06 - DIFERENÇA ENTRE ESPIRITISMO, UMBANDA E RELIGIÕES AFRO-INDÍGENAS
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ÍNDICE
Objetivo Da Aula............................................................................2Reflexão.........................................................................................2Assunto Abordado Pelo Dirigente.................................................2Bibliografia Principal......................................................................2Bibliografia Complementar............................................................3Entendendo O Espiritismo.............................................................4Umbanda Não É Espiritismo..........................................................5
diferenças.........................................................................5Ritos, talismãs, pontos, vestimentas especiais e
hierarquia sacerdotal.......................................................6
Trabalhos materiais, fluidos materializados.....................6
Hierarquia Espiritual.........................................................7
Mediunidade....................................................................8
Semelhanças...................................................................9O que são caboclos, pretos-velhos, oferendas, etc, sob a
ótica espírita?.................................................................11
A Umbanda..................................................................................17Jesus e Oxalá na terra de Yurupari................................17
O Alabê De Jerusalém - A Ópera...............................................18O Alabê De Jerusalém - A Historia.............................................21Religião De Umbanda..................................................................26Diferenças Entre A Religião De Umbanda E A Religião De Candomblé..................................................................................31Religiões Afro-Indigenas Ou Afro-Brasileiras..............................48As religiões Afro-brasileiras.........................................................49
Candomblé.....................................................................50Umbanda ou Macumba, a “religião brasileira”...............52
Plano de Ideias nº 01...................................................................55
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OBJETIVO DA AULA
Estabelecer o conceito de Mediunismo
As Manifestações Espirituais ostensivas são o ponto em
comum entre Espiritismo e religiões afro-indígenas.
Reforças a noção de respeito pelas outras religiões que
propiciam a prática do bem e o conforto às pessoas.
REFLEXÃO
ASSUNTO ABORDADO PELO DIRIGENTE
Recepção E Recados
BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL
O Evangelho Segundo o Espiritismo –
(Allan Kardec)Capitulo
O Livro dos Espíritos – (Allan Kardec) Questões
Emmanuel(Emmanuel / F C Xavier) 25
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Iniciação Espírita (Diversos) – 5ª Edição
Editora Aliança5
Vivência do Espiritismo Religioso –
(Diversos) .
Guia do Discípulo – (Edgard Armond)
Guia do Aprendiz (Edgard Armond) 1 – 4 – 8 – 9 –
112
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Mensagens e Instruções(Edgard
Armond)
Pagina 21 e
27
Falando ao Coração(Edgard Armond) 1 – 611
Na Semeadura II(Edgard Armond)
27 – 40 – 46 –
58 – 62 – 86 –
120 – 171 –
184 – 202 –
255257
Respondendo e Esclarecendo(Edgard
Armond)
43 – 56 – 201
– 261 –
264268
Verdades e Conceitos II – (Edgard
Armond)45
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ENTENDENDO O ESPIRITISMO
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UMBANDA NÃO É ESPIRITISMO
DIFERENÇAS.
Quais as principais diferenças entre a Umbanda e a Doutrina
Espírita, no que diz respeito a palestras, utilização de
instrumentos musicais, trajes, rituais, amuletos, imagens,
sacrifício de animais, comunicação com espíritos,
desenvolvimento da mediunidade, promessas de cura, passes,
serviço pago e gratuito, etc?
A doutrina de Umbanda foi originalmente criada pelos índios e
depois, com a imigração negra e, posteriormente, a imposição
religiosa católica, assumiu carácter sincrético, isto é, agregou em
seus princípios crenças africanas, vindas de várias seitasdas
quais várias variações do Candomblée, por impositivo da Igreja
Católica, cultuavam seus orixás com correspondência aos santos
católicos, para não serem reprimidos. Toda a doutrina de
Umbanda passou por várias adaptações locais e pessoais, por
não ser uma doutrina codificada.
A doutrina Espírita foi codificada na França do século XIX pelo
Prof. Denizard Rivail, também conhecido por Allan Kardec, mais
especificamente em 1857 com a primeira edição de O Livro dos
Espíritos. A Doutrina Espírita é uma filosofia científica de
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conseqüências religiosas, não sincrética e codificada, isto é,
contém nos livros das Obras Básicas toda a base doutrinária que
lhe é própria, sendo as demais obras complementares. Obras
básicas da codificação espírita: O Livro dos Espíritos, O
Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, A
Gênese, O Céu e o Inferno.
Só pela origem histórica e pelas características já é possível ver
uma diferença significativa entre as duas filosofias, mas
entraremos um pouco mais nos seus postulados para verificar
quais são as diferenças doutrinárias mais marcantes (embora
existam muitas).
Ritos, talismãs, pontos, vestimentas especiais e hierarquia sacerdotal
O Espiritismo não adota qualquer tipo de ritual, não adota
talismãs, não possui qualquer tipo de chamativo aos Espíritos
sob a forma de pontos e também, para nenhuma de suas
atividades, sejam elas quais forem, adota vestimentas especiais.
A Umbanda adota em seus princípios rituais próprios (giras,
festas, etc), talismãs (guias, pembas, etc), pontos riscados e
cantados, hierarquia sacerdotal (babalorixá, yalorixá, filho de
santo, ogã, etc) e vestimentas especiais (branco ou uniforme da
casa em questão).
Trabalhos materiais, fluidos materializados
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O Espiritismo não adota em suas práticas qualquer tipo de
oferenda ou trabalho material. Todas as manipulações fluídicas
são feitas pelos Espíritos, com o auxílio de médiuns passistas
quando se faz necessário, utilizando deles também os fluidos
animalizados, sem necessidade de trabalhos materiais.
A Umbanda adota em suas práticas o uso de oferendas e
trabalhos de ordem material. Além disso, propõe-se à
manipulação de fluidos pesados, materiais, nas práticas da
"magia branca". Tal é, no mais das vezes, a finalidade das
oferendas na Umbandaa manipulação desses fluidos.
Hierarquia Espiritual
O Espiritismo não adota qualquer tipo de divisão desse tipo.
Apenas mostra que os Espíritos são distintos por seu nível
intelectual e moral, ou seja, pelo maior ou menor conhecimento
das coisas e pela maior ou menor disposição em fazer o bem.
Não adota distinção entre "Falange X" ou "Falange Y",
simplesmente entre elevação espiritual que demonstra pertencer
por seu linguajar, sua postura e o conteúdo de sua mensagem.
Além disso, os Espíritos designam-se pelos nomes de suas
últimas encarnações ou os nomes que queiram, sem assumirem
"cargo" algum. O máximo que há é a assinatura das mensagens
como "Um amigo" ou "Um Espírito amigo da casa", etc.
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A Umbanda adota em suas crenças uma hierarquia dos Espíritos
dividida em 7 vibrações, regidas cada uma por um Orixá, e
subdividida cada uma delas em mais 7. Há uma caracterização
espiritual por "vibração" a que o Espírito diz pertencer. Além
disso, os Espíritos designam-se, normalmente, por nomes-chave,
que são, na realidade "cargos espirituais", como Pai Joaquim,
Vovó Maria Conga, Exu Pinga-Fogo, Ogum Beira-Mar, entre
outros tantos.
Mediunidade
O Espiritismo utiliza a mediunidade segundo uma óptica de
educação mediúnica, baseada principalmente no estudo
aprofundado e prévio de O Livro dos Médiuns. O processo de
treinamento mediúnico, na Casa Espírita, não é empírico, segue
as orientações de Allan Kardec e verifica-se por aulas mediúnicas
onde há uma acomodação gradativa do médium e este
acompanha com estudos relativos à mediunidade, para se tornar
mais consciente do trabalho que realiza. O Espiritismo trabalha
todas as formas de mediunidade, muito visivelmente a psicografia
e a psicofonia. Muito raramente é utilizada a psicopraxia.
Normalmente o Espírito só fala pelo médium, não há necessidade
que movimente seu corpo físico além da fala. Além de tudo isso,
a prática mediúnica espírita é sempre fechada a um grupo de
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pessoas que já tenham acumulado um mínimo estudo sobre os
fenômenos e, por isso, sejam mais capazes de compreendê-los.
A Umbanda utiliza a mediunidade de maneira empírica, por
assim dizer, na medida em que o "desenvolvimento mediúnico"
fica a cargo dos Espíritos comunicantes e do próprio médium,
seguindo uma "tradição" da casa. Além disso, utiliza-se quase
que em 100% do tempo da incorporação ou, no dito espírita, da
psicopraxia. Outras formas de mediunidade, como a psicografia,
a mediunidade de transporte, a mediunidade de efeitos físicos,
são bastante pouco utilizadas na Umbanda. Além de tudo isso, a
prática mediúnica é, em alguns casos, aberta ao público.
SEMELHANÇAS
Apesar de inúmeras diferenças, há entre o Espiritismo e a
Umbanda pequenas semelhanças, que, se não de forma
profunda, pelo menos de forma geral, existem:
Acreditam na sobrevivência do Espírito
São reencarnacionistas
Utilizam em suas práticas a mediunidade (embora de
formas distintas)
Reconhecem Jesus como o maior dos Espíritos que já
esteve na Terra (Oxalá é Jesus na Umbanda, e Orixalá ou Oxalá
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Maior é Deus, seu Pai) embora não haja na Umbanda um estudo
sobre o Evangelho.
Visam o trabalho para o bem
Difundem a prática da caridade como meio de elevação
espiritual
Além de tudo isso, cabe ainda ressaltar que, embora guardem
diferenças profundas, por seu objetivo comum da difusão do bem
e da paz e pelo uso da mediunidade, algumas vezes Espíritos
ligados à Umbanda auxiliam-nos nas práticas espirituais na Casa
Espírita, sendo recebidos como irmãos queridos, como todos
aqueles que se dedicam ao bem e ao amor.
Os Espíritos que se apresentam na Umbanda, seja qual for o
nome que carreguem, são Espíritos individuais como nós tiveram
um nome em sua última encarnação embora não se apresentem
com ele, têm dores, sofrimentos e angústias como todos nós.
São Espíritos, portanto, do nosso mesmo nível médio de
evolução. Cabe, no entanto, que façamos sempre a diferenciação
do seu nível evolutivo.
O que queremos dizer com isso?
O que o Espiritismo nos ensina é que os Espíritos são atraídos
pela Lei de Afinidade.
Em um grupo em que se preze pelo bem, pela caridade, pela
gentileza, pelo estudo, pela preocupação com as pessoas, que
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ensine aos médiuns a boa conduta da prece e da correção de
atitudes, logicamente Espíritos bem mais elevados se
aproximarão para o trabalho (mesmo que com os mesmos nomes
dos outros) veja o livro "Loucura e Obsessão" recomendado
abaixo.
Mas, de outro modo, em locais onde isso não haja, os Espíritos
que se apresentarão, sob os mesmos nomes, serão Espíritos
inferiores, brincalhões e por vezes perversos, quando não
somente ignorantes.
Falam com autoridade, mas sua postura moral não lhes dá essa
autoridade.
Não são capazes de seguir um raciocínio lógico, porque seu nível
intelectual não o alcança.
São, portanto, Espíritos inferiores.
Não importa o nome com que um Espírito se apresente, é
importante saber se aquela individualidade espiritual apresenta
elevação o suficiente pelas suas palavras, suas intenções, suas
orientações, sua sabedoria, mesmo que revestida de
simplicidade, como era Jesus.
O que são caboclos, pretos-velhos, oferendas, etc, sob a ótica espírita?
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- Todas essas denominações são parte de algumas filosofias
espiritualistas tais como Umbanda, Candomblé, Quimbanda, etc,
não da filosofia espírita.
O Espiritismo nos diz que os Espíritos só são divididos segundo o
seu nível evolutivo - intelectual e moral - e por isso se distinguem.
A cor, a raça, a profissão, o sexo, a cor do cabelo, o nome, a
brancura dos dentes, a lisura da pele, nada disso faz com que um
Espírito seja diferente do outro na ótica espírita.
Por isso o Espiritismo, embora reconheça, cientificamente, as
diferenças e particularidades raciais em termos de cultura, de
lutas coletivas históricas, etc, mostra-nos que cada Espírito é
uma individualidade, assexuada, sem cor, sem raça, que só se
distingue dos outros por sua elevação espiritual, por nada mais.
O Espiritismo respeita profundamente aqueles que, por qualquer
motivo, pensem diferentemente, mas não assume para si, pelas
questões acima, essa diferenciação.
Podemos recomendar um livro excepcional sobre o assunto.
Chama-se "Loucura e Obsessão", do Espírito Manoel Philomeno
de Miranda, psicografia do médium Divaldo Pereira Franco,
editora FEB. Nesse livro achará explicações preciosíssimas
sobre a visão de um Espírito do quilate de Manoel Philomeno e
Dr. Bezerra de Menezes sobre os trabalhos executados numa
casa de caridade afro-brasileira. É belíssimo.
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Vemos que nenhum carácter físico indica qualquer diferenciação
no plano espiritual em termos de evolução.
O que quer dizer isso? Há Espíritos de grande evolução que se
mostram como homens, mulheres; loiros, morenos, amarelos,
negros, mulatos, mamelucos, etc.
Há grupamentos espiritualistas que, por governar neles o
alcoolismo, a falta de estudos, a falta de trabalho no bem, etc,
logicamente os Espíritos que se apresentam serão simpáticos a
eles, ou seja, Espíritos inferiores.
Se apresentarão de acordo com suas crenças - Ogum, Iemanjá,
Pai Preto, Vovó, Criança, etc - mas serão Espíritos tão ignorantes
quanto o grupo chamou pela sua falta de disciplina.
Por outro lado - e sobre esses o livro que indicamos fala - há
grupamentos espiritualistas em que as entidades espirituais,
apresentando-se sob os mesmos nomes - para não lhes chocar a
crença ou mesmo por compartilharem dela - apresentam
comunicações úteis, boas e de rara beleza e sabedoria. Por
vezes falam de forma simples, com o linguajar típico, mas seu
conteúdo é puro, voltado ao bem.
Analisemos agora o fator das oferendas materiais. Da mesma
forma temos, em suma, dois grupos de Espíritos que pedem tais
oferendas - porque há grupamentos afro-brasileiros que não mais
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trabalham com oferendas materiais. Vamos analisá-los
separadamente, novamente, só que agora de ordem inversa.
Para ilustrar nossas colocações vamos contar a história de um
espírita que, quando moço, no romper de sua mediunidade, foi
levado a um terreiro de Umbanda e foi se consultar com um
preto-velho:
"Quando cheguei à casa, estava o médium incorporado sentado
e uma fila de pessoas para conversar com a entidade. Essa
entidade falava de uma forma bem típica dos escravos, dava
estalos como passes, recomendava que se acendesse uma vela
para fazer uma oração. Quando chegou a minha vez a voz dela
transmutou e me disse: 'Meu amigo, não preciso falar do jeito que
eu falo, fui um homem muito culto, muito instruído, mas durante o
período da escravidão estive aprendendo o amor, que para mim
foi a lição mais preciosa. Seu lugar, meu amigo, não é aqui. Você
precisa procurar uma Casa Espírita, tem um trabalho a fazer. E
quanto à sua pergunta, não, não é necessário que aquela
senhora acenda uma vela. Poderia ser um pedaço de papel ou
nada, mas se eu dissesse a ela: Ora, ela não vai orar. Se eu
disser: Acende uma vela e ora, ela vai orar, e a vela será
somente um dinheiro gasto por uma boa causa. Agora, meu filho,
vai em paz'. Saí do local sem dizer uma palavra e graças a essa
entidade, que até hoje me visita, pude estar com vocês hoje."
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Essa é uma pequena história verídica que ilustra o porquê alguns
Espíritos Superiores, trabalhadores de alguns grupamentos
sérios, indicam certos acompanhamentos materiais para as
pessoas - que não estariam preparadas ainda para desvincular-
se mentalmente dos objetos. O que temos visto é que - e isso é
dito no livro indicado - após algum tempo é dito à pessoa que o
que ela faz é desnecessário, recomendada a leitura da obra de
Kardec para desvincular o pensamento já preparado de tais
idéias materiais.
Vamos ao outro lado, que se subdivide em dois.
No caso de um Espírito que realmente acredita na oferenda
material. Não podemos deixar de citar que toda matéria tem
emanações fluídicas grosseiras que podem ser utilizados pelos
Espíritos. Tais fluidos são completamente captáveis na natureza
de maneira natural automática pelo pensamento dos Espíritos
Superiores que coadunam esse fluidos para se juntarem a outros
em processos de intervenção física, não necessitando para isso
que seja feita qualquer tipo de oferenda. Mas Espíritos ainda
imperfeitos utilizam-se de tais fluidos, porque não sabem
manipular outros, para uma intervenção física na matéria.
Logicamente essa intervenção acontece seguindo a Lei de Deus,
que contém a Lei de Afinidade Fluídica.
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Mais uma vez aqui vemos Espíritos bem e mal intencionados. Os
bem intencionados utilizam-se de tais fluidos - e recomendam tais
atitudes - porque realmente sua compreensão não lhes permite
alçar o âmbito do pensamento, mantendo-se vinculados à esfera
física. Utilizam-nos para o bem segundo o seu entendimento.
Os mal intencionados utilizam os fluidos para o mal. De tudo isso,
o que podemos concluir?
1) Nenhuma evidência física pode caracterizar a elevação
espiritual de um Espírito
2) Um pedido de oferenda material pode esconder por trás
uma série de intenções e uma série de circunstâncias
3) O Espiritismo mostra-nos que tais manipulações, na ótica
do Espírito, são completamente desnecessárias, mas respeita
aqueles que pensem diferentemente.
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A UMBANDA
Irmão!...
Medita demoradamente sobre a tua condição de ente humano, e
procura conhecer a razão de ser dos teus inúmeros sofrimentos.
Acompanha a evolução da mais perfeita ideologia religiosa, que é
a Umbanda, e verás que os teus temores se dissiparão. Quando
tomares conhecimento do mundo espiritual, os bondosos Orixás
te mostrarão a sublimidade das Leis Divinas, dando-te forças
para suportares, com a resignação dos fortes , os mais atrozes
padecimentos morais, materiais e espirituais.
Vem... A Umbanda redentora e amiga te espera!... -
(FONTENELLE, 1953, p. 9).
JESUS E OXALÁ NA TERRA DE YURUPARI
No fundo são misturas. Misturam-se as almas nas coisas;
misturam-se as coisas nas almas. Misturam-se as vidas, e é
assim que as pessoas e as coisas misturadas saem cada qual de
sua esfera e se misturam: o que é precisamente - o contrato e a
troca (MAUSS, 1974, p. 71).
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O ALABÊ DE JERUSALÉM - A ÓPERA
Sim, leitor. Uma ópera.
Uma ópera completa, linda e que conta uma história envolvente,
passada a dois mil anos atrás.
Alabê de Jerusalém foi encenada poucas vezes no Brasil. Mesmo
reunindo nomes de peso da MPB, como Elba Ramalho, Fafá de
Belém, Alcione, Lenine, Bibi Ferreira, Jorge Aragão e Ivan Lins,
entre outros, Altay não consegue patrocínio para levá-la
novamente a público.
Fafá de Belém disse que se Altay tivesse nascido norte-
americano, sua ópera seria um dos maiores sucessos da
Broadway. E ele estaria rico, muito rico. Como não é o caso,
Altay luta diariamente para conseguir o seu sustento e continua
na batalha para levar de volta aos palcos a sua grande obra.
Mas, deve estar se perguntando o nobre leitor: o que uma ópera
está fazendo num blog ambiental?
Respondo com um trechinho da ópera de Altay:
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Ah, meu Deus! Assisto com muita tristeza a pena da aspereza
dilacerando a beleza de uma linda sinfonia. A aguarrás de juizes,
ciumentos inflexíveis, descolorindo as matizes de uma linda
pintura, só porque não gostam da assinatura”
E vai com uma bailarina, com a inocência de menina, dançando
em volta do sol, a Grande Mãe Terra. Enquanto muitas nações,
governos, religiões ensaiam a dança da guerra.
Na verdade a bola azul quase nunca foi amada; é sempre
penalizada. Tem um trabalho enorme, dedicação e talento para
preparar a mistura, juntar os seus elementos para dar forma às
criaturas, e elas, depois de paridas, desconhecem a matriarca e
dizem, mal agradecidas: que a carne é fraca.
Olha, eu vou dizer na minha simples observação: dia após dia,
me perdoem a liberdade, mas religião de verdade, mais parecida
com a que Jesus queria, talvez seja sentimento de ecologia. Para
esse sentimento não tem fronteiras e só reza um mandamento:
preservação das espécies com urgência, sem adiamento.
Hoje, ela pensa nas plantas, nos rios, no mar, nos bichos.
Amanhã, com certeza, com a mesma dedicação e capricho,
pensará com muito cuidado nos meninos abandonados.
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Ah, se ela tivesse mais força para sustentar sua zanga, evitaria,
com certeza a fome cruel de Ruanda. Ainda era uma menina,
quando a impertinência sangrou, com a bola de fogo, a pobre
Hiroshima. Mas ela cresce, se instala como uma prece no
coração das crianças. Tenho muitas esperanças…
Eu tenho toda a certeza que nosso planeta um dia, mesmo
cansado, exausto, terá toda a garantia e guardado por uma
geração vigia, nunca mais verá a espada fria no Holocausto.
Alabê é uma exaltação a conservação da natureza e uma
tremenda lição de respeito a vida. Só por sua riqueza cultural já
merecia estar entre os materiais didáticos distribuídos pelo MEC
às escolas. A sua mensagem ambiental, importantíssima, só
reforça o seu valor.
Mas como quase tudo que presta nesse país, é relegada ao
esquecimento.
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O ALABÊ DE JERUSALÉM - A HISTORIA
Ogundana é um andarilho africano que viveu há dois mil anos,
contemporâneo de Jesus Cristo.
Ele sai da própria aldeia, em Ifé, Nigéria, aos doze anos e
atravessa todo o Norte da África, a pé, poucas vezes em
caravanas, até romper as fronteiras do continente e chegar a
Roma. Busca conhecer o mundo e encontrar a si mesmo.
A passagem pela África ocupa o primeiro quarto do livro e foi o
que mais me emocionou e interessou.
O tônus poético das cenas e cenários é de difícil tradução, resta
destacá-los para que os sentidos de quem lê este texto possam
se aproximar da magia de Ogundana, ao demonstrar, por
exemplo, a necessidade de desenvolver fina sintonia com o Orixá
de cada dia, como requisito para se tornar um Alabê, aquele que
cuida da música nos cultos Iorubás.
“Foi então, que na manhã seguinte, com realeza e requinte, na
casa dos instrumentos, recebi dos sacerdotes a empunhadura do
archote que ilumina os fundamentos, a orientação secreta pra
ficar em sintonia com o Orixá de cada dia, pra receber a energia
que cura, que alivia e neutraliza a magia fria dos maus
momentos.
Assim, ao som dos tambores, Xangô desceu de Aruanda
trazendo seus dois machados e os cruzou no meu peito, realizou
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os preceitos; e, então, já quase eleito um Alabê iniciado fui
levado em cortejo até a beira do rio.
E ao som dos cânticos sagrados, recebi a grande honraria: ser
portador de um colar, uma guia, que foi por Oxum batizada,
pertencer à hierarquia dos que vivem em sintonia com o raio que
Xangô envia rumo ao palácio das águas” (p.18).
Madiba, primo e melhor amigo de Ogundana vai ao encontro
dele, pois não o deixaria viajar sozinho rumo ao desconhecido
que ele, Madiba, também queria alcançar. Ogundana o define
como aquele que “trazia consigo, além da força dos destemidos,
a luz do sexto sentido que brilha nos olhos dos iniciados.”
Embora fosse um menino, assim como ele, inocente, Madiba “era
um sábio, tinha a intuição dos magos, a lucidez dos videntes”
(p.29).
Mas Madiba adoece parte, e o momento de sua passagem é
requintada reflexão de fé na existência do mundo espiritual e nas
razões que a razão desconhece. A dor de Ogundana é
dilacerante e a poesia gerada dessa dor nos ajuda a
compreender e superar nossas dores causadas por perdas:
“Conduzido pela dor, fui levado ao traiçoeiro reino da apatia.
Lá, sujeito às bruxarias silenciosas e à música furiosa daquele
mundo sombrio, caí no mais denso e frio estado de melancolia.
Não mais levantei os olhos para contemplar o firmamento; e, sem
o sábio aconselhamento das estrelas, distante da luminosidade
solar e do carinhoso olhar da lua cheia, cheguei a perder de vista
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o elo resplandecente da poderosa corrente que une os deuses da
minha aldeia.
Era como um açoite, a escuridão da noite, toda vez que ela
chegava. E eu sofria pesadelos, acordava assustado.
Ainda na inocência, confundia a luz da vidência com as trevas
dos maus presságios”(p.35).
Antes disso, a lucidez de Madiba diante da morte iminente,
impressiona.
“Ogundana, sinto muito, mas acho que chegou a hora. Minha
razão, já está em silêncio, não encontrou nenhuma resposta, e já
não faz nenhuma pergunta. Mas a tua, vai estar mais forte que
nunca, depois da minha partida, pode deixá-lo de costas pra luz
do seu espírito, e, te mergulhar em suas próprias sombras,
arruinar sua vida. A razão quase sempre zomba da percepção da
alma. Não aceite a hostilidade, segue em busca da verdade,
confia nas divindades, que com o tempo, ela se acalma” (p. 32 e
33).
Ainda em estado aflitivo, Ogundana prossegue a caminhada.
Sonha com um rei altivo e carinhoso, senhor de belo reinado que
lhe dá conselhos plenos de sabedoria: (...)
“Todos nós estamos sujeitos a cair nas armadilhas da tristeza.
Não percas a delicadeza, só ela traz a clareza quando a estrada
é sombria, mantém-te em vigília. Às vezes parece que tarda a
chegar o tempo das flores. Mas é que a natureza o guarda
porque sabe que os pintores, os que fabricam as cores, moram
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em outras estações. E por isso ela espera até que outros artistas
procurem-na e felizes lhe digam: “Querida mãe natureza, já
temos todos os matizes pra pintar sua primavera”” (p.37).
Uma das mais belas partes do livro vem logo a seguir, um diálogo
entre o rio Nilo e o deserto, feito por meio dos viajantes que
trazem a um, notícias do outro. Há também reflexões profundas
sobre a vida e a paixão, “uma nos joga na estrada e a outra em
algum lugar nos espera”, e, finalmente, sobre a difícil decisão de
persistir no caminho, de atender ao chamado da vida: “Hesitei,
não por me faltar coragem, mas o ritual de passagem de um
mundo conhecido pra outro tão longe de nossas raízes é um ato
violento.
Correu por dentro de mim como um raio, quase me levou ao
desmaio, uma assustadora sensação de saudade (...) Chorei.
Não como uma criança, mas como um homem que tem
esperança, um homem que acredita que a estrada ama os
caminheiros, que crê ser do mundo um passageiro e que não
deve descansar enquanto o corpo a alma puder levar ao
encontro de novos companheiros’ (p.53).
A partir daí, a poesia reinante se torna episódica.
Há mudanças no tom do texto, adota-se um coloquialismo
excessivo que destoa da elaborada linguagem anterior. O maior
mérito dos restantes três quartos do livro, a meu ver, é destacar a
simultaneidade da presença de Ogundana, um africano, ao
período de vida de Jesus Cristo na Galiléia. Ou seja, o autor
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mostra o intercruzamento de mundos que não eram estanques,
cujas fronteiras eram transpostas e ocorria o diálogo, mesmo que
entre estrangeiros, entenda-se, pessoas e culturas em
permanente estranhamento.
Ao final, uma grande surpresa, Ogundana não seria uma
personagem de ficção? Teria existido? Seria hoje uma entidade
espiritual, o “Alabê de Jerusalém”, que se comunica com os
humanos ancorado em uma plêiade de pretos velhos
resplandescentes?
Se assim for, pode ser “desculpada” uma ou outra incongruência
temporal da obra, por exemplo, o fato de uma personagem que
viveu há dois mil anos afrimar que não poderia deixar de adotar
um determinado comportamento “por conta de ideologia”. A
palavra ideologia sequer existia naquela época, é construção
política do século XVIII.
Mas é também um bom impasse literário, ou foi problema de
revisão, de falta de leitura crítica, ou solução de espírito
atemporal que vive em múltiplas eras e incorpora distintas
linguagens.
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RELIGIÃO DE UMBANDA
Estamos em pleno período de afirmação doutrinária da
Umbanda. Uma fase como esta não pode se restringir a negar
conceitos. Sabemos que na fase de expansão as grandes
discussões da Umbanda se prendiam à sua origem (Vedas,
Atlantis, Sumérios?) ou da origem do próprio vocábulo (védico,
sânscrito, celta?); essas buscas tinham o sentido de afirmar a
Umbanda não como uma religião brasileira, mas, sim, como
uma religião antiga, que voltava até nós, e por esse fato mais
confiável. Até no próprio Candomblé buscava-se fundamentos
para "fazer a Umbanda mais forte". No entanto, o período de
afirmação doutrinária iniciou-se, como vimos, com o abandono
de todas essas especulações e firmou-se naquilo cuja evidência
era irrefutável e estava bem à mão: a origem brasileira da
Umbanda. Hoje, portanto, para que sejamos consistentes com
esse início, não devemos ficar em afirmações áridas ou em
buscas desnecessárias.
A base filosófico - religiosa da Umbanda é, sem nenhuma
dúvida aquela pregada por Cristo. Antes de Jesus Cristo, os
Manuscritos do Mar Morto trouxeram isso à tona apesar da
oposição dos Judeus e da Igreja Católica Apostólica Romana,
comprovam que antes de Jesus Cristo, num período entre 500 e
200 anos a.C., vários líderes religiosos já apresentavam as bases
daquilo que posteriormente veio a configurar a religião cristã.
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Dentre eles, figura o então chamado Mestre da Retidão, líder
essênio, cujas orientações religiosas já adiantavam quase tudo o
que Jesus viria a dizer. Se isso é verdade, porque razão Cristo foi
quem marcou nosso mundo? Exatamente por sua missão
Crística. E esta missão foi tão forte, tão inconteste, que a filosofia
pregada por Cristo, do amor entre todos e de nossa filiação direta
a Deus, além de marcar uma Era, marcou o calendário e se
espalhou por todos os cantos do mundo. Do extremo oriente ao
ocidente, Cristo é hoje reconhecido como aquele que veio trazer
a mensagem do Pai. Assim, a Umbanda não deve temer o
assumir Jesus Cristo como seu maior orientador. Se buscarmos
em alguns pensadores cristãos suas bases filosófico-religiosas
veremos o quanto elas são compatíveis com a Umbanda,
inclusive no que concerne à definição dada pelo Caboclo das
Sete Encruzilhadas, ou seja, "A manifestação do Espírito para a
prática da caridade". Ao analisarmos com cuidado esses
escritores, religiosos ou laicos, veremos ainda o quanto foi
deturpada a mensagem que nos foi trazida por Jesus Cristo pelas
Igrejas que hoje se apresentam como exclusivas representantes
de Cristo. A esse argumento, somam-se outros de caráter
filosófico e histórico. O Caboclo das Sete Encruzilhadas sempre
afirmou a presença na Umbanda da filosofia cristã; sempre
utilizou-se do Evangelho como apoio de suas pregações;
enquanto o seu médium esteve vivo manteve a Umbanda dentro
de seus princípios incruentos. Já vimos em item anterior,
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algumas das razões pelas quais a Umbanda foi tão desfigurada.
Por isso, o período de afirmação doutrinária, deverá preocupar-se
pelo menos com três linhas de pensamento e atuação:
Primeira, é a afirmação dos princípios cristãos da Umbanda;
a segunda, é um processo de afirmação do seu rito, depurado de
todos atos que por essa mistura indesejada vieram a
descaracterizar a Umbanda, cabendo ressaltar que o que a obra
de Omolubá já nos trouxe em relação a essa parte da tarefa
significa, sem nenhuma dúvida o maior passo já dado pela nossa
Religião neste sentido;
a terceira, é a manutenção do seu ritual de formação sacerdotal,
visando ordenar sacerdotes que se comprometam com as duas
primeiras vertentes.
No tocante à primeira, cabe executar um trabalho de avaliação
dos inúmeros livros com base na filosofia cristã para, após uma
acurada avaliação, termos assentadas as bases cristãs da
Umbanda. Aproveito para deixar aqui, alguns princípios que
acreditamos devam ser revistos.
Não se pode aceitar as interpretações que foram feitas de Cristo
e que conduzem a:
um Deus vingativo e punitivo;
inexistência da comunicação com as almas;
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o carma como punição divina;
a inexistência da reencarnação.
Alguns outros princípios devem ser discutidos e ampliados:
a autodeterminação (existência de "dois momentos" onde o ser
humano faz opções fundamentais a respeito de sua nova
existência na Terra) ; nossa ação como nossos próprios juizes,
após nossa morte física;
qual o caminho de evolução que a Umbanda aceita (centelha
divina, aperfeiçoamento até o nível de Devas?);
o que significa para a Umbanda o "Amai a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a ti mesmo"?
dentro daquilo que pregava Cristo, e por conseqüência da
Umbanda, qual e onde está a visão holística do Homem.
Estas e outras questões devem ser buscadas tanto nos livros já
existentes como, se nos for consentido, através de comunicações
do Astral. Sabemos o quanto foi deturpada a pregação do Cristo;
sabemos também o quanto o poder temporal superou a pregação
da doutrina que nos foi trazida por Cristo, quando da formação da
Igreja Católica: sabemos ainda quantas "reformas" foram feitas
nos Evangelhos em nome do fortalecimento desta mesma Igreja;
sabemos ainda o quanto o Evangelho segundo o Espiritismo traz
no seu bojo a influência da comunicação de Almas que tiveram
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sua formação dentro do catolicismo; sabemos enfim que será
muito difícil esse processo de separação daquilo que foi
verdadeiramente trazido por Cristo, do joio do trigo. Mas temos
certeza que a Umbanda, sem nenhuma dúvida a religião que
menos se amarra a dogmas, terá a ajuda de seus guias e a sua
doutrinas aparecerá, limpa, transparente, libertadora e, por fim,
se afirmará doutrinariamente
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DIFERENÇAS ENTRE A RELIGIÃO DE UMBANDA E A RELIGIÃO DE
CANDOMBLÉ
O objetivo deste texto é, de maneira simples e direta, demonstrar
as diferenças existentes entre a Religião de Umbanda e a
Religião de Candomblé.
Umbanda e Candomblé são religiões extremamente distintas.
Claro, possuem alguns elementos em comum, como por exemplo
a devoção aos Orixás, o uso de miçangas e atabaques.
Entretanto, as diferenças são muito maiores do que as
semelhanças.
Ressalta-se, porém, que essas diferenças não impedem o
respeito que devemos ter com nossos irmãos Candomblecistas,
assim como devemos respeitar as demais religiões. E
começamos a respeita-los quando não usamos de seus
elementos sem fundamento, sem conhecimento e sem preparo.
Infelizmente vemos por aí pessoas que, por ignorância, acabam
colocando as duas religiões em um mesmo “panelão”,
desvirtuando, ao mesmo tempo, as duas crenças.
Umbanda e Cancomblé comparam-se ao Cristianismo e o
Islamismo. Possuem fundamentos, ritos, visões, interpretações
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completamente diferentes. É impossível imaginar um Imam
(sacerdote mulçumano) realizando um batismo em nome de
Jesus Cristo. Ou, ao revés, um padre católico reverenciando
Maomé. O mesmo se dá entre essas duas religiões afro-
brasileiras.
Não se imagina um Pai de Santo da Umbanda fazendo raspagem
e bori, dando iniciação no Candomblé a uma pessoa ou dando-
lhe o título de Babalorixá. Assim como é inimaginável (apesar de
existir casos, infelizmente), a realização de rituais de Candomblé
com “entidades” de Umbanda no comando, para uma suposta
iniciação na Umbanda.
Tais práticas são ultrajantes às duas religiões. As duas possuem
seus próprios fundamentos e ritos, não havendo qualquer
necessidade de serem mescladas.
As diferenças entre essas duas Religiões começam em sua base.
A Umbanda é uma religião brasileira, nascida em 1908, por meio
do Médium Zélio Fernandino de Moraes e de seu guia, o Caboclo
das 7 Encruzilhadas. É uma religião que, rompeu com o
Espiritismo, apesar de trazer ainda consigo alguns de seus
elementos, e absorveu também elementos das crenças
indígenas, católicas e africanas.
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O Candomblé, (apesar da forma com que conhecemos exista
apenas no Brasil), é oriundo da junção das nações trazidas da
África pelos escravos. Ou seja, tratam-se de cultos Africanos,
dedicados aos Orixás, Nkises e Voduns (Ketu, Angola e Jeje).
Dessa maneira, as cantigas, os rituais, as rezas e oferendas, são
as mesmas utilizadas pelos ancestrais africanos outrora.
A Umbanda trabalha com espíritos, os quais são chamados de
guias. São entidades que trabalham na energia do Orixá. São
falanges de Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Baianos,
Boiadeiros, Ciganos, Marinheiros, Exus e Pombogiras. São essas
as entidades que comandam a gira, que realizam os amacis,
batismo, cruzamentos, etc. Além disso, tais entidades, dão
passes, realizam curas, descarregos, falam e se utilizam de
elementos como o fumo e o álcool.
No Candomblé não existe a manifestação de espíritos. Nessa
Religião, os espíritos são chamados de Eguns, e são excluídos
das chamadas rodas. (existem algumas casas que possuem o
fundamento de Baba Egungun, ritual onde se manifesta os
ancestrais). Todavia, o que se manifestas nas sessões de
Candomblé são as energias dos Orixás. Tais energias fazem com
que o iniciado, chamado de Iyaô entre em “transe”. Todavia, esse
“transe” é bem diferente da chamada incorporação existente na
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Umbanda. Além disso, o iniciado quando manifestado pelo Orixá
apenas dança seu ritmo. Não fala, não fuma, não bebe, não dá
consultas, etc. Apenas chega, reverencia seus Babas e dança
suas cantigas, nada mais.
Na Umbanda, os toques de atabaque são realizados com as
mãos e são acompanhados por cantos em português. Ora, se
nossas entidades falam o português, porque iremos chamá-las
em outras línguas? Seria no mínimo, uma falta de respeito! O
ponto cantado, nada mais é que uma oração cantada, devendo
ser cantado com todo o respeito, sabendo o por que de cada
palavra. São cantos de chamada, de reverência, de trabalho e de
subida.
No Candomblé, os toques variam de acordo com a nação. Se for
Ketu, os toques serão entoados com toques de varetas
(Aguidavi), acompanhados por cantigas no dialeto Yorubá, língua
daquelas divindades. Na nação Angola, o toque é realizado com
as mãos, acompanhada por cantigas no dialeto Bantu. Na nação
Jeje, os toques também são realizados com as mãos, e as
cantigas são feitas em um de seus dialetos (Axantis, Gans,
Agonis, Popós, Crus, etc.). São cantigas que fazem referencias
aos itans, ou seja, lendas sobre os Orixás, Nkises e Voduns.
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A Umbanda trabalha com 9 Orixás, os quais estão distribuídos na
chamada 7 Linhas de Umbanda. São eles: Oxalá, Ogum, Oxossi,
Xangô, Iemanjá, Oxum, Iansã, Nana Burukê e Obaluaê/Omulú.
Vale lembrar que na Umbanda não existe incorporação de
Orixás, mas sim, de espíritos e falangeiros que trabalham na sua
energia.
O Candomblé Ketu, reverencia no mínimo 16 Orixás, chegando
alguns há 21 e até 72 Orixás. Na nação Jeje e na Angola, os
Voduns e Nkises também passam de 20.
O Candomblé Ketu trabalha com as chamadas “qualidades” de
Orixás, como por exemplo, Oxalá que possui as qualidades de
Oxalufã (velho) e Oxaguiã (moço).
A Umbanda não possui qualidades de Orixás.
O Candomblé possui suas cores e interpretações para os Orixás.
A Umbanda possui outras cores e interpretações.
O sacerdote de Umbanda é chamado de Pai de Santo, Pai de
Terreiro, Cacique, ou simplesmente Dirigente.
O sacerdote de Candomblé é chamado de Babalorixá, alguns
possuem o título de Babalaô. As mulheres são chamadas de
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Yalorixá. Só posem utilizar esses títulos que de fato teve
iniciação no Candomblé e passou pelas raspagens, boris, etc.
Esses são apenas algumas das diferenças. Como se pode
perceber, as duas possuem uma estrutura, organização e rituais
completamente distintos. Por isso nós, Umbandistas, devemos
zelar pela pureza de nossa fé, evitando a introdução de
elementos que não condizem com nossa religião. Assim também,
os Candomblecistas, devem pregar a pureza de seu culto,
evitando a mesclagem indevida e o desvirtuamento do culto
milenar.
Para reforçar ainda mais as diferenças existentes entre essas
duas religiões, o Blog realizou uma entrevista com Babalorixá
Rafael d’Oxalufã.
Segue a entrevista:
1) Pai Rafael, antes de ingressar no Candomblé quais religiões
você freqüentou?
R: Catolicismo - Kardecismo - Umbanda - Candomblé.
2) Algumas dessas religiões possuem semelhanças com o
Candomblé? Em caso positivo, quais?
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R: Sim, principalmente o kardecismo e Umbanda, pois tem
filosofias parecidas.
3)Onde você realizou sua feitura?
R: Na cidade de Rio de Janeiro/RJ na casa da Iyalorixa Kita de
Oya
4) Com relação a Umbanda, na sua opinião, quais são as
principais diferenças existentes entre ela e o Candomblé?
R: Umbanda é um culto direcionado aos espíritos, ou seja, seres
que já viveram no mundo material e hoje retornam para cumprir
uma missão. Já o Candomblé é um culto às Divindades, aos
encantados que chamamos Orixás. São na verdade, forças da
natureza.
5) O que são e quais são as nações do Candomblé? Quais as
diferenças e semelhanças existentes entre elas?
R Nações significam de onde aquela raiz africana é provinda, de
que região da Àfrica veio, pois a Africa é um continente divido por
muitos dialetos e várias
culturas diferentes. As Nações mais comuns aqui no Brasil são
KETU, ANGOLA,
JEJE, AFON. A partir destas nações surgiram outras, mas estas
são as principais.
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6) Qual a sua nação?
R: KETU
7) Para o Candomblé, o que é um Orixá/Nkise/Vodun?
R: Orixa tem significado na própria palavra: ORI = CABEÇA
AXÉ = FORÇA
ORIXA = CABEÇA DE FORÇA. Na verdade Orixa, Vodum, Nkise
representam a mesma coisa, somente em línguas diferentes.
Orixá é um centro de força extraída da natureza e encaminhada
para nosso caminho. É um Deus, uma luz.
8) Quantos e quais Orixás são cultuados em sua nação?
R: Dentro da nossa nação são cultuados muitos Orixas, mas
podemos
aqui citar os 16 principais: ESHU, OGUN, ODÉ, OSSAIN,
LOGUNEDÉ,
OMULU, OSUMARE, SANGO, OXUM, OYA, EWÁ, OBÁ, NANÃ,
IROKO,
IYEMONJA, OSALA.
9) Todos esses Orixás que integram a panteão de sua nação,
podem ser tidos como Orixás da Umbanda?
R: Não. Não podem.
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10) A manifestação e o desenvolvimento mediúnico são as bases
da Umbanda. Pois é através da mediunidade de incorporação
que os espíritos deixam suas mensagens, dão seus avisos,
conselhos, realizam seus trabalhos, etc. No Candomblé, há
manifestação mediúnica? Em caso positivo, essa manifestação é
idêntica a que ocorre na Umbanda?
R: No Candomblé ocorre um transe, no qual somos de certa
forma
possuídos pela energia de nosso Orixá, mas esta manifestação é
bastante sutil, pois é apenas uma energia encantada.
Diferente da Umbanda, em que ocorre uma incorporação de um
espírito.
11) O Orixá que se manifesta no Iyaô durante a roda de
Candomblé é um espírito?
R: Não, trata-se apenas de uma vibração de seu Orixá.
12) Quando o Iyaô está manifestado pelo Orixá, ele age como as
entidades da Umbanda? (Fala, dá passe, risca ponto, bebe,
fuma, etc).
R: Não, apenas dança a seu ritmo batido no tambor. Beber e
fumar, por exemplo, são situação que nós humanos utilizamos,
os guias de umbanda por terem vividos neste mundo conhecem
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destas praticas, por isso quando estão incorporados fazem uso
desses elementos. Já os Orixás não, pois eles não tem esse
conhecimento. Se algum dia ver um Iyaô de Nação " em transe"
fumando ou bebendo, pode se ter a clara certeza que Orixa de
nação não esta ali e sim, o próprio Iyaô satisfazendo seu desejo.
13) Como são chamados os Espíritos no Candomblé? Eles
participam das rodas?
R: No Candomblé os espíritos são chamados Eguns. Os Eguns
tem um culto especifico chamado “Egungun”, que é realizado em
determinadas casas, onde eles são cultuados. Egun não participa
dentro da roda de Candomblé, ele apenas é tido como um
antepassado, ancestral, e por isso é respeitado.
14) O que é a iniciação no Candomblé?
R: Iniciação é um ritual em que a pessoa passa para poder
receber a energia de um Orisa.
15) Quando que o iniciado ganha o título de Babalorixá ou
Yalorixá? Quanto tempo leva suas obrigações até que esteja
“pronto”?
R: O iniciado se torna Babalorixa ou Iyalorixa quanto ele
completa 7 anos após ter sido iniciado dentro da religião, ou em
casos específicos, onde a pessoa tem uma missão especial e a
mando do próprio Orixá esse tempo é antecipado, mas mesmo
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assim, tem que ter passado pelo ritual da iniciação e ter pelo
menos 01 ano dentro da religião.
16) O que é Bori? A Umbanda também pode dar bori em uma
pessoa?
R: O bori, significa EBO = OFERENDA ORI = ORISA
RESPONSÁVEL PELA CABEÇA
Então, bori significa dar comida a orisa da cabeça.
A Umbanda não dá bori, pois não dá culto a ORI.
17) Qual a finalidade do jogo de búzios? Podem existir
fundamento de Ifá na Umbanda?
R: O jogo de búzios é meio que utilizamos para se comunicar
com os
Orixás. A Umbanda não possui fundamentos com Ifá, pois a
comunicação
se dá diretamente com os guias, quando estão incorporados.
18) Como são tocados os tambores na sua nação?
R: São tocados de acordo com cada orisa, pois cada um possui
seu
ritmo.
19) Qual o dialeto que é usado nas cantigas?
R: É utilizado o Yorubá
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20) Na sua opinião, pode existir Candomblé que tenha cantigas
em português, igual as da Umbanda?
R: Na Nação Angola, onde se cultua os Nkises, existe uma
“qualidade” de culto em que as cantigas e rezas são realizadas,
em grande parte, em português. Isso devido a colonização
portuguesa naquele país.
21) Seguindo a mesma linha de raciocínio, para você, há
fundamento para que terreiros de “Umbanda” cantem em dialeto?
R: Não. Não há nenhum fundamento, pois a Umbanda deve
louvar os guias
espirituais que trabalham naquele terreiro. Afinal os guias são
entidades
que se comunicam através da língua portuguesa, qual seria o
motivo de se cantar em outra língua?
22) Na sua opinião, é possível um terreiro “misturar” as duas
religiões, ora batendo para um, ora para outro? Ou pior, batendo
os dois ao mesmo tempo, com sessões com mesclam pontos em
dialetos e pontos em Yorubá?
R: Não, pois Umbanda e Candomblé são religiões muito
diferentes. Quem conhece
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destas religiões, jamais irá fazer qualquer tipo de mistura. Pois
Orixá, ser divino e encantado, jamais se manifesta onde tenha
Eguns (espíritos). Tratam-se de forças praticamente opostas.
23) Qual sua opinião acerca de terreiros em que o Pai/Mãe de
Santo é formado na Umbanda, mas, mesmo assim, realizam
raspagem, dá bori, canta em dialeto, introduz outros orixás, etc.?
Quais as conseqüências desses atos, espiritualmente falando?
(Tanto para o sacerdote, quanto para os filhos).
R: As conseqüências são muito grandes. Pois, a Umbanda tem
um segmento
muito diferente do Candomblé, afinal se o pai ou a mãe de santo
segue
Umbanda, deverá se ater aos rituais de Umbanda. Raspagem,
bori, etc
são rituais específicos do Candomblé, só podem utilizar-se deste
recurso
quem passou por ele e tem autonomia para executa-lo, afinal
para estes
rituais existem rezas e atos sagrados, que somente quem já
passou sabe.
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24) É possível alguém que nunca freqüentou efetivamente uma
roda de santo, formar uma pessoa no candomblé, dando-lhe,
inclusive, o título de Babalorixá ou Babalaô?
R: Jamais.
25) Qual a finalidade do Adjá? Quem pode utilizá-lo?
R: O Adjá é um instrumento sagrado, usado para chamar o Orixá.
Quem utiliza é o Baba
ou a Iya e os cargos femininos da casa.
26) Existe fundamento para se usar Adjá na Umbanda? Uma
entidade (caboclo, preto velho, baiano, etc.,) pode “bater” Adjá
para um Orixá?
R: Não, pois o adja é utilizado para chamar os encantados. A
Umbanda
possui seus próprios meios para invocar seus guias, tais como
sineta, palmas, etc.
27) Em sua nação é utilizado Pemba? Para quê?
R: Não
28) No Candomblé há pontos riscados?
R: Não
29) O que é um Erê?
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R: É uma manifestação de um ser infantil, que representa uma
alma
pura. É uma espécie de porta voz, mensageiro do Orixá. É por
meio do Erê que o Orixá manda seus recados ao Iyaô. Ele é
representado por uma criança, para demonstrar a inocência.
30) Há semelhanças entre o Erê e os chamados “Cosminhos” da
Umbanda?
R: Existe sim, uma pequena semelhança entre Erê e cosminho.
Ambas são entidades crianças. Todavia o Erê é incumbido de
representar o Orixá, pois como o Orixá é uma energia, então o
Erê que traz as mensagens, recados, etc., diferentemente dos
chamados “Cosminhos” ou crianças da Umbanda, que são
entidades como as demais.
31) O Exu do Candomblé é o mesmo Exu que se manifesta na
Umbanda?
R: Não, no Candomblé temos o Orixá Exu, que tem as mesmas
qualidades
de outro Orixá dentro do panteão, diferente da Umbanda , em
que o Exu é tido
como entidade da esquerda. O Exu é o mensageiro dos Orixás,
mas ele não
incorpora. Somente recebe as energias do Orixá Exu aquele que
é feito para
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ele.
32) Qual a serventia da Menga ou Ejé para o Candomblé? Quem
realiza a imolação?
R: O ejé dentro do nosso culto alimenta o Orixá, tornando a sua
energia mais
palpável e assim tornando ele pertencente ao nosso mundo. Pois
o Orixá é
uma energia que está na natureza. Após a pessoa passar pelo
ritual da iniciação
este Orixá se torna parte de nosso mundo físico, ele possui um
corpo, e precisa ter
energia física para poder se manter ao nosso lado e assim seguir
ao lado do seu
protegido na caminhada terrena. Quem faz a imolação é o Ogã
com um cargo
especifico chamado AXOGUN.
33) Na sua opinião, há fundamentos para imolação de animais,
inclusive de quatro patas, para Orixás dentro da Umbanda?
R: Na Umbanda não vejo necessidade, pois ao contrário do
Candomblé, os espíritos da Umbanda já passaram por este
mundo e estão se desvinculando dele e o ejé os aproxima mais
do mundo físico.
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34) Deixe sua mensagem final acerca da importância dos
fundamentos de cada religião e os perigos que existem em
misturá-las.
R: Toda religião possui seus encantos e belezas, mas para
podermos caminhar dentro
desta beleza e encanto é preciso saber, conhecer e caminhar
dentro daquilo que ela prega, sem mistificar ou denegrir. E o
fundamental de tudo, todas tem o mesmo objetivo, que é chegar
a DEUS e ajudar ao próximo.
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RELIGIÕES AFRO-INDIGENAS OU AFRO-BRASILEIRAS
Babaçuê Maranhão, Pará
Batuque Rio Grande do Sul
Cabula Espírito Santo, Minas Gerais e Rio
de Janeiro
Candomblé Em todos estados do Brasil
Culto aos Egungun Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
Culto de Ifá Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo
Encantaria Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas
Omoloko Rio de Janeiro, Minas Gerais, São
Paulo
Pajelança Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas
Quimbanda Em todos estados do Brasil
Tambor-de-Mina Maranhão
Terecô Maranhão
Umbanda Em todos estados do Brasil
Xambá Alagoas, Pernambuco
Xangô do Nordeste Pernambuco
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AS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
As religiões afro-brasileiras são muito limitadas em número de
seguidores e popularidade se comparadas com as protestantes
ou a católica, porém são relevantes pelo seu significado, elas são
parte da nossa cultura.
Essas religiões surgiram por aqui no período final da escravidão,
quando os africanos daqui tiveram mais contato uns com os
outros, assim foi possível a sobrevivência de alguns costumes
africanos, inclusive grupos de culto.
Esse período foi o fim século XIX, quando a única religião
tolerada no Brasil era a católica. Mas como assim? É que os
escravos negros fingiam-se de católicos para uma melhor
aceitação na sociedade, inclusive participando de missas
católicas. Mesmo depois que o país foi proclamado República e
ainda hoje eles continuaram dizendo-se como tais pois até hoje
as religiões afro-brasileiras sofrem preconceito do mesmo jeito
que o negro sofre, além de perseguições de suas rivais: as
igrejas pentecostais. Por isso em estimativas e censos, essas
religiões aparecem com um reduzido número de seguidores se
comparado com o real.
Embora agora o país esteja num clima de liberdade religiosa, os
maiores disfarces de seguidores destas religiões são o
catolicismo e o espiritismo. O catolicismo denominava-as
inclusive “baixo-espiritismo” pois era importante que ela não
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estivesse vinculada a outras religiões que pudessem “denegri-la”
perante os possíveis novos seguidores. No entanto, lideranças
afro-brasileiras vêm empenhando-se na dessincretização das
religiões afro-brasileiras com outras, contribuindo para que elas
tenham uma maior identidade.
As religiões afro-brasileiras adotam nomes diferentes porque sua
formação deu-se em diferentes momentos históricos e
localização geográfica. Além do nome, suas diferenças incluem
rituais e versões mitológicas distintas que derivam de tradições
diversificadas.
Atualmente essas religiões são consideradas expressões
culturais da negritude e parte do Movimento Negro, embora o
número de brancos seja crescente incluindo até mesmo
descendentes de japoneses e coreanos que aderem ao
candomblé e a umbanda.
Referências Bibliográficas: Ref 1:
http://www.fflch.usp.br/sociologia/prandi/seguidor.doc
Ref 2: GAARDER, Jostein. O livro das Religiões com apêndice de
Antônio Flávio Pierucci. São Paulo: Companhia das Letras, 2001
CANDOMBLÉ
O Candomblé incorporou muitos elementos do Catolicismo pois
este já era apresentado na África para uma posterior conversão.
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Orixás são parecidos com Santos Católicos e o crucifixo também
foi incorporado. Nas senzalas, negros colocavam por baixo de
estátuas de santos os artefatos do candomblé. Porém, a Igreja
Católica o considera uma religião pagã e o condenou bruxaria.
O Candomblé já vigora desde o fim da escravatura em 1888 e
conta com seguidores de todas as classes sociais. Censos
recentes mostram que aproximadamente 3 milhões de brasileiros
declararam ser adeptos do candomblé, apesar de até 70 milhões
participarem de seus rituais, pois essa religião é entrelaçada com
outras (sincretismo religioso), ou seja, muitas pessoas de outras
religiosidades participam de seus cultos. Suas características
como festas, orixás e rituais são parte do folclore brasileiro.
Ele se caracteriza por sua mágica e seus rituais, fugindo a ética
catolicista. Ele não prioriza a salvação em outro mundo, mas sim,
a interferência de suas divindades (orixás) de um mundo
sobrenatural neste mundo. Sua base são práticas e rituais, regras
de comportamento, com um pluralismo de deuses não moralistas,
por isso é considerado uma religião aética (desprovida de
princípios éticos gerais ou um código de conduta geral).
As divindades do Candomblé são os orixás, personalidades
diferentes que se comportam de maneiras diversas, com
qualidades e defeitos (não são perfeitos como as divindades de
outras religiões monoteístas). Por meio do jogo de búzios, e dos
pais ou mães de santo, cada adepto se identifica com um orixá,
procurando imitá-lo à melhor maneira possível. Assim, o bem e o
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mal são definidos de modo diferente de orixá para orixá, não
sendo o mesmo para todos da religião. Os poderes e habilidades
de cada um e o modo e a área em que interferem nesse mundo
na vida de seus respectivos fiéis também muda entre eles. A
meta dos fiéis é se sentirem identificados com suas divindades,
adequando seu comportamento ao do orixá.
Na África, há em média 400 orixás, porém, no Brasil, pouco mais
de vinte foram registrados. Mesmo assim, tem rica série de
narrações míticas e elementos marcantes na cultura brasileira.
Sua prática ocorre em casas de candomblé registradas.
Referências Bibliográficas:
http://www.fflch.usp.br/sociologia/prandi/seguidor.doc
GAARDER, Jostein. O livro das Religiões com apêndice de
Antônio Flávio Pierucci. São Paulo: Companhia das Letras, 2001
UMBANDA OU MACUMBA, A “RELIGIÃO BRASILEIRA”
A umbanda é tida como uma religião afro pela maioria das
pessoas, mas apesar de suas raízes terem em parte vindo da
África, ela nasceu no Brasil, Rio de Janeiro (1920) e consiste em
uma mistura de características do catolicismo com religiões afro e
indígenas, cardecismo e pajelança. Mesmo advindo da fusão de
religiões de diferentes locais, a umbanda não possui nenhum tipo
de similar em lugar além do Brasil, pois foi só nele que se deu o
encontro de portugueses com espanhóis e africanos.
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Do catolicismo, veio a crença num Deus, do cardecismo, a
crença em entidades espirituais, das religiões afro a crença em
orixás e do indígena um chefe chamado caboclo que encarna o
espírito indígena. Mas a mensagem única é a caridade, a
humildade, a paz e o amor fraternal.
A umbanda ficou conhecida como “baixo espiritismo” porque seu
método de culto é a comunicação com os mortos, os espíritos
que se manifestam nos corpos dos vivos prestando caridade:
intercedem em sua saúde e evolução espiritual, a meta dos seus
praticantes.
Mas assim como crêem nos espíritos bons, admitem a crença
nos maus, daí surge a quimbanda, o lado oculto umbanda,
chamado bruxaria pois os espíritos invocados estão no último
degrau da evolução espiritual.
A meta da umbanda tem sido tornar-se universal, uma religião
para todos que não busca o reconhecimento de suas raízes
como africanas, ao contrário do candomblé, mostrando-se
multiétnica e declarando sua origem como brasileira. Inclusive
abandonou o uso da língua afro e práticas com morte de animais
e sangue. Pode-se verificar a sua prática da classe baixa a
classe alta da população, existindo casas de umbanda até
mesmo nos Estados Unidos. E ela tem se esforçado para
penetrar cada vez mais no povo abrindo seus braços e
oferecendo magia para todos.
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Referências Bibliográficas:
http://www.umbandabrasil.com.br/umbanda.asp
http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/umbanda.htm
GAARDER, Jostein. O livro das Religiões com apêndice de
Antônio Flávio Pierucci. São Paulo: Companhia das Letras, 2001
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