COLETA DE MATERIAIS BIOLÓGICOS PARA EXAMES
LABORATORIAIS
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE TERESINACURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIADISCIPLINA: BIOQUÍMICA CLÍNICAPROFESSOR: Msc DENIS RÔMULO LEITE FURTADO
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
“...Onde realizam-se exames clínicos”
Ferramenta essencial para obtenção de informações do diagnóstico e tratamento de várias patologias.
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS (Posto de Coleta)
LEGISLAÇÃO
•NIT DICLA 083 - É uma norma nacional para garantir a COMPETÊNCIA TÉCNICA de um laboratório clínico.
•RDC Nº 302/05 – Regulamento técnico para funcionamento de Laboratórios Clínicos.
SEGUNDO A RDC No. 302 DE 2005 DA ANVISA:
Serviço vinculado a um laboratório clínico, que realiza atividade laboratorial, mas não executa a fase analítica dos processos operacionais;
Possuir um profissional legalmente habilitado como responsável técnico;
Alvará atualizado, expedido pelo órgão sanitário competente;
Inscrição no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES.
SETOR DE COLETA
FASE PRÉ-ANALÍTICA
Consiste na preparação do paciente, coleta, manipulação e armazenamento da amostra antes da determinação analítica, ou seja, compreende tudo que precede o ensaio laboratorial, dentro ou fora do laboratório de Análises.
O que pode alterar O que pode alterar um exame um exame
laboratorial ???laboratorial ???
FASE PRÉ-ANALÍTICA
FONTES DE VARIAÇÃOJEJUM• Varia de acordo com a análise.• Habitual é de 8 horas a 12 horas.• Triglicérides o jejum é de 12 a 14oras.
ATIVIDADE FÍSICA• Aumento na atividade sérica de algumas enzimas que pode persistir por 12 a 24 horas. Por esta razão, prefere-se a coleta com o paciente em condições basais.
EXERCÍCIO
ANALITO
NÃO TREINADO
LEVE MODERADO VIGOROSO
Glicose Normal Normal Aumento Diminui
Lactato Normal Aumento Aumento Aumento
pH e PCO2 Normal Diminui Diminui Diminui
Colesterol Normal Diminui Diminui Diminui
Triglicérides Normal Diminui Diminui Diminui
Uréia Normal Aumento Aumento Aumento
Ácido úrico Normal Aumento Aumento Aumento
Creatinina Normal Aumento Aumento Aumento
FONTES DE VARIAÇÃO
POSTURA•Albumina, colesterol, triglicerídeos, hematócrito, hemoglobina, drogas que se ligam às proteínas e o número de leucócitos podem ser superestimados de 8 a 10% da concentração inicial.
•Em posição supina, um adulto possui 600 a 700 mL a menos de volume intravascular do que quando em decúbito.
•Tempo para equilíbrio–De pé → deitado 30 minutos–Deitado → em pé 10 minutos
FONTES DE VARIAÇÃO
GARROTEAMENTO•Ideal: de 1 a 2 minutos;•Se garrote permanecer por mais tempo, a estase venosa levará a alterações metabólicas.
•Garrote aplicado por 3 minutos eleva (%)–Lipídeos totais 4,7–Proteínas total 4,9–Colesterol 5,1–Ferro 6,7–Bilirrubina 8,4–AST 9,3–Potássio (reduz) 6,2
FONTES DE VARIAÇÃO
SEXO
• Diferenças hormonais• Parâmetros sangüíneos e urinários se apresentam em concentrações distintas entre homens e mulheres em decorrência das diferenças metabólicas.
IDADE
• Maturidade funcional dos órgãos e sistemas metabólicos e massa corporal.
Sangue: sangue total, soro e plasmaUrinaFezesLCROutros líquidos: pleural, sinovial, ascítico, amniótico, pericárdico, peritoneal.Suor Saliva Cálculos (pedras)
TIPOS DE AMOSTRAS
Sangue Total : é uma amostra de sangue arterial, capilar ou venosa na qual as concentrações e propriedades intra e extra-celulares dos constituintes permanecem relativamente inalteradas quando comparado com o seu estado in vivo.
É obtida com anticoagulante in vitro para estabilizar os constituintes por um certo período de tempo.
SANGUE
É o fluido que resta após a coagulação do sangue obtido in vitro sem anticoagulante, espontaneamente ou por centrifugação, que deve ser removido.
SORO
PLASMAÉ o fluido sobrenadante obtido in vitro com anticoagulante, espontâneo ou centrifugado.
ANTICOAGULANTES•Quando necessita-se de sangue total ou plasma para algumas análises usam-se anticoagulantes.
•Em geral, interferem no mecanismo de coagulação in vitro, inibindo a formação da protrombina ou da trombina.
•Os mais usados são:EDTA (ácido etileno-diamino-tetra-acético): determinações
bioquímicas e hematológicasHeparina: provas bioquímicasOxalatos: provas de coagulaçãoCitratos: provas de coagulação Polianetolsulfonato de sódio: hemoculturas
AÇÃO DOS ANTICOAGULANTES
Contato com XII vidro XI
Heparina VIII X V
Plaquetas, Ca+2
EDTA Heparina FibrinogênioOxalatos Citratos FIBRINAFluoreto
Vidroou
plásticoBioquímicaFluoreto de
sódio + EDTA
VidroBioquímica
eImunologia
HeparinaSódica
Vidroou
plástico
Sorologiae
bioquímica
Siliconizadosem
anti-coagulante
VidroHematologia(Coagulação)
Citratode
Sódio
Vidroou
plástico
Sorologiae
bioquímica
Gel separadorcom ativador de
coágulo
Vidroou
plásticoHematologiaEDTA
MATERIALSETORANTICOAGULANTEROLHAS
ANTICOAGULANTES
VERMELHO–Sem anticoagulante. –Obtenção de soro para bioquímica e sorologia.–Exemplo de testes:•Creatinina•Glicose•Uréia•Colesterol•Pesquisa e identificação de anticorpos e ou antígenos no soro.
AMARELO– Gel separador e ativador para aceleração da retração do coágulo. – Dosagens bioquímicas, Dosagens hormonais e Sorologias.– Colher de 3 a 10 ml.– Manter em refrigeração até 24 horas. –Congelar somente o soro, se necessário.
ROXO–Com anticoagulante EDTA sódico ou potássico–EDTA liga-se aos íons cálcio, bloqueando assim a cascata de coagulação–Obtém-se assim o sangue total para hematologia –Testes:•Eritrograma•Leucograma•Plaquetas
PRETO
–Os tubos para VHS –Contêm solução tamponada de citrato trissódico–Utilizados para coleta e transporte de sangue venoso para o teste de sedimentação.
VERDE– Paredes internas revestidas com heparina.– Produção de uma amostra de sangue total.– Estabilização por até 48 horas.– Testes bioquímicos, gasometria
AZUL– Contém citrato de sódio– Anticoagulante utilizado para a obtenção de plasma
para provas de coagulação:• Tempo de Coagulação• Retração de Coágulo• Tempo Parcial de Tromboplastina• Tempo de Protrombina
CINZA
– Tubos para glicemia– Contêm um anticoagulante e um estabilizador, em
diferentes versões:• EDTA e fluoreto de sódio• oxalato de potássio e fluoreto de sódio• heparina sódica e fluoreto de sódio• heparina lítica e iodoacetato
– Ocorre inibição da glicólise para determinação da taxa de glicose sanguínea
ROSA– Tubos para provas de compatibilidade cruzada– Duas versões:
• Com ativador de coágulo » Provas cruzadas com soro.
• Com EDTA » Testes com sangue total.ROYAL
– Três versões:• Sem aditivo• Com heparina sódica• Com ativador de coágulo
– Utilizados para testar traços de elementos metálicos, como: Cu, Zn, Pb, etc.
•SORO - tubo sem gel separador:Aguardar a completa coagulação à temperatura ambiente
seguida de centrifugação a 3.000 rpm, por um período de 10 minutos.
•SORO - tubo com gel separador: Deve-se imediatamente após a coleta homogeneizar, o tubo
por inversão de 5 a 8 vezes, manter em repouso, verticalmente, por 30 minutos para retrair o coágulo e seguir a centrifugação a 3.000 rpm por 10 minutos.
•Centrifugação de sangue com anticoagulante (Citratado, EDTA ou Heparinizado) pelo menos 15’ a 2000 – 3000 rpm.
PROCESSAMENTO DA AMOSTRA (Setor de triagem)
INTERFERÊNCIA DE RELEVÂNCIA CLÍNICA
Os testes laboratoriais podem ser afetados por fatores endógenos e exógenos na amostra.
A presença da bilirrubina, dando uma cor amarelada forte, altera os valores de creatinina.
AMOSTRAS ICTÉRICAS
É a liberação de componentes intracelulares das hemácias e outros componentes dentro do espaço extracelular do sangue. Aparência da cor é devida à liberação de hemoglobina.Causas: Bioquímicas (reação de transfusão)Imunológicas (antígeno - anticorpo)Físicas (hipotonia) Químicas (resíduos)Mecânicas (centrifugação)
AMOSTRAS HEMOLISADAS
Lipemia é a turbidez do soro ou plasma a qual é causada pela elevação da concentração de lipoproteínas que é visível ao olho.
TriglicéridesAlimentaçãoDesordem metabólicaTurbidez (paciente – heparinizado)
AMOSTRAS LIPÊMICAS
URINA“Um fluido de biópsia dos rins”.
“Um ultrafiltrado do plasma, que pode ser usado para a evolução e monitoramento da homeostase do corpo e muitas doenças dos processos metabólicos”
•TIPOS DE URINARotina24 horasJato médioCateterizadaAspiraçãoSuprapúbicaPediátrica
URINA DE ROTINANão requer preparação.Quase sempre aleatórias, primeira da manhã.Dependendo da idade do paciente e condições físicas requer assistência.
URINA DE 24 HORAS1º Dia: esvaziar a bexiga na hora inicial, coletar todas as urinas nas próximas 24horas.2º Dia: na mesma hora em que começou a coletar no primeiro dia, de bexiga cheia, urinar e coletar esta última amostra.No laboratório após a chegada da amostra, misturar, medir o volume e registrar.Uma alíquota é guardada para testes e ensaios adicionais de repetição, descartar o restante da urina.
Prof. Ronaldo Cost
a
URINA DE JATO MÉDIOUtilizada para cultura, citologia e rotina.Necessita de antissepsia do pacientePrimeira urina é descartada.Não ter contato do coletor com a área perineal.Contém elementos e analitos da bexiga, uretra e rins.
URINA CATETERIZADARequer pessoal treinado.Utilizada na rotina e cultura, e também para diferenciar Infecção Renal, da Bexiga.Inserção de um cateter através da uretra dentro da bexiga.Amostras aleatória e temporizadas podem ser obtidas.
URINA DE ASPIRAÇÃO SUPRAPÚBICAColeta diretamente da bexiga por uma agulha com seringa em punção abdominal.Utilizada para cultura e citologia.
URINA PEDIÁTRICAUtilizada na rotina e ensaios quantitativosFaz-se antissepsia do local da coletaSão utilizados coletores plásticos com adesivos.Devido a contaminações, coletas suprapúbicas e cateterizada podem ser feitas.
SANGUE
Depende do analito (glicose, DLH, potássio, bicarbonato);
Se não for processada dentro de 5h após a separação, refrigerar (2 a 8ºC)/24h;
Alguns analitos requerem congelamento (-20ºC)
URINA
Refrigeração- 4 a 6ºC, até 24 horas
Vantagens: ● Não interfere em testes bioquímicos.
Desvantagens: ● Aumenta a densidade para urodensímetro, e precipita cristais de fosfatos e uratos amorfos.
● Se for analisada dentro de 2 horas após a coleta , não refrigerar.
• Móvel• Domiciliar• Empresa
• In house• Descentralizado
Quando a amostra não é colhida pelo laboratório, o paciente ou o funcionário do hospital deverá ser orientado sobre a coleta, tempo máximo de entrega ao laboratório.
MANUSEIO E TRANSPORTE DAS AMOSTRAS
COLETA EXTERNA
•Recebimento – Registro completo sobre o pacienteUma identificação
adequada, utilizando material que resista ao manejo.
•TransporteRealizar o transporte das
amostras de acordo com a legislação vigente, atentando sempre para a condição de temperatura específica para cada analito.
•Envio de amostrasDevem ser enviadas logo
após a coleta e de preferência refrigeradas.
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