Revista Brasileira do Aço - Ano 17 - Edição 105
15 Outubro/15 Novembro de 2008
ExclusivoEntrevista como presidente da Abimaq
A CRISE CHEGOUComo a crise pode afetar o mercado siderúrgico brasileiro
Nota Fiscal Eletrônica será obrigatóriaAvançam as ações do Comitê de Internacionalização
2
Diretoria Executiva Presidente: Christiano da Cunha Freire Vice-presidente: Dario Alves Ferreira Diretor Administrativo e Financeiro: Alberto Piñeira Graña Diretor para Assuntos Extraordinários: Newton Roberto Longo. Conselho Diretor: Diogo de Castro Loureiro; Fladimir Batista Lopes Gauto; Mário Lane Sinder; Miguel Jorge Locatelli; Wilson Carnevalli Filho. Superintendente: Gilson Santos Bertozzo. Revista Brasileira do Aço Fone: 11 2272-2121 [email protected] Conteúdo Editorial: Luana Ribeiro [email protected] Jornalista Responsável: Zilda de Assis (Mtb: MG-3525/JP) Projeto gráfico, diagramação e editoração: www.mais3marketing.com Publicidade: +3 Marketing Fone: 11 2574-5664 Impressão: Visão Gráfica. Distribuição exclusiva para Associados ao Inda. Os artigos e opiniões publicados não refletem necessariamente a opinião da Revista Brasileira do Aço e são de inteira responsabilidade de seus autores.
A ArcelorMittal Brasil foi constituída
a partir da união dos ativos das empresas
Belgo, Vega do Sul e CST, hoje denominadas
respectivamente ArcelorMittal Aços Longos,
ArcelorMittal Vega e Arcelor
Mittal Tubarão. A empresa
produz aços longos e planos, e
distribui para diversos setores
do mercado, como construção
civil, naval e automotivo, dentre
outros.
Segundo balanço anual
publicado pela Arcelor, em
2007 a empresa produziu 10,8
milhões de toneladas de aço
bruto - 6,7% a mais que no
mesmo período do ano anterior
e 5,1 milhões de toneladas aços
longos – um aumento de 2,4%
na comparação com 2006.
Ainda segundo o balanço, o
volume de todas as unidades da
empresa correspondeu a 32%
do aço bruto produzido no país
(36% do total
de laminados
planos e 52% do total de
longos). Hoje, a companhia
é responsável por cerca de
10% da produção total do
grupo ArcelorMittal.
S o m e n t e e m
2007, a Arcelor vendeu
um total de 10,5 milhões
de toneladas de produtos
siderúrgicos, das quais
5,2 foram de aços longos
e 5,3 de aços planos - um
aumento de 4,4% nas
vendas em comparação ao ano anterior.
A e m p r e s a aumentou sua rede
de serviços ao adquirir, em abril e julho deste
ano, respectivamente, 50% da Govarri Brasil
e 70% das ações da Manchester Tubos e
Perfilados S.A. “A criação da ArcelorMittal
Brasil e a integração entre as empresas que a
compõem assegurou [à empresa] ganhos de
sinergia de R$ 627,2 milhões em 2007, valor
que superou em 41% os ganhos registrados
no ano anterior e ficou 26% acima do número
estimado para o período”, afirmou a assesoria
da Arcelor em nota oficial enviada à Revista
do Aço. Em abril deste ano, a ArcelorMittal
Aços Longos deu início à ampliação da
ArcelorMittal Monlevade, localizada a 110Km
de Belo Horizonte (MG). O projeto, no qual
serão investidos US$ 1,2 bi e cujo término
das obras está previsto para o final de 2010,
aumentará a capacidade de produção para
2,4 milhões de aço bruto por ano.
Somado a essa ampliação está o
investimento de US$ 1,6 bi, em um projeto que
vai expandir em 65%, ou seja, em 2,6 milhões
de toneladas, a capacidade de produção
de aços longos da empresa. Isso significa
que, das atuais 3,9 milhões de toneladas
produzidas por ano, a empresa passará a
produzir 6,5 milhões de toneladas de aço ao
ano. O projeto, cuja conclusão está prevista
para daqui a 30 meses, consiste na instalação
de dois novos alto-fornos, com capacidade
total de 400.000 toneladas; um forno Elétrico
(FEA) com capacidade de
1,2 milhão de toneladas,
além do aumento de
capacidade de produção
de um dos fornos elétricos
existentes nas plantas de
aços longos; um forno
panela; dois lingotamentos
contínuos; um laminador
d e v e r g a l h õ e s c o m
capacidade de 520.000
toneladas; um laminador
MBQ/SBQ com capacidade
de 500.000 toneladas,
incluindo a produção de
barras especiais para a indústria automobilística
e um laminador de perfis médios e pesados
com capacidade de 650.000 toneladas.
Com resultados positivos, ArcelorMittal Brasil prevê investimentos de US$ 1,6 bi
Esta seção traz um panorama da
siderurgia nacional, mostrando as
usinas, os produtos e as tendências do
mercado siderúrgico brasileiro. A cada
mês, a Revista do Aço mostra a estrutura de uma usina diferente.
Para ler a matéria da edição
anterior, acesse o site do INDA
www.inda.org.br
Por dentroda Siderurgia
Brasileira
Queda nas vendas se confirma
Como já era esperado, as vendas de
agosto (326,1 mil ton.) fecharam com forte
queda de 20,3% em relação a julho (409,3
mil ton.). Mesmo assim, no ano as vendas já
acumulam alta de 25,3%, quando comparadas
ao mesmo período de 2007, totalizando
2.726,9 milhões de toneladas.
As compras também fecharam
agosto com ligeira queda de 2,8% em
relação ao mês anterior. Porém no ano, as
compras registraram uma alta de 18,9 %, se
comparadas ao mesmo período de 2007
Após três meses consecutivos de queda,
os estoques voltaram a subir, totalizando
861.400 toneladas, fechando agosto 7,2%
maiores que julho.
As importações apresentaram alta de
15,1% em relação ao mesmo mês do ano
anterior, cabendo destaque para a bobina a
quente que, sozinha, já ultrapassou o volume
de 170 mil toneladas.
Para setembro, considerando dados
preliminares, as vendas devem ficar entre 330
e 345 mil toneladas.
Panorâmica do Aço
2008 2007 Var.%
117.229 110.377 6,2%
PRODUÇÃO MUNDIALJulho
2008 2007 Var.%
6.189 5.460 13,4%
PRODUÇÃO AMÉRICA LATINA
Julho2008 2007 Var.%
3.142 2.940 6,9%
PRODUÇÃO BRASIL
Agosto
Desempenho dos Associados INDA
2008 2007 Var.%
861,4 803,5 7,2%
ESTOQUE¹
Agosto2008 2007 Var.%
375,3 304,1 23,4%
COMPRAS²
Agosto2008 2007 Var.%
326,1 291,9 11,7%
VENDAS
Agosto
Unid: 1000 ton.
Importações de Aços Planos³
Unid: 1000 ton.
¹ incluem importações informadas pelos associados.² incluem osembarques das usinas para outros setores via distribuição.³ Produtos: LCG, BQ, BF, CZ, CPP, CAZ e EGV.
3
Estatísticas
44
O SPED (Sistema
Público de Escrituração
Digital), em breve
obrigatório para todas
as empresas, foi o
tema da mesa redonda
realizada no último dia 1/10. Na ocasião,
especialistas da Usiminas e da Deloitte e o
consultor tributário do Sindisider, Rinaldo
Maciel de Freitas, reuniram-se na sede do
INDA para debater e esclarecer o assunto aos
associados.
O novo sistema (instituído
pelo Decreto nº 6.022, de 22 de
janeiro de 2007) prevê a unificação
do sistema tributário, bem como
o compartilhamento de cadastros
e informações fiscais, por meio da
chamada Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)
ou seja, da emissão informatizada do
documento.
O prazo para as empresas se enquadrarem vai até o dia
1/12/2008 para fabricantes de semi-
acabados, laminados, planos ou logos,
relaminados, trefilados ou perfilados
de aço e 1/4/2009 para atacadistas de
produtos siderúrgicos e ferro gusa. Portanto,
as empresas do primeiro grupo que ainda não
implantaram a NF-e precisam se apressar pois,
segundo André Gonçalves Pires, da Usiminas,
isto pode demorar cerca de três meses
“Mas esta é uma avaliação minha”, ressalva
Pires, cuja empresa já emite a Nota Fiscal
Eletrônica. Além disso, as empresas que não emitirem a Nota Fiscal Eletrônica dentro do prazo determinado e circularem
com nota convencional estão sujeitos a pagar
multa equivalente a 50% do valor da operação
ou prestação de cada documento e ao
arbitramento do lucro tributável com base na
receita. Já os contribuintes com irregularidades
na IE e CNPJ, terão a permissão de emissão
de nota fiscal denegada pela SEFAZ.
Com a NF-e, a empresa reduz
os custos com a aquisição de formulários
contínuos, impressão e armazenamento de
documentos e simplificação de obrigações
acessórias (AIDF); elimina a digitação de
notas fiscais na recepção de mercadorias
e conseqüente erro de escrituração; pode
planejar a logística – por conta da recepção
antecipada das informações contidas na nota
e aperfeiçoa os processos de controle fiscal (e
conseqüentemente aumenta a arrecadação
fiscal on-line).
O novo sistema também promete
aumentar a segurança do emissor de nota
fiscal já que, ao fazê-lo, a empresa gera
automaticamente o Documento Auxiliar da
Nota Fiscal Eletrônica (DANFE), um arquivo
eletrônico que contém as informações gerais
da operação. “O DANFE não é uma nota
fiscal e tampouco a substitui; ele serve como
instrumento auxiliar para a consulta da NF-e,
pois contém sua chave de acesso e permite
que seu detentor confirme a efetiva existência
da nota através do Ambiente Nacional (RFB)
ou pelo site da Secretaria da Fazenda”,
esclareceu Rinaldo.
Mais informações sobre o SPED e a
NF-e podem ser obtidas no portal da Nota
Fiscal Eletrônica (www.nfe.fazenda.gov.br).
NF-e será obrigatória para empresas de siderurgia
Com prazos escassos, distribuidores precisam se apressar para aderir o sistema
Nota Fiscal Eletrônica
Desde o início da crise financeira
internacional, talvez a maior desde 1929, a
preocupação de todos os mercados mundiais
tem sido saber de que forma, e em quais
proporções, a instabilidade dos EUA poderia
afetar suas nações. Não tardou muito para
que a Europa e a China sentissem seus efeitos
e para que o pânico se alastrasse por todo o
globo.
Mesmo depois da aprovação do
mega plano de resgate de US$ 850 bilhões
- que prometia retomar a confiança dos
mercados financeiros - as bolsas de todo o
mundo continuam em
queda, aumentando a
tendência de retração.
S o m e n t e
no último dia 6/10,
a BOVESPA acionou
duas vezes o circuit
breaker e o Banco
Central injetou quase
US$ 1,5 bilhão no
mercado financeiro
para conter a
crisee. Outrossim,
na mesma data, o
governo sancionou uma Medida Provisória
autorizando o Banco Central do Brasil a
comprar diretamente a carteira de crédito dos
bancos, a fim de evitar que a crise de liquidez
atingisse o país.
Apesar dos acontecimentos, o
governo mantém sua posição e reafirma que
o Brasil terá apenas um “resfriadinho”. Por
enquanto, o posicionamento de alguns setores
da indústria corroboram as declarações oficiais,
que garantem que, diferentemente do que
acontecia no passado, não fomos os primeiros
a sentir os efeitos da crise e tampouco seremos
os últimos a nos recuperar.
Os efeitos na indústria Diante da instabilidade mundial,
entretanto, o clima no Brasil é de incerteza.
Os setores que movimentam o mercado
siderúrgico nacional já estão com o sinal
de alerta ligado, apenas aguardando os
desdobramentos de uma crise que começou
há mais de um ano, e que por enquanto não
tem prazo para terminar.
Apesar disso, e mesmo com a
diminuição dos prazos de financiamento de
veículos, a Anfavea (Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores) garante
que a crise ainda não atinge o setor “É
muito cedo para fazer qualquer comentário;
p o r e n q u a n t o o s
i n v e s t i m e n t o s
estão mantidos e o
crescimento também.
Há uma queda nas
exportações, mas isso não
é decorrente da crise”,
afirmou a assessoria de
imprensa da entidade.
Segundo divulgação da
Anfavea, a produção
do setor em setembro
diminuiu 4,3% em
relação a agosto mas,
em comparação com o mesmo período de
2007, registrou-se um aumento de 18%.
Neste ano, o setor da construção civil
também está confortável em relação à crise.
Segundo o presidente do Sinduscon – SP
(Sindicato da Indústria da Construção Civil do
Estado de São Paulo), Sérgio Watanabe, caso
a crise financeira interfira no desempenho
do setor, o resultado só poderá ser avaliado
a partir do segundo semestre do ano que
vem “Não sabemos qual vai ser o reflexo
[da crise], é preciso aguardar as decisões dos
Estados Unidos e agora da Europa e da Ásia”
e completa “Este ano o nosso crescimento
deve ser de 10%, e evidentemente esse
número suporta o desempenho do primeiro
semestre do ano que vem. Estimamos que em
Esta crise também é nossa?
Como a crise financeira mundial tem afetado o país e qual o posicionamento do mercado siderúrgico frente a uma das
maiores turbulências da história
Capa
66
2009 o crescimento seja menor, mas não é
possível quantificá-lo frente a essa ‘bagunça
mundial’”, enfatiza Watanabe.
No mesmo caminho está a Abraciclo
(Associação Brasileira dos Fabricantes de
Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas
e Similares) que, conforme informou seu
diretor-executivo, Moacyr Alberto Paes, ainda
não tem como prever os efeitos da crise “Até
agora não temos sentido os efeitos, e não sei
em que ponto ela vai nos atingir”, disse. Mas
Paes sabe de que maneira a situação pode se
agravar “É claro que, a partir do momento
que houver taxas de juros mais altas, haverá
mudanças em todos os sentidos, mas por
enquanto não vejo como ela pode afetar
o setor”, afirmou o diretor-executivo em
entrevista exclusiva a Revista do Aço.
O dia D
Ao que tudo indica, a situação já se
agravou. Para o presidente do INDA, Christiano
da Cunha Freire, a crise deixou de ser um
fator psicológico e atingiu o país na mesma
segunda-feira em que a BOVESPA parou duas
vezes “No início daquela semana [a crise] nos
atingiu. Antes se comentava da crise como
algo que estava acontecendo nos Estados
Unidos e na Europa, mas na segunda-feira
começou a haver uma restrição de crédito.
Fechar crédito, aumentar a taxa de juros, isto
é freio. E o freio começou na segunda-feira”,
enfatizou Freire.
Mas, ao menos em 2008, o mercado
siderúrgico não vai sentir os efeitos da crise,
pois os pedidos em carteira garantem a
estabilidade do setor até o final do semestre.
Contudo, para evitar que os efeitos desta
turbulência sejam mais drásticos em 2009,
Christiano Freire alerta as usinas para que
não forcem os distribuidores a comprar “É
melhor aceitar um mercado enxuto a forçar
uma compra que os distribuidores não
possam pagar”. Reforçando a mensagem, o
presidente do INDA relembra uma experiência
que não deu certo “Para que não se repita
o que aconteceu em 2005, quando as
usinas forçaram a compra e tivemos altas
nos estoques e queda no preço, o melhor a
fazer é regular a oferta e a demanda”. Em
relação aos preços, Freire vai na contramão
das expectativas e afirma que pode haver
aumento no valor do aço. E explica “Com
o dólar subindo, a importação deixa de ser
viável e restringe o abastecimento”.
Até o momento, o setor siderúrgico
ainda não sentiu os efeitos da crise, mas
a partir do segundo trimestre de 2009 há
uma tendência muito forte de retração, o
que resultará em um crescimento inferior ao
observado este ano.
O país, entretanto, foi efetivamente
atingido pela instabilidade que já varreu o
globo. Agora, é preciso correr para limpar
os resquícios de uma comemoração para a
qual não fomos convidados, mas cuja sujeira,
indiscutivelmente, também é nossa.
Não perca essa oportunidade. Anuncie na Revista AÇO.• Penetração junto às maiores empresas do setor siderúrgico nacional. • Perfil altamente qualificado.
Entre em contato e reserve já o seu espaço.
(11) 2574.5664 / 2574.5665 [email protected]
Capa
Revista do Aço: O senhor sinalizou ao
presidente Lula um descontentamento do
setor em relação ao preço do aço no país. Na
sua opinião, que medidas o governo deveria
tomar para auxiliar neste sentido?
Luis Aubert Neto: De janeiro a agosto deste
ano, o aço subiu quase 45%, ou seja, 40%
a mais que na Europa e nos Estados Unidos.
O problema é que a produção está nas mãos
de poucas empresas, que ditam os preços.
O governo tem uma
ferramenta importante
que é o imposto de
importação; as empresas
precisam sentir no bolso,
se a alíquota cair para
zero, no dia seguinte os
preços baixam.
Revista do Aço: Como
as empresas representadas
pela Abimaq estão reagindo
à crise financeira?
Luis Aubert Neto: Por
enquanto os pedidos
em carteira garantem o
crescimento esperado,
mas temos que começar a
monitorar os pedidos que
vão começar a entrar, para
avaliar se eles vão recuar ou
não em função desta crise. Já há uma retração
do setor, pois nenhum empresário investe em
cima de expectativa, todos aguardam para
ter certeza a longo prazo. Mas tudo depende
muito do governo sinalizar isso, e um grande
sinal seria na próxima reunião do Copom; se
o governo não aumentar a taxa de juros ou
até mesmo abaixá-la, creio que o ano que vem
ainda estaremos garantidos.
Revista do Aço: As importações de máquinas
dos países asiáticos têm comprometido o
desempenho do setor?
Luis Aubert Neto: Diferentemente do
Brasil, na China não há encargos; as máquinas
chinesas chegam aqui a US$ 7, 8 o quilo, isso
acarreta em perda de competitividade. Mas
nós não somos contra as importações de
máquinas - quando há tecnologia agregada,
sem problemas, isso mostra o quanto o Brasil
tem investido em máquinas e equipamentos
– somos contra a má importação, que é a da
China.
Revista do Aço: Quais são as perspectivas
da Abimaq para este semestre?
Luis Aubert Neto: Esperamos faturar de 15
a 17% a mais que em 2007, por conta dos
pedidos que temos em carteira. Em 2009,
temos condições de crescer de 8 a 9%. É
um número bom, mas
comparado ao que éramos
antes, na década de 80,
ainda não é o ideal.
Revista do Aço: O senhor
acredita que o país pode
voltar a ser o 5º maior
produtor de bens de capital,
como foi na década de 80?
Luis Aubert Neto: Isso
só vai acontecer se houver
investimento em inovação
tecnológica, desoneração
do investimento, abertura
de linhas de financiamento a
longo prazo e investimento
em exportação de produtos
de valores agregados.
Revista do Aço: Os
vendedores de aço têm se
especializado para oferecer às empresas um
atendimento técnico de qualidade. Como a
Abimaq vê essa medida?
Luis Aubert Neto: Isso é sempre bom,
quanto mais gente especializada e qualificada
tiver é melhor, pois isso reflete na rentabilidade
das nossas empresas.
Revista do Aço: Os distribuidores de aço
têm papel importante na busca por um
melhor desempenho do setor de máquinas e
equipamentos?
Luis Aubert Neto: Como em qualquer
ramo de negócios, o distribuidor tem papel
importante. A distribuição é necessária, pois não
conseguimos chegar a todos os consumidores
sem os distribuidores. Eu diria que eles são
fundamentais para o desempenho do setor.
Em entrevista exclusiva, o presidente da Abimaq, Luis Aubert Neto, conta como é a relação das
empresas com o distribuidor de aço
9
Entrevista
10
Presidente da Rio Negro discute resultados e projeções do mercado siderúrgico com empresários
do setor
Cautela. Essa foi a orientação do
presidente da Rio Negro, Carlos Jorge Loureiro,
dada aos empresários da distribuição em
reunião realizada no INDA no último dia 26/9.
O encontro, que foi promovido a fim de que
o desempenho do setor em agosto último e
as projeções para os próximos meses fossem
discutidos, teve como pano de fundo a crise
financeira internacional.
Diante dos números apresentados no
Relatório de Inteligência Competitiva (IC), a
sensação foi de que o mercado siderúrgico
brasileiro não está imune à turbulência pela
qual passam as maiores economias mundiais.
“Com a crise internacional, é óbvio que iremos
sentir também. É preciso ter cautela”, alertou
Loureiro.
Apesar de grande parte das importações
deste ano terem sido feitas para cobrir as
paradas programadas para manutenção, o
presidente da Rio Negro sinalizou que, neste
momento, fazê-las pode ser prejudicial “Em
um momento de crise como este, importar
é um jogo pesado. Na importação, abre-se
carta de crédito para receber o material entre
90, 120 dias depois. Se algo der errado, não
há alternativas”, enfatizou.
Para 2009, a projeção é que o
crescimento seja menor que o alcançado
este ano, algo entre 6 e 7%. A previsão
de queda no desempenho do setor reflete
as prováveis reduções nos números dos
principais responsáveis pelo consumo do aço,
como automobilístico e construção civil “Um
crescimento tão grande como o deste ano
não tem sustentabilidade”, finalizou Carlos
Jorge Loureiro.
Dando continuidade aos trabalhos
do Comitê de Internacionalização, o INDA
participou, dia 1/10, da 3ª reunião do Fórum
de Competitividade de Siderurgia, realizada
em Brasília.
Durante a reunião, o vice-presidente
do INDA, Dario Ferreira, e o superintendente
do Instituto, Gilson Santos Bertozzo, causaram
boa impressão ao apresentarem as ações que
foram realizadas no período de 23 de julho a
01 de outubro, e que compreenderam:
a contratação de um profissional •
especializado no mercado externo -
Arthur Meirelles Vieira;
o levantamento de informações com as •
principais características dos mercados da
América Latina;
o mapeamento das principais •
empresas distribuidoras de produtos
siderúrgicos desses países para a criação do
Guia de Distribuição de Aços da América
Latina – no qual já constam 226 das 449
INDA participa de reunião no MDIC
empresas a serem mapeadas.
O Instituto ainda realizou, dia 2/9,
uma palestra com o diretor TSB Global, Jean-
Phillippe Didion, que tratou de seguros de
exportação, seguros de risco político para
operações internacionais e seguro garantia.
Para dezembro deste ano, o INDA agendou
visitas técnicas e comerciais de representantes
da Distribuição de Aços da Argentina, Uruguai,
Paraguai, Chile e Colômbia.
O Comitê de Internacionalização
faz parte da Política de Desenvolvimento
Produtivo – Capítulo Siderurgia – criado pelo
MDIC em parceria com a Agência Brasileira
de Desenvolvimento Industrial (ABDI), cuja
meta é fazer com que o país esteja, até
2015, posicionado dentre os cinco maiores
produtores e exportadores de aço do mundo.
Mais informações sobre os trabalhos
do Comitê de Internacionalização com
Marivânia Gorgê pelo telefone 2272-2121.
Notas
Notas
JULHO/08a) Continuam as negociações de várias regiões do Paraná, foi
encerrada em Paranaguá com índice de 8,64%.b) Empregados no comércio de Caxias do Sul – Assinada a
Convenção Coletiva com índice de reajuste de 9,4%
AgOSTO/08a) Negociação com o Sindicato dos metalúrgicos de Campinas e
região – aguardando pauta de reivindicação.b) Empregados Metalúrgicos de Taubaté – negociações
encerradas, reajuste de 11%, mantidas as demais condições.
SETEMBRO/08a) Empregados no Comércio de vários municípios do Estado de
São Paulo – em andamento, pleito dos empregados reajuste de 12%, com a inclusão da obrigatoriedade de fornecimento de cesta básica e vale refeição, após três rodadas de negociação, o índice está em 9% e a obrigatoriedade de um dos benefícios. Há informações que a FECOMERCIO e a Federação dos Empregados no Comércio já encerraram suas negociações fixando o reajuste em 9%.
Estamos com reunião agendada para a próxima semana, na qual levaremos a última decisão de nossa AGE de 8 de outubro.
OUTUBRO/08a) Empregados no Comércio de Guarulhos, Santo André e região
– em andamento, pleito dos empregados reajuste de 12%, com a inclusão da obrigatoriedade de fornecimento de cesta básica e vale refeição. Estamos com reunião agendada para a próxima semana, para a qual levaremos a última decisão de nossa AGE de 8 de outubro.
NOVEMBRO/08a) Empregados Metalúrgicos do Estado de São Paulo (Força
Sindical), índice de reajuste a ser definido durante as negociações; há previsão de ser no mínimo 11% (índice de reajuste do ABC CUT). Estamos com reunião agendada para a próxima semana, para a qual levaremos a última decisão de nossa AGE de 8 de outubro.
b) Empregados da distribuição de Minas Gerais SINDISIDER – Pauta de reivindicação recebida e em análise, índice de reajuste pleiteado de 20%. Será agendada a AGE nos próximos dias em Belo Horizonte.
negocia com outras categorias
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos acompanha negociações coletivas de outros sindicatos do Brasil nos seguimentos empregados do comércio e metalúrgicos. Acompanhe as principais negociações cujas datas base em 2008 são:
Atenção : a próxima AGE do SINDISIDER será realizada dia 16 de outubro, às 10h para decisão sobre o
resultado das negociações de São Paulo.
O Governo do Estado de São Paulo publicou no Diário Oficial do Estado de 07 de outubro de 2008 o Decreto 53.511, de 06 de outubro de 2008, que altera o RICMS – Regulamento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, colocando no artigo 313-Y vários produtos da cadeia do aço, entre estes: andaimes e elementos de andaimes, perfis de aço, telhas metálicas e tubos de aço. O SINDISIDER – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Produtos Siderúrgicos está discutindo junto à Secretaria de Estado da Fazenda a viabilidade dessa inclusão, buscando retirar seus associados dessa obrigação.
Alteração no RICMS
Presidente do Sindisider se reúne com distribuidores
Mais de quarenta executivos do setor de Distribuição de Minas Gerais compareceram à palestra do
presidente do Sindisider, Christiano da Cunha Freire, ministrada no último 8/10 no Hotel Quality, em Belo
Horizonte.
Durante sua explanação, o presidente chamou a atenção dos participantes para a importância
do levantamento de informações junto ao setor de aços longos, já que grande parte dos associados do
Sindisider são revendas deste produto. Christiano salientou ainda que os esforços do sindicato para recolher
dados das vendas setoriais deste mercado visam auxiliar o distribuidor a indentificar e organizar sua área
comercial e, conseqüentemente, potencalizar suas vendas.
Freire também apresentou os números de compra, venda e estoque do mercado da distribuição
do aço no Brasil e afirmou que este ano os resultados do Sindisider podem registrar um crescimento 20%
maior que o apresentado em 2007.
Top Related