, uma voz vinda da esquerda era
respondida pelo coro da direita e vice-versa. Algumas das peças para corais mais impressionan-
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FRANCIA, Francesco. A virgem e o menino. 1500. 1 têmpera e óleo sobre tela, 193 × 151 cm. Museu Nacional do Hermitage, São Petersburgo, Rússia. Detalhe.
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DKO Est dio. 14. Digital.
DKO Est dioo..14. Digiittal.
Viola
Alaúde
Sacabuxa
Cromorne
Trompete
Cervelato
Música instrumental
Os instrumentos musicais foram vistos como simples acompanhantes para o canto até o
início do século XVI. A partir de então, composições instrumentais apareceram, tornaram-se
Muitos instrumentos passaram por aperfeiçoamentos nessa época. Entre as famílias que
tinham condições de possuir instrumentos, eram comuns flautas, cornetos medievais, cro-
Também nessa época, nasceu a primeira partitura de orquestra em Paris, o Ballet co-
mique de la reine Dafne (1594). Os
-
verdi foi um dos principais destaques desse período, pesquise sobre a ópera L’Orfeu
e registre o que encontrar no caderno. Em seguida, use as características aprendidas so-
bre a arte do período e sua criatividade para criar um cartaz de divulgação para a obra de
Monteverdi.
26
Arte
Teatro renascentista
Na passagem da Idade Média para o Renascimento, as peças eram criadas principalmen-
te para datas festivas.
Com o fortalecimento da realeza, os atores buscaram um meio de sobrevivência, fundan-
do as primeiras companhias teatrais não amadoras. A maioria dessas companhias adotou o
ideal humanista, representando o ser humano e a razão. Entretanto, alguns autores resisten-
tes a essas temáticas escreveram dramas religiosos.
Dessa forma, somente por volta do século XVI, ocorreu a profissionalização do teatro na
Itália. Paralelamente à crítica teatral que se ocupava do estudo de Aristóteles, a commedia
dell’arte, um dos gêneros do teatro renascentista, surgiu com essas primeiras companhias
imprecisas, mas acredita-se que tenha ocorrido por volta de 1545.©Bridgeman/Fotoarena
Apresentação de Commedia dell’arte, autoria desconhecida
27
A commedia dell’arte era um tipo de teatro popular feito ao ar livre, em oposição à
comédia erudita, forma de teatro não profissional então praticada nas cortes. A figura
central era o ator. Em grupo, os atores improvisavam parcialmente o espetáculo, com base
em um roteiro que resumia o enredo da história.
O texto não era definido anteriormente. Somente um tipo de rascunho das histórias
era escrito antes. A ação e o diálogo dos atores em cena se abriam ao improviso e às varia-
ções da arte de representar.
Para isso, os atores mantinham uma galeria de personagens fixos. Havia os serviçais, os
patrões e os enamorados. Cada tipo de personagem tinha uma origem e um perfil defini-
dos: o Pantalone (Pantaleão) era o comerciante rico e mesquinho. O Dottore (Doutor), um
intelectual pedante. Assim como
o Arlecchino (Arlequim) e a Co-
lombina (Colombina), o Brighel-
la era um criado, mas de estilo
malicioso.
O Arlecchino era um dos per-
sonagens mais importantes na
trama. Algumas vezes, era ingê-
nuo e atrapalhado, outras, astuto
e trapaceiro, mas sempre alegre.
Os enamorados, jovens apaixo-
nados, eram belos e instruídos. O
Arlecchino e alguns outros perso-
nagens masculinos usavam más-
caras, mas quem tinha o rosto à
mostra também atuava como se
estivesse mascarado.
O texto costumava girar em
torno de casais apaixonados que
sofriam com as influências da so-
ciedade. Nessa organização tea-
tral, as palavras não eram mais
importantes do que os gestos,
e ambos eram responsáveis por
criar o humor. Os espetáculos
eram apresentados nas festas ou
nos mercados das mais importan-
tes cidades italianas.
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CÉZANNE, Paul. Arlequim. [1888-1890]. 1 óleo sobre tela, color., 101 cm × 65 cm. Coleção particular.
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Arte
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nos tipos vindos da commedia dell’arte, fazendo uma releitura desses personagens com base na socie-dade de hoje. Elaborem um roteiro básico para a história. Depois, apresentem-se para os outros grupos,
improvisando ações e diálogos.
Exemplos dos personagens fixos da commedia dell’arte:
atividades
Arlequim e seu comparsa Arlequim brinda com seu comparsa
Se você pretende fazer chouriço do meu corpo, espere pelo menos que eu engorde um pouco.
Dança no Renascimento
Durante a Idade Média, por causa das imposições da Igreja, a dança era proibida como
continuava a existir como manifestação popular, sendo praticada longe dos olhos dos
religiosos.
29
artes em festa
O Renascimento libertou-se das determinações eclesiásticas relativas à dança, que dei-
xou de ser restrita ao meio popular e entrou nos palácios da corte, sendo adaptada ao gosto
dos nobres. Com isso, perdeu espontaneidade, mas se sofisticou, ganhando floreios, postu-
ras marcadas e regras quanto ao movimento da cabeça, do tronco e dos braços.
Durante esse período, nasceram as danças coreografadas,
como a pavana e a galharda. Acredita-se que o nome pavana tenha
surgido da palavra espanhola pavón ou da italiana pavone, que
significam pavão. Isso porque essa dança era realizada de forma
lenta, com movimentos coreografados. Os cortesãos, vestidos
com suas capas e portando suas espadas, eram acompanhados
de suas parceiras, com vestidos de grandes caudas. Ambos des-
lizavam pelo salão de maneira pomposa, como se fossem pavões
movimentando a cauda e mostrando a todos suas maneiras finas
e elegantes. Os dançarinos costumavam fazer longas reverências,
continências, passos estáticos, entre outros movimentos.
As danças tornaram-se um costume nos bailes das cortes reais, nos quais os nobres os-
tentavam riqueza e poder.
pavana: dança lenta da corte, em compasso binário, com passos simples e repetitivos. Oriunda da região de Pádua, tornou-se muito popular nos séculos XVI e XVII na França, na Itália e na Espanha.
galharda: com a pavana, formou um par de danças muito popular entre os compositores do Renascimento, dando origem ao princípio da suíte (sequência de danças), desenvolvido no Barroco. Desenvolveu-se em compasso ternário e tempo rápido, ao contrário da pavana.
Como está a organização do evento em torno das Artes?
Não se esqueça de que as criações artísticas – pinturas, desenhos, colagens, escultu-
ras, fotografias, entre outras – que você e seus colegas realizarem deverão ser bem con-
servadas até o dia da exposição.
e confecção de figurinos e adereços, além da escolha dos espaços onde as apresentações
acontecerão.
Lembre-se de divulgar o evento na escola e na comunidade.
Balé
Na segunda metade do século XVI, a dança ganhou caráter de espetáculo durante os
mademoiselle
de Lorraine, que era irmã da rainha Louise de Lorraine-Vaudémont. Esse espetáculo foi en-
comendado por Catarina de Médicis, mãe do rei Henrique III, da França. Nessa ocasião, reu-
grega presente no poema Odisseia, de Homero. Em cena, havia deuses e deusas, ninfas e
outros personagens mitológicos.
30
Arte
Catarina de Médicis era uma figura autoritária que, nos bastidores, comandava seu filho.
Ela queria que o casamento fosse uma ocasião magnífica. Para isso, pediu o auxílio do seu
Balthazar Beaujoyeulx, que preparou um espetáculo jamais visto até então.
O Ballet comique de la reine durou cinco horas e meia e foi uma montagem marcante
por seu aspecto grandioso. Essa obra é considerada a primeira desse tipo de espetáculo, e os
estudiosos a colocam na origem do balé no Ocidente.
O balé, dançado também por mulheres, exibia figurinos suntuosos. Os bailarinos, ao se
deslocarem pelo salão, formavam figuras geométricas no solo.
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Ballet comique de la reine, de Balthazar Beaujoyeulx. Século XVII. Museu do Louvre, Paris
Assim, constituíram o primeiro corpo de baile da história da dança e lançaram os funda-
mentos de uma nova forma de arte.
31
dança do Período Renascentista. Alguns pontos são fundamentais para que o trabalho tenha
às proporções, usando os princípios matemáticos como nas obras do Renascimento. Mãos à
obra!
1 O pensamento artístico no Renascimento apresenta algumas características bastante específicas. Qual delas, na sua opinião, foi a que provocou as maiores transformações sociais da época? Por quê?
2 Identifique e contorne no quadro abaixo algumas palavras-chave que podem descrever Leonardo da Vinci.
atividades
Religioso Pintor Anatomista Médico Arquiteto
Matemático Inventor Cientista Engenheiro Político
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Material de Apoio7°. ano – Volume 1
Arte
Pesquise uma história da mitologia grega ou da romana de que você goste, envolvendo deuses e mortais. Depois, por meio de desenhos, faça uma releitura desse mito no espaço abaixo. Experi-mente usar as técnicas de equilíbrio e a proporção áurea em sua criação!
Página 12 – Atividade
1
O ponto alto da obra Escola de Atenas é a representação da busca por um ideal. No campo da be-leza, esse ideal sofreu modificações diversas no decorrer da história. Debata com os colegas sobre as diferenças entre o ideal de beleza renascentista e o propagado hoje pelas mídias e pela moda.
Depois, de acordo com seu ideal de beleza, crie um personagem e compartilhe com seus colegas.
Página 16 – Atividade
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