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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Terapia Ocupacional
Cléocione Araújo de Moraes
Karina Pereira
Lucília Madureira Castro Pontes
A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM
EMPRESAS NA ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE
UM MANUAL DE ORIENTAÇÃO À SAÚDE DO
TRABALHADOR QUE REALIZA LEVANTAMENTO
E CARREGAMENTO DE CARGAS
LINS SP
2007
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Cléocione Araújo de Moraes
Karina Pereira
Lucília Madureira Castro Pontes
A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM EMPRESAS NA
ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÃO
À SAÚDE DO TRABALHADOR QUE REALIZA LEVANTAMENTO E
CARREGAMENTO DE CARGAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Terapia Ocupacional, sob a orientação da Profª Esp. Paula Sandes Leite e orientação técnica da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni.
LINS SP
2007
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Cléocione Araújo de Moraes
Karina Pereira
Lucília Madureira Castro Pontes
A ATUAÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL EM EMPRESAS NA
ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UM MANUAL DE ORIENTAÇÃO
À SAÚDE DO TRABALHADOR QUE REALIZA LEVANTAMENTO E
CARREGAMENTO DE CARGAS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Terapia Ocupacional.
Aprovada em: _____/_____/_____
Banca Examinadora:
Profª Orientadora: Paula Sandes Leite
Titulação: Especialista em terapia da mão e membro superior (UNIFESP)
Assinatura:_________________________________
1º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura:_________________________________
2º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: _________________________________
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DEDICATÓRIA
A MINHA MÃE A QUEM EU AMO TANTO, MARIA
Dedico este trabalho a senhora, que me educou e me ensinou para que eu caminhasse e realizasse mais esta etapa tão importante em minha vida.
Ensinou-me a viver com dignidade e ser humilde o suficiente para buscar e conquistar meus sonhos. Agradeço muitas vezes por ter lutado muito, para
que eu pudesse me realizar profissionalmente pelo carinho, amor, dedicação, compreensão e incentivo. Obrigada simplesmente por existir e pela
realização desta conquista!!!
Sua filha Cléo
AO MEU PAI ALDO LIMA (in memorian)
Gostaria de compartilhar esse momento tão importante em minha vida ao seu lado, mas como isso não é possível espero que eu tenha te orgulhado. Sei que meus olhos não o vêem mais, mas a lembrança do amor dedicado a mim me consola, e então o vejo, não com os olhos, mas com o coração. E sei que onde estiver estará olhando por mim. Me ilumine neste novo caminho e
não me deixe desistir. Sempre te amarei!!!
Sua filha Cléo
AOS MEUS IRMÃOS CLÉRISTON, CLEIDSON E CLERMILSON
Vocês com toda experiência me deram algumas dicas, me passando segurança, confiança e por terem acreditado em mim.
Dedico também a vocês este trabalho e espero que daqui pra frente continuemos unidos e sempre prontos para as eventualidades da vida.
Amo vocês!!!
Cléo
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AOS MEUS PAIS MARAVILHOSOS VERA E JOÃO SÉRGIO
Dedico este trabalho a vocês... que sempre me apoiaram para que houvesse a conclusão de mais esta etapa em minha vida, acreditando no meu potencial,
mantendo-se sempre firmes para me apoiar no que eu precisasse, mesmo que para isso tivessem que renunciar seus próprios sonhos.
Obrigado pela luta de cada dia e também pelos esforços sem medida para que eu pudesse chegar até aqui.
Sou grata a Deus por tê-los como pais e exemplos a serem seguidos por toda vida.
AMO MUITO VOCÊS.....
Sua filha Lucília
AOS MEUS PAIS JOÃO E CLEONICE
Dedico este trabalho a vocês, por terem me proporcionado esta conquista de me tornar uma Terapeuta Ocupacional, sempre me incentivando e
dizendo para eu ter calma que tudo iria dar certo. Mesmo com todas as dificuldades nesses quatro anos eu venci e devo tudo isso a vocês que
deixaram seus sonhos e vontades de lado para se sacrificarem por mim. Agradeço a Deus todos os dias por ter vocês como pais e por me fazer
muito feliz, sempre me conduzindo nos melhores cominhos. Obrigado por vocês existirem.
AMO MUITO VOCÊS!!!
Sua filha Karina À NÓS
Durante estes quatro anos crescemos e amadurecemos pessoalmente e profissionalmente em tudo que passamos juntas. Tivemos momentos de
alegrias, tristezas, brigas e comemos muito durante as reuniões. Por vários momentos achamos que não iríamos dar conta de concluir este trabalho,
porém, chegamos ao fim e temos orgulho em dizer que somos... TERAPEUTAS OCUPACIONAIS
Nós somos demais !!! Cléo, Ká e Lú
6
AGRADECIMENTOS
À DEUS
Por mais esta vitória, como forma de agradecimento por tudo que tens feito por nós, reconhecemos que sem tua misericórdia, graça e fidelidade, não
estaríamos aqui. Obrigado por estar conosco em todos os momentos de nossas vidas, tanto os de alegria como os de tristeza e também por ter nos dado força para vencer
mais este obstáculo, nos fazendo fortes não permitindo que o cansaço muitas vezes nos desanimasse.
Obrigado pela presença de nossos pais, professores, amigos e por todos que fizeram parte da nossa história, nos ajudando a crescer.
Sempre seremos gratas pelo seu amor. Suas filhas...
Cléo, Ká e Lú
À NOSSA ORIENTADORA PAULA
Agradecemos por todo conhecimento que nos proporcionou e por ter nos ajudado a concluir este trabalho, sempre com paciência, dedicação, carinho
e compreensão. Você sempre esteve ao nosso lado, nos apoiando e nos ensinando a nunca
desistir dos nossos sonhos, por mais dificuldades e barreiras que pudéssemos encontrar.
Encontramos em você não somente uma professora, mas uma grande amiga. Você é uma pessoa muito querida e especial para nós, esperamos que essa
amizade dure para sempre.
TE ADORAMOS MUITÃO...
Cléo, Ká e Lú
À JOVIRA
Pela paciência e compreensão tão necessárias para que este trabalho pudesse ser concluído, sempre nos ajudando na elaboração deste trabalho.
OBRIGADO POR TUDO... Cléo, Ká e Lú
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À EMPRESA CARINO INGREDIENTES
Que nos deu a grande oportunidade, para que esta pesquisa fosse realizada. Agradecemos principalmente a Simone, Francisco e aos trabalhadores
que nos receberam de braços abertos, mostrando-se atenciosos e receptivos a todo o momento, apoiando e elogiando o nosso trabalho,
tornando possível a realização desta pesquisa.
Cléo, Ká e Lú
AO VAGNER
Por ter nos ajudado na parte ilustrativa deste trabalho, sempre com paciência, dedicação e compreensão.
Obrigado por tudo...
Cléo, Ká e Lú
AO MEU NAMORADO BRENO
Por estar ao meu lado me dando amor, carinho, atenção, compreensão e me ensinando sempre a não desistir dos meus sonhos, por mais dificuldades e
barreiras que eu possa encontrar. Você esteve sempre presente, mesmo que para isso tivesse que renunciar os
seus compromissos e sonhos também. Agradeço a Deus por alguém tão especial como você fazer parte da minha vida.
Obrigado por tudo que você fez e também por ter compartilhado este momento tão importante em minha vida.
AMO VOCÊ!!! Lucília
AO MEU NAMORADO GUSTAVO
Amor obrigado por estar ao meu lado sempre, participando comigo deste momento tão importante da minha vida, me dando força, amor, carinho e até
bronca quando é preciso, me fazendo rir e sempre dizendo para eu ter calma.
Obrigado por você existir na minha vida e me fazer muito, muito feliz, pois sua presença e seu sorriso é tudo para mim.
TE AMO!!! Karina
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RESUMO
O mundo do trabalho tem sofrido grandes transformações nos últimos anos com a introdução de novas tecnologias, aceleração do ritmo de trabalho, mudanças no modo de produção e surgimento de novas profissões, o que acabou influenciando no aparecimento de novas organizações do trabalho e na reorganização das empresas já existentes, necessitando de adequação para sobreviver a essas novas realidades. A Terapia ocupacional evoluiu e ampliou seu campo de atuação na área da saúde e trabalho, sendo o seu objetivo atingir o potencial funcional e ocupacional máximo de cada indivíduo, para que ele consiga autonomia e independência na vida cotidiana e inclusão social. O objeto de atenção da Terapia Ocupacional é conhecer o trabalhador no exercício de sua profissão
atividade humana/trabalho para compreender e analisar as atividades e a relação com o seu trabalho e vice-versa, pelos aspectos físicos, cognitivos, psíquico e social, a fim de se transformar o trabalho. A Ergonomia e a Terapia Ocupacional na área da Saúde e Trabalho estudam e analisam as questões e contradições individuais e coletivas do mundo do trabalho, incluindo o processo de adoecimento pelo trabalho, com objetivo de criar outras proposições, viabilizando a aplicação técnica de vários conhecimentos, oferecendo soluções coerentes com as exigências da saúde dos trabalhadores e da produção. O ato de elevar, empurrar ou puxar manualmente um objeto tem sido uma preocupação para aqueles que planejam o uso eficaz da força e também para os que procuram prevenir lesões e doenças do trabalho, onde o manuseio de cargas é responsável pela maioria dos traumas musculares entre os trabalhadores, ocorrendo com mais freqüência a lombalgia, sendo que cerca de 80% das pessoas apresentam dores lombares ao longo da vida, e a lombalgia é a maior causa de incapacidade de curta e longa duração entre os trabalhadores.O objetivo desta pesquisa foi à elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas, através de palestra, a fim de oferecer aos trabalhadores um material ilustrativo com as orientações para uma melhor compreensão sobre a maneira adequada de realizar o levantamento e carregamento de cargas e a adoção de hábitos mais saudáveis para uma melhor qualidade de vida no trabalho, auxiliando-os na prática cotidiana, prevenindo assim, maiores agravos à sua saúde, uma vez que estes possam vir a ter problemas relacionados à coluna vertebral. Depois da realização da palestra foi aplicado um questionário de múltipla escolha para avaliar os conhecimentos obtidos pelos trabalhadores, onde obteve-se um resultado satisfatório.
Palavras-chave: Terapia Ocupacional. Saúde do trabalhado. Trabalho. Ergonomia.
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ABSTRACT
The work s world has passed great transformations in the last years with the introduction of new tecnologies, acceleration of work s rhythm, changes in the production s manner and emergence of profissions, what finished influencing in the appearing of new work s organization and in the companies s reorganization already extants, needing for adequation to survival the theses new realities. The Occupational Therapy evolved and amplified its field of action in the work and health s area, being the its objective to get at occupational and functional potencial maximum of each individual, to that gets autonomy and independence in the everyday life and social inclusion. The attention s object of Occuational Therapy is to know the exercise of its profission
work/ human activity to understand and to analyze the activities and the relation with the its work and vice versa, by physics aspects, cognitives, psychis and social, so as to transform the work. The Ergonomy and the Occupational Therapy in the Work an health s area studies and analyzes the colletive and individuals questions and contractions of work s world, including the process of sickennigby work, with the objective to create others propositions, feasibiliting the technique application of diverses knowledge, offering coherents solutions with the demands of worker s health and the production. The act to elevate, to push or pull manually an object have been a preoccupation to those the plan the use efficacy of power and also to the that search to warn injuries and illness in the work, where the to handle of load is responsible by major of muscular among the workers, occurring with more frequency the traumas lumbalgy, being that about 80% of people present lumbar aches along of life, and the lumbalgy is the major cause of incapacity of short and long during among the workers. The objective of this research was to elaboration and application of a orientation s manual to work s health the achieves weightlifting and load, through of chat, so as to offer to workers an illustrative material with the orientations to a best comprehension about the adequate manner of to achieve the weightlifting and load and the adotion of habits more healthful to a best life s quality in the work, helping them in the everyday practice, prevening thus, major aggravates to its health, once these can to come the to have problems relationed to spine.
Key - words: Occupational Therapy. Worker s Health. Work. Ergonomy.
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LISTA DE FIGURAS
Figura1: Como dormir ........................................................................................ 59
Figura 2: Como alimentar-se ............................................................................. 60
Figura 3a: Protetores auriculares ...................................................................... 60
Figura 3b: Luvas ................................................................................................ 61
Figura 3c: Máscara ............................................................................................ 61
Figura 3d: Óculos............................................................................................... 62
Figura 3e: Todos os EPI s.................................................................................. 62
Figura 4: Coluna vertebral ................................................................................. 64
Figura 5a: Quando sentado ............................................................................... 65
Figura 5b: Quando sentado ............................................................................... 65
Figura 5c: No carro ............................................................................................ 65
Figura 5d: No carro ............................................................................................ 65
Figura 5e: Posição para dormir.......................................................................... 65
Figura 5f: Posição para dormir........................................................................... 65
Figura 5g: Quando pegar uma criança .............................................................. 66
Figura 5h: Quando pegar uma criança .............................................................. 66
Figura 5i: Como carregar mochila ..................................................................... 66
Figura 5j: Como pegar objetos........................................................................... 67
Figura 5k: Como pegar objetos.......................................................................... 67
Figura 5l: Como lavar o rosto............................................................................. 67
Figura 6: Como relaxar a coluna........................................................................ 68
Figura 7a: Como abaixar-se para pegar objetos ............................................... 68
Figura 7b: Como levantar e segurar os objetos ................................................ 69
Figura 7c: Como levar e deslocar a carga......................................................... 69
Figura 7d: A carga deve estar 40 cm acima do piso ......................................... 70
Figura 7e: Remova todos os obstáculos que possam atrapalhar a passagem
........................................................................................................................... 70
Figura 7f: Evite desnível da carga ..................................................................... 71
Figura 7fg: Evite desnível da carga ................................................................... 71
Figura 7h: Evite desnível da carga .................................................................... 71
Figura 7i: Evite desnível da carga ..................................................................... 71
Figura 7j: Evite o transporte com apenas uma das mãos ................................. 72
11
Figura 7k: Evite o transporte com apenas uma das mãos ................................ 72
Figura 7l: Como levantar e transportar placas de madeira ............................... 72
Figura 8: Carrinho de transporte........................................................................ 73
Figura 9a: Alongamento..................................................................................... 74
Figura 9b: Alongamento..................................................................................... 74
Figura 9c: Alongamento..................................................................................... 75
Figura 10a: Tire seus dias de descanso para repousar .................................... 75
Figura 10b: Programe passeio com a família .................................................... 76
Figura 10c: Divirta-se com os amigos ............................................................... 76
Figura 10d: Pratique alguma atividade física que lhe dê prazer ....................... 77
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Resultado do aproveitamento da palestra........................................ 78
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AVP: Atividade de vida prática
CLT: Consolidação das Leis Trabalhistas
DORT: Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
EPI s: Equipamentos de proteção individual
IEA: Associação Internacional de Ergonomia
LER: Lesão por Esforços Repetitivos
NIOSH: National Institute for Occupational Safety and Health
NRs: Normas Regulamentadoras da Segurança no Trabalho
OMS: Organização Mundial de Saúde
T.O.: Terapia Ocupacional
UNESCO: Organização Mundial de Saúde, Ciência e Cultura
USP: Universidade de São Paulo
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................. 15
CAPÍTULO I TERAPIA OCUPACIONAL NA ÁREA DE SAÚDE E
TRABALHO E A ERGONOMIA ....................................................................... 17
1 TERAPIA COUPACIONAL .................................................................. 17
1.1 Definição ............................................................................................... 17
1.2 Histórico ................................................................................................ 18
1.3 Terapia ocupacional no campo da saúde e trabalho............................ 18
1.4 Terapia ocupacional no contexto empresarial ...................................... 21
1.4.1 Vantagens da atuação do terapeuta ocupacional para a empresa e para
os trabalhadores .............................................................................................. 23
1.5 Ergonomia ............................................................................................ 23
1.5.1 Conceituação ........................................................................................ 23
1.5.2 Histórico ................................................................................................ 24
1.5.3 Objetivos básicos da ergonomia........................................................... 25
1.6 Tipos de ergonomia ............................................................................. 26
1.6.1 Ergonomia de concepção ..................................................................... 26
1.6.2 Ergonomia de correção......................................................................... 26
1.6.3 Ergonomia de conscientização ............................................................. 26
1.6.4 Ergonomia de participação ................................................................... 27
1.7 Custo e benefício da ergonomia ........................................................... 27
1.8 Terapia ocupacional e ergonomia......................................................... 27
CAPÍTULO II
CONCEITOS BÁSICOS QUANTO A SAÚDE DO
TRABALHADOR ............................................................................................. 30
2 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 30
2.1 Sono ..................................................................................................... 30
2.1.1 Fases do sono ...................................................................................... 31
2.1.2 Dicas para uma boa noite de sono ....................................................... 31
13
2.2 Alimentação........................................................................................... 32
2.2.1 Dicas para uma boa alimentação ......................................................... 33
2.3 Metabolismo.......................................................................................... 33
2.3.1 Capacidade muscular ........................................................................... 33
2.3.2 Metabolismo basal ................................................................................ 34
2.3.3 Energia gasta no trabalho..................................................................... 34
2.3.4 Subnutrição e rendimento..................................................................... 35
2.4 Segurança no trabalho.......................................................................... 35
2.5 Equipamentos de proteção individual (EPI s) ....................................... 36
2.5.1 A importância dos EPI s........................................................................ 37
2.5.2 Tipos de EPI s ....................................................................................... 38
2.6 Coluna Vertebral ................................................................................... 39
2.6.1 Anatomia da coluna vertebral ............................................................... 39
2.6.2 Disco intervertebral ............................................................................... 40
2.6.3 Patologias mais comuns da coluna vertebral ....................................... 41
2.6.4 Controle da postura............................................................................... 44
2.7 Manuseio da cargas.............................................................................. 45
2.7.1 Levantamento de cargas ...................................................................... 47
2.7.2 Carga sobre a coluna vertebral durante o levantamento ..................... 48
2.7.3 Métodos do levantamento..................................................................... 49
2.7.4 Capacidade de levantamento de cargas homens/mulheres ................ 49
2.7.5 Transporte de cargas ............................................................................ 50
2.7.6 Recomendações para o transporte de cargas...................................... 50
2.7.7 A importância dos carrinhos de transporte ........................................... 51
2.8 Alongamento ......................................................................................... 52
2.8.1 Tipos de alongamento........................................................................... 53
2.8.2 Porque alongar-se................................................................................. 53
2.8.3 Como alongar-se................................................................................... 54
2.9 Lazer ..................................................................................................... 54
CAPÍTULO III A PESQUISA ........................................................................ 56
3 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 56
3.1 Descrição da empresa .......................................................................... 56
14
3.2 Proposta do manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza
levantamento e carregamento de cargas ............................................. 57
3.3 Resultados ............................................................................................ 77
3.4 A palavra dos profissionais ................................................................... 80
3.4.1 A palavra do médico do trabalho .......................................................... 80
3.4.2 A palavra do Fisioterapeuta .................................................................. 81
3.4.3 A palavra dos Terapeutas Ocupacionais.............................................. 81
3.5 Discussão.............................................................................................. 84
3.6 Conclusão da pesquisa......................................................................... 86
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................... 87
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 88
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 89
APÊNDICES .................................................................................................... 93
ANEXO............................................................................................................. 110
15
INTRODUÇÃO
É importante para os trabalhadores que realizam levantamento e
carregamento de cargas, receberem orientações adequadas, buscando sempre
uma melhor qualidade de vida no trabalho e desempenho eficiente, evitando
assim, possíveis acometimentos a saúde.
O Terapeuta Ocupacional na área da saúde e trabalho é responsável
pela orientação, conscientização e transmissão de conhecimentos aos
trabalhadores. Foi elaborado um manual de orientação, ilustrado com fotos,
contendo uma linguagem clara e objetiva, para uma melhor compreensão das
orientações, este manual foi apresentado aos trabalhadores em forma de
palestra.
O tema abordado tem por objetivo fornecer conhecimentos básicos à
saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas, para
uma melhor qualidade de vida nos aspectos físico, mental e social, buscando o
conforto, a segurança e o desempenho eficiente no relacionamento entre o
homem e seu trabalho.
Após a pesquisa exploratória, levantou-se o seguinte questionamento:
de que maneira o Terapeuta Ocupacional pode colaborar na promoção da
saúde dos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de
cargas?
Diante deste questionamento, foi levantada a seguinte hipótese que
norteia o trabalho: O terapeuta Ocupacional pode colaborar na promoção da
saúde dos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas
através da elaboração e aplicação de um manual de orientação ilustrativo que
engloba informações quanto ao funcionamento básico do corpo humano,
segurança no trabalho, importância de hábitos saudáveis como adequada
alimentação, descanso, atividades de lazer, a necessidade do uso dos
equipamentos de proteção individual e por fim, dando ênfase à maneira e
postura correta do corpo durante o levantamento e carregamento de cargas.
Para demonstrar esse pressuposto, foi realizada uma pesquisa de
campo na empresa Carino Ingredientes, no dia 11 de setembro de 2007, cujos
métodos e técnicas estão explicitados no capítulo III.
O trabalho está assim estruturado:
16
Capítulo II
descreve os conceitos básicos quanto à saúde do
trabalhador.
Capítulo III descrição da pesquisa
Finaliza-se o trabalho com a proposta de intervenção e as considerações
finais.
17
CAPÍTULO I
TERAPIA OCUPACIONAL NA ÁREA DE SAÚDE E TRABALHO E A ERGONOMIA
1 TERAPIA OCUPACIONAL
1.1 Definição
Segundo Crepeal e Neistadt (2002), Terapia Ocupacional é a arte e a
ciência de ajudar pessoas a realizarem as atividades diárias que são
importantes para elas, apesar de debilidade, incapacidades ou deficiências [...].
Na publicação brasileira consta a definição da profissão, formulada pelo
curso de Terapia Ocupacional da USP Universidade de São Paulo:
É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emancipação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemática específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, apresentam temporariamente ou definitivamente, dificuldade na inserção e participação na vida social. As intervenções em T.O dimensionam-se pelo uso da atividade elemento centralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada do processo terapêutico. World Federation of Occupacional Therapy (apud CAVALCANTI; GALVÃO, 2007, p. 3)
De acordo com a Associação Canadense de Terapeutas Ocupacionais:
a Terapia Ocupacional utiliza a ocupação para promover e manter a saúde,
prevenir e/ou tratar disfunções resultantes de enfermidades, lesões,
envelhecimento, desvantagem social ou deterioração que resultem de
incapacidades. Ocupação se refere a qualquer atividade ou tarefa, necessária
para o auto-cuidado, como comer e vestir-se, produtividade, como escola,
trabalho, atividades domésticas ou atividades de lazer como atividades de
recreação. A ocupação é considerada como essencial para a saúde. (COMITE
DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO WFOT, 2003)
É uma ciência da saúde que tem como objeto de estudos a cinética do homem e suas relações com atividades ocupacionais, em todas as suas formas de expressão, quer nos desvios patológicos, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, tendo como meta restaurar
18
a capacidade fisico-mental do indivíduo. (CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL, 2007, [s.l])
1.2 Histórico
A profissão de Terapia Ocupacional teve sua origem oficial nos Estados
Unidos, no final da I Guerra Mundial, onde os soldados voltaram de suas
atividades militares com várias seqüelas e necessitando de reabilitação. Devido
ao longo tempo de hospitalização e por sua incapacidade funcional,
necessitavam de intensa terapia física ou ocupacional.
A II Guerra Mundial teve como conseqüência uma necessidade ainda
maior por serviços médicos do que a I Guerra. Mais uma vez, a Guerra
ressaltou o valor da Terapia Ocupacional para o auxílio das pessoas doentes e
feridas.
A profissão surgiu no Brasil, em 1950, criada à partir de um acordo com
a Organização das Nações Unidas para a Educação, Organização Mundial de
Saúde, Ciência e Cultura (UNESCO) e Organização Internacional do Trabalho,
voltada a reabilitação, entre elas a profissional, campo no qual foi destinado a
reabilitação e a reinserção profissional ou acidentes de trabalho.
A Terapia Ocupacional evoluiu e ampliou seu campo de atuação, sendo
o seu objetivo atingir o potencial funcional e ocupacional máximo de cada
individuo, para que ele consiga autonomia e independência na vida cotidiana e
inclusão social.
A relação da Terapia Ocupacional com o trabalho permeia toda história
da profissão, pois esta nasceu para habilitar e/ou reabilitar e inserir no mundo
do trabalho pessoas que apresenta limitação ou deficiência em seu
desempenho, decorrentes de diferentes condições patológicas que interfere
direta ou indiretamente em suas atividades do dia-a-dia, tornando menos
independente.
1.3 Terapia ocupacional no campo da saúde e trabalho
A Constituição da Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde
19
como:
O estado de completo bem estar físico, mental e social e não
meramente a ausência de doenças . (EPSTEIN, 2001, [s.i])
Para o bem estar físico, mental e social ser alcançado o indivíduo
precisa ter capacidade para identificar e perceber suas vontades, satisfazer
suas necessidades, mudando ou lidando com o seu meio.
Segundo Rosen (apud LANCMAN, 2004, p.4):
[...] para promover a saúde e prevenir a doença e preciso combater a ignorância. A educação em saúde, ao ensinar saúde ao povo, se ocupa, em essência, do comportamento humano e de sua alteração para melhoria e a promoção da saúde individual e comunitária.
Algumas mudanças na vida, no trabalho e no lazer têm um grande
impacto na saúde do indivíduo, onde a promoção da saúde deve gerar
condições de vida e trabalho sadias, prazerosas, estimuladoras e agradáveis.
O conceito sobre o trabalho foi se transformando e acompanhando
várias mudanças, tornando-se diferente de cultura para cultura.
O trabalho compreende uma atividade que permite ao homem
diferenciar-se das outras espécies animais. Hoje é reconhecido como útil,
sendo uma fonte de renda e uma oportunidade de crescimento e
desenvolvimento psíquico, onde o sofrimento gerado no trabalho, quando
excessivo pode levar ao adoecimento do indivíduo.
O trabalho é um elemento primordial no que se refere à saúde e o
principal elo entre os indivíduos e a sociedade, assumindo um papel importante
na constituição da identidade dos mesmos. Ele é também uma ação, mas
dependendo de como é sua organização acaba impedindo o indivíduo de
pensar na racionalidade dessa ação, gerando ao mesmo tempo uma
dificuldade na capacidade de se pensar. Somente o homem tem a capacidade
de pensar em um plano de ação para depois realizá-lo.
O trabalho humano sempre foi muito valorizado pela terapia ocupacional,
sendo quase comparado a um remédio, onde inserir o homem no mundo do
trabalho e fazê-lo compreender sua relação entre as condições de vida e de
trabalho e saúde/doença são os principais objetivos de intervenção do
terapeuta, pois o homem saudável é aquele que trabalha, que é útil e produtivo.
20
Atualmente, a Terapia Ocupacional vem contribuindo no campo da
saúde e do trabalho devido a crescente consciência das relações entre os
fatores ocupacionais e o adoecimento, além da necessidade das empresas
investirem em programas preventivos, precavendo possíveis indenizações
trabalhistas por parte dos lesionados.
A promoção da saúde tem haver com o dia-a-dia saudável de modo que
o indivíduo possa aproveitar o melhor que a vida tem a oferecer. É exatamente
ai que a Terapia Ocupacional intervém para promover a saúde do indivíduo,
podendo-se usar as atividades de vida prática (AVP) com qualidade e sinônimo
de vida saudável.
Segundo Watanabe (apud LANCMAN, 2004, p.42):
O terapeuta ocupacional, então, na área da saúde e trabalho tem como objeto de atenção à relação estabelecida entre a atividade de trabalho e o trabalhador, expressa na relação consigo próprio (adoecimento), com seu trabalho (prazer e satisfação no ofício) e com a empresa (cultura e política vigente valorização e reconhecimento), otimizando as potencialidades pessoais [...].
A Terapia Ocupacional na promoção da saúde está envolvida com a
ocupação humana e a sua importância na saúde dos indivíduos de todas as
idades, avaliando os fatores de riscos ambientais e psicossociais que
diminuem a capacidade das pessoas em participar nas atividades e
ocupações do cotidiano.
Os Terapeutas Ocupacionais buscam nas práticas de saúde e trabalho,
prevenir doenças, tratar, reabilitar e fazer com que o indivíduo afastado por
adoecimento retorne ao seu trabalho, agindo na prevenção, no tratamento e
na recuperação das capacidades que foram reduzidas pelos problemas
ocasionados pelas exigências do trabalho, onde suas intervenções devem
levar os trabalhadores a refletirem sobre sua atividade laboral.
Segundo Reed in Soares (apud CAVALCANTI; GALVÃO, 2007, p.3): Se
há uma doença ocupacional, porque não uma Terapia Ocupacional? . A
ação, o fazer e o cotidiano são definidos como objeto da profissão de
Terapia Ocupacional, tendo como objetivo entender as metas ou resultados
21
que se buscam alcançar a partir da intervenção, melhorando o desempenho,
ampliando a autonomia do indivíduo, superando déficits ou traumas,
garantindo uma inserção na sociedade.
1.4 Terapia ocupacional no contexto empresarial
No contexto empresarial, os terapeutas ocupacionais participam da
investigação e confirmação diagnóstica e do estabelecimento da causa junto da
equipe interprofissional, com o médico do trabalho e engenheiro ou técnico de
segurança, realizando a análise da vida de trabalho e das atividades inerentes
à função do empregado.
Esses profissionais também colaboram na prevenção de agravos,
afastamentos, percepção de risco de acidentes ou adoecimentos e
conscientização dos efeitos do trabalho sobre o indivíduo, garantindo o
cumprimento de deveres da empresa relacionados aos aspectos
previdenciários relativos à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), à saúde e
à segurança no trabalho, ao cumprimento das Normas Regulamentadoras da
Segurança no Trabalho (NRs) e aos acordos firmados entre empresas e
trabalhadores.
O Terapeuta Ocupacional ocupa uma posição dentro da equipe multidisciplinar que lhe permite um estreito relacionamento com o usuário por seu contato quase diário com ele (no tempo muitas vezes prolongado do período de tratamento terapêutico ocupacional) e, mais marcadamente, por receber em sua formação básica uma visão holística do homem na sociedade e de como o trabalho e a ocupação têm um papel importante como formadores da identidade do homem [...]. (SANTOS apud LANCMAN, 2004, p.105)
O Terapeuta Ocupacional dentro da empresa deverá usar seus
conhecimentos e seu olhar ergonômico para promover a saúde, prevenir riscos,
acidentes e incapacidades.
O terapeuta deve possibilitar aos trabalhadores conhecerem,
perceberem e sentirem suas habilidades, necesidades e limitações, pois
espera-se à transformação dos indivíduos em cidadãos e autores da história,
na tentativa de transformação do seu próprio trabalho.
22
O objeto de atenção da Terapia Ocupacional é conhecer o trabalhador
no exercício de sua profissão
atividade humana/trabalho - para compreender
e analisar as atividades e a relação com o seu trabalho e vice-versa, pelos
aspectos físicos, cognitivos, psíquico e social, a fim de se transformar o
trabalho.
O objetivo é a promoção da saúde, o sentido e o prazer do trabalhador
ao realizar o seu trabalho, transformando a relação consigo mesmo e com seu
trabalho, tornando o trabalhador mais ativo no processo de compreensão dos
fatores que podem levar ao adoecimento pelo exercício da profissão e no
processo do desenvolvimento de sua saúde em todos os aspectos.
No que se refere ao atendimento dentro da instituição empresarial, o terapeuta ocupacional avalia a capacidade laborativa do trabalhador, seus desejos e interesses, paralelamente conhece os postos de trabalho e o trabalho real na companhia dele, podendo ele próprio ter gerado a solicitação ou não, mas sempre pela visão do trabalhador. Ele sabe quais as condições, a organização e as relações do trabalho, além dos fatores estáveis, conhecendo também os determinantes da carga de trabalho, pela pesquisa de campo, para implantar medidas preventivas
adequar o trabalho ao indivíduo e organizar essas relações
e para promover a reabilitação profissional. ( WATANABE; GONÇALVES apud LANCMAN, 2004, p. 46)
A contribuição da ergonomia para a Terapia Ocupacional que atua na
empresa inclui o levantamento de informações sobre o andamento da
organização e de seus traços primordiais, como as características da
população, da produção e a saúde. A análise do resultado desse levantamento
com as observações globais do trabalho ajuda na elaboração das primeiras
sugestões sobre os problemas a serem observados com o objetivo de
direcionar a escolha das situações a serem analisadas, como as mais críticas.
O Terapeuta Ocupacional poderá intervir respeitando as diferenças
individuais, amenizando e evitando sobrecarga física e mental, por meio das
atividades gerais e terapêuticas.
A Terapia Ocupacional também desenvolve outras ações como:
realização de ginástica laboral, adequada para cada atividade desenvolvida na
empresa; elaboração de jornais ou folhetos informativos e palestras visando
assuntos preventivos; adaptação do trabalhador com algum tipo de deficiência,
seja ela visual, auditiva, física ou mental, tendo como objetivo propiciar bem-
23
estar, eficiência e segurança; recolocação do trabalhador que sofreu acidente
no seu posto de trabalho e quando não for possível realizar a mesma função
colocá-lo em outro posto de trabalho que não lhe ofereça riscos à saúde; e
elaborar e desenvolver programas de qualidade de vida.
1.4.1 Vantagens da atuação do Terapeuta Ocupacional para a empresa e
trabalhadores
Dentro da empresa o Terapeuta Ocupacional irá colaborar na diminuição
de gastos médicos decorrentes de doenças ocupacionais, melhorar a qualidade
de vida de seus empregados diminuindo assim o número de acidentes,
reduzindo o índice de absenteísmo, visando o aumento da eficácia no trabalho,
diminuindo a rotatividade no quadro de empregados protegendo a empresa
contra processo dos mesmos, no aumento da produtividade com conseqüente
aumento nos lucros da empresa, melhorando a imagem e o ambiente de
trabalho. (NASCIMENTO; MORAES, 2000)
Já para os empregados a intervenção de Terapia Ocupacional visa à
redução da fadiga muscular, desconforto físico, diminuindo assim o gasto
energético, o estresse emocional e a irritabilidade do trabalhador, favorecendo
a sua sociabilização com o grupo de trabalho, melhorando sua qualidade de
vida e maior eficiência no trabalho.
1.5 Ergonomia
1.5.1 Conceituação
Segundo Abrantes (2004), a ergonomia é uma ciência que coloca à
disposição das empresas diversas técnicas para aumentar a capacidade
produtiva em função da interação do trabalho com o homem, eliminando
situações de risco que poderão ocorrer a curto, médio ou longo prazo.
Segundo Iida (2005, p.2), diversas associações nacionais de ergonomia
apresentam as suas próprias definições, sendo a mais antiga a Ergonomics
Society, da Inglaterra:
24
Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas que surgem desse relacionamento.
No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia adota a seguinte
definição: ergonomia é o estudo das interações das pessoas com a tecnologia,
a organização e o ambiente, tendo como objetivo projetos e intervenções que
visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, o conforto, a segurança,
o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. (IIDA, 2005)
A Associação Internacional de Ergonomia (IEA) adotou a definição oficial
apresentada a seguir: ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina
científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos
e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e
métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho
global do sistema. (IIDA, 2005)
1.5.2 Histórico
A ergonomia surgiu após a II Guerra Mundial, em conseqüência do
trabalho interdisciplinar durante a guerra, devido à necessidade de adaptar as
armas de combate para que o operador ficasse menos tenso, reduzindo assim
o nível de tensão e o risco de acidentes.
No Brasil a ergonomia destacou-se a partir dos anos de 1980, devido à
necessidade de prevenção das LER/DORT, que acometiam grande número de
trabalhadores.
O crescimento da ergonomia ampliou-se nos últimos anos, decorrentes
dos problemas que surgiram nos setores de produção, estando ligada ao
desenvolvimento tecnológico e às reações sociais.
Inicialmente os principais campos de aplicação da ergonomia se faziam
quase que exclusivamente na indústria, concentrando-se no binômio homem -
máquina. Atualmente a ergonomia é mais abrangente, estudando sistemas
complexos, onde homens, máquinas e materiais interagem de forma contínua
entre si, na realização de um trabalho.
25
A ergonomia expandiu-se, englobando quase todos os tipos de
atividades humanas. Hoje essa expansão ocorre principalmente no setor de
serviços (saúde, educação, transporte, laser e outros) e nos estudos de
trabalhos domésticos.
1.5.3 Objetivos básicos da ergonomia
A ergonomia estuda vários fatores que contribuem no desempenho do
sistema produtivo, procurando diminuir as suas conseqüências nocivas sobre o
trabalhador, como a fadiga, estresse, erros e acidentes, oferecendo segurança,
satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o seu relacionamento com esse
sistema produtivo.
A ergonomia visa principalmente à saúde, segurança e satisfação do
trabalhador.
a) Saúde: é mantida quando as exigências do trabalho e do ambiente
não ultrapassam suas limitações energéticas e cognitivas, evitando
situações de estresse, riscos de acidentes e doenças ocupacionais.
b) Segurança: é alcançada com projetos do posto de trabalho, ambiente
e organização do trabalho, evitando dentro das capacidades e
limitações do trabalhador, reduzindo assim, os erros, estresse,
acidentes e fadiga.
c) Satisfação: é o resultado do atendimento das necessidades e
expectativas do trabalhador, pois os trabalhadores satisfeitos tendem
a adotar comportamentos mais seguros, sendo mais produtivos que
aqueles insatisfeitos.
d) Eficiência: é decorrente de um bom planejamento e organização do
trabalho, que propicie saúde, segurança e satisfação ao trabalhador,
devendo ter certos limites, pois o aumento exagerado da eficiência
pode ocasionar prejuízos à saúde e segurança.
Conforme Abrantes (2004), a ergonomia é uma ciência que trata da
adaptação e melhoria das condições de trabalho do homem no sentido amplo,
tem uma importância dentro das empresas, ajudando a evitar acidentes e
doenças ocupacionais, a projetar máquinas e equipamentos adequados ao
26
homem, reduzindo os desconfortos físicos e mentais dos trabalhadores em seu
ambiente de trabalho, indo ao encontro de alguns objetivos da empresa, como
o de reduzir os custos de produção, diminuir os absenteísmos e aumentar a
produtividade das áreas.
A norma regulamentadora da ergonomia NR-17 do Ministério do
Trabalho em seu item 17.1 visa: estabelecer parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente. (APÊNDICE F)
1.6 Tipos de ergonomia
1.6.1 Ergonomia de concepção
Acontece quando a contribuição ergonômica ocorre na fase inicial do
projeto, introduzindo conhecimentos sobre o homem em todas as partes que
compõem o posto de trabalho, máquinas, ferramentas, dispositivos, sistemas
de produção e outros. Esta é a melhor situação, pois as alternativas poderão
ser amplamente examinadas.
1.6.2 Ergonomia de correção
É aplicada em situações reais, procurando melhorar as condições de
trabalho existentes, buscando resolver problemas que refletem na segurança,
fadiga excessiva, doenças do trabalhador ou quantidade e qualidade da
produção, porém, de forma parcial e muitas vezes de eficácia limitada.
1.6.3 Ergonomia de conscientização
Procura capacitar os próprios trabalhadores para a identificação e
correção dos problemas do dia-a-dia ou aqueles emergenciais, através de
27
treinamentos e reciclagens dos trabalhadores sobre os riscos e/ou a maneira
correta de realizar um determinado trabalho.
1.6.4 Ergonomia de participação
Procura envolver o próprio usuário do sistema, na solução de problemas
ergonômicos. Esse princípio baseia-se na crença de que eles possuem um
conhecimento prático, onde alguns detalhes podem passar despercebidos ao
analista e projetista.
1.7 Custo e benefício da ergonomia
A ergonomia só será aceita se for capaz de comprovar que é
economicamente viável, apresentando uma relação custo/benefício favorável.
A análise do custo/benefício indica o investimento necessário para
realizar um projeto ou uma recomendação ergonômica, representado pelos
custos de elaboração do projeto, aquisição de máquinas, materiais e
equipamentos, treinamento de pessoal e queda de produtividade durante o
período de implantação. Por outro lado, são computados os benefícios, o
quanto vai se ganhar com os resultados do projeto, onde o projeto só será
economicamente viável se os benefícios forem superiores aos respectivos
custos.
Em geral, os custos costumam ocorrer a curto prazo e já os benefícios,
pode demorar um certo tempo. Existe empresas que estabelece um prazo
máximo para esse retorno, cerca de 5 anos. Os projetos que têm maior retorno
ou em menor prazo, são considerados mais interessantes.
1.8 Terapia ocupacional e ergonomia
O mundo do trabalho tem sofrido grandes transformações nos últimos
anos com a entrada de novas tecnologias, aceleração do ritmo do trabalho,
28
mudanças no modo de produção e surgimento de novas profissões, o que
acaba influenciando no aparecimento de novas organizações do trabalho e na
reorganização das empresas já existentes, necessitando de adequação para
sobreviver a essas novas realidades criando, portanto, uma grande mobilidade
no mercado de trabalho, favorecendo relações de trabalhos precários, que
influencia nas condições de trabalho e saúde dos empregados.
O trabalho se modifica e muda a realidade do que neles estão
envolvidos, por isso, vários profissionais o estudam e propõem alternativas de
organização que possam melhorar a qualidade de vida, repensar o fator
humano e humanizar as relações de trabalho.
Alguns Terapeutas Ocupacionais procuram formação na área de
Ergonomia em cursos de especialização, mestrado e doutorado, pois possibilita
aos profissionais desenvolver trabalhos na área de consultorias a empresas,
proporcionando ampliações.
A Ergonomia e a Terapia Ocupacional na área da Saúde e Trabalho
estudam e analisam as questões e contradições individuais e coletivas do
mundo do trabalho, incluindo o processo de adoecimento pelo trabalho, com
objetivo criar outras proposições, viabilizando a aplicação técnica de vários
conhecimentos, oferecendo soluções coerentes com as exigências da saúde
dos trabalhadores e da produção. Ambas têm como compromisso analisar o
mundo do trabalho e a atividade laboral. (LANCMAN, 2004)
Assim como para a ergonomia os trabalhadores são responsáveis pelas
transformações das situações de trabalho, o mesmo ocorre na Terapia
Ocupacional, onde o objetivo primordial é tornar o paciente sujeito dos
processos de mudança e transformação.
A ergonomia esta voltada para a prevenção de acidentes, preocupando-
se em corrigir problemas já instalados, estudando o trabalhador em situação
real de trabalho, voltando-se para a promoção da saúde com visão na
produtividade, onde no contexto do trabalho, cada situação a ser estudada tem
uma singularidade própria, o que também ocorre na Terapia Ocupacional,
porque cada paciente, trabalhador ou empresa, é um caso singular,
independente da patologia apresentada.
Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a
29
avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações, das pessoas. (IEA apud FIGUEIREDO; MONT ALVÃO, 2005, p. 90)
O Terapeuta Ocupacional ao ampliar seu campo de ação para a
prevenção e intervenção em situações concretas de trabalho a partir da
atuação em reabilitação profissional e psicossocial, faz dele um profissional
impar neste campo, devido à sua experiência no uso e no estudo de atividades
e na compreensão global dos indivíduos.
Tanto no setor público como privado, os terapeutas ocupacionais
realizam ações em prol da saúde do homem em atividade, ou seja, em situação
de trabalho, atuando na promoção da saúde, prevenção de doenças do
trabalho, acidentes do trabalho, e na reabilitação dos trabalhadores já
adoecidos, atuando na readaptação e na reabilitação profissional.
O terapeuta ocupacional vincula à sua formação o estudo de análises de atividades dentro de uma visão biopsicossocial do indivíduo. A Terapia Ocupacional sempre buscou a inclusão dos indivíduos no trabalho como objetivo último da ação reabilitadora. Nesse sentido, todos os modelos de análises de atividades desenvolvidos procuravam adaptar e adequar indivíduos ao trabalho ou vice-versa, bem como adaptar máquinas e instrumentos para que aqueles portadores de deficiências, oriundas ou não do mundo do trabalho, pudessem trabalhar. (LANCMAN, 2004, p.79).
Conclui-se então, que o objeto de estudo da Terapia Ocupacional na
área da Saúde e Trabalho e da Ergonomia esta voltado ao trabalho real, ou
seja, a atividade, que possibilita além da avaliação, a expressão e a
transformação do sofrimento físico e mental, buscando produtividade dentro de
padrões que preservem a sua saúde e qualidade de vida.
30
CAPÍTULO II
CONCEITOS BÁSICOS QUANTO A SAÚDE DO TRABALHADOR
2 INTRODUÇÃO
Segundo Dias (apud FERREIRA JUNIOR, 2002 p.7): na atenção a
saúde dos trabalhadores são indissociáveis as ações preventivas de promoção
e proteção da saúde, assistência, ou recuperação e reabilitação[ ] .
Uma boa saúde é influenciada pelo estilo de vida, que por sua vez afeta
diretamente a qualidade de vida, onde os trabalhadores possuem outros
fatores que influenciam na sua satisfação além do trabalho, como as
realizações pessoais, reconhecimento no ambiente de trabalho, posição social,
crescimento profissional, entre outros.
A saúde e a qualidade de vida caminham juntas, onde a empresa que
investe em qualidade de vida no trabalho, através de programas de promoção
da saúde, acaba evitando desgastes físicos, mentais e sociais. Um ambiente
de trabalho quando não agradável poderá gerar estresse para o trabalhador
que poderá refletir de maneira negativa, prejudicando a sua saúde, vida
pessoal no seu trabalho, onde diminuir estes problemas passa a ser meta das
empresas, pois seus reflexos trarão benefícios para o empregado e o
empregador.
2.1 Sono
O sono apresenta-se como um estado comportamental reversível de
desligamento da percepção do ambiente e com alteração do nível de
consciência e da responsividade a estímulos internos e externos. Refere-se a
um processo ativo envolvendo diversos mecanismos fisiológicos e
comportamentais em vários sistemas e regiões do sistema nervoso central.
31
2.1.1 Fases do sono
Fase 1 sonolência (ocorre liberação de melatonina, induzindo ao sono)
Fase 2
sono leve (ocorre uma redução dos ritmos cardíacos e
respiratórios, relaxando os músculos e caindo a temperatura corporal)
Fase 3
sono profundo (ocorre o pico de liberação do hormônio do
crescimento-GH e da leptina, nesta fase o cortisol começa a ser liberado
até atingir seu pico, no início da manhã).
O corpo humano e a mente são feitos para ficar ativo durante o dia e
dormir durante a noite, porém, há trabalhadores que conseguem adaptar-se
ao trabalho contínuo durante a noite, podendo ocorrer também entre estes
algumas desordens da saúde como, doenças ocupacionais, fadiga, cansaço,
irritabilidade mental, depressão, perda da vitalidade, diminuição do interesse
no trabalho e no rendimento profissional, ansiedade, sonolência diurna,
perda de apetite, problemas digestivos, alterações de humor, perda de
memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, desatenção e
dificuldade de concentração.
Já que um ajuste completo ao trabalho noturno não ocorre rápido o suficiente, o sistema de controle do corpo dos trabalhadores é apenas parcialmente trocado para o trabalhar à noite e dormir e repousar de dia. O resultado é sono insuficiente tanto em quantidade quanto em qualidade, com recuperação inadequada, resultando em fadiga crônica com seus sintomas associados. (KROEMER; GRADJEAR, 2005, p.207).
2.1.2 Dicas para uma boa noite de sono
a) Mantenha sempre os mesmos horários para dormir e acordar;
b) Durma só o necessário;
c) O quarto de dormir não deve ser utilizado para trabalhar e comer;
d) Quem possui insônia deve evitar ler e assistir televisão antes de
dormir;
e) Os exercícios físicos devem ser feitos de 4 a 6 horas antes de ir para
a cama;
f) Não ingerir café, chá preto, chocolate ou outra bebida estimulante
32
após as 17:00;
g) Evite ingerir bebidas alcoólicas, pois perturba o sono devido ao ronco;
h) Faça refeições mais leves à noite;
i) Procure usar colchões confortáveis;
j) Tome um banho quente, para ajudar a relaxar antes de dormir;
2.2 Alimentação
Para que o organismo mantenha e desempenhe suas funções vitais, ele
retira dos alimentos nutrientes que são primordiais para que ele possa
funcionar, como: água, hidrato de carbono, gordura, proteínas, vitaminas, fibras
e minerais, onde uma alimentação saudável deve oferecer estes nutrientes em
quantidades adequadas e de maneira equilibrada.
O organismo irá utilizá-los para três princípios básicos:
a) Formar células e tecidos, reparando as destruições que se processam
ao longo da vida;
b) Dispor de energia para as atividades intelectuais e físicas, mantendo
assim a temperatura do corpo de forma constante;
c) Possuir reservas de energia (sob forma de gordura) e de alguns
nutrientes para intervalos entre as refeições.
Para uma boa alimentação não se deve basear somente nos tipos de
alimentos, mas também na quantidade suficiente para suprir o nosso
organismo de todos os nutrientes que ele necessita para funcionar
corretamente. Portanto, o que e quanto comer não são decisões fáceis para
muitas pessoas, fatores como preferências e hábitos familiares, processo de
doença e função gastrintestinal interferem no consumo de alimentos de uma
pessoa, sendo assim, cuidar da alimentação é um fator importante para a vida,
influenciando principalmente na capacidade de trabalhar, estudar, divertir-se e
cuidar-se.
De acordo com Kroemer (2005): uma pessoa precisa de comida para
prover energia, como também de água para manter um equilíbrio de água
corrente, onde a necessidade média é de 35g de água para cada quilo de peso
do corpo, num período de 24hs.
33
2.2.1 Dicas para uma boa alimentação
a) Adquira todos os tipos de alimentos pelo menos três em três refeições
diárias: café da manhã, almoço e jantar, não se devem deixar de
comer em nenhuma dessas principais refeições, pois nosso
organismo necessita de alimentos e por isso devemos comê-los em
grande variedade e numa quantidade razoável;
b) Comer sempre frutas e verduras da época;
c) Ingira carnes, sal e açúcar em quantidades moderadas;
d) Tome diariamente bastante água, pois ela é muito importante na
digestão, no funcionamento dos rins, dos intestinos e regula
temperatura do corpo, a perda de água é em torno de dois litros por
dia;
e) Prepare sempre a alimentação com bastante higiene, as mãos devem
ser lavadas com água e sabão;
f) Mantenha o seu peso, controlando a ingestão de alimentos e fazendo
exercício físico.
2.3 Metabolismo
É o estudo dos aspectos energéticos do organismo humano. A energia
do corpo humano é decorrente da alimentação, onde os alimentos sofrem
diversas transferências químicas, sendo uma parte utilizada para a construção
de tecidos e outra como combustível destinado a manter o organismo em
funcionamento.
O organismo humano pode ser comparado a uma máquina térmica,
onde parte dos alimentos ingeridos convertem-se no combustível chamado
glicogênio, que é oxidado numa reação exotérmica, que por sua vez gera
energia. Essa reação produz o calor, dióxido de carbono e água, sendo
excretado pelo organismo.
2.3.1 Capacidade muscular
A capacidade dos músculos em realizar exercícios pesados e
34
prolongados depende da quantidade de glicogênio contido inicialmente nos
músculos, pois sua reposição é mais lenta que o consumo. Em alguns
indivíduos que realizam 2 horas de trabalho pesado, o músculo pode ficar
completamente esgotado. Os alimentos ricos em carboidratos armazenam mais
glicogênio nos músculos do que proteínas e gorduras, aumentando assim a
capacidade de trabalho.
É importante salientar também que outro fator limitante da capacidade
de trabalho é o abastecimento de oxigênio nos músculos.
2.3.2 Metabolismo basal
É a energia suficiente para manter somente as funções vitais do
organismo, sem realizar nenhum trabalho externo. O organismo funciona como
uma máquina térmica que nunca é desligada, por isso, uma pessoa mesmo em
estado de repouso total consome certa quantidade de energia para o
funcionamento de órgãos como o coração, pulmões e rins que nunca deixam
de trabalhar.
Segudo Iida (2005, p. 80), o valor do metabolismo basal é de
aproximadamente 1 800 kcal/dia para homens e 1 600 kcal/dia para as
mulheres [...].
2.3.3 Energia gasta no trabalho
As pessoas mesmo em repouso que realiza pequenos movimentos
também precisam de energia. Se um homem adulto consumir menos de 2.000
kcal/dia na alimentação, será incapaz de realizar qualquer tipo de trabalho.
Portanto, somente a energia que ultrapassar a essa cota mínima poderá ser
utilizada no trabalho.
Os trabalhadores que carregam sacos gastam 4.500 kcal/dia, sendo
considerada esta a máxima exigida. Em alguns casos os gastos energéticos
podem chegar a 5.000 ou 6.000kcal/dia somente durante um ou dois dias, pois
o organismo não será capaz de repor toda essa energia e o corpo trabalhará
35
com déficit, ou seja, o trabalhador perderá peso. (IIDA, 2005)
Em relação às diferenças entre mulheres e homens, os últimos gastam
cerca de 20% a mais para realizar tarefas idênticas, portanto quando uma
mulher gasta 3.000 kcal/dia em um trabalho, o homem gastaria 3.600 kcal/dia
no mesmo trabalho. Com a prática os trabalhadores aprendem a realizar
movimentos que economizam energia, cometendo assim menos erros.
2.3.4 Subnutrição e rendimento
Se a quantidade de energia utilizada não for suprida pela alimentação, o
trabalhador apresentará uma diminuição de peso e uma queda no rendimento,
ficando mais propenso a doenças. Essa queda de rendimento acontece numa
proporção maior que a taxa de redução da alimentação, e ainda com maior
intensidade naqueles trabalhadores acostumados a atividades mais leves.
Uma pessoa que precise de 3.600kcal/dia para um rendimento de 100% terá esse rendimento reduzido para 60% se ingerir 2.800 kcal. Portanto, uma redução de 22% na alimentação, provoca uma queda de 40% no rendimento. Já uma outra pessoa que precisaria de 2.400 kcal/dia para rendimento de 100%, terá esse mesmo rendimento reduzido a 60% com 2.200 kcal/dia, ou seja, uma redução de apenas 8% na alimentação provocará a uma queda de 40% no rendimento do trabalho. (IIDA, 2005, p.81).
2.4 Segurança no trabalho
A segurança no trabalho é um conjunto de medidas que são realizadas
visando diminuir os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, protegendo a
integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
Muitos acidentes costumam ocorrer devido ao erro humano ou ao fator
humano. Portanto, quando se fala em erro humano geralmente se refere a uma
falta de atenção ou negligência do trabalhador.
Uma das formas de considerar o erro humano não é pelas suas
conseqüências prejudiciais, mas sim pelas variações do comportamento
humano. Até mesmo os trabalhadores experientes ou aqueles que realizam
tarefas simples e repetitivas apresentam algumas variações, para cada tipo de
36
tarefa existem determinadas variações que são aceitáveis, e quando elas
começam a ultrapassar alguns limites, podemos considerar que há alguma
anormalidade, aumentando desta forma os riscos de acidentes.
O erro humano advém das interações homem-trabalho ou homem-
ambiente, que não suprem a determinados padrões esperados, portanto, a
quantidade dos erros depende do funcionamento da interface homem-trabalho,
se o homem for capaz de perceber imediatamente as conseqüências
provocadas pelos desvios naturais do seu comportamento, ele poderá realizar
ações corretivas minimizando a freqüência dos erros.
Os procedimentos seguros são recomendados, pois visam minimizar os
acidentes nos postos de trabalho, sendo atualizados para adaptar-se aos
novos equipamentos e modificações das condições de trabalho. Existem
muitas formas de prevenir acidentes como:
a) Instruir os trabalhadores: mostrando aos mesmos os comportamentos
de riscos e os acidentes, bem como suas conseqüências sociais e
materiais.
b) Conceder incentivos: reforçando as práticas de atos seguros, visando
elevar a freqüência dos mesmos, concedendo um prêmio ou um dia
de folga para os trabalhadores que completarem certa quantidade de
dias de trabalhos sem sofrer nenhum acidente.
c) Aplicar punições: aumentando as conseqüências para aqueles que
praticarem atos inseguros. Os acidentes geralmente advém de
interações inadequadas entre o homem, a tarefa e o seu ambiente. O
acidente pode ser ocasionado por um comportamento de risco do
operador de um sistema, inadequações do posto de trabalho,
produtos mal desenvolvidos ou falhas mecânicas. Portanto essas
causas só ocorrem quando há uma conjugação de fatores negativos.
O ambiente físico exerce grande influência sobre os acidentes, por ser fonte permanente de estresse dos trabalhadores. Um ruído indesejável ou um ofuscamento visual podem modificar o comportamento do trabalhador, favorecendo a ocorrência de acidentes [...]. (IIDA, 2005, p.438).
2.5 Equipamento de proteção individual (EPI s)
37
Equipamento de proteção individual é um instrumento de uso pessoal,
cujo objetivo é prevenir a ação de certos acidentes que podem ocasionar
lesões aos trabalhadores e protegê-los contra possíveis danos á saúde
causados pelas condições de trabalho.
Existem vários tipos de equipamentos de proteção individual e cada tipo
é destinado para proteger contra determinados riscos.
O ambiente de trabalho oferece muitos riscos à segurança dos
trabalhadores, onde todo esforço deve ser exercido para eliminar esses perigos
por meio das modificações em máquinas e métodos de trabalho. Para perigos
que não podem ser eliminados, o equipamento de proteção individual deve ser
escolhido e utilizado de modo apropriado, sendo de fundamental importância
escolher um equipamento que ofereça a melhor proteção como também
conforto e mobilidade para os trabalhadores.
Seu uso regular é essencial uma vez que não é possível prever quando
um acidente poderá ocorrer, somente o uso regular pode reduzir a exposição a
riscos e proteger os trabalhadores em longo prazo.
Os perigos em um local de trabalho não ocorrem todos os dias, como
mortes, ferimentos e doenças, isso acaba ocasionando ao trabalhador uma
falsa segurança de que o equipamento de proteção individual não é
necessário, já quando o equipamento é aceito pelos trabalhadores seu uso
regular fica assegurado, reduzindo os riscos de acidentes, ferimentos, tensões
e problemas no local de trabalho.
2.5.1 A importância dos EPI s
A empresa ao investir em segurança do trabalho, cumpri a legislação
trabalhista executando os programas de segurança exigidos pela lei,
despertando nos trabalhadores o espírito prevencionista, mantendo-os alerta
quanto aos riscos de acidentes respeitando e zelando as normas de segurança
usando-os de forma adequada.
É fundamental identificar os tipos de risco em cada área de trabalho,
consultando fabricantes de equipamento de proteção individual para assegurar
o tipo correto, protegendo contra perigos específicos. É importante checar
38
regularmente o uso correto do equipamento dando prioridade ao conforto dos
trabalhadores e as facilidades de manutenção no processo de escolha.
O equipamento de proteção individual quando limpo e com manutenção
adequada, estimula os trabalhadores a usá-los regularmente, sentindo-se
responsáveis pelo uso do equipamento e de guardá-los em um local adequado
após o uso.
A sinalização nas áreas onde é obrigatório o uso de equipamentos ajuda
os trabalhadores a criarem o hábito de utilizá-los, tornando-se mais fácil tanto
para os supervisores como para os trabalhadores.
2.5.2 Tipos de EPI s
O equipamento de proteção individual deve ser ajustável, confortável e
de fácil manutenção, onde a utilização do tipo de protetor correto para cada
trabalhador deve ser estipulado de acordo com a sua função. Dentre eles
estão:
a) Luvas de couro: utilizadas em serviços gerais de fundição, cerâmicas,
usinagem mecânica, montagem de motores, usinagem a frio,
manipulação de materiais quentes, carga e descarga de materiais,
manuseio de transporte de chapas.
b) Luvas de borracha: utilizadas por eletricistas e em trabalhos com
produtos químicos em geral, exceto solventes, óleos e serviços
úmidos.
c) Luvas de PVC: utilizadas em trabalhos com líquidos ou produtos
químicos que aderem melhor no manuseio, lavagem de peças
corrosivas, manuseio de ácidos, óleos, graxas e gorduras.
d) Óculos de segurança: utilizados por soldadores, torneiros, e outros,
pois protege os olhos contra partículas, luz intensa, entre outros.
e) Capacete de segurança: é utilizado para evitar impactos, perfurações
e choques elétricos.
f) Respiradores com filtro mecânico: servem para fornecer proteção
contra partículas suspensas no ar como poeiras, neblinas, vapores
metálicos e fumos.
39
g) Respiradores com filtros químicos: protegem contra concentrações
leves de alguns gases ácidos e alcalinos, de vapores de mercúrio e
orgânicos.
h) Respiradores com filtros combinados: utilizados em trabalhos como
pintura e pistola de aplicação de inseticidas.
i) Protetor auricular: o ruído é um elemento de ataque individual que se
acumula, produzindo efeitos psicológicos ou fisiológicos por isso
quando a intensidade de ruído pode ser prejudicial deve-se fazer o
possível para eliminá-los ou reduzi-los por meio de um controle da
fonte ou do meio, quando todos os métodos de controle falharem, o
último dos recursos é dotar o indivíduo exposto de um equipamento
de proteção auricular.
- Ear-plugs: protetor auricular colocado diretamente no canal
auditivo externo e só produz efeitos se ficarem bem encaixados.
- Ear-muffs: protetor auricular colocado sobre as orelhas, são mais
higiênicos, permitem a retirada e colocação mais fáceis.
Muitos trabalhadores não fazem o uso desses equipamentos devido a
incômodos, sendo nesses casos necessário conscientizá-los sobre a
importância da necessidade do seu uso.
2.6 Coluna vertebral
2.6.1 Anatomia da coluna vertebral
A coluna vertebral é formada de estruturas ósseas (vértebras) e
cartilaginosas, revestida de ligamentos e grupos musculares, possuindo em
seu interior um importante centro nervoso chamado medula. É composta por 33
vértebras, distribuídas em quatro regiões:
a) Coluna cervical: ela é formada por sete vértebras, localizando-se na
região superior da coluna. É projetada para a mobilidade, sendo
responsável pelos movimentos de flexão e extensão da cabeça.
b) Coluna torácica: é formada por doze vértebras, sendo a área menos
móvel, proporcionando maior proteção da medula espinhal. Sendo
40
sua importante função prevenir a compressão do coração, pulmões e
grandes vasos. Além de aumentar a rigidez, o gradil costal apresenta
condições de absorver energia, triplicando a capacidade de suportar
carga da coluna torácica.
c) Coluna lombar: é composta por cinco vértebras com seus discos
intervertebrais interpostos, proporcionando um equilíbrio entre a
proteção e a amplitude de movimento. Quando a coluna normal em
postura ereta é observada de lado pode-se notar uma curva
posteriormente, sendo esta conhecida como lordose lombar. Já na
posição em pé o sacro é tombado para frente de forma que sua
superfície superior é inclinada para frente e para baixo.
d) Região sacral: é formada por cinco vértebras fundidas em um só osso
chamado sacro, há também o cóccix que é formado pela fusão de
três a quatro vértebras.
As vértebras atuam como um pilar de sustentação, sendo também
estruturas de movimentos, ficando vulneráveis a situações como trabalho
forçado em todas as posturas, a osteoporose na fase da menopausa e o
envelhecimento ósseo com o passar dos anos de vida.
São de extrema importância essas estruturas de sustentação em todas
as idades, principalmente no início da vida profissional, para que não ocorra
comprometimentos que impossibilitará a permanência na profissão.
A medula é a parte nervosa da coluna, formada por uma estrutura
central que faz a comunicação do cérebro como todo nosso corpo por meio dos
nervos periféricos saídos de cada segmento vertebral, estes nervos levam
estímulos sensoriais (ex: cócegas, sensação de calor e frio) e estímulos
motores (responsáveis pelo movimento do nosso corpo). Se tratando de uma
estrutura que não se recompõe, nem se regenera, a medula merece nossa
máxima atenção.
2.6.2 Disco intervertebral
Ele separa os corpos vertebrais da segunda vértebra cervical até o
sacro, onde sua espessura varia de acordo com a localização dele nas regiões
41
da coluna vertebral. Sua principal função é favorecer e limitar os movimentos,
amortecendo os impactos, sendo responsável por um quarto do comprimento
da espinha. Esse disco vai degenerando-se com a idade, ficando mais
vulnerável aos movimentos agressivos da coluna.
Os discos são compostos por duas estruturas principais:
a) Núcleo pulposo: é um gel que corresponde a 40 a 60% do disco,
composto por água, fibras colágenas e elásticas, fibroblastos e
condrócitos.
b) Anel fibroso: sua parede externa é formada por ninho fibro-elástico,
mantendo um ninho gelatinoso no seu interior, absorvendo choques,
permitindo deslocamento do peso para estrutura fibro-elástica do
anel. Este anel permite movimentos de flexão, extensão, inclinação
lateral, favorecendo estabilidade à coluna.
O disco intervertebral é um dos locais mais fracos do organismo, onde
após vinte anos de idade a artéria que é responsável pela nutrição do mesmo
se oblitera, passando esta ser por embebição a partir dos tecidos vizinhos. O
disco passa a assumir o papel de uma esponja, que quando sob pressão, tem
seu conteúdo esvaziado e sem pressão, aspira líquidos a partir dos tecidos
vizinhos, onde sua estrutura gelatinosa sofre também alterações, perdendo de
forma progressiva irrigações sanguíneas e a quantidade de água ali existentes,
denominado degeneração. Essa desidratação juntamente com a má postura,
flexão incorreta e constante do tronco provocam dores agudas ou crônicas.
De acordo com Verderi (2005): alguns testes realizados constataram que
na posição sentada recebe-se pressão no disco em torno de 100 a 180 kg na
região lombar, ao nível de L4 e L5. Isso ocorre, pois ao sentar-se o indivíduo
realiza flexão na região lombar, fazendo com que os discos recebam uma
compressão maior, ocorrendo uma diminuição da curvatura daquela região
com maior pressão no disco.
2.6.3 Patologias mais comuns da coluna vertebral
a) Cervicalgia: é caracterizada por dor e rigídez na região cervical e
decorrente de posturas viciosas no trabalho, no lazer, em casa e/ou
42
ao dormir, tensão emocional, movimentos intensos, repetitivos ou
bruscos.
b) Cervicobraquialgia: dor na região cervical com irradiação para
membros superiores devido à pinçamento da raiz nervosa ou por
alterações ósseas como os osteófitos.
c) Dorsalgia: dor na região dorsal, decorrente de posturas viciosas,
pegar peso de forma inadequada e outros. Essa dor pode ser
constante ou intermitente, permanecendo em um unico lugar ou
deslocar-se ou espalhar-se para outras partes do corpo. A dor nas
costas é uma das queixas mais frequentes.
d) Lombalgia: dor na região lombar. Quando essa dor se irradia para as
pernas chama-se lombociatalgia, pois o nervo ciático pode estar
afetado, na maioria dos casos sua origem devido ao ato de flexionar
o tronco incorretamente, sendo essa região responsável pelo maior
número de incidência de pinçamento de raiz e hérnia de disco. Essas
dores podem ocorrer de diversas formas, como: flexionando o tronco
de maneira constante e repetitiva, o disco intervertebral é
comprimido, dirigindo-se para as extremidades, podendo atingir
nervos e medula, tendo como conseqüência queixa de um choque
na região lombar, irradiando-se para as pernas, denominando-se
hérnia de disco.
A má postura causa várias agressões que se acumulam durante
os anos, sendo que a partir dos 30 anos muitas pessoas já
apresentam sintomas de agressões como desconforto, cansaço e
principalmente dores lombares irradiando para as pernas, onde é
muito comum os trabalhadores se queixarem dessas dores,
relatando estar com a sensação do pé espinhando ou que sua perna
esta pesada e com força diminuída. No entanto muitos deles não
associam e não compreendem que essas dores nas pernas têm
origem na coluna lombar.
e) Hérnia de disco: é uma degeneração do disco onde o núcleo de gel
migra através do anel fibroso, à medida que os esforços aumentam a
pressão no disco vai debilitando-se ainda mais e acaba por romper o
anel e migrar para o canal medular. Ao migrar pressiona a medula e
43
raízes nervosas causando dor intensa que irradia para o membro
inferior correspondente a raiz do nervo e além da dor outras
alterações podem surgir como: formigamento, alterações da
sensibilidade, alterações da força muscular e até alterações dos
reflexos, e essas alterações podem evoluir para hérnia de disco.
f) Escoliose: é caracterizada por uma curvatura lateral que se
assemelha a um S . Torna-se complexa, pois além de ocorrer
desvios laterais, ocorrem também rotações nos corpos vertebrais e
alterações das curvaturas que são consideradas normais. Sua
origem pode ser devido uma assimetria existente em bacia ou
membros inferiores, onde a dor aguda também pode ocasionar uma
posição antálgica. Surgem deformidades no tórax que podem ser
facilmente identificados e à medida que aumenta a curvatura,
aumenta também a deformidade. O indivíduo com escoliose não
sente dor, caso ela apareça deve-se investigar, pois pode ser
ocasionada por uma sobrecarga ou postura errada.
g) Osteófitos: ocorre frequentemente em pessoas de média idade em
diante, surgindo devido uma calcificação dos discos que foram
degenerados (osteófitos), o que acaba alterando o formato da
vértebra, tornando-a saliente e pontiaguda, semelhante a um bico de
papagaio podendo comprometer medula e raiz nervosa.
h) Dores musculares/ligamentares: são os tipos de dores que acometem
as costas, sendo estas freqüentes devido aos fatores: emocional,
sedentarismo e atos posturais incorretos tanto no trabalho como no
descanso.
Geralmente as pessoas andam, correm e praticam exercícios para as
pernas, braços, porém, se esquecem de que os músculos das costas também
precisam ser fortalecidos, alongados e bem irrigados para não causar
encurtamento e enfraquecimento. Essa região é sensível às tensões e
ansiedades do dia-a-dia, levando a uma rigídez muscular e desencadeando um
ciclo vicioso (dor - tensão muscular - alterações emocionais e dor novamente).
Esse quadro piora ainda mais na posição sentada, pois exige uma contração
constante dos músculos, dificultando assim a circulação sanguínea, podendo
ocorrer uma isquemia.
44
As pessoas vão em busca de tratamentos a base de analgésicos para
aliviar a dor, onde esse tratamento deve ser complementado com
conscientização postural, reeducação muscular, buscando obter uma vida mais
disciplinada para uma solução efetiva e duradoura. (SÁ, 2002)
No Brasil as doenças da coluna são responsáveis por grande número de pedidos de afastamento do trabalho. [...] essas patologias são responsáveis pelo segundo maior número de solicitações de afastamento do serviço e pelo segundo maior índice de pedidos de aposentadoria, estando estritamente vinculadas ao despreparo e ao tipo de trabalho que as pessoas desempenham. (Knoplich apud SÁ, 2002, p.17)
2.6.4 Controle da postura
Muitas pessoas passam longas horas na posição sentada, quer durante
o trabalho ou até nas horas de lazer, onde a maioria delas sofrem de dores na
região dorsal devido a essa postura assumida. Embora algumas pessoas
consigam sentar-se confortavelmente e relaxar em muitas posições sem
grande esforço na atividade dos músculos, nas pessoas tensas ocorre um
aumento na atividade muscular em diversas posturas durante a execução de
tarefas. Portanto, mudar de postura variando a posição sentada com
movimentação, diminui a incidência de dores na região dorsal, pois a nutrição
do disco depende do movimento e da variação da postura.
Pessoas que apresentam alguma patologia do disco intervertebral
possuem alívio da dor assumindo a posição deitada, pois nesta posição são
encontrados os níveis mais baixos de atividade dos músculos dorsais e de
pressão intradiscal. Um fator que interfere diretamente na postura deitada é a
superfície de apoio, ou seja, se essa superfície não for firme a coluna tende a
fletir-se um pouco mais durante o decúbito dorsal.
A permanência na posição em pé, estática, deduzindo-se que a coluna
esteja em alinhamento adequado, requer pouca atividade muscular, sendo
ligeira ou moderada. A posição em pé ideal não é mantida por longos períodos,
pois a partir de um determinado tempo as pessoas recorrem ao uso assimétrico
dos membros inferiores, utilizando a perna esquerda e a direita como apoio, ou
vice e versa.
45
As atividades como levantar cargas pesadas ou o ato de cavar submete
a coluna à sobrecarga compressiva fatigante.
O levantamento de peso repetitivo conduz a uma maior retração
comparada a uma carga estática equivalente a 50 kg repetidamente durante 20
minutos.
Na coluna aliviada de sobrecarga quer seja pela cessação de
levantamento ou pela adoção de certas posturas, a recuperação da estatura
ocorre de forma rápida, pois mesmo breves períodos de alívio da coluna são
permitidos durante a execução de um trabalho pesado, um restabelecimento
substancial pode surgir durante estes períodos de repouso, e a total retração
ou compressão do disco será diminuída.
2.7 Manuseio de cargas
O ato de elevar, empurrar ou puxar manualmente um objeto tem sido
uma preocupação para aqueles que planejam o uso eficaz da força e também
para os que procuram prevenir lesões e doenças no trabalho.
O manuseio de cargas é responsável pela maioria dos traumas
musculares entre os trabalhadores, ocorrendo com mais freqüência a
lombalgia. Para se ter uma idéia da sua importância clinico-epidemiólogica,
cerca de 80% das pessoas apresentam dores lombares ao longo da vida, e a
lombalgia é a maior causa de incapacidade de curta e longa duração entre os
trabalhadores. (FERREIRA JUNIOR, 2000).
De acordo com Bridger (apud IIDA, 2005): o manuseio de cargas é
responsável pela maioria dos traumas musculares que ocorre entre os
trabalhadores. Cerca de 60% dos problemas musculares são causados por
levantamento de cargas e 20%, empurrando ou puxando-as.
Nas empresas a queixa principal dos trabalhadores que manuseiam
cargas pesadas está relacionada com dores lombares, deformações de arco do
pé, dores musculares, escoliose, cifose, hérnia abdominal, varizes e
hipertensão arterial.
A sobrecarga mostrou ser a causa das lombalgias em mais de 60% dos indivíduos com queixas de dores lombares. Quando as lesões por sobrecarga envolvendo lombalgias afastam o trabalhador por
46
tempo significativo do trabalho, menos de um terço deles eventualmente retornou ao posto de trabalho que as desencadeou [...]. (NIOSH
INSTITUTO NORTE-AMERICANO DE SEGURANÇA
E SAÚDE OCUPACIONAL apud CHAFFIN; ANDERSON; MARTIN, 2001, P. 313)
Os fatores de esforços excessivos causadores de lombalgia são:
a) levantamento, carregamento e manuseio de cargas excessivamente
pesadas;
b) manuseio de cargas realizado em posição inadequada, por exemplo,
pegar a carga com as pernas estendidas e com o tronco fletido;
c) manutenção de postura incorreta em boa parte do tempo, inclusive a
sentada, com o conseqüente tensionamento da musculatura e dor,
levando a ocorrência de lesões a longo prazo dos discos da coluna;
d) efeito das vibrações diretas em todo o corpo sobre o trabalhador, por
exemplo, trabalhar com trator.
Para prevenir a lombalgia são utilizados três tipos de medidas, onde
essas são a seleção médica criteriosa, que costuma diminuir a incidência das
lombalgia em até 30%, ensino de técnicas de manuseio de carregamento de
cargas, capaz de diminuir a incidência em até 20% e medidas ergonômicas,
sendo de alta eficácia, capaz de diminuir a incidência em até 80%.
Segundo Abrantes (2004): é comum encontrar trabalhadores que andam
mais de 800 km/ano transportando cargas manualmente, onde estes terão uma
vida laborativa muito curta, podendo desencadear lesões na coluna e em
outras partes do corpo, que muitas vezes serão irreversíveis.
[...] o limite máximo que uma pessoa pode levantar é 23 kg, porém, as empresas devem diminuir o quanto puderem esse peso para que os risco de lesão da coluna sejam minimizados. (NIOSH
INSTITUTO NORTE-AMERICANO DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL apud ABRANTES, 2004, p.47)
Sempre que necessário mecanize a atividade onde o esforço físico e o
peso da carga forem alto e se o tamanho da mesma for complicador como
sofás, gabinetes, caixas de geladeira, esses devem ser transportados por duas
ou mais pessoas, e quando possível evite o transporte manual de cargas
utilizando carrinhos. As pausas durante horário de trabalho são muito
importantes para a recuperação física e mental dos trabalhadores.
47
O trabalho de movimentação de cargas nas empresas deve ser
observado, pois trata-se de uma atividade de risco ergonômico que poderá
levar a índices de absenteísmo, queda de produtividade e gerar lesões
crônicas e agudas para os trabalhadores.
A movimentação manual de cargas esta presente em um processo
produtivo e quando se trata da movimentação de cargas pesadas os cuidados
devem ser reforçados para reduzir os riscos que esse tipo de trabalho expõe o
ser humano.
2.7.1 Levantamento de cargas
O levantamento manual de cargas ainda é necessário apesar da
automatização, sendo uma das maiores causas de dores nas costas, pois
muitos trabalhos envolvendo levantamentos de cargas não satisfazem os
requisitos ergonômicos. Os principais aspectos a serem observados para a
resolução desses problemas são: o processo produtivo, organização do
trabalho, posto de trabalho, tipo de carga, acessório de levantamento e método
de trabalho.
No levantamento de cargas e em qualquer outra atividade física é
primordial que o ritmo de trabalho seja imposto pelo trabalhador, pois cada um
tem um ritmo de trabalho em que se sente bem.
A capacidade de carga máxima varia de uma pessoa para outra, e
conforme esta sendo usada às musculaturas das pernas, braços ou dorso. É
também influenciada pela sua localização em relação ao corpo e outras
características como formas, dimensões e facilidades de manuseio.
O tamanho da carga deve ser pequeno o suficiente para que possa ser mantida junto ao corpo. O volume não deve ter protuberâncias ou cantos cortantes nem deve ser muito quente ou frio, a ponto de dificultar o contato manual. A carga a ser levantada do chão deve ser posicionada entre os joelhos. (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p.31)
O levantamento de cargas pesadas esta relacionado a um aumento na
pressão interna do tronco (intra-abdominal e intratorácica), sendo produzida por
uma contração reflexa do músculo transverso abdominal, pelos músculos do
48
assoalho pélvico e da laringe que fecham à glote. As elevações da pressão são
mais acentuadas quando cargas mais pesadas são erguidas e quando a
velocidade de ação é mais rápida, onde tem sido demonstrado maiores
elevações de pressão em trabalhadores queixando-se de lombalgia quando
comparados aos trabalhadores normais durante o levantamento de cargas.
Normalmente os aumentos de pressão são ativos apenas por um prazo
muito curto. Contudo, é durante a fase inicial do levantamento que as pressões
estão em seu nível mais elevado, sendo provável que o esforço da coluna
tenha atingido um nível máximo. Quando um peso é erguido mais próximo ao
corpo, a alavanca torna-se mais curta, estando então dentro da capacidade dos
músculos dorsais para levantá-lo.
2.7.2 Carga sobre a coluna vertebral durante o levantamento
Quando o tronco se move no plano sagital, os discos intervertebrais
atuam como uma série de movimentos, sendo o disco lombossacro referido
como o principal apoio da coluna. A força exercida sobre ele é decorrente da
carga a ser erguida (a qual inclui o peso do tronco acima do disco) pela
distância entre a carga e o disco lombossacro. O braço de alavanca que tem de
equilibrar e erguer o peso é mais curto e fornecido pelos músculos dorsais.
Assim quanto maior a distância entre a carga e o corpo, mais pesada aquela se
torna, e mais efetiva deverá ser a força requerida para erguê-la. Quando a
carga é aproximada do corpo, a alavanca exercida pelo peso será menor. Nos
estágios iniciais de um levantamento, se o peso encontra-se a uma distância
favorável do corpo, a força requerida para erguê-la pode ser considerável.
Antes de elevar um peso que se encontra no nível do solo, a coluna
lombar é abaixada em flexão, os músculos eretores da coluna contraem-se até
que o ponto crítico seja atingido. Com o aumento da flexão, estes músculos
sustentam a tensão junto com a fáscia toracolombar e os ligamentos
posteriores. Se a carga a ser levantada for muita pesada, a coluna lombar é
fletida ainda mais, momento em que à inércia precisa ser vencida e as forças
de reação do solo são maiores. A continuação do levantamento é promovida
pelos extensores dos quadris e dos joelhos, esperando-se que os músculos
49
dorsais mesmo sob contração máxima sejam incapazes de fornecer a força
necessária para elevar o tronco nesta fase.
Na fase seguinte durante o levantamento, quando os músculos dorsais
se contraem para realizar a extensão da coluna ocorre uma compressão na
mesma, levando a uma pressão intradiscal, pois quanto mais afastado do corpo
se encontrar o peso, maior é a proporção de atividade dos músculos eretores
da coluna para erguê-la, ocorrendo um aumento proporcional na pressão
intradiscal.
Se uma carga é conduzida no alto do dorso, o tronco automaticamente tende a inclinar-se para frente com intuito de evitar a perda de equilíbrio, causando aumento na atividade dos músculos inferiores dorsais. Se, entretanto, a carga é colocada na parte inferior da região dorsal, a atividade dos músculos dorsais é reduzida. (CARLSOO, 1964, apud OLIVER; MIDDLEDIICH, 1998, p.304).
2.7.3 Métodos de levantamento
Apesar de um único método de levantamento não se ajustar a todos os
indivíduos, algumas regras são de ampla aceitação como: manter a carga
próxima ao corpo realizando o levantamento com o corpo agachado, se
possível; girar ou flexionar a coluna lateralmente durante o levantamento de
carga deve ser evitado, pois estes dois movimentos associados podem
danificar as articulações apofisárias e os discos intervertebrais.
Para que as mãos possam descer ao nível do solo para pegar um peso,
é necessário fletir a região lombar, sendo que uma desvantagem em relação a
este tipo de levantamento está no fato de que essas forças compressivas
através das articulações dos joelhos são elevadas. Por isso, deve-se erguer os
objetos a partir de um tablado elevado (pallet), pois ajuda a diminuir a carga
sobre a coluna e os joelhos. Portanto, já que o método de agachamento
envolve um maior gasto de energia, é necessário que exercícios de resistência
para o quadríceps sejam incorporados aos programas de treinamento para o
levantamento de cargas.
2.7.4 Capacidade de levantamento de cargas de homens /mulheres
50
Segundo Hayne (apud OLIVER; MIDDLEDIICH, 1998, p.310): as
mulheres apresentam uma capacidade de força 30% menor em relação a
homens de altura, peso e treinamento equivalentes, influenciando sua
tolerância à sobrecarga .
As mulheres apresentam uma desvantagem mecânica durante o
levantamento de cargas pelo método de abaixamento, devido as articulações
do quadril serem localizadas mais anteriormente e afastadas do eixo de
gravidade. Isto faz com que as forças atuem na articulação lombossacra, onde
qualquer objeto manipulado por uma mulher parece ser 15% mais pesado do
que seria se fosse manipulado por um homem de idêntica estatura e força.
Segundo Oliver; Middlediich (1998): na presença de flacidez ligamentar,
o risco de tensão na articulação sacroiliaca durante levantamento por
abaixamento é elevado nas mulheres durante a gravidez ou no período
menstrual.
2.7.5 Transporte de cargas
A movimentação manual de cargas é realizada em quase todas as fases
de um processo produtivo, porém quando se trata da movimentação de cargas
pesadas, devemos redobrar os cuidados buscando diminuir ou eliminar os
riscos que esse tipo de função expõe o trabalhador.
2.7.6 Recomendações para o transporte de cargas
Na maioria das vezes após o levantamento é necessário fazer o
transporte manual de cargas, onde andar com uma carga é mecanicamente
estressante, envolvendo um alto custo energético. Enquanto se segura um
peso, os músculos das costas e dos braços sofrem tensão mecânica contínua,
por isso é primordial que alguns cuidados sejam tomados, como:
a) A carga deve ser mantida próxima ao corpo, reduzindo assim a
tensão nos músculos e o consumo de energia;
b) A carga deve conter alças ou pegas não devendo ser muito finas e
nem ter ângulos cortantes;
51
c) Evite carregar cargas com uma mão só, pois quando se usa apenas
uma das mãos para carregar a carga o corpo é submetido a uma
tensão assimétrica;
d) Deve-se utilizar o trabalho em equipe quando a carga for excessiva
ou volumosa para uma só pessoa, evitando-se que ocorra lesões nos
trabalhadores ou danos à carga;
e) Quando a dimensão vertical da carga for muito grande, impedindo a
visão dos carregadores, é necessário que um dos trabalhadores
oriente e coordene os esforços dos demais durante o percurso;
f) O trajeto a ser percorrido deve ser previamente definido, onde todos
os obstáculos devem ser removidos;
g) Os desníveis do piso devem ser transformados em rampas de
pequena inclinação de até 8%, revestida de material antiderrapante e
com corrimões nas laterais.
2.7.7 A importância dos carrinhos de transporte
Os carrinhos são equipamentos que podem substituir o transporte
manual de cargas, tendo como objetivo aliviar o esforço humano, porém
acabam exigindo outros tipos de movimentos corporais como levantar peso,
puxar e empurrar. Esses movimentos provocam tensões nos braços, ombros e
costas, e para que estas tensões possam ser aliviadas é necessário que o
manuseio do carrinho seja realizado na postura correta, onde para puxar, o
corpo deve pender para trás e, para empurrar, inclinar para frente, devendo
existir também espaço suficiente para as pernas para que essas posturas se
tornem possíveis. Deve conter pegas em forma de barras, para que as duas
mãos possam ser utilizadas para transmitir forças, já as pegas verticais devem
estar de 90 a 120 cm do solo para permitir uma boa postura tanto para puxar
com para empurrar.
Para transportar o carrinho em pisos irregulares, o mesmo deve ter
rodas grandes e largas para garantir uma boa manobra, e essas devem ser
colocadas no lado em que será exercido a força de puxar ou empurrar. Se for
necessário improvisar uma rampa, o carrinho deverá conter pegas horizontais
para poder ser erguido. A altura total do carrinho quando carregado não dever
52
ultrapassar 130 cm para que a maioria das pessoas possa enxergar sobre o
mesmo.
Para puxar ou empurrar um carrinho a força exercida não deve
ultrapassar 200N, onde este limite é colocado para evitar maiores tensões
mecânicas, principalmente nas costas. Já para movimentos com durações
superiores há um minuto, a força realizada deve cair para 100N.
2.8 Alongamento
Alongamentos são exercícios que proporcionam aumento da flexibilidade
muscular, promovendo o estiramento das fibras musculares fazendo com que
elas aumentam o seu comprimento, onde o principal efeito é o aumento da
flexibilidade, ou seja, maior amplitude de movimento possível de determinadas
articulações. É essencial para o aquecimento e relaxamento dos músculos,
podendo ser praticado sozinho ou incorporado a uma atividade física, onde
qualquer pessoa pode aprender a fazer, independente da idade e da
flexibilidade.
Durante os exercícios de alongamentos o sistema neuromuscular
movimenta-se sempre na direção em que a flexibilidade é maior nos sentido de
aliviar a tensão do músculo que seria alongado. O posicionamento simultâneo
de vários grupos musculares, com a mesma tensão pode ser muito forte para
algumas pessoas, embora todo corpo precise ser bem posicionado durante o
alongamento, não é necessário colocar a mesma tensão em todos os grupos
musculares, somente no grupo muscular objetivado é que impõe maior tensão
de alongamento.
O alongamento é uma atividade simples, tranqüila e suave, que
proporciona relaxamento e bem-estar. Quando praticado de forma correta pode
evitar vários problemas ligados ao trabalho, onde uma de suas vantagens é
que ele pode ser realizado em diversos lugares e a qualquer hora do dia. No
que se refere a saúde é o mais indicado, por isso vem sendo praticado nas
empresas, pois o excesso de tensão muscular aumenta a pressão sangüínea,
o que acaba desperdiçando energia mecânica , reduzindo a produtividade no
trabalho.
53
O termo alongamento possui diversas versões de acordo com a interpretação, aplicação e área de atuação profissional, para Harvey e col. (2002) significa intervenção que aplica tensão aos tecidos moles, induz ao aumento na extensibilidade destes tecidos, sendo amplamente administrado para aumentar a mobilidade articular e reverter contraturas. (FERNANDES et al., 2002, p.69).
2.8.1 Tipos de alongamento
As técnicas de alongamentos são divididas em dois grupos:
Alongamento dinâmico: o exercício é realizado por meio de força
gerando movimento dinâmico rápido, até o limite do arco de movimento da
articulação envolvida. Embora seja uma das formas mais utilizadas de
treinamento, se uma carga for aplicada repentina sobre o músculo pode
ocasionar alguma lesão, podendo levar a um reflexo de contração.
Alongamento estático: sem movimento, mantendo a posição de
alongamento, onde as articulações são colocadas no limite máximo do seu
arco de movimento. Então, é produzido a força do alongamento, que pode ser
induzido passivamente tanto pela gravidade nos segmentos anatômicos
envolvidos, quanto por manipulação manual por meio da aplicação de pesos,
influenciado pelo peso do segmento anatômico ou aumento do braço da
resistência.
2.8.2 Porque alongar-se
Os alongamentos podem ser realizados sempre que quiser, pois
proporcionam relaxamento ao corpo e a mente, quando feitos de maneira
correta os alongamentos trazem os seguintes benefícios:
a) Melhora da amplitude do movimento necessário às habilidades
atléticas ou atividades da vida profissional;
b) Ajudam a reduzir as tensões musculares geradas no trabalho;
c) Diminui o risco de alguns tipos de lesões;
d) Elimina ou diminui o incômodo dos nódulos musculares;
54
e) Proporciona relaxamento muscular e melhora na circulação
sanguínea;
f) Contribui para uma melhor coordenação, evitando a utilização de
esforços adicionais no trabalho;
g) Desenvolve maior conscientização corporal;
h) Diminui a ansiedade, fadiga e o estresse;
i) Deixam os movimentos mais soltos e leves.
É importante alongar adequadamente a musculatura antes do trabalho,
pois prepara os músculos para as exigências que virão, e após o mesmo
buscando relaxar a musculatura, pois para que o corpo funcione perfeitamente
ele precisa estar bem alinhado, onde o alongamento vai trabalhar nesse
sentido, equilibrando os músculos e alinhando as curvaturas da coluna.
2.8.3 Como alongar-se
Antes de tudo é importante saber a maneira correta de realizar os
alongamentos, onde os mesmos devem ser realizados até sentir uma certa
tensão nos músculos e então relaxar um pouco, permanecendo numa mesma
posição de 30 a 40 segundos, sendo os movimentos sempre lentos e suaves. A
forma adequada de alongar-se é:
a) Respirar lentamente, nunca prendendo a respiração;
b) Relaxar e prestar atenção nos movimentos;
c) Realizar os alongamentos dentro dos seus limites de conforto, não
chegando ao ponto de sentir dor;
d) Concentrar-se nos músculos e articulações que estão sendo
alongados;
e) Não se compare com outras pessoas, pois todos somos diferentes,
onde as comparações podem fazê-lo alongar-se de forma excessiva;
F) Não balançar o corpo durante o alongamento;
2.9 Lazer
O lazer é um conjunto de ocupações onde o indivíduo pode entregar-se
55
de livre vontade, seja para repousar, para divertir-se, recrear-se e entreter-se.
Tem como conceito tempo livre, estando associado a passeios no parque,
freqüentar um clube ou ir a um espetáculo, entre outros.
A atividade proporciona estrutura e rotina à vida diária e é
individualizada, pois ambas fornecem uma base segura, preenchendo as
necessidades e sustentando os papéis sociais quando há um equilíbrio entre
trabalho e divertimento. Esse equilíbrio possibilita que as pessoas usem o
tempo de forma eficaz e adaptem-se as mudanças na vida quando as mesmas
ocorrem. As capacidades do lazer podem ser desenvolvidas e inseridas nas
atividades diárias dos indivíduos.
Conseguir resultados bem sucedidos na busca das atividades de lazer
pode produzir e requerer coordenação entre os sistemas motor e profissional
do indivíduo no contexto das condições interpessoais ambientais e culturais.
56
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Para demonstrar a atuação da Terapia Ocupacional na promoção da
saúde dos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de
cargas, foi elaborado um manual para os trabalhadores que realizam esta
função, dando seqüência com a aplicação do manual em forma de palestra na
empresa Carino Ingredientes, que se localiza na cidade de Marília, no Estado
de São Paulo, no dia 11 de setembro de 2007. Com intuito de demonstrar a
importância deste tipo de trabalho, foram realizadas duas palestras totalizando
29 trabalhadores, onde na primeira palestra participaram 15 trabalhadores e na
segunda 14, com duração de cinqüenta minutos cada, após a apresentação da
palestra foi aplicado um questionário de múltipla escolha para avaliar os
conhecimentos obtidos pelos trabalhadores que realizam levantamento e
carregamento de cargas.
O método utilizado nesta pesquisa foi o Estudo de Caso, onde os
trabalhadores foram selecionados pelo técnico de segurança da empresa.
Para complemento do estudo foram entrevistados os seguintes
profissionais: um médico do trabalho, um fisioterapeuta, dois terapeutas
ocupacionais.
As técnicas utilizadas na pesquisa foram:
Roteiro do Estudo de Caso (APÊNDICE A);
Roteiro de entrevista para o Médico do Trabalho (APÊNDICE B);
Roteiro de entrevista para o Fisioterapeuta (APÊNDICE C);
Roteiro de entrevista o para o Terapeuta Ocupacional (APÊNDICE D);
Questionário de Avaliação para os trabalhadores (APÊNDICE E);
Norma Regulamentadora NR17 (APÊNDICE F).
Fotos da Palestra (APÊNDICE G)
3.1 Descrição da empresa
57
A empresa já existe a 14 anos na cidade de Marília-SP, contendo em
média cerca de 250 trabalhadores, onde os seus objetivos são oferecer
soluções em produtos e serviços para exigentes indústrias de alimentos da
América Latina, flexibilidade e agilidade no atendimento ao cliente,
desenvolvimento constante de novos produtos e garantia da qualidade nos
produtos e processos de produção, sendo administrada por profissionais
altamente qualificados. A Carino além de atender ao mercado brasileiro,
também atende aos sofisticados mercados da Alemanha, Argentina, Chile,
Peru, Venezuela e Marrocos.
Indústrias de chocolates, sorvetes, recheios, flans, biscoitos, cereais e
bebidas são alguns dos setores atualmente focados pela Carino, para os quais
fornece produtos e serviços padronizados, exclusivos e custom-made, ou seja,
sob medida.
Sua missão é desenvolver oportunidades de negócios, oferecendo
ingredientes e serviços com qualidade assegurada à preços competitivos,
promovendo assim, o bem-estar de seus colaboradores e da comunidade.
3.2 Proposta do manual de orientação à saúde do trabalhador que realiza
levantamento e carregamento de cargas
A proposta de aplicação do manual de orientação à saúde dos
trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de cargas, na
Empresa Carino Ingredientes, foi desenvolvida pela necessidade de oferecer
aos trabalhadores um material ilustrativo com as orientações para uma melhor
compreensão sobre a maneira adequada de realizar o levantamento e
carregamento de cargas e a adoção de hábitos mais saudáveis para uma
melhor qualidade de vida no trabalho, auxiliando-os na prática cotidiana,
prevenindo assim, maiores agravos à saúde dos trabalhadores uma vez que,
estes possam vir a ter problemas relacionados à coluna vertebral.
Este manual foi elaborado por acadêmicas e professora do Curso de
Terapia Ocupacional, onde foi criado um boneco para ilustração do mesmo,
acompanhando o trabalhador em cada tópico do manual, fornecendo as
orientações necessárias, tendo como objetivo fornecer conhecimentos básicos
58
à saúde do trabalhador quanto ao manuseio de cargas para uma melhor
qualidade de vida e promoção da saúde.
É importante que os trabalhadores percebam que, embora seja difícil
adotar as posturas adequadas devido ao ritmo de trabalho acelerado por causa
da produtividade, estas posturas acabam se tornando uma prática diária
automática, após a conscientização dos mesmos.
As palestras informativas são importantes para que os trabalhadores
possam realizar o trabalho de maneira mais adequada possível, sendo
fundamental, portanto, respeitar o ritmo de trabalho de cada trabalhador, pois
somente assim, os mesmos estarão mais seguros, obtendo um desempenho
eficiente no trabalho.
Acreditamos que, com a conscientização e interesse dos trabalhadores,
os mesmos terão uma melhor qualidade de vida nos aspectos físico, mental e
social, realizando o trabalho de forma produtiva e agradável.
Neste manual serão abordados os seguintes itens:
Sono
Vamos começar falando do sono que é um período de repouso para o
corpo e a mente.
Quem não se sente disposto com uma boa noite de sono!
Dormir é essencial para uma boa forma física e mental, sendo
necessário em um adulto de 6 a 8 horas de sono diários. Quando isso não
acontece pode ocorrer cansaço, irritabilidade, sonolência e dores musculares.
Vamos a algumas dicas para uma boa noite de sono:
a) Tenha horário regular para dormir e acordar;
b) Vá para a cama só na hora de dormir;
c) Tenha um ambiente saudável;
d) Não faça uso de álcool próximo ao horário de dormir;
e) Não faça uso de medicamentos para dormir sem orientação médica;
f) Não exagere em café, chá e refrigerante;
g) Faça atividades físicas em horários adequados e nunca antes de
dormir;
h) O jantar deve ser moderado, em horário regular e adequado.
59
i) Não leve problemas para a cama;
j) Realize atividades relaxantes e repousantes após o jantar.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 1: Como dormir
Alimentação
Já ouviu aquele ditado: Saco vazio não pára em pé . Isso é verdade!
Quem realiza regularmente o levantamento e carregamento de cargas
gasta em média de 2.800 a 4.500 Kcal/dia.
Para recuperar a energia gasta, o trabalhador deve ter uma boa
alimentação para manter uma boa saúde e disposição para o trabalho, pois a
ela será o seu combustível para a realização das atividades diárias.
Portanto, sua alimentação deve conter grande quantidade de legumes,
verduras e frutas. Ser rica em fibras, vitaminas e minerais, sendo o consumo de
água pelo organismo uma necessidade idêntica aos demais nutrientes, pois a
cada dia, o organismo elimina através da urina, fezes, pele e até pela
respiração por volta de 2,5 L de água, o que deve ser reposto dentro de 24
horas para impedir a desidratação. Por isso beba no mínimo 2 L de água
diariamente.
Você sabia que um homem adulto gasta 1800 Cal/dia apenas para se
manter vivo em estado de repouso com seus sistemas funcionando!
60
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 2: Como alimentar-se
EPI s
Equipamento de Proteção Individual: São ferramentas de trabalho que
visam proteger a saúde do trabalhador. Saiba que é uma exigência da
legislação trabalhista brasileira, onde a empresa tem a obrigação de fornecer
os EPI s necessários para a realização do seu trabalho com o objetivo de privar
a sua saúde.
Caro amigo trabalhador, você é a principal pessoa que deve se
conscientizar quanto à importância do uso dos EPI s, pois o não uso implica
muitas vezes colocar em risco a sua saúde, podendo levar a ocorrência de
acidentes de trabalho. Portanto, limpe e mantenha seu EPI bem guardado, pois
equipamentos sujos ou gastos podem não garantir sua proteção. Caso seu EPI
esteja com defeito ou danificado, comunique imediatamente seu supervisor.
CUIDE-SE!
a) Protetor auricular: Se você não fizer uso no ambiente de trabalho,
com o tempo pode provocar surdez, fadiga e estresse. É importante
lavar as mãos antes de manusear o protetor.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 3a: Protetores auriculares
61
b) Luvas: Se você trabalha com facas ou lâmina é primordial o uso
efetivo das luvas para evitar lesões cortantes nas mãos. Sempre
utilize-se do auxílio da visão para acompanhar a sua mão na
realização do trabalho, pois ela contribui decisivamente para tornar
você um trabalhador hábil e valioso, por isso, trabalhe com atenção e
não descuide de sua segurança em nenhum momento.
As luvas devem ser do tamanho ideal para sua mão. Antes de colocá-la
verifique se não estão rasgadas ou furadas para não afetar sua segurança.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 3b: Luvas
c) Máscara: É necessária a utilização em alguns ambientes de trabalho,
sendo indispensável para a não inalação de produtos químicos e a
diminuição de odores desagradáveis e prejudiciais à saúde.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 3c: Máscara
62
d) Óculos: É necessário utilizá-lo em alguns ambientes de trabalho, pois,
protege os olhos contra partículas, luz intensa, radiação e respingos
de produtos químicos.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 3d: Óculos
e) Capacetes: É necessário para proteger contra impactos e
penetrações, caso sua cabeça seja atingida por algum objeto, ou
até mesmo por choques elétricos e queimaduras.
f) Calçados: preservam os pés contra impactos, machucados e
esmagamentos.
Fique Atento!
Use EPI s, pois eles protegem contra doenças ocupacionais.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 3e: Todos os EPI s
63
Segurança no Trabalho
A segurança no trabalho é um fator importante para você trabalhador,
pois através desta, o trabalho se torna mais produtivo, apresentando menor
índice de erros e acidentes.
O treinamento para cada posto de trabalho, é um fator importante dentro
da empresa, pois previne acidentes e doenças ocupacionais, melhorando
assim, a qualidade de vida no trabalho.
Portanto, participe com satisfação dos treinamentos. Vamos a algumas
dicas:
a) realize seu trabalho com atenção, satisfação e ritmo adequado;
b) tenha uma boa noite de sono;
c) seja organizado no seu setor de trabalho;
d) mantenha um bom relacionamento com os companheiros de trabalho;
e) mantenha o ambiente de trabalho limpo e com boa iluminação;
f) utilize ferramentas especiais para afastar as mãos dos pontos perigosos
de operação;
g) use os EPI s para proteger as partes do corpo que possuem maiores
riscos de acidentes;
h) não deixe objetos que possam obstruir as passagens e corredores;
i) limpe imediatamente os pisos molhados, sujos de óleo ou graxa;
j) ao descer e/ou subir escadas utilize o corrimão;
k) caso sinta dores ao realizar o trabalho comunique imediatamente o seu
supervisor e se dirija para enfermaria.
NÃO TRABALHE SENTINDO DORES
PROCURE O MÉDICO!!!
Coluna Vertebral
Você que realiza levantamento e carregamento de cargas, precisa saber
um pouco mais sobre a sua coluna, pois nunca estamos livres de problemas
relacionados a ela, sendo assim, é preciso tomar alguns cuidados para evitar
possíveis lesões.
A coluna vertebral é considerada uma perfeita obra de engenharia.
Sustenta o tronco para que os mais diversos movimentos sejam realizados. É
64
composta por 33 vértebras, sendo divididas em regiões: cervical, torácica,
lombar, sacral e coccígena. Entre cada uma das vértebras existe uma estrutura
chamada disco intervertebral que tem a função de suportar e amortecer as
cargas que recaem sobre a coluna.
Tanto na realização de esforços físicos, como na adoção de posturas
incorretas, a região lombar é a mais atingida, desencadeando a dor, que nessa
região é conhecida como lombalgia.
O posicionamento incorreto durante o trabalho, pode levar além da
lombalgia outros acometimentos mais sérios da coluna vertebral, como
exemplo a hérnia de disco, que é uma degeneração do disco intervertebral,
podendo até levar a incapacidade na realização do trabalho.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 4: Coluna vertebral
Agora passarei algumas dicas quanto as posturas adequadas durante as
atividades diárias:
a) Quando sentado
65
certo errado
Fonte: Elaborado pelas autoras Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 5a: Quando sentado Figura 5b: Quando sentado
b) No carro
certo errado
Fonte: Elaborado pelas autoras Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 5c: No carro Figura 5d: No carro
c) Posição para dormir
certo errado
Fonte: Elaborado pelas autoras Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 5e: Posição para dormir Figura 5f: Posição para dormir
66
d) Quando pegar uma criança
certo errado
Fonte: Elaborado pelas autoras Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 5g: Quando pegar Figura 5h: Quando pegar
uma criança uma criança
e) Como carregar mochila
certo errado
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 5i: Como carregar mochila
67
f) Como pegar objetos
certo errado
Fonte: Elaborado pelas autoras Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 5j: Como pegar objetos Figura 5k: Como pegar objetos
g) Como lavar o rosto
certo errado
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 5l: Como lavar o rosto
Uma dica para você trabalhador relaxar a musculatura da coluna lombar,
reduzindo assim o cansaço, permaneça alguns minutos nessa postura:
68
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 6: Como relaxar a coluna
Manuseio de Cargas
Sendo o manuseio de cargas uma das funções realizadas no seu posto
de trabalho, você precisa estar atento a alguns cuidados que deverão ser
tomados, pois o manuseio inadequado de cargas poderá trazer conseqüências,
como: dores lombares, entorses, deslocamento de discos e hérnias.
Vamos a algumas dicas quanto aos procedimentos corretos durante o
levantamento e transporte de cargas:
a) posicionar-se junto à carga, com os pés separados para proporcionar
melhor equilíbrio e estabilidade;
b) segurar a carga usando a palma da mão e todos os dedos. A mão
inteira deve espalmar-se sobre o objeto;
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7a: Como abaixar-se para pegar objetos
69
c) os braços e cotovelos devem ser mantidos junto ao corpo, ajudando
assim manter a carga centralizada. Braços afastados diminuem a
força;
d) levantar-se usando somente a força das pernas para evitar
sobrecarga a sua coluna;
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7b: Como levantar e segurar os objetos
e) no deslocamento da carga, a coluna deve ser mantida reta, estando à
carga o mais próximo possível do corpo;
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7c: Como levar e deslocar a carga
f) a carga deve estar 40 cm acima do piso, se estiver abaixo, o
carregamento deve ser feito em duas etapas. Coloque-a inicialmente
sobre uma plataforma, depois a pegue em definitivo;
70
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7d: A carga deve estar 40 cm acima do piso
g) antes de levantar um peso, remova todos os obstáculos que possam
atrapalhar a passagem, não se esquecendo dos que não são
possíveis de remover do caminho;
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7e: Remova todos os obstáculos
que possam atrapalhar a passagem
h) O levantamento de cargas deve ser realizado de maneira lenta e
controlada;
i) Ao invés de girar só o tronco, gire o corpo todo movimentando os pés
com pequenos passos, diminuindo assim os riscos na coluna;
71
j) Evite desnível da carga;
Fonte: Elaborado pelas autoras Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7f: Evite desnível da carga Figura 7fg: Evite desnível da carga
k) No caso de volume excessivo de cargas realizar em dois
trabalhadores;
Fonte: Elaborado pelas autoras Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7h: Evite desnível Figura 7i: Evite desnível
da carga da carga
l) Evite o transporte de cargas com apenas uma das mãos;
72
Fonte: Elaborado pelas autoras Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7j: Evite o transporte Figura 7k: Evite o transporte
com apenas uma das mãos com apenas uma das mãos
m) Como levantar e transportar placas de madeira.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 7l: Como levantar e transportar placas de madeira
Se no seu setor de trabalho tiver carrinho, sempre que possível utilize-o
para transportar cargas, pois os mesmos devem dispor de empunhaduras
verticais, diminuindo assim o esforço físico e a tensão muscular, evitando
possíveis riscos a sua saúde.
73
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 8: Carrinho de transporte
Caro trabalhador caso sinta dores ao realizar o trabalho, procure um
médico imediatamente para evitar maiores complicações. Se for constatado
algum problema procure o tratamento de reabilitação o mais rápido possível.
Caso continue trabalhando, realize seu trabalho na postura adequada.
Alongamento
O alongamento é uma atividade muito simples que pode fazer você se
sentir melhor. Praticado corretamente reduz a tensão muscular, relaxa o corpo,
deixa os movimentos mais soltos e leves, previne lesões, prepara o corpo para
as atividades físicas e ativam a circulação.
Portanto, é importante que você trabalhador alongue-se diariamente,
antes e após o trabalho.
Vamos a algumas dicas de como alongar-se corretamente:
a) Respirar naturalmente;
b) Relaxar;
c) Prestar atenção ao corpo;
d) Concentrar-se nos músculos e articulações a serem alongados;
e) Sentir o alongamento;
f) Não balançar o corpo durante o alongamento;
g) Você não deve sentir dor ao realizar o alongamento, caso isso
aconteça, realize o movimento até onde conseguir e sem dor.
74
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 9a: Alongamento
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 9b: Alongamento
75
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 9c: Alongamento
Lazer
Saiba que o lazer é um conjunto de ocupações onde as pessoas podem
entregar-se espontaneamente, seja para repousar-se, divertir-se, recrear-se e
entreter-se.
Caro trabalhador tanto o lazer como o trabalho são fatores importantes
na vida de uma pessoa. Os dois se completam e são necessários para o bem
estar, pois é uma forma que as pessoas encontram para aproveitar seu tempo
sem precisar estar se preocupando com as questões diárias do trabalho, que
muitas vezes geram estresse e ocupação.
Você precisa de momentos de lazer, vou lhe sugerir algumas dicas:
a) Tire seus dias de descanso para repousar.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 10a: Tire seus dias de descanso para repousar
76
b) Programe passeio com a família.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 10b: Programe passeio com a família
c) Divirta-se com os amigos.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 10c: Divirta-se com os amigos
77
d) Pratique alguma atividade física que lhe dê prazer.
Fonte: Elaborado pelas autoras
Figura 10d: Pratique alguma atividade
física que lhe dê prazer
Cuide bem de sua saúde, incorporando hábitos mais saudáveis, como
exercícios físicos regulares e bons momentos de lazer.
Aproveite sua vida ao máximo!
3.3 Resultados
Foi elaborado um questionário de múltipla escolha, contendo 12
perguntas, sendo 8 delas direcionadas à perguntas específicas quanto a
conhecimentos básicos contidos no manual e 4 enfocando informações
julgadas necessárias para a pesquisa, os mesmos foram distribuídos aos 29
trabalhadores, onde na primeira palestra participaram 15 e na segunda 14
trabalhadores, sendo respondido logo após a apresentação da palestra para
avaliação dos conhecimentos obtidos por meio desta.
Após a coleta dos dados obtidos, apresentam-se os seguintes
resultados:
78
Perguntas nº de pessoas
1 Quantas horas de sono seu corpo precisa para descansar e repor as energias
De 2 a 3 horas de sono 0
De 2 a 5 horas de sono 0
De 6 a 8 horas de sono 29
De 4 a 6 horas de sono 0
2 Marque um (X) na alternativa que julgar o tipo de alimentação saudável para manter uma boa saúde
Alimentação rica em proteínas e gorduras 0
Alimentação baseada apenas em carnes 0
Alimentação baseada em sanduíches e biscoitos
0
Alimentação rica em legumes, verduras, frutas e fibras 29
3 Quanto aos equipamentos de proteção individual, marque a alternativa correta: I) a empresa tem a obrigação de fornecer EPI s II) caso surja um defeito no seu EPI você deve ter o prazo de 1 mês para comunicar o seu supervisor III) os EPI s não protegem a saúde dos trabalhadores IV) as luvas devem ser do tamanho ideal das suas mãos
As alternativas I e II estão corretas 9
As alternativas III e I estão erradas 0
As alternativas I, II e IV estão corretas 20
4 O posicionamento incorreto durante o trabalho pode levar além da lombalgia, outros acometimentos mais sérios na coluna
Certo 28
Errado 1
5 Ao abaixar-se para pegar a carga, você deve
Dobrar as costas e manter as pernas esticadas
0
Dobrar os joelhos e manter as costas reta 29
6 Ao transportar a carga, você deve mantê-la
Distante do corpo com os braços afastados, mantendo a carga centralizada.
0
continua...
79
Próxima ao corpo, assim como os braços e
cotovelos também, mantendo a carga centralizada 29
7 Quando você pega uma carga para colocá-la em outro local próximo, realizando a rotação de tronco é necessário virar os pés juntos
Sim 28
Não 1
8 Quanto ao alongamento, marque a alternativa errada
É uma atividade simples, relaxa o corpo 8
É uma atividade simples que aumenta a tensão muscular
21
9 Você já havia recebido informações quanto a maneira correta de realizar o levantamento e carregamento de cargas
Sim 20
Não 9
9.1 Caso sim, você já adotou a postura correta
Sim 17
Não 7
Não respondeu 5
10 Após os conhecimentos obtidos nesta palestra quanto ao levantamento e carregamento de cargas, você irá adotar as posturas corretas
Sim 29
Não 0
11 Foi de fácil compreensão as informações transmitidas na palestra
Sim 29
Não 0
12 O que você achou das informações contidas na manual
Excelente 15
Ótimo 7
Bom 7
Regular 0
Ruim 0
Péssimo 0
Fonte: Elaborada pelas autoras
continuação
80
Tabela 1 Resultado do aproveitamento da palestra
Comentário: as perguntas de número 1 a 8 são as que dizem respeito à
conhecimentos básicos do manual, onde foi possível após a análise dos dados
observar que quinze dos trabalhadores avaliados obtiveram 100% de acerto,
onze deles obtiveram 87,5% de acertos, dois deles 75% e apenas um 62,5%
de acerto.
Nas perguntas de número 9 a 12, abrangeram informações julgadas
necessárias para a pesquisa, onde 100% dos trabalhadores julgaram que as
informações transmitidas na palestra foram de fácil compreensão, 96,5%
disseram que após os conhecimentos obtidos na palestra irão adotar posturas
adequadas, 31% dos trabalhadores não haviam recebido informações quanto à
maneira correta de se realizar o levantamento e carregamento de cargas e
48% deles, já haviam recebido informações quanto o manuseio de cargas,
dizendo já terem adotado a postura correta e, dos 29 trabalhadores, 51,8%
julgaram excelente as informações contidas no manual, 24,1 julgaram ótimo e
24,1 julgaram bom.
3.4 A palavra dos profissionais
3.4.1 A palavra do médico do trabalho
Foi entrevistado o médico do trabalho, sexo masculino, 49 anos,
residente na cidade de Lins, SP.
Eis o seu depoimento:
Vejo que o trabalho desenvolvido em empresas deve visar o bem
estar físico e psíquico do trabalhador e a segurança no trabalho,
preocupando-se sempre com a satisfação e o conforto dos
funcionários no seu posto de trabalho. Deve-se oferecer
condições de trabalho correto para diminuir o absenteísmo,
incentivando e orientando as formas de prevenir possíveis
agravos. Portanto, se o trabalhador não realizar suas tarefas de
forma adequada irá adoecer, necessitando de um atestado,
podendo ser afastado do emprego, e consequentemente trará
81
prejuízos à empresa, que ficará com um funcionário a menos, que
fará parte do quadro de absenteísmo. (MÉDICO DO TRABALHO,
48 anos)
3.6.2 A palavra do Fisioterapeuta
Foi entrevistado o fisioterapeuta, sexo masculino, 36 anos, residente na
cidade de Lins, SP.
Eis o seu depoimento:
Na minha opinião o trabalho a ser desenvolvido em empresas
para promoção da saúde dos trabalhadores irá depender do tipo
de trabalho e área que o trabalhador desenvolve. A saúde do
trabalhador é importante para o aumento da produtividade e
diminuição do absenteísmo e, sem dúvidas a prevenção sob
forma de palestras, vivências e práticas é o melhor trabalho a ser
desenvolvido. A empresa e os trabalhadores que realizam
frequentemente levantamento e carregamento de cargas de
forma inadequada terão como conseqüência um aumento da ida
à enfermaria e ao médico e baixa produtividade. A elaboração e
aplicação de um manual de orientação à saúde desses
trabalhadores é muito bom, desde que haja facilitadores para
execução e um estreitamento com a supervisão da CIPA.
(FISIOTERAPEUTA, 36 anos)
3.4.4 A palavra dos Terapeutas Ocupacionais
Foi entrevistada a Terapeuta Ocupacional, sexo feminino, 27 anos,
residente na cidade de Lins, SP.
Eis o seu depoimento:
Vejo que para desenvolver um trabalho que traga bons resultados
é necessário um trabalho em equipe, ou seja, a equipe de saúde
ocupacional completa e trabalhando em conjunto. Não devemos
deixar de falar em ergonomia que visa saúde, conforto e
segurança ao trabalhador, conseqüentemente a eficácia a que se
82
torna, bem visto aos olhos do empresário. A ergonomia contribui
para promoção da saúde dos trabalhadores por meio de diversas
facetas as quais podemos desenvolver estudos e aplicá-los no
cotidiano do trabalho. Uma dessas facetas é a Análise
Ergonômica do Trabalho (AET) a mais utilizada em nosso país, é
direcionada a ergonomia de correção uma vez que não é
realizado o trabalho necessário no desenvolvimento de um posto
de trabalho o que chamamos de ergonomia de concepção. A AET
guiará o que será necessário realizar para promover a saúde do
trabalhador, além disso, podem-se enfocar estudos nas diversas
áreas de saúde e trabalho, enfim, através destes meios podemos
realizar programas de palestras educativas envolvendo diversos
assuntos, orientações posturais, campanhas de prevenção,
implantação de ginástica laboral e programas de qualidade de
vida, entre outros. As conseqüências para a empresa e
trabalhadores que realizam freqüentemente levantamento e
carregamento de cargas de forma inadequada são os transtornos
causados à coluna vertebral e estas constituem uma das maiores
causas de afastamento prolongado do trabalhador e de
sofrimento humano. Para empresa pode levar ao aumento de
gastos uma vez que o quadro clínico do funcionário se agrave
levando aos afastamentos e/ou licença para tratamento
conservador e/ou cirúrgico; sendo que estes não estão gerando
lucros à empresa, não estão presentes na linha de produção.
Muitas vezes a empresa responde os processos judicialmente.
Quanto à elaboração e aplicação de um manual de orientação à
saúde desses trabalhadores, todo trabalho que vise a educação e
conscientização do trabalhador em prol de sua saúde é de
fundamental importância, principalmente considerando que 80%
das pessoas referem queixas de dor lombar em alguma fase da
vida. Segundo a Norma Regulamentadora NR-17 no seu item
17.2 subitem 17.2.2 todo trabalhador designado para o transporte
manual regular de cargas que não as leves, deve receber
treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de
83
trabalho, que deverá utilizar com vistas a salvaguardar sua saúde
e prevenir acidentes. Todas as empresas têm o dever de
desenvolver este tipo de trabalho. (TERAPEUTA
OCUPACIONAL, 27 ANOS)
Foi entrevistada a Terapeuta Ocupacional, sexo feminino, 46 anos,
residente na cidade de Lins, SP.
Eis o seu depoimento:
Atualmente as empresas mais conceituadas, já se
conscientizaram da necessidade de investirem em programas
preventivos, como forma de se precaverem de possíveis
indenizações trabalhistas por parte dos lesionados. A atuação da
consultoria em ergonomia nas empresas vem crescendo cada vez
mais, onde o terapeuta ocupacional é essencial nos programas
de prevenção de doenças ocupacionais, através de métodos de
avaliação, análise de atividades que permitem relacionar as
capacidades de trabalho do indivíduo e as exigências do posto de
trabalho. São necessárias orientações grupais, porém
respeitando as individualidades de cada um, amenizando ou
evitando a sobrecarga física e mental durante o trabalho, sendo
importantes algumas orientações como: manutenção e adaptação
de mobiliários, equipamentos e ferramentas; melhoria da
organização, condições e ambiente de trabalho (ritmo de trabalho,
divisão de tarefas, rodízios, autonomia, plano de pausas, etc);
compreensão e motivação dos funcionários no processo de
trabalho e com a saúde; orientação postural frente às atividades
estáticas e dinâmicas, nos exercícios de relaxamento,
automassagem, respiração, alongamentos e confecção de
órteses quando necessário; reuniões com os grupos de
funcionários para verificar as queixas por setor de trabalho; e
observação e análise das atividades dos trabalhadores e dos
postos de trabalho. As atividades profissionais que exigem a
movimentação manual de cargas nas empresas expõem esses
84
funcionários a vários riscos, por procedimentos inadequados
durante o transporte, como cargas muito pesadas ou mal
equilibradas, tempo insuficiente de descanso, ponto de apoio
instável, esforços da coluna por tempo prolongado com
movimentos de abaixamento e elevação de cargas com ritmo de
trabalho excessivo. A continuidade destas regras de más práticas
ao longo do tempo pode provocar sérias lesões nos trabalhadores
atingidos, ou ainda, determinados tipos de acidentes ou
incidentes. As dores nas costas devido as hérnias discais,
geralmente na região lombar, dores nos pés e membros
superiores são as queixas mais freqüentes desses trabalhadores,
em conseqüências dos levantamentos que estão para além da
capacidade física dos trabalhadores ou ainda aplicação de
métodos de trabalho impróprios. As conseqüências são
desastrosas para ambos, pois o trabalhador poderá ter seqüelas
para sempre, impossibilitando de continuar atuante no campo de
trabalho, e a empresa também perde através de perícias,
medicações, indenizações legais e principalmente a imagem da
empresa fica comprometida em relação a má qualidade do
ambiente e segurança no trabalho, diminuindo com isso a
produtividade da empresa como um todo e conseqüente
diminuição da sua rentabilidade. Considero importante a
elaboração e aplicação de um manual de orientação à saúde do
trabalhador, pois as empresas de referência tanto no exterior
como no Brasil, utilizam as orientações ergonômicas através de
manuais, que facilitam ao trabalhador lembrar das orientações
feitas pela terapeuta ocupacional. (TERAPEUTA OCUPACIONAL,
46 anos)
3.5 Discussão
Este trabalho procurou demonstrar à importância da atuação do
Terapeuta Ocupacional em empresas, promovendo a saúde do trabalhador
85
através da elaboração e aplicação de um manual de orientação a saúde do
trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas.
De acordo com Lancman (2004): o mundo do trabalho tem sofrido
grandes transformações nos últimos anos com a entrada de novas tecnologias,
aceleração do ritmo do trabalho, mudanças no modo de produção e surgimento
de novas profissões, o que acaba influenciando no aparecimento de novas
organizações do trabalho e na reorganização das empresas já existentes,
necessitando de adequação para sobreviver a essas novas realidades criando,
portanto, uma grande mobilidade no mercado de trabalho, favorecendo
relações de trabalhos precários, que influencia nas condições de trabalho e
saúde dos empregados.
Atualmente, a Terapia Ocupacional vem contribuindo no campo da
saúde e do trabalho devido a crescente consciência das relações entre os
fatores ocupacionais e o adoecimento, além da necessidade das empresas
investirem em programas preventivos, precavendo possíveis indenizações
trabalhistas por parte dos lesionados. (WATANABE; NICOLAU apud DE
CARLO; BARTALOTTI, 2001)
A Ergonomia e a Terapia Ocupacional na área da Saúde e Trabalho
estudam e analisam as questões e contradições individuais e coletivas do
mundo do trabalho, incluindo o processo de adoecimento pelo trabalho, com
objetivo criar outras proposições, viabilizando a aplicação técnica de vários
conhecimentos, oferecendo soluções coerentes com as exigências da saúde
dos trabalhadores e da produção. Ambas têm como compromisso analisar o
mundo do trabalho e a atividade laboral. (LANCMAN, 2004)
O manuseio de cargas é responsável pela maioria dos traumas
musculares entre os trabalhadores, ocorrendo com mais freqüência a
lombalgia. Para se ter uma idéia da sua importância clínico-epidemiólogica,
cerca de 80% das pessoas apresentam dores lombares ao longo da vida, e a
lombalgia é a maior causa de incapacidade de curta e longa duração entre os
trabalhadores. (FERREIRA JUNIOR, 2002).
A norma regulamentadora da ergonomia NR-17 do Ministério do
Trabalho em seu item 17.2, sub-item 17.2.3 diz que: todo trabalhador
designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve
receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de
86
trabalhos que deverá utilizar com vistas a salvaguardar a saúde e prevenir
acidentes.
Conforme Couto (1995): para prevenir a lombalgia são utilizadas três
tipos de medidas, onde essas são a seleção médica criteriosa, que costuma
diminuir a incidência das lombalgia em até 30%; ensino de técnicas de
manuseio de carregamento de cargas, capaz de diminuir a incidência em até
20%, e medidas ergonômicas, sendo de alta eficácia, capaz de diminuir a
incidência em até 80%.
Se faz necessário dar atenção ao trabalho de manuseio de cargas,
fazendo com que diminuam os riscos à saúde e promovam a qualidade de vida
no trabalho, gerando benefícios tanto para o empregado como para o
empregador.
3.6 Conclusão da pesquisa
Na pesquisa realizada foi possível observar a importância da
aplicabilidade do manual de orientação à saúde dos trabalhadores que
realizam levantamento e carregamento de cargas, visando ampliar seus
conhecimentos principalmente com relação à postura no trabalho. Este tipo de
trabalho preventivo gera melhorias na qualidade de vida e na atividade laboral.
Após a análise dos dados obtidos pelo questionário foi possível
identificar que este tipo de trabalho trás resultados benéficos, propiciando a
aquisição de conhecimentos e a conscientização dos trabalhadores, fazendo
com que estes se atentem a sua saúde, melhorando assim, seu desempenho
no trabalho.
87
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Após a realização deste trabalho observou-se a obtenção de resultados
satisfatórios. Quando nos atentamos ao trabalho de levantamento e
carregamento de cargas, sendo este realizado de maneira inadequada, sabe-
se que pode acarretar problemas à saúde dos trabalhadores, se faz necessário
à realização de um trabalho preventivo.
O que foi realizado neste estudo foi apenas um início de um trabalho
visando à promoção da saúde destes trabalhadores. Devemos enfatizar a
necessidade de se complementar com outras ações a serem escolhidas após a
avaliação profissional julgada pelo próprio terapeuta. Dentre elas podemos
destacar a análise ergonômica do trabalho, buscando avaliar o posto de
trabalho, o ambiente e a organização do trabalho, de forma que possa analisar
e buscar recomendações necessárias para adaptar o homem ao trabalho de
forma que promova a segurança, saúde e desempenho eficiente; uma vez que
encontramos nos postos de trabalhos muitas inadequações que levam a
adoção de posturas incorretas, caso essa situação não seja melhorada, mesmo
o trabalhador recebendo as informações quanto à postura correta, o mesmo
não conseguirá adotar devido às características físicas do seu posto de
trabalho. As análises englobam as recomendações que merecem destaque ao
auxiliar também na prevenção de agravos à coluna vertebral do trabalhador
que realiza o manuseio de cargas, dentre elas podemos citar algumas ações
de grande relevância como a orientação postural in loco, a ginástica laboral e a
implantação de programas de qualidade de vida nas empresas que enfoquem
uma gratificação para aqueles trabalhadores que seguem corretamente as
orientações fornecidas pelo profissional da área.
Diante disso, propõe-se que os profissionais que realizam palestras,
utilizando materiais ilustrativos como manual, dê continuidade a este trabalho
preventivo, buscando também outras ações específicas, almejando um trabalho
mais efetivo, com isso sugere-se a realização da análise ergonômica do
trabalho, utilizando como uma de suas ferramentas a equação de NIOSH.
88
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como demonstrado no decorrer do trabalho, o acelerado
desenvolvimento de tecnologias, a alta produtividade, se faz necessário à
atenção à saúde dos trabalhadores, onde os empresários estão ampliando a
sua visão ao investir em programas de prevenção.
A pesquisa evidenciou que a Terapia Ocupacional vem oferecendo
importantes contribuições no campo da saúde e do trabalho. Quando nos
referimos aos trabalhadores que realizam levantamento e carregamento de
cargas, os mesmos se tornam mais propícios ao aparecimento de problemas à
coluna vertebral, sendo assim, o trabalho de promoção à saúde se faz
extremamente necessário, tanto para o trabalhador quanto para o empresário.
A Norma Regulamentadora da Ergonomia NR17 trás que todos os
trabalhadores que realizam o transporte manual regular de cargas, que não as
leves devem receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos
métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde
e prevenir acidentes.
O intuito deste trabalho foi o de dar início à promoção da saúde por meio
da aplicação do manual e, também legalizar a empresa no que diz respeito à
NR17, quanto ao treinamento dos trabalhadores que realizam o transporte
manual de cargas.
A pesquisa ressaltou que este tipo de trabalho trás resultados
satisfatórios, gerando benefícios tanto para a empresa quanto para o
trabalhador.
Considerando a relevância do tema abordado, a elaboração deste
manual foi de importância ímpar para ações que visem a promoção da saúde e
qualidade de vida no trabalho possibilitando transmitir a aquisição de
conhecimentos e uma melhor interação entre o sistema homem- trabalho.
89
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94
APÊNDICE A - Roteiro de Estudo de Caso
1 INTRODUÇÃO
1.1 Manual de orientação à saúde do trabalhador
2 TRABALHO REALIZADO
2.1 Materiais
2.2 Ferramentas empregadas
2.3 Técnicas utilizadas
2.4 Depoimentos sobre o caso: médico do trabalho, técnico de segurança,
fisioterapeuta, terapeutas ocupacionais, trabalhadores
3 DISCUSSÃO
Discussão e análise dos dados obtidos na palestra
4 RESULTADOS E SUGESTÕES
Serão colocados os resultados e sugestões obtidos através da palestra e
sugerida proposta de intervenção.
95
APÊNDICE B Roteiro de Entrevista para o Médico do Trabalho
I Dados de identificação
Cargo, Função, Profissão:
Sexo: Idade:
Escolaridade:
Experiências Profissionais:
Outras experiências:
Residência/Local:
II Perguntas específicas
1 Na sua opinião qual trabalho deve ser desenvolvido em empresas para
promoção da saúde dos trabalhadores? Justifique.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 Quais as conseqüências para a empresa e trabalhadores que realizam
freqüentemente levantamento e carregamento de cargas de forma
inadequada?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 O que você acha da elaboração e aplicação de um manual de orientação
à saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
96
APÊNDICE C - Roteiro de Entrevista para o Fisioterapeuta
I Dados de identificação
Cargo, Função, Profissão:
Sexo: Idade:
Escolaridade:
Experiências Profissionais:
Outras experiências:
Residência/Local:
II Perguntas
1
Na sua opinião qual trabalho deve ser desenvolvido em empresas para
promoção da saúde dos trabalhadores? Justifique.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 Quais as conseqüências para a empresa e trabalhadores que realizam
freqüentemente levantamento e carregamento de cargas de forma
inadequada?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 O que você acha da elaboração e aplicação de um manual de orientação à
saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
97
APÊNDICE D - Roteiro de entrevista o para o Terapeuta Ocupacional
I Dados de identificação
Cargo, Função, Profissão:
Sexo: Idade:
Escolaridade:
Experiências Profissionais:
Outras experiências:
Residência/Local:
II Perguntas
1
Na sua opinião qual trabalho deve ser desenvolvido em empresas para
promoção da saúde dos trabalhadores? Justifique.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 Quais as conseqüências para a empresa e trabalhadores que realizam
freqüentemente levantamento e carregamento de cargas de forma
inadequada?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 O que você acha da elaboração e aplicação de um manual de orientação à
saúde do trabalhador que realiza levantamento e carregamento de cargas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
98
APÊNDICE E - Questionário de Avaliação para os Trabalhadores
1 Quantas horas de sono o seu corpo precisa para descansar e repor as energias?
a) ( ) 2 a 3 horas de sono b) ( ) 2 a 5 horas de sono c) ( ) 6 a 8 horas de sono d) ( ) 4 a 6 horas de sono
2 Marque um (X) na alternativa que julgar o tipo de alimentação saudável para manter uma boa saúde:
a) ( ) alimentação rica em proteínas e gorduras; b) ( ) alimentação baseada apenas em carnes; c) ( ) alimentação baseada em sanduíches e biscoitos; d) ( ) alimentação rica em legumes, verduras, frutas e fibras.
3 Quanto aos equipamentos de proteção individual, marque a alternativa correta:
I)a empresa tem a obrigação de fornecer EPI s II)caso surja um defeito no seu EPI você deve ter o prazo de 1 mês para
comunicar o seu supervisor III) os EPI s não protegem a saúde dos trabalhadores IV) as luvas devem ser do tamanho ideal das suas mãos
a) ( ) as alternativas I e II estão corretas b) ( ) as alternativas III e I estão erradas c) ( ) as alternativas I, II e IV estão corretas
4 O posicionamento incorreto durante o trabalho pode levar além da lombalgia, outros acometimentos mais sérios na coluna?
( ) Certo ( ) Errado
5 Ao abaixar-se para pegar a carga, você deve:
a) ( ) dobrar as costas e manter as pernas esticadas b) ( ) dobrar os joelhos e manter as costas reta
6 Ao transportar a carga, você deve mantê-la: a) ( ) distante do corpo com os braços afastados, mantendo a carga centralizada.
99
b) ( ) próxima ao corpo, assim como os braços e cotovelos também, mantendo a carga centralizada.
7 Quando você pega uma carga para colocá-la em outro local próximo, realizando a rotação de tronco é necessário virar os pés juntos?
( ) Sim ( ) Não
8 Você já havia recebido informações quanto a maneira correta de realizar o levantamento e carregamento de cargas?
( ) Sim ( ) Não
8.1 Caso SIM, você já adotou a postura correta:
( ) Sim ( ) Não
9 Após os conhecimentos obtidos nesta palestra quanto ao levantamento e carregamento de cargas, você irá adotar as posturas corretas?
( ) Sim ( ) Não
10 Quanto ao alongamento, marque a alternativa errada:
a) ( ) é uma atividade simples, relaxa o corpo b) ( ) é uma atividade simples que aumenta a tensão muscular
11 Foi de fácil compreensão as informações transmitidas na palestra?
( ) Sim ( ) Não
12 O que você achou das informações contidas na manual?
a) ( ) Excelente b) ( ) Ótimo c) ( ) Bom d) ( ) Regular e) ( ) Ruim f) ( ) Péssimo
100
APÊNDICE F - Norma Regulamentadora NR 17
17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo conforto, segurança e desempenho eficiente. 17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho. 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora. 17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais. 17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora: 17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. 17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. 17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18 (dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos. 17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. (117.001-5/I1) 17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, de receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. (117.002-3/I2) 17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão ser usados meios técnicos apropriados. 17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. (117.003-1/I1) 17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de forca e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. (117.004-0/11) 17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou sua segurança. (117.005-8/11) 17.3. Mobiliário dos postos de trabalho. 17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. (117.006-
101
6/I1) 17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; (117.007-4/I2) b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; (117.008-2/I2) c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. (117.009-0/I2) 17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado. (117.010-4/I2) 17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; (117.011-2/I1) b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; (117.012-0/I1) c) borda frontal arredondada; (117.013-9/I1) d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar (117.014-7/I1) 17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. (117.015-5/I1) 17.3.5 Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devam ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. (117.016-3/I2) 17.4 Equipamentos dos postos de trabalho. 17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve: a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação freqüente do pescoço e fadiga visual; (117.017-1/I1) b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento. (117.018-0/I1) 17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte:
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e
102
proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; (117.019-8/I2) b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; (117.020-1/I2) c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneiras que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; (117.021-0/I2) d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. (117.022-8/I2) 17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho. 17.5. Condições ambientais de trabalho. 17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecimento na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; (117.023-6/I2) b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus centígrados); (117.024-4/I2) c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; (117.025-2/I2) d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. (117.026-0/I2) 17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. 17.5.2.2 Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruídos determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador. 17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar apropriada à natureza de atividade. 17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. 17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. 17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. (117.027-9/I2) 17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3. deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade de olho humano de incidência. (117.028-7/I2)
17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco
103
centímetros) do piso. 17.6. Organização do trabalho. 17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, o mínimo: a) as normas de produção; b) o modo operatório; c) a exigência de tempo; d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho; f) o conteúdo das tarefas. 17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as recuperações sobre a saúde dos trabalhadores; (117.029-5/I3) b) devem ser incluídas pausas para descanso; (117.030-9/I3) c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ao superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. (117.031-7/I3) 17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; (117.032-5) b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque real para efeito dessa NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; (117.033-3/I3) c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; (117.034-1/I3) d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 (dez) minutos para cada 50 (cinqüenta) minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; (117.035-0/I3) e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea b e ser ampliada progressivamente. 117.036-8/I3)
ANEXO I DA NR-17 TRABALHO DOS OPERADORES DE CHECKOUT
1. Objetivo e campo de aplicação 1.1. Esta Norma objetiva estabelecer parâmetros e diretrizes mínimas para adequação das condições de trabalho dos operadores de checkout, visando à
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prevenção dos problemas de saúde e segurança relacionados ao trabalho. 1.2. Esta Norma aplica-se aos empregadores que desenvolvam atividade comercial utilizando sistema de auto-serviço e checkout, como supermercados, hipermercados e comércio atacadista. 2. O posto de trabalho 2.1. Em relação ao mobiliário do checkout e às suas dimensões, incluindo distâncias e alturas, no posto de trabalho deve-se: a) atender às características antropométricas de 90% dos trabalhadores, respeitando os alcances dos membros e da visão, ou seja, compatibilizando as áreas de visão com a manipulação; b) assegurar a postura para o trabalho na posição sentada e em pé, e as posições confortáveis dos membros superiores e inferiores, nessas duas situações; c) respeitar os ângulos limites e trajetórias naturais dos movimentos, durante a execução das tarefas, evitando a flexão e a torção do tronco; d) garantir um espaço adequado para livre movimentação do operador e colocação da cadeira, a fim de permitir a alternância do trabalho na posição em pé com o trabalho na posição sentada; e) manter uma cadeira de trabalho com assento e encosto para apoio lombar, com estofamento de densidade adequada, ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da tarefa; f) colocar apoio para os pés, independente da cadeira; g) adotar, em cada posto de trabalho, sistema com esteira eletro-mecânica para facilitar a movimentação de mercadorias nos checkouts com comprimento de 2,70 metros ou mais; h) disponibilizar sistema de comunicação com pessoal de apoio e supervisão; i) manter mobiliário sem quinas vivas ou rebarbas, devendo os elementos de fixação (pregos, rebites, parafusos) ser mantidos de forma a não causar acidentes. 2.2. Em relação ao equipamento e às ferramentas utilizadas pelos operadores de checkout para o cumprimento de seu trabalho, deve-se: a) escolhê-los de modo a favorecer os movimentos e ações próprias da função, sem exigência acentuada de força, pressão, preensão, flexão, extensão ou torção dos segmentos corporais; b) posicioná-los no posto de trabalho dentro dos limites de alcance manual e visual do operador, permitindo a movimentação dos membros superiores e inferiores e respeitando a natureza da tarefa; c) garantir proteção contra acidentes de natureza mecânica ou elétrica nos checkouts, com base no que está previsto nas normas regulamentadoras do MTE ou em outras normas nacionais, tecnicamente reconhecidas; d) mantê-los em condições adequadas de funcionamento. 2.3. Em relação ao ambiente físico de trabalho e ao conjunto do posto de trabalho, deve se: a) manter as condições de iluminamento, ruído, conforto térmico, bem como a proteção contra outros fatores de risco químico e físico, de acordo com o previsto na NR-17 e outras normas regulamentadoras; b) proteger os operadores de checkout contra correntes de ar, vento ou grandes variações climáticas, quando necessário; c) utilizar superfícies opacas, que evitem reflexos incômodos no campo visual do trabalhador.
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2.4. Na concepção do posto de trabalho do operador de checkout deve-se prever a possibilidade de fazer adequações ou ajustes localizados, exceto nos equipamentos fixos, considerando o conforto dos operadores. 3. A manipulação de mercadorias 3.1. O empregador deve envidar esforços a fim de que a manipulação de mercadorias não acarrete o uso de força muscular excessiva por parte dos operadores de checkout, por meio da adoção de um ou mais dos seguintes itens, cuja escolha fica a critério da empresa: a) negociação do tamanho e volume das embalagens de mercadorias com fornecedores; b) uso de equipamentos e instrumentos de tecnologia adequada; c) formas alternativas de apresentação do código de barras da mercadoria ao leitor ótico, quando existente; d) disponibilidade de pessoal auxiliar, quando necessário; e) outras medidas que ajudem a reduzir a sobrecarga do operador na manipulação de mercadorias. 3.2. O empregador deve adotar mecanismos auxiliares sempre que, em função do grande volume ou excesso de peso das mercadorias, houver limitação para a execução manual das tarefas por parte dos operadores de checkout. 3.3. O empregador deve adotar medidas para evitar que a atividade de ensacamento de mercadorias se incorpore ao ciclo de trabalho ordinário e habitual dos operadores de checkout, tais como: a) manter, no mínimo, um ensacador a cada três checkouts em funcionamento; b) proporcionar condições que facilitem o ensacamento pelo cliente; c) outras medidas que se destinem ao mesmo fim. 3.3.1. A escolha dentre as medidas relacionadas no item 3.3 é prerrogativa do empregador. 3.4. A pesagem de mercadorias pelo operador de checkout só poderá ocorrer quando os seguintes requisitos forem atendidos simultaneamente: a) balança localizada frontalmente e próxima ao operador; b) balança nivelada com a superfície do checkout; c) continuidade entre as superfícies do checkout e da balança, admitindo-se até dois centímetros de descontinuidade em cada lado da balança; d) teclado para digitação localizado a uma distância máxima de 45 centímetros da borda interna do checkout; e) número máximo de oito dígitos para os códigos de mercadorias que sejam pesadas. 3.5. Para o atendimento no checkout, de pessoas idosas, gestantes, portadoras de deficiências ou que apresentem algum tipo de incapacidade momentânea, a empresa deve disponibilizar pessoal auxiliar, sempre que o operador de caixa solicitar. 4. A organização do trabalho 4.1. A disposição física e o número de checkouts em atividade (abertos) e de operadores devem ser compatíveis com o fluxo de clientes, de modo a adequar o ritmo de trabalho às características psicofisiológicas de cada operador, por meio da adoção de pelo menos um dos seguintes itens, cuja escolha fica a critério da empresa: a) pessoas para apoio ou substituição, quando necessário; b) filas únicas por grupos de checkouts; c) caixas especiais (idosos, gestantes, deficientes, clientes com pequenas
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quantidades de mercadorias); d) pausas durante a jornada de trabalho; e) rodízio entre os operadores de checkouts com características diferentes; f) outras medidas que ajudem a manter o movimento adequado de atendimento sem a sobrecarga do operador de checkout. 4.2. São garantidas saídas do posto de trabalho, mediante comunicação, a qualquer momento da jornada, para que os operadores atendam às suas necessidades fisiológicas, ressalvado o intervalo para refeição previsto na Consolidação das Leis do Trabalho. 4.3. É vedado promover, para efeitos de remuneração ou premiação de qualquer espécie, sistema de avaliação do desempenho com base no número de mercadorias ou compras por operador. 4.4. É atribuição do operador de checkout a verificação das mercadorias apresentadas, sendo-lhe vedada qualquer tarefa de segurança patrimonial. 5. Os aspectos psicossociais do trabalho 5.1. Todo trabalhador envolvido com o trabalho em checkout deve portar um dispositivo de identificação visível, com nome e/ou sobrenome, escolhido(s) pelo próprio trabalhador. 5.2. É vedado obrigar o trabalhador ao uso, permanente ou temporário, de vestimentas ou propagandas ou maquilagem temática, que causem constrangimento ou firam sua dignidade pessoal. 6. Informação e formação dos trabalhadores 6.1. Todos os trabalhadores envolvidos com o trabalho de operador de checkout devem receber treinamento, cujo objetivo é aumentar o conhecimento da relação entre o seu trabalho e a promoção à saúde. 6.2. O treinamento deve conter noções sobre prevenção e os fatores de risco para a saúde, decorrentes da modalidade de trabalho de operador de checkout, levando em consideração os aspectos relacionados a: a) posto de trabalho; b) manipulação de mercadorias; c) organização do trabalho; d) aspectos psicossociais do trabalho; e) agravos à saúde mais encontrados entre operadores de checkout. 6.2.1. Cada trabalhador deve receber treinamento com duração mínima de duas horas, até o trigésimo dia da data da sua admissão, com reciclagem anual e com duração mínima de duas horas, ministrados durante sua jornada de trabalho. 6.3. Os trabalhadores devem ser informados com antecedência sobre mudanças que venham a ocorrer no processo de trabalho. 6.4. O treinamento deve incluir, obrigatoriamente, a disponibilização de material didático com os tópicos mencionados no item 6.2 e alíneas. 6.5. A forma do treinamento (contínuo ou intermitente, presencial ou à distância, por palestras, cursos ou audiovisual) fica a critério de cada empresa. 6.6. A elaboração do conteúdo técnico e avaliação dos resultados do treinamento devem contar com a participação de integrantes do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, quando houver, e do coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e dos responsáveis pela elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 7. Disposições Transitórias
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7.1. As obrigações previstas neste anexo serão exigidas após encerrados os seguintes prazos: 7.1.1. Para os subitens 1.1; 1.2; 3.2; 3.5; 4.2; 4.3 e 4.4, prazo de noventa dias. 7.1.2. Para os subitens 2.1 h ; 2.2 c e d ; 2.3 a e b ; 3.1 e alíneas; 4.1 e alíneas; 5.1; 5.1.1; 5.2; 5.3 e 6.3, prazo de cento e oitenta dias. 7.1.3. Para Subitens 2.1 f e g ; 3.3 a , b e c ; 3.3.1; 6.1; 6.2 e alíneas; 6.2.1; 6.4; 6.5 e 6.6, prazo de um ano. 7.1.4. Para os subitens 2.1 a , b , c , d , g e i ; 2.2 a e b ; 2.3 c ; 2.4 e 3.4 e alíneas, prazos conforme o seguinte cronograma: a) Janeiro de 2008 todas as lojas novas ou que forem submetidas a reformas; b) Até julho de 2009 15% das lojas; c) Até dezembro de 2009 35% das lojas; d) Até dezembro de 2010 65% das lojas; e) Até dezembro de 2011 todas as lojas.
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GLOSSÁRIO
ABSENTEÍSMO
Falta de assiduidade a um trabalho que exige a presença
em um dado lugar. Comportamento de quem se ausenta freqüentemente do
seu trabalho. De forma geral o absenteísmo designa a repetição da ausência e
é portanto, caracterizado pela freqüência das ausências e pela sua duração em
a um período de referência . ( DORON; PAROT, 2000, p. 20)
CONDRÓCITO
Celular cartilaginosa que tenha atingido sua maturidade .
(ANDREI, 2000, p. 292)
CORTISOL
Um dos 11-oxicorticosteróides, muito próximo da cortisona e
bem mais ativo que ela. Considerado como um verdadeiro hormônio
protidoglucídico secretado pela corticossupra-renal . (ANDREI, 2000, p. 308)
DIÓXIDO DE CARBONO
Ao contrário do monóxido, o dióxido de carbono
não é tóxico e constitui o gás das bebidas gasosas (águas minerais, limonadas,
cervejas). O dióxido de carbono se forma quando da oxidação dos compostos
orgânicos. Ou seja, ele desempenha um papel importante em numerosas
reações biológicas (respiração, síntese da clorofila, fermentação alcoólica,
etc.) . (ANDREI, 2000, p. 362)
EMBEBIÇÃO
Técnica de laboratório utilizada para a imunotransferência dos
ácidos nucléicos . (ANDREI, 2000, p. 407)
ESTRESSE
Qualquer situação pela qual o equilíbrio homoestático do corpo
é perturbado. O estresse pode ter a forma de dor, infecção, adversidade,
alguma forca deteriorante, ou ainda vários estados anormais que tem perturbar
o equilíbrio fisiológico normal do corpo. (homeostase). É comum o uso da
palavra original em inglês STRESS . (BARBANTI, 1994, p. 115)
FADIGA
Exaustão de forças; cansaço decorrente de esforços .
(BLAKISTON, 1982, p. 419)
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FIBROBLASTOS
Células fusiformes provenientes das células conjuntivas
em via de proliferação . (ANDREI, 2000, p. 506)
GLICOGÊNIO
Glicocídio descoberto por CL. Bernard em 1856 no fígado,
onde forma uma reserva destinada a se transformar em glicose consoante as
necessidades do organismo. O glicogênio é encontrado também em outros
órgãos (placenta, músculos, etc.) . (ANDREI, 2000, p. 554)
HIDRATO DE CARBONO (GLICÍDIO)
Os glicídios constituem uma fonte e
uma reserva de energia; eles entram na composição dos ácidos nucléicos e
das paredes das células vegetais e bacterianas. Ligam-se facilmente aos
lipídios e às proteínas . (ANDREI, 2000, p. 554)
HORMÔNIO SOMATOTRÓPICO
Hormônio do crescimento (designado
frequentemente pelas iniciais GH), quando se trata do hormônio humano.
Hormônio protéico formado de 188 aminoácidos, secretado pelas células e
eosinofílicas do lado anterior da hipófise. Ele estimula o crescimento e regula o
equilíbrio emocional . (ANDREI, 2000, p. 1.139)
LEPTINA
Hormônio protéico de 146 aminoácidos, secretado pelos adipócitos
que age sobre o hipotálamo diminuindo o apetite, de onde seu poder
emagrecedor . (ANDREI, 2000, p. 743)
MELATONINA
Hormônio secretado pela glândula pineal ou epífise. Suas
propriedades no homem são ainda mal conhecidas. Ela teria uma ação
inibidora sobre os diversos fatores que desencadeiam a secreção dos
hormônios hipofisários. Sua secreção é variável, tanto mais forte quanto mais
fraco o clareamento. A ele atribui-se diversas propriedades quanto aos
distúrbios do sono os efeitos do fuso horário, o mesmo desenvolvimento de
tumores e o envelhecimento . (ANDREI, 2000, p. 805)
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