Ç DQR Volume 1 - conquistaguia.com.br · Roma e Urbino BAROCCI, Federico. Madonna del Popolo....

34
Capítulo 1 Arte no Renascimento 2 Volume 1

Transcript of Ç DQR Volume 1 - conquistaguia.com.br · Roma e Urbino BAROCCI, Federico. Madonna del Popolo....

Capítulo 1

Arte no Renascimento 2

Volume 1

capí

tulo

Você sabia que os sécu-

los XV e XVI foram um tempo

de invenções, navegações e

de descoberta de um mundo

novo para os europeus?

Essa época corresponde

ao período do Renascimen-

to, que surgiu na Península

Itálica e se espalhou pela Eu-

ropa. Marca o início da Ida-

de Moderna e traz ideais de

valorização do ser humano e

da natureza, que exerceram

grande influência nas Artes,

na Medicina, na Matemática,

na Filosofia e nas Ciências.

• Surgimento do

Renascimento

• Principais artistas da

pintura e da escultura

renascentista

• Música, teatro e dança

no Renascimento

o que vocêvai conhecer

Arte no Renascimento1

DA VINCI, Leonardo. A virgem das rochas. [1483-1486]. 1 óleo sobre tela,

color., 199 cm × 122 cm. Museu do Louvre, Paris, França.

©Museu do Louvre, Paris, França

2

Arte

Origem do Renascimento

Antes do período renascentista, as produções artísticas eram financiadas pela Igreja Ca-

tólica. Nessa época, a Igreja exercia pleno domínio sobre a vida das pessoas, razão pela qual

tudo o que era produzido estava relacionado à vida espiritual e aos temas religiosos. Obser-

ve estas obras.

• Compreender o pensamento artístico no Renascimento.

• Identificar as manifestações nas artes visuais, na dança, na música e no teatro.

• Apreciar a produção artística desenvolvida no período.

• Vivenciar momentos de fruição da arte renascentista e de reflexão sobre ela.

objetivos do capítulo

©P

alá

cio

do

Va

tica

no

, Ro

ma

, itá

lia

RAFAEL. Escola de Atenas. [1508-1511]. 1 afresco, color., 500 cm × 770 cm. Palácio do Vaticano, Roma.

©C

ap

ela

Ba

ron

cell

i, S

an

ta C

roce

, Flo

ren

ça, I

táli

a

GIOTTO. Coroação da virgem. [ca. 1334]. 1 têmpera sobre madeira, color. Capela Baroncelli, Santa Croce, Florença. Detalhe do Políptico Baroncelli.

©G

all

eri

a d

eg

li U

ffiz

i, F

lore

nça

, itá

lia

BOTTICELLI, Sandro. Primavera. [1477-1480]. 1 têmpera sobre madeira, color., 203 cm × 314 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.

©C

ap

ela

Sis

tin

a, V

ati

can

o, I

táli

a

BUONARROTI, Michelangelo. A criação de Adão. [1508-1512]. 1 afresco, color., 280 cm × 570 cm. Abóbada da Capela Sistina, Vaticano, Itália.

O Renascimento tinha como projeto o resgate do estudo e a busca pelo conhecimento

fora das imposições da Igreja. Isso significou um retorno às formas da Antiguidade Clássica,

buscando naquele período modelos e regras para uma arte universal.

3

Entre os pilares do Renascimento, além da valorização do ser

humano, estão princípios como: a racionalidade, a observação e

imitação da natureza, a experimentação científica e a valorização

das regras clássicas nas artes (simetria, proporção, harmonia, en-

tre outras).

Os artistas renascentistas se dedicaram ao estudo da anato-

mia humana e do volume dos seres e objetos representados – os

claros e escuros, as luzes, sombras e cores – , com o objetivo de compreender e expressar a

natureza e o ser humano por meio de critérios mais científicos.

imitação da natureza: expressão utilizada pelos filósofos Platão e Aristóteles para se referirem à reprodução da realidade (nas diversas formas de arte), ou seja, à imitação dessa realidade por meio de um processo de representação.

Prepare-se para participar do Artes em festa, um encontro em torno das artes, no

final do ano letivo! As turmas participarão do planejamento desse evento, por isso, aqui

vão dicas para que tudo corra bem no dia do encontro:

é importante que uma data seja definida para o Artes em festa, lembrando que ele

deverá acontecer no último bimestre do ano letivo, com a prévia autorização da di-

reção da escola;

escolham os locais da escola onde o evento irá acontecer, pensando em cada lingua-

gem da Arte: Artes visuais, Dança, Música e Teatro. Por exemplo: para uma apresen-

tação de teatro, encontrem um espaço onde os alunos-atores possam vestir seus

figurinos e se prepararem, como um camarim;

um evento precisa de divulgação, não é mesmo? Então, criar um material pra chamar

o pessoal da escola e convocar a comunidade vai ajudar bastante!

que tal convidar artistas locais para participar? Eles poderão ministrar oficinas, bater

papo sobre a carreira e as obras deles, se apresentar para o público, entre outras

atividades;

os familiares também poderão participar do evento, produzindo arte com vocês ou,

ainda, mostrando talentos artísticos!

Você e seus colegas serão os curadores do Artes em festa, ou seja, cuidarão de todo

o processo de organização do evento, planejando, produzindo e conservando as obras

de arte, escolhendo aquelas que serão expostas e mostradas no evento, montando as

exposições em espaços apropriados da escola, divulgando o acontecimento, convidando

artistas e registrando – com fotos e filmagens – as produções de vocês e o encontro.

A partir das aprendizagens de sala de aula, as turmas poderão promover:

Exposições; bate-papos; espetáculos teatrais; apresentações de dança; apresenta-

ções musicais; oficinas ministradas por artistas convidados; shows de talentos; brinca-

deiras de produções artísticas com a comunidade (alunos, educadores, profissionais da

escola, familiares, amigos e artistas locais); fruição de obras de artistas locais e tudo o

mais que a imaginação possa criar.

Prepare-se e organize-se com sua turma! Use a criatividade e curta o Artes em festa!

#artesemfesta

artes em festa

4

A arte renascentista na Europa

Observe, nos mapas das páginas a seguir, o percurso do surgimento e da expansão re-

nascentista pela Europa, a partir da cidade de Florença.

MASACCIO, Tommaso di Giovanni. O pagamento do tributo. 1425. 1 afresco, color. Capela Brancacci, Igreja de Santa Maria del Carmine, Florença.

©C

ap

ela

Bra

nca

cci,

Ig

reja

de

Sa

nta

Ma

ria

de

l C

arm

ine

, Flo

ren

ça, i

táli

a

Florença, Pisa e Milão

BOTTICELLI, Sandro. Minerva e o centauro. [ca.1482]. 1 têmpera e óleo sobre tela, color., 207 cm × 148 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.

©G

all

eri

a d

eg

li U

ffiz

i, F

lore

nça

, Itá

lia

Florença e Roma

GHIRLANDAIO, Domenico. Adoração dos pastores. 1485. 1 têmpera sobre madeira, color., 167 cm × 167 cm. Igreja da Santa Trindade, Florença.

©Ig

reja

da

Sa

nta

Tri

nd

ad

e, F

lore

nça

, Itá

lia

Florença e Roma

©M

use

u C

zart

ory

ski,

Po

lôn

ia

Milão, Veneza e Roma

DA VINCI, Leonardo. Dama com arminho. [1489-1490]. 1 óleo sobre madeira, color., 54,8 cm × 40,3 cm. Museu Czartoryski, Polônia.

a

rmine, Florença.

Arte

Itá

lia

Florença e Roma©

Sh

utt

ers

tock

/Ca

pit

an

op

rod

uct

ion

s

5

©S

hu

tte

rsto

ck/C

ap

ita

no

pro

du

ctio

ns

O Renascimento chega a outras cidades

©G

ale

ria

Na

cio

na

l d

e L

on

dre

s, I

ng

late

rra

Londres, Augsburg (Alemanha)

e Basel (Suíça)

HOLBEIN, Hans, o Jovem. Os embaixadores. 1533. 1 óleo sobre madeira de carvalho, color., 207 cm × 209,5 cm. Galeria Nacional de Londres, Inglaterra.

Nuremberg, Frankfurt (Alemanha) e Bruges (Bélgica)

©G

ale

ria

Na

cio

na

l d

e L

on

dre

s, I

ng

late

rra

VAN EYCK, Jan. O casamento dos Arnolfini. [1434]. 1 óleo sobre tela, color., 81,8 cm × 59,7 cm. Galeria Nacional, Londres.

DÜRER, Albrecht. Adão e Eva. [1507]. 1 óleo sobre painel, color., 209 cm × 63 cm. Museu do Prado, Madri.

©M

use

u d

o P

rad

o, M

ad

ri, E

spa

nh

a

color., Londres,

©D

etr

oit

In

stit

ute

of

Art

s, D

etr

oit

Bruxelas e Antuérpia (Bélgica)

BRUEGEL, Pieter, o Velho. A dança de casamento. 1566. 1 óleo sobre madeira, color., 119,4 cm × 157,5 cm. Detroit Institute of Arts, EUA.

6

Arte

©G

all

eri

a d

eg

li U

ffiz

i, F

lore

nça

, Itá

lia

Roma e Urbino

BAROCCI, Federico. Madonna del Popolo. 1579. 1 óleo sobre painel, 359 cm × 252 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.

©M

use

u d

o P

rad

o, M

ad

ri, E

spa

nh

a

Veneza e Roma

TICIANO. Bacanal dos Andros. [1523-1526]. 1 óleo sobre tela, color., 175 cm × 193 cm. Museu do Prado, Madri.

©M

use

u d

e H

istó

ria

da

Art

e, V

ien

a

Florença, Roma e Siena

RAFAEL. Virgem do prado. [ca. 1505-1506]. 1 óleo sobre madeira, color., 113 cm × 88 cm. Museu de História da Arte, Viena.

©C

ap

ela

Sis

tin

a, V

ati

can

o, I

táli

a

Florença, Bolonha e Roma

BUONARROTI, Michelangelo. Juízo final. [1535-1541]. 1 afresco, color. Parede do Altar da Capela Sistina, Vaticano, Itália.

Veneza e Toledo

©C

ate

dra

l d

e T

ole

do

, Esp

an

ha

EL GRECO. El Expolio. [ca. 1577-1579]. 1 óleo sobre tela, color., 285 cm × 173 cm. Catedral de Toledo, Espanha.

©M

use

u d

o P

rad

o, M

ad

ri, E

spa

nh

a

EL GREGO. Retrato de homem com a mão no peito. [ca. 1577-1579]. 1 óleo sobre tela, color., 81 cm × 66 cm. Museu do Prado, Madri.

7

atividades

Escolha uma destas obras: História de Nastagio degli Onesti, O juízo final ou Mona Lisa.

Observe cada detalhe da obra de sua preferência e registre suas impressões.

©M

use

u d

o P

rad

o, M

ad

ri, E

spa

nh

a

BOTTICELLI, Sandro. História de Nastagio degli Onesti. [1482-1483]. 1 têmpera sobre madeira, 84 cm × 142 cm. Museu do Prado, Madri.

Observe, nas obras anteriores, algumas das principais características do Renascimento:

predomínio da figura humana em retratos e paisagens;

proporção entre figura e demais elementos da obra regida por princípios matemáticos;

uso de perspectiva em espaços e personagens distantes;

uso de claro e escuro na pintura para criar contraste e realçar os volumes dos corpos,

deixando algumas áreas iluminadas e outras na sombra;

realismo nos retratos: o pintor se comporta como observador científico da realidade,

não como admirador da manifestação divina;

substituição da têmpera sobre madeira e dos afrescos-murais, antes predominantes,

pela tinta a óleo sobre tela;

escultura e pintura tornam-se independentes da arquitetura e ficam mais expressivas;

com a valorização do ser humano, que reforçava o individualismo e o ideal de liberdade,

os artistas são impulsionados a desenvolver estilos próprios;

criação de esculturas em proporções reais, com profundidade e perspectiva, com base

em estudos da anatomia humana.

8

Arte

©M

use

u d

o L

ou

vre

, Pa

ris,

Fra

nça

DA VINCI, Leonardo. Mona Lisa. [1503-1506]. 1 óleo sobre madeira, color., 76,8 cm × 53,3 cm. Museu do Louvre, Paris.

©C

ap

ela

Sis

tin

a, V

ati

can

o, I

táli

a

BUONARROTI, Michelangelo. O juízo final. [1535-1541]. 1 afresco, color., 13,7 m × 12,2 m. Capela Sistina, Vaticano, Itália.

Observe as obras novamente e compare as cores, as figuras e o tema. Com base nessas observa-ções, escreva as conclusões a que você chegou sobre a arte renascentista.

9

Botticelli

O italiano Sandro Botticelli (1445-1510) nasceu em Florença e foi um dos principais ar-

tistas do período conhecido como Quattrocento, no final do século XV. É autor de O nasci-

mento de Vênus, uma das primeiras pinturas renascentistas a tratar de um tema mitológico

e laico, ou seja, não religioso.

Figuras

Nessa obra, observam-se quatro figuras humanas. Ao centro, em uma concha, está Vê-

nus, a deusa do amor e da beleza – conhecida como Afrodite, figura mitológica grega.

Na mitologia, a concha representa a fertilidade; já no cristianismo, remete à virgindade.

À esquerda, estão Zéfiro, deus do vento, e sua esposa, Flora, deusa das flores; e à direita, a

ninfa da primavera, Hora, com um manto florido nas mãos. Ao redor, veem-se flores e árvo-

res. Na imagem, tudo está em movimento, cabelos, tecidos e até o mar.

Cores

Grande parte das cores utilizadas por Botticelli nessa pintura é neutra e fria: azuis, verdes

e beges. As cores quentes aparecem nos corpos e no manto que Hora segura: amarelo, ala-

ranjado e vermelho. Contudo, todos os matizes se apresentam em tonalidades esmaecidas.

©Galleria degli Uffizi, Florença, Itália

BOTTICELLI, Sandro. O nascimento de Vênus. 1480. 1 têmpera sobre tela, color., 172,5 cm × 278,5 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.

10

Arte

Linhas

A maioria das linhas traçadas pelo artista é sinuosa e orgânica, caracterizando seu estilo

de desenhar. Em contraponto às linhas sinuosas, algumas delas tendem à geometrização,

como a linha que limita o céu e o mar e as que delineiam as árvores atrás de Hora.

Luzes

Botticelli criou volumes utilizando a técnica do claro e escuro. A luz e a sombra cons-

troem um ambiente de calma e serenidade.

Proporção

Na composição, a divisão dos elementos obedece às regras implementadas pelos mate-

máticos gregos, ou seja, à proporção áurea. Isso significa que as dimensões do retângulo da

tela são determinadas por uma relação matemática em que largura (0,618) e altura (0,382)

representam frações de um todo. Por meio do desenho geométrico, essa relação pode ser

obtida conforme o esquema seguinte.

Todo = 1

Largura = 0,618 do todo Altura = 0,382 do todo

0,618 + 0,382 = 1 = todo

1,000

0,618 0,382

Observe que Botticelli utilizou uma tela com as dimensões de um retângulo áureo.

17

5 c

m

17

5 x

0

,6

18

=

10

8,1

5 c

m

17

5 x

0

,3

82

=

66

,8

5 c

m

©G

all

eri

a d

eg

li U

ffiz

i, F

lore

nça

, Itá

lia

A proporção áurea determinou, ainda, a relação entre o céu e o mar.

11

Equilíbrio

As principais linhas da representação convergem para o rosto de Vênus, criando um

ponto de fuga centralizado. Essa é uma técnica de perspectiva bastante utilizada no

Renascimento.

A deusa Vênus aparece centralizada e praticamente estática, mas, ao seu redor, as figuras

(ou suas vestes) flutuam pela ação do vento. Dessa maneira, constrói-se a sensação de equilíbrio.

A harmonia da pintura se dá pela soma dos aspectos formais (linhas, ritmo, equilíbrio,

etc.) e psicológicos (cores, figuras, etc.).

Simbologia

Na pintura, Zéfiro está soprando em direção a Vênus (1). Ele representa o vento oeste,

e seu sopro simboliza a passagem de Vênus do útero (água) para a vida (terra). As rosas que

caem simbolizam, segundo a mitologia, “as flores sagradas de Vênus” (2). As pétalas e os

espinhos das rosas significam a beleza e a dor trazidas pelo sentimento amoroso. Hora pre-

tende acolher Vênus com seu manto, criando uma relação entre a primavera e o amor (3). A

guirlanda de mirta verde no pescoço de Hora simboliza o amor eterno (4).

4

©G

all

eri

a d

eg

li U

ffiz

i, F

lore

nça

, Itá

lia

2

1 3

©G

all

eri

a d

eg

li U

ffiz

i, F

lore

nça

, Itá

lia

Realize uma atividade de produção artística no material de apoio.

12

Arte

Leonardo da Vinci©

Mu

seu

do

Lo

uv

re, P

ari

s, F

ran

ça

DA VINCI, Leonardo. Mona Lisa. [1503-1506]. 1 óleo sobre madeira, color., 76,8 cm × 53,3 cm. Museu do Louvre, Paris.

Leonardo da Vinci pertence ao perío-

do conhecido como Cinquecento, século

XVI. Esse período ficou conhecido como o

apogeu da arte no Renascimento: a Alta Re-

nascença. Além de Da Vinci, os mestres Mi-

chelangelo, Rafael e Ticiano marcaram essa

fase.

Leonardo da Vinci (1452-1519) nasceu

em uma aldeia toscana. A curiosidade do

artista o levou a experimentos e contribui-

ções nas mais diversas áreas. Ele tinha co-

nhecimentos de ciências naturais, óptica,

anatomia, engenharia e música. Estudioso

das proporções e da anatomia humana, dis-

secou cadáveres; estudou o voo de insetos

e aves para esboçar uma máquina voadora;

pesquisou plantas, rochas e nuvens.

Da Vinci utilizava um tipo de perspecti-

va em que as cores eram afetadas pela at-

mosfera, dando ao fundo de muitas de suas

obras uma ideia mais acentuada de distância. Retrato de Leonardo da Vinci com técnica de gravura

Assim, quanto mais longe estivesse um ob-

jeto, mais claras e imprecisas seriam as

pinceladas.

Suas pinturas mais conhecidas são o

afresco A última ceia, no qual aparecem Cris-

to e seus apóstolos; e Mona Lisa, o retrato

de uma dama da Toscana pintado no século

XVI. Essa obra, uma pequena tela que mede

77 cm × 53 cm, permaneceu na corte france-

sa após a morte do autor.

©A

lbu

m/F

oto

are

na

13

A obra Mona Lisa não ganhou a reputação de misteriosa à toa. Da Vinci usou truques so-

fisticados para criá-la. Um deles é o sfumato, técnica de criar uma gradação sutil de luz e som-

bra, sem linhas perceptíveis, por meio de cores suaves e contornos

esfumaçados. Ao usar essa técnica nos cantos dos olhos e da boca,

o autor conseguiu criar uma imagem vaga, com a expressão facial

imprecisa, que parece mudar dependendo da perspectiva.

É interessante observar, também, a diferença entre os dois lados da obra. Da Vinci não

fez uma pintura simétrica. Com isso, a impressão visual varia de acordo com o ângulo de ob-

servação da obra.

atividades

1 Por sua fama, a pintura Mona Lisa se tornou uma das obras mais parodiadas por artistas e amadores no mundo todo. Vários artistas fizeram releituras da obra, como o colombiano Fernando Botero e o quadrinista brasileiro Mauricio de Sousa.

©C

ole

ção

pa

rtic

ula

r

BOTERO, Fernando. Mona Lisa. 1977. 1 óleo sobre tela, color., 166 cm × 183 cm. Coleção particular.

Agora, use a criatividade e faça, em uma folha de papel, sua própria releitura da Mona Lisa. Você

pode desenhá-la com diferentes formas ou usar recortes de imagens das releituras já existentes para criar uma colagem.

Mônica Lisa, Mauricio de Sousa.

©M

au

rici

o d

e S

ou

sa E

dit

ora

Ltd

a.

gradação: alteração de uma cor para outra ou de uma tonalidade para outra, de maneira gradativa.

14

Arte

3 Os renascentistas baseavam-se em uma série de regras para definir a qualidade de uma obra, o ideal de ser humano e o de beleza. Converse com os colegas e o professor sobre quais eram os cri-térios mais importantes na arte daquela época e na de hoje. Depois, registre-os com palavras-chave.

Renascimento

Qualidade de uma obra:

Ser humano ideal:

Ideal de beleza:

Atualidade

Qualidade de uma obra:

Ser humano ideal:

Ideal de beleza:

2 Veja a obra Homem vitruviano, de Leonardo da Vinci. Converse com seus colegas e formule uma teoria sobre o modo como a simetria, a proporção e o equilíbrio se relacionam aos padrões compo-sitivos do Renascimento.

©S

hu

tte

rsto

ck/J

an

ak

a D

ha

rma

sen

a

DA VINCI, Leonardo.

Homem vitruviano. Século XV.

15

Rafael

Raffaello Sanzio de Urbino (1483-1520), ou simplesmente Rafael, é também um dos

mestres do Renascimento. Sua arte é considerada um exemplo de domínio tanto da técnica

de desenho quanto do equilíbrio nas composições.

Esse artista desenhava figuras em movimentos livres, seguindo um ideal elevado de be-

leza. Em vez de imitar a natureza, preferia uma beleza inspirada na idealização de modelos.

Ou seja, fazia de suas obras uma tentativa de aprimorar a natureza.

curiosidade?

O afresco Escola de Atenas é uma das obras mais representativas do Renascimento

italiano. Rafael, ao executá-lo, realizou uma síntese da história da filosofia clássica.

Ao centro, com um manto azul, temos retratado o filósofo

grego Aristóteles, com a mão voltada para baixo, indicando o

mundo concreto, sensível. Ao seu lado, com um manto verme-

lho, está Platão, com a mão para cima, apontando para o mundo

das ideias.

©P

alá

cio

do

Va

tica

no

, Ro

ma

, itá

lia

RAFAEL. Escola de Atenas. [1509-1511]. 1 afresco, color., 500 cm × 770 cm. Palácio do Vaticano, Roma.

Pesquise mais sobre a obra Escola de Atenas, procurando identificar as personalidades nela representadas e o motivo dessa representação. Depois, faça uma atividade de produção artística no material de apoio.

pesquisa

o

o o

me

nd

o

e-

o

Platão e Aristóteles, detalhe do afresco Escola de Atenas

©P

alá

cio

do

Va

tica

no

, Ro

ma

, itá

lia

16

Arte

Perspectiva na arte, o que é?

Quando estudamos a arte e a concepção de espaços

em desenhos, deparamo-nos com um conceito conhecido

o que é perspectiva?

DA VINCI, Leonardo. A última ceia. [1495-1497]. Estuque, 460 cm × 880 cm. Refeitório de Santa Maria delle Grazie, Milão.

Linha do horizonte

Ponto de fuga 17

Para compreender como funciona o recurso da perspectiva, é preciso observar alguns de

seus principais conceitos.

Linha do horizonte

A linha do horizonte (LH) é a linha onde

corre o Ponto de Fuga (PF). Não importa

se você está abaixado, sentado ou em pé,

a LH sempre permanece na altura dos seus

olhos. Em alguns casos, ela é bem visível,

como a linha que separa o céu do mar, mas,

em outros, está escondida atrás de objetos,

construções ou paisagens. Uma dica para

encontrá-la é colocar um lápis na posição

horizontal, em frente aos seus olhos.

DK

O E

stú

dio

. 20

14

. Dig

ita

l.

Ponto de fuga

Na perspectiva, o artista representa o objeto, ou a paisagem, projetando-o sobre um

plano que parte de um ponto – ponto de fuga – sobre a LH. Todas as linhas de projeção do

desenho se dirigem para esse ponto. Portanto,

observador.

DK

O E

stú

dio

. 20

14

. Dig

ita

l.

Ponto de vista

DK

O E

stú

dio

. 20

14

. Dig

ita

l.

DK

O E

stú

dio

. 20

14

. Dig

ita

l.

O ponto de vista é a posição (o ângulo

de visão) em que o observador se encontra

em relação ao objeto. A perspectiva muda

conforme o ponto de vista.

Um ponto de fuga Dois pontos de fuga

18

Arte

Linhas de fuga

As linhas de fuga são as linhas imaginárias que proporcionam o efeito da perspectiva,

convergindo para o ponto de fuga (linhas brancas pontilhadas da figura abaixo). Em ou-

tras palavras, o afunilamento dessas linhas em direção ao ponto gera a sensação visual de

profundidade.

DK

O E

stú

dio

. 20

14

. Dig

ita

l.

Desenho em perspectiva

Você sabia que qualquer objeto pode ser desenhado em perspectiva? Uma maneira

de fazer isso é visualizar o objeto dentro de uma caixa. Você pode até mesmo desenhar

a caixa, em traços leves, para ajudar. Em seguida, basta desenhar o objeto dentro dela,

como nas imagens a seguir. Observe.D

KO

Est

úd

io. 2

01

4. D

igit

al.

curiosidade?

19

atividades

1 Observe atentamente o afresco Entrega das Chaves, de Pietro Perugino, e indique sobre ele a linha do horizonte, o ponto e as linhas de fuga.

PERUGINO, Pietro. Cristo entregando as chaves para São Pedro. [1481-1482]. 1 afresco, 335 cm × 550 cm. Capela Sistina, Vaticano, Itália.

2 Escolha um objeto que esteja ao seu alcance e observe-o. Em seguida, desenhe-o no espaço abaixo, como se ele estivesse dentro de uma caixa. Preste atenção às três dimensões que a caixa apresenta: largura, altura e profundidade.

©C

ap

ela

Sis

tin

a, V

ati

can

o, I

táli

a

20

Arte

Escultura renascentista

As esculturas da Idade Média eram rígidas, sem movimento. No Renascimento, as escul-

turas recuperaram a grandeza da Antiguidade Clássica, período no qual se inspiraram escul-

tores como Michelangelo (1475-1488), Donatello (1386-1466) e Andrea del Verrochio (1435-

1488), entre outros.

Pode-se afirmar que a escultura é a forma de expressão artística que melhor demonstra

as influências clássicas, pois nela nota-se grande preocupação em aplicar os moldes estabe-

rigor anatômico, naturalismo, realismo e humanismo.

Muitas esculturas do Renascimento são representações de uma figura humana nua, pela

qual os artistas procuravam exprimir paixões e sentimentos característicos do ser humano,

baseando-se na Bíblia, na mitologia e na natureza.

Foi também nesse período que se desenvolveu o domínio e a perícia na utilização de

materiais como o mármore, a pedra, o bronze, a madeira ou a terracota. Além disso, o desen-

volvimento dos estudos de perspectiva, com rigorosos desenhos prévios, permitiu que se

chegasse à proporção e ao realismo característicos da época.

Observe e compare as duas esculturas. À esquerda,

Davi, de Michelangelo.

©S

hu

tte

rsto

ck/P

ryzm

at

©S

hu

tte

rsto

ck/D

av

ide

Tro

lli

ANTIOQUIA, Alexandre de. A Vênus de Milo. [ca. 200 a.C.] 1 escultura em mármore, 202 cm. Museu do Louvre, Paris, França.

BUONARROTI, Michelangelo. Davi. [1501-1504]. 1 escultura em mármore, 5,17 m. Galeria da Academia de Belas Artes de Florença, Itália.

21

Michelangelo

Michelangelo (1475-1564) pode ser considerado um dos artistas mais completos da Re-

-

A escultura Davi é uma das mais belas

obras que a humanidade já produziu. Mas

Pietà

conhecida entre as esculturas feitas pelo

artista.

Para Michelangelo, a escultura era a

mais nobre das artes. Ele entendia que o

processo de esculpir era uma tarefa suces-

siva de remoção do supérfluo para expor a

concetto

Ele também fez uma pintura muito im-

o teto da Capela Sistina, considerada uma

das obras mais famosas da história da arte.

da Capela Sistina. No caderno, anote as principais características renascentistas observadas

na obra. Apresente a sua análise à turma.

©Capela Sistina, Palácio Apostólico, Vaticano, Itália

BUONARROTI, Michelangelo. Pietà. 1499. 1 escultura em mármore, 174 cm × 195 cm. Basílica de São Pedro, Vaticano.

©S

hu

tte

rsto

ck/P

ao

lo G

all

o

BUONARROTI, Michelangelo. Teto da Capela SistinaVaticano.

22

Arte

Donatello

-

te escultor italiano do Renascimento. Exer-

ceu sua profissão em diversas cidades italia-

nas, como Florença, Roma, Nápoles, Siena e

Pádua, onde até hoje podemos apreciar seus

trabalhos.

Marcadas pela harmonia, proporcionali-

dade, dinamismo e delicadeza, as obras de

Donatello apresentam características diver-

sas: clássicas, góticas e humanistas, com ten-

dências realistas.

Por isso, Donatello foi considerado um grande inovador das técnicas artísticas, entre as

quais se destaca o baixo-relevo, como se pode ver no detalhe da base da escultura na ima-

mármore, bronze e madeira.

©S

hu

tte

rsto

ck/L

au

rad

ibi

©S

hu

tte

rsto

ck/K

ah

ram

an

ka

va

s

©S

hu

tte

rsto

ck/K

ah

ram

an

ka

va

s

DONATELLO. Judite e Holofernes. [1455-1460]. 1 escultura em cobre, 236 cm. Palazzo Vecchio, Florença. 

DONATELLO. São Jorge. 1416. 1 escultura em mármore, 214 cm.

Museo Nazionale del Bargello, Florença.

23

GALERIA©

Sh

utt

ers

tock

/Zv

on

imir

Atl

eti

c

VERROCCHIO, Andrea Del. Cristo e São Tomás. [1466-1483]. 1 escultura em bronze, 230 cm. Igreja Orsanmichele, Florença.

©S

hu

tte

rsto

ck/A

lek

s49

DI BANCO, Nanni. Os quatro santos coroados. [1416-1417]. 1 escultura em mármore, 203 cm. Igreja Orsanmichele, Florença.

©S

hu

tte

rsto

ck/W

illi

am

Ha

mm

er

GHIBERTI, Lorenzo. A história de José. [1425-1452]. 1 escultura em bronze. Batistério de São João, Florença. Detalhe.

24

Arte

Música renascentista

para expressar as qualidades humanas e a ciência. Mas isso não ocorreu de um momento para

dominado pela Igreja.

polifonia: é uma técnica de composição que produz uma textura sonora específica, em que

duas ou mais vozes (instrumentos) se desenvolvem, preservando

um caráter melódico e rítmico individualizado.

e se estendeu até o fim do século XVI. A polifonia utilizada duran-

renascentista usava o recurso da imitação, criando um trecho me-

lódico que, uma vez apresentado por uma voz (ou instrumento),

aparece seguido de outras vozes. A técnica de polifonia deu ori-

gem ao contraponto, ou seja, uma combinação de duas ou mais

Música vocal

feita para ser cantada na igreja. Na Basílica de São Marcos, em Veneza, uma das mais famosas

basílicas italianas, havia duas galerias para coro e dois órgãos, o que possibilitou a composição de

peças para mais de um coro, os chamados policorais.

Nas peças policorais, havia dois (ou até mais) grupos. Assim, uma voz vinda da esquerda era

respondida pelo coro da direita e vice-versa. Algumas das peças para corais mais impressionan-

©O

Est

ad

o H

erm

ita

ge

, Sã

o P

ete

rsb

urg

o

FRANCIA, Francesco. A virgem e o menino. 1500. 1 têmpera e óleo sobre tela, 193 × 151 cm. Museu Nacional do Hermitage, São Petersburgo, Rússia. Detalhe.

25

DKO Est dio. 14. Digital.

DKO Est dioo..14. Digiittal.

Viola

Alaúde

Sacabuxa

Cromorne

Trompete

Cervelato

Música instrumental

Os instrumentos musicais foram vistos como simples acompanhantes para o canto até o

início do século XVI. A partir de então, composições instrumentais apareceram, tornaram-se

Muitos instrumentos passaram por aperfeiçoamentos nessa época. Entre as famílias que

tinham condições de possuir instrumentos, eram comuns flautas, cornetos medievais, cro-

Também nessa época, nasceu a primeira partitura de orquestra em Paris, o Ballet co-

mique de la reine Dafne (1594). Os

-

verdi foi um dos principais destaques desse período, pesquise sobre a ópera L’Orfeu

e registre o que encontrar no caderno. Em seguida, use as características aprendidas so-

bre a arte do período e sua criatividade para criar um cartaz de divulgação para a obra de

Monteverdi.

26

Arte

Teatro renascentista

Na passagem da Idade Média para o Renascimento, as peças eram criadas principalmen-

te para datas festivas.

Com o fortalecimento da realeza, os atores buscaram um meio de sobrevivência, fundan-

do as primeiras companhias teatrais não amadoras. A maioria dessas companhias adotou o

ideal humanista, representando o ser humano e a razão. Entretanto, alguns autores resisten-

tes a essas temáticas escreveram dramas religiosos.

Dessa forma, somente por volta do século XVI, ocorreu a profissionalização do teatro na

Itália. Paralelamente à crítica teatral que se ocupava do estudo de Aristóteles, a commedia

dell’arte, um dos gêneros do teatro renascentista, surgiu com essas primeiras companhias

imprecisas, mas acredita-se que tenha ocorrido por volta de 1545.©Bridgeman/Fotoarena

Apresentação de Commedia dell’arte, autoria desconhecida

27

A commedia dell’arte era um tipo de teatro popular feito ao ar livre, em oposição à

comédia erudita, forma de teatro não profissional então praticada nas cortes. A figura

central era o ator. Em grupo, os atores improvisavam parcialmente o espetáculo, com base

em um roteiro que resumia o enredo da história.

O texto não era definido anteriormente. Somente um tipo de rascunho das histórias

era escrito antes. A ação e o diálogo dos atores em cena se abriam ao improviso e às varia-

ções da arte de representar.

Para isso, os atores mantinham uma galeria de personagens fixos. Havia os serviçais, os

patrões e os enamorados. Cada tipo de personagem tinha uma origem e um perfil defini-

dos: o Pantalone (Pantaleão) era o comerciante rico e mesquinho. O Dottore (Doutor), um

intelectual pedante. Assim como

o Arlecchino (Arlequim) e a Co-

lombina (Colombina), o Brighel-

la era um criado, mas de estilo

malicioso.

O Arlecchino era um dos per-

sonagens mais importantes na

trama. Algumas vezes, era ingê-

nuo e atrapalhado, outras, astuto

e trapaceiro, mas sempre alegre.

Os enamorados, jovens apaixo-

nados, eram belos e instruídos. O

Arlecchino e alguns outros perso-

nagens masculinos usavam más-

caras, mas quem tinha o rosto à

mostra também atuava como se

estivesse mascarado.

O texto costumava girar em

torno de casais apaixonados que

sofriam com as influências da so-

ciedade. Nessa organização tea-

tral, as palavras não eram mais

importantes do que os gestos,

e ambos eram responsáveis por

criar o humor. Os espetáculos

eram apresentados nas festas ou

nos mercados das mais importan-

tes cidades italianas.

©C

ole

ção

pa

rtic

ula

r

CÉZANNE, Paul. Arlequim. [1888-1890]. 1 óleo sobre tela, color., 101 cm × 65 cm. Coleção particular.

28

Arte

Ilust

raçõ

es:

DK

O E

std

io.

14

. Dig

ital

.

nos tipos vindos da commedia dell’arte, fazendo uma releitura desses personagens com base na socie-dade de hoje. Elaborem um roteiro básico para a história. Depois, apresentem-se para os outros grupos,

improvisando ações e diálogos.

Exemplos dos personagens fixos da commedia dell’arte:

atividades

Arlequim e seu comparsa Arlequim brinda com seu comparsa

Se você pretende fazer chouriço do meu corpo, espere pelo menos que eu engorde um pouco.

Dança no Renascimento

Durante a Idade Média, por causa das imposições da Igreja, a dança era proibida como

continuava a existir como manifestação popular, sendo praticada longe dos olhos dos

religiosos.

29

artes em festa

O Renascimento libertou-se das determinações eclesiásticas relativas à dança, que dei-

xou de ser restrita ao meio popular e entrou nos palácios da corte, sendo adaptada ao gosto

dos nobres. Com isso, perdeu espontaneidade, mas se sofisticou, ganhando floreios, postu-

ras marcadas e regras quanto ao movimento da cabeça, do tronco e dos braços.

Durante esse período, nasceram as danças coreografadas,

como a pavana e a galharda. Acredita-se que o nome pavana tenha

surgido da palavra espanhola pavón ou da italiana pavone, que

significam pavão. Isso porque essa dança era realizada de forma

lenta, com movimentos coreografados. Os cortesãos, vestidos

com suas capas e portando suas espadas, eram acompanhados

de suas parceiras, com vestidos de grandes caudas. Ambos des-

lizavam pelo salão de maneira pomposa, como se fossem pavões

movimentando a cauda e mostrando a todos suas maneiras finas

e elegantes. Os dançarinos costumavam fazer longas reverências,

continências, passos estáticos, entre outros movimentos.

As danças tornaram-se um costume nos bailes das cortes reais, nos quais os nobres os-

tentavam riqueza e poder.

pavana: dança lenta da corte, em compasso binário, com passos simples e repetitivos. Oriunda da região de Pádua, tornou-se muito popular nos séculos XVI e XVII na França, na Itália e na Espanha.

galharda: com a pavana, formou um par de danças muito popular entre os compositores do Renascimento, dando origem ao princípio da suíte (sequência de danças), desenvolvido no Barroco. Desenvolveu-se em compasso ternário e tempo rápido, ao contrário da pavana.

Como está a organização do evento em torno das Artes?

Não se esqueça de que as criações artísticas – pinturas, desenhos, colagens, escultu-

ras, fotografias, entre outras – que você e seus colegas realizarem deverão ser bem con-

servadas até o dia da exposição.

e confecção de figurinos e adereços, além da escolha dos espaços onde as apresentações

acontecerão.

Lembre-se de divulgar o evento na escola e na comunidade.

Balé

Na segunda metade do século XVI, a dança ganhou caráter de espetáculo durante os

mademoiselle

de Lorraine, que era irmã da rainha Louise de Lorraine-Vaudémont. Esse espetáculo foi en-

comendado por Catarina de Médicis, mãe do rei Henrique III, da França. Nessa ocasião, reu-

grega presente no poema Odisseia, de Homero. Em cena, havia deuses e deusas, ninfas e

outros personagens mitológicos.

30

Arte

Catarina de Médicis era uma figura autoritária que, nos bastidores, comandava seu filho.

Ela queria que o casamento fosse uma ocasião magnífica. Para isso, pediu o auxílio do seu

Balthazar Beaujoyeulx, que preparou um espetáculo jamais visto até então.

O Ballet comique de la reine durou cinco horas e meia e foi uma montagem marcante

por seu aspecto grandioso. Essa obra é considerada a primeira desse tipo de espetáculo, e os

estudiosos a colocam na origem do balé no Ocidente.

O balé, dançado também por mulheres, exibia figurinos suntuosos. Os bailarinos, ao se

deslocarem pelo salão, formavam figuras geométricas no solo.

©M

use

u d

o L

ou

vre

, Pa

ris,

Fra

nça

Ballet comique de la reine, de Balthazar Beaujoyeulx. Século XVII. Museu do Louvre, Paris

Assim, constituíram o primeiro corpo de baile da história da dança e lançaram os funda-

mentos de uma nova forma de arte.

31

dança do Período Renascentista. Alguns pontos são fundamentais para que o trabalho tenha

às proporções, usando os princípios matemáticos como nas obras do Renascimento. Mãos à

obra!

1 O pensamento artístico no Renascimento apresenta algumas características bastante específicas. Qual delas, na sua opinião, foi a que provocou as maiores transformações sociais da época? Por quê?

2 Identifique e contorne no quadro abaixo algumas palavras-chave que podem descrever Leonardo da Vinci.

atividades

Religioso Pintor Anatomista Médico Arquiteto

Matemático Inventor Cientista Engenheiro Político

32

Material de Apoio7°. ano – Volume 1

Arte

Pesquise uma história da mitologia grega ou da romana de que você goste, envolvendo deuses e mortais. Depois, por meio de desenhos, faça uma releitura desse mito no espaço abaixo. Experi-mente usar as técnicas de equilíbrio e a proporção áurea em sua criação!

Página 12 – Atividade

1

O ponto alto da obra Escola de Atenas é a representação da busca por um ideal. No campo da be-leza, esse ideal sofreu modificações diversas no decorrer da história. Debata com os colegas sobre as diferenças entre o ideal de beleza renascentista e o propagado hoje pelas mídias e pela moda.

Depois, de acordo com seu ideal de beleza, crie um personagem e compartilhe com seus colegas.

Página 16 – Atividade